Você está na página 1de 18

Acácias

Projeto Weiwe(R)BE

Docentes:
Lurdes Dias
Georgina Ferreira
Helena Duque

Maio 2020/2021

Trabalho realizado por:


Miguel Fernandes 10ºB nº14
Raquel Nunes 10ºB nº17
Rodrigo Carvalho 10ºB nº18
Lurdes Dias
  
Lista de Ilustrações/ Figuras:

Figura 1 - Dia Internacional da Diversidade Biológica - ONU..................................................................4


Figura 2 - Acacia dealbata......................................................................................................................7
Figura 3 - Festa da Mimosa em Viana do Castelo...................................................................................8
Figura 4 - Da esquerda para a direita: uma acácia fêmea num ramo, dirigindo-se para uma gema
vegetativa; galha já totalmente formada; corte longitudinal de uma galha onde é possível observar-se
a câmara já vazia e o canal por onde o inseto terá saído.....................................................................10
Figura 5- Acacia dealbata descascada..................................................................................................11
Figura 6 - Acacia dealbata em flor........................................................................................................12
Índice
Introdução..............................................................................................................................................3
Enquadramento teórico.........................................................................................................................4
1. Biodiversidade................................................................................................................................4
1.1. Importância da biodiversidade................................................................................................4
1.2. Proteção da Biodiversidade.....................................................................................................4
2. Fatores antropogénicos na biodiversidade.....................................................................................5
3. Plantas Invasoras............................................................................................................................5
Estudo....................................................................................................................................................6
1. Acácia.............................................................................................................................................6
1.1. Disseminação na Europa..........................................................................................................6
1.2. Chegada a Portugal..................................................................................................................7
2. Combate às Acácias........................................................................................................................7
3. Potencial das acácias......................................................................................................................8
4. Soluções para o Problema..............................................................................................................8
5. Perigos............................................................................................................................................9
5.1. Alergias....................................................................................................................................9
5.2. Efeito das Acácias nos Ecossistemas Ribeirinhos...................................................................10
5.3. Influência das Acácias nos Incêndios.....................................................................................10
6. Acácias Penacova..........................................................................................................................10
Conclusão.............................................................................................................................................12
Anexos..................................................................................................................................................13
Bibliografia...........................................................................................................................................15
Introdução

Gostaríamos primeiro de agradecer as nossas orientadoras Professora Lurdes Dias e


Professora Georgina Ferreira que estiveram sempre disponíveis para as nossas questões,
dúvidas e problemas. Agradecemos a vossa disponibilidade e generosidade nesta tarefa.

Este trabalho é realizado no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia de 10ºano,


incorporado na subunidade Conservação de Espécies. Integra também o Projeto
WEIWE(R)BE, da RBE (Rede de Bibliotecas Escolares) em parceria com a Universidade
Aberta, tendo em vista o desenvolvimento das nossas competências de literacia da
informação.
Dentro da subunidade referida, o nosso grupo decidiu investigar mais
pormenorizadamente uma planta invasora muito abundante na nossa região: a acácia.
Esta escolha resultou do facto da acácia ser uma espécie que se infiltrou nas
paisagens penacovenses e um tema pouco abordado e discutido na comunidade local.
Pretendemos com este trabalho aprofundar os nossos conhecimentos sobre a
importância da biodiversidade e sobre aquilo que localmente podemos fazer para a sua
proteção. A par destas aprendizagens, esperamos também melhorar as nossas capacidades
de pesquisa e comunicação de informação.
Enquadramento teórico

1. Biodiversidade

O termo “Biodiversidade” foi criado por Thomas Lovejoy (Biodiversidade, 2021), para
referir o conjunto das diferentes espécies de seres vivos existentes no nosso planeta, que
vivem numa determinada região e em diferentes ambientes. Este conceito inclui a
diversidade de ecossistemas, a diversidade de espécies e a diversidade genética
encontrada numa determinada área. (Santos, 2021)
De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, um dos mais importantes
documentos internacionais relacionados com o meio ambiente, biodiversidade significa:

“a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros,


os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos
ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas”. (ONU, 2020)

1.1. Importância da biodiversidade

A biodiversidade é essencial para o equilíbrio do ambiente, tendo assim um grande


valor para a humanidade, visto que, para além do valor económico, possui valor ético,
científico e estético, constituindo a maior riqueza do nosso planeta.
A perda da biodiversidade e a destruição do meio ambiente têm um impacto direto
nas nossas vidas. Quanto mais o ser humano destruir os ecossistemas naturais, mais facilita
o aparecimento de doenças, que se podem transformar em epidemias e pandemias e levar
a perdas irreparáveis para a Humanidade, pondo em causa a sua continuidade no planeta
Terra. (Santos, 2021)

1.2. Proteção da Biodiversidade

Sabendo então da importância da biodiversidade tornasse


necessária a sua proteção, nesse sentido e tendo em vista, alertar
a população para a necessidade e importância da conservação da
diversidade biológica foi proclamado pelas Nações Unidas a 22 de
maio de 1992 o Dia Internacional da Biodiversidade.

Figura 1 - Dia Internacional da Diversidade Biológica - ONU


2. Fatores antropogénicos na biodiversidade

O Homem através das suas atividades interfere na dinâmica dos ecossistemas, pondo
em causa o seu equilíbrio.
Os fatores antropogénicos aceleram a perda da biodiversidade. A sua destruição
desenfreada leva a admitir que, provavelmente, possa ocorrer a sexta grande extinção, visto
que desde 1600 até a atualidade já ocorreu a extinção de mais de mil espécies conhecidas
pela ciência, entre plantas e animais.
São exemplos de fatores antropogénicos, fatores humanos que afetam a
biodiversidade:
- Atividade agrícola
- Atividade mineira;
- Atividade industrial;
- Desenvolvimento de infraestruturas;
- Urbanização. (Hughes, 2021)
Entre os impactos referidos daremos particular destaque à atividade agrícola,
nomeadamente na introdução de espécies invasoras, que põem em risco as espécies
autóctones de cada ecossistema.

3. Plantas Invasoras

De acordo com a informação disponibilizada na plataforma invasoras.pt (Plantas


Invasoras em Portugal, 2020) as plantas invasoras são plantas não-nativas (não originárias
de uma dada região) que causam impactos negativos a nível ambiental, económico e social.
Cada uma dessas plantas apresenta capacidade invasora que depende da eficácia de
utilização dos seus recursos e da sua reprodução, num dado local, mas frequentemente as
plantas invasoras apresentam as seguintes características:
- Apresentam uma dispersão superior à das espécies nativas, crescendo mais
rapidamente que estas;
- Competem com as espécies nativas pelos recursos disponíveis;
- Produzem elevado número de sementes, viáveis por longos períodos de tempo;
- Nos locais em que se instalam não existe os seus inimigos naturais sendo
impossível manter o equilibro populacional como nas regiões de origem;
- Reproduzem-se vegetativamente (partes da planta dá origem a novos indivíduos)
(The Navigator Company, 2021)
Existem diversos tipos de plantas invasoras como é o caso do eucalipto, da acácia e
do jacinto de água entre outros, mas fixemo-nos agora na acácia.
Estudo

1. Acácia

De acordo com as fontes consultadas (Plantas Invasoras em Portugal, 2020), as


acácias são uma espécie originária da Austrália, principalmente das zonas do Sul da
Austrália e da Tasmânia, que têm climas temperados e húmidos. No entanto, são uma
espécie que se consegue adaptar com facilidade a outros climas.
A acácia é uma planta lenhosa, da família das leguminosas, com folhas pinuladas e
ramos de flores brancas ou amarelas, existindo diversos géneros. Na nossa região, as
espécies mais comuns são: Acácia negra (Acacia mearnsii), Acácia australiana (Acacia
melanoxylon), Acácia mimosa (Acacia dealbata) e Acácia mangium (Acacia mangium).
Segundo o Professor António Alves, docente do Agrupamento de Escolas de
Penacova, a acácia mais agressiva é a mimosa (Acacia dealbata), pela sua taxa de
germinação elevada e pela elevada produção de sementes que se espalham rapidamente,
através de regatos de água.

