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Material Teórico
As Políticas Públicas no Brasil
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Proporcionar ao aluno o conhecimento sobre como se desenvolveram
as políticas públicas de saúde no Brasil.
· Entender a importância das políticas públicas no Brasil.
· Conhecer as principais políticas públicas de saúde no Brasil.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE As Políticas Públicas no Brasil
Contextualização
Iniciaremos esta unidade refletindo sobre o que representam as Políticas
Públicas de Saúde em nossa sociedade. Hoje temos o atendimento gratuito à saúde
fornecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), porém nem sempre foi assim. O
SUS foi implantado somente em 1986, imagine como era difícil para a população
que trabalhava de modo informal (sem carteira assinada) pagar por tratamentos
e atendimentos.
RODRIGUEZ Neto, E. A Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde: suas origens, suas
Explor
propostas, sua implantação, suas dificuldades e suas perspectivas. In: BRASIL. Textos
Técnicos para Conselheiros de Saúde – Incentivo à Participação Popular e Controle Social
no SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 1994. p. 9. Disponível em: https://goo.gl/k9RPzc
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As Políticas Públicas de Saúde no Brasil:
História e Evolução
A história da saúde pública teve início no Brasil Colônia, momento no qual o
acesso à saúde era privado. Somente tinham acesso à assistência à saúde a parcela
da população mais abastada, ou seja, que poderia pagar por esse atendimento
e para fazer o tratamento. As primeiras ações foram feitas pela fiscalização de
higiene pública. Os doentes eram afastados do restante da população para que não
contaminassem os demais. Nesse período, a Igreja Católica era a única instituição
que possuía hospitais – as Santas Casas de Misericórdia –, o foco era a caridade e
não a preocupação com a saúde. Existiam também alguns poucos hospitais militares.
O Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, 427 anos a serviço da
comunidade, foi fundado pelo jesuíta José de Anchieta, em 24 de março de 1582. No pátio
da Santa Casa de Misericórdia, encontra-se a Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, a
mais antiga do Rio de Janeiro, edificada em 1567. Sua forma atual, porém, corresponde
ao ano de 1780, quando foi reconstruída.
Fonte: http://www.4e20enfermarias.org.br/pt/the-institution
Com a chegada da família real ao Brasil, houve uma melhora na questão sanitária
nos portos e a fundação de universidades de medicina.
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UNIDADE As Políticas Públicas no Brasil
Já a população que não tinha recursos financeiros para ter os médicos de família
era atendida por leigos, por casas de caridade e curandeiros. Vale lembrar que
nessa época a assistência médica não tinha qualquer vínculo ou custeio pelo Estado.
Tal situação permaneceu imutável até o final do século XIX e início do século XX
(momento no qual o Brasil passou a ter as Políticas Públicas implementadas).
Além da pressão instaurada pelo Estado Liberal, o País estava passando por
várias epidemias, tais como a de Malária (doença parasitária que causa febre alta,
calafrios e sintomas similares aos da gripe transmitida por mosquitos), a Febre
Amarela (doença infecciosa causa por vírus, também transmitida por mosquitos,
que causa náusea, dor de cabeça, olhos e pele amarelada) e a Gripe Espanholada
(chegou ao Brasil em 1918, transmitida por vírus, e causou mais de 90 milhões de
mortes mundialmente).
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Calhas foram limpas, entulhos retirados, em casas com foco do mosquito multas
eram aplicadas, entre outras medidas. Não se sabia muito da doença e acreditava-
se ainda que grande parte das epidemias e das doenças eram transmitidas pelo ar.
A resposta a essa demanda veio em 1923 com a criação da Lei Eloy Chaves,
que instaurou a criação das CAPs (Caixa de Aposentadoria e Pensões)
Figura 2 – Eloy Chaves, deputado responsável pelo projeto de lei que previa a criação das CAPs
Fonte: jundiai.sp.gov.br
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Ou seja, fica bem claro nessa explicação do autor que somente tinham direito
a se vincular ao CAP trabalhadores contratados pelo regime da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).
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Figura 3 - A Crise de 1929
Fonte: Acervo do Conteudista
Também conhecida como Grande Depressão, a crise de 1929 foi uma das piores do sécu-
lo XX, e foi um dos motivos que desencadeou a Segunda Guerra Mundial. Sua causa foi
uma grande baixa da Bolsa de Valores de Nova York, o que levou à falência um grande
número de pessoas e empresas e instaurou o caos econômico em grande parte dos país-
es que tinham relações comerciais com os EUA.
https://goo.gl/51KL99
» O Estado unificou as IAPs. O que antes era por empresa, nesse momento
passou a ser por categorias profissionais, ou seja, cada categoria profissional
tinha uma base de benefícios para seus assegurados;
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Em 1960, foi criada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). Ela unificou a
legislação referente aos IAPs, uniformizando também os benefícios dos segurados.
