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ESTOMATOLOGIA

INFECÇÕES BACTERIANAS – Aula 8


Mais importantes p/ nós:
 Impetigo, sífilis, actinomicose e tuberculose.
Impetigo e actinomicose são infecções oportunistas.

*DOENÇA OPORTUNISTA: O microrganismos fazem parte da microbiota, e por algum motivo


(microbiota ou imunológico) se tornam patogênico. Quando há uma quebra do equilíbrio.

FUNGOS BACTÉRIAS

HOSPEDEIRO

VÍRUS

Para que nenhum desses microrganismos virem patogênicos existe um equilíbrio entre eles e com o
hospedeiro. E para que se tenha uma doença oportunista, deve haver uma quebra no equilíbrio na relação
entre os microrganismos ou na relação microrganismos hospedeiro.
Quando é uma quebra entre a microbiota e o hospedeiro considera-se o sistema imunológico.

Impetigo: (streptococus pyogenes e spaphylococcus aureus)

É uma infecção Cutânea superficial oportunista. Então não se tem impetigo intrabucal, só peribucal.

Ele é decorrente da contaminação de lesões ou ferimentos pré existentes na pele, ou seja, tem que
haver alguma porta de entrada para que as bactérias sejam introduzidas ou inoculadas, é comum em
arranhaduras e picadas de insetos. No caso de picada de insetos, normalmente a pessoa tem uma
alergia e nesse quadro é provocado um prurido, e ao manuseio no ato de coçar, as bactérias são
inoculadas na região de ferimento.
*Alguns autores dizem que é um quadro de infecção secundaria em uma lesão pré- existente.
Comum em crianças- É comum pois as crianças tem um padrão de resposta alérgica a qualquer
ferimento, visto que elas ainda estão em fase de maturação do sistema imunológico e, além disso, é
comum esses ferimentos superficiais. Então a probabilidade de ocorrência em crianças é alta.

Etiologia: streptococus pyogenes e spaphylococcus aureus – ESTÃO PRESENTES NA MICROBIOTA DE


UNHA

Localização:* pode ocorrer em qualquer lugar desde que se faça a manipulação e inoculação da bactérias na
lesão.
. Multiplicidade de sítios; locais que mais ocorrem: joelho e mãos por manipulação e face- por estar
exposta a picadas de inseto.

Características Clínica:
*uma característica geral das infecções por bactérias é que elas fazem um grande chamamento de
células de defesa, então em uma infecção bacteriana sempre vai haver uma linfoadenopatia envolvida.
No caso da face é comum ter o envolvimento do linfonodo tonsilar e submandibular, e no caso das outras
áreas do corpo, quando envolve o braço, é comum encontrar os linfonodos da axila afetados e, no caso da
pernas, os linfonodos da virilha. Lembrando que linfonodo inflamado para os pacientes é relatado com
íngua.
Descrição: Linfodenopatia regional, vesículas ou bolhas que se rompem e formam crostas e prurido.
*Ocorre reinstalação da bactéria por manipulação do prurido.

Diagnóstico Diferencial:
Anamnese:
Herpes Simples Recorrente labial : TEMPO- autolimitado de 7 a 10 dias.

Impetigo: a partir do momento que as bactérias são inoculados e não se entra com uma terapia
antimicrobiana ele pode ficar por 1, 2 3, meses. Então, é importante lembrar de bactéria não tem limitação
de ciclo.
Outra coisa é o ferimento pré-existente.
Exame físico: localização
Herpes Simples Recorrente labial: é sempre unilateral e no mesmo local.
Impetigo: pode afetar vários sítios e pode ser bilateral.
Outra questão é que as lesões do impetigo são altamente pruriginosas, e por esse motivo ocorre sempre uma
recontaminação.
*no impetigo o desequilíbrio ocorre com um aumento das bactérias em um local que não é delas, e, no caso
das crianças serem mais afetadas tem a questão também do sistema imunológico.

Diagnóstico:
Os dados colhidos na anamnese e exame clinico são suficientes para o fechamento do diagnóstico.
Nos casos de dúvida ou de preocupação dos pais pode pedir como exame complementar o leucograma –
observa-se grande aumento na taxa de neutrófilos.
*coisa de livro: cultura e antibiograma. (como exame complementar)

. Comum pacientes fazerem auto medicação, já que são consideradas lesões “bobas” em pele e na maioria
das vezes não se procura um profissional da saúde.
Comum o uso de:
- pomadas corticoide: uso de corticoide constante= baixa do sistema imune; aqui, no caso, como o uso é
tópico vai ter uma baixa no sistema imune local, favorecendo, assim, a proliferação da microbiota.
- pomadas anti histamínico- não vão quebrar o ciclo das bactérias, pode até aliviar o prurido, mas a lesão vai
continuar perdurando.
- corticoide+ neomicina = não tem efeito nenhum, é a mesma coisa que fosse somente o corticoide.
* neomicina funciona ainda intrabucal

Tratamento:
2 opções: antibioticoterapia sistêmica e local. A escolha vai depender da quantidade de lesões e do
tempo que quero o resultado.
Antibioticoterapia sistêmica (mais rápido e mais eficiente):

. Penicilinas (pode ser qualquer um que o paciente seja acostumado. Amoxilina 8 em 8 ou 12 em 12 hrs) e
Eritromicinas (para alérgicos a penicilina)
. Cefalexina (maior espectro, normalmente não precisa, mas caso o paciente seja spaphylococcus aurus
resistente. )

Antibioticoterapia tópica: depende do paciente aplicar adequadamente; tempo maior.

Pomada gentamicina – Trok-G.

+ Orientações de higiene – cuidados com higiene local e corporal – uso de sabonete líquido neutro e uso de
hidratante corporal ( de preferencia neutro também) por pelo menos 30 dias (pele seca coça), aparar e
higienizar as unhas.

Posologia:
Acompanhar melhora clínica + 3 dias

Actinomicose: (actinomyces israeli)


É um infecção bucal Oportunista, o actinomyces israeli se encontra na microbiota bucal e ele pode se tornar
patogênico em caso de traumatismo prévio.
*Traumatismo Prévio: Paciente que se submete a exodontias múltiplas cujo tempo cirúrgico foi longo, então
vai ter inúmeros alvéolos abertos sendo expostos ao banho de saliva e a um microrganismo que ali não
existe; Politraumatismo facial( acidentes com deslocamento de mandíbula ou maxila e essas são banhadas
por saliva (o que não é normal).
Na literatura não aparece, mas em clinica se vê muito: paciente com dor de dente em plantão que são
tratados com um curativo, e esse paciente muitas vezes não vai para o tratamento endodôntico definitivo, e,
assim esse curativo solta e o canal vazio é preenchido por saliva e por microrganismos da cavidade bucal, e
dentre eles pode se ter o actinomyces israeli. Com essa exposição, o paciente vai ter o reagudecimento e a
volta para o plantão, e de novo faz-se o curativo. E em uma dessas pode se formar o abscesso dento alveolar,
e a bactéria desse abscesso pode ser o actinomyces israeli. Essa bactéria promove o abscesso com abertura
de fistulas múltiplas.
Então um abscesso com mais de duas fístulas é um abscesso actinomicose.
. Em quadro de pericoronarite persistente: é um processo infeccioso e no processo de ir e vir de processo
infeccioso pode se haver a bactéria actinomyces israeli que causa um abscesso dento alveolar com abertura
de múltiplas fistulas.

É PATOGNOMÔNICO: mais de duas fístulas.


Agente etiológico: actinomyces israeli
Características Clínicas:
. Grande inchaço na face (devido ao abcesso)
. Fístulas múltiplas (patognomônico) – infecção brava + Presença de grânulos sulfúricos na secreção
purulenta (é um achado – quando faz a drenagem, se vê esses grânulos. Correr em uma lamina de vidro para
observar)

Diagnóstico:
Laboratorial: esfregaço.
Edema com aspecto lenhoso (duro)
Fístulas múltiplas

O profissional dentista dá sugestão de Actinomicose pelo sinal patognomônico e já trata o paciente


com drenagem do abscesso e antibioticoterapia. O laboratório dá o diagnóstico depois, e é importante
mesmo assim, pois além de confirmar o diagnóstico, determina o tempo de tratamento.

Tratamento:
. Antibioticoterapia sistêmica por tempo prolongado (dado pelo laboratório – base de 15 dias, pode ser mais
dependendo da evolução do tratamento): Penicilinas e similares; devido ao longo tempo não pode se
escolher antibiótico de amplo espectro, por exemplo, azitromicina, que não se terá sucesso no tratamento.
* azitromicina é usada por 3 dias ou 6 dias e no quarto dia o paciente já está tendo diarreia (antibiótico
atuando na microbiota intestinal) então, ele não é receitado para um longo período de tempo.
* receitar algum com menor espectro e que por cálculo o paciente tome de 1 a 2 gramas diárias de 10 a 15
dias.

Associado: medidas de controle de higiene bucal e limpeza local (depende de cada caso; limpeza do alvéolo,
limpeza endodôntica, bochecho, etc).

Sífilis: (ist- treponema pallidum)

IST – Infecção Sexualmente Transmissível bacteriana

Agente etiológico: Treponema pallidum

Lesões X Sistema Imunológico: A existência das lesões está intimamente ligada ao sistema imunológico.
Hoje todo paciente diagnosticado com sífilis obrigatoriamente faz o teste de HIV, pois a via de transmissão é
a mesma. * ponto importante
*outro ponto: tempo muito dilatado, ex: de 1 a 6 semanas. Quando essa variável é grande assim, quer dizer
que está associada ao sistema imune, quando SI está favorecendo o aparecimento da doença tem se um
tempo menor e quando não, um tempo maior. r

A partir da década de 50 a expectativa de vida aumentou com a descoberta da penicilina, pois as


doenças bacterianas foram praticamente a 0, ou passaram a ter outro perfil. E nesse outro perfil entra
aqui a sífilis.
A sífilis sem o tratamento com antibióticos tinha 3 fases, primaria, secundaria e terciaria. Sendo que
as pessoas morriam na terceira fase.
Década de 70 com o movimento rippie - liberação sexual – volta das doenças bacterianas sexuais.
Década de 80- vírus HIV; tudo isso fez com que a sífilis ressurgisse novamente, porém com duas
fases.

Sífilis na atualidade só tem duas fases, pois a bactéria é sensível a penicilina e penicilina é o medicamento
de eleição para tratamento de infecções das vias aéreas superiores. Então acredita se que a pessoa vai ter o
contato com o antibiótico e o controle da bactéria.

primária

secundária
Nessa fase secundária, até a doença ser
descoberta, mediante ao sistema imune
ou algum contato com antibiótico, essa
fase desparece e retorna, desparece e
retorna, até que em uma dessas a pessoa
seja diagnosticada.

SÍFILIS – Aula 9
Doença bacteriana causada pela Treponema Palium. Não possui diagnóstico somente por HE pois não
possui coloração histológica especial. Desde 2016 o Ministério da Saúde tem-se preocupado com os
crescentes números de casos dos últimos 10 anos principalmente quando acomete gestantes (o exame de
sífilis é obrigatório nos exames pré-natais) devido as grandes chances de aborto e sequelas nos bebês. Sífilis
é uma doença notificada, ou seja, todos os novos casos devem ser obrigatoriamente registrados no
Ministério da Saúde para tratamento onde o agente de saúde vai até essa pessoa para explicar a doença e
induzir o tratamento. Os parceiros sexuais do paciente com sífilis também devem fazer o diagnóstico e/ou
tratamento.
CONTÁGIO
 Contato com o sangue infectado
 Ato sexual desprotegido (risco de 30%)
- É preciso ter porta de entrada, ou seja, ter TC exposto ou microexposto.
- Parceiro com lesões ativas em locais de maior atrito (por exemplo no casos de sexo anal/oral) elevando
o risco para acima de 80%
 Transmissão vertical: gravidez de uma mulher contaminada pois a bactéria passa pela barreira
placentária e o bebê contrai a sífilis congênita. É uma das principais causas de aborto espontâneo
principalmente no segundo trimestre (fase incomum de acontecer abortos).
- Recomendações do Ministério da Saúde: Fazer o exame para detecção de sífilis na primeira consulta do
pré-natal, durante o terceiro trimestre da gestação e no momento do parto.
FASES
- Primária: também conhecida como fase latente precoce
- Secundária: também conhecida como fase latente tardia
- Terciária: Quase não se vê mais casos que evoluam para essa fase

Contágio Se não tratar primária Se não tratar secundária Se não tratar fica em um ciclo vicioso de latência secundária e após anos evolui para Terciária
Se houver tratamento Se houver tratamento Evolui para
óbito
Evolui para a cura Evolui para a cura
SIFILÍS PRIMÁRIA
- Período de incubação: o surgimento dos sintomas variam de 3 a 90 dias, mas sempre aparecem. Esse
período representa o intervalo de tempo entre o contato e a manifestação da doença que varia de acordo com
a resposta imunológica do indivíduo (se a pessoa estiver mais imunossuprimida, os sintomas surgiram nos
primeiros dias e quanto melhor a capacidade reacional do sistema imunológico do indivíduo, maior será o
período de incubação, pois o sistema imunológico ficará combatendo o agente agressor o máximo possível).
Devido possibilidade do paciente ficar por tempo variável e prolongado no período de incubação, fica difícil
para a pessoa que possui múltiplos parceiros sexuais saber quais são os mais prováveis de também estarem
infectados.
- Na porta de entrada para a bactéria (onde ela entrou) surge o cancro duro: cerca de 35% dos indivíduos não
lembram da presença dessa lesão porque é indolor ou pode estar localizada em local de difícil visualização.
Essa alteração crônica (granulomatosa) inflamatória persiste por 3 a 8 semanas e depois ocorre cicatrização
natural encerrando assim a sífilis primária.
- Características clínicas:
. Úlcera delimitada indolor com borda endurecida
. Geralmente única
. Localização depende de onde foi a porta de entrada para a bactéria: pênis, vagina, reto, pontas dos dedos
e boca (terço posterior de palato, ponta de língua, lábio, gengiva e amigdalas)
- Após desaparecimento do cancro duro tem-se baixa disseminação da bactéria pela corrente sanguínea
(hematogênica) e linfática e as bactérias ficam circulantes (momento passível de transmissão)
- Linfadenopatia regional bilateral: As infecções bacterianas geralmente ativam mais o sistema imunológico,
por isso essa generalização de linfadenopatia com linfonodos muito grandes (principalmente o tonsilar).
# Diagnóstico diferencial: por ser uma úlcera indolor tem-se a alerta para investigar se é uma lesão
potencialmente tumoral. Para o diagnostico diferencial avalia-se a idade do paciente (se já é sexualmente
ativo) e o mais indicado é fazer a biopsia para descartar uma neoplasia maligna.
# Se o paciente for tratado nessa fase ele fica curado.
SÍFILIS SECUNDÁRIA
- Sequência da sífilis primária não tratada
- As lesões surgem de 1 a 3 meses após a lesão primária ter desaparecido
- Sempre são múltiplas
- Em boca é muito difícil detectar visualmente a lesão e suspeitar de sífilis, pois a lesão não tem um padrão
pré-determinado. O que mais chama a atenção para a doença são as alterações sistêmicas principalmente
pela presença de erupções cutâneas.
- Alta transmissibilidade
- As lesões duram de 3 a 8 semanas e involuem espontaneamente
- características clínicas:
 Sistêmicas:
Febre irregular
Mal estar
Cefaléia
Perda de apetite
Dor muscular generalizada
Linfadenopatia bilateral indolor (geralmente nos linfonodos próximos as erupções cutâneas)
Erupção cutânea: principal sinal da doença, sendo pápulas ou placas amarronzadas distribuídas
simetricamente pelo tronco, membros, pés e mãos (tem alta predileção por pele e a presença dessas erupções
simétricas em palma de mãos e sola dos pés é um sinal patognomônico de Sífilis Secundária)
 Locais (em boca):
Em lábio, língua e palato
Placas mucosas com coloração alterada
Úlceras rasas com dor variável sem predileção por queratinizados ou não
Essas lesões persistem por tempo indeterminado (de 3 a 12 semanas) com retrocesso espontâneo. O tempo
também varia de acordo com a condição do sistema imunológico da pessoa, igual na sífilis primária. A dor
queixada por esses pacientes também é variável.
Caso o paciente não seja tratado ocorrerá recidivas após 3 a 8 semanas novamente.
SÍFILIS TERCIÁRIA (ela disse que não cobrará essa parte)
- Praticamente não existe mais casos
- Leva anos para se manifestar
- Características clínicas:
. Presença de gomas sifílicas: Nódulos ou úlceras com grande destruição tecidual
. Qualquer parte do corpo, inclusive no esqueleto ósseo
. Deformidade articular
. Afeta sistema nervoso e cardiovascular
. Leva a óbito
SÍFILIS CONGÊNITA
Se o bebê da mãe sífilis positiva nascer, esse terá uma síndrome denominada Tríade de Hutchinson:
. Dentes de Hutchinson (alteração em incisivos e molares permanentes- incisivos com formato de chave de
fenda e molares com formato de amora)
. Queratite ocular e cegueira (grau variado)
. Surdez (grau variado)
Hoje também são raros os casos de sífilis congênita principalmente por causa das medidas do Ministério da
saúde e do pré-natal.
DIAGNÓSTICO GERAL DE SÍFILIS
- Exames complementares
. Esfregaço do exsudato da lesão ativa (exame em campo escuro ou Imunofluorescência direta)
. Teste sorológico:
VDRL - é o teste mais utilizado em triagem pelo SUS mas não é específico
FTA – Teste específico usando anticorpos treponêmicos fluorescentes
. Biopsia: Pouco expressiva pois se trata de um processo inflamatório crônico inespecífico
TRATAMENTO
Encaminhamento médico
Antibioticoterapia sistêmica que tem como primeira opção a indicação de Penicilina G, mas também é
muito utilizada 1 a 3 aplicações de Benzetacil durante a fase de manifestação da doença.
PARACOCIDIOIDOMICOSE – Aula 10
Doença fúngica/pulmonar.
A forma disseminada dessa doença é a alta predileção pelos tecidos bucais e especificamente, pelo
ligamento periodontal.
o Micose sistêmica de maior prevalência na américa latina
o 12,8 milhões de pessoas infectadas – 2% risco de desenvolver a doença (dados de 2016)
o Endêmica no Brasil, Venezuela, Colômbia e Argentina
o Brasil tem o maior número de casos da doença, já que é o maior país da América Latina
o Alta predileção por homens 15:1, já que o beta-estradiol da mulher inibe a transformação das hifas
em leveduras
o Beta estradiol inibe a transformação de hifas em leveduras. Mas podem existir casos em mulheres, na
pré-puberdade e na menopausa. Caso se encontre alguma mulher na faixa etária entre pré-puberdade
e menopausa, com a doença, com certeza ela possui um descontrole hormonal.
*Forma não patogênica=hifa ou filamentosa / Forma patogênica = levedura
Fatores de risco:
O fungo é encontrado normalmente na natureza, relacionado em áreas principalmente de mata e também
diretamente na terra. Para haver contagio por esse fungo deve haver alguma forma de manejo do solo.
Portanto, é o principal fator de risco à doença.
o Atividades relacionadas ao manejo do solo: atividades agrícolas, terraplanagem, preparo do solo
o Contato com o fungo nas primeiras 2 décadas de vida, porque vai demorar no mínimo de 10 a 20
anos para o fungo desenvolver e então, manifestar a doença.
o Etilismo facilita a instalação da doença em 3,6 (risco de 3,6 vezes maior de desenvolver a
doença)
o Brasil (HLA-B40, HLA-A2): varias formas do fungo

Como o fungo se dissemina


A partir da década de 90, concluiu que a porta de entrada do fungo é o pulmão e não a boca. Por inalação, o
fungo chega ao pulmão, onde ele promove um processo inflamatório e as hifas se transformam em
leveduras, instalando esse processo inflamatório agudo inicial (é a mesma resposta inflamatória para a
tuberculose). Inicialmente, há alto predomínio de neutrófilos (discreta disseminação linfática local =
pulmonar), mas que rapidamente caminha para o processo inflamatório crônico. Até aproximadamente a 6ª
semana está instalado o granuloma epitelióide (granuloma de corpo estranho = microorganismo no centro e
ao redor a resposta inflamatório com macrófagos e deposição de fibra. O granuloma epitelioide fica “quieto”
no pulmão, como doença pulmonar e mais ou menos de 10 a 30 anos, por disseminação hematogênica, tem-
se a manifestação tardia da doença, que tem alta predileção pelas mucosas bucais, ligamento periodontal,
linfonodos cervicais, além de suprarrenais, baço, ossos.
Inalação de conídios  12h Alveolite – leveduras  neutrófilos, macrófagos, linfócitos T (disseminação
linfática)  6ªsemana – granulomas epitelióides  disseminação hematogênica
Manifestação tardia: mucosas (boca), linfonodos, fígado, baço, supra-renais, ossos (10 a 30 anos)
Quadros recorrentes de pneumonia ou suspeita de tuberculose, deve-se investigar, pois podem ser
manifestações da paracoccidioidomicose.
 Quadro clinico
*Assintomática = forma + frequente
*Forma pulmonar = aguda (é autolimitado e com diagnostico clinico difícil: paciente chega a ter diagnostico
de alteração aguda pulmonar, mas mais frequente é definir como pneumonia) e crônica (ocorre por pequenas
reativações pulmonares após a primo-infecção).
*Aguda= é autolimitada e com diagnostico clinico difícil
*Crônica= ocorre por reativação de lesões pulmonares após primo-infecção, em 20-30% dos pacientes
*25% dos pacientes desenvolvem somente a forma pulmonar (episódios agudos pulmonares, diagnosticados
na maioria das vezes como pneumonia, pois é a mais frequente)
*Disseminada: comprometimento de outros órgãos, secundário a forma pulmonar crônica (70% dos
pacientes são diagnosticados já nessa forma disseminada).
Forma disseminada
*Comprometimento sistêmico:
-alto emagrecimento
-linfodenopatia generalizada
*Boca
-alto comprometimento periodontal (periodontite agressiva generalizada)
-úlceras moriformes – mucosa alveolar e gengiva (periodonto), palato, lábios e língua
(PATOGNOMÔNICO) altamente doloroso. Geralmente é “multilesão”, ou seja, várias úlceras.
*As úlceras são discretamente elevadas, com a superfície granulosa e pontinhos vermelhos.
 DIAGNÓSTICO
Padrão ouro: isolamento do agente etiológico (exame a fresco de escarro, raspado de lesão (citologia),
aspirado de linfonodo, fragmento de biopsia. Ou seja, independente do método, deve-se enxergar/detectar o
fungo.
*A escolha do diagnostico é de acordo é de acordo com o caso clinico. De acordo com a dor que o paciente
está sentindo, assim devemos lembrar que a citologia não anestesia, então em caso de necessidade de
anestesia compensa mais realizar a biopsia.
PROVA: descritivo do caso clinico. Pergunta: como diagnostica?? Resposta: deve-se analisar o caso e a
situação, ou seja, não é pra responder de cara o padrão outro.
*não pode colocar anestésico tópico em úlcera. Então só se indica a citologia esfoliativa no paciente
assintomático.
Citologia esfoliativa: método de diagnostico não traumático rápido eficaz de execução simples e de baixo
custo operacional.
Biopsia: exame anatomopatológico. Diagnóstico definitivo e diferencial (para distinguir, por exemplo, em
caso de paciente com uma ulcera única indolor).
-HE (coloração de rotina, hematoxilina e eosina): principal detecção dos granulomas epitelioides através das
células de Langherans, PAS e Grocott (coloração que melhor detecta/feita pela prata).
Existe uma classificação microscópicas das doenças quanto ao processo inflamatório crônico:
-Doenças granulomatosas: paracoccidioidomicose, tuberculose, hanseníase, etc
-Doenças não granulomatosas
1. O representativo é a detecção dos granulomas epitelioides (através das células de Langherans ou
células gigantes).
2. Identificar se é uma lesão granulomatosa ou não.
3. Coloração especial para detectar o fungo, feita pela prata.

 Microscopia:
 Infiltrado crônico mononuclear
Granulomas: células gigantes (formado pela fusão de células epitelioides) ou célula de Langherans
(macrófagos e caracterizada pela presença de vários núcleos)
 Micro-abscessos: pus com liquido
 Hiperplasia pseudoepiteliomatosa
 HE: classificar a lesão como granulomatosa/ PAS/ Gomori-Grocott

Tratamento:
*Encaminhar ao médico.
*lembrar: é um fungo muito resistente
Sulfametoxazol: 12 meses nas formas leves e 18 a 24 meses nas formas moderadas
Antifúngicos:
-Fluconazol (400mg/dia, VO, por 45 dias, depois 200mg/dia até completar 12 meses)
-Itraconazol (100mg/dia, por 12 meses)
-Casos graves – 18 a 24 meses, acabam indo ao óbito
Anfotericina B: formas graves
*São medicamentos caros, o que dificulta a continuidade do tratamento por grande parte dos pacientes, já
que não é disponibilizado pelo sistema público. Além disso, os pacientes não entendem a necessidade do
tratamento.
INFECÇÕES FÚNGICAS – Aula 11
Candidíase X Candidose
Infecção superficial em um tecido.
Os processos agudos e crônicos em clínica têm uma ténue diferença (as vezes é difícil distingui-los), e
aí a infecção por Candida seria chamada candidíase (não importando se é aguda ou crônica). Mas tem
um grupo de pesquisadores na Inglaterra que defendem o termo Candidose, porém é a mesma coisa.
Etiologia
*Candida (Monilia) albicans
-Dimórfico – levedura (forma não patogênica) e hifa (forma patogênica)
-Infecção em boca, genitália e oportunamente em pele (é encontrado na microbiota em diversas partes
do nosso corpo)
-Pode ser encontrada em 80% da população humana.
Tubo digestivo (só não tem em local de extremo pH: estômago e duodeno)
Genitália (tanto masculina, quanto feminina)
Fatores predisponentes
(para que o fungo que está na microbiota se torne patogênico)
*Baixa de imunidade
-Criança (nasce com sistema imune = 0, e tem uma curva ascendente) (crianças que nascem de parto
normal, a primeira microbiota bucal dela vai ser a de genitália da mãe; caso a mãe esteja no processo
de candidíase vaginal a criança já vai nascer com essa microbiota desfavorecida (mesmo com leite
materno); e essa microbiota cai num organismo imunologicamente desprotegido e aí esse bebê logo ao
nascimento pode manifestar a candidíase bucal) e idoso (declínio do sistema imune).
-Paciente de UTI ou acamado por muito tempo (quanto à microbiota bucal, primeiro saber o motivo da
hospitalização dele) (pacientes acamados por muito tempo que não está fazendo alimentação via oral,
ele deixa a boca desprotegida, porque ela precisa de um estímulo pra produção de saliva, etc.)
-Corticoterapia (acima de 15 dias ou uso contínuo)
Inalatório – asma e DPCO (o contato do gás vai impregnar na mucosa do palato ou da língua,
diminuindo especificamente naquele local o sistema imunológico)
Sistêmica (dependendo da frequência que tem candidíase é válido relatar para o médico que fez a
prescrição para tentar alteração)
-Uso de imunossupressores
-HIV (paciente AIDS) (tem candidíase em todos os sítios anatômicos -> quem trata é o médico, a
gente não)

*Uso abusivo de antibióticos (tem que ver qual o problema sistêmico que o paciente está tendo para
ele estar fazendo uso tão prolongado de antibiótico) (no caso da Odontologia tem aparecido candidíase
devido uso abusivo da Clorexidina)
*Falta de higiene bucal (favorece porque dentro do controle da microbiota a higiene bucal promove
desequilíbrio e quando não ocorre higiene não tem esse desequilíbrio)
*Doenças sistêmicas
-Diabetes (diabético descompensado)
-Anemia (comum os pacientes com anemia por carência nutricional)
-Leucopenia
Geralmente o paciente já relata essas doenças sistêmicas. A gente não descobre com o quadro da
candidíase.
*Perda de dimensão vertical (quando o paciente perde os dentes posteriores, que leva á perda da
altura do terço inferior, favorecendo o acúmulo de saliva em região de comissura e ocasionando a
instalação da candidíase
*Uso de prótese total (vemos a parte, que é estomatite protética. Na maioria dos casos está
relacionada à falta de higienização bucal, e o paciente vai ter desenvolvimento tanto de fungo como de
bactéria)
*Alterações relacionadas à saliva (diminuição na produção ou alteração na composição)

*Lesões neoplásicas (principalmente carcinoma de células escamosas. E as áreas de necrose


superficiais desse tumor favorecem a entrada do fungo)
*Gravidez (alteração hormonal, com predomínio da progesterona. A progesterona aparece em alguns
momentos, para alguns tipos de microrganismos, em algumas situações, e ela funciona quase como um
fator de crescimento de colônia, ou seja, ela alimenta a microbiota) (mais comum ter candidíase em
genitália, mas pode desenvolver em boca)
Formas clínicas
É importante termos em mente a cor da mucosa, pois é a principal alteração que a candidíase vai
apresentar (vermelhidão).
*Pseudomembranosa (forma clínica mais aguda, pois produz pseudomembrana)
Características:
-Placas brancas destacáveis/raspáveis
-Sensação de queimação ou ardência
O que eu devo buscar:
-Imunossupressão (por ser quadro agudo)
Diagnóstico diferencial de língua saburrosa para candidíase: língua saburrosa é só em língua.
Candidíase dá em outro lugar.

