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Caruaru
Outubro - 2022
1. O início de infecção pulpar dá-se por meio de uma penetração, fixação, implantação
ou multiplicação de microrganismos no tecido pulpar. Pode ocorrer por meio de traumas
dentários, latrogenia, calor gerado durante algum procedimento, tratamento ortodôntico
ou fatores patológicos. Estas podem agredir a polpa e levá-la a necrose, e após ocorre
a contaminação do espaço endodôntico. No dente sem vitalidade pulpar e
consequentemente sem circulação sanguínea, portanto sem o combate aos
microrganismos por células ou mediadores imunológicos, dá-se a infecção do canal
radicular. Geralmente, a infecção inicia-se com predomínio de anaeróbios facultativos,
esses, no entanto consomem oxigênio e produzem dióxido de carbono e hidrogênio.
Com o passar do tempo, a disponibilidade de oxigênio torna-se quase inexistente,
tornando o meio favorável para aquelas bactérias que independem do oxigênio, e se
proliferam e sobrevivem em meio rico em dióxido de carbono e hidrogênio (anaeróbias
estritas).
VIA HEMATOGENICA
Nesta via a contaminação dá-se por meio da circulação sanguínea (o microrganismo é
atraído durante um processo de bacteremia).
VIA PERIODONTAL
Os microrganismos presentes na bolsa periodontal podem atingir a polpa por meio dos
túbulos dentinários ou procedimentos realizados durante tratamentos periodontais. Além
disso, bactérias presentes na bolsa periodontal podem ter acesso ao SCR através de
canais laterais ou acessórios ou mesmo do forame apical. Esta via retrograda de
infecção do SCR é conhecida como lesão de endopério.
TENSÃO DE OXIGÊNIO:
No estágio inicial da infecção pulpar, a presença de oxigênio favorece as bactérias
facultativas e aerotolerantes, que são os colonizadores iniciais da polpa. No entanto, No
entanto, devido ao metabolismo dos micro-organismos, à progressão da infecção e à
necrose tecidual, a tensão de oxigênio diminui e promove um ambiente com baixo
potencial de óxido-redução, facilitando a multiplicação e instalação de micro-organismos
anaeróbios facultativos e estritos, especialmente na região mais apical dos canais
radiculares.
NUTRIENTES
Uma dieta rica em carboidratos, glicoproteínas e aminoácidos determinam a microbiota
endodôntica. Esta sequência de eventos que faz com que a microbiota, inicialmente
sacarolítica, passe gradualmente a ser dominada por microrganismos proteolíticos num
processo dinâmico de infecção do SCR.
INTERAÇÃO MICROBIANA
Estas interações demonstram a chance de certas bactérias serem encontradas juntas
na flora do canal radicular. As relações microbianas podem ser positivas, como
comensalismo e protocooperação, ou negativas, como antibiose, e são de grande
importância na definição da microbiota endodôntica. Por exemplo, Fusobacterium
nucleatum e Campylobacter rectus podem utilizar peptídeos e aminoácidos
provenientes da degradação de proteínas por Porphyromonas, Prevotella e
Peptostreptococcus, sendo uma importante relação positiva entre eles.
PH DO AMBIENTE
O pH em tecidos saudáveis geralmente varia entre 7,2 e 7,4, no entanto, quando o
tecido está inflamado, devido à produção de ácidos orgânicos, como o ácido lático,
pelas células inflamatórias, o pH pode variar entre 6,5 a 6,8 e, em situações mais
severas, atingir nível 5, favorecendo o predomínio de espécies acidúricas. No caso de
necrose pulpar, o pH geralmente varia entre 6 e 7,4, que é ideal para a maioria das
bactérias patogênicas.
MECANISMO DE DEFESA DO HOSPEDEIRO
Com a necrose da polpa as células fagocitarias, os neutrófilos e anticorpos não agem
mais naquela infecção, o que faz com que os microrganismos tenham habilidade de
proliferar. Quanto mais organizada esta comunidade maior o seu potencial patogênico e
mais difícil será a sua eliminação durante a terapia endodôntica.
Inflamação aguda
Quando ocorre uma injúria no tecido, infecciosa ou não, há liberação de mediadores
químicos que atuam na microcirculação local, promovendo os eventos vasculares da
inflamação aguda, como vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular.