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Poderá haver uma desistência do pedido, isto implica que o autor não poderá
Notas: intentar uma nova acção, com o mesmo pedido, com a mesma causa de pedir e
baseada nos mesmos factos contra o mesmo réu. Aqui o autor desiste do seu
É claro que esta última parte, a dos poderes especiais e a de exclusão de um direito de pedir.
poder, não sendo muito correntes, especialmente a exclusão do poder de
substabelecer, acontece por nesta matéria os poderes têm que ser delegados. Se for uma desistência da instância, o autor desiste daquela acção concreta, mas
não de exercer o direito de pedir, o que implica que ele possa de novo intentar uma
Para procurações forenses passadas a advogado não é necessário selar nem acção contra aquele réu com o mesmo pedido, com a mesma causa de pedir e
reconhecer a assinatura. baseada nos mesmos factos. No entanto, esta desistência da instância
contrariamente à desistência do pedido, não é livre, isto é, carece do consentimento
No caso de procuração forense passada a mandatário judicial, o poder de do réu pois se assim não fosse poderia advir daí um grande prejuízo para este.
substabelecimento está incluído nos poderes forenses – assim, se não se quiser
que o mandatário tenha esse poder deve-se excepcionar essa possibilidade. Transacção: É o acordo entre as partes, o que implica que ambas tenham que
ceder um pouco. Esta transacção terá que ser homologada pelo juiz numa sentença
de homologação.
PROCURAÇÃO FORENSE
É bom ter presente que há situações em que a lei não admite transacção porque
estamos em presença de direitos indisponíveis.
Denominação da empresa, com sede em....., matriculada na Conservatória do
Registo Comercial de ...... sob o n.º ......, pessoa colectiva n.º........, com o capital
social realizado de ......., representada pelo seu administrador/gerente Sr........., MINUTA DE SUBSTABELECIMENTO DE PODERES FORENSES
declara que constitui seu bastante procurador o Sr. Dr. Jaime Proença, Advogado,
com escritório na Rua de Santa Bárbara n.º 39-5.º, 1500-327 Lisboa, a quem
confere os mais amplos poderes forenses em direito permitidos, bem como os SUBSTABELECIMENTO
poderes especiais para desistir, transigir e confessar.
Minutas de Processo Civil p. 3 Minutas de Processo Civil p. 4
Substabeleço, sem reserva (com reserva), na Sra. Dra. FERNANDA MORAIS, Requer na sequência, que em cumprimento do n.º 1 do supra citado normativo,
advogada estagiária, com escritório na R. de Campolide n.º 55-3.º Dto., 1070-125 sejam notificados o acima indicado mandante e a parte contrária.
Lisboa, os poderes forenses (gerais e/ou especiais) que me foram conferidos por
MANUEL GOMES DA SILVA, para os exercer no processo n.º........., que corre
trâmites pelo Tribunal de ........ E. D.
A Advogada
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. N.º)
Lisboa, 20 de Janeiro de 2001
A Advogada
(Assinatura + Domicílio MINUTA DE REQUERIMENTO DE CONFIANÇA NO PROCESSO
Profissional + Contr. N.º)
E. D.
Exmo. Senhor Juiz A Advogada
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. N.º)
Maria Helena Franco, advogada constituída por José Gomes da Costa, A. na acção
à margem referenciada, vem, ao abrigo do disposto no art. 39.º do Código de MINUTA DE REQUERIMENTO PARA APRESENTAÇÃO DE ROL DE
processo Civil, renunciar o mandato que aquele lhe conferiu. TESTEMUNHAS
Minutas de Processo Civil p. 5 Minutas de Processo Civil p. 6
4.º Juízo Cível nos esquecermos de fornecer este rol, terá como inconveniente o facto de poder
2.ª Secção questionar a prova testemunhal.
Proc. n.º 103/99
Para obstar a isto, e até por uma questão de estratégia pode-se optar por
apresentar, na petição inicial, um rol de testemunhas «falso», não descobrindo o réu
Exmo. Sr. Juiz de Direito a nossa estratégia, e depois, após o art. 512.º C.P.C., dar o «verdadeiro» rol.
do Tribunal Civil da
Comarca de Lisboa Art. 512.º-A do C.P.C: O rol de testemunhas pode ser alterado ou aditado até 20
dias da audiência de julgamento. No entanto nos termos do art. 629.º do C.P.C. as
testemunhas podem ser alteradas até ao dia do julgamento em caso por exemplo
Ernesto de Sousa, A. nos autos à margem referenciados, vem ao abrigo do disposto de morte da testemunha – portanto nesse caso poder-se-á substituir essa
no art. 512.º do C.P.C., apresentar o seu testemunha até no próprio dia do julgamento (para tal, dita-se para a acta).
A solução de se apresentar ou não o rol de testemunhas logo na petição inicial terá B) INSPECÇÃO JUDICIAL:
de passar pela ponderação destes inconvenientes, pois teremos que ter sempre
presentes que a tranquilidade é apresentar logo o rol, precavendo-se do lapso de
Minutas de Processo Civil p. 7 Minutas de Processo Civil p. 8
Inspecção judicial do imóvel identificado nos autos, designadamente, quanto ao 3.ª) Américo Sousa Couto, casado, padeiro, residente em Paris, a inquirir por carta
enquadramento da arrecadação e às condições de habitabilidade que oferece. rogatória a expedir ao Tribunal estrangeiro competente, em relação à matéria dos
artigos 14.º, 15.º e 16.º da base instrutória.
Entende-se, que V. Exa. deverá atender ao presente requerimento de Inspecção
Judicial, não o tendo por dilatório ou impertinente, uma vez que parte dos factos III. Juntar aos autos, certidão........, para prova de ........
tidos como controvertidos, carecem de averiguação e interpretação específica (cfr.
Arts. 612.º e 614.º do C.P.C.).
Junta: um documento, cópias legais, e documento comprovativo da notificação ao
Junta: duplicados legais, documento comprovativo da notificação ao Mandatário da Mandatário da parte contrária (art. 260-A CPC).
parte contrária (art. 260-A CPC).
E. D.
E. D. A Advogada
A Advogada (Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. n.º)
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. N.º)
Notas:
MINUTA DE OFERECIMENTO DOS MEIOS DE PROVA E REQUERIMENTO
PARA DEPOIMENTO DE PARTE O tribunal deprecante é o tribunal que envia a carta precatória; o tribunal deprecado
é o que a recebe.
4.º Juízo Cível
2.ª Secção Sempre que pretendamos a inquirição de uma testemunha por carta precatória, no
Proc. n.º 103/99 requerimento em que apresentamos os meios de prova, temos que indicar logo a
matéria sobre a qual vai incidir a sua inquirição.
Exmo. Sr. Juiz de Direito
do Tribunal Civil da No tribunal deprecado a carta precatória é objecto de distribuição e é designado um
Comarca de Lisboa dia para inquirição da testemunha. Então este tribunal notifica a testemunha e os
advogados das partes. Os advogados podem deslocar-se ao tribunal deprecado ou
Ernesto de Sousa, A. nos autos à margem referenciados, vem ao abrigo do disposto contactar um colega dessa comarca para assistir à inquirição, substabelecendo com
no art. 512.º do C.P.C.,: reserva nele, a procuração forense.
I. Requerer o Depoimento de Parte do Réu, relativamente à matéria No depoimento de parte não se pode requerer o próprio depoimento; só pode ser
constante nos artigos 8.º e 9.º da base instrutória. requerido o depoimento da parte contrária ou de algum comparte.
II. Oferecer o seguinte Rol de Testemunhas: No requerimento de produção de prova devemos começar pelo depoimento de
parte, porque em tribunal a produção de prova começa por aí.
1.ª) Amélia Costa, casada, doméstica, residente na Rua da Penha, 27-r/c Esq.,
1200-888 Lisboa; Depoimento de parte: obtém-se um meio de prova, que á a confissão (admissão de
2.ª) Artur Amadeu Silva, divorciado, electricista, residente em Bragança, a inquirir um acto desfavorável ao confidente).
por carta precatória a expedir para o Tribunal da Comarca de Bragança, em relação
à matéria dos artigos 10.º, 11.º e 12.º da base instrutória. Há alguns processos em que não é possível o depoimento da parte contrária,
quando estivermos no âmbito de direitos indisponíveis. Exemplo: no âmbito de uma
acção de divórcio, não pode haver depoimento de parte.
Minutas de Processo Civil p. 9 Minutas de Processo Civil p. 10
(Se não tiver sido apresentado na audiência preliminar; pode ser apresentado nos 4.º Juízo Cível
termos do 512º CPC; se tiver havido audiência preliminar tem 5 dias para 2.ª Secção
apresentá-lo) Proc. n.º 103/99
testemunha, com o respectivo formalismo Ora, a base fulcral da aludida acção, reside no facto de o Evaristo Dias Bacalhau,
legal. ocupar, sem qualquer título, um imóvel rústico, propriedade da aqui requerente, sito
na freguesia da Murganheira, do concelho de Lamego.
Termos em que:
R. a V. Exa. a junção aos autos para os Sucede que o Artur Beringela Carrapeto é testemunha por excelência da ocupação
devidos e legais efeitos. ilícita do imóvel em questão, bem como, das inúmeras diligências que a aqui
solicitante tem vindo a fazer para alcançar uma resolução extra-judicial do
Junta: cópias legais. contencioso surgido.
Exmo. Sr. Juiz de Direito Sendo assim, como na realidade o é, a importância do depoimento e a urgência na
do Tribunal Judicial da sua colheita, são, salvo o devido respeito, fundamentos suficientes para a supra
Comarca de Lamego solicitação antecipada de prova, o que aqui e agora se requer.
Artur Beringela Carrapeto, agricultor, morador na Rua das Lesmas, n.º 9, em Hipótese:
Lamego,
Imagine que quer interpor acção, e uma das testemunhas vai para Moçambique por
para tanto invocando os seguintes fundamentos e razões: tempo indeterminado. O seu. testemunho é essencial, na acção de A, SA, contra B,
SA, com fundamento em incumprimento de contrato, no valor de 10.000 contos.
A requerente propõe-se interpor contra Evaristo Dias Bacalhau, viúvo, agricultor, Quid iuris?
residente na Travessa das Traves, n.º 1, em Lamego, uma acção de reivindicação
de posse. Exmo. Sr. Juiz de Direito das Varas
Cíveis da Comarca de Lisboa
Minutas de Processo Civil p. 13 Minutas de Processo Civil p. 14
A, SA, pessoa colectiva n.º _____, com o capital social de xxxxxx, previamente à
acção que irá propor contra B, SA, pessoa colectiva n.º _____, com sede em 8º
________, vem requerer a PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA ao abrigo do A testemunha indicada irá ausentar-se no dia 10 de Março de 2001 para
disposto no artigo 520º do CPC, mediante inquirição de Carla, casada, técnica de Moçambique.
contas, residente na Rua __________, em Lisboa, com os seguintes fundamentos:
9º
1º Participará nesse país numa missão humanitária levada a cabo pela AMI.
A testemunha foi trabalhadora da Requerente no período compreendido entre 1 de
Janeiro de 1985 e 30 de Dezembro de 2000. 10º
Consequentemente, é provável que, na data em que vier a ocorrer o julgamento, a
2º referida testemunha se encontre ausente do pais, quiçá incontactável.
Durante esse período, a testemunha supervisionava a contabilidade da Requerente
e fiscalizava a execução dos contratos celebrados entre a Requerente e terceiros. Nestes termos se requer a V. Exa. se digne admitir o
presente requerimento de produção antecipada de prova,
3º notificando-se a parte contrária para, querendo, exercer o
A Requerente pretende intentar acção contra a Requerida, com fundamento em direito de contraditório e marcando-se dia e hora para a
incumprimento do contrato de empreitada celebrado entre ambas em Agosto de inquirição da referida testemunha.
1993, conforme doc. 1 que se junta e dá por reproduzido.
JUNTA: 1 documento, duplicado legal, (v. no CCJ se tem de pagar taxa de justiça
4º inicial; se sim, pagar e juntar documento comprovativo do pagamento).
A Requerente considera que houve incumprimento, porquanto a Requerida não teve VALOR: Escudos 3.000.001$00 (valor provisório por se desconhecer ainda o valor
em consideração os adiantamentos de Escudos 5.000.000$00 que foram da acção a propor) - trata-se de processo ordinário, logo o valor mínimo é este
efectuados pela aqui Requerente.
E, E.D.
O Advogado,
5º (assinatura + nome + domicilio profissional + n.º contribuinte)
Não tendo em conta esses adiantamentos, a Requerida não realizou os trabalhos
de pavimentação com granito do primeiro andar da obra objecto do contrato,
António Jacinto Sousa, R., nos autos à margem referenciados vem, requerer ao
abrigo dos disposto nos artigos 568.º e 569.º do Código de Processo Civil a Imagine que foi mandatado para patrocinar Maria na acção de divórcio litigioso que
realização de Perícia Colegial. ela pretende intentar contra António, seu marido.
Nos termos do disposto no art. 577.º do citado diploma legal, a perícia terá como Na conferência que teve com Maria foi-lhe dito que ela e António casaram em 12 de
objecto os factos constantes nos quesitos 10.º e 11.º da Base Instrutória. Junho de 1986 na Igreja de Santos-o-Novo, não tendo sido celebrada convenção
antenupcial, tendo o casal fixado residência na Rua da Paz, 27 – 1º Dto, em Lisboa,
Junta: cópia legal, questões de facto destinadas à realização da perícia e casa onde Maria continua a residir.
documento comprovativo da notificação do mandatário da parte contrária.
Nos três primeiros anos de casamento o relacionamento do casal processou-se em
A Advogada termos de normalidade, tendo, entretanto, nascido dois filhos do casal, João e José,
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. N.º) respectivamente, em Maio de 1987 e Março de 1989.
Alguns meses depois, em Junho de 1990, António saiu de casa levando uma mala
4.º Juízo Cível com roupa e dizendo a Maria que iria deslocar-se a Bragança e que só voltaria
2.ª Secção dentro de uma semana, facto que Maria, desconfiada, veio a saber, por telefonema
Proc. n.º efectuado para o local de trabalho dele, não ser verdadeiro, pois que António tinha
antecipado uma semana de férias e ido passar esses dias num hotel em Albufeira,
Indicação do objecto da perícia: na companhia de outra mulher, de nome Adalgisa, com a qual, ao que lhe disseram,
ele já almoçava quase todos os dias e jantava frequentemente, e cuja casa ele
Esclareçam os Srs. Peritos: visitava com assiduidade.
1. Se o andar identificado na alínea A) dos factos assentes é composto por quatro Quando António regressou, passada essa semana, Maria confrontou-o com a
assoalhadas, cozinha, casa de banho e despensa. verdade dos factos e, na discussão que se seguiu, António voltou a agredir Maria
2. E, se, no caso do mesmo andar se encontrar devoluto, poderá o mesmo ser com murros e pontapés, tendo-lhe provocado diversos hematomas, e chamou-lhe
arrendado por 100.000$00 mensais. “parva”, “estúpida” e “coiro”, após o que, sem que Maria a tal tivesse dado causa,
voltou a sair de casa, desta vez levando todas a sua roupa e demais objectos de
Junta: Duplicado e cópia legal uso pessoal, passando a viver maritalmente com Adalgisa, em casa desta, assim
violando o dever de fidelidade.
A Advogada
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. N.º) Dois dias depois de sair de casa António levantou todo o dinheiro da conta bancária
comum do casal.
Porém, em princípios de 1996, por motivos que Maria desconhece, Adalgisa Em meados de 1989 o R. passou a jantar fora de casa com frequência chegando
expulsou António de casa, tendo ele passado então a residir na sua actual morada, tarde a casa e em evidente estado de embriaguez.
que é a casa da mãe dele, em Loures, factos estes de que Maria só veio a tomar
conhecimento em Dezembro do ano seguinte. 4.º
Em Junho de 1990 o R. abandonou a casa de morada de família levando uma mala
Desde que se separou de Maria, António não contribui com qualquer quantia para de roupa dizendo à A. que se deslocaria a Bragança em trabalho e que voltaria
os filhos do casal, os quais têm subsistido exclusivamente a expensas dela, nem dentro de uma semana.
voltou a ter com eles, ou com ela, qualquer contacto.
5.º
QUESTÃO: A A. veio a saber por telefonema efectuado para o local de trabalho do R. que essa
deslocação teria sido forjada pelo R. e que este teria antecipado uma semana de
Tendo em consideração os elementos que lhe foram transmitidos por Maria, minute férias e teria ido passar esses dias a um Hotel em Albufeira com outra mulher de
a petição inicial da acção de divórcio, ficcionando eventuais outros dados de facto nome Adalgisa.
que julgue necessários, e, se entender, conveniente, justifique, em separado, as
suas opções quanto à fundamentação do pedido. 6.º
Aliás a A. veio a saber que o R. já há algum tempo que tomava as refeições
PETIÇÃO INICIAL – DIVÓRCIO LITIGIOSO frequentemente com Adalgisa, e que para além disso visitava a casa desta com
regularidade.
Exmo. Senhor Juiz de Direito do
Tribunal de Família de Lisboa (art. 75º 7.º
CPC) A A. aquando do regresso do R. confrontou-o com estes factos tendo daí resultado
acesa discussão entre ambos e na qual o R. agrediu a A. fisicamente com murros e
Maria, casada, empregada de escritório, residente na Rua da Paz – 1º Dto. Lisboa, pontapés que lhe causaram diversos hematomas.
C.F. n.º 1111111,
8.º
vem intentar acção especial de divórcio litigioso contra seu marido António, casado, Ainda no decorrer da discussão o R. proferiu nomes ofensivos á moral da A. entre
mecânico, residente na Rua das Flores , n.º 2, Loures, nos termos e com os os quais: “Parva”, “Estúpida”, e “Coiro”.
fundamentos seguintes:
9.º
I - Dos Factos Após a discussão o R. saiu de casa mais uma vez mas desta feita fazendo-se
acompanhar por toda a sua roupa e demais objectos de uso pessoal.
1.º
Autora e Réu contraíram casamento em 12 de Junho de 1986, sem convenção 10.º
antenupcial, (junta doc. 1) na Igreja de Santos-o-Novo. O R. passou a viver maritalmente com Adalgisa na casa desta.
2.º 11.º
Do matrimónio existem dois filhos menores, João nascido em Maio de 1987 e José Dois dias após a saída o R. levantou todo o dinheiro da conta bancária conjunta do
nascido em Março de 1989 (junta docs. 2 e 3). casal.
3.º 12.º
Minutas de Processo Civil p. 19 Minutas de Processo Civil p. 20
A A. teve ainda conhecimento meses mais tarde que Adalgisa se encontraria Termos em que deverá a presente acção
grávida do R. ser julgada procedente, por provada, e, em
consequência decretado o divórcio entre a
13.º A. e o R., com culpa exclusiva do R., com as
A criança fruto dessa relação nasceu em Agosto de 1991, tendo sido perfilhada pelo legais consequências.
R. (junta doc. 4).
Testemunhas: (nome, estado civil, residência)
14.º
Em Dezembro de 1997 a A. teve conhecimento que o R. teria sido expulso de casa Valor: 3.000.001$00 (Três milhões e um escudo) (art. 312º CPC).
de Adalgisa em meados de 1996 estando a residir desde então em casa de sua
mãe em Loures. Valor para efeitos de custas judiciais: 640.000$00 (seiscentos e quarenta mil
escudos) (art. 6º do Cod. Custas Judiciais).
15.º
Desde a separação o R. não contribuiu com qualquer quantia para a subsistência Junta: 4 documentos, duplicados e cópias legais, procuração forense e documento
dos filhos do casal. comprovativo do pagamento de taxa de justiça inicial (ou documento comprovativo
da concessão de apoio judiciário na dispensa do pagamento de taxa de justiça e
16.º custas, emitido pelos competentes serviços da Segurança Social).
O R. também não voltou a ter contacto quer pessoal quer telefónico com os filhos.
A Advogada
17.º (Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. n.º)
Desde essa altura a A. tem suportado as despesas da casa sozinha.
18.º HIPÓTESE:
Nos termos do Art. 1577.º do C.C., casamento é o contrato celebrado entre duas
pessoas de sexo diferente que pretendam constituir família mediante uma plena Imagine que foi nomeado para patrocinar Maria na acção de divórcio litigioso cuja
comunhão de vida. petição, por si elaborada, entrou na secretaria Geral em 20 de Fevereiro de 1999 e
se junta como ‘Anexo I’ e que, por carta registada no passado dia 14 de
19.º Julho/1999, foi notificada da respectiva contestação, junta como ‘Anexo II’.
Estão os cônjuges reciprocamente vinculados pelos deveres de respeito, fidelidade,
coabitação, cooperação e assistência, nos termos do Art. 1672.º do C.C. Imagine, também, que na conferencia que ontem, dia 16, teve com Maria esta lhe
disse não ser verdade que a agressão aludida no art. 4º da PI tenha ocorrido no dia
20.º 10 de Janeiro de 1997, posto que teve lugar em 10 de Março de 1997, data esta
Sendo certo que foram violados os deveres de fidelidade e coabitação, tal constitui que é a que consta do “Boletim de Internamento’” como data da entrada dela no
fundamento para o divórcio litigioso nos termos do Art. 1779.º do C.C., que se pede. Hospital, na imediata sequência da mesma agressão, boletim este que Maria lhe
entregou.
21º
A conduta do R. foi de tal forma grave e reiterada que compromete a possibilidade Também lhe disse Maria que nunca perdoou ao marido as injúrias relatadas na
de vida em comum. petição e que só regressou a casa de seus pais em Janeiro de 1999 porque só
Minutas de Processo Civil p. 21 Minutas de Processo Civil p. 22
nessa altura vagou o seu quarto de solteira que seus pais tinham, entretanto, cedido
a um hóspede, não tendo antes nenhum local onde viver. 5.º
Facto que determinou que a A tivesse de ficar internada no Hospital de Sta. Maria
QUESTÃO: durante três dias.
Elabore a peça processual que considere adequada à salvaguarda dos interesses 6.º
de Maria Por outro lado é frequente o R. dirigir-se à A utilizando expressões que muito a
ofendem, nomeadamente “porca”...
9.º
Maria......., casada, empregada de escritório, contribuinte fiscal nr. 00000000, Tais expressões foram pelo R. utilizadas nos meses de Abril e Junho de 1998.
residente na Rua Direita, nr,. 10, em Lisboa,
10.º
vem intentar contra seu marido Os factos referidos tornam impossível a vida em comum do casal e determinam a A.
a buscar refúgio em casa de seus pais, para onde regressou no início do mês de
António........., mecânico, residente na Rua Torta, nr. 20, em Lisboa, Janeiro de 1999.
Junta: Um documento, duplicados e cópias legais, documento comprovativo da Entre as referidas datas decorreu prazo superior a dois anos, pelo que caducou o
concessão de apoio judiciário na dispensa do pagamento de taxa de justiça e direito de a A invocar tal agressão como fundamento de divórcio, nos termos do art.
custas, emitido pelos competentes serviços da Segurança Social. 1786º do C.C.
Por outro lado,
O Advogado Estagiário, nomeado oficiosamente
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. n.º) 5.º
Os factos aludidos nos artigos 6.º a 8.º da petição, se bem que verdadeiros, foram
ANEXO II - CONTESTAÇÃO - DIVÓRCIO LITIGIOSO tacitamente perdoados pela A.
o que faz nos termos e com os seguintes fundamentos: Termos em que deve a excepção ser
julgada improcedente, por não
I - Da Caducidade: provada, com as legais
consequências.
1.º
O R. alega no art. 2.º da sua contestação, que a agressão ocorreu em Janeiro de Junta: 2 documentos, duplicados e cópias legais e documento comprovativo da
1997. notificação ao Mandatário da parte contrária (art. 260-A CPC).
Porém,
O Advogado
2.º (Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. n.º)
Tal, não é verdade, pois os mesmos ocorreram em Março de 1997, conforme
documento comprovativo emitido pelo Hospital de São José, que aqui se junta e se
dá por integralmente reproduzido (doc. 1).
ALGUMAS NOTAS SOBRE O PROCESSO ESPECIAL DE DIVÓRCIO LITIGIOSO
3.º
Pelo que, não caducou o direito de a A. invocar tal agressão. É um processo especial, regulado no art. 1407.º e ss do CPC.
5.º Tentativa de conciliação: Aqui o juiz irá: promover a reconciliação dos cônjuges;
Não é verdade que os factos tenham sido perdoados tacitamente pela A. tentar a convolação do divórcio litigioso em divórcio por mútuo consentimento. De
Efectivamente, notar que embora o juiz não faça muita força no sentido de conciliação do casal, já
6.º fará mais pressão no sentido de convolar o divórcio litigioso em divórcio por mútuo
A A. continuou a viver debaixo do mesmo teto com o R. por não ter onde residir. consentimento.
Depois desta notificação para contestar há duas hipóteses: ACÇÃO DE DIVÓRCIO POR MÚTUO CONSENTIMENTO
a) O R. contesta (podendo mesmo reconvencionar). Caso se limite a contestar
não pretende que o divórcio seja decretado; se deduzir reconvenção, pretende Hipótese:
que o divórcio seja decretado, mas com culpa do A. Caso o R. conteste segue-
se a tramitação normal do processo comum ordinário. António Dores quer divorciar-se porque a sua mulher, Bela, no Verão, resolveu
b) O R. não contesta – (art. 1408.º n.º 2 do CPC) não há confissão (art. 299.º do inscrever-se num grupo de danças de salão no Dafundo. Os treinos eram às 2ªs,
CPC), e o R. é notificado para apresentar o Rol de testemunhas e oferecer 4ªs, e 6ªs. No Natal, andou a fazer espectáculos pelo país inteiro e ausenta-se de
outros meios de prova. Neste caso, não há audiência preliminar. Depois são casa desde 6ª até 2ª.
notificados da marcação da audiência de julgamento. Porque não há
confissão? Porque estamos no âmbito dos direitos indisponíveis. Os Dores têm 2 filhas em idade escolar, com 9 e 12 anos respectivamente, e é o
António que tem de ficar com elas agora porque a mulher está sempre a dançar
A produção da prova: Porque estamos no campo dos direitos indisponíveis, há um pelo país.
tipo de prova que não é possível requerer: o depoimento de parte.
