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Grandes Projetos na Amazônia

Os Grandes Projetos são mega empreendimentos implantados na


Amazônia a partir da segunda metade do século XX, com objetivos de explorar
as riquezas naturais, principalmente minérios, existentes em abundância na
região. Foram e são planejados fora da região e, visam atender
exclusivamente aos interesses exógenos.

Trata-se de empreendimentos
que necessitam de uma moderna
infraestrutura portuária, ferroviária,
aeroportuária e/ou rodoviária; utiliza
tecnologia de ponta sem falar no grande de
volume de capitais necessário para a
implantação dessas mega estruturas. Além
disso, após a fase de instalação requer
mão de obra muito qualificada. Todas
essas características dão-lhes o título de
enclaves na região, haja vista estarem totalmente dissociado da realidade da
Amazônia.
Núcleos urbanos planejados. Praticamente todos eles são dotados de
núcleos urbanos planejados, as cidades empresa ou Company Town. Trata-se
de residenciais dotados de água encanada tratada, como rede de esgotos,
energia elétrica, ruas pavimentadas, meios de comunicações eficazes, além de
habitações de ótima qualidade. Esses núcleos urbanos servem aos
funcionários qualificados que trabalham nas empresas após a fase de
implantação.
Durante a construção, outra realidade. Projetos desses portes são
altamente impulsionadores de processos imigratórios. De imediato, quando da
construção, eles necessitam de mão de obra sem muita qualificação e, o
grande contingente de trabalhadores que são atraídos, até conseguem
colocação. Porém, ao término da obra as pessoas ficam sem empregos e
grande parte não retorna aos seus espaços de origens, aumentando demanda
por serviços públicos, contribuindo para a produção desordenada do espaço
urbano, geralmente ocupando o entorno dos núcleos urbanos planejados.
Nesses casos tem-se a paisagem denunciando a condição de enclaves. Nos
empreendimentos mais recentes, já se busca uma maior interação com a
realidade local no que tange o local de moradia.
Excetuando-se o empreendimento implementado por Henry Ford que
estava ligado ao cultivo de seringueira, às margens do rio Tapajós, no Pará,
todos os demais megaempreendimentos denominados de grandes projetos
datam da segunda metade do século XX.
O pioneiro foi o Manganês do Amapá. O manganês extraído da Serra do
Navio, nesse estado, escoava pela Estrada de Ferro do Amapá até o Porto de
Santana, de onde rumava aos Estados Unidos da América. Também no
Amapá, e Pará, um outro projeto saiu do papel e tornou-se realidade, desta
feita, compostos de três subprojetos: mineral, florestal e agropecuária. Trata-se
do Projeto Jari, idealizado e implementado pelo engenheiro norte-americano
Daniel Ludwig.
Exogenia ao extremo. Desde o
planejamento, capital, os interesses e
o destino final das riquezas naturais
extraídas estão tudo ligados aos
anseios exógenos. Evidentemente que
uma região periférica de um país
periférico ao sistema-mundo capitalista, não detém quase nenhum poder sobre
as riquezas existentes em seu território. Esses megaprojetos contam com
isenções e/ou subsídios do governo para serem implantados, como são
exportados praticamente sem nenhum beneficiamento na região (sem
verticalização), não número de emprego gerado é pequeno, o valor dos
produtos é baixo, além de impostos reduzidos ou isentos, só os impactos
socioambientais ficam na região.

Dentre todos, os
grandes projetos,
indubitavelmente, o de maior
envergadura e mais
impactante em todos os
sentidos é o Programa
Grande Carajás – PGC.
Trata-se de vários grandes
projetos (Ferro Carajás,
Albrás-Alunorte, Alumar,
Usina Hidrelétrica de Tucuruí) de exploração e beneficiamento de minérios,
(principalmente) geração de energia elétrica, numa área de cerca de 900
k2 abrangendo territórios dos estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Não
finda por aí, na atualidade, outro gigantesco empreendimento está em
construção na região: a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, às
cercanias de Altamira, estado do Pará. Belo Monte deverá figurar entre as três
maiores usinas hidrelétricas do planeta.

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