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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO
FORO DE RIBEIRÃO PRETO
VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
RUA ALICE ALEM SAADI, 1010, Ribeirão Preto-SP - CEP 14096-570

Processo nº: 1052638-27.2023.8.26.0506

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1052638-27.2023.8.26.0506 e código gXbMphqc.
Classe – Assunto: Procedimento do Juizado Especial Cível - Despesas Condominiais
Requerente: Jean Junot Gabricho do Nascimento
Requerido: Condomínio Residencial Villarino

CONCLUSÃO
Em 24/1/24, faço estes autos conclusos a(o) Juiz(a) de Direito, Dr(a).
VINÍCIUS RODRIGUES VIEIRA. Eu, Clarissa Helena Mehmari,
Assistente Judiciário. Ribeirão Preto, 23 de janeiro de 2024.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VINICIUS RODRIGUES VIEIRA, liberado nos autos em 24/01/2024 às 15:35 .
Vistos.

Trata-se de ação em que se pleiteia Declaração de Nulidade, Devolução

de Valores e Indenização por Danos Morais da qual são partes Jean Junot Gabricho do
Nascimento e Condomínio Residencial Villarino.
Dispensado o relatório, conforme artigo 38, “in fine”, da lei 9.099/95,
anoto pretender a parte autora a declaração de nulidade de multa de condomínio aplicada, bem
como a devolução em dobro do valor pago pela multa, além de danos morais.
Alega o autor que recebeu advertência do condomínio réu em razão de
ocorrência que violava o Regulamento Interno do Condomínio, com a seguinte tipificação: “artigo
55º - Fazer barulho, ruídos de sons que possam perturbar o sossego e o bem-estar dos demais
moradores, no período das 22h às 08h. Relata que se manifestou na notificação de advertência e
informou de próprio punho que: “não aceito a reclamação, pois, não foi realizado qualquer contato
por parte do morador ou da portaria solicitando ou informando a questão do incômodo, como diz o
regulamento. Inclusive, de acordo com informações o registro no livro não foi infringido o artigo
acima (artigo 55) pelo fato de a reclamação ter sido referente as 14 horas”. Logo após entregou ao
condomínio e não obteve resposta, e em 16 de maio de 2023 geraram o boleto, no valor de R$
310,30 para o pagamento da referida multa. Tendo em vista que não há nenhuma prova na
notificação que detalhe acerca da ocorrência de barulho/som alto na residência do Autor, pretende
nestes autos a nulidade da multa, a devolução em dobro do valor da multa paga, além de
indenização por danos morais.
Em sede de contestação, o requerido reafirma que o Autor utilizou-se de
som em volume acima do suportável, causando perturbação ao sossego de outros moradores,
sendo a primeira ocorrência desta natureza no dia 19 de fevereiro de 2023, uma segunda ocasião,
que resultou na primeira advertência, no dia 26 de fevereiro de 2023, outra infração no dia 18 de
março de 2023, e por fim, nova reincidência no dia 05 de maio de 2023, estando todas essas
infrações devidamente registradas no livro de ocorrência, além de haver registros de áudios das
músicas e tentativas de conversa com o autor-infrator. Alega que o Autor foi devidamente
advertido por escrito, e como continuou a descumprir, não houve uma alternativa senão a
aplicação de multa pela infração, conforme consta no artigo 180º do Regulamento. Afirma que o
Requerente apresentou o recurso para a análise da ocorrência, e houve ampla análise pelo
Conselho, que decidiu pela manutenção da multa. Pugna pela improcedência da ação.
O autor reiterou os termos da inicial.
Isto posto, considero improcedente a demanda.
Considero desnecessária a produção de prova oral no caso em questão,
tendo este juízo já formado seu convencimento, sendo que os documentos existentes nos autos
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mostram-se suficientes para o deslinde da causa.

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O Regulamento Interno do condomínio foi anexado aos autos pelo
próprio autor (fls. 14/56), sendo expressamente proibido aos condôminos fazer barulho de forma
excessiva, que possa perturbar o sossego, a qualquer horário e dia de semana (art. 55, I e II – fls.
21/22).
Assim, no que diz respeito à declaração de nulidade da multa, o pedido
não merece acolhimento.
Isto porque, a aplicação da multa seguiu apenas as regras previstas no
Regimento Interno, tendo sido o autor advertido, e após reincidência, multado (fls. 95/96 e
104/105).
Inclusive, as conversas de fls. 79/88 indicam o som alto vindo da
residência do autor, assim como os documentos de fls. 89/94.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VINICIUS RODRIGUES VIEIRA, liberado nos autos em 24/01/2024 às 15:35 .
Mas além disto, a multa aplicada deu direito ao autor de defesa, o que foi
feito.
Contudo, apesar da defesa apresentada pelo autor, conforme se
depreende do documento de fls. 97/103, após reunião do Conselho Consultivo do condomínio, foi
decidido manter a multa aplicada.
Assim, mesmo o autor tendo feito uso de seu direito de ampla defesa, a
multa foi mantida pelo Conselho, e tendo em vista que a aplicação da multa seguiu o Regulamento
do Condomínio, deve ser considerada válida, motivo pelo qual deixo de acolher os pedidos
contidos na inicial.
Ante o exposto e considerando todo mais que dos autos constam,
JULGO IMPROCEDENTE A AÇÃO movida em face de Condomínio Residencial Villarino
por Jean Junot Gabricho do Nascimento.

