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Claudio Roberto da Silva

Revelando a Bibliodiversidade
LGBTQIA

Disciplina: "Leitura, literatura e coleções


em bibliotecas escolares“- UNIFAI
São Paulo – 2018
Do Ato da Confissão à Teoria da
Degenerescência
Michel Foucault identifica como a prática
do ato da confissão - a partir do
século XVIII - iniciou um projeto que
construiu o discurso sobre o sexo.

Sodomia ou Pecado Nefando dará


origem à tipos como:
- Pederastas;
- Desviantes;
- Invertidos.

Homo-sexuality (Oxford English


Dictionary, 1892)
Isomorfismo Genital até o século XVIII

 Machos com órgãos


genitais externos
 Machos com órgãos
genitais internos
 Útero = escroto
Ovários = testículos
Vagina = pênis
Vulva = prepúcio
Antropologia Legal
- Medicina, Criminologia e Homossexualismo -
 1906 – Pires de Almeida:
Homossexualismo, a
libertinagem no Rio de Janeiro.

 1937 - Leonídio Ribeiro:


Homossexualismo e
Endocrinologia.

Durante a gestão do primeiro


diretor clínico do Juquery, Dr. Franco da
Rocha (1896-1930), o asilo psiquiátrico
era repositório de homossexuais
enviados para lá para tutela do Estado
por seus parentes. (GREEN. Além do
Carnaval, 1999. p. 22)
O Código Decimal Dewey (CDD) e seu sistema de
classificação do material
Sistema pensado por Melvil Dewey
(1873) constituído a partir do
“Projeto Moderno” por áreas de
conhecimento.
O sistema estabelecido pela CDD é a
ficção do indivíduo abstrato e
universal, mas que não é neutro
(homem, branco, heterossexual e
cristão).
Essa ficção perpassa a organização do
conhecimento das estantes e os
demais grupos aparecerem dentro
desta lógica.
“Homossexualismo” - organizações
sustentavam o discurso produzido
pela medicina e pela jurisprudência.
Organização do Acervo das Bibliotecas
por meio do CDD
O material é representado por
classes de conhecimento e não
pela temática.
A classificação dos materiais
LGBT, por exemplo, se adequa
ao uso das tabelas que
compõe a CDD.
Esse processo produz o fenômeno
do “Gueto” ou da “Diáspora”
sobre o material LGBT. (Hope
Olson)
Professora Hope Olson
(University of Wisconsin-
Madison, School of Library
and Information Studies)
O “Gueto” se institucionaliza por meio de fatores
sociais, econômicos, políticos e é representado no
catálogo das Bibliotecas.

Classificação CDD Significado


306.76 Orientação sexual

306.766 Homossexualidade

306.7662 Homossexualidade masculina

306.7663 Lesbianismo

Quem, por curiosidade, olhar o “Catálogo Autoridade”


da Biblioteca Nacional, escolhendo o tópico
“assunto” e digitando a palavra “Homossexualidade”,
será remetido a inúmeras combinações do termo
“Homossexualismo”
A “Diáspora” do material sobre a temática LGBT nas
estantes, torna-o invisível à percepção.
Título Classificação Significado
Identidade homossexual 132.7 Psiquiatria alternativa
e normas sociais: história
de vida
O sexo proibido: virgens, 272.20981 Perseguições religiosas
gays e escravos nas na história da igreja,
garras da inquisição inquisição, mártires
Os homossexuais e a 616.9792 AIDS
AIDS
Condenados: no meu 779.930676 Fotógrafos
país, minha sexualidade
é um crime

Para o especialista na temática, contudo, o conhecimento


prévio do nome de autores/as, de livros ou de
personagens presentes na literatura retira a impressão de
que o bibliotecas não possuem um rico acervo ligado à
produção LGBTQIA.
No Brasil da Abertura Política
- Movimento Homossexual Brasileiro -
Novos personagens entram em
cena: a contestação
homossexual.

