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A origem da

Pedofilia
E outras sexualidades

Realizado por:
Sagitta
Introdução
A origem da atração por menores de idade é ainda desconhecida.
Ao longo da história a sua existência é mais ou menos evidente em
quase todas as culturas, mas muito pouco se tem avançado no
sentido de descobrir a sua origem.
Ignore-se o termo “Pedofilia” se se discorda dele. Existem muitos
termos para apelidar diversas formas de atração por menores, no
entanto, optei aqui por usar este na generalidade pois teria de usar
algum, e este, embora como todos os outros apenas caracterize
parte da atração por menores – neste caso a atração sexual pelos
pré-puberes (de ambos os sexos) – é pelo menos mais conhecido
e é usado nos meios científicos.
Neste trabalho não asseguro a descoberta do que origina a Pedofilia,
apenas analiso as várias hipóteses que hoje em dia são mais
fiáveis e dou a minha opinião acerca da preferência que lhes dou.
As hipóteses
Dentro do quadro de hipóteses, só três são
dignas desse nome:

- A hipótese da origem genética;


- A hipótese da origem no meio social;
- A hipótese da origem neurológica
A hipótese da origem genética
Esta hipótese consiste em a Pedofilia ser causada
por uma mutação genética.
A mutação genética é uma alteração permanente
no ADN (Ácido Desoxirribonucleico), isto é,
o composto orgânico cujas moléculas contêm as
instruções genéticas que coordenam o
desenvolvimento e funcionamento de todos os
seres vivos que pode ocorrer em qualquer célula.
Alguns tipos de mutação
 Essa alteração pode ser classificada em dois tipos essenciais:

