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SISTEMA IMUNE

Prof: Kelen Baratéla Simm


OBJETIVOS DA AULA
 Reconhecer a significância do sistema imune no combate à infecção e
doença

 Distinguir entre sistemas imunes não específico (inato) e específico


(adaptativo)

 Compreender os mecanismos de combate a infecções/doenças


(eliminação de patógenos)

 Conhecer os componentes humorais e celulares da imunidade não


específica

 Compreender o mecanismo de ação dos componentes humorais e


celulares da imunidade não específica
VISÃO GERAL DO SISTEMA IMUNE
Resposta inespecífica - inata Resposta específica - adaptativa

A resposta é independente de A resposta é dependente de


antígeno antígeno

Há resposta imediata e máxima Há período de latência entre a


exposição e a resposta máxima

Não específica a antígeno Específica a antígeno

Exposição não resulta em Exposição resulta em memória


memória imunológica imunológica
O SISTEMA IMUNE

 Discriminação do próprio/não próprio.

 Proteger o organismo contra invasores patogênicos e eliminar


células modificadas ou alteradas.

 Patógenos podem replicar intracelularmente ou


extracelularmente, diferentes componentes do sistema imune
evoluíram para proteger contra esses diferentes tipos de
patógenos.
O SISTEMA IMUNE
 A doença ocorre quando o nível de infecção é elevado, a
virulência do organismo invasor é grande ou quando a
imunidade está comprometida.

 Efeitos benéficos, porem podem ocorrer efeitos


detrimentais .

 EX: Durante a inflamação, pode haver desconforto local e


danos colaterais a tecidos sadios como resultado dos
produtos tóxicos da resposta imune.

 Doenças auto-imunes.
Resposta imune
inata
RESPOSTA IMUNE INATA

 Reconhecem e respondem aos micro-organismos , mas


não reagem a substâncias não bacterianas

 Células do hospedeiro que são danificadas pelos micro-


organismos
IMUNIDADE INATA (NÃO ESPECÍFICA)
Os elementos

 Barreiras anatômicas - moléculas de secreção e


componentes celulares.

 Barreiras mecânicas anatômicas - a pele e camadas


epiteliais internas, o movimento dos intestinos e a oscilação
dos cílios bronco-pulmonares.

 Associados a essas superfícies protetoras estão agentes


químicos e biológicos
1) BARREIRAS ANATÔMICAS A
INFECÇÕES

 Eficientes na prevenção da colonização de tecidos por


micror-oganismos.
1) BARREIRAS ANATÔMICAS A
INFECÇÕES
Fatores mecânicos

 As superfícies epiteliais

 A descamação do epitélio da pele

 Movimentos devido aos cílios e à peristaltismo.

 Lágrimas e Saliva.
1) BARREIRAS ANATÔMICAS A
INFECÇÕES
As superfícies epiteliais

 Células unidas por junções fortes

 Fluxo longitudinal de ar e fluido através do epitélio

 Movimento do muco pelos cílios


1) BARREIRAS ANATÔMICAS A
INFECÇÕES
Fatores químicos

 Os ácidos graxos no suor inibem o crescimento de bactéria.

 Lisozima e fosfolipase encontrados na lágrima, saliva e secreção nasal


podem destruir a parede celular da bactéria e desestabilizar as membranas
bacterianas.

 pH baixo do suor e da secreção gástrica previnem o crescimento de


bactéria.

 Defensinas (proteínas de baixo peso molecular) encontradas nos pulmões e


no trato gastrointestinal, têm atividade antimicrobiana.

 Agentes surfactantes nos pulmões agem como opsoninas.


1) BARREIRAS ANATÔMICAS A
INFECÇÕES
Fatores biológicos – microbiota normal

 Pode prevenir a colonização de bactéria patogênica pela


secreção de substâncias tóxicas

 Competição com bactéria patogênica por nutrientes

 Ligação à superfície da célula.


