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Projecto de pesquisa, a ser

apresentado ao Departamento de
António Miguel João sociais e filosóficas para
ciências
avaliação na cadeira de Gestão de
recursos naturais

Gestão de recursos naturais


Conservação e uso sustentável da biodiversidade no Distrito de Muanza-Província
de Sofala
Licenciatura em Sociologia- 4˚ano

Universidade Licungo
Beira, Maio
2020
Índice

Capítulo I...........................................................................................................................2

Introdução..........................................................................................................................2

Justificativa........................................................................................................................3

Objetivos de estudo...........................................................................................................3

Delimitação do Problema..................................................................................................3

Hipóteses...........................................................................................................................3

Relevância.........................................................................................................................4

Capítulo II..........................................................................................................................4

Conceitualização................................................................................................................4

Biodiversidade...................................................................................................................4

Áreas protegidas................................................................................................................5

Utilização sustentável da biodiversidade...........................................................................5

Capítulo III........................................................................................................................6

Quadro referencial teórico.................................................................................................6

Análise das principais ameaças à biodiversidade..............................................................6

Sobre-exploração de determinadas espécies.....................................................................6

Perfil do Distrito de Muanza...........................................................................................10

Capítulo IV......................................................................................................................10

Os desafios da conservação da biodiversidade................................................................10

Estratégia da conservação e uso sustentável da biodiversidade.....................................11

Principais estratégias.......................................................................................................12

Reduzir as causas directas e indirectas da degradação e Perda de biodiversidade..........12

Referências bibliográficas...............................................................................................14
Capítulo I

1. Introdução

É sabido que o uso de recursos biológico de forma irracional provoca múltiplos


problemas para a vida dos seres vivos,em destaque o desaparecimento de várias
espécies, para alem de pôr em causa o modelo de desenvolvimento para as próximas
gerações. O exemplo disso é o Distrito de Muanza em Sofala, onde múltiplos grupos de
interesse (comunidades, entre elas agricultores, pecuaristas e extrativistas) interagem em
busca de múltiplos objetivos (produção, lucro, equidade, conservação e manutenção
cultural); onde os fatores biofísicos (como água, clima e biodiversidade) afetam e são
afetados por essas atividades sociais e econômicas; e onde múltiplos fatores, internos e
externos, vindo das escalas locais, nacionais e internacionais (desde políticas públicas e
aplicação das leis, à cultura, poder e eficácia de diferentes discursos) influenciam sua
dinâmica.

1.1. Justificativa
A escolha do tema parte duma observação do quotidiano onde em Distrito de Muanza
tem se verficado uma exploração excessiva dos recursos naturais. O exemplo nítido
disso é a exploração excessiva dos recursos florestais pondo em causa o habitat e por
último o desaparecimento de muitas espécies. Além disso já é evidente nesse Distrito a
ameaça de mudanças climáticas, constituindo um grande problema social.

1.1.1. Objetivos de estudo

Geralː

 Compreender a noção do uso sustentável da biodiversidade

Específicos:

 Analisar as causas e o impacto da exploração de recursos biológicos no


Distrito de Muanza
 Descrever os desafios da conservação da biodiversidade no Distrito de
Muanza.
1.1.2. Delimitação do Problema

Enaltecendo a situação do mau uso dos recursos biológico,quer agrícolas, aquáticos ou


florestais que culmina com a diminuição da diversidade biológica, mantendo assim seu
potencial para atender as necessidades e aspirações das gerações presentes e futuras,
levanta se a seguinte questãoː

 Quais são as medidas tomadas pelo governo bem como as autoridades


ambientais competentes na exploração abusiva dos recursos biológicos, e
para melhor conservação da biodiversidade no Distrito de Muanza?

1.1.3. Hipóteses

 A prática do reflorestamento por parte dos concencionários pode resolver o impacto


do mau uso dos recursos biológicos.

 As políticas protecionistas do governo podem resolver ou mesmo impedir o mau uso


dos recursos biológicos e garantir a reposição de espécies nas áreas devastadas;
 Os resultados positivos dos praticantes do reflorestamento podem contribuir para
repor a vida à humanidade e para o melhoramento da biodiversidade;
Relevância

 .Cientifico
Tanto no Pais como na diáspora, a escolha do tema facilita outros pesquisadores como
fonte para a solução do problema do género.
O estudo poderá contribuir no âmbito académico para os pesquisadores da área de
ambiente, ajudando a clarificar as conclusões acerca da conservação e uso sustentável
da biodiversidade.
No aspecto prático pode ainda ser útil para apoiar as comunidades e as autoridades a
melhorar os mecanismos de controlo do nosso ecossistema, dando mais vida a
biodiversidade.

