Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Paloma Faria
1) MECANISMOS DE DEFESA
A resposta imune natural estimula respostas imunes adquiridas e influi na natureza delas. Já
as respostas imunes adaptativas intensificam os mecanismos protetores da imunidade inata,
tornando-os capazes de combater com maior eficácia os micro-organismos patogênicos.
c) Células efetoras = eliminam o antígeno. Podem ser linfócitos T ativados (CD4 secretam
citocinas que: recrutam leucócitos e estimulam a produção de substancias microbicidas
pelos fagócitos, destruindo os patógenos; estimulam a produção do anticorpo IgE e ativam
os eosinófilos, que são capazes de matar parasitas muito grandes para serem fagocitados),
fagócitos mononucleares e outros leucócitos.
CITOCINAS
- Grupo heterogêneo de proteínas solúveis.
- São mensageiras do sistema imunológico. Medeiam e regulam imunidade natural e
adaptativa.
* Na imunidade natural, são produzidas pelas células dendríticas, macrófagos e mastócitos,
impulsionando o processo de inflamação ou contribuindo para a defesa contra infecções
virais.
* Na imunidade adaptativa, são produzidas por linfócitos T auxiliares e responsáveis pela
ativação e diferenciação dos linfócitos T e B.
- Algumas são fatores de crescimento para a hematopoiese.
- Sua síntese é iniciada por nova transcrição gênica como resultado da ativação celular. Os
RNAm que codificam a maioria das citocinas são instáveis e rapidamente degradados,
tornando a síntese das citocinas transitória.
- A produção das citocinas também pode ser regulada por processamento do RNA e por
mecanismos pós-tradução, como liberação de proteolítica de um produto ativo de um
precursor inativo.
- Pleiotropismo: uma citocina pode atuar em diversos tipos de células e exercer múltiplos
efeitos biológicos.
- Sinapse imunológica: secreção de citocina pelo linfócito T no sítio de contato com as APC.
- Possuem ação autócrina (na mesma célula que a secretou), parácrina (na célula
adjacente) e endócrina (quando entram na circulação e atuam a distancia do seu local de
produção).
alternativa do sistema de complemento), seu acúmulo nos tecidos e sua ativação para
destruir os micro-organismos.
- Os fagócitos expressam em sua superfície receptores que: se ligam aos micro-organismos
e os ingerem; ou reconhecem moléculas microbianas e ativam as células. Depois dos
receptores serem ativados, os fagócitos produzem radicais reativos que destroem os micro-
organismos ingeridos.
- Via alternativa do sistema de complemento => quando ativada por superfícies microbianas,
são gerados produtos de clivagem proteolítica, que medeiam as respostas inflamatórias,
revestem os micro-organismos para fagocitose intensificada e lisam diretamente os micro-
organismos.
b) Defesa antiviral: reação por citocinas, em que as células adquirem resistência a infecção
viral, e na destruição pelas células NK das células infectadas por vírus.
FASES:
1. Linfócitos com receptores específicos produzidos na medula passam pelo timo para
maturar e entram na circulação até entrar em contato com o antígeno.
2. Reconhecimento do antígeno específico pelo receptor da célula.
3. Ativação dos linfócitos virgens proliferação (expansão clonal), produção de anticorpos
e citocinas, diferenciação em células efetoras.
4. Fase efetora execução das funções que induzem a eliminação do antígeno.
Memória imunológica: a ativação inicial dos linfócitos virgens gera células de memória de
vida longa, que podem sobreviver durantes anos após o combate a infecção. As células de
memória representam um reservatório expandido de linfócitos específicos para determinado
antígeno e respondem mais rapidamente e de modo mais efetivo contra o antígeno do que
as células virgens.
Referência:
ABBAS, A.K. Imunologia Celular e Molecular. 7a ed.
Bloco Febre 6
Paloma Faria
APC
° As células dendríticas são as únicas capazes de ser APC para linfócitos T virgens, e
portanto, ativar linfócitos T.
° Células dendríticas, macrófagos e linfócitos B expressam moléculas do MHC classe II, e
portanto, são APC para linfócitos T CD4+.
° Macrófagos e linfócitos B são APC apenas para o linfócito T CD4+ efetor.
