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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL TRINDADE DE ALMEIDA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo,

protocolado em 30/07/2020 às 15:51 , sob o número WPRO20008237751.


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA

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EGRÉGIA 7ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP

Agravo de Instrumento n. 2162614-20.2020.8.26.0000

ANGÉLICA MARQUES DELPASSO,


brasileira, casada, operadora de caixa, portadora da Cédula de
Identidade RG nº. 40.593.571-7 e inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas no Ministério da Fazenda sob o nº. 458.804.008-16; TIAGO
FELIPE DELPASSO ANDREOZZI, brasileiro, casado, operador de
supermercado, portador da Cédula de Identidade RG nº. 48.765.430
e inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas no Ministério da
Fazenda sob o nº. 406.728.658-90, ambos residentes e
domiciliados sito à Rua Acre, nº. 46 – Jardim América -
Araraquara – SP – CEP: 14.811-131; FRANCISCO JOSÉ MARQUES,
brasileiro, casado, servente, portador da Cédula de Identidade
RG nº 16.910.607-X e inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas no
Ministério da Fazenda sob o nº. 046.984.338-19;e MARIA APARECIDA
MARQUES, brasileira, casada, doméstica, portadora da Cédula de
Identidade RG nº. 18.986.711 e inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas no Ministério da Fazenda sob o nº. 073.864.748-90, ambos
residentes e domiciliados sito à Avenida Padre João Rodrigues
Crepaldi, nº. 1.321 – Vila Xavier - Araraquara – SP – CEP:
14.810-191; e ELAINE APARECIDA DELPASSO ANDREOZZI, brasileira,
viúva, serviços gerais, portadora da Cédula de Identidade RG nº.
22.318.727-6 e inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas no
Ministério da Fazenda sob o nº. 071.862.868-36, residente e
domiciliado sito à Rua Acre, nº. 7 – Jardim América - Araraquara
– SP – CEP: 14.811-131, por seus advogados e procuradores
que à esta subscrevem, em atenção à respeitável decisão de
fls. 292, vem mui respeitosamente à honrosa presença de
Vossa Excelência, apresentar a sua
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CONTRAMINUTA AO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Interposto por FUNDAÇÃO MUNICIPAL IRENE SIQUEIRA ALVES


“VOVÓ MOCINHA”, A MATERNIDADE GOTA DE LEITE DE ARARAQUARA
(FUNGOTA – ARARAQUARA), em face da respeitável decisão de

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1.237/1.239, e o faz nos termos do Artigo 1.019, II do
Código de Processo Civil, requerendo à Vossa Excelência, o
regular recebimento da presente, cuja CONTRAMINUTA, segue
em laudas apartadas anexadas à presente, de modo que sejam
apreciadas pela Egrégia Colenda Câmara Julgadora integrante
deste Tribunal de Justiça Bandeirante.

Termos em que,
Pede Deferimento.

São Paulo - SP, 30 (trinta) de Julho de 2.020

___________________ _____________________
MATEUS L. CONDE DANIEL T. DE ALMEIDA
OAB/SP n. 235.884 OAB/SP n. 240.107
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CONTRAMINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

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AGRAVANTE: FUNDAÇÃO MUNICIPAL IRENE SIQUEIRA ALVES “VOVÓ
MOCINHA” – A MATERNIDADE GOTA DE LEITE DE ARARAQUARA
(FUNGOTA – ARARAQUARA)

AGRAVADOS: ANGÉLICA MARQUES DELPASSO E OUTROS

Agravo de Instrumento n. 2162614-20.2020.8.26.0000


Origem: Egrégia 3ª Vara Cível da Comarca de Araraquara – SP
– Processo n. 1003389-64.2020.8.26.0037

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CÔLENDA CÂMARA

INCLITOS JULGADORES

1 – DOS FATOS

Os agravados ingressaram com ação


de reparação de danos materiais e morais em face da
agravante, como também em face da médica Dra. Luciane Rosin
Volpato, em virtude da falha no atendimentos medico-
hospitalar prestados à agravada Angélica e ao recém-nascido
Gabriel Marques Delpasso Andreozzi, o qual por sua vez,
acabou culminando na morte do recém-nascido Gabriel.