 Social
Socialmente o tema é relevante porque ajudara as comunidades a preservarem melhor o
seu ecossistema, protegendo as florestas dos malfeitores e a plantarem mais árvores.
O Caso das florestas de sofala, muitos usuários não conhecem os perigos que advem do
desflorestamento, alguns por simples inigligencia, fazem o uso abusivo do mesmo. Com
esse tema exorta a sociedade em geral pra a tomada de medidas de precausao no uso das
florestas.

Capítulo II

Conceitualização

1.2. Biodiversidade

Segundo (SILVA at all 2017 p,3) O conceito contemporâneo de diversidade biológica


procura referir e integrar toda a variedade e variabilidade que encontramos em
organismos vivos, nos seus diferentes níveis, e os ambientes nos quais estão inseridos.

A variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre ou-


tros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os com-
plexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade dentro de
espécies, entre espécies e de ecossistemas.

1.2.1. Áreas protegidas


Segundo (SITOE at all 2015, P 15). A criação de áreas protegidas constituem um dos
principais mecanismos para promover a proteção e a conservação da qualidade
ambiental dos sistemas naturais ali existentes, a melhoria da qualidade de vida da
população local e para a proteção dos ecossistemas regionais.

1.2.2. Utilização sustentável da biodiversidade

Significa a utilização de componentes da diversidade biológica de modo e em ritmo tais


que não levem, no longo prazo, à diminuição da diversidade biológica, mantendo assim
seu potencial para atender as necessidades e aspirações das gerações presentes e futuras.

Segundo (SILVA at all 2017 p,4) É consenso que a conservação e a preservação da


diversidade biológica garantem a sobrevivência do planeta como um todo. Permite-nos
a manutenção e recuperação da vida. Portanto, torna-se uma necessidade estratégica dos
países detentores de tecnologias mais avançadas, resguardarem esse patrimônio, visto
que mudanças climáticas globais, movimentos de continentes, erupções vulcânicas,
choques de meteoros, entre outros fatores, podem alterar drasticamente a vida sobre a
Terra.

Por outro lado, os componentes da biodiversidade são passíveis de fornecer ampla gama
de produtos de importância econômica. Neste sentido, o resgate do valor nutricional dos
produtos torna-se imperativo. Assim, políticas integradoras na esfera nacional e
internacional têm sido conduzidas no intuito de garantir a proteção da biodiversidade
aliado à agricultura como pontos fundamentais no combate à fome.

Capítulo III

1.3. Quadro referencial teórico


1.3.1. Análise das principais ameaças à biodiversidade

De acordo com o Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade em Moçambique


identifica como principais causas da ameaça à biodiversidade

a) Perda e degradação de habitats naturais; b) Sobre-exploração de determinadas


espécies; c) Espécies invasoras; d) Poluição ou contaminação de habitats naturais ou
espécies; e e) Mudanças climáticas.
O desenvolvimento económico de Moçambique, baseado no crescimento acelerado da
indústria extractiva (carvão, gás, petróleo, areias pesadas, etc.) e de infra-estruturas
(estradas, pontes, caminhos de ferro, etc.) pode representar igualmente uma importante
ameaça à biodiversidade pela perda e/ou redução de habitats naturais.

Assim, é importante que o desenvolvimento sócio-económico acelerado de


Moçambique, seja acompanhado de acções coordenadas e planificadas que minimizem
a perda da biodiversidade, ou compensem pela sua perda, com vista a garantir um ganho
líquido (ou pelo menos a perda líquida nula) da biodiversidade no processo de
desenvolvimento

1.3.2. Sobre-exploração de determinadas espécies

O Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade em Moçambique analisa, de

forma detalhada, a sobre-exploração de determinadas espécies, sendo de destacar:

