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Meu livro-caderno-diário de permacultura: atividades de educação ambiental


do projeto Cascata Realiza [My permaculture book-notebook-journal:
environmental education activities of...

Book · February 2014

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2 authors, including:

Andre Santachiara Fossaluza


Serviço Social do Comércio, Brazil, Sâo Paulo
26 PUBLICATIONS   5 CITATIONS   

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Cascata Realiza Textos Projeto gráfico e Capa
Utilização de instrumento de gestão da André Santachiara Fossaluza WP Comunicação
microbacia hidrográfica do Córrego da
Cascata Coordenação geral Diagramação e Ilustrações
Nelita Maria Corrêa Guilherme Castellari Maia Parrillo
Equipe Técnica
André Santachiara Fossaluza Revisão
Felipe Fornazari Patrocínio Fernanda Helena Palermo
Gabriel Campos Volpi Petrobras, por meio do Programa Petrobras
Heloíza Cassola Socioambiental Impressão e acabamento
Letícia Esvícero Garavelo Grafilar
Marcio Piedade Vieira
Maria Rita Silva Gilli Martins Fotografias
Rafael Guerreiro Seraphim André Santachiara Fossaluza
Fernanda Helena Palermo
Realização
SOS Cuesta

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO


DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP - FCA
- LAGEADO - BOTUCATU (SP)  

M597 Meu livro-caderno-diário de permacultura: atividades de


educação ambiental do projeto Cascata Realiza / Coorde-
nação geral: Nelita Maria Corrêa ; textos: André Santa-
chiara Fossaluza ; revisão: Fernanda Helena Palermo. –
Botucatu : SOS Cuesta de Botucatu, 2014
99 p. : il. (algumas color.), tabs.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-68514-00-9

1. Educação ambiental. 2. Permacultura. 3. Sustentabi-


lidade. I. Corrêa, Nelita Maria. II. Fossaluza, André San-
tachiara. III. Palermo, Fernanda Helena. IV. SOS Cuesta de
Botucatu.

CDD 23.ed. (372.357)


Programa Petrobras Socioambiental
O Programa apoia iniciativas que contribuem para criar soluções e oferecer alternativas com potencial transformador e
em sinergia com políticas públicas, incentivando práticas voltadas para um ambiente ecologicamente equilibrado e socialmente
equitativo. Com o conceito Desenvolvimento Sustentável e Promoção dos Direitos, o Programa Petrobras Socioambiental
apoia projetos com foco nas seguintes linhas de atuação: Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade,
Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte. Seus públicos prioritários são: Mulheres,
Negros, Pessoas com Deficiência, Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas, Crianças e Adolescentes e Jovens. Para
ampliar o alcance e o potencial de transformação dos projetos, foram definidos três temas transversais, relacionados às ações
afirmativas ligadas à Equidade de Gênero, Igualdade Racial e Inclusão de Pessoas com Deficiência.

SOS Cuesta de Botucatu


Fundada em 2001, por um grupo de cidadãos botucatuenses, com o objetivo de regulamentar a Área de Proteção
Ambiental Corumbataí-Botucatu-Tejupá, perímetro Botucatu, a SOS Cuesta tem como missão: conhecer, proteger, defender
e recuperar os bens naturais relacionados com a Cuesta Basáltica, por meio de ações educativas e socioambientais, para
difundir a consciência ecológica e buscar o desenvolvimento sustentável. Com uma equipe de voluntários, desenvolve
projetos e programas voltados à educação ambiental, à recuperação de matas ciliares e ao apoio à gestão de unidades de
conservação, além de reportar aos órgãos competentes as agressões ao meio ambiente em sua área de atuação.
Educação Ambiental – desenvolve campanhas e projetos que visam à sensibilização, à mobilização e à conscientização
das pessoas para as causas ecológicas ao incentivar a adoção de boas práticas e a mudança de hábitos do cotidiano;
Recuperação de Áreas Degradadas – promove a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs),
principalmente de matas ciliares de rios urbanos do município de Botucatu;
Áreas Naturais Protegidas – participa da gestão de duas unidades de conservação (Parque Natural Municipal Cachoeira da
Marta e APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá) e desenvolve um programa voltado para a fauna silvestre em Botucatu;
Políticas Públicas – articula ações que envolvem as políticas públicas, o setor produtivo e a sociedade, visando
ao uso racional e sustentável dos recursos da natureza, abrangendo atividades e procedimentos de planejamento,
monitoramento e fiscalização, de caráter político, legal e de geração de informação.
Agradecimentos
A ideia e a vontade de trabalhar com Educação Ambiental na forma de um projeto contínuo, e não somente
em ações pontuais, não surgiram do nada.
Muitas pessoas contribuíram para que chegássemos à decisão de trabalhar durante oito meses com crianças
e adolescentes da Microbacia do Córrego da Cascata, decisão essa que nos levou a elaborar este material.
Mas, como tudo tem um começo, agradeço ao coletivo que criou a concepção que norteia este projeto. Fica
meu imenso muito obrigado a Fernanda Helena Palermo, Enio Yoshinori Hayasaka, Vivian Tiemi Hamamoto Cypriano,
Fernanda Andreoli Rolim e Filipe Araújo Santos, ao Prof. Dr. Francisco Luiz Araújo Câmara e à Prof.ª Dr.ª Marília
Freitas de Campos Tozoni-Reis, com quem, ainda durante a Graduação na UNESP de Botucatu/SP, desenvolvi o
projeto “Ecologia Viva”, em parceria com a Moradia Estudantil e a Escola Estadual “Prof. Euclides de Carvalho
Campos”. Toda a vivência que tivemos naquelas oportunidades foi essencial para a elaboração deste material.
Não poderia deixar de agradecer também à ONG SOS Cuesta e à Petrobras, através do Programa Petrobras
Socioambiental, pela oportunidade em atuar como colaborador deste belo trabalho, o qual, espero, trará bons frutos
à comunidade da Microbacia do Córrego da Cascata.

