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Índice

1. Introdução...........................................................................................................2

1.1. OBJECTIVOS.................................................................................................2

1.2. Objectivo Geral...............................................................................................2

1.3. Objectivos Específicos....................................................................................2

2. Metodologia........................................................................................................3

3. A Dinâmica Populacional...................................................................................4

3.1. Conceito de Distribuição Territorial da População.........................................5

3.2. Historial de Distribuição da População Moçambicana...................................6

3.3. Distribuição espacial da população em Moçambique.....................................6

3.4. População por Província.................................................................................8

3.5. Distribuição Territorial e Evolução.................................................................8

3.6. Evolução da população...................................................................................9

3.7. Redistribuição Espacial da população em Moçambique.................................9

3.8. Factores de Distribuição da População de Moçambique................................9

4. Conclusão..........................................................................................................12

5. Referencias Bibliográficas................................................................................13

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1. Introdução

O presente trabalho procura compreender a distribuição da população assim como os


factores que influenciam essa distribuição. Para o estudo de grupos populacionais
organizados em regiões e divisões geográficas, requerem conhecimento das
modalidades da distribuição territorial da população e dos intercâmbios que se criam
com o tempo.

A distribuição espacial da população, ocupação do espaço ou simplesmente densidade


populacional é entendida como sendo o número de habitantes por quilómetros
quadrados (hab. /km²) ou a forma como a população se encontra distribuída no espaço.
O crescimento da população mundial assim como a sua distribuição foram e continuam
sendo desiguais nos diversos continentes e/ou regiões e em diferentes épocas.

Como acontece com a distribuição da população de qualquer outro país, região,


continente ou mundo, a de Moçambique foi e é também determinada por factores físicos
e humanos. Um estudo deste género pressupõe a recolha de informações sobre a
distribuição da população, sua análise e as relações com os aspectos do meio e todas as
modificações que se operam ao longo do tempo.

1.1. OBJECTIVOS
1.2. Objectivo Geral
 Compreender o Processo de Distribuição da População de Moçambique.
1.3. Objectivos Específicos
 Conceituar distribuição população;
 Descrever Historial da Distribuição da População em Moçambique;
 Identificar os principais factores de distribuição da população de
Moçambique;

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2. Metodologia

Para a realização deste trabalho e de forma a atingir os objectivos definidos, a


metodologia usada foi método quantitativo.

Primeiramente fez-se o levantamento de dados a partir de várias fontes escritas. Os


dados obtidos fornecem conhecimentos de base sobre o tema estudado e também
permitem conhecer os factos já estudados.

Foram consultadas fontes secundarias em bibliotecas como livros e artigos científicos.

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3. A Dinâmica Populacional

A dinâmica populacional tem sido alvo de intervenções políticas desde a existência da


humanidade, primeiro para garantir um tamanho populacional que conferisse poder e
vantagem militar para enfrentar as guerras pela conquista de territórios que
caracterizaram as sociedades antigas e, segundo, para garantir a mão-de-obra para o
processo produtivo. Nessa altura, para compensar as perdas devido as constantes
guerras e elevada mortalidade era fundamental incentivar a natalidade e reduzir a
mortalidade.

Moçambique adoptou a sua primeira e única política de população em 1999. O debate


internacional que se materializou sobretudo nas conferências internacionais sobre a
população e desenvolvimento, particularmente a conferência de Cairo em 1994 terá
dado ímpeto para a adopção duma política de população em Moçambique. Porém,
internamente, o país poderia não possuir capacidade e articulação institucional robusta e
flexível para materializar efectivamente a sua política de população. Com base na
revisão de literatura, este artigo discute a necessidade e a natureza duma política de
população para Moçambique tendo em conta o contexto demográfico social e político
do país. No momento actual existe um potencial enorme para materialização do
dividendo demográfico, um possível ganho socioeconómico que pode resultar das
alterações fundamentais na estrutura etária da população Moçambicana, se estas
alterações forem acompanhadas de políticas socioeconómicas adequadas.

A dinâmica demográfica é um dos factores chave do desenvolvimento socioeconómico


de um país. As políticas para a sua integração na planificação estratégica geral de
desenvolvimento são fundamentais. Em Moçambique o desafio demográfico pertinente
está relacionado com a estrutura demográfica muito jovem que leva a uma taxa de
dependência elevada. Esta estrutura resulta de uma taxa de fecundidade elevada, em
torno de seis filhos por mulher, e para além de uma capacidade produtiva limitada o seu
impacto é notável em termos de demanda de serviços sociais como educação e saúde,
portanto do lado da despesa pública comprometendo a capacidade de poupança e
investimento em outros sectores. Embora o potencial deste tipo de estrutura seja enorme
como já o demonstram os países asiáticos ao beneficiarem do dividendo demográfico,
qualquer política demográfica que vise alterar a estrutura demográfica jovem deve

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incidir claramente na necessidade de reduzir a fecundidade com metas claras e
intervenções firmes ao mais alto nível político.

Uma opção importante para este efeito é a revisão da actual política de população para
torna-la simples e como estratégia para a redução da fecundidade. Também deverá ser
definido o seu posicionamento na estrutura dos instrumentos de planificação estratégica
do governo e os mecanismos de articulação entre os diferentes sectores relevantes de
modo a facilitar a sua implementação.

A experiência dos países asiáticos e africanos que lograram reduzir a sua fecundidade
mostra que o foco deve ser em assegurar o acesso universal aos serviços de planeamento
familiar (Moucheraud & Hasan, 2014). Para além de reduzir a fecundidade, o
planeamento familiar contribui significativamente para a redução da mortalidade
materna e infantojuvenil. Embora o programa de planeamento familiar tenha sido
adoptado há mais de 30 anos, o mesmo não tem tido muita atenção, sobretudo durante
as décadas de 1980 e 1990 onde grande parte da atenção e recursos foram direccionados
para malária, HIV e SIDA e outras doenças infecciosas (Arnaldo, Cau & Maungue,
2015).

O potencial para Moçambique beneficiar-se do dividendo demográfico depende


exclusivamente de como a fecundidade será gerida em termos do discurso e das
intervenções políticas que sejam diferentes das actuais intervenções como a PP ou
Estratégia Nacional de desenvolvimento. A experiência de outros países como Etiópia,
Ruanda e Malawi (USAID, 2012a, 2012b) revelam que o posicionamento público das
altas figuras públicas e do Estado em relação ao planeamento familiar e a necessidade
de reduzir a fecundidade são cruciais para o alcance dos objectivos desejados.

3.1. Conceito de Distribuição Territorial da População

De acordo com Maccio (1985:49) & INE (1996:2) a distribuição territorial da população
é a forma como ela está distribuída num território ou como se distribui entre as
possíveis unidades espaciais que o subdividem. Esta distribuição num determinado
território obedece a uma certa lógica e é determinada por uma variedade de factores.

De com Alberts & Villa (1980:303), uma teoria da distribuição espacial da população
deve satisfazer certos requisitos: em primeiro lugar deve explicar, de forma coerente, os
processos causas e históricos que conduziram à distribuição existente da população;

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segundo, deve identificar as relações estruturais pertinentes entre as variáveis sociais,
económicas e políticas na distribuição territorial da população.

"A distribuição e redistribuição da população é um assunto que inquieta os governos de


numerosos países, muito particularmente nos países subdesenvolvidos, para diversos
dos quais este fenómeno tem sido uma das preocupações do domínio dos estudos
populacionais"`(Araújo, 1988:138).

3.2. Historial de Distribuição da População Moçambicana

A distribuição territorial da população rural moçambicana caracterizava-se por uma


forma de povoamento disperso e muito irregular. Este tipo de povoamento rural,
disperso, tinha uma relação estreita com a forma e distribuição da ocupação e posse de
terra. Dum lado, encontravam-se as grandes plantações estrangeiras, os agricultores
colonos e os grandes criadores de gado que ocupavam as terras mais férteis e de fácil
acesso, possuindo extensas áreas de terras alienadas aos seus anteriores possuidores, os
camponeses moçambicanos. Do outro lado encontravam-se estes últimos, que se viam
empurrados para as terras menos férteis, de mais difícil acesso, e que apenas ocupavam
pequenas parcelas numa agricultura familiar de sequeiros, muito pouco produtiva.

3.3. Distribuição espacial da população em Moçambique

A partir da década de 70 sobretudo, Moçambique tem vindo a registar uma rápida taxa
de urbanização. Em 1950, o país era quase totalmente rural. Porém em 1980, a
percentagem de população urbana atingem os 13% e, de acordo com o INE em 1997 a
taxa era de 27,6%.

A população do País é predominantemente rural. Em 1980, 73% da população total


residia nas áreas rurais enquanto a restante morava nas principais cidades consideradas
urbanas. Só a capital do País, Maputo, acolhia 48% do total da população urbana, o que
demonstra um padrão de distribuição muito heterogéneo. (idem)

Segundo os dados do Censo de Moçambicano de 2007, a Região Centro detinha 42,9%


da população e as regiões Norte e Sul contribuíam com 33,4% e 23,7% respectivamente.
As províncias de Nampula e Zambézia foram as mais populosas e, as menos populosas,
as de Maputo-Cidade e Niassa.

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Realçando as constatações do Censo de 1997, as províncias da Região Sul apresentavam
taxas de imigração muito elevadas, destacando-se as províncias de Maputo-Província e
Maputo-Cidade, nas quais, respectivamente, 50% e 60% da população eram imigrantes.

Quanto à densidade populacional, para o país, havia, segundo o Censo 2007, 25,3
habitantes por km2. As províncias costeiras de Nampula, Zambézia, Maputo-Província
e Maputo-Cidade apresentam as mais altas densidades. Comparado a 1997, a província
de Maputo-Cidade capital do país, obteve mais de 426 habitantes por km2, ao passo que
as demais províncias, mais povoadas, obtiveram, em média, um aumento em 12,2
habitantes por quilómetro quadrado.

A distribuição territorial da população em Moçambique tem conhecido nos últimos


anos, profundas alterações, devido a diversos factores conjunturais de carácter social,
político e económico, dinâmica produtiva e ambiental. Esta distribuição é em geral de
carácter disperso nas zonas rurais e concentrado nas zonas urbanas.

Em 1980, a população considerada urbana isto é vivendo nas 12 cidades eram de 1.5
milhões de habitantes; ou seja, de 13.2%, contra 86.8% das zonas rurais. Em 1991, os
12 centros classificados como cidades, passaram a ter uma população de 2.5 milhões de
habitantes. Comparando este valor com cerca de 1.5 milhões de 1980 observa-se um
crescimento de 994.894 habitantes para um período de 11 anos, o que equivale a uma
taxa média de crescimento anual na ordem de 4.5%. Contudo, na década de 90 a
distribuição espacial foi influenciada por um conjunto de factores conjunturais que
alteram o desenvolvimento normal da distribuição geográfica da população. Entre estes
factores conjunturais adversos, a guerra foi um dos principais, associados à fraca rede
de infra-estruturas sociais e económicas, principalmente no meio rural, tornando-o
extremamente repulsivo, enquanto os espaços urbanos transformaram-se em centros
mais seguros e atractivos. No meio urbano, a distribuição territorial da população vai
progredindo no sentido duma maior concentração à medida que nos aproximamos do
centro urbano. Assim, a população residente nas faixas peri-urbanas ostentam
características de sociedade rural que se misturam com formas económico-sócio-
culturais urbanas.

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3.4. População por Província

Moçambique está dividido em 11 províncias, com uma distribuição da população


desigual.

3.5. Distribuição Territorial e Evolução

Estando definida de forma bastante clara e política de socialização do campo e o papel


que cabe as Aldeias Comunais, a expansão territorial destas e o seu impacto na
distribuição geográfica da população rural tem crescido a um ritmo que se pode
considerar satisfatório, embora ainda seja necessário corrigir aspectos que levam a
alguns desequilíbrios.

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3.6. Evolução da população
População Variação Percentagem
Ano do Censo

1980 12 130 000 - -

1997 16 099 246 3 969 246 32,7

2007 20 579 265 4 480 019 27,8

2017 28 861 863 8 282 598 28,7

3.7. Redistribuição Espacial da população em Moçambique

A redistribuição espacial da população em Moçambique, principalmente a partir da


década de 60, pode ser atribuída a instabilidade político-militar no território, que
começou com a luta armada de libertação nacional, à distribuição desigual dos recursos
produtivos e à criação de empregos (Muanamoha, 1995:1). Ainda de acordo com o
autor, na mobilidade espacial da população no país, deve-se salientar a existência de
duas principais orientações migratórias.

3.8. Factores de Distribuição da População de Moçambique

Factores Físico-Naturais

É inegável que as condições naturais exerçam uma influência importante na distribuição


da população na superfície terrestre. Assim, obedecendo a essa regra, observa-se que as
regiões mais povoadas são aquelas em que o ambiente natural promove a boa saúde
física do Homem e o fornecimento de recursos suficientes para as necessidades vitais
dos grupos que nelas vivem

Factores Humanos
Apesar de termos analisado o papel dos factores físico-naturais na distribuição da
população, constata-se hoje que este factor não exerce hoje a maior influência, pois
devido aos progressos tecno científicos e as condições socioeconómicas ao dispor do
Homem, este tem reduzido a importância dos condicionalismos físicos (determinismo),
dando-lhe possibilidade de vencer o espaço geográfico. Podemos constatar que, através

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do trabalho e do uso da técnica, o Homem consegue fixar-se em regiões que não
refinem condições para o seu estabelecimento.
    Assim, na maior parte dos casos, a grandeza numérica dos grupos humanos não se
explica apenas pela quantidade de terra de que se dispõem e nem dos recursos à sua
disposição, mas sim pela eficácia das técnicas que dominam.
Factores Económicos
 Indústria
A implantação de uma indústria num determinado espaço geográfico, atrai outras
actividades de apoio a esta, tais como o comércio, os organismos financeiros, as
repartições públicas, os serviços básicos de saúde, a o abastecimento de água e energia,
entre outras. Estas actividades exigem mão-de-obra para o seu funcionamento, o que
tem como consequência a concentração populacional em volta destas indústrias, bem
como outros serviços socioeconómicos.
 Transportes e vias de comunicação
Os transportes e as vias de comunicação desempenham um papel fundamental na
distribuição espacial da população, uma vez que exercem um forte poder atractivo para
as diferentes actividades económicas, particularmente a indústria e o comércio, devido
acessibilidade, mobilidade e facilidade de comunicação.
O litoral desde há muito exerceu forte influência na fixação do Homem, sobretudo pelos
recursos do mar e dos rios navegáveis, mas também pela facilidade que as águas do mar
oferecem para as comunicações internas e externas no desenvolvimento de actividades
comerciais.

Para Zelinsky (1969: 59-83) existem três (3) factores que influenciam a repartição da
população a saber: físicos, económicos, e histórico-culturais.

Nakata e Coelho (1985:138) consideram os factores económicos os que estabelecem


uma relação forte entre o grau de complexidade das actividades e a intensidade do
povoamento.

Derruau (1973:461- 68) agrupa os factores da distribuição espacial da população em


físico e humanos. Segundo ele, os factores físicos que influenciam na distribuição
espacial da população são o papel dos recursos hídricos, a constituição do solo e a
configuração do relevo. Os factores incluem, segundo ele, as tradições étnicas, as
condições de segurança e a estrutura da sociedade agrícola.

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Os factores físicos da distribuição da população em Moçambique destacam-se: o relevo
de montanha ou de planície; o clima com as suas variantes (temperatura e pluviosidade),
os solos mais ou menos férteis; a vegetação mais ou menos abundante; a maior ou
menor disponibilidade de recursos do subsolo, interage no sentido de atracção ou
repulsão na distribuição da população.

As guerras do passado, o maior ou menor desenvolvimento da agricultura, da indústria,


dos transportes e outros factores humanos, interagem também na fixação da população.
A desigual distribuição da população em Moçambique foi originada provavelmente por
factores económicos e de natureza conjuntural como por exemplo as migrações forçadas
devido o conflito armado que terminou em Outubro de 1992.

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4. Conclusão

A compreensão que acaba de se fazer sobre os diversos pontos aqui abordados na


obtenção de informações, os objectivos formulados foi alcançada.

No decorrer dessa compreensão é possível apresentar constatações que permitem, de


forma clara a compreensão da distribuição espacial da população de Moçambique.

O Padrão de distribuição espacial da população foi influenciado por factores naturais,


político-sociais, culturais, históricos e económicos, tais como: a guerra, localização de
infra-estruturas sociais e económicas, os recursos naturais (solo, água,)

Contudo, pode-se concluir que a distribuição espacial da população ao nível nacional


desde os censos 1980-2017, sofreu inúmeras mudanças provavelmente na requalificação
e algumas áreas, a guerra que terminou em Outubro de 1992 que originou migrações de
diversas áreas do país.

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5. Referencias Bibliográficas

DE ARAÚJO, Manuel Garrido Mendes. As Aldeias Comunais e o seu Papel na


Distribuição Territorial da População Rural na República Popular de Moçambique.
UEM, Maputo, 1994.
INE/DNE. Contribuição para a definição do conceito "Urbano" para o censo de
população de Moçambique, Maputo, 1996.
MANGUE, João et all. Aspectos Sociais, Económicos, Demográficos e de Saúde em
Moçambique1997 á 2007, Maputo, 2011.
MINISTÉRIO DE PLANO E FINANÇAS. Moçambique político nacional de
população Maputo, 1998.
MUANAMOHA, Ramos Cardoso. Tendências históricas da distribuição espacial da
população em Moçambique. Belo Horizonte, Brasil, 1995.
PERFIL DO SECTOR URBANO EM MOÇAMBIQUE. Programa das Nações Unidas
para Assentamentos Humanos Escritório Regional para África e Estados Árabes
2007.

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