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crianças e
adolescentes para
ADOÇÃO
Autoras:
Aline Andolfo
Kelly Caraça
Vanessa Sousa
Janeiro de 2021
Ficha Técnica
INTRODUÇÃO P. 05
1. As Três Marias P. 08
1.1 Quem são as crianças e adolescentes aptas para
a adoção? P. 18
1.2 O que elas sentem? P. 19
Referências P. 45
INTRODUÇÃO
05
---Segundo o ECA (Estatuto da Criança e
Adolescente), a responsabilidade de preparar para
adoção é do serviço de acolhimento. O artigo 92 do
ECA determina que “as entidades que desenvolvem
programas de acolhimento familiar ou institucional
deverão adotar os seguintes princípios: (...) VIII -
preparação gradativa para o desligamento”.
---Infelizmente, em alguns lugares no Brasil, a
participação da equipe técnica do serviço de
acolhimento ainda não é considerada como
fundamental. Esses profissionais, muitas vezes, são
surpreendidos com decisões e há aqueles que nem
têm acesso ao processo dos acolhidos que cuidam
diariamente.
---Apesar de um trabalho extremamente relevante, os
profissionais carecem de recursos que os auxiliem
nesse processo de preparação para adoção. Muitas
são as questões que envolvem esse tema:
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Como preparar?
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06
---Diante de tais questionamentos, este material
propõe reflexões fundamentadas teoricamente para
que se possa olhar para a prática profissional e
identificar maneiras para fazer a diferença na vida
destas crianças e adolescentes, colocando-as em
prática quando necessário.
---Para isso, compartilhar-se-á a história das “Três
Marias”: Maria Júlia - 7 anos, Maria Lívia - 5 anos e
Maria Luiza - 1 ano. “Três Marias” que ajudarão na
ilustração do conteúdo a ser apresentado.
07
TRÊS
MARIAS
---Era uma vez três Marias: Maria Júlia - 7 anos, Maria
Lívia - 5 anos e Maria Luiza - 1 ano. Para facilitar a leitura,
utilizar-se-á o segundo nome de cada uma delas: Júlia,
Lívia e Luiza.
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Ao chegar à casa das garotas, o Conselho Tutelar logo
percebeu que elas não se alimentavam há alguns dias.
Naquele momento, elas começaram a chorar de medo.
Júlia se desesperou, pois se sentiu culpada por aquela
situação, por acreditar não ter conseguido cuidar das
irmãs. No carro do Conselho Tutelar, elas foram sentadas
bem pertinho uma das outras, quase que grudadas, com os
olhos estatelados e com muito medo.
10
Um ano e meio após várias tentativas e uma ausência
ainda maior de Jerusa e Baltazar, fundamentado no
trabalho, relatório e sugestão dos técnicos que
acompanhavam o caso no SAICA e Vara da Infância, o juiz
determinou a destituição do poder familiar, considerando
também que não haviam outros membros da família com
interesse e possibilidade de cuidar das três meninas.
11
Devido à situação, as meninas só foram informadas da
transferência no dia em que isto aconteceria. Ao saberem,
elas choraram muito, se despediram apenas de quem
estava no serviço e foram transferidas para outro SAICA.
Júlia e Lívia chegaram lá muito tristes, mal ouviam o que a
educadora dizia quando lhes apresentava a nova casa, o
novo quarto e os novos amigos.
-
12
No dia seguinte os "padrinhos" iriam conhecê-las
pessoalmente, por isso elas não foram para as
atividades rotineiras e ficaram esperando. Quando eles
chegaram, as meninas ficaram com muita vergonha,
porém, como haviam trazido presentes para cada uma
delas, aos poucos foram ficando mais à vontade.
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---Então, decidiu-se iniciar a fase da convivência e tudo
estava indo bem, porém, episódios de agressividade e
raiva começaram a ser mais frequentes. Uma noite, Júlia
começou a chorar descontroladamente, sem motivo
aparente, o que levou o pai a colocá-la no quarto para se
acalmar e pensar em seu comportamento. Em meio a
muito choro, a menina gritava que queria voltar para o
abrigo, então começou a colocar as coisas dela em um
saco.