Figura 2 - Acacia dealbata

1.1. Disseminação na Europa

A acácia a partir do sec. XV essencialmente possuía uma madeira bastante apreciada,


devido, entre outras razões, à sua capacidade de fixar taludes. Por esse motivo,
inicialmente, foi levadas por navegadores franceses e britânicos, que as disseminaram pelas
colónias desses países e mais tarde no final do séc. XVIII e início do séc. XIX. foram
trazidas para a Europa.
1.2. Chegada a Portugal

Os primeiros registos de acácias em Portugal datam da segunda metade do séc. XIX,


quando as acácias eram trazidas essencialmente para servir de plantas ornamentais e para
fixar o solo servindo de controlo da erosão.
Em 1977, as espécies de acácias mais disseminadas já ocupavam um total de 2500
hectares como dominantes e 95000 hectares como dominadas ou dispersas.
Atualmente, a espécie já pode ser encontrada em quase todo o país, tanto que por
várias pessoas já é considerada como parte da identidade do nosso território, apesar de ser
uma espécie invasora. É o caso da mimosa, que nas décadas de 1970 e 1980 serviu de
tema para uma festa de celebração da primavera em Viana do Castelo, chamada “Festa da
Mimosa”, que se tornou um ponto turístico da região (Vaz, 2017).

Figura 3 - Festa da Mimosa em Viana do Castelo

2. Combate às Acácias

O comportamento invasivo das acácias foi rapidamente notado, o que levou à criação
de leis em 1937 que visavam impedir a propagação da espécie, como referido numa fonte
consultada (Vaz, 2017). No entanto, isso não impediu o seu uso na arborização de terrenos
serranos.
As primeiras ações de controlo ocorreram em 1962, após um incêndio que ocorreu na
Serra de Sintra no mesmo ano. No final deste século, foi criado o Decreto-Lei n.º 565/99, de
21 de dezembro, que classificou 8 tipos de acácias como invasoras, proibindo o seu cultivo
e exploração económica. Também foi instituído um plano nacional de controlo/erradicação,
no entanto, isto não impediu a propagação das acácias, visto que área que estas ocupavam
aumentou 90% entre os anos de 1995 e 2010, propagando-se cerca de 170 hectares por
ano.
Assim, como referido acima, os esforços para controlar a propagação das acácias não
tiveram grande eficácia, e revelaram desajustamentos na gestão do território em Portugal.
Por isso, existe quem defenda que seria mais sensato procurar maneiras de coexistir com
esta espécie, em vez de insistir em tentativas de erradicação pouco promissoras.

Foram realizados vários projetos para tentar abrandar a disseminação das acácias.
Um deles foi o projeto “Forest Invaders”, um projeto que pretendia ensinar jovens acerca dos
ecossistemas florestais e da sua invasão por espécies de seres vivos exóticos através de
palestras, atividades práticas, entre outras. Este projeto envolveu 6 escolas do Ensino
Secundário da região de Coimbra, no qual os alunos se envolveram em experiências e
metodologias científicas, sendo orientados por professores, técnicos e estudantes da Escola
Superior Agrária de Coimbra (Plantas Invasoras em Portugal, 2020).

3. Potencial das acácias

A par dos problemas que as acácias trazem, elas também possuem vantagens que
poderiam ser exploradas. Os seus potenciais para produção de papel, de corretivos
orgânicos ou de biomassa para produção de energia, revelam oportunidades de amestração
dessas espécies. Atualmente, o bio carvão é produzido exclusivamente a partir da acácia,
sendo uma forma de aproveitar o potencial destas (Kool Nature, 2021).
No entanto, é necessário fazer estratégias de gestão adequadas à situação, de forma
a não tornar as acácias num problema ainda maior.

