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ESTUDOS AMAZÔNICOS
Até o começo da segunda metade do século XIX, a Amazônia tinha a sua sede
em Belém; o que hoje corresponde ao atual Estado do Amazonas ainda era
subordinado, como capitania, ao Pará. As autoridades portuguesas, que
sempre dedicaram uma atenção muito especial a esta região, tinham bases
administrativa e econômicas muito sólidas. Proclamada a Independência do
Brasil, em 1822, poucos reflexos o fato despertou no território paraense.
Apenas alguns idealistas pugnavam pela separação de Portugal. Mas, sem a
ajuda do novo Império, nada poderiam fazer contra as forças militares sediadas
em Belém, que continuavam fiéis a Portugal. As oposições entre grupos civis e
militares se fazia no meio da nova vida política com eleições para as Juntas e
com a presença dos líderes. A vida no Pará foi marcada, durante uns 14 anos,
por diversas rebeliões e acontecimentos dramáticos.
No dia 11, Greenfell enviou à Junta o oficio de Lord Cochrane, avisando que o
Brasil, do Sul ao Maranhão, encontrava-se sob o governo de D. Pedro I; faltava
apenas o Pará para que a nação ficasse independente. A notícia de que a
esquadra de Cochrane se encontrava fora da barra e que se emissário se
achava perto da ilha Periquitos, alvoroçou Belém. Foi convocado o Conselho,
para discutir o assunto. Após algumas horas de debates, o Conselho decidiu
aderir à Independência, contra os votos do general Moura. Lavraram uma ata e
enviaram-na a Greenfell. Desta forma, a data de adesão do Pará à
Independência do Brasil é 11 de agosto; no entanto, é festejada no dia 15, em
virtude de nesse dia ela ter sido oficializada.
A Abrilada de 1833
Os Grandes projetos
O Estado do Pará, pelo seu potencial energético e mineral, passou a ser foco
de atenção. No Pará houve instalação de Grandes Projetos econômicos
voltados para o mercado internacional ou destinados à produção de insumos
para indústrias localizadas em outras regiões do país.
Texto e Contexto
De fato, a Amazônia era vista como uma região marcada negativamente pelo
“rudimentarismo” de suas forças produtivas que a deixavam “à margem da
evolução econômica” do país.
Texto e Contexto
Algumas informações:
Projeto ALBRAS-ALUNORTE
A Bauxita.
A Alumina.
A Serra dos Carajás, serra do estado do Pará, ficou logo famosa pela imensa
riqueza mineral, principalmente ferro, cujo volume foi cubado em 5.000.000 de
toneladas. Formada de rochas cristalinas, corresponde a um planalto residual
que tem expressão no setor meridional dos estados do Amazonas e Pará. Os
planaltos residuais da Amazônia correspondem a um agrupamento de relevos
interpenetrados pela superfície pediplanada da depressão amazônica. Em
1967, ricas jazidas de ferro foram descobertas na serra dos Carajás pela
Companhia Meridional de Mineração, subsidiária da United States Steel
Corporation. A importância da descoberta originou o interesse da participação
da Companhia Vale do Rio Doce, tendo sido criada, em 1970, a Amazônia
Mineração S/A para desenvolver o Projeto Carajás. Outras reservas foram
descobertas: cobre, manganês, bauxita, níquel, estanho e ouro. Na região, logo
se deu muitos conflitos pela posse de terras.
Texto e Contexto
O objetivo de construir a Usina de Tucuruí foi para gerar energia elétrica para
atender os projetos de extração mineral e a industrialização, principalmente, ao
Distrito Industrial de Alumínio em Barcarena e ao Projeto de Ferro em Carajás.
Texto e Contexto
Todos utilizam tecnologia que faz uso intensivo de capital e poupa mão-de-
obra. Assim, geram poucos empregos.
O surto da garimpagem
Foi início dos anos 80 correu a notícia de ouro em Serra Pelada. Caminhões de
paus-de-arara chegavam à região, principalmente do sudoeste do Maranhão,
uma das regiões mais miseráveis do país. O Pará chegou a possuir mais de
800 garimpos em atividade. Em termos numéricos o Vale do Tapajós detinha a
maior parte. Lá os garimpos eram flutuantes, isto é, feitos sobre balsas.
Serra Pelada, em 1982. São 80.000 garimpeiros com sacos de terra para
extrair o ouro.
A extração de ouro é feita através de balsas ancoradas no meios dos rios e que
servem de base para as máquinas de sucção. Estas extraem o cascalho do
fundo dos rios. O trabalhador principal aí é o mergulhador. Surdez, morte por
afogamento são fatos corriqueiros. Mas isto é inexpressivo se comparado com
a contaminação por mercúrio.
De fato, o grande surto da garimpagem trouxe grandes conseqüências
negativas para a região. O uso de mercúrio no tratamento do ouro criou uma
situação nunca vivida pela região em termos depoluição química. O mercúrio
causa danos renais e sobretudo neurológicos. A maioria das pessoas
lesionadas por mercúrio ficavam definitivamente inválidas. A lesão neurológica
é irreversível. Os peões “brabos” eram comumente usados no serviço de
tratamento do ouro e, quando adoecem, são despedidos e quase sempre
retornam a seu lugar de origem. As espécies animais expostas ao mercúrio
produzem crias com deformidades congênitas. Os peixes de regiões
contaminadas não podem ser consumidos.
Texto Complementar
O pescador Edval Moraes da Silva, 52, ergue do rio um tucunaré de quase três
quilos. Em outra situação a presa daria orgulho à pescaria de qualquer
ribeirinho do rio Murucupi, bairro do Laranjal, Barcarena, há 136 quilômetros de
Belém. Mas o peixe que Edval mostra não lhe da orgulho, não caiu na rede
nem na isca. Morreu asfixiado em um rio que agoniza por um desastre
ambiental. Desde sexta-feira 4, a maré tem trazido e levado centenas de peixes
mortos, principalmente tucunarés e acarás tinga, para o rio Arrozal, onde o
Murucupi desagua.