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O caso das “Três Marias” a s c o m n t if ic
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alguma situação? ta ç
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16
---Ao longo de toda prática, seja na preparação de
crianças e adolescentes para adoção, no dia a dia do
SAICA ou apadrinhamento afetivo, essas inquietações
se fizeram presentes. O caso apresentado é fictício,
mas os acontecimentos são uma pequena amostra de
circunstâncias das quais é necessário lidar na nossa
caminhada profissional.
17
1.1 Quem são as
crianças e adolescentes
"aptas" para
a adoção?
18
1.2 O que elas sentem?
19
2. O que é
preparar para
adoção?
Cada criança é única no mundo, ainda que faça
parte de um grupo de irmãos. A forma como ela
experienciou a violação de direitos é singular. Não
existe “receita de bolo”, mas existem alguns aspectos
importantes a serem considerados e trabalhados
com as crianças: o luto pela família biológica precisa
ser reconhecido e legitimado; elas precisam entender
sua história; tomar conhecimento sobre as decisões
judiciais, ouvir a verdade através de uma narrativa
que contemple a idade cronológica da criança; é
preciso trabalhar o sentimento de culpa, as fantasias
e expectativas com relação à família substituta.-
21
2.1 O luto
não reconhecido
23
---Casselato (2005 apud Tinoco, 2007) cita quatro
indicadores de não reconhecimento do luto: 1) falso
entendimento que atribui incapacidade da criança
entender questões envolvidas no abandono; 2) às
vezes a criança foi acolhida quando bebê e o
pensamento equivocado de que não existia vínculo
com a mãe; 3) as figuras parentais estão vivas e há a
inexistência de mortos; e 4) a forma como a criança
expressa o luto pode ser diferente do adulto. Esses
quatro indicadores podem fazer com que os adultos
cuidadores não legitimem o sentimento de luto das
crianças e adolescentes que vivem em serviços de
acolhimento.
---Em nossa sociedade ainda é muito forte a ideia de
que a criança não é capaz de entender certas coisas.
Logo, é preferível criar mentiras ou omitir dados para
evitar que elas sofram.
---No contexto de crianças e adolescentes em
situação de acolhimento com seus pais destituídos do
poder familiar, “falar da saída, é de novo retomar a
questão do abandono, da falta, da perda e isso
custa”. (Marin, 1999 apud Peiter, p.62).
---Segundo Dolto (2018, p.XVII), “as crianças desejam
inconscientemente, precisam e têm o direito de saber
a verdade, mesmo que seu desejo consciente quando
expressas em palavras, a pedido do adulto, prefira o
silêncio enganador, que gera angústia a verdade”.
24
---Na ilusão de poupar a criança e adolescente, a
equipe pode buscar formas não adequadas de se
comunicar, como no caso das “Três Marias”. Existiram
emergências legítimas no serviço de acolhimento,
mas conversar com as irmãs, dizer a verdade, dar
tempo para elas também era uma emergência.
Aqueles que profissionalmente se deparam com o
luto e com pessoas enlutadas, igualmente se sentem
impotentes, principalmente quando se trata de
crianças [...] e o não reconhecimento do luto é,
portanto, um mecanismo de defesa para evitar
contato com uma situação que causa dor e
impotência (TINOCO, 2007 p. 68 e 69).
25
---Marin (1999 apud Peiter, 2007, p.62), diz que “falar a
verdade é a forma da criança poder se situar, se
discriminar, mesmo que seja chorando a sua dor, é a
forma de viver a tristeza da separação, da dor da
perda.”
---Outro fato importante foi a decisão de apresentar
os pretendentes à adoção como “padrinhos”. As
crianças já sabiam sobre o processo de adoção, pois
o assunto já havia sido conversado com elas. No
entanto, apresentar o casal através desse termo,
pode ter acentuado o sentimento de insegurança
nelas. Não que essa tenha sido a razão pelas
dificuldades que culminaram na desistência do casal,
mas possivelmente contribuiu para que elas
existissem.
---Dizer a verdade significa incluir as crianças nas
decisões de sua vida, é colocá-las como
protagonistas de suas histórias. Para isso, os técnicos
e adultos envolvidos precisam promover essa escuta
e participação. O protagonismo é um ato de respeito.
Ele dá segurança e confiança à criança e ao
adolescente.
26
3. E quando
separam os
irmãos?
