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AS FRUTAS NATIVAS E SEU POTENCIAL AGROFLORESTAL NO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

Matias Köhler1,2, Claudine de Abreu Corrêa1, Paulo Brack1,2, *

1 — InGá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais;

2 — Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);

* Autor para correspondência: paulo.brack@ufrgs.br

RESUMO

Existe um potencial extraordinário do que se chama de plantas alimentícias não


convencionais (PANC), representadas, em geral, por hortaliças, frutas e sementes.
Calcula-se que entre 10 a 20% da flora mundial possa ser comestível. No caso do Rio
Grande do Sul, este valor corresponderia em, pelo menos, 450 espécies. No que se
refere às plantas com frutos e sementes comestíveis (o que chamamos de frutíferas)
nativas do Estado, encontramos 200 espécies. Deste total, cerca de 40% ocorrem no
bioma Pampa e pelo menos 90% no bioma Mata Atlântica. Entre as formas biológicas
das frutíferas, a maioria corresponde a árvores ou palmeiras e o restante pertence a
outros hábitos, como ervas, arbustos, trepadeiras e epífitas. A diversidade de plantas
deixa claro o enorme potencial de seu uso em variados sistemas de produção. O cultivo
e a utilização destas plantas são crescentes, devendo permanecer associados aos
sistemas agroecológicos, em especial nos SAFs (Sistemas Agroflorestais), sob o
resguardo dos agricultores familiares e das populações tradicionais. As frutas nativas
podem ser utilizadas in natura e/ou em processados como sucos, doces, sorvetes,
geleias, polpas, molhos doces e salgados, condimentos, temperos, entre outras formas.
Pelo menos 22 espécies já apresentam frutos ou derivados destes comercializados em
diferentes regiões do Estado. O conhecimento dessas espécies e das regiões onde
ocorrem, no caso, pelo menos oito regiões do Estado, pode promover o resgate da
cultura alimentar e da medicina popular regional, além de novas receitas saborosas e
saudáveis, o que anima os grupos de agricultores e produtores a reintegrar o ser humano
à natureza, conduzindo os sistemas produtivos agrícolas a uma maior sustentabilidade
econômica, social e ambiental.

Palavras-chave: Agrobiodiversidade. Frutíferas Nativas. Flora Alimentícia.


INTRODUÇÃO

Os sistemas agrícolas têm assumido diversas formas e organizações de produção


ao longo da história da agricultura no mundo. De maneira geral, todos são oriundos e
marcados pelas práticas culturais das populações humanas que interagem e buscam
soluções para seus desafios: produzir alimentos, fibras, madeira, remédios, manter a
fertilidade do solo, enfim, sobreviver e reproduzir-se (MAZOYER & ROUDART,
2010).
Na busca destas soluções, o ser humano, em suas diferentes culturas, é um
agente que se integra, ou deveria se integrar, aos processos ecológicos da natureza,
sendo corresponsável pela manutenção de um ambiente sadio e equilibrado, onde exista
espaço para a manutenção e conservação da diversidade biológica, aliada a sua
reprodução cultural (DIEGUES, 2001). É neste ponto que emergem e merecem
relevância as práticas agrícolas que têm sido compreendidas no âmbito da Agroecologia,
dentro dos quais os Sistemas Agroflorestais (SAF) ou as Agroflorestas devem estar
inseridos (MAY & TROVATTO, 2008).
Isto porque a agricultura hegemônica, por vezes concebida como moderna,
visando o produtivismo e a acumulação sem limites, acaba entrando em choque com os
princípios elementares dos sistemas ecológicos, que correspondem à diversidade, à
estrutura e aos processos complexos, aos ciclos fechados, à resiliência dos sistemas,
inexistentes nas monoculturas. Seu modelo de produção, em grande escala, é
caracterizado pelo uso expressivo de grandes máquinas, alta dependência de insumos
químicos externos – agrotóxicos e fertilizantes – resulta na produção de alimentos com
baixo valor nutricional e, ainda, aproveitamento de um baixo e restrito número de
espécies alimentícias (GERGOLETTI, 2008; THOMAS, 2003; DAL SOGLIO &
KUBO, 2009). A maneira hegemônica de converter ecossistemas complexos em
monoculturas rompe com os processos ecológicos nos diferentes biomas, gerando
disfuncionalidade, incrementada pela incorporação de manejos cada vez mais artificiais,
com altos impactos negativos sobre o ambiente, inviabilizando as técnicas e meios de
conservação de agroecossistemas aliados a seus processos ecológicos originais.
O contexto de degradação ambiental, em nível mundial, é cada vez mais
preocupante. A percepção disso já é reconhecida por meio da Organização das Nações
Unidas (ONU), inclusive pelas palavras do seu Secretário, Ban Ki Moon, que admitiu,
após a verificação do não cumprimento das Metas da Biodiversidade 2010, que “o
objetivo não foi cumprido” e, além disso, alertou para o fato de que “as principais
pressões que conduzem à perda de biodiversidade não são apenas constantes, mas estão,
em alguns casos, se intensificando” (SCDB, 2010).

No caso do Brasil, a situação de perda de biodiversidade, do comprometimento


dos recursos hídricos, do aumento da contaminação tanto dos agricultores como da
população em geral com o uso massivo de agrotóxicos é profundamente insustentável. A
situação se agravou principalmente após a mudança do Código Florestal, com a
substituição da Lei Federal 4.771/1965, que era mais protetiva, pela Lei 12.651/2012,
considerada por acadêmicos e ambientalistas como um retrocesso, por ter favorecido
ainda mais a conversão de vegetação nativa por lavouras monoespecíficas de exóticas,
ademais, anistiando os grandes desmatadores. Os principais biomas e seus ecossistemas
específicos seguem sendo convertidos rapidamente em monoculturas de exportação,
num processo de reprimarização da economia (CARVALHO & CARVALHO, 2011),
com alto grau de uso de insumos e tecnologias de dependência, e crescente êxodo rural.
No Rio Grande do Sul, os dois biomas, Mata Atlântica e Pampa, possuem não mais do
que 7,5% e 36% de cobertura vegetal original (SEMA, 2010; MMA, 2010).
Neste sentido, o conhecimento da biodiversidade, e em especial sobre a flora
nativa, representa elemento fundamental para o estabelecimento de políticas públicas e
de programas de conservação e uso sustentável dos recursos naturais renováveis, que
promovam a reintegração dos seres humanos e suas culturas com a natureza. Em
associação com a Agroecologia, resgata-se e aprofunda-se a busca pelo conhecimento
cultural e científico sobre as plantas alimentícias nativas, espontâneas, em sua maior
parte chamadas de plantas alimentícias não convencionais (PANC) devido aos poucos
usos que tais espécies têm tido (KINUPP, 2007; KINUPP & LORENZI, 2014). Dentre
estas, podemos citar as hortaliças, principalmente representadas por raízes tuberosas,
caules (via tubérculos ou não), folhas (tenras ou carnosas) e também pelos frutos e
sementes, no que chamamos de plantas frutíferas.
As espécies frutíferas aqui tratadas são aquelas consideradas nativas, ou seja,
possuem uma reconhecida história de distribuição natural com o ambiente onde
ocorrem, no caso, a área geográfica do Estado do Rio Grande do Sul. Ainda que o
conceito de espécie até hoje seja debatido, o conhecimento do nativo é resultado dos
estudos de filogenia e fitogeografia, com frequência atualizados, que elucidam os
centros de origem de vários grupos de espécies, suas dispersões e seus processos
evolutivos (WHEELER & MEYER, 2000).
Este conceito, embora relativamente simples, ainda gera muitas confusões. Pois,
de fato, a distribuição territorial de uma espécie, ou das plantas em geral, varia e é
dependente de vários fatores ecológicos. Além disso, há o componente cultural do
conhecimento e reconhecimento das plantas, suas regiões e sua identidade. Para famílias
de agricultores nascidas em regiões de cultivo de cítricos, com abacates, nespereiras e
outras frutíferas rústicas cultivadas nos quintais e pomares, tais espécies, muitas vezes,
são percebidas como “nativas” deste ambiente. Contudo, são espécies exóticas,
originárias de outras partes do mundo – como Europa, Ásia, América Central – e
introduzidas, principalmente após os processos de colonização das Américas pelas
populações humanas, em locais que não possuem registro histórico natural (sentido
evolutivo da palavra) de ocorrência, como nosso Estado.
Também é importante perceber o uso do termo: por exemplo, o eucalipto, que é
exótico do/no Rio Grande do Sul, é nativo na Austrália; a goiaba-serrana e o araçá,
nativos no Rio Grande do Sul, são exóticos na Nova Zelândia e nos Estados Unidos;
ainda, a castanha-do-pará, conhecida como nativa do Brasil, é exótica do Rio Grande do
Sul, pois possui sua área de distribuição estritamente associada à Floresta Amazônica.
Percebe-se, assim, a relação que o conceito tem com o ambiente geográfico e
ecológico local. Por isso, também utilizamos o conceito de nativo associado ao de
autóctone, termo este que remete à “do próprio local”, no caso, às plantas daquele
lugar. Tal apontamento, por vezes visto como preciosismo acadêmico, pretende, na
verdade, contribuir com a construção do conhecimento e empoderamento do saber.
Na prática, o conceito de nativo e exótico se torna importante justamente pelas
relações ecológicas que os organismos e o ambiente possuem em seus processos
evolutivos. Sabemos, por meio de estudos filogenéticos como os citados anteriormente,
que a família botânica Myrtaceae (que inclui a guabiroba, o araçá, a pitanga, entre
outras) evoluiu no continente americano há algo em torno de 80 milhões de anos
(STEVENS, 2001), logo, percebe-se a imensidão deste tempo cronológico, tempo em
que tais espécies se desenvolveram em uma profunda interrelação com seus coabitantes:
micro-organismos e invertebrados do solo (bactérias, fungos, protozoários,
nematelmintos), muitos simbiontes, e macro-organismos que interagem como
predadores (herbívoros), dispersores (aves, mamíferos) e polinizadores (insetos, aves,
mamíferos). Além do mais, adquirem profunda relação com o clima, quantidade de
chuva, tipo de solo e demais condições físicas do ambiente, por isso, dizemos que certas
plantas estão adaptadas àquele ambiente. Assim, ao se reconhecer uma espécie como
nativa, devemos considerar que esta história ecológica evolutiva é significativamente
importante para a espécie e para o ecossistema em que ela está inserida.
No planejamento de nossos sistemas agroflorestais, o aspecto das plantas
autóctones não deve ser negligenciado tanto do ponto de vista científico como do ponto
de vista da restauração ecológica, incluindo a busca de material genético local ou
ecorregional, mais adaptado às condições que se deseja. Contudo, mesmo
reconhecendo-se o papel das plantas autóctones como um dos elementos mais
importantes nos sistemas agrícolas, também deve-se reconhecer a importância da
incorporação de plantas de outras regiões (exóticas), relacionadas com a paisagem
cultural que se formou após as colonizações europeias, asiáticas, africanas – dentre
outras -, desde que não invasoras. Neste caso, cabe destacar os aspectos negativos da
incorporação de espécies exóticas invasoras, principalmente nas áreas rurais próximas a
remanescentes naturais, como o caso da amoreira (Morus nigra), da uva-do-japão
(Hovenia dulcis), da nespereira (Eriobotrya japonica) e outras que fazem parte da
Portaria nº 79 de 2013, da SEMA do RS.

Sendo assim, na continuidade deste capítulo, apresentaremos, brevemente, a


variedade e potencial de frutas nativas já conhecidas e passíveis de incremento de uso e
aproveitamento nos SAF, bem como algumas diferentes propostas de uso e manejo,
conforme uma escala básica de condições de preservação ou conversão da vegetação
original. Por fim, apresentamos uma perspectiva do uso e aproveitamento das frutas
nativas em nosso Estado.

