Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZO DA ____ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕ ES DA

COMARCA DE JABOATÃ O DOS GUARARAPES/PE.


Nome; brasileira, viú va, domestica, portadora Da Carteira de Identidade n.º00000-00, CPF
sob o nº. 000.000.000-00, com endereço sito a EndereçoCEP 00000-000, através de seu
advogado que esta subscreve, procuraçã o anexa, vêm, respeitosamente, perante V.Exa.,
CONSTESTAÇÃ O com fulcro no artigo 627 do Có digo de Processo Civil, pelos fatos e
fundamentos de direito a seguir arguidos:
PRILIMINARMENTE
DA ASSISTÊ NCIA JUDICIÁ RIA
Declara ser pobre no sentido legal, requerendo, portanto o benefício da JUSTIÇA
GRATUITA, conforme lhe faculta a lei, porque nã o está em condiçõ es de pagar as custas do
processo e honorá rios advocatícios, sem prejuízo pró prio ou se sua família (Art. 4º, Lei
1.060, de 5.2.60, com as modificaçõ es da Lei 7.510, de 04.07.86) e ainda nos termos do Art.
5º, LXXIV, da Carta Magna "O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos".
Dessa forma, requer o benefício da assistência judiciá ria com fulcro no artigo 98 e
seguintes do Có digo de Processo Civil.
SEGUNDA PRELIMINAR
INÉ PCIA DA PETIÇÃ O INICIAL
Destarte, faltam na peça inaugural os documentos comprobató rios necessá rios para sua
propositura, de modo que nã o há como se provar os fatos narrados na sua inicial.
Outro agravante, cadê a documentaçã o do IMÓ VEL , nã o conste escritura ou muito menos
REGISTRO, que prove que o terreno é de herdeiros!
Contudo, traz consigo a minú cia de que estar diante de um propó sito claro e evidente de
locupletamento "sine causa". Salvo melhor compreensã o, a falta de embasamento e provas
cabais para as alegaçõ es pecuniá rias aludidas pelas autoras na peça vestibular conduz
veementemente à tal conclusã o.
Com efeito, aduz o art. 330, § 1º, do Có digo de Processo Civil, que"considera-se inepta a
petiçã o inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - a parte for
manifestamente ilegítima; III - da narraçã o dos fatos nã o decorrer logicamente a conclusã o;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si".
É evidente que a petiçã o inicial é inepta, pois dos fatos narrados nã o decorreu qualquer
conclusã o ló gica do pedido, devendo, portanto, a petiçã o inicial ser declarada inépcia e o
feito ser extinto sem resoluçã o de mérito.
Neste sentido, citar doutrina e jurisprudência.
Desta forma, a petiçã o inicial deverá ser indeferida nos termos do art. 330, inciso I e
pará grafo ú nico, do Có digo de Processo Civil, devendo o presente feito ser extinto, sem
resoluçã o de mérito, conforme dispõ e o art. 485, inciso I, do mesmo dispositivo legal.
Ora, com a devida "data maxima venia", nada parece apoiar a propositura da açã o em
contradita, em enlace com toda o emaranhado de elementos que contestam tal intento.
Diante do exposto, fica plenamente manifesta a INÉ PCIA DA PETIÇÃ O INICIAL com fulcro
no artigo 337, inciso IV, no NCPC, devendo ser julgado extinto o processo sem julgamento
de mérito.
Totalmente improcedentes devem ser julgados os pedidos das autoras, haja vista que os
fatos por ele narrados de forma alguma correspondem à verdade.
DOCUMENTOS EXTEMPORÂ NEOS
Conforme determina o Novo Có digo de Processo Civil, incube a parte instruir o petiçã o
inicial com todos os documentos destinados a provar suas alegaçõ es, sendo admitidos
documentos posteriormente somente se devidamente provada a inacessibilidade á época
da sua distribuiçã o, in verbis :
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas
alegações.