---No início da vida, as crianças em sua maioria, possuem
como principais cuidadores seus familiares, que
normalmente incluem seus pais, irmãos, avós, tios e primos,
além de amigos dos familiares e vizinhos, que por vezes,
também exercem esse papel. Segundo pesquisadores da
Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (2016, p.5) “essas
pessoas podem ter um papel importante na vida da
criança, à medida que se envolvam frequentemente com
os seus cuidados e educação”. Esclarecem que os vínculos
familiares são estabelecidos através da oferta de cuidados
e educação dentro do contexto familiar, ressaltam que tais
vínculos irão propiciar uma “base segura para o
desenvolvimento integral” da criança.
---Para os autores, a criança, principalmente quando
exposta a situações de estresse, irá buscar a vinculação
afetiva com um cuidador através de uma “tendência
natural” que se apresenta como estratégia de
sobrevivência. No caso apresentado “Três Marias”,
podemos constatar que havia ali um investimento e uma
construção de vínculos familiares que se dava através da
relação fraternal. No caso, Júlia, a mais velha, fornecia os
cuidados às irmãs mais novas, apesar da pouca idade.
---Em nossa prática profissional, presenciamos e
atendemos diversas crianças e adolescentes que, em
algum momento da trajetória do acolhimento, passaram
por rompimento de contato com um ou mais irmãos. Vimos,
então, os mais variados motivos de afastamento, sendo
estes dois mais comuns em nossa prática: quando um ou
mais deles - mas nem todos- tinha a possibilidade de ficar
com a família de origem; e quando a separação se dava
com o argumento de que a adoção só poderia acontecer
se o desmembramento fosse realizado, ou simplesmente
porque ela poderia ser facilitada com tal decisão.
28
---A primeira situação citada normalmente acontece
quando as crianças ou os adolescentes são filhos de
genitores diferentes. Como no caso aqui apresentado, em
que uma mãe tem três filhos, sendo um ou mais deles de
paternidade diferente. Pelo fato da família de origem (parte
paterna) não ser necessariamente a mesma para todos os
irmãos, acaba por existir a possibilidade da criança ou
adolescente ser desacolhido por algum membro dessa
família. Júlia e Lívia, por exemplo, poderiam ser
desacolhidas por um membro da família de Joberson, ou
por ele mesmo, caso não estivesse recluso, e se o poder
judiciário entendesse que isso seria possível e benéfico às
meninas. Então, a adoção de Luiza possivelmente seria
mantida.
---A segunda situação, talvez a mais frequente, foi a mais
presenciada por nós em casos de adoção, por isso será a
mais explorada aqui, para que possamos pensar através
do caso das Três Marias. Ressaltamos, porém, que não é
menos importante que a primeira.
---Morillo (2019), faz uma crítica citando que é a partir de
uma suposta possibilidade de adoção que iniciam-se os
questionamentos sobre a decisão de separação ou não de
grupos de irmãos, com intenção de que as crianças
possam ter “maiores chances” de serem adotadas, e
esclarece que isso possivelmente irá priorizar a separação
à manutenção do vínculo fraterno.
---Até que a criança possa ser adotada e até que ela possa
se sentir pertencente à sua família por adoção, os irmãos
normalmente são sua principal referência de vínculo. Para
Braier (2000 apud Peiter, 2017, p. 81),“em situações de
desamparo e carência materna, a união da fratria
configura uma verdadeira estrutura vincular, um sistema
defensivo – estruturante que, criando uma fantasia de
completude, os auxilia a lidar com a falha ambiental”.
29
---Sendo assim, podemos considerar que, para estas
crianças, o vínculo entre os irmãos, em situação de
vulnerabilidade, já se torna importante antes mesmo do
momento do acolhimento. E, na ausência de cuidados
básicos por um adulto, eles encontrarão as mais variadas
maneiras de sobrevivência, tendo como base, apoio ou
oferta de cuidado a referência do grupo fraterno.
---Hamad (2001 apud Peiter, 2017) fala da possibilidade de
que a situação traumática seja “incrementada” no
momento da separação de irmãos que já vivenciaram a
separação dos pais biológicos. Por este motivo,
precisamos nos atentar às decisões tomadas em relação
às possíveis separações e as consequências para cada
grupo de irmãos. A avaliação (principalmente dos técnicos
do abrigo, que atuam no dia a dia no cuidado da criança e
adolescente em questão), neste momento, é de extrema
importância para a compreensão das possíveis
consequências.
