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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO ESPECIALIZADO DA 1ª RAJ
2ª VARA REGIONAL DE COMPETÊNCIA EMPRESARIAL E DE
CONFLITOS RELACIONADOS À ARBITRAGEM DA 1ª RAJ
PRAÇA JOÃO MENDES, S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
Horário de Atendimento ao Público: das 13h00min às17h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000265-15.2022.8.26.0260 e código 5696AB0.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 1000265-15.2022.8.26.0260


Classe - Assunto Falência de Empresários, Sociedades Empresáriais, Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte - Pedido de falência
Requerente: Nexus Comércio de Metais e Resinas Ltda.
Requerido: Novamed Produtos Hospitalares Ltda

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDREA GALHARDO PALMA, liberado nos autos em 09/05/2022 às 17:27 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Andréa Galhardo Palma

Vistos.

Trata-se de pedido de FALÊNCIA ajuizado por NEXUS COMÉRCIO DE


METAIS E RESINAS LTDA em face de NOVAMED PRODUTOS HOSPITALARES LTDA,
no qual a parte autora alega ser credora da quantia de R$ 65.222,58 (sessenta e cinco mil, duzentos
e vinte e dois reais e cinquenta e oito centavos), referente a títulos protestados.
Juntou documentos às fls. 14/58.
Decisão às fls. 59 determinou a emenda da inicial.
Emenda à inicial às fls. 62/75.
Devidamente citado (fls.80) a ré apresentou contestação às fls. 81/116 em que
alega em sede de preliminar de Falta de interesse de agir, posto que, ajuizou ação de execução de
título extrajudicial tombada sob o nº. 1000849-42.2022.8.26.0338, em trâmite perante a 1ª Vara
Cível da Comarca de Mairiporã.
No mérito, a ré alega nulidade dos protestos, pois não serviram para alicerçar o
pedido de falência, posto que, flagrante a ausência de intimação pessoal da Autora e também por
ausência de comprovação da operação visto que o protesto teria sido realizado na modalidade por
indicação.
Sendo assim, requer o acolhimento das preliminares e no mérito, a total
improcedência da ação e o pagamento de custas e verbas honorárias.
Manifestação da parte ré às fls. 117/122, juntando comprovante do depósito
elisivo no montante atualizado da dívida de R$ 74.050,56.
Manifestação do autor às fls. 125/140 informando concordar com o valor
depositado.
É o Relatório.

1000265-15.2022.8.26.0260 - lauda 1
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COMARCA DE SÃO PAULO
FORO ESPECIALIZADO DA 1ª RAJ
2ª VARA REGIONAL DE COMPETÊNCIA EMPRESARIAL E DE
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PRAÇA JOÃO MENDES, S/Nº, São Paulo - SP - CEP 01501-900
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Fundamento e Decido.
No caso em questão, é incontroversa a solvibilidade da ré, vez que realizou
depósito elisivo (art. 98, parágrafo único, da Lei nº 11.101/2005).
Desta forma, deve se afastar a possibilidade de a requerida estar em estado de
insolvência com base na impontualidade extrajudicial (art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005).
Como explica Manoel Justino Bezerra Filho: "Se o requerido deposita, demonstra
que tem ativos suficientes para suportar aquele passivo que instrui a inicial e, assim, não está em

