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1.

Introdução
A exploração de Diamantes em Angola é uma trajectória secular iniciada no
nordeste Angolano e está ligada ao início da exploração dos diamantes em África, numa
trajetória iniciada no século XVI.

A exploração começou em 1917, mas os primeiros registos de diamantes remontam


a 1912, como conta Luís Chambel, coordenador do estudo Cem anos de diamantes em
Angola, lançado em outubro pelas consultoras Sínese e Eaglestone.

Com base nos registos históricos, o engenheiro de minas e consultor em geologia


económica Luís Chambel situa as descobertas dos primeiros diamantes na Lunda Norte, no
ribeiro Mussalala: Foram descobertos por geólogos belgas, na sequência de trabalhos que
estavam a ser realizados na atual República Democrática do Congo. O ano de 1952
também é importante na história diamantifera de Angola, já que é a data em que foi
descoberto o primeiro kimberlito no país. Quarenta anos depois da descoberta dos
primeiros diamantes em Angola encontra-se uma das suas fontes primárias, e a partir daí,
até 1975, são descobertos cerca de 600 kimberlitos, aponta o consultor.

No final da década de 1960, Angola produzia cerca de dois milhões de quilates.


Registou-se depois um ligeiro decréscimo até 1974 e durante a guerra civil houve anos em
que a produção foi inferior a um milhão e meio de quilates. Os níveis de produção só
voltam a superar os dos anos sessenta no ínício da década de 2000 com a entrada em
produção da mina do Catoca, que é mais ou menos coincidente com o processo de paz e
estabilização de Angola. O primeiro grande projeto industrial de kimberlitos deu-se
praticamente 50 anos depois do primeiro kimberlito ter sido descoberto, sublinha o
consultor Luís Chambel.

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1.2 Formulação do problema
Os diamantes constituem a segunda fonte de divisas do país. Encontra-se em vigor
uma nova legislação, que contempla o âmbito e concessão de direitos mineiros, o
investimento estrangeiro na área diamantífera, a produção artesanal, a comercialização, o
controlo de pessoas e bens nas áreas diamantíferas e o tráfico ilícito de diamantes, por este
e outros motivos levantou-se a seguinte questão: Qual é o impacto que o sector
diamantiféro tem para a economia de Angola?

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1.3 Justificativa
O contributo da indústria diamantífera no fortalecimento da economia real do país é
de crucial e extrema importância, mas defende a necessidade de as reformas em curso no
subsector de diamantes ter em consideração a situação social das populações que residem
nos perímetros de exploração.O diamante é, um recurso nacional e, portanto, as receitas
resultantes dessa indústria devem beneficiar o país, de uma forma geral, O seu contributo
no sector da economia real é de extrema importância.

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Objectivos
1.4.1 Geral
 Conhecer os sectores diamantiferos em Angola

1.4.2 Específico
 Descrever os sectores diamantiferos a nível de Angola

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Fundamentação teórica

2.1 Definição de termos e conceitos


O diamante é um cristal sob uma forma alotrópica do carbono de fórmula química
C. É a forma triangular estável do carbono em pressões acima de 6 GPa (60 kbar).
Comercializados como pedras preciosas.

Os diamantes possuem um alto valor agregado. Normalmente, o diamante


cristaliza com estrutura cúbica e pode ser sintetizado industrialmente. Outra forma de
cristalização do diamante é a hexagonal, menos comum na natureza e com dureza menor
(9,5 na escala de Mohs).
A característica que difere os diamantes de outras formas alotrópicas, é o fato de
cada átomo de carbono estar hibridizado em sp³, e encontrar-se ligado a outros 4 átomos de
carbono por meio de ligações covalentes em um arranjo tridimensional tetraédrico. O
diamante pode ser convertido em grafite, o alótropo termodinamicamente estável em
baixas pressões, aplicando-se temperaturas acima de 1 500 °C sob vácuo ou atmosfera
inerte. Em condições ambientes, essa conversão é extremamente lenta, tornando-se
negligenciada.

3.Descoberta de diamante em Angola

A descoberta dos diamantes sul-africanos faz com que vários exploradores em


grupo ou individuais partam em busca de mais áreas com presença de gemas, fazendo com
que, em 1912, um grupo liderado por Jonhston e Mac Vey descobrissem sete diamantes no
riacho de Mussalala, afluente do rio Chiumbe, na região da Lunda Norte, e; em 4 de
setembro do mesmo ano funda-se a Companhia de Pesquisa Mineira de Angola (PEMA).

Em 16 de outubro de 1917 o Estado português autoriza a criação da Companhia de


Diamantes de Angola (Diamang) uma empresa de capitais mistos de grupos financiamento
de Portugal, Bélgica, Estados Unidos, Reino Unido e África do Sul Em 6 de junho deste
mesmo ano, todos os direitos mineiros de PEMA foram transferidos para a Diamang.

