apresenta um determinado grupo de organismos, tanto maior é a divisão de trabalho observada entre as células que os constituem. A associação de células, que se verifica nos indivíduos pluricelulares, permite o desenvolvimento de um processo cooperativo. Cont.
Esse processo impede a competição celular e
contribui para a sobrevivência do grupo de células em condições nas quais células isoladas poderiam não sobreviver. Além disso, a associação celular permitiu, ao longo do mecanismo evolutivo, o surgimento de grupos celulares especializados na execução de determinadas funções. Cont.
Essa divisão de trabalho é consequência do
aparecimento de células diferenciadas, isto é, especializadas na execução de determinadas tarefas.
Os vegetais inferiores, como as algas, não
exibem uma organização de tecidos muito especializada; Cont.
há casos em que cada célula desempenha
todas as actividades vitais necessárias para a sobrevivência e reprodução do indivíduo. Nos vegetais superiores, é relativamente fácil perceber a presença de tecidos especializados, com funções geralmente bem definidas. Cont.
No entanto, os tecidos vegetais apresentam
sempre um menor grau de diferenciação que os tecidos animais e uma distinção anatômica menos nítida. Conceito de tecido
Tecido é um agrupamento de células
diferenciadas e especializadas na execução de certa função.
Existem, porém, tecidos indiferenciados, cujas
células são dotadas de elevada capacidade proliferativa (reprodutiva), sendo, por isso, capazes de originar os diversos tecidos que formam o organismo. Cont.
Nos tecidos cujas células são muito
diferenciadas, por sua vez, a capacidade de reprodução, quando existe, é normalmente pouco significativa.
As células indiferenciadas são consideradas
totipotentes, por terem a potencialidade de originar células novas, inclusive diferenciadas, que farão parte de outros tecidos do organismo. Desvantagens da estrutura unicelular
Os protozoários, são exemplos de organismos
unicelulares. Nesses casos, a célula sozinha é capaz de executar todas as tarefas que envolvem a manutenção de vida no organismo e também a continuidade da espécie, através do mecanismo reprodutivo. Cont.
Entretanto, a estrutura unicelular traz algumas
desvantagens ao indivíduo. A perfuração, por exemplo, da membrana celular, pode acarretar a morte da célula e consequentemente do organismo, o que não acontece com os indivíduos pluricelulares, nos quais a morte de uma célula ou mesmo de várias não implica, necessariamente, a morte do indivíduo. A origem dos tecidos animais
No ser humano e em todos os animais
complexos, seres de reprodução sexuada, os tecidos têm origem a partir de uma única célula, denominada célula-ovo ou zigoto. Através de sucessivas divisões mitóticas, o zigoto produz um grupo de células que darão início à formação do embrião. Cont.
Com excepção das esponjas e dos celenterados
(como a hidra), o embrião de outros animais contém três tecidos ou folhetos embrionários, que originam os demais tecidos do organismo.
A seguir, veremos os folhetos embrionários e os
exemplos de alguns tecidos que eles originam. Cont.
Ectoderme- folheto responsável pela formação
da epiderme e seus anexos(unhas, pêlos, etc) e também do tecido nervoso;
Endoderme- folheto responsável pela formação
dos tecidos de revestimento do tubo digestivo e das glândulas anexas, do aparelho respiratório, da bexiga, entre outros. Cont.
Mesoderme- folheto responsável pela formação
de vários tecidos internos do corpo animal, como o tecido conjuntivo (sangue, linfa, esqueleto, etc.) e o tecido muscular. Os Tecidos Básicos dos Animais
Apesar da grande complexidade, o organismo
humano é constituído por apenas 4 tipos básicos de tecidos: o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso; Junqueira & Carneiro (2008:66). Cont.
