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Epidemiologia

e Saúde Pública
Material Teórico
Organização dos Serviços de Saúde: Atenção Básica,
Média e de Alta Complexidade

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Sérgio Ricardo Boff
Profa. Ms. Gizela Faleiros

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Organização dos Serviços de
Saúde: Atenção Básica, Média
e de Alta Complexidade

• Organização dos Serviços de Saúde


• Acesso ao Serviço de Saúde
• Organização do Sistema de Saúde
• Redes de Atenção em Saúde
• Atenção Primária à Saúde
• Média Complexidade
• Alta Complexidade

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Aprender sobre a conformação dos serviços de saúde, como é e em
que se baseia a divisão do serviço de saúde em níveis de atenção,
bem como a responsabilidade das ações dentro de cada um dos
níveis e como isso pode otimizar o acesso do usuário.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Organização dos Serviços de Saúde:
Atenção Básica, Média e de Alta Complexidade

Organização dos Serviços de Saúde


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), serviços de saúde incluem
todos os serviços que lidam com o diagnóstico e tratamento de doenças, ou a pro-
moção, manutenção e restauração da saúde. Incluem os serviços de saúde pessoais
e não pessoais. Serviços de saúde são as funções mais visíveis de qualquer sistema
de saúde, tanto para os usuários quanto ao público em geral. Prestação de serviços
refere-se à forma de insumos como dinheiro, pessoal, equipamentos e medicamen-
tos que são combinados para permitir a realização de intervenções de saúde.
A utilização dos serviços de saúde representa o centro do funcionamento dos
sistemas de saúde. O conceito de uso compreende todo contato direto, ou seja,
consultas médicas, hospitalizações; ou indireto, como a realização de exames pre-
ventivos e diagnósticos. O processo de utilização dos serviços de saúde é resultante
da interação do comportamento do indivíduo que procura cuidados e do profissio-
nal que o conduz dentro do sistema de saúde (TRAVASSOS; MARTINS, 2004).
Os serviços de saúde devem ser estruturados de forma a garantir meios adequados
para que as necessidades de assistência aos cidadãos sejam atendidas, tendo como
compromisso o acesso aos bens e serviços existentes em cada região, Estado ou
Munícipio do País, visando, dessa forma, a manutenção e recuperação da saúde
dos indivíduos.
O atendimento da população dentro do sistema de saúde ou como as pessoas são
inseridas nesse sistema, além de quais serviços são oferecidos, decorrem de alguns
fatores importantes: o primeiro é o fator político, ou seja, como são elaboradas
e tratadas as leis da saúde, uma vez que esta deve ser vista como um direito de
todos os cidadãos; o segundo fator importante é o econômico, relacionado às
riquezas do País, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), sendo aí a origem
do dinheiro a ser investido na saúde, pois vale lembrar que o sistema de saúde é
financiado por recursos públicos, oriundos de impostos; outro fator a ser lembrado
é a rede de serviços assistenciais, composta por hospitais, unidades básicas de
saúde, ambulatórios, consultórios, laboratórios clínicos e radiológicos, serviços de
reabilitação, Odontologia, de saúde mental, Nutrição, entre outros.
Mas para que tudo isso funcione é necessário um complexo sistema que envolve
planejamento, informação, avaliação e controle, ou seja, usar a informação
advinda de bancos de dados dos serviços de saúde, com o objetivo de propor e
acompanhar as ações, bem como o funcionamento desses serviços, de modo que
todo esse sistema é localizado e gerenciado pelo Ministério da Saúde, por meio das
secretarias estaduais e municipais de saúde.
Não menos importante, outro fator a ser considerado diz respeito às pessoas
que trabalham nos serviços de saúde, profissionais e técnicos graduados em cursos
de Saúde, como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia
Ocupacional, entre outros. Além dos trabalhadores da saúde, deve-se considerar
outros profissionais, tais como técnicos graduados em cursos e outras carreiras que
não são da Saúde, mas que trabalham nos serviços de saúde.

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Assim, para que a ideia da assistência integral seja efetivamente implantada e
estruturada no sistema de saúde, é necessária a organização e integração de todos
esses componentes, ou seja, hospitais, ambulatórios de especialidades e Unidades
Básicas de Saúde (UBS) devem estar integrados entre si e também articulados aos
sistemas de planejamento, informação, controle e avaliação.

