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U3 Sistema Imunitário II

Sistema imunitário
Como são reconhecidos os elementos estranhos ao organismo?

Cada indivíduo é único do ponto de vista bioquímico.

A individualidade biológica é definida pela presença na superfície da membrana


citoplasmática das células, de macromoléculas (glicoproteínas) que funcionam
como MARCADORES CELULARES.

Os marcadores celulares, são diferentes em,


indivíduos de espécies diferentes, indivíduos
da mesma espécie e em células do mesmo
indivíduo que sofreram mutações.

Estes marcadores são codificados por um conjunto de genes localizados no


cromossoma 6 - complexo principal de histocompatibilidade – MHC
Nos humanos as moléculas do MHC são referidas como
- antigénios leucocitários humanos - HLA
Mecanismos de defesa
Como são reconhecidos os elementos estranhos ao organismo?

Quando o sistema imunitário deteta marcadores que são


diferentes dos que são próprios do organismo, ou sinais
de perigo, desencadeia uma resposta imunitária.

Nos Vertebrados, considera-se a existência de


2 tipos de resposta imunitária ou mecanismos de defesa.
Mecanismos de defesa

Defesas não específicas Defesas específicas


ou ou
imunidade inata. imunidade adquirida.

Impedem a entrada de agentes São desencadeadas alguns dias


agressores ou destroem aqueles após o início da invasão de agentes
que penetram ou se encontram no patogénicos.
interior do organismo.
São dirigidas de uma forma eficaz
Atuam de igual forma qualquer contra um determinado agente
que seja o agente agressor. agressor.
Mecanismos de defesa
Mecanismos de defesa não específicos
ou imunidade inata.

Barreiras Secreções Interferão


físicas
Fagocitose Resposta
inflamatória Sistema de
complemento

Mecanismos de defesa específicos


ou imunidade adquirida

Imunidade mediada Imunidade mediada


por células por anticorpos
Defesa não específica
1º linha de defesa - Barreiras físicas

! PELE e PELOS das NARINAS


impedem a entrada de agentes patogénicos.

Células produtoras de muco


e células ciliadas da traqueia
!  MUCOSAS
Revestem as cavidades do corpo que
se encontram em contato com o
exterior segregam MUCO que dificulta
a fixação e a multiplicação de
microrganismos.
MECANISMOS
DE DEFESA
Defesa não específica
1º linha de defesa - Secreções

Secreções e Enzimas

. GLÂNDULAS SEBÁCEAS,
SUDORÍPERAS e LACRIMAIS
.

Segregam substâncias
tóxicas para muitas bactérias
impedindo a sua progressão
no organismo.

. LISOZIMA
.

Enzima que se encontra nas


lágrimas, saliva e suor ataca a
parede celular de inúmeras
bactérias.

. ÁCIDO CLORÍDRICO
.

produzido no estômago, destrói


os microrganismos ingeridos
com os alimentos.
MECANISMOS
DE DEFESA
Defesa não específica
2ª linha de defesa - Fagocitose

Quando os microrganismos conseguem ultrapassar


a 1ª linha de defesa, entram em ação os fagócitos,
que ingerem e destroem os agentes patogénicos.
Defesa não específica
2ª linha de defesa - Fagocitose
Fagócitos
NEUTRÓFILOS MACRÓFAGOS
São os fagócitos mais Desenvolvem-se a partir dos monócitos.
abundantes e os primeiros Acumulam-se nos tecidos depois dos
a chegar a um local de neutrófilos e são responsáveis pela
infeção, por quimiotaxia. maior parte da atividade fagocítica
em estados mais avançados de infeção.
Capturam os agentes a fagocitar
emitindo pseudópodes e limpam
EOSINÓFILOS
os tecidos dos neutrófilos mortos
São fracamente
e dos restos de células.
fagocitários, sendo a sua
principal função matar
parasitas (ex. Vermes).

A fagocitose pode também ser realizada pelas CÉLULAS NK (linfócitos).