4. Soluções para o Problema

Sabendo da a necessidade de combater a propagação de acácias, foi procurada


diversas soluções. A solução mais óbvia seria o uso de herbicidas e o corte das acácias. No
entanto, isto seria só uma solução provisória, pois o banco de sementes criado pelas
acácias nos nossos solos é tão grande que mesmo que todas as acácias fossem cortadas,
as sementes iam crescer e voltavam a povoar o país.
Por isso, a melhor solução é impedir a invasão das acácias em locais que ainda não
foram invadidos pela espécie e dificultar a disseminação desta invasora. Outras ideias que
têm sido estudadas incluem a introdução de predadores naturais das acácias em Portugal.
Segundo fontes consultadas (Plantas Invasoras em Portugal, 2020), esta ideia foi testada no
combate à acácia-de-espigas (Acacia longifolia), uma das acácias no nosso território. Para
isso, foram libertados em várias zonas do território português exemplares de insetos da
espécie Trichilogaster acaciaelongifoliae. Estes insetos colocam ovos nas gemas vegetativas das
plantas, impedindo a formação de flores e, consequentemente, de frutos e sementes,
travando a propagação da espécie.

Figura 4 - Da esquerda para a direita: uma acácia fêmea num ramo, dirigindo-se para uma gema vegetativa; galha já
totalmente formada; corte longitudinal de uma galha onde é possível observar-se a câmara já vazia e o canal por onde o
inseto terá saído.

Esta operação foi bem-sucedida. No entanto, é necessário ser-se muito


cuidadoso, visto que o resultado da introdução de uma nova espécie no nosso
território, pode originar uma nova espécie invasora, possivelmente mais perigosa
do que a anterior.
Existe ainda uma solução usada frequentemente em campanhas térreas,
que consiste em fazer uma incisão em anel, contínuo, à volta do tronco, à altura
desejada, cortando a casca (floema e tecidos exteriores). Ao remover toda a
casca, desde o anel de incisão até ao solo, impede-se o rebentamento de novas
acácias a partir da antiga.
Esta solução deve ser utilizada essencialmente em acácias de casca lisas
e contínuas e em épocas com temperaturas amenas e com alguma humidade.
Esta solução permite que a acácia seque e seguidamente acabe por
morrer, sendo que se deve deixar secar a planta completamente para de seguida
proceder ao seu corte. A sua secagem pode demorar de vários meses a alguns
anos.

Figura 5- Acacia dealbata descascada


5. Perigos

5.1. Alergias

As acácias libertam grandes quantidades de pólen, que pode ser levado pelo vento
para muito longe e afetar pessoas a quilómetros de distância da árvore que o libertou. Assim
todas as pessoas acabam por respirá-lo e algumas têm reações alérgicas (espirros,
congestão nasal ou comichão no nariz e olhos). Essas reações alérgicas ocorrem quando o
sistema imunitário confunde o pólen com um invasor, originando uma reação química em
que são libertados anticorpos que atacam provocando os sintomas referidos. (Couto, 2020)

5.2. Efeito das Acácias nos Ecossistemas Ribeirinhos

De acordo com o artigo , publicado na Biological Reviews (Ferreira, 2021), estas


plantas invasoras que se encontram nas margens dos rios possuem características
diferentes das nativas, podendo levar à “alteração das características da matéria orgânica,
da quantidade de água e da concentração de nutrientes na água, com consequências nas
comunidades e processos aquáticos”, podendo comprometer o fornecimento de água de
boa qualidade, entre outros componentes dos rios, como explica Verónica Ferreira
(Greensavers, 2021), coordenadora da investigação.

