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Revisão Técnica:
Maria Adélia Minghelli Pieta (Caps. 9-14)
Doutora em Psicologia pelo Programa de Pós-gradvuação em Psicologia
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPG de Psicologia da
UFRGS). Pós-doutorado junto ao PPG de Psicologia da UFRGS pelo
Programa Nacional de Pós-doutorado da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PNPD/CAPES).
Odette de Godoy Pinheiro (Caps. 1, 2, 15-19)
Professora aposentada da Faculdade de Psicologia da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutora em Psicologia
Social pela PUC-SP.
Patricia Santos da Silva (Caps. 3-8)
Psicóloga clínica. Doutora em Psicologia pela UFRGS. Pós-doutoranda no
PPG de Psicologia da UFRGS.
Versão impressa desta obra: 2022
Porto Alegre
2022
Obra originalmente publicada sob o título
Experience Human Development, 14th Edition
ISBN 126-072660-6 / 9781260726602
Gerente editorialv
Letícia Bispo de Lima
Colaboraram nesta edição:
Coordenadora editorial
Cláudia Bittencourt
Capa sobre arte original
Kaéle Finalizando Ideias
Leitura final
Heloísa Stefan
Editoração
Clic Editoração Eletrônica Ltda.
Produção Digital
HM Digital Design
ISBN 978-65-5804-013-2
1. Psicologia do desenvolvimento. 2.
Desenvolvimento
humano. I. Martorell, Gabriela. II. Título.
CDU 159.922
2 Teoria e Pesquisa
Discussão expandida sobre por que teorias são revisadas quando
surgem novas evidências.
Discussão expandida sobre mudança qualitativa e exemplo
acrescentado.
Pesquisa e estatísticas atualizadas sobre emprego materno e
sistemas de cuidados para crianças.
Estatísticas norte-americanas atualizadas sobre o número de
crianças vivendo na pobreza, tendências na estrutura familiar,
taxas de divórcio e famílias com mães e pais solteiros, com
coabitação e homossexuais.
Pesquisa revisada e atualizada sobre os efeitos da pobreza e do
conflito familiar no desenvolvimento infantil, proteções contra
resultados negativos e ajuste imediato e de longo prazo ao
divórcio.
Pesquisa revisada e expandida sobre a adaptação das crianças à
custódia e coparentalidade e desfechos associados com famílias
em coabitação.
Pesquisa revisada e atualizada sobre resultados para crianças de
famílias de mães e pais solteiros.
Pesquisa e estatísticas atualizadas sobre famílias reconstituídas.
Pesquisa atualizada sobre o desenvolvimento e resultados de
filhos de famílias de pais homossexuais.
Estatísticas atualizadas sobre adoção nos Estados Unidos,
incluindo análise das mudanças sociais e econômicas que afetam
as tendências na adoção.
Pesquisa revisada e atualizada sobre os resultados de crianças
adotadas.
Pesquisa revisada, atualizada e expandida sobre relacionamentos
entre irmãos.
Pesquisa revisada e atualizada sobre preconceito no grupo de
pares, rejeição e popularidade sociométrica, amizade na terceira
infância, agressão física e relacional e fatores de risco no bullying.
Nova seção acrescentada sobre gênero e grupos de pares.
Pesquisa e estatísticas atualizadas acerca da influência da
violência na mídia sobre a agressividade.
Nova Seção Janela para o Mundo sobre bullying em todo o
mundo.
Novas estatísticas e pesquisa acrescentadas sobre intimidação pela
internet (cyberbullying).
Estatísticas atualizadas sobre a prevalência de problemas de saúde
mental na terceira infância.
Estatísticas e pesquisas atualizadas e revisadas sobre transtornos
da conduta na terceira infância.
Novas informações acrescentadas sobre taxas globais de
depressão infantil e estatísticas atualizadas sobre a prevalência da
depressão infantil nos Estados Unidos.
Nova discussão acrescentada sobre o uso de terapia
medicamentosa para tratar transtornos emocionais na infância.
Capítulo 10
Desenvolvimento Psicossocial na Terceira Infância
Você sabia que...
O self em desenvolvimento
Desenvolvimento do autoconceito: sistemas
representacionais
Produtividade versus inferioridade
Crescimento emocional
A criança na família
Clima familiar
Estrutura familiar
Relacionamento entre irmãos
A criança no grupo de pares
Efeitos positivos e negativos das relações entre pares
Gênero e grupos de pares
Popularidade
Amizade
Agressão e intimidação (bullying)
Janela para o mundo: Bullying: um problema mundial
Saúde mental
capítulo Desenvolvimento
10 Psicossocial na
Terceira Infância
Pontos principais
O self em desenvolvimento
A criança na família
A criança no grupo de
pares
Saúde mental imagenavi/Getty Images
O self em desenvolvimento
O crescimento cognitivo que ocorre durante a terceira infância permite à
criança desenvolver conceitos mais complexos sobre si mesma e ganhar
compreensão e controle emocional.
sistemas representacionais
Na terminologia neopiagetiana, o terceiro
estágio no desenvolvimento da autodefinição,
caracterizado por tolerância, equilíbrio e pela
integração e avaliação de vários aspectos da
identidade.
Caso não consigam obter elogios dos adultos ou colegas em suas vidas,
ou não tenham motivação e autoestima, as crianças podem desenvolver
um sentimento de baixo autovalor e, logo, um sentimento de inferioridade.
É um fato problemático, pois, durante a terceira infância, as crianças
devem aprender habilidades valorizadas em sua sociedade. Se as crianças
se sentem inadequadas comparadas com seus pares, elas podem retrair-se
para o seio protetor da família e não se aventurar além do próprio lar.
Desenvolver um sentimento de produtividade, por outro lado, envolve
aprender a se esforçar para atingir suas metas. Os detalhes variam de uma
sociedade para a outra: os meninos arapesh, na Nova Guiné, aprendem a
fazer arcos e flechas e a colocar armadilhas para ratos; as meninas arapesh
aprendem a plantar, a semear e a colher; crianças inuit do Alasca
aprendem a caçar e a pescar, enquanto crianças de países industrializados
aprendem a ler, a escrever, a fazer contas e a usar computadores. O que
essas diferentes experiências têm em comum, no entanto, é uma ênfase em
desenvolver responsabilidade e motivação para progredir. Se o estágio for
resolvido com sucesso, a criança desenvolve uma visão de si mesmo como
capaz de dominar certas habilidades e de realizar tarefas. Mas isso pode ir
longe demais: se as crianças tornam-se muito diligentes, elas podem
negligenciar as relações sociais e transformar-se em viciadas em trabalho.
Hie leva gansos ao mercado, desenvolvendo seu senso de
competência e elevando sua autoestima. Ao assumir
responsabilidades de acordo com as capacidades do seu estágio
de desenvolvimento, ela também aprende como funciona sua
sociedade vietnamita, qual é seu papel nela e o que significa fazer
bem um trabalho.
Michael Justice/The Image Works
CRESCIMENTO EMOCIONAL
À medida que as crianças crescem, elas tornam-se mais conscientes de
seus próprios sentimentos e dos sentimentos das outras pessoas. Elas
podem regular ou controlar melhor suas emoções e responder ao
sofrimento emocional alheio (Saarni, Campos, Camras, & Witherington,
2006). Elas aprendem o que as deixa com raiva, com medo ou tristes e
como as outras pessoas reagem à expressão dessas emoções. Elas sabem
que lembrar de coisas que aconteceram no passado e pensar sobre coisas
que acontecerão no futuro pode afetar o seu estado mental (Lagattuta,
2014). As crianças também começam a entender emoções conflitantes
(Zajdel, Bloom, Fireman, & Larsen, 2013). Como diz Emily, “Meu irmão
é legal, mas às vezes me incomoda. Eu gosto dele, mas ele faz coisas que
me deixam furiosa. Mas eu não grito com ele porque, se grito, ele chora e
daí eu me sinto culpada”.
Por volta dos 7 ou 8 anos, as crianças têm consciência de que sentem
vergonha e orgulho, e têm uma ideia mais clara da diferença entre culpa e
vergonha (Olthof, Shouten, Kuiper, Stegge, & Jennekens-Schinkel, 2000).
Além disso, valores culturais afetam a expressão e a experiência dessas
emoções. Por exemplo, um estudo determinou que as crianças nos Estados
Unidos expressam mais orgulho; as japonesas, mais vergonha; e as
coreanas, mais culpa (Furukawa, Tangney, & Higashibara, 2012). Em
outro estudo, quando crianças brâmanes na Índia eram questionadas sobre
como se sentiriam em uma situação interpessoal difícil, informaram que
teriam raiva, enquanto crianças tamang, no Tibete, relataram que o seu
sentimento mais provável seria vergonha (Cole, Bruschi, & Tamang,
2002). Os adultos brâmanes geralmente ignoram a vergonha e respondem
às crianças zangadas com o uso da razão e cedem às suas exigências. Os
adultos tamang esperam que as crianças sejam socialmente obedientes e
não toleram a raiva, mas usam a razão e cedem a crianças envergonhadas.
Assim, as crianças aprendem a moldar as suas respostas emocionais ao
que é esperado e tolerado delas (Cole, Tamang, & Shrestha, 2006).
verificador
você é capaz de...
Discutir como o autoconceito se desenvolve na terceira
infância?
Descrever o quarto estágio de desenvolvimento
psicossocial de Erikson?
Identificar diversos aspectos do desenvolvimento emocional
na terceira infância?
A criança na família
As crianças em idade escolar passam mais tempo fora de casa visitando e
socializando com os colegas do que quando eram mais novas. Elas
também passam mais tempo na escola e envolvidas com os estudos e
menos tempo nas refeições com a família do que as crianças de uma
geração atrás (Juster et al., 2004). Contudo, o lar e as pessoas que ali
vivem continuam sendo uma parte importante da vida da maioria delas.
Para entender a criança na família, precisamos olhar para a família no
ambiente – seu clima e estrutura. Conforme prevê a teoria de
Bronfenbrenner, níveis mais amplos de influência – incluindo o trabalho e
o nível socioeconômico dos pais, e tendências sociais, como urbanização,
alteração no tamanho da família, divórcio e novo casamento – ajudam a
formar o ambiente familiar e, portanto, o desenvolvimento da criança.