Os sistemas e serviços de saúde certamente estão em constante processo de


construção e desenvolvimento, objetivando sempre o melhor estado de saúde
para a população, de modo que esses sistemas, não sendo estáticos, devem
colaborar com as necessidades e mudanças sociais e culturais que acompanham o
desenvolvimento da sociedade.

Vale fazer aqui uma distinção entre assistência em saúde e atenção em saúde. A
assistência seria entendida como um conjunto de procedimentos clínico-cirúrgicos
dirigidos a indivíduos, estejam doentes ou não, ou seja, relaciona-se diretamente aos
serviços de saúde. Já a atenção em saúde é mais abrangente, seria um conjunto de
atividades intra e extra setor da saúde – intersetorialidade – que, incluindo também
a assistência individual, não se esgota nesta, atingindo grupos populacionais com
o objetivo de manter a condição de saúde, requerendo ações concomitantes sobre
todos os determinantes do processo saúde-doença (NARVAI, 2008).

Acesso ao Serviço de Saúde


No Brasil, a Constituição de 1988 assegura a saúde como direito universal a ser
garantido pelo Estado, e mesmo com os avanços conquistados, ainda se convive
com a realidade desigual e excludente do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar de a legislação brasileira garantir esse acesso, foi apenas mais uma etapa
alcançada na construção do SUS, para se concretizar o direito à saúde é necessário
ter como alicerce um modelo social fundamentado na solidariedade humana e na
igualdade social, ou seja, no contexto brasileiro, isso mostra que a legalidade de
uma proposta não assegura a sua implementação, “[...] não se cria igualdade por
Lei, ainda que não se consolide a igualdade sem a Lei” (ASSIS, 2012).

Travassos e Martins (2004) discutem a questão de acesso e acessibilidade. O


termo acesso é apresentado como um dos elementos dos sistemas de saúde, os
quais ligados à organização dos serviços, refere-se à entrada no serviço de saúde e
à continuidade do tratamento, abrangendo a entrada nos serviços e o recebimento
de cuidados subsequentes.

Já a acessibilidade é vista como um dos aspectos da oferta de serviços relativos


à capacidade de produzir serviços e de responder às necessidades de saúde de uma
determinada população. Neste caso, a acessibilidade é mais abrangente do que a
mera disponibilidade de recursos em um determinado momento e lugar, tratam-se
das características dos serviços e dos recursos de saúde que facilitam ou limitam seu
uso por potenciais usuários. Assim, acessibilidade é um fator de oferta importante

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UNIDADE Organização dos Serviços de Saúde:
Atenção Básica, Média e de Alta Complexidade

para explicar as variações no uso de serviços de saúde de grupos populacionais,


representando uma dimensão relevante nos estudos sobre a equidade nos sistemas
de saúde (TRAVASSOS; MARTINS, 2004).

Ao analisar o acesso ao serviço de saúde, Assis (2012) cita dimensões específicas


desse acesso, tais como disponibilidade, acessibilidade, adequação funcional,
capacidade financeira e aceitabilidade. A disponibilidade é percebida como relação
entre o volume e o tipo de serviços existentes – o volume de usuários e o tipo
de necessidade. A acessibilidade é caracterizada pela relação entre localização da
oferta e dos usuários, distância entre os quais, forma de deslocamento e custos. A
adequação funcional é “[...] entendida como a relação entre o modo como a oferta
está organizada para aceitar os usuários, e a capacidade/habilidade destes em
acomodarem-se a esses fatores [...]” (ASSIS, 2012) e de perceberem a conveniência
dos mesmos. A capacidade financeira dos serviços e a relação entre os custos e
a sua oferta; e, finalmente, a aceitabilidade, entendida como a relação entre as
atitudes dos usuários, trabalhadores de saúde e práticas desses serviços.