O POTENCIAL DE FRUTÍFERAS NATIVAS DO RIO GRANDE DO SUL

As plantas frutíferas consideradas no presente capítulo são aquelas que


apresentam frutos ou outras estruturas de reprodução sexual (sementes, infrutescências,
pseudofrutos etc.) que podem ser consumidas in natura - o que inclui sucos - ou após
preparo por cozimento, torração, tempero ou outra forma derivada. No que toca às
formas de uso de cada espécie, pode dividir-se em três categorias: in natura, que inclui
a alimentação do fruto em si e produtos derivados, e que corresponde à grande maioria;
processados, quando a estrutura só é utilizada após processamento como cozimento,
fervura etc.; e em forma de condimentos.
Sobre o potencial de plantas frutíferas nativas para o Brasil, ainda não existe um
levantamento sistematizado. Um dos primeiros trabalhos é o de Hoehne (1946), já
desatacando o aspecto cultural das frutíferas nativas ao reconhecê-las como “frutíferas
indígenas”. Posteriormente, em uma das obras mais completas sobre o tema, Lorenzi et
al. (2006) assinalaram e descreveram 312 espécies de frutíferas de uso in natura para o
Brasil, incluindo algumas espécies nativas inéditas com fim alimentício. Recentemente,
Kinupp & Lorenzi (2014) lançaram uma obra importante que trata não somente das
frutíferas, mas das PANC em geral, trazendo 351 espécies alimentícias não
convencionais, com mais registros inéditos e receitas para preparo de pratos com cada
uma das espécies, incluindo também frutas nativas do Brasil.
Para a Região Sul do Brasil, destacam-se os trabalhos de Raseira et al. (2004) e
Coradin et al. (2011). Mais especificamente, no que corresponde às espécies frutíferas
encontradas no Estado do Rio Grande do Sul (RS), Mattos (1978) apresentou 61
espécies com “frutos indígenas comestíveis”. Brack et al. (2007) registraram 109
espécies frutíferas, de amplo senso, como plantas arbóreas e arbustivas, distribuídas
entre 31 famílias botânicas. Kinupp (2007) apresentou 133 frutíferas nativas
comestíveis, que faziam parte de uma lista de 312 espécies nativas alimentícias,
correspondendo a várias formas biológicas, com ocorrência na Região Metropolitana de
Porto Alegre, RS. Por fim, registros inéditos de autores deste capítulo, dão conta da
presença de pelo menos 200 espécies de plantas frutíferas do Rio Grande do Sul com
uso ou potencial alimentício.
O conhecimento sobre as frutíferas nativas do Rio Grande do Sul ainda
apresenta muitas lacunas para a maioria das espécies, porém o tema vem ganhando
algum interesse no Estado e no Brasil. Apesar disto, há muitas décadas, algumas dessas
frutas nativas do RS já são comercializadas e conhecidas mais no exterior do que aqui
no Estado, com destaque: à feijoa, ou goiaba-serrana (Acca sellowiana), mais conhecida
na Nova Zelândia, e em países da Europa; ao araçá (Psidium cattleianum) bem
conhecido na Austrália e Oceania; à pimenta-rosa (Schinus terebinthifolius), conhecida
na Espanha e França, dentre outras.
Cabe destacar que a questão da presença das espécies frutíferas nativas está
associada às formações fitoecológicas de cada região do Estado (IBGE, 2004) e a
necessidade de se estabelecer unidades de paisagem onde estas plantas ocorrem ou
ocorriam. Neste caso, cabe trazer a necessidade de se incorporar a restauração
ambiental, com base nos trabalhos de florística e fitossociologia. Caso isso não esteja
presente na busca do conhecimento da biodiversidade aplicada, inclusive nos projetos
de agroflorestas, considerando-se a degradação ambiental e a perda da biodiversidade
existente e crescente, a tendência é se perder a composição básica dos remanescentes
originais. E esta perda também se estende não somente às plantas, mas a seus agentes
dispersores que coevoluiram ao longo de milhares de anos, mantendo uma diversidade
genética particular também associada a fatores edafoclimáticos de cada região.
Trabalhar com as frutíferas nativas ainda tem outro diferencial: os recursos
biológicos necessários, em geral, estão mais acessíveis, fazem parte do ecossistema
local. Áreas de Reserva Legal (RL) ou de Preservação Permanente (APP), muitas vezes
vistas como onerosas, mas, por outro lado, fontes de matrizes e recursos genéticos,
podem ser manejadas e potencializadas para fins produtivos, mantendo os processos
ecológicos originais, a diversidade biológica como um todo, além de promover saúde
para quem produz e quem consome. Neste ponto, é importante destacar que muitas das
experiências de inserção de frutas nativas nos sistemas produtivos têm potencializado
maior diversidade de alimentação local, gerando mais segurança e soberania
alimentares, consolidando culturas e também ampliando a geração de renda das
famílias.
Na maioria dos casos, não se trata de mudar toda a matriz produtiva da
propriedade, mas, sim, incorporar produtos que incrementem a multifuncionalidade
ecológica e econômica, que reafirmem a autoestima ecológica e comunitária das
famílias, mostrando seus valores locais muitas vezes negligenciados pela cultura dita
moderna, principalmente na alimentação cada vez mais industrializada. Nesta caso,
podemos citar, entre outros: o aproveitamento dos frutos da juçara (Euterpe edulis), hoje
transformados em polpa similar a do açaí; os frutos do butiá (Butia spp.),
comercializados in natura ou transformados em sucos, geleias e sorvetes; a semente do
pinheiro (Araucaria angustifolia), que é consagrada desde a alimentação indígena e hoje
goza grande número de produtos e pratos derivados (pães, paçoca, farofa etc.) (Figura
1).
Figura 1. A) Frutos da palmeira juçara (Euterpe edulis),
comercializados como polpa congelada no detalhe; B) Frutos de
butiá (Butia odorata), processados e comercializados em forma
de polpa congelada no detalhe; C) Aproveitamento da semente
da araucária (Araucaria angustifolia) para preparo de farofa de
pinhão no detalhe.