5.3. Influência das Acácias nos Incêndios

Quando as acácias ardem, muitas sementes que estavam no solo germinam


rapidamente formando povoamentos de alta densidade, mais densos do que os anteriores,
como sublinha Val Charlton, especialista em conservação da natureza “Quanto mais ardem,
mais novas plantas nascem” (Cardoso, 2018).
Para além que esta planta produz uma grande quantidade de material combustível,
altamente inflamável, que se acumula no solo da floresta, logo as suas raízes ardem por
dias consecutivos sendo esta planta mais difícil de parar o fogo do que plantas nativas da
região, logo a diminuição do número de acácias em Portugal e noutros países reduziria o
risco de incêndios no mesmo.

6. Acácias Penacova

Devido à pequena informação encontrada sobre as acácias na nossa região,


Penacova, realizamos uma entrevista ao Comandante dos Bombeiros que trabalha em
conjunto com o Departamento da Proteção Civil da Câmara de Penacova.
As paisagens penacovenses, se recuarmos alguns séculos, séculos onde predominam
Loureiros, Carvalhos, Castanheiros e Laurissilvas, analisaremos que são completamente
diferentes das atuais. Fomos completamente invadidos e as paisagens apenas retratam
eucaliptos e acácias, principalmente das espécies da Acácia Negra, Australiana, Acácia
Amarela e a Acácia Mangium, reduzindo o número de plantas nativas na região, como é o
caso do Pinheiro e do Carvalho.
As acácias, devido a no nosso concelho serem utilizadas para lenha de aquecimento,
são vistas de forma positiva para a economia. Mas estas trazem graves consequências,
alterando os habitats naturais, através da competição, predação e transmissão de doenças.
O seu impacto no território inclui também a alteração do comportamento dos incêndios, bem
como das cadeias alimentares.
Em Penacova, a mancha florestal torna-se, por vezes, quase impenetrável e contínua,
o que provoca um elevado número de incêndios, como os que ocorreram em outubro de
2017. As raízes das acácias essencialmente ardem por dias consecutivos, ao contrário das
raízes das espécies autóctones da zona, logo a diminuição desta planta diminuiria o risco de
incêndio.
A nossa região, também é gravemente afetada a nível do Rio Mondego, que devido ao
número de acácias alterou a sua quantidade de água e nutrientes, tal como de matéria
orgânica.
O seu combate é difícil pois a sua proliferação é muito rápida e intensa e a grande
maioria dos proprietários de terrenos onde crescem acácias não têm disponibilidade para o
combate eficaz.

Figura 6 - Acacia dealbata em flor em Penacova


Conclusão

Este trabalho, inserido na subunidade Conservação de Espécies da disciplina de


Biologia e Geologia, permitiu-nos aprofundar questões relacionadas com a biodiversidade,
nomeadamente o peso dos fatores antropogénicos. A opção pelo estudo das plantas
invasoras pareceu-nos mais interessante por nos ser menos familiar e proporcionar maiores
oportunidades de aprendizagem. A escolha da acácia foi bastante natural uma vez que
vivemos num território onde esta espécie é muito abundante e já temos ouvido sobre alguns
efeitos negativos da sua presença na região.
Conseguimos nesta investigação descobrir a existência de vários tipos de acácias,
conhecer os perigos que elas provocam na gestão das nossas áreas florestais e cursos de
água e perceber o sucesso da sua disseminação. A par destas aprendizagens conhecemos
também formas de combater as acácias em Portugal e na nossa região (Penacova).
Este trabalho permitiu-nos perceber que a acácia provoca diversos problemas no
ecossistema sendo uma planta lenhosa de fácil disseminação e difícil de combater, levando
a que diversas paisagens em todo o mundo sejam “consumidas” e modificadas pela
espécie.
No nosso ponto de vista cumprimos com todos os objetivos do trabalho. Por um lado,
elaborámos um plano prévio que orientou o nosso trabalho e nos possibilitou a aquisição de
novos e mais completos conhecimentos sobre os assuntos em estudo. Por outro lado, a
articulação com a biblioteca escolar através do projeto WeiWe(R)BE, ajudou-nos a
diversificar as fontes de informação, a aplicar critérios para a seleção da informação mais
credível e a referenciar devidamente as fontes consultadas, consciencializando-nos para o
uso ético da informação.A metodologia utilizada e as ferramentas que nos foram
apresentadas e que aplicámos, ao longo de todo o percurso, foram importantes para a
consolidação das aprendizagens.
Anexos

