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E.M.E.F. Demóstenes Ranieri.

submetidos a um sistema de escravidão, pois os


mesmos chegavam já endividados por conta das
DIRETOR: Jurandir.
passagens e ainda pior só poderiam vender a
PROFESSORA: Maria Madalena. borracha e comprar produtos de sua necessidade
no barracão do seringalista ou coronéis da
SÉRIE: 8º ANO. borracha (Donos de Seringais) o que obrigava os
ALUNO: ______________________________. seringueiros (trabalhadores da borracha) a
ficarem eternamente em débito e presos ao
ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE EST. seringal.
AMAZONICOS
Os centros da economia da borracha eram
Belle Époque Amazônica Belém e Manaus, onde vinha toda a borracha
Belle Époque (bela época em francês) produzida nos seringais, as cidades serviam de
começou no final do século XIX (1871) e durou entrepostos comerciais para compra e venda do
até a eclosão da primeira guerra mundial em látex, uma vez que na época a Amazônia detinha
1914 foi considerada uma era de ouro da beleza, o monopólio do produto, já que não existia havea
inovação e paz entre os países europeus e suas brasiliensis em nenhum outro lugar do mundo.
influências se espalharam pelo mundo chegando Enquanto a moeda brasileira era o Réis, na
até a Amazônia. Amazônia a moeda da borracha era a Libra
Esterlina da Grã-Bretanha, uma vez que era a
Na Amazônia a belle époque deu-se por moeda mais valorizada da época e os britânicos
conta do boom provocado pela riqueza eram os principais compradores, e na Europa a
proveniente da extração do látex (Borracha) borracha era utilizada na indústria automotiva,
extraído da árvore havea brasiliensis, e o período na fabricação de bolsas, sapatos e diversos outros
entre 1870 e 1913, foi uma época sem igual para produtos, o que mostra a importância que o látex
Belém e Manaus, os centros da economia da da Amazônia tinha para a economia mundial.
borracha. Após a queda do império e a
implantação da república, os ideais positivistas, Reurbanização de Belém e Manaus
modernizantes e progressistas do novo regime O boom provocado pela riqueza advinda
não demoraram a chegar a região, uma vez que da extração da borracha e as custas da
com a implantação do federalismo os estados escravização de milhares de seringueiros, trouxe
ganharam autonomia para recolhimento e para as principais cidades da Amazônia milhares
aplicação dos impostos, o que possibilitou as de imigrantes europeus e de outras regiões do
elites locais avançarem ainda mais no seu projeto Brasil, que vieram sobretudo para lucrar com o
de civilização europeia em plena região pujante ciclo econômico, com isso a nova elite
amazônica. aristocrática-seringalista da região traçou um
A economia da borracha e o sistema de projeto de civilização europeia, importando além
aviamento  de produtos de luxo e a arquitetura, bem como os
costumes e tradições puramente europeus para a
Para a consolidação do novo ciclo Amazônia. Dentro deste contexto era necessário
econômico, várias mudanças se fizeram reurbanizar os centros da economia gomífera, e
necessárias, primeiramente precisava-se de mão Paris serviu de modelo neste período, um
de obra para extrair o látex, na época abundante espelho de civilização de não deveria ser apenas
na floresta amazônica, para suprir a falta de imitado e sim copiado em todos os seus aspectos.
trabalhadores buscou-se no exterior e sobretudo Criando uma certa dicotomia, pois se por um
no Nordeste onde a população passava uma das lado havia uma forte dependência econômica da
piores secas da história. Criou-se o sistema de Inglaterra, por outro havia uma forte ligação com
aviamento que consistia na contratação de a França. Dentro deste contexto duas
trabalhadores no nordeste e seu translado para a personalidades foram igualmente significativas
Amazônia, chegando a região os mesmos eram para este processo de reurbanização, Antônio
Lemos em Belém e Eduardo Ribeiro em econômico, mas uma sociedade inteira. Sem
Manaus.  atenção do governo federal para a crise, e sem
haver como competir com o látex malasiano os
Belém "A Paris N'América"
velhos e rudimentares seringais da Amazônia
Antônio Lemos, maranhense, implantou quebraram, e depois de décadas de absoluta
em Belém uma rígida administração objetivando ostentação, não havia nada que os governos
modernizar, sanear e embelezar a capital locais pudessem fazer, ao longo de décadas os
paraense, aos moldes de Paris, para isso criou um centros econômicos da região investiram muito
código de postura que pretendia fazer a mais em embelezamento das cidades ao invés de
população adotar hábitos mais europeus, para industrias ou outras atividades econômicas, era
isso construiu grandes boulevards, arborizou tarde demais, a Amazônia estava quebrada, e
ruas, construiu monumentos, implantou o permaneceria em um estado de abandono pelas
primeiro sistema de iluminação elétrica do país, seis décadas seguintes.
construiu calçadas de mármore, praças e
EXERCICIOS COMPLEMETARES
bosques, implantou e expandiu o primeiro
sistema de bondes elétricos do Brasil, além de 1- A Belle Époque (bela época em francês)
estimular as construção de palácios e palacetes começou no final do século XIX (1871) e
em estilo neoclássico e Art Noveau, assim como durou até a eclosão da primeira guerra
da adoção de uma rígida política de cobrança de mundial em 1914. Foi considerada uma
impostos e de controle dos gastos públicos, era de ouro da beleza, inovação e paz