Quanto ao tamanho dos frutos, os considerados grandes, que podemos


estabelecer a partir de 4 cm de diâmetro médio, nem sempre são os mais importantes.
Os frutos pequenos também possuem interesse e potencial, não devendo ser
menosprezados pelo critério de tamanho. Neste sentido, destaca-se o grande interesse
pela procura dos frutos condimentares pequenos da aroeira-vermelha (Schinus
terebinthifolius), da família Anacardiaceae; da mesma forma, destacamos o potencial da
camarinha (Gaylussacia brasiliensis – família Ericaceae), espécie muito próxima
(“parente silvestre”) do mirtilo, que mesmo com frutos pequenos faz grande sucesso
devido aos altos teores de antioxidantes que também devem estar presentes na espécie
nativa.
Entre os frutos de tamanho grande a médio, em tese com maior potencial,
destacam-se aqueles da família Myrtaceae. Entre as espécies desta família que já têm
sido vendidas in natura em supermercados, a preços elevados, pode-se destacar a
goiabeira-serrana (Acca sellowiana), rara e importada da Colômbia, e a jabuticabeira
(Plinia trunciflora), em grande parte vinda do Estado de São Paulo. A pitangueira
(Eugenia uniflora), que tem seus frutos transformados em sucos, tem produção maior
comercial fora do Estado do Rio Grande do Sul (Pernambuco e São Paulo). Além destas
espécies, ocorrem nos mercados ou feiras, mesmo que de forma ocasional, o araçá
(Psidium cattleianum). Cabe destacar que também são comercializadas em maior escala,
por meio de variedades “melhoradas”, o maracujá-azedo (Passiflora edulis) e o fisális
(Physalis spp.).
Pelo menos nos últimos 10 anos, por meio de observações mensais nas feiras de
agricultores ecologistas (FAE) da rua José Bonifácio, em Porto Alegre, verificamos a
comercialização das seguintes frutas/sementes in natura nativas do Rio Grande do Sul:
araçá (Psidium cattleianum), araticum (Annona rugulosa, A. neosalicifolia), araucária
(Araucaria angustifolia), aroeira-vermelha (Shinus terebinthifolius), bananinha-do-mato
(Bromelia antiacantha), butiá (Butia odorata), cerejeira-do-mato (Eugenia involucrata),
fisalis (Physalis cf. pubescens), goiabeira-serrana (Acca sellowiana), guabiju
(Myrcianthes pungens), guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), jabuticabeira (Plinia
peruviana), maracujá-de-estalo (Passiflora elegans), pepininho-do-mato (Melothria
cucumis), pinhão (Araucaria angustifolia), uvaia (Eugenia pyriformis), tuna (Cereus
alacriportanus). Também verificamos a venda de subprodutos como polpa de juçara
(Euterpe edulis), bebidas derivadas de ananá (Ananas bracteatus), pitagueira (Eugenia
uniflora), sete-capotes (Campomanesia guazumifolia), joá (Solanum sisymbrifolium),
além de bebidas de frutas de espécies já citadas também em venda in natura como butiá,
cerejeira-do-mato, goiabeira-serrana, guabiroba, jabuticabeira, pitangueira e uvaia. Estas
22 espécies correspondem a 11% do total de 200 espécies de frutíferas no Estado. Ou
seja, 89% das espécies não tivemos a possibilidade de encontrar em comercialização
tanto na feira como em outros mercados de Porto Alegre e do Estado.
REGIÕES DE OCORRÊNCIA NO ESTADO E PRINCIPAIS ESPÉCIES

