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Albertina Alves Quesito


Delminda Esmeralda Sumbane
Mariana Rogerio Cumbe

Pelagil e Seus Habitantes (Plancton e Fitoplancton)

Licenciatura em Biologia

Universidade Save
Chongoene
2023
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Albertina Alves Quesito


Delminda Esmeralda Sumbane
Mariana Rogerio Cumbe

Pelagil e Seus Habitantes (Plâncton e Fitoplâncton)

Trabalho a ser entregue no Departamento de


Ciȇncias Naturais e Exactas, na cadeira de
Ecologia Marinha e Limnologia, pzara
efeitos avaliativos, sob orientação do:
dr. Confúcio Matsena

Universidade Save
Chongoene
2023

Índice
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1.Introdução.........................................................................................................................4

1.1.Objectivos......................................................................................................................5

1.1.1.Geral...........................................................................................................................5

1.1.2.Específicos..................................................................................................................5

1.2.Metodologia...................................................................................................................5

2.Plancton............................................................................................................................6

2.1.Divisões do plâncton.....................................................................................................6

2.2.Divisao em funccao das dimensões Do Plâncton..........................................................7

2.3.Divisão do plâncton em função do biótopo...................................................................7

2.4.Divisão do plâncton em função da distribuição vertical...............................................7

2.5.Divisão do plâncton em função da duração da vida planctónica..................................8

2.6.Divisão do plâncton em função da nutrição..................................................................8

2.7.Principais tipos de planctontes......................................................................................8

3.Fitoplâncton......................................................................................................................9

3.1.Constituição do fitoplancton.........................................................................................9

3.2.Diatomáceas..................................................................................................................9

3.3.Dinoflagelados.............................................................................................................10

3.4.Biomassa do fictoplancton..........................................................................................11

3.5.Factores que regulam a Biomassa...............................................................................12

3.6.Distribuição da biomassa.............................................................................................13

4.Conclusão.......................................................................................................................15

5.Referência bibliográfica.................................................................................................16
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1.Introdução
O plâncton é constituído por organismos cujo poder de deslocamento é insuficiente para vencer a
dinâmica das massas de água e correntes no ambiente aquático. Fazem parte desse grupo: o
virioplâncton (vírus), bacterioplâncton (bactérias e cianobactérias); o fitoplâncton (algas
microscópicas e os protistas fotossintetizantes formados por uma única célula ou organizados em
colônias); o zooplâncton (animais e protistas não fotossintetizantes); e o ictioplâncton (ovos,
larvas e pós-larvas de peixes).

O padrão vertical de distribuição do plâncton na coluna de água também está ligado ao gradiente
de parâmetros abióticos, em especial a luminosidade e a temperatura. Este fenômeno causa a
estratificação da coluna de ‘água dificultando a migração de organismos entre as distintas
camadas de água.

Esses organismos microscópicos são de vital importância para os ecossistemas marinhos, pois
representam a base da teia alimentar pelágica nos oceanos e mudanças em sua composição e
estrutura podem ocasionar modificações em todos os níveis tróficos superiores. Os organismos
planctônicos apresentam características dinâmicas, com elevadas taxas de reprodução e perda,
respondendo rapidamente às alterações físicas e químicas do meio aquático e estabelecendo
complexas relações intra e interespecíficas na competição e utilização do espaço e dos recursos.
Variações nas condições meteorológicas, nas características geomorfológicas regionais e os
impactos antropogênicos nas áreas costeiras, influenciam diretamente as características
taxonômicas e na dinâmica espaço-temporal das comunidades.
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1.1.Objectivos

1.1.1.Geral

 Estudar o Pelagil e seus Habitantes.

1.1.2.Específicos

 Definir plâncton;
 Mencionar as divisões do plâncton;
 Mencionar os principais tipos de plânctons e sua constiticação;
 Definir fitoplancton;
 Descrever a sua constituição;;
 Descrever a biomassa os factores que regulam;
 Caracterizar a sua distribuição.

1.2.Metodologia

A metodologia deste trabalho privilegiou a pesquisa bibliográfica, o autor partiu da concepção de


Gil (1996), ao considerar metodologia como caminho de pensamento e a prática exercida na
abordagem da realidade. Nesta ordem de ideia, para efectivação dos objectivos do relatório
recorreu-se ao método bibliográfico, depois fez-se análise de conteúdo, seguido da respectiva
seleção e posteriormente compilação da informação, toda a bibliografia consultada está
devidamente mencionada nas referências bibliográficas.