CLIMA FAMILIAR
O clima familiar é uma influência crucial no desenvolvimento. Um fator
importante é se o conflito está ou não presente em casa. Outras influências
importantes incluem o trabalho dos pais e o nível socioeconômico da
família.
Questões de parentalidade: do controle para a corregulação
Os bebês não opinam muito sobre o que acontece com eles; sua
experiência é o que os pais decidem que vai ser. Contudo, à medida que as
crianças ganham autonomia, o controle gradualmente passa dos pais para
o filho. As crianças começam a solicitar certos tipos de experiência,
negociam em busca de objetos desejados e comunicam suas novas
necessidades aos pais. Uma das maiores influências na família é como
pais e filhos lidam com essas mudanças no equilíbrio de forças.
Em geral, os adultos não são muito bons em
perceber quando as crianças mentem. Os
adultos são capazes de identificar mentiras
apenas um pouco melhor do que seria previsto
pelo acaso.
Stromwall, Granhag, & Landstrom, 2007
corregulação
Estágio de transição no controle do
comportamento, quando os pais exercem uma
supervisão geral e os filhos exercem a
autorregulação a cada momento.
comportamentos internalizantes
Comportamentos por meio dos quais
problemas emocionais são voltados para
dentro da pessoa; por exemplo, ansiedade ou
depressão.
comportamentos externalizantes
Comportamentos por meio dos quais uma
criança representa suas dificuldades
emocionais; por exemplo, agressão e
hostilidade.
A forma como o conflito familiar é resolvido também é importante. Se o
conflito familiar for construtivo, pode ajudar as crianças a verem a
necessidade de regras e padrões, bem como a aprenderem sobre quais
questões vale a pena discutir e quais estratégias podem ser eficazes
(Eisenberg, 1996). Por exemplo, em um estudo longitudinal, quando o
conflito familiar era resolvido de maneiras construtivas, as crianças
informavam mais segurança emocional um ano depois e, no ano
subsequente, mais comportamento pró-social (McCoy, Cummings, &
Davies, 2009).
As diferenças culturais também são importantes e tendem a exercer
efeitos complexos. Em geral, os pesquisadores verificam que em culturas
que enfatizam a interdependência familiar (como na Turquia, Índia e
América Latina), a parentalidade autoritária, com o seu alto nível de
controle, não está associada com sentimentos maternos negativos ou
autoestima baixa nas crianças em comparação com as culturas mais
individualistas (Rudy & Grusec, 2006). Os pais latinos, por exemplo, têm
filhos bem ajustados tanto quanto os outros grupos, apesar de tenderem a
exercer mais controle sobre as crianças em idade escolar do que os pais
euro-americanos (Halgunseth, Ispa, & Rudy, 2006) e terem expectativas
ainda mais estritas para as meninas (Domènech, Rodriguez, Donovick, &
Crowley, 2009). No entanto, as crianças na China, uma cultura coletivista,
tendem a ser negativamente afetadas pelo alto controle tanto quanto as
crianças de um país individualista como os Estados Unidos (Pomerantz &
Wang, 2009). Com relação ao baixo controle, filhos de pais iranianos
(Kazemi, Ardabili, & Solokian, 2010), espanhóis (Garcia & Garcia, 2009)
e de algumas partes da Europa (Calafat, García, Juan, Becoña, &
Fernández-Hermida, 2014), com estilo de parentalidade permissiva, têm
bons resultados, ao contrário do que foi observado em amostras norte-
americanas (Pinquart, 2017). Assim, a influência das estratégias de
controle dos pais é moldada pelo contexto cultural em que ocorre. Não
podemos dizer que uma determinada estratégia de parentalidade é “boa”
ou “ruim” sem levar em consideração a cultura em que ocorre.
verificador
você é capaz de...
Descrever como funciona a corregulação e como a
disciplina e o manejo dos conflitos familiares mudam
durante a terceira infância?
verificador
você é capaz de...
Identificar como o trabalho dos pais pode afetar os filhos?
Discutir os efeitos da pobreza sobre a parentalidade?
ESTRUTURA FAMILIAR
Nas gerações mais antigas, a imensa maioria das crianças crescia em
famílias com dois pais casados. Hoje, embora cerca de 2 em cada 3
crianças com menos de 18 anos vivam com dois pais biológicos ou
adotivos casados, ou com um padrasto/madrasta, essa proporção
representa um considerável declínio – de 85% em 1960 para 65% em 2017
(Figura 10.1). Aproximadamente 2,9 desses casais heterossexuais está em
coabitação, o que representa um aumento constante durante as últimas
décadas (Child Trends Databank, 2017). Outros tipos de famílias cada vez
mais comuns são as de gays e lésbicas, além de famílias comandadas por
avós.
FIGURA 10.1
Arranjos de moradia de crianças com menos de 18 anos, de 1970
a 2017.
A maioria das crianças com menos de 18 anos nos Estados
Unidos vive com os dois pais, mas a prevalência desse tipo de
família tem diminuído.