Entrevista ao Comandante dos Bombeiros, António Simões

Quais são as espécies invasoras mais abundantes na nossa região, para além
das acácias?
A mais importante é o eucalipto.
Quais as espécies de acácias que existem na nossa região?
Acácia negra, Australiana, Acácia amarela, Acácia mangium
Quais são as principais consequências destas espécies invasoras na nossa
região?
Alteram o ecossistema, predominam sobre a maioria das espécies podendo levar à
extinção das espécies autóctones. Alteram os habitats naturais, através da competição,
predação e transmissão de doenças. O impacto no território inclui a alteração do
comportamento dos incêndios, bem como das cadeias alimentares.
Segundo estudo recente, as acácias podem afetar os ribeiros por via de
alteração das características da matéria orgânica, da quantidade de água e da
concentração de nutrientes na água. Há alguma informação sobre esta matéria na
nossa região?
Têm havido vários estudos e pesquisas académicas em toda região centro e norte que
provam exatamente isso.
O estudo mais recente que conheço foi liderado pela bióloga Verónica Ferreira, da
Universidade de Coimbra (UC).
Os resultados desta investigação foram publicados na revista Biological Reviews
Gostaríamos de saber se têm sido implementadas medidas para combater esta
espécie invasora. Se sim, quais?
Alguns biólogos têm-se debruçado sobre este problema de difícil resolução. Para além
do corte sistemático, ou o recurso a produtos químicos, sempre com efeitos secundários
nefastos, em 2015 foi descoberto um pequeno inseto que atua sobre a acácia e impede a
sua reprodução. O inseto foi testado na África do Sul e em Portugal também já foi
introduzido sobretudo ao longo da Costa Atlântica.
Com a presença das acácias, cada vez mais abundante na nossa região, existe
alguma espécie autóctone que desapareceu ou que esteja ameaçada? Se sim, qual /
quais?
Não sei se desapareceu completamente alguma das espécies, mas com a instrução
da acácia e do eucalipto, o número de pinheiros e carvalhos, por exemplo, reduziu de forma
assustadora.
Apesar de todos os problemas que a espécie provoca em termos ambientais,
traz algum benefício para o Homem, isto é, qual a utilidade desta planta?
A acácia cresce rapidamente e, na nossa região, é utilizada sobretudo para lenha de
aquecimento.
O nosso concelho é bastante afetado por esta planta invasora. Tem alguma
estimativa da área que ocupa?
Não tenho nenhuma estimativa, uma vez que ela está disseminada um pouco por todo
o território;
Especialistas afirmam que o controle de acácias reduziria o risco de incêndio em
Portugal. Tendo em conta os incêndios registados na nossa região em outubro de
2017, acredita que se o número de acácias existentes na região, fosse menor,
diminuiria os impactos provocados? Se sim, porquê?
Acredito que sim. A acácia invade os terrenos com muita densidade e a mancha
florestal torna-se por vezes quase impenetrável e contínua. Por outro lado, o coberto vegetal
é igualmente denso e as raízes podem ficar a ardem dias consecutivos.
Para finalizar, gostaria de dar algum conselho para sensibilizar a população para
o combate desta invasora?
Reconheço que é difícil. A proliferação é muito rápida e intensa e a grande maioria dos
proprietários não tem disponibilidade para o combate eficaz.
Bibliografia

Andrade, P. (17 de 06 de 2012). Obtido de Histórias da Vida e da Terra:


https://vidaterra.wordpress.com/2012/06/17/das-mimosas-e-outras-acacias/

Biodiversidade. (10 de 01 de 2021). Obtido de Wikipédia, a enciclopédia livre:


https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Biodiversidade&oldid=59754230.