Pois bem, em virtude do nosso


ordenamento jurídico vigente, em especial o Código de
Defesa do Consumidor ter disciplinado a responsabilidade
pelo fato do serviço médico hospitalar, ao ingressar com a
presente demanda, os agravados invocaram a aplicação do
Estatuto Consumerista, bem como a inversão do onus da
prova, face a presença dos pressupostos legais que
autorizam a inversão do ônus probatório (verosimilhança das
alegações e hipossuficiência);
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Em sede de contestação a
agravante, postulou a concessão dos Benefícios da
Assistência Judiciária Gratuita;

Insurgiu contra a aplicação do


Código de Defesa do Consumidor, sustentando a

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inaplicabilidade da referida norma nas relações
desenvolvidas no âmbito do Sistema Único de Saúde; que o
atendimento prestado não pode ser comparado à serviço, por
faltar-lhe elemento essencial, qual seja a remuneração
direta, a demonstrar a existência de prestação e
contraprestação;

No mérito, impugnou o pedido de


inversão do ônus da prova, sustentando a inaplicabilidade
do Código de Defesa do Consumidor;

2 – DA RESPEITÁVEL DECISÃO AGRAVADA

Ao enfrentar a questão posta em


discussão, o Digno Juízo proferiu a respeitável decisão de
fls. 1.237/1.239, afastando a pretensão do agravante, ou
seja, INDEFERIU os BENEFÍCIOS da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA à agravante, como também, entendeu pela INCIDÊNCIA
do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR e, diante do
RECONHECIMENTO DA HIPOSSUFICIÊNCIA da agravada, DEFERIU a
INVERSÃO do ÔNUS DA PROVA, fazendo-o, sob os seguintes
fundamentos, senão vejamos:

“A despeito da possibilidade de concessão de


gratuidade de justiça à pessoa jurídica com ou sem
fins lucrativos (vide STJ, Súmula 481), o deferimento
do benefício em favor da Fungota exige, antes, a
demonstração da impossibilidade de pagamento dos
encargos processuais.
No caso concreto, porém, esta prova não veio para
os autos, eis que a apresentação de balanço
patrimonial circunstancialmente deficitário não
demonstra, por si só, a insuficiência de recursos
exigida pelo artigo 98, caput do CPC para a concessão
do benefício.
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Considere, ademais, que a corre possui autonomia


gerencial, patrimonial, orçamentária e financeira,
auferindo receitas próprias que não se resumem aos
repasses feitos pelo Sistema SUS.
Acresça-se, por fim, que não consta dos autos a

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revalidação dos efeitos da Portaria de fls. 403, de
janeiro de 2017, e validade por três anos, somente.
Por tais razões, indefiro o pedido de gratuidade
de justiça feito pela corre Fungota.
2. Quanto às preliminares suscitadas, algumas
considerações merecem ser tecidas para possibilitar a
apreciação das matérias alegadas.
A princípio, cumpre considerar que a maternidade é
fundação municipal de direito privado, conforme faz
prova o seu estatuto (fls. 367/379).
Não se olvida que as fundações, embora
constituindo pessoas jurídicas de direito privado, a
teor do artigo 16 do Código Civil, são instituídas
também pelo Poder Público para consecução de
objetivos de interesse coletivo, a ponto da
Constituição de 1988 atribuir-lhes, em alguns casos,
personalidade jurídica pública.
Dissertando sobre as fundações, ensina Hely Lopes
Meirelles que “a lei não cria, apenas autoriza a sua
criação, devendo o Executivo tomar as providências
necessárias para o registro determinante do
nascimento da pessoa jurídica de Direito Privado”
(Direito Administrativo Brasileiro, São Paulo,
Malheiros, 24ª edição, 1990, pág. 320).
Deste modo, existem hoje, ao lado das fundações de
direito privado, as fundações de direito público,
advertindo Maria Sylvia Zanella Di Pietro que, “em
cada caso concreto, a conclusão sobre a natureza
jurídica da fundação – pública ou privada – tem de
ser extraída do exame da sua lei instituidora e dos
respectivos estatutos” (Direito Administrativo, São
Paulo, Atlas, 1989, pág. 274).
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Ensina, ainda, a citada autora que, “quando a