° As APC também apresentam moléculas que são segundos sinais para ativar as células T,
denominadas coestimuladores.
° A função de apresentação de antígeno pela APC é intensificada pela exposição a produtos
microbianos.
- A combinação dos sinais bioquímicos deflagrados via CD40 e citocinas ativa as APC,
resultando num aumento da capacidade de processar e apresentar antígenos, de expressar
coestimuladores e de secretar citocinas que ativam as células T.
Células dendríticas
° As portas de entrada para os antígenos estranhos no hospedeiro consistem na pele e nos
epitélios dos sistemas gastrointestinal e respiratório. A partir daí, vão para os órgãos
linfoides secundários, onde são deflagradas as respostas primárias das células T. Os
antígenos presentes nos vasos linfáticos são concentrados nos gânglios linfáticos pelas CD
e os que estão livres na circulação sanguínea chegam até o baço (soltos ou capturados
pelas APCs).
- A coleta e a concentração de antígenos nos gânglios linfáticos é complementada pelas
superfícies das mucosas dos sistemas gastrointestinal e respiratório, que possuem
adaptações anatômicas, como a Placa de Peyer e as tonsilas faríngeas.
- Os antígenos podem alcançar o sangue diretamente do tecido ou por meio da linfa do
ducto torácico.
° As células dendríticas estão nos órgãos linfoides, nos epitélios da pele e dos tratos
gastrointestinal e respiratório, bem como no interstício da maioria dos órgãos
parenquimatosos.
° CD imatura: capaz de capturar antígenos, mas incapaz de ativar células T. Podem atuar na
apresentação de autoantígenos às células T autorreativas, causando inativação ou morte
das células T.
° CD madura: CD que encontrou microorganismo e sofreu maturação e funciona para
apresentar antígenos as células T e ativá-las. Elas perdem a aderência ao epitélio ou tecido
Bloco Febre 8
Paloma Faria
MHC
1) Genes do MHC
° Não polimórficos
° Polimórficos = presença de formas variadas (sequências gênicas) alternativas ou variantes
nos diferentes membros da população.
- Os genes do MHC são os mais polimórficos presentes no genoma.
° O lócus do MHC contém o gene do MHC I e o gene do MHC II, que codificam dois grupos
de proteínas estruturalmente distinas.
- MHC de classe I = apresentam peptídeos aos linfócitos T CD8+.
- MHC de classe II = apresentam peptídeos aos linfócitos T CD4+.
° A presença de múltiplos alelos do MHC reduz a possibilidade de que um único patógeno
possa escapar das defesas do hospedeiro em todos os indivíduos de determinada espécie.
- A função efetora do CD8+ restritos à classe I consiste em eliminar as células infectadas por
micro-organismos intracelulares.
3) Moléculas do MHC
1° Captação do antígeno
2° Processamento do antígeno
3° Biossíntese do MHC
4° Associação peptídeo-MHC
Referência:
ABBAS, A.K. Imunologia Celular e Molecular. 7a ed.
Bloco Febre 11
Paloma Faria
Estágios:
Comprometimento das células progenitoras com a linhagem T
Rearranjo sequencial e a expressão dos genes de TCR
Proliferação celular
Seleção induzida por antígenos
Comprometimento com subgrupos fenotípica e funcionalmente distintos
° Nessa fase de duplo-positivos ocorre um processo de seleção que permite o timo testar o
linfócito T, para ser liberado na circulação ou ficar ali mesmo no timo. Do timo o linfócito
recircula pelos órgãos linfóides secundários.
° Seleção positiva: é o processo que preserva as células T cujos TCR reconhecem o MHC
próprio com baixa afinidade. Esse MHC é apresentado pelas células epiteliais do timo. Ao
mesmo tempo, as células tornam-se comprometidas com a linhagem CD4 e CD8, com base
no reconhecimento de MHC I ou MHC II.
- Falha da seleção positiva: aquelas células que não sobreviveram, pois não interagiram
com as células epiteliais tímicas, visto que não possuem receptores, foram eliminadas já
que estavam mal formadas e
receberam sinais para entrar em
apoptose (morte por negligência).
Sendo assim, elas não sobreviveram
ao processo de seleção positiva!
° As células que sobreviveram a
seleção positiva continuam a
maturação e vão para a medula do
timo já positivas simples (CD8 ou
CD4). É a célula T imatura.
