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RESUMOS DE IMUNOLOGIA
Licenciatura em Ciências Biomédicas 2º Ano
2016/2017
UNIVERSIDADE DE AVEIRO
Jéssica Santos Pinto| Maria Inês Sousa
Pele Barreira mecânica que retarda a entrada de micróbios; Ambiente acídico (pH 3-5)
retarda o crescimento de micróbios;
Membranas Flora normal compete como micróbios para locais de ligação e nutrientes; Muco
mucosas impede a entrada de microrganismos; Cílios levam os microrganismos para fora do
corpo
Barreiras fisiológicas
Barreiras Dano tecidular e infeção induzem células fagocitárias para a área afetada.
inflamatórias
Os mecanismos da imunidade inata são específicos para estruturas que são comuns
para grupos de microrganismos relacionados e não distinguem diferenças ligeiras
entre substâncias estranhas:
A resposta imunitária pode ser induzida de duas formas: por resposta do hospedeiro
ao micróbio – ativa – ou pela transferência de anticorpos ou linfócitos específicos para
o micróbio – passiva.
Característica
Especificidade Assegura que antigénios distintos provoquem respostas especificas
Diversidade Permite que o sistema imunitário responda a uma grande variedade de
antigénios
Memória Leva ao aumento da resposta a exposições repetidas ao mesmo
antigénio
Expansão clonal Aumenta o numero de linfócitos específicos para um antigénio
Especialização Gera respostas que são ótimas para a defesa contra diferentes tipos de
micróbios
Contração e Permite que o sistema imunitário responda e novos antigénios
homeostasia
Auto tolerância Previne o dano do hospedeiro durante a resposta a antigénios
estranhos
Células do Sistema
Imunitário Adaptativo
Células
Linfócitos
Apresentadoras
Células Efectoras
LINFÓCITOS
CÉLULAS APRESENTADORAS
CÉLULAS EFETORAS
Todas as células provêm de uma célula-mãe – hematopoietic stem cell (HSC). Esta é
indiferenciada, tem a capacidade diferenciação e de auto-renovação, sendo, portanto,
pluripotente. A célula-mãe dá origem a 2 linhagens celulares:
• Linha linfóide:
Linfócitos-T e Linfócitos-B
Células NK
• Linhagem mielóide:
Eritrócitos
Neutrófilos
Basófilos
Eosinófilos
Monócitos
Mastócitos
Plaquetas
Células dendríticas
Os neutrófilos, que constituem 50%-70% dos leucócitos circulantes, são muito mais
numerosas que os eosinófilos (1%- 3%) ou os basófilos (-1%).
Neutrófilos
Os neutrófilos, também designados leucócitos polinucleares, são a população de
leucócitos circulantes mais abundante e medeiam as primeiras fases das respostas
inflamatórias:
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Os neutrófilos migram para os locais de infeção poucas horas depois da entrada dos
microrganismos. Mas se um neutrófilo não for recrutado para o local de infeção nesse
período, ele sofre apoptose e é normalmente fagocitado por macrófagos residentes
no fígado ou no baço. Mesmo depois de entrarem nos tecidos, os neutrófilos
funcionam durante poucas horas e depois morrem.
Eosinófilos
Os eosinófilos, como os neutrófilos, são células fagocíticas móveis que podem migrar
do sangue para os espaços entre os tecidos. O seu papel fagocítico é menos importante
que o dos neutrófilos, e parecem apresentar papel importante na defesa contra
organismos parasitas:
Basófilos
Mast cells
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Monócitos
São um grupo heterógeno de células que migram para os tecidos e se diferenciam em
diversas células fagocíticas, incluindo macrófagos e células dendríticas.
Macrófagos
Desempenham um papel importante na regulação da reparação e regeneração dos
tecidos. Outros macrófagos participam na resposta imune inata e passam por varias
mudanças quando estimulados pelo encontro com patogénicos ou danos tecidulares.
Estes são referidos como macrófagos inflamatórios e contribuem tanto para a limpeza
de um patogénico no tecido, como células apresentadoras que podem ativar os
linfócitos T.
