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Resumos Imuno Meus
Resumos Imuno Meus
Estamos constantemente expostos a agentes infecciosos e mesmo assim, na maioria dos casos
somos capazes de resistir a essas infecções. É o nosso sistema imune que nos permite resistir
a infecções. O sistema imune é composto de duas subdivisões principais: O sistema inato ou
não específico e o sistema imune adaptativo ou específico (Figura 1). O sistema inato é nossa
primeira linha de defesa contra organismos invasores enquanto que o sistema imune adaptativo
age como uma segunda linha de defesa e também protege contra re-exposição ao mesmo
patógeno. Cada uma dessas subdivisões principais do sistema imune tem tanto componentes
celulares como humorais, através dos quais elas executam suas funções de proteção (Figura 1).
Além disso, o sistema imune inato também tem aspectos anatômicos que funcionam como
barreiras à infecção. Embora esses dois ramos do sistema imune tenham funções distintas, há
interconexão entre eles (isto é, componentes do sistema imune inato influenciam o sistema imune
adaptativo e vice-versa).
Tabela 1
Os elementos do sistema imune inato (não específico (Tabela 2) incluem barreiras anatômicas,
moléculas de secreção e componentes celulares. Entre as barreiras mecânicas anatômicas
estão a pele e camadas epiteliais internas, o movimento dos intestinos e a oscilação dos cílios
bronco-pulmonares. Associados a essas superfícies protetoras estão agentes químicos e
biológicos.
1. Fatores mecânicos
As superfícies epiteliais formam uma barreira física que é muito impermeável à maioria
dos agentes infecciosos. Dessa forma, a pele age como nossa primeira linha de defes a
contra organismos invasores. A descamação do epitélio da pele também ajuda a remover
bactéria e outros agentes infecciosos que aderiram às superfícies epiteliais. Moviment os
devido aos cílios e à peristalse ajuda a manter as vias aéreas e o trato gastrointestinal
livres de organismos. O fluir das lágrimas e saliva ajuda a prevenir infecção nos olhos e
na boca. O efeito pegajoso do muco que cobre o trato respiratório e gastrointestinal ajuda
a proteger os pulmões e o sistema digestivo contra as infecções.
2. Fatores químicos
3. Fatores biológicos
LAK
4. Interferons – Interferons são proteínas que podem limitar a replicação de vírus nas
células.
3. Células assassinas naturais (NK) e células assassinas ativadas por linfocina (LAK) –
Células NK e LAK podem matar células tumorais infectadas por vírus de maneira não
específica. Essas células não são parte da resposta inflamatória, mas são importantes
na imunidade não específica a infecções virais e na prevenção de tumores.
A. Células fagocitárias
1. Neutrófilos/Células polimorfonucleares
PMNs são células fagocitárias móveis com núcleo lobulado. Elas podem ser identificadas
pelas características do núcleo ou pela presença de um antígeno na superfície da célula
chamado CD66. Elas contêm dois tipos de grânulos cujos conteúdos estão envolvid os
nas propriedades antimicrobianas dessas células. Os grânulos primários ou azurófilos ,
que são abundantes em PMNs recém formados, contêm proteínas catiônicas
e defensinas que podem matar bactéria, enzimas proteolíticas como elastase, e
catepsina G para degradar proteínas, lisozima para degradar paredes celulares, e
caracteristicamente, mieloperoxidase, que está envolvida na geração de compostos
bactericidas. O segundo tipo de grânulo encontrado em PMNs mais maduros é o grânulo
secundário ou específico. Estes contêm lisozima, componentes da NADPH oxidase, que
está envolvido na geração de produtos tóxicos de oxigênio, e caracteristicamente
lactoferrina, uma proteína queladora de ferro e proteína ligadora a B12.
PMN circulantes e monócitos respondem ao perigo (sinais SOS) gerado no local da infecção. Os
sinais SOS incluem peptídeos contento N-formil-metionina liberados pela bactéria, peptídeos do
sistema de coagulação, produtos do complemento e citocinas liberadas dos macrófagos
tissulares que encontraram bactéria no tecido. Alguns dos sinais SOS estimulam células
endoteliais próximas do local da infecção que passam a expressar moléculas de adesão tais
como ICAM-1 e selectinas que ligam a componentes da superfície das células fagocitárias
provocando a aderência dos fagócitos ao endotélio. Vasodilatadores produzidos no local da
infecção provocam o afrouxamento das junções entre as células endoteliais e os fagócitos então
atravessam a barreira endotelial “espremendo-se” entre as células endoteliais através de um
processo chamado diapedese(Figura 9). Uma vez formados espaços no tecido alguns dos sinais
SOS atraem fagócitos ao local da infecção por quimiotaxia (movimento em direção a um
gradiente químico). Os sinais SOS também ativam os fagócitos, o que resulta em um aument o
da fagocitose e morte intracelular dos organismos invasores.
Células fagocitárias têm uma variedade de receptores em suas membranas através dos quais
agentes infecciosos se ligam às células. Eles incluem:
1. Receptores Fc – Bactérias com anticorpo IgG em sua superfície têm a região Fc exposta e
esta parte da molécula de Ig se liga ao receptor nos fagócitos. A ligação ao receptor Fc requer
interação prévia do anticorpo com o antígeno. A ligação de bactéria coberta com IgG aos
receptores Fc levam ao aumento da fagocitose e da atividade metabólica dos fagócitos (queima
respiratória).
D. Fagocitose
Após a ligação a uma bactéria, a célula fagocitária começa a estender pseudópodos próximo à
bactéria. Estes eventualmente envolvem a bactéria e a engolfam, sendo a mesma enclausurada
em um fagossomo. Durante a fagocitose os grânulos ou lisossomos da célula fagocitária se
fusionam como o fagossomo e esvaziam seus conteúdos. O resultado é uma bactéria engolfada
em um fagolisossomo que contém os conteúdos dos grânulos ou lisossomos.
Tabela 3
Reação Enzima
H2O2 + Cl- --> OCl- + H2O Mieloperoxidase
OCl- + H2O --> 1O2 +Cl- + H2O
2O2 + 2H+ --> O2- + H2O2 Superóxido dismutase
A ligação de bactéria a macrófagos, particularmente ligação via receptores tipo Toll, resulta na
produção de TNF-alfa, que age de maneira autócrina para induzir a expressão do gene induzível
da óxido nítrico sintetase (i-nos ) resultando na produção de óxido nítrico (NO) (figura 12). Se a
célula é também exposta ao gama interferon (IFN-gama) é produzido óxido nítrico adicional
(figura 12). O óxido nítrico liberado pela célula é tóxico e pode matar microrganismos na
vizinhança do macrófago.
Algumas células incluindo NK e LAK, células K, macrófagos ativados e eosi nófilos são capazes
de matar células-alvo próprias alteradas de maneira não específica. Essas células têm papel
importante no sistema imune inato.
A. Células NK e LAK
Células assassinas naturais ou células NK são também conhecidas como grandes linfócitos
granulares ou células LGL (do Inglês Large Granular Lymphocytes) porque se assemelham com
linfócitos em sua morfologia, exceto pelo fato de serem um pouco maiores e terem numerosos
grânulos. Células NK podem ser identificadas pela presença dos marcadores de superfície CD56
e CD16 e pela falta de CD3. Células NK são capazes de matar células -alvo infectadas por vírus
ou malignas, mas são relativamente ineficientes nessa tarefa. Entretanto, ao serem expostas a
IL-2 e IFN-gama, células NK tornam-se células assassinas ativadas por linfocina ou LAK (do
Inglês Lymphok ine-Activated Killer), que são capazes de matar células malignas. Exposição
continuada a IL-2 e IFN-gama habilita células LAK a matar células transformadas e malignas.
Terapia com células LAK é uma abordagem para o tratamento de malignidades .
Como células NK e LAK distinguem uma célula normal de uma célula infectada por vírus ou
maligna? Células NK e LAK têm dois tipos de receptores em sua superfície – um receptor
ativador de função assassina ou receptor KAR (do Inglês Killer Activacting Receptor) e um
receptor inibidor de função assassina ou receptor KIR (do Inglês Killer Inhibiting Receptor).
Quando KAR encontra o seu ligante, um ligante ativador de função assassina (KAL) na célula-
alvo a célula NK ou LAK, é capaz de matar o alvo. Entretanto, se o KIR também se liga a este
ligante então a morte é inibida mesmo que KAR se ligue a KAL. Os ligantes para KIR são
moléculas de MHC classe I. Assim, se uma célula-alvo expressa moléculas de MHC classe I esta
não vai ser morta por células NK ou LAK mesmo que o alvo também tenha um KAL que não
pode se ligar a KAR.Células normais constitutivamente expressam moléculas de MHC classe I
na sua superfície, entretanto, células infectadas por vírus e células malignas têm diminuída a
expressão de MHC classe I. Dessa forma, células NK e LAK matam seletivamente células
infectadas por vírus e células malignas, deixando livres as células normais.
Células assassinas (K) não são um tipo de célula morfologicamente distinto. Pelo contrário, uma
célula K é qualquer célula que media a citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC).
Em ADCC o anticorpo age como um conector que aproxima a célula K e a célula-alvo para que
a morte ocorra. Células K têm em sua superfície um receptor Fc para anticorpo e assim elas
podem reconhecer, ligar e matar células-alvo cobertas com anticorpo. Células assassinas que
têm receptores Fc incluem NK, LAK, e macrófagos que têm um receptor Fc para anticorpos IgG
e eosinófilos que têm um receptor Fc para anticorpos IgE.
Todos os componentes do sistema imune não específico estão modulados por produtos do
sistema imune específico, tais como interleucinas,gama interferon, anticorpos, etc
Tabela 5. Características das células envolvidas na resistência não
específica
Marcador identificador e/ou função
Células K - - IgG ? -
Célula LAK - - ? ? ?
Todas as células do sistema imune se originam de uma célula tronco hematopoiética que
origina duas linhagens principais, uma de células mielóides progenitoras e uma de células
linfóides progenitoras (Figura 4). Esses dois progenitores originam células mielóides
(monócitos, macrófagos, células dendríticas, megacariócitos e granulócitos) e células
linfóides (células T, células B e células assassinas naturais (NK),
respectivamente. Essas células constituemos componentes celulares dos sistem a s
imunes inato(não específico) e adaptativo (específico).
Todas as células hematopoiéticas são derivadas de células-tronco pluripotentes que originam duas linhagens
principais: uma para células linfóides e uma para células mielóides. A progenitora linfóide comum tem a
capacidade de se diferenciar tanto em células T como em células B, dependendo do microambiente onde elas
estão. Em mamíferos, células T se desenvolvem no timo enquanto que células B se desenvolvem no fígado fetal
e na medula óssea. Uma AFC é uma célula formadora de anticorpos, sendo o plasmócito a AFC mais
diferenciada. Células NK também se derivam de célula progenitora linfóide comum. As células mielóides se
diferenciam em células iniciadas à esquerda. O termo coletivo “granulócito” é usado para eosinófilos, neutrófilos
e basófilos.
Células que constituem o sistema imune adaptativo (específico) incluem os linfócitos B e T. Após
exposição ao antígeno, células B diferenciam em plasmócitos cuja função primária é a produção
de anticorpos. Similarmente, células T podem se diferenciar em células T citotóxicas (Tc) ou
células auxiliares (Th) das quais existem dois tipos: Células Th1 e Th2.
Existem vários marcadores de superfície celular que são usados em laboratórios clínicos para
distinguir entre células B, T e suas sub-populações. Estes estão sumarizados na
Tabela 1.
Powerpoint 2
DEFINIÇÕES
Imunogénio
Uma substância que induz uma resposta imune específica. Antigénios que induzem a produção
de anticorpos.
Antigénio (Ag)
Uma substância que reage com os produtos de uma resposta imune específica. Molécula capaz
de ativar os linfócitos B (resposta humural), encontrando-se na forma nativa ou os linfócitos T
(resposta celular), encontrando-se sob a forma de fragmentos apresentados por moléculas MHC.
