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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2162614-20.2020.8.26.0000 e código 11BDD4D6.
EGRÉGIA 7ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP
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1.237/1.239, e o faz nos termos do Artigo 1.019, II do
Código de Processo Civil, requerendo à Vossa Excelência, o
regular recebimento da presente, cuja CONTRAMINUTA, segue
em laudas apartadas anexadas à presente, de modo que sejam
apreciadas pela Egrégia Colenda Câmara Julgadora integrante
deste Tribunal de Justiça Bandeirante.
Termos em que,
Pede Deferimento.
___________________ _____________________
MATEUS L. CONDE DANIEL T. DE ALMEIDA
OAB/SP n. 235.884 OAB/SP n. 240.107
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL TRINDADE DE ALMEIDA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 30/07/2020 às 15:51 , sob o número WPRO20008237751.
fls. 298
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AGRAVANTE: FUNDAÇÃO MUNICIPAL IRENE SIQUEIRA ALVES “VOVÓ
MOCINHA” – A MATERNIDADE GOTA DE LEITE DE ARARAQUARA
(FUNGOTA – ARARAQUARA)
CÔLENDA CÂMARA
INCLITOS JULGADORES
1 – DOS FATOS
Em sede de contestação a
agravante, postulou a concessão dos Benefícios da
Assistência Judiciária Gratuita;
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inaplicabilidade da referida norma nas relações
desenvolvidas no âmbito do Sistema Único de Saúde; que o
atendimento prestado não pode ser comparado à serviço, por
faltar-lhe elemento essencial, qual seja a remuneração
direta, a demonstrar a existência de prestação e
contraprestação;
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revalidação dos efeitos da Portaria de fls. 403, de
janeiro de 2017, e validade por três anos, somente.
Por tais razões, indefiro o pedido de gratuidade
de justiça feito pela corre Fungota.
2. Quanto às preliminares suscitadas, algumas
considerações merecem ser tecidas para possibilitar a
apreciação das matérias alegadas.
A princípio, cumpre considerar que a maternidade é
fundação municipal de direito privado, conforme faz
prova o seu estatuto (fls. 367/379).
Não se olvida que as fundações, embora
constituindo pessoas jurídicas de direito privado, a
teor do artigo 16 do Código Civil, são instituídas
também pelo Poder Público para consecução de
objetivos de interesse coletivo, a ponto da
Constituição de 1988 atribuir-lhes, em alguns casos,
personalidade jurídica pública.
Dissertando sobre as fundações, ensina Hely Lopes
Meirelles que “a lei não cria, apenas autoriza a sua
criação, devendo o Executivo tomar as providências
necessárias para o registro determinante do
nascimento da pessoa jurídica de Direito Privado”
(Direito Administrativo Brasileiro, São Paulo,
Malheiros, 24ª edição, 1990, pág. 320).
Deste modo, existem hoje, ao lado das fundações de
direito privado, as fundações de direito público,
advertindo Maria Sylvia Zanella Di Pietro que, “em
cada caso concreto, a conclusão sobre a natureza
jurídica da fundação – pública ou privada – tem de
ser extraída do exame da sua lei instituidora e dos
respectivos estatutos” (Direito Administrativo, São
Paulo, Atlas, 1989, pág. 274).
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fls. 301
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Na hipótese dos autos, a maternidade corre foi
criada com “personalidade jurídica de direito
privado, sem fins lucrativos, caracterizando-se como
uma Fundação de Apoio com autonomia administrativa,
patrimonial, operacional e financeira” (artigo 1º), e
tem como finalidade precípua “a execução e prestação
de serviços de saúde ao Poder Público e à iniciativa
privada” (artigo 2º), sendo mencionado estatuto
arquivado no 1º Cartório de Registro Civil de Pessoas
Jurídicas desta Comarca (fls. 379)
Ora, a partir do exame dos atos constitutivos da
correqurida, verifica-se que a última, embora
perseguindo alguns fins de interesse coletivo,
constitui ente jurídico de natureza privada, nada
existindo naqueles atos que afaste a incidência das
normas de direito civil aplicáveis às fundações em
geral, com a ressalva de que o fato da maternidade
ser conveniada ao SUS não possui o alcance almejado
pelas requeridas.