Segundo Santos (2005), pesquisa bibliográfica consiste em obter informações por meio de fontes
teóricas, ou seja, por meio de material publicado como livros, revistas e artigos científicos.

A pesquisa bibliográfica é a mais comum em todos os estudos académicos, utilizando fontes


escritas como livros, jornais, revistas, relatórios, e outros documentos, inclusive de fontes
digitais.
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2.Plancton
Segundo Junior (2007), “ a palavra plâncton é originária do Grego (plagktón), e significa errante
ao sabor das ondas e foi pela primeira vez utilizada por Victor Hensen (1835/1924) em 1887”.

Plâncton é um conjunto de organismos flutuantes os suspensos transportados pelas correntes


marítimas sem possibilidade de resistência (Dajoz, 2005).

Plactom pode ser definido como um agregado de organismos a deriva no meio aquatico
arrastados pelas corentes marinhas incapazes de manter a destribuicao independente..

O plâncton é constituído pelos animais e vegetais que não possuem movimentos próprios sufi
cientemente fortes para vencer as correntes presentes na massa de água onde vivem. (Junior,
2007).

Esses organismos microscópicos são de vital importância para os ecossistemas marinhos, pois
representam a base da teia alimentar pelágica nos oceanos e mudanças em sua composição e
estrutura podem ocasionar modificações em todos os níveis tróficos superiores.

Os organismos planctônicos apresentam características dinâmicas, com elevadas taxas de


reprodução e perda, respondendo rapidamente às alterações físicas e químicas do meio aquático e
estabelecendo complexas relações intra e interespecíficas na competição e utilização do espaço
e dos recursos

Variações nas condições meteorológicas, nas características geomorfológicas regionais e os


impactos antropogênicos nas áreas costeiras, influenciam diretamente as características
taxonômicas e na dinâmica espaço-temporal das comunidades planctônicas.

2.1.Divisões do plâncton
Segundo Ré (2000), os organismos planctónicos podem ser classificados em função de:

 Dimensões;
 Biótopo;
 Distribuição vertical;
 Duração da vida planctónica; e
 Nutrição.
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2.2.Divisao em função das dimensões Do Plâncton

a) O plâncton pode ser classificado consoante ao tamanho das espécies (Dajoz, 2005);

 Picoplâncton- formado por organismos de tamanho inferior a 5 μm. Ex: bactérias


heterotróficas e Cianobactérias, incluindo espécies flageladas menores;
 Nanoplâncton- constituída por organismos cujo o tamanho está entre 5-50 μm. Ex:
Cocolitoforideos (algas com esqueleto calcário), diatomáceas e peridíneas de tamanho
pequeno, flagelados, ciliados bem como larvas de invertebrados, etc.
 Microplâncton- compreende organismos que medem de 50 μm a 1mm. Ex: Diatomáceas,
Copepodes, Preropodes e ovos de peixes.
 Macroplâncton- abrange seres com tamanho de 5mm a 5cm . Ex: peixes em estágio
larvar, e por invertebrados como medusas e tunicados.
 Megaplâncton- constituído por indivíduos com 5cm para além. Ex: Algumas Grandes
medusas, Moluscos heteropodes, Crustáceos, Sifanoforos (Dajoz, 2005).

2.3.Divisão do plâncton em função do biótopo


Segundo Ré (2000), os organismos planctónicos podem igualmente ser agrupados em função do
biótopo do seguinte modo:

 Plâncton marinho (Haliplâncton) que engloba o Plâncton oceânico, o Plâncton nerítico


e o Plâncton estuarino;
 Plâncton de águas doces (Limnoplâncton)

2.4.Divisão do plâncton em função da distribuição vertical


De acordo com Junior (2007), Pode-se ainda reconhecer no plâncton categorias distintas de
organismos se considerarmos a sua distribuição vertical:

 Pleuston: animais e vegetais cujas deslocações são fundamentalmente asseguradas pelo


vento;
 Neuston: animais e vegetais que vivem na camada superficial (primeiros centímetros) das
massas de água (Epineuston- neustontes vivendo na interface ar/água e
Hiponeustonneustontes vivendo sob a interfacear/água);
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 Plâncton epipelágico: planctontes que vivem nos primeiros 300m da coluna de água
durante o período diurno;
 Plâncton mesopelágico: planctontes que vivem em profundidades compreendidas entre
1000 e 300m, durante o período diurno;
 Plâncton batipelágico: planctontes que vivem em profundidades compreendidas entre
3000/4000m e 1000m durante o período diurno;
 Plâncton abissopelágico: planctontes que vivem em profundidades compreendidas entre
3000/4000m e 6000m;
 Plâncton hadopelágico: planctontes que vivem em profundidades superiores a 6000m;
 Plâncton epibentónicoplanctontes: vivem próximo do fundo ou temporariamente em
contacto com o fundo.