---Aqui, chamamos a atenção para uma observação:
nem tudo que parece óbvio realmente o é. Será que o
fato de Júlia e Lívia não falarem da irmã no novo abrigo
mostra a inexistência de vínculo entre elas? Ou, será que
não fazia sentido falar sobre isso para aquelas pessoas
que talvez nem soubessem da existência da irmã? Ou
talvez, estava tão difícil lidar com mais uma separação
que o fato de silenciar a situação seria uma tentativa de
amenizar a dor? Como falar da dor para
desconhecidos? Alguém, por acaso, perguntou-lhes
como se sentiam?
30
---Peiter (2017) afirma sobre a importância dos vínculos
fraternos afetivos nos momentos de separação, perda
dos pais e desamparo. Mas, coloca também que quando
se trata deste assunto é preciso estar atento ao risco de
generalização, pois cada família terá suas
especificidades. Neste sentido, as perguntas feitas como
possibilidades no parágrafo anterior precisam ser
entendidas e respondidas, olhando para cada caso
específico, o que poderia gerar outros questionamentos
a nós profissionais.
---Como forma de atuar e atender o que preconiza o
ECA no artigo 92 – “V – não desmembramento de grupos
de irmãos”, criou-se como alternativa a adoção
chamada "compartilhada'' (termo não oficial). Nesse
caso, os irmãos são divididos em duas ou mais famílias
por adoção e a família adotiva se compromete a
proporcionar o contato entre o grupo de irmãos.
A separação de irmãos que propõe a manutenção do
vínculo entre as crianças, mesmo quando em
diferentes famílias, parece-nos uma proposta
interessante. Uma alternativa de instaurar uma
relação de verticalidade muito necessária com uma
forma alternativa de manter as ligações entre as
crianças. Embora implique um tipo de separação não
livre das suas dores, esta alternativa dá sinais de
alguma viabilidade diante deste cenário tão
complexo. (PEITER, 2017, p.93)
31
---Nossa experiência em atendimentos de preparação
para adoção mostra que é possível construir a
possibilidade de adoção de um grupo de irmãos
separados, desde que se respeite e dê lugar ao luto.
Além disso, é necessário construir com as crianças um
lugar de fala e escuta, que as ajude a entender que
continuarão sendo irmãos, mesmo vivendo em casas
separadas.
32
4. Aproximação
gradativa e fase
de adaptação
---Quando surge a possibilidade de adoção para uma
criança ou adolescente, a realização do processo, de
maneira cuidadosa e gradativa, faz parte da
preparação da criança, do adolescente e dos
adotantes. A forma como as equipes irão conduzir este
momento poderá deixar “marcas” positivas ou
negativas, pois este é um momento bastante
significativo e, geralmente, muito esperado pelos
pretendentes, crianças e adolescentes.
---É importante que, neste período, seja trabalhada com
a criança ou adolescente partes da história de vida dos
adotantes e vice-versa, uma vez que esta história
contribuirá com o processo de construção de vínculo
entre ambos. Traçar estratégias para que isso aconteça
sem imposição é essencial.
---A pergunta que surge através do caso das “Três
Marias” é: até que ponto foram considerados, no
processo de aproximação, a história, os vínculos e os
lutos das meninas que acabaram sendo devolvidas?
Parece que ali não houve espaço para pensar nas
histórias e, assim, “traduzir” o que era necessidade delas
naquele momento.
---O manual de orientações técnicas para os serviços
de acolhimento traz a importância da aproximação
gradativa para a formação de vínculo em situações em
que a adoção é vista como a melhor medida.
34
---É importante esclarecer não só aos adultos
envolvidos na adoção, mas também às crianças, que a
aproximação é gradativa e que existirá a fase de
adaptação para que seja possível verificar se a
colocação em família substituta será mesmo a melhor
medida para ambos.
---O início desse processo de aproximação entre a
criança e a família poderá se dar por meios de
comunicação não presencial, ou seja, cartas, fotos,
vídeos, e, posteriormente, por encontros presenciais
com acompanhamento da equipe até que seja possível
um contato sem tal acompanhamento.
---Sabemos que o Poder Judiciário estabelece prazos
para que isso ocorra, porém, é essencial levarmos em
conta o “tempo psíquico” de cada criança, não
deixando que o tempo jurídico atropele as necessidades
individuais.