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDREA GALHARDO PALMA, liberado nos autos em 09/05/2022 às 17:27 .
estado falimentar." (Lei de recuperação de empresas e falências : Lei 11.101/2005 : comentada
artigo por artigo, Manoel Justino Bezerra Filho, 8 ed., São Paulo :Revista dos Tribunais, 2013, p.
346).
A ré efetuou o depósito do valor da dívida (fls. 117/122), conforme disposição do
artigo 98, parágrafo único, da Lei nº. 11.101/05, sendo de rigor a procedência do pedido, mas sem
a decretação da falência, devendo o valor depositado ser levantado pelo credor.
Quanto às alegações trazidas pelo autor às fls. 125/133, em relação ao fato da parte
ré não ter computado as despesas processuais, o requerente em sua manifestação não aponta erro
de cálculo ou apresenta o valor devido, além do mais, é sabido que a Lei de recuperação e falência
de empresas não fala em despesas em seu texto legal, tão somente em acrescido de correção
monetária, juros e honorários advocatícios, vejamos:
"Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez)
dias.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta
Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor".
Por fim, resta frisar a gravidade do deferimento do pedido de falência e suas
implicações para a ordem econômica, ainda mais tendo em vista que a empresa realizou o depósito
elisivo nos moldes do art. 98, parágrafo único da Lei 11.101/2005, em que não há imposição legal
de pagamento de custas
Posto isso, JULGO PROCEDENTE o pedido de falência formulado por NEXUS
COMÉRCIO DE METAIS E RESINAS LTDA em face de NOVAMED PRODUTOS
HOSPITALARES LTDA e o DECLARO ELIDIDO, ante o depósito efetuado pela ré,

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autorizando a parte autora a levantar a quantia depositada, nos termos do artigo 98, parágrafo
único, da Lei n. 11.101/05.
Expeça-se mandado de levantamento em favor da autora.
Oportunamente, ao arquivo.

São Paulo, 05 de maio de 2022.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDREA GALHARDO PALMA, liberado nos autos em 09/05/2022 às 17:27 .
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,
CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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COMARCA DE SÃO PAULO
FORO REGIONAL II - SANTO AMARO
15ª VARA CÍVEL
AVENIDA DAS NACOES UNIDAS, 22939, São Paulo - SP - CEP
04795-100
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SENTENÇA

Processo Digital nº: 1089383-97.2022.8.26.0002


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Indenização por Dano Moral
Requerente: Teresinha de Jesus dos Santos Carvalho
Requerido: Novamed Gestão de Clínicas Ltda - “unidade Santo Amaro”

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ALEXANDRE CHIOCHETTI FERRARI, liberado nos autos em 14/04/2023 às 16:46 .
Justiça Gratuita

Juiz(a) de Direito: Dr(a). ALEXANDRE CHIOCHETTI FERRARI

Vistos.

Vistos.

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais ajuizada por


Teresinha de Jesus dos Santos Carvalho em face de Novamed Gestão de Clínicas Ltda – Unidade
Santo Amaro.

Explica que é proprietária de veículo automotor (motocicleta); no dia 02/12/2022,


o filho da autora teria estacionado por volta das 12h40min no pátio da ré, disponibilizado para uso
exclusivo de seus clientes, a fim de comparecer à consulta agendada na clínica.

Quando do seu retorno, contudo, observou que o bem havia sido furtado. Lavrou
boletim de ocorrência nº KC1723-1/2022.

Requer, assim, o ressarcimento pelos danos materiais, na monta de R$ 27.496,00,


e pelos danos morais sofridos, no importe de R$ 40.000,00.

Acostou documentos; destacando-se o CRLV da moto (fl. 21); declaração de


comparecimento à consulta médica fornecido pela ré (fl. 22); boletim de ocorrência (fls. 23/24);
tabela fipe referente a dezembro de 2022 (fl. 25).

Decisão de fl. 25 concedeu os benefícios da justiça gratuita à autora.

A ré foi citada, conforme A.R de fl. 30.

Diante da inércia da requerida, a autora pugnou pela decretação de sua revelia.

É o relatório.

Observo que o A.R. de fl. 30 foi enviado para o mesmo endereço indicado na ficha

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AVENIDA DAS NACOES UNIDAS, 22939, São Paulo - SP - CEP
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cadastral da requerida perante a JUCESP (fl. 47).

Dessa forma, mister se faz a decretação de sua revelia, com a aplicação dos efeitos
previstos no art. 344 do CPC, considerando precedente do E. Tribunal de Justiça e a
verossimilhança das alegações da autora, que são corroboradas pelos documentos trazidos aos
autos - mormente, cópia de declaração de comparecimento, datada do mesmo dia em que a

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ALEXANDRE CHIOCHETTI FERRARI, liberado nos autos em 14/04/2023 às 16:46 .
requerente alega que teve a sua motocicleta furtada, e do boletim de ocorrência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE


C.C. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – NULIDADE DA CITAÇÃO – ENDEREÇO
DIVERSO – PESSOA JURÍDICA - Hipótese em que a agravante pretende a reforma da
decisão que decretou sua revelia – Alegação de que a carta foi encaminhada para endereço no
qual não mais estava sediada e recebida por pessoa estranha - Citação que é indispensável para a
validade do processo – Carta de citação encaminhada para endereço constante na Receita
Federal e Jucesp atribuídos à agravante em certidão atualizada – Alegação de alteração da
sede da empresa que veio desacompanhada de qualquer documento – Teoria da aparência que
pressupõe, para a validade da citação, que esta se concretize no local onde situada a sede ou
filial da pessoa jurídica, como na hipótese dos autos – Teoria aplicada, na hipótese –
Aplicabilidade do art. 248, §2º, do NCPC - Validade da citação reconhecida, com a
manutenção da decretação de revelia – [...] (TJSP; Agravo de Instrumento
2023903-35.2020.8.26.0000; Relator (a): Salles Vieira; Órgão Julgador: 24ª Câmara de Direito
Privado; Foro Central Cível - 30ª Vara Cível; Data do Julgamento: 26/07/2022; Data de Registro:
26/07/2022).

Nesse sentido, passo ao julgamento antecipado do mérito, nos termos do art. 355,
II, do CPC.

Os pedidos são parcialmente procedentes.

Tratando-se de ação de índole essencialmente consumerista, cabível a inversão do


ônus probatório insculpida no art. 6º, VIII, do CDC, o que confere ainda mais veracidade aos fatos
relatados pela parte autora.

Nessa linha, dispõe também o CDC:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação

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dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

O pedido de indenização pelos danos materiais sofridos, merece, assim,


acolhimento, consoante entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça:

A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo


ocorridos em seu estacionamento (Súmula nº 130).

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O pedido de indenização pelos danos extrapatrimoniais, por seu turno, não merece
prosperar.

Isto porque vários julgados proferidos pelo E. Tribunal de Justiça em casos


semelhantes consignam a necessidade de reparação pelos danos materiais sofridos, mas não
necessariamente pelos alegados danos morais:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.


Responsabilidade civil. Tentativa de furto de veículo no interior de estacionamento do
Supermercado réu, com danificação de porta dianteira e painel do automóvel. SENTENÇA de
procedência. APELAÇÃO do Supermercado demandado, que insiste na improcedência, pugnando
subsidiariamente pela redução da indenização moral. EXAME: relação havida entre as partes
que tem natureza de consumo, sujeita portanto ao Código de Defesa do Consumidor, que
impõe a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos sofridos pelo consumidor em
razão de fato do produto ou do serviço. Prova dos autos que confirma a guarda do veículo no
estacionamento pertencente ao Supermercado réu, assim como os danos causados no veículo
durante a estadia e o desembolso por parte do autor para a reparação correspondente.
Violação ao dever de cuidado e guarda do bem deixado em depósito no estacionamento.
Prejuízo material bem demonstrado e impugnado apenas genericamente. Inteligência da Súmula
130 do C. Superior Tribunal de Justiça. Prejuízo moral indenizável, contudo, não configurado.
Dissabor que não passou da esfera do mero aborrecimento, transtorno ou percalço do
cotidiano. Sentença parcialmente reformada. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO (TJSP;
Apelação Cível 1004043-51.2022.8.26.0564; Relator (a): Daise Fajardo Nogueira Jacot; Órgão
Julgador: 27ª Câmara de Direito Privado; Foro de São Bernardo do Campo - 9ª Vara Cível; Data
do Julgamento: 31/03/2023; Data de Registro: 31/03/2023).

APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS. FURTO DE VEÍCULO NO ESTACIONAMENTO DE SUPERMERCADO. Pretensão

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ao recebimento dos valores despendidos com a blindagem de automóvel e de indenização pelos
danos extrapatrimoniais. Pedidos parcialmente acolhidos em primeiro grau. Inconformismo de
ambas as partes. RESPONSABILIDADE DO SUPERMERCADO POR FURTO EM SEU
ESTACIONAMENTO. Inteligência da Súmula nº 130 do C. STJ. Hipótese em que cabe à ré arcar
com os prejuízos decorrentes do dever de guarda e vigilância do local. Caracterização do fortuito

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interno. Responsabilidade não elidida por culpa exclusiva de terceiro. DANOS MATERIAIS
CONFIGURADOS. Furtado o veículo blindado, à ré se impõe a obrigação de restituir os valores
despendidos para a blindagem e regularização do automóvel adquirido pela autora. Descabimento
da inclusão dos custos com emplacamento e IPVA, que são decorrências lógicas da titularidade do
veículo. CUSTOS COM TRANSPORTE. Manutenção do ressarcimento com despesas decorrentes
de transporte particular. Ausência de impugnação quanto aos recibos apresentados, na forma do
art. 430 CPC, que mantém incólume a presunção de autenticidade e veracidade. JUROS
MORATÓRIOS. Responsabilidade contratual. Incidência a contar da citação. DANOS MORAIS.
Desconforto ínsito ao ocorrido, que não afronta os direitos da personalidade. Aplicação do
enunciado 159 do CJF. SUCUMBÊNCIA. Redistribuição. IMPROVIDO O RECURSO DA
AUTORA. PARCIALMENTE PROVIDO O RECURSO DA RÉ (TJSP; Apelação Cível
1003240-78.2022.8.26.0011; Relator (a): Rosangela Telles; Órgão Julgador: 31ª Câmara de
Direito Privado; Foro Regional XI - Pinheiros - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 23/02/2023;
Data de Registro: 23/02/2023)

Apelação. Furto de veículo em estacionamento de supermercado. Ação de


indenização por danos materiais e morais. Sentença de parcial procedência. Responsabilidade da
ré reconhecida na r. sentença sem recurso neste tópico. Pedido de indenização por danos materiais
decorrentes de gastos com transporte de mercadorias, o que era anteriormente realizado com a
motocicleta furtada. Ausência de impugnação específica em contestação quanto a este tópico. Fato
incontroverso. Art. 341 do CPC. Mera falha na prestação do serviço diante do furto do veículo
dos autores no estacionamento da ré, que, por si só, não configura dano moral. Recurso
parcialmente provido (TJSP; Apelação Cível 1039581-13.2021.8.26.0602; Relator (a): Ana Lucia
Romanhole Martucci; Órgão Julgador: 33ª Câmara de Direito Privado; Foro de Sorocaba - 2ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 09/02/2023; Data de Registro: 09/02/2023).

O caso dos autos coaduna-se ao entendimento exarado pelo Tribunal, uma vez que
os fatos narrados não constituem situação ensejadora de grande sofrimento ou abalos psicológicos
à parte autora – ao menos, tal frustração não ficou bem caracterizada pelos elementos probatórios

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FORO REGIONAL II - SANTO AMARO
15ª VARA CÍVEL
AVENIDA DAS NACOES UNIDAS, 22939, São Paulo - SP - CEP
04795-100
Horário de Atendimento ao Público: das 13h00min às17h00min

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apresentados.

Por todo o exposto, declaro EXTINTA a presente lide, com fulcro no art. 487, I,
do CPC, julgando parcialmente procedentes os pedidos, a fim de condenar a ré a pagar a autora a
quantia de R$ 27.496,00 (vinte e sete mil quatrocentos e noventa e seis reais), corrigida
monetariamente desde a data do evento (02/12/2022) e acrescidos de juros de mora de 1% desde a

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ALEXANDRE CHIOCHETTI FERRARI, liberado nos autos em 14/04/2023 às 16:46 .
citação.