Inicialmente, trazemos aqui alguns elementos da fitogeografia do Rio Grande do


Sul (RS). O território do Estado possui superfície de 281.749 Km2 e está situado entre as
latitudes de 27o e 34o graus Sul e entre as longitudes 50o e 57o graus Oeste. Conforme a
classificação climática de Köeppen, o RS apresenta dois tipos climáticos simbolizados
por Cfa ou Cfb (clima subtropical úmido com verão quente ou ameno, respectivamente).
As regiões de ocorrência das espécies são baseadas em Pacheco (1956), com
modificações (Figura 2), associadas às grandes formações vegetais, conforme IBGE
(2004), nas seguintes unidades: Alto Uruguai (AU), com Floresta Estacional Decidual
do Alto Uruguai; Campanha (CA), que é coberta por Estepe e Savana-Estépica;
Depressão Central (DC), dominada por Estepe, Floresta Estacional Decidual do rio
Jacuí e Áreas de Tensão Ecológica; Litoral (L), com Áreas de Formações Pioneiras;
Litoral Norte (LN), onde domina a Floresta Ombrófila Densa e Áreas de Formações
Pioneiras; Missões (MI), com Estepe e Floresta Estacional Decidual do Alto Uruguai;
Planalto (PL), com Floresta Ombrófila Mista e Estepe; e Serra do Sudeste (SS), com
Estepe, em geral Estepe Gramíneo-lenhosa e Estepe Parque.
Figura 2. Mapa do Rio Grande do Sul com as regiões
consideradas no trabalho associadas às grandes formações
vegetais. Adaptado de Pacheco (1956).

Verifica-se a partir da Tabela 1 que não somente árvores produzem frutas


nativas, mas também outras formas biológicas como ervas (ananás, bananinha-
caraguatá, joás etc.), arbustos (fisális, araçás-do-campo, guabiroba-do-campo, pixirica
etc.), trepadeiras (pepininhos, amoras, maracujás, castanha-de-cipó, etc.) e também
epífitas (espécies de cacto-macarrão, guaimbé, etc.).

Tabela 1. Espécies de frutíferas do Rio Grande do Sul já comercializadas in natura ou


em subprodutos em feiras e mercados de Porto Alegre.
Nome comum Nome científico Porte Regiões
Araçazeiro Psidium cattleianum Árvore baixa DC, L, LN,
Ananá Ananas bracteatus Erva rosetada Variável
Araticum-liso Annona rugulosa Árvore média PL
Araticum-rugoso Annona neosalicifolia Árvore média AU, DC, PL
Araucária Araucaria angustifólia Árvore alta AU, PL, SS
Aroeira-vermelha Schinus terebinthifolius Árvore média Variável
Bananinha-do-mato Bromelia antiacantha Erva rosetada DC, LN, SS
Butiazeiro Butia odorata Palmeira DC, L, SS
Cerejeira-do-mato Eugenia involucrata Árvore média AU, DC, SS
Fisális Physalis cf. pubescens Arbusto AU, PL, LN
Goiabeira-serrana Acca sellowiana Árvore baixa PL, SS
Guabiju Myrcianthes pungens Árvore média AU, DC, PL, SS
Guabirobeira Campomanesia xanthocarpa Árvore média Variável
Jabuticabeira Plinia peruviana Árvore média AU, PL
Joá Solanum sisymbrifolium Erva Variável
Juçara Euterpe edulis Palmeira AU*, DC, LN
Maracujá-de-estalo Passiflora elegans Trepadeira DC, LN
Pepininho-do-mato Melothria cucumis Trepadeira DC, LN
Pitagueira Eugenia uniflora Árvore baixa Variável
Sete-capotes Campomanesia guazumifolia Árvore baixa AU, PL
Tuna Cereus alacriportanus Árvore baixa Variável
Uvaia Eugenia pyriformis Árvore média AU, PL
*=trata-se de ocorrências raras

Da mesma forma, verificamos que entre as oito macrorregiões estabelecidas


neste capítulo, algumas espécies têm distribuição mais ampla, ou variável, como o caso
da aroeira-vermelha, guabirobeira, joá, pitangueira, tuna, e outras são mais restritas a
algumas regiões, como no caso da goiabeira-serrana, uvaia, para o Planalto, e juçara,
para o Litoral Norte, entre outras.

PROPOSTAS DE PLANTIOS E USO DE FRUTÍFERAS NATIVAS

Inicialmente, demos destaque a aspectos como a questão do conhecimento das


espécies autóctones para cada macrorregião do Estado e as formas biológicas distintas
que podem ser utilizadas em agroflorestas. Entretanto, conforme as condições existentes
ou interesse (agroflorestas, restauração de APPs, uso em pomares, quintais, etc.), entre
outros aspectos, destacamos a proximidade ou não de remanescentes e ao tipo de
agroecossistema que devem ser considerados. No caso de agroflorestas, com eventual
maior ou menor distanciamento de remanescentes florestais, sugerimos que seja
observado um minizoneamento na propriedade, que possa contemplar diferentes
situações. Trazemos ênfase à questão da proteção dos remanescentes originais (que por
precaução é importante não interferir, ou, se for o caso, intervir minimamente). Existem
outras situações, em que os remanescentes são ausentes ou escassos e a produção é o
objetivo básico. Neste caso, trazemos a possibilidade de se incrementar também o
plantio de espécies não autóctones, incluindo exóticas do continente sul-americano.
Reiteramos que os zoneamentos, macro (regionais) ou micro (das propriedades),
são muito importantes e podem contemplar uma ou mais situações de manejo. Este
zoneamento pode ser feito em forma de um gradiente, com, pelo menos, três níveis de
intensidade de uso, podendo ser ajustado a cada propriedade, que poderemos chamar a
seguir de zonas ou casos.
Zona 1 (Caso 1) Em ambientes florestais predominantemente naturais, com
baixíssima antropização, incorporação de plantios/cultivos em áreas de remanescentes,
APPs, em estádios avançados, uso de plantas frutíferas autóctones mescladas a outras
não frutíferas, diversificadas, mas sempre autóctones. No caso de clareiras ou mesmo
subosque, considerando-se tratar de ambientes mais sombreados, espécies climácicas
como o bacupari (Garcinia gardneriana), o araçá-piranga (Eugenia multicostata),
camboim (Myrciaria spp.);
Zona 2 (Caso 2) Em ambientes florestais ou não florestais, intermediários,
com moderada antropização, incorporação de plantios/cultivos em áreas de transição,
estádios médios: plantas frutíferas autóctones mescladas a outras frutíferas nativas
regionais (Região Fisiográfica, RS e Região Sul) e outras não frutíferas nativas
regionais. Na orla das formações florestais e agroflorestas pouco sombreadas pode-se
utilizar ervas como o ananá (Ananas bracteatus), a bananinha-do-mato (Bromelia
antiacantha, B. balansae), os arbustos constituídos por cactus-arumbeva (Opuntia spp.),
guabiroba-do-campo (Campomanesia aurea), o araçá (Psidium cattleianum), a
goiabeira-serrana (Acca sellowiana), os maracujás (Passiflora spp.), o pepininho-do-
mato (Melothria spp.). Nas porções internas dos remanescentes já antropizados ou
agroflorestas, pode-se utilizar as espécies arbóreas secundárias, como a juçara (Euterpe
edulis), a uvaia (Eugenia pyriformis), a guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), a
grumixama* (Eugenia brasiliensis), além de arbustos como o fisalis (Physalis spp.), a
erva-moura (Solanum spp.), o tomate-arbóreo* (Solanum betaceum), a costela-de-adão*
(Monstera deliciosa), entre outras. (* = nativas regionais, não autóctones)
Zona 3 (Caso 3) Plantios/cultivos em áreas de uso mais intenso, estádios
iniciais, em geral muito distantes de remanescentes, com antropização intensa via
agricultura agroecológica e agroflorestal, quintais e pomares próximos às casas, etc,
desta forma: plantas frutíferas autóctones mescladas a outras frutíferas nativas regionais
(Região Fisiográfica, RS e Região Sul), com frutíferas brasileiras e exóticas no Brasil
(ex. nogueira, abacateiro, mangueira, goiabeira, etc.) e outras não frutíferas nativas
locais, regionais ou exóticas.

PERSPECTIVAS PARA O USO DAS FRUTAS NATIVAS


As plantas frutíferas nativas ganham espaço cada vez mais importante. Este
crescente interesse pode estar atrelado a diferentes fatores como as características
nutricionais dos frutos cada vez mais valorizadas e conhecidas, o aumento do consumo
de frutas pela população, a busca por produtos orgânicos e ecológicos, bem como o
potencial real de incremento de renda para as famílias produtoras (MARIN et al., 2004;
JAIME et al., 2009; LUZ, 2012).
O uso das frutas nativas também tem destaque e papel relevante no âmbito da
biodiversidade dos sistemas naturais ou agroecológicos, uma vez que as espécies
frutíferas estão intimamente relacionadas aos remanescentes mais preservados de
florestas e outros ecossistemas naturais. Estes vêm sofrendo processos crescentes de
degradação, principalmente pela conversão de ecossistemas naturais em monoculturas
agrícolas, sobretudo com o cultivo de espécies exóticas.
Como bem apresentado por Hoehne (1946), as frutas nativas devem ter um
espaço na promoção necessária das policulturas, hoje especialmente em sistemas
agroecológicos, que superem a maior vulnerabilidade inerente aos cultivos
monoespecíficos. Para o avanço no uso destes recursos não podem ser esquecidos as
formas de propagação e de manutenção da diversidade genética e o desenvolvimento de
sistemas agroecológicos, muito mais sustentáveis do que os sistemas convencionais de
produção agrícola.
Assim, a valorização das nossas espécies frutíferas é necessária e urgente. Uma
das principais barreiras a serem vencidas é o desconhecimento do tema por parte da
população. Perduram outras dificuldades como as lacunas de conhecimento desde o
ponto de vista taxonômico até os de âmbito biológico, ecológico, agrícola e econômico.
Contudo, os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de produtos derivados dessas
frutas têm crescido e contribuído significativamente para a divulgação e melhor
conhecimento destas frutas, embora ainda haja um vasto número de espécies com
pouquíssimos estudos ou experimentos agronômicos em andamento.
Há um claro avanço relacionado ao número de atores envolvidos com o tema no
Estado, desde pesquisadores, técnicos, extensionistas, cooperativas, agricultores,
comerciantes, chefs e consumidores. Da mesma forma, têm-se avançado a divulgação
dos produtos da socioagrobiodiversidade relacionados às frutas por meio da Cadeia
Solidária das Frutas Nativas do Rio Grande do Sul, uma iniciativa que tem fomentado,
incentivado e articulado as iniciativas de produção, processamento, beneficiamento e
comercialização de produtos a base de frutas nativas, como sorvetes, picolés, bebidas,
polpas congeladas, bolos, tortas etc.
Assim, trata-se de aproveitar o momento, buscar e cobrar investimentos para
aprimorar os sistemas produtivos planejando o aproveitamento das espécies frutíferas
nativas. Em geral, muitos dos produtores rurais, que reverenciam a diversidade de
plantas de seus quintais, hortas e agroflorestas, demonstram orgulho em oferecer os
produtos da agrobiodiversidade local, fato que contribui com a auto-estima ecológica e
aponta para o caminho da valorização e melhor aproveitamento destes recursos.

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