Fonte: Child Trends DataBank, 2017.
Em igualdade de circunstâncias, as crianças tendem a se desenvolver
melhor em famílias com dois pais que permanecem casados do que em
famílias em coabitação, divorciadas, de pai ou mãe solteiros ou segundas
famílias (Brown, 2010). A diferença é ainda mais forte para crianças que
crescem com dois pais em um casamento feliz. Isso sugere que o
relacionamento dos pais, a qualidade da parentalidade e sua capacidade de
criar um clima familiar favorável podem afetar o ajustamento das crianças
mais do que seu estado civil (Amato, 2005).
As diferenças no bem-estar das crianças são relativamente pequenas,
independentemente de morarem com famílias biológicas em coabitação,
famílias reconstituídas casadas/em coabitação ou em famílias mistas
(Artis, 2007). A instabilidade familiar, no entanto, pode ser nociva. As
crianças que passam por mais transições familiares, como divórcios ou
novos casamentos, são mais propensas a ter problemas de comportamento
e a envolver-se em comportamento delinquente do que as crianças em
famílias estáveis (Fomby & Cherlin, 2007; Magnuson & Berger, 2009). O
efeito negativo das transições familiares parece ser mais forte se ocorre
mais cedo no desenvolvimento e para os meninos (Cavanagh & Huston,
2008).
O envolvimento frequente e positivo do pai com seu filho está
diretamente relacionado ao bem-estar e ao desenvolvimento físico,
cognitivo e social da criança (McLanahan, Tach, & Schneider, 2013;
Cabrera, Tamis-LeMonda, Bradley, Hofferth, & Lamb, 2000).
Infelizmente, em 2014, mais de 23,6% das crianças moravam em lares
sem a presença do pai biológico (National Fatherhood Initiative, 2016).
Adaptando-se ao divórcio Os Estados Unidos têm um alto índice de
divórcio, ainda que não tão alto quanto o de muitos países europeus
(Organisation for Economic Co-operation and Development, 2018). A
taxa de divórcio dos Estados Unidos aumentou de 2,2 por 1.000 pessoas
em 1960 para o nível recorde de 3,5 por 1.000 em 1980 (Amato, 2014;
Cherlin, 2010). Desde então, a taxa diminuiu lentamente e atingiu 2,9 por
1.000 pessoas (Centers for Disease Control, 2017k).
O divórcio dos pais O divórcio é estressante para os filhos. Primeiro é o
estresse do conflito conjugal e então o da separação dos pais com a partida
de um dos genitores, geralmente o pai. As crianças podem não entender
totalmente o que está acontecendo. É claro que o divórcio também é
estressante para os pais, e pode afetar negativamente a educação dos
filhos. O padrão de vida da família provavelmente vai cair e, se o pai ou a
mãe for embora, o relacionamento com aquele que não terá a guarda da
criança poderá se deteriorar (Kelly & Emery, 2003; Amato, 2014). Um
novo casamento de um dos pais ou um segundo divórcio após o segundo
casamento poderá aumentar o estresse da criança, reforçando os
sentimentos de perda (Ahrons & Tanner, 2003; Amato, 2003).
Filhos de pais divorciados tendem a ser mais bem ajustados se
tiverem contato confiável e frequente com o genitor que não tem a
guarda.
Eric Audras/Onoky/SuperStock
verificador
você é capaz de...
Avaliar o impacto do divórcio dos pais sobre os filhos?
Discutir de que modo viver em uma família de pai
monoparental ou de pais coabitantes pode afetar as
crianças?
verificador
você é capaz de...
Identificar algumas questões e desafios especiais de uma
família recomposta?
Resumir os achados sobre os desfechos da criação de uma
criança por pais homossexuais?
Discutir as tendências na adoção e a adaptação das
crianças adotadas?
A cultura influencia como interpretamos as escolhas dos pais. Em
muitas culturas não industrializadas, as crianças frequentemente
cuidam dos irmãos mais jovens. Em países como os Estados
Unidos, a prática poderia ser considerada negligente, mas, em
muitas culturas, representa um papel importante para os irmãos,
definido culturalmente.
Lucian Coman/Shutterstock
verificador
você é capaz de...
Comparar os papéis dos irmãos em países industrializados
e não industrializados?
Discutir como os irmãos afetam o desenvolvimento uns dos
outros?
preconceito
Atitude desfavorável em relação a membros de
certos grupos diferentes do da própria pessoa,
principalmente grupos raciais ou étnicos.
POPULARIDADE
Boa parte das pesquisas sobre desenvolvimento infantil depende de fazer
as perguntas certas, do jeito certo, às crianças. Se um(a) pesquisador(a)
pedisse que as crianças em idade escolar ordenassem todos os colegas de
classe em função do status social, a resposta provavelmente seria silêncio
e confusão. Contudo, as crianças sabem facilmente dizer com quem
gostam de brincar, de quem mais gostam ou de quem acham que as outras
crianças mais gostam. Esse fenômeno é chamado de nomeação positiva.