Em 1937 a Diamang dá início ao processo de mecanização da indústria


diamantífera em Angola, possibilitando que em 1952 se descobrisse o primeiro quimberlito
em Angola, o Camafuca-Camazambo. É nacionalizada a maior parte do capital da
Diamang, através dos decretos nº 61/77, de 24 de agosto de 1977, e nº 255/79, de 11 de
dezembro de 1979. Em 15 de janeiro de 1981 as frações nacionalizadas da Diamang
tornam-se a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama). O Estado português
ainda mantém alguma operação da Diamang entre 1981 e 1988, sob supervisão da empresa
mineradora britânica MATS, até ser totalmente dissolvida e vendida à Angola, em 17 de
fevereiro de 1988.

Em 1995 a Endiama deixa de ser uma Unidade Económica Estatal, com a


aprovação da Lei das Empresas Públicas, passando a operar muito mais como

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concessionária da exploração mineira no norte do país, fato que obrigava a formação de
consórcios com parceiros privados. Em 2000 a Endiama adere ao Processo de Kimberley
que visa a certificação de diamantes, visando impedir a existência dos diamantes de
sangue, tornando-se membro fundador e constituinte, representando Angola, na Associação
dos Países Africanos Produtores de Diamantes (ADPA)

4.Tipologia dos diamantes

Segundo Cristian Tyller(2017), a cor de diamante é um dos fatores que influencia


diretamente no valor da pedra. O tamanho, o tipo de lapidação e a transparência também
são critérios importantíssimos.

O que faz as tonalidades serem tão variadas é a presença de"impurezas químicas"


ou especificidades na estrutura do mineral. Abaixo, segue uma lista exemplificando com
mais detalhes a formação de algumas cores de diamante:

1. Laranja

Quando a pedra apresenta manchas ou mesmo predominância da cor laranja,


significa que sua formação teve presença de nitrogênio. São pedras bem incomuns, sendo
encontradas apenas na Austrália e no continente africano.

O maior exemplar conhecido tem aproximadamente 14 quilates. O recorde anterior


era de uma pedra leiloada no início dos anos 90 que custou quase U$4 milhões,
consideravelmente menor, de 4,77 quilates.

2. Azul

O que leva essa cor para o diamante é a presença de boro na sua formação. Esse
elemento também pode ser percebido nos diamantes de cor verde. Em diferentes
proporções de boro, a pedra apresentará variações do azul claro ao azul mais escuro.

O representante mais famoso dos diamantes azuis é o "Blue Moon". Foi arrematado
por um magnata de Hong Kong pela "bagatela" equivalente a R$ 74 milhões e tem mais de
12 quilates. Considerado uma das pedras mais perfeitas já encontradas, o Blue Moon
recebeu lapidação tipo "almofada" Vilas A, Veiga (2018).

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3. Rosa

Diferentemente de outrem, o que torna o diamante dessa cor é uma particularidade


na sua estrutura cristalina, e não a presença de impurezas. Logo, são diamantes formados
apenas por carbono.

Uma das celebridades dos diamantes rosas é o "Pink Star", da África do Sul: quase
60 quilates e valor de U$71 milhões.

4. Vermelho

Entre todas as "fancy colours", a vermelha é a mais rara! A modificação de cor de


diamante, nesse caso, obedece à mesma regra do item anterior. Carbono puro, sem
influência de qualquer outro elemento e com defeito na sua cadeia cristalina.

O mais raro diamante vermelho do mundo foi encontrado no hospitaleiro estado de


Minas Gerais.

Testes simples podem ser aplicados para autenticar bafejar na pedra, por exemplo.
O diamante real dissipa o vapor quase instantaneamente, enquanto as falsificações ficam
mais tempo embaçadas.

Submeter a peça a choque térmico também ajuda a revelar materiais como vidro e
quartzo. É uma verificação simples de fazer: aqueça o suposto diamante e depois mergulhe
em água fria. Materiais duvidosos dificilmente resistem a esse teste, mas para qualquer
dúvida, melhor recorrer ao perito Barbas SG, Mendes AC (2019).

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4.1 formação dos diamantes

Os diamantes são formados na base da crosta terrestre, a pelo menos 150


quilômetros de profundidade. Para que se formem, é necessário que estejam em um
ambiente estável, com temperaturas de 1300 C a 1500º C e determinadas condições de
pressão Fernandes A (2018).

Com a movimentação no interior da Terra, há liberação de energia. O magma,


então, busca uma válvula de escape. Aproveita falhas geológicas, para chegar à superfície.
O diamante pega carona no magma. Quando o percurso é feito em poucas horas ou poucos
dias, o que é raro, o diamante é preservado. Caso contrário, se desestabiliza e vira grafite.

Ao chegar à superfície, o magma se solidifica e forma as chamadas rochas


kimberlíticas, nas quais fica incrustado o chamado diamante primário. Com o tempo, as
rochas sofrem erosão e diamantes são carregados para rios e córregos. O chamado
diamante secundário.

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4.2 Sector diamantifero em Angola

A exploração de diamantes em Angola teve inicio em 1917, num sector que


historicamente tem sido uma importante fonte de financeamento da económia, e que vem
perdendo influencia, nos últimos anos, sobre tudo anível da redução da cota de
contribuição para o produto interno bruto.

Com uma produção anual de cerca de 5 milhões de quilates de diamantes, as


principais de exploração localizam-se sobre tudo nas provincias da Lunda-Norte e Lunda-
Sul, no Nordeste de Angola.
Angola já teve em 4ºlugar no que se refere a produção a nível mundial, e hoje
representa cerca de 5% desse mercado ocupando a 7º posição do Ranking que hoje é
liderado pela Rússia.
Em mais de 1 século de exploração, três pontos são realçados por especialistas
internacionais renomados, que destacam o facto de Angola ter uma indrústria bem
estabelecida, produzira a muito tempo e tem potencial de descoberta de novos depósitos,
declaração proferida por KenTainton, director da exploração da multinacional
AngloAustraliana Rio Tinto para África-EuroÁsia.

As príncipais indústrias que contribuem na lapidação e exploração de diamantes em


Angola se destacam em:
1º A Companhia de Diamantes de Angola, ou Diamang. Em 1961, uma guerra civil
eclodiu em Angola contra o colonialismo português. Em 1975, Angola conquistou a
independência. Em 1981, a ENDIAMA, uma empresa estatal de diamante de Angola, foi
criada com sede em Luanda, capital de Angola. Em 2002, Angola aderiu ao Sistema de
Certificação de Processo Kimberley. No final de julho de 2020, o relatório anual para 2019
foi divulgado. A Tabela 1 mostra os números da produção de diamantes de Angola em
2006-2019.

2º A empresa A ALROSA tem uma participação em Sociedade Mineira de Catoca,


que está produzindo diamantes em Angola no depósito de Catoca. As primeiras instalações
de produção foram comissionadas em 1997. Atualmente, a Catoca possui duas plantas de
beneficiamento com capacidade total acima de 10,0 milhões de toneladas de minério por
ano. O programa de desenvolvimento de tubos de kimberlito da Catoca envolve a
continuação de sua mineração a céu aberto a uma profundidade de 600 m durante o
período 2012-2034. A Catoca foi a primeira empresa de mineração na história de Angola a
lançar mineração em larga escala em um dos maiores depósitos de diamantes primários - o
tubo de kimberlita Catoca, classificado em quarto lugar no mundo (província de Lunda
Sul).

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Os diamantes extraídos pela Sociedade Mineira de Catoca tornaram-se líderes de
vendas em Angola. Em 2019, a produção na mina totalizou 7,8 milhões de quilates em
volume e US $ 700 milhões de dólares em valor. A gerência da Catoca está expandindo
ativamente a produção da mina. O valor médio dos diamantes produzidos na mina é de US
$ 90 dólares por quilate. As reservas inferidas são de 50 milhões de quilates.

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Conclusão

O trabalho de pesquisa sobre o sector diamantifero em Angola pertencente ao grupo


número 10(dez) do Instituto Superior Politécnio Alvorecer Da Juventude ISPAJ conduziu-
nos as seguintes conclusões:

 A exploração de Diamantes em Angola é uma trajectória secular iniciada no


nordeste Angolano e está ligada ao início da exploração dos diamantes em África.

 O diamante é um cristal sob uma forma alotrópica do carbono de fórmula química


C

 A exploração de diamantes em Angola teve inicio em 1917.

 Os diamantes são formados na base da crosta terrestre, a pelo menos 150 quilômetros de
profundidade.

 Angola já teve em 4ºlugar no que se refere a produção a nível mundial, e hoje


representa cerca de 5% desse mercado ocupando a 7º posição do Ranking que hoje
é liderado pela Rússia.

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Referências bibiográficas

Fernandes A, Pinheiro B, Barbosa V.Exploração de minerais – Análise de 6 anos de


escavação, África do Sul 3ºEdição, 2018.

Barbas SG, Mendes AC, Pereira A, Livro de estudo do Núcleo de Estudos de lapidação
de diamantes, Portugal 2º Edição 2019.

Vilas A, Veiga M, Santos M, Oliveira, Cristan Tyller, Jornal de Angola, Sector


diamantifero em África 2ºEdição 2018.

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