*Eritematosa (aguda também, só que não ao ponto de formar pseudomembrana)


Características:
-Manchas vermelhas
-Sensação de queimação
-Dorso de língua e palato (é localizada, não tem em boca toda)
O que eu devo buscar:
-Imunossupressão, antibioticoterapia, corticoterapia inalatória, xerostomia e anemia (adora produzir
candidíase em dorso de língua, e leva a despapilação da língua)

*Atrofia papilar central (ou glossite romboidal mediana) (pode ser aguda ou crônica)
-Área atrófica vermelha na porção central posterior de dorso de língua (é específica).
Geralmente acompanha língua saburrosa
-Assintomática ou discreta ardência
-Idiopática (aquilo que não se conhece o motivo, o que originou)
Alguns casos de atrofia papilar central podem desenvolver o que a literatura chama de lesão beijada,
que é quando tem a candidíase na língua e a cópia no local de repouso da língua (no palato)

*Queilite angular (pode ter associação com outros fatores)


-Fissura avermelhada em comissura labial (manifestação da candidíase) (pode ser uni ou bilateral.
Construção de diagnóstico: Quando unilateral geralmente o paciente é dentado, ou seja, não tem perda
de dimensão vertical, e o fator que está associado se chama carência nutricional -> de elementos
nutricionais mesmo. Quando bilateral geralmente está associada a sialorreia, quadros de
imunossupressão: paciente AIDS, paciente idoso) (a associação com bactéria a literatura diz o
seguinte: os quadros de queilite angular bilateral, mais ou menos 1/3 é só fungo, outro 1/3 tem
associação fungo + bactéria, outro 1/3 tem fungo + bactéria + carência nutricional)
-Sialorreia, imunossupressão, perda da dimensão vertical, carência nutricional e associação com
bactérias.
Anemia
Leucopenia
Vitaminas A e B
Pode ter associação: com bactéria e com carência nutricional.

*Estomatite protética (pode ter associação com outros fatores)


-Mancha vermelha associada a área chapeável da prótese (parte acrílica, que fica em contato com
mucosa)
-Assintomática (mais comum) ou sensação de queimação
-Associação com bactéria (não tem fungo sozinho)
-Palato (muito comum) e rebordo inferior (raro). Porque quem promove proteção da boca é a saliva e a
forma que a prótese inferior fica instalada tem-se um favorecimento de banho por saliva.
A relação da estomatite protética com a saliva é tão íntima que muitas vezes o paciente tem pelo fato
do palato não receber esse banho de saliva em momento algum do dia. Então nesse casamento tem a
baixa de imunidade, associada à falta de higienização e falta de banho, que é a defesa.

*Hiperplásica (raríssima, mas com característica patognomônica)


-Placa branca não destacável/raspável em região retrocomissural (internamente)
-Assintomática ou discreta ardência
-Imunossupressão e tabagismo (pesado -> de 20 a 40 cigarros/dia) (típica de pessoas com essas
características)
-Diagnóstico diferencial – leucoplasia (faz prova terapêutica, se resolver, candidíase hiperplásica, se
não melhorar, leucoplasia)

*Mucocutânea
Tem comprometimento de pele e de mucosa
-Mucosa = pseudomembranosa
-Pele = manchas vermelhas com sensação de queimação
-Imunossupressão
-Idade (idoso)

CANDIDÍASE parte 2
Tratamento
 Tópico
Nistatina
Controla replicação, não é fungicida. Suspensão 100.000UI; 1 colher de sopa em ¼ de copo d’água, 4
x ao dia. Tempo: no mínimo o dobro do tempo que levou para a lesão desaparecer.
Em bebês 2 a 3 gotas, 4x ao dia; de 7 a 10 dias.

Miconazol gel oral


Fungicida. Aplicar no interior da prótese (caso de estomatite protética) ou na mucosa. Tempo: no
mínimo o dobro do tempo que levou para a lesão desaparecer. 3 a 4x ao dia. Em torno do 4º dia tem-se
o desaparecimento da lesão.

 Sistêmico
Os antifúngicos sistêmicos tem efeitos colaterais hepáticos, logo paciente com problema hepático, tem
restrição de uso. Quando escolher tratamento sistêmico a tópico: quando tem mais sítios anatômicos
acometidos, dificuldade de aplicação no sítio, resposta mais ágil Cetoconazol
200mg – 1 comp. ao dia. Tempo: no mínimo o dobro do tempo que levou para a lesão desaparecer. 7 a
10 dias.

Fluconazol
150mg – 1 comp. ao dia. o efeito no fígado é pior. Por isso é preciso conhecer o paciente; um paciente
idoso por exemplo, provavelmente já tem algum problema hepático, ou pela quantidade de
medicamento que ele já toma.

Não precisa associar o tratamento sistêmico ao tópico pois a candidíase é um desequilíbrio na relação
microbiota e hospedeiro. E para retornar ao equilíbrio é preciso erradicar o fator predisponente, e o
antifúngico vem só para controlar a replicação do fungo que está descontrolado na microbiota.
A escolha entre sistêmico e tópico vai por conveniência de tempo, sitio afetado, adesão do paciente ao
tratamento. O retorno do fungo é pior que a primeira lesão. Os tratamentos tópicos são mais difíceis de
serem cumpridos devido ao número de vezes ao dia, e ao tempo de duração de tratamento que varia de
12 a 21 dias, ou até mais.
A escolha do medicamento depende de cada caso (adesão do paciente, problema hepático, jovem,
idoso, etc.)
Pode haver necessidade de repetir a posologia depois de determinado tempo. Isso em caso de pacientes
que tem histórico de candidíase muito frequente.

Especificamente para queilite angular:


Pomadas com antibiótico e antifúngico, ou só antifúngico.
Cetoconazol + Sulfato de neomicina + betametasona.
Para casos unilaterais deve-se prescrever complexo vitamínico com minerais – Conbiron fólico ou
Sufradyn (pois não vai responder só ao medicamento)

HIV
Histórico
Na década de 80 começaram a surgir alguns casos de pacientes jovens que mediante a doenças
infecciosas iam a óbito rapidamente, não respondiam a tratamento proposto. O centro de
epidemiologia dos EUA age para descobrir o problema. Ocorreu um surto de pneumonia, e em seguida
de infecções oportunistas graves em homossexuais jovens, usuários de drogas, hemofílicos,
heterossexuais africanos e caribenhos do turismo sexual, filhos de mães+, parceiros de bissexuais. Foi
visto que estava acontecendo algum problema imunológico com esses grupos e que era uma condição
adquirida; daí o nome síndrome da imunodeficiência adquirida. Rapidamente ficavam doentes e iam a
óbito.
Sarcoma de Kaposi é uma neoplasia maligna vascular que até 1982 só era descrita em 2 situações:
endêmica, na África; em indivíduos idosos com comprometimento do sistema imune. Surge então
casos de sarcoma de Kaposi em jovens, que levou alerta a condição infecciosa com tumor associado.
Com estudos verificaram que o agente infeccioso tinha predileção pelo CD4 e fazia com que o CD4
perdesse a função de apresentar Ag, promovendo uma depleção (deficiência) de sua função; ele está
no organismo, mas não desempenhando sua função.
Em 1982 são diagnosticados os primeiros casos no Brasil, de indivíduos que viajam para os EUA para
o turismo sexual, e indivíduos que passaram por transfusão de sangue. Até essa época não havia
nenhuma forma de análise de sangue para doação.
Foi visto que o vírus tinha semelhança com vírus já descoberto em 1930 em macacos na África.
Existem 2 teorias: que foi fabricado em laboratório; e a outra é que o vírus dos macacos tenha passado
para os humanos, numa área na África em que a pratica de zoofilia é normal.
É difícil desenvolver vacina, pois, é um vírus humano-específico.
Em 1987 foi liberado a primeira droga antiviral, e desde então já tem mais de 20 tipos de drogas
voltadas para os nucleotídeos específicos dos vírus inibidores da protease.
Tem-se 2 tipos de vírus:
HIV 1: alta virulência, alta infectividade, distribuição global
HIV 2: típico da Africa ocidental
Características gerais:
É um retrovírus;
Não é oncogênico;
Infecta os linfócitos t auxiliares CD4, macrófagos, células dendríticas;
Depleção do CD4 – apoptose, morte através do CD8, o CD8 passa a ver o CD4 como celula infectada
e o destroi; e quando abaixa o limiar de CD4 no organismo o sistema imune fica frágil, e se torna
O vírus precisa estar associado a células; ele fora da célula morre.
A replicação do vírus é espécie-especifica: só replica na CD4 humana.
Ele é desativados com desinfetante domestico, alcool, isopropanol, agua oxigenada 10 vol., por 10
minutos a temperatura ambiente.

VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV - CONTINUAÇÃO) - Aula 13


FLUIDOS
Fluídos que contém o HIV: Sangue, Sêmen, Fluido vaginal e Leite materno
Outros fluídos: Cérebro-espinhal, Fluido sinovial e Líquido amniótico
A saliva propriamente dita não tem o vírus, mas se o paciente possuir uma gengivite ou lesão ulcerativa, por
exemplo, terá na saliva o vírus.
CONTAMINAÇÃO
Para que ocorra qualquer forma de transmissão precisa de um hospedeiro doente e um indivíduo
susceptível (sistema imunológico baixo) e que tenha contato com algum dos fluidos supracitados. Para que
uma Pessoa esteja doente, além de soro positivo, precisa ter uma certa carga viral. A literatura fala que se
tem carga viral baixa e sistema imunológico em alta, também pode ocorrer a contaminação desde que tenha
uma frequência alta a exposição. Por exemplo, ter sempre sexo desprotegido com uma pessoa HIV positivo.
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO
◦Relações sexuais desprotegidas – Local e frequência influencia. Essa é a forma que mais acontece a
transmissão.
Se tiver a relação de homem com homem ou de homem com mulher, quem for receber o sêmen terá maior
chance de se contaminar. A concentração do vírus no fluido vaginal é bem menor do que no sêmen. Por isso,
uma mulher contaminada para transmitir para um homem precisa de várias relações sexuais. Assim, sexo
entre mulheres tem uma probabilidade menor de transmissão.
Os primeiros casos de AIDS começaram em homossexuais homem, tendo até hoje prevalência grande nesse
grupo.
◦Uso de drogas com compartilhamento de seringas – No Brasil é muito baixo
TRANSMISSÃO
 Sexual – maior ocorrência. Sendo a de sexo oral de maior risco/prevalência, por ser uma área que terá
maior atrito.
 Parenteral
 Transfusão sanguínea – No brasil é quase zero (principalmente devido ao processamento que é feito com
o sangue)
 Compartilhar agulhas/seringas – tem transmissibilidade baixa (Menos de 1%)
 Acidentes com perfurocortantes – Aproximadamente 2%, já que o vírus só sobrevive dentro de uma
célula ou em um líquido.
 Vertical (mãe – filho) – O Brasil é campeão em procedimentos para pacientes HIV +/AIDS, sendo o
único a oferta a medicação de graça. Existem crianças nascidas soro positivo e que depois de alguns anos
(devido a um tratamento intensivo e controlado) não apresenta mais o vírus.
Procedimento para quando ter contaminação de perfurocortante – Todo local que presta serviço à
população e que tenha esse risco precisa de um Procedimento Operacional Padrão (POP) que é feito de
acordo com conhecimento epidemiológico da população que se trabalha. Por exemplo, uma clínica que só
atende paciente HIV/AIDS, se acontecer um acidente dentro da clínica, nela já tem uma pessoa para te
atender, já que a probabilidade é altíssima. Na faculdade a população que é se atende, pelos dados
epidemiológicos (com exceção dos graduandos que não entram nesses dados) tem prevalência de HIV/AIDS
baixa, logo o POP é ir para o PA (mesmo que peça uma prioridade para atendimento), já que o risco é
menor. O ideal é que o paciente aceite ir junto, para caso ser positivo, as medidas corretas sejam tomadas.
# Existe um medicamento utilizado atualmente que quando a pessoa toma uma vez por semana, fica até 72
horas com teste negativo, mas depois volta.
# Se uma pessoa tiver contato com o vírus, e não for infectada, não produzirá anticorpos (pois isso leva mais
tempo), portanto não dará positivo no teste rápido feito em postos de saúde

 Transfusão de sangue – Não existe no Brasil.


