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Saúde da Comunidade

Psicologia 4º semestre
Guilherme Henrique Dadalto
Profª Elen C. Doná de Oliveira

CONSTITUIÇÃO FAMILIAR
A reorganização da Atenção Primária no Brasil adquiriu uma nova forma de conceber o
cuidado da população em busca de uma integralidade do ser humano desde a instituição do SUS.
Uma parte da busca por essa integralidade é realizada transferindo-se o foco do cuidado do
“indivíduo” para a “família” como lócus de ação das intervenções.

Composições familiares
 Família Nuclear Sec. XIX - XX - É um termo usado para definir um grupo familiar composto
por um casal de adultos que devido a relações sexuais ocorridas e correntes entre o par que
se uniu por relações, as mais diversas possíveis, tais como: físico, psíquico, emocional,
espiritual, social, político, dentre outras, se houver, é que permitiu o surgimento dos parentes
de primeiro grau e seus filhos.

1. Pai – Autoritário, genitor, provedor, defensor, machista e etc.


2. Mãe - Submissa, domestica, objeto, reprodução, cuidado dos Filhos.
3. Filhos.

 Família Tentacular - Se refere ao desenho familiar que guarda a memória de uniões,


separações e novas uniões afetivas. Famílias que proporcionam convivência e relações que
ainda não tem uma nomeação adequada e que tem o potencial de carregar novas
experiências subjetivas. Por exemplo, tenho um meio irmão por parte de pai, que por sua
vez tem um meio irmão por parte de mãe e que convivemos todos numa experiência fraterna.
No plano da convivência seríamos irmãos, do ponto de vista legal ou sanguíneo, a relação
não seria catalogável. Os desenhos familiares variados são plenos de possibilidades de
encontros e descobertas, assim as nomeações como o de madrasta, padrasto, muitas vezes
correspondem não aos malvados dos contos de fadas, mas como os maiores responsáveis
pelos cuidados parentais. Na verdade, as famílias estão sempre mudando e muitas formas
de famílias diferentes convivem ao mesmo tempo. a novidade está na tentativa de
reconhecer os diversos arranjos como igualmente válidos.

1. Pai – Pai
2. Mãe - Mãe
3. Pai - Mãe. E por aí vai.

Família e Saúde: Há evidências científicas que as famílias determinam a saúde dos seus
membros por meio de vários processos. Ex: os conflitos, os suportes
De uma forma geral, as relações familiares entre dois membros da família chamadas de
diádicas. Ex: pai-filho, mãe-filho ou a própria composição da família são responsáveis ou pela
manutenção da saúde da criança/adolescente ou pelo adoecimento da criança/adolescente
saudável

EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO NA SAÚDE

 Educação em saúde
Deve ser enfatizada a educação popular em saúde, que valoriza os saberes, o conhecimento
prévio da população e não somente o conhecimento científico.
Educação em saúde (medicina preventiva): educação sanitária, Domínio do padrão
médico. Atualmente deslocado para a prevenção.

De que trata a educação em saúde? Promover hábitos de vida equilibrados; evitar a prática
de riscos; restaurar a qualidade de vida de pessoas afetadas por diversos problemas; prevenir
doenças; informar e conscientizar a população quanto aos seus direitos e deveres na cobrança de
serviços de saúde.

Danos comumente relacionados a falta de educação em saúde: Vida sedentária; Irritação no


trânsito; Inalação de ar poluído ou ingestão de água contaminada; Superalimentação por
carboidratos e gorduras saturadas; Automedicação; Uso abusivo de cafeína e nicotina e outras
drogas; Falta de lazer; Rotina intensa com poucas horas de sono; Jornadas exaustivas de trabalho.

Onde entra a educação em saúde? As práticas educativas devem possibilitar aos indivíduos
– sujeitos sociais, históricos e culturais o ato de conhecer ou reconhecer a aquisição de habilidades
para a tomada de decisões na busca de uma melhor qualidade de vida. É fazer com que os
indivíduos resgatem a sua cidadania, colocando-a em evidência na promoção da saúde.

Articulando as competências compreende-se educação em saúde da seguinte forma:


Combinação de oportunidades que favoreçam a promoção e a manutenção da saúde. Sendo
assim, não podemos entendê-la somente como a transmissão de conteúdo, comportamentos e
hábitos de higiene do corpo e do ambiente, mas também como a adoção de práticas educativas
que busquem a autonomia dos sujeitos na condução da sua vida. Isso é um exercício de construção
de cidadania ética.

Abordagens sobre educação em saúde:


1. Educativo: compreensão da situação
2. Preventivo: comportamento saudável
3. Radical: consciência social da saúde
4. Desenvolvimento pessoal: personalidade desenvolvida
As quatro abordagens têm em comum, críticas ao “modelo” médico. Evidências
epidemiológicas de que os fatores responsáveis pelas melhorias de saúde são sociais,
comportamentais e ambientais.

Alguns dos esforços centrados no ensino de atitudes para proporcionar saúde são motivados
pelo desejo de libertar as pessoas da dependência dos médicos e de capacitá-las a fazer coisas
que provavelmente farão melhor do que (ou tão bem como) por meio dos profissionais de saúde.

Os educadores dirigem-se a indivíduos que para enfrentar seus problemas devem agir como
sujeitos de suas próprias vidas e, para tanto, adquirir consciência da ampla tessitura social na qual
estão inseridos.

 Educação na saúde
Educação na saude consiste na produção e sistematização de conhecimentos relativos à
formação e ao desenvolvimento para a atuação em saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes
didáticas e orientação curricular.

Há duas modalidades de educação no trabalho em saúde: a educação continuada e a educação


permanente.
EDUCAÇÃO CONTINUADA: A educação continuada envolve as atividades de ensino após
a graduação, possui duração definida e utiliza metodologia tradicional, tais como as pós-
graduações. Saúde educação continuada "consiste no processo de aquisição sequencial e
acumulativa de informações técnico-científicas pelo trabalhador, por meio de escolarização formal,
de vivências, de experiências laborais e de participação no âmbito institucional ou fora dele.
Houve 3 grandes marcos na educação continuada:
1. Década de 1950: reunião de Elsinor, ocorrida na Dinamarca em 1959, patrocinada pela
Unesco, em que se discutiram os fins e os métodos da educação de adultos e o papel da
cooperação internacional, na reconstrução do pós-guerra.
2. Década de 1960: aceitar o adulto como passível de aprender, mas de maneira diferente da
criança e do adolescente. O enfoque é técnico institucional, devido a isso, aparecem
projetos multinacionais de incentivo à capacitação de mão-de-obra.
3. Década de 1970: pensamento de que no homem “educa-se a partir da realidade que o cerca
e, em interação com outros homens, coeducase”. É uma fase que coloca o homem
consciente, dentro da realidade onde vive, interagindo como sujeito transformador.

EDUCAÇÃO PERMANENTE: ações educativas embasadas na problematização do processo de


trabalho em saúde e que tenham como objetivo a transformação das práticas profissionais e da
própria organização do trabalho, tomando como referência as necessidades de saúde das pessoas
e das populações, a reorganização da gestão setorial e a ampliação dos laços da formação com o
exercício do controle social em saúde. A educação permanente é important,pois, irá pensar em
melhores maneiras de atender a população.
Concluindo: educação em saúde visa levar conhecimento para a população acerca da
saúde, enquanto que a educação na Saúde prepara os profissionais para levar esse conhecimento
a população.

SAÚDE AMBIENTAL E SAÚDE DO TRABALHADOR NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE

 A vigilância em saúde ambiental


são conjunta de ações que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a
finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais
relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde.

A composição social de cada população tem características particulares; portanto, a


estratégia e os procedimentos da APA devem ser flexíveis para adequar seus objetivos de
intervenção, considerando que a existência de problemas ambientais, assim como o
comportamento da população, estão condicionados por fatores técnicos, ecológicos e sociais que,
ao interagir, definem distintos níveis de atuação.

É possível que as experiências de atenção primária ambiental possam surgir de diferentes


maneiras, tais como;
 por demandas da própria comunidade
 por conflitos ambientais manifestos
 por iniciativa de organizações ecológicas e de ONGs
 por gestão das autoridades locais e governamentais, a partir da identificação de
 espaços degradados ou por políticas explícitas de trabalho em nível primário
 ambiental
 pela organização de experiências locais de saúde ambiental nos centros de atenção
primária ambiental (CAPA).

O desenvolvimento da estratégia de atenção primária ambiental terá que enfrentar múltiplas


dificuldades para estabelecer-se social e tecnicamente, tanto no espaço local como no nacional.

Algumas das maiores dificuldades identificadas são:


 carência de políticas para o desenvolvimento sustentável
 institucionalidade ambiental centralizada
 setorialismo
 deficiências e debilidades do sistema municipal
 excessivo tecnicismo
 falta de recursos financeiros
 ausência de organizações sociais e ambientais

Já a vigilância da saúde do trabalhador


visa à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por
meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos
modelos de desenvolvimento e processos produtivos.

é necessário:
 A compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção
das ações de Vigilância em Saúde nas práticas das equipes de Saúde da Família.
 O planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas.
 O monitoramento e avaliação integrada.
 A reestruturação dos processos de trabalho com a utilização de dispositivos e
metodologias que favoreçam a integração da vigilância, prevenção, proteção,
promoção e atenção à saúde, tais como linhas de cuidado, clínica ampliada, apoio
matricial, projetos terapêuticos, protocolos etc.
 A educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem integrada nos
eixos da clínica, vigilância, promoção e gestão.
 Que as ações de Vigilância em Saúde, incluindo a promoção da saúde, estejam
inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária/Saúde da Família, com
atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando
os processos de trabalho, planejamento, programação, monitoramento e avaliação
destas ações.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SANEAMENTO

Principais atividades do saneamento: Abastecimento de água, Afastamento dos dejetos


(sistemas de esgoto), Coleta, remoção e destinação final dos resíduos sólidos (lixo), Drenagem de
águas pluviais, Controle de insetos e roedores, Saneamento dos alimentos, Controle da poluição
ambiental, Saneamento da habitação, dos locais de trabalho e recreação, Saneamento aplicado ao
planejamento territorial.

Saneamento Ambiental X Saúde: Grande parcela da população mundial não tem acesso aos
serviços de saneamento básico, precárias condições de moradia por parte da população mais
carente, Dificuldade em acompanhar o rápido processo de urbanização, Possibilidade de redução
dos gastos com a saúde e Redução dos índices de mortalidade.

Importância do abastecimento de água: Controlar e prevenir doenças, implantar hábitos


higiênicos na população, facilitar a limpeza pública, facilitar práticas esportivas, propiciar conforto,
bem-estar e segurança, aumentar a esperança de vida da população.

Vale ressaltar que os esforços para o alcance de melhorias devem ser de todos; o
envolvimento da população através de estratégias inovadoras, com informações claras,
considerando as características socioeconômicas e culturais, além dos valores de cada
comunidade, com o esclarecimento sobre as possibilidades de risco ambiental vinculado às
condições sanitárias, as quais, através de medidas básicas de prevenção consideradas simples,
podem transformar-se se em grandes aliadas para prevenção e alcance de melhoria à saúde e ao
ambiente.

FORTALECIMENTO DE VINCULOS
SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS

Todas as ações do SCFV são planejadas com a finalidade de fortalecer os vínculos


familiares e comunitários por meio de intervenções sociais, criando situações desafiadoras e
estimulantes, orientando os usuários na reconstrução de suas histórias.

Quais os objetivos do SCFV? De caráter preventivo, o SCFV, além de buscar fortalecer os


vínculos familiares e comunitários, procura desenvolver capacidades nos usuários, gerando
autonomia e protagonismo através da troca de experiências e integração entre os participantes do
grupo.

De forma geral, os objetivos são:


 Prevenir situações de risco social;
 Fortalecer a convivência familiar e comunitária;
 Assegurar o direito à convivência familiar e comunitária;
 Prevenir a institucionalização e a segregação de pessoas vulneráveis;
 Promover acessos a benefícios e serviços socioassistenciais;
 Fortalecer a rede de proteção social nos territórios;
 Promover acesso às demais políticas públicas, como Educação e Saúde;
 Fazer com que os usuários reconheçam seus direitos e a importância de sua participação
cidadã;
 Possibilitar acesso à cultura, esporte, lazer e manifestações artísticas;
 Propiciar trocas de experiências intergeracionais, fortalecendo o respeito e a empatia entre
todos.

A quem se destina? Os usuários que vivenciam as mais diversas situações de


vulnerabilidade podem ser atendidas pelo SCFV, porém, algumas situações de risco social são
prioritárias no atendimento.

O público prioritário do serviço são crianças, adolescentes e pessoas idosas:


 Em situação de isolamento;
 Trabalho infantil;
 Vivência de violência e/ou negligência;
 Fora da escola ou com defasagem escolar superior a dois anos;
 Em situação de acolhimento;
 Em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto;
 Egressos de medidas socioeducativas;
 Situação de abuso e/ou exploração sexual;
 Com medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
 Crianças e adolescentes em situação de rua;
 Vulnerabilidade que diz respeito às pessoas com deficiência.

Forma de Acesso: O CRAS é o equipamento que encaminha os usuários para o SCFV. No


caso de crianças e/ou adolescentes em situação de trabalho infantil, deve-se encaminhá-los ao
SCFV, e suas famílias serão atendidas no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
Famílias e Indivíduos (PAEFI), serviço este executado no Centro de Referência Especializado em
Assistência Social (CREAS).

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