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HISTÓRICO

 No final do século XIV, o biólogo alemão


Johannes Müller, em uma expedição oceânica,
resolveu passar uma rede fina de seda pela
superfície do mar, para capturar as substâncias
em suspensão. Ele encontrou uma comunidade
totalmente desconhecida, composta de
inúmeros organismos vegetais e animais.

 O termo plâncton foi empregado


primeiramente pelo biólogo também alemão,
Viktor Hensen, em 1887.
COMPOSIÇÃO DO
ZOOPLÂNCTON
 A diversidade do zooplâncton no ambiente lacustre
é menor que no ambiente marinho.

 Na região litorânea das águas continentais


geralmente há maior diversidade de espécies.

 Composto principalmente por Protozoários,


Rotíferos, Cladóceros, Copépodos e larvas de
dípteros. Menos frequentemente são encontrados
vermes e larvas de moluscos.
PROTOZOÁRIOS

Em alguns lagos podem superar em biomassa os


outros componentes do zooplâncton, sendo
dominantes em certas épocas do ano.

 Ocorre subestimação de sua densidade e


negligência de sua importância devido à sua difícil
coleta e preservação.
 Um estudo desenvolvido no lago Tanganica (África)
por HECKY et al. (1978), demonstrou que a biomassa
dos protozoários planctônicos ultrapassou a do
fitoplâncton.

 Possui representantes planctônicos de flagelados,


sarcodinas e ciliados.

 Podem ser bacteriófagos, detritívoros, herbívoros e


carnívoros.
Paradileptus sp Coleps sp

Arcella discoides Euplotes sp


 Os ciliados são os maiores e mais freqüentes
protozoários do plâncton continental.

 Possuem importância fundamental na


transferência de energia em ecossistemas lacustres,
pois se alimentam de partículas que não podem ser
assimiladas pelo macrozooplâncton devido ao seu
tamanho.

 Podem contribuir com até 50% do fosfato


dissolvido, quando sua biomassa corresponde a
apenas 1% em relação ao zooplâncton total.
ROTÍFEROS
 Habitam os mais diferentes tipos de ambientes
aquáticos e de habitats de um lago.

Seus representantes verdadeiramente


planctônicos pertencem a um pequeno número de
famílias da classe Monogononta.

 Muitas de suas espécies planctônicas são


cosmopolitas devido à sua grande capacidade de
dispersão.
 São caracterizados pela presença de duas
estruturas: o mástax e a corona.
 São de difícil coleta e preservação.

 Os métodos para preservação são aplicados


para os que possuem lóricas. Os que não
possuem são anestesiados para que se possa
observá-los vivos.
Keratella americana Keratella tropica
ESPÉCIES COM LÓRICA

Synchaeta sp.

Polyarthra vulgaris

ESPÉCIES SEM LÓRICA


 São dióicos e apresentam dimorfismo
sexual na maioria dos casos, podendo
haver uma ausência completa de machos .

 Reproduzem-se assexuadamente,
geralmente, por partenogênese.
 Apresentam um variado hábito
alimentar,variando de onívoros, carnívoros a
herbívoros.

N.veroleti repas

Synchaeta sp.

Dicranophorus secretus repas


 Apresentam o fenômeno de ciclomorfose,
sendo este influenciado por fatores
ambientais, como a temperatura e a
predação.
 A distribuição horizontal de rotíferos é
freqüentemente heterogênea, podendo
muitas vezes ocorrer grandes concentrações
localizadas.

 Sua distribuição horizontal é decorrente


de fatores alimentares e da ação de
correntes internas causadas pelo vento.
 A distribuição vertical dos rotíferos
também é, no geral, heterogênea.

 Sua máxima densidade ocorre geralmente


no epilímnio, onde há uma maior
densidade fitoplanctônica.
 Possuem uma migração vertical
desencadeada por um conjunto de fatores
abióticos e bióticos como: fotoperíodo,
disponibilidade de alimento, concentração
de oxigênio e temperatura.
 Apresentam uma alta taxa de renovação, e
mesmo apresentando cerca de 90% de
água em sua biomassa têm um alto valor
nutritivo.

 Em termos de peso seco sua biomassa


compõe-se de 40% de proteínas, 40% de
carboidratos, 15% de lipídios e 5 % de
cinzas, sendo de fundamental importância
para cadeia alimentar.
CLADÓCEROS
 Habitam preferencialmente a região litorânea
de ecossistemas lacustres.

 Possuem , no geral, 5 ou 6 pares de patas de


estrutura achatada e 2 pares de antenas
cefálicas.

 Suas patas atuam na captura de alimentos e


seus diferentes pares de antenas atuam na
locomoção e orientação.
Daphnia sp
Diaphanosoma sp
Moina sp

Bosmina sp Chydorus sp
Ceriodaphnia sp
 Se locomovem em saltos, o que lhes confere
o nome de “pulgas d’água”.

 Seus representantes planctônicos em água


doce pertencem às famílias: Sididae,
Daphnidae, Bosminidae e Chydoridae.
 Se reproduzem sexuadamente e por
partenogênese. Podendo ocorrer variações na
reprodução dentro de uma mesma espécie,
dependendo das condições ambientais.

 A freqüência de mudas e desenvolvimento


dos jovens são altamente influenciados pela
temperatura.
 São, em sua grande maioria, filtradores, se
alimentando de fitoplâncton e detritos.

 A taxa de filtração depende de fatores como:


tamanho do animal, tamanho da partícula,
qualidade do alimento e temperatura.
 Sua densidade em lagos temperados é
altamente influenciado pela temperatura,
havendo um aumento na densidade em
estações mais quentes.

 Nos lagos tropicais sua densidade é regulada


pelo regime de precipitação, onde no período
de chuvas ocorrem alterações do corpo
d’água ocasionando um aumento na
densidade de cladóceros.
 Apresentam o fenômeno de ciclomorfose,
que pode ser influenciado por diversos fatores
ambientais.
 A formação do elmo é explicada por 3 teorias:
Reduz a viscosidade da água nos meses
quentes, permite o nado horizontal, atua
como mecanismo de defesa.
 Possuem distribuição vertical heterogênea.

 À noite há um aumento de densidade de


cladóceros na superfície e durante a
madrugada se inicia o processo de retorno às
camadas mais profundas.
 Os fatores mais apontados que induzem a
migração vertical são: luz, temperatura, gases
dissolvidos (oxigênio, gás sulfídrico e metano),
alimento, transporte de água, ventos, fuga à
predação.

 Esse fenômeno varia de espécie para espécie


e dentro da mesma espécie de acordo com a
fase de desenvolvimento, sexo do organismo
e também estação do ano e local.
 A distribuição do zooplâncton em lagos
tropicais, principalmente com períodos de
estratificação térmica caracterizados, é bem
delimitada, ocorrendo migração
principalmente no epilímnio e no máximo até
o metalímnio.

 O metalímnio representa uma barreira


migratória devido à condições de anaerobiose
e presença de gás sulfídrico.
 Nos períodos de desestratificação térmica,
com o fim ou minimização das condições
desfavoráveis do hipolímnio a amplitude
migratória do zooplâncton aumenta, havendo
distribuição por toda coluna d’água.
COPÉPODOS

 Juntamente aos cladóceros são os


organismos mais típicos do “plâncton de
rede”.

 Habitam locais de água doce, salobra, salgada


e até terras úmidas.
 Apresentam o corpo dividido em
abdômen, toráx e cabeça e possuem um par
de atênulas, um par de atenas, um par de
mandíbulas, dois pares de maxilas e um par
de maxilípides.
 As principais ordens com representantes
planctônicos são: Cyclopoida, Calanoida e
Harpacticoida.

Moraria michielettoae

Cyclops sp

Diaptomus sp
 Se reproduzem quase exclusivamente por
reprodução sexuada, com exceção de algumas
espécies da ordem Harpacticoida.

 Apresentam vários fases de desenvolvimento


e vários estágios de mudas.
 Ao curso do seu desenvolvimento
apresentam grande diversidade de hábitos
alimentares.

 Os copépodos calanóides são essencialmente


filtradores enquanto que os ciclopóides são
preferencialmente carnívoros.

