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Direito das sucessões

CAI O RI B E I RO PI RE S
PROF. DI RE I TO C I VI L X
CONT E ÚDO DA E M E NTA- ABE RT URA DA SUCE SS ÃO/ M OM E NTO
E L UGAR/ ACE I TAÇÃO E RE NÚNCI A DA HE RANÇA
A abertura da sucessão

Abertura da sucessão = momento da morte do autor da herança


ATENÇÃO: abertura da sucessão # abertura do inventário
A abertura de inventário é procedimento. Quando se notícia para o juízo que a
pessoa morreu para começar o processo de inventário, ou quando se lavra a
escritura no inventário extrajudicial.
A abertura da sucessão
Hipóteses de morte no direito brasileiro e abertura da sucessão
Morte natural = prova-se pelo certidão de óbito (morte na data que consta no documento)
Morte presumida= grande probabilidade/buscas (dia do fato que faz considerar a morte presumida)
Ausência= ficção de morte mais complexa (sucessão definitiva, dez anos após a sentença de sucessão
provisória transitada em julgado)
Ditadura militar= participado ou acusado de participação em atividades políticas (2 de setembro de 1961 a
5 de outubro de 1988). Comprovada tal condição, basta registrar o óbito (Lei n° 9140/1995).
Reconhecimento? Comissão Especial (art.4° da mesma lei, redação de acordo com a Lei n° 10875/04.
Consequências da abertura da sucessão:
o princípio de saisine?
Principais utilidades = posse e segurança jurídica no trânsito econômico
Utilização de ações possessórias (administrador provisório da herança)/parâmetro da posse como
definidor de quem administra a herança antes de nomeado inventariante, sujeito a ser demandado
(art.1797, inciso II, CC)/ transmissão da posse com os mesmos vícios e condições aos herdeiros
Exemplo: STJ, AgInt no AREsp 1580936 / ES, Rel. Min. Maria Isabel Galotti, 4ª Turma, julgado em
29/06/2020, disponível em: https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201902700949&dt_publicacao=03/08/2020)
A segurança jurídica- independentemente de registro, autorizar os credores do herdeiro à penhora do
seu quinhão, administrador provisório cobrar aluguel, etc
Consequências da abertura da sucessão:
o princípio de saisine?

Direito de saisine à brasileira- inconsistências


A obrigatoriedade de inventário e a herança como todo indivisível administrado pelo
inventariante até a partilha dos bens
Só após esse momento autoriza-se registro da propriedade e fruição de todos os seus
consectários
O benefício de inventário como regra e a publicização do monte- herança serve, primeiro,
para pagar credores e tributos, depois aos herdeiros (assim, intra vires hereditatis)
Consequências da abertura da sucessão:
contradições e funções da saisine
Caso no STJ não precisa de posse fática para ser de direito a tutela possessória
STJ, REsp 1547788 / RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, 3ª Turma, julgado em 14/05/2017, disponível
em: https:// scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201500975532&d
t_publicacao=26/05/2017

A impenhorabilidade dos bens da herança e a saisine


REsp 1271277 / MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 15/03/2016.

Por outro lado, problemática a posição do herdeiro como proprietário, fruindo de todos os
poderes inerentes a esta posição (não aceitação do pedido de extinção do condomínio ao longo
do inventário, mera cessão de direito hereditários, conforme STJ, REsp 1817849 / SP, Rel. Min.
Moura Ribeiro, 3ª Turma, julgado em 15/09/2020 disponível em: https://
scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=20170122345
0&dt_publicacao=29/10/2020
Consequências da abertura da sucessão:
contradições e funções da saisine
Caso no STJ não precisa de posse fática para ser de direito a tutela possessória
STJ, REsp 1547788 / RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, 3ª Turma, julgado em 14/05/2017, disponível
em: https:// scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201500975532&d
t_publicacao=26/05/2017

A impenhorabilidade dos bens da herança e a saisine


REsp 1271277 / MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 15/03/2016.

Por outro lado, problemática a posição do herdeiro como proprietário, fruindo de todos os
poderes inerentes a esta posição (não aceitação do pedido de extinção do condomínio ao longo
do inventário, mera cessão de direito hereditários, conforme STJ, REsp 1817849 / SP, Rel. Min.
Moura Ribeiro, 3ª Turma, julgado em 15/09/2020 disponível em: https://
scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=20170122345
0&dt_publicacao=29/10/2020
A transmissão direta e imediata da herança
e a imprescindível segurança jurídica

Resumo: efetivar o art.1784, CC, é importante, mas, dizer que ele é a saisine e ponto é forçar
a barra
O objetivo da transmissão mais rápida e imediata da herança (sabendo que é transmissão bens
para pessoa, não pessoa para outra pessoa)
Principal função: garantir a continuidade da vida do falecido, mas, outras, inclusive,
econômicas,
Contudo, hoje, prática, é outra história
Aplicação da lei da abertura da sucessão
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.
Atenção desnecessário fundamentar na saisine, mas, fundamentam