Com relação ao uso de serviços de saúde ou às formas de sua utilização, Assis


(2012) sugere que o acesso é mediado por três fatores individuais: predisponentes,
capacitantes e de necessidades de saúde. Os fatores predisponentes são aqueles que
existem previamente ao surgimento do problema de saúde e afetam a predisposição
das pessoas para usar serviços de saúde, como variáveis sociodemográficas – idade,
gênero, raça, hábitos, entre outros. Os fatores capacitantes são condicionados pela
renda, cobertura securitária pública ou privada e pela oferta de serviços, ou seja,
o meio disponível para as pessoas usarem os serviços. Os fatores determinantes
se referem às necessidades de saúde que podem ser explicadas pelas condições
diagnosticadas por profissionais ou pela autopercepção.

Segundo Travassos e Martins (2004), os determinantes da utilização dos serviços


de saúde podem ser descritos como aqueles fatores relacionados à necessidade de
saúde: morbidade, gravidade e urgência da doença; aos usuários: como idade e sexo,
região, renda, educação, cultura, prestadores de serviço, recursos disponíveis, são
características da oferta como a disponibilidade de médicos, hospitais, ambulatórios
e a política de saúde.

A influência de cada um dos fatores determinantes do uso dos serviços de saúde


varia em função do tipo de serviço – ambulatório, hospital, assistência domiciliar
– e da proposta assistencial – cuidados preventivos, curativos ou de reabilitação.

Pinheiro e colaboradores (2002), ao analisarem o perfil de morbidade referida,


acesso e uso de serviços de saúde em homens e mulheres no Brasil, mostram-nos
que as mulheres costumam procurar mais que os homens o serviço de saúde; entre
as crianças com até cinco anos de idade, a procura é maior para meninos, não
havendo diferença até os quatorze anos. A partir dos quinze anos de idade, os
diferenciais entre os sexos são significativos, mesmo entre os idosos.

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Quadro 1 – Taxas de procura por serviços de saúde, segundo faixa etária, sexo e região urbana e rural
Faixa etária Urbana Rural Total
Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres
Dif. Dif. Dif.
% % % % % %
0 a 4 anos 19,3 18,3 -10 NS 12,6 11,8 -0,8 NS 17,7 16,7 -1,0*
5 a 9 anos 10,7 10,3 -0,4 NS 5,8 6,1 0,3 NS 9,4 9,3 -0,1 NS
10 a 14 anos 7,9 8,4 0,5 NS 4,8 5,1 0,3 NS 7,1 7,7 0,6 NS
15 a 24 anos 7,0 13,4 6,4** 4,4 10,8 6,4** 6,5 12,9 6,4**
25 a 49 anos 9,2 18,1 8,9** 6,8 14,3 7,5** 8,7 17,5 8,8**
50 a 64 anos 14,8 23,9 9,1** 9,1 17,2 8,1** 13,5 22,6 9,1**
65 anos ou mais 21,1 25,9 4,8** 13,2 17,0 3,8** 19,2 24,3 5,9**
Total 10,9 16,7 5,8** 7,2 11,8 4,6** 10,1 15,8 5,7**
Fonte: Pinheiro e colaboradores (2002)

Quanto ao motivo da procura de serviços de saúde, Pinheiro e colaboradores


(2002), além de Travassos e colaboradores (2002), mostram-nos que mesmo
quando excluídos os partos e atendimentos de pré-natal, as mulheres buscam
mais serviços para a realização de exames de rotina e prevenção, enquanto que
os homens procuram serviços de saúde dominantemente por motivo de doença.
Ainda entre os homens, destaca-se maior proporção de procura motivada por
problemas odontológicos, acidentes ou lesões (Quadro 2).

Quadro 2 – Distribuição das pessoas segundo o motivo da procura e o tipo


de serviço de saúde procurado, segundo sexo e região urbana e rural
Urbana** Rural** Total**
Homens % Mulheres% Homens % Mulheres% Homens % Mulheres%
Motivo da procura 1

Exames de rotina ou
29,5 40,8 22,5 36,7 28,4 40,3
prevenção
Doença 34,8 32,1 44,4 41,3 36,3 33,4
Problema odontológico 12,4 10,8 12,3 8,9 12,4 10,5
Tratamento ou
12,0 11,1 7,3 6,4 11,3 10,4
reabilitação
Acidente ou lesão 7,2 2,8 7,0 2,1 7,1 2,7
Vacinação 3,4 2,0 5,9 4,3 3,7 2,3
Atestado de saúde 0,7 0,3 0,6 0,3 0,7 0,3
Outro motivo 0,1 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0
Total
n 14.406 22.5641 2.640 3.7641 17.046 26.3281
% 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Pinheiro e colaboradores (2002)

Quanto aos locais que a população busca para atendimento, Barata (2008) mostra
que os centros de saúde foram os serviços mais procurados em geral, sugerindo
a importância do serviço de atenção básica como local habitual de procura. Em
seguida aparece o hospital como equipamento mais buscado, principalmente pelos
idosos. A proporção de pessoas que buscaram atendimento em prontos-socorros
foi semelhante à dos que utilizaram o hospital, depois a procura é por consultórios
médicos e clínicas.