Células Dendríticas
As células dendríticas apresentam um papel importante nas respostas inatas a infeções
e na ligação entre as respostas imunes inata e adaptativa:
• Células de Langerhans;
• Células dendríticas intersticiais;
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• Não expressam moléculas de MHC classe II, não funcionando como células
apresentadoras de antigénios para a ativação das células TH;
• Localizadas exclusivamente em estruturas organizadas dos nodos linfáticos
designados folículos linfáticos, que são ricos em células B;
• Expressam altos níveis de recetores de membranas para anticorpos, o que
permite a ligação de complexos anticorpo-antigénio, assim, a interacção de
células B com este antigénio ligado pode ter efeitos importantes na resposta dos
linfócitos B.
Megacariócitos
São células mieloides grandes que residem na medula óssea e dão origem a milhares de
plaquetas, que participam na formação de coágulos.
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Linfócitos
• Células B Memória;
• Células B Efetoras: produzem 5 tipos de Ac. Todos os Ac produzidos pela mesma
célula são específicos para o mesmo Ag. A produção de Ac é o que distingue os
linfócitos-B dos restantes.
Linfócitos-T – Apenas reconhecem os Ags se estes estiverem ligados a um MHC.
Ocorrem em células apresentadoras de Ag, em células infetadas por vírus, em células
tumorais e em transplantes. O IL-2 dá origem a linfócitos-T efetores e a linfócitos-T
memória. Regra geral, linfócitos que expressam CD4 só reconhecem Ag ligados a MHC
II, enquanto que linfócitos que expressam CD8 só reconhecem Ag ligado a MHC I.
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Baço
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1) Ag na artéria esplénica.
2) Ag capturados por células dendríticas são transportados até às PALS, na polpa
branca.
3) ocorre ativação inicial de linfócitos-B e T.
4) ocorre ativação de Th → ativação de linfócitos-B
5) Linfócitos-T e linfócitos-B migram para folículos primários, na zona marginal
6) Folículos primários alteram-se → Folículos secundários, com centros
germinativos de linfócitos-B e plasmócitos.
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Os primeiros 110 aminoácidos das regiões N-terminais das cadeias leve e pesada
variam altamente
Por outro lado, dentro da mesma classe de anticorpo, muito poucas diferenças são
observadas quando comparamos sequências no resto da molécula. As regiões com
sequências relativamente constantes abaixo das regiões variáveis foram designadas
regiões C:
• Opsonização;
• Ativação do complemento - IgM e, em humanos, a maior parte das subclasses
de IgG são capazes de ativar uma classe de glicoproteínas séricas designadas
sistema complemento. O principal produto desta ativação é um fragmento
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Enquanto as regiões variáveis dos anticorpos são quem liga os antigénios, a região
constante das cadeias pesadas (CH) é responsável por esta variedade de interações
colaborativas com outras proteínas, células e tecidos, que resultam nas funções
efetoras da resposta humoral.
Como estas funções efetoras resultam de interações entre a região constante das
cadeias pesadas e outras proteínas séricas ou recetores membranares, nem todas as
classes de imunoglobulinas apresentam as mesmas propriedades funcionais.
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Imunoglobulina G (IgG)
A classe de imunoglobulinas G, a mais abundante no soro, constitui cerca de 80% do
total de imunoglobulinas no soro. A molécula de IgG consiste em duas cadeias pesadas
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Imunoglobulina M (IgM)
As imunoglobulinas M correspondem a cerca de 5%-10% do total de imunoglobulinas
séricas, com uma concentração sérica média de 1,5 mg/mL. Podemos ter duas formas
de IgM:
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Devido ao seu elevado tamanho, a IgM não se difunde bem e, assim, é encontrada em
concentrações muito baixas nos fluidos intercelulares. A presença da cadeia J permite
que as IgM se liguem a recetores nas células secretórias, que a transportam através de
revestimentos epiteliais de modo a entrarem nas secreções externas que banham as
superfícies mucosas.
Imunoglobulina A (IgA)
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externas como o leite materno, a saliva, as lágrimas e o muco dos tratos broncal,
genitourinário e digestivo. Assim, podemos ter dois tipos de IgA:
IgA scertória
IgA sérica
secretório.