Estes tecidos, que são formados por células e
moléculas da matriz extracelular (MEC), não existem como unidades isoladas, mas associados uns aos outros, formando os diferentes órgãos e sistemas do corpo; Junqueira & Carneiro (2008:66). Características principais dos quatro tipos básicos de tecidos Tecido Células Matriz Funções Extracelular principais Nervoso Longos Nenhuma Transmissão de prolongamentos impulsos nervosos Epitelial Células Pequena Revestimento poliédricas quantidade da superfície ou justapostas de cavidades do corpo, secreção Muscular Células Quantidade Movimento alongadas moderada contrácteis Conjuntivo Vários tipos de Abundante Apoio e células fixas e protecção migratórias Tecidos Epiteliais
Os tecidos epiteliais ou epitélios, são os tecidos
que cobrem a superfície do corpo, revestem as cavidades ou canais e fazem parte da formação das glândulas.
São formados por células justapostas e
geralmente poliédricas. Cont.
Essa justaposição celular, acarreta a escassez
de substâncias intercelulares nesses tecidos. Por serem também desprovidos de vasos sanguíneos, os epitélios são nutridos por difusão, pelo tecido subjacente, que é o tecido conjuntivo, daí que justifica-se o facto de se encontrarem células vivas no epitélio, embora este não seja vascularizado. Cont.
Os tecidos epiteliais, portanto, estão sempre
apoiados sobre uma camada de tecido conjuntivo subjacente. Essa camada de tecido conjuntivo é denominada lâmina própria.
O epitélio não se encontra apoiado directamente
na lâmina própria. Entre ambos existe uma camada acelular, constituída principalmente de proteínas e glicoproteínas, chamada membrana basal. Cont.
A membrana basal, permeável aos nutrientes
provindos da lâmina própria, permite que o epitélio seja convenientemente alimentado, além de servir-lhe de suporte, promovendo sua eficiente fixação no tecido conjuntivo. Fig.1. Associação entre o tecido epitelial e a lâmina própria ou tecido conjuntivo Nota:
As células epiteliais são envolvidas por uma
camada delicada, constituída basicamente de glicoproteínas. Essa camada, cujo nome é glicocálix, serve para aumentar a adesão entre as células. Tipos de Tecidos Epiteliais
Os epitélios são divididos em dois grupos
principais, de acordo com a sua estrutura e função: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. Esta divisão é arbitrária, pois há epitélios de revestimento nos quais todas as células secretam (por exemplo, o epitélio da cavidade do estômago), ou em que há algumas Cont.
células glandulares espalhadas entre as células
de revestimento (por exemplo, células mucosas do intestino delgado ou traquéia); Junqueira & Carneiro (2008:72).
Nos epitélios de revestimento as células são
organizadas em camadas que cobrem a superfície externa do corpo ou revestem cavidades do corpo; (Idem). Cont.
Os epitélios glandulares são constituídos por
células especializadas na actividade de secreção. As moléculas a serem secretadas são em geral temporariamente armazenadas nas células em pequenas vesículas envolvidas por uma membrana, chamadas grânulos de secreção; Junqueira e Carneiro (2008:74). Epitélios de Revestimento e seus Critérios de Classificação
Os epitélios de revestimento podem ser
classificados de acordo com o número de camadas de células e conforme as características morfológicas das células na camada superficial; Junqueira & Carneiro (2008:72). Classificação de acordo com o número de camadas celulares Critério Designação Características Número de camadas Simples Uma única camada de celulares células. Estratificado Várias camadas de células. Pseudoestratificado Uma única camada de células, de tamanhos diferentes, conferindo ao epitélio uma aparente estratificação. Classificação de acordo com a forma das células superficiais Critério Designação Características Forma das células Pavimentoso, Células achatadas em superficiais escamoso ou plano forma de ladrilho. Cúbico Células em forma de cubo. Prismático, colunar ou Quando as células cilíndrico estão em forma de prismas De transição Constituído por várias camadas de células dotadas de grande flexibilidade e cujo formato varia. Classificação dos diferentes tipos de tecido epitelial e sua localização
Número de camadas Forma das células Localização
de células Simples Pavimentoso Cápsula de Bowman (rim), endotélio e mesotélio. Cúbico Ovário, ductos de glândulas, folículos tireoidianos. Prismático, cilíndrico Revestimento do ou colunar intestino, vesícula biliar (sem cílios), na trompa (com cílios). Cont.
Número de Forma das Localização
camadas de células células Pseudoestratificado Cilíndrico Revestimento (Cont.) da traquéia, brônquios, cavidade nasal. Cont.
Número de Forma das Localização
camadas das células células Estratificado Pavimentoso Córnea, pele, vagina. Cúbico Ductos das glândulas sudoríparas. Prismático Uretra masculina. De transição Bexiga, ureteres. Fig. 2. Tipos de epitélio: pela forma e arranjo das células Epitélios Glandulares e seus Critérios de Classificação
Os epitélios glandulares são constituídos por
células especializadas na actividade de secreção. Eles se originam de grupos de células que proliferam a partir dos epitélios de revestimento, formando as glândulas. Fig. 3. Glândula formada a partir da invaginação do epitélio Critérios de classificação das glândulas
Existem três critérios de classificação das
glândulas:
Local onde a secreção é eliminada;
Modo de eliminar as secreções e;
Número de células que formam a glândula.
Quanto ao local de eliminação das secreções
Exócrinas- eliminam o produto elaborado na
superfície do epitélio de revestimento que originou a glândula. Elas são dotadas de dutos ou canais que transportam a secreção desde a glândula até o epitélio. Exemplos: glândulas sudoríparas, mamárias, lacrimais, sebáceas e salivares. Nota:
As glândulas sudoríparas estão presentes
apenas nos mamíferos. Em alguns deles ocorrem de forma escassa, como nos cães, onde se distribuem mais nas patas. No homem, existem cerca de dois milhões, com uma distribuição mais acentuada nas palmas das mãos, na planta dos pés e nas axilas. Cont.
As glândulas sebáceas também ocorrem
apenas nos mamíferos. No homem, não aparecem na palma das mãos e na planta dos pés; são mais frequentes no rosto e no couro cabeludo. Libertam um material gorduroso que lubrifica os pêlos e a pele. Cont.
Endócrinas- não têm contacto com o epitélio
que as originou: são desprovidas de ductos ou canais transportadores, sendo suas secreções colectadas pelos vasos sanguíneos; tais secreções são chamadas de (hormonas). Exemplos: hipófise, tireóide, adrenais, ovários e testículos. Cont. Anfícrinas ou mistas- apresentam duplo comportamento, isto é, são ao mesmo tempo exócrinas e endócrinas. O pâncreas por exemplo, tem actividade exócrina quando elabora e elimina no interior do intestino o suco pancreático, com função digestiva; tem actividade endócrina ao elaborar a insulina e a glucagona, hormonas que regulam a glicémia (taxa de glicose no sangue). Quanto ao modo de eliminação das secreções Merócrinas- as células eliminam exclusivamente os produtos secretados. Exs.: glândulas lacrimais, salivares e sudoríparas.
Holócrinas- as células desintegram e são
eliminadas juntamente com o produto elaborado. Neste caso, a actividade da glândula é mantida por um contínuo processo de renovação celular. Ex. glândulas sebáceas. Cont.
Apócrinas ou holomerócrinas- as células
eliminam a secreção juntamente com parte de seu conteúdo protoplasmático; em seguida, a célula secretora regenera-se. Exemplo: glândulas mamárias. Fig. 4. A eliminação das secreções em glândulas merócrinas, holócrinas e apócrinas Quanto ao número de células
Unicelulares- compõem-se de uma única
célula. Exemplo: glândulas caliciformes das fossas nasais, cuja função é secretar o muco, uma substância de carácter viscoso que retém as partículas sólidas do ar que penetra no tubo respiratório. Cont.