Estas atuam sobre células tumorais e células infetadas por
certos tipos de vírus.
Defesa não específica
2ª linha de defesa - Fagocitose

macrófago

A fagocitose ocorre geralmente no contexto de uma resposta inflamatória


Defesa não específica
MECANISMOS
DE DEFESA

Reação inflamatória
Ocorre quando os agentes patogénicos conseguem ultrapassar as
barreiras de defesa primárias, o que acontece por ex. após um
golpe na pele.

Envolve mediadores químicos e fagócitos.


Defesa não específica
Reação inflamatória

1 - Os agentes patogénicos,
os basófilos, e
os mastócitos (células especializadas presentes
em alguns tecidos lesados),
libertam substâncias químicas,
principalmente histamina.
Defesa não específica
Reação inflamatória
2 - Estas substâncias químicas causam a
VASODILATAÇÃO e o
AUMENTO DA PERMEABILIDADE
dos capilares.
Assim verifica-se:
Um aumento do fluxo sanguíneo para
essa zona
provocando RUBOR e CALOR.
Um aumento da quantidade de fluido
intersticial nos tecidos envolventes
provocando EDEMA.

A distensão dos tecidos provocada pelo


edema e a ação de substâncias químicas
sobre as terminações nervosas
provocam DOR.
Defesa não específica
Reação inflamatória

3 - Os NEUTRÓFILOS e os MONÓCITOS
são atraídos por quimiotaxia, deixam
os vasos sanguíneos por diapedese e
dirigem-se aos tecidos infetados.

Os NEUTRÓFILOS são os primeiros a


chegar e começam a fagocitar os
agentes patogénicos.

Chegam a seguir os MONÓCITOS que


se diferenciam em MACRÓFAGOS.
Defesa não específica
Reação inflamatória

4 - Os MACRÓFAGOS fagocitam os
agentes patogénicos e os seus
produtos, os neutrófilos destruídos e
as células danificadas.

Em algumas infeções forma-se um


abcesso que corresponde à
acumulação de PUS que é formado
por microrganismos, fagócitos mortos
e por proteínas e fluido que saíram
dos vasos sanguíneos.

Normalmente o pus é absorvido ao fim


de alguns dias e inicia-se a
CICATRIZAÇÃO dos tecidos.
Defesa não específica
Quando as infeções são mais graves, envolvendo áreas mais vastas do
organismo, produz-se uma Resposta Sistémica:

Resposta sistémica
1 - AUMENTO DO NÚMERO DE LEUCÓCITOS EM CIRCULAÇÃO
Resulta da estimulação da medula óssea por substâncias químicas
produzidas pelas células lesadas.

2 - FEBRE
.

Pode ser desencadeada por toxinas produzidas pelos agentes


patogénicos ou por pirógenos produzidos pelos leucócitos.
Estas substâncias atuam sobre o hipotálamo fazendo aumentar a
temperatura.

A febre moderada é benéfica dado que acelera as reações do organismo


estimulando a fagocitose e a reparação dos tecidos lesionados.
Inibe, também a multiplicação de alguns microrganismos.
Defesa não específica
Resposta inflamatória
Defesa não específica
MECANISMOS
DE DEFESA

Interferão
É um conjunto de proteínas antivirais segregadas por algumas células
infetadas por vírus.

O Interferão não protege a célula que o produz nem atua diretamente


sobre o vírus.

Difunde-se para as células vizinhas, induzindo-as a produzir proteínas


antivirais.

Estas proteínas bloqueiam a replicação do vírus, limitando assim o seu


alastramento de célula para célula.

A defesa conferida por estas proteínas não é específica (o interferão


produzido atua da mesma forma para todos os tipos de vírus).

Interferão (interfere com a replicação dos vírus no interior das células).


Defesa não específica

Interferão

Estas são produzidas de


uma forma inativa e apenas
são ativadas se a célula for
infetada por vírus.

Atualmente produz se interferão através da tecnologia do DNA recombinante.