 Suas fezes são muito compactadas e com alta


densidade, se depositando no sedimento para
que sejam lentamente decompostas.
 Apresentam diferentes estágios de
desenvolvimento, sendo grande número de
espécies herbívoras em todos eles,
constituindo um importante elo entre
produtores primários e níveis tróficos
superiores.
 Possuem uma distribuição horizontal
heterogênea, decorrentes de fatores como o
vento, correntes, alimentos, predação.

 Observa-se entre os copépodos uma baixa


densidade em regiões litorâneas limnéticas. O
que, de acordo com HUTCHINSON (1967), se
deve a propriedades óticas dessa região,
especialmente reflexão de luz.
 Ocorre também heterogeneidade em sua
distribuição vertical, influenciada por fatores
como: pH, temperatura, concentração de
oxigênio e ácido sulfídrico, pressão
hidrostática, predação e competição.

 A distribuição vertical varia a depender do


estágio de desenvolvimento em que os
indivíduos se encontram.
 Náuplios e copepoditos em seus estágios
iniciais apresentam migração reversa,
permanecendo na superfície durante o dia e
nas camadas inferiores à noite. Já os últimos
estágios de copepoditos e adultos apresentam
migração noturna.

 Essa estratégia é compreendida como uma


forma de evitar competição intra-específica.
LARVA DE CHAOBORUS
(DIPTERA)

 Insetos planctônicos são raros, somente


alguns grupos de Diptera na fase larval
possuem representantes no plâncton, sendo a
larva de Chaoborus o mais importante.
 Habitam todos os tipos de ambientes
lacustres, desde pequenas lagoas temporárias
até grandes lagos permanentes.

 Possuem uma alternância diária de habitat: à


noite são planctônicos e durante o dia
bentônicos.
 Possuem um alto grau de transparência o que
evidência seus olhos e a presença de seus
órgãos hidrostáticos (traquéia modificada).

 Através da contração e expansão desses


órgãos as larvas podem realizar extensas
migrações verticais.
 São essencialmente carnívoras e possuem
uma alta plasticidade ecológica, podendo
viver no hipolímnio de lagos eutróficos sem
oxigênio.
PREDAÇÃO DA COMUNIDADE
ZOOPLANCTÔNICA

 Os efeito da predação de peixes e


invertebrados sobre a comunidade
zooplanctônica afetam bastante o
ecossistema lacustre, sendo um fenômeno de
grande importância para o metabolismo dos
ambientes límnicos.
 A predação altera as condições físicas e
químicas do meio (pH, concentração de
oxigênio, gás carbônico, nutrientes
inorgânicos, etc.), a composição e biomassa
do fitoplâncton e a diversidade e densidade
das espécies que compõem o zooplâncton.
 Os peixes predadores do zooplâncton podem
se distinguir em dois tipos:

1 - Os que se alimentam de zooplâncton em


todos os estágios de seu desenvolvimento;

2 - Os que mudam de hábito alimentar ao longo


de seu desenvolvimento e quando maiores
abandonan a zooplânctonfagia.
 Os peixes plânctófagos utilizam dois
mecanismos distintos para a alimentação: a
predação visual (atividade diurna) e a filtração
(independente da luz).

 Os filtradores acabam por se alimentar tanto


de zooplâncton quanto de fitoplâncton, a
depender da capacidade de escape da presa.
 Para os que predam visualmente, dentre os
crustáceos zooplanctônicos, os cladóceros de
maior tamanho são os mais visados.
CONTROLE DA POPULAÇÃO DE
ZOOPLÂNCTON POR PEIXES

 Um exemplo de biomanipulação para


redução da eutrofização de lagos se dá pela
redução de peixes planctófagos.
 É apenas uma das alternativas à
deseutrofização, sendo fundamental e
preliminar o controle de entrada de nutrientes
no ecossistema e a redução da concentração
destes em seu interior.
 Visa o aumento da população zooplanctônica
de grande porte através da redução de seus
predadores, ocasionando uma redução da
biomassa fitoplanctônica.

 Com a redução do fitoplâncton há uma


diminuição na concentração de detritos
orgânicos, notadamente do hipolímnio,
aumentando a oxigenação e melhorando as
condições do corpo d’água dessa região.

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