Hapteno
Uma substância que não é imunogênica, mas que pode reagir com os produtos de uma resposta
imune específica. Haptenos são pequenas moléculas que jamais poderiam induzir uma resposta
imune quando administradas sozinhas, mas que podem quando acopladas a uma molécula
carreadora. Haptenos livres, entretanto, podem reagir com produtos da resposta imune depois
que tais produtos são lançados. Haptenos têm a propriedade de antigenicidade, mas não
imunogenicidade. Antigénios que não induzem a produção de anticorpos. Aumentam a
imunogenicidade (ex: adjuvante das vacinas).
Anticorpo (Ab)
Uma proteína específica que é produzida em resposta a um imunógeno e que reage com um
antígeno. Proteínas segregadas pelos plasmócitos (linfócitos B diferenciados) que viajam pelo
sangue e tecidos à procura de antigénios especificos aos quais se ligam para desencandearem
uma série de respostas imunológicas com vista à destruição do agente transportador do
antigénio.
Estranheza
O sistema imune normalmente discrimina entre o próprio e não próprio de modo que somente
moléculas estranhas são imunogênicas.
Tamanho
Não há um tamanho absoluto acima do qual uma substância será imunogênica. Entretanto, em
geral, quanto maior a molécula mais imunogênica ela poderá ser.
Composição Química~
Em geral, quanto mais complexa quimicamente a substância for mais imunogênica ela
será. Os determinantes antigênicos são criados pela sequência primária dos resíduos no
polímero e/ou pela estrutura secundária, terciária ou quaternária da molécula. As proteínas são
os compostos mais imunogénicos.
Forma física
Degradabilidade
Antígenos que são facilmente fagocitados são geralmente m ais imunogênicos. Isso é
porque para a maioria dos antígenos (antígenos T-dependentes, ver abaixo) o desenvolvim ent o
de uma resposta imune exige que o antígeno seja fagocitado, processado e apresentado a
células T auxiliares por uma célula apresentadora de antígeno (APC).
Idade
Idade também influencia a imunogenicidade. Usualmente os muito jovens e os muito idosos têm
diminuída a habilidade de montar uma resposta imune em resposta a um imunógeno. Os recém
nascidos respondem com dificuldade aos antigénios glicosilados.
Método de Administração
Dose
A dose de administração de um imunógeno pode influenciar sua imunogenicidade. Há uma dose
de antígeno acima ou abaixo da qual a resposta imune não será ótima.
Via
Geralmente a via subcutânea é melhor que a via intravenosa ou int ragástrica. A via de
administração do antígeno também pode alterar a natureza da resposta.
Adjuvantes
Substâncias que podem aumentar a resposta imune a um antígeno são chamadas
adjuvantes. O uso de adjuvantes, entretanto, é freqüentemente prejudicado pelos efeitos
colaterais como febre e inflamação.
Proteínas
A grande maioria dos imunógenos são proteínas. Estas podem ser proteínas puras ou elas
podem ser glicoproteínas ou lipoproteínas. Em geral, proteínas são usualmente muito bons
imunógenos.
Polissacarídeos
Polissacarídeos puros e lipopolissacarídeos são bons imunógenos.
Ácidos Nucleicos
Ácidos nucleicos são usualmente pobremente imunogênicos . Entretanto, eles podem se tornar
imunogênicos quando em fita simples ou quando complexado com proteínas.
Lipídios
Em geram lipídios são não-imunogênicos, embora eles possam ser haptenos.
TIPOS DE ANTÍGENIOS
Antígenos T-independentes
Esses antígenos são caracterizados pelo mesmo determinante antigênico repetido muitas vezes
como ilustrado na Figura 1.
Muitos desses antígenos pode ativar clones de células B específicos para outros antígenos
(ativação policlonal). Antígenos T-independentes podem ser subdivididos em Tipo 1 e Tipo 2
baseado nas suas habilidades de ativar policlonalmente células B. Antígenos T-independentes
Tipo 1 são ativadores policlonais enquanto Tipo 2 não é.
Resistência a degradação
Antígenos T-dependentes
Antígenos T-dependentes são aqueles que não estimulam diretamente a produção de anticorpos
sem a ajuda das células T. Proteínas são antígenos T-dependentes. Estruturalmente esses
antígenos são caracterizados por algumas cópias de determinantes antigênicos muito diferentes
como ilustrado na Figura 2.
CONJUGADOS CARREADOR-HAPTENOS
Definição
Conjugados carreador-haptenos são moléculas imunogênicas às quais haptenos se acoplam
covalentemente. A molécula imunogênica é chamada carreador
Estrutura
Estruturalmente esses conjugados são caracterizados por possuir determinantes anti gênicos do
carreador nativos, assim como novos determinantes criados pelo hapteno (determinant es
haptênicos) como ilustrado na Figura 3. O determinante então criados pelo hapteno consiste no
hapteno e alguns dos resíduos adjacentes, embora o anticorpo produzido ao determinante irá
reagir também com o hapteno livre. Em tais conjugados o tipo de carreador determina se a
resposta será T-independente ou T-dependente.
DETERMINANTES ANTIGÊNICOS
Tamanho
Em geral determinantes antigênicos são pequenos e são limitados a aproximadamente 4-8
resíduos (aminoácidos ou açúcares). O sítio de combinação do anticorpo acomoda um
determinante antigênico de aproximadamente 4-8 resíduos.
Número
Embora, em teoria, cada 4-8 resíduos possa constituir um determinante antigênico em separado,
na prática, o número de determinantes antigênicos por antígeno é muito menor do que o
teoricamente possível. Usualmente os determinantes antigênicos são limitados àquelas
porções do antígeno que são acessíveis a anticorpos como ilustrado na Figura 4
(determinantes antigênicos estão indicados em preto).
Tamanho
Em geral determinantes antigênicos são pequenos e são limitados a aproximadamente 8-15
aminoácidos.
Número
Embora, em teoria, cada 8-15 resíduos possa constituir um determinante antigênico em
separado, na prática, o número de determinantes antigênicos por antígeno é muito menor do que
é teoricamente possível. Os determinantes antigênicos são limitados àquelas porções do
antígeno que pode ligar a moléculas MHC. É por isso que há diferenças nas respostas de
indivíduos diferentes.
SUPERANTÍGENIOS
Determinantes reconhecidos pelos componentes do sistema imune inato (não específico) difere
daqueles reconhecidos pelo sistema imune adaptativo (específico). Anticorpos, e receptores
de células B e T reconhecem determinantes separados e demonstram um elevado grau de
especificidade, permitindo o sistema imune adaptativo reconhecer e reagir a um patógeno
particular. Contrariamente, componentes do sistema imune inato reconhecem padrões
moleculares variados encontrados em patógenos, mas não no hospedeiro. Dessa forma,
eles são desprovidos do elevado grau de especificidade vista no sistema imune adaptativo. Os
padrões moleculares variados reconhecidos pelo sistema imune inato é chamado PAMPS
(padrões moleculares associados a patógenos) e os receptores de PAMPS são chamados
PRRs (padrões de reconhecimento de receptores). Um PRR particular pode reconhecer um
padrão molecular que deve estar presente em uma quantidade de patógenos diferentes
permitindo o receptor a reconhecer uma variedade de patógenos diferentes. Exemplos de alguns
PAMPs e PRRs estão ilustrados na Tabela 1.
Drift antigénico
-pequenas mutações que ocorrem continuamente;
-pequenas variações na estrutura antigénica do vírus dentro do mesmo
subtipo;
-responsáveis pelo aparecimento de novas estirpes todos os anos (as
pessoas são vacinadas);
-população parcialmente imunizada mas pode ser reinfetada;
Shift antigénico
Powerpoint 3
Imunoglobulinas (Ig)
Moléculas de glicoproteína que são produzidas pelos plasmócitos em resposta a um imunógeno
e que funcionam como anticorpos. As imunoglobulinas derivam seu nome da descoberta de que
elas migram com as proteínas globulares quando soro contendo anticorpos é colocado em um
campo elétrico (Figura 1).
Pontes dissulfeto
Domínios
Imagens tridimensionais da molécula de imunoglobulina mostram que ela não é reta como
mostrado na Figura 2A. Ao contrário, ela é dobrada em regiões globulares, cada uma das quais
contém uma ponte dissulfeto intracadeia (figura 2B-D). Essas regiões são chamadas domínios.
Oligossacarídeos
Regiões framework
As regiões entre as regiões determinadoras de complementariedade na região variável são
chamadas regiões framework (Figura 3). Com base nas similaridades e diferenças nas regiões
framework as regiões variáveis da cadeia pesada e leve da imunoglobulina podem ser divididas
em grupos e subgrupos. Estes representam os produtos de diferentes genes de região variável.
Cada região variável contém 3 sub regiões particularmente variáveis (regiões hipervariáveis) que
correspondem às ansas da proteína que contactam com o antigénio, também chamadas regiões
determinantes de complementaridade (CDR).
FRAGMENTOS DE IMUNOGLOBULINA: RELAÇÕES
ESTRUTURA/FUNÇÃO
Fragmentos de imunoglobulinas produzidos por digestão proteolítica têm -se mostrado úteis na
elucidação das relações de estrutura e função em imunoglobulinas.
Fab
Digestão com papaína quebra a molécula de imunoglobulina na região da dobradiça antes da
ponte dissulfeto intercadeia Figura 4. Isso resulta na formação de dois fragmentos idênticos que
contém a cadeia leve e os domínios V H e CH1 da cadeia pesada.
Ligação a antígenio – Esses fragmentos foram chamados de fragmentos Fab porque eles
continham o sítio de ligação a antígenos do anticorpo. Cada fragmento Fab é monovalent e
enquanto que a molécula original era divalente. O sítio de combinação do anticorpo é criado tanto
por V H e VL. Um anticorpo é capaz de se ligar a um determinante antigênico particular porque ele
tem uma combinação particular de V H e VL. Combinações diferentes de V H e VL resultam em
anticorpos capazes de se ligar a determinantes antigênicos diferentes.
Fc
Digestão com papaína também produz um fragmento que contém o restante das duas cadeias
pesadas, cada uma contendo um domínio CH2 e CH3. Esse fragmento foi chamado Fc porque é
facilmente cristalizado
Funções efetoras – As funções efetoras das imunoglobulinas são mediadas por esta
parte da molécula. Diferentes funções são mediadas por diferentes domínios nesse
fragmento (Figura 5). Normalmente a habilidade de um anticorpo exercer uma função
efetora requer a ligação prévia a um antígeno; entretanto, há exceções a essa regra.
F(ab')2
Tratamento de imunoglobulinas com pepsina resulta na clivagem da cadeia pesada depois das
pontes dissulfeto H-H intercadeia, resultando em um fagmento que contém ambos os sítios de
ligação a antígenos (Figure 6). Esse fragmento foi chamado F(ab') 2 porque é divalente. A região
Fc da molécula é digerida a pequenos peptídeos pela pepsina. O F(ab')2 liga-se a antígeno mas
não media as funções efetoras dos anticorpos.
Classes de imunoglobulinas
As imunoglobulinas podem ser divididas em cinco classes diferentes, com base nas
diferenças em seqüências de aminoácidos na região constante das cadeia s pesadas.
Todas a imunoglobulinas de uma mesma classe tem regiões constantes de cadeia pesada muito
similares. Essas diferenças podem ser detectadas por estudos de seqüências ou mais
comumente por meios sorológicos (i.e. pelo uso de anticorpos dirigidos a essas diferenças).
IgG – Cadeias pesadas gama
Subclasses de imunoglobulinas
As classes de imunoglobulinas podem ser divididas em subclas ses baseadas em pequenas
diferenças nas seqüências de aminoácidos na região constante das cadeias pesadas.
Todas as imunoglobulinas de uma subclasse têm seqüências de aminoácidos de região
constante de cadeia pesada muito similares. Novamente essas diferenças são mais comumente
detectadas por meios sorológicos.
Subclasses de IgG
Subclasses de IgA
Tipos de imunoglobulinas
Imunoglogulinas podem ser também classificadas pelo tipo de cadeia leve que possuem. Tipos
de cadeia leve são baseados na diferença de sequência de aminoácidos na região
constante da cadeia leve. Essas diferenças são detectadas por meios sorológicos.
Subtipos de imunoglobulina
As cadeias leves podem ser também divididas em subtipos baseados nas diferenças de
sequência de aminoácidos da região constante de cadeia leve .
Subtipos de lambda
Lambda 1
Lambda 2
Lambda 3
Lambda 4
Nomenclatura
Imunoglobulinas são nomeadas com base na classe, ou na cubclasse de cadeia pesada e tipo
ou subtipo de cadeia leve. A menos que seja precisamente declarado você deve assumir que
todas as subclasses, tipos e subtipos estão presentes. IgG significa que todas as subcla sse s
e tipos estão presentes.
Heterogeneidade
Imunoglobulinas consideradas como uma população de moléculas são normalmente muito
heterogêneas porque elas são compostas de diferentes classes e subclasses cada uma com
diferentes tipos e subtipos de cadeias leves. Além disso, diferentes moléculas de
imunoglobulinas podem ter diferentes propriedades de ligação a antígenios devido às
diferentes regiões V H e VL .
IgG
Estrutura
As estruturas de subclasses de IgG estão apresentadas na Figura 7. Todas IgG's são
monômeros (imunoglobulina 7S). As subclasses diferem no número de pontes dissulfe to
e comprimento da região da dobradiça.
Propriedades
A mais versátil imunoglobulina porque é capaz de realizar todas as funções das moléculas
de imunoglobulinas.
d) Fixação do complemento – Nem todas as subclasses fixam com a mesma eficiência; IgG4
não fixa complemento.
e) Ligação a células – Macrófagos, monócitos, PMN's e alguns linfócitos têm receptores para a
região Fc da IgG. Nem todas as subclasses se ligam com a mesma eficiência; IgG2 e IgG4 não
se ligam a receptores de Fc. Uma consequência da ligação a receptores de Fc em PMN's,
monócitos e macrófagos é que a célula pode então internalizar o antígeno melhor. O anticorpo
preparou o antígeno para ser comido pelas células fagocitárias. O termo opsonina é usado
para descrever substâncias que aumentam a fagocitose. IgG é uma boa opsonina . Ligação
de IgG a receptores de Fc em outros tipos de células resulta na ativação de outras funções.
IgM
Estrutura
A estrutura da IgM está apresentada na Figura 8. IgM normalmente existe como um pentâmero
(imunoglobulina 19S) mas ela pode também existir como um monômero. Na forma pentaméric a
todas as cadeias pesadas são idênticas e todas as cadeias leves são idênticas. Assim, a valênc ia
é teoricamente 10. IgM tem um domínio extra na cadeia mu (CH4) e ela tem outra proteína
covalentemente ligada via uma ponde S-S chamada cadeia J. Esta cadeia funciona em
polimerização da molécula a um pentâmero.
Propiedades
b) IgM é a primeira Ig a ser feita pelo feto e a primeira Ig a ser feita por uma célula B virgem
quando é estimulada pelo antígeno.
d) Como consequência da sua estrutura, IgM também é uma boa Ig aglutinadora. Assim,
anticorpos IgM são muito boas em agregar microrganismos para eliminação eventual para fora
do corpo.
f) Ig de superfície de célula B
IgM de superfície existe como um monômero e não tem cadeia J mas tem 20 aminoácidos
extras na região C-terminal para se ancorar na membrana (Figura 9). IgM de superfície
celular funcionam como um receptor para antígeno ou células B. IgM de superfície é
associada não covalentemente com duas proteínas adicionais na membrana da célula B
chamadas Ig-alfa e Ig-beta como indicado na Figura 10. Essas proteínas adicionais agem
como moléculas de transdução de sinal uma vez que a cauda citoplasmática da molécula
de Ig por si mesma é muito curta para transduzir um sinal. O contato entre a superfície da
imunoglobulina e um antígeno é necessário antes de um sinal ser transduzido pelas cadeias Ig-
alfa e Ig-beta. No caso dos antígenios T-independentes, contacto entre o antígeno e a superfíc ie
da imunoglobulina é suficiente para ativar as células B a se diferenciarem em plasmócitos
secretores de anticorpos. Entretanto, para antígenos T-dependentes, um segundo sinal fornecido
pelas células T auxiliares é necessário para ativar as células B.
IgA
Estrutura
A IgA do soro é um monômero mas a IgA encontrada em secreções é um dímero como
apresentado na Figura 11. Quando IgA sai do dímero, uma cadeia J se associa a ela.
Quando IgA é encontrada em secreções também tem outra proteína associada a ela chamada
de peça secretora T; sIgA é às vezes referida como imunoglobulina 11S. Ao contrário do resto
da IgA que é feito no plasmócito, a peça secretora é feita nas células epiteliais e é adicionada à
IgA à medida que esta passa através das secreções (Figura 12). A peça secretora ajuda a IgA a
ser transportada através da mucosa e também a protege da degradação nas secreções.
Propriedades
b) IgA é a principal classe de Ig em secreções – lágrimas, saliva, colostro, muco. Uma vez que é
encontrada em secreções IgA secretora é importante na imunidade local (de mucosa).
IgD
Estrutura
A estrutura da IgD está apresentada na Figura 13. IgD existe somente como um monômero.
Propriedades
Estrutura
A estrutura do IgE está apresentada na Figura 14. IgE existe como um monômero e tem um
domínio extra na região constante.
Propriedades
a) IgE é a Ig sérica menos comum uma vez que se liga fortemente com receptores de Fc em
basófilos e mastócitos mesmo antes da interação com o antígeno.
c) IgE também participa em doenças parasitárias por helmintos. Uma vez que os níveis
sorológicos de IgE aumentam em doenças parasitárias, a quantificação dos níveis de IgE auxilia
no diagnóstico de infecções parasitárias. Eosinófilos têm receptores de Fc para IgE e a ligação
de eosinófilos a helmintos cobertos por IgE resulta na morte do parasita.
IgG
Aumenta em:
a) Infecções granulomatosas crônicas
b) Infecções de todos os tipos
c) Hiperimunização
d) Doenças hepáticas
e) Desnutrição (severa)
f) Disproteinemia
g) Doenças associadas com hipersensibilidade granulomas, desordens dermatológicas, e
mieloma de IgG.
h) Artrite reumatóide
Diminui em:
a) Agamaglobulinemia
b) Aplasia linfóide
c) Deficiência seletiva IgG, IgA
d) Mieloma de IgA
e) Proteinemia de Bence Jones
f) Leucemia linfoblástica crônica
IgM
Diminui em:
a) Agamaglobulinemia
b) Desordens linfoproliferativas (certos casos)
c) Aplasia linfóide
d) Mieloma de IgG e IgA
e) Disgamaglobulinemia
f) Leucemia linfoblástica crônica
IgA
Aumenta em:
a) Síndrome de Wiskott-Aldrich
b) Cirrose hepática (na maioria dos casos)
c) Certos estágios de desordens autoimunes do colágeno e outras, tais como artrite reumatóide
e lúpus eritematoso
d) Infecções crônicas não baseadas em deficiências imunológicas
e) Mieloma de IgA
Diminui em:
a) Ataxia telangiectasia hereditária
b) Estados de deficiência imunológica (ex. disgamaglobulinemia, agamaglobulinemia congênita
e adquirida, e hipogamaglobulinemia)
c) Síndromes de mal absorção
d) Aplasia linfóide
e) Mieloma de IgG
f) Leucemia linfoblástica aguda
g) Leucemia linfoblástica crônica
IgD
Aumenta em:
a) Infecções crônicas
b) Mielomas de IgD
IgE
Aumenta em:
Diminui em:
a) Agamaglobulinemia congênita
b) Hipogamaglobulinemia por defeito no metabolismo ou na síntese de imunoglobulinas
Powerpoint 4
ISOTIPOS
Definição
Isotipos são determinantes antigênicos que caracterizam classes e subclasses de cadeias
pesadas e tipos e subtipos de cadeias leves.
Localização
Isotipos de cadeia pesadas são encontrados na porção Fc da região constante da
molécula enquanto que isotipos de cadeia leve são encontrados na região constante . A
localização de determinantes isotípicos está ilustrada na Figura 1.
Ocorrência
Isotipos são encontrados em todos os indivíduos NORMAIS na espécie. O prefixo Iso quer
dizer o mesmo em todos os membros da espécie. Alguns indivíduos com imunodeficiências
podem não ter um ou mais isotipos mas indivíduos normais têm todos os isotipos.
Importância
Anticorpos são usados para a quantificação de classes e subclasses de Ig em várias doenças,
na caracterização de leucemia de células B e no diagnóstico de várias doenças de
imunodeficiência
HALOTIPOS
Definição
Alotipos são determinantes antigênicos especificados por formas alélicas dos gene de Ig.
Diferenças alélicas existentes na porção constante das cadeias pesadas ou leves.
Diferenças alotípicas são detectadas pelo uso de anticorpos dirigidos contra determinantes
alotípicos. Esses anticorpos podem ser preparados pela injeção de Ig de uma pessoa para outra.
Na prática entretanto, nós obtemos anti-soro anti-alotipo de mulher que tenha tido gravidez
multipla ou de pessoas que receberam transfusão ou de alguns pacientes com artrite reumatóide.
Localização
No Homem diferenças alotípicas são localizadas na região constante das cadeias pesada e leve
como ilustrado na Figura 2.
Ocorrência
Alotipos individuais são encontrados em indivíduos membros de uma mesma espécie. Todos os
alotipos não são encontrados em todos os membros da espécie. O prefixo Alo quer dizer
diferente em indivíduos de uma espécie.
Alotipos de Ig humanos
Nomenclatura – Alotipos de Ig humanos são denominados com base na cadeia pesada ou
leve na qual está localizado. Assim, um alotipo de uma cadeia pesada Gamma 1 é
denominado: G1m(3). Um alotipo em uma cadeia leve Kappa é denominado: Km(1). Tabela
1 lista alguns alotipos humanos.
Adaptado de Stites et al., Basic and Clin. Immunol., 3rd Ed., Tabela 7-8
Genética
Genes autossômicos codominantes
Km(1)/Km(3) X Km(1)/Km(1)
Exclusão Alélica
ex. Em um indivíduo G1m(1,17) ambos os alotipos podem estar na mesma cadeia pesada
GM1(1) G1m(17)
_____________|______________________________________|______________
214 355-358
Importância
Monitoração de enxêrtos de medula óssea
Enxêrtos de medula óssea que produz um alotipo diferente do do recipiente pode ser usado para
monitorar o enxêrto.
Medicina forense
Alotipos Km e Gm são detectáveis em manchas de sangue e sêmem e são usados em medicina
forense.
Teste de paternidade
Os alotipos de imunoglobulina são uma das características usadas em casos legais envolven do
paternidade.
IDIOTIPOS (Id)
Definição
Determinantes antigênicos únicos presentes em moléculas de anticorpo individuais ou em
moléculas de idêntica especificidade.
Idêntica especificidade quer dizer que todas a moléculas de anticorpo têm exatamente as
mesmas regiões hipervariáveis.
Para compreender o que são idiotipos, é útil compreender como eles são detectados.
Anticorpo
contra o sítio
de anti-DNP
Linhagem A
combinação Ab purificado
de anti-DNP
Ab
Um antígenio, neste caso o hapteno dinitrofenol, é injetado em um camundongo e
anticorpos (contra DNP) são produzidos. Este anticorpo pode ser purificado até a
homogeneidade e injetado em outro camundongo da mesma linhagem. A maioria
dos epitopos do anticorpo será encontrado no sistema imune do segundo
camundongo como “próprios”; entretanto, os epitopos que formam o sítio de ligação
a DNP (idiotopos – este é um termo que muitas vezes não é usado e é
frequentemente usado como alternativa para idiotipo) serão encontrados como
estranhos, uma vez que o segundo camundongo não foi injetado com DNP -BSA. O
segundo camundongo desenvolverá anticorpos somente contra os idiotipos do
anticorpo purificado anti-DNP. Esses são portanto anticorpos anti-idiotípicos
Determinantes antigênicos criados pela região hipervariável de um anticorpo
são idiotipos.
Localização
Idiotipos sãos localizados no fragmento Fab de moléculas de Ig como ilustrado na Figura
3. Especificamente, eles são localizados no ou próximo das regiões hipervariáveis das
cadeias pesada e leve. Muitas vezes o verdadeiro determinante antigênico (i.e. idiotipo) inclui
alguns dos resíduos framework próximo da região hipervariável. Idiotipos são usualment e
determinantes criados por ambas as cadeias pesada e leve HVR's, embora às vezes cadeias
pesadas e leves isoladas expressem o idiotipo.