Têm sido realizados testes clínicos para avaliar a sua eficácia no tratamento de
infeções virais e do cancro.
MECANISMOS
DE DEFESA
Defesa não específica
Sistema de complemento
É um conjunto de cerca de 20 proteínas que são produzidas no fígado e
circulam no plasma na sua forma inativa.

Na presença de um estímulo que identifique um elemento estranho tornam-se


ativas.

Atuam numa sequência característica ou em “efeito de cascata”, no qual cada


proteína ativa a seguinte .

Estas proteínas, em diferentes combinações, fornecem 3 tipos de defesa:

•  Aderem às membranas dos microrganismos, dificultando a sua


mobilidade auxiliando os fagócitos a destruí-los.
•  Ativam a resposta inflamatória e atraem os fagócitos para o local da
infeção - quimiotaxia, funcionando como sinalizadores químicos.

•  Promovem a lise (rompimento) das células invasoras, por ex. bactérias.


Defesa não específica
Sistema de complemento

Aderem às membranas
dos microrganismos,
dificultando a sua
Ligam-se a mastócitos
mobilidade, intensificando
fazendo - os libertar
a fagocitose.
histamina que ativa a
resposta inflamatória.

Fixam-se na membrana da
bactéria, abrindo poros,
provocando a saída do
conteúdo celular.
Questionário
1. Os leucócitos podem ser divididos em:

a. neutrófilos e eosinófilos
b. neutrófilos, basófilos, linfócitos e monócitos.
c. neutrófilos, basófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos.
X
d. neutrófilos, basófilos, plasmócitos, linfócitos e monócitos.
e. neutrófilos, basófilos, eosinófilos, plasmócitos, linfócitos e
monócitos.
2. A imunidade inata é...

a. específica para infeções víricas.


b. específica para infeções bacterianas.
c. um conjunto de processos adquiridos que conferem proteção
contra muitos agentes patogénicos.
d. não específica e, portanto, inadequada para combater agentes
patogénicos.
X e. não específica e corresponde a um conjunto de processos que
conferem proteção contra agentes patogénicos.
Questionário
3. São exemplos de barreiras físicas...

X a. a pele e as mucosas do tubo digestivo.


b. os pêlos e as lágrimas.
c. a saliva e os cabelos.
d. a pele e a saliva.
e. a saliva e as lágrimas.

4. Fazem parte da imunidade inata do organismo...

a. a lisozima presente na saliva e nas lágrimas .


b. o sistema de complemento.
c. os neutrófilos e eusinófilos.
d. o interferão.
X e. todas as anteriores.
Questionário
5. Numa resposta inflamatória ocorrem, por esta ordem, os seguintes
fenómenos:
a. Invasão dos microrganismos no tecido; vasodilatação; aumento do
número de fagócitos na região; libertação de substâncias químicas;
eliminação dos microrganismos patogénicos.
b. Invasão dos microrganismos no tecido; aumento do número de
fagócitos na região; vasodilatação; libertação de substânciasquímicas;
eliminação dos microrganismos patogénicos.
c. Invasão dos microrganismos no tecido; libertação de substâncias
químicas; vasodilatação; eliminação dos microrganismos patogénicos;
aumento do número de fagócitos na região.
d. Invasão dos microrganismos no tecido; libertação de substâncias
X
químicas; vasodilatação; aumento do número de fagócitos na região;
eliminação dos microrganismos patogénicos.
e. Invasão dos microrganismos no tecido; libertação de substâncias
químicas; aumento do número de fagócitos na região; vasodilatação;
eliminação dos microrganismos patogénicos.
Questionário

6. O sistema de complemento...

a. é um conjunto de células que auxiliam na resposta imunitária específica.


b. é um conjunto de células que auxiliam na resposta imunitária não
específica.
c. é um conjunto de proteínas que atuam de forma específica na presença
do seu antigénio.
X d. é um conjunto de proteínas que podem provocar a lise bacteriana.
e. é um conjunto de proteínas que são produzidas no baço.

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