1. A pressão sobre algumas (poucas) espécies florestais de valor comercial


2. As espécies de mangal são procuradas pelo seu poder calorífico para suprir as
necessidades energéticas dos habitantes das zonas costeiras. Adicionalmente, a
sua durabilidade aumenta a procura para suprir as necessidades de construção.
3. As espécies que fornecem carvão, tais como Colophospermum mopane e
Combretum imberbe; Netwonia buchannanni; são altamente pressionadas,
verificando-se uma redução considerável da abundância destas espécies.
4. A caça furtiva principalmente do rinoceronte e do elefante, para a aquisição de
troféus de importância internacional, tem levado a uma redução das populações
destas espécies, sendo, actualmente, uma das prioridades.
5. A procura de áreas húmidas para a prática da agricultura tem como consequência
imediata a alteração ecológica dos respectivos ecossistemas, o que compromete
as espécies que delas dependem para a sua existência. Particular enfoque é dado
a espécies de aves migratórias que dependem das terras húmidas, mas
igualmente espécies de plantas e de animais dependentes destes habitats.
6. Capturas acidentais por redes de arraste e outros métodos rudimentares, de
mamíferos marinhos.
1.3.3. Espécies invasoras

De acordo com (MICOA, 2007), várias espécies invasoras, incluindo plantas aquáticas
terrestres, insectos, e aves foram introduzidas ao longo dos anos, sendo a maior parte
delas de uma forma deliberada e com propósito comercial (Eucalyptus e Pinus),
agrícola, pecuário, para sistemas agro-florestais (Leucaena leucocephala, Azadirachta
indica, entre outras), ornamental (Lantana camara), de estimação (Corvus corvus, o
corvo da Índia), e mesmo de conservação (e.g. as plantações de casuarinas ao longo da
costa)

. Se por um lado, algumas espécies introduzidas não causam danos e são importantes do
ponto de vista económico, social e até ecológico, outras causam desequilíbrios aos
ecossistemas, tendo como consequência a extinção de outras espécies e, gradualmente, a
redução da diversidade genética através da hibridização.

Entre as plantas encontram-se o jacinto de água (Eichornia crassipes), alface de água


(Pistia stratiotes), salvinia (Salvinia molesta), feto vermelho de água (Azolla
filiculoides), pena de papagaio (Myriophyllum aquaticum), lantana (Lantana camara)
são as mais disseminadas causando os maiores impactos nos ecossistemas aquáticos e
terrestres. Assinala-se, por exemplo, a invasão destas espécies em algumas bacias
hidrográficas por plantas aquáticas (Salvinia sp. e Eichornia sp.) nas bacias dos rios
Limpopo e Zambeze por espécies piscícolas constituem uma das causas da redução da
disponibilidade de água e da dificuldade de navegação.

1.3.4. Poluição ou contaminação de habitats naturais ou de espécies

Para (MITADER 2015, p.30). A poluição e a contaminação de habitats naturais ou de


espécies em são ainda pouco conhecidas, embora se reconheçam, formalmente, 4 tipos
de poluição: (i) atmosférica; (ii) edáfica; (iii) hídrica; e (iv) marinha. Contudo, para os
outros grupos de poluição como a sonora, estética e luminosa existe uma total ausência
de informação para Moçambique.

De acordo com Costa e Soto (2012), a poluição hídrica e atmosférica representam um


impacto forte na depreciação do capital humano do país, para além das implicações
directas para a diversidade biológica.
O Quinto Relatório Nacional sobre a Biodiversidade em Moçambique aborda
detalhadamente os diferentes tipos de poluição, incluindo as principais causas, das quais
são de destacar a expansão industrial e urbana. No âmbito da poluição atmosférica é
importante referir a poluição interior derivada do uso de combustíveis lenhosos em
espaços interiores por grande parte da população rural, bem como a exterior, derivada
principalmente da indústria automóvel e indústria extractiva a céu aberto, (resultando na
emissão de poluentes - carbono, sulfuretos, enxofre e poeiras). Não há registos dos
níveis de poluição atmosférica resultante da indústria extractiva e de manufactura, mas
estima-se que sejam, suficientemente, elevados para interferir não só com a saúde
humana, como com a conservação da biodiversidade.

Considerando as características do sector agro-pecuário, baseado do sistema de


produção familiar, existe um potencial para a emissão de poluentes do ar principalmente
com efeitos de estufa, a partir das actividades de agricultura devido à prática
generalizada de queimadas,

Outro potencial para as emissões atmosféricas é a produção pecuária, a partir da


produção de estrumes (emissão de metano).