também mantinha os principais locais públicos
entre os países europeus e suas
em constante vigilância, afim de garantir a
influências se espalharam pelo mundo
proteção da elite seringalista.
chegando até a Amazônia.
A quebra da economia da borracha
Na Amazônia a Belle Époque deu-se por conta do
O monopólio da borracha fazia com que os boom provocado pela:
seringalistas da Amazônia cobrassem altíssimos
preços pelo produto, entretanto no início do a) riqueza proveniente da extração do látex.
século XX, os britânicos, maiores compradores, b) anexação definitiva do Acre
passaram a traficar milhares de mudas de Havea c) imigração europeia para a região.
Brasiliensis, para suas colônias na Malásia, uma
d) chegada da ferrovia à região
região tropical com um clima muito semelhante
ao da região amazônica, as mudas traficadas
passaram a crescer lá, em menos tempo, e 2- A produção de borracha na Amazônia:
plantadas em série, coisa que era impossível de a) Favoreceu a ascensão social do
se fazer na  Amazônia a época, por conta das seringueiro.
pragas, logo os custos e o tempo de produção era b) Propiciou o aparecimento do regatão.
mais baixos, a qualidade mais elevada, do que a c) Instituiu o barracão como unidade
borracha produzida na Amazônia, e os britânicos produtiva. 
não tinham mais que pagar impostos uma vez d) Consolidou o sistema de aviamento.
que estavam agora produzindo borracha em suas
próprias colônias.
3- (UNAMA/2008)  Em 1874 não  passava de
O ano de 1913 foi marcado pelo inicio da um matagal, anos depois com a morte da
exportação da borracha produzida na Malásia e o proprietária as terras  passaram a
inicio da crise econômica da economia gomífera pertencer à Câmara Municipal de Belém do
na Amazônia, que em 1912 registrou a maior
Pará. Dentro do seu plano de “Jardins sem
exportação da história e chegou a ser o segundo
grades” o intendente inaugura uma das
maior produto de exportação brasileira. O rápido
declínio fez desmoronar não apenas um ciclo mais belas praças de Belém e homenageia
um dos personagens do movimento b) A distribuição de território para o
Cabano.  trabalho dos seringueiros dentro dos
seringais, no início do século XX, era
marcada pelo espaço da colocação
O contexto histórico em que ocorre o
composta pelo Barracão. 
surgimento de praças, como a citada
c) Trata-se de referência literária que narra
acima é: 
eventos relativos aos conflitos
a) o da Belle Époque paraense em que o
decorrentes da “pecuarização” do Acre.
discurso de modernidade, higienização e
d) Trata da exploração da borracha, de
embelezamento fazem parte do projeto
acordo com os termos dos Acordos de
político de Antônio Lemos. 
Washington, assinados entre o Bolivian
b) o do período da borracha, mais
Syndicate e o Estado Independente do
precisamente se situa na ação de
Acre. 
urbanização do governo de Lauro Sodré. 
c) contemporâneo ao movimento cabano,
5- (ESPM/2010) A exploração da borracha
fazendo parte das estratégias de ocupação
da cidade de Belém por parte do governo na grande região amazônica iniciou-se por
regencial.  volta de 1870, sendo que no fim do século
d) o do governo de Mendonça Furtado, no sua produção atingiu vinte toneladas por
período em que Pombal é ministro de dia. Aumentando sempre, em 1910, a
Portugal e desenvolve uma ação extração do látex proveniente da
urbanística através do arquiteto italiano
seringueira e do caucho chegou a 40.800
Antônio Landi. 
toneladas, e rendeu quase tanto como o
4- (UFAC/2011) “O pai era bom seringueiro. café. Esse ano marcou o apogeu da
Trabalhava três estradas da ‘colocação’, borracha, pois ela começou a ser aplicada
alternadamente, na época do fabrico. em diversas atividades industriais.
(Heródoto Barbeiro. Curso de História do Brasil.)
Iniciava o corte às duas horas da
madrugada e o fechava cerca de meio-dia. Apesar da importância que a borracha
Na embocadura do varadouro, comia a alcançou na economia brasileira, entre 1898 e
minguada refeição que trouxera da 1910, quando ocupou o segundo lugar entre
barraca, uma farofa de banha misturada os produtos brasileiros de exportação, após
com uma fita de balata. Já quase noite 1910 sobreveio um declínio avassalador.
voltava à barraca e ia direto ao Assinale a alternativa que explica tal declínio:
defumador, para não correr o risco de ver, a) com a Primeira Guerra Mundial o
com qualquer demora, o látex mercado internacional entrou em
transformado em sernambi. A borracha retração;
colhida, entretanto, nunca dava para pagar b) o governo brasileiro daquele tempo
o débito do Barracão, para comprar nada decidiu priorizar a industrialização que
deslanchava na região sudeste;
além da banha, do tabaco, do feijão, do c) a partir de então o governo brasileiro
arroz, do querosene, do sabão, do açúcar investiu na pecuária, visto que na
e do sal.”  república do café com leite havia uma
FERRANTE, Miguel J. O seringal. São Paulo: Clube do
Livro, 1973, p.24-5.  preocupação com o aprimoramento do
gado de raça;
Ao ler e examinar o trecho da obra O d) as plantações organizadas principalmente
seringal, de Miguel de Ferrante, pode-se pelos ingleses em suas colônias na Ásia
assegurar que:  superaram nossa produção, pois a
a) Há apresentação do seringueiro e de seu borracha produzida por eles era de boa
modo de vida nos seringais acreanos, qualidade e de baixo custo.
inseridos no sistema de aviamento. 
BOA ATIVIDADE!
(Fique em casa, use máscara e use
Álcool em Gel 70%)

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