Deste modo, é de rigor tanto a rejeição da
preliminar de incompetência suscitada por ambas as
demandadas, como ainda a ilegitimidade argüida pela
médica que prestou atendimento à autora, e que figura
no pólo passivo da lide.
(...).
Pelas mesmas razões, tem-se como inequívoca a
incidência do CDC ao caso concreto, e assim, basta o
reconhecimento da hipossuficiência da parte autora
para que seja possível a inversão do ônus da prova,
nos exatos termos do artigo 6º, inciso VIII do Código
de Defesa do Consumidor, daí que defiro o pedido de
inversão do ônus da prova formulado pelos
requerentes.
(...)
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fls. 302
3 – DO INCONFORMISMO DA AGRAVANTE
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INCIDÊNCIA do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR e, determinou
a INVERSÃO do ÔNUS da PROVA, insurge a agravante
argumentando que é entidade filantrópica, sem fins
lucrativos, não aufere rendimentos, não dispondo de
condições financeiras para arcar com as custas processuais;
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pressupostos legais, oportunidade em que, tratando-se de
pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos, revela-se
necessário, demonstrar cabalmente a insuficiência de
recursos financeiros para pagar as custas processuais, para
que então seja contemplada com a benesse legal.
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Todavia, optou por apresentar tão
somente o balanço patrimonial de 2.019 (fls. 402 – autos
principais).
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tenha sido instituída por lei municipal, sua
constituição é de direito privado.
Justiça gratuita. Pessoa jurídica sem fins
lucrativos.Necessidade de comprovação da hipos
suficiência alegada. Inteligência da Súmula
481 do E. STJ. Quadro de hipossuficiência ou
impossibilidade de responder por encargos
processuais não
evidenciados. Indeferimento mantido. Recurso
não provido. Agravo Interno no Agravo de
Instrumento n. 2026862-76.2020.8.26.0000 –
Egrégia 23ª Câmara de Direito Privado do
Tribunal de Justiça de São Paulo – SP – Rel.
Des. Hélio Nogueira – Julgamento: 17.07.2020
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agasalho desta Egrégia Colenda Câmara Julgadora, senão
vejamos:
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Processual civil. Recurso especial.
Sociedade civil sem fins lucrativos de
caráter beneficente e filantrópico.
Prestação de serviços médicos,
hospitalares, odontológicos e jurídicos a
seus associados. Relação de consumo
caracterizada. Possibilidade de aplicação
do código de defesa do consumidor.- Para o
fim de aplicação do Código de Defesa do
Consumidor, o reconhecimento de uma pessoa
física ou jurídica ou de um ente
despersonalizado como fornecedor de
serviços atende aos critérios puramente
objetivos, sendo irrelevantes a sua
natureza jurídica, a espécie dos serviços
que prestam e até mesmo o fato de se
tratar de uma sociedade civil, sem fins
lucrativos, de caráter beneficente e
filantrópico, bastando que desempenhem
determinada atividade no mercado de
consumo mediante remuneração.
Recurso especial conhecido e provido.
RESP n. 519.310/SP (2003/0058088-5) –
3ª TURMA Ministra Nancy Andrighi –
Julgamento: 20.04.2004
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Não acolhimento. Legitimidade passiva
configurada, pois a ré substituiu a antiga
gestora do hospital em direitos e
obrigações. Relação de consumo existente.Carát
er público do serviço prestado, sem
contratação direta dos profissionais e do
nosocômio (Hospital de Base de Bauru), e
pagamento pelo Sistema Único de Saúde não
desnaturam a relação consumerista. Remuneração
indireta dos prestadores pelo poder público.
Aplicação do art. 3º, § 2º do Código de Defesa
do Consumidor. Prazo prescricional qüinqüenal.