Administração Pública cria fundação de direito
privado, ela se submete ao direito comum em tudo
aquilo que não for expressamente derrocado por normas
de direito público” (op.cit,p.279).

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Na hipótese dos autos, a maternidade corre foi
criada com “personalidade jurídica de direito
privado, sem fins lucrativos, caracterizando-se como
uma Fundação de Apoio com autonomia administrativa,
patrimonial, operacional e financeira” (artigo 1º), e
tem como finalidade precípua “a execução e prestação
de serviços de saúde ao Poder Público e à iniciativa
privada” (artigo 2º), sendo mencionado estatuto
arquivado no 1º Cartório de Registro Civil de Pessoas
Jurídicas desta Comarca (fls. 379)
Ora, a partir do exame dos atos constitutivos da
correqurida, verifica-se que a última, embora
perseguindo alguns fins de interesse coletivo,
constitui ente jurídico de natureza privada, nada
existindo naqueles atos que afaste a incidência das
normas de direito civil aplicáveis às fundações em
geral, com a ressalva de que o fato da maternidade
ser conveniada ao SUS não possui o alcance almejado
pelas requeridas.
Deste modo, é de rigor tanto a rejeição da
preliminar de incompetência suscitada por ambas as
demandadas, como ainda a ilegitimidade argüida pela
médica que prestou atendimento à autora, e que figura
no pólo passivo da lide.
(...).
Pelas mesmas razões, tem-se como inequívoca a
incidência do CDC ao caso concreto, e assim, basta o
reconhecimento da hipossuficiência da parte autora
para que seja possível a inversão do ônus da prova,
nos exatos termos do artigo 6º, inciso VIII do Código
de Defesa do Consumidor, daí que defiro o pedido de
inversão do ônus da prova formulado pelos
requerentes.
(...)
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3 – DO INCONFORMISMO DA AGRAVANTE

Inconformada com a respeitável


decisão de fls. 1.237/1.239, que INDEFERIU os BENEFÍCIOS da
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA, bem como, entendeu pela

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INCIDÊNCIA do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR e, determinou
a INVERSÃO do ÔNUS da PROVA, insurge a agravante
argumentando que é entidade filantrópica, sem fins
lucrativos, não aufere rendimentos, não dispondo de
condições financeiras para arcar com as custas processuais;

Acrescenta que inexiste relação de


consumo, uma vez que os atendimentos se desenvolvem na rede
pública de saúde do SUS, carecendo de contraprestação do
usuário, sendo, portanto, inaplicável o Código de Defesa do
Consumidor, na medida em que a agravada não ostenta a
condição de consumidora

Por fim, não podendo a agravada


ser tratada como consumidora, não há que se falar em
inversão do ônus da prova;

Pleiteia o provimento do seu


recurso com a reforma da respeitável decisão agravada, a
fim de ser DEFERIDO o BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA; bem como AFASTADA a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA;

4 – DA INSUBSISTÊNCIA DA PRETENSÃO DO AGRAVANTE

Em que pese a irresignação da


agravante, temos que melhor sorte não lhe acompanha nesta
empreitada, devendo assim ser NEGADO PROVIMENTO ao RECURSO
DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, de modo a MANTER IMUTÁVEL a
RESPEITÁVEL DECISÃO fls. 1.237/1.239, eis que,
manifestamente desprovida de fundamentação razoável, senão
vejamos:
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4.1 – DO INDEFERIMENTO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


FACE A AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE

É cediço que as pessoas jurídicas


também, fazem jus à concessão dos Benefícios da Assistência
Judiciária Gratuita, desde que estejam presentes os

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pressupostos legais, oportunidade em que, tratando-se de
pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos, revela-se
necessário, demonstrar cabalmente a insuficiência de
recursos financeiros para pagar as custas processuais, para
que então seja contemplada com a benesse legal.

Vejamos à esse respeito o


Enunciado da Súmula n. 481 do Colendo Superior Tribunal de
Justiça, a saber:

“Faz jus ao benefício da justiça gratuita


a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos
processuais”

Assim, tratando-se de pessoa


jurídica com ou sem fins lucrativos, faz jus à Assistência
Judiciária Gratuita, aquela que demonstrar a
impossibilidade de arcar com o pagamento das custas
processuais.

Pois bem, no caso em exame, a


requerida não demonstrou a eventual ausência de
insuficiência de recursos para pagar as custas processuais
e honorários advocatícios, na medida em que, não apresentou
nenhum documento hábil a comprovar a sua situação de
impossibilidade material.

A agravante poderia ter


apresentado um EXTRATO BANCÁRIO, a fim de comprovar
“eventualmente” a INSUFICIÊNCIA de RECURSOS FINANCEIROS,
outrora propalada.
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É inegável que é através do


extrato bancário atualizado que se vislumbra a efetiva
existência e/ou inexistência de recursos materiais para
arcar com as custas processuais, haja vista que, o extrato
atualizado reflete a situação financeira atual da empresa.

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Todavia, optou por apresentar tão
somente o balanço patrimonial de 2.019 (fls. 402 – autos
principais).

Ocorre que, o referido documento,


não se revela hábil a demonstrar a eventual INCAPACIDADE
FINANCEIRA da agravante, na medida em que, não encontrar-se
assinado por um CONTADOR RESPONSÁVEL, o que por sua vez,
RETIRA A CREDIBILIDADE DO DOCUMENTO, porquanto, suas
informações podem ter sido manipuladas.

Ademais, não se pode olvidar que,


a SITUAÇÃO de INCAPACIDADE FINANCEIRA a ser demonstrada, é
a aquela que representa a SITUAÇÃO ATUAL do pleiteante, o
que não ocorreu na espécie, ao passo que a agravante
apresentou um documento do EXERCÍCIO de 2019, cujo
documento, não revela a SITUAÇÃO FINANCEIRA no PRESENTE
MOMENTO, mas talvez, se representativo da realidade, de 08
(oito) meses atrás, sem prejuízo de que o referido
documento não demonstra eventual inexistência de recursos
financeiros alocados na conta corrente da agravante.

Portanto, diante da AUSÊNCIA de


COMPROVAÇÃO da “eventual” INSUFICIÊNCIA de RECURSOS
FINANCEIROS e/ou da INCAPACIDADE FINANCEIRA ATUAL, por
parte da agravante, não resta outra alternativa, senão o
INDEFERIMENTO da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

Nesse sentido, tem sido o


entendimento deste Egrégio Tribunal de Justiça Bandeirante,
à respeito da matéria, senão vejamos:
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Ementa: Agravo Interno. Agravo de Instrumento.


Decisão monocrática que indeferiu os
benefícios da gratuidade de justiça.
Inconformismo. (...). Agravante que embora

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tenha sido instituída por lei municipal, sua
constituição é de direito privado.
Justiça gratuita. Pessoa jurídica sem fins
lucrativos.Necessidade de comprovação da hipos
suficiência alegada. Inteligência da Súmula
481 do E. STJ. Quadro de hipossuficiência ou
impossibilidade de responder por encargos
processuais não
evidenciados. Indeferimento mantido. Recurso
não provido. Agravo Interno no Agravo de
Instrumento n. 2026862-76.2020.8.26.0000 –
Egrégia 23ª Câmara de Direito Privado do
Tribunal de Justiça de São Paulo – SP – Rel.
Des. Hélio Nogueira – Julgamento: 17.07.2020