 Nascimento (para a criança) mãe sem tratamento – Pode haver crianças que nascem soro negativo, mas
não deve mamar na mãe, pois como já visto, o leite materno carrega o vírus.
 Partilha de seringas em drogas intravenosas – Está baixo, mas aumenta com a frequência
 Sexo anal insertivo – O passivo é contaminado e o ativo não
 Sexo oral receptivo – Depende da presença de lesões em boca para levar a uma contaminação.
TUDO isso aumenta com a frequência. A chance de infecção mostrado acima é em proporção de apenas um
contato. Mas como um todo, isso mostra que não precisa ter medo (preconceito) de uma pessoa com AIDS.
A hepatite B, C são mais passiveis de contaminação (quando o sangue seca a hepatite ainda está lá, além de
ser silenciosa).
Caso de saúde pública - O HIV é um assunto de saúde pública, porque ainda existem regiões em que não se
tem o controle como no caso de comunidades indígenas (o não uso de preservativo). Uma pessoa pode
contaminar uma comunidade inteira.
INFECÇÃO MÚLTIPLA
A infeção com HIV não proporciona imunidade contra novas infeções, sobretudo no caso de vírus
geneticamente diferentes. Ex. Teve um contato com um tipo de vírus, está com o sistema imunológico bom e
acaba não demostrando que tem o vírus. Então a pessoa já cria anticorpos, no entanto, se ela tiver uma outra
infecção, os anticorpos formados não combatem aquela nova infecção, precisando da formação de mais
anticorpos. O corpo acaba tendo ainda mais tipos de vírus para combater.
As múltiplas infeções são associadas a uma progressão ainda mais rápida da doença.
A "coinfeção" denomina duas estirpes que aparentam ter sido adquiridas simultaneamente ou num espaço de
tempo curto. Isso significa que a pessoa tem dois tipos de vírus, o que pode estar associado a múltiplos
parceiros (Existem 10 tipos de vírus na atualidade).
A "superinfeção" denomina a infeção com uma segunda estirpe num intervalo de tempo maior, porém em
um paciente sem diagnóstico havendo simultaneamente uma fase crônica e aguda – Tem-se já no corpo um
vírus na fase crônica e tem contado com outro vírus (tendo assim uma fase aguda). Também está relacionada
a quantidade variadas de parceiros.
# A idade entre 15 e 24 anos é a faixa etária em que mais acontece a transmissão. Isso decorre mais em
festas de aglomeração. No qual as pessoas bebem e descontrolam.
PATOGENIA
Características importantes:
 O vírus é transmitido por troca de fluidos orgânicos – precisa de ter contado com algum dos fluidos
orgânicos já citados, além de uma porta de entrada para o vírus.
 O vírus persiste no hospedeiro por definitivo, podendo estar em níveis baixos (quando toma o coquetel,
por ex.) ou alto (quando a doença se manifesta).
 A infecção evolui lentamente através de estágios específicos.
 Às vezes, são necessários vários anos para o desenvolvimento da doença (normalmente quando a pessoa
tem um sistema imunológico/modo de vida que desfavorece o desenvolvimento da doença)
Estágios da Infecção:
Infecção Primária: Ocorre replicação viral e viremia (só é detectada em cerca de 6-12 semanas). Por isso,
que já se recomenda a profilaxia do HIV (coquetel), para não ficar todo esse tempo no aguardo/angústia se
houve contaminação ou não.
Disseminação do vírus para órgãos linfoides: 50 a 75% dos indivíduos desenvolve síndrome semelhante à
Mononucleose aguda (sintomas parecidos com o da gripe), em 3 a 6 semanas. Por isso, hoje, todo indivíduo
que tenha suspeita de mononucleose, faz teste para HIV.
Latência clínica: É variada, em alguns casos pode desenvolver rapidamente, em outros não. Terá uma alta
taxa de replicação viral que é condizente com o sistema imunológico, tendo assim aparecimento de sintomas
ou a doença, podendo perdurar por 10 anos. Nesse caso, a pessoa tem a doença e não sabe, ou está tomando
coquetel. Tendo assim uma vida normal.
Doença clínica: Expressão elevada do vírus e surgimento de doenças oportunistas.
Morte – Decorrente das doenças oportunistas. Até 2012 não constava nos registros de morte o óbito por
HIV. Depois dessa época, tinha que colocar: Tuberculose por HIV, doença de Kaposi por HIV, tendo assim,
um registro epidemiológico. Já que a pessoa não morre por ter AIDS e sim pelas doenças que se
tem/agravam devido a decadência do sistema imunológico.
Linha azul – anticorpo anti-HIV. No começo é 0 e com o tempo aumenta, tendo um pico (sendo assim
detectado no exame). Dessa forma, em até (aproximadamente) 8 semanas, não é detectado em exame. Esse
tempo de 6 a 8/12 semanas é chamado de janela imunológica – tempo que o sistema imunológico está
levando para produzir anticorpos.
CD4 T – à medida que está ocorrendo a infecção ele fica oscilando dentro do seu padrão normal e depois de
um certo tempo, ele declina. O CD4 não faz a apresentação de antígeno (por estar infectado), desse modo, é
reconhecido como corpo estranhos pelo corpo humano e consequentemente levado para apoptose.
Verde – No início a carga viral está alta, com o tempo (com o sistema imunológico bom), o paciente fica
com uma taxa ínfima, porém ainda infectado. Se o sistema imunológico está baixo, tem o aumento da carga
viral e diminuição do CD4 e dos anticorpos. Tendo assim a AIDS e consequentemente várias doenças
oportunistas
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Sorologia
 Teste rápido: sensibilidade (capacidade do teste em detectar o que se está procurando) e especificidade
(ser específico para um determinado antígeno) – 95 a 98%. Feito com a saliva. A sensibilidade seria
detectar que tem um vírus e a especificidade é detectar que o vírus é HIV.
 ELISA: sensibilidade e especificidade > 98%.
 Western blot: Detecta anticorpos contra proteínas do HIV com peso molecular específico.
Detecção do ácido nucléico ou dos antígenos virais.
PCR
RT-PCR
Contagem de CD4
Carga viral
CONTAGEM DE CD4
A literatura trata o teste rápido e de ELISA como triagem (pois não é 100%, tendo uma margem de erro). E
o Western Blot como exame confirmatório. Assim, pede-se dois testes de triagem e um confirmatório – na
literatura. Mas, normalmente se faz um de triagem (teste rápido ou ELISA) e quando este dá HIV positivo
faz o confirmatório (Western blot, PCR ou RT-PCR).
A contagem de CD4 e da carga viral é feito quando o teste é positivo para a fabricação de um coquetel
específico (combinação de antivirais e outros medicamentos como antifúngicos – por isso, cada pessoa toma
um diferente, sendo de acordo com suas necessidades) e para saber também em qual fase o indivíduo está
(infecção primária, latência, ect). O coquetel é feito de acordo com a carga viral, contagem de CD4 e
doenças oportunistas.
Contagem de CD4:
 Valor de referência normal – 560 a 2700/mm3
 Faz o Tratamento profilático quando a contagem de linfócitos CD4 estiver abaixo de 200/mm3.
 Contagens abaixo de 200/mm3 classifica-se como AIDS independente de apresentar sinais e sintomas.
CARGA VIRAL
Paciente AIDS sem tratamento possui 1 milhão de cópias do vírus. Já um paciente com Tratamento, o vírus
oscila entre 5.000 e 10.000 cópias. Todas as vezes que tem carga viral alta tem CD4 baixo e vice-versa.
Carga viral considerada baixa é de 40 a 500 cópias (tendo assim, um progresso lento da doença), a pessoa
vive por mais tempo. É considerado Carga indetectável quando se tem valores abaixo de 40, mas não
significa cura (acontece com quem faz o tratamento com dose única semanal).
É importante ressaltar que apenas o medicamento não leva a baixa da carga viral. Existe o fator imunológico
que está intimamente relacionada com o estilo de vida (dormir mal, alimentação, vícios) da pessoa HIV+.
Então uma associação de um bom estilo de vida e do coquetel pode levar a baixa da carga. O CD4 é o
próprio sistema imunológico, então para ele aumentar não basta apenas diminuir a carga viral. Precisa
melhorar o sistema imune. Como o estilo de vida, muitas vezes é difícil de mudar, a AIDS ainda leva a
muitas mortes.
INCIDÊNCIA NO MUNDO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) há aproximadamente 40 milhões de pessoas
vivendo com a doença (2016). Lugares com pequeno índice populacional já tem o HIV, sendo assim uma
pandemia (encontrado em todos os continentes).
INCIDÊNCIA NO BRASIL
Tem maior prevalência em SP e no Rio, mas a tendência é do espalhamento da doença. A taxa de incidência
no Brasil é de 20,2 casos por 100 mil habitantes.
FASE SINTOMÁTICA OU AIDS
Gengivite, periodontite tem um comportamento padrão. Logo se fugir desse padrão deve ficar atento, pois o
vírus muda qualquer padrão de doença. Devendo encaminhar esse paciente para a avaliação imunológica
que dentre elas será feito um teste de HIV. Por isso, precisamos de um conhecimento básico de como
funciona as doenças. Se na avaliação imunológica não der alteração, pode ser alguma alteração emocional.
Na fase AIDS terá
• Infecções oportunistas por bactérias, fungos, vírus, protozoários
•Neoplasias pouco comuns Sarcoma de Kaposi, câncer cervical
• Alterações neurológicas encefalopatias, demência
Manifestações de imunodeficiência moderada
Para ser considerado uma imunodeficiência moderada. O sujeito precisa ter a listagem a seguir (pelo menos
uma ou duas doenças). * O que ela citou está marcado em negrito.
•Perda de peso inexplicada (> 10% do peso)
•Diarreia crônica por mais de um mês
•Febre persistente inexplicada por mais de um mês (> 37,6°C, intermitente ou constante)
•Candidíase oral persistente
•Candidíase vulvovaginal persistente, frequente ou não responsiva à terapia
•Leucoplasia pilosa oral
•Tuberculose pulmonar
•Infecções bacterianas graves (por ex.: pneumonia, empiema, meningite, piomiosite, infecções
osteoarticulares, bacteremia, doença inflamatória pélvica grave)
•Estomatite, gengivite ou periodontite aguda necrosante
•Anemia inexplicada (< 8 g/dL), neutropenia (< 500 célulasl/μL) e/ou trombocitopenia crônica (< 50.000
células/μL)
•Angiomatose bacilar
•Displasia cervical (moderada ou grave)/carcinoma cervical in situ
•Herpes zoster (≥ 2 episódios ou ≥ 2 dermátomos)
•Listeriose
•Neuropatia periférica
•Púrpura trombocitopênica idiopática
Manifestações de imunodeficiência avançada
São consideradas doenças definidoras da fase AIDS. Para a pessoa ser considerada avançada pode
apresentar:
* O que ela citou está marcado em negrito.
•Síndrome consumptiva associada ao HIV (perda involuntária de mais de 10% do peso habitual) associada à
diarreia crônica (dois ou mais episódios por dia com duração ≥ 1 mês) ou fadiga crônica e febre ≥ 1 mês
•Pneumonia por Pneumocystis jirovecii
•Pneumonia bacteriana recorrente (dois ou mais episódios em um ano)
•Herpes simples com úlceras mucocutâneas (duração > 1 mês) ou visceral em qualquer localização -
foge do padrão.
•Candidíase esofágica ou de traqueia, brônquios ou pulmões (A pessoa apresenta candidíase de boca a
anus com exceção de locais com extremos de PH.
•Tuberculose extrapulmonar
•Sarcoma de Kaposi
•Doença por Citomegalovírus (retinite ou outros órgãos, exceto fígado, baço ou linfonodos)
•Neurotoxoplasmose
•Encefalopatia pelo HIV
•Criptococose extrapulmonar
•Infecção disseminada por micobactérias não M. tuberculosis
•Leucoencefalopatia multifocal progressiva
•Criptosporidiose intestinal crônica (duração > 1 mês)
•Isosporíase intestinal crônica (duração > 1 mês)
•Micoses disseminadas (histoplasmose, coccidiomicose)
•Septicemia recorrente por Salmonella não thyphi
•Linfoma não-Hodgkin de células B ou primário do sistema nervoso central
•Carcinoma cervical invasivo
•Reativação de doença de Chagas (meningoencefalite e/ou miocardite)
•Leishmaniose atípica disseminada
•Nefropatia ou cardiomiopatia sintomática associada ao HIV
Para ser considerado AIDS e com a gravidade dessa fase, os pontos devem somar 20 de acordo com a
tabela abaixo. * Citou diarreia, febre, astenia (fraqueza muscular), Candidíase oral ou leucoplasia pilosa
(essa última surgiu com a AIDS, ela também é um termômetro para a doença – se ela aumenta o paciente
está descontrolado, se ela diminui o coquetel está fazendo efeito). / E Sarcoma de Kaposi. / No caso do
Herpes zoster acima de 60 anos é normal, pois nessa época começa ter a queda de imunidade (para a AIDS,
ela se mostra acometendo um dermato (se for todas as fases) ou mais de um dermato)
Quadro 1 representa – Caquexia / Quadro 2 – Tuberculose / Quadro 5 – Candidíase esofágica / Quadro
6 – Pneumonia/tuberculose / Quadro 7 – Sarcoma de Kaposi / Quadro 9 – Candidíase / Quadro 12 –
tuberculose.
TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL

Tratamento com antirretroviral + doenças oportunistas


•Redução da mortalidade em 40-70% / Redução da hospitalização em 80 % /Aumento da qualidade e tempo
de vida, desde que tenha MUDANÇA DE ESTILO DE VIDA (o mais difícil de conseguir e por isso muitos
ainda morrem).
Hoje o Ministério da Saúde fornece uma equipe formada por médico, psicólogo, enfermeiro, farmacêutico,
nutricionista, assistente social e educadores para fazer o acolhimento desses pacientes (na maioria dos
lugares).
DIRETRIZES/CONSENSOS AIDS
 Terapias Farmacológicas:
- Para crianças, adolescentes e adultos infectados;
- Uso da Terapia Antirretroviral (TARV), ela é específica para cada paciente.
TARV tem o objetivo de inibir a replicação viral do HIV, aumentar o número de linfócitos e adesão
consciente do paciente ao tratamento (mais difícil de conseguir).
 Terapias Não Farmacológicas
- Incluem condutas ativas e eficazes sobre as comorbidades associadas (hipertensão arterial, diabetes,
dislipidemia, hepatite C, ansiedade e depressão) e sobre os fatores associados ao estilo de vida (dieta,
atividade física, tabagismo, consumo de álcool, uso de drogas ilícitas). Essas intervenções também podem
minimizar ou evitar a aparição de HAND (alterações neurocognitivas associadas ao HIV).
- Para os casos sintomáticos, se disponível, a reabilitação cognitiva apresenta benefícios promissórios
(terapia conduzida por psicólogos).
VACINA – Já existe, na fase de teste. / No brasil desde 1996 o paciente é completamente acolhido pelo
SUS para tratamento.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
A assistência aos pacientes é fornecida por uma equipe de médicos, psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos,
nutricionistas, assistentes sociais e educadores
MEDICAMENTOS
 Base de retroviral e dependendo do paciente pode ser medicação única.
 Dados de 2015 estimam que 455 mil pessoas utilizam os medicamentos distribuídos pelos Sistema Único
de Saúde.
 O gerenciamento logístico dos medicamentos é realizado pelo SICLOM (Sistema de Controle Logístico
de Medicamentos), cuja sua reponsabilidade é abastecer adequadamente a rede pública de saúde na
esfera federal, municipal e estadual.
 O Ministério da Saúde iniciou em 2014 a oferta da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos
medicamentos Tenofovir (300mg), Lamivudina (300mg) e Efavirenz (600mg)
Disponibilidade de Medicamentos
Depois da indicação do médico e com a receita em mãos, o soropositivo deve retirar os remédios em uma
Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM). Geralmente, essa distribuição é feita nos próprios Serviços
de Assistência Especializada (SAE), onde ocorrem as consultas. A equipe de atendimento sabe informar a
localização da UDM mais próxima.
Ao obter os medicamentos, o paciente deve ser orientado sobre o coquetel (porque está sendo específico
para ele): nome genérico, forma farmacêutica / características físicas que diferenciam os remédios / função
de cada substância / forma de transporte e conservação / uso adequado / quantidade de medicamentos e
quanto tempo irão durar / possíveis efeitos colaterais / outros cuidados necessários.
CIRURGIÃO DENTISTA x HIV
A AIDS é a mais grave manifestação clínica da doença, causada pela infecção do HIV. Os portadores
apresentam geralmente, os primeiros sinais clínicos da doença na cavidade bucal (já que 98% do que o
dentista trabalha é com processo inflamatório-infeccioso – podendo assim perceber mudança do padrão),
assim a realização do diagnóstico precoce pelo cirurgião dentista, é muito importante para tomada de
decisão breve, o que beneficiará o portador em relação aos resultados do tratamento.
DENTRE AS BUCAIS EXISTEM TRÊS GRUPOS DE DOENÇAS:
Grupo I – FORTEMENTE ASSOCIADAS A AIDS
 Candidíase pseudomembranosa, eritematosa e queilite angular
 Leucoplasia pilosa
 Gengivite ulcero-necrosante (GUN)
 Sarcoma de Kaposi
 Linfomas
 Tuberculose (lesão bucal)
Grupo II – Comumente associadas a AIDS
 Ulcerações atípicas
 Doenças de glândulas salivares
 Infecções virais
 Herpes simples
 HPV
 Vírus varicela-zoster
Grupo III – Podem estar associadas a AIDS
 Osteomielite,
 Sinusites
 Carcinoma de células escamosas
 Dentre outras (são doenças bucais que já lidamos diariamente, mas que há uma mudança do padrão).
Leucoplasia pilosa: Placa com coloração branca acizentada /Manchas que não podem ser removidas com
escovação /Textura irregular ou lisa /Raramente provocam dor ou desconforto.
Gengivite linear – A pessoa conversando já pode haver sangramento (sangramento na fronha – que pode ser
gengivite linear ou quadros de leucemia – mas de qualquer forma deve ser encaminhado para o médico).

Ulceração aftosa recorrente (úlcera menor) possuindo três aftas e com longa duração (padrão de 1 a 2
aftas). Herpes recorrente durando mais do que 10 ou 15 dias, ou do lado esquerdo e direito (padrão 2 a 3
dias de vesícula e apenas 1 dermato).

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