As crianças também sabem facilmente descrever com quais outras
crianças não gostam de brincar, de quem menos gostam ou de quem
acham que as outras crianças não gostam. É a chamada nomeação
negativa. Ao fazer perguntas desse tipo a todas as crianças em uma sala de
aula, o(a) pesquisador(a) pode usar as respostas agregadas para determinar
um escore geral, ou contagem, para cada uma. A contagem pode ser
composta de nomeações positivas, nomeações negativas ou não
nomeações. Essa medida é chamada de popularidade sociométrica.
Crianças sociometricamente populares recebem muitas nomeações
positivas e poucas negativas. Em geral, elas têm boas habilidades
cognitivas, são realizadoras, têm facilidade para resolver problemas
sociais, ajudam as outras crianças e são autoconfiantes sem serem
problemáticas ou agressivas. Suas aptidões sociais superiores fazem com
que os outros apreciem sua companhia (Cillessen & Mayeux, 2004;
LaFontana & Cillessen, 2002; Masten & Coatsworth, 1998).
As crianças podem ser impopulares de duas maneiras. Algumas são
rejeitadas e recebem muitas nomeações negativas. Outras são
negligenciadas e recebem poucas nomeações de ambos os tipos. Algumas
crianças impopulares são agressivas, outras são hiperativas, desatentas ou
retraídas (Dodge, Coie, Pettit, & Price, 1990; LaFontana & Cillessen,
2002; Masten & Coatsworth, 1998). Outras ainda agem de maneira tola e
imatura ou ansiosa e insegura. Crianças impopulares geralmente são
insensíveis aos sentimentos das outras e não se adaptam bem a novas
situações (Bierman, Smoot, & Aumiller, 1993).
verificador
você é capaz de...
Identificar os efeitos positivos e negativos do grupo de
pares?
Identificar as características das crianças populares e
impopulares e discutir as influências sobre a popularidade?
AMIZADE
As crianças procuram por amigos que sejam iguais a elas em idade, sexo,
nível de atividade e interesses (McDonald et al., 2013; Macdonald-Wallis,
Jago, Page, Brockman, & Thompson, 2011). Embora as crianças tendam a
escolher os amigos com características étnicas semelhantes, amizades
transraciais/étnicas estão associadas com desfechos positivos do
desenvolvimento (Kawabata & Crick, 2008). Os amigos concordam que
são amigos, têm prazer com a companhia um do outro e o seu
relacionamento é voluntário, ao contrário daquele entre irmãos (Bagwell
& Schmidt, 2011).
Amigos frequentemente compartilham segredos – e risadas. As
amizades se aprofundam e se tornam mais estáveis na terceira
infância, refletindo o desenvolvimento cognitivo e emocional. As
meninas tendem a ter menos amigos que os meninos, mas suas
amizades são mais íntimas.
Jupiterimages/Getty Images
verificador
você é capaz de...
Listar as características que as crianças procuram nos
amigos?
Explicar como idade e gênero afetam as amizades?
intimidação (bullying)
Agressão deliberada e persistentemente
dirigida a um alvo específico, ou vítima, que
normalmente é fraco, vulnerável e indefeso.
BULLYING: UM PROBLEMA
MUNDIAL
Nos Estados Unidos, 28% dos alunos do 6º ano do
ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio informam
que sofreram intimidação, aproximadamente 30% dos
jovens admitem já ter praticado bullying contra outros e
70,6% dos jovens dizem que já observaram a prática nas
suas escolas (U.S. Department of Health and Human
Services, 2014). Como são esses números em outros
países? Na França, 32% dos alunos informam ser vítimas
de intimidação verbal e 35%, de ataques físicos. No Quênia,
entre 63 e 82% dos alunos informam estar sujeitos a
diversos tipos de intimidação, enquanto mais de metade dos
respondentes na África do Sul informam ter sofrido bullying.
As informações variam radicalmente: na Suécia, 15%
informavam bullying, mas, na Lituânia, o número chegava a
67% dos alunos (UNESCO, 2017). As estatísticas variam de
um país para o outro, mas o bullying é um problema global.
A intimidação ocorre independentemente de o país ser
rico ou pobre e em todos os países nos quais foi medida.
Por exemplo, o bullying varia de 7% no Tajiquistão a 74%
em Samoa. Os países mais ricos têm prevalências
semelhantes, com taxas que variam de apenas 14% na
República Tcheca a um máximo de 69% na Letônia e
Romênia (UNICEF, 2014).
O bullying e ambientes inseguros criam um clima de medo
e insegurança que levam a resultados negativos no
desenvolvimento. As pesquisas transculturais conduzidas
com adultos de 30 países europeus indicam que aqueles
que sofreram intimidação na infância apresentavam menor
satisfação com a vida (29%) do que aqueles que não
haviam sido vitimados (40%) (UNESCO, 2017). Estratégias
de prevenção e promoção da saúde precisam trabalhar os
problemas da intimidação para criar um mundo seguro para
todos.
Apesar de a riqueza do
país não explicar as taxas
de prevalência de bullying,
as taxas nesses países
apresentam grandes
disparidades entre si. Na
sua opinião, quais
poderiam ser as variáveis
relevantes em âmbito
nacional? A cultura poderia
impactar as características
que colocam as crianças
em risco de sofrer
intimidação?
verificador
você é capaz de...
Explicar como a agressão muda durante a terceira infância
e como o processamento de informação social e a violência
na mídia podem contribuir para isso?
Descrever como se estabelecem e se alteram os padrões
de intimidação e vitimização?
Saúde mental
Embora a maioria das crianças seja bem ajustada, mundialmente, a
prevalência de transtornos mentais em crianças e adolescentes é de cerca
de 13,4% (Polancyzk, Salum, Sugaya, Caye, & Rodhe, 2015). Estima-se
que a prevalência nos Estados Unidos seja de 13 a 20%, e há sugestões de
que a taxa possa estar aumentando (Perou et al., 2013).
Examinamos agora diversos transtornos emocionais comuns e então os
tipos de tratamento.
fobia escolar
Medo irreal de ir para a escola; pode ser uma
forma de transtorno de ansiedade de
separação ou de fobia social.
transtorno de ansiedade de separação
Condição envolvendo ansiedade excessiva e
prolongada por estar longe de casa ou de
pessoas a quem a criança é ligada.
fobia social
Medo extremo e/ou esquiva de situações
sociais.
Algumas crianças apresentam o transtorno de ansiedade
generalizada, que não se concentra em nenhum aspecto específico de sua
vida. Essas crianças se preocupam praticamente com tudo: notas na
escola, tempestades, terremotos e machucar-se no recreio. Elas tendem a
ser envergonhadas, inseguras e excessivamente preocupadas em atender às
expectativas dos outros. Elas buscam aprovação e precisam
constantemente de consolo, mas sua preocupação parece ser independente
do desempenho ou de como são vistas pelas outras pessoas (Harvard
Medical School, 2004a; USDHHS, 1999b). Bem menos comum é o
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). As crianças com esse
transtorno podem ficar obcecadas por pensamentos, imagens ou impulsos
intrusivos e repetitivos (geralmente envolvendo medos irracionais); ou
podem apresentar comportamentos compulsivos, como lavar as mãos
constantemente, ou ambos (American Psychiatric Association, 2000;
Harvard Medical School, 2004a; USDHHS, 1999b).
TÉCNICAS DE TRATAMENTO
O tratamento psicológico para transtornos emocionais pode assumir várias
formas. Na psicoterapia individual, o terapeuta atende cada criança
individualmente para ajudá-la a entender sua personalidade e seus
relacionamentos e para interpretar sentimentos e comportamentos. Esse
tipo de tratamento pode ser útil em um momento de estresse, como a
morte de um dos pais ou o divórcio parental, mesmo quando a criança
ainda não deu sinais de perturbação. A psicoterapia infantil costuma ser
mais eficaz quando combinada com aconselhamento dos pais.
psicoterapia individual
Tratamento psicológico em que o terapeuta
atende cada pessoa com problema
individualmente.
terapia familiar
Tratamento psicológico em que o terapeuta
trata toda a família em conjunto para analisar
padrões de atividade familiar.
terapia comportamental
Abordagem terapêutica que utiliza princípios
da teoria da aprendizagem para encorajar
comportamentos desejáveis ou eliminar
comportamentos indesejáveis; também
chamada de modificação comportamental.
arteterapia
Abordagem terapêutica que permite à pessoa
expressar sentimentos perturbadores sem o
uso de palavras, com diversos materiais e
mídias artísticos.
ludoterapia
Abordagem terapêutica que utiliza brinquedos
para ajudar uma criança a lidar com o
sofrimento emocional.
terapia medicamentosa
Administração de medicamentos para tratar
transtornos emocionais.
Na ludoterapia, o terapeuta observa enquanto uma criança
representa sentimentos perturbadores, frequentemente utilizando
materiais adequados ao desenvolvimento, como bonecos.
Photographee.eu/Shutterstock
verificador
você é capaz de...
Discutir as causas, os sintomas e os tratamentos de
transtornos emocionais comuns?
RESILIÊNCIA
Boa parte da história inicial da psicologia foi marcada por investigações
sobre os diversos riscos que podem colocar a criança em uma trajetória de
desenvolvimento negativa. Contudo, os psicólogos estão percebendo cada
vez mais que examinar a resiliência também tem seu valor. Crianças
resilientes são aquelas que suportam circunstâncias que poderiam
atormentar outras, que mantêm o equilíbrio e a competência sob condições
de perigo ou ameaça ou que se recuperam de eventos traumáticos. Os dois
fatores de proteção mais importantes que parecem ajudar a criança e o
adolescente a superar o estresse e que contribuem para a resiliência são
um bom relacionamento familiar e a atividade cognitiva (Masten &
Coatsworth, 1998; ver Tabela 10.2).
crianças resilientes
Crianças que resistem a circunstâncias
adversas, vivem bem apesar dos desafios ou
das ameaças, ou que se recuperam de
eventos traumáticos.
fatores de proteção
Fatores que reduzem o impacto de influências
potencialmente negativas e tendem a predizer
consequências positivas.