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poliméricas, que são expressos nas mucosas epiteliais e no epitélio glandular nas
glândulas mamárias, salivares e lacrimais;
2. Depois da IgA polimérica se ligar a estes recetores, o complexo IgA-recetor
é transportado através da barreira epitelial para o lúmen;
3. O transporte deste complexo envolve endocitose mediada por recetores e
transporte direto das vesiculas através da célula epitelial para a membrana
luminal, onde a vesicula se funde com a membrana plasmática;
4. O recetor é então clivado enzimaticamente da membrana e torna-se o
componente secretório, que se encontra ligado e é libertado em conjunto
com a IgA polimérica nas secreções mucosas.
Imunoglobulina E (IgE)
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Imunoglobulinas D (IgD)
A classe de imunoglobulinas D apresenta uma concentração sérica de 30 μg/mL e
constitui cerca de 0,2% das imunoglobulinas séricas totais. Em conjunto com as IgM,
as IgD são as principais imunoglobulinas membranares expressas pelas células B
maduras, e o seu papel na fisiologia das células B ainda está sob investigação.
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Apesar do TCR não ser uma imunoglobulina, as proteínas do TCR pertencem a esta
superfamília e assim, os domínios de Αβ heterodímeros e γδ heterodímeros são muito
semelhantes às imunoglobulinas.
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4. As ações das citocinas podem ser locais ou sistémicas. A maior parte das citocinas
atuam próximo do local onde são produzidas, tanto na célula que a secreta (ação
autócrina) ou numa célula vizinha (ação parácrina). As células T muitas vezes
secretam citocinas no local de contacto com as APCs, na sinapse imunológica. Esta
pode ser a razão do facto das citocinas muitas vezes atuarem em células que estão
em contacto com os produtores de citocinas. Quando produzidas em grandes
quantidades, as citocinas podem entrar na circulação e atuar num local distante
do local de produção (ação endócrina). O TNF é um exemplo de uma citocina que
tem efeitos sistémicos e locais importantes;
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Quimiocinas
As quimiocinas são uma grande família de citocinas estruturalmente homólogas que
estimulam o movimento de leucócitos e regulam a migração de leucócitos do sangue
para os tecidos. Assim, o nome quimiocinas é uma contração de “citocinas
quimiotáticas”:
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Principais fontes
Citocina Principais alvos celulares e efeitos biológicos
celulares
Células T: proliferação, síntese aumentada de
citocinas, potencia a apoptose mediada por FAS,
Interleucina-2 promove o desenvolvimento de células T reguladoras,
(IL-2) Células T sobrevivência
Células NK: proliferação, diferenciação Células B:
proliferação, síntese de anticorpos (in vitro)
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Recetores de
Localização Exemplos Específicos e os seus Ligandos
Reconhecimento de
PAMP
Padrões
Recetores toll-like Membrana plasmática e membranas TLRs 1-9: várias moléculas virais e
endossomais de células dendríticas, microbianas.
fagócitos, endoteliais e muitos outros
tipos de células.
Lectinas tipo C Membrana plasmática dos fagócitos. Recetor de manose: carboidratos na
superfície microbiana com terminais de
manose e frutose; Dectina: glicanos
presentes nas paredes celulares dos
fungos.
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• Barreiras epiteliais;
• Células dos tecidos e circulantes;
• Proteínas plasmáticas.
• Neutrófilos;
• Fagócitos mononucleares;
• Células naturalmente assassinas (NK).
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Barreiras Epiteliais
As superfícies epiteliais intactas formam barreiras intactas entre os microrganismos
no ambiente externo e os tecidos do hospedeiro.
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Estas funções efetoras dos fagócitos são importantes não apenas na imunidade
inata, mas também nas fases efetoras das respostas imunes adaptativas:
Fagócitos Mononucleares
O sistema dos fagócitos mononucleares consiste em células que apresentam uma
linhagem comum com a dos granulócitos, linhagem mielóide, e a sua função primária
é a fagocitose, apresentando um papel importante na imunidade inata e adaptativa.
• Macrófago – monócito maduro que se forma quando este entra nos tecidos.
Os macrófagos podem assumir diferentes formas morfológicas depois da
ativação por vários estímulos externos, como os microrganismos. Alguns
desenvolvem um citoplasma abundante e são designadas células epitelioides
devido à sua semelhança com as células epiteliais da pele. Macrófagos
ativados podem fundir-se formando células gigantes multinucleadas.
A diferenciação dos monócitos em macrófagos tecidulares ocorre cerca de 8h após a
libertação dos monócitos na circulação quando estes entram nos tecidos e envolve
um número de alterações:
Os macrófagos estão dispersos por todo o corpo. Alguns tomam residência num
tecido particular, designando-se macrófagos residentes, enquanto outros se mantêm
moveis e são designados de macrófagos livres e viajam através dos tecidos por
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movimentos ameboides.
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Fagocitose de Microrganismos
Os neutrófilos e os macrófagos ingerem microrganismos em vesiculas pelo processo de
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fagocitose:
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• Muitas destas funções são mediadas por citocinas. TNF, IL-1 e quimiocinas
induzem as reações inflamatórias, mas, em adição, os macrófagos produzem
IL-12 que estimula as células NK e as células T a produzirem IFN-γ;
• Altas concentrações de LPS induz uma doença sistémica caracterizada por
coagulação disseminada, colapso vascular e anormalidades vasculares, todas
constituindo efeitos patogénicos de altos níveis de citocinas secretadas por
macrófagos ativados por LPS;
• Os macrófagos ativados também produzem fatores de crescimento de
fibroblastos e células endoteliais, que participam na remodelação de tecidos
depois da infeção e da danificação.
Assim, podemos resumir alguns dos fatores decretados por macrófagos ativados do
seguinte modo:
Fator Função
Interleucina 1 (IL-1) Promove respostas inflamatória e a febre
Interleucina 6 (IL-6)
Promovem a imunidade inata e a eliminação de patogénios
TNFα
Proteínas do complemento Promovem a resposta inflamatória e a eliminação de patogénios
Enzimas hidroliticas Promovem a resposta inflamatória
Activa genes elulares, resultando na produção de proteínas que
Interferão alfa (IFN-α)
conferem um estado antiviral na célula
Tumor necrosis fator (TNF-α) Mata células de tumores
GM-CSF
G-CSF Promovem a hematopoiese indusivel
M-CSF
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designação de linfócitos granulares. Estas células não são nem linfócitos B nem T e
não expressam recetores somaticamente rearranjados, como imunoglobulinas ou
recetores T.
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Ativação do Complemento
A ativação do complemento é um processo complexo e os primeiros passo, que
culminam na formação de C5b, podem ocorrer por três vias diferentes:
• Via clássica;
• Via alternativa;
• Via da lectina.
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Via Clássica
• A C1 é um complexo multimérico
grande composto por
subunidades C1q, C1r e C1s;
• A subunidade C1q é feita de uma
matriz radial semelhante a um
guarda-chuva de seis subunidades
ligadas por um braço colagénio-
like a uma haste central;
• Este haxemero desempenha a
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função de reconhecimento da
molécula e liga-se
especificamente a regiões Fc de
algumas cadeias pesadas μ e γ;
• Cada região Ig Fc apresenta um
único local de ligação ao C1q e
cada molécula C1q deve ligar pelo
menos duas cadeias pesadas Ig
para ser ativada.
• Como cada molécula IgG apresenta apenas uma região Fc, múltiplas
moléculas de IgG devem estar próximas antes do C1q se poder ligar, e
múltiplos anticorpos IgG são aproximados apenas quando ligam um
antigénio multivalente;
• Apesar da IgM circulante ser pentamérica, ela não é capaz de se ligar a C1q
porque as regiões Fc da IgM pentamérica livre estão na forma planar que
é inacessível ao C1q. A ligação da IgM a um antigénio induz uma alteração
conformacional que expõem os locais de ligação ao C1q nas regiões Fc e
permite a ligação do C1q.
Assim, devido à sua estrutura pentamérica, uma única molécula de IgM é capaz de
ligar duas moléculas C1q e esta é uma das razões pelas quais a IgM é uma molécula
de ativação do complemento mais eficiente que os anticorpos IgG.