---É interessante que os primeiros contatos sejam
intermediados por algum profissional da instituição, o
qual a criança tenha maior vínculo e confiança, pois
isso trará mais segurança no momento de
aproximação, que normalmente é um período repleto
de medos, idealizações, desconforto e insegurança.
---Para as colaboradoras do Grupo Aconchego (2016, p.
43), “se ambos, crianças e adultos, tiverem a clareza do
que seja um estágio de convivência, de que ainda não
são pais e filhos, que esse é o momento de se
descobrirem e se conhecerem, certamente os riscos de
insucessos na vinculação afetiva serão diminuídos”.
35
4.1 Comportamentos
esperados
36
---Entre os principais comportamentos de crianças e
adolescentes, descritos por adotantes, família
extensa e profissionais que acompanham a formação
de novas famílias via adoção, estão: irritação, choro,
insegurança, retraimento, birras, pesadelos, agitação,
dificuldade de aprendizagem, problemas de atenção,
regredir às fases anteriores, não seguir regras,
dificuldade de alimentação, verbalizar que quer voltar
para o serviço de acolhimento e responder aos
adotantes que estes não são seus pais. Tais
comportamentos podem estar relacionados à forma
com que a criança ou adolescente encontra para se
certificar que não será abandonada novamente, visto
que o receio de reviver novos abandonos é real e
singular.
---A criação de novos vínculos não obedece a uma
lógica ou cronologia e as manifestações podem
ultrapassar o período do estágio de convivência. Mas,
se faz necessário ressaltar as fases de
desenvolvimento infantil, compreender e identificar
comportamentos característicos de determinadas
fases, visto que auxiliam na compreensão dos
comportamentos apresentados. As crianças entre 06
a 12 anos, por exemplo, estão desenvolvendo domínio
nas habilidades escolares e sociais, e a falha pode
levá-las a sentimentos de inferioridade e baixa
autoestima, segundo Erikson (1998).
37
---Além dos comportamentos manifestados pelas
crianças no caso “As Três Marias”, é válido relembrar
quais foram as ações tomadas pelos adultos para
responder aos comportamentos infantis: para
agressividade, o questionamento da técnica para a
criança e a afirmação “ninguém gosta de uma
pessoa que fica brava por qualquer coisa”; aos
comportamentos regredidos, os “pais” disseram que
as meninas já eram crescidas; para o choro
descontrolado e sem motivo aparente, o “pai” a
colocou para se acalmar e pensar no quarto;
referente ao teste de limites no carro, a “mãe”
chamou a atenção; sobre as falas de retorno ao
abrigo e que aqueles não eram seus pais, o
consentimento de retorno ao abrigo.
39
4.3 Como estimular o
protagonismo
infantil?
40
5. Como manejar a
preparação para
adoção?
---Como trabalhar questões tão intensas que
precisam de um tempo para elaboração?
Falar a verdade.
42
Construir a possibilidade de adoção
juntamente com a criança/ adolescente,
explorar suas angústias, seus medos, suas
fantasias. A aproximação precisa ser
realmente gradativa: trocar cartas, vídeos,
mensagens, até se conhecerem de fato. O
local de encontro deve ser um lugar acolhedor
que promova interação, como um parque da
Cidade. É bom evitar centro de compras como
Shopping Centers, Supermercados e afins.
43
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44
Referências
ERIKSON, Erik Homburger; ERIKSON, Joan Mowat. O ciclo da vida completo. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1998.
FMCSV - Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Importância dos vínculos familiares na
primeira infância: estudo II / Organização: Comitê Científico do núcleo pela infância.
Redação: Beatriz de Oliveira Abuchaim...[et al.]. -1ª Edição. (Série Estudos do Comitê
Científico: NCPI; 2). São Paulo: FMCSV, 2016.
PEITER, Cynthia; PAIVA, Leila Dutra de.; SILVA, Marcia Regina da. Atendimento
psicanalítico na adoção. Coordenação Isabel Cristina Gomes. 1ª Edição. São Paulo:
Zagodoni, 2017.
45
PEITER, Cynthia. Vínculos e Rupturas na Adoção: do abrigo para a família adotiva.
Dissertação (Mestrado), Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007.
SILVA, Carolina Lemos da. Processo de Filiação: um estudo de adoção de dois irmãos
maiores. Dissertação (Mestrado). Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Rio Grande
do Sul, 2011.
46