TABELA 10.2 Características das crianças e dos adolescentes
resilientes
Fonte Característica
Individual Bom funcionamento intelectual
Atraente, sociável, descontraído
Autoeficácia, autoconfiança, autoestima alta
Talentos
Fé
Família Relacionamento próximo com figura parental
cuidadosa
Parentalidade autoritativa: afeto, estrutura,
expectativas altas
Vantagens socioeconômicas
Ligações com redes familiares estendidas
apoiadoras
Contexto Vínculos com adultos pró-sociais fora da família
extrafamiliar Ligações com organizações pró-sociais
Frequência a escolas eficazes
Fonte: Masten e Coatsworth, 1998, 212.
pesquisa em ação
EXPERIÊNCIAS INFANTIS COM
ATAQUES TERRORISTAS
Tomsickova Tatyana/Shutterstock
Isso não significa que coisas ruins que acontecem na vida de uma
criança não têm importância. De modo geral, crianças com antecedentes
desfavoráveis têm mais problemas de adaptação do que aquelas com
antecedentes mais favoráveis, e mesmo algumas crianças aparentemente
resilientes podem apresentar sofrimento interno com possíveis
consequências de longo prazo (Masten & Coatsworth, 1998). Entretanto, o
que é encorajador a respeito desses achados é que experiências infantis
negativas não necessariamente determinam a vida de uma pessoa, e que
muitas crianças têm força suficiente para superar as circunstâncias mais
difíceis.
verificador
você é capaz de...
Citar as fontes mais comuns de medo, estresse e
ansiedade em crianças?
Identificar os fatores de proteção que contribuem para a
resiliência?
resumo e palavras-chave
O self em desenvolvimento
O autoconceito torna-se mais realista durante a terceira
infância, quando, de acordo com um modelo neopiagetiano, a
criança forma sistemas representacionais.
De acordo com Erikson, a principal fonte de autoestima é
como a criança vê sua competência produtiva. Essa virtude
se desenvolve por meio da resolução do quarto conflito
psicossocial – produtividade versus inferioridade.
As crianças em idade escolar internalizaram a vergonha e o
orgulho e podem entender melhor e regular as emoções
negativas.
A empatia e o comportamento pró-social aumentam.
O crescimento emocional é afetado pelas reações dos pais à
expressão de emoções negativas.
A autorregulação emocional envolve controle voluntário.
sistemas representacionais (293)
produtividade versus inferioridade (293)
A criança na família
Crianças em idade escolar passam menos tempo com os
pais e estão menos próximas a eles do que antes, mas o
relacionamento com os pais continua sendo importante. A
cultura influencia as relações e os papéis familiares.
O ambiente familiar tem dois grandes componentes: a
estrutura familiar e o clima familiar.
O tom emocional do lar, a forma como os pais lidam com
questões disciplinares e conflitos, os efeitos do trabalho dos
pais e a adequação dos recursos financeiros contribuem para
o clima familiar.
O desenvolvimento da corregulação pode afetar o modo
como as famílias lidam com conflitos e disciplina.
O impacto causado pelo fato de a mãe trabalhar fora
depende de muitos fatores relativos à criança, ao trabalho da
mãe e ao que ela sente a respeito; depende ainda de ela ter
um parceiro que a apoia; do nível socioeconômico da família;
e do tipo de cuidados e grau de monitoração recebidos pela
criança.
A pobreza pode prejudicar o desenvolvimento das crianças
indiretamente por meio de seus efeitos sobre o bem-estar dos
pais e seus estilos de parentalidade.
Muitas crianças hoje crescem em estruturas familiares não
tradicionais. Em igualdade de circunstâncias, as crianças
tendem a se desenvolver melhor em famílias tradicionais com
pai e mãe do que em famílias coabitantes, divorciadas,
monoparentais ou com padrasto/madrasta. A estrutura da
família, porém, é menos importante do que seus efeitos sobre
o clima familiar.
A adaptação dos filhos ao divórcio depende de fatores
relativos à criança, do modo como os pais lidam com a
situação, da guarda e de esquemas de visitação,
circunstâncias financeiras, contato com o genitor que não
detém a guarda (geralmente o pai), e o segundo casamento
do pai ou da mãe.
A quantidade de conflitos em um casamento e a
probabilidade de sua continuação após o divórcio podem
influenciar o fato de as crianças estarem em melhor situação
se os pais ficarem juntos.
Na maior parte dos divórcios, a mãe obtém a guarda, embora
a guarda paterna seja uma tendência em crescimento. A
qualidade do contato com o pai, quando este não detém a
guarda, é mais importante do que a frequência desses
contatos.
A guarda compartilhada pode ser benéfica para crianças
quando os pais podem cooperar. A guarda compartilhada
jurídica é mais comum do que a guarda compartilhada física.
Embora o divórcio parental aumente o risco de problemas no
longo prazo para os filhos, a maioria das crianças se adapta
razoavelmente bem.
Crianças que vivem apenas com um dos pais correm um
risco maior de ter problemas comportamentais e escolares,
em grande parte relacionados ao nível socioeconômico.
Estudos têm constatado desfechos positivos de
desenvolvimento em crianças que vivem com pais
homossexuais.
Crianças adotadas são geralmente bem ajustadas, embora
enfrentem desafios especiais.