C1r e C1s são serinas proteases que formam um tetrâmero contendo duas
moléculas de cada proteína. A ligação de duas ou mais cabeças globulares de C1q
às regiões Fc de IgG ou IgM leva à ativação enzimática da C1r associada, que cliva
e ativa a C1s, desencadeando uma cascata de reações:
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Via Alternativa
• A proteína C3 contem uma ligação tioéster reativa que está enterrada num
domínio relativamente grande conhecido como domínio tioéster;
• Quando a C3 é clivada, a proteína C3b sofre uma alteração conformacional
importante e o domínio tioéster expõem a ligação tioéster anteriormente
escondida;
• Normalmente, no plasma a C3 é continuadamente clivada a baixas taxas para
gerar C3b por um processo de C3 tickover;
• Uma pequena quantidade de C3b fica covalentemente ligada à superfície de
células, incluindo micróbios, via a ligação tioéster que reage com grupos
amino ou hidroxilo de proteínas membranares ou polissacarídeos para formar
ligações amida ou éster;
• Se estas ligações não forem formadas, a C3b fica na fase fluida e a ligação
tioéster reativa e exposta é rapidamente hidrolisada, inativando a proteína.
Como resultado, a ativação do complemento não pode seguir.
Quando a C3b sofre a sua alteração conformacional pós-clivagem expondo o domínio
tioéster, um local de ligação para uma proteína plasmática designada fator B é
também exposto na proteína C3b que está agora covalentemente ligada à superfície
de uma célula microbiana ou do hospedeiro. A partir daqui a cascata de reações
segue do seguinte modo:
1. O fator B agora ligado é por sua vez clivado por uma serina protéase
plasmática designada fator D, libertando um pequeno fragmento designado
Ba e gerando um fragmento maior designado Bb que fica ligado ao C3b;
2. O complexo C3Bb é a C3 convertase da via alternativa e cliva mais moléculas
C3, amplificando a sequência. No entanto, mesmo que C3b é gerado pela via
clássica, esta é capaz de formar um complexo com Bb e este complexo é capaz
de clivar mais C3;
3. Quando C3 é clivado e o C3b fica ligado às células, C3a é libertado e apresenta
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A ativação estável da via alternativa ocorre na superfície das células microbianas e não
nas células dos mamíferos. Se um complexo C3bBb é formado numa célula mamífera,
ele é rapidamente degradado e a reação é terminada pela ação de várias proteínas
regulatórias presentes nestas células. A ausência de proteínas regulatória nas células
microbianas permite a ligação e a ativação da C3 convertase da via alternativa. Para
além disso, outra proteína da via alternativa, designada properdina, é capaz de ligar e
estabilizar o complexo C3bBb e a ligação da properdina á favorecida nos micróbios em
oposição às células do hospedeiro.
Via da Lectina
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Moléculas MHC
Em contraste, as moléculas MHC classe III são um grupo de proteínas não relacionadas
que não partilham de semelhança estrutural e função comum com as moléculas da
classe I e da classe II.
Todas as moléculas MHC partilham certas características estruturais que são criticas
para o seu papel de apresentação de péptidos e reconhecimento de antigénios pelos
linfócitos:
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A habilidade das moléculas MHC ligarem diferentes péptidos foi estabelecida por
diferentes evidências experimentais:
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Com as moléculas MHC não são capazes de distinguir entre péptidos estranhos e
péptidos do próprio, apresentam tanto péptidos do próprio como péptidos estranhos
e as células T examinam esses péptidos para a presença de péptidos estranhos. Este
processo é central para a função de vigilância das células T. No entanto, a
incapacidade das moléculas MHC discriminarem entre antigénios próprios e estranho
levanta duas questões:
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Memória
• Células T de memoria, são facilmente ativadas e responsáveis pela resposta
secundaria.
• Existem dois tipos de células T de memoria:
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Tanto a fase de indução como a efetora das respostas das células T são
desencadeadas pelo reconhecimento de um antigénio especifico. As células T
reconhecem fragmentos peptídicos que são derivados de proteínas antigénicas e
que estão ligados a moléculas na superfície celular codificadas por genes do MHC.
