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Bom dia!

Na minha apresentação irei dar como concluída a obra de


José Saramago, Memorial do Convento, abordando o último capítulo, o
capítulo 25.
Vou começar a minha apresentação por recapitular o que Carolina
referiu relativamente ao capítulo 24, onde Blimunda esperava
ansiosamente Baltasar, e, por desespero, foi à sua procura. No seu
caminho, pelos montes encontrou um frade que a persuadiu a passar a
noite numas ruínas próximas ao convento. O frade tentou violar Blimunda,
mas ela espetou um espigão entre as costelas do frade. Mais desesperada
que antes, Blimunda regressa a casa passadas duas noites sem dormir
convenientemente.
O rei que, festejando o seu quadragésimo primeiro aniversário, foi
consagrar o monumento a Mafra com o resto do seu cortejo e o capítulo
termina com a partida de Blimunda outra vez à procura de Baltazar.
Passando ao resumo do capítulo 25: Vou começar por ler um
bocado do primeiro paragrafo com que inicia o meu capitulo (“”). Logo no
inicio do capítulo é nos referido que durante 9 anos, Blimunda andou
pelos caminhos à procura de Baltazar e que perguntava por ele em todos
os lugares por que passava.
Muitos julgavam-na doida, mas ao ouvir-lhe as demais sensatas
palavras e ações, ficavam indecisos se aquilo que dizia era ou não falta de
juízo. Passou então a ser chamada de Voadora por causa da estranha
história que contava, sobre a passarola, as bolas de âmbar e Baltazar.
Blimunda sentava-se à porta das casas, a ouvir queixas das mulheres
que lamentavam que os seus homens não tivessem também
desaparecido, para que elas pudessem, ao menos, devotar-lhes um amor
tão grande como o de Blimunda e Baltazar (“”), ou seja conseguimos
perceber o desejo e a vontade que as mulheres têm de também poderem
andar por aí à procura do seu homem e devotar-lhes assim o seu amor.
De seguida, é nos referido pelo autor que Blimunda deixara de
entrar em igrejas devido à tentativa de violação por parte do frade
dominicano, entrava apenas para descansar sentada no chão ou apoiada
numa coluna. Os padres que ouviam falar dela enviavam-lhe recados para
se ir confessar, pois estavam todos desejosos por saber que segredos e
que mistérios ela trazia consigo. A esses padres Blimunda mandava dizer
que apenas se iria confessar no caso de se sentir pecadora (“”).
Por vezes Blimunda, em algumas aldeias, era tratada mal pelas pessoas,
não era bem-vinda, é até referido pelo narrador que era apedrejada. Certo
dia, numa aldeia, da qual tinha sido expulsa, e que tinha uma grande falta
de água devido aos poços e às fontes estarem secos, Blimunda, durante a
noite usou a sua vidência para procurar onde existia água. Foi nomeada
como olhos de água porque se pôs no meio da praça a gritar que tinha
visto que (“”), logo como foi a primeira a ter visto esse veio de água foi
chamada de olhos de água.
Mais à frente é referido que Blimunda passa por Mafra e toma
conhecimento através de Inês Antónia da morte de Álvaro Diogo. Voltava
aos lugares por onde passara, sempre perguntando por Baltazar.
Blimunda retorna a Lisboa, é nos referido pelo autor que seria a sua
sétima passagem por Lisboa. No Rossio, finalmente encontrou Baltazar.
Havia lá um auto-de-fé. Eram onze os condenados à fogueira; entre eles,
estava António José da Silva, o Judeu, e Baltazar, Blimunda olhou-o, e
recolheu a sua vontade, porque a vontade de Baltazar lhe pertencia (“”).

Em relação ao tempo, este capitulo passa-se 9 anos após o


desaparecimento de Baltazar, ou seja, podemos concluir que se passa em
1739, terminando a ação em 1739 num auto-de-fé.