Winston Leyland. Now the


Volcano: antologia de contos e
poesias.

O Jornal Lampião da Esquina:


arauto da contestação

Edward MacRae. A Construção


da Igualdade (SOMOS: tese
sobre o primeiro grupo de
Militância Homossexual)
Da Crise da AIDS à Sopa de letrinhas
Silêncio = Invisibilidade
Silêncio = Homofobia
Silêncio = Morte
A desconfiança contra o
Estado tutelar dá lugar as ações
conjuntas para inclusão aos
direitos humanos e de cidadania
homossexual.

- Programas de Prevenção
- Disque Denúncia Homossexual
- Paradas do Orgulho LGBT
Diversidade Sexual - LGBTQIA...
- Como está esse debate hoje em dia? -

https://www.catarse.me/SSEXBBOX2

“Em tempos de intolerância, alguns caminhos possíveis são a


informação e a união: precisamos nos instruir e nos juntar para resistir
e oferecer conhecimento contra o conservadorismo machista, sexista,
racista, misógino e LGBTfóbico”.

Priscila Bertucci
Coord. Geral do Sexx Boxx – Sexualidades fora da caixinha.
O que podemos chamar de produção LGBTQIA!?
Em 2013, a Gay & Lesbian Alliance
Against Defamation (GLAAD)
criou o teste Russo que é baseado
em três perguntas:
 A obra possui um personagem
reconhecidamente gay, lésbico,
bissexual, transgênero, queer,
intersexual e/ou assexual?
 Esse personagem é criado com
traços de personalidade que o
diferenciam dos demais e não
apenas por ser LGBTQIA?
 O personagem LGBTQIA está
envolvido na trama de tal forma
Vito Russo (historiador de que a sua remoção traria
cinema e ativista LGBT) impactos significativos?
Crescendo com o Arco-Íris

Sob este foco, o “Dicas de Leitura” cumpriu o objetivo de


promover a literatura LGBT ao se alinhar às diretrizes da
Lei No. 16.333, de 18 de dezembro de 2015, que institui o
PMLLLB do Município de São Paulo com o fim de assegurar
a todos o acesso ao livro, à leitura e à literatura.
Promover e fomentar a literatura não hegemônica, a
literatura marginal periférica e a literatura de mulheres,
negros e LGBT (objetivo IX, art. 4º, PMLLLB).

 Literatura: Direito/Necessidade –
poder de humanizar (Antônio
Cândido)
 Linguagem: Mediação da Experiência
(Joan Scot)
 Livros: Produtos culturais/ espelhos –
vivenciar a experiência do outro e/ou
se reconhecer nela
http://www.prefeitura.sp.gov.b
r/cidade/secretarias/cultura/bi
bliotecas/noticias/?p=20635
Os Quatro Pilares da Educação
- Jacques Delors -
“É de se louvar a ideia de
ensinar a não violência na
escola, mesmo que apenas
constitua um instrumento,
entre outros, para se
combater os preconceitos
geradores de conflitos. A
tarefa é árdua porque,
naturalmente, os seres
humanos têm a tendência
de supervalorizar as suas
qualidades e as do grupo a
que pertencem, e a
alimentar preconceitos em
relação aos outros.”

Delors, 2012. p. 79
https://novaescola.org.br/conteudo/1579/uma-analise-do-
caderno-escola-sem-homofobia
Gênero: uma categoria útil de análise histórica
- Joan Scot -
Literatura Infantil
Vera ficou muito triste por ter cortado Daniel tem as bochechas gordas e
o cabelo, pois quando sua avó disse cheias de sardas, por isso recebeu
“corta certinho”, a cabeleireira Mila dos colegas o apelido de Zero Zero
entendeu “corta curtinho”. Alpiste. Um dia seu pai lhe diz que
“homem não chora”. Daniel conhece
uma flor que lhe mostra que homem
chora sim, e que às vezes se deve e é
preciso chorar, que chorar não é feio,
nem coisa de mulher.

