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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
REGISTRADO(A) SOB N°

ACÓRDÃO I MUI mil mi um um um um mu mi nu


*02919995*

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Apelação n° 990.10.058647-5, da Comarca de São Paulo,
em que é apelante INSITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO
DE SÃO PAULO - IPESP sendo apelado CONDOMÍNIO
CONJUNTO HABITACIONAL DAS PÉROLAS.

ACORDAM, em 36 a Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos


Desembargadores ROMEU RICUPERO (Presidente sem voto),
PEDRO BACCARAT E PALMA BISSON.

São Paulo,08 de abril de 2010.

DYRCEU CINTRA
RELATOR
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
Seção de Direito Privado - 36a Câmara

Apelação n° 990.10.058647-5 (AcR)


3a Vara Cível da Comarca de São Miguel Paulista
Apelante—Instituto de Previdência do Estado de São Paub - IPESP
Apelado — Condomínio Conjunto Habitacional das Pérolas
Interessadas—Marilda Ferreira Favarato Maglia e outro
Voto n° 17.095

Despesas de condomínio. Embargos de


terceiro. Improcedência na origem. Apelo da
embargante. Imóvel compromissado à venda e
financiado pelo IPESP. Penhora que recaiu
sobre os direitos de cessionária dos
compromissários compradores. Possibilidade.
Obrigação propter rem. Inaplicabilidade do
Decreto-lei 7.379/45. Sentença mantida. Apelo
improvido.

Trata-se de apelação interposta contra sentença


que julgou improcedentes embargos de terceiro
destinados a livrar imóvel de penhora efetivada nos autos
de execução de crédito de despesas de condomínio.

Diz o apelante, IPESP, que não foi chamado a


integrar a lide; o imóvel, objeto de compromisso de venda

a-
e compra mediante financiamento por ele concedido, é
impenhorável (Decreto-lei 7.379/45).

Apelação n° 990 10 058647-5 (AcR)


Voto n° 17 095 - Dyrceu Cintra
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Seção de Direito Privado - 36a Câmara

A apelação foi recebida, regularmente


processada e respondida.

É o relatório.

Não vinga o apelo.

Cuida-se de obrigação propter rem, que vincula


o imóvel ao pagamento.

O débito é resultado da utilização e


conservação do bem.

A ação foi movida contra cessionária dos


compromissários compradores e seu marido, Marilda e
Luiz (fls. 17 destes); a penhora recaiu sobre os direitos da
cessionária (fls. 142, 146 e 164 do apenso), e não sobre a
propriedade da qual é titular a apelante (fls. 09/12 destes).

A inalienabilidade a que se refere o Decreto-lei


7.379/45, por óbvio, não inclui a impenhorabilidade quando
se tratar de dívida decorrente de despesas de condomínio.

Admitir tal vedação significaria colocar o


proprietário, o compromissário comprador e o cessionário'

Apelação n° 990 10 058647-5 (AcR)


Voto n° 17 095 - Dyrceu Cintra
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Seção de Direito Privado - 36a Câmara

deste na cômoda posição de não mais pagar a cota que


lhes toca, com inegáveis efeitos na massa condominial.

Já decidiu o STJ que "o ordenamento jurídico


não impede a penhora do imóvel financiado e hipotecado
pelo Sistema Financeiro da Habitação para garantir
pagamento de despesas condominiais" (REsp. 195.335-
SP, rei. min. Barros Monteiro, j . 23.02.1999).

No mesmo sentido, REsp. 218.838-SP, rei. min.


Aldir Passarinho Júnior, j . 08.05.2001.

Note-se, por fim, que o IPESP pode,


eventualmente, pleitear a rescisão do contrato, nas
hipóteses legais que o autorizem, retomando o imóvel.

Por fim, não era necessário dar ciência a ele da


existência da ação; ele foi cientificado da penhora; basta que
seja intimado da designação da praça, oportunamente (artigo
698 do CPC).

Posto isso, negasse pro\Aento à apelação.

Dyrceu Cintra
Desembargador relator

Apelação n° 990 10 058647-5 (AcR)


Voto n° 17 095 - Dyrceu Cintra
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