Os registos relativos à poluição edáfica, hídrica e marinha são escassos mas revelam que
a deficiente gestão de resíduos sólidos e efluentes líquidos possam ser as principais
causas da poluição nesses meios. Dada a fraca utilização de insumos agrícolas
(fertilizantes, pesticidas, etc.) e o fraco desenvolvimento pecuário, este sector não
contribui significativamente para a poluição aquática e edáfica. As indústrias extractivas
e de manufactura representam potencial para a poluição dos solos e água, mas a
aplicação adequada de planos de gestão ambiental pode minimizar este efeito.

1.3.5. Desmatamento uma ameaça adicional à biodiversidade em Muanza

Para LEMOS; FERREIRA, 2008,um dos impactos mais graves do desmatamento é a


destruição da biodiversidade, que resulta na diminuição, ou, ate mesmo a extinção de
espécies animais e vegetais. Uma das maiores consequências da perda da biodiversidade
é que muitas espécies que ainda são desconhecidas podem ser a chave para cura de
doenças, podem ser usadas na alimentação ou como novas matérias-primas. O
desmatamento das florestas também ocasiona o impacto conhecido como efeito estufa.
Esse é um dos impactos que mais assusta os indivíduos justamente porque ele pode
possibilitar a destruição do próprio homem, devido à gradativa elevação da temperatura
do planeta que tem como consequência o derretimento das calotas polares e como
consequências a uma elevação no nível dos oceanos e a inundação de varias cidades
litorâneas. Segundo o autor, acredita-se que a mudança do clima, é uma das
consequências do desmatamento, e isso pode afetar os diferentes ecossistemas e as
espécies de diversas maneiras. Por isso o desmatamento já é considerado uma ameaça
adicional à biodiversidade.

Para SITOE et al. (2012), a redução da cobertura florestal reduz também a capacidade
existente de sequestra mento de carbono e libera o carbono já fixado pelas plantas
contribuindo assim para acentuar os problemas trazidos pelas mudanças climáticas.

Importa referir também conseqüências em escala global. Por exemplo, a devastação de


florestas tropicais por queimadas para a introdução de pastagens pode provocar
desequilíbrios nesse ecossistema natural: extinção de espécies animais e vegetais,
empobrecimento do solo, assoreamento dos rios, menor índice pluviométrico, etc.

A queima das florestas, seja em incêndios criminosos, seja na forma de lenha ou carvão
vegetal para vários fins (aliás, a queima de carvão vegetal vem aumentando muito em
na Provincia de Sofala, sobre tudo nos distritos como Muanza, Cheringoma, Gorongosa,
Caia, Chemba, Maringue e Marromeu, que contribuem grandimente, considera se um
impacto na escala global,

1.3.6. Perfil do Distrito de Muanza

De acordo com (MAE 2005, p.2), o Distrito de Muanza está localizado a 126 km a norte
da cidade da Beira, situa se na zona central e litoral da provincia de Sofala, estando
limitado a norte pelo distrito de Cheringoma, a sul pelo distrito de Dondo, a este é
banhado pelo oceano índico, a oeste confina com o distrito de Gorongosa, e a sudoeste
com o distrito de Nhamatanda.

Tem uma densidade populacional de 2,6 hab/ km² (último censo). A relação de
dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1,3, isto é, por cada 10
crianças ou anciões existem 13 pessoas em idade activa. A população é jovem (42%,
abaixo dos 15 anos de idade).
O tipo de habitação modal do Distrito é a palhota com pavimento de terra batida, tecto
de capim ou colino e paredes de caniço ou paus. No que concerne a fontes de
abastecimento de água verfica se que na sua maioria a população do Distrito recorre
directamente a poços ou furos ou do rio e lagos. As principais actividades de
subsistência são a agricultura, pecuária e avicultura.

Capítulo IV

1.4. Os desafios da conservação da biodiversidade.

Segundo (SACHS, 2008) citado por (SILVA at all 2017, p.14). O desafio de pensar a
conservação de uma determinada região passa pela operacionalização de projetos
elaborados para esta localidade com equidade social, sustentabilidade ambiental em
todas as suas dimensões: social, cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica,
políticas nacional e internacional.

No geral, a conservação da biodiversidade em Moçambique mostra-se precária,


revelando a necessidade de um maior investimento em recursos, capacitação,
sistematização e melhoramento das colecções existentes, a fim de garantir a
conservação dos recursos genéticos.

As estratégias de conservação devem incluir jardins botânicos, bancos de sementes,


colecções, bancos de sémen, jardins zoológicos e aquários. Os jardins botânicos
existentes necessitam de melhor gestão e sistematização.

A conservação das sementes tem sido efectuada pelo Centro de Recursos Fitogenéticos,
Centro de Investigação Florestal (CIF) e Direcção de Ciências Animais, todos
pertencentes ao IIAM, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) e
empresas de produção e comercialização de sementes. O Centro de Recursos
Fitogenéticos possui pelo menos 2.252 amostras de germoplasma referentes a 14
espécies de várias culturas (milho, arroz, mapira, feijão nhemba, entre outros). O CIF
possui colecções de sementes de várias espécies arbóreas nativas (Afzelia quanzensis,
Millettia stuhlmannnii, Pterocarpus angolensis, entre outras), e exóticas
(maioritariamente Pinus spp. e Eucalyptus spp.). Contudo, não estão conservadas
sementes de espécies ameaçadas ou endémicas. De igual modo, não existem colecções
de sémen de espécies de animais selvagens ameaçadas. Existem no país bancos de
germoplasma e bancos de genes no campo, os quais incluem clones de banana e citrinos
e pelo menos 576 clones de caju em todo o país. Contudo, estas colecções não estão
devidamente conservadas, documentadas e avaliadas.

1.4,1. Estratégia da conservação e uso sustentável da biodiversidade

Segundo (MTADER 2015 P.55). Este documento apresenta uma nova orientação
política, em relação à visando contribuir para a contenção da tendência actual de perda e
degradação da biodiversidade em Moçambique. Esta estratégia procura assegurar que
em ecossistemas resilientes e saudáveis, a sustentabilidade no uso dos seus componentes
e os benefícios gerados contribuam para o desenvolvimento nacional sustentável.

A nova estratégia é baseada numa visão de longo-prazo (20 anos), e em uma missão
concebida para responder aos desafios nacionais no sentido de garantir que os
benefícios advindos da utilização sustentável da biodiversidade contribuam
efectivamente para o desenvolvimento do país através da erradicação da pobreza. Os
princípios que suportam as intervenções sobre a biodiversidade e os objectivos
estratégicos aqui definidos estão em conformidade com as prioridades nacionais.

 Visão
Segundo MITADER 2015, p.55. Em 2035, “o valor ecológico, sócio-
económico e cultural da biodiversidade em Moçambique irá contribuir
directamente para a melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos,
derivado da sua gestão integrada, conservação e utilização justa e
equitativa”.
 Missão
“Assegurar a conservação da biodiversidade através, da integração,
capacitação, financiamento e do fortalecimento de parcerias sólidas entre os
diferentes sectores da sociedade”.

1.4.2. Principais estratégias


1.4.3. Reduzir as causas directas e indirectas da degradação e Perda de
biodiversidade.

De acordo com (MITADER 2015, p.58). Para reverter a actual situação, existe
necessidade de haver, entre outros, uma mudança de atitude dos vários intervenientes,
desde o nível local até ao nacional. Esta mudança irá permitir a adopção de opções
políticas e de práticas que favorecem a conservação da biodiversidade. Embora uma
mudança de atitude exija um prazo relativamente longo, deve-se apostar, a curto prazo,
no melhoramento do conhecimento sobre a biodiversidade, e no acesso à informação a
todos os níveis. A produção de conhecimento sobre a biodiversidade deve ser orientada
no sentido de se obter um entendimento tão completo quanto possível do estado actual
da biodiversidade e das relações causa-efeito, que permitam a definição de áreas de
compensação pela perda de biodiversidade, e de práticas apropriadas para o uso
sustentável da biodiversidade. É igualmente crucial o levantamento e posterior
preenchimento das lacunas existentes em termos do quadro legal e institucional,
principalmente no que diz respeito ao fortalecimento da sua implementação do quadro
legal.

1.4.4. Melhorar o estado de conservação da biodiversidade, Salvaguardando a


diversidade de ecossistemas, de Habitats, de espécies e genes.

De acordo com (MITADER 2015, p.59), Para enfrentar essas consequências, o esforço
deve ser concentrado em aplicação de medidas de prevenção e recuperação através da
garantia da representatividade e conectividade de ecossistemas, habitats, espécies e
genes no âmbito do sistema nacional de áreas de conservação. A conectividade entre
ecossistemas é de extrema importância para a resiliência a vários factores dentre as
quais as mudanças climáticas. Por outro lado, as áreas de conservação não estão, em
geral, conectadas e muitas delas estão rodeadas por formas de uso da terra não
compatíveis com a conservação da biodiversidade. Portanto, há necessidade de adoptar
uma abordagem holística na planificação e gestão das áreas de conservação, a qual
enfoque no envolvimento das comunidades locais. Em termos de reabilitação, a atenção
deve estar virada para a recuperação de ecossistemas degradados e espécies ameaçadas
ou em risco de extinção. Para este último caso, a revitalização das estratégias de
conservação ex-situ existentes no país deve ser uma prioridade.
1.4.5. Melhorar a partilha dos benefícios provenientes da Biodiversidade e dos
serviços fornecidos pelos Ecossistemas para todos os sectores do governo e da
Sociedade.

Para (MITADER 2015, p.59). O acesso, partilha e utilização destes recursos deve ser
feita de tal forma que a acção humana não represente um risco à sua manutenção.

Assegurar o benefício sócio-económico a partir da biodiversidade requer a definição de


abordagens nacionais inovadoras de orçamentação da biodiversidade e de sistemas
contabilísticos que permitam indicar a contribuição da biodiversidade para o
desenvolvimento, e que suportem um investimento na biodiversidade. Algumas das
actividades prioritárias devem incluir a institucionalização de um sistema nacional de
pagamento por serviços ambientais, incluindo serviços intangíveis como carbono,
mitigação das mudanças climáticas, valor cultural, etc. Adicionalmente, a
implementação efectiva do Regulamento sobre Acesso e Partilha de Benefícios (ABS)
gerados a partir do uso de recursos biológicos e genéticos, bem como o conhecimento
tradicional associado, funcionam como um meio para o melhoramento da vida das
comunidades locais como detentoras do conhecimento, contribuindo para custear a
conservação da biodiversidade.

1.4.6. Melhorar a implementação através da planificação Participativa, gestão do


conhecimento e capacitação.

Segundo (MITADER 2015, p. 60). A melhoria da consciencialização do público sobre a


importância sócio-económica da diversidade biológica, e uma melhoria da participação
das comunidades na gestão da biodiversidade são cruciais para o sucesso da
conservação da biodiversidade no país.

Paralelamente, o quadro da coordenação e colaboração interinstitucional necessita de


ser substancialmente fortalecido, por forma a garantir a partilha de informação, dos
dados sobre a biodiversidade e a implementação e monitoria coordenada entre os vários
intervenientes. O desenvolvimento de parcerias nacionais e multilaterais continua a ser
uma prioridade na conservação da biodiversidade.

O reconhecimento das necessidades relacionadas com a biodiversidade, diferenciadas


por género, é crucial por forma a reconhecer os grupos mais vulneráveis, bem como
para fortalecer as capacidades para o uso sustentável da biodiversidade.
1.4.7. Referências bibliográficas

LEMOS, F. T.; FERREIRA, T. S. H. O desmatamento da Amazônia: uma questão


internacional. São Paulo: Centro Universitário de Belo Horizonte, 2008;

MICOA,), Manual do educador, sobre as queimadas descontroladas, 2008;

MINISTÉRIO da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, estratégia e plano de


acção para a conservação da diversidade biológica em moçambique (2015-2035),
Maputo, 2015;

MINISTERIO, Administraça Estatal, Perfil do Distrito de Muanza Província de Sofala,


serie perfis distritais de Moçambique, ediçao 2005;

SILVA Luiz Everson da, , ALBUQUERQUE Ulysses Paulino de, AMARAL Wanderlei
do, Uso sustentável da biodiversidade e conservação de recursos naturais. Guaju,
Matinhos, v.3, 2017;

SITOE Almeida A, REMANE Ivan, MACANDZA Valério António, MAMUGY Faruk,


Mapeamento de habitats de moçambique: Criando as bases para contrabalanços de
biodiversidade em Moçambique, Technical Report · April 2015.

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