As células que apresentam péptidos associados ao MHC são designadas células
apresentadoras de antigénios (APCs):
As formas físico-químicas dos antigénios que são reconhecidos pelas células T são
diferentes das reconhecidas pelos linfócitos B e pelos anticorpos, e este facto levou à
descoberta do papel do MHC no reconhecimento de antigénios pelas células T: várias
características do reconhecimento de antigénios são únicas dos linfócitos T:
1. A maior parte das células T reconhece péptidos e não outras moléculas. Isto
porque apenas péptidos se ligam a moléculas MHC. A maior parte dos linfócitos
T reconhecem apenas péptidos enquanto as células B são capazes de reconhecer
péptidos, proteínas, ácidos nucleicos, polissacarídeos, lípidos e pequeno
químicos. Como resultados, as respostas imunes mediadas por células T são
normalmente induzidas por antigénios peptídicos, a fonte natural de péptidos
estranhos, enquanto as respostas imunes humorais são observadas com
antigénio peptídicos e não peptídicos. Para além disso, algumas células T são
especificam para pequenos haptenos químicos, como dinitrofenol, uruchiol do
veneno de hera, plactams de antibióticos pinicilina. Nestas situações, os
haptenos devem ligar-se a proteínas do próprio e estes péptidos conjugados são
reconhecidos por células T.
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A restrição MHC das células T é uma consequência dos processos de seleção durante a
maturação de células T no timo:
A descoberta da restrição MHC forneceu uma evidência definitiva que as células T não
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Expressão de
Tipos de células Principal função
MHC classe II Co-estimuladores
Constitutiva; aumenta com Iniciação das respostas das
Constitutiva; aumenta
a maturação; induzivel pelo células T a proteínas
Células dendriticas com a maturação;
IFN-γ, interações CD40- antigénicas
aumentada pelo IFN-γ
CD40L
Baixa ou negativa; Induzivel pelo LPS, IFN-γ, Fase efetora das respostas
Macrófagos
induzida pelo IFN-γ interações CD40-CD40L mediadas por células
Induzida pelas células T Apresentação de antigénios a
+
Constitutiva; aumentada (interações CD40-CD40L), células TH CD4 nas respostas
Linfócitos B
pela IL-4 cross-linking antigénio imunes humorais (interações
recetor célula T-célula B)
Promove a ativação de
Células endoteliais Unduzivel pelo IFN-γ; Constitutiva; induzivel em células T especificas para
vasculares constitutiva em humanos ratinhos antigénios no local de
exposição ao antigénio
Várias células epiteliais Função fisiológica
Induzivel pelo IFN-γ Probabelmente nenhuma
e mesenquimais desconhecida
especificidade dupla:
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Moléculas MHC e péptidos formam complexos na superfície das APCs. O recetor que
reconhece estes complexos péptido-MHC é designado T cell recetor (TCR). O TCR é
um recetor clonalmente distribuído, o que significa que clones de células T com
diferentes especificidades expressam diferentes TCRs. Os sinais bioquímicos que são
desencadeados nas células T por reconhecimento de antigénios não são traduzidos
pelo TCR em si, mas sim por proteínas invariantes designadas CD3 e ξ, que estão não-
covalentemente ligadas ao TCR para formar o complexo TCR.
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A ligação seletiva das CD4 às moléculas MHc classe II e das CD8 às moléculas MHC classe
I assegura que as células T CD4+ respondem a péptidos antigénicos associados a classe I
e que as células T CD8+ respondem a péptidos antigénicos associados a classe II. A
separação das respostas das células T CD4+ e CD8+ a estes diferentes grupos de antigénios
ocorre devido às especificidades dos CD4 e CD8 a diferentes classes de moléculas MHC:
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Resposta Humoral
A cinética e outras características da resposta humoral diferem consideravelmente
dependendo se a resposta humoral resulta de uma ativação de células B naïve (resposta
primária) ou de células B de memória (resposta secundária). Em ambos os casos, a ativação
leva à produção de anticorpos decretados de vários isótopos, que diferem na sua
habilidade de mediar funções efetora especificas:
• Natureza do antigénio;
• Via de administração do antigénio;
• Presença ou ausência de adjuvantes;
• Espécies ou estirpes a serem imunizadas.
• Uma fase lag, durante a qual células B naïve sofrem seleção clonal, subsequente
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Bibliografia
o Goldsby R. A., Kindt T. J., Osborne B. A., Kuby J., Kuby Immunology, 2013, 7ª
edição, Freeman and Company;
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