Pluricelulares- constituídas por grupos de
células, podendo ser tubulares (região secretora em forma de tubo), alveolares ou acinosas (região secretora arredondada) e túbulo-alveolares (região secretora com forma intermediária entre as duas). Fig. 5. tipos de glândulas quanto ao número de células Fig. 6. Formação de glândulas a partir de epitélios de revestimento Considerações sobre os epitélios
• As células epidérmicas mais externas dos
animais como os répteis, as aves e os mamíferos, principalmente, são impregnadas por uma proteína impermeabilizante denominada queratina. Uma vez impermeabilizadas, tais células ficam impedidas de receber nutrientes e morrem. Cont.
Esse conjunto morto, descamativo e
queratinizado de células constitui a chamada camada córnea. A presença de queratina na epiderme garante uma eficiente protecção ao animal contra uma desidratação excessiva. Por esse motivo, pode-se dizer que a queratina contribui para a adaptação à vida terrestre. Além Cont.
disso, por ser de difícil decomposição, a
queratina aumenta a resistência do epitélio contra a invasão microbiana. Pele e Pêlos
A pele é considerada maior órgão do corpo
animal; constitui uma barreira impermeável que protege as estruturas internas contra infecções, lesões e raios solares prejudiciais. É ainda, um importante órgão sensorial e auxilia o controlo da temperatura corpórea. A camada externa da pele, conhecida como epiderme, é recoberta Cont.
por queratina, que é também o principal
constituinte de pêlos e unhas. Esta região da pele, produz ainda o pigmento cutâneo chamado melanina. A derme contém a maior parte das estruturas vivas da pele, incluindo terminações nervosas, vasos sanguíneos, fibras elásticas, glândulas sudoríparas (resfriam a pele) e glândulas sebáceas(lubrificam e protegem a superfície). Cont.
Abaixo da derme, encontra-se o tecido
subcutâneo (hipoderme), o qual é rico em gordura e vasos sanguíneos. Obs: a hipoderme não faz parte da pele.
Os pêlos crescem em toda a superfície da pele,
com excepção da palma das mãos e da planta dos pés. Fig. 7. Corte da pele Tecidos Conjuntivos
Os tecidos conjuntivos são tecidos
responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Este papel mecânico é dado por um conjunto de moléculas (matriz extracelular) que conecta e liga as células e órgãos, dando, desta maneira, suporte ao corpo. Cont.
Diferente de outros tipos de tecidos (epitelial,
muscular e nervoso), que são formados principalmente por células, o principal constituinte do tecido conjuntivo é a matriz extracelular. As matrizes extracelulares consistem em diferentes combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental. Constituição da matriz extracelular
Também chamada de substância intercelular ou
intersticial, a matriz extracelular dos tecidos conjuntivos preenche os espaços entre as células e apresenta-se constituída de duas porções: substância intercelular amorfa ou fundamental e fibras de proteínas. Cont.
A substância fundamental é constituída
principalmente por água, polissacarídeos e proteínas. Às vezes, como acontece no tecido ósseo, a substância fundamental é sólida, com uma rigidez considerável; outras vezes, como no plasma sanguíneo, apresenta-se líquida. Cont.
As fibras são de natureza protéica e se
distribuem conforme o tipo de tecido. O tipo de fibras predominante pode determinar certa característica do tecido. Assim, na substância intercelular destacam-se os seguintes tipos de fibras: Cont.
Fibras colágenas- são as mais frequentes do
tecido conjuntivo, formadas pela proteína colágeno de alta resistência à tracção, com coloração esbranquiçada;
Nota: quando se ferve um osso, as fibras
colágenas se convertem numa substância gelatinosa semelhante a uma cola. Daí o nome: fibras colágenas, isto é, que “formam cola”. Cont.
Fibras elásticas- são formadas
fundamentalmente pela proteína elastina, dotadas de elasticidade, cedendo, (ao contrário das colágenas) facilmente à tracção, porém, na ausência de forças deformantes, elas voltam à normalidade. São mais delicadas que as fibras colágenas e têm coloração amarelada. Cont.
Fibras reticulares- as fibras mais finas do
tecido conjuntivo; são constituídas por uma proteína chamada reticulina, muito semelhante ao colágeno. Células dos tecidos conjuntivos e suas funções Tipo de células Funções mais representativas Fibroblástos, condrócitos, Produção de moléculas da matriz osteócitos extracelular (fibras e substância fundamental) Plasmócito Produção de anticorpos Linfócitos Participação na resposta imunológica Eosinófilo Participação em reacções alérgicas; destruição de parasitas; modulação da actividade dos mastócitos Neutrófilo Fagocitose de substâncias e organismos estranhos (bactérias) Macrófago Fagocitose de substâncias estranhas e bactérias; processadora e apresentadora de antígenos; secreção de citocinas e factores quimiotáticos Cont.
Mastócitos e basófilos Libertação de moléculas
farmacologicamente activas; participação em reacções alérgicas Célula adiposa Estocagem de gordura neutra; reserva de energia, produção de calor Classificação dos tecidos conjuntivos
Os elementos que constituem os tecidos
conjuntivos (células e substâncias intercelulares), variam de acordo com as diversas modalidades desses tecidos. Considerando essa variação e, ainda, a função do tecido, pode-se classificar os tecidos conjuntivos da seguinte maneira: Cont.
fibras pouco entrelaçadas, que deixam muita matriz livre. Têm função de preenchimento de espaços entre tecidos e órgãos. Eles pode ser: areolar, adiposo (gordura) e reticular. Cont.
Tecido conjuntivo frouxo areolar- o mais
frequente, muito flexível, com uma rede de filamentos pouco compacta, relativamente elástico e resistente. Inclui vários tipos celulares: Fibroblastos, Macrófagos ou “Histiócitos”, Mastócitos e Células mesenquimais. Cont.
Tecido conjuntivo frouxo adiposo- Tipo de
tecido areolar especializado na protecção mecânica dos órgãos e no isolamento térmico destes. Composto principalmente de Adipócitos. Cont.
Tecido conjuntivo frouxo reticular- Com uma
matriz de fibras reticulares que suportam “células reticulares primitivas”, pouco diferenciadas, capazes de originar células fagocitárias (macrófagos). Forma a estrutura do tecido linfóide, fígado e medula óssea. Tecidos conjuntivos densos
Os Tecidos conjuntivos densos- Com fibras
colágenas e elásticas, compactas (com pouca matriz livre), intimamente arranjadas, com células menores que as anteriores. Inclui:
Tecido conjuntivo denso irregular: Grandes
quantidades de colagénio em cordões grossos, formando uma rede. Na derme da pele e nas cápsulas dos órgãos. Cont.
Tecido conjuntivo denso regular: Colágeno
ordenado em paralelo, com grande resistência às forças de tracção. Nos tendões, ligamentos e fáscias.
Tecido conjuntivo elástico: Elastina ordenada
em paralelo, com grande elasticidade. Nas cordas vocais, broncos, etc. Fig. 8. Tipos de tecido conjuntivo básicos Tecidos conjuntivos especializados
Os Tecidos conjuntivos especializados,
Incluem uma série de tecidos de origem comum, mas com funções muito diferentes, para as que se adaptaram morfologicamente. Eles podem ser: Tecido cartilaginoso
O tecido cartilaginoso, apresenta matriz muito
firme, com fibras colágenas e elásticas organizadas, que dão propriedades de elasticidade e resistência. Com células grandes arredondadas produtoras da matriz (condrócitos). Não têm vasos, pelo que recebe o oxigénio e os nutrientes desde os tecidos vizinhos. Há três tipos de cartilagem: Cont.