Os papéis e responsabilidades dos irmãos em sociedades
não industrializadas são mais estruturados do que em
sociedades industrializadas.
Os irmãos aprendem sobre resolução de conflitos em seu
relacionamento um com o outro. O relacionamento com os
pais afeta o relacionamento entre os irmãos.
corregulação (296)
comportamentos internalizantes (296)
comportamentos externalizantes (296)
A criança no grupo de pares
O grupo de pares torna-se mais importante na terceira
infância. Os grupos de pares geralmente consistem em
crianças de idade, sexo, etnia e nível socioeconômico
semelhantes e que vivem próximas umas das outras ou que
vão juntas para a escola.
O grupo de pares ajuda a criança a desenvolver habilidades
sociais, permite que ela teste e adote valores
independentemente dos pais, proporciona um senso de
afiliação e ajuda a desenvolver seu autoconceito e a
identidade de gênero. Também pode encorajar a
conformidade e o preconceito.
Na terceira infância, a popularidade tende a influenciar a
adaptação futura. A popularidade pode ser medida
sociometricamente ou pela condição social percebida. Os
resultados podem ser diferentes. Crianças populares tendem
a ter boas habilidades cognitivas e sociais. Comportamentos
que afetam a popularidade podem resultar de
relacionamentos familiares e valores culturais.
A intimidade e a estabilidade das amizades aumentam
durante a terceira infância. Os meninos tendem a ter mais
amigos, enquanto as meninas tendem a ter amizades mais
íntimas.
Durante a terceira infância, a agressão tipicamente diminui. A
agressão instrumental costuma dar lugar à agressão hostil,
quase sempre com um viés de hostilidade. Crianças
altamente agressivas tendem a ser impopulares, mas podem
ganhar status à medida que passam para a adolescência.
A agressividade é promovida pela exposição à violência na
mídia e pode se estender até a idade adulta.
A terceira infância é um período propício para a intimidação,
mas padrões de intimidação e vitimização podem ser
estabelecidos bem antes. As vítimas tendem a ser fracas e
submissas ou encrenqueiras e provocadoras, e a ter baixa
autoestima.
preconceito (305)
viés de atribuição hostil (309)
intimidação (bullying) (311)
Saúde mental
Transtornos emocionais e comportamentais comuns em
crianças em idade escolar incluem transtornos da conduta,
transtornos de ansiedade e depressão infantil.
Técnicas de tratamento incluem psicoterapia individual,
terapia familiar, terapia comportamental, arteterapia,
ludoterapia e terapia medicamentosa. Normalmente as
terapias são utilizadas em combinação.
As crianças podem ficar traumatizadas diante do terrorismo e
da guerra.
Crianças resilientes são mais capazes do que outras de
suportar o estresse. Os fatores de proteção envolvem
relacionamentos familiares, capacidade cognitiva,
personalidade, grau de risco e experiências compensatórias.
transtorno de oposição desafiante (TOD) (313)
transtorno da conduta (TC) (313)
fobia escolar (314)
transtorno de ansiedade de separação (314)
fobia social (314)
transtorno de ansiedade generalizada (314)
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) (314)
depressão infantil (314)
psicoterapia individual (315)
terapia familiar (315)
terapia comportamental (315)
arteterapia (315)
ludoterapia (315)
terapia medicamentosa (315)
crianças resilientes (316)
fatores de proteção (316)
integridade do ego versus desespero De acordo com Erikson, a oitava e
última etapa do desenvolvimento psicossocial, quando as pessoas na vida
adulta tardia adquirem um senso de integridade do ego pela aceitação da
vida que tiveram, e assim aceitam a morte, ou se entregam ao desespero
pela impossibilidade de reviver suas vidas.
inteligência cristalizada Tipo de inteligência, proposto por Horn e
Cattell, que envolve a capacidade de lembrar e utilizar informações
adquiridas; é largamente dependente de educação e cultura.
inteligência emocional (IE) Termo de Salovey e Mayer para a
capacidade de entender e regular as emoções; um componente importante
do comportamento inteligente efetivo.
inteligência fluida Tipo de inteligência, proposto por Horn e Cattell, que
é aplicado a problemas novos e é relativamente independente de
influências educacionais e culturais.
interação genótipo-ambiente A parcela de variação fenotípica que
resulta das reações de indivíduos geneticamente diferentes a condições
ambientais similares.
internalização Durante a socialização, processo em que as crianças
aceitam padrões societais de conduta como sendo seus.
intervenção precoce Processo sistemático de acompanhamento que
ajuda as famílias a satisfazerem as necessidades de desenvolvimento das
crianças pequenas.
intimidação ( bullying ) Agressão deliberada e persistentemente dirigida
a um alvo específico, ou vítima, que normalmente é fraco, vulnerável e
indefeso.
intimidade versus isolamento O sexto estágio do desenvolvimento
psicossocial de Erikson, no qual jovens adultos formam vínculos fortes e
duradouros com amigos e parceiros afetivos ou enfrentam um possível
sentimento de isolamento e autoabsorção.
Inventário HOME de Observação Doméstica Instrumento para medir a
influência do ambiente doméstico no desenvolvimento cognitivo da
criança.
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