André Santachiara Fossaluza


Biólogo e Mestrando em Educação para a Ciência, pela Unesp
Epígrafe

“Não te acanhes de perguntar, companheiro!


Não deixes que te metam patranhas na c abeça:
Vê c’os teus próprios olhos!”

Bertold Brecht, em “Lendas, Parábolas, Crônicas, Sátiras e outros Poemas” (tradução de Paulo Quintela), [s/d]
Prefácio
O processo educativo complexo que exige a educação ambiental está voltado para instrumentalizar os
sujeitos educandos e, ao mesmo tempo os educadores, para o enfrentamento da crise socioambiental que vivemos
em nossas sociedades. A complexidade deste particular processo educativo é resultante da necessidade de sentir,
pensar e agir ambientalmente de forma coerente e consequente. Esse sentir, pensar e agir exige que nós, educadores
ambientais, busquemos as origens econômicas, sociais, políticas, culturais, históricas e técnicas que fizeram com
que a organização das sociedades levasse a ações tão destruidoras do ambiente em que vivemos. Isso caracteriza a
educação ambiental como um desafio para o enfrentamento da realidade no mundo contemporâneo, por si mesmo
já tão complexo.
Assim, entendemos que a educação ambiental cumpre diversas funções nas sociedades atuais, funções essas
contraditórias, pois os diferentes grupos sociais, assim como as pessoas individual e coletivamente, têm diferentes e
conflitantes formas de sentir, pensar e agir ambientalmente. Essas diferentes formas estão fortemente relacionadas a
suas contraditórias concepções políticas e ideológicas que interessam a diferentes instituições políticas, comerciais,
industriais, escolares, culturais.
Isso leva a compreendermos que as abordagens filosóficas e políticas que fundamentam os projetos educativos
ambientais desenvolvidos pelos educadores ambientais são muitas e diferentes entre si. Compreendendo estas
diferenças, encontramos vários projetos: dos mais pontuais e ingênuos, aos com maior continuidade e complexidade.
É entre esses projetos mais complexos, mais elaborados, mais conscientes e consequentes que está alinhada
a proposta educativa ambiental que vamos conhecer neste livro. Seu autor, André, tem sido um dos mais sérios,
competentes e compromissados membros do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental que coordeno junto ao
Programa de Pós-graduação em Educação para a Ciência da UNESP no campus de Bauru.
Esta seriedade, competência e compromisso se revela também com a construção de sociedades sustentáveis,
social e ambientalmente. Em cada parte do livro vamos encontrá-las: nas epígrafes escolhidas, nos parágrafos
escritos, na forma como ele se dirige aos educandos, assim como nas atividades que propõe. Vemos neste livro que
a aprendizagem das relações mais conscientes com o ambiente em que vivemos é, para ele, um processo que deve
ser cuidado durante todo tempo.
Consegui perceber na agradável leitura do livro que o processo educativo ambiental que André, com ajuda de
toda equipe, propõe nos capítulos do livro é tão delicado quanto complexo, tão original quanto estudado e tão diretivo
quanto democrático. Podemos perceber que, mais do que ensinar comportamentos adequados ambientalmente, o
livro se preocupa em construir, não para os educandos, mas com aqueles que participam e participaram do Projeto
Cascata Realiza o processo educativo ambiental proposto.
Assim chegamos, em minha avaliação, naquilo que o livro tem de mais original. André conseguiu construir
com muita competência uma proposta que desafia o leitor a participar de seu próprio processo de transformação
para sentir, pensar e agir de forma ambientalmente consciente e responsável. Venham para a leitura que vocês vão
vivenciar uma experiência apaixonada e apaixonante!

Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis


Professora-Pesquisadora em educação ambiental do Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu
e do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da Unesp, campus de Bauru.
Apresentação aos pais ou responsáveis
Apresentamos a você o material didático que utilizaremos durante as atividades do projeto Cascata Realiza,
patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Para realizar as atividades contamos
como parceiros o Departamento de Educação do Instituto de Biociências da Unesp, através do projeto de extensão
“Realizando o Futuro: Educação Ambiental na microbacia do Córrego da Cascata” e a Ação da Cidadania de
Botucatu, através do projeto “Preservando o Futuro”.

Este material foi elaborado para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, moradores da região de Rubião
Júnior, subdistrito de Botucatu/SP, e tem como base a Permacultura, que pode ser definida como um conjunto de
ideias e técnicas que visam construir uma sociedade mais harmônica e estabelecer relações benéficas entre os seres
humanos e entre nós e o ambiente em que vivemos. Nosso objetivo é oferecer ideias para ações em prol de melhorias
das condições de vida na microbacia do Córrego da Cascata. Além disso, esperamos que todos os temas discutidos
nos encontros sirvam para formar pessoas conscientes de seu papel transformador e dispostas a atuar para melhorar
sua comunidade, bairro, cidade, estado, país, mundo! Enfim, é esse pensamento de mudança que nos motivou a
trabalhar aqui, com essas pessoas.

Esperamos que goste do material e acompanhe o desenvolvimento das atividades! Após cada encontro, as
crianças e adolescentes participantes terão a oportunidade de preencher o livro da forma que achar mais interessante.
Algumas das atividades, inclusive, serão feitas em casa. Por isso, pedimos a sua colaboração no acompanhamento
e estímulo à realização das atividades. Será muito mais interessante se você acompanhar de perto o que faremos.

Se você não está envolvido com as atividades deste projeto e que teve acesso a este material, fique à vontade
para utilizá-lo como ferramenta em outras ações de Educação Ambiental e Permacultura. Lembre-se, apenas, que ele
foi pensado no contexto da Microbacia do Córrego da Cascata e, por isso, não recomendamos uma replicação exata
das atividades: reflita se elas são adequadas à sua situação antes de fazê-las. Do mais, esperamos que os princípios
que norteiam as páginas a seguir lhe sirvam de inspiração e fomentem novos movimentos em prol de uma sociedade
mais equilibrada ecologicamente e socialmente justa.

Uma boa leitura a você!


Equipe do projeto Cascata Realiza
Apresentação ao responsável por este “livro-caderno-diário”

Olá, _______________________________________________________________________________________________,
(marque aqui seu nome)

É com muita alegria que apresentamos a você o “livro-caderno-diário” que será nosso companheiro durante os
próximos meses. Ele foi escrito com muito carinho para nos ajudar em todas as atividades que vamos fazer juntos!
Como você vai notar, ele é um pouco diferente dos livros que estamos acostumados a ver na escola, parece até que
ele não está pronto! Mas, é essa a ideia: que ele seja montado por nós mesmos... No fim dos nossos encontros, cada
pessoa terá um material seu, com a sua cara, e que pode ser usado da forma que quiser no futuro.
Aqui, você vai encontrar ideias, práticas e dicas em vários temas, todos eles relacionados à construção de uma
comunidade melhor. Nesses capítulos, conversaremos sobre os temas água, alimentos, construções, lixo e muitas
outras questões bastante relacionadas à nossa vida.

Bom, já é hora de parar de escrever e dar uma olhada no livro! Esperamos que goste!

Equipe do projeto Cascata Realiza


Como este “livro-caderno-diário” foi pensado e organizado
Pensar este material foi um desafio enorme para nossa equipe. Organizar algo que pudesse ser utilizado por crianças
e adolescentes de idades tão diferentes não foi algo fácil. Mesmo assim, acreditamos que ele possa ser bem utilizado
coletivamente, com uma pessoa ajudando a outra em suas dificuldades.
Ele é “livro” porque traz uma série de informações sobre as atividades teóricas e práticas que realizaremos. Mas, vai
além disso: nossa ideia não foi elaborar um livro de receitas ou de práticas, mas sim um material que auxiliasse a
realização dos encontros. Por isso, ele é também “caderno”, pois é o local onde cada um pode fazer suas próprