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Telma Felizardo

Análise de Experiências de Desenvolvimento Comunitário no Mundo

(Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário)

Instituto Superior dos Transportes, Turismo e Comunicações


Nacala-Porto
2023
2

Telma Felizardo

Análise de Experiências de Desenvolvimento Comunitário no Mundo

Trabalho individual de carácter avaliativo na cadeira


de Teoria de Desenvolvimento Comunitário, 2º ano,
curso de Licenciatura em Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário, leccionada pela
docente:

Dra. Flora Gonçalves Chele

Instituto Superior dos Transportes, Turismo e Comunicações


Nacala-Porto
2023
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Índice

Introdução..................................................................................................................................4

I.Análise de Experiências de Desenvolvimento Comunitário no Mundo..................................5

1.1.Conceito de Desenvolvimento Comunitário........................................................................5

1.2.Dimensões do Desenvolvimento Comunitário.................................................................5

1.3.Objectivo do Desenvolvimento Comunitário...................................................................6

1.4.Princípios do Desenvolvimento Comunitário..................................................................7

1.5.Condições do Desenvolvimento Comunitário..................................................................8

1.6.Tipos de Desenvolvimento Comunitário..........................................................................9

1.7.Vantagens do Desenvolvimento Comunitário..................................................................9

Conclusão.................................................................................................................................11

Referências Bibliográficas.......................................................................................................12
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Introdução

O presente trabalho aborda sobre Análise de Experiências de Desenvolvimento Comunitário


no Mundo, visto que desenvolvimento comunitário resulta de projectos elaborados e
executados pela própria comunidade, e que geralmente têm como autores os agentes de
desenvolvimento, pessoas conscientes de que a comunidade, devidamente mobilizada e
sensibilizada, é capaz de criar oportunidades económicas e introduzir melhorias em processos
já praticados. Para tal, o trabalho faz menção do conceito e dimensões do desenvolvimento
comunitário, de seguida fala sobre os objectivos do desenvolvimento comunitário, princípios
do desenvolvimento comunitário, condições do desenvolvimento comunitário, tipos de
desenvolvimento comunitário e por último vantagens do desenvolvimento comunitário.

O trabalho tem como objectivo geral de analisar as experiências de desenvolvimento


comunitário no mundo, e como objectivos específicos, o trabalho pretende definir o conceito
de desenvolvimento comunitário; Identificar os princípios do desenvolvimento comunitário;
Descrever os tipos de desenvolvimento comunitário e Mencionar as vantagens do
desenvolvimento comunitário. Para a concretização do presente trabalho os autores baseiam-
se em algumas fontes bibliográficas, electrónicas em que os autores estão citados nas
referências bibliográficas. E como estrutura o trabalho apresenta a seguinte, primeiramente,
os elementos pré-textuais; o desenvolvimento do trabalho, organizado em títulos e subtítulos;
e os elementos pós-textuais.
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I. Análise de Experiências de Desenvolvimento Comunitário no Mundo

I.1. Conceito de Desenvolvimento Comunitário

Para Francisco (2010, p.16), o desenvolvimento comunitário é uma técnica social de


promoção do homem e de mobilização de recursos humanos e institucionais, mediante a
participação activa e democrática da população, no estudo planeado e execução de programas
ao nível das comunidades de base, destinados a melhorar o seu nível de vida.

De acordo com Santos (2002, p.46), desenvolvimento comunitário é uma actividade social
que visa dar poder a indivíduos e grupos pela oferta dos conhecimentos necessários para que
ocorram mudanças em suas próprias comunidades. O desenvolvimento comunitário é o
esforço para melhorar as condições devida daquelas que habitam um local (a comunidade e o
seu espaço geográfico e cultural) tomando em linha de conta a especificidade desse local.

Desenvolvimento comunitário é definido segundo Ornelas (2008, p.248) como

“Um processo que parte da participação activa da comunidade e procura criar as


condições económicas, sociais, políticas e ambientais satisfatórias para todos os seus
membros, partindo da mobilização das capacidades e recursos da comunidade”.
Assim, esta metodologia tem por base postulados do uma vez que mobiliza os
indivíduos e as organizações duma comunidade no solucionamento dos seus
problemas, aumentando, o conhecimento destes sobre a realidade em que estão
inseridos, desenvolvendo a sua capacidade de intervenção sobre essa realidade.

Desenvolvimento comunitário consiste num conjunto de acções voltadas para o


desenvolvimento de núcleos e redes comunitárias e projectos sociais, através da articulação
intersectorial, promovendo a capacidade local para o desenvolvimento da comunidade,
colocando seus integrantes como protagonistas.

I.2. Dimensões do Desenvolvimento Comunitário

Segundo Baptista (1973), é possível discernir quatro dimensões do desenvolvimento


comunitário:

 Uma dimensão doutrinária pela implícita filosofia personalista que defende;


 Uma dimensão teórica pelos pré-requisitos de análise antropológica, sociológica,
política e económica a que se obriga;
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 Uma dimensão metodológica pelos propósitos de mudança planeada que defende;


 Finalmente uma dimensão prática pelas consequências que a sua aplicação tem no
terreno, tanto pela implicação das comunidades no processo do seu próprio
Desenvolvimento como pela alteração das práticas profissionais a que obriga.