A vizinhança já comenta porque é o par da mulher quem a vai levar e buscar a
Assim só é admissível a prova testemunhal e a prova pericial. casa, e acabam por ficar os dois a conversar no carro dele até tarde.
A prova pericial de exames médicos é pedida no Instituto de Medicina Legal. Na Quem tem de fazer o jantar nos dias de ausência da mulher é o António, que tem
prova pericial, no caso de divórcio por casamento não consumado (=prova de também de deitar as miúdas e levá-las ao médico, já que a mulher nunca tem
virgindade), é preciso cuidado porque geralmente a conclusão do Instituto de tempo para nada por causa das danças.
Medicina Legal é a de «himen complacente». No entanto a prova pericial é muito
rara nas acções de divórcio. António é motorista da Carris e às vezes tem de fazer turnos e por isso as miúdas
têm de ficar em casa da vizinha, onde tomam banho e as refeições.
No que respeita à prova testemunhal é preciso muito cuidado porque não sabemos
o que é que as testemunhas vão dizer. Aqui é um risco muito grande apresentar A mulher concorda com o divórcio.
logo o rol de testemunhas na p.i. porque isto pode levar o R. a exercer represálias
sobre as testemunhas. Quid iuris?
Com a sentença o divórcio é decretado e o tribunal oficia a conservatória para o Para celebrar o divórcio por mútuo consentimento, é necessário:
divórcio ser averbado na certidão do casamento. Passadas algumas semanas, as - acordo de regulação do exercício do poder paternal
partes terão que ir à Conservatória verificar se o divórcio já foi averbado. Se já tiver - acordo quanto à utilização da casa de morada de família
sido, pedem aí uma certidão e vão ao Arquivo de Identificação tratar do BI. - acordo quanto à prestação de alimentos entre cônjuges
- relação especificada de bens comuns com indicação dos respectivos valores
Por força do estabelecido no art. 1407.º n.º 7 do CPC, em qualquer altura do (esta é a relação que vai valer para efeitos de processo de partilha, que corre
processo (inclusivé logo na p.i.) podemos requerer ao tribunal a regulação por apenso ao processo de divórcio)
provisória de: alimentos; exercício do poder paternal; utilização da casa de família; - certidão de narrativa completa de casamento
- certidão de nascimento dos filhos menores
No entanto, temos que fundamentar cada um destes pedidos e oferecer os meios
de prova. Estes requerimentos serão enxertados na acção principal. O arrolamento Numa acção de divórcio por mútuo consentimento, não há regra quanto ao tribunal
não pode ser pedido com base neste preceito, terá que correr por apenso. competente. A única coisa que é exigida é que a morada que indicam se situe na
área de competência do tribunal escolhido.
Minutas de Processo Civil p. 29 Minutas de Processo Civil p. 30
Trata-se de uma acção sobre o estado das pessoas, logo o seu valor é de
3.000.001$00 (312º CPC) 5º
Relativamente à utilização da casa de morada de família (durante o processo de
Na 1ª conferência têm de estar presentes ambos os cônjuges. Só pode estar divórcio), os aqui requerentes celebraram acordo, que juntam sob doc. 6.
presente o advogado de um deles se tiver procuração com poderes especiais, por
motivo de ausência daquele cônjuge (só se estiver fora do país ou impossibilitado 6º
de comparecer) - v. 1420º/2 CPC. Quanto à prestação recíproca de alimentos, os cônjuges acordaram nos termos do
doc. 7, que juntam.
Depois da 2ª conferência, os acordos são homologados definitivamente, o que (Note: pode fazer-se aqui ou á parte, se se quer dizer que "0s cônjuges prescindem
significa que passam a valer como sentença (após a 1ª conferência apenas tinham reciprocamente de alimentos")
sido homologados provisoriamente).
7º
PETIÇÃO INICIAL DE DIVÓRCIO POR MÚTUO CONSENTIMENTO Nos termos do n.º 1 do artigo 1775º do CC, os requerentes pretendem dissolver o
seu casamento pelo divórcio, através deste processo de jurisdição voluntária, o que
Exmo. Sr. Juiz lhes é permitido por estarem casados há mais de três anos
de Direito do
Tribunal de Nestes termos, requerem a V. Exa. se digne designar dia e
Família da hora para a realização da conferência prevista no artigo
Comarca de 1420º do CPC e 1776º do CC, seguindo-se os ulteriores
Lisboa termos para que, a final, seja decretado o divórcio entre os
requerentes.
António Dores, casado, CF ___, e mulher, Bela Dores, CF ___, ambos residentes
na Rua _________ (podem morar em sítios diferentes), em Lisboa, vêm requerer o VALOR: 3.000.001$00
seu divórcio por mútuo consentimento, nos termos seguintes: JUNTA: 7 documentos, procuração forense, duplicado legal, documento
comprovativo do pagamento de taxa de justiça inicial.
1º
Os requerentes casaram entre si sob a forma canónica em 26 de Abril de 1982, Assinatura de ambos os cônjuges
conforme certidão de casamento, que se junta sob doc. 1 e se dá por reproduzida. O requerente A requerente
2º
O casal tem duas filhas menores: a Carla e a Dora, de 9 e 12 anos ACORDO DE REGULAÇÃO DO EXERCÍCIO DO PODER PATERNAL
respectivamente, como resulta das certidões de nascimento que se juntam sob
docs. 2 e 3 e dão por reproduzidas. António Dores e Bela Dores, requerentes nos presentes autos de divórcio por mútuo
consentimento, acordam, quanto ao exercício do poder paternal relativo às duas
3º filhas menores do casal, Carla Dores e Dora Dores, o seguinte:
Os cônjuges acordam sobre o exercício do poder paternal nos termos do acordo
que juntam sob doc. 4. 1º
As menores ficam confiadas ao cuidado e guarda da mãe, com a qual residirão, e
4º que exercerá o poder paternal.
Os aqui requerentes possuem em comum os bens constantes na relação (Nota: "guardar': a criança tem sempre de ficar á guarda de alguém)
especificados, que se junta sob doc. 5.
Minutas de Processo Civil p. 31 Minutas de Processo Civil p. 32
2º Os requerentes:
1) O pai poderá visitar as menores às 4ªs feiras de cada semana, indo buscá-las Assinatura de A Assinatura de B
a casa da mãe às 16h00 e entregando-as até às 19h00 desse mesmo dia, sem Nome + BI Nome + BI
prejuízo das obrigações das menores.
2) As menores passarão, alternadamente, os fins-de-semana com cada um dos
progenitores. Para o efeito, o pai irá buscar as menores a casa da mãe entre RELAÇÃO ESPECIFICADA DE BENS COMUNS
as 18h00 e as 19h00 de 6ª feira, e entregá-las-á, em casa da mãe, entre as
20h00 e as 21h00 de Domingo. António Dores e Bela Dores, requerentes nos presentes autos de divórcio, têm em
3) Nos dias dos respectivos aniversários, as menores poderão almoçar com o pai comum os bens que, com os respectivos valores, se passam a enumerar:
e jantar com a mãe.
4) Nos dias de aniversário dos progenitores, as menores jantarão com o ACTIVO
aniversariante.
5) As menores passarão, alternadamente, em cada ano, com um dos VERBA I:
progenitores, a véspera de Natal e o dia de Natal, a véspera de Ano Novo e o 1 mobília de quarto de casal composta por cama, colchão, 2 mesas de cabeceira, 1
dia de Ano Novo, bem como o Domingo de Páscoa. guarda-fatos, 1 cómoda, 2
6) No ano corrente, as menores passarão com a mãe a véspera de Natal e a cadeiras.........................................................................................................................
véspera de Ano Novo, e com o pai os dias de Natal e de ano Novo, e o ............... 30.000$00
Domingo de Páscoa.
1 mobília de quarto de criança em mogno, composta por 1 cama , 1 roupeiro e 1
3º escrivaninha .
1) As menores passarão com cada um dos progenitores os períodos de férias ......................................................................................................................................
destes. ................40.000$00
2) Caso as férias dos progenitores coincidam, as menores passarão metade
desse período com cada um daqueles. VERBA II:
(Nota: o que releva são as férias dos pais porque as dos menores são mais longas) Depósito bancário na conta d/o n.º 00000, no BES, agência das Picoas
.................................... 3.000.000$00
4º
1) O pai. contribuirá a título de alimentos para as menores com a quantia mensal VERBA III:
de Escudos 80.000$00 (extenso), que entregará à mãe até ao dia 8 de cada Veículo automóvel marca Audi, modelo TT, matrícula
mês a que respeitar. XXYYOO........................................... 7.000.000$00
2) Os progenitores suportarão em partes iguais as despesas de carácter
extraordinário que hajam de ser efectuadas com as menores, incluindo a PASSIVO
aquisição de livros e material escolar no início de cada ano lectivo, as de
carácter médico e medicamentoso, eventuais intervenções cirúrgicas ou VERBA I:
próteses e eventuais aulas de ensino especial. Dívida ao BES proveniente de empréstimo bancário para realização de obras na
3) O valor referido no n.º 1 será actualizado anualmente no primeiro mês de cada casa de morada de família..
ano, por aplicação da taxa de inflação publicada pelo INE e relativa ao ano ......................................................................................................................................
anterior. ............. 680.000$00
Os requerentes:
(Vigora apenas durante a pendência da acção de divórcio) Exmo Sr. Juiz de Direito do
Tribunal de Família da
António Dores e Bela Dores, requerentes nos presentes autos de divórcio, acordam, Comarca de Lisboa
quanto à utilização da casa de morada de família, o seguinte:
António Dores e Bela Dores, requerentes nos autos de divórcio à margem
A casa de morada de família sita na Rua, _______ freguesia ____, em Lisboa, será identificados, mantendo o propósito de se divorciar, vêm renovar o pedido e
utilizada pela requerente mulher, que aí residirá com as filhas menores do casal. requerer a V. Exa. se digne designar dia e hora para a realização da conferência
prevista no artigo 1423º do CPC.
Lisboa, (data)
Lisboa, (data)
Os requerentes:
Os requerentes:
Assinatura de A
Assinatura de B
Nome + BI Nome Assinatura de A
+ BI Assinatura de B
Nome + BI Nome
+ BI
ACORDO QUANTO À PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS
António Dores e Bela Dores, requerentes nos presentes autos de divórcio, acordam,
quanto à prestação de alimentos, o seguinte: MINUTA DE REQUERIMENTO DE DIVÓRCIO POR MÚTUO CONSENTIMENTO
1.º
O(A) menor ficará à guarda de ...... (nome do pai ou da mãe), com quem residirá.
Minutas de Processo Civil p. 37 Minutas de Processo Civil p. 38
Assinaturas
2.º
........ (nome do pai ou da mãe) contribuirá, a título de alimentos para o(a) menor,
com a quantia mensal de..... MINUTA DE ACORDO SOBRE O DESTINO DA CASA DE MORADA DE FAMÍLIA
7.º 4.º
O(A) menor passará alternadamente com o pai e com a mãe o dia do seu No caso de ....... contrair novo casamento, entregará a casa de morada de família a
aniversário, mas, sempre que possível, estará com os dois nesse dia (por exemplo, ...... ou, em alternativa, pagará uma renda calculada de acordo com o valor médio
almoçando com o pai e jantando com a mãe). praticado na zona para habitações de tipologia semelhante.
9.º
As férias de verão serão passadas por períodos equitativos com o pai e com a mãe. Nota:
10.º Caso se trate de casa arrendada e o contrato estiver em nome do ex-cônjuge que
As despesas de carácter extraordinários, desde que imprescindíveis ao(à) menor, não fica com ela, o juiz depois oficiará o senhorio da mudança da titularidade, de
serão suportadas por ambos os progenitores. modo a que o arrendamento se transmita.
Localidade e data Caso se trate de casa comum, geralmente é celebrado um contrato –promessa de
Os requerentes partilhas, mas aqui há que ter cuidado, pois tal contrato é juridicamente inválido,
Minutas de Processo Civil p. 39 Minutas de Processo Civil p. 40
dado que a partilha só pode ser feita depois de decretado o divórcio. Esta partilha filhos; e a possibilidade do pai prestar essa contribuição. De realçar que o
pode ser por acordo (escritura pública), ou por inventário judicial (art. 1419.º n.º 1- acordo também deve prever uma forma de actualização da pensão.
b). b) Ao cônjuge: Existe nos casos em que não há independência económica do
cônjuge. Nos termos do art. 2008.º do cc, o direito a alimentos é irrenunciável
porque é um direito indisponível, daí que nos casos em que o cônjuge não os
MINUTA DE ACORDO SOBRE PENSÃO DE ALIMENTOS pretenda, não deve dizer que “prescinde” ou «renuncia», porque estes termos
estão tecnicamente incorrectos. Devemos antes dizer que «nenhum deles
ACORDO SOBRE PENSÃO DE ALIMENTOS carece que o outro lhe preste alimentos».
.........(nome) e ....... (nome), requerentes de divórcio por mútuo consentimento, Há que prever formas de actualização da pensão que podem ser: em função da
acordam, em conformidade com o estabelecido nos arts. 1775.º, n.º 2 do Código variação do índice de inflação; em função do aumento de rendimento (porém nem
Civil e 1419.º n.º 1, alínea f) do Código de Processo Civil, regular a prestação de sempre é possível saber qual foi o aumento, logo, este é um critério muito
alimentos nos seguintes termos: subjectivo).
1.º
Os requerentes acordaram que ....... pagará a ..... uma pensão mensal, no valor de MINUTA DE REQUERIMENTO PARA MARCAÇÃO DE 2.ª CONFERÊNCIA
...... (DIVÓRCIO POR MÚTUO CONSENTIMENTO)
Os requerentes
Nota: Assinaturas
requerido ao tribunal da comarca da residência dos cônjuges (caso em que deverá Perante estes aumentos, a requerente tem sérias dificuldades em lhes fazer face
ser dirigido ao Juiz de Direito do Tribunal da respectiva comarca). com tão exíguo contributo por parte do requerido.
6.º
MINUTA DO PROCESSO ESPECIAL DE ALTERAÇÃO DE ALIMENTOS Acresce a isto, o facto de a Maria Flôr continuar sem receber o auxílio que, por
vezes, o pai lhe prestava: muito pelo contrário, é ela agora quem auxilia o pai que,
Proc. 1444 com 83 anos de idade, está completamente inválido.
3.ª Secção
7.º
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Ademais, a aqui requerente é muito nervosa, pelo necessita de cuidados médicos
Direito do 1º Juízo do regulares.
Tribunal de Família do
Porto 8.º
Ora, dado que não é abrangida pela Segurança Social, tem também que ser ela a
Maria Flôr Cardoso, autora no processo em referência, vem requerer cobrir as despesas médicas e medicamentosas.
2.º 12.º
Tal importância é hoje, manifestamente, insuficiente para cobrir as despesas da Tendo em atenção as necessidades da requerente e as possibilidades do requerido.
requerente.
Nestes termos, nos melhores de
3.º direito e com o sempre mui douto
A inflação depressa desactualizou os rendimentos fixos. suprimento de V. Exa., deve ser
designada a conferência a que se
4.º reporta o n.º 3, do art. 1121.º do
De há um ano a esta parte subiram, significativamente, os preços dos produtos C.P.C. e, quando esta se frustre, vir
alimentares e, sobretudo, os da energia eléctrica, água e telefone. a ser alterada a prestação
alimentícia para 30.000$00, tal
5.º implicando a consequente
Minutas de Processo Civil p. 43 Minutas de Processo Civil p. 44
Deve, entretanto, o presente São alimentos provisórios os fixados no procedimento cautelar regulado nos arts.
pedido de alteração de alimentos 399.º e ss, como dependência da acção em que se peça a prestação de alimentos.
ser apensado aos autos supra em Estes alimentos, taxados segundo o prudente arbítrio do tribunal (art. 2077.º n.º 1
referência. do CC), em função do estritamente necessário para o sustento, habitação e
vestuário do requerente e das despesas da acção, só valem até que se
Valor: 1.800.000$00 (um milhão e oitocentos mil escudos). estabeleçam os alimentos definitivos (art. 399.º). Caducam, todavia, os alimentos
provisórios, como qualquer providência cautelar, nos casos previstos no art. 389.º,
Junta: duplicados e cópias legais e comprovativo do pedido de apoio judiciário na designadamente se a acção de alimentos definitivos não for proposta dentro de 30
segurança social. dias, contados da data da notificação da decisão que os tenha fixado ou, se, uma
vez proposta, estiver parada mais de 30 dias, por negligência do requerente.
O Advogado
(Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. n.º) São alimentos definitivos os arbitrados em processo declarativo onde, principal ou
acessoriamente, se peça a sua fixação. (Nota: Os alimentos definitivos podem ser
pedidos acessoriamente nos processos de divórcio ou separação litigiosos – art.
470º/2).
ALGUMAS NOTAS SOBRE O PROCESSO ESPECIAL DE EXECUÇÃO POR
ALIMENTOS E ALTERAÇÃO DE ALIMENTOS A execução especial por alimentos, quer provisórios quer definitivos, só pode ser
instaurada depois de alguma prestação estar vencida e não paga. Antes do
O direito a alimentos, regulado nos arts. 2003.º e ss do CC, pode resultar do vencimento, a obrigação não é exigível. Esta execução especial pode fundar-se
parentesco (arts. 1781.º, 2020.º e 2023.º), do casamento (arts. 2015.º a 2019.º, tanto em sentença como em título negocial, onde, por acordo das partes, se
108.º e 1774.º), da adopção (art. 1995.º) e do negócio jurídico (art. 2014.º). Cf., tivessem fixado as prestações alimentícias.
ainda, os arts. 1856.º, 1871.º e 1907.º, todos do CC.
Quanto á execução por alimentos no que respeita à cessação ou alteração de
O momento a partir do qual são devidos alimentos definitivos está fixado no art. alimentos, é de referir que:
2006.º do CC; para os alimentos provisórios, rege o art. 399.º do CPC.
A prestação alimentícia, uma vez fixada, não é imutável, podendo ser aumentada
Compete aos tribunais de família preparar e julgar não só as acções de alimentos ou reduzida e até cessar. Com efeito, se as circunstâncias determinantes da sua
entre cônjuges, bem como entre ex-cônjuges, e as execuções correspondentes (art. fixação se alterarem, depois da sua fixação pelo tribunal ou por convenção das
60.º-f) da LOTJ), como preparar e julgar as execuções por alimentos devidos a partes, pode ela ser alterada, para mais ou para menos, conforme os casos (art.
filhos menores e aos filhos maiores ou emancipados a que se refere o art. 1880.º do 2012.º do cc). E pode a obrigação de prestar alimentos cessar, pela morte do
Código Civil (art. 61.º-e), da LOTJ). obrigado ou do alimentado, por aquele que os presta não poder continuar a prestá-
los, por aquele que os recebe deixar de precisar deles ou por o alimentando violar
É da competência do Tribunal de família de Lisboa – e não do Tribunal Cível -, o gravemente os seus deveres para com o obrigado (art. 2013.º do cc).
conhecimento do pedido de alteração de alimentos fixados em acção de divórcio.
O pedido de cessação ou de alteração de alimentos tem tramitação diferenciada
Valor da causa: Art. 307 do CPC – quintuplo da anuidade correspondente ao para os alimentos provisórios e para os alimentos definitivos.
pedido. Assim, no exemplo acima referenciado, o valor da causa é: 30.0000$00 x
12 meses x 5 = 1.800.000$00.
Minutas de Processo Civil p. 45 Minutas de Processo Civil p. 46
No caso de alimentos definitivos, uma vez apresentada a petição de cessação ou Bernardo Amadeu, reformado, e mulher, Carolina dos Anjos Amadeu, reformada,
de alteração de alimentos, são os interessados convocados para uma conferência, ambos residentes na Rua da Saudade, n.º 186, Lisboa,
que se realizará dentro de 10 dias. Conseguido o acordo, é este logo homologado
por sentença; se ele se frustar, deve o pedido ser contestado no prazo de 10 dias, PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS
seguindo-se os termos do processo sumário (art. 1121.º n.ºs 3 e 4).
nos termos e com os fundamentos seguintes:
Vale esta tramitação tanto para o caso de haver como para o de não haver
execução. Havendo execução, o pedido de cessação ou de alteração dos 1.º
alimentos, quer provisórios quer definitivos, deve ser deduzido por apenso àquela O A. é filho de Bernardo Amadeu e Carolina dos Anjos Amadeu, tendo hoje 30 anos
(art. 1121.º n.º 1). Não havendo execução, o pedido, se respeitar a alimentos de idade (doc.1).
provisórios, será deduzido no mesmo processo onde foram fixados os alimentos,
mediante incorporação da petição (arts. 401.º, n.º 2 e 1121.º n.º 2); caso o pedido 2.º
respeite a alimentos definitivos, o pedido é deduzido por dependência da acção O A. concluiu o seu curso de..... quando tinha 25 anos de idade. (doc. 2).
condenatória (art. 1121.º n.º 4, 2.ª parte).
3.º
Em..... o A. foi trabalhar para a empresa .... onde tinha a categoria de .... e auferia
MINUTA DE PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS 300.000$00 (trezentos mil escudos) mensais. (doc. 3).
Hipótese: 4.º
Em .... a empresa .... deixou de laborar, tendo encerrado as suas portas.
António, solteiro, 30 anos, ficou desempregado porque a empresa onde trabalhava
encerrou e despediu todo o pessoal. 5.º
Não dispõe de qualquer bens ou rendimentos para que possa prover ao seu Todos os trabalhadores da empresa foram despedidos.
sustento.
Seus pais, Bernardo e Carolina, ainda estão vivos, auferindo cada um 250 contos 6.º
por mês. Na presente data, o A. não aufere qualquer rendimento mensal nem possui
quaisquer bens ou outros rendimentos com que possa sustentar-se.
Resolução:
7.º
Efectivamente, apesar de todas as suas diligências e tentativas, não logrou até
Exmo. Sr. Juiz de Direito agora, arranjar qualquer emprego.
do Tribunal
Judicial da Comarca de 8.º
Lisboa
Minutas de Processo Civil p. 47 Minutas de Processo Civil p. 48
11.º Imagine que patrocina Maria, residente na Travessa das Necessidades, n.º 1, em
Encontram-se os R.R. a viver no lar ...... onde pagam cada um 125.000$00 por mês. Lisboa, na acção que ela pretende intentar na seguinte situação:
13.º O casal viveu sempre na casa arrendada onde Maria reside, e sempre se deu bem,
Ficam os réus, cada um, com 75.000$00 (setenta e cinco mil escudos) líquidos por até que, há cerca de oito meses, Manuel saiu de casa para ir viver maritalmente
mês. com Ana, sua antiga empregada, na Rua dos Pescadores, Lote A, na Costa da
Caparica, casa esta que ele herdou por óbito dos pais dele.
14.º
Têm pois, os réus, condições de pagar uma pensão alimentar ao seu filho, o autor, Acontece que desde que saiu de casa Manuel não mais contribuiu com qualquer
no valor de esc.: 110.000$00 (cento e dez mil escudos). quantia para a subsistência de Maria, encontrando-se exauridas as economias que
ela foi conseguindo fazer ao longo dos tempos, pelo que se encontra em situação
Pelo exposto devem pois os réus ser condenados a pagar de carência económica.
ao autor, a título de alimentos provisórios, a quantia de
Esc.: 110.000$00 por mês. Aliás, Maria tentou por várias vezes obter emprego mas não conseguiu dada a sua
inexperiência profissional e a idade que já tem, vivendo nos últimos tempos
Para tanto requer-se a V. Exa. se digne a marcar digne a exclusivamente da ajuda económica que lhe é prestada por seus pais.
marcar dia para audiência de julgamento, seguindo-se os
demais termos até final do processo. Maria estima em 90.000$00 mensais a quantia de que carece para fazer face às
suas necessidades a nível idêntico ao que tinha quando vivia com Manuel, incluindo
Testemunhas: nesse valor a renda do casa que habita, quantia esta que Manuel lhe pode pagar
(nome, estado civil, residência).
Minutas de Processo Civil p. 49 Minutas de Processo Civil p. 50
sem dificuldade dado que exerce uma profissão bem remunerada e tem vários
imóveis arrendados que recebeu por herança, pelo que vive desafogadamente. 4º
Ora, tal situação torna-se insustentável para a requerente.
Maria esclareceu, no entanto, que, apesar do comportamento de Manuel, gostaria
de refazer a vida em comum com ele. 5º
Que é doméstica e não tem quaisquer rendimentos de que possa socorrer-se.
Tendo em atenção os elementos acima referidos e ficcionando os que entender
necessários elabore a petição da acção tendente a satisfazer o interesse de Maria. 6º
Pois que, a sua idade e inexperiência profissional não lhe tem permitido obter
PROVIDÊNCIA DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS emprego.
A requerente estima em 90.000$00 (noventa mil escudos) mensais a quantia de que CONTESTAÇÃO NA PROVIDÊNCIA DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS
carece para fazer face às suas necessidades, pois que,
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito do 2º
15º Juízo do Tribunal de Família de
Para a sua alimentação, a aqui requerente tem necessidade de uma prestação Lisboa
mensal nunca inferior a 50.000$00 (cinquenta mil escudos).
Proc. n.º 100/01
16º 2ª Secção
Como paga renda de casa a quantia de 20.000$00 (vinte mil escudos) (vide doc. 2).
Manuel, mediador imobiliário, CF n.º _______, residente na Rua dos Pescadores,
17º lote A, na Costa da Caparica,
Ademais, para vestuário e despesas de transporte, pede a requerente a quantia de
20.000$00 (vinte mil escudos). vem apresentar
Nestes termos, nos mais de direito e com o sempre mui douto CONTESTAÇÃO
suprimento de V. Exa., deve o presente pedido ser ulgado j
procedente e provado e, em consequência, o requerido na providência de alimentos provisórios,
condenado a prestar, mensalmente, à aqui requerente alimentos
provisórios num quantitativo de 90.000$00 (noventa mil escudos). que lhe move sua mulher, Maria,
Para tanto,
Requer a V. Exa. se digne mandar citar o requerido Manuel, nos para tanto dizendo o seguinte:
termos e para os efeitos do n.º 1 do art. 400º do CPC, seguindo-
se até final os demais termos. 1º
É verdade que o aqui requerido deixou o lar conjugal em Janeiro de 2001.
Testemunhas:
1) Ana, casada, doméstica, residente ____; 2º
2) Paula, casada, bancária, residente ____; Dado o facto de existir uma premente incompatibilidade de génios com a
3) João Paulo, casado, bancário, residente _____. requerente.
O Advogado, 5º
(assinatura + nome + domicilio profissional + n.º contribuinte) É, igualmente, verdade que o requerido não mais fez qualquer contribuição para a
subsistência da requerente.
6º
Minutas de Processo Civil p. 53 Minutas de Processo Civil p. 54
A razão desta atitude tem como base o facto de saber que a requerente, entretanto, Nestes termos, nos melhores de direito e com o sempre mui
passou a trabalhar com regularidade para uma boutique sita em Lisboa, douto suprimento de V. Exa., deve o pedido expresso pela
denominada “Bem Vestir”, auferindo, em média e por mês, cerca de 100.000$00. requerente ser considerado improcedente, com todas as
consequências daí advenientes, designadamente, a não fixação
7º de qualquer quantia a prestar pelo Manuel a título de alimentos à
A requerente trabalha em casa, e só uma vez por semana, ao sábado de manhã se Maria.
desloca àquela boutique para entregar a obra feita e receber novas encomendas.
Testemunhas:
8º 1) António, casada, comerciante, residente ____;
È, pois, pura mentira que a Maria viva em situação de carência económica. 2) Paulo, casado, empregado de balcão, residente ____;
3) Bento, solteiro, maior, empregado de balcão, residente _____.
9º
Aliás, é tão real o que aqui se diz que jamais a requerente poderá fazer a prova do Junta: 17 documentos, duplicados legais, procuração e documento comprovativo do
que afirma, dado que várias pessoas sabem que ela trabalha para fora. pagamento antecipado de taxa de justiça inicial (cfr. art. 150º/4 e art. 467º/3 do
CPC).
10º
Ademais, não é verdade que seja desafogada a situação económica do requerido. O Advogado,
(assinatura + nome + domicilio profissional + n.º
11º contribuinte)
É que as rendas que recebe dos vários imóveis de que é proprietário, são muito
baixas, como se verifica pelas cópias dos recibos, que se juntam sob os docs. 1 a
10 e se dão aqui por integralmente reproduzidos. ACÇÃO DE ALIMENTOS
13º Maria, doméstica, CF n.º ________, residente na Travessa das Necessidades, n.º 1,
Oscilando esse vencimento, de acordo com as vendas, conforme se verifica pelos em Lisboa,
recibos de vencimento, que se juntam, sob os doc. 12 a 17, e se dão por
integralmente reproduzidos. vem propor e fazer seguir
15º Manuel, mediador imobiliário, CF n.º _______, residente na Rua dos Pescadores,
Por tudo isto, se vê que as quantias auferidas pelo requerido são destinadas às lote A, na Costa da Caparica,
despesas para sua subsistência, não lhe sendo possível, portanto, contribuir com
qualquer quantia a título de alimentos para sua esposa. nos termos e com os fundamentos seguintes:
Minutas de Processo Civil p. 55 Minutas de Processo Civil p. 56
3º 14º
Altura em que o R. abandonou o lar conjugal e foi viver em declarada mancebia O, esquematicamente, atrás narrado aponta para a necessidade de uma prestação
com uma tal Ana, sua antiga empregada. alimentícia por parte do réu à aqui autora.
4º 15º
Na actual residência, casa esta que ele herdou por óbito de seus pais. Sendo, pois, a todos os títulos injusto que a situação criada pelo R., resulte num
desfavor para a ora peticionante.
5º
O R. sempre contribuiu, voluntariamente, para a subsistência da A. 16º
E mais, apesar do comportamento do R., a A. gostaria de refazer a vida em comum.
6º
Contudo, após o abandono do lar conjugal, o R. nunca mais contribuiu com 17º
qualquer quantia para a subsistência da A. Assim, o R. deverá ser obrigado a contribuir com uma prestação alimentícia mensal
à aqui peticionante, para fazer face às suas despesas normais de subsistência, pois
7º que,
E a verdade é que a impetrante é doméstica.
18º
8º Para a sua alimentação, a aqui requerente tem necessidade de uma prestação
Não tendo rendimento algum. mensal nunca inferior a 50.000$00 (cinquenta mil escudos).
9º 19º
Nem sendo possível vir a auferi-lo, com base em qualquer actividade profissional, Como paga renda de casa a quantia de 20.000$00 (vinte mil escudos) (vide doc. 2).
pois que a sua idade e inexperiência profissional não lhe permitem facilmente obter
emprego. 20º
Ademais, para vestuário e despesas de transporte, pede a requerente a quantia de
10º 20.000$00 (vinte mil escudos).
Todas as economias que a A. foi conseguindo fazer ao longo dos tempos,
encontram-se exauridas. 21º
Tudo visto, considerando as possibilidades do R. e as prementes necessidades da
11º A., pede esta que aquele seja obrigado a contribuir com uma prestação mensal a
Outrossim, é desafogada situação económica do demandado, que é proprietário de seu favor na importância de 90.000$00 (noventa mil escudos).
vários imóveis arrendados que recebeu por herança de seus pais.
22º
12º
Minutas de Processo Civil p. 57 Minutas de Processo Civil p. 58
Refira-se que, oportunamente, a autora requereu o procedimento cautelar de Maria, doméstica, CF n.º ________, residente na Travessa das Necessidades, n.º 1,
alimentos provisórios, como preliminar da presente acção. em Lisboa,
Nestes termos, nos melhores de direito e com o sempre vem propor contra seu marido,
mui douto suprimento de V. Exa., deve a presente acção
ser recebida e o R. condenado a pagar à A. a quantia Manuel, mediador imobiliário, CF n.º _______, residente na Rua dos Pescadores,
mensal de 90.000$00 (noventa mil escudos), a título de lote A, na Costa da Caparica,
prestação alimentícia.
ACÇÃO ESPECIAL DE DIVÓRCIO LITIGIOSO
Requerimento:
Requer-se que, ao abrigo do disposto no n.º 2 do art. 383º nos termos e com os fundamentos seguintes:
do CPC, seja apensado a estes autos o procedimento
cautelar de alimentos provisórios, que foi intentado como 1º
preliminar desta acção de alimentos e que corre trâmites Autora e réu contraíram matrimónio em 27 de Janeiro de 1983, sem convenção
pelo 2º Juízo, 2ª Secção, processo n.º 100/01 desse antenupcial (vide. doc. 1).
Tribunal.
2º
Testemunhas: Inexistem filhos do casal.
1) Ana, casada, doméstica, residente ____;
2) Paula, casada, bancária, residente ____; 3º
3) João Paulo, casado, bancário, residente _____. O casal viveu sempre numa casa arrendada, em plena harmonia conjugal, até que,
Valor: 5.400.000$00 (cinco milhões e quatrocentos mil escudos). (v. art. 307º/2 4º
CPC) Em Janeiro de 2001, ou seja, há cerca de 8 meses, o R. abandonou o lar conjugal e
foi viver em declarada mancebia com uma tal Ana, sua antiga empregada.
Junta: 2 documentos, duplicados legais, procuração (se não for nomeado
oficiosamente) e documento comprovativo da concessão de apoio judiciário 5º
consistente na dispensa de pagamento de taxa de justiça e custas, emitido pelos Para uma casa que o R. herdou por óbito de seus pais.
competentes serviços da segurança social.
6º
O Advogado, A A. é doméstica e nunca exerceu qualquer actividade profissional por o R. a isso
(assinatura + nome + domicilio profissional + n.º contribuinte) se ter oposto.
7º
ACÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/ RELAÇÃO COM A PROVIDÊNCIA Tendo sempre o R. contribuído, voluntariamente, para as despesas do lar e
CAUTELAR DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS subsistência da A.
9º Do atrás articulado, resulta dever o R., ser considerado único e exclusivo culpado
Ora, tal situação torna-se insustentável para a A. na sentença que venha a decretar o divórcio.
10º 20º
Que é doméstica e não tem rendimentos de que possa socorrer-se. Refira-se que, oportunamente, a autora requereu o procedimento cautelar de
alimentos provisórios, como preliminar da presente acção.
11º
Pois que, a sua idade e inexperiência profissional não lhe permitem facilmente obter Nestes termos, nos melhores de direito e com o sempre mui
emprego. douto suprimento de V. Exa., deve a presente acção ser julgada
procedente, por provada, e, em consequência decretado o
12º divórcio em a A. e o R., com culpa exclusiva deste.
Todas as economias que a A. foi conseguindo fazer ao longo dos tempos,
encontram-se exauridas. Requerimento:
Requer-se que, ao abrigo do disposto no n.º 2 do art. 383º do
13º CPC, seja apensado a estes autos o procedimento cautelar de
A A., neste momento, pode dizer, em abono da verdade, que se encontra em alimentos provisórios, que foi intentado como preliminar desta
situação de grande carência económica. acção de divórcio e que corre trâmites pelo 2º Juízo, 2ª Secção,
processo n.º 100/01 desse Tribunal.
14º
Necessitando, pois, que o R. lhe entregue uma mensalidade para o seu sustento, Testemunhas:
habitação e vestuário. 1) Ana, casada, doméstica, residente ____;
2) Paula, casada, bancária, residente ____;
15º 3) João Paulo, casado, bancário, residente _____.
Que a A. estima em 90.000$00 (noventa mil escudos) mensais.
Valor: 3.000.001$00 (três milhões e um escudo). (v. art. 312 CPC)
16º
De salientar que a A. enquanto viveu com o seu marido, auferia uma boa situação Junta: 1 documentos, duplicados legais, procuração (se não for nomeado
económica, assim como de determinado status social, atendendo ao montante que oficiosamente) e documento comprovativo da concessão de apoio judiciário
o R entregava à A. consistente na dispensa de pagamento de taxa de justiça e custas, emitido pelos
competentes serviços da segurança social.
17º
O, esquematicamente, atrás narrado resulta uma clara violação dos deveres de O Advogado,
respeito, fidelidade, coabitação, cooperação e assistência, previstos no art. 1672º (assinatura + nome + domicilio profissional + n.º contribuinte)
do CC.
existência ou pelo menos da aparência do direito, e o justo receio de que alguém A noção jurídica de alimentos compreende tudo aquilo que a pessoa precisa para a
venha a praticar actos capazes de lhe causarem lesão grave e de difícil reparação, sobrevivência, ou até mesmo para manter a situação que tinha antes da ruptura da
salvo se o prejuízo resultante da providência exceder o dano que com ela se vida em comum.
pretende evitar.
Arresto: providência cautelar quando há receio de perda de património que serve de
Os requerimentos destas providências não são distribuídos, mas são averbados e garantia a uma obrigação. Actualmente já pode ser pedido contra comerciantes em
sabemos, desde logo, qual é o juízo e a secção onde vai ser averbado. nome individual, e até mesmo contra sociedades comerciais.
Correm em férias, isto é, os prazos não se interrompem em férias. No entanto o Se a providência cautelar for instaurada na pendência da acção de divórcio, corre
requerimento inicial não pode ser entregue em férias, daí que se o prazo terminar por apenso, isto é, será entregue na secção onde corre o divórcio.
dentro das férias, o último dia passa para o primeiro dia depois das férias. Porquê
este tipo de contagem de prazo? Porque este é um prazo substantivo. Arrolamento: É uma providência cautelar que visa a conservação de determinados
bens. Ao requerermos o arrolamento, indicamos logo as testemunhas e os
É um processo acelerado: são reduzidas ao mínimo as diligências; a prova deve ser documentos, se os houver.
logo indicada no requerimento inicial; a providência pode ser declarada mesmo
antes de ser ouvido o requerido, dada a urgência e natureza da providência. Num arrolamento de património comum não é preciso justificar o interesse na
conservação dos bens, pois dado que é um património comum, há interesse na
A justeza de um procedimento cautelar afere-se pelo direito que se pretende conservação. Temos, no entanto, que indicar onde estão os bens. Quem requerer o
defender. O uso das providências não especificadas depende não da conveniência arrolamento fica fiel depositário dos bens arrolados, logo, fica sujeito às
do requerente, mas de não se ajustar ao caso qualquer outro procedimento. Assim, consequências do infiel depositário.
e por exemplo, deve ser liminarmente indeferido o requerimento para uma
providência cautelar não especificada se a providência adequada à garantia do
crédito for o arresto. MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DE DESPEJO C/ PROCESSO
SUMÁRIO
As providências cautelares não especificadas são sempre dependência de uma
causa que tenha por fundamento o direito a acautelar e podem instaurar-se como Hipótese:
preliminar ou como incidente da acção.
Eufrasino e Dulcinda Casas Novas deram de arrendamento a um rapaz solteiro um
Procedimentos cautelares especificados: Alimentos provisórios – arts. 399.º e ss; andar, em Outubro de 1996.
Arresto – arts. 406.º e ss; Arrolamento – arts. 421.º e ss. Em Janeiro de 2000 foram ver esse andar porque os vizinhos de baixo mandaram-
lhes uma carta a dizer que tinham infiltrações, que afinal não eram provenientes do
Alimentos provisórios: Não é uma acção definitiva, mas provisória. Temos que andar destes mas sim do andar de cima.
alegar os factos de onde decorre para o requerido a obrigação de prestar alimentos:
ser pai de menores (certidões de nascimento); ser marido da requerente (certidão Ficaram muito admirados quando a porteira lhes abriu a porta, e eles viram a casa
de casamento). Nota: a obrigação de os pais garantirem o sustento e, portanto, a praticamente vazia.
segurança, a saúde e a educação dos filhos, não cessa com a maioridade destes,
desde que os filhos não tenham completado a sua formação profissional. A porteira disse-lhes que o rapaz não mora lá porque tem uma namorada em Sintra
e desde Novembro de 1998 que foi viver com ela. Disse-lhes que Jaquelindo Novo
Também temos que alegar factos que demonstrem: a necessidade de quem pede Namora lhe deixou a chave para ela ir ao andar ver se estava tudo bem, e deixou o
os alimentos; a possibilidade daquele a quem se pede de os prestar. número de telefone da casa da namorada caso fosse necessário alguma coisa,
porque estão a fazer uma experiência pré-matrimonial.
Minutas de Processo Civil p. 63 Minutas de Processo Civil p. 64
A mãe de Eufrasino está doente e precisa de apoio constante. A casa onde vive E e Acção de despejo sob a forma de processo sumário,
D só tem 2 assoalhadas e a casa arrendada tem 3, por isso os Casas Novas
pretendem mudar-se para lá para poder tomar conta da mãe de E. nos termos e com os fundamentos seguintes:
Petição Inicial: 5º
A renda inicial era de Escudos _____, e, mercê das actualizações legais é hoje de
Exmo Sr. Juiz de Direito do Tribunal Cível da Escudos _____, como resulta de cópia dos recibos referentes aos dois meses
Comarca de Lisboa imediatamente anteriores á data da propositura da presente acção - Novembro e
Juízos Cíveis Dezembro de 2000 - docs. 3 e 4, que se juntam e dão por integralmente
reproduzidos.
Eufrasino Constante Ruas, electricista, C.F. n.º _____, e mulher Dulcinda Casas
Novas, costureira, C.F. n.º ____ ambos residentes na rua ____ freguesia ___, 6º
concelho____ Os AA. residem em casa própria composta por cozinha, casa de banho, uma sala e
um quarto conforme resulta do doc. 5, que se junta e dá por integralmente
Vêm intentar contra reproduzido.
Jaquelindo Novo Namora, solteiro, maior, advogado estagiário, C.F. n.º ___, 7º
residente na rua ___ em Sintra, A A. mulher é costureira e executa os seus trabalhos de costura em casa,
Minutas de Processo Civil p. 65 Minutas de Processo Civil p. 66
12º 22º
Está incapacitada para sozinha efectuar a sua higiene diária, vestir-se e alimentar- Assim, os AA. reúnem as condições legais para exercer, como aqui exercem, o
se. direito de denúncia do contrato de arrendamento.
17º 27º
E não podem acomodar devidamente a mãe do A. marido, que também não dispõe Não recebe aí os seus amigos e a sua correspondência,
de um espaço próprio.
28º
18º Não possui na casa arrendada frigorífico, esquentador, fogão, nem máquinas de
lavar,
Minutas de Processo Civil p. 67 Minutas de Processo Civil p. 68
31º
Conferem aos AA. o direito de pedir a resolução do contrato de arrendamento à luz
do disposto no art. 64º/1 al. i) do RAU.
E, em qualquer caso,
Lisboa, que constitui como seu mandatário o Sr. Dr. António Rocha, Advogado, com
MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DE DESPEJO E DE CONTESTAÇÃO escritório na Av. da República n.º 2, 3º Dto., em Lisboa
DE ACÇÃO DE DESPEJO
Vem intentar contra
HIPÓTESE:
António Dias, casado, reformado, residente na Trav. Dores de Barriga, n.º. 100, R/C
Admita que, por carta registada em 26 de Março de 1999, foi nomeado para em Lisboa,
patrocinar António, R. na acção distribuída em 4 de Fevereiro de 1999 à 3ª Secção
do 7ª Juízo Cível de Lisboa, a qual tem o n.º. 121/99, e cujo duplicado, remetido por Acção de Despejo, com processo sumário,
via postal, foi recebido pela mulher do R. no domicilio de ambos em 25 de Fevereiro
do mesmo ano. nos termos e com os fundamentos seguintes:
Na conferência que teve com António foi-lhe dito ter ele construído, efectivamente, o 1.º
anexo referenciado na petição, mas que tal anexo é feito de alumínio anodizado e O A. é proprietário do prédio urbano sito em Lisboa, na Travessa Dores de Barriga,
vidro, pelo que é removível em qualquer momento, não alterando, por isso, a n.º 100, descrito na 15.ª Conserv. Reg. Predial sob o n.º. 000 da Freguesia de N.ª
estrutura do prédio. Sra. Dos Estagiários e inscrito na matriz urbana da mesma freguesia sob o n.º 111
(doc. 1).
Mais lhe disse o António que é falso que na conversa que o senhorio teve com a
mulher dele, a que se reporta no art. 4.º da petição, ele tenha dado ordem de 2.º
demolição imediata do anexo, tendo, pelo contrário, aprovado a sua construção, Por contrato reduzido a escrito particular celebrado em 1 de Janeiro de 1970, de
referindo, apenas, que ele deveria ser retirado quando o arrendamento cessasse. que protesta juntar cópia, o A. cedeu ao R. para habitação, o gozo do rés-do-chão
do prédio aludido no artigo anterior, pelo prazo de seis meses, mediante a
Referiu, finalmente, António que vive exclusivamente da sua pensão de reforma, no retribuição então fixada de 1.100$00 mensais, a qual mercê das actualizações
montante de 80.000$00 e que gasta, em média, cerca de 10.000$00 mensais em entretanto operadas, é actualmente de 12.200$00, contrato este que, por isso, se
médicos e medicamentos. configura como de arrendamento (doc. 2).
QUESTÃO: 3.º
Acontece que em meados de 1997 o R. construiu no quintal do rés-do-chão
Tendo em conta os elementos facultados pelo enunciado, elabore a minuta da arrendado um anexo com a área de 6m2, encostado a um canto da parede traseira
contestação a apresentar pelo R. do prédio.
(Para resolução da questão: Art. 64º do RAU)
4.º
O A. não autorizou a construção do aludido anexo, tanto que, ao tomar
PETIÇÃO INICIAL DA ACÇÃO DE DESPEJO conhecimento dessa construção, no início de Outubro desse ano, disse ao cônjuge
do R. que o devia demolir de imediato.
Exmo. Sr. Dr. Juíz do
Tribunal Cível da Comarca 5.º
de Lisboa O que ele não fez até à presente data.
João Costa, viúvo, empresário, portador do B.I n.º 52893474, emitido em 11/9/96 6.º
pelo CICC de Lisboa, contribuinte n.º. 225251525, residente na Rua da Aflição, em
Minutas de Processo Civil p. 71 Minutas de Processo Civil p. 72
3.º
Pelo que, estamos perante uma excepção dilatória, nos et rmos da alínea e) do art.
494.º do CPC., que implica a absolvição da instância.
II. Caducidade:
4.º
É verdade que o autor teve conhecimento da construção da marquise em Outubro
de 97, conforme reconhece no art. 4.º da petição inicial.
5.º
Pelo que caducou o seu direito de pedir a resolução do contrato, nos termos do n.º
1 do Art. 65.º do Regime do Arrendamento Urbano aprovado pelo DL 321-B/90 de
15.10. (tem 1 ano para intentar a acção)
Minutas de Processo Civil p. 73 Minutas de Processo Civil p. 74
9.º O Advogado
O autor aprovou a construção do anexo, referindo apenas que o mesmo deveria ser (nomeado oficiosamente)
retirado quando o arrendamento cessasse. (Assinatura + Domicílio Profissional + Contr. n.º)
10.º
Pelo que não ocorre qualquer caso de resolução do contrato de arrendamento.
C. Em Reconvenção:
11.º
O R. efectuou, por sua conta, a construção do referido anexo.
12º
Tendo gasto na construção do mesmo a quantia de Esc. 500.000$00 (doc. 1).
13.º
Esta construção integra o conceito de benfeitorias úteis, já que incrementa o valor
do imóvel e aumenta a área total habitável do locado em mais 15 m2.
Termos em que:
a) deve a acção ser julgada improcedente
por não provada e o R. absolvido do
pedido;
b) ser julgado procedente, por provado, o
pedido reconvencional e, o reconvindo
Minutas de Processo Civil p. 75 Minutas de Processo Civil p. 76
1º 10º
O A. é dono e legitimo proprietário da fracção autónoma designada pela letra "E" do Por estes factos, verifica-se que os RR. não têm o centro da sua vida familiar e da
prédio urbano sito na Rua da Rosa, n.º 28, r/c dtº, em Sintra, inscrita na matriz sob o sua economia doméstica no arrendado,
artigo n.º ____, e descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Sintra com o
valor patrimonial de 25.000.000$00 (doc. 1 e 2). 11º
Não lá residindo permanentemente, pois só haveria residência permanente se o
2º arrendado fosse “onde habitualmente dormem, tomam as refeições, convivem e
Os RR. celebraram em 02 de Dezembro de 1998, contrato de arrendamento para recebem amigos e a correspondência” (Acórdão STJ de 5.3.1985).
habitação, tendo como objecto a referida fracção autónoma, com o A., pagando a
renda mensal actualizada de 80.000$00 (doc. 3). 12º
Existe falta de residência permanente, visto até a correspondência ser remetida
3º para outra morada, devendo ser propósito dos RR. deixar de residir no arrendado.
O A. veio a verificar que desde, aproximadamente, Junho de 1999, os RR. deixaram
de residir no arrendado. 13º
Tais factos conferem ao A. o direito de pedir a resolução do contrato de
4º arrendamento à luz do disposto no art. 64º/1 al. i) do RAU.
E também os vários vizinhos achavam estranho a casa estar sempre fechada,
inclusive aos fins de semana. Nestes termos e nos mais de direito, deve a
presente acção ser julgada procedente e provada
5º devendo os RR. serem condenados a:
a) Despejo do locado;
Minutas de Processo Civil p. 77 Minutas de Processo Civil p. 78
b) Serem os RR.
condenados no CONTESTAÇÃO Á ACÇÃO DE DESPEJO
pagamento integral
das taxas de justiça Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito do
e condigna Tribunal Judicial da Comarca de
procuradoria. Sintra
1º Juízo
Para tanto, devem os RR. ser citados para contestar, 2ª Secção
querendo, no prazo e sob cominação legais, Proc. n.º ____
seguindo-se os ulteriores termos até ao final.
CONTESTANDO a acção que
Valor: Escudos 960.000$00 (novecentos e sessenta mil escudos) lhes é movida pelo A. dizem os
RR.
Junta: 4 documentos, procuração forense, duplicados e cópias legais, documento
comprovativo do pagamento da taxa de justiça. Por Impugnação:
Prova testemunhal: 1º
1) F _______, residente _______ São verdadeiros os factos articulados nos arts. 1º e 2º da p.i.,
O Advogado, 2º
(assinatura + nome + domicilio profissional + n.º Já não sendo o mais que lá se alega.
contribuinte)
Por Excepção:
3º
Sim é verdade que os RR. já não se encontram a morar na casa arrendada, pois
viram-se obrigados a retirar-se do arrendado em Junho de 1999,
4º
Visto, os tectos dos quartos do arrendado se encontrarem em precário estado (doc.
1).
5º
De tal modo, que ameaçavam ruína devido à humidade.
6º
Esta situação foi suportada pelos RR durante algum tempo.
7º
Tendo o senhorio sido avisado da precaridade dos tectos, sendo que este nada fez
para alterar a situação (doc. 2).
Minutas de Processo Civil p. 79 Minutas de Processo Civil p. 80
14º
Os RR. encontram-se recenseados na freguesia de Santa Maria (doc. 5).
15º
Toda a documentação dos RR. contém a morada do arrendado, inclusive a cara de
condução (doc. 6).
16º
Os RR. encontram-se inscritos no Centro de Saúde de Sintra (doc. 7).
17º
A água, luz e telefone encontram-se em nome do R. marido.