2.5.Divisão do plâncton em função da duração da vida planctónica


De acordo com Ré (2000), pode-se distinguir dois grupos de organismos zooplanctónicos
distintos, se considerarmos a duração da sua existência planctónica:

 Holoplâncton (plâncton permanente): constituído pelos planctontes que vivem no seio


das comunidades planctónicas durante todo o seu ciclo vital;
 Meroplâncton (plâncton temporário ou transitório): constituído pelos planctontes que
ocorrem unicamente durante parte do seu ciclo vital no seio do plâncton (ovos e/ou
estados larvares).

2.6.Divisão do plâncton em função da nutrição


O modo de nutrição dos planctontes permite separar o plâncton vegetal ou Fitoplâncton
(autotrófico) do plâncton animal ou Zooplâncton (heterotrófico). Existem, no entanto,
organismos planctónicos que são simultaneamente autotróficos e heterotróficos (mixotróficos)
(Santos, s./d).

2.7.Principais tipos de planctontes


Segundo Ré (2000), os principais tipos de planctontes são:

 Virioplâncton;
 Bacterioplâncton;
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 Micoplâncton;
 Fitoplâncton;
 Protozooplâncton; e
 Metazooplâncton.

Adaptações À Vida No Domínio Pelágico

Apesar de existir uma grande diversidade de formas planctónicas é possível reconhecer algumas
características gerais do Plâncton, sobretudo no que diz respeito à pigmentação e dimensões dos
organismos panctónicos (Ré, 2005).

Ao contrário das formas bentónicas, os planctontes apresentam geralmente uma pigmentação


pouco intensa, sendo na maior parte dos casos transparentes. Existem no entanto algumas
excepções. Os neustontes apresentam por vezes pigmentação intensa, assim como o plâncton das
águas oceânicas profundas (Idem).

Por outro lado, os planctontes apresentam dimensões reduzidas. Algumas formas apresentam no
entanto dimensões apreciáveis, como é o caso de alguns Scyphozoa e Pyrosomata. A maioria dos
planctontes apresenta dimensões da ordem do centímetro ou do milímetro no caso do
Zooplâncton, ou da ordem da centena ou dezena de micrómetros no caso do Fitoplâncton (Idem).

São inúmeros os processos desenvolvidos pelos organismos planctónicos, que têm por resultado
uma melhor adaptação à vida no domínio pelágico (Idem).

De acordo com Ré (2005), a manutenção de uma posição na coluna de água pode ser
conseguida recorrendo a diversas estratégias adaptativas, nomeadamente:

 Desenvolvimento de elementos esqueléticos menos densos e resistentes relativamente aos


organismos bentónicos;
 Composição química específica;
 Enriquecimento em água dos tecidos e desenvolvimento de substâncias gelatinosas;
 Secreção de gotas de óleo;
 Desenvolvimento de flutuadores.
 A superfície de resistência pode igualmente ser aumentada o que resulta na diminuição da
velocidade de afundamento nomeadamente através:
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 Da diminuição das dimensões do organismo;


 Do achatamento do corpo (aumento da superfície relativamente ao volume do organismo);
 Da existência de espinhos e apêndices plumosos;
 Do batimento de flagelos ou bandas ciliares e movimentos natatórios.

A manutenção dos planctontes no seio da coluna de água pode ser associada a um equação
simples que relaciona a velocidade de afundamento dos organismos planctónicos na coluna de
água com alguns parâmetros físicos (Santos, s/d).

W 1−W 2
VA=
( R ).(Vw )

em que:

VA = Velocidade de afundamento (sinking rate)

W1 = Densidade do organismo

W2 = Densidade da água

R = Superfície de resistência

Vw = Viscosidade da água

Métodos De Amostragem E Estudo Do Plâncton

Os organismos planctónicos podem ser encontrados em maior ou menor concentração nos


domínios marinho e estuarino (RE, 2000).

A informação contida numa determinada amostra depende sobretudo da precisão com que esta foi
obtida. Uma estratégia de amostragem bem concebida é fundamental para a correcta descrição da
comunidade planctónica que se pretende estudar. A definição da comunidade ou população
planctónica a estudar reveste-se de particular importância uma vez que desta depende em grande
medida a utilização de diversos tipos de engenhos de colheita com características e finalidades
distintas (Ré, 2000).