Sempre que Joana queria jogar bola,


seu irmão Pedro dizia que ela não
podia, pois futebol não era coisa de
menina. Os dois viviam brigando por
https://edisciplinas.usp.br/plugi causa disso, até que um dia Joana
virou menino e Pedro virou menina! E Enquanto esperava seu cabelo
nfile.php/1840746/mod_resour agora? Quem é que pode jogar bola e crescer, aprendeu a conviver com a
ce/content/0/G%C3%AAnero- fazer certas coisas, a Pêdra ou o novidade e a se aceitar, afinal, as
Joano? meninas não têm de usar cabelo
Joan%20Scott.pdf comprido e os meninos curto.
Enquanto o meu cabelo crescia
As meninas não
têm de usar
cabelo comprido
e os meninos
não têm de usar
cabelo curto.

Isabel Minhós
Madalena Matos

Cabelereira: Mila
Menina: Vera
Uma tarde entrou um homem (coisa pouco habitual) que
falou em segredo com a Mila, lá no fundo do Salão.

Nunca mais o vimos sair.

Em seu lugar saiu já outra, igual a qualquer uma de nós.


“Chamava-se Daniel. Mas a turma da escola apelidou-o de Zero Zero
Alpiste. E se a gente perguntava o porquê desse nome, Daniel
explicava: Os “zeros” são por causa das minhas bochechas. Alpiste são
as sardas que eu tenho no nariz.

Era o melhor atacante do time do jardim.

Zero Zero Alpiste caía muito, mas nem por isso chorava.

Ela nunca chorava. E por que não chorava? Ora, porque era HOMEM!
Papai tinha dito: Daniel, homem não chora.

Mesmo que a dor fosse muita. Mesmo que a vontade de chorar fosse
subindo do peito até a garganta, e ele tivesse que fechar os olhos para
as lágrimas não caírem.

Mas ele vive uma aventura com uma flor que lhe mostra não só que
"homem chora" como também "homem deve e precisa chorar" de vez
em quando. Então depois de muito reprimir suas lágrimas, Zero Zero
aprende que chorar não é feio, nem “coisa de mulher”; é um direito de
todo mundo.
Homofobia: história e crítica de um preconceito
- Daniel Borrillo -
Literatura Infantil
Gulliver é um gatinho que não quer
saber de caçar peixes, ratos ou
passarinhos. Na realidade ele gosta
de cenouras, mas comer cenoura é
pecado mortal. Um belo dia os pais

O menino que brincava de ser o que


sua imaginação permitisse. E pelo faz
Bingo é um cachorrinho que faz
de conta descobrir quem se é de fato.
amizade com um gato misterioso e
Com seus julgamentos, alguns adultos
decide imitá-lo aprendendo a miar.
buscam reprimir certas identidades,
Quando seu pai vai avaliar o primeiro
pois tratam a brincadeira dele como
file:///F:/Kit%20Anti%20 latido da filharada, Bingo solta um descobrem e o levam para falar com
uma anomalia, uma doença, uma vez
miado e passa a sofrer discriminação. o Gato-padre, o Gato-médico... Mas
Homofobia/Borrillo%20b apenas o Gato-professor o entendia.
que ela transgride as normas.
elo%20horizonte.pdf
Bingo é um cachorrinho brincalhão e curioso, que faz amizade
com um gato misterioso. Fascinado por esse amigo, Bingo decide
imitá-lo e... Resolve aprender a miar! Pra quê! "Onde já se viu um
cão miar? Que vergonha!“

Para Seu Bingão [o pai] a carrocinha lhe parecia a melhor solução


para uma tragédia daquele tamanho. Melhor a carrocinha do que
a dignidade enlameada por um filho seu, miando como... como um
gato!