Cartilagem hialina- Base do sistema
esquelético no embrião (sendo substituído por tecido ósseo durante a infância), tem matriz muito celular e pouco fibrosa. No adulto está apenas nas superfícies articulares, anéis traqueio-bronquiais, costelas e nariz. Cont.
Cartilagem fibrosa- Cordões colagénios com
células em fileiras, em um tecido pouco elástico e muito resistente, que une ossos (sínfise pubiana, intervertebrais.
Cartilagem elástica- Predominam fibras
elásticas, como nas orelhas e na laringe. Tecido ósseo
O tecido ósseo apresenta uma matriz
endurecida (“ossificada”) pelos depósitos de sais (Ca++ e H2PO4-) sobre as fibras extracelulares. Muito activo, bem vascularizado e em constante remodelação. Tem dois tipos, presentes ao mesmo tempo em todos os ossos, em diferentes proporções e arranjos (que definem o tipo e função de cada osso): Cont.
Tecido ósseo compacto ou denso, com fibras
ossificadas mais densamente apertadas, na parte mais periférica do osso, dando a dureza típica do osso. Está recoberto pelo periósteo, membrana de tecido conjuntivo denso, que o protege e nutre. Cont.
Tecido ósseo esponjoso ou trabecular- com
estrutura mais leve, no interior do osso, para diminuir o peso deste e dar suporte à medula óssea. Membranas sinoviais
Revestem as cavidades de articulações e
bolsas e bainhas de tendões, diminuindo a fricção e facilitando os movimentos entre tecidos. Vascularizadas, produzem o “líquido sinovial”, lubrificante das articulações. Tecido linfóide
O tecido linfóide apresenta matriz reticular,
que suporta células linfóides (“linfócitos”) que desempenham um papel principal na defesa do organismo (sistema imune). Forma órgãos completos (gânglios linfóides, baço, timo, tonsilas) ou está presente em outros tecidos (mucosas respiratórias e digestivas). Tecido sanguíneo e medula óssea O sangue considera-se como um tecido conjuntivo líquido (o plasma é a matriz extracelular) com três estirpes celulares sanguíneas:
Eritrócitos ou células vermelhas, com função de
transporte de oxigénio;
Leucócitos ou células brancas, com função de
defesa (sistema imune) e; Cont.
Plaquetas, com função na coagulação do
sangue.
A medula óssea contém as células precursoras
das estirpes sanguíneas, sendo uma autêntica fábrica de sangue (“tecido hematopoiético”). Sistema retículo-endotelial
Sistema retículo-endotelial (SER)- Tecido
conjuntivo dispersado em todos os tecidos do corpo, com função de limpeza de restos celulares e corpos estranhos, mediante fagocitose. Fig. 9. Tipos de tecido conjuntivo especializado Tecidos Musculares Cont.
O tecido muscular é constituído por células
alongadas, altamente especializadas e de capacidade contráctil, denominadas fibras musculares.
As células (fibras) musculares têm nomes
específicos para as suas estruturas. Assim, a membrana plasmática é denominada sarcolema, e o citoplasma é denominado sarcoplasma. Características do tecido muscular Têm abundantes vasos sanguíneos e nervos, que circulam pelo tecido conjuntivo associado, o qual divide os grupos de fibras em “feixes”;
Células muito alongadas (filamentosas), com
um ou vários núcleos periféricos, com membrana sensível a estímulos eléctricos e com citoplasma preenchido por elementos contrácteis (“miofibrilas”); Cont.
Proteínas filamentosas com capacidade para se
deslizar umas com outras, produzindo a contraceção da célula. Tipos de tecidos musculares
De acordo com as suas características
morfológicas e funcionais, distinguem-se três tipos de tecidos musculares: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e tecido muscular estriado cardíaco. Fig. 10. Tipos de tecidos musculares Tecido muscular liso
Características
Apresenta aglomerados de células fusiformes;
Apresentam um núcleo alongado e central;
Não possuem estrias transversais;
Contração fraca, lenta e involuntária.