Maiores exemplos de importância prática


O rol de herdeiros Alíquota tributária do momento da morte (Súmula 112, STF)
Importância do momento da abertura da
sucessão-comoriência

Art. 8° Código Civil


O exemplo do casal solteiro sem filhos/filhos de casamentos diferentes
Administração da herança
Algumas regras específicas do Código Civil sobre o inventário (análise segundo a ordem em que se aplicam)

Procedimento de inventário
Concentra uma série de atos destinados a regularizar à sucessão
Colocar patrimônio em ordem (objetivo/subjetivo)/administrar a herança/liquidar a herança pagando credores e
tributos/operar sua transmissão aos herdeiros

Até que se tenha a partilha e se faça todo o levantamento do quanto deve, o quanto tem que ser transmitido e
como deve ser transmitido, alguém tem que ter posse e administração, que é o inventariante (CPC). Antes do
inventário, o Código Civil tem uma disposição sobre isso. SEMPRE, PORÉM, UMA ADMINISTRAÇÃO
CONCENTRADA DE BENS, NUNCA ESPARASA
Administração da herança anterior ao inventário
(via de regra, questão de fato)

Art. 1.797.
Até o compromisso do inventariante, a administração da herança caberá, sucessivamente:
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucessão;
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver mais de um
nessas condições, ao mais velho;
III - ao testamenteiro;
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes,
ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
Administração da herança anterior ao inventário-
importância prática

Taxatividade e aplicação subsuntiva


O privilégio da realidade prática de administração (boa-fé objetiva, substância sobre a forma,
etc)

Comandos anteriores ao início do inventário x conflito sobre quem será o inventariante

Administração da herança quando não há inventariante nomeado por decisão judicial


Cobrança/recebimento de alugueis, conservação dos bens, prestação de contas, etc (na
prática momento de grande liberdade, não chega a autorização judicial)
Administração da herança anterior ao inventário-
importância prática

Art. 613. Até que o inventariante preste o compromisso, continuará o espólio na posse do
administrador provisório.

Art. 614. O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a


trazer ao acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao
reembolso das despesas necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou
culpa, der causa.
O administrador da herança e o uso exclusivo do
imóvel- questões

Possível a fixação de aluguéis pela utilização de bem deixado pelo autor da


herança exclusivamente por um dos herdeiros“ (AgInt no AREsp 889.672/RS,
Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
21/02/2017, DJe 10/03/2017).
O administrador da herança e o uso exclusivo do
imóvel- questões

Herança como todo indivisível e posse


Via de regra, todos são proprietários e possuidores dos bens
Contudo, todos conseguem fruí-los integralmente (exemplo: 3 imóveis para 5 herdeiros)

Uso exclusivo de imóvel por um dos herdeiros


Posse justa/injusta?
Consensual/ onerosa ou gratuita
ATENÇÃO: dever do inventariante representar herdeiros (contratos)
Local da abertura da sucessão e local da
propositura do inventário

O local da abertura da sucessão


Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido
Pouca repercussão prática...Precisa do inventário para transmitir. Então, precisa saber a competência do inventário

Neste sentido, importante olhar o CPC


Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o
cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as
ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança
não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros
diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio
Inventário e jurisdição nacional
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para (...) ainda
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Jurisdição nacional exclusiva


Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: II -
em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
Inventário e jurisdição nacional
Razões da exclusividade de jurisdição nacional
Herança= bem imóvel (“raiz” no Brasil)
Inventário e pagamento de tributos (imposto devido em nosso território)

Consequências
Pessoa não domiciliada no Brasil, mas com bens no país
Direito Internacional Privado
A pluralidade de juízos sucessórios (bens em mais de um país= diferentes transmissões causa mortis,
exceção a...)
Competência e inventário
Elemento interno- onde abrir inventário no Brasil?
Domicílio do falecido
Motivo (?)
Exceção: pessoa curatelada = foro do curador

Competência territorial = competência ...


Exemplos (planejamento tributário e outras potencialidades)

Domicílio incerto
Localização dos bens/Diversos domicílios = livre escolha
Abertura de inventário- questões gerais

Segundo inventário distribuído por dependência de um primeiro/proposto de modo conjunto

Sobrepartilha = mesmos autos e mesmo inventário

Inventário e vis attractiva


Ações atraídas= aquelas ligadas ao inventário e partilha
Não há atração= indenizatórias, cobrança, investigação de paternidade, etc (sem, inclusive, conexão, segundo STJ, AgInt
no AREsp 1320255 / RJ, Rel. Des. Luís Felipe Salomão, 4ª Turma, julgado em 30/05/2019 sobre declaratória de união
estável. Ademais, STJ, REsp 1153194 / MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, julgado em 13/11/2012)
Julgado minoritário: conexão na petição de herança (STJ, REsp 1278217 / MG, 4ª Turma, julgado em 16/02/2012
Mesmo foro # mesma vara-crítica
Abertura de inventário e inventário conjunto

Dois inventários propostos juntos, de duas pessoas diferenças/um em dependência do outro


Pode, não deve- inventário e partilhas de bens de pessoas diferentes, passando pelas mesmas fases ao mesmo
tempo
Função = facilitar!
Abertura de inventário e inventário conjunto
Art. 672.
É lícita a cumulação de inventários para a partilha de heranças de pessoas diversas quando houver:
I - identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens;
II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros;
III - dependência de uma das partilhas em relação à outra.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a dependência for parcial, por haver outros bens, o
juiz pode ordenar a tramitação separada, se melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade
processual
ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA

•Esquecimento do tema e o planejamento


sucessório post mortem
ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA
• Herança como direito patrimonial disponível = ninguém é obrigado a ser herdeiro (exceção dos
atos egoísticos de representante)
Aceitação da herança/da condição de herdeiro (direito patrimonial com obrigação, encargos,
custos de transmissão... Ou seja, o positivo pode virar negativo)

• Fatores que podem levar a renúncia


Afetividade/patrimônio a receber vs. Patrimônio do herdeiro/ solidariedade

•Momento da aceitação ou renúncia


Delação sucessória (ou abertura da sucessão)
Logo após esse momento deve haver o ato
ACEITAÇÃO DA HERANÇA-CONCEITO

•É a deliberação, que pode vir de forma tácita, ou a manifestação


de vontade que expressa o desejo de recolher a herança.


ACEITAÇÃO DA HERANÇA- BREVES
QUESTÕES GERAIS

• Confirmação da transmissão sucessória


Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde
a abertura da sucessão.
Assim, retroage a aceitação para a data da abertura da sucessão

•De outro lado, se não aceitei a herança tem-se por não transmitida
Ou seja, a renúncia é o contrário da aceitação
ACEITAÇÃO DA HERANÇA-
CARACTERÍSTICAS GERAIS

•Ato jurídico unilateral


A lei que diz as condições sobre as quais a herança se transmite após a aceitação
Não receptício (não depende de comunicar ninguém/autorizar...Até por isso, pode ser
presumido)

•Puro , simples e irretratável


ACEITAÇÃO DA HERANÇA-
CARACTERÍSTICAS GERAIS
•Ato puro (art.1808, CC)
Não comporta condição ou termo (não pode ficar “suspensa” aceitação)

•Dispensa autorização do cônjuge (não é disposição de direitos)

•Ato simples
Herança indivisível = aceitação integral , não parcial (art.1808, CC)
Não aceitar créditos/negar débitos

• Irretratabilidade (art.1812, CC)


Não comporta arrependimento/ havendo sobrepartilha, deverá partilhar herança com quem já aceitou
Desafio maior: renúncia pode ser tácita
INDIVISIBILIDADE DA ACEITAÇÃO-
EXCEÇÕES

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição
ou a termo.
§1o: “o herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a
herança; ou, aceitando-a, repudiá-los”.
§2o: “o herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão
hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto
aos quinhões que aceita e aos que renuncia”.
FORMAS DE ACEITAÇÃO

•Expressa/tácita/presumida/indireta

•Expressa
Forma escrita (escritura pública/instrumento particular)

•Tácita (art.1805, CC)


Atos de qualidade de herdeiro (constituir advogado nos autos do inventário, abrir inventário,
manifestar-se sobre as primeiras declarações, habiitar-se, manifestar-se sobre avaliação,
possuir, defender posse, etc).
FORMAS DE ACEITAÇÃO

•Aceitação tácita e irretratabilidade


“O pedido de abertura de inventário e o arrolamento de bens, com a regularização processual por
meio de nomeação de advogado, implicam a aceitação tácita da herança”. (STJ, REsp 1622331 / SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 3ª Turma, julgado em 08/11/2016, disponível em: https://
scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201201793492&dt_publicacao=14/11/2
016
)

•Exceções à aceitação tácita (art.1805, §1° e §2°, CC)


Atos oficiosos (Pagar velório, alguma manifestação, conservar os bens da herança, mera conservação)
Cessão gratuita pura e simples aos demais coerdeiros não é aceitação
FORMAS DE ACEITAÇÃO

•Aceitação presumida (art.1807, CC)


Notificar o herdeiro silente para saber se ele aceita ou não (a partir de 20 dias
após a abertura da sucessão)
Responder em 30 dias. Não manifestou-se expressamente? Presume que aceita
(crítica/teoria responsabilidade patrimonial)
ACEITAÇÃO INDIRETA

•Máxima: não posso renunciar a herança em malefício aos meus credores (mais
uma vez, o problema do desvio do quinhão)

•Aceitação por credores com autorização judicial (# representação, aceitação por


mandato, procuração, etc) – 1813, CC
ACEITAÇÃO INDIRETA-REQUISITOS

•Autorização judicial (art.1813, caput, CC)

•Prazo de 30 dias do conhecimento do fato para o pedido (art.1813, §1°, CC)


Não se habilitou? Vias ordinárias

•Efeitos (art.1813, §2°, CC)


Paga a dívida o remanescente devolver-se-á aos demais herdeiros
RENÚNCIA DA HERANÇA

•Repúdio aos direitos hereditários, despindo-se da qualidade de herdeiro.