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. Assistência Jud


iciária Gratuita. Pedido formulado por
entidade filantrópica, declarada de utilidade
pública, sem fins
lucrativos. Da declaração de utilidade pública
não decorre qualquer ônus à Administração, nem
tampouco qualquer bônus ao titular. Art.
3º, da Lei nº 91/1935. Necessidade da pessoa
jurídica, com ou sem fins lucrativos,
demonstrar a impossibilidade de arcar com as
custas e despesas processuais (Súmula 481, do
STJ). Decisão mantida. Recurso improvido.
Agravo de Instrumento n. 2091896-
95.2020.8.26.0000 – Egrégia 21ª Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo – SP – Rel. Des. Décio
Rodrigues – Julgamento: 16.07.2020
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fls. 306

4.2 – DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA NECESSIDADE DE INVERSÃO


DO ÔNUS DA PROVA FACE À PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS LEGAIS

Outrossim, no tocante alegação de


inexistência de relação de consumo, é inegável que a
irresignação da agravante, de igual sorte, não comporta

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agasalho desta Egrégia Colenda Câmara Julgadora, senão
vejamos:

Importante questão a ser


enfrentada, diz respeito a natureza jurídica da relação
contratual havida entre a agravante e os agravados, a fim
de se verificar o diploma aplicável à espécie.

Em ações dessa natureza,


recorrentemente as Fundações de Direito Privado, vem
sustentando a inexistência de relação de consumo, ao
argumento de que o serviço por ela prestado é “gratuito” e,
em face da sua gratuidade, não estaria diante de uma
relação de consumo e, não se sujeitaria ao Código de Defesa
do Consumidor.

Ocorre que, ao contrário do que


vem sendo ventilado pela agravante, o serviço não é
gratuito, porquanto, muito embora o pagamento não seja
efetuado diretamente pela agravada, não se pode olvidar
que, trata-se de um SERVIÇO PRESTADO, MEDIANTE A
REMUNERAÇÃO REALIZADA POR INTERMÉDIO DO CONVÊNIO DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE – SUS, razões pelas quais, não há que se
falar em serviço gratuito, visto que, regularmente
remunerado.

Assim tendo em vista que, estamos


diante de um serviço efetivamente remunerado, ainda que
indiretamente, por intermédio do convênio do Sistema Único
de Saúde – SUS, é evidente que estamos diante de uma
relação típica de consumo, sendo, portanto, aplicável o
Código de Defesa do Consumidor.
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fls. 307

Nesse sentido, tem sido o


entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça, ao
enfrentar questão afeta à responsabilidade civil dos
prestadores de serviços médicos, ainda que prestada por
Sociedade Civil sem fins lucrativos, a saber:

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Processual civil. Recurso especial.
Sociedade civil sem fins lucrativos de
caráter beneficente e filantrópico.
Prestação de serviços médicos,
hospitalares, odontológicos e jurídicos a
seus associados. Relação de consumo
caracterizada. Possibilidade de aplicação
do código de defesa do consumidor.- Para o
fim de aplicação do Código de Defesa do
Consumidor, o reconhecimento de uma pessoa
física ou jurídica ou de um ente
despersonalizado como fornecedor de
serviços atende aos critérios puramente
objetivos, sendo irrelevantes a sua
natureza jurídica, a espécie dos serviços
que prestam e até mesmo o fato de se
tratar de uma sociedade civil, sem fins
lucrativos, de caráter beneficente e
filantrópico, bastando que desempenhem
determinada atividade no mercado de
consumo mediante remuneração.
Recurso especial conhecido e provido.
RESP n. 519.310/SP (2003/0058088-5) –
3ª TURMA Ministra Nancy Andrighi –
Julgamento: 20.04.2004

No mesmo sentido, tem sido o


entendimento deste Egrégio Tribunal de Justiça Bandeirante,
à respeito da existência de relação típica de consumo e
incidência do Código de Defesa do Consumidor, no caso de
prestação de serviços médicos realizados por Entidade
Filantrópica mediante Convênio com o SUS, senão vejamos:
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fls. 308

Ementa: Agravo de instrumento. Ação


indenizatória fundada em dano moral.
Erro médico. Decisão saneadora que não acolheu
preliminar de ilegitimidade passiva nem
arguição de prescrição. Inconformismo da ré.

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Não acolhimento. Legitimidade passiva
configurada, pois a ré substituiu a antiga
gestora do hospital em direitos e
obrigações. Relação de consumo existente.Carát
er público do serviço prestado, sem
contratação direta dos profissionais e do
nosocômio (Hospital de Base de Bauru), e
pagamento pelo Sistema Único de Saúde não
desnaturam a relação consumerista. Remuneração
indireta dos prestadores pelo poder público.
Aplicação do art. 3º, § 2º do Código de Defesa
do Consumidor. Prazo prescricional qüinqüenal.
Inteligência do art. 27 do CDC. Termo inicial
computado a partir da ciência inequívoca da
existência, do grau e da extensão das lesões
decorrentes do alegado erro médico, o que no
caso somente teria se dado com a
realização de exames de imagem, anos depois da
intervenção cirúrgica, que identificaram a
presença de corpos estranhos metálicos,
semelhantes a lâminas e agulhas, no interior
do corpo da autora. Prescrição não
configurada. Decisão mantida. Recurso não
provido. Agravo de Instrumento n. 2117037-
53.2019.8.26.0000 – 7ª Câmara de Direito
Privado do TJSP – Rel. Des. Maria de Lourdes
Lopez Gil – Julgamento: 18.02.2020

Por fim, no tocante à inversão do


ônus da prova, é inegável que esta não se opera
automaticamente, havendo a necessidade da presença dos
pressupostos da verossimilhança das alegações, bem como da
hipossuficiência do consumidor, os quais se revelam
presentes, senão vejamos:
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No tocante ao pressuposto da
verossimilhança da alegação, é certo que ao analisar os
fatos que estão sendo postos em discussão, compete ao
Magistrado, verificar se aquelas alegações, se revelam
“aparentemente verdadeiras”, ou seja, se estão dentro

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daquilo que ordinariamente, é possível de acontecer.

De acordo com a literatura médica,


diante da presença de MECÔNIO do tipo “ESPESSO”, recomenda-
se a REAVALIAÇÃO da VIA do PARTO, de modo a realizar a
CESARIANA, a fim de evitar que o RECÉM-NASCIDO contraia a
SÍNDROME da ASPIRAÇÃO do MECÔNIO e, venha à ÓBITO, em razão
de SOFRIMENTO FETAL.

Pois bem, volvendo para o caso em


exame, restou incontroverso que o filho e neto dos
agravados veio à ÓBITO, após o parto realizado pela Dra.
Luciane Rosin Volpato, cuja “causa mortis”, foi a
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA decorrente de ASPIRAÇÃO DE
MECÔNIO.

Ao analisarmos o PRONTUÁRIO
MÉDICO, como também, as demais documentações carreadas aos
autos, vislumbramos que o MECÔNIO ASPIRADO era do tipo
ESPESSO, sem prejuízo de que, verificamos que houve
ALTERAÇÕES da FREQUÊNCIA CARDÍACA do FETO, ao menos em 03
(três) oportunidades, além de DESASSITÊNCIA MÉDICA à
PARTURIENTE pelo período superior à 02 (duas) horas e, por
fim, a DEMORA na realização do PARTO.

Com efeito, diante da sucessão de


atos praticados contrários à boa prática médica, é de se
ter como VEROSSÍMEIS as alegações dos agravados, no sentido
de que, o TRATAMENTO MÉDICO prestado pela agravante foi
ABSOLUTAMENTE INADEQUADO, ao passo que, diante da presença
de MECÔNIO do TIPO “ESPESSO”, caberia à MÉDICA reavaliar a
VIA do PARTO, realizando-se a CESÁREA, a fim de EVITAR que
o RECÉM-NASCIDO viesse a ASPIRAR MECÔNIO.
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Contudo, não obstante a presença


de MECÔNIO do tipo “ESPESSO” indicasse a necessidade de
interrupção da gestação, mediante a realização da
CESARIANA, a Médica Assistente optou pela MANUTENÇÃO da
INDUÇÃO do PARTO e, conseqüentemente pela VIA do PARTO

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NORMAL, oportunidade em que, devido ao PROLONGAMENTO do
PARTO, em cujo período houve ASPIRAÇÃO de GRANDE QUANTIDADE
de MECÔNIO, o FILHO e NETO dos agravados acabou NASCENDO EM
MAL ESTADO GERAL (MEG), vindo a contrair uma ANÓXIA por
ocasião da ASPIRAÇÃO do MECÔNIO, a qual por sua vez, levou
ao ÓBITO após 03 (três) dias de internação, evidenciando-
se, assim, que as alegações dos agravados são VEROSSÍMEIS,
justificando, portanto, a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.

Quanto ao pressuposto da
HIPOSSUFICIÊNCIA, é certo que este, guarda relação com a
dificuldade do consumidor em ter o acesso às informações e
meios necessários à produção de determinada prova.

Pois bem, verifica-se que no caso


em tela, a controvérsia cinge no entorno da INADEQUAÇÃO do
TRATAMENTO MÉDICO prestado pelos agravantes à agravada, bem
como, ao seu filho, ocasião em que, este último acabou
vindo à ÓBITO.

Nota-se que, o cerne da questão


encontra-se atrelado ao TRATAMENTO MÉDICO e,
conseqüentemente SE HOUVE FALHA E/OU INADEQUAÇÃO NA
PRESTAÇÃO dos SERVIÇOS MÉDICOS, cuja INADEQUADAÇÃO DEVERÁ
SER ANALISADA ATRAVÉS DA VERIFICAÇÃO DO PRONTUÁRIO MÉDICO.

Diante da controvérsia instalada


na presente demanda, as indagações que ficam, são as
seguintes:

Diante do que preceitua a boa prática


médica, o tratamento médico dispensado pelos
agravantes à agravada foi adequado ou
inadequado?
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Outrossim, tendo em vista que, os


serviços médicos e hospitalares foram prestados
pelos agravantes, quem é que realmente de fato,
reúne as melhores condições de demonstrar a

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adequação e ou inadequação do tratamento
médico?

É evidente que os únicos que


reúnem as condições técnicas e facilidade para demonstrar
se HOUVE ou NÃO HOUVE INADEQUAÇÃO NO TRATAMENTO MÉDICO E
HOSPITALAR ofertado e prestado aos agravados, são os
agravantes, já que os SERVIÇOS MÉDICOS foram prestados por
eles e na UNIDADE da AGRAVANTE, razões pelas quais,
demonstrado a presença dos PRESSUPOSTOS, deve ser DEFERIDA
a INVERSÃO do ÔNUS da PROVA.

Nesse sentido, é o entendimento do


Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo – SP, que ao
enfrentar demanda envolvendo a responsabilidade civil
decorrente de erro médico, achou por bem, INVERTER O ÔNUS
DA PROVA, em face da HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA E ECONÔMICA
do CONSUMIDOR, senão vejamos:

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ERRO MÉDICO – Conduta


culposa do corréu Luís Fernando, que, embora tenha sido
chamado para auxiliar no socorro do paciente após a
ocorrência da parada cardíaca que lhe gerou danos
cerebrais, atuou direta e conjuntamente na cadeia de
consumo e não optou por suspender o procedimento cirúrgico,
tampouco chamou médico cardiologista – Responsabilidade
solidária – Art. 7º, parágrafo único, do CDC – AGRAVO
RETIDO – Reiteração presente – Inversão do ônus da prova
adequada no caso em apreço, à luz do art. 6º, VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, haja vista a
hipossuficiência técnica e econômica do consumidor –
Embargos acolhidos, sem efeitos infringentes. Embargos n.
0001831-67.2005.8.26.0274 – 5ª Câmara de Direito Privado do
TJSP – Rel. Des. Fabio Podestá – J: 10.04.2019
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5 – DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, serve-se da


presente para requererem à esta Egrégia Colenda Câmara, que

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seja RECEBIDA e ACOLHIDA a CONTRAMINUTA DE AGRAVO, na qual
restaram completamente RECHAÇADOS todos os argumentos e
alegações tecidas pelo AGRAVANTE, para que:

I – Diante da AUSÊNCIA de COMPROVAÇÃO da “eventual”


INSUFICIÊNCIA de RECURSOS FINANCEIROS e/ou da INCAPACIDADE
FINANCEIRA ATUAL, por parte da agravante, não resta outra
alternativa, senão o INDEFERIMENTO da ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA à AGRAVANTE, razões pelas quais,
requerem à esta Egrégia Colenda Câmara Julgadora, seja
NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO no capítulo relacionado ao
pedido de Assistência Judiciária Gratuita, mantendo-se a
respeitável decisão agravada, tal como restou lançada;

II - Outrossim, uma vez demonstrado que, ao contrário do


ventilado pela agravante, o serviço não é gratuito,
porquanto, muito embora o pagamento não seja efetuado
diretamente pela agravada, não se pode olvidar que, trata-
se de um SERVIÇO PRESTADO, MEDIANTE A REMUNERAÇÃO REALIZADA
POR INTERMÉDIO DO CONVÊNIO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS,
razões pelas quais, não há que se falar em serviço
gratuito, visto que, regularmente remunerado, oportunidade
em que, diante do fato de estarmos diante de um serviço
efetivamente remunerado, ainda que indiretamente, por
intermédio do convênio do Sistema Único de Saúde – SUS, é
evidente que estamos diante de uma relação típica de
consumo, sendo, portanto, aplicável o Código de Defesa do
Consumidor, razões pelas quais, requerem à esta Egrégia
Colenda Câmara Julgadora, seja NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO
no capítulo relacionado a INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR, mantendo-se a respeitável decisão agravada, tal
como restou lançada;
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III – Por fim, quanto à irresignação da agravante no


tocante à INVERSÃO do ÔNUS DA PROVA, uma vez demonstrada a
presença dos pressupostos da Verossimilhança das Alegações,
na medida em que, não obstante a presença de MECÔNIO do
tipo “ESPESSO” indicasse a necessidade de interrupção da

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gestação, mediante a realização da CESARIANA, a agravante
optou pela MANUTENÇÃO do PARTO pela VIA NORMAL,
oportunidade em que, o RECÉM-NASCIDO acabou contraindo uma
ANÓXIA (AUSÊNCIA DE OXIGENAÇÃO NO CERÉBRO), vindo a FALECER
devido à INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA proveniente da
ASPIRAÇÃO de MECÔNIO, o que evidencia que HOUVE INADEQUAÇÃO
DO TRATAMENTO MÉDICO, como também, comprovada a
HIPOSSUFICIÊNCIA da agravada, ao passo que, não se pode
olvidar que os agravantes possuem as melhores condições de
demonstrarem eventualmente a INEXISTÊNCIA de FALHA no
SERVIÇO por elas desenvolvidos, sobretudo, por serem
prestadores de SERVIÇOS MÉDICOS, detendo toda a expertise à
respeito da atividade desenvolvida, circunstância em que,
evidenciada a presença dos pressupostos legais para a
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, requerem à esta Egrégia Colenda
Câmara Julgadora, seja NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO,
mantendo-se IMUTÁVEL a respeitável decisão que DETERMINOU a
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA;

III – Por derradeiro, informa desde já que NÃO SE OPÕE AO


JULGAMENTO VIRTUAL DO PRESENTE RECURSO DE AGRAVO.

Termos em que,
Pede Deferimento.

São Paulo - SP, 30 (trinta) de Julho de 2.020

___________________ _____________________
MATEUS L. CONDE DANIEL T. DE ALMEIDA
OAB/SP n. 235.884 OAB/SP n. 240.107

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