Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Desumanização
Grau de objetivação do doente na perceção do cuidado com que o tratam
À frieza na interação humana
Ao constrangimento da liberdade
À sua marginalização e alienação. (afastar se e alucinar)
A transformação do doente num objeto, num número
O paciente perde as suas características pessoais e individuais, prescindindo dos
seus sentimentos e valores, e sendo identificado pelas suas características
externas
Consequências
da desumanização
Desumanização
A desumanização diz respeito ao grau de objetivação do doente na perceção do cuidado
com que o tratam, à frieza na interação humana, ao constrangimento da liberdade, à sua
marginalização e alienação.
O conteúdo mais evidente da desumanização é a transformação do doente num objeto,
num número, a sua “coisificação”. Fazendo-o perder as suas características pessoais e
individuais, prescindindo dos seus sentimentos e valores, e sendo identificado pelas suas
características externas: o que padece de uma determinada patologia, o que vai ser sujeito a uma
determinada cirurgia, o que faz uma determinada terapia (citostáticos, por exemplo). A própria
superespecialização da prática médica tem tendência a converter o doente na patologia de que
padece, esquecendo ou relegando para segundo plano as suas dimensões pessoais sempre
distintas e específicas em cada um.
Segundo Osswald, desumanização é consequência da ausência de calor afetivo na
relação humana. Argumenta-se frequentemente que os profissionais de saúde necessitam desta
distância afetiva, já que não podem dar-se emocionalmente a todos os doentes. Contudo, estes
sentem esta falta de expressão de sentimentos como indiferença, como preocupação distante,
como falta de humanidade.
A desumanização implica duas importantes consequências: a impotência e a falta de
autonomia do doente. Este não se sente protagonista do seu destino, mas sente-se coagido e
manipulado por atitudes de conformismo. As instituições de saúde forçam os doentes a um
comportamento sem naturalidade, a uma restrição da sua liberdade e da sua individualidade.
Usualmente dormem em quartos, sem dispor de privacidade para si e para as suas visitas. Não
raramente, acumulam-se em macas nos corredores dos hospitais.
Uma prova da desumanização é a frequente negação ao doente das suas últimas
vontades. É indiscutível que os hospitais não foram concebidos em função da morte,
embora um grande número de doentes morra neles. Os médicos têm como objetivo da
sua missão prolongar a vida dos doentes, e os que cuidam do doente não estão bem
preparados, nem apoiados, para ajudar a morrer. Frequentemente, os serviços
preocupam-se com investigações clínicas sofisticadas e, sobretudo, tendem a
especializar-se em tratamentos intensivos de curta duração que abreviem a
hospitalização do doente. Não se adaptam à situação do doente crónico ou terminal.
A desumanização nos cuidados de saúde está, sem dúvida, ligada à desumanização da
sociedade em geral, já que as instituições não são compartimentos estanques. A área da saúde
relaciona-se com outras áreas da sociedade e com elas compartilha ideologias comuns sobre a
adequada distribuição de recursos e a justa distribuição de bens e serviços. As próprias forças
sociais que contribuem para a desumanização nos meios económicos e políticos têm
repercussões semelhantes na área da saúde.
O Artigo 89º- Humanização dos cuidados afirma que o enfermeiro tem sempre o dever
de atender com cortesia, acolher com simpatia e compreender, respeitar e promover o
estabelecimento de uma relação de ajuda. Este também possui o dever de desenvolver
na sua equipa uma cultura de humanização, pois numa equipa moralmente evoluída a
preocupação com o outro vulnerável, irá fazer com que a resposta às necessidades de
cada utente seja mais eficiente. O enfermeiro deve promover o desenvolvimento de um
ambiente propício à evolução das potencialidades do utente.
Embora o código deontológico dos enfermeiros seja claro no que toca à humanização
dos cuidados de saúde, podemos constatar que nem sempre os seus artigos são postos
em prática, levando a uma desumanização dos cuidados.
No que toca ao Artigo 84º-Dever de informar, podemos observar que nem sempre isto
acontece. Muitas vezes os utentes acabam por consentir os procedimentos sem
possuírem qualquer informação sobre os mesmos. Esta situação ocorre devido a dois
grandes aspetos. Um deles é o facto de os profissionais de saúde utilizarem linguagem
profissional nas suas explicações, linguagem que maior parte dos utentes não domina.
Outro aspeto é o facto de os profissionais de saúde não disponibilizarem qualquer
informação sobre o procedimento a ser efetuado aos utentes.
No que toca ao Artigo 89º-Humanização dos cuidados é visível, que este nem sempre
é posto em prática. Em ambiente hospitalar, ainda existe muito a ideia de ver o utente
através da sua doença e não como um indivíduo inserido numa família e comunidade.
Não se dá valor ao lado emocional da pessoa pelo que o cuidado está apenas
direcionado para a doença.
Valores pessoais;
Gradientes de atenção;
Experiências, vivências e visão de mundo;
A empatia;
Boa vontade do profissional.
Podem influenciar a maneira do profissional de saúde prestar cuidados, pelo que quando
o profissional de saúde está a prestar cuidados deve garantir que estes fatores só vão
trazer benefícios aos doentes, não colocando, de forma alguma, as necessidades e os
direitos do doente em causa e não contribuindo para uma cultura de cuidados
desumanizados.
Conclusão:
Ao longo deste trabalho foi possível concluir que a desumanização dos cuidados de
saúde é a transformação do doente num objeto, desrespeitando-o e fazendo-o perder
as suas características, tanto pessoais e individuais, prescindindo dos seus sentimentos e
valores. Esta corrompe a dignidade e o valor que estão inerentes ao ser humano, estando
o doente numa situação de vulnerabilidade devemos prestar-lhe os melhores cuidados
de modo a humanizar situação em que se encontra. Sendo que para humanizar a
situação do utente é necessário garantir o respeito e o conforto ao utente.
Foi também possível concluir que a desumanização não se aplica apenas aos doentes
mas também aos profissionais de saúde que devido às enumeras horas de trabalho e às
baixas bonificações, não veem o seu trabalho ser dignificado entrando assim em
condições de desumanização.
Como futuros enfermeiros, cada um de nós deve garantir que prestamos os cuidados da
forma mais humanizada possível, respeitando o doente como a pessoa que é,
responsabilizando-o e contrariando todos os fatores de desumanização.