As colheitas qualitativas podem permitir o estudo da riqueza específica de uma comunidade


planctónica, da distribuição dos planctontes e das variações estacionais entre outros aspectos.
Usualmente as colheitas são realizadas em estações determinadas que são amostradas
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sucessivamente ao longo de um determinado período numa área em que as características


hidrológicas são conhecidas ( Idem).

Detecção remota por satélite e os estudos de plâncton (vantagens e desvantagens) (Ré,


2000).

Vantagens:

 Grande área de cobertura;


 Sinopticidade;
 Monitorização durante longos períodos de tempo, mesmo em regiões inacessíveis;
 Medições não interferem nos processos oceânicos;
 Colheita rápida de dados (RE, 2000).

Desvantagens:

 Medições restringidas a fenómenos superficiais;


 Resolução espacial e temporal limitada e pouco flexível;
 Frequente falta de rigor (baixa resolução espacial, absorpção espacial pelas partículas
atmosféricas) (RE, 2000).

3. Fitoplâncton

O Fitoplâncton ou fracção vegetal do plâncton é capaz de sintetizar matéria orgânica através da


fotossíntese. É responsável por grande parte da produção primária nos oceanos (definida como a
quantidade de matéria orgânica sintetizada pelos organismos fotossintéticos e quimiosintéticos).
As bactérias podem utilizar 10 a 50 % do carbono produzido através de actividade fotossintética
(Junior, 2007).

3.1.Constituição do fitoplancton.
O fitoplâncton é essencialmnte constituído por algas microscópicas unicelulares
(excepcionalmente pluricelulares) isoladas ou coloniais, com dimensões compreendidas entre
alguns µm e algumas centenas de µm. Como exemplos de fitoplanctontes pluricelulares podem
mencionar se os Sargassos, algas castanhas da ordem Fucales com algumas dezenas de cm,
dotados de flutuadores esféricos e que abundam no Atlântico central (25º a 35º Lat.N) (mar dos
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Sargassos) e ainda algumas algas do género Antithamion que ocorrem nas costas australianas.
(idem)

De entre as algas unicelulares do fitoplâncton podem mencionar-se em primeiro lugar as


Diatomáceas (Bacillariophyceae) e em segundo lugar os Dinoflagelados (Dinophyceae). Outros
grupos de algas flageladas podem constituir igualmente uma fracção importante do fitoplâncton,
nomeadamente Coccolithophoridae, Haptophyceae, Chrysophyceae (Silicoflagelados),
Cryptophyceae e algumas algas Chlorophyceae.

3.2.Diatomáceas
As Diatomáceas constituem as formas dominantes do fitoplâncton. Muitos géneros são
unicelulares (e.x. Coscinodiscus) mas existem igualmente formas coloniais em cadeia (ex:
Chaetocerus) ou com padrões distintos (ex.: Asterionella). Estas associações parecem ter uma
função essencialmente mecânica, uma vez que as células podem subsistir independentemente

As formas coloniais podem representar adaptações à vida no domínio pelágico com o


consequente aumento de flutuabilidade.

Alguns autores dividiram as Diatomáceas em Penadas e Cêntricas.

A maioria das Diatomáceas Penadas são formas bentónicas, mas algumas formas são tipicamente
planctónicas (ex.:Thalassiothrix, Thalassionema, Asterionella, Nitzschia). Nas Diatomáceas
Cêntricas as valvas possuem uma simetria radial, por vezes menos aparente (ex.: Coscinodiscus,
Skeletonema, Thalassiosira, Rhizosolenia).

Figura: diatomaceas penadas: Asterionella, Thalassiothrix, Thalassionema,


Fonte:https://www.flickr.com/photos/microagua/33840868296

3.3.Dinoflagelados
Os Dinoflagelados constituem também uma parte importante do fitoplâncton. Possuem dois
flagelos quase sempre com uma disposição ortogonal um longitudinal e outro perpendicular ao
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primeiro. Existem espécies de Dinoflagelados fotoautotróficos e outras desprovidas de pigmentos


clorofilinos (formas heterotróficas). Outras formas existem que podem exibir os dois tipos de
nutrição (formas mixotróficas). Alguns Dinoflagelados libertam toxinas que podem ser
prejudiciais a um grande número de organismos. Algumas espécies são responsáveis por marés
vermelhas. (Ré, 2000)