Tecido muscular estriado esquelético
Características
Formado por feixes de células cilíndricas muito
longas;
Células multinucleadas;
Apresentam estriações transversais;
Contração forte, rápida, descontínua e
voluntária. Tecido muscular estriado cardíaco
Características
Formado por células alongadas e ramificadas
que se unem por intermédio de discos intercalares (encontrados exclusivamente no músculo cardíaco);
Com estrias transversais;
Contração forte, rápida, contínua e involuntária.
Nota:
Os músculos estriados são às vezes chamados
de músculos vermelhos, devido à presença de uma proteína chamada mioglobina (semelhante à hemoglobina), de cloração vermelha. A mioglobina funciona como um reservatório de O2 para a actividade muscular. Cont.
Em certas partes do organismo (como
acontece, por exemplo, no peito de perú), a presença da mioglobina é insignificante, daí a cloração branca da carne. De modo geral, quanto maior a presença de mioglobina, maior a actividade do músculo. Estrutura do músculo estriado
A fibra muscular estriada é envolvida por uma
bainha de tecido conjuntivo denominada endomísio. Um aglomerado de fibras forma um feixe muscular. Cada feixe envolve-se por outra bainha de tecido conjuntivo chamada perimísio. O conjunto de feixes constitui o músculo, que, também, é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada epimísio. Fig. 11. As bainhas musculares Mecanismos de contração muscular As fibras musculares são dotadas de inúmeras miofibrilas contrácteis constituídas basicamente por dois tipos de proteínas: actina e miosina.
Na musculatura lisa, as miofibrilas são muito
finas e não se organizam em feixes, de maneira que são dificilmente observadas. Assim, o sarcoplasma apresenta-se com aspecto homogéneo, sem estrias; por isso são fibras. lisas. Cont.
Na musculatura estriada, as miofibrilas
organizam-se em feixes, delimitando um intercalamento de faixas claras e escuras, o que confere à fibra um aspecto estriado.
Veja a seguir, a descrição da estrutura de uma
fibra muscular estriada, através das figs. 12 e 13. Fig. 12. A estrutura muscular estriada Fig. 13. Miofibrila em corte, mostrando a disposição dos filamentos de actina e miosina Cont.
A fibra estriada é constituída por inúmeras
miofibrilas contrácteis, entre as quais pode-se observar a presença de numerosas mitocôndrias.
Cada miofibrila apresenta faixas claras e
escuras, de maneira alternada. Cont.
As faixas claras (Banda I) apresentam no seu
centro uma estria mais escura (Estria Z). As faixas escuras (Banda A) são maiores e apresentam na região central uma zona mais clara (Estria H).
O conteúdo existente entre duas estrias Z é
denominado sarcómero. Cont.
Inseridos na estria Z, encontram-se filamentos
delicados constituídos da proteína actina. Esses filamentos terminam ao redor da estria H. intercalados aos filamentos de actina estão os filamentos grossos, constituídos da proteína miosina. Cont.
Na faixa A existem filamentos de actina e
miosina, determinando uma faixa mais densa, o que justifica a cloração escura, quando se observa a fibra ao MO. Na estria H, um pouco mais clara, não existe actina. A faixa I é constituída apenas pelos filamentos finos de actina, daí sua cloração clara (uma região pouco densa). Cont.
Quando a fibra muscular se contrai, os
filamentos finos de actina deslizam sobre os filamentos grossos de miosina. Dessa maneira, a faixa I diminui (podendo até desaparecer); a estria H também diminui e pode desaparecer, embora a faixa A não se altere. É evidente que, na fibra contraída, as estrias Z se aproximam, o que determina o encurtamento do sarcómero. Cont.
Como o sarcômero é a menor porção da fibra
capaz de sofrer contração (encurtamento), é considerado a unidade contráctil da fibra muscular.