18º
Assim, embora os RR. estejam obrigados a residir no arrendado,
19º
Minutas de Processo Civil p. 81 Minutas de Processo Civil p. 82
Posto isto,
MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DE DESPEJO
5.º
Exmo. Sr. Dr. Juíz do Um anterior proprietário do prédio em questão deu o citado rés-do-chão –
Tribunal Cível de Lisboa correspondente à actual fracção autónoma identificada pela letra “D” – de
arrendamento a Semião Ferreira da Silva, para habitação deste, com efeitos a partir
Maria do Patrocínio Nunes, solteira, maior, residente no Largo de Santos-O-Novo, de 3 de Maio de 1951 e sem determinação de prazo (doc. 1).
7, 1.º A, 1900-000 Lisboa, contribuinte fiscal n.º 160633150,
6.º
vem intentar contra, Semião Ferreira da Silva faleceu em 29 de Março de 1983 (doc. 2).
Carla Alexandra Simões Ferreira da Silva, casada, e marido, José António Ferreira 7.º
Valada da Silva, residentes no Largo de Santos-o-Novo, 7, r/c. Esq., 1900-000 Sucedeu-lhe na titularidade desse arrendamento a sua viúva, Maria de Jesus
Lisboa, Rodrigues da Silva.
1.º 10.º
A A. é proprietária da fracção autónoma identificada pela letra “D” – correspondente À data da morte da avó – Maria de Jesus Rodrigues da Silva, a R. e o seu marido
ao rés-do-chão, lado esquerdo, com entrada pelo número 7 – do prédio urbano sito não conviviam com ela há mais de um ano.
no Largo de Santos-o-Novo, números 5,6,7 e 8, Freguesia de Santa Engrácia, em Com efeito,
Lisboa, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa sob o n.º 5.959,
do Livro B-26, e presentemente inscrito na matriz predial urbana da Freguesia de S. 11.º
João sob o artigo 131. Entre Dezembro de 1993 e Maio de 1994 os R.R. não pernoitaram, não
confeccionaram nem tomaram refeições, não cuidaram de roupa sua, não passaram
2.º tempos livres, com carácter de habitualidade e permanência e em comunidade de
O direito de compropriedade da A. sobre o prédio do qual faz parte a fracção economia doméstica, no rés-do-chão identificado supra no artigo 1.º.
autónoma identificada no artigo anterior foi inscrito em 17 de Setembro de 1984.
12.º
3.º Não conviveram, portanto, com a avó da R. durante esse período de tempo.
A constituição do mesmo em propriedade horizontal e a sua divisão foram
efectuadas por escritura pública lavrada no 15.º Cartório Notarial de Lisboa em 14 13.º
de Agosto de 1987. A R. só voltou a fazê-lo em Maio de 1994, cerca de três meses antes do seu
falecimento.
4.º Por outro lado,
O direito de propriedade exclusivo sobre a fracção autónoma em causa encontra-se
definitivamente registado a seu favor desde esse mesmo ano. 14.º
Minutas de Processo Civil p. 83 Minutas de Processo Civil p. 84
16.º 26.º
Desse casamento nasceu, em 26 de Março de 1992, Cláudia Cristina de Oliveira Seja qual for o regime matrimonial, a posição do arrendatário não se comunica ao
Luís Nunes Barata (doc. 7). cônjuge e caduca por morte, sem prejuízo do disposto nos dois artigos seguintes...
(DL n.º 321-B/90, de 15/10-RAU-Art. 83.º).
17.º
O filho, nora e neta da A. vivem no 1.º piso desse prédio, num espaço com cerca de 27.º
40m2 de área, que o filho da A., com obras por si efectuadas, subdividiu num quarto O arrendamento para habitação não caduca por morte do primitivo arrendatário ou
para si e para a sua mulher, numa sala – que serve de sala de jantar, sala de estar daquele a quem tiver sido cedida a sua posição contratual, se lhe sobrevier
e quarto da filha -, numa divisão onde trabalha em fotografia publicitária, numa descendente com menos de um ano de idade ou que com ele convivesse há mais
cozinha e numa casa de banho. de um ano. (RAU, Art. 85.º, alínea b).
18.º 28.º
Todas essas divisões são de reduzidíssimas dimensões. O senhorio pode denunciar o contrato para o termo do prazo ou da sua renovação,
nos casos seguintes: - Quando necessite do prédio para sua habitação, ou dos seus
19.º descendentes em 1.º grau ou para nele construir a sua residência ou dos seus
O casal pretende ter mais filhos. descendentes em 1.º grau. (RAU, Art. 69.º n.º 1, alíneas a) e b)).
20.º 29.º
O filho da A. tem necessidade de aumentar a sua actividade profissional, como O prazo de arrendamento urbano é de seis meses, se outro não for determinado por
forma de garantir o seu sustento e de contribuir para o do seu agregado familiar. lei, convencionado pelas partes ou estabelecido pelos usos. (RAU, Art. 10.º).
21.º 30.º
No espaço de que actualmente dispõem, tal não é possível. A denúncia do senhorio deve ser feita em acção judicial, com a antecedência
mínima de seis meses relativamente ao fim do prazo do contrato, mas não obriga
22.º ao despejo enquanto não decorrerem três meses sobre a decisão definitiva. (RAU,
O rés-do-chão identificado no artigo 1.º desta petição tem a área aproximada de Art. 70.º).
40m2, e é composto de duas divisões assoalhadas e saguão.
31.º
23.º Dos factos alegados nesta petição, resulta que o direito ao arrendamento sobre o
Depois de sofrer algumas obras, reúne as condições necessárias para o filho da A. questionado rés-do-chão, da qual era primitivo titular o avô da R., Semião Ferreira
e o seu agregado familiar poderem satisfazer as necessidades mencionadas supra da Silva, não se transmitiu para ela.
nos artigos 19.º e 20.º.
32.º
24.º Pelo que ela não dispõe de título que lhe permita continuar a ocupá-lo para sua
A R. recusa-se a entregar o referido rés-do-chão à A., livre e desocupado. habitação.
Minutas de Processo Civil p. 85 Minutas de Processo Civil p. 86
33.º
Se assim se não entender, deverá reconhecer-se que a A. necessita do mesmo MINUTA DE CONTESTAÇÃO DE ACÇÃO DE DESPEJO
para habitação do seu filho e, consequentemente, ser-lhe permitida a denúncia do
arrendamento para produzir efeitos em 30 de Abril de 1996, termo do prazo que
eventualmente se renovar em 1 de Novembro de 1995. Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa
2.º Juízo Cível
Nestes termos e mais de direito, deve a presente acção ser julgada procedente por 2.ª Secção
porvada e, consequentemente: Proc. n.º 3698
5.º
Assim, a R., convivia com a falecida inquilina, sua avó, há muito mais de um ano à
data da sua morte (vid. Doc. 1).
Minutas de Processo Civil p. 87 Minutas de Processo Civil p. 88
O Advogado
6.º Assinatura + morada profissional + n.º de
A R. comunicou à A. a morte da falecida inquilina por carta registada com aviso de contribuinte
recepção, dentro do prazo de 180 dias referido no art. 89.º n.º 1 do RAU.
7.º
Tal comunicação foi acompanhada dos documentos autênticos que constituem
autênticos que constituem os docs. 3 e 4 juntos com a douta p.i. e que justificam o
direito da ora R.
8.º
Consequentemente, assiste à R. o direito à transmissão do arrendamento nos
termos do art. 85.º n.º 3 do RAU.
(Impugnação)
9.º
Quanto aos factos alegados nos arts. 17.º, 18.º, 19.º, 20.º, 21.º e 23.º, a R.
desconhece e não tem obrigação de conhecer da veracidade desses factos, pelo
que os impugna para todos os efeitos legais.
10.º
É verdade que a casa dos autos tem duas divisões assoalhadas de reduzidas
dimensões e um saguão, tendo uma área aproximada de 40 m2.
11.º
A casa dos autos não tem cozinha, estando esta instalada no corredor.
12º
A R. considera provados todos os factos alegados.
6.º
Tribunal Judicial de Lisboa E impugnam-se as declarações que serviram de base ao dito atestado, do seguinte
2.º Juízo Cível modo: quanto á residência no andar dos autos, são falsas por não responderem à
2.ª Secção verdade; quanto à convivência entre os R.R., a A. desconhece nem dela tem
Proc. n.º 3698 obrigação de saber.
Exmo. 7.º
Senhor Juiz de Direito Por outro lado, e atentos os factos alegados, irrelevante também é terem os R.R.
enviado à A. a carta a que se reportam os arts. 6.º a 8.º da contestação, uma vez
Resposta à Contestação, que o direito à transmissão do arrendamento só existiria caso o descendente, à data
da morte da arrendatária, convivesse com ela há mais de um ano, o que não era o
A A. Maria do Patrocínio Nunes, ao abrigo do disposto no art. 785º do CPC, vem caso.
dizer o seguinte:
8.º
Consequentemente, vai nos termos expostos impugnada a matéria das excepções
1.º constantes dos arts. 2.º a 8.º da contestação.
A A. dá aqui por reproduzida toda a matéria alegada na p.i., que corresponde,
inteiramente à verdade. 9.º
Finalmente, a A. desconhece, nem tem obrigação de conhecer da alegada
2.º insuficiência económica da ré, pelo que, à excepção do valor da renda a que se
Na verdade á data da morte da arrendatária – Maria de Jesus Rodrigues da Silva – reporta o art. 14.º da contestação, se impugna tudo o que vem alegado nos artigos
nem a ré nem o seu marido, também R., conviviam com ela há mais de um ano. 12.º a 16.º deste articulado.
Ora, muito embora entenda a Apelante ter demonstrado a bondade da sua tese,
porque a provou, a Mrtssm.ª Senhora Juíza “a quo” decidiu contra o pedido.
II.
Discutida a causa, ficou provada a seguinte matéria de facto, na parte que importa
ao âmbito da Apelação.
Minutas de Processo Civil p. 93 Minutas de Processo Civil p. 94
1. 14.
A A. é dona do r/c Esq. do prédio urbano sito no Largo de Santos-o-Novo, n.ºs 5, 6, A ré só passou a fazê-lo em Maio de 1994, cerca de três meses antes do
7 e 8, Freguesia de Sta. Engrácia, Lisboa; falecimento da sua avó.
2. 15.
Um anterior dono desse prédio deu o r/c Esq. do mesmo de arrendamento a À excepção do período referido no quesito 1.º, a ré habita a casa dos avós desde a
Semião Ferreira da Silva, para habitação deste, com efeitos a partir de 03/01/1951 e altura em que nasceu, nela dormindo, tomando as suas refeições e recebendo
sem determinação de prazo; familiares e amigos.
3. III.
Semião Ferreira da Silva faleceu em 29/03/1983, no estado de casado com Maria
de Jesus Rodrigues da Silva; Considerando a matéria de facto que se enunciou, e após algumas considerações
quanto à diferença existente entre a antiga formulação do revogado art. 1111.º do
4. CC, que usava o verbo viver, enquanto a alínea c) do art. 85.º do RAU usa o verbo
Esta sucedeu-lhe na titularidade do arrendamento e faleceu em 04/08/94; conviver – e acrescente-se, desde já, que ambos os verbos, para estes efeitos
continuam a ser interpretados da mesma maneira -, conclui a douta sentença, para
5. julgar improcedente o pedido principal, do seguinte modo:
A Ré é neta paterna de ambos;
“...Desconhecendo-se as razões que levaram a ré a ausentar-se do locado naquele
6. período de tempo e que podem não corresponder efectivamente a uma ruptura,
E casou com o R. em 05/05/1990. prevista e desejada, como definitiva de convivência com a avó, nem por isso se
deixará de poder falar em convivência há mais de um ano...” (Sic).
7.
Nos autos de regulação do poder paternal que correram termos no Tribunal de IV.
Menores de Lisboa, respeitantes à Ré, foi acordado que fica confiada à guarda do
pai, continuando a viver com os avós paternos; Ora, está provado que os R.R. não pernoitaram, não confeccionaram, não tomaram
refeições, não cuidaram de roupa sua, não passaram tempos livres com carácter de
8. habitualidade e permanência e em comunidade de economia doméstica com a avó
A Ré comunicou à A. a morte de sua avó nos 180 dias subsequentes à mesma, da ré, no r/c dos autos durante um período que antecedeu em, pelo menos três
fazendo-o por carta registada com a/r e juntando certidão de óbito daquela e do meses o de Maio de 1994.
vencimento dela própria.
O mesmo é dizer que os R.R. romperam os laços que os ligavam ao arrendado e ao
............. agregado familiar de que faziam parte, constituído pela avó paterna da ré e por eles
próprios, pelo menos e durante o ano que antecedeu o óbito, três meses antes da
13. respectiva ocorrência.
Os R.R. não pernoitaram, não confeccionaram, não tomaram refeições, não
cuidaram de roupa sua, não passaram tempos livres com carácter de habitualidade Na verdade, pelo menos durante três meses — e se se diz pelo menos, quer dizer
e permanência e em comunidade de economia doméstica com a avó da Ré, no r/c que tal período ultrapassou os três meses — os R.R. saíram do arrendado, levaram
referido em A) durante um período que antecedeu em, pelo menos três meses o de a sua roupa, deixaram de ter no arrendado a sua residência permanente, criaram,
maio de 1994. noutro local outro agregado familiar, de que não fazia parte a avó da Apelada!
Minutas de Processo Civil p. 95 Minutas de Processo Civil p. 96
Se isto não é ruptura, não se vê, com toda a franqueza, o que possa ser! Em conclusão
É verdade, que não consta dos autos a razão porque é que a ré mudou de 1.
residência permanente durante o referido período. Mas o desconhecimento de tal À data da morte de sua avó, a quem fora transmitida a posição de arrendatária, a
razão apenas à Apelada é de imputar. Apelada e seu marido, não conviviam com ela, e no arrendado, há um ano.
Na verdade, o facto é que esta não alegou qualquer facto — vg. um qualquer de 2.
força maior — que justificasse a ausência por tal período. Na verdade, os R.R. não pernoitaram, não confeccionaram, não tomaram refeições,
não cuidaram de roupa sua, não passaram tempos livres com carácter de
E, se de uma mera ausência se tratasse — que não de uma ruptura —, facto habitualidade e permanência e em comunidade de economia doméstica com a avó
extintivo do direito que a Apelante pretende fazer valer, a ela ré, ou a eles, réus, da ré, no r/c referido nos autos, durante um período que antecedeu em, pelo menos
competia o respectivo ónus probandi. três meses, o de Maio de 1994.
Como nada alegaram, não pode deixar de se concluir que os Apelados não 3.
viveram, nem conviveram com aquela a quem se transmitira o arrendamento, por Sendo que a avó da Apelada, aquela a quem fora transmitida a posição contratual
óbito do seu marido, avô da Apelada, no ano anterior ao da sua morte. de arrendatária, faleceu em 4 de Agosto de 1994.
Conforme o disposto na alínea b) do art. 85.º do RAU, o arrendamento não caduca Termos em que
por morte daquele a quem tenha sido cedida a sua posição contratual, se lhe
sobreviver descendente com menos de um ano de idade ou que com ele Deve a douta sentença do Tribunal “a quo” ser revogada e substituída por outra que
convivesse há mais de um ano. reconheça a caducidade do contrato e
Condene os Apelados a despejarem-no e entregarem-no imediatamente, livre de
No caso dos presentes autos a Apelada, à data da morte de sua avó, não vivia (ou pessoas e bens, à apelante
convivia) com ela há um ano, sequer.
Como é de Justiça!
Minutas de Processo Civil p. 97 Minutas de Processo Civil p. 98
O Advogado
Assinatura + morada profissional + n.º de
contribuinte
Minutas de Processo Civil p. 99 Minutas de Processo Civil p. 100
Jaime Roldão, viúvo, empresário, portador do B.I n.º 525896587, emitido em 8.º
11/9/96 pelo Arquivo de Identificação de Lisboa, contribuinte n.º 222222222, A falta de pagamento da renda no tempo e lugar próprios é fundamento da
residente na Rua dos Sapadores, n.º 26-1.º Esq., 1200-000 Lisboa, resolução do contrato pelo senhorio, nos termos da alínea a), do n.º 1, do art. 64.º
do R.A.U..
vem intentar contra
Termos em que deve a presente acção
Augusto Pinto Sousa, tipógrafo, e mulher, Ana Ramos de Sousa, doméstica, ser julgada procedente por provada e,
residentes na Rua da Saudade, n.º 186, 1.º, 1100-000 Lisboa, por via disso, declarada a resolução do
contrato de arrendamento celebrado
Acção de Despejo, com processo sumário, entre o autor e réus e condenados estes
a despejar o locado.
nos termos e com os fundamentos seguintes:
Devem ainda ser estes condenados a
1.º pagar ao Autor a quantia de
O autor é legítimo proprietário do prédio urbano sito na Rua da Saudade, n.º 186.º, 275.000$00, bem como, na importância
em Lisboa. que resultar do somatório das rendas,
entretanto vencidas.
2.º
Tal qualidade resultou da compra que efectuou do referido imóvel, por escritura de
18 de Abril de 1988, no 5.º Cartório Notarial de Lisboa (vide doc. 1). Valor: 935.000$00 (novecentos e trinta e cinco mil escudos) (art. 307.º n.º 1 do
CPC)
3.º
Por contrato de 30 de Dezembro de 1992, o autor deu de arrendamento aos réus o Junta: 2 documentos, procuração forense e duplicados e cópias legais, documento
1.º andar do citado imóvel (vide doc. 2). comprovativo do pagamento da taxa inicial de justiça.
4.º O Advogado
O contrato foi celebrado pelo prazo de um ano, renovável por sucessivos e iguais Assinatura + morada profissional + n.º de
períodos, tendo o seu início em 1 de Janeiro de 1993 (vide doc. 2). contribuinte
5.º
Foi convencionada a renda anual de 660.000$00, pagáveis em duodécimos de
55.000$00, no 1.º dia útil anterior ao mês a que respeitasse, na casa do senhorio, o MINUTA DE CONTESTAÇÃO DE ACÇÃO DE DESPEJO
aqui autor (vide doc. 2).
Minutas de Processo Civil p. 101 Minutas de Processo Civil p. 102
7.º
2.º Juízo Cível de Lisboa Caso a presente acção seja julgada procedente, o que só por mera hipótese se
1.ª Secção admite, os réus, nos termos do disposto nos arts. 102.º e ss. do R.A.U., requerem o
Processo n.º 632/97 diferimento da desocupação do locado.
Exmo. 8.º
Sr. Dr. Juiz de Direito Com efeito, verificaram-se em relação aos réus razões sociais imperiosas que
possibilitam o diferimento da desocupação do arrendado.
Augusto Pinto Sousa e mulher, Ana Ramos de Sousa, réus nos autos á margem
identificados, vêm, em 9.º
O réu marido era impressor na «Tipografia Dominante, Lda», empresa que se viu
CONTESTAÇÃO forçada a fechar as suas portas, tendo todos os seus trabalhadores sido alvo de um
despedimento colectivo (vide doc. 1).
dizer o seguinte:
10.º
1.º É certo que ao réu vai ser atribuída uma indemnização, mas de escasso montante.
Por corresponder á verdade, não se impugna o alegado na petição inicial.
11.º
Por Excepção: E o réu, atenta a sua idade, não tem já grandes probabilidades de vir a conseguir
2.º um novo emprego.
Porém, cumpre esclarecer que o não pagamento das rendas por parte dos réus se
deve a dificuldades económicas que estes têm vindo a sentir. 12.º
Ademais, a ré mulher é doméstica e como o casal tem 3 filhos menores, tem que
3.º tomar conta deles, não podendo, portanto, empregar-se.
Tendo os réus comunicado ao autor as razões da impossibilidade de efectuar o
pagamento das rendas. 13.º
Do agregado familiar fazem parte, para além dos réus, os seus três filhos com 8, 10
4.º e 12 anos de idade e ainda a mãe da ré, com 74 anos e bastante doente (vide docs.
Ademais, o réu marido pediu ao autor que lhe concedesse a possibilidade de pagar 2, 3, 4 e 5).
as rendas em atraso no próximo mês de Agosto, altura em que o réu irá receber
uma indemnização por despedimento. 14.º
Ora, como se disse, a falta de pagamento das rendas deve-se, exclusivamente, a
5.º carência de meios dos réus para efectuar o respectivo pagamento.
Pedido com o qual o autor concordou,
15.º
6.º Não têm os réus possibilidade de dispor a curto prazo de outra habitação.
Pelo que, o intentar da presente acção por parte do autor configura um nítido abuso
de direito, que conduzirá à improcedência do pedido. 16.º
É sabido que há falta de casas para arrendar e, as que existem, têm rendas
SEM PRESCINDIR: inacessíveis.
Minutas de Processo Civil p. 103 Minutas de Processo Civil p. 104
17.º
Estão, pois, os réus nas condições previstas na lei para poder ser decidido o
diferimento da desocupação do locado que habitam, pelo prazo máximo previsto no MINUTA DE ARTICULADO SUPERVENIENTE - ART. 506.º DO CPC).
art. 104.º do RAU., caso se decrete a resolução do arrendamento, o que, todavia,
não se concede. Hipótese:
Termos em que deve a presente acção Imagine que patrocina António, A., na acção que, com o nº. 100, está pendente na
ser julgada improcedente, com base no 3.ª secção do 6.º Juízo Cível de Lisboa, que ele intentou contra Bento pedindo a
invocado abuso de direito. resolução do contrato de arrendamento habitacional entre ambos celebrado –
António como senhorio e Bento como inquilino – em 18 de Agosto de 1993, pedido
Caso a presente acção seja julgada esse fundamentado em factos que revelam falta de residência permanente do R. no
procedente, o que só por mera hipótese local arrendado, e que este contestou limitando-se a impugnar tais factos.
se admite, deve ser decidido o
diferimento da desocupação do locado, Teve lugar a audiência preliminar em 20 de Setembro do 1998 e nela foram
nos termos do disposto nos arts. 102.º e indicados, por ambas as partes, os meios de prova.
ss. do R.A.U..
Imagine, também que em 14 de Abril de 1999 receberá carta com data de registo do
dia anterior, notificando-o do despacho que designou o dia 4 de Junho de 1999 para
Prova: (art. 105.º n.º 3 R.A.U.): audiência de julgamento.
a) Documental: documentos juntos com esta peça. Imagine, finalmente, que, por coincidência, nesse dia 14 de Abril de 1999 António
lhe irá comunicar ter acabado de saber que o local arrendado tem vindo a ser
b) Testemunhal: utilizado, desde há cerca de um ano e meio, por Carlos, amigo de Bento,
exclusivamente como escritório das sua actividade profissional de técnico de
1.ª) Maria da Assunção Trigo, viúva, doméstica, residente na Rua da Saudade, n.º contas.
186, r/c, Lisboa;
Questão:
2.ª) Acácio Rodrigues, casado, tipógrafo, residente na Rua das Taipas, n.º 18, 1.º, (Para resolução ter presente todo o art. 64.º do RAU)
Lisboa;
Elabore minuta da peça processual que entenda adequada para invocar nos
3.ª) Jorge Almeida Dinis, casado, encadernador, residente na Praça das Flores, n.º identificados autos a situação comunicada por António constante do último
56, 2.º, Lisboa. parágrafo da hipótese supra, ficcionando para tal o que achar conveniente.
Exmo. Sr. Dr. Juiz do É o R., ao deduzir defesa cuja falta de fundamento não pode desconhecer, quem
Tribunal Cível de litiga de manifesta má fé.
Lisboa
8.º
António, economista, residente em Lisboa, na Av. Almirante Reis, 1- 4.º Dto, autor Pelo que deverá, como tal ser condenado em multa, e a indemnizar o ora
no processo acima identificado, vem, nos termos do artigo 506.º C.P.C., apresentar requerente em quantia a liquidar a final. (CPC artigos 456.º e 457.º)
- ter interesse para a decisão da causa Assim, por não se saber se a audiência preliminar terá ou não lugar dentro daquele
- pode ser levado ao conhecimento do tribunal em certos momentos prazo, vêm os AA., sob pena de eventual preclusão do direito de alegar tais factos,
determinados (v. 506º e 516º CPC) trazê-los, desde já, ao conhecimento do tribunal.
Não há regra específica para entregar o articulado superveniente na audiência II. DOS FACTOS SUPERVENIENTES
preliminar: ou se dita para a acta, ou se entrega por escrito, dando conhecimento à
outra parte (entrega-se-lhes uma cópia). Mas há casos em que esperar por essa 5º
audiência preliminar pode prejudicar os direitos do cliente (v. articulado). Então, Os AA. tomaram conhecimento em 15 de Fevereiro de 2000 que o R. adquiriu a
temos uma questão prévia que é a tempestividade desse articulado. fracção autónoma designada pela letra E, que corresponde ao 2º andar direito do
prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Rua do Bairro Verde, n.º
Nem sempre há audiência preliminar: v. 510º e 787º CPC. 35, em Lisboa, freguesia de _______, Concelho de ______, descrito na
Conservatória do Registo Predial de Lisboa sob o n.º 2327 e ainda omisso na
ARTICULADO SUPERVENIENTE matriz, o que resulta da certidão do Registo Predial que se junta sob doc. 1 e dá por
reproduzida.
1ª Secção
Proc. n.º 28/99 6º
Dessa certidão consta ainda que a fracção foi adquirida pelo R. no estado de
Exmo. Sr. Juiz de Direito do 2º casado com Maria Doroteia da Purificação.
Juízo Cível da Comarca de Lisboa
7º
Eufrasino Constante Ruas e mulher Dulcinda Casas Novas, AA. nos autos em A dita Maria Doroteia da Purificação era a namorada do R. que os AA. referem no
referência, vêm, ao abrigo do disposto no artigo 506º do CPC, apresentar articulado artigo 10º da sua p.i.
superveniente nos termos seguintes:
8º
I. QUESTÃO PREVIA: DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE ARTICULADO O imóvel situa-se na mesma rua do locado.
1º 9º
Nos termos da alínea a) do n.º 3 do artigo 506º do CPC, os factos novos que sejam Este imóvel ora adquirido pelo R. é novo e tem 5 assoalhadas (cfr. doc. 1).
conhecidos antes do encerramento da audiência preliminar devem ser alegados
nesta. 10º
O R. evidencia com tal compra não ter qualquer intenção de voltar a residir no
2º locado.
Nos presentes autos, ainda não se encontra data designada para a realização da
audiência preliminar, nem as partes sabem se a mesma se irá ou não realizar. (cfr. 11º
art. 508º-B/d) ex vi do art. 787º/b do CPC) Pelo que se mostram reunidos os pressupostos para que venha a ser decretado o
despejo pelos fundamentos já invocados e pelos que agora se carreiam para os
3º autos.
Os factos que os AA. vêm trazer aos autos estão sujeitos a um prazo de caducidade
de um ano a contar do conhecimento (cfr. art. 65º do RAU). Nestes termos e nos mais de Direito, deve o presente
articulado ser admitido com as legais consequências e, a
4º final, ser o R. condenado como se peticiona.
Minutas de Processo Civil p. 109 Minutas de Processo Civil p. 110
JUNTA: 1 documento, duplicados e cópias legais, documento comprovativo da nos termos e com os fundamentos seguintes:
notificação deste ao Mandatário da parte contrária.
1º
O Advogado, A A. é uma sociedade comercial cujo objecto social é a distribuição de produtos
(assinatura + nome + domicilio profissional + n.º contribuinte) alimentares.
2º
MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO No exercício da sua actividade a A. forneceu à R. por encomenda desta, uma
COM PROCESSO SUMÁRIO quantia em produtos alimentares, no valor total de 1.200.000$00 (um milhão e
(MOTIVO: NÃO PAGAMENTO DE FACTURA) duzentos mil escudos).
Hipótese 3º
Factura n.º 22 – 02/07/99 – 1.000.000$00 As mercadorias foram entregues e recebidas, a primeira a 2 de Julho de 1999 e a
Factura n.º 33 – 02/10/99 - 200.000$00 segunda a 2 de Outubro de 1999, ambas na sede da R.
A empresa devedora não paga.
Primeiro: fazer uma carta à empresa devedora para pedir o dinheiro em falta. 4º
Mas não responderam. A A., como consequência destas entregas, emitiu e remeteu à R. facturas: a
Segundo: interpor uma acção (PI). primeira factura com o n.º 22 em 2 de Julho de 1999 e a segunda factura com o n.º
Credora: Vende Tudo, Lda, Largo da Praça, Oeiras. 33 em 2 de Outubro de 1999, que se junta cópia e dão-se como integralmente
Devedora: Paganada; SA, Rua dos Caloteiros, n.º 7, Viseu. reproduzidas (doc. 1 e 2).
Actividade comercial da primeira: distribuidora de produtos alimentares.
Actividade comercial da segunda: revendedora de produtos alimentares. 5º
Data de entrega das mercadorias: a mesma das facturas. O vencimento de ambas as facturas é de 30 dias.
Vencimento das facturas: 30 dias.
6º
Petição Inicial: A R. não pagou as referidas facturas, nem no seu vencimento, nem posteriormente.
Manuel Sousa, solteiro, maior, com estabelecimento comercial na Rua das Portas 9.º
de St. Antão, n.º 55, em Lisboa, Estando, consequentemente, o réu obrigado ao pagamento do preço.
acção declarativa de condenação com processo ordinário, nos termos e pelos 10.º
fundamentos seguintes: Ao não cumprir atempadamente as suas obrigações, o Réu incorreu em mora
culposa – Art. 806º do Código Civil – pelo que deverá pagar à A os respectivos juros
1.º moratórios, calculados à taxa legal, desde a data de vencimento da factura, até
A autora é uma sociedade comercial que se dedica ao fabrico e venda de móveis integral pagamento.
(doc. n.º 1).
Minutas de Processo Civil p. 113 Minutas de Processo Civil p. 114
Diz o réu
Pelo exposto, Manuel de Sousa
Deve a presente acção ser julgada procedente por
provada, condenando-se o réu a pagar à autora a POR EXCEPÇÃO:
quantia de Esc. 3.600.000$00, de capital, acrescida
dos juros vencidos, no montante de Esc. 1.º
108.888$00, tudo no total de Esc. 3.708.888$00, e Corresponde à verdade o alegado nos artigos 2.º, 3.º, 4.º e 5.º da petição inicial,
dos juros que se vencerem até integral pagamento, à aliás douta.
taxa legal, tudo com o mais da lei.
2.º
No entanto, o réu nada deve à autora como adiante se demonstrará.
Valor: 3.708.888$00 (três milhões setecentos e oito mil oitocentos e oitenta e oito
escudos). 3.º
Na data do vencimento da factura peticionada, o réu atravessava um período de
Junta: Procuração forense, 5 documentos, duplicado e cópias legais e documento graves dificuldades de tesouraria, pelo que não teve possibilidade de proceder ao
comprovativo do pagamento da taxa de justiça inicial. respectivo pagamento.
O Advogado 4.º
Assinatura + morada profissional + n.º de Dado que é cliente antigo da autora, com quem tem efectivado inúmeros negócios,
contribuinte o réu fez questão de, logo nos primeiros dias de Novembro de 2000, contactar com
os serviços daquela, no sentido de pedir a realização de uma reunião com os seus
gerentes, a fim de debater a calendarização do pagamento.
5.º
Minutas de Processo Civil p. 115 Minutas de Processo Civil p. 116
10.º 18.º
Em cumprimento de tal acordo, o réu forneceu à autora (doc. n.º 1), ainda na Os juros vencidos à data da apresentação da presente contestação (15/02/2001)
primeira quinzena de Novembro, mobílias para 16 gabinetes (compostas cada uma, ascendem a Esc. 254.795$00.
por uma secretária, duas cadeiras e uma estante) e para 3 salas de reuniões Pelo que
(compostas, cada uma, por uma mesa e oito cadeiras), tudo no valor de Esc.
16.100.000$00. 19.º
A autora-reconvinda já deve ao réu-reconvinte a quantia de Esc. 12.754.795$00 (de
11.º capital e juros vencidos), a que acrescerão os juros que se vencerem até integral
E remeteu à autora a factura n.º 456, do referido montante de Esc. 16.100.000$00 pagamento.
(de que se junta o duplicado como documento n.º 2, que aqui se dá por
reproduzido), com data de 15 de Novembro de 2000 e vencimento em 15 de LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ:
Dezembro do mesmo ano.
20.º
12.º Ao propor a presente acção, a autora deduz pretensão cuja falta de fundamento não
Aquando da realização da reunião referida no artigo 8.º, supra, é patente que o réu pode ignorar.
manifestou a sua intenção de proceder à compensação, embora o seu crédito ainda
não fosse líquido. 21.º
Litiga pois, de manifesta má fé, pelo que deverá, como tal, ser condenada em multa
13.º e a indemnizar o réu em quantia a liquidar a final – Código de Processo Civil, artigos
Mas tal declaração foi eficaz, nos termos dos artigos 847.º, 3 e 848.º,1, ambos do 456º e 457.º.
Código Civil.
Minutas de Processo Civil p. 117 Minutas de Processo Civil p. 118
8.º 18. º
O réu não compareceu na sede da autora, nem no dia seguinte, 15 de Novembro, As peças metálicas, ou estavam amolgadas, ou intensamente enferrujadas.
nem posteriormente.
19.º
9.º E, repete-se, em estado inaproveitável, por irrecuperável.
No próprio dia 15 de Novembro, a secretária da Direcção da autora tentou
contactar, telefonicamente, o réu, para o seu estabelecimento, mas sem êxito. 20.º
Por isso, a autora, ainda nesse dia 18 de Novembro, expediu novo fax ao réu, em
10.º que, além do mais, lhe transmitiu:
Durante os dois dias seguintes, 16 e 17 de Novembro, a mesma secretária tentou,
ao longo de todo o seu horário de serviço, contactar, por diversas vezes, o réu. “Todos os móveis estão estragados.
Dado que esta empresa tem absoluta necessidade de reiniciar a sua laboração (o
11.º que só pode fazer obviamente, com as suas instalações mobiladas e a funcionar),
Nessas tentativas, ou ninguém atendia o telefone, ou este emitia sinal de impedido. perdemos o interesse no acordo que fizemos aquando da sua deslocação à nossa
sede.
12.º
Apenas uma vez tal telefone foi atendido, crê-se que pelo réu, que ao reconhecer a Assim, vamos encomendar novos móveis a uma outra empresa, mais credível que
voz da secretária da autora, pura e simplesmente, desligou!... V.Ex.ª.
13.º As sucatas que nos tentou fornecer estão à sua disposição nos nossos armazéns,
Em face de tal atitude, a autora, expediu, no final da tarde de 17 de Novembro, uma pelo que fará o favor de as vir levantar o mais rapidamente possível.”
mensagem via fax, em que lhe transmitiu que, no dia seguinte, 18 de Novembro, às
9,30 horas, procederia à abertura das embalagens, pelo que aquele deveria estar - doc. n.º 2, que aqui também se dá por reproduzido.
presente, para conferência dos materiais; e que o desempacotamento se realizaria
mesmo que o réu não comparecesse, dado que era absolutamente necessário à 21.º
autora reiniciar a sua actividade – conf. doc. n.º 1, que aqui se dá por reproduzido. Desde então, o réu não mais contactou a autora, a não ser através da sua
despudorada contestação...
14.º
No dia aprazado, o réu, uma vez mais, não compareceu. 22.º
Em face do exposto, e na falta de cumprimento do contrato pelo réu, é lícito à
15.º autora não cumprir a sua prestação – Código Civil, artigo 428.º.
Apesar disso, e de acordo com o que lhe havia transmitido no predito fax, a autora
procedeu à abertura das embalagens em causa. 23.º
A autora interpelou o réu e resolveu o contrato, por quebra do interesse no seu
16.º cumprimento.
Para seu espanto, todos os materiais fornecidos pelo réu se encontravam num Assim,
estado absolutamente inaproveitável:
24.º
17.º A excepção arguida pelo réu terá que improceder.
Minutas de Processo Civil p. 121 Minutas de Processo Civil p. 122
7.º
Pelo que o réu permaneceu no Hospital, junto dela, permanentemente, durante 16.º
todos os dias e noites até 17 de Novembro de 2000, ocasião em que a mesma E que foi dispensado do serviço, por motivos óbvios, durante o período em que o
deixou os serviços de cuidados intensivos e foi transferida para uma enfermaria. veículo acima referido esteve imobilizado, em reparação.
8.º 17.º
Ao abandonar o Hospital, o réu constatou que a sua «furgonette», onde Quanto aos móveis fornecidos à autora, não pode o réu deixar de impugnar, com
habitualmente faz a entrega dos móveis que vende, apresentava uma profunda toda a veemência, o constante dos artigos 16.º, 17.º, 18.º e 19.º da réplica.
avaria na suspensão, que impedia, inclusivamente, a sua marcha. Na verdade,
9.º 18.º
Pelo que solicitou o serviço competente de reboque, que a removeu para a oficina Foi o próprio réu quem assistiu à embalagem dos móveis em apreço que, nesse
onde habitualmente é assistida, em Alhandra, próximo do local onde o réu reside – momento, se encontravam em perfeito estado por, aliás serem novos.
doc. n.º 2.
19.º
10.º No empacotamento foram seguidos todos os cuidados e prevenções, no sentido de
A reparação apenas ficou concluída no início da tarde de 18 de Novembro (doc. proteger tais móveis durante o transporte, como, de resto, é uso no estabelecimento
n.º3), e por grande insistência do réu, que ali permaneceu toda a tarde de 17 e toda do réu.
a manhã de 18 de Novembro.
20.º
11.º Pelo que o réu pode assegurar que, nesse momento, os móveis não ostentavam
E só nessa ocasião (com o seu veículo reparado), conseguiu o réu regressar ao seu qualquer deficiência.
estabelecimento e reatar a sua actividade profissional.
21.º
12.º Durante o percurso também nada lhes pode ter sucedido, dado que o mesmo não é
Momento em que deparou com o fax referido no artigo 13.º da réplica. acidentado, e o motorista pessoa muito cuidadosa, que trabalha com o réu há cerca
de vinte anos, sem ter tido qualquer tipo de acidente.
13.º
Sobre as tentativas de contacto telefónico consigo, referidas nos artigos 9.º, 10.º e 22.º
11.º da réplica, não pode o réu saber se ocorreram, posto que, durante a sua A existirem os invocados defeitos ou deficiências, eles terão seguramente sido
ausência, ninguém mais frequentou o estabelecimento, provocados no momento do seu descarregamento (feito por trabalhadores da
autora), ou do seu desempacotamento.
14.º
Pelo que o réu não pode deixar de estranhar o alegado no artigo 12.º daquele 23.º
articulado. Pelo que, por tais defeitos ou deficiências não é o réu responsável.
Efectivamente,
24.º
15.º E ao fax referido no artigo 20.º da réplica respondeu o réu, no mesmo dia, com um
O único empregado do réu é o seu motorista que, enquanto o réu acompanhou a outro (doc. n.º 4), em que lhe transmitia o que acima referiu nos artigos 18.º a 23.º.
sua tia no Hospital, esteve permanentemente em serviço de distribuição aos
clientes, 25.º
Minutas de Processo Civil p. 125 Minutas de Processo Civil p. 126
Subsiste, por conseguinte, o crédito arguido em reconvenção. Em 12 de Outubro de 1998, a R. emitiu a favor da A o cheque n.º 3677870065,
sobre a CGD, no valor de Escudos 1.500.000$00 (extenso), como resulta da cópia
Termos em que se conclui como na do referido cheque, que se junta sob o doc. 1 e se dá por integralmente
contestação e no pedido reconvencional. reproduzido.
5º (Nota: em vez de replicar já, pode dizer: Desde já declara que não prescinde do
Na medida em que a preterição dessa formalidade dificulta a defesa da A., sendo, direito de vir a responder a factos que sejam considerados como excepção, sob
por isso, susceptível de influir na decisão da causa, deve considerar-se verificada pena de aceitar os factos como provados, já que a falta de resposta a uma
excepção implica a aceitação dos factos como provados)
Minutas de Processo Civil p. 129 Minutas de Processo Civil p. 130
Esses, produtos destinavam-se a ser aplicados pela R. numa obra que tinha em
curso.
MINUTA DE CONTESTAÇÃO C/ RECONVENÇÃO
MOTIVO: NÃO PAGAMENTO DE FACTURA 9º
Por força do atraso da A. na entrega, a R. teve de utilizar outros materiais.
Proc. n.º 22/2000 Acresce que,
3º 13º
A factura junta à p.i. sob doc. 1 não constitui dívida da R. Tais cheques foram entregues à A., que os descontou e recebeu os
correspondentes valores.
4º
A R. devolveu à A. toda a mercadoria aí referida. 14º
Sendo certo que os mesmos cheques correspondem a pagamentos por conta das
5º facturas em dívida referidas na p.i.
A A. recebeu essa mercadoria e
15º
6º Tanto assim que a A. jamais interpelou a R. para pagar a dívida que ora reclama.
Prometeu à R. que faria uma nota de crédito no montante igual ao da dita factura.
16º
7º Assim sendo, a R. deve à A. apenas a quantia de Escudos 45.883$00, tendo aqui
A mercadoria aí referida havia sido entregue à R. um mês após a data acordada. em consideração a nota de crédito a seu favor de Escudos 267.186$00.
8º 17º
Minutas de Processo Civil p. 131 Minutas de Processo Civil p. 132
Igualmente, a R. não deve à A. os juros de mora peticionados, tanto mais que se 27º
encontram calculados até 27 de Janeiro de 2000. Valor este que a A. deve ser condenada a pagar-lhe, acrescido de juros de mora
desde a data da notificação da presente contestação até integral pagamento, à taxa
18º legal para as operações comerciais, em vigor (12%) ou outra que vier a ser fixada.
Por conseguinte, tem a R. sobre a A. um crédito de Escudos 1.346.095$00
(extenso). Nestes termos e nos melhores de Direito deve:
a) Ser julgada
III. RECONVINDO improcedente a
acção, absolvendo-
19º se a R. do pedido.
Crédito esse que a R. não pode deixar de aqui reclamar. b) Ser julgada
procedente a
20º excepção e o pedido
A esse crédito proveniente da anulação da factura que constitui o doc. 8 e do reconvencional e,
pagamento pela R. à A. da quantia de Escudos 2.500.000$00 (extenso), acresce por via deste,
um outro. condenar-se a A. a
Na verdade, pagar à R. a quantia
de Escudos
21º 2.346.095$00.
A R. prestou serviços à A. no montante de Escudos 1.267.186$00 (extenso), c) Deve ainda a A. ser
condenada no
22º pagamento de juros
Serviços esses que constam do orçamento que se junta sob doc. 3 e se dá por de mora à taxa legal
integralmente reproduzido, e que foi aprovado pela A. de 12% ou outra que
legalmente vier a ser
23º fixada para as
A R. efectuou em benefício da A. todos os serviços aí descritos. obrigações
Contudo, comerciais, sobre a
quantia em divida, e
24º contados desde a
A A. apenas emitiu o aviso de lançamento referido no artigo 3º da p.í., data da presente
correspondente a parte do valor dos serviços prestados. contestação até
integral pagamento.
25º d) Condenar-se a A. no
Por conta do valor de tais serviços, a A. é devedora à R. de Escudos 1.000.000$00 pagamento de
(extenso). custas e mais legal.
Proc. N0 22/2000 7º
Exmo. Sr. Juiz de Direito do A R. apenas pintou as paredes e as portas das instalações da A. sitas no primeiro
Tribunal Judicial da piso.
Comarca de Oeiras
(ou do 1º Juízo cível da 8º
Comarca de Oeiras) Tais serviços, como do orçamento resulta, têm o valor constante da nota de
lançamento emitida pela A. a favor da R.
Perstorp Portugal, Lda, A. nos presentes autos, REPLICANDO, vem dizer o
seguinte a M. Ramalhete, Lda.: 9º
Assim sendo, é absolutamente insustentável o pedido reconvencional que a R.
I. Quanto à matéria de Excepção deduz contra a A.
4º
Assim sendo, a R. deve à A. a quantia peticionada.
MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO Por si e antepossuidores encontram-se na posse do dito prédio há mais de 20, 30 e
COM PROCESSO SUMÁRIO 50 anos, de boa fé, pública, pacífica e continuamente, na convicção de que
(Motivo: reconhecimento do contrato celebrado como sendo contrato de exercem um direito próprio.
promessa de compra e venda e como tal restituição de sinal por
incumprimento) 4.º
Sem lesar o direito ou interesse de quem quer que seja.
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito do
Tribunal Judicial de Vila Nova de 5.º
Famalicão Além disso, quer os Autores, quer os antepossuidores, são vistos, aos olhos de toda
a gente, nomeadamente, da Ré, como proprietários do mencionado prédio.
José Augusto Lopes, casado, calceteiro, contribuinte fiscal n.º 000111000, e mulher
Albertina de Jesus Reis Lopes, costureira, contribuinte fiscal n.º 111000111, 6.º
residentes no lugar de Corga, Freguesia de Fradelos, concelho de Vila Nova de Por contrato particular equivocamente designado de “compra e venda”, datado de
Famalicão, 26 de Maio de 1995, prometeram vender os Autores à Ré o supra citado prédio,
pelo preço de 1.750.000$00 (um milhão, setecentos e cinquenta mil escudos) (doc.
vêm intentar contra 4).
Maria de Fátima Bessa Leite, viúva, operária fabril, residente no lugar de Lameiro, 7.º
freguesia de Vilarinho, concelho de Vila Nova de Famalicão, Naquela data, pagou a Ré aos Autores a importância de 800.000$00 (oitocentos mil
escudos), ficando a parte restante do preço para ser pago no acto da respectiva
ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO, COM PROCESSO SUMÁRIO escritura.
3.º 12.º
Minutas de Processo Civil p. 137 Minutas de Processo Civil p. 138
Nem mesmo quando solicitada, por duas vezes, para a assinatura da Escritura de 20.º
Compra e Venda, numa das quais nem sequer compareceu no respectivo Cartório Igualmente, se encontra referido no mesmo documento “Que este contrato é feito
Notarial (docs. 6 e 7). em duplicado e para produzir efeitos nos termos do art. 830.º do Código Civil”,
preceito legal aplicável ao Contrato-Promessa.
13.º
Posteriormente, comunicaram os Autores á Ré a resolução do Contrato, requerendo 21.º
a entrega do prédio, o que nunca foi feito (doc. 8). “No contrato-promessa de compra e venda presume-se que tem carácter de sinal,
toda a quantia entregue pelo promitente-comprador ao promitente-vendedor, ainda
14.º que a título de antecipação ou princípio de pagamento do preço”. (art. 441.º do
Encontram-se, assim, os Autores sem receber a parte restante do preço, e sem Código Civil).
usufruir do seu prédio, o que lhes tem causado sérios prejuízos, visto que são
pessoas de modesta condição económica. 22.º
No mesmo sentido aponta o Ac. da relação de Lisboa de 10/11/76, (BMJ, 289-
B) DO DIREITO: 263.º), que declara o seguinte: “Continua a valer como sinal todo o preço entregue
pelo promitente-comprador”.
15.º
Embora intitulado de Compra e Venda, é inequívoco de que um Contrato-Promessa 23.º
se trata o documento junto aos autos. Nos termos do art. 442.º, n.º 2 do Código Civil, “Se quem constitui o sinal deixar de
cumprir a obrigação por causa que lhe seja imputável, tem o outro contraente a
16.º faculdade de fazer sua a coisa entregue”.
Com efeito, é pelo seu conteúdo, nítida a intenção das partes de se obrigarem
dentro de certo prazo ou verificados certos pressupostos, a celebrar “a posteriori”, 24.º
determinado Contrato (Compra e Venda) (arts. 236.º e 238.º do Código Civil). Ora, ao não pagar a parte restante do preço até final do ano de 1995 (nem até á
data em que entrou na posse do prédio – nem posteriormente) e ao escusar-se a
Senão vejamos: assinar a respectiva escritura de venda, faltou a ré, culposamente, ao cumprimento
da sua obrigação (art. 798.º, conjugado com o n.º 2, do art. 442.º do Código Civil).
17.º
Consta do aludido contrato “Que o restante preço será pago no acto da escritura a 25.º
qual deverá ser feita até ao fim do ano corrente”. Somente a ela podendo ser imputada a causa de tal incumprimento, razão pela qual
deverá perder, em favor dos Autores, a título de indemnização, as importâncias a
18.º estes entregues, até à presente data (art. 442.º, n.º 2 do citado Código).
Adiante menciona-se ainda “Que a referida venda deve ser feita livre e isenta de
qualquer encargo ou ónus, devendo no acto da escritura a casa ser entregue livre 26.º
de pessoas e coisas”. Por conseguinte, têm os Autores direito à resolução do Contrato-Promessa, já
comunicada à Ré (art. 801.º, n.º 2 do Código Civil).
19.º
Ora, se as partes tivessem atribuído ao Contrato em questão efeitos translativos da 27.º
propriedade do imóvel antes descrito e as consequências de um contrato de compra À qual foi dado prazo para entregar as chaves do prédio aos Autores, nas
e venda, nunca teriam utilizado os termos ali consignados para exprimirem a sua condições expressas na carta supra referida o que não foi pela mesma cumprido
vontade negocial. (doc. 8).
Minutas de Processo Civil p. 139 Minutas de Processo Civil p. 140
28.º
Uma vez que a Ré também não atendeu a esta solicitação dos Autores, não restou
a estes outra alternativa senão instaurar a presente acção.
MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO
C) PEDIDO COM PROCESSO SUMARÍSSIMO
(Motivo: cliente não pagou ao advogado as despesas e honorários)
Nestes termos, e nos melhores de
direito aplicáveis, deve a presente acção 7.º Juízo
ser julgada procedente por provada e, 3.ª Secção
por via disso: Proc. n.º 423/99
a) Declarar-se os
autores legítimos proprietários do Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito do Tribunal
prédio indicado em 1.º; Cível da Comarca de Lisboa
b) Declarar-se o
contrato celebrado entre autores e Rui Martins Moreira, casado, advogado, contribuinte fiscal n.º 000111000, portador
ré, junto aos autos, como de da cédula profissional n.º 1416 e com escritório na Rua Gonçalo Cristovão, n.º 60-
promessa de compra e venda; 1.º andar, 1700-283 Lisboa, vem, por apenso ao processo à margem referenciado
c) Declararem-se propor
perdidas a favor dos autores, as
importâncias que lhe foram Acção Declarativa de condenação com a forma de processo sumaríssimo
entregues pela ré, a título de sinal,
até à presente data, em contra
consequência da resolução do
contrato. José Gonçalves Fernandes, divorciado, padeiro, residente na Rua Nova da
d) Condenar-se a ré a Piedade, n.º 62-r/c Esq., 1200-125 Lisboa,
restituir aos autores o prédio livre e
desocupado de pessoas e coisas, com os seguintes fundamentos:
em consequência da resolução do
contrato. 1.º
O Autor é advogado na Comarca de Lisboa, tem o seu escritório na Rua Gonçalo
Valor: 1.750.000$00 (um milhão e setecentos e cinquenta mil escudos) Cristovão, n.º 60-1.º andar, fazendo da advocacia profissão habitual e lucrativa.
5.º
Como se pode verificar, ainda, na nota de despesas e honorários, o Autor MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO
substabeleceu numa colega e colaboradora sua, os poderes necessários para o COM PROCESSO ORDINÁRIO
representar nas conferências que tiveram lugar, respectivamente, em 17/04/98 e (Motivo: acidente de viação)
06/10/98.
Exmo. Sr. Dr. Juiz de
6.º Direito
Sendo certo, porém, que sempre foi o Autor que orientou a acção e que suportou do Tribunal da Comarca
todas as despesas a ela inerentes. de Santarém
7.º António Amadeu, solteiro, maior, portador do Bilhete de Identidade n.º 52589657,
As verbas referentes a honorários foram apuradas com moderação e segundo as emitido em 11/09/97 pelo Arquivo de Identificação de Lisboa, contribuinte n.º
práticas correntes no meio forense. 222133924, residente na Rua dos Sapadores, n.º 26-1.º Esq., em Lisboa
4.º
Por outro lado, ligou-lhe as luzes de presença para o tornar mais visível. 15.º
Igual obrigação recai sobre D...., na qualidade de proprietário do veículo – art. 500.º
5.º do cc.
O veículo do A. circulava encostado à sua berma do lado direito.
16.º
6.º D..., havia transferido a sua responsabilidade civil para a ré, pelos danos
Ao Km 100 já indicado, o veículo do A. foi embatido na sua traseira pelo veículo eventualmente causados a terceiros, decorrentes da circulação do veículo Y, pela
Y..... apólice n.º.....
7.º 17.º
O embate ocorreu porque o condutor F..., se não apercebeu da presença do veículo Pelo exposto, a obrigação de indemnizar o A. recai sobre a ré seguradora.
de A.
18.º
8.º Em consequência do embate, o veículo do A. sofreu os danos constantes do
Por isso, não logrou ultrapassá-lo pela sua esquerda ou parar no espaço livre e orçamento em anexo á p.i. que aqui se dá por reproduzido (doc.1).
visível à sua frente.
19.º
9.º A reparação do veículo do A., importa a quantia de Esc.: 3.565.000$00 (três milhões
Deu assim o condutor F...., causa ao acidente por vir a conduzir distraído e com quinhentos e sessenta e cinco mil escudos).
velocidade excessiva para as condições do tempo e do tráfego – cód. estrada art.....
20.º
10.º Deve, pois a ré ser condena a pagar ao A. a citada quantia de Esc: 3.565.000$00
Acresce que o referido F.... se presume culpado do acidente nos termos do n.º 3 do (três milhões quinhentos e sessenta e cinco mil escudos) acrescida de juros à taxa
art. 503.º do código civil. legal, desde a citação até integral pagamento.
2.º
MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO As A.A. são únicas e universais herdeiras do falecido – juntam escritura de
C/ PROCESSO ORDINÁRIO E DE CONTESTAÇÃO habilitação outorgada no Cartório Notarial de Odivelas e certidão de nascimento,
(Motivo: acidente de viação) como docs. 1 e 2.
Hipótese: 3.º
A Ré é seguradora da empresa Comercial Leasing, S.A., proprietária do veículo
Foi mandatado pela Mundial Confiança para contestar a acção de acidente de ciclomotor matrícula 02-LRS-95-19 (contrato de seguro titulado pela apólice n.º
viação. Foi-lhe entregue uma cópia da petição (doc. 1). Tem ao seu dispor cópia do 7063745, abrangendo a responsabilidade civil) – página 3 da certidão emitida em 11
despacho de arquivamento (processo crime). de Novembro de 1997 pelos Serviços do Ministério Público, que se junta como doc.
3.
Com base nos elementos que lhe foram facultados, e ficcionando outros que julgue
adequados, elabore a contestação. II-DOS FACTOS
1.º 10.º
Em 26 de Janeiro de 1997, faleceu Mário da Costa Hipólito, marido da 1.ª A. e pai Após ter percorrido a faixa de rodagem correspondente ao passeio donde iniciara a
da 2.ª A. travessia, o peão entrou na faixa de rodagem contrária, de forma similar à do peão
visível na fotografia que se junta como doc. 4.
Minutas de Processo Civil p. 147 Minutas de Processo Civil p. 148
Devido a intenso movimento de peões, foi colocada, meses após o acidente, uma
11.º outra passadeira, a escassos metros do local, visível na fotografia junta como doc.
Quase a concluir a travessia, e a chegar ao passeio contrário, foi embatido com 4.
violência pelo veículo ciclomotor referido no art. 2.º, conduzido por Paulo Ivo
Spranger Teixeira Duarte, estudante, residente na Rua da Memória, n.º 10, 1.º 22.º
Frente, em Odivelas. O condutor do veículo estava na altura ao serviço de uma empresa de restauração
denominada “PIZZA NA BRAZA”, que fornece refeições ligeiras ao domicílio –
12.º juntam docs. 6 e 7.
A vítima foi projectada para o chão.
23.º
13.º Conduzia o veículo por conta da referida empresa, que beneficiava com a utilização
E o ciclomotor apenas se imobilizou a uma distância de dez metros. do ciclomotor.
14.º 24.º
O condutor circulava no sentido norte-sul, de forma idêntica á do “jeep” visível na Do embate resultou como consequência necessária a morte do familiar das A.A.,
fotografia que se junta como doc. 5. consoante relatório da autópsia de fls. 9 (doc.3).
15.º 25.º
Tinha um largo espaço visível á sua frente. Foi instaurado processo de inquérito (Proc. n.º 160/97.6 SVLSB), arquivado por
despacho do M.P.
16.º
Seguia a velocidade superior a 40 km/h. 26.º
A vítima tinha percorrido pelo menos 4 metros, após ter saído do passeio.
17.º
E distraído, sem atenção ao tráfego de peões, não se apercebendo da travessia do 27.º
peão. Um peão percorre um metro por segundo, pelo que, no mínimo, a vítima era visível
quatro segundos antes do embate.
18.º
Podia ter reduzido a velocidade e travado. 28.º
Uma viatura que siga a 40 km/h percorre em cada segundo 12 metros.
19.º
Ou desviado a sua marcha, de modo a não embater na vítima. 29.º
O que significa que, no momento em que a vítima iniciou a travessia, o ciclomotor,
20.º se seguisse no limite de velocidade, estaria pelo menos a 48 metros de distância.
Se seguisse á velocidade que lhe era legalmente permitida (máximo de 40 km/h,
art. 27.º do Código da Estrada então em vigor), e atento ao trânsito, nunca teria 30.º
embatido no peão. Podendo necessariamente o condutor parar ou desviar-se.
3. Danos morais das A.A. “A indemnização é fixada em dinheiro sempre que a reconstituição natural não seja
possível” (art. 566.º n.º1, do Código Civil).
47.º
As A.A. sofreram e sofrem um desgosto terrível em consequência do falecimento do 56.º
seu ente querido. O direito à indemnização por perda do direito á vida é transmissível (art. 496.º n.º 3
do Código Civil),
48.º
Não se conformam com a tragédia que as atingiu. 57.º
Os danos não patrimoniais ou morais sofridos pelas A.A. merecem a tutela do
49.º direito (art. 496.º, n.º 1 do Código Civil).
A morte inesperada e brutal causou às demandantes grande abalo emocional.
Nestes termos, e nos mais de direito,
50.º deve a acção ser julgada procedente por
Estavam muito ligadas ao marido e pai, com laços de grande amor e afecto. provada e, em consequência condenar-
se a Ré a pagar às A.A. a quantia global
51.º de Esc.: 9.708.870$00, acrescida de
Pelos danos morais das A.A. afigura-se justo atribuir uma compensação de juros de mora à taxa de 10% desde a
2.000.000$00 para cada uma, ou seja, em conjunto 4.000.000$00. citação até integral pagamento.
Requer-se a notificação da Ré para
IV. PEDIDO juntar aos autos cópia da apólice.
52.º Testemunha:
Assim, as A.A. reclamam: (nome, estado civil, profissão e residência)
Art. 38.º: 408.870$00
Art. 44.º: 5.000.000$00 Juntam: 10 documentos, 2 procurações, um duplicado, 1 cópia, e guia comprovativa
Art. 46.º: 300.000$00 do pagamento de taxa inicial de justiça
Art. 51.º: 4.000.000$00
9.708.870$00 Valor: 9.708.870$00 (nove milhões setecentos e oito mil oitocentos e setenta
escudos).
V. O DIREITO
O Advogado
53.º (assinatura + nome + domicílio profissional + n.º de
Estão preenchidos os requisitos da responsabilidade civil por facto ilícito, incorrendo contribuinte)
a Ré no dever de indemnizar (art. 483.º, n.º 1. do Código Civil).
Exmo. Sr. Dr. Juiz do Tribunal Daí que o peão sinistrado tivesse imperativamente que, por aí, atravessar a via (art.
Cível de Lisboa 101.º, n.º 3 do Código de Estrada).
4.º 13.º
Quando o condutor do motociclo se tentou desviar do peão, este, repentinamente, A ré não sabe, nem tem obrigação de saber o alegado nos artigos 21.º a 23.º e 26.º
movimentou-se para o passeio fronteiro à Rua Luís de Camões, isto é, a 30.º da p.i.
precisamente para o local por onde o motociclo ia a passar, pelo que o embate foi
inevitável. 14.º
A imobilização referida no art. 31.º da p.i. deu-se com o motociclo em queda
5.º descontrolada, daí a uma distância de 10 metros.
Tendo-se dado completamente na faixa de rodagem do motociclo, a cerca de 2
metros do passeio. 15.º
O processo-crime foi arquivado, porque o condutor do motociclo não foi considerado
6.º culpado (cfr. doc. 3 junto com a p.i. fls. 9 e segs).
Este, por virtude do embate e pelo desiquilíbrio do seu condutor e não pela
velocidade, parou, em queda, cerca de 10 metros após o local do embate. 16.º
No que se refere ao art. 32.º da p.i. é necessário entender as declarações do
7.º condutor do motociclo, já que, seguramente ele quis significar a rapidez com que
Acresce que, a 45 metros do local do embate existia uma passadeira de peões (cfr. tudo se passou, nada mais.
doc 3 junto com a p.i. – legenda do croquis feito pela PSP).
17.º
8.º E quanto ao artigo 33.º da p.i., o que aí se diz não corresponde à verdade, já que o
peão, para olhar para a Rua Luís de Camões, teve que se virar para trás.
Minutas de Processo Civil p. 155 Minutas de Processo Civil p. 156
Testemunhas: A contestação é, em sentido material, a peça escrita com que o réu responde à
(nome, estado civil, profissão e residência) petição inicial, deduzindo os meios de defesa que tenha contra a pretensão do
autor.
O Advogado
(assinatura + nome + domicílio profissional + contribuinte) Em sentido formal, é um articulado de estrutura semelhante à da petição inicial:
começa por um intróito, em que basta que o réu identifique o processo
("individualizar a acção"); segue-se a narração, em que são expostos os factos,
ALGUMAS NOTAS SOBRE: CONTESTAÇÃO mediante uma tomada de posição perante os alegados pelo autor e a alegação de
novos factos trazidos ao processo pelo réu, e as razões de direito, por aplicação da
CONTESTAÇÃO – Art. 486.º e ss CPC: norma jurídica aos factos expostos (art. 488.º); segue-se a conclusão, em que o réu
remata dizendo se deve ser absolvido da instância por proceder a uma excepção
A citação constitui o réu, em regra, no ónus de contestar. Se este ónus não for dilatória, ou do pedido, por improceder a acção (arts. 467.º n.º 1 alínea d), por
observado, não apresentando o réu qualquer defesa, constitui-se ele em situação analogia, e art. 488.º in fine); há lugar a indicações complementares, tais como a
de revelia. menção do número de duplicados, dos documentos e da procuração que se juntam,
a eventual escolha de domicílio para notificações (se diferente do constante da
Quando, dentro do prazo da contestação, o réu intervém de outro modo no procuração), a eventual indicação de valor diferente do indicado pelo autor, do qual
processo, nem que seja apenas para constituir, por procuração, mandatário judicial, o réu discorde (art. 314.º n.º 1) e o eventual oferecimento de prova (arts. 467.º n.º 2,
a revelia diz-se relativa; é absoluta quando o réu não intervém de modo algum no por analogia, e art. 512.º n.º 1), maxime se houver que antecipar a sua produção
processo (art. 483.º). (art. 517.º n.º 1).
A revelia produz, em regra, efeito probatório; mas há casos em que, Duas são as modalidades de defesa ao alcance do réu: a defesa por impugnação e
excepcionalmente, o efeito não se produz. É corrente denominar de revelia a defesa por excepção (art. 487.º).
operante o regime-regra e de revelia inoperante o que o excepciona.
A impugnação pode ser de facto ou de direito.
Assim, o regime-regra da revelia é que a revelia tem, em regra, como consequência
que os factos alegados pelo autor se consideram provados por admissão (art. 484.º É de facto quando o réu se opõe à versão da realidade apresentada pelo autor,
negando os factos alegados, como causa de pedir na petição inicial. Exemplos: o
Minutas de Processo Civil p. 157 Minutas de Processo Civil p. 158
contrato não foi celebrado ou não o foi nos termos alegados pelo autor; a colisão - art. 125.º n.º 3 e, no campo das nulidades, da de falta de citação - art. 204.º n.º 2);
entre o veículo do autor e do réu não se deu como o autor descreve; o marido não meios de defesa que o tribunal pode conhecer oficiosamente, abrangendo a
agrediu a mulher nem teve as relações sexuais extra-matrimoniais que a autora impugnação de direito (art. 664.º) e a maioria das excepções dilatórias (art. 495.º) e
alega. peremptórias (art. 496.º), sem prejuízo de os factos em que as excepções se
baseiem só poderem ser introduzidos no processo pelas partes (salvos os casos
É de direito quando o réu contradiz o efeito jurídico (normalmente, o direito excepcionais em que é permitido o seu conhecimento oficioso: art. 514.º), na fase
subjectivo material por eles constituído) que o autor deles pretende extrair, pondo dos articulados ou com os limites definidos para a alegação de facto em articulado
em causa a determinação, interpretação ou aplicação da norma de direito feita pelo superveniente.
autor na petição inicial. Exemplos: o contrato que o autor é réu celebraram, nos
termos alegados pelo autor, não tem a qualificação jurídica de compra e venda, mas No âmbito da impugnação, reveste maior importância a impugnação de facto, dado
sim de empreitada; da descrição do acidente de viação feita pelo autor resulta que o efeito cominatório que resulta da omissão de impugnar (Nota: A impugnação de
este é que teve a culpa da ocorrência; a agressão ou o adultério, nas condições direito nunca constitui ónus do réu).
descritas pela autora, não comprometem a vida comum dos cônjuges, não
constituindo fundamento de divórcio. A impugnação dos factos constitutivos alegados pelo autor pode ser directa ou
indirecta.
A excepção é dilatória ou peremptória. É directa quando o réu nega frontalmente os factos, dizendo que não se verificaram.
Exemplo: o autor não me entregou a quantia que diz ter-me mutuado.
É dilatória quando é invocada a falta dum pressuposto processual, isto é, duma das
condições (relativas às partes, ao tribunal, ao objecto do processo ou à relação É indirecta quando o réu, confessando ou admitindo parte dos factos alegados,
entre as partes e o objecto) exigidas para que o tribunal se possa ocupar do mérito como causa de pedir, pelo autor, afirma, por sua vez, factos cuja existência é
da causa, respondendo ao pedido formulado pelo autor. incompatível com a realidade de outros também alegados pelo autor no âmbito da
mesma causa de pedir, desvirtuando-a (exemplo: o autor entregou-me a quantia
É peremptória quando é alegado um facto impeditivo, modificativo ou extintivo da que diz ter-me mutuado, mas fê-lo com a intenção de a doar, ou em pagamento do
situação jurídica que o autor se arroga ou, na acção de mera apreciação da preço duma compra que me tinha feito), quando alega factos instrumentais (art.
existência de factos, um facto impeditivo da existência do facto jurídico que o autor 264.º n.º 2) probatórios incompatíveis com factos alegados, como causa de pedir,
pretende que seja declarada. pelo autor e quando com estes é incompatível (está em oposição) o conjunto dos
factos alegados pelo réu ou a negação, pelo réu, de um dos factos alegados pelo
Todos os meios de defesa (impugnações e excepções) que o réu tenha contra a autor, do qual os restantes dependem (Ex.: Se, por exemplo, o autor alegar que o
pretensão formulada pelo autor devem, em princípio, ser deduzidos na contestação. réu conduzia o veículo que provocou o acidente e esta parte negar esse facto, é
Este princípio da concentração da defesa, que a necessidade dum processo quanto evidente que há que considerar igualmente impugnados todos os factos relativos à
possível célere explica e que o art. 489.º n.º 1, na sua primeira parte, estabelece, é, responsabilidade do réu) (art. 490.º n.º 2).
em princípio, alargado aos incidentes que o réu queira levantar e excepcionado nos
casos de defesa diferida do art. 489.º n.º 2: meios de defesa supervenientes, Mas pode acontecer que o réu esteja em dúvida sobre a realidade de determinado
abrangendo quer os casos em que o facto em que eles se baseiam se verifica facto é, neste caso, a expressão dessa dúvida é suficiente para constituir
supervenientemente (superveniência objectiva), quer aqueles em que esse facto é impugnação se não se tratar de facto pessoal ou de que o réu deva ter
anterior à contestação, mas só posteriormente é conhecido pelo réu conhecimento, valendo como admissão no caso contrário (art. 490.º n.º 3). Constitui
(superveniência subjectiva), devendo em ambos os casos ser alegado em articulado facto pessoal ou de que o réu deve ter conhecimento, não só o acto praticado por
superveniente (art. 506.º n.º 2); meios de defesa que a lei expressamente admita ele ou com a sua intervenção, mas também o acto de terceiro perante ele praticado
posteriormente à contestação (exemplo: é o caso da arguição da incompetência (incluindo a declaração escrita que lhe seja endereçada), ou o mero facto ocorrido
absoluta - art. 102.º n.º 1; é também o caso, no campo dos incidentes, da de na sua presença, e ainda o conhecimento de facto ocorrido na sua ausência.
impedimento do juiz - art. 123.º n.º 1, Ministério Público ou funcionário da secretaria
Minutas de Processo Civil p. 159 Minutas de Processo Civil p. 160
Não impugnado um facto, considera-se ele admitido, produzindo-se, quanto a ele, conhecimento oficioso (art. 495.º); mas, mesmo sendo-o, o réu pode argui-la na
um efeito cominatório idêntico áquele que, em caso de revelia, se produz quanto à contestação e, embora possa também fazê-lo posteriormente, enquanto não houver
generalidade dos factos alegados na petição inicial. A citação constitui o réu, não só decisão (art. 489.º n.º 2), é dele o ónus de alegar os factos em que se baseie,
no ónus de contestar, mas também no ónus de impugnar. Mas também aqui há quando ela não se funda apenas na versão apresentada pelo autor. O art. 494.º
excepções a considerar: contém um elenco extenso, mas não exaustivo ("são dilatórias, entre outras, as
excepções seguintes"), das excepções dilatórias:
a) O efeito cominatório não se produz relativamente aos factos cuja prova deva - A incompetência do tribunal (al. a));
ser feita por documento escrito (art. 490.º n.º 2). É excepção em tudo - A nulidade de todo o processo (al. b));
equivalente à do art. 485.º alínea d) ao efeito cominatório da revelia; - A falta de personalidade judiciária do autor ou do réu (al. c));
b) O efeito cominatório não se produz tão-pouco quanto aos factos sobre os - A falta de capacidade judiciária do autor ou do réu (al. c));
quais não é admissível confissão (art. 490.º n.º 2); - A falta de autorização ou deliberação que o autor devesse obter (al. d));
c) Quando representados pelo Ministério Público ou por defensor oficioso (arts - A ilegitimidade do autor ou do réu (al. e));
15.º, 16.º e 17.º), os incapazes, ausentes e incertos não têm o ónus de - A coligação ilegal de autores ou réus (al. f));
impugnar (art. 490.º n.º 4), que já deve ser observado quando os incapazes - A pluralidade subjectiva subsidiária ilegal (al. g));
são representados pelo representante geral ou litigam autorizados pelo curador - A falta de constituição de advogado pelo autor, quando o patrocínio é
(arts. 10.º a 13.º). Esta excepção só parcialmente coincide, pois, com a do art. obrigatório (al. h));
485.º alínea b). - A falta, insuficiência ou irregularidade da procuração passada ao advogado do
autor (al. h));
No caso de pluralidade de réus, não há qualquer dispensa do ónus de impugnar, - A listispendência (al. i));
pelo que, diversamente do que acontece na revelia (art. 485.º alínea a)), não - O caso julgado (al. i));
aproveita ao não impugnante a impugnação feita por outro réu. - A preterição de tribunal arbitral voluntário (al. j));
- A preterição de tribunal arbitral necessário (al. j)).
Excepção: Ao conceito de excepção subjaz a ideia de defesa indirecta, que sem pôr
em causa a realidade dos factos alegados como causa de pedir nem o efeito Excepção peremptória: Constitui excepção peremptória, segundo o art. 493.º n.º 3,
jurídico que o autor deles pretende extrair (nota: tal não significa que o réu que se a invocação de factos impeditivos, modificativos ou extintivos do efeito jurídico dos
defende por excepção esteja impedido de se defender também por impugnação), factos articulados, como causa de pedir, pelo autor. Ao contrário da excepção
consiste na alegação de factos novos dos quais o réu entende que se retira que o dilatória, fundada no direito processual, a excepção peremptória vai buscar o seu
tribunal em que a acção foi proposta não poderá declarar o efeito pretendido - ou fundamento ao direito material. A procedência da excepção peremptória leva à
porque tais factos impedem que esse tribunal aprecie o pedido formulado pelo autor absolvição do pedido (art. 487.º n.º 2 in fine). Exs. de excepções peremptórias:
(excepção dilatória) ou porque levam o tribunal, ao apreciá-lo, a julgá-lo decursos do prazo do usufruto; o pagamento da obrigação, etc.
improcedente (excepção peremptória).
Excepção propriamente dita e objecção: As excepções são, em regra, de
Execpção dilatória: Para que o tribunal se possa ocupar do mérito da causa, conhecimento oficioso, o que mais não é do que uma vertente do princípio jura novit
decidindo-a, é necessário que se verifiquem determinadas condições, que são curia (art. 664.º): o tribunal não está sujeito às alegações das partes - e, portanto, à
pressupostos processuais, e que, quando algum deles não se verifica, ocorre uma alegação do réu - no que respeita à indagação, interpretação e aplicação da norma
excepção dilatória. Se a falta do pressuposto não for sanada (art. 265.º n.º 2 e 288.º de direito. Este princípio tem como limites, entre outros, os casos em que, virtude da
n.º 2), o juiz deve proferir uma sentença de absolvição (do réu) da instância (arts. lei substantiva, está na dependência da vontade do réu a invocação dum direito
288.º n.º 1 e 494.º), salvo se o processo dever ser remetido para outro tribunal (arts. potestativo ou outra excepção (art. 496.º) e aqueles em que a lei processual coloca
105.º n.º 2, 111.º n.º 3, 288.º n.º 2 e 493.º n.º 2) ou ocorrer a situação prevista no na sua exclusiva disponibilidade a invocação da falta dum pressuposto, o que só
art. 288.º n.º 3. Pressuposto processual e excepção dilatória constituem, assim, o acontece com a incompetência relativa em caso não abrangido pelo art. 110.º
verso e reverso da mesma realidade. A excepção dilatória é, em regra, de (conjugar com art. 109.º) e com a preterição do tribunal voluntário (art. 495.º).
Minutas de Processo Civil p. 161 Minutas de Processo Civil p. 162
art. 848.º n.º 1 do cc, pois neste caso constitui, nos limites do pedido do autor, uma Se o R. alega um facto que não pessoal, dele R., ou de que não deva ter
excepção peremptória. conhecimento, a declaração equivale a impugnação, que é indirecta, bastará ao R.
alegar que desconhece os factos que não são pessoais ou de que ele não deva ter
O Prof. Lebre de Freitas adere à tese segundo a qual só pelo excesso a favor do conhecimento.
réu (liquidado ou não na contestação) há reconvenção. Segundo este professor, o
facto de assim se apreciar parte do contracrédito em sede de excepção e outra Se o R. não impugnar estes factos, eles são dados como provados. Mas, também
parte em sede de reconvenção não reveste especial complicação, visto que a não faz sentido obrigar o R. a dizer que eles são mentira, basta que o R. alegue que
mesma sentença apreciará normalmente a totalidade. desconhece esses factos.
Por último e quanto à taxa de justiça inicial é de referir que, tal como o autor, o réu Nos termos do art. 490.º n.º 1 do CPC o R. deve assumir posição em relação aos
deve pagar a taxa de justiça inicial aquando da apresentação da contestação. factos alegados por A.
A contestação é sempre notificado ao autor, quer haja quer não, lugar a réplica. Na contestação temos que indicar primeiro o que é defesa por excepção, e depois,
Efectivamente, ao autor - e não à secretaria - cabe verificar se, perante a o que é defesa por impugnação. Além de se defender por excepção e por
contestação apresentada, pode ou não haver réplica, pelo que a notificação deve impugnação, o R. também tem a possibilidade de deduzir um peido contra o autor
ter lugar para assegurar o eventual direito de resposta (art. 229.º n.º 2). mediante uma reconvenção.
O réu pode defender-se por excepção e por impugnação. A impugnação pode ser Frases finais da contestação:
directa ou indirecta. 1) Contestação com defesa por impugnação: “Nestes termos deve a acção ser
julgada improcedente por não provada, e em consequência deve o R. ser
Impugnação directa: quando por exemplo, o R. diz “é falso o que se alega no art.º absolvido do pedido”.
x”, dá uma ideia de oposição frontal. 2) Contestação com excepção dilatória e impugnação: “Nestes termos deverá ser
procedente a excepção de caso julgado e, em consequência, ser o R.
Impugnação indirecta: Exemplo: Acidente de viação. As acções emergentes de absolvido da instância, ou, quando assim não entende, deve a acção ser
acidente de viação, antigamente eram reguladas no código da estrada, a acção era julgada improcedente, por não provada e, em consequência ser o R. absolvido
proposta contra o proprietário, condutor e seguradora caso houvesse seguro. do pedido”.
Quando começou a obrigatoriedade do seguro, as acções emergentes de acidentes 3) Contestação com excepção peremptória e impugnação: “Nestes termos deve
de viação são, unicamente, propostas contra a seguradora. ser julgada procedente por provada a excepção....., e, se assim não for, a
acção deve ser declarada improcedente, por não provada e, em consequência
Imaginando a regulação anterior, uma acção é intentada contra o condutor da ser o R. absolvido do pedido”.
viatura causadora do acidente. O A. propõe a acção e diz, por exemplo, que o R., 4) Contestação com impugnação e reconvenção: “Nestes termos deve a acção
no dia x transitava na Rua Y. ser julgada improcedente por não provada, e o R. absolvido do pedido, mas
julgar-se procedente e provado o pedido da reconvenção, sendo o A.
Não faz sentido o R. dizer que não sabe se transitava na Rua Y no dia X; mas, já condenado a ........”
faz sentido o R. dizer que não sabe se o A. auferia mil contos por mês.
Porque não faz sentido o R. alegar que não sabe se determinado facto é real se se ALGUMAS NOTAS SOBRE: RÉPLICA
sabe tratar-se de facto pessoal do R. ou facto de que deva ter conhecimento, uma
declaração nestes termos equivale a uma confissão. RÉPLICA - Art. 502.º CPC:
Minutas de Processo Civil p. 165 Minutas de Processo Civil p. 166
Não tendo o réu deduzido reconvenção nem excepção, a fase dos articulados está a convite do juiz, quando é insuficiente ou imprecisa a alegação feita (arts. 508.º
terminada. Mas, tendo havido uma ou outra, o autor tem, para lhe responder, um n.ºs 1 alínea b) e n.º 3, e art. 508.º-A n.º 1 alínea c), pode fazê-lo também, por sua
outro articulado: a réplica (art. 502.º n.º 1). Esta tem também lugar quando, em iniciativa, na réplica.
acção de simples apreciação negativa, o réu tenha alegado, na contestação, os
factos constitutivos do direito, ou os elementos constitutivos do facto, negado pelo A falta de réplica implica a revelia do reconvindo quanto ao pedido reconvencional.
autor na petição inicial: (art. 502.º n.º 2) Aplicando-se o regime cominatório (regra e excepções) predisposto para a revelia
do réu, o pedido reconvencional será decidido no despacho saneador se,
A réplica desempenha, em face da reconvenção, o mesmo papel que a contestação consequentemente, todos os factos relevantes alegados pelo reconvinte deverem
(defesa) do réu em face da petição inicial: é, por sua natureza, uma contestação da ser considerados provados.
reconvenção. Enquanto resposta ás excepções, nela deve o autor impugnar os Tendo havido reconvenção, ou ampliando o autor o pedido na réplica, o valor da
factos que o réu tenha alegado como seu fundamento, sob a cominação de se acção passa a corresponder á soma dos vários pedidos deduzidos.
terem por provados por admissão, em termos idênticos e com as mesmas
excepções do art. 490.º, estando, pois, o autor sujeito ao ónus de impugnação (art. Com a reforma do processo, certos actos que eram da competência da secretaria
505.º) ( Nota: Não poderão, porém, dar-se como provados, por falta de impugnação judicial, passaram para os mandatários, que têm de notificar a parte contrária de
na réplica, os factos já negados na petição inicial. Se, por exemplo, o autor tiver dito certos actos por si efectuados. Ex.: Réplica – apresenta-se a réplica no tribunal
na petição inicial, embora não tivesse aí que o fazer, que o réu não pagou a dívida (cópia para a outra parte, uma para a reforma dos autos e outra carimbada para o
ou que ele, autor, teve conhecimento há menos de 1 ano dos factos em que funda a arquivo), tendo de ser feita a notificação do mandatário da outra parte. Nota: Antes
anulabilidade do contrato, o pagamento ou o conhecimento há mais tempo que o de entregar a réplica no tribunal, envia-se fax da mesma ao mandatário, juntando
réu alegue na contestação ter-se-á por impugnado, a menos que a generalidade da aos autos o relatório do fax.
afirmação do autor não permita dela extrair os factos concretos da contestação ou
que os factos concretos alegados na petição não sejam incompatíveis com outros O processo sumário não consente nem réplica nem tréplica.
alegados pelo réu na contestação); nela tem ainda o autor, com sujeição à
preclusão do art. 489.º, o ónus de deduzir as contra-excepções (excepções às
excepções deduzidas pela parte contrária) que tenha a opor à contestação, ALGUMAS NOTAS SOBRE: TRÉPLICA
alegando os factos impeditivos, modificativos ou extintivos pelo réu em sede de
excepção (Por exemplo: excepcionada pelo réu, em acção de dívida, a novação da TRÉPLICA – Art. 503.º CPC:
obrigação, o autor pode contra-excepcionar a nulidade ou anulabilidade do negócio
de novação - art. 860.º n.º 2 do cc); finalmente, cabe ao autor invocar os A tréplica constitui um articulado mais raro do que a réplica. Pressupõe que esta foi
fundamentos jurídicos que tenha a opor às excepções deduzidas pelo réu, bem apresentada e tem lugar em dois casos:
como aqueles em que funde as excepções que deduza, com a vantagem, quanto a - quando nela tenha sido modificado o pedido ou a causa de pedir;
estes, de preservar a faculdade de arguir eventual nulidade por violação judicial do - quando, tenha havido reconvenção, o autor tenha contra ela deduzido na
princípio do contraditório. réplica alguma excepção (art. 503.º n.º 1).
Além desta função primária, a réplica tem uma função secundária (nota: é Em qualquer dos casos, o réu tem o ónus de impugnar os novos factos alegados
secundária porque não pode, por si, tornar admissível o articulado: é preciso que o pelo autor, nos mesmos termos em que este o teve na réplica (art. 505.º), assim
autor tenha o direito de replicar, por o réu ter deduzido excepção ou reconvenção, como o ónus de deduzir as excepções que tenha contra o novo pedido ou a nova
para que na réplica possa fazer a ampliação ou alteração) muito importante: nela causa de pedir, as contra-excepções que possa opor às excepções deduzidas pelo
pode o autor modificar o pedido, a causa de pedir ou ambos, nos termos do art. autor em sede de reconvenção (art. 503.º n.º 1) e ainda as excepções às contra-
273.º, assim alterando ou ampliando o objecto do processo. Por maioria de razão, excepções que o autor haja deduzido, invocando as razões de direito que creia
pode o autor aproveitar a réplica para completar, rectificar ou concretizar a matéria assistirem-lhe com sujeição ao mesmo regime que é aplicável ao autor na réplica.
de facto que integra a causa de pedir: podendo fazê-lo, após a fase dos articulados,
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Ao contrário da réplica, a tréplica não pode servir à modificação do pedido contra ele deduzido pelo réu. Por isso, quem entende que o esquema legal do
reconvencional ou da respectiva causa de pedir. processo sumaríssimo não se compadece com a existência dum articulado de
resposta é levado a rejeitar também a possibilidade de reconvenção e quem
sustenta a admissibilidade da reconvenção é levado a defender que, quando o réu
ESPECIALIDADES DO PROCESSO SUMÁRIO reconvém, a resposta do autor é admitida.
ESPECIALIDADES DO PROCESSO SUMÁRIO: Antes da revisão de 1995/1996, a posição negativa (maioritária) baseava-se, de jure
constituto, na redacção anterior do art. 795.º n.º 2, que inculcava a ideia de que a
Não há réplica nem tréplica, podendo, em vez da primeira, ter lugar um articulado contestação era o último articulado admissível (“Havendo contestação, que será
de resposta do autor à contestação ou à reconvenção. notificada ao autor, é marcado o dia para o julgamento, que deve efectuar-se dentro
dos 10 dias seguintes”). Esse elemento literal desapareceu da nova redacção do
Tal como no processo ordinário, o autor pode, após a contestação apresentar novo art. 795.º, em que a referência à contestação aparece substituída pela expressão
articulado quando o réu tenha excepcionado ou reconvindo, ou quando a acção seja “fundos os articulados”. A norma do art. 494.º leva então a aplicar as disposições
de simples apreciação negativa; mas este articulado não é designado como réplica, estabelecidas para o processo sumário, que, por sua vez, subsidiariamente recorre
mas sim como resposta à contestação ou resposta à reconvenção (arts. 785.º e às do processo ordinário: os artigos 785.º e 786.º aplicam-se e, desaparecido o
786.º). Não se trata de dois articulados distintos, mas de um só: quando na invocado obstáculo à reconvenção, esta é admissível nos termos gerais.
contestação o réu tenha deduzido excepção e reconvenção, a resposta do autor
contém-se num só articulado, a apresentar no prazo do art. 786.º. Numa perspectiva racional, pode argumentar-se com a especial conveniência de
celeridade do processo sumaríssimo, que impregna todo o seu regime; mas é fácil
A designação de resposta limita a função do articulado: desempenhando a mesma contrapor que a admissibilidade da reconvenção obedece a exigências de economia
função primária, não pode já desempenhar a função secundária, que a réplica pode processual e que o interesse do réu em deduzir, no processo da acção contra ele
realizar, de alteração ou ampliação do pedido e (ou) da causa de pedir (art. 273.º proposta, pedidos estreitamente conexos com os do autor não é de menosprezar.
n.ºs 1 e 2, 1.ª parte); o autor tem de conter a sua alegação de facto nos limites da E, tal implicando a imediata notificação da contestação apresentada pelo réu (art.
defesa (por impugnação e por excepção) e a invocação do seu direito nos limites do 229.º n.º 2), é mais razoável permitir-lhe logo também a resposta às excepções do
pedido deduzido na petição inicial, sem prejuízo de poder aproveitar o articulado que reservar-lhe o direito de o fazer, mais perturbadoramente, na audiência final.
para completar ou corrigir a causa de pedir invocada na petição inicial ou para
ampliar o peido nela deduzido nos termos permitidos pelos arts. 273.º n.º 2, 2.ª
parte e 273.º n.º 4. MINUTA DE PETIÇÃO INICIAL DE ACÇÃO EXECUTIVA PARA PAGAMENTO DE
QUANTIA CERTA
As duas questões estão ligadas, embora, quanto ao articulado de resposta, apenas Pec - Tejo - Indústria de Produtos Pecuários de Lisboa e Setúbal, S.A., Pessoa
na medida em que constitua resposta à reconvenção: da admissibilidade da colectiva nº. 502 885 637, com sede na R. General Ferreira Martins, 8, 8º andar,
reconvenção resultará necessáriamente a admissibilidade de um articulado que Miraflores, 1495, Algés, Oeiras, vem intentar
veicule o exercício, pelo autor, do direito fundamental de defesa perante o pedido
Minutas de Processo Civil p. 169 Minutas de Processo Civil p. 170
ACÇÃO EXECUTIVA PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA, Para tanto e nos termos do art. 924.º do Cód. Proc. Civil, a
Exequente indica, desde já, à penhora os bens existentes
(execução de sentença) sob a forma de Processo Sumário, contra no domicílio da Executada, sito na R. Carlos Gonçalves, 7,
1.º Dto., no Montijo e no seu armazém sito na R. Diogo
Manuel Sacoto Rosa, com domicílio profissional no Mercado Central do Montijo - Rodrigues, n.º 5, no Montijo, bem como o saldo dos seus
Talhos 309/314, 2870, Montijo, depósitos bancários eventualmente existentes na sua
conta nas agência bancária do Banco Nacional Ultramarino
nos termos e com os seguintes fundamentos: do Montijo, sito na R. Joaquim Almada, n.º 77/79, no
Montijo, em número e valor suficiente para satisfação da
1.º quantia exequenda.
Por douta sentença de 9 de Outubro de 1997, nos autos de acção sumária à
margem referenciados, foi o ora Executado condenado a pagar à Exequente a Valor: 1.604.712$00 (Um milhão, seiscentos e quatro mil, setecentos e doze
quantia de 309.672$00, acrescida de juros à taxa de 15%, sobre a quantia de escudos).
276.282$00, a contar de 16.12.96, , até integral pagamento.”
Junta: Duplicados legais, procuração forense e documento comprovativo do
2.º pagamento da taxa de justiça inicial.
Juros esses que até à data de entrada da presente execução na secretaria do
Tribunal importam em Esc.$00. O Advogado
(assinatura + nome + domicílio profissional +
3.º contribuinte)
Assim, é o Executado devedor da importância de Esc. 1.604.712$00 (1.318.595$00
+ 286.117$00) bem como de juros vincendos até efectivo e integral pagamento.
MINUTA DE REQUERIMENTO DE LEVANTAMENTO DE PENHORA
Do Título Executivo
E. R. D.
José da Silva Gomes e Mulher Maria da Assunção Gomes, id. nos autos à margem 8.º
referenciados, vem deduzir Logo que lhe foi creditada na conta a quantia titulada pelas letras, o embargante
emitiu, assinou e entregou ao Rui Rodrigues 4 cheques no valor daquele montante.
EMBARGOS DE EXECUTADO
9.º
nos termos e pelos fundamentos seguintes: Refira-se que, na altura, o Rui Rodrigues emitiu, assinou e entregou 7 cheques no
valor das letras e com as mesmas datas de vencimento destas ao embargante-
1.º marido (vide docs. 6 a 12).
O título executivo não tem subjacente nenhuma relação causal.
10.º
2.º Ora, este só não apresentou os referidos cheques a pagamento porque sabia que o
Na verdade, a intervenção dos ora embargantes, apesar de aparecerem como amigo não tinha fundos suficientes na conta e confiou nas promessas feitas por ele
subscritores da livrança, foi meramente instrumental como meio de permitir, usando de que mais tarde lhe pagaria, até porque ele asseverou-lhe que estava a
as suas assinaturas e a conta do embargante marido, um financiamento a terceiro. diligenciar o problema junto da Caixa Geral de Depósitos.
3.º 11.º
Rui Rodrigues dos Santos, amigo do embargante-marido, pediu a este que Porém, como a situação nunca mais era resolvida, em 12/08/97, o embargante
descontasse umas letras de que ele era portador, no valor de 20.000.000$00, marido foi à Caixa Geral de depósitos assinar uma alteração do plano financeiro de
aceites pela “Protecla, Lda”, cujas fotocópias se juntam como docs. 1 a 4, amortização do capital previsto na supra mencionada proposta de crédito, na qual já
porquanto, ele não tinha possibilidades de proceder ao desconto das mesmas. não consta a menção às letras da «Protecla, Lda» (vide doc. 13).
Minutas de Processo Civil p. 175 Minutas de Processo Civil p. 176
com caminho público e do sul com a Pousada do Manel, inscrito na matriz sob o Por outro lado, dúvidas não subsistem de que a embargante é terceira na presente
artigo 1326 e descrito na respectiva conservatória sob o número 00001/231084. execução, não tendo, de qualquer forma intervindo no processo ou no acto jurídico
de que emanou a penhora.
4.º
Estes imóveis, entre outros, foram adquiridos pela aqui embargante através de 12.º
escrituras públicas outorgadas em 21 de Março de 1994, no 1.º cartório Notarial de A embargante teve conhecimento da penhora em 12 de Julho do corrente ano, por
Ovar, lavradas, respectivamente, a fls. 36 a 37 v., do Livro 1109-A, e a fls. 34 a 35 comunicação expressa dos executados.
do Livro 1109-A (vide docs. 1 e 2).
13.º
5.º Sendo os bens penhorados da aqui embargante, não pode a execução prosseguir
Pela Conservatória do Registo Predial de Ovar foi efectuada, em 25 de Março de quanto a eles.
1995, a inscrição da aquisição do prédio urbano supra descrito a favor da
embargante (vide doc. 3). Termos em que, devem os presentes embargos ser
recebidos, julgados procedentes e, em
6.º consequência, ser suspensa a execução e levantada
À compra a venda dos prédios aqui em causa, precedeu a outorga de contrato- a penhora incidente sobre os bens constantes dos
promessa cujos termos se reproduziram nas respectivas escrituras públicas. termos de penhora de fls. 27 e 33.
Requer-se que, autuados por apenso os presentes
7.º embargos, se notifique a embargante para contestar,
A embargante dedica-se à construção e compra e venda de imóveis, tendo já sido querendo, no prazo legal, seguindo-se os demais
celebrado contrato-promessa de compra e venda dos imóveis objecto de penhora termos até final.
(vide doc. 4). Testemunhas:
(nome, estado civil, profissão e residência)
8.º
Aliás, no que respeita ao prédio urbano sito na Rua da Serafina, n.º 647, em Ovar e Valor: o da execução
atento o facto de o mesmo se encontrar arrendado, foi já efectuada a comunicação
do projecto de venda e respectivas cláusulas à arrendatária, tendo esta respondido Juntam: 6 documentos, procuração forense, cópias e duplicados legais.
não se encontrar interessada na aquisição do mesmo (vide doc. 5).
O advogado
9.º (assinatura + nome + domicílio profissional + n.º de
O supra enunciado é atestativo de que os bens penhorados são propriedade da contribuinte)
embargante, que exerce sobre os mesmos uma posse real e efectiva.
Através da primeira, o credor logra o reconhecimento de um direito a uma prestação efeito meramente devolutivo. Neste caso, é possível executar provisoriamente a
e a intimação do devedor para que cumpra; através da segunda, perante a decisão recorrida na pendência do recurso. Se tal ocorrer, a execução extinguir-se-
proibição da auto-defesa e a não satisfação efectiva do seu direito, o credor obtém á ou modificar-se-á em conformidade com a decisão definitiva. As decisões
a realização coactiva da prestação não cumprida. intermédias proferidas pela instância de recurso suspenderão ou modificarão a
execução se a elas for também atribuído o efeito meramente devolutivo; caso lhes
Como resulta da disposição transcrita, são as leis de processo que disciplinam a seja atribuído o efeito suspensivo, a execução prosseguirá tal como foi instaurada e
tramitação dos dois tipos de acção, correspondendo à de cumprimento o processo só poderá ser extinta ou modificada com a decisão definitiva.
de declaração, regulado nos arts. 467.º a 800.º do CPC, e à de execução o
processo de execução, contido nos arts. 801.º a 943.º do CPC. A execução de sentença contra a qual haja sido interposto recurso com efeito
meramente devolutivo pode ser suspensa a pedido do executado desde que preste
Utiliza-se o processo declaratório para se obter o reconhecimento de um direito real caução, numa situação paralela à do executado (embargante) que tenha
ou de um direito de crédito e a condenação do réu a realizar certa prestação, por embargado a execução (cf. art. 818.º n.º 1).
violação do dever jurídico correspondente. Utiliza-se o processo executivo quando,
uma vez proferida sentença condenatória, se imponha proceder à sua efectivação, Prosseguindo a execução, não pode o exequente ou qualquer credor ser pago sem
extraindo coactivamente ao devedor a respectiva prestação ou um seu equivalente prestar caução, enquanto a sentença estiver pendente de recurso.
patrimonial.
E a venda efectuada no decurso do processo ficará sem efeito se for anulada ou
Há casos em que ao processo declaratório não pode seguir-se o processo revogada a sentença que se executou, como determina a alínea a) do n.º 1 do art.
executivo como há casos em que pode instaurar-se processo executivo sem 909.º.
precedência do processo declaratório.
Tendo o credor a seu favor uma sentença condenatória, não poderá intentar contra
Como exemplos dos primeiros podemos apontar: as acções de condenação o devedor uma nova acção de condenação com o mesmo pedido e a mesma causa
julgadas improcedentes ou que terminem com a absolvição do réu da instância; as de pedir, sob pena de a ver naufragar por verificação da excepção dilatória, de
acções de simples apreciação ou as acções constitutivas em que a mudança na conhecimento oficioso, do caso julgado, face ao disposto nos arts. 494.º e 495.º.
ordem jurídica requerida pelo autor se esgota com a sentença proferida; e o
cumprimento voluntário da sentença condenatória por parte do réu. Mas se, em vez de uma sentença condenatória, o credor tiver a seu favor um título
executivo extrajudicial, poderá valer-se do processo de declaração, a fim de obter
Como exemplo dos segundos, aqueles em que o autor se encontra munido de um um título mais completo e seguro, qual seja daquela sentença?
título executivo extrajudicial, ou sejam de um documento constitutivo ou certificativo
de obrigações que a lei considera apto a servir de base ao processo executivo. O nosso ordenamento jurídico permite-lhe que o faça, sem correr o risco de ver a
sua pretensão indeferida ou votada ao insucesso. Mas, por uma razão de economia
Toda a execução tem por base um título, pelo qual se determinam o fim e os limites processual, a lei desaconselha o credor a seguir esse caminho, impondo-lhe, desde
da acção executiva, diz-nos o n.º 1 do art. 45.º. É o denominado título executivo, que disponha de um título com incontroversa força executiva, o ónus jurídico de se
peça necessária e suficiente à instauração da acção executiva ou, dito de outra socorrer, logo e em primeira linha, do processo de execução.
forma, pressuposto ou condição geral de qualquer execução. O art. 46.º enumera
taxativamente quais são os títulos executivos. Temos então títulos judiciais e títulos Se o não fizer, e embora vencedor, deve arcar com as custas do processo. É o que
extrajudiciais. resulta do art. 449.º, n.ºs 1 e 2, alínea c).
As sentenças só se configuram como título executivo após o trânsito em julgado Mas, para que essa condenação em custas ocorra, segundo o normativo citado,
(art. 47.º), ou seja, desde que insusceptíveis de recurso ordinário ou de reclamação impõe-se a verificação dos seguintes requisitos:
(cf. art. 677.º). Só não será assim, se o recurso interposto contra a sentença tiver a) que o réu não conteste a acção declaratória;
Minutas de Processo Civil p. 181 Minutas de Processo Civil p. 182
No processo de execução, são necessariamente partes principais as pessoas que A competência na acção executiva:
promovem e contra quem é promovida a execução. Aquelas denominam-se
exequentes e estas executados e correspondem, respectivamente, aos autores e A nossa lei processual civil divide a competência em duas espécies: competência
réus, no processo de declaração. internacional e competência interna.
Partes acessórias são as pessoas portadoras de certos interesses conexos com os A competência internacional é a fracção do poder jurisdicional atribuída aos
interesses em causa num processo, admitidas a nele intervir numa posição tribunais portugueses no seu conjunto, em face dos tribunais estrangeiros (art. 61.º).
subordinada à de uma das partes principais e apenas para a coadjuvar, mantendo-
se, consequentemente em relação a ela numa posição subalterna. A sua actuação Não existe no Código de Processo Civil nenhuma norma que directamente
faz-se por um direito alheio. estabeleça as regras de competência internacional dos tribunais portugueses no
que concerne à acção executiva. Assim, para determinar a competência num caso
Como partes acessórias, à semelhança do que ocorre no processo de declaração, desses teremos de fazer apelo ao art. 65.º, que apesar de arquitectado para a
figuram, no processo de execução, se bem que aqui sem grande projecção, os acção declarativa, reclama aplicação, directa ou analógica, à acção executiva.
assistentes (art. 335.º). Podem, sobretudo, surgir, com interesse relevante, nos
processos declarativos enxertados, como o de embargos de executado, o de A competência interna, assente na repartição do poder de julgar entre os tribunais
embargos de terceiro ou de reclamação e verificação dos direitos reais caducáveis. portugueses, divide-se nas seguintes categorias: a) competência em razão da
matéria; b) competência em razão da hierarquia; c) competência em razão do valor
Patrocínio judiciário: e da forma de processo aplicável; d) competência em razão do território (art. 62.º).
a) Em razão da matéria: as duas regras fundamentais da competência em razão
O patrocínio judiciário, no processo executivo, tem a regulá-lo o preceito especial do da matéria, que valem tanto para a acção declarativa como para a acção
art. 60.º. executiva, constam dos arts. 66.º e 67.º
Minutas de Processo Civil p. 183 Minutas de Processo Civil p. 184
empregado no preceito. Segundo o n.º 1 do art. 814.º, são fundamentos de Se o embargado impugnar ou a revelia não for de considera operante, o juiz
oposição à execução não só os previstos para as execuções baseadas em decidirá após a realização das diligências que se mostrem necessárias.
sentença de tribunal judicial, mas também aqueles em que se pode fundar a
anulação da decisão arbitral. Consagra a lei alguns desvios à regra contida no n.º 1 do art. 818.º. São eles os
constantes dos n.ºs 2, 3 e 5 do mesmo artigo 818.º.
Para o caso de a execução se basear em título extrajudicial, diz-se no n.º 1 do art.
815.º, que, além dos fundamentos de oposição especificados no art. 813.º, na parte Oposição à penhora: Três são as hipóteses previstas no art. 863.º-A como
que sejam aplicáveis (e não o são os fundamentos das alíneas b), d), f) e g)), se fundamento de oposição à penhora:
poderão alegar quaisquer outros que seria lícito deduzir como defesa no processo a) Inadmissibilidade da penhora sobre os bens concretamente apreendidos ou
de declaração. quanto à extensão com que ela foi realizada;
b) Imediata penhora de bens que só subsidiariamente respondem pela dívida
No que concerne à tramitação, o processo de embargos de executado configura-se exequenda;
como uma verdadeira acção declarativa enxertada na executiva. Nesta acção c) Incidência da penhora sobre bens que não respondem, nos termos do direito
declarativa, o autor (executado) denomina-se embargante e o réu (exequente) substantivo, pela dívida exequenda.
embargado.
A alínea a) refere-se, primordialmente, na sua primeira parte, aos casos de
A oposição por requerimento: A oposição inicia-se por um simples requerimento, impenhorabilidade processual, quer absoluta (art. 822.º) quer relativa, esta apenas
que não tem de ser articulado, a apresentar no prazo legalmente previsto para a fora das hipóteses autorizadas (art. 823.º) e, na segunda parte, aos casos de
oposição por embargos, a não ser que se funde em matéria de conhecimento impenhorabilidade parcial (art. 824.º. Ainda esta alínea contempla a penhora de
oficioso que poderá ser apresentado até à prolação do despacho que ordene a uma parte especificada de bens indivisos ou de bens compreendidos num
venda ou outras diligências destinadas ao pagamento (art. 820.º). património comum ou duma fracção de qualquer deles, em execução apenas
movida contra algum ou alguns dos contitulares (art. 826.º).