As Diatomáceas são comparativamente mais abundantes, mas os Dinoflagelados podem proliferar


em certas épocas do ano. Na maioria dos sistemas estuarinos a produção primária do fitoplâncton
não desempenha um papel preponderante nas cadeias tróficas. As algas e plantas bentónicas (ex.:
Zostera) são responsáveis por grande parte da productividade primária. Populações marinhas
temporárias ou permanentes de Diatomáceas (Skeletonema, Nitzschia, Thalassiosira,
Coscinodiscus, Rhizosolenia, Chaetoceros) e Dinoflagelados (Prorocentrum, Peridinium) podem
desempenhar um papel importante nas regiões a jusante de um estuário. Espécies tipicamente
estuarinas são naturalmente muito abundantes. Algumas Diatomáceas bentónicas podem
igualmente surgir no seio do plâncton devido sobretudo aos movimentos de turbulência induzidos
pelas correntes de maré (idem).

Pode assistir-se igualmente nos sistemas estuarinos à ocorrência de marés vermelhas causadas
sobretudo pela proliferação maciça de Dinoflagelados. Os fitoplanctontes presentes nos estuários
tendem a ser quantitativamente abundantes mas a sua diversidade é geralmente pouco elevada.

Figura: esquema da participação do fitoplancton na manuntecao dos ecossistemas aquáticos, (marinhos


dulceaquicola).
Fonte: Ré, 2000.

3.5.Biomassa e Factores que regulam a Biomassa


Na perspectiva ecologica é a quantidade da materia viva em forma de uma ou mais especies de
organismos, presentes em determinado habitat.

A medida dos pigmentos e em particular da clorofila parece fornecer uma indicação precisa da
biomassa clorofilina e da capacidade fotossintética do fitoplâncton
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A ocorrência de máximos de abundância das populações fitoplanctónicas ("blooms") acarreta


numerosas consequências, nomeadamente:

 Aumento do pH provocado pela absorção de anidrido carbónico durante o processo


fotossintético;
 Sobressaturação em oxigénio igualmente como resultado do processo fotossintético;
 Diminuição do teor em fosfatos absorvidos e incorporados na matéria orgânica produzida
(Ré, 2000).

Para que uma população fitoplanctónica possa proliferar numa determinada massa de água é
necessário que a produção total de matéria orgânica por fotossíntese (P) seja superior às perdas
devidas à respiração (R). Estas condições ocorrem até à profundidade de compensação ou seja até
ao nível em que por definição P=R

A respiração não é no entanto o único factor que intervém na redução da biomassa fitoplanctónica
numa determinada coluna de água. Muitas espécies possuem uma densidade superior à da água
rexibindo uma taxa de afundamento marcada. O aumento da biomassa fitoplanctónica que ocorre
durante o período diurno é contrabalançado pela referida homogenização que se pode estender até
profundidades relativamente elevadas (ca. 400m). Os fenómenos de turbulência podem
igualmente contrabalançar as perdas por afundamento verificadas nalgumas populações
fitoplanctónicas e perturbar os tropismos exibidos por outras populações.

A todos estes factores podem ainda associar-se os fenómenos de herbívoria ("grazing"), ou seja, o
consumo de fitoplanctontes por parte de zooplanctontes herbívoros, e ainda a restituição para o
meio de organismos fitoplanctónicos não digeridos pelos zooplanctontes sob a forma de restos
fecais ("superfluous feeding").

Se a produção fitoplanctónica não for limitada pela existência de um baixo teor em nutrientes, o
factor principal que determina a quantidade de fitoplâncton é a energia luminosa disponível. Esta
varia naturalmente com a latitude e com a época do ano. Nas regiões sob a influência de
fenómenos de afloramento costeiro ("upwelling") a produção fitoplanctónica pode ser aumentada
a nível local devido ao transporte de quantidades apreciáveis de nutrientes para a superfície das
águas.
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3.6.Distribuição da biomassa

Os fitoplanctontes são mais abundantes nas camadas superficiais da coluna de água (zona
eufótica) rareando abaixo desta. A zona eufótica estende-se desde a superfiície das águas até à
profundidade de compensação (nível em que a produção de oxigénio através do processo
fotossintético contrabalança exactamente o oxigénio absorvido pela respiração e outros processos
metabólicos) dos vegetais fotoautotróficos. Existem no entanto concentrações variáveis de
fitoplanctontes na região superior da zona oligofótica devido sobretudo a fenómenos de
turbulência (Ré, 2000).

