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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Estratégia de ensino para educação ambiental, e Áreas de conservação em Moçambique

Nome: Sérgio Sérgio Cavoessa F. Cambra Júnior

Código: 708191656

Curso: Biologia
Disciplina: Ecologia H.E Ambiental
Ano de frequência: 4o
Turma: C

Nampula, Maio de 2022

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Estratégia de ensino para educação ambiental, e Áreas de conservação em Moçambique

Trabalho de caracter avaliativo da cadeira de


Ecologia Humana e Educação Ambiental, a ser
apresentado ao Centro de ensino à Distância,
Universidade Católica de Moçambique, 4º ano,
recomendado pelo docente:

Msc. Gizela Maria Carlos Guibunda Jossamo

Nampula, Maio de 2022


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Índice

Introdução...................................................................................................................................5

1. Estratégia de ensino para educação ambiental........................................................................6

1.1. Formas de abordagem de conteúdos sobre educação ambiental no ensino de biologia......6

2. Áreas de conservação em Moçambique..................................................................................9

2.1. As principais áreas de conservação de Moçambique...........................................................9

2.1.1. Reserva Especial de Maputo.............................................................................................9

2.1.2. Reserva da Ilha da Inhaca.................................................................................................9

2.1.3. Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto..................................................................9

2.1.4. Parque Nacional das Quirimbas......................................................................................10

2.2. Estratégias de conservação das áreas de conservação em risco em Moçambique.............10

2.2.1. Aspectos legais................................................................................................................10

2.2.2. Lei do Ambiente.............................................................................................................10

Conclusão..................................................................................................................................12

Referência bibliográfica............................................................................................................13

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Introdução

No século XX, os recursos naturais pareciam ilimitados e as consequências da actuação


antrópica humana eram percebidas localmente, entretanto observamos na atualidade as
atividades humanas de interesse econômico ou não, repercutindo além dos limites locais,
causando problemas socio ambientais com repercussões globais.

Os impactos ambientais geram uma grande insatisfação social, motivando a formação de


grupos para questionar os avanços da Ciência e da Tecnologia (Auler, 2003). A partir da
segunda metade deste, a questão ambiental foi demonstrando a sua importância vinculando
elementos da sociedade e da natureza. Desse senário, surge a Educação Ambiental (EA),
enfatizando o impacto da tecnociência na sociedade e o distanciamento do progresso
científico e tecnológico do bem-estar social.

Portanto, estamos vivendo, na ciência e na sociedade, um momento de transição de


paradigmas e, justamente no ensino superior, espaço social privilegiado de discussão
científica, essa transição é sentida, mas não é problematizada nas atividades de formação
humana e profissional. O tom racional da crítica ao antropocentrismo, presente na fala dos
professores investigados, revela que o paradigma racional, no ensino sobre o ambiente, não
foi superado por aqueles que conferem à temática ambiental uma abordagem natural, nos
quais identifico os mais fortes sinais do movimento de transição de paradigmas. Os
conhecimentos científicos sobre os processos ecológicos aparecem como argumento racional,
e até certo ponto dominador, de recolocar o ser humano em seu lugar, definido naturalmente.
Essa atitude educativa, essencialmente disciplinadora, não traz em seu interior sinais de
transformações paradigmáticas nas atividades de ensino (Tozzoni-reis, 2001, p.45).

É desse paradigma que surgem os temas desse trabalho, Estratégia de ensino para educação
ambiental, e Áreas de conservação em Moçambique, com o propósito de Conhecer as
estratégia de ensino para educação ambiental, e áreas de conservação em moçambique. E
ainda, Descrever as formas de abordagem de conteúdos sobre educação ambiental no ensino
de biologia e química; Identificar as principais áreas de conservação de Moçambique.

Para além do tema anteriormente mencionado, o trabalho também apresenta alguns subtítulos
pertinentes, tais como, formas de abordagem de conteúdos sobre educação ambiental no
ensino de biologia e química, as principais áreas de conservação de Moçambique, entre
outros.

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1. Estratégia de ensino para educação ambiental

A Educação Ambiental (EA) teve sua origem marcada por um período de turbulência social,
motivado pelo questionamento decorrente dos impactos ambientais causados pelos avanços da
Ciência e Tecnologia.
M.P.F. Conjo, D.B. Chichango, A.J. Tamele, E.J. Simão, A.L.B.M. Antônio e O.M. Jesus
(2021, Dezembro) afirmam que:
A educação ambiental é definida como o processo que busca desenvolver uma
população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas
que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades,
atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na
busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos .

A Educação para o Meio Ambiente possui como objectivo formar pessoas conscientes
que lutem para a obtenção de um sistema de desenvolvimento do qual resultará em
qualidade de vida para todos, ou seja, um desenvolvimento sustentável. E para que se
consiga tal êxito, a Agenda 21 propõe que “tanto o ensino formal como o não formal
são indispensáveis para modificar as atitudes das pessoas para que estas tenham
capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los ”
(Dias, 1999, cit. em M.P.F. Conjo et al., 2021, Dezembro).
“Os objectivos da Educação Ambiental constituem em despertar atitude e criatividade,
competência aos individuos a desenvolver acções e busca de solução para problemas
ambientais, capacidade de avaliação, promover participação, responsabilidade, interferência e
decisões em relação aos problemas ambientais rumo ao desenvolvimento sustentável” (Op.
Cit).

Em Moçambique, em relação a Educação ambiental, o actual currículo do Ensino Geral educa


os estudantes e os de mais para o respeito e preservação do ambiente e dos ecossistemas,
garantindo que este conheça o meio em que vive, isto é, conheça as leis da natureza e as
formas de preservação da mesma e desenvolva competências sobre práticas relevantes na área
da agricultura e pecuária.

1.1. Formas de abordagem de conteúdos sobre educação ambiental no ensino de biologia


e química
Monjane et al. (2010, cit. em Conjo, et al., 2021, Dezembro), defendem que:
A educação ambiental, como tema transversal, é implementada através de acções
concretas tais como: realização de excursões com visita a aliar a teoria e a prática,
realização de palestras sobre aspectos ambientais (questões em discussão nos Mídias),
elaboração de matérias de divulgação e propaganda de aspectos ambientais, campanha
de plantio de árvores para fins energéticos nas zonas rurais, criação de jardins de
plantas para fins medicinais, promoção de concursos entre escolas sobre a poupança
de energia e uso sustentável da água, promoção de palestras sobre o uso de fruteiras

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nativas para nutrição do Homem e a importância das mesmas para a conservação da
biodiversidade, divulgação, através de posters e exposição da regra de 3R´s, promoção
de acções de compostagem nas comunidades. Dessa forma, podem ser aplicadas
diversas estratégias de ensino para a prática da educação ambiental, tais como:
discussão em classe, envolvendo todos; discussão em grupo; mutirão de idéias,
quando pequenos grupos sugerem soluções para um dado problema, porém, sem se
preocupar com análise crítica, num tempo de 10 a 15 minutos; trabalho de grupos;
debate; questionário; reflexão, que envolve a análise crítica; imitação da mídia;
projectos; solução de problemas, que considera a apresentação e solução de
problemas; jogos de simulação, operacionalização de situações reais referentes a um
problema; e por fim exploração do ambiente local, por meio de observações .

A abordagem destes temas pressupõe um trabalho de planificação conjunta entre os


professores, na sala de aula e nas actividades curriculares.

O ensino das Ciências, como a Biologia, possui engajamento para auxiliar de forma
direta em soluções dos problemas ambientais pela tríade
ciência/biotecnologia/sociedade, e isso eleva o foco do futuro cidadão quanto a
apreensão de conhecimentos interdisciplinar que o habilitará e permitirá uma melhor
interação e contribuição nas questões socio ambientais. Acerca desses seres vivos,
essa disciplina, para o Ensino Médio, é ministrada a partir da transmissão de diversos
conceitos relacionados a elas, bem como os procedimentos e técnicas que melhoram a
compreensão da relação ser vivo natureza (Oliveira & Caldeira, 2016; Duré et al.,
2018).
Isso porque ela tem a preocupação de fornecer conhecimento no que diz respeito ao processo
vital fisiológico, o estudo da evolução de espécies no respectivo ambiente.
Portanto, na disciplina de Biologia, a aprendizagem visa contribuir para a
compreensão científica do mundo através da utilização dos conhecimentos biológicos
na explicação da unidade e diversidade da matéria viva, desenvolver habilidades que
permitam ao aluno aplicar os conhecimentos na resolução de problemas específicos,
quer da disciplina quer da vida prática social, mediante observações, a realização de
experiências, excursões, manipulação de instrumentos, aplicação de teorias, leis e
princípios no estudo de fenómenos biológicos, criar nos alunos o amor pela natureza,
estabelecendo relações afectivas com os organismos; contribuir para a protecção,
conservação e uso sustentável dos recursos naturais, em especial da diversidade
biológica do nosso país, em benefício da sociedade actual e futura (M.P.F. Conjo et
al., 2021, Dezembro).
“Na disciplina de Química, os alunos são capacitados para a correcta utilização das teorias e
leis na resolução dos problemas práticos e na explicação dos fenómenos que ocorrem na
Natureza” (Op. Cit).

A Química, por meio do ensino de fenômenos naturais ou não pode ampliar o conhecimento
do aluno sobre o ambiente que está inserido, porém o conhecimento químico sobre energia
nuclear, por exemplo, não garante análise crítica das condições sociais e políticas das quais
emergem o conhecimento científico sobre a potencialidade da energia nuclear tanto para o

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movimento de turbinas quanto para a devastação de nações. Para Santos (2003, cit. em K.F.
Dias e A.R. Echeverría (2012, Julho):
O desenvolvimento pleno da cidadania depende da capacidade e das oportunidades de
participação dos sujeitos em uma sociedade tendo em vista que a Democracia é
condição determinante para a cidadania. Nesse sentido, o desenvolvimento pleno da
cidadania é uma proposta contra-hegemônica que busca propiciar, por meio do ensino
de Ciências, situações de reflexão, avaliação e tomada de decisão.

Do exposto, percebe-se que o ensino de química também possui maior abrangência nos
aspectos ambientais, pois segundo BRASIL, 2001e, cit. em Schnack e Prochnow, 2016), visa
“compreender e avaliar criticamente os aspectos sociais, tecnológicos, ambientais, políticos e
éticos relacionados às aplicações da Química na sociedade” (p.20).

Porém, a EA como componente político deve preparar os cidadãos e a cidadãs para


reivindicar e construir uma sociedade com justiça social e ética nas relações entre seres
humanos e natureza. Para tanto, para além da contribuição da Química como instrumento
técnico, os componentes reflexivos, participativos e comportamentais também são
importantes para a EA com compromisso político de transformação social (Reigota, 2009, cit.
em K.F. Dias & A.R. Echeverría, 2012, Julho). Pensando na complexidade do mundo actual,
a relação entre a humanidade e a natureza, que se caracteriza como a base da questão
ambiental, não é compreendida e transformada apenas pelo conhecimento científico que
também se desenvolve no seio das relações sociais.
A realização de projectos destaca-se entre as formas de concretização deste tipo de
abordagem, pois mobiliza professores de várias disciplinas, alunos de uma turma ou
mais, permite desenvolver um leque variado de competências e faz convergir várias
áreas de conhecimento em torno de uma ideia e projectos comuns. A leccionação
destes temas exige ainda que se faça uma reflexão conjunta dos conteúdos a serem
leccionados em cada um dos temas e as respectivas estratégias. Estas deverão
privilegiar a discussão, a possibilidade de confrontar, argumentar e propor mudanças.
O estudo dos conteúdos referentes a cada um dos temas não se esgota no ambiente de
sala de aula, devendo ser extensivo a outros espaços menos formais tais como os
círculos de interesse, encontros juvenis, clubes, entre outros agrupamentos (Ibdem, p.
152).
Essas abordagens, entre outras, visam a aprendizagem de novos conhecimentos e habilidades
e a mudança de comportamentos, a fim de reduzir as vulnerabilidades e gerir os riscos das
mudanças climáticas nos ambientes vivenciais. Com efeito, “para conseguir a realização dos
objectivos, é necessária uma ampla reforma com alto investimento financeiro para o sector
educacional” (Fernandes e Barbosa, 2016, cit. em Conjo et al., 2021, Dezembro).

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2. Áreas de conservação em Moçambique
2.1. As principais áreas de conservação de Moçambique

Louro (2005) afirma que “em Moçambique, as áreas de conservação, são uma das formas de
uso e de aproveitamento da terra preconizadas por lei, as quais têm em vista a proteção das
espécies vegetais e animais representativas do país ou em perigo de extinção, assim como dos
seus ecossistemas” (p.12). São as principais áreas de conservação de Moçambique, os parques
e reservas nacionais que englobam o sistema de dunas costeiras:

2.1.1. Reserva Especial de Maputo


Esta reserva é descrita como vital, pois faz parte do Centro de Endemismo de
Maputaland-Pondoland, possuindo espécies de flora distintas, tipos de vegetação
únicos e elevados níveis de endemismo. A reserva inclui áreas de floresta dunar
costeira, dunas primárias e a praia acima do nível máximo da maré como áreas críticas
para conservação. O plano de maneio da reserva determina o sistema dunar como zona
de protecção e zona bravia (Tinley, 1971; Tello,1973; Wyk, 1994, cit. em Louro,
2005, p.12).

2.1.2. Reserva da Ilha da Inhaca


Segundo Kalk e Costa (1995, cit. em Louro, 2005), na Ilha da Inhaca foi criada a
reserva florestal de Nyakeni destinada à protecção do cordão de dunas costeiras a
oeste da ilha, isto é desde o bairro de Ridjene à Ponta Ponduíne, cobrindo uma área de
aproximadamente 260 ha, dos quais 80% apresentam-se em fase de recuperação. Esta
foi proclamada para garantir porções viáveis de floresta dunar protegidas e intactas;
para garantir às populações locais bases de sustento para o seu desenvolvimento e
sobrevivência através de um recurso renovável; e para manter e reverter o efeito da
erosão em locais sensíveis a este fenómeno pelo estabelecimento de floresta dunar
(p.12).

2.1.3. Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto


Relativamente, o plano de maneio do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto 2002-
2006, DNAC (2002, cit. em Louro, 2005, p.12):
Enquadra o sistema das dunas costeiras, na zona bravia, zona esta de protecção
máxima. Nesta, não é permitida qualquer forma de desenvolvimento, construção de
infra-estruturas e abertura de picadas estando interditas ao trânsito de veículos, com a
excepção das viaturas do Parque. No entanto, veículos de operadores turísticos
circulam sobre as dunas costeiras quotidianamente (p.12).

De referir que “o único plano de monitoria do ecossistema de dunas costeiras em


Moçambique é realizado neste Parque. Este tem como objectivo principal o controle da
velocidade do movimento das dunas em direcção ao interior das ilhas” (Videira e Louro,
2003, cit. em Louro, 2005, p.12).

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2.1.4. Parque Nacional das Quirimbas
Guissamulo e Bento (2000), Bechtel (2001) e Burgess et al. (2003) cit. em Louro (2005)
descrevem “a grande riqueza que o parque possue em termos de biodiversidade, tanto marinha
como terrestre. Apresentando uma grande biodiversidade de vegetação dunar de importância
regional e global” (p.12).

2.2. Estratégias de conservação das áreas de conservação em risco em Moçambique


Louro (2005) afirma que:
Em 1972, a UNESCO adoptou a convenção que diz respeito a protecção do
património cultural e natural do mundo. A convenção fornece protecção aos valores
naturais e culturais considerados de enorme valor universal. Um estudo detalhado
determinou e considerou 7 áreas como tendo potencial para serem nomeadas como
Património Mundial da Natureza ao longo da costa de Moçambique (Guissamulo &
Bento, 2000), das quais apenas 5 englobam também o ecossistema de dunas costeiras,
sendo estas: (1) Arquipélago das Quirimbas; (2) Arquipélago das Ilhas Primeiras e
Segundas; (3) Arquipélago do Bazaruto; (4) Ilha da Inhaca; e (5) Península de
Machangulo – Reserva Especial de Maputo até à Ponta do Ouro (p.12).

2.2.1. Aspectos legais


Em Moçambique, não existe ainda regulamentação específica sobre a conservação das praias
e dunas costeiras, especialmente no que diz respeito a actividades de condução de veículos
4x4, exceptuando nas Áreas de Conservação, através dos seus planos de maneio (Op. Cit).

A legislação abaixo descriminada incide directa ou indirectamente sobre a preservação e


proteção do ecossistema de dunas costeiras:

2.2.2. Lei do Ambiente


(Lei no 20/97, de 1 de Outubro)

- Artigo 12. Protecção da Biodiversidade: Proíbe todas as actividades que põem em causa o
equilíbrio biológico e ecológico da biodiversidade. E incumbe ao governo para que sejam
tomadas as devidas medidas para a conservação e regeneração de espécies, bem como a
restabelecimento dos habitates danificados e o controle de actividades sobre os mesmos.

-Artigo 13. Áreas de Protecção Ambiental: Áreas para a protecção e preservação do


componentes ambientais e ecossistemas de elevado valor ecológico, social, económico,
científico e cultural, estando sujeitas a medidas de conservação e fiscalização específicas.

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- Artigo 14. Implantação de Infra-estruturas: Proíbe a implantação de infra-estruturas
habitacionais ou para outro fim que provoquem impactos negativos significativos sobre o
ambiente, especialmente sobre a zona costeira, zonas ameaçadas de erosão, zonas
ecologicamente sensíveis e zonas de protecção ambiental. Estando estas infra-estruturas
sujeitas a normas e regulamentos.

Merwe (1988), Schoeman (2002), Atkinson e Clark (2003) cit. em Louro (2005) “estabelecem
algumas medidas de proteção, a maioria delas implementadas a nível internacional mais
especificamente na África do Sul” (p.14). Estas são medidas possivelmente aplicáveis à nossa
realidade e na sua grande maioria baseadas em estudos científicos: Legislação e Fiscalização
- reforçar e implementar a legislação actualmente em vigor; Regulamentar os planos de
macrozoneamento existentes; regularizar a situação (direitos, processos) de edificações
existentes sobre as dunas costeiras; suspender a emissão de novas autorizações para
edificações sobre as dunas costeiras; elaborar especificações técnicas para edificações na orla
marítima, para os diferentes projectos de desenvolvimento; fiscalizar todas as fases dos
projectos de desenvolvimento por meio do processo da Avaliação de Impacto Ambiental
(A.I.A), através dos quais devem estar previstos os impactos ambientais, projectadas e
implementadas medidas correctivas e efectuadas actividades de monitoria e auditoria após o
desenvolvimento das mesmas; Desenvolver um regulamento geral para o banimento
total/parcial da condução por veículos 4x4 nas praias e sobre as dunas costeiras, entre outros.

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Conclusão

Actualmente, o currículo de Ensino Geral em Moçambique, educa os estudantes e os de mais


para o respeito e preservação do ambiente e dos ecossistemas, garantindo que este conheça o
meio em que vive, isto é, conheça as leis da natureza e as formas de preservação da mesma e
desenvolva competências sobre práticas relevantes na área da agricultura e pecuária.
Dessa forma, são aplicadas diversas estratégias de ensino para a prática da educação
ambiental. O ensino das Ciências possui engajamento para auxiliar de forma direta em
soluções dos problemas ambientais pela tríade ciência/biotecnologia/sociedade, e isso eleva o
foco do futuro cidadão quanto a apreensão de conhecimentos interdisciplinar que o habilitará
e permitirá uma melhor interação e contribuição nas questões socio ambientais. Acerca desses
seres vivos, essa disciplina, para o Ensino Médio, é ministrada a partir da transmissão de
diversos conceitos relacionados a elas, bem como os procedimentos e técnicas que melhoram
a compreensão da relação ser vivo natureza. Portanto, os alunos são capacitados para a
correcta utilização das teorias e leis na resolução dos problemas práticos e na explicação dos
fenómenos que ocorrem na Natureza.
Começando, dessa forma, pelas áreas de conservação, que são uma das formas de uso e de
aproveitamento da terra preconizadas por lei, as quais têm em vista a proteção das espécies
vegetais e animais representativas do país ou em perigo de extinção, assim como dos seus
ecossistemas. São os seguintes, os parques e reservas nacionais que englobam o sistema de
dunas costeiras:

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Referência bibliográfica

Auler, D. (2003). Alfabetização científico-tecnológica: um novo paradigma? Ensaio-pesquisa


em Educação em Ciências, Minas Gerais, v. 5, 1, 1-16.
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