Inteligência do art. 27 do CDC. Termo inicial
computado a partir da ciência inequívoca da
existência, do grau e da extensão das lesões
decorrentes do alegado erro médico, o que no
caso somente teria se dado com a
realização de exames de imagem, anos depois da
intervenção cirúrgica, que identificaram a
presença de corpos estranhos metálicos,
semelhantes a lâminas e agulhas, no interior
do corpo da autora. Prescrição não
configurada. Decisão mantida. Recurso não
provido. Agravo de Instrumento n. 2117037-
53.2019.8.26.0000 – 7ª Câmara de Direito
Privado do TJSP – Rel. Des. Maria de Lourdes
Lopez Gil – Julgamento: 18.02.2020
No tocante ao pressuposto da
verossimilhança da alegação, é certo que ao analisar os
fatos que estão sendo postos em discussão, compete ao
Magistrado, verificar se aquelas alegações, se revelam
“aparentemente verdadeiras”, ou seja, se estão dentro
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daquilo que ordinariamente, é possível de acontecer.
Ao analisarmos o PRONTUÁRIO
MÉDICO, como também, as demais documentações carreadas aos
autos, vislumbramos que o MECÔNIO ASPIRADO era do tipo
ESPESSO, sem prejuízo de que, verificamos que houve
ALTERAÇÕES da FREQUÊNCIA CARDÍACA do FETO, ao menos em 03
(três) oportunidades, além de DESASSITÊNCIA MÉDICA à
PARTURIENTE pelo período superior à 02 (duas) horas e, por
fim, a DEMORA na realização do PARTO.
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NORMAL, oportunidade em que, devido ao PROLONGAMENTO do
PARTO, em cujo período houve ASPIRAÇÃO de GRANDE QUANTIDADE
de MECÔNIO, o FILHO e NETO dos agravados acabou NASCENDO EM
MAL ESTADO GERAL (MEG), vindo a contrair uma ANÓXIA por
ocasião da ASPIRAÇÃO do MECÔNIO, a qual por sua vez, levou
ao ÓBITO após 03 (três) dias de internação, evidenciando-
se, assim, que as alegações dos agravados são VEROSSÍMEIS,
justificando, portanto, a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
Quanto ao pressuposto da
HIPOSSUFICIÊNCIA, é certo que este, guarda relação com a
dificuldade do consumidor em ter o acesso às informações e
meios necessários à produção de determinada prova.
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adequação e ou inadequação do tratamento
médico?
5 – DOS PEDIDOS
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seja RECEBIDA e ACOLHIDA a CONTRAMINUTA DE AGRAVO, na qual
restaram completamente RECHAÇADOS todos os argumentos e
alegações tecidas pelo AGRAVANTE, para que:
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gestação, mediante a realização da CESARIANA, a agravante
optou pela MANUTENÇÃO do PARTO pela VIA NORMAL,
oportunidade em que, o RECÉM-NASCIDO acabou contraindo uma
ANÓXIA (AUSÊNCIA DE OXIGENAÇÃO NO CERÉBRO), vindo a FALECER
devido à INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA proveniente da
ASPIRAÇÃO de MECÔNIO, o que evidencia que HOUVE INADEQUAÇÃO
DO TRATAMENTO MÉDICO, como também, comprovada a
HIPOSSUFICIÊNCIA da agravada, ao passo que, não se pode
olvidar que os agravantes possuem as melhores condições de
demonstrarem eventualmente a INEXISTÊNCIA de FALHA no
SERVIÇO por elas desenvolvidos, sobretudo, por serem
prestadores de SERVIÇOS MÉDICOS, detendo toda a expertise à
respeito da atividade desenvolvida, circunstância em que,
evidenciada a presença dos pressupostos legais para a
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, requerem à esta Egrégia Colenda
Câmara Julgadora, seja NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO,
mantendo-se IMUTÁVEL a respeitável decisão que DETERMINOU a
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA;
Termos em que,
Pede Deferimento.
___________________ _____________________
MATEUS L. CONDE DANIEL T. DE ALMEIDA
OAB/SP n. 235.884 OAB/SP n. 240.107