Aproximou-se do homem de uniforme. Todos os cães abriram um


espaço, no meio do qual ficou o cachorrinho. Olhou para o
homem, olhou para o laço e fez, tristemente: “Miau”... “Teje”
preso! - gritou o homem de uniforme, jogando o laço em torno do
pescocinho do Bingo.

Bingo disparou pelo pátio, ziguezagueou entre as pernas dos


homens, livrou-se das pauladas e correu como nunca. Lutando
pela vida, saltou como um gato. Nunca se soube para onde ele foi.
Dizem que ele foi para uma terra onde todo mundo pode falar a
língua que quiser. Uma terra onde é permitido miar. Uma terra
onde é permitido ser diferente!
O nome do personagem principal é
Gulliver. Gullinho. Seus pais não
sabiam do seu gosto por cenouras.
Comê-las era um ato secreto. O
fato era que os pais de Gullinho
ignoravam que ele, escondido,
comia a comida proibida. A mãe
acabou por desconfiar das
incursões secretas do Gullinho e
disse ao pai que seria melhor segui-
lo para ver onde ele estava se
metendo. Foi o que o pai
"sogateiramente" fez. Gullinho
caminhava com cuidado olhando
para todos os lados para ver se
estava sendo seguido. Andou até
chegar ao sítio do senhor Joaquim.
Havia canteiros com todos os tipos
de hortaliça. Foi até o canteiro de
cenouras e - oh! Coisa horrenda
para um pai gato - começou a
comer cenouras. O pai quase
morreu de susto. O filho, que ele
sonhara tigre, não passava de
coelho. E chorou amargamente...
Foi procurar auxílio. Um padre ameaçou Gullinho com o
Inferno. "Deus é gato, Deus ordenou que comêssemos
peixes, ratos e passarinhos. Comer cenoura é pecado
mortal!" Não adiantou. Gullinho continuou a vomitar
peixes, ratos e passarinhos..

Levaram-no ao psicanalista. A análise durou vários anos.


Mas o que o Doutor Gatan lhe dizia com linguagem
complicada não alterava o seu gosto: continuava a gostar
de cenouras...
Foi então que um professor da escola entendeu o drama
de Gulinho. Chamou-o para uma conversa: "Nosso destino
está escrito nas células do nosso corpo num "chip"
pequeno chamado DNA. Esse "chip" já está no feto.
Determina a cor do seu pelo, dos seus olhos, se você vai
ser menino ou menina, daltônico ou não, canhoto ou
destro. Você nada pode fazer para mudar as ordens que
estão no seu "chip". E acontece o mesmo com o nosso
gosto por ratos ou por cenouras...Não é pecado como o
padre disse porque foi o DNA que o fez assim... Não é
resultado de educação e nem pode ser curado, como se
fosse uma doença, porque é o DNA que o fez assim... Igual
ao daltonismo
No começo a mãe de Dudu ficou muito preocupada, pois ele nunca queria ser príncipe ou rei, só gostava de
ser bruxa, fada e até princesa.
Seu pai culpa a mãe e a avó pelo menino ser "afeminado". Castigos, ameaças de surras, piadas e consultas
médicas são as dificuldades que que ele passa em seu dia-a-dia. Após levarem no doutor psicólogo e no
doutor psiquiatra, decidem: “Vamos
levá-lo no doutor endocrinologista. É
ele que sabe tratar dessas doenças”.

O doutor endocrinologista disse: “O seu


filho não tem nada, ele é um menino
muito saudável. Nessa idade tudo é
normal”

Dudu encontra uma solução do conflito


com a ajuda da avó materna. Ao assistir
pela primeira vez uma peça de teatro,
descobre que quer se tornar ator e
poder ser as personagens que quiser.

Autora: Georgina da Costa Martins


O Direito à Representação: o reconhecimento das
diferenças - Nancy Fraser -
Literatura Infantil
A princesa Cíntia nasceu prometida
para o príncipe Febo, mas ela
conheceu a costureira Ishtar, por
quem se apaixonou. Ao saber seu pai
mandou prendê-la na torre do
castelo. Como garantir um final feliz?