° Seleção negativa: os timócitos cujos
TCR reconhecerem com alta afinidade
o complexo de peptídeo-MHC
apresentado pelas células epiteliais no
córtex do timo ou pelas células
dendríticas na medula do timo sofrem
apoptose, levando à morte ou à deleção das células. Esse processo elimina as células T
potencialmente autorreativas mais nocivas e constitui um dos mecanismos que assegura
que o sistema imune não irá responder a muitos antígenos próprios, denominado
autotolerância ou tolerância central, visto que ocorre nos órgãos linfoides geradores (ou
centrais).
° Após esses processos a célula T é agora madura e virgem e vai para os órgãos linfoides
secundários, onde serão ativadas (proliferação e diferenciação).
Bloco Febre 13
Paloma Faria
° Tolerância periférica => é induzida pelos linfócitos maduros por antígenos próprios nos
tecidos periféricos.
° À medida que envelhecemos, o timo vai diminuindo e perdendo a sua função e pode
acontecer de linfócitos T não serem bem selecionados e gerar linfócitos autorreativos. No
entanto, nosso organismos evolui e criou a resistência periférica pra evitar que a célula
auto-reativa que encontra o antígeno próprio possa se ativar e gerar células efetoras.
Periferia quer dizer órgãos linfoides secundários ou tecido linfóide da mucosa dos tratos, nos
quais são encontrados grandes quantidades de macrófagos, que são APCs que apresentam
pouco B7 (molécula coestimulatória). Quando acontece a apresentação do antígeno por
essas células que possui pouco B7, o linfócito T entra em um estado que é chamado de
anergia (linfócito T não funcional). É uma das formas de controlar as células
autorreativas. A outra forma é feita por um grupo de células chamadas de T reguladoras
(linfócito T supressor), que fiscalizam o grau de auto-reatividade dos linfócitos que deixam o
timo e induzem a auto-deleção.
° Recirculação dos linfócitos: trânsito dos linfócitos virgens do timo para as zonas de
células T dos órgãos linfoides secundários (gânglios linfáticos, baço ou tecidos linfoides das
mucosas) por meio do sangue. Se não reconhecerem antígenos nesses locais, as células T
voltam para o sangue diretamente do baço ou através dos vasos linfáticos saindo dos
gânglios e tecidos linfoides associados à mucosa. Isso maximiza a possibilidade do linfócito
T virgem encontrar o antígeno em qualquer local do corpo.
A migração das células T virgens do sangue, através das HEV, para dentro dos gânglios
linfáticos constitui um processo em múltiplas etapas, que consiste em: rolamento das células
mediado por selectinas; ativação da integrinas induzida por quimiocinas; adesão firme
mediada por integrinas; transmigração através da parede vascular.
- Moléculas de adesão nos linfócitos => receptores de endereçamento (homing)
- Moléculas de adesão que se ligam as células endoteliais => adressinas
As células T efetoras que foram geradas pela ativação das células T virgens induzida por
antígeno deixam os tecidos linfoides secundários através da drenagem linfática e retornam
ao sangue circulante.
Referência:
ABBAS, A.K. Imunologia Celular e Molecular. 7a ed.
Bloco Febre 15
Paloma Faria
LINFÓCITOS B
Subgrupos de linfócitos B:
Assim, ser maduro para o linfócito B quer dizer que ele já pode reconhecer um
antígeno e pra isso precisa ter receptor.
° Os linfócitos B vão secretar anticorpos ou não de acordo com a interação que eles vão ter
com os linfócitos T auxiliares.
° Os linfócitos B podem responder antígenos timo-dependentes e a antígenos timo-
independentes. Para responder a antígenos proteicos os linfócitos B precisam dos linfócitos
T auxiliares, portanto diz-se que os peptídeos geram respostas timo-dependentes nos
linfócitos B. Caso não precise do linfócito T auxiliar essas respostas são timo-
independentes, que acontecem no caso se o antígeno for um lipídio ou carboidrato.
A célula B folicular consegue internalizar por endocitose o antígeno proteico, que vai
para a via de processamento do MHC II, passando a ser APC para o linfócito T
auxiliar (se produzir B7) e produzindo anticorpos (IgA, IgG, IgE). Essa resposta é
denominada T dependente.