Anoto, por oportuno, que os demais argumentos expostos na

contestação/inicial foram observados pelo juízo e não foram considerados como capazes de
infirmar ou alterar a conclusão adotada nesta sentença.

Sem custas e honorários, nos termos dos arts. 54 e 55, da Lei nº.
9.099/95.

Prazo para interposição de recurso: 10 (dez) dias, sendo obrigatória a

assistência por advogado. Ressalvada a hipótese de concessão de gratuidade da justiça, o preparo
será recolhido de acordo com os critérios a seguir estabelecidos. Nos termos das Leis Estaduais
n.º 11.608/2003, 15.855/2015 e do artigo 54, parágrafo único, da Lei n.º 9.099/95, o valor do
PREPARO para interposição de RECURSO INOMINADO deverá ser composto pela soma de
duas parcelas: a primeira corresponde a 1,5% sobre o valor da causa atualizado; a segunda, a 4%
sobre o valor da causa atualizado (regra geral) ou da condenação atualizada (regra específica,
quando houver condenação) ou, ainda, do valor fixado pelo magistrado como base do preparo, se
este assim o fizer. Para cada parcela, deve ser respeitado o valor mínimo de 5 UFESP's, caso a
porcentagem prevista em lei resulte em valor inferior. As duas parcelas podem ser recolhidas
numa única guia DARE (cód. 230-6), observando-se o determinado no Provimento da
Corregedoria Geral de Justiça n.º 33/2013 quanto ao preenchimento dos dados, sob pena de não
ser considerado válido tal recolhimento. Bem como, compreenderá todas as despesas processuais
referentes a todos os serviços forenses eventualmente utilizados: despesas postais, através da Guia
FEDT, cód. 120-1; diligências do Oficial de Justiça, através da Guia de condução dos Oficiais de
Justiça; despesas para a expedição de Cartas Precatórias, através da guia DARE (cód. 233-1);
taxas para pesquisas de endereço nos sistemas conveniados INFOJUD, SISBAJUD, RENAJUD e
SERASAJUD, através da Guia FEDT, cód. 434-1; custas para publicação de editais, etc., nos
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termos do Comunicado CG nº 951/2023. Ainda, quando se tratar de processo físico e houver

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mídia digital apresentada por quaisquer das partes ou com registro de prova oral, o valor referente
ao porte de remessa e retorno deverá ser recolhido através da Guia do Fundo Especial de
Despesas do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (cód. 110-4). Nos termos do artigo 5º do
Provimento CG nº 17/2016, que revogou o artigo 1.096 das NSCGJ, a serventia está dispensada
do cálculo e da indicação do valor do preparo recursal, será responsável apenas pela conferência
dos valores e elaboração da certidão. Informações sobre despesas processuais e cálculos poderão
ser obtidas através dos “links” https:
//www.tjsp.jus.br/IndicesTaxasJudiciarias/DespesasProcessuais e https:
//tjsp.sharepoint.com/sites/Intranet/Paginas/CalculosJudiciais.aspx, salientando-se que, o preparo
recursal no âmbito dos Juizados Especiais é regulado por norma especial, sendo inaplicável ao
rito especial as diretrizes do art. 1007, §§ 2º e 4º, do Código de Processo Civil, ante a ausência de

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VINICIUS RODRIGUES VIEIRA, liberado nos autos em 24/01/2024 às 15:35 .
lacuna ou omissão e por contrariar regras e princípios próprios em que se assenta o sistema dos
Juizados, como a celeridade.

Quanto a eventual pedido de benefício da justiça gratuita, pode ser

apreciado a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.

Havendo necessidade de tal benefício, ao apresentar eventual recurso à

instância superior, para melhor apreciação, deverá o interessado juntar aos autos cópia do seu
último comprovante de rendimentos, de sua última declaração de imposto de renda e dos extratos
bancários dos últimos três meses.

P.R.I.

Ribeirão Preto, 23 de janeiro de 2024.

VINICIUS RODRIGUES VIEIRA
Juiz(a) de Direito
(assinatura em formato digital)