Uma vez que a oposição por requerimento não se configura, diversamente da
oposição por embargos, como uma acção declarativa enxertada no processo de A alínea b) contempla as situações de penhorabilidade subsidiária, tanto na vertente
execução, nem o requerimento com uma petição, a falta de resposta ao pessoal como na vertente real, tal como se encontram caracterizadas no art. 828.º.
requerimento, na parte em que ele contenha matéria de facto (hipótese pouco No que concerne à primeira vertente, atente-se na oposição que pode ser suscitada
frequente), não importa a confissão dos factos alegados pelo executado. pelo fiador e pelos sócios da sociedade comercial em nome colectivo e da
sociedade civil, por ainda não se encontrarem penhorados e alienados os bens do
Apresentando-se o requerimento como um incidente, a julgar conjuntamente com a devedor principal, desde que previamente tenham invocado o benefício da
acção principal, compete ao juiz da execução (e jamais ao tribunal colectivo - art. excussão (art. 828.º n.º 1, parte final). No que respeita á segunda vertente, pense-
106.º, alínea b) da LOTJ) o conhecimento da oposição que nele se inclua. se na oposição do devedor por, em caso de dívida com garantia real sobre bem
próprio, a penhora ter incidido sobre outros bens, sem previamente se ter verificado
Efeitos da oposição por embargos: Diz-se no n.º 1 do art. 818.º que o a insuficiência daquele (art. 835.º), ou, então, em execução movida contra marido e
recebimento dos embargos não suspende a execução, a menos que o embargante mulher por dívidas por que são responsáveis ambos os cônjuges se terem
requeira a suspensão e preste caução. penhorado bens próprios de um deles, quando os comuns garantem o pagamento
da dívida (art. 1695.º n.º 1 do cc).
A prestação de caução corre por apenso ao processo de execução devendo o
embargado ser notificado para impugnar o seu valor e a sua idoneidade. Se nada A alínea c) alude a casos de impenhorabilidade substancial de determinados bens,
disser, e a revelia for de considerar operante, é logo julgada idónea a caução por não responderem pela dívida exequenda, não obstante responderem por outras
oferecida e o embargante notificado para a prestar, no prazo que lhe for assinado. do executado.
Minutas de Processo Civil p. 187 Minutas de Processo Civil p. 188
Atente-se na execução promovida contra o herdeiro para pagamento de dívidas do requerer a separação de bens, aquando da nomeação à penhora de bens comuns
autor da herança, onde se penhorem bens próprios do herdeiro, ou seja, bens não do casal.
herdados. O executado há-de servir-se do incidente da oposição para obter o
levantamento da penhora. A legitimidade para deduzir embargos de terceiro somente compete, nos dias de
hoje, a terceiro, ou seja, a quem não é parte na causa nem como demandante nem
Quanto à tramitação: Da tramitação da oposição á penhora cuida o art. 863.º-B, que como demandado ou, tratando-se de processo de execução, nem como exequente
nos diz tratar-se de um incidente da execução, sujeito ao regime dos artigos 302.º a nem como executado (art. 351.º n.º 1). E devem ser deduzidos contra as partes
304.º. primitivas (art. 357.º n.º 1). O primeiro chama-se embargante; as segundas,
Começará por um requerimento do executado, a apresentar no prazo de 10 dias, embargadas.
contados da data em que deve considerar-se notificado do acto da realização da
penhora, no qual deve oferecer o rol de testemunhas e requerer outros meios de Como fundamento, segundo o n.º 1 do art. 351.º, a ofensa da posse ou de qualquer
prova. direito incompatível com a realização ou o âmbito da diligência, na sequência de
acto judicial de apreensão (v.g., penhora, arresto, arrolamento) ou entrega de bens
Se a oposição se basear na existência de patrimónios separados, deve o executado (v.g., despejo e entrega judicial da coisa, na execução para entrega de coisa certa).
nomear logo os bens penhoráveis integrados no património autónomo que responde
pela dívida exequenda e que tenha em seu poder (art. 863.º-B, n.º 3). Não obstante classificados como incidente da instância, a estrutura dos embargos
de terceiro é a de uma acção declarativa a processar por apenso à causa em que
Embargos de terceiro: Face ao princípio geral de apenas estarem sujeitos à haja sido ordenado o acto ofensivo do direito do embargante (art. 353.º n.º 1). Tem,
execução os bens do executado (art. 821.º), impõe-se conferir a terceiro um meio todavia, esta acção a particularidade de ser precedida duma fase introdutória,
processual de defesa dos seus bens contra execuções alheias. Este meio destinada a apurar a verosimilhança da pretensão deduzida.
cognomina-se embargos de terceiro.
Distinguem-se na tramitação dos embargos de terceiro os seguintes momentos:
Os embargos de terceiro são um incidente da instância, são uma verdadeira a) Petição de embargos;
subespécie da oposição espontânea, sob a denominação de oposição mediante b) Despacho liminar;
embargos de terceiro (arts. 351.º e ss). E assim, como é do conceito de oposição c) produção da prova meramente informatória;
(art. 342.º, n.º 1), encontramo-nos perante um incidente que permite a um terceiro d) Despacho de recebimento ou de rejeição dos embargos;
intervir numa causa para fazer valer, no confronto de ambas as partes um direito e) Contestação;
próprio, total ou parcialmente incompatível com as pretensões por aquelas f) termos subsequentes.
deduzidas.
O cônjuge do executado, que tenha a posição de terceiro, pode também socorrer-se I - APONTAMENTOS SOBRE A AUDIÊNCIA PRELIMINAR
dos embargos de terceiro, para defender os bens próprios e os bens comuns que
hajam sido indevidamente atingidos pela diligência de cariz executório (art. 352.º). A audiência preliminar visa sanear e, sempre que for caso disso, decidir o processo.
E isto por esta diligência se dever efectivar sobre os bens próprios do cônjuge É onde se concentram todas as medidas organizativas do processo, traduzindo a
executado e, subsidiariamente, sobre a sua meação nos bens comuns (art. 1696.º instituição de um amplo espaço de debate aberto e corresponsabilizante entre as
n.º 1 do cc), mesmo estando em causa uma dívida da responsabilidade de ambos partes, seus mandatários e tribunal, de forma que os contornos da causa, em suas
os cônjuges, por não figurarem marido e mulher como executados. diversas vertentes de facto e de direito, fiquem concertada e exaustivamente
delineadas e se a via da conciliação não for bem concedida e a questão não se
Os embargos de terceiro são o meio próprio de defesa do cônjuge do executado, mover apenas, e essencialmente pelo direito, seguir-se-á a fixação comparticipada
não demandado na execução, e cuja citação não seja pedida pelo exequente, para da base instrutória, com virtualidade de reclamação e decisão imediata das
Minutas de Processo Civil p. 189 Minutas de Processo Civil p. 190
O estado dos autos não permite que se conheça, desde já, do mérito da causa, por Em 3 Abril de 97, deu de arrendamento ao réu o aludido prédio.
tal depender da prova a produzir. Sendo a renda fixada de 80.000$00/mês.
Sendo assim, selecciona-se, da seguinte forma, a matéria factual:
Porém, o réu apenas pagou dois meses de renda. Devendo à data da propositura
FACTUALIDADE ASSENTE da acção 4 meses de renda.
A) Pretende, assim , a autora que o réu seja despejado do locado, com fundamento na
Os autores são donos e legítimos proprietários do imóvel descrito nos arts. 1.º a 2.º falta de pagamento de renda, devendo, ainda, o mesmo ser condenado, os
da petição inicial. duodécimos em falta.
B) Cumpre decidir.
Os réus são locatários, na sequência do contrato de arrendamento junto ao
documento n.º 3 como petitório, da fracção do imóvel em propriedade horizontal O tribunal é competente, não existindo excepções ou nulidades processuais para
referido no item antecedente. apreciar.
As partes são legitimas. Advém dos autos que a autora, constatando pela
FACTOS A PROVAR EM AUDIÊNCIA informação emitida pela CGD, a falta de depósito de algumas prestações mensais
que o réu deveria depositar a título de renda do prédio locado, instaurou a presente
1.º acção.
A fracção denominada Co é destinada a estabelecimento comercial?
Precipitadamente, já que o réu demonstrou através de recibos correspondentes a
2.º depósitos na CGD, ter efectuado o pagamento atempado.
Sendo constituída por um salão, um quarto de banho e um terraço?
Minutas de Processo Civil p. 191 Minutas de Processo Civil p. 192
II – OUTROS APONTAMENTOS SOBRE A AUDIÊNCIA PRELIMINAR Finalmente, a audiência preliminar poderá servir para requerer a gravação da
audiência final.
A lei admite que esta não exista, quando o juiz entender que a questão, pela sua
simplicidade, dispensa a audiência preliminar (art. 508.º-B). Vejamos então a título de exemplo um modelo de requerimento completo:
Na audiência preliminar, o juiz começa por proferir o despacho saneador. 4.º Juízo Cível
2.ª Secção
Haverá questões que podem ficar aqui resolvidas; a própria questão pode ficar aqui Processo n.º
resolvida. Exemplo: se houver uma caducidade, o juiz pode, desde logo, absolver o
R. do pedido.
Exmo. Sr. Juiz de Direito
A este despacho saneador chama-se saneador sentença. do Tribunal Civil da
Comarca de Lisboa
Se isto não acontecer, o juiz vai fazer uma dupla selecção da matéria de facto:
1) Seleccionar os factos irrelevantes e os relevantes para a decisão da causa; António João Sousa, A. nos autos à margem referenciados, vem:
2) Dentro dos factos relevantes, o juiz vai fazer a segunda selecção: por um lado
a matéria assente, por outro a base instrutória. I – Requerer o depoimento de parte do R. à matéria dos quesitos 3.º e 5.º da Base
Instrutória;
Quais as circunstâncias que contribuem para que um facto seja considerado como
provado? II – Oferecer o seguinte rol de testemunhas:
- Factos que tenham a sustentá-los documentos com força probatória
bastante; 1 – F..... (nome, estado, profissão), residente ....., em Lisboa, a notificar;
- Factos alegados e não impugnados; exceptuam-se os que só por 2 – F..... (nome, estado, profissão), residente ....., em Santarém, a apresentar (ou a
documento possam ser provados e quando estejam em causa direitos ouvir por teleconferência);
indisponíveis: mesmo que não haja contestação, nem por isso o facto é 3 – F..... (nome, estado, profissão), residente ....., em Chaves, a inquirir por carta
provado. precatória, a expedir para o Tribunal de Comarca de Chaves, à matéria dos
quesitos 4.º e 6.º da Base Instrutória.
As partes podem não se conformar com a “arrumação” que o juiz fez da matéria de
facto. Podem reclamar, nos termos do art. 511.º n.º 2. III – Prova documental:
Requer-se a junção aos autos dos seguintes documentos:
Há a reclamação, a resposta à mesma e a decisão final, que é irrecorrível. - Doc. 1., para prova do quesito 6.º da Base Instrutória;
Minutas de Processo Civil p. 193 Minutas de Processo Civil p. 194
- Doc. 2., para prova do quesito 11.º da Base Instrutória. que desconhece o facto não conta para este limite. São 5 testemunhas
que conheçam do facto. (Art. 633.º do CPC).
IV – Prova Pericial: - Não há limites de factos para cada testemunha, isto é, não há limite sobre
Requer-se exame médico na pessoa do A. para prova do quesito 12.º da Base o número de factos sobre os quais cada testemunha pode ser inquirida.
Instrutória.
EXEMPLO DE BASE INSTRUTÓRIA
V – Inspecção Judicial:
Requer-se a inspecção judicial do imóvel identificado nos autos, designadamente, DESPACHO SANEADOR
quanto ao enquadramento da arrecadação e ás condições de habitabilidade que
oferece, para prova dos quesitos 14.º e 15.º da base Instrutória. O tribunal é competente.
Inexistem vícios que determinem a nulidade de todo o processado.
VI – Requer-se, nos termos e ao abrigo do disposto no art. 522-B do CPC, a As partes são legitimas.
gravação de audiência final. Inexistem quaisquer outras excepções ou nulidades que cumpra conhecer e obstem
à apreciação do mérito da causa.
Termos em que
se requer a junção O conhecimento do mérito do pedido formulado depende de prova a produzir pelo
aos autos para que o processo prossegue com enumeração dos factos assentes e a organização
os legais efeitos da base instrutória.
O FACTOS ASSENTES
Advogado
A
Junta: um documento e documento comprovativo da notificação do mandatário da O veiculo de matricula 41-34-AX (propriedade de Mochos, Lda) despistou-se, no dia
parte contrária. 21 de Fevereiro de 1998, pelas 4h20m, quando circulava ao Km 4, em Oeiras.
Vão: As cópias.
(acordo feito por A e R – porque ambos alegaram o despiste).
Algumas notas a propósito das testemunhas:
B
- A primeira testemunha reside na área do círculo judicial do tribunal. Essas A responsabilidade emergente dos danos provocados pela circulação do veículo
testemunhas são notificadas e têm a obrigação de comparecer no ligeiro de passageiros de matrícula 41-34-AX, encontrava-se à data referida em A,
tribunal. transferida para a Ré, mediante contrato de seguro titulado pela apólice
- A segunda testemunha reside fora da área metropolitana de Lisboa e, AU05404101.
como tal, não será notificada nem terá obrigação de comparecer;
- No caso da terceira, a primeira coisa a fazer é indicar os quesitos sobre (acordo feito por A e R – porque ambos alegaram o despiste)
os quais a testemunha vai ser inquirida. Sempre que pretendamos a
inquirição de uma testemunha por carta precatória, no requerimento em C
que apresentamos os meios de prova, temos que indicar logo a matéria Sónia Cátia Karim, nasceu a 20.4.1976, e é filha de Maria Aldina Guia Pinto Karim e
sobre a qual vai incidir a sua inquirição; Abdul Karim.
- Sobre cada facto da base instrutória não se pode inquirir mais de 5
testemunhas. No entanto uma testemunha que seja inquirida e declare (Provado por documento autêntico – certidão de nascimento)
Minutas de Processo Civil p. 195 Minutas de Processo Civil p. 196
D
Fátima Cristina Pinto Karim, faleceu a 21.2.98, e era filha de Maria Aldina Pinto 10.º
Karim e Abdul Karim. e deram as mãos?
1.º 13.º
No dia 21 de Fevereiro de 1998, pelas 4h20m, o Km 4, em Oeiras, na A5, o local E perdendo o controlo o mesmo despitou-se?
caracterizava-se por uma recta que antecedia uma curva?
14.º
2.º Indo embater nos rails de protecção da A5?
No local e hora referidos no quesito anterior chovia muito e o piso estava molhado?
15.º
3.º Tendo o carro ficado partido em três?
O Veiculo 41-34 AX, era conduzido por Paulo Andréa do Carmo Costa Fernandes,
no sentido Cascais Lisboa? 16.º
O ocupante Paulo Almeida sofreu ferimentos ligeiros?
4.º
e pela faixa da esquerda? 17.º
A A. tentava estancar o sangue que corria da cabeça de Fátima Karim, que se
5.º encontrava deitada sobre as suas pernas, olhando-se mutuamente?
E eram passageiros dos mesmo Fátima Cristina Karim; Sónia Cátia Pinto Karim e
Paulo Fernandes Alves Almeida? 18.º
Enquanto aguardavam a chegada dos serviços de urgência?
6.º
Enquanto conduzia, o condutor acelerava para demonstrar as qualidades do 19.º
veículo? Fátima Karim faleceu no HSF Xavier?
7.º 20.º
O que levou os ocupantes a pedir-lhe que moderasse a velocidade? Em consequência do despiste A foi transportada ao HSFX?
8.º 21.º
Tendo o condutor acelerado, superando os 170Km? Onde lhe diagnosticaram a fractura dos 7.º e 9.º arcos costais esquerdos; pelo
derrame pleural e hemoperitoneu ligeiro?
9.º
Com medo, Fátima e Sónia, insistiram com o mesmo que abrandasse? 22.º
Minutas de Processo Civil p. 197 Minutas de Processo Civil p. 198
Por contrato escrito celebrado em 1 de Janeiro de 1975, o autor cedeu ao réu, para 9.º
exclusiva habitação deste, o gozo e a fruição do 1.º andar do prédio identificado em Tais infiltrações são bem visíveis no tecto da divisão que se situa imediatamente por
A), pelo período de seis meses, renovável, e pela retribuição mensal de Esc.: baixo da nova casa de banho?
6.000$00.
10.º
C) De outro lado, o réu mandou proceder à construção de uma parede que dividiu em
A retribuição referida em B) encontra-se fixada, com referência à data da duas a maior divisão do andar?
propositura da presente acção, em Esc.: 10.725$00, mercê das legais actualizações
a que foi sujeita. 11.º
Tal parede é construída em tijolo, e foi rebocada e estucada?
BASE INSTRUTÓRIA
12.º
1.º Passando a existir duas divisões completamente distintas e isoladas no local onde
O réu deixou de residir no andar referido em B)? existia o salão?
DILAÇÕES O carteiro foi lá no dia 02 de Maio de 2001 entregar a carta, que a mulher do réu
Artigo 252.º - A recebeu e assinou.
Citação Pessoal Citação Edital Qual o prazo para contestar?
v Citação feita em pessoa diversa do citando: 5 dias -Art. 252.º-A, n.º 1, a); Sempre 30 dias.
v Citação feita fora da área da comarca sede do Tribunal onde pende a acção: 5 dias – Resposta:
Art. 252.º-A, n.º 1, b); - O prazo para apresentação da contestação de uma acção sumária são 20 dias
v Citação feita no território das regiões autónomas correndo a acção no continente ou – art. 783.º CPC;
em outra ilha, ou vice-versa: 15 dias – Art. 252.º-A, n.º 2; - Ocorrem duas dilações neste caso, pois:
v Citação feita no estrangeiro: 30 dias – Art. 252.º-A, n.º 3; - A citação foi feita em pessoa diversa do citando – 5 dias: art. 252.º-A, n.º 1
v Citação feita por via postal simples: 30 dias – Art. 252.º-A, n.º 3. al. a);
- A citação foi feita fora da área da comarca sede do Tribunal onde pende a
Cumulação de dilações: acção – 5 dias: art. 252.º-A, n.º 1 al. b).
v alínea a) do n.º 1, com alínea b) do n.º 1; - Assim, e nos termos do art. 148.º do CPC, temos: 20 dias + 5 dias + 5 dias =
v alínea a) do n.º 1, com o n.º 2; 30 dias;
v alínea a) do n.º 1, com o n.º 3 (cit. No estrangeiro); - O réu considera-se citado no dia 02/05/2001, ou seja, no dia que foi assinado o
v alínea a) do n.º 1, com o n.º 2 e com o n.º 3 (cit. Por via postal simples). aviso de recepção: art. 238.º-A, n.º 1;
- E portanto, o primeiro dia do prazo é o dia 03/05/2001, pois que o primeiro dia
do prazo é o dia seguinte àquele em que se considera feita a citação – art.
CITAÇÃO - REGRAS PARA CONTAGEM DO PRAZO: 279.º al. b) do C.C.
- Pelo que o prazo para contestar (sem multa) termina a 01/Junho/2001.
1) Ver qual o prazo estipulado na lei para apresentação da contestação em
causa; Caso 2:
2) Ver se ocorre alguma dilação (art. 252.º-A); O Tribunal de Évora expediu a 18 de Maio de 2001, duas cartas registadas c/A/R
3) Adicionar o prazo peremptório com a dilação ou dilações, e proceder à para citação de dois réus no mesmo processo, para contestar uma acção sumária.
contagem como se se tratasse de um único prazo (art. 148.º) Um dos réus reside na comarca (Évora) e a mulher dele recebeu a carta no dia
4) Determinar qual o dia em que se considera feita a citação; 23/Maio/2001.
5) O primeiro dia do prazo é o dia seguinte àquele em que se considera feita a O outro réu reside em Lisboa, e recebeu ele próprio a carta no dia 28/Maio/2001.
citação, ou seja, o dia em que se considera feita a citação não é dia de prazo – Quando termina o prazo para contestarem?
art. 279.º b) C.Civil;
6) Os prazos podem começar – e começam – ao sábado, domingo ou feriado; Resposta:
7) Os prazos de duração inferior a seis meses suspendem-se durante as férias 1) Relativamente ao réu que reside em Évora:
judiciais; - O prazo para apresentação da contestação de uma acção sumária são 20 dias:
8) A citação pode ocorrer durante as férias judiciais. Neste caso, o primeiro dia do art. 783.º CPC;
prazo será o primeiro dia após as férias. - Ocorre uma dilação de 5 dias, pois a citação foi ef ita em pessoa diversa do
citando – Art. 252.º-A, n.º 1, alínea a);
CASOS PRÁTICOS: - Assim, e nos termos do art. 148.º do CPC, temos: 20 dias + 5 dias = 25 dias;
- O réu considera-se citado no dia 23/Maio/2011, ou seja, no dia em que foi
Caso 1: assinado o aviso de recepção – Art. 238.º-A, n.º 1;
O Tribunal Judicial de Lisboa enviou a 24/04/2001 uma carta de citação, registada - E portanto o primeiro dia do prazo é o dia 24/Maio/2001, pois que o primeiro
c/aviso de recepção, para contestar uma acção com processo sumário. O réu vive dia do prazo é o dia seguinte àquele em que se considera feita a citação – Art.
em Portimão. 279.º al. b) do cc;
Minutas de Processo Civil p. 203 Minutas de Processo Civil p. 204
- Pelo que, o prazo para contestar termina no dia 17/Junho/2001, mas como - Considerando que as férias judiciais, são (na parte que interessa ao presente
esse dia é domingo, então o último dia do prazo é dia 18 de Junho de 2001 (n.º caso) de 16 de Julho a 14 de Setembro (inclusivé): Art. 12.º da Lei 3/99, de 13
2 do art. 144.º do CPC). de Janeiro;
- E, considerando que os prazos de duração inferior a seis meses se suspendem
2) Quanto ao réu que reside em Lisboa: durante as férias judiciais: Art. 144.º n.º 1 do CPC;
- O prazo para apresentação da contestação de uma acção sumária são 20 dias: - Resulta então que, o último dia do prazo para contestar (sem multa) é o dia
art. 793.º CPC; 15/Outubro/2001.
- Ocorre uma dilação de 5 dias, pois a citação foi feita fora da área da comarca
sede do tribunal onde pende a acção – Art. 252.º-A, n.º 1, al. b); (Nota: se a ré for uma pessoa colectiva e quem recebe a carta é o porteiro, não há
- Assim, e nos termos do art. 148.º do CPC, temos: 20 dias + 5 dias = 25 dias; aqui a dilação que há para as pessoas singulares – do art. 252.º-A, n.º 1, al. a)).
- O réu considera-se citado no dia 28/Maio/2001, ou seja, no dia em que foi
assinado o aviso de recepção – Art. 238.º-A, n.º 1;
- E portanto o primeiro dia do prazo é o dia 29/Maio/2001, pois que o primeiro NOTIFICAÇÃO
dia do prazo é o dia seguinte àquele em que se considera feita a citação – Art.
279.º al. b) do CC; NOTIFICAÇÃO
- Pelo que, o prazo para contestar termina no dia 22/Junho/2001. Data em que se considera feita
Actos da Secretaria Notificação entre mandatári
De referir que nos termos do art. 486.º n.º 2 do CPC, o réu que reside em Évora Artigo 254.º n.º 2 Artigos 229.º -A e 260.º
cujo prazo terminava mais cedo (18/Junho/2001) poderia contestar até ao dia Presume-se feita no 3.º dia posterior ao do registo da Considera-se feita no dia em que efe
22/Junho/2001, pois como são vários réus a sua contestação poderia ser oferecida expedição; recebida – art. 260.º-A, n.º 2;
até ao termo do prazo do que começou a correr em último lugar (neste caso, do réu
de Lisboa). Se esse 3.º dia for sábado, domingo ou feriado, a O 1.º dia do prazo é o dia seguinte ao da no
notificação considera-se feita no 1.º dia útil seguinte, EXCEPÇÕES (Art. 260.º-A, n.º 3):
Caso 3: mesmo que este seja em férias judiciais; 1) se a notificação se considerar feita e
O Tribunal Judicial de Penafiel vai enviar uma carta dia 9/Julho/2001 registada feriado, véspera de sábado ou
c/A/R para citação a uma empresa (ré) que tem sede no Seixal. O 1.º dia do prazo é o dia seguinte àquele em que se domingo, o 1.º dia do prazo será o p
A carta é recebida no dia 11/Julho/2001 na sede da ré e trata-se de uma acção considera feita a notificação, mesmo que seja sábado seguinte;
ordinária. ou feriado; 2) se a notificação se considerar feita e
Qual o último dia do prazo? férias judiciais, ou durante férias judi
Quando a notificação se considere feita em dia de férias do prazo será o primeiro dia após féria
Resposta: judiciais, o 1.º dia do prazo é o primeiro dia após as
- O prazo para apresentação da contestação de uma acção ordinária são 30 férias, mesmo que se trate de sábado, domingo ou
dias: Art. 486.º n.º 1 CPC; feriado.
- Ocorre uma dilação de 5 dias, pois a citação foi feita fora da área da comarca
sede do Tribunal onde pende a acção: Art. 252.º-A, n.º 1, al. b) CPC; Nota: Quando se trate de notificação FEITA PELA
- Assim, e nos termos do art. 148.º do CPC, temos: 30 dias + 5 dias = 35 dias; SECRETARIA, os prazos podem começar – e começam
- A ré considera-se citada no dia 11/Julho/2001, ou seja, no dia em que foi – ao sábado ou feriado.
assinado o aviso de recepção: Art. 238.º-A, n.º 1;
- E, portanto, o primeiro dia do prazo é o dia 12/Julho/2001, pois que o primeiro
dia do prazo é o dia seguinte àquele em que se considera feita a citação: Art.
CASOS PRÁTICOS:
279.º al. b) do CC;
Minutas de Processo Civil p. 205 Minutas de Processo Civil p. 206