As células B da zona marginal e as células B-1 respondem a antígenos
polissacarídeos (açúcares) e lipídios solúveis e de cadeia longa, secretando IgM, que
na forma secretada possui estrutura pentâmera. Essa resposta é denominada T
independente.
Bloco Febre 16
Paloma Faria
° Célula tronco: origem na medula. Possui DNA não recombinado e marcador de superfície
CD43.
° Célula pró-B: não produz Ig. Possui marcadores de superfície CD43, CD19 e CD10. As
proteínas Rag são inicialmente expressas nesse estágio e ocorre a primeira recombinação
dos genes das Ig nas cadeias pesadas.
° Célula pré-B: já possui gene da cadeia H recombinado (VDJ). Expressa CD43 e a cadeia
pesada na superfície celular em associação ao pré-receptor de células B (importante para o
controle da maturação), mas ainda precisa rearranjar as cadeias leves.
- Nesse estágio, as células incapazes de expressar pré-receptores morrem.
Esse processo todo, da medula até o baço, leva de 2 a 3 dias. Caso essa célula não
entre em contato com o antígeno ela entra em apoptose, após 2 a 3 meses.
° Todo anticorpo, em sua primeira fase de vida, vai ser o receptor da célula B (BCR).
A molécula de anticorpo é formado por duas cadeias polipeptídicas maiores (cadeias
pesadas) e duas cadeias polipeptídicas menores (cadeias leves). A cadeia pesada é a parte
do anticorpo que segura a molécula na membrana do linfócito B.
° Regiões do Ig:
- Fc: cadeias pesadas do
anticorpo que interage com
outras células ou com o
complemento.
- Fab: parte que reconhece o
antígeno e é formado por um
pedaço da cadeia pesada e um
pedaço da cadeia leve. Possui
composição muito variável de
aminoácidos para o
reconhecimento de diversos
antígenos.
° Se o linfócito tiver estímulo para fazer IgG ela vai ser sempre na forma de monômero, a
IgE vai ser sempre monômero e as IgAs podem ser tanto monômeros quanto dímeros.
Obs.: Não importa se vai ser monômero, dímero ou pentâmero, a molécula de anticorpo vai
ter sempre a mesma estrutura básica, duas cadeias pesadas e duas cadeias leves.
° A secreção de IgA, IgG, IgE, IgM só acontece com a colaboração dos linfócitos T
auxiliares. Toda a resposta que vai produzir IgA, IgG ou IgE são chamadas timo-
dependentes, pois dependem do contato com o linfócito T, mas o antígeno precisa ser de
natureza protéica. A única Ig que o plasmócito consegue secretar com as respostas timo-
independentes é a IgM.
° A composição de aminoácidos da cadeia pesada é que vai determinar o tipo de Ig e está
ligada a parte Fc da molécula.
° Na apresentação de antígeno pelo linfócito B ao linfócito T CD4 essa apresentação não vai
só estimular o linfócito T efetor, mas também esse linfócito T efetor vai ajudar o linfócito B a
melhorar sua função.
- Para o linfócito B estimular o T precisa ter B7 que vai ser ativado e vai gerar células
efetoras. É importante também que tenha a ligação do CD40 com o CD40 L do linfócito B.
Bloco Febre 18
Paloma Faria
Quando todos esses sinais estiverem engajados, o linfócito B estará pronto para receber
citocinas do linfócito T auxiliar.
MEMÓRIA IMUNOLÓGICA
° A vacinação (toxóide - toxina desnaturada) gera resposta imunológica, marcada por uma
fase inicial elevada em IgM e IgG (IgG > IgM).
° Com um segundo contato antigênico (infecção natural por toxina) há um aumento da
produção de anticorpos (resposta secundária), que é marcada por uma fase inicial baixa de
IgM e um aumento expressivo de IgG.
Referência:
ABBAS, A.K. Imunologia Celular e Molecular. 7a ed.
Bloco Febre 19
Paloma Faria
Obs.: Nas 3
respostas os
mediadores são os
mesmos (IL-1, IL-6,
TNF-alfa, IFN-gama,
NO, H2O2). A
produção intensa
deles é que vai
resultar no choque
séptico.