Importância
Marcador de região V
Há evidência de que respostas imunes sejam reguladas por anticorpos anti-Id dirigidos contra
nossos próprios Id's.
Vacinas
Em alguns casos anticorpos anti-idiotípicos na verdade estimulam células B a fazerem anticorpos
e assim elas podem ser usadas como uma vacina. Essa abordagem está sendo experimentada
para imunizar contra patógenos altamente perigosos que não podem ser utilizados com
segurança para uma vacina.
Vacinas anti-
idiotipo
Tratamento de tumores de célula B
Anticorpos anti-idiotípicos dirigidos contra um idiotipo em células B malígnas podem ser usados
para matar as células. A morte ocorre por causa da fixação do complemento ou porque moléculas
tóxicas estão acopladas aos anticorpos.
HISTÓRIA
Dados de sequenciamento de aminoácidos revelaram que uma única região C pode estar
associada com muitas regiões V diferentes. Também foi demonstrado que um único idiotipo pode
estar associado com diferentes regiões C (ex. IgM e IgG). Para explicar estes dados foi sugerido
que talvez as duas regiões da molécula de imunoglobulina fossem codificadas por genes
separados e que as regiões gênicas de V e C fossem de alguma forma ligadas antes que uma
molécula de imunoglobulina fosse feita (ou seja, haveria dois genes para um polipeptídeo). Esta
foi uma idéia revolucionária mas com o advento da tecnologia do DNA recombinante, foi provado
ser a correta. As cadeias pesadas e leves das imunoglobulinas são codi ficadas por três
famílias de genes diferentes cada uma situada em um cromossomo diferente – uma para
a cadeia pesada e uma para cada um dos tipos de cadeia leve. Cada uma dessas famílias
de genes tem algumas regiões gênicas V e uma ou mais regiões gênicas C. As regiões
gênicas V e C não são entretanto imediatamente adjascentes uma em relação à outra .
A família de genes lambda é composta de 4 regiões gênicas C, uma para cada subtipo de cadeia
lambda, e aproximadamente 30 regiões gênicas V. Cada região gênica V está composta de
dois exons, um (L) que codifica para um peptídeo sinal e o outro (V) que codifica para a maior
parte da região variável. A montante (lado 5’) de cada um dos genes C há um exon adicional
chamado J (junção). Os exons L, V, J e C estão separados por íntrons (sequências intervenient es
não codificadoras).
À medida que uma célula se diferencia em uma célula B madura que irá fazer uma cadeia leve,
ocorre um rearranjo dos vários genes (exons) e o gene começa a ser expressado como mostrado
na Figura 2.
Quando a célula se compromete a tornar-se em uma célula B fazendo uma cadeia leve, há o
rearranjo dos genes ao nível de DNA de forma que um dos genes V é levado para próximo de
uma das regiões J. Isso ocorre através de um evento recombinacional que remove o íntron entre
as regiões V e J. A seleção de qual gene V é usado não é totalmente aleatória; há uma certa
preferência pelo uso de genes V mais próximos das regiões J. Entretanto, com o tempo todos os
genes V podem ser usados de forma que todas as combinações de genes V e regiões J podem
ser geradas.
Como consequência deste rearranjo de DNA é que o gene se torna transcricionalmente ativo
porque um promotor(P), que é associado com o gene V, é levado para perto de um ativador ou
enhancer (E), que está localizado no íntron entre as regiões J e C. Quando a transcrição se inicia
a partir do promotor um pré-RNAm é feito que contém sequências das regiões L, V J e C, assim
como sequências para os íntrons entre L e V e entre J e C (Veja Figura 2). Este pré-RNAm é
processado (splicing) no núcleo e os íntrons remanescentes são removidos. O RNAm resultante
tem os exons contíguos L, V J e C.
Assim como ocorre com as cadeias leves a seleção do gene V de cadeia pesada não é totalmente
aleatória mas eventualmente todos os genes V podem ser usados.
Uma consequência destes rearranjos de DNA é que o gene se torna transcricionalmente ativo
porque um promotor (P), que está associado com o gene V, é levado para perto de um ativador
(E), que está localizado no íntron entre as regiões J e C mu. Quando a transcrição se inicia a partir
do promor um pré-RNAm é feito que contém sequências das regiões L, V, D, J C mu e Cdelta , assim
como sequências para os íntrons entre L e V, entre J e Cmu, e entre Cmue Cdelta (Figura 4).
Os RNAm são traduzidos no citoplasma e o peptídeo sinal é removido à medida que a proteína
é transportada pelo lúmen do retículo endoplasmático. A cadeia pesada é montada com uma
cadeia leve no retículo endoplasmático e a imunoglobulina é secretada via rota normal das
proteínas secretoras. A região V da cadeia pesada madura é codificada por sequências no gene
V, região D e região J e a região C por sequências no gene C.
A recombinação só ocorre entre um sinal de 1 volta e um sinal de 2 voltas. No caso das cadeias
leves λ existe um sinal de 1 volta a montante (lado 5’) do exon J e um sinal de 2 voltas a jusante
(lado 3’) de V lambda. No caso das cadeias leves κ há um sinal de 1 volta a jusante (lado 3’) do
gene V kappa e um sinal de 2 voltas a montante do exon J. No caso das cadeias pesadas há sinais
de 1 volta em cada lado do exon D e um sinal de 2 voltas a jusante do gene V e um sinal de 2
voltas a montante do exon J. Assim, isso garante que os eventos corretos de recombinação irão
ocorrer.
A ordem pela qual os genes de imunoglobulina são expressos em uma célula B é mostrada na
Figura 7 e 8.
Cadeia pesada (Figura 7)
Uma célula primeiro tenta rearranjar um dos genes de cadeia pesada; em algumas células o
cromossomo materno é selecionado e em outras o cromossomo paterno é selecionado. Se o
rearranjo é bem sucedido de forma que uma cadeia pesada é feita, então nenhum rearranjo
posterior ocorre nos genes de cadeia pesada. Se, por outro lado, a primeira tentativa de
rearranjar os genes de cadeia pesada é mal sucedido (isto é, nenhuma cadeia pesada é feita),
então a célula tenta rearranjar os genes de cadeia pesada no seu outro cromossomo. Se a célula
não for bem sucedida ao rearranjar os genes de cadeia pesada pela segunda vez, seu destino é
ser eliminada.
Cadeia leve kappa (Figura 8)
Quando uma célula rearranja com sucesso um gene de cadeia pesada, ela começa então a
rearranjar um dos seus genes de cadeia leve k appa. É um evento aleatório, quer sejam
selecionados genes de cadeia leve maternos ou paternos. Se o rearranjo for mal sucedido (isto
é, não produz uma cadeia leve k appa funcional), então ela tenta rearranjar os genes k appa do
outro cromossomo. Se uma célula rearranja um gene de cadeia leve k appa com sucesso, ela
será uma célula B que faz uma imunoglobulina com uma cadeia leve k appa.
Se uma célula é mal sucedida ao rearranjar ambos os seus genes de cadeia leve k appa, ela
então tenta fazer uma cadeia leve lambda. É um evento aleatório, quer sejam selecionados
genes de cadeia leve lambda maternos ou paternos. Se o rearranjo é mal sucedido (isto é, não
produz uma cadeia leve lambda funcional), então ela tenta rearranjar os genes lambda no outro
cromossomo. Se uma célula rearranja com sucesso um gene de cadeia leve lambda, ela será
uma célula B que faz uma imunoglobulina com uma cadeia leve lambda.
Generalidades
Diversidade de anticorpos se refere à soma total de todas as especificidades de anticorpos que
um organismo pode fazer. É estimado que podemos fazer 107 - 108 moléculas diferentes de
anticorpos. Uma das mais importantes questões em imunologia tem sido como podemos fazer
tantas moléculas de anticorpos diferentes. As teorias que têm tentado explicar a origem da
diversidade de anticorpos caem em duas categorias principais.
Ideias Atuais
Nosso pensamento atual é de que tanto a teoria da linhagem germinativa como a teoria da
mutação somática têm algum mérito. Acredita-se que a diversidade de anticorpos seja gerada
pelos seguintes mecanismos.
Existem:
a) 30 genes V de lambda
b) 300 genes V de k appa
c) c) 1000 genes V de cadeia pesada
2. Junção V-J e V-D-J
A recombinação entre V-J e V-D-J nem sempre é perfeita e diversidade adicional pode existir
devido a erros que ocorrem no evento de recombinação que leva a vegião V para perto das
regiões J ou D ou a região D para perto da região J. É estimado que essas inacurácias possam
triplicar a diversidade gerada pela junção V-J e V-D-J. A diversidade gerada por esses
mecanismos ocorrem na terceira região hipervariável e portanto, afetam diretamente o sítio de
recombinação do anticorpo.
4. Inserção na região N
5. Mutação somática
6. Associação combinatorial
Qualquer célula B individual tem o potencial de fazer qualquer uma das possíveis cadeias
pesadas e qualquer uma das possíveis cadeias leves. Assim, diferentes combinações de cadeias
pesadas e leves em uma célula B individual adiciona mais diversidade.
7.Multi-especificidade
Devido a reações cruzadas entre determinantes antigênicos de estrutura similar um anticorpo
pode frequentemente reagir com mais de um determinante antigênico. Isso se chama multi -
especificidade. Multi-especificidade também contribui para a diversidade de anticorpos.
Um exemplo de como estes mecanismos podem gerar uma grande quantidade de diversidade é
ilustrado abaixo:
Estes cálculos não levam em consideração as contribuições das cadeias leves lambda, mutação
somática, diversidade juncional, inserções na região N ou multi-especificidade.
Memória
Um segundo aspecto da resposta imune específica é que ele demonst ra memória. O sistema
imune “se lembra” de que já viu um antígeno antes e reage a uma segunda exposição do
antígeno de maneira diferente da primeira exposição. Geralmente apenas uma exposição ao
mesmo antígeno irá iniciar a resposta por memória.
Especificidade
Um terceiro aspecto característico do sistema imune específico é que há um elevado grau de
especificidade em suas reações. A resposta a um antígeno particular é específica para aquele
antígeno ou para alguns antígenos estreitamente relacionados.
FORMAÇÃO DO ANTICORPO
Destino do imunógeno
Eliminação após injeção primária
Figura 1.
Fase de equilíbrio
A primeira fase é chamada de fase de equíbrio ou equilibração.
Durante este tempo o antígeno se equilibra entre os
compartimentos vasculares e extravasculares por difusão. Este
é normalmente um processo rápido. Uma vez que antígenos
particulados não difundem, eles não têm esta fase.
Nesta fase os anticorpos recém sintetizados se combinam com o antígeno produzindo complexos
antígeno/anticorpo que são fagocitados e degradados. Os anticorpos aparecem no soro somente
após concluida a fase de eliminação imune.
Fase log – A fase log em uma resposta secundária é mais rápida e atinge níveis
mais elevados de anticorpos.
Na resposta primária a classe principal de anticorpo produzido é a IgM, enquanto que na resposta
secundária é IgG (ou IgA ou IgE) (Figura 4). Os anticorpos que persistem na resposta secundária
são os anticorpos IgG.
Afinidade
Avidez
Como consequência do aumento de afinidade, a avidez dos anticorpos aumenta durante a
resposta.
Reatividade-cruzada
Como resultado da afinidade tardia aumentada na resposta, também ocorre um aumento na
reatividade cruzada detectável. Uma explicação para o porquê do aumento da afinidade levando
a um aumento da reatividade cruzada detectável está ilustrado no seguinte exemplo.
Afinidade do Ac pelo Ag
Inicial Tardia
Ag Imunizante 10-6 10-9
+ ++
Ag de reação
10-3 10-6
cruzada
- +
Fase lag
Clones de células T e B com os receptores apropriados de antígenos ,
tornam´se ativados e começam a proliferar. Os clones expandidos de
células B se diferenciam em plasmócitos que começam a secretar
anticorpos.
Fase log
Os plasmócitos inicialmente secretam anticorpo IgM uma vez que o
gene de cadeia pesada Cμ está mais perto do gene VDJ rearranjado.
Eventualmente algumas células B trocam a produção de IgM pela
produção de IgG, IgA ou IgE. À medida que mais células B proliferam e
se diferenciam em células secretoras de anticorpos a concentração de
anticorpos aumenta exponencialment e.
Fase estacionária
À medida que o antígeno é esgotado, as células T e B não são mais
ativadas. Em adição a isso, mecanismos que regulam negativamente a
resposta imune começam a participar. Além do mais, plasmócitos
começam a morrer. Quando a taxa de síntese de anticorpo se iguala à
taxa de decaimento, a fase estacionária é atingida.
Fase de declínio
Quando nenhum anticorpo novo é produzido porque o antígeno não está
mais presente para ativar células T e B e o anticorpo residual é
paulatinamente degradado, a fase de decaimento é atingida.
Nem todas as células T e B que são estimuladas pelo antígeno durante a primeira ameaça do
antígeno morrem. Algumas delas são células de vida longa e constituem o que referimos como
pool de células de memória. Tanto células de memória T como células de memória B são
produzidas e células de memónia T sobrevivem mais tempo do que células de memória B. Numa
ameaça secundária pelo antígeno não somente células virgens T e B são ativadas, como também
células de memória e porisso há um tempo de latência menor na resposta secundária. Uma vez
que há um clone expandido de células sendo estimuladas a taxa de produção de anticorpos
também é aumentada durante a fase log da produção de anticorpos e níveis mais elevados são
atingidos. Igualmente, visto que muitas senão todas as células de memória B terão mudado para
a produção de IgG (IgA ou IgE), IgG é produzido mais cedo na resposta secundária. Além disso,
uma vez que há um clone expandido de células de memória T que podem ajudar as células B a
mudarem para a produção de IgG (IgA ou IgE), a classe predominante de Ig produzida após a
segunda ameaça é IgG (IgA ou IgE).
Mudança de classe
Durante uma resposta por anticorpos a um antígeno T-dependente ocorre uma mudança na
classe de Ig produzida de IgM para algumas outras classes (exceto IgD). Nossa compreens ão
da estrutura dos genes de imunoglobulina ajuda a explicar como ocorre a mudança de classe
(Figura 10).
Durante a mudança de classe ocorre outro rearranjo de DNA entre um sítio de mudança (S μ) no
íntron entre as regiões VDJ rearranjadas e o gene Cμ e outro sítio de mudança antes de um dos
outros genes de regiões constantes, permitindo dessa forma a expressão de uma nova classe
de cadeia pesada. Uma vez que o mesmo gene VDJ é colocado junto de um gene C diferente
e uma vez que a especificidade do anticorpo é determinada pelas regiões hipervariáveis
dentro da região V, o anticorpo produzido após a ocorrência da mudança, terá a mesma
especificidade de antes.
Citocinas secretadas pelas células T auxiliares podem causar a mudança para certos isotipos.
Imunoglobulinas de membrana e secretoras
Há dois sítios poli-A potenciais no gene da imunoglobulina. Um após o exon para o último
domínio de cadeia pesada e o outro após os exons que codificam para os domínios trans -
membrana. Se o primeiro sítio poli-A é usado, o pré-RNAm é processado para produzir uma
proteína secretora. Se o segundo sítio poli-A é usado, o pré-RNAm é processado para produzir
uma forma membranar de imunoglobulina. Entretanto, em todos os casos a mesma região
VDJ é usada e porisso a especificidade do anticorpo permanece a mesma . Todos os genes
de região C têm essas partes adicionais de membrana associadas a eles e assim, após a
mudança de classe outras classes de imunoglobulinas podem ser secretadas ou expressas na
superfície das células B.
FUNÇÕES DO COMPLEMENTO
Historicamente, o termo complemento (C) era usado para se referir a um componente termo lábil
do soro que era capaz de lisar bactéria (atividade destruída (inativada) pelo aquecimento do soro
a 56 graus C por 30 minutos). Entretanto, o complemento é hoje conhecido por contribuir para as
defesas do hospedeiro também de outras maneiras. O complemento pode opsonizar bactéria para
uma melhor fagocitose; pode recrutar e ativar várias células incluindo células polimorfonucleares
(PMNs) e macrófagos; pode participar na regulação de respostas de anticorpos e pode auxiliar na
eliminação de complexos imunológicos e células apoptóticas. Complemento também tem efeitos
detrimentais para o hospedeiro; contribui para inflamação e danos tissulares e pode disparar
anafilaxia.
O complemento compreende mais de 20 proteínas séricas diferentes (ver Tabela 1) que são
produzidas por uma variedade de células incluindo, hepatócitos, macrófagos e células epiteliais
do intestino. Algumas proteínas do complemento ligam-se a imunoglobulinas ou a componentes
de membrana das células. Outras são proenzimas que, quando ativadas, clivam uma ou mais
outras proteínas do complemento. Com a clivagem algumas das proteínas do complemento
liberam fragmentos que ativam células, aumentam a permeabilidade vascular ou opsonizam
bactéria.
A ativação do complemento pode ser dividida em quatro vias (figura 1): a via clássica,
a via da lectina, a via alternativa e a via do ataque à membrana (ou via lítica). Ambas
as vias clássica e alternativa levam à ativação da C5 convertase e resulta na produção
de C5b que é essencial para a ativação da via do ataque à membrana.
Alguns dos produtos da via clássica têm atividades biológicas potentes que
contribuem para as defesas do hospedeiro. Alguns desses produtos também
têm efeitos detrimentais se produzidos de maneira não regulada. Tabela 2
sumariza as atividades biológicas dos componentes da via clássica.
Se a via clássica não for regulada poderá haver produção contínua de C2b, C3a, e C4a.
Desse forma, deve haver uma maneira de regular a atividade da via clássica. Tabela
3 sumariza as maneiras pelas quais a via clássica é regulada.
VIA ALTERNATIVA
Muitas bactérias gram negativas e algumas gram positivas, certos vírus, parasitas,
células vermelhas heterólogas, agregados de imunoglobulinas (particularmente IgA) e
algumas outras proteínas (ex. proteases, produtos da via de coagulação) pode ativar a
via alternativa. Uma proteína, o fator do veneno da cobra (CVF), tem sido
extensivamente estudada pela sua habilidade de ativar esta via.
VIA DA LECTINA
A via da lectina (figura 3) é muito similar à via clássica. Ela é iniciada pela ligação da
lectina ligadora a manose (MBL) a superfícies bacterianas com polissacarídeos
(mananas) contendo manose. A ligação de MBL a um patógeno resulta na associação
de duas proteases de serina, MASP-1 e MASP-2 (MBL-proteases associadas a serina).
MASP-1 e MASP-2 são similares a C1r e C1s, respectivamente e MBL é similar a C1q.
A formação do complexo tri-molecular MBL/MASP-1/MASP-2 resulta na ativação das
MASPs e subseqüente clivagem de C4 em C4a e C4b. O fragmento C4b liga à
membrana e o fragmento C4a é liberado no microambiente. MASPs ativadas também
clivam C2 em C2a e C2b. C2a liga à membrana em associação com C4b e C2b é
liberada no microambiente. O complexo C4bC2a resultante é a C3 convertase, que cliva
C3 em C3a e C3b. C3b liga-se à membrana em associação com C4b e C2a e C3a é
liberada no microambiente. O C4bC2aC3b resultante é a C5 convertase. A geração da
C5 convertase é o fim da via da lectina.
C5a gerado na via lítica tem várias e potentes atividades biológicas. É a mais potente anafilotoxina.
Além disso, é um fator quimiotáctico para neutrófilos e estimula a queima respiratória neles e
estimula a produção de citocina inflamatória pelos macrófagos. Sua atividade é controlada pela
inativação pela carboxipeptidase B (C3-INA).
Alguns dos complexos C5b67 formados podem se dissociar da membrana e entrar na fase fluida.
Se for isso o que acontece então ele pode se ligar a outras células vizinhas e provocar sua lise. A
lesão a células das vizinhanças é impedida pela Proteína S (vitronectina). Proteína S liga-se ao
C5b67 solúvel e impede sua ligação a outras células
Produção de Cinina
C2b gerada durante a via clássica da ativação do C é uma procinina que torna-se biologicamente
ativa após alteração enzimática pela plasmina. A produção excessiva de C2b é imped ida pela
ativação limitada de C2 pelo inibidor C1 (C1-INH) também conhecido como serpina que desacopla
C1rs do complexo C1qrs (Figura 10). Uma deficiência genética de C1-INH leva à superprodução
de C2b e é a causa do edema angioneurótico. Esta condição pode ser tratada com Danazol que
promove a produção de C1-INH ou com ácido ε-amino capróico que diminui a atividade da
plasmina.
Anafilotoxinas
C4a, C3a e C5a (em ordem crescente de atividade) são todas as anafilotoxinas que
causam degranulação celular de basófilos/mastócitos e contração de células da
musculatura lisa. Efeitos indesejáveis desses peptídios são controlados pela
carboxipeptidase B (C3a-INA).
Fatores Quimiotácticos
C5a e MAC (C5b67) são ambos quimiotácticos. C5a é também um potente ativador de
neutrófilos, basófilos e macrófagos e causam indução de moléculas de adesão nas
células endoteliais vasculares.
Opsoninas
C3b e C4b na superfície de microrganismos se encaixam no receptor do C (CR1) em
células fagocitárias e promovem fagocitose.
Powerpoint 8
VISÃO GERAL
Patógenos extra-celulares
Anticorpos são a defesa primária contra patógenos extra-celulares e eles funcionam de três
maneiras principais:
Patógenos intracelulares
Como anticorpos não penetram nas células hospedeiras, eles são ineficazes contra patógenos
intracelulares. O sistema imune usa uma abordagem diferente para lidar com esses
tipos de patógenos. Respostas mediadas por células são a defesa primária contra
patógenos intracelulares e a abordagem é diferente dependendo de onde está o
patógeno na célula hospedeira (i.e., no citosol ou no interior de vesículas). Por exemplo,
a maioria dos virus e algumas bactérias residem no citoplasma da célula hospedeira.
Entretanto, algumas bactérias e parasitas na verdade vivem no interior de endossomas
na célula hospedeira infectada. A defesa primária contra patógenos no citosol é o linfócito
T citotóxico (Tc ou TCL). Contrariamente, a defesa primária contra um patógeno no
interior de vesículas é uma sub-divisão de linfócitos T auxiliares (Th1).
Células Th são uma sub-divisão de células T que expressam um tipo especial de antígeno nas
suas superfícies chamado CD4. Uma sub-população de células Th, células Th1, é a defes a
primária contra patógenos intracelulares que vivem no interior de vesículas. Células Th1
reconhecem antígenos de patógenos que são expressados na superfície das células infect adas
e liberam citocinas que ativam a célula infectada. Uma vez ativada, a célula infectada pode então
matar o patógeno. Por exemplo, Mycobacterium tuberculosis, o agente causador da tuberculose,
infecta macrófagos mas não é morto porque ele bloqueia a fus ão dos lisossomos com os
endossomos nos quais ele reside. Células Th1 que reconhecem antígenos de M. tuberculosis na
superfície de um macrófago infectado podem secretar citocinas que ativam macrófagos. Uma
vez ativado o macrófago, os lisossomos se fusionam com os endossomos e as bactérias de M.
tuberculosis são mortas.
Embora respostas imunes sejam dirigidas ao patógeno e para o local onde o patógeno reside,
a maioria dos patógenos pode emitir uma resposta mediada tanto por anticorpos como por
células, ambas as quais podem contribuir para que o hospedeiro se livre do patógeno.
Entretanto, para um patógeno em particular, um anticorpo ou uma resposta mediada por
célula pode ser mais importante para a defesa contra o patógeno.
A especificidade na resposta imune adaptativa reside nos receptores de antígenos nas células T
e B, os receptores TCR e BCR, respectivamente. TCR e BCR são semelhantes no fato de que
cada receptor é específico para um determinante antigênico mas eles diferem no fato de que
BCRs são divalentes enquanto que TCRs são monovalentes (Figura 5). Uma consequência
dessa diferença é que enquanto células B podem ter seus receptores de antígenos em ligação
cruzada com um antígeno, TCR não podem. Isso tem implicações sobre como as células B e T
podem se tornar ativadas.
Cada célula B e T tem um receptor que é especifico para um determinante antigênico particular e
existe uma grande variedade de receptores diferentes em ambas as células B e T. A ques tão sobre
como esses receptores são gerados foi o principal assunto para imunologistas por muitos anos. Duas
hipóteses básicas foram propostas para explicar a geração dos receptores: a hipótese instrucionista
(original) e a hipótese da seleção clonal.
RECIRCULAÇÃO DE LINFÓCITOS
Como existem relativamente poucos linfócitos T ou B com um receptor para um antígeno
particular (1/10.000 – 1/100.000), as chances de um encontro bem sucedido entre o
antígeno e o linfócito apropriado são mínimas. Entretanto, as chances de um encontro
bem sucedido são muito aumentadas pela recirculação dos linfócitos através dos órgãos
linfóides secundários. Linfócitos no sangue entram nos nódulos linfáticos e se infiltram
através dos nódulos linfáticos (Figura 6). Se eles não encontram um antígeno no nódulo
linfático, eles saem via vasos linfáticos e voltam ao sangue via ducto torácico. É estimado
que 1-2% dos linfócitos recirculam a cada hora. Se os linfócitos nos nódulos linfáticos
encontram um antígeno, que tenha sito transportado para o nódulo linfático via vasos
linfáticos, as células se tornam ativadas, dividem-se e diferenciam-se para se
transformarem em plasmócitos, Th ou célula Tc. Após alguns dias as células efetoras
podem sair dos nódulos linfáticos via vasos linfáticos e retornam ao sangue via ducto
torácico e daí encontram seus caminhos para o local do tecido infectado.
Linfócitos não instruídos (virgens) entram nos nódulos linfáticos deixando o sangue via
vênulas endoteliais altas (HEVs). Receptores-guias nos linfócitos dirigem as células para
os HEVs. Nos linfonodos, linfócitos com o receptor de antígeno apropriado encontram o
antígeno, que foi transportado aos linfonodos pelas células dendríticas ou macrófagos .
Após a ativação os linfócitos expressam novos receptores que permitem as células sairem
do linfonodo e se re-introduzirem na circulação. Receptores nos linfócitos ativados
reconhecem moléculas de adesão celular expressas nas células endoteliais próximo ao
local de uma infecção e quimiocinas produzidas no local da infecção ajudam a atrair as
células ativadas (Figura 7).
Linfócitos virgens dos tecidos linfóides primários tais como medula óssea migram para tecidos linfóides secundários,
i.e. o baço e os linfonodos. Células apresentadoras de antígenos (APCs), incluindo células dendríticas e fagócitos
(monócitos) mononucleares, também derivam de células-tronco da medula óssea. Essas APCs penetram nos tecidos,
englobam o antígeno e o transportam para os tecidos linfóides para serem apresentados às células T e B. Linfócitos
iniciados então migram dos tecidos linfóides e se acumulam preferencialmente nos locais de infecção e inflamação
MHC
Estudos subsequentes mostraram que existiam dois tipos de moléculas codificadas pelo MHC:
Moléculas de classe I e de classe II. Moléculas de classe I foram encontradas em todas a células
nucleadas (não em células vermelhas do sangue) enquanto que moléculas de classe II foram
encontradas somente nas células apresentadoras de antígenos (APCs), que incluem células
dendríticas, macrófagos, células B e alguns outros tipos (Figura 1).
Somente após a descoberta de como o receptor de célula T (TCR) reconhece o antígeno é que
o papel dos genes de MHC na resposta imune foi compreendido. Foi demonstrado que o TCR
reconhece peptídios antigênicos em associação com moléculas de MHC. Células T reconhecem
porções de proteínas antigênicas que são ligadas covalentemente a produtos dos genes de
MHC. Células T citotóxicas (Tc) reconhecem peptídios ligados a moléculas de MHC classe I e
células T auxiliares (Th) reconhecem peptídios ligados a moléculas de MHC classe II. As
estruturas tridimencionais das moléculas de MHC e TCR foram determinadas por cristalografia
de raios X de forma que pudemos ter uma visão clara de como os produtos de genes de TCR,
MHC e antígeno interagem
A molécula de MHC classe 1 tem três domínios globulares: alfa 1 (amarelo), alfa 2 (verde) e alfa 3
(azul). O domínio alfa 3 é estreitamente associado com com a molécula não codificada pelo MHC
beta 2 microglobulina (rosa). Esta última é estabilizada pela ponte dissulfeto (vermelha) e é
semelhante a um domínio de imunoglobulina na estrutura tridimensional. Os sítios aloantigênicos
que carreiam determinantes específicos para cada indivíduo estão nos domínios alfa 1 e 2. O último
também tem uma cadeia de carboidrato (azul, CHO). Existe um fosfato no domínio citoplasmático.
Papaína cliva próximo da superfície externa da membrana plasmática.
As moléculas de MHC classe I são compostas de duas cadeias polipeptídicas: Uma longa
cadeia α e uma curta cadeia β chamada β2-microglobulina (figura 2). A cadeia α tem
quatro regiões: Primeiro, uma região citoplasmática, contendo sítios de fosforilação e de
ligação a elementos do citoesqueleto. Segundo, uma região transmembrana contendo
aminoácidos hidrofóbicos pelos quais a molécula é ancorada na membrana celular.
Terceiro, um domínio altamente conservado tipo imunoglobulina α3 ao qual se liga
CD8. Quarto, uma região de ligação a peptídio altamente polimórfica formada a partir dos
domínios α1 e α2. A β2- microglobulina se associa com a cadeia α e auxilia a manter a
conformação apropriada da molécula.
. Uma análise de qual parte das moléculas de MHC classe I é mais variável demonstra que
a variabilidade é mais pronunciada nos domínios α1e α2, que compreende a região de
ligação ao peptídio (Figura 3). A estrutura da fenda de ligação, revelada pela cristalografia
de raios X, mostra que é composta de duas α helices formando uma parede de cada lado
e oito lâminas de folha-beta formando um assoalho. O peptídio é ligado no interior da fenda
e os resíduos que a cobrem fazem contato com o peptídio (Figura 4). Esses são os
resíduos que são mais polimórficos. A fenda irá acomodar peptídios com comprimento de
aproximadamente 8-10 aminoácidos. Se um peptídio em particular vai ligar ou não à fenda
vai depender dos aminoácidos que cobrem a fenda. Devido ao fato de moléculas de classe
I serem polimórficas, moléculas de classe I diferentes se ligarão a peptídios diferentes .
Cada molécula de classe I irá se ligar somente a certos peptídios e haverá um conjunto de
requisitos que o peptídio deve cumprir para se ligar à fenda. Por exemplo, Figura 5 mostra
que uma molécula de classe I irá se ligar a peptídios que tenham uma leucina (L) como
aminoácido no terminal carboxílico e tirosina (Y) ou fenilalanina (F) como 4º aminoácido a
partir do terminal carboxílico. Se essas duas condições são cumpridas um peptídio irá se
ligar, independentemente de quaisquer que sejam os outros aminoácidos. Similarment e
uma molécula de classe I diferente irá se ligar a qualquer peptídio que tenha uma tirosina
(Y) como segundo aminoácido a partir do terminal amínico e uma valina (V), isoleucina (I)
ou leucina (L) no terminal carboxílico (Figura 5). Assim, para cada molécula de classe I há
certos aminoácidos que precisam estar em locais determinados no peptídio para se ligar à
molécula de MHC. Essas regiões no peptídio são chamadas de “regiões de ancoragem”.
No MHC há 6 genes que codificam moléculas de classe I: HLA-A, HLA –B, HLA-C, HLA-E,
HLA-F e HLA-G. Entre estas HLA-A, HLA –B e HLA-C são as mais importantes e são as
mais polimórficas. A tabela 1 mostra o grau de polimorfismo em cada um desses loci.
Moléculas de MHC classe II são compostas de duas cadeias polipeptídicas uma α e uma β de
tamanho aproximadamene igual (Figura 6). Ambas as cadeias têm quatro regiões: primeiro, uma
região citoplasmática contendo regiões de fosforilação e elementos de ligação ao citoesqueleto;
segundo, uma região transmenbrana contendo aminoácidos hidrofóbicos pelos quais a molécula
é ancorada na membrana celular, terceiro, um domínio α2 altamente conservado e um
domínio β2 altamente conservado ao qual se liga CD4, e uma região de ligação a peptídio
altamente polimórfica formada pelos domínios α1 e β1.
Assim como no caso das moléculas de MHC Classe I, uma análise de qual parte das
moléculas de MHC classe II é mais variável demonstra que a variabilidade é mais pronunciada
nos domínios α1 e β1, que compreende a região de ligação ao peptídio (Figura 7). A estrutura
da fenda de ligação ao peptídio, revelada por cristalografia de raios X, mostra que, como nas
moléculas de MHC classe I, a fenda é composta de duas α helices formando uma parede de
cada lado e oito oito lâminas de folha-beta formando um assoalho. Ambas as cadeias α1 e β1
contribuem para a estrutura da fenda de ligação ao peptídio. O peptídio se liga à fenda e os
resíduos que cobrem a fenda fazem contato com o peptídio. Esses são os resíduos que são mais
polimórficos. A fenda de moléculas de Classe II é aberta em um dos lados de forma que esta
pode acomodar peptídios mais longos de aproximadamente 13-25 aminoácidos com alguns dos
aminoácidos localizados do lado de fora da fenda. Se um peptídio particular irá ligar à fenda ou
não vai depender dos aminoácidos que cobrem a fenda. Devido ao fato de que moléculas de
classe I são polimórficas, diferentes moléculas de classe II irão ligar diferentes peptídios. Assim
como no caso das moléculas de classe I, cada molécula de classe II irá ligar somente certos
peptídios e haverá um conjunto de critérios que um peptídio deve cumprir para se ligar à fenda (
(i.e. “regiões de ancoragem”).
No MHC há 5 loci que codificam moléculas de classe II, cada um deles contendo um gene para
uma cadeia α e pelo menos um gene para uma cadeia β. Os loci são designados como HLA-DP,
HLA –DQ, HLA-DR, HLA-DM, e HLA-DO. Dentre esses, HLA-DP, HLA –DQ, e HLA-DR são os
mais importantes e os mais polimórficos. Tabela 2 mostra o grau de polimorfirmo de cada um
desses loci.
HLA-DPA 12
HLA-DPB 88
HLA-DQA 17
HLA-DQB 42
HLA-DRA 2
HLA-DRB1 269
HLA-DRB3 30
HLA-DRB4 7
HLA-DRB5 12
Relativamente poucos
HLA-DM e HLA-DO
alelos
O heterodímero receptor de célula T compreende duas glicoproteínas transmembrana e as cadeias alfa e beta.
Há dois domínios na parte externa de cada cadeia e estas se parecem com as regiões variáveis e constantes
da imunoglobulina. Há cadeias de açúcares em cada domínio. Há uma pequena sequência semelhante à
região de dobradiça que conecta os domínios tipo domínio de imunoglobulina à sequência transmembrana.
Esta contém cisteínas que formam uma ponte dissulfeto. As estruturas helicoidais hidrofóbicas transmembrana
são peculiares por conterem aminoácidos carregados positivamente (aminoácidos básicos). A cadeia alfa tem
dois resíduos carregados positivamente enquanto a cadeia beta tem um.
O TCR é um heterodímero composto de uma cadeia α e uma β de aproximadamente igual
tamanho (Figura 8). Cada cadeia tem uma cauda citoplasmática curta mas de tamanho
suficiente para transduzir um sinal de ativação para a célula. Ambas as cadeias têm uma
região transmembrana que compreende os aminoácidos hidrofóbicos pelos quais a
molécula é ancorada na membrana celular. Ambas as cadeias têm uma região constante
e uma região variável semelhante às cadeias de imunoglobulina. A região variável de
ambas as cadeias contêm regiões hipervariáveis que determinam a especificidade para o
antígeno. Cada célula T carrega um TCR de uma única especificidade (i.e. há exclusão
alélica).