2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO

Lesão tecidual

 Uma vez penetrados nos tecidos (agentes infecciosos),


outro mecanismo de defesa inato entra em ação -
inflamação aguda.
1) BARREIRAS ANATÔMICAS A
INFECÇÕES
Fatores biológicos – microbiota normal

 Pode prevenir a colonização de bactéria patogênica pela


secreção de substâncias tóxicas

 Competição com bactéria patogênica por nutrientes

 Ligação à superfície da célula.


2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO
Inflamação aguda

 Caracterizado por edema e o recrutamento de células


fagocitárias.

 São encontrados no soro ou são formados no local da infecção.


2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO
Funções da inflamação no combate à infecção

 1) Oferecer moléculas efetoras adicionais e células aos sítios


da infecção - para aumentar a morte pelo macrófago

 2) Proporcionar uma barreira física para prevenir a


propagação da infecção

 3) Promover o reparo dos tecidos danificados – não


imunológico
2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO

Resposta inflamatória

 Dor,
 Rubor,

 Calor e

 Edema
2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO
Resposta inflamatória
Mudanças nos vasos sanguíneos:
 Aumento do diâmetro vascular –aumento do fluxo sanguíneo
local e redução na velocidade do fluxo sanguíneo – calor e
rubor

 Células endoteliais que circundam os vasos sanguíneos são


ativadas para expressar moléculas de adesão - união de
leucócitos circulantes

 Aumento da permeabilidade vascular – saída do fluído e


proteínas do sangue – acúmulo local no tecido – edema e dor
EVENTOS NA MIGRAÇÃO DOS
LEUCÓCITOS PARA LOCAIS DE
INFECÇÃO
 Linfócitos virgens (não se encontraram com antígenos)

 Circulação sanguínea para tecidos linfóides periféricos –


através das células endoteliais - (interações adesivas
especiais)

 Tecidos linfóides para o sangue – através dos vasos linfáticos


Eventos na migração dos leucócitos para
locais de infecção
2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO

Células envolvidas na inflamação

 Neutrófilos – seguidas de monócitos - diferenciam em


macrófagos nos tecidos.

 Por último eusinófilos e linfócitos – chegam ao local infectado


2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO
Lactoferrina e transferrina
 Ao se ligarem com o ferro, um nutriente essencial para bactéria,
essas proteínas limitam o crescimento bacteriano.

Interferons
 São proteínas que podem limitar a replicação de vírus nas
células.
2) BARREIRAS HUMORAIS À
INFECÇÃO
Lisozima
 Degrada a parede celular da bactéria

Interleucina
 Induz febre e a produção de proteínas de fase aguda da
inflamação, algumas das quais são antimicrobianos, podem
opsonizar bactéria
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO

 Parte da resposta inflamatória é o recrutamento de eusinófilos


polimorfonucleares e macrófagos ao local da infecção.

 Neutrófilos, macrófagos, NK e eusinófilos - são a principal


linha de defesa no sistema imune não específico.
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE
DESENVOLVIMENTO DAS CÉLULAS DO
SISTEMA IMUNE
CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS
POLIMORFONUCLEARES
GRANULÓCITOS POLIMORFONUCLEARES
3) BARREIRAS CELULARES À INFECÇÃO -
NEUTRÓFILOS

 Primeiro tipo a responder a maioria das infecções

 Células polimorfonucleares (PMNs) fagocitam


organismos invasores e os mata intracelularmente.

 Contribuem para lesões colaterais no tecido que ocorrem


durante a inflamação.

Monócito Neutrófilos
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - NEUTRÓFILOS
 Produzidos na medula óssea – 7 milhões de células por min.

 Vida média - 2-3 dias, circulam por cerca de 6 horas

 Marginalização dos neutrófilos e diapedese


3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - NEUTRÓFILOS
Agentes quimiotáticos

 Fragmentos proteicos – C5a do sistema complemento

 Fatores derivados do sistema fibrinolítico das cininas

 Produtos de outros leucócitos e plaquetas

 Produtos de determinadas bactérias


3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - NETRÓFILOS
Grânulos contêm proteínas antibióticas

 Grânulos primários (azurófilos) –


- Lisossomos que contêm hidrolases ácidas, mieloperoxidase
e muramidase

 Grânulos secundários (específicos)


- Lactoferrinas e lisozimas
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - EUSINÓFILOS
 Produzidos na medula óssea

 2- 5% dos leucócitos sanguíneos em


indivíduos saudáveis

 Núcleo bilobado e grânulos


citoplasmáticos

 Participa de reações alérgicas e contra


parasitas
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - EUSINÓFILOS
 Têm proteínas em grânulos que são eficientes na destruição
parasitas

Eosinófilo em esfregaço sanguíneo.


3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - EUSINÓFILOS
 Liberam histaminase – inativam os produtos dos
mastócitos (histaminas)

 Diminui a resposta inflamatória e reduz a migração dos


granulócitos para o local da invasão
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - BASÓFILOS
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - BASÓFILOS
 Produzidoas na medula óssea

 0,2% dos leucócitos

 Grânulos contêm heparina,


leucotrienos, histamina e fator
quimiotático de eusinófilos

 Contra alérgenos
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO - MASTÓCITO
3) BARREIRAS CELULARES À INFECÇÃO -
MACRÓFAGOS

 Macrófagos tissulares e monócitos recentemente recrutados, que


se diferenciam em macrófagos,

 Funcionam na fagocitose e na morte intracelular de


microrganismos.

 Contribuem para o reparo de tecidos e agem como células


apresentadoras de antígenos, que são requeridas para a indução
de respostas imunes específicas
MACRÓFAGOS
Estágios na maturação dos
fagócitos mononucleares
Macrófago Atacando E.coli

Macrófagos residentes de vida longa


encontrados no interior de tecidos. -
histiócitos
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO – CÉLULAS NK

Células assassinas naturais – repouso - (NK) e células


assassinas ativadas por linfocina (LAK)

 Células NK são capazes de matar células-alvo infectadas por


vírus ou malignas- Imunidade inespecífica

 Não são parte da resposta inflamatória,.


3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO – CÉLULAS NK
 10 -15% dos linfócitos sanguíneos e órgãos linfóides
periféricos

 Grânulos citoplasmáticos

 Não expressam os receptores de Ag de células T e B

 Reconhecem Ag recobertos por Ac

 Receptor para IL-2 – LAK


Células
Células Killer
Killer

 Morfologicamente
Morfologicamente
indefinidas
indefinidas
 Tem
Temreceptor
receptor para
para
anticorpos
anticorpos
 Reconhecem
ReconhecemAgs Ags
recobertos
recobertos por
poranticorpos
anticorpos
 Podem
Podemser
sercélulas
célulasNK,
NK,
macrófagos,
macrófagos,eosinófilos
eosinófilos
ou
ououtras
outras células
células
3) BARREIRAS CELULARES À INFECÇÃO
- CÉLULAS NK
 São também conhecidas como grandes linfócitos granulares
ou células LGL,

 Assemelham com linfócitos em sua morfologia, exceto pelo


fato de serem um pouco maiores e terem numerosos grânulos.

 Podem ser identificadas pela presença dos marcadores de


superfície CD56 e CD16 e pela falta de CD3.
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO
Células LAK

 Ao serem expostas a IL-2 e IFN-gama, tornam-se células


assassinas ativadas por linfocina ou LAK,

 São capazes de matar células malignas.

 Terapia com células LAK é uma abordagem para o


tratamento de malignidades
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO
Funções efetoras das células NK
 Destruição das células alvos – citotoxicidade (infectadas por
m.o intracelulares e tumorais)

- Grânulos de proteínas:
 Perforina - facilita a entrada de outras proteínas no
citoplasma de células alvos

 Granzinas – enzimas que induzem a apoptose das células


alvos
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO

Funções efetoras das células NK

 Ativação de macrófagos pelo INF γ secretados pela NK

 Destruição de células infectadas por micro-organismos


Células Natural Killer
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO
Como células NK e LAK distinguem uma célula normal de
uma célula infectada por vírus ou maligna?
 Células NK e LAK têm dois tipos de receptores em sua
superfície:
 Receptor KAR - receptor ativador de função assassina (do
Inglês Killer Activacting Receptor)

 Receptor KIR - inibidor de função assassina KIR (do Inglês


Killer Inhibiting Receptor).
3) BARREIRAS CELULARES À INFECÇÃO
Como células NK e LAK distinguem uma célula normal de
uma célula infectada por vírus ou maligna?