Ao longo de uma existência de cerca de meio século o Desenvolvimento Comunitário


atravessou diversas fases procurando adaptar-se aos condicionalismos da conjuntura.

Foi, contudo, depois da segunda guerra mundial que o Desenvolvimento Comunitário se


estabeleceu como método complementar de intervenção social para fazer face aos problemas
sociais da conjuntura. Com efeito o conflito destroçara os alicerces económicos e sociais dos
antigos beligerantes, vencedores e vencidos, fazendo emergir um complexo conjunto de
problemas de desorganização social de anomia e de comportamento desviado o que obrigou à
concepção de um método de intervenção social mais poderoso que os usados até então, de
modo a criar sinergias, a partir da cooperação entre o Estado e os exíguos meios das
comunidades locais.

I.3. Objectivo do Desenvolvimento Comunitário

O desenvolvimento comunitário é um movimento destinado a promover a melhoria de vida


de toda a população comunitária com a participação activa e se possível, por iniciativa da
comunidade, mas se esta iniciativa não surgir espontaneamente, por meio de emprego de
técnicas que a façam surgir e a estimularem a fim de assegurar sua resposta activa e
entusiasta do movimento (Baptista, 1973).

Desta forma, de acordo com Ornelas (2008), a ideia subjacente ao desenvolvimento


comunitário é de que a forma para melhorar as condições de vida das populações será através
da formação de:

 Organizações locais participativas;


 Formação de governos locais (responsáveis pela melhoria das condições habitacionais
e de empregabilidade; pela existência de recursos recreativos e de lazer
diversificados);
 Formação de espaços públicos limpos e seguros;
 Promoção do sentimento de vizinhança;
 Existência de políticas públicas (não governamentais fortes).
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Segundo Francisco (2010, p.16), o desenvolvimento comunitário, conforme expressa a


própria terminologia, tem como objectivo a ser alcançado o desenvolvimento da comunidade.
Deste modo, o desenvolvimento supõe, portanto, respostas aos interesses dos diversos
segmentos da população em seus anseios de sobrevivência material e de produção pelo
conjunto da sociedade.

O desenvolvimento comunitário é um método de ajuda às comunidades locais para tornar-


lhes mais conscientes de suas necessidades, para apreciar seus recursos em tal forma que
satisfaçam algumas das necessidades por meio dos projectos de acção e ao mesmo tempo
adquirem atitudes, experiencias e destrezas cooperativas para repetir este processo, uma e
outra vez por iniciativa própria (Santos, 2002 p.46).

O desenvolvimento comunitário supõe a organização da população, pois é através desta que


dá uma reflexão e a acção sobre a sua realidade quotidiana. Por sua vez, o processo de
organização da população é também um processo de desenvolvimento comunitário, pois uma
população desorganizada não consegue conhecer nenhum projecto capaz de promover
condições para o desenvolvimento desta mesma sociedade.

I.4. Princípios do Desenvolvimento Comunitário

Conforme Baptista (1973, p.65), os princípios do Desenvolvimento Comunitário são:

a) Princípio das Necessidades Sentidas: Defende que todo o projecto de


desenvolvimento comunitário deve partir das necessidades sentidas pela população e
não apenas das necessidades consciencializadas pelos técnicos;
b) Princípio da Participação: Afirma a necessidade do envolvimento profundo da
população no processo do seu próprio Desenvolvimento;
c) Princípio da Auto-sustentação: Defende que os processos de mudança planeada
sejam equilibrados e sem rupturas, susceptíveis de manutenção pela população-alvo e
dotados de mecanismos que previnam efeitos perversos ocasionados pelas alterações
provocadas;
d) Princípio da Universalidade: Afirma que um projecto só tem probabilidades de êxito
se tiver como alvo de Desenvolvimento uma dada população na sua globalidade e
como objectivo a alteração profunda das condições que estão na base da situação de
subdesenvolvimento.
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I.5. Condições do Desenvolvimento Comunitário

Segundo Ornelas (2008, p.152), existem seis condições fundamentais para o sucesso
do Desenvolvimento Comunitário:

 Existência de líderes informados e com ligações fortes, externas ao seu contexto;


 Compreensão das condições económicas específicas e das suas interdependências
com a economia global;
 Uma participação pública significativa;
 Identificação dos nichos de uma comunidade a nível local, estatal e global;
 Abertura para a inovação e aceitar possíveis alternativas;
 Organizar e maximizar o capital humano e financeiro.