A pequena Joana sempre quis ser


Olívia é uma menina esperta, que “uma garota como as outras” e, para
sabe usar algumas palavras para realizar seu sonho, parte em uma
conseguir o que deseja. Olívia quer grande aventura em busca do Arco-
saber, por exemplo, como seu papai Íris Mágico...Joana Princesa vem para
https://www.revistas.usp.br/c Raul sabe brincar de boneca e seu O livro pretende auxiliar famílias e provar que o famoso final “e viveram
adernosdecampo/article/vie papai Luís cozinha tão bem, e como escolas, tanto na discussão sobre a felizes para sempre” deve englobar
wFile/50109/54229. vai aprender a usar maquiagem e diversidade humana como sobre a toda a diversidade que existe na
sapatos de salto alto, se na casa dela luta mais ampla pelos direitos das sociedade, seja de raça, situação
não mora nenhuma mulher. pessoas LGBT. social, orientação sexual ou
identidade de gênero.
O desenho do porta-retratos da família de Olívia, ilustrado por Taline
Schubach é a porta de entrada dos assuntos adoção, homoparentalidade
e filhos de casais do mesmo sexo.

Olívia se diverte com seus pais, Raul e Luís, ao mesmo tempo em que os
surpreende com suas palavras difíceis e dúvidas, como, por exemplo,
quando pergunta para os seus pais como eles conseguem tomar conta
dela se nenhum dos dois costumava brincar de boneca ou casinha, ou
comenta:

“ – O Lucas é muito bobo, papai, ele gosta de me provocar, dizendo que


eu não tenho mãe.
– E você fica triste? – o pai perguntou preocupado.
– Claro que eu fico. Por que ele também não provoca a Isabela e o Tadeu
dizendo que eles não têm pai? Isso não é justo! – ela exclamou,
contrariada.
– É mesmo uma injustiça, queridinha. E o que você responde para ele?
– Eu falo assim: ‘“Eu não tenho mãe, mas tenho dois pais só pra mim’”.
– Essa é uma boa resposta, meu bem. Mas sabe, não é todo mundo que
acha bom ter dois pais ou duas mães. Cada família é de um jeito…. E o
Lucas só conhece um tipo de família – o pai explicou”.

Autora Marcia Leite


Autora Janaína Leslão: A princesa e a costureura é a história de Cíntia, uma princesa prometida desde a
infância para casar-se com Febo. Devido a um encantamento da Fada Madrinha, a princesa só poderia casar-se
com seu amor verdadeiro, que seria revelado assim que essa pessoa tocasse em suas costas. Qual não é a
surpresa, na idade adulta, ao descobrir que se apaixonou por Isthar, a costureira que faria seu vestido de
casamento!
Com ilustrações de Marina Tranquilin, o livro conta toda a trajetória da pequena Joana, que
sempre quis ser “uma garota como as outras” e, para realizar seu sonho, parte em uma
grande aventura em busca do Arco-Íris Mágico que, segundo a lenda, pode transformar
rapazes em garotas e vice e versa

.
Quando nasceu, a pequena princesa de IlhaAnã foi chamada de João. Seus pais acharam que ela era um menino, já
que trazia no alto da testa uma marca vermelha e não uma marrom nas palmas das mãos, como traziam todas as
mulheres de lá. Acontece que o tempo foi passando e, conforme João crescia, mais pedia que fosse chamado de
Joana. Em seu aniversário de sete anos, antes do tradicional passeio pelo reino, seus pais ouviram, atônitos, seu
pedido de aniversário: “De presente de aniversário, quero que me chamem de Joana para sempre. Eu sou uma
menina!” Esta é a história Joana Princesa
Para mais informações,
contate por e-mail:

Claudio Roberto
da Silva
crsillva@uol.com.br

Obrigado ;-)

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