•Mesmas características, porém, o contrário da aceitação

•Principal diferença: não há renúncia presumida (art.1806, CC)


Deve constar de autorização judicial ou instrumento público
RENÚNCIA DA HERANÇA-
CARACTERÍSTICAS
•1) Ato jurídico: Não se trata de negócio jurídico, ou seja, não é a pessoa que define os efeito que o ato
vai ter;

•2) Ato unilateral: Não depende de comunicação para os outros herdeiros, mas só da vontade do único
herdeiro que quer renunciar ou aceitar;

•3) Ato formal: Se a aceitação pode ser expressa ou tácita, a renúncia só pode ser expressa. Se não
falar nada no processo, se estará aceitando a herança. Se expressamente deixar de aceitar e constituir
advogado, também estará aceitando (ATENÇÃO NO QUE FAZER DIANTE DA VONTADE DE RENUNCIAR)
RENÚNCIA NA SUCESSÃO
TESTAMENTÁRIA

•Preservação da autonomia do testador

•(i) Ou tem-se um substituto, nesse caso consta no testamento que tal herdeiro substituirá o herdeiro
testamentário;
•(ii) Ou o direito de acrescer que é outra hipótese que significa que do testamento se presume que o
testador caso um dos herdeiros fosse renunciar ou não estivesse mais em condições de receber o
patrimônio a título de testamento, se supõe que ele acresceria esse direito ao direito de outros
herdeiros;
•(iii) Ou existe a possibilidade de caducar o testamento, que é uma ineficácia, na verdade. É quando se
institui um herdeiro, ele renuncia, volta sua parte para o monte. Então, a ideia é de primeiro privilegiar a
vontade do testador, por último, se não consigo fazer isso, volto para o monte e faço a delação de
acordo com a sucessão legítima
EFEITOS DA RENÚNCIA

•O indivíduo deixa de existir na condição de herdeiro (# ser como se morto)

•Então, o patrimônio passa a se dividir entre todos os outros herdeiros daquela classe

• Se o herdeiro renunciante for o único daquela classe/todos da classe renunciarem = passa a herança
para a outra classe ou para outra ordem de preferência na ordem de vocação hereditária.

•ATENÇÃO: NESTE CASO NÃO EXISITE DIREITO DE REPRESENTAÇÃO DOS HERDEIROS (#INDIGNIDADE
E DESERDAÇÃO)
RENÚNCIA ABDICATIVA # RENÚNCIA
TRANSLATIVA

•Renúncia abdicativa
Pura e simples

•Renúncia translativa
A renúncia em favor de um terceiro
EQUÍVOCO DA RENÚNCIA TRANSLATIVA

•Negócio jurídico gratuito ou oneroso com terceiro


Aceitação + cessão

•Indivisibilidade da herança e a fraude fiscal


Divisão desigual do patrimônio

•A “presunção fiscal” de renúncia translatícia (TJ SP, Ag Inst n°


•2081084-33.2016.8.26.0000, 8ª Câmara Cível, julgado em: 27/07/2016)
Parâmetros
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS

•A partir da abertura da sucessão podem ser transmitidos os direitos hereditários


para terceiro
Contrato sobre herança de pessoa falecida # contrato sobre herança de pessoa
viva.

•Características
Negócio jurídico inter vivos. Gratuita ou onerosa. Integral ou parcial (ou seja,
ceder todo quinhão ou parte dele)
Necessária outorga uxória
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS

•Objeto da cessão hereditária


Uma fração da universalidade herança (#condição de herdeiro, aceitei)
Não abarca sobrepartilhas/direito de acrescer (art.1793, §1°, CC)
Cessão de bem específico

•Cessão de bem específico


Contudo, não nulidade, somente eficácia condicionada ao término da partilha, evento futuro e incerto (STJ, REsp1809548 / SP, Rel.
Min. Ricardo Villas BôasCueva, 3ª Turma, julgado em 19/05/2020, disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201901065955&dt_publicacao=27/05/2020).
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS

•Preferência dos outros herdeiros na cessão (condomínio forçado)


Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se
outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

•Modo de exercício
Art. 1795 O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço,
haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o
quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.

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