 Mutações espontâneas e mutações induzidas – as primeiras ocorrem sem


uma causa conhecida, sendo também menos frequentes e mais difíceis de
ser detectadas; resultam de instabilidade no DNA, já as segundas resultam
de mudanças ambientais (como a temperatura) ou, e sobretudo, da
exposição do organismo a agentes físicos e químicos (mutágenos) que
causam mudanças no ADN (como por exemplo drogas).
 O sindroma de Down (ou Trissomia 21) é um tipo de mutação. Ocorre
quando a criança nasce com um par de cromossomas a mais.
Outros exemplos de sindromas causados por alterações anormais nos
cromossomas são o Sindroma de Patau (ou Trissomia 13) ou o Sindroma de
Edwards (ou Trissomia 18), doenças cujos sintomas mais frequentes são
deficiências mentais e de crescimento.
 As mutações podem ocorrer de diversas formas, como no caso do uso
excessivo de drogas (incluindo tabaco e álcool) por parte de mulheres
grávidas.
Alguns tipos de mutação
(continuação)
 No entanto, este tipo de mutações - as mutações induzidas - embora
existam 14 tipos de causas para o seu surgimento, - não é certamente
o tipo de mutação que pode ser a atracão sexual por crianças pré-
puberes, conhecida por Pedofilia.
 Esta só poderia ser uma mutação espontânea, de causa desconhecida e
difícil de detectar, visto que provavelmente terá ocorrido há milhares
de anos, durante a pré-história.
 Vejamos o caso de um animal:
Uma borboleta pode produzir uma prole com novas mutações. A
maioria dessas mutações não terá efeito. No entanto, uma delas pode
mudar a cor dos descendentes desse indivíduo, tornando-os mais
difíceis (ou fáceis) de serem vistos por predadores. Se essa mudança
de cor for vantajosa, a chance dessa borboleta sobreviver e produzir
sua própria prole será um pouco maior, e com o tempo o número de
borboletas com essa mutação constituir formar uma maior proporção
da população.
Alguns tipos de mutação
(continuação)
 Um exemplo de uma mutação expontânea em seres humanos é
a mutação que causou a existência de olhos de cor azul, uma
mutação neutra ocorrida há milhares de anos cuja causa foi já
descoberta por cientistas.
Outro exemplo deste género de mutação é o albinismo.
 Mutações neutras são definidas como mutações cujos efeitos
não influenciam a aptidão dos indivíduos. Essas mutações
podem se acumular ao longo do tempo devido à deriva
genética. Acredita-se que a imensa maioria das mutações não
tem efeito significativo na aptidão dos organismos.
 A mutação neutra, é a mais frequente das mutações. Nos seres
humanos, elas representam 95% dos casos.
Alguns tipos de mutação
(continuação)
 Porém, no caso da atracção por pré-puberes, se se trata realmente de algo
provocado por uma mutação, não deverá ser do tipo neutro, uma vez que
não é um tipo simples de mutação no qual apenas o aspecto físico se altera.
Outros tipos de mutação são mutações não-sinónimas, mutações sem
sentido, mutações pontuais e mutações silenciosas.
 Existe ainda a classificação entre mutações maléficas e mutações
benéficas.
 Maléficas se o seu efeito for negativo, levando a doenças genéticas e
hereditárias (embora a maior parte das mutações não tenha efeitos na
saúde do indivíduo).
70% das mutações são maléficas, sendo as restantes neutras ou benéficas
 Benéficas se tiverem um efeito positivo, ajudando-o a adaptar-se ao meio
ambiente, como o caso referido da borboleta.
Durante a idade média, a peste negra desapareceu quando os europeus
ganharam resistência á doença. Essa resistência só ocorreu por meio de
uma mutação genética.
Possível explicação…
 As mutações, em especial as benéficas, são consideradas o
mecanismo que permite a ação da seleção natural, já que insere a
variação genética sobre a qual ela irá agir, fornecendo as novas
características vantajosas que sobrevivem e se multiplicam nas
gerações subsequentes ou as características deletérias que
desaparecem em organismos mais fracos.
 Uma hipótese avançada por David L. Riegel é que durante a pré-
história, homens e rapazes não-maduros da espécie que haviam ficado
órfãos começaram a relacionar-se intimamente como forma de os
rapazes terem mais chances de sobreviver ás dificuldades do tempo.
Riegel aponta aí a possível origem das relações entre homens e
rapazes.
 Por este motivo, existe uma chance que a Pedofilia tenha origem
numa mutação benéfica ocorrida há muito tempo atrás, e que se tenha
propagado por meio da hereditariedade.
 Esta hipótese merece ser analisada pelos estudiosos.
A Hipótese da origem no meio social
 Está hoje francamente ultrapassada no meio científico a ideia do meio
social como origem da manifestação de uma sexualidade diferente.
 A ideia permanece hoje apenas na mente dos desconhecedores dos factos
(infelizmente boa parte da população), que vêm a homossexualidade e a
pedofilia como produto do relacionamento nefasto com gente que tem
relações com o mesmo sexo/diferente faixa etária por mera opção.
 Esta hipótese, fruto de uma áurea de ignorância e hostilidade pelo
desconhecido, começou por ser combatida durante a revolução sexual e
parece-nos hoje descredibilizada.
 Freud foi, na verdade, o maior impulsionador da teoria do meio social
como explicação para a homossexualidade, principalmente através da
teoria do complexo de Édipo.
 Ao contrário dos outros, este é um académico reconhecido, e procura
explicações mais fortes, mais científicas e menos morais, para desenvolver
a hipótese.
 Neste caso não do meio social no geral mas do meio familiar.