Em razão do resultado do julgamento, condeno a autora ao pagamento das custas e


despesas processuais, além dos honorários devidos ao patrono do réu, verba que, nos termos do
art. 85, § 2º, do Código de Processo Civil, fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa,
observada, contudo, a gratuidade deferida.

P.I.C.

São Paulo, 14 de abril de 2023.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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COMARCA de SÃO PAULO
FORO REGIONAL VII - ITAQUERA
5ª VARA CÍVEL
Av. Pires do Rio, 3915 - Itaquera
CEP: 08240-005 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 2051-8680 - E-mail: Itaquera5cv@tjsp.jus.br

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1016902-92.2020.8.26.0007 e código 139040F7.
SENTENÇA

Processo nº: 1016902-92.2020.8.26.0007


Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Práticas Abusivas
Requerente: Luana de Sousa Daniel
Requerido: SECID - Sociedade Educacional Cidade de São Paulo S/C Ltda e
outros

Juiz de Direito: Dr. Daniel Fabretti

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL FABRETTI, liberado nos autos em 11/05/2023 às 14:56 .
Vistos.

LUANA DE SOUZA DANIEL ingressou com ação contra


UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - UNICID, UNIVERSIDADE
CRUZEIRO DO SUL S/A, MAGNO SERVIÇOS DE COBRANÇA LTDA – EPP,
MAIS ESTUDO OPERACIONAL SERVIÇOS DE INTERMEDIAÇÃO LTDA.
Disse que solicitou a matrícula do curso na Unicid, que faz parte do grupo Cruzeiro do Sul.
No entanto, antes de efetivar a matrícula, solicitou desistência da contratação. Sustentou
que a "Neora" consentiu com a desistência, realizando o reembolso do valor inicialmente
pago. Não obstante, vem recebendo cobranças de mensalidades do curso, o que é indevido.
Pugnou pela procedência da ação, para declaração de inexigibilidade do débito no valor de
R$ 141,75 e abstenção de cobrança.

Emenda à inicial a fls. 36/38 para justificar a legitimidade passiva da Magno


Serviços e da Mais Estudo Operacional.

Citadas, a Sociedade Educacional Cidade de São Paulo, mantenedora da


1016902-92.2020.8.26.0007 - lauda 1
fls. 267

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COMARCA de SÃO PAULO
FORO REGIONAL VII - ITAQUERA
5ª VARA CÍVEL
Av. Pires do Rio, 3915 - Itaquera
CEP: 08240-005 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 2051-8680 - E-mail: Itaquera5cv@tjsp.jus.br

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1016902-92.2020.8.26.0007 e código 139040F7.
Universidade Cidade de São Paulo – UNICID e Cruzeiro do Sul Educacional S.A.,
mantenedora da Universidade Cruzeiro do Sul, apresentou contestação de fls. 62/66,
alegando, em síntese, que após a confirmação da matrícula, o aluno fica responsável pelo
pagamento da semestralidade proporcionalmente à data da solicitação da rescisão
contratual. Disse que a autora solicitou a matrícula em 13/01/2020 e requereu o
cancelamento em 25/03/2020, de forma que a instituição faz jus ao recebimento das
mensalidades vencidas até o cancelamento. No entanto, por mera liberalidade, procedeu o
cancelamento da dívida. Pugnou pela extinção do feito, por perda de objeto.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL FABRETTI, liberado nos autos em 11/05/2023 às 14:56 .
A Magno Serviços de Cobrança Ltda apresentou contestação de fls.
165/169, alegando preliminar de ilegitimidade passiva, visto que é escritório de cobrança
terceirizado da Cruzeiro do Sul Educacional S.A. e, eventual incorreção de cobrança não
pode ser a ela atribuída. No mérito, alegou que é mera prestadora de serviços de cobrança e
que o contrato foi retirado de sua base de cobrança, não possuindo poderes para adotar
qualquer procedimento quanto ao título. Pugnou pela extinção da ação ou sua
improcedência.