Segundo Baptista (1973, p.46), existem cinco conceitos fundamentais que estão na base do
desenvolvimento comunitário:

a) Capital Social: Nível de integração dos residentes na sua comunidade, através de


redes informais, confiança mútua, participação em organizações de carácter cívico e
ligações intergovernamentais. O capital social coloca a tónica na consolidação da
interdependência dos vários níveis de redes sociais do indivíduo. Devendo, ainda, ser
complementado com níveis de intervenção política, económica e ambiental.
b) Sustentabilidade: Desenvolvimento ecológico saudável a longo prazo. Este aspecto
deve ser considerado no processo de renovação dos recursos comunitários.
Sustentabilidade económica complementa-se à ambiental o que significa que a não
contaminação do ecossistema e a conservação de recursos naturais. Sustentabilidade a
nível local corresponde à tentativa de fomentar a participação activa da comunidade,
no que diz respeito aos processos de tomada de decisão. A sustentabilidade política
corresponde a políticas governamentais que perdurem apesar de possíveis mudanças
de poder. Por fim, a sustentabilidade social corresponde à manutenção e exploração
do capital social.
c) Construção de Capacidades: A vários níveis, isto é competências individuais,
informação e recursos organizacionais. Esta capacidade facilita o alargamento das
organizações comunitárias. A junção da construção de capacidades com o capital
social baseia-se na ideia de que as comunidades têm nas suas origens o potencial e
recursos humanos para responderem apropriadamente às suas necessidades.
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I.6. Tipos de Desenvolvimento Comunitário

Para Francisco (2010), o facto de o Desenvolvimento Comunitário ser fundamentalmente


uma prática, pode ser bastante frustrante tentar coloca-lo em acção com objectividade sem
que tenha uma visão desta problemática e juízo de concepção sobre o instrumento a
ser utilizado para cada realidade. Por isso esta concepção, é com a qual nos identificamos
essencialmente por dar enfoque ao Desenvolvimento Comunitário como instrumento múltiplo
de processos:

 Como processo dirigido de intervenção externa nas comunidades em função de um


melhor nível de vida;
 Como processo dirigido em função da conjugação de esforços entre povos e governos;
 Como processo metodológico de autonomização dos segmentos da população e de
materialização dos interesses e preocupações da comunidade.

O desenvolvimento comunitário resulta de projectos elaborados e executados pela própria


comunidade, e que geralmente têm como autores os agentes de desenvolvimento, pessoas
conscientes de que a comunidade, devidamente mobilizada e sensibilizada, é capaz de criar
oportunidades económicas e introduzir melhorias em processos já praticados. Para isso, estes
agentes precisam mobilizar apoio externo, como financiamento, formação profissional e
assessoria técnica.

I.7. Vantagens do Desenvolvimento Comunitário

De acordo com Santos (2002, p.77), o desenvolvimento comunitário, muitas vezes envolve o
apoio de programas sociais patrocinados pelo governo. Estas iniciativas são susceptíveis de
promover o crescimento económico em comunidades e também melhorar o padrão de vida
para muitos.

 O desenvolvimento da Comunidade pode tornar-se evidente na redução do crime por


causa da maior oportunidade para a habitação e a menos de uma instância dos sem-
abrigo.
 Um aumento potencial nos empregos.
 Crianças de famílias que vivem em áreas rurais que muitas vezes são os beneficiários
dos programas da Comunidade podem tornar-se melhor educadas como resultado
desses subsídios.
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 Distribuições económicas podem ser reservadas para financiar melhorias na infra-


estrutura da comunidade.
 Desenvolvimento da comunidade através de doações muitas vezes é reservado para
lugares que precisam de algum tipo de assistência para criar condições satisfatórias de
vida e de comércio. Sem a ajuda, as comunidades podem estar em perigo de alta
criminalidade, desemprego ou falta de moradia, devido às características que
acompanham frequentemente a pobreza.
 O respeito que é muitas vezes ganho pelos funcionários da regionais que estão a
receber apoio financeiro.
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Conclusão

Após várias análises relacionadas com o tema, conclui-se que o desenvolvimento comunitário
é o esforço para melhorar as condições devida daquelas que habitam um local tomando em
linha de conta a especificidade desse local. Assim, esta metodologia tem por base postulados
do uma vez que mobiliza os indivíduos e as organizações duma comunidade no
solucionamento dos seus problemas, aumentando, o conhecimento destes sobre a realidade
em que estão inseridos, desenvolvendo a sua capacidade de intervenção sobre essa realidade.

Conclui-se ainda que o desenvolvimento comunitário é um movimento destinado a promover


a melhoria de vida de toda a população comunitária com a participação activa e se possível,
por iniciativa da comunidade, mas se esta iniciativa não surgir espontaneamente, por meio de
emprego de técnicas que a façam surgir e a estimularem a fim de assegurar sua resposta
activa e entusiasta do movimento. O desenvolvimento comunitário supõe a organização da
população, pois é através desta que dá uma reflexão e a acção sobre a sua realidade
quotidiana.
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Referências Bibliográficas

Baptista, M.V. (1973). Desenvolvimento da Comunidade. 3ª Ed. São Paulo: Cortez e Moraes

Francisco, B. (2010). Desenvolvimento Regional Endógeno: Contexto histórico para o


surgimento de uma estrutura de governança regional no Estado do Rio Grande do Sul.
São Paulo.

Ornelas, A. (2008). Especialização e Potencial Endógeno na Análise Regional. Brasilia.

Santos, P. (2002). Território, Ruralidade e Desenvolvimento Regional. In: Revista Brasileira


de Gestão e Desenvolvimento Regional. Rio de Janeiro.

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