(...)
Art. 435. É lícito à s partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando
destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô -los aos
que foram produzidos nos autos.
Pará grafo ú nico. Admite-se também a juntada posterior de documentos
formados apó s a petiçã o inicial ou a contestaçã o, bem como dos que se tornaram
conhecidos, acessíveis ou disponíveis apó s esses atos, cabendo à parte que os produzir
comprovar o motivo que a impediu de juntá -los anteriormente e
incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5 o .
A disposiçã o legal busca dar efetividade ao PRINCÍPIO DA NÃ O SURPRESA, bem como da
LEALDADE PROCESSUAL. Caso contrá rio, apó s toda instruçã o processual e apenas antes da
decisã o seria possível a juntada de algum documento chave que alteraria toda conduçã o
processual. Tal estratégia é vedada, conforme destaca a doutrina:
" Não pode a juntada ser feita com o intuito de surpreender a parte contrária ou o juízo , ardilosa e
maliciosamente, para criar no espírito do julgador, à última hora, a impressão de encerramento da questão, sem
que a outra parte tenha tido igual oportunidade na dialética do processo. Deve estar presente na avaliação do
julgador, sempre, o princípio da lealdade processual, de sorte seja permitida a juntada de documento nos autos,
apenas quando nenhum gravame houver para a parte contrária ." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 17a ed. Editora RT, 2018. Versão ebook, Art.
435)
A jurisprudência, no mesmo sentido veda este tipo de conduta. Portanto, antes mesmo de
se impugnar pontualmente os documentos juntados, a sua tempestividade deve ser
certificada, em observâ ncia aos princípios do DEVIDO PROCESSO LEGAL e LEALDADE
PROCESSUAL.
INCIDENTE DE FALSIDADE
Nos termos do Art. 430 do CPC/15, a arguiçã o de falsidade pode ser suscitada na
contestaçã o, na réplica ou a partir da intimaçã o da juntada do documento aos autos.
Dessa forma, a manifestaçã o em face dos documentos juntados é o momento ideal para tal
incidente. Todavia, nada impede que mesmo diante do transcurso do prazo do prazo de
manifestaçã o, a falsidade pode ser arguida.
Afinal, trata-se de matéria de ordem pú blica, devendo ser constatada e reprimida em
qualquer fase do processo, conforme leciona renomada doutrina:
" A preclusão não transforma o documento não impugnado em documento verdadeiro ou autêntico - a preclusão é
apenas da oportunidade do oferecimento da arguição de falsidade. Vale dizer: o juiz, verificando por meio de
outras provas que um documento não é verdadeiro ou autêntico, pode lhe negar eficácia probatória, ainda que
não tenha sido apresentada tempestivamente a arguição de falsidade (STJ, 2.a Turma, REsp 257.263/PR, rel. Min.
Franciulli Netto, j. 17.05.2001, DJ 01.10.2001, p. 186)." (MITIDIERO, Daniel. ARENHART Sérgio Cruz. MARINONI,
Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil Comentado. Editor Revista dos Tribunais, 2017, Versão e-book, Art.
430.)

Nesse sentido é o posicionamento jurisprudencial


AUSÊNCIA DE INCIDENTE DE FALSIDADE. DILIGÊNCIA DESNECESSÁRIA. AVERIGUAÇÃO MEDIANTE PROVA
DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL. POSSE DA NOTA PROMISSÓRIA QUE CONSTITUI PRESUNÇÃO APENAS RELATIVA
DE PAGAMENTO. TÍTULO RESTITUÍDO MEDIANTE APRESENTAÇÃO DO BOLETO COM AUTENTICAÇÃO INVÁLIDA.
INDUÇÃO EM ERRO DA FUNCIONÁRIA DA EMPRESA RÉ. PAGAMENTO NÃO COMPROVADO. PROTESTO E
NEGATIVAÇÃO LEGÍTIMOS. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS RECURSAIS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
"A ausência de ingresso do incidente [de falsidade documental] não impede que o juiz reconheça a falsidade de um
documento se chegar a essa conclusão em razão das outras provas produzidas" (NEVES, Daniel Amorim
Assumpção. Manual de direito processual civil: volume único. 7. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Método, 2015,
p. 535). (TJSC, Apelação Cível n. 0002662-33.2010.8.24.0004, de Araranguá, rel. Des.Marcus Tulio Sartorato,
Terceira Câmara de Direito Civil, j. 06-03- 2018).