O mecanismo de deslizamento dos filamentos
de actina sobre os de miosina é conhecido como Teoria dos Filamentos Interdigitados Deslizantes. A energia para a contração muscular Os músculos armazenam glicogénio que a partir do mecanismo respiratório, as moléculas de glicose provenientes do glicogénio libertam energia para a síntese de ATP. A energia libertada pelo ATP permite o deslizamento da actina sobre a miosina, determinando a contração muscular. O estoque de ATP nas fibras musculares, é, porém, limitado. Cont.
Quando a actividade muscular é intensa, esse
estoque é rapidamente consumido e, nessas condições, a energia oriunda do mecanismo respiratório não consegue, normalmente, restaurar as moléculas de ATP. Ocorre, no entanto, que a fibra muscular contém grande quantidade de uma substância orgânica denominada creatina. Cont.
A creatina é capaz de ser fosforilada e
armazenar fosfatos de alta energia que, quando o suprimento de ATP diminui, a creatina-fosfato fornece fosfatos de alta energia para o ADP, permitindo a rápida formação de novas moléculas de ATP. Quando o músculo se encontra em repouso, o mecanismo respiratório fornece energia, permitindo a formação de novas moléculas de creatina-fosfato. As células musculares e a fermentação láctica
Em caso de exercício intenso e prolongado, o
aporte de oxigénio não é suficiente, produzindo- se a energia por outra via (“via anaeróbia”) de menor rendimento, mas que não precisa de oxigénio. Produz ácido láctico como metabolito, que é o responsável da fadiga e dores musculares no dia seguinte de um exercício intenso. Cont.
O ácido láctico assim formado, será lentamente
oxidado até desaparecer, à medida que o músculo recebe oxigénio. Entretanto, parte do ácido láctico produzido passa para o sangue; nesse caso, o fígado promove sua conversão em moléculas de glicose, que serão armazenadas na forma de glicogénio. Tecido Nervoso
O Tecido nervoso é o mais altamente
organizado do organismo, iniciando, controlando e coordenando a capacidade do corpo de adaptar-se ao seu meio ambiente, e dirigindo a função do resto dos tecidos do corpo.
Encontra-se subdividido em encéfalo, medula
espinal e nervos periféricos. Cont.
Encéfalo (cérebro e estruturas intracraniais
associadas), responsável pelo controle superior de todas as funções do corpo;
Medula espinal (estrutura nervosa de dentro da
coluna vertebral), responsável pela transmissão dos comandos desde o encéfalo e pela produção de comandos simples independentes chamados “reflexos”. Cont.
Nervos periféricos (fios nervosos que se
estendem desde o encéfalo e a medula até todos os tecidos corporais), que transmitem informação desde a periferia até os órgãos centrais (nervos sensitivos ou aferentes) e que transmitem comandos desde os órgãos centrais até a periferia (nervos motores ou eferentes). Células do tecido nervoso
O tecido nervoso é composto por dois grupos
de células que são: neurônios e neuroglia.
Neurónios- unidades estruturais e funcionais
nervosas, especializadas na transmissão rápida de informação, mediante impulsos electroquímicos (excitáveis electricamente). O neurônio é compostas por: Cont.
Corpo celular, que contém o núcleo e a maior
parte do citoplasma;
Axónio e dendritos, extensões citoplasmáticas
capilares, que transmitem os impulsos, estando ligados a outros de outros neurónios nas sinapses (pontos de contacto entre neurónios) pelos que transitam sinais químicos mediante moléculas especializadas ou neurotransmissores. Cont.
Bainha de mielina, espessamento lipídico-
protéico da membrana do axónio, que o isola electricamente, conseguindo uma transmissão mais rápida do impulso.
Neuroglia- conjunto de células não excitáveis,
que formam a estrutura de suporte, sustentação, defesa, limpeza e alimentação das células neuronais. Fig. 14. Célula nervosa (neurônio) FIM