Réplica a fls. 176/178.

Foi deferida a citação por edital da ré Mais Estudo Operacional Serviços de


Intermediação Ltda.

Citada por edital, o curador especial nomeado apresentou contestação de fls.


254, por negativa geral.

Instadas as partes a especificarem provas, manifestaram-se a fls. 257, 259 e


265.

É o relatório.

Fundamento e DECIDO.

Julgo antecipadamente o feito, nos termos do artigo 355, I, do Código de


Processo Civil, pois é desnecessária a produção de provas em audiência.
1016902-92.2020.8.26.0007 - lauda 2
fls. 268

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA de SÃO PAULO
FORO REGIONAL VII - ITAQUERA
5ª VARA CÍVEL
Av. Pires do Rio, 3915 - Itaquera
CEP: 08240-005 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 2051-8680 - E-mail: Itaquera5cv@tjsp.jus.br

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1016902-92.2020.8.26.0007 e código 139040F7.
A preliminar arguida pela requerida requerida Magno Serviços de Cobrança
Ltda de ilegitimidade de parte, por cuidar-se apenas de empresa de cobrança, não lhe
socorre, uma vez que a parte autora se insurge exatamente em face das cobranças por ela
praticadas, de forma que se apresenta como titular do direito que se opõe ao interesse da
parte autora e por isso como parte legítima a responder a presente demanda.

As demais questões dizem respeito ao mérito.

Trata-se de ação declaratória de inexigibilidade de débito, alegando a autora


que foi cobrada por débito indevido, uma vez que não finalizou o contrato com a faculdade

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL FABRETTI, liberado nos autos em 11/05/2023 às 14:56 .
requerida.

O pedido é procedente.

O litígio submete-se à disciplina do Código de Defesa do Consumidor, haja


vista que as instituições de ensino são consideradas prestadoras de serviços, nos termos do
art. 3°, § 2°, do referido diploma.

Os réus limitaram-se a trazer aos autos contrato padronizado e recorte de


print de tela de seu sistema interno, em que consta somente o nome da autora e a
informação de mensalidades (fls. 164). Tais documentos, por serem unilaterais, não se
revestem de caráter probatório absoluto e não a exime de demonstrar que foram cumpridos
todos os requisitos para confirmação da matrícula da autora.

Não consta dos autos nenhuma comprovação da contratação com assinatura


da autora, ou a comprovação da entrega dos documentos exigidos para efetivação da
matrícula de modo a gerar mensalidades no período anterior ao pedido de cancelamento.

Além disso, as requeridas informaram que procederam a baixa do débito em


sistema, pugnando pela perda do objeto da ação.

Por isso, reputa-se indevida a cobrança efetuada.

Isto posto, julgo PROCEDENTE o pedido na ação para declarar a


inexigibilidade do débito no valor de R$ 141,75 e eventuais débitos oriundos da matrícula
cancelada, devendo os requeridos absterem se proceder qualquer cobrança.

Em razão da sucumbência, condeno a parte requerida ao pagamento de


1016902-92.2020.8.26.0007 - lauda 3
fls. 269

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA de SÃO PAULO
FORO REGIONAL VII - ITAQUERA
5ª VARA CÍVEL
Av. Pires do Rio, 3915 - Itaquera
CEP: 08240-005 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 2051-8680 - E-mail: Itaquera5cv@tjsp.jus.br

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1016902-92.2020.8.26.0007 e código 139040F7.
custas, demais despesas processuais e honorários advocatícios, que arbitro em R$ 1.500,00,
valor que deverá ser atualizado a partir desta data e acrescidos de juros legais, do trânsito
em julgado.

No mais, julgo extinto o processo, com apreciação do mérito, nos termos do


artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil.

P.I.C.

São Paulo, 11 de maio de 2023.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL FABRETTI, liberado nos autos em 11/05/2023 às 14:56 .
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME
IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

1016902-92.2020.8.26.0007 - lauda 4

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