Portanto, os documentos juntados nã o devem ser considerados, sob pena de grave afronte
ao princípio do PROCESSO LEGAL e LEALDADE PROCESSUAL.
Dos Fatos
Que Nome, conviveu com o falecido Nome(VIÚ VO) conviveram em Uniã o Está vel por mais
de 21 (vinte e um) anos, sendo referida convivência pú blica e contínua, estabelecida com
objetivo de constituiçã o o de família, com convivência pú blica, contínua e duradoura com o
intuito de constituir família, reconhecida por parentes e amigos e filhos.
Que já existe o processo de nú mero 0033488- 72.2021.8.17.2810 na AÇÃ O DE
RECONHECIMENTO DE UNIÃ O ESTÁ VEL , na Quarta Vara de Família e Sucessõ es da
Comarca de Jaboatã o dos Guararapes, inclusive de conhecimento de todos, conforme
Certidã o do Oficial de Justiça, que a Sra. NomeCistina Nome, ligou entrou em contato com a
secretaria dessa Vara.(documento juntado)
Que está registrado no Cartó rio Nome, Oficial de registro civil de Cavalheira, a ESCRITURA
PÚ BLICA DECLARATORIA DE CONCUBINATO de Nomee Nome, conforme documento
juntados nos autos.
As casas colocadas na petiçã o inicial, CONTESTA, pois nã o fazem parte dos bens deixados
pelo falecido (Nome), sã o casinhas construídas em terreno de POSSE da Sra. Nome, que foi
construída com seu trabalho.
Que Nome(falecido) deixou foi um Automó vel Chevrolet - Onix de Placa ABC0000(TAXI),
que esta de posse de Nome;
Um Automó vel Chevrolet - Onix de Placa ABC0000(TAXI), que estava de posse da Sra.
Nomeem nome Cassia Cristina, foi tomado pelas Herdeiras;
Um reboque modelo Itagri - CA 500, ano 2011 - de Placa 4369 em nome de Nome, que
também estava de posse da Sra. Nomena garagem, foi arrombado o cadeado que estava
com uma corrente, levado e vendido.
Assim nã o existe casas a serem dividas e sim os dos automó veis TAXI e o reboque, inclusive
já encontrasse com os herdeiros.
Por isso, há de ser JULGADA PROCEDENTE a CONTESTAÇAO.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO JUDICIAL. PRIMEIRAS DECLARAÇÕES. POSSE. PARTILHA. INVIABILIDADE.
RETIFICAÇÃO DETERMINADA PELO JUÍZO. RECURSO DESPROVIDO. 1. A sucessão abre- se com a morte,
transmitindo, nesse momento, a herança, como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros, o que inclui
a transmissão da posse com as mesmas características. 2. Contudo, a despeito de a posse ser transmitida aos
herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres, não pode ser inventariada, necessitando das vias
ordinárias para a devida regularização, notadamente por envolver interesses de terceiros, tratando-se, portanto,
de questão de alta indagação (art. 612 do CPC/15). 3. Negar provimento ao recurso ."[TJMG, AI 1196546-
47.2018.8.13.0000, 8a CCível, DJe 07.05.2019]
"AGRAVO DE INSTRUMENTO - INVENTÁRIO - POSSE - PARTILHA - INVIABILIDADE - RETIFICAÇÃO DETERMINADA
PELO JUÍZO - RECURSO DESPROVIDO. 1. A posse, a despeito de ser transmitida aos herdeiros ou legatários do
possuidor com os mesmos caracteres, não pode ser inventariada, necessitando das vias ordinárias para a devida
regularização, notadamente por envolver interesses de terceiros. 2. Recurso desprovido ." [TJMG, AI
1.0280.00000-00/001, 8a CCível, DJe 25.10.2018]

26. Mutatis mutandis , prossegue o r. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS:


"APELAÇÃO CÍVEL - SUCESSÕES - INVENTÁRIO - IMÓVEIS OBJETO DE PARTILHA HOMOLOGADA - DIREITO DE POSSE
E AÇÕES - TRANSCRIÇÃO NO REGISTRO - IMPOSSIBILIDADE. A posse de bens imóveis, nos termos do art. 1.206 do
atual e art. 495 do anterior Código Civil, pode ser objeto de sucessão e de partilha regular, no entanto, o formal
que homologa a partilha sobre tais direitos, não se sustenta como título capaz de transpor a propriedade, por
envolver questão de alta indagação e interesses diversos passíveis de serem obtido nas vias ordinárias, daí porque
a pretensão executória de impor as consequências da partilha junto ao Cartório competente, não se mostram
dentro do título judicial e importam na extinção do processo sem julgamento de mérito, com remessa às vias
ordinárias, nos termos do art. 984 do Código de Processo Civil. Não provido ." [TJMG, Apel. Cível 1.0450.00000-
00/001, 3a CCível, DJe 16.11.2015]
"APELAÇÃO CÍVEL - PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO- EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - INEXISTÊNCIA
DE BEM A INVENTARIAR - QUESTÃO DE ALTA INDAGAÇÃO - DIREITO DE POSSE INADMISSIBILIDADE DE PARTILHA -
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Questões de alta indagação não podem ser submetidas ao Juízo do inventário,
devendo ser dirimidas em ação própria. 2. A dificuldade da inventariante em identificar o bem da de cujus, bem
como a ausência do título de domínio do imóvel, inviabilizam o prosseguimento do feito. 3. A posse, por se tratar
de situação de fato, não é passível de ser inventariada. 4. Recurso não provido ." [TJMG, Apel. Cível 1.0687.00000-
00/001, 5a CCível, DJe 14.04.2014]

DOS PEDIDOS
Pelo exposto requer à Vossa Excelência:
1. Que julgue a TOTAL IMPROCEDENTES os pedidos da PETIÇAO INICAIL, QUE NÃ O
CONDIZEM COM A VERDADE, condenando as Autoras ao ô nus sucumbencial;
2. Que seja acolhida as preliminares de INÉ PCIA DA INICIAL, indeferindo-se a petiçã o
inicial, ante a ausência de documentos indispensá veis a propositura da açã o e,
consequentemente, seja a demanda extinta sem resoluçã o do mérito, nos termos do artigo
485, inciso I, do CPC.
3. A concessã o do beneficio da justiça gratuita, eis que a demandada nã o possui condiçõ es
de arcar com a despesas do processo e honorá rios advocatícios sem prejuízo do seu
sustento e de sua família;
4. A condenaçã o da requerida ao pagamento das custas e honorá rios advocatícios, estes
fixados em percentual nã o inferior a 20%(vinte por cento), na forma prevista no artigo 85,
& 2º e & 13, do CPC;
5. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, requerendo
desde já o depoimento da Autora, a prova testemunhal oportunamente arrolada e
documental.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Recife, 11 de janeiro de 2023.
Nome11.416 - OAB/PE

Você também pode gostar