Há uma pequena população de células T que expressam TCRs que têm cadeias γ e δ ao
invés de cadeias α e β. Essas células gama/delta predominam no epitélio de mucosas e
têm um repertório tendencioso para antígenos bacterianos e virais. Os genes para
cadeias δ têm segmentos gênicos V, D e J enquanto que genes para cadeias γ têm apenas
segmentos V e J mas o repertório é consideravelmente menor do que o das células
alfa/beta. As células gama/delta reconhecem antígenos de maneira MHC-independent e,
ao contrário das células T alfa/beta.
TABELA 3
GENES
Propriedades Ig TCR
Muitas VDJs, Poucas C's Sim Sim
PROTEÍNAS
Valência 2 1
A interação entre o TCR e moléculas de MHC não é muito forte. Moléculas acessórias são
necessárias para ajudar a estabilizar a interação (Figura 11). Estas incluem: 1) CD4 ligando-s e
a MHC de Classe II, que assegura que células Th somente interajam com APCs; 2) CD8 ligando -
se a MHC classe I, que assegura que células Tc possam interagir com células alvo; 3) CD2
ligando-se a LFA-3 e 4) LFA-1 ligando-se a ICAM-1. As moléculas acessórias são invariantes e
não contribuem para a especificidade da interação, que é apenas determinada pelo TCR. A
expressão de moléculas acessórias pode ser aumentada em resposta a citocina, que é uma
maneira pela qual citocinas modulam as respostas imunes.
Além das moléculas acessórias que ajudam a estabilizar a interação entre o TCR e antígeno em
associação com moléculas de MHC, outras moléculas são também necessárias para a ativação
de células T. Dois sinais são necessários para a ativação de células T – um é a união do
TCR com Ag/MHC e o outro sinal vem da união de moléculas co-estimulatórias com seus
ligantes. Uma das mais importantes (mas não a única) molécula co-estimulatória é CD28 em
células T que precisam interagir com B7-1 (CD80) ou B7-2 (CD86) em APCs . Assim como nas
moléculas acessórias, as moléculas co-estimulatórias são invariantes e não contribuem para a
especificidade da interação. As interações múltiplas do TCR com Ag/MHC e as moléculas
acessórias e co-estimulatórias com seus ligantes têm sido denominadas de “sinapse
imunológica”.
A co-estimulação não é somente necessária para a ativação das células T. Uma falta de co-
estimulação pode resultar em anergia (i.e., inabilidade de responder a antígeno) ou regulação
negativa da resposta. Figura 12 mostra os possíveis resultados de uma célula T recebendo um
ou ambos os sinais necessários para a sua ativação. A união do TCR com Ag/MHC em condições
de não co-estimulação leva à anergia. A união somente da molécula co-estimulatória não tem
efeito. A união do TCR com Ag/MHC e as moléculas co-estimulatória com seus ligantes leva à
ativação. A união do TCR com Ag/MHC e a união do ligante B7 com CTLA -4, moléculas similares
a CD28, levam à regulação negativa da resposta. A interação CTLA -4/B7 envia um sinal inibidor
à célula T ao invés de um sinal ativador. Esta é uma das maneiras pelas quais as respostas
imunes são reguladas. CTLA-4 é expressa nas células T mais tarde em uma resposta imune e
isso ajuda a desligar a resposta.
ETAPAS CHAVE DA ATIVAÇÃO DE CÉLULAS T
TABELA 4
MOLÉCULAS ACESSÓRIAS IMPORTANTES
Powerpoint 10
Como mostrado na Figura 2, proteínas exógenas incorporadas por endocitose são fragmentadas
por proteases em um endossomo. As cadeias alfa e be ta do MHC classe II, junto com uma
cadeia invariante, são sintetizadas, montadas no retículo endoplasmático e transportadas
através do aparelho de Golgi e trans-Golgi para chegar no endossomo, onde a cadeia invariante
é digerida, e os fragmentos de peptídios da proteína exógena são capazes de se associar com
moléculas de MHC classe II, que finalmente são transportadas para a superfície da célula.
c. Quais fragmentos se ligam é uma função da natureza química da fenda para aquela molécula
de MHC específica
PAPEL DO TIMO
Tanto células Th como Tc tem restrição do MHC ao próprio. Além disso, células T
normalmente não reconhecem antígenos próprios. Como são geradas células T com
restrição do MHC ao próprio e por que não são produzidas células T autorreativas?
Rearranjos aleatórios VDJ nas células T poderiam gerar algumas células T que
poderiam reconhecer antígenos próprios. É papel do timo se certificar de que
somente células T que chegam à periferia tenham restrição do MHC ao próprio e
que sejam incapazes de reagir com antígeno próprio. Células T funcionais na
periferia têm que reconhecer antígenos estranhos associados com MHC próprio,
porque células APC ou células alvo apresentam antígenos estranhos associados com
MHC próprio. Entretanto, um indivíduo não precisa de células T funcionais na periferia
que reconheçam antígenos (próprios ou estranhos) associados com MHC não-
próprio. Um indivíduo especialmente não deseja células T funcionais na periferia que
possam reconhecer antígenos próprios associados com MHC próprio porque eles
poderiam levar a danos em tecidos sadios, normais.
Como resultado de eventos de recombinação aleatória VDJ que ocorrem em células T
imaturas no interior do timo, TCRs de todas as especificidades são produzidos.
Processos no timo determinam quais as especificidades de TCR que serão mantidas.
Há duas etapas sequenciais mostradas na Figura 6. Primeira, células T com a
habilidade de se ligar a moléculas de MHC próprias expressadas pelas células
epitelias corticais do timo são mantidas. Isso é conhecido como seleção positiva.
Aqueles que não se ligam, entram em apoptose. Assim, células T com a
habilidade de se ligar a moléculas de MHC próprias associadas com moléculas
próprias expressadas pelas células epiteliais do timo, células dendríticas e
macrófagos são mortas. Isso é conhecido como seleção negativa. Aqueles que
não se ligam são mantidos. Como resultado dessas duas etapas, células T tendo
um TCR que reconhece MHC próprio e antígeno estranho sobrevivem. Cada
célua T que sobrevive a seleção positiva e negativa no timo e é liberada na periferia
mantém seu receptor de célula T (TCR) específico.
A seleção positiva e negativa no timo não é um processo 100% eficiente. Além disso, nem todos
os antígenos próprios são expressados no timo. Assim, algumas células T autorreativas podem
chegar à periferia. Assim, existem mecanismos adicionais elaborados para eliminar
células T autorreativas na periferia. Esses serão discutidos na aula de tolerância.
Uma vez que células B não têm restrição ao MHC não há necessidade de seleção positiva de
células B. Entretanto, seleção negativa (i.e., eliminação de clones autorreativos) de células B é
necessária. Isso ocorre durante o desenvolvimento de célula B na medula óssea. Entretanto,
seleção negativa de células B não é crítica como no caso das células T uma vez que, na
maioria das vezes, células B requerem a ajuda de célula T para se tornarem ativadas.
Assim, se uma célula B autorreativa chega à periferia ela não será ativada devido à falta
da ajuda da célula T.
APRESENTAÇÃO DE SUPERANTÍGENIOS
Obs.: No caso da interação MHC II-TCR com um peptídio normalmente processado, o reconhecimento do peptídio
na molécula de MHC requer os segmentos do TCR V alfa, J alfa, V beta, D beta e J beta. Tal interação ocorre em
baixa frequência. No caso da interação MHC II -TCR com um superantígeno não processado, apenas uma
dada região V beta é reconhecida. Isso de fato ocorre com uma frequência muito maior
Modêlo do carreador-hapteno
Historicamente, uma das mais importantes descobertas em imunologia foi que células T e
células B eram necessárias para a produção de anticorpos para uma proteína complexa. Uma
grande contribuição para a nossa compreensão deste processo veio de estudos de formação
de anticorpos anti-hapteno. Estudos com conjugados carreador-hapteno estabeleceram que: 1)
Células Th2 reconheceram os determinantes em carreadores e células B reconheceram os
determinantes em haptenos; 2) interações entre células B hapteno-específicas e células Th
carreador-específicas apresentavam restrição ao MHC; e 3) Células B podem atuar tanto no
reconhecimento como na apresentação do antígeno.
Antígeno é processado pela célula B. Co-estimuladores são expressos. O peptídio antigênico processado é
apresentado em associação com antígenos de MHC classe II. A célula T reconhece o peptídio juntamente com o
antígeno de MHC e os co-estimuladores. A célula T expressa o ligante CD40. Este último se liga ao antígeno CD40
na célula B e as células B se dividem e se diferenciam. Anticorpos são produzidos pela célula B
Células B ocupam uma posição especial nas respostas imunes porque elas expressam
imunoglobulina (Ig) e moléculas de MHC classe II na sua superfície. Elas são portanto capazes
de produzir anticorpos que têm a mesma especificidade que é expressa pelos seus receptores
de imunoglobulina; além disso elas podem funcionar como uma célula apresentadora de
antígeno. Em termos do modêlo conjugado carreador-hapteno, acredita-se que o mecanismo
seja o seguinte: o hapteno é reconhecido pelo receptor de Ig, o carreador-hapteno é trazido
para o interior da célula B, processado, e os fragmentos peptídicos da proteína carreadora são
apresentados à célula T auxiliar. A ativação da célula T leva à produção de citocinas que fazem
com que as células B hapteno-específicas se tornem ativadas para produzir anticorpos solúveis
anti-hapteno. A figura 4 sumariza as interações que ocorrem entre célula B e célula T.
Observe que há sinais múltiplos emitidos às células B neste modelo de interação de células
Th2-célula B. Como no caso da ativação de células T onde o sinal derivado do reconhecimento
pelo TCR de uma molécula peptídio-MHC que foi por si só insuficiente para a ativação da
célula T, o mesmo acontece para a célula B. A ligação de um antígeno ao receptor de
imunoglobulina libera um sinal para a célula B, mas este é insuficiente. Sinais secundários
liberados pelas moléculas co-estimulatórias são necessários; o mais importante destes é
CD40L na célula T que liga a CD40 na célula B para iniciar a liberação de um segundo sinal.
Células CD5+ são as primeiras células B a aparecerem na ontogenia. Elas expressam IgM
de superfície mas muito pouco ou nenhum IgD e elas produzem primariamente
anticorpos IgM de genes da linhagem germinativa minimamente e somaticamente mutados.
Anticorpos produzidos por essas células são de baixa afi nidade e são frequentemente
poli-reativos (ligam múltiplos antígenos). A maioria das IgM no soro é derivada de células B
CD5+. Células B CD5+ não produzem células de memória . Uma característica importante
dessas células é que elas se auto-renovam, contrariamente às células B convencionais que
precisam ser substituidas na medula óssea. Células B CD5+ são encontradas em tecidos
periféricos e são a célula B predominante na cavidade peritoneal . Células B1 são uma
defesa importante contra muitos patógenos bacterianos que caracteristicamente têm
polissacarídeos nas suas paredes celulares. A importância dessas células na imunidade é
ilustrada pelo fato de que muitos indivíduos com defeitos em células T ainda são capazes de
resistir a muitos patógenos bacterianos.
CITOQUINAS
Citocinas são um grupo diversificado de proteínas não humorais que agem como mediadoras
entre células. Elas foram inicialmente identificadas como produtos das células imunes que
agem como mediadoras e reguladores dos processos imunes mas agora se sabe que muitas
citocinas são produzidas por células que não são do sistema imune e que têm efeito no
sistema não-imune também. Citocinas estão sendo usadas clinicamente como modificadores
de resposta biológica para o tratamento de várias doenças. O termo citocina é um termo geral
usado para descrever um grande grupo de proteínas mas há outros termos que são
comumente usados para descrever tipos particulares de citocinas. Estes incluem:
Citocinas não são tipicamente armazenadas como proteínas pré-formadas. Ao invés disso a
sua síntese é iniciada por transcrição gênica e seus RNAm têm vida curta. Eles são produzidos
à medida que é são necessitados para as respostas imunes. Muitas citocinas individuais são
produzidas por muitos tipos de células e agem em muitos tipos celulares (isto é, elas são
pleiotrópicas) e em muitos casos citocinas têm ações similares (isto é, elas são
redundantes). A redundância é devida à natureza dos receptores de citocina. Receptores
para citocinas são heterodímeros (às vezes heterotrímeros) que podem ser agrupados
em famílias em que uma subunidade é comum a todos os membros de uma dada família .