Ou seja, antes da LOPS, cada categoria profissional tinha benefícios distintos para
seus segurados e, com a implantação dessa lei, houve uma uniformização de todos
os IAPs. Com isso, todos passaram a contribuir com o mesmo valor para que todos
os beneficiados e assegurados recebessem também o mesmo valor.
Em decorrência disso, as pessoas que eram beneficiadas pelo IAP iriam receber
o mesmo valor, independente da sua categoria profissional.
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Em 1966, foi criado o INPS – Instituto Nacional da Previdência Social. Os
IAPs voltavam a sofrer modificações e intervenções pelo Governo e passaram a
configurar como INPS. Todos os IAPs foram unificados no INPS.
A arrecadação feita pelo INPS gerou muito lucro ao Estado, por isso, com
a criação do INAMPS, foram construídas grandes unidades de atendimento
ambulatorial, hospitais e realizada a contratação de serviços privados nos grandes
centros urbanos, ou seja, onde tinham mais contribuintes. Outro ponto importante
foi que os trabalhadores rurais também passaram a fazer parte do INAMPS, já que
antes somente os trabalhadores dos centros urbanos tinham direito a esse benefício.
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Reforma Sanitária
A Reforma Sanitária foi gerada a partir de uma crise no sistema de saúde e
previdenciário, que foi mediada pela participação popular e que levou a iniciativas
de extensão da cobertura à assistência à saúde para todo o Brasil.
De acordo com PAIM (1992, p. 31), “o projeto da Reforma Sanitária foi gerado
na luta contra o autoritarismo e pela ampliação dos direitos sociais”. Vale lembrar
que o Brasil ainda passava pelo militarismo durante o período da Reforma Sanitária;
entretanto, a população passou a lutar pelos seus direitos de cidadãos e a focar em
uma melhor da qualidade de vida.
Um dos marcos foi a Crise dos 4 Is. Em 1980, a população já possuía uma visão
bastante crítica sobre a questão da saúde no país. Os 4 Is são:
1. Ineficiência – decorrente do modelo médico privatista que existia, no qual
havia um enorme investimento em procedimentos custosos e tinham baixo
impacto para a população de uma maneira geral;
2. Ineficácia – decorrente da desproporção entre o que era gasto e o impacto
real dessa despesa na saúde da população; ou seja, se gastava muito para
pouco resultado;
3. Inequidade – não havia um tratamento especial para pessoas com neces-
sidades especiais, ou seja, todos eram tratados com os mesmos recursos e
com os mesmos modelos de tratamento;
4. Insatisfação popular – era o resultado do descontentamento da população
em relação à assistência de saúde brasileira.
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2. Racionalista: essa corrente afirmava que a crise era resultado de má
administração. Segundo essa corrente, havia gastos desnecessários e serviços
de pouca utilidade para a sociedade – ou seja, ela reconhecia que o Brasil tinha
dinheiro para investir na saúde, porém era administrado de forma errada;
3. Estruturalista: defendia que a crise acontecia devido ao modelo privatista
de saúde brasileiro, focado na medicação, no tratamento e não na prevenção
– ou seja, gerava custos altos que poderiam ser evitados com conscientização
e prevenção de doenças.
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Essa conferência gerou um novo conceito de saúde. A saúde passou a ser vista
como um direito a todos. Essas propostas foram a essência do Sistema Único de
Saúde (SUS).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Ministério da Saúde lança campanha de prevenção às DST e aids para carnaval 2015
Assista a campanha de prevenção às DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e
AIDS lançada pelo Ministério da Saúde em 2015.
https://youtu.be/2lVcehqMADc
Caminhos da Vacina
Veja o vídeo que fala sobre os Caminhos da Vacina, promovido pelo programa Médicos
Sem Fronteira.
https://goo.gl/6kbWWh
Leitura
Reflexos sobre Políticas Públicas de Saúde
Reflexos sobre Políticas Públicas de Saúde de Dráuzio Varella, publicado em 24 de
julho de 2011. Revisado em 05 de abril de 2013.
https://goo.gl/gRszM3
Brasil bate recorde de pessoas em tratamento contra HIV e AIDS
Brasil bate recorde de pessoas em tratamento contra HIV e AIDS. Do Portal Brasil.
Publicado em 28 de janeiro de 2016.
https://goo.gl/FR2kAb
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UNIDADE As Políticas Públicas no Brasil
Referências
4E20ENFERMARIAS. Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do
Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.4e20enfermarias.org.br/pt/the-
institution>. Acesso em: 15 jul. 2016.
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