No que diz respeito ao espaço, mais concretamente ao espaço físico, a


ação decorre em Lisboa, no Rossio, no momento do auto-de-fé, em Mafra,
quando Blimunda toma conhecimento da morte de Álvaro Diogo, e por os
outros lugares por onde Blimunda tinha passado. Em relação ao espaço
social, temos presentes os autos-de-fé, decorrentes no Rossio, e ainda
está presente o espaço psicológico relativo aos pensamentos e sonhos
(“”), neste caso a um pensamento de Blimunda.

Quanto às personagens, Blimunda é uma personagem dedicada, dado que


andou durante 9 anos à procura de Baltazar, romeira peregrina e corajosa;
possui a alcunha de Voadora, devido à estranha história que contava, e
foi nomeada como Olhos-de-Água.

Relativamente a Baltazar, não nos é dada muita informação desta


personagem neste capítulo mas como já sabemos Baltazar é apaixonado
por Blimunda, possuía apenas a mão direita, ou seja, é maneta, apresenta-
se como um homem simples; analfabeto, humilde e fiel.

Inês Antónia é irmã de Baltasar, mãe de dois filhos, que sofre a morte do
filho mais novo, com pouco mais de dois anos e Álvaro Diogo que é um
homem do povo e antigo soldado com quem Baltasar tem uma amizade
ao chegar a Lisboa.

Neste capitulo também é feita referência a António José da Silva,


apelidado de judeu. Era poeta, comediógrafo e advogado, nasceu em
1705, no Rio de Janeiro e foi executado em Lisboa, no mesmo auto-de-fé
que Baltazar, tendo, portanto, morrido em 1739.

Neste capítulo consegui identificar 2 críticas. Na primeira, o narrador


critica os comportamentos agressivos e anormais entre os membros da
mesma classe social. (“”), isto quando Blimunda andava por lugares à
procura de Baltazar e quando esta foi apedrejada. A outra critica que
consegui identificar é relativa aos autos-de-fé, pois demonstram a
ignorância do povo ao sentir prazer a ver os condenados no auto-de-fé
(“”).

Podemos também encontrar algumas marcas do discurso típicas de


Saramago, como a ausência de sinais gráficos indicadores de diálogo: é a
virgula que separa as falas das personagens e desaparecem os pontos de
interrogação e exclamação. Relativamente ao recurso à intertextualidade -
eu estive a pesquisar sobre este tópico e António José da Silva, o Judeu, a
personagem histórica que também é condenado ao mesmo auto de fé que
Baltazar, ele escreveu um livro que se chama Obras do diabinho da mão
furada, e este livro estabelece uma analogia entre sua a personagem
principal, o soldado Peralta, e Baltazar. Como sabemos Baltazar já foi para
a guerra tal como Peralta, temos aqui logo um laço comum entre eles, e
ambos têm um pormenor em comum, Peralta no fim acaba por ir para um
convento e Baltazar ajuda a construir um convento eu achei isto muito
engraçado até porque também acabam Baltazar e António José da Silva, o
criador de Peralta, por terem o mesmo destino, por morrerem no mesmo
momento, no momento do auto de fé.

E ainda em relação ao discurso típico de Saramago, temos o Discurso


expressivo – as enumerações (“”), utilização de comparações como por
exemplo (“”), metáforas (“”), entre outros.

Para finalizar a minha apresentação só queria fazer referência à dimensão


simbólica. O numero 7 simboliza a perfeição e a totalidade do universo.
Para além de fazer parte dos nomes de Baltazar e Blimunda, no final da
obra, Blimunda, depois de passar pelos mesmos lugares à procura de
Baltazar, encontra-o à sétima vez, como já tinha referido era a sétima vez
que Blimunda passava por Lisboa. O numero 11, é um numero espiritual e
de intuição, justamente pelo fato de o número 1 representar o início de
tudo daí serem 11 os suplicados e o numero 9 representa a gestação, a
renovação, a sabedoria. Ao fim de 9 anos de demanda, Blimunda encontra
Baltazar e dá-se a conclusão de um ciclo.

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