Os fitoplanctontes não são no entanto comparativamente mais abundantes nas regiões mais
fortemente iluminadas do domínio oceânico fundamentalmente devido a dois factores:

 As fortes intensidades luminosas são por vezes inibidoras ou perturbadoras da capacidade


fotossintética;
 A maioria dos organismos fitoplanctónicos, em particular as Diatomáceas, não possuem,
na maior parte dos casos, capacidade de se movimentarem pelos seus próprios meios na
coluna de água, assistindo-se ao seu afundamento "sinking" progressivo na coluna de
água (Ré, 2000).

As maiores densidades tendem a ocorrer a um nível inferior aos níveis de produção mais
acentuada. Estas estão naturalmente relacionadas com a penetração das radiações luminosas na
coluna de água. Em águas muito transparentes, como é o caso do mar dos Sargassos, as maiores
concentrações de organismos fitoplanctónicos podem ser encontradas a um nível batimétrico
elevado (ca. 100m), enquanto que em regiões estuarinas em que a turbidez é usualmente muito
elevada estas encontram-se muito próximo da superfície das águas (<10m) (idem).

Variações Temporais

As populações fitoplanctónicas apresentam variações estacionais de grande amplitude que se


repetem regularmente. As variações estacionais são fundamentalmente devidas a mudanças
ocorridas no seio das populações:

 Crescimento,
 Mortalidade,
 Afundamento ("sinking") e Migrações entre outras (RE, 2000)
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 Nas águas árticas e antárticas assiste-se à ocorrência de um único máximo de


abundância fito- e zooplanctónico em períodos sucessivos.

 Nas águas temperadas do Atlântico Norte ocorrem dois máximos de abundância de


fito- e zooplanctontes nos períodos primaveril e outonal e que se sucedem no tempo.
 O máximo primaveril é usualmente de maior amplitude relativamente ao outonal. A
sucessão de um pico de abundância de zooplâncton é fundamentalmente devido à
ocorrência de herbívoria ("grazing") por parte dos zooplanctontes.
 Nas águas do oceano Pacífico Norte o único máximo de abundância de zooplâncton
não é dependente da produção fitoplanctónica que é geralmente de pequena
amplitude.
 Nas águas tropicais não se assiste a uma variação estacional na abundância das
populações fito- e zooplanctónicas.
 Sucedem se geralmente máximos de pequena amplitude de fito- e zooplanctontes ao
longo de período anual.
 Nas regiões costeiras sujeitas à influência de afloramento costeiro ("upwelling") a
produção fitoplanctónica pode ser afectada a nível local de um modo acentuado
(RE, 2000).

2.2.6 Variações Espaciais

As populações fitoplanctónicas apresentam variações temporais importantes como foi


anteriormente mencionado, e também variações espaciais marcadas. A heterogeneidade da
distribuição espacial do fitoplâncton pode ser evidente numa escala extremamente reduzida.
A realização de radiais perpendiculares a uma linha de costa permite pôr em evidência a
existência de variações marcadas da concentração de fitoplanctontes numa determinada
massa de água. As maiores concentrações são usualmente registadas na província nerítica e
próximo das massas continentais no domínio oceânico. No domínio estuarino as maiores
concentrações são registadas nas regiões interiores dos estuários onde a concentração em
nutrientes é geralmente mais elevada (RE, 2000).
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4.Conclusão

Este trabalho é resultado de uma pesquisa que exigiu muita síntese, análise e reflexão.

Findo do trabalho conclui-se que o plâncton constitui um dos mais importantes grupos de
organismos aquáticos, sendo o principal responsável pela produtividade primária nestes
ecossistemas.

Os dois últimos grupos de plânctons são inter-relacionados, pois o fitoplanton faz parte da
base da cadeia dos ambientes aquáticos, produzindo a energia que será utilizada por todos
os organismos da cadeia e servindo diretamente de alimento a diversas espécies de
zooplantons.
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5.Referência bibliográfica

Re, Pedro. (2000) Biologia Marinha, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Santos, G, capítulo 1: Definição e divisões do plâncton, p1-5

Dajoz. Roger,(2005). Princípios de Ecologia, Artmed Editora, São Paulo.

Gil, A. C. (1996). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3.ed. São Paulo, Editora Atlas.

Santos, C. R. et. all. (2005). Avaliação Educacional: um olhar reflexivo sobre sua prática.
e vários autores, São Paulo: Editora Aver camp.

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