Cardoso, M. D. (03 de 07 de 2018). Especialistas alertam para a urgência de controlar as acácias, as


plantas que “nascem para arder”. Obtido de
https://www.publico.pt/2018/07/03/sociedade/noticia/especialistas-alertam-para-a-
urgencia-de-controlar-as-acacias-as-plantas-que-nascem-para-arder-1836509

Couto, P. D. (11 de 11 de 2020). saudebemestar.pt. Obtido de saudebemestar.pt: saudebemestar.pt

Ferreira, V. (2021). Forest - Effects of forest change on streams, including eucalyptus plantations,
invasive species, invasive pathogens, increases in atmCO2. Obtido de
https://www.researchgate.net/publication/342699824_Invasion_of_Native_Riparian_Forests
_by_Acacia_Species_Affects_InStream_Litter_Decomposition_and_Associated_Microbial_De
composers

Greensavers. (02 de 02 de 2021). Obtido de Greensavers: https://greensavers.sapo.pt/novo-estudo-


da-universidade-de-coimbra-alerta-para-perigo-das-acacias-nos-ecossistemas-ribeirinhos/

Hughes, S. (14 de 03 de 2021). Limpopo. Obtido de Limpopo:


impopo.riverawarenesskit.org/LIMPOPORAK_COM/PT/RIO/ECOLOGIA_E_BIODIVERSIDADE/
BIODIVERSIDADE/HUMAN_IMPACTS_TO_BIODIVERSITY.HTM

Kool Nature. (03 de 05 de 2021). Obtido de Koolnature.pt: https://koolnature.pt/

ONU. (10 de 07 de 2020). Convenção das Nações Unidas sobre a diversidade biológica. Obtido de eur-
lex: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/HTML/?uri=LEGISSUM:l28102&from=PL

Plantas Invasoras em Portugal. (2020). Obtido de invasoras.pt:


https://www.invasoras.pt/pt/search/node/ac%C3%A1cia

Santos, V. S. (12 de 03 de 2021). Obtido de Biologia Net:


https://www.biologianet.com/biodiversidade

The Navigator Company. (10 de 05 de 2021). Obtido de Florestas.pt: https://florestas.pt/quem-


somos/

Vaz, A. S. (08 de 08 de 2017). As invasões biológicas em Portugal: História, Diversidade e Gestão.


Obtido de
https://research.unl.pt/ws/portalfiles/portal/3669600/Bem_me_quer_muito_pouco_nada.p
df
Fontes das imagens

Imagem capa:
 Tipos de acácias: https://invasoras.pt/p/aprendam-distinguir-ac%C3%A1cias-
invasoras-em-portugal
 Logótipo da Biblioteca: https://beonaepenacova.blogspot.com/
 Logótipo do Agrupamento: https://pec-282-ciencia
viva.webnode.pt/_files/system_preview_detail_200000128-958e597865/
Penacova.JPG
Figura 1 – Imagem retirada de https://ceejamarilia.wordpress.com/2019/05/22/22-de-maio-ceeja-
celebra-o-dia-internacional-da-diversidade-biologica/
Figura 2 – Imagem retirada de https://naturdata.com/especie/Acacia-dealbata/38520/0/
Figura 3 – Imagem retirada de https://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-festa-do-mimosa-
image29157291
Figura 4 – Imagem retirada de https://www.invasoras.pt/pt
Figura 5 – Imagem retirada de
https://lifebiodiscoveries.pt/sites/default/files/ganha_gestao_sustentavel_de_acacia_spp.pdf
Figura 6 – Imagem retirada de http://centralpenacova.blogspot.com/2010/02/mimosas-em-flor.html

Você também pode gostar