Alguns exemplos são mostrados na Figura 1. Uma vez que a subunidade comum a todos os
membros da família funciona na ligação da citocina e na transdução de sinal, um receptor para
uma citocina pode responder a outra citocina da mesma família. Assim, um indivíduo que não
tem IL-2, por exemplo, não é severamente afetado porque outras citocinas (IL-15, IL-7, IL-9,
etc.) assumem a sua função. Similarmente, uma mutação em uma subunidade de receptor de
citocina que não seja a comum tem muito pouco efeito. Por exemplo, uma mutação no gene
para a subunidade gama da IL-2R causa imunodeficiência combinada severa ligada ao X
(XSCID) caracterizada por defeitos celulares de células T e B completos ou quase completos.
Uma citocina frequentemente influencia a síntese de outras citocinas. Elas podem produzir
cascatas, ou aumentam ou suprimem a produção de outras citocinas. Além disso, elas podem
frequentemente influenciar a ação de outras citocinas. Os efeitos podem ser:
Antagonistico
Aditivo
Sinergístico
CATEGORIAS DE CITOCINAS
Citocinas podem ser agrupadas em diferentes categorias baseadas nas suas funções ou
suas origens mas é importante lembrar que devido ao fato de elas poderem ser
produzidas por muitos tipos diferentes de células e agirem em muitos tipos diferentes de
células, qualquer tentativa de categorizá-las será sujeita a limitações.
TNF-α
Fator de necrose tumoral alfa é produzido por macrófagos ativados em resposta a micróbios,
especialmente ao lipopolissacarídeo (LPS) de bactéria Gram negativa. É um mediador
importante em inflamação aguda. Ele media o recrutamento de neutrófilos e macrófagos para
os locais da infecção através da estimulação das células endoteliais que produzem moléc ulas
de adesão e pela produção de quimiocinas que são citocinas quimiotácticas. TNF - α também
age no hipotálamo para produzir febre e promove a produção de proteínas de fase aguda.
IL-1
Interleucina 1 é uma outra citocina inflamatória produzida pelos macrófagos ativados. Seu
efeito é similar ao do TNF-α e também ajuda a ativar células T.
IL-10
Interleucina 10 é produzida pelos macrófagos ativados e células Th2. É predominantemente
uma citocina inibidora. Ela inibe a produção do IFN-γ pelas células Th1, que muda as respostas
imunes para um tipo Th2. Ela também inibe a produção de citocina por macrófagos ativados e
a expressão de moléculas de MHC classe II e moléculas co-estimulatórias em macrófagos,
resultando no bloqueio das respostas imunes.
IL-12
Interleucina 12 é produzida pelos macrófagos ativados e células dendríticas. Ela estimula a
produção de IFN-γ e induz a diferenciação de células Th para se tornarem células Th1. Além
disso, ela aumenta as funções citolíticas de Tc em células NK.
Interferons tipo I
Interferons tipo I (IFN-α e IFN-β) são produzidos por muitos tipos de células e eles funcionam
inibindo a replicação viral nas células. Eles também aumentam a expressão de moléculas de
MHC classe I em células tornando-as mais susceptíveis à morte pelas CTLs. Interferons tipo I
também ativam células NK.
INF-γ
Interferon gama é uma citocina importante produzida primariamente pelas células Th1, embora
ela possa também ser produzida pelas células Tc e NK em uma extensão menor. Ela tem
numerosas funções tanto no sistema imune inato como no adaptativo como mostrado na Figura
2.
Quimiocinas
Quimiocinas são citocinas quimiotácticas produzidas por muitos tipos de leucócitos e
outros tipos celulares. Elas representam uma grande família de moléculas que
funcionam no recrutamento de leucócitos para os locais da infecção e participam no
tráfico de linfócitos
IL-2
Interleucina 2 é produzida pelas células Th, embora ela possa também ser produzida pelas
células Tc em menor extensão. Ela é o mais importante fator de crescimento para as
células T. Ela promove o crescimento de células B e pode ativar células NK e monócitos como
mostrado na Figura 3. IL-2 age em células T de forma autócrina. A ativação de células T resulta
na expressão de IL-2R e na produção de IL-2. A IL-2 se liga à IL-R e promove a divisão celular.
Quando as células T não estão mais sendo estimuladas pelo antígeno, a IL-2R irá
eventualmente decair e a fase proliferativa termina. Figura 4.
Proliferação de célula T e citocinas. Quando células T estão em repouso elas não fazem citocinas tais
como as interleucinas 2, 4 ou 7. Nem expressam grandes quantidades de seus receptores. Não há
receptores para IL-2. A ativação de células T leva à formação de receptores de IL-2 de alta afinidade e à
indução da síntese e secreção de IL-2 e IL-4. Estes se ligam aos seus receptores e as células proliferam.
Quando a estimulação por interleucinas diminui (ex. Quanto a estimulação do antígeno diminui), os
receptores diminuem e a fase proliferativa está terminada. Obs.: estimulação pelas citocinas pode ser
parácrina e autócrina.
IL-4
Interleucina 4 é produzida pelos macrófagos e células Th2. Ela estimula o desenvolviment o de
células Th2 a partir de células Th virgens e promove o crescimento de células Th2
diferenciadas resultando na produção de uma resposta humoral. Ela também estimula a
mudança de classe de Ig para o isotipo IgE.
IL-5
Interleucina 5 é produzida pelas células Th2 e funciona na promoção do crescimento e
diferenciação de células B e eosinófilos. Ela também ativa eosinófilos maduros.
TGF-β
Fator de transformação de crescimento beta é produzido pelas células T e muitos outros tipos
celulares. Ela é primariamente uma citocina inibidora. Ela inibe a proliferação de células T e a
ativação de macrófagos. Ela também age nos PMNs e nas células endoteliais bloqueando os
efeitos de citocinas pró-inflamatórias.
Estimuladores da hematopoiese
Algumas citocinas estimulam a diferenciação de células hematopoiéticas. Elas incluem GM -
CSF que promove a diferenciação de progenitores de medula óssea, M-CSF, que promove
crescimento e diferenciação de progenitores em monócitos e macrófagos e G-CSF, que
promove produção de PMNs
REDE DE CITOCINAS
Embora tenhamos focalizado a produção e ação de citocinas nas células do sistema imune, é
importante lembrar que muitas delas têm efeitos em outras células e sistemas de órgãos. Um
diagrama esquemático mostrando algumas das interações na rede de citocinas é apresentada
na Figura 5a, b e c.
CITOCINAS E IMUNORREGULAÇÃO
PAPEL CENTRAL DAS CÉLULAS TH NAS RESPOSTAS IMUNES
Como mostrado na Figura 1, depois que as células Th reconhecem um antígeno específico
apresentado por uma APC, elas podem iniciar vários processos imunes centrais. Eles incluem:
1) seleção dos mecanismos efetores apropriados (ex. Ativação de células B ou geração de Tc);
2) indução da proliferação das células efetoras apropriadas e 3) aumento da atividade funcional
de outras células (ex. Granulócitos, macrófagos, células NK).
Há três subpopulações de células Th: Células Th0, Th1 e Th2. Quando células não iniciadas
Th0 encontram um antígeno em tecidos linfóides secundários, elas são capazes de se
diferenciar em células inflamatórias Th1 ou em células auxiliares Th2, que podem ser
distinguidas pelas citocinas que elas produzem (Figura 2).
Se uma célula Th0 se torna uma Th1 ou uma Th2 depende das citocinas no meio, que são
influenciadas pelo antígeno. Por exemplo, alguns antígenos estimulam a produção de IL-4 o
que favorece a geração de células Th2 enquanto que outros antígenos estimulam a produção
de IL-12, que favorece a geração de células Th1. Células Th1 e Th2 afetam células diferentes e
influenciam o tipo da resposta imune, como mostrado na Figura 3.
Citocinas produzidas pelas células Th1 ativam macrófagos e participam na geração de células
Tc, resultando em uma resposta imune mediada por células. Contrariamente, citocinas
produzidas pelas células Th2 ajudam a ativar células B, resultando na produção de anticorpos.
Além disso, citocinas Th2 também ativam granulócitos. Igualmente importante, cada
subpopulação pode exercer influências inibitórias uma em relação à outra. IFN-γ produzido
pelas células Th1 inibem a proliferação de células Th2 e Il-10 produzida pelas células Th2 inibe
a produção de IFN-γ pelas células Th1. Além disso, embora não mostrado, IL-4 inibe a
produção de células Th1. Assim, a resposta imune é dirigida ao tipo de resposta que é
requerida para lidar com o patógeno encontrado – respostas mediadas por células para
patógenos intracelulares ou respostas humorais contra patógenos extracelulares.
Mudança de classe
Citocinas produzidas por células Th2 ativadas não apenas estimulam a proliferação e
diferenciação de células B, elas ajudam a regular a classe do anticorpo produzido. Diferentes
citocinas influenciam a mudança para classes diferentes de anticorpos com diferentes funções.
Dessa forma a resposta humoral é desenhada para se ajustar ao tipo de patógeno encontrado
(ex. Anticorpos IgE para infecções parasitárias por vermes ). A Tabela 1 mostra os efeitos de
diferentes citocinas na classe de anticorpo produzido.
IFN-
Inibe Induz Induz Inibe Inibe
gamma
TGF-
Induz Inibe Induz Inibe
beta
Tabla 1
Tabela 2
Muitas destas funções dos macrófagos podem ser realizadas apenas por macrófagos ativados.
A ativação de macrófagos pode ser definida como alterações quantitativas na expressão de
vários produtos gênicos que permitem o macrófago ativado executar algumas funções que não
podem ser realizadas por macrófagos não ativados.
A ativação de macrófagos é uma função importante das células Th1. Quando as células Th1
são ativadas por uma APC tal como um macrófago, elas liberam IFN-γ, que é um dos dois
sinais necessários para ativar um macrófago. Lipopolissacarídios (LPS) de bactéria ou TNF -α
produzido por macrófagos expostos a produtos bacterianos liberam o segundo sinal (Figura
10).
Mecanismos efetores empregados pelos macrófagos incluem a produção de:
Ativação de macrófago por células Th1 é muito importante na proteção contra muitos
patógenos diferentes. Por exemplo, Pneumocystis carinii, um patógeno extracelular, é
controlado em indivíduos normais por macrófagos ativados; é, entretanto, uma causa de morte
comum em pacientes de SIDA porque eles são deficientes em células Th1. Similarmente,
Mycobacterium tuberculosis, um patógeno intracelular que reside em vesíc ulas, não é
eficientemente morto por macrófagos a menos que eles sejam ativados; consequentemente
esta infecção é um problema em pacientes de SIDA
Linfócitos T citotóxicos não estão totalmente maduros quando eles deixam o timo. Eles
têm um TCR funcional que reconhece antígeno, mas eles não lisam uma célula -alvo. Eles
precisam diferenciar-se em células efetoras totalmente funcionais. Células citotóxicas
diferenciam-se a partir de uma "pré-LTC" em resposta a dois sinais:
A morte por LTC é antígeno-específica. Para ser morta por uma LTC, a célula -alvo
deve carregar o mesmo antígeno associado a MHC classe I que disparou a
diferenciação do pré-LTC.
3. O LTC também podem liberar enzimas degradadoras e toxinas que viajam através dos canais de
perforina e danificam a célula-alvo
4. Citocinas tais como TNF alfa e TNF beta são liberadas do LTC ou de macrófagos próximos.
Interferon gama também podem ser liberadas dos LTCs ou de outras células linfóides
próximas. Eles se ligam a receptores na célula-alvo e dispara apoptose
Citocinas produzidas por células Th1 ativadas, particularmente Il-2 e IFN-γ, também ativam
células NK para se tornarem células assassinas ativadas por linfocina (células LAK). Células
LAK são capazes de matar células infectadas por virus ou células tumorais de maneira não
restrita ao MHC. De fato, a susceptibilidade de células-alvos à morte por células NK e LAK é
inversamente proporcional à expressão de moléculas de MHC de classe I (ver aula sobre
imunidade inata). Os mecanismos efetores usados pelas células NK e LAK para matar células -
alvos é similar ao usado pelas LTCs (ex., perforina e granzimas). Células NK e LAK são
também capazes de matar células cobertas por anticorpos por ADCC.