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UNIDADE Organização dos Serviços de Saúde:
Atenção Básica, Média e de Alta Complexidade

Baixa e nula Média e alta


Tipo de Estabelecimento

Centro de Saúde

Pronto-Socorro

Hospital

Consultório

Centro de Diagnóstico
%
0 5 10 15 20 25 30 35 40

Figura 1 – Tipo de estabelecimento de saúde procurado pela população


Fonte: Fundação Seade (2006)

Você poderá compreender os princípios que fundamentam a organização das ações que
Explor

otimizam o acesso do usuário aos serviços do SUS.


https://youtu.be/p6hZ9yzi-Fc

Organização do Sistema de Saúde


A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu Artigo 198: “As ações
e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único” (BRASIL, 1988). Nesse sentido, com o objetivo
de aperfeiçoar a política de saúde do País e buscar subsídio para estratégias
nacionais de organização da atenção à saúde nas diversas dimensões do sistema,
a Constituição de 1988 definiu estratégias para a organização do cuidado à saúde
visando à promoção da atenção integrada e regionalizada por meio da organização
de redes de atenção como elemento essencial para a garantia dos princípios de
universalidade, integralidade e equidade, ou seja, as ações e serviços de saúde
conformam uma rede regionalizada e integrada em um sistema único em todo o
território nacional.

Paralelo a isto, o processo de construção do SUS privilegiou as bases municipais


de ações e serviços de saúde em consonância à descentralização, porém, a
integração das ações e serviços de saúde e o processo de descentralização levaram
à necessidade de definir o espaço regional para a construção do SUS, onde se
constata que a maioria dos municípios isoladamente não possui condições de
garantir oferta integral a seus cidadãos.

A Norma Operacional de Assistência à Saúde (Noas), editada em 2002, enfatizou


a necessidade de consolidar uma lógica de estruturação de redes regionalizadas
como um sistema de saúde integrado regionalmente, introduzindo elementos

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estratégicos de integração intermunicipal como a delimitação de referências
territoriais para a elaboração de políticas, programas e sistemas organizacionais
e o estabelecimento de instrumentos de planejamento integrado, como os planos
diretores de regionalização e de investimentos (BRASIL, 2002).

O pacto pela saúde (BRASIL, 2006) ressalta a necessidade de aprofundar o


processo de regionalização da saúde como estratégia essencial para consolidar
os princípios de universalidade, integralidade e equidade do SUS, sendo uma das
responsabilidades gerais da gestão dos Estados “[...] coordenar o processo de
configuração do desenho da rede de atenção à saúde, nas relações intermunicipais,
com a participação dos municípios da região” (BRASIL, 2006).

Na sequência, o Programa mais saúde: direito de todos: 2008-2011, do


Ministério da Saúde, instituiu os Territórios Integrados de Atenção à Saúde (Teias)
como modelo de organização de redes de atenção à saúde adequado ao processo de
consolidação do SUS, de acordo com os princípios de universalidade, integralidade
e equidade. O Teias consiste em um conjunto de políticas, programas e unidades de
atenção à saúde, os quais articulados no espaço de uma região de saúde de maneira
funcional por meio de estratégias clínicas e estruturas públicas de planejamento,
gestão e governança (BRASIL, 2007).

O Decreto n.º 7.508/2011 regulamenta a Lei orgânica da saúde (Lei n.º


8.080/90), estabelecendo estratégias e instrumentos para a consolidação das
redes de atenção à saúde, valorizando a construção de relações colaborativas entre
os entes federados por meio do contrato organizativo de ação pública da saúde e
fortalecendo o papel de coordenação dos gestores estaduais e das comissões de
intergestores (BRASIL, 2011).