 Quando KAR encontra o seu ligante, um ligante ativador de


função assassina (KAL) na célula-alvo a célula NK ou LAK, é
capaz de matar o alvo.

 Entretanto, se o KIR também se liga a este ligante então a


morte é inibida mesmo que KAR se ligue a KAL.
3) BARREIRAS CELULARES À
INFECÇÃO
 Como células NK e LAK distinguem uma célula normal de
uma célula infectada por vírus ou maligna?

 Os ligantes para KIR são moléculas de MHC classe I.


 Assim, se uma célula-alvo expressa moléculas de MHC classe
I esta não vai ser morta por células NK ou LAK mesmo que o
alvo também tenha um KAL que não pode se ligar a KAR.
 Células normais constitutivamente expressam moléculas de
MHC classe I na sua superfície,
 entretanto, células infectadas por vírus e células malignas têm
diminuída a expressão de MHC classe I.
 Dessa forma, células NK e LAK matam seletivamente células
infectadas por vírus e células malignas, deixando livres as
células normais
Receptores inibitórios das NK
RESPOSTA IMUNE
ADAPTATIVA OU
ADQUIRIDA
IMUNIDADE ADQUIRIDA

Pode ser produzida através de:

 Exposição natural,

 Imunização do hospedeiro a uma configuração estranha,

 Aquisição passiva de anticorpos pré-formados,

 Linfócitos sensibilizados especificamente ou seus produtos


Imunidade adquirida
Limitação Própria

o Toda resposta imune normal, tende a diminuir depois da


estimulação antigênica.

o Permite que o sist. Imune retorne ao estado de repouso após


eliminar cada Ag estranho
Imunidade adquirida
Discriminação do próprio não próprio:
 O sist. Imune reconhece, responde e elimina Ag estranhos, e
não reage com seus próprios antígenos.

 Tolerância própria - habilidade de distinguir entre Ags


próprios e não próprios, é essencial para prevenir reações
contra as próprias células e tecidos do indivíduo.
Imunidade adquirida

Imunidade humoral
 Micro-organismos extracelulares

 Mediada por anticorpo produzidos por linfócitos B

Imunidade celular
 Micro-organismos intracelulares

 Mediada por linfócitos T


Imunidade adquirida
PROPRIEDADES DA RESPOSTA
IMUNOLÓGICA ADQUIRIDA
 Memória.

 Especificidade.

 Diversidade

 Reconhecimento daquilo que não é próprio ao organismo.

 Adquirida a partir da exposição

 Aumenta em intensidade com a exposição


FASES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA
ADQUIRIDA
 Reconhecimento do Ag

 Ativação dos Linfócitos

 Eliminação dos Ag

 Declínio e

 Memória
FASES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA
ADQUIRIDA
IMUNIDADE ADQUIRIDA

 Imunidade adquirida Ativa

 Imunidade Adquirida Passiva


Imunidade ativa
 É a resposta à exposição ao antígeno, no qual vai
produzir Ac.

Ex: Vacinação.
Imunidade passiva
Soro de indivíduos normais apresentam Ac. capazes de
interagir contra agentes patogênico sem que o indivíduo
tenha entrado em contato com o agente.
EX: Ac. de mãe para filho.
Imunidade Ativa e Passiva
TIPO ORIGEM GRAU DE DURAÇÃO
ATIVA
Natural Produção de Ac por micror. vivos Imunidade duradoura
ou de seus produtos que causam EX: sarampo.
doenças
Artificial Produção de Acs. pela Proteção sólida por
administração de Ags. muitos anos Ex:
vacina
PASSIVA
Natural Transferência de Acs. pela Proteção de curta
circulação placentária ou pelo duração
colostro
Artificial Soro de animal ou homem imune Proteção imediata mas
em hospedeiro suscetível de curta duração de
2 a 3 semanas

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