O Complexo de Édipo
 A ideia central do conceito é a ilusão do bebé de possuir a proteção e o amor total
da mãe, responsável pelo seu cuidado.
 Por volta dos 3 anos de idade, a criança apercebe-se que não é o centro do mundo e
que os pais têm as suas ocupações e não podem estar sempre a dar-lhe atenção.
Começam a educa-la através das proibições e correções de hábitos e
comportamentos que a criança anteriormente havia adoptada com a sua conivência.
 A partir desta altura, a criança percebe também que o pai pertence á mãe e começa
a dirigir sentimentos hostis ao pai.
 Segundo a teoria, a criança não deixa de amar um dos parentes, mas passa agora a
identificar-se com apenas um dos pais.
 O rapaz tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem “ódio”
por ciúme.
 A rapariga é hostil à mãe porque ela possui o pai e ao mesmo tempo quer parecer-
se com ela para competir e tem medo de perder o amor da mãe, que foi sempre tão
acolhedora. Na identificação negativa, o medo de perder aquele a quem
hostilizamos faz com que a identificação aconteça com a figura de sexo oposto e
isto pode gerar comportamentos homossexuais.
As dúvidas…
 Esta polémica teoria que ainda hoje choca quem a conhece
pela primeira vez, tem ainda hoje a aceitação dos psicólogos e
psicanalistas, sobretudo os seguidores da corrente de Freud.
 Segundo ela, a educação da criança pode influenciar no futuro
a sua sexualidade, baseada na imagem que tem do pai e da
mãe. A simples falta do elemento masculino na família pode
levar a criança a ter comportamentos homossexuais.
 Porém, será a teoria fiável?
 Não serão estes “comportamentos homossexuais” produto de
estereotipo?
 Pode a teoria ser comprovada?
Respostas
 Bastam alguns exemplos para provar que grande parte
das vezes a teoria não se verifica, o próprio autor
admite que em alguns casos não é isso que acontece.
 Além disso, não parece certa a expressão
“comportamentos homossexuais”, uma vez que não
se define o que isso possa ser, e muitos homens com
aspecto masculino não são homossexuais e muitos
que não têm quaisquer sinais que denotem
homossexualidade são-no.
Outras teorias
 Existem, todavia, outros caminhos para a hipótese do meio social.
 1. Alguns argumentos dos defensores desta hipótese dão o
exemplo dos casos de actos homossexuais (geralmente violações)
que ocorrem em prisões, sobretudo masculinas, alegadamente por
o meio social das prisões ser unicamente masculino.
 2. Outro caminho seria argumentar que existe uma semelhança
entre o “distúrbio de personalidade nos transexuais” e um
aparente semelhante distúrbio em pedófilos, nomeadamente os
boylovers, que muitas vezes, sendo adultos, não gostam do seu
corpo, não se sentem atraentes e desejariam voltar a ter o corpo
que tinham quando eram meninos.
Embora no caso, o desejo não seja mudar de sexo, não deixa de
ser o desejo de ter um corpo diferente, de ser alguém diferente.
Respostas
 1. Em boa verdade, é provável que as violações não ocorram apenas por esse
motivo, ou todos os presos recorreriam em actos homossexuais. Apenas uma
pequena parte dos presos incorre em actos homossexuais, e dentro desses apenas
uma parte o faz não sentindo atração pelo mesmo sexo: geralmente os que são
violadores.
É difícil, no entanto, encontrar estatísticas que permitam testar esta teoria, já que a
maioria dos casos de violação nas cadeias não são registados.
 2. Apesar da semelhança, e de a OMS classificar na lista de doenças mentais o
“distúrbio de personalidade nos transexuais”, estudos recentes negam que exista
necessariamente um distúrbio de personalidade em pessoas que querem mudar de
sexo.
Muitos transexuais aceitam o seu corpo embora se portem como o sexo oposto.
O mesmo ocorre com os boylovers e os pedófilos no geral.
Em 2010 a França tornou-se o primeiro país a deixar de reconhecer oficialmente os
transexuais como portadores de um distúrbio de personalidade.
 Concluindo, a teoria do meio social parece, mesmo quando vista por um tão
reconhecido estudioso como Freud, muito pouco clara e provável nos dias de hoje.
A hipótese da origem neurológica
 A última hipótese, e a que parece estar menos explorada, é a hipótese neurológica.
 A neurologia é, assim como outras, uma ciência ainda muito atrasada.
Muito há para descobrir em diferentes áreas, muito sobre o cérebro é ainda desconhecido de
todos.
 Como se sabe, a atração sexual é produto da reação do cérebro a certos químicos que os seres
humanos produzem.
 Falhas no reconhecimento desses químicos ou outros factores relacionados podem ser a origem
da existência de diferentes sexualidades.
 Mas para se compreender verdadeiramente a função sexual, é necessário estudar seriamente os
sistemas nervoso, mental, endócrino e vascular. Só o estudo destas três áreas combinado pode
chegar a resultados satisfatórios.
 Tudo isto não quer dizer, no entanto, que a pedofilia (ou outras sexualidades diferentes da
heterossexual) se trate de um problema que necessite de ser reparado.
Ainda que algum dia se venha a saber como tratar eficazmente essas “falhas”, isso não fará da
homossexualidade, pedofilia ou da transexualidade uma doença.
 A homossexualidade, mais do que uma sexualidade, é também um modo de vida. E sempre o
será.
 A diferença está em que a partir desse momento, se além de puder ser mudada possa também
ser inserida, ela será também uma opção.
O mesmo vale para outros tipos de sexualidade.
FIM

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