Redes de Atenção em Saúde


A primeira descrição completa de uma rede regionalizada foi apresentada pelo Relatório
Explor

Dawson, publicado em 1920, por solicitação do governo inglês, fruto do debate de


mudanças no sistema de proteção social depois da Primeira Guerra Mundial. Sua missão era
buscar, pela primeira vez, formas de organizar a provisão de serviços de saúde para toda a
população de uma dada região (GRAN BRETAÑA, 1964).

Uma rede de atenção à saúde é formada por um conjunto de unidades, de dife-


rentes funções e perfis de atendimento, que operam de forma ordenada e articula-
da no território, de modo a atender às necessidades de saúde de uma população.

As diferentes redes de atenção à saúde podem ser organizadas em decorrência


das ações desenvolvidas, dos tipos de casos atendidos, das formas como estão
articulados e são prestados os atendimentos.

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UNIDADE Organização dos Serviços de Saúde:
Atenção Básica, Média e de Alta Complexidade

Redes de perfil mais abrangente integram ações individuais e coletivas, voltadas à


promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos principais
problemas de saúde que acometem uma população de referência, o que permite
uma diversificação maior na composição das suas unidades.
A ideia da assistência em rede obriga que a oferta dos serviços seja estruturada
de forma organizada e integrada de todos os componentes, como dito, hospitais,
ambulatórios de especialidades, UBS e todos os outros serviços oferecidos devem
estar integrados entre si e também articulados aos sistemas de planejamento,
informação, controle e avaliação.
Assim, uma rede de ações e serviços de saúde pressupõe conexões e comuni-
cações, ou seja, quando um serviço de saúde está integrado em uma rede, deve-se
compreender que sozinho não resolverá as demandas que chegam e que deverá
contar com outros serviços de saúde – de menor ou maior complexidade –, bem
como com outras redes que se articulam e lhe dão suporte.

Para saber mais sobre a organização de redes regionalizadas de serviços de saúde e como
Explor

isso contribuiu para as propostas de reforma do sistema brasileiro, tomando como referência
a experiência dos países que construíram sistemas universais.
https://goo.gl/yVVbF7

A ideia de rede de assistência deve estar associada ao princípio de integralidade,


este se relaciona ao conceito de resolutividade, ou seja, os serviços de saúde devem
cobrir e satisfazer a todas as necessidades do indivíduo e do coletivo, deve oferecer
acesso e qualidade para todos os níveis de atenção. Assim, os serviços do SUS se
organizam em ações de atenção básica, de média e alta complexidade, que
devem envolver assistência ambulatorial e hospitalar em todas as especialidades.

Você pode complementar seu aprendizado sobre o conceito de rede de atenção à saúde.
Explor

https://youtu.be/0N_9KKu15oM

Atenção Primária à Saúde


Segundo Starfield (1998), atenção primária é atenção essencial à saúde,
é baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e
socialmente aceitos, tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na
comunidade, a um custo que tanto a própria comunidade, quanto o País possam
arcar em cada estágio de seu desenvolvimento. É parte integral do sistema de saúde
do País, do qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento
social e econômico global da comunidade.
É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com
o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível

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do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de
um processo de atenção continuada à saúde. Ou seja, configura-se como a “porta
de entrada” do sistema de saúde brasileiro, de modo que nesse nível de atenção
espera-se que todos os serviços sejam acessíveis e resolutivos frente às principais e
mais frequentes necessidades de saúde da população.
Deve ser centrada na pessoa, de forma a satisfazer suas necessidades de saúde,
implica na acessibilidade e deve estar disponível para utilização dos serviços de
saúde pelos usuários a cada novo problema ou episódio de um mesmo problema,
afinal, é o primeiro recurso a ser buscado quando há necessidade ou problema de
saúde; coordena, ainda, os cuidados quando as pessoas recebem assistência em
outros níveis de atenção (OLIVEIRA; PEREIRA, 2013).
Portanto, uma vez que a atenção básica é o primeiro nível da atenção à saúde
no serviço, podemos entender que esse tipo de atendimento utilizará recursos
e tecnologia de baixa densidade, o que significa que a atenção básica inclui
procedimentos mais simples e baratos, porém, isso também significa que devem ser
capazes de atender a maior parte dos problemas comuns de saúde da comunidade.
No Brasil há diversos programas governamentais relacionados à atenção básica,
tal como a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares
às comunidades por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Na UBS deve ser encontrada uma equipe multiprofissional, pois é possível re-
ceber atendimentos básicos em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, necessitando
também do profissional de Enfermagem, auxiliar de Enfermagem ou técnico de En-
fermagem, mais agente comunitário de saúde e Odontologia, neste caso sendo ne-
cessário, então, o cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico em
higiene dental. Os principais serviços oferecidos são consultas médicas, inalações,
injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontoló-
gico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica.
A atenção básica também envolve outras iniciativas, tais como as equipes
de consultórios de rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa
melhor em casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil sorridente, de
saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), que busca
alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc.

Você Sabia? Importante!

Que para saber sobre os serviços oferecidos, quantidade de atendimento, tipos de


serviços prestados, quantidade de profissionais, morbidade e mortalidade, deve-se
procurar a Secretaria Municipal de Saúde de sua Cidade?
Lembrando que a Lei n.º 12.527/2011 regulamenta o Direito constitucional de acesso
às informações públicas, ou seja, possibilita, a qualquer pessoa, sem a necessidade de
apresentar motivo, o recebimento de informações públicas dos órgãos e entidades,
valendo para os três poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Entidades
privadas sem fins lucrativos também são obrigadas a dar publicidade a informações
referentes ao recebimento e à destinação dos recursos públicos por essas recebidos.

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UNIDADE Organização dos Serviços de Saúde:
Atenção Básica, Média e de Alta Complexidade

Você Sabia? Importante!

Que o site disponível em: http://www.datasus.gov.br oferece acesso à mensuração do


estado de saúde da população?
No Departamento de Informações do SUS (Datasus) você terá acesso a informações
referentes a dados de mortalidade e de sobrevivência – Estatísticas vitais (mortalidade
e nascidos vivos) –, controle das doenças infecciosas – informações epidemiológicas
e morbidade –, dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da
atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas utilizadas na
construção de indicadores de saúde. São também encontradas informações sobre
assistência à saúde da população, os cadastros – rede assistencial – das redes
hospitalares e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de
informações sobre recursos financeiros, demográficas e socioeconômicas.

Assista ao vídeo sobre os principais conceitos acerca da atenção básica.


Explor

https://youtu.be/oHMuG1z9rTs

Média Complexidade
Na rede de saúde, os serviços de média complexidade também podem ser cha-
mados de atenção secundária. São serviços especializados em nível ambulatorial e
hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a ter-
ciária. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico
e terapêutico, além de atendimento de urgência e emergência (EDERMAN, 2013).
Os tipos de atendimento de média complexidade compreendem consultas
ambulatoriais de especialidades médicas e odontológicas, atendimentos de urgência
e emergência, atendimentos em saúde mental, certos tipos de exames laboratoriais
e de imagem e cirurgias.
A tecnologia disponível para serviços no nível secundário é mais sofisticada que
a ofertada no nível primário. Assim, equipamentos necessários para diagnóstico
por imagem, por exemplo, provavelmente serão de uma geração mais recente
e avançada. Além disso, os profissionais no nível secundário são de áreas
especializadas, tais como Cardiologia, Endocrinologia, Ortopedia, ou mesmo
Psiquiatria e Oftalmologia. Nessa perspectiva, os usuários recebidos no nível
secundário, advindos ou encaminhados pelo nível primário, devem ser atendidos
por profissionais com grau de especialização maior e também com equipamentos
com maior tecnologia e precisão.
Esse nível de atendimento, diferentemente da atenção primária – que é munici-
palizada –, deve ser organizado por meio de bases em macro e microrregiões de
cada Estado, devendo apresentar tanto ambulatórios, quanto hospitais.

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Explor
Em sua cidade ou bairro, quais são os principais problemas enfrentados pela população
local, tendo em vista a forma de organização/estruturação dos serviços?
Quais são os principais serviços oferecidos à população?
Qual é a principal carência quanto a tais serviços?

Alta Complexidade
Estes serviços também podem ser chamados de nível terciário. São considerados
os procedimentos que envolvem alta tecnologia e custo, devendo ser oferecido à
população acesso a serviços qualificados, sempre integrados aos demais níveis de
atenção à saúde.
Nesse nível de serviço, a expectativa é de que exista um suporte tecnológico e
profissional capaz de atender a situações que no nível secundário não puderam ser
tratadas por serem casos mais raros ou complexos demais.
Normalmente, esses serviços são oferecidos em hospitais de grande porte,
subsidiados pela iniciativa privada ou pelo Estado, onde podem ser realizadas
manobras mais invasivas, podendo ocorrer intervenção em situações em que a
vida do usuário do serviço possa estar em risco, dando suporte mínimo para a
preservação da vida, sempre que for preciso.
Para que isso aconteça, o aparelhamento presente na alta complexidade é
composto por máquinas de tecnologia avançada, tais como equipamentos para
ressonância magnética, tomógrafos e hemodinâmicas, por exemplo; já o profissional
deve ser capaz de atender a situações que no nível secundário não puderam ser
tratadas por serem casos mais raros ou complexos. Tudo isso faz com que nessas
instituições sejam oferecidas soluções tecnológicas que tragam mais eficiência.
O efetivo controle sobre os processos é o que garante o funcionamento adequado
dos serviços. Tal controle se deve ao uso de um banco de dados ou à implementação
de protocolos com registros eletrônicos das informações médicas sobre os usuários
e as devidas orientações para o tratamento da doença em questão.
Quanto à organização do sistema de saúde por níveis de complexidade, a
distribuição dos serviços assistenciais deve ser feita baseada em uma escala, sendo
interessante que para cada grupo de UBS – atenção primária – seja oferecido também
um ambulatório de especialidades e um hospital geral – média complexidade. Essa
organização também deve ser repetida entre os serviços de alta complexidade em
relação à média complexidade.

Você aprenderá um pouco mais sobre as diferenças acerca da média e alta complexidade,
Explor

além dos serviços relacionados a cada um desses níveis.


https://youtu.be/XMDCeqJYJvU

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UNIDADE Organização dos Serviços de Saúde:
Atenção Básica, Média e de Alta Complexidade

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Leitura
Gênero, Morbidade, acesso e Utilização de Serviços de Saúde no Brasil
O objetivo do trabalho é analisar o perfil de morbidade referida, acesso e uso de serviços
de saúde em homens e mulheres no Brasil, segundo idade e região urbana e rural. A
alta prevalência de atendimento indica que as barreiras de acesso dos que procuram
serviços de saúde são pequenas. No entanto, o elevado percentual de não procura
face às necessidades percebidas sugere que as barreiras de acesso são anteriores e
dependem da oferta.
https://goo.gl/k1FDwH
Acesso aos Serviços de Saúde: Abordagens, Conceitos, Políticas e Modelo de Análise
O acesso aos serviços de saúde é um tema multifacetado e multidimensional, envol-
vendo aspectos políticos, econômicos, sociais, organizativos, técnicos e simbólicos,
no estabelecimento de caminhos para a universalização da sua atenção. Assim, o
artigo pretende discutir, como revisão teórica, as diferentes abordagens, a análise do
contexto e as políticas voltadas para grupos especiais sobre acesso, demarcando um
modelo de análise pautado nos aspectos acima referidos, a partir de releituras sobre
a temática em questão.
https://goo.gl/qjpw7s
Atenção Básica em Saúde: Comparação entre PSF e UBS por Estrato de Exclusão Social no Município de São Paulo
O artigo compara as modalidades assistenciais Programa de Saúde da Família
(PSF) e Unidade Básica de Saúde (UBS) tradicional por estrato de exclusão social
no Município de São Paulo, considerando as opiniões de usuários, profissionais de
saúde e gestores.
https://goo.gl/7BXuhH
Acolhimento em uma Unidade Básica de Saúde: A Satisfação do Usuário em Foco
A qualidade da atenção prestada pelos serviços de saúde está diretamente ligada ao
acolhimento e à satisfação do usuário, fundamentais no processo de mudança do
trabalho em saúde. Assim, o estudo objetivou avaliar o acolhimento em uma UBS na
perspectiva do usuário, analisando também a satisfação dos usuários e a participação
destes no controle social.
https://goo.gl/cPK8tV

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Referências
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