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A ACÁCIA

Se existe uma planta que tenha merecido a atenção do homem e lhe tenha sido de grande
utilidade, esta planta é a acácia.

O nome Acácia (derivado do grego akakia) designa uma planta da família das leguminosas
mimosóideas, com cerca de 600 espécies, abundantes em países de clima quente. A Acácia
verdadeira é uma árvore cuja madeira, de grande durabilidade, é citada na Bíblia como tendo sido
usada para a construção da Arca da Aliança (Êxodo, 25-10): Também farão uma arca de madeira
da acácia... Em Êxodo 37-1, lê-se: Fez também Bezalel a arca de madeira de acácia; 4-Fez
também varias de madeira de Acácia; 10-fez também a mesa de madeira da Acácia. Por ai se vê
que a acácia é madeira de leu bastante usada na antiguidade.

Pelo que pudemos aprender, a madeira de certas espécies de acácias eram muito
empregadas nos trabalhos de carpintaria e marcenaria.

No Egito, havia várias espécies de Acácias, porém as mais cultivadas eram a “fístula” e a
“nilótica”. Sabe-se que os egípcios consideravam as acácias árvores sagradas.

Entre as inúmeras espécies de acácia, as mais citadas são: acácia aegypti, acácia negra
(de origem australiana), acácia dealbata, acaciana farnesiana, acácia heterophylla, acácia Senegal
(das regiões desérticas), acácia dourada, acácia nilótica, acácia bronzeada, acácia prateada,
acácia fístula, acácia lebscht, etc.

No Brasil, a acácia mais comum é a “esponjeira”, espécie mimosácea, de flores amarelas e


muito perfumadas.

Castellani deixou escrito o seguinte:

“Muitas dessas plantas exibem flores de um colorido intenso e brilhante -


embora existam as brancas - como é o caso da Esponjeira (acácia
farensiana) cujas flores, de um colorido amarelo vivo e muito perfumadas,
produzem um óleo essencial, de alto valor comercial. Algumas espécies
fornecem a goma arábica (caso da arcaica Senegal de regiões desérticas),
enquanto que as outras são ricas em tanino, servido para curtir peles, como a
Acácia dourada (Acácia pycnatha) e a acácia bronzeada (Acácia decurrens),
esta com duas variedades: a Acácia negra (Acácia mollis) e a Acácia
prateada (Acácia dealbata)”.

A Acácia negra a que se refere Castellani, de origem australiana, é a que melhor se adapta
ao clima do Brasil. Aliás, a acácia negra além de ser uma arvore de relativo tamanho fornece goma
arábica e tanino. E interessante assinalar que a acácia, dependendo da espécie, se adapta muito
bem em regiões tropicais e equatoriais, e até em regiões desérticas. A Acácia negra se adaptou
muito bem no Sul do Brasil. Como existem perto de 600 tipos de acácia, qual ou quais seriam
adotadas pela liturgia maçônica?
A verdadeira Acácia da liturgia maçônica - escreve Varoli - é a “Acácia aegypti”, a produtora
da goma arábica e do tanino. A denominação genérica de “leguminosa” ou simplesmente mimosa
não serve para designar a planta verdadeira, que é uma árvore realmente lenhosa a ponto de ser
mencionada na Bíblia como a madeira componente da Arca da Aliança (Êxodo, 37, 1).

Segundo Boucher, na França, a Acácia bastarda, ou falsa-acácias de flores brancas


originaria da América, tornou-se comum a partir de 1650.

A Acácia nada tem a ver com a Maçonaria Operativa. Alias, F.Chapius, autor que melhor
estudou o problema maçônico da Acácia, nega a presença da planta entre os construtores e
escreve, segundo Boucher, o seguinte:

“...tanto mais que certos rituais do século XVIII não fazem alusão, em momento
algum, ao ramo da acácia e afirma-se mesmo que, no começo, esse símbolo nada
tinha a ver com a Maçonaria. Com efeito, os antigos rituais não mencionam a Acácia
e certa formula bem conhecida dos Mestres esta ausente. O “Régulateur du Maçon”
(Heredom, 5801) transcreve essa fórmula... Na verdade, diz ainda Chapius,
podemos afirmar que a acácia nasceu com a Maçonaria Especulativa. Com efeito, é
sensivelmente na época do estabelecimento das Obediências e da fixação das
regras especulativas que a acácia aparece na Europa. Mas, para o público, trata-se
da “Acácia de Farnese”, uma arvore exótica, originária de regiões longínquas e que
possuí toda espécie de virtudes. E mais ainda: foi com sua madeira que se construiu
a arca sagrada”.

Theobaldo Valori Filho expende a seguinte opinião:

“Diante dos tão falados mistérios antigos, a lenda do 3o Grau Maçônico, do qual o
ramo da Acácia e um sugestivo Símbolo tornou-se a mais justa e perfeita síntese de
inspiração moral e social válida ate para o futuro da humanidade”.

Várias são as exegeses feitas sobre a simbologia da Acácia. Para alguns, ela representa a
inocência; para outros, além de ser o símbolo da ressureição, representa a pureza a imortalidade.
Por outro lado, nos Ritos teístas, como o Escocês Antigo e Aceito, a Acácia representa “a
imortalidade da alma, a eternidade da vida espiritual do ser humano”.

Oswald Wirth escreve no Catecismo interpretativo do Grau de Mestre:

P – Sois Mestre?
R – Examine-me; a acácia me é conhecida.

Por que Respondeis assim?


R – Porque a acácia é o símbolo de uma vida indestrutível, cujos mistérios me tem sido revelados.

P – Que indício fez reconhecer o túmulo de Hiram?


R – Um ramo de acácia plantado na terra recentemente revolvida.

P – O que significa este ramo verdejante?


R – Representa a sobrevivência das energias que a morte não pode destruir.
P – Quando foste conduzido para perto do túmulo de Hiram o que fizeste com o ramo da acácia?
R – Apoderei-me dela por ordem dos meus condutores.

P – Qual é o sentido desta ação?


R – Segurando a acácia ligo-me a tudo que sobrevive da tradição maçônica. Prometo assim
estudar com fervor a Maçonaria em tudo que existe de seu passado, em seus ritos, seus usos e
práticas, sem deixar-me desanimar por um arcaísmo adverso do dia a dia.

Tenhamos sempre em mente que acácia e o Símbolo da exaltação ao sublime Grau de


Mestre, ponto mais alto que o Maçom pode atingir.

O Mestre Maçom deve tudo fazer para conhecer os mistérios da Acácia e observará uma
grande complexidade de ensinamentos filosóficos e ensinamentos morais.

Sois Mestre Maçom?

A AMÉ C!

Oriente de Belo Horizonte 26 de março de 2018 EV

Marcos Antônio de Sousa MM

Referências Bibliográficas:

 RODRIGUES, Raimundo A Cartilha do Mestre, Editora Maçônica “A TROLHA” LTDA Pag.


67, 68 e 69.
 WIRTH, Oswaldo, O Livro do Mestre, pag. 134 a 135.

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