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ZÉ DOCA - MA
2022
LARISSA RODRIGUES DE SOUSA
ROSIGLEIDE GRANGEIRA FERREIRA
ZÉ DOCA-MA
2022
RESUMO
Milhares de plantas são empregadas pelo homem como alimento, quer como
fontes de amido, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras, considerados
nutrientes essenciais, como de especiarias empregadas para conservar e aumentar a
palatabilidade dos alimentos, sendo que existem cerca de aproximadamente 23.500
espécies conhecidas e 150 espécies cultivadas comercialmente (SOUZA, 2021).
2 OBJETIVOS
2. 1 Geral
Entender o uso e aplicação da Botânica Econômica pelo Homem para os mais
variados fins.
2. 2 Específicos
Compreender a importância das plantas e como elas são responsáveis pela
sobrevivência da maioria dos animais existente na terra.
Discutir as mais diversas formas de uso das plantas e em quais área o estudo da
Botânica Econômica pode ser aplicado.
3 METODOLOGIA
O presente relatório é oriundo da disciplina de Botânica Econômica ministrada
pela professora Regiglaucia Rodrigues Oliveira, da Universidade Estadual do Maranhão
-UEMA. A aula se deu em três momentos, onde o primeiro consistiu em uma visita
técnica a Floricultura denominada Pinho Florada, que fica localizada na Rua do Marajá,
Bairro Amorim, na Cidade de Zé Doca-MA.
E o terceiro e último momento se deu por meio de uma palestra, onde contamos
com a colaboração da líder indígena, Vanussa Guajajara, que trouxe um pouco do seu
conhecimento originário, compartilhando conosco as suas experiencias, seus costumes e
a sua cultura como uma originária.
4 RESULTADOS
4.1 Visita a Floricultura Pinho Florada
A visita a Floricultura Pinho Florada ocorreu no dia 28 de junho de 2022, onde
contamos com a colaboração do senhor Francisco De Assis, dono e principal
responsável pela floricultura (Figura 01).
Fazendo parte ainda do momento de conversa, o paisagista nos contou que hoje
a floricultura seria o suficiente como sua principal fonte de renda, porém investir na
produção de plantas ornamentais requer investimento, e tecnologia para a produção de
mudas, tendo em vista que muitas espécies não são originarias do território brasileiro, a
exemplo da Rosa do Deserto, que precisa ser polinizada manualmente.
Durante a conversa, o senhor Domingos nos contou que realiza a manutenção por conta
própria, sem ajuda das entidades governamentais, sendo que a área necessita de um
olhar especial para a sua manutenção, além disso a área recebe também muitos
visitantes, e por fim finalizamos a visita ao horto Florestal com um piquenique em uma
bela área de gramado, onde contamos com a participação do nosso anfitrião, o senhor
Domingos.
Figura 6: Alunos e professora no Horto Florestal.
Vanussa também nos mostrou que as plantas eram utilizadas não só na medicina
da aldeia, mas também em seus costumes culturais, a tinta extraída do jenipapo faz parte
de vários rituais, um deles bem comentado foi a “passagem da menina/moça” na qual a
menina que agora se torna uma moça tem seu corpo pintado com a tinta do jenipapo
para que então ela possa passar pelo ritual que dura em média 3 meses. No ritual de
passagem também se utiliza a mandiocaba para fazer o mingau que servirá de alimento
para a menina, esse mingau é preparado pelos anciões de forma que só eles têm o
conhecimento de prepará-lo. O alho também é utilizado durante o ritual, a menina só
pode se afastar do quanto em que ela fica durante os 3 meses se passar o alho embaixo
dos pés para se proteger contra os maus espíritos, já que nesse período de passagem a
menina está muito vulnerável e suscetível a todo o tipo de bem ou mal. A tinta do
jenipapo também é utilizada como forma de confraternização entre os povos originários
e os brancos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada uma das visitas teve o seu grau de importância seja conhecendo o lado
mais técnico de manejo das plantas, ou na observação da perseverança e cuidado em
uma área ambiental e até mesmo conhecer o grau de importância que as plantas têm no
resgate de costumes e no poder de cura de cada uma delas. Conhecer as diferentes
aplicações bem como o uso das plantas em ambientes e situações bem diferentes foi
uma experiencia mais que enriquecedora, foi gratificante.
Podemos observar o trabalho que há por trás dos maravilhosos buquês de flores,
e até mesmo das belíssimas orquídeas, compreender a delicadeza de um cacto e o quão
difícil são os processos de manutenção das espécies de plantas trazidas de uma outra
região. O Francisco de Assis nos mostrou também o quanto é importante o respeito e o
cuidado com as plantas e nos trouxe a percepção de que um ambiente se torna mais
saudável e agradável com plantas que exalam boas energias.
Respeito esse que se nota também em Vanussa Guajajara que sempre pede
licença a natureza quando vai manusear as plantas. O carinho e apreço é de igual forma
notado em suas falas e costumes. A compreensão do grau de importância em que a
plantas têm dentro de uma comunidade foi possível graças aos relatos expostos na
palestra da Vanussa.
O contato direto com esses três ambientes diferentes nos proporcionou bem mais
que laudas e laudas de conhecimento, nos proporcionou experiencia e apreciação ao
modo de vida em que as plantas estão mais que presentes. Saber que pessoas dedicam
suas vidas às plantas é confortante e ao mesmo tempo nos dá a certeza de que nós
podemos fazer mais para resgatar os costumes dos nossos pais e avós e cuidar de um
ambiente que só nos trará benefícios.
REFERÊNCIAS
CLÉMENTE,D.The historical foundation of ethnobiology (1860-1899). Journal of
Ethnobiology 18:161-187, 1998.