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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


Colégio Recursal - São José do Rio Preto
São José do Rio Preto-SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sgcr/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1004642-51.2022.8.26.0576 e código 37CB9A2.
Processo nº: 1004642-51.2022.8.26.0576

Registro: 2022.0000121497

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Inominado Cível nº


1004642-51.2022.8.26.0576, da Comarca de São José do Rio Preto, em que são ESTADO DE
SÃO PAULO e FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, é recorrida MICHELE

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VINICIUS NUNES ABBUD, liberado nos autos em 30/09/2022 às 23:18 .
CRISTINA LOPES FAVARIN.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 4ª Turma Cível do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão:Negaram provimento ao recurso, por V. U., de
conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Juizes LUCIANA CASSIANO ZAMPERLINI


COCHITO (Presidente sem voto), MARCOS VINICIUS KRAUSE BIERHALZ E ANDRÉ DA
FONSECA TAVARES.

São Paulo, 30 de setembro de 2022

Vinícius Nunes Abbud


Relator
Assinatura Eletrônica

Recurso Inominado Cível nº 1004642-51.2022.8.26.0576


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Processo nº: 1004642-51.2022.8.26.0576

1004642-51.2022.8.26.0576 - Fórum de São José do Rio Preto


Recorrente, RecorrenteEstado de São Paulo, FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO
PAULO
RecorridoMichele Cristina Lopes Favarin

Voto nº 807

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VINICIUS NUNES ABBUD, liberado nos autos em 30/09/2022 às 23:18 .
Recurso inominado. ICMS. Isenção para pessoas com
deficiência. Majoração do prazo mínimo de permanência
com o veículo de dois para quatro anos a partir da
aquisição. Inadmissibilidade de atribuição de efeitos
retroativos à regulamentação prevista no Decreto 65.259 de
2020. Alienação cabível após decorrido prazo de dois anos.
Direito adquirido à situação anterior. Precedentes do
Tribunal de Justiça de São Paulo e desta 4ª Turma
Recursal de São José do Rio Preto. Recurso desprovido.
Sentença confirmada.

Vistos.

Cuida-se de recurso interposto pela Fazenda Pública do Estado de


São Paulo contra a sentença que julgou procedentes os pedidos contra ela deduzidos por
Michele Cristina Lopes Favarin (fls. 85/89); pretende a reforma do julgado para que sejam os
pedidos julgados improcedentes (fls. 92/102).

Regular e tempestivamente interposto, o recurso não foi


contrarrazoado pela parte adversa e reúne condições de ser conhecido; suficientemente relatada
a controvérsia, passo ao voto.

O recurso não comporta provimento.

O Decreto Estadual 65.259 de 2020 majorou de dois para quatro anos


o interstício mínimo exigido para manutenção da isenção fiscal concedida às operações
envolvendo veículos de pessoas com deficiência.

Ao fazê-lo, contudo, o referido ato normativo consignou


expressamente que seus efeitos retroagiriam até 05/07/2018 incorrendo assim em evidente à

Recurso Inominado Cível nº 1004642-51.2022.8.26.0576


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Processo nº: 1004642-51.2022.8.26.0576

garantia de anterioridade tributária consagrada pelo inciso III do artigo 150 da Constituição da
República Federativa do Brasil.

Nem há que se falar, como pretende a recorrente, em inexistência de


retroatividade do referido decreto em razão da prévia alteração do prazo pelo Convênio
CONFAZ N.º 50/2018 tendo em vista que este não foi ratificado pelo Estado de São Paulo,
nos moldes do quanto determina o Decreto 63.603 de 2018.

No caso em tela, os documentos acostados aos autos demonstram que

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VINICIUS NUNES ABBUD, liberado nos autos em 30/09/2022 às 23:18 .
o recorrido adquiriu o veículo objeto da lide antes do início da vigência do Decreto Estadual
65.259 de 2020, não se mostrando razoável que venha ele a ser surpreendido pela aplicação
retroativa de restrições à isenção tributária com a qual fora regularmente beneficiado sob pena
de risco à segurança jurídica.

Diante de todo o acima exposto, voto para que seja o recurso


conhecido e desprovido, confirmando-se a sentença nos moldes do artigo 46 da Lei 9.099 de
1995 e condenando-se a recorrente vencida ao pagamento de honorários fixados em dez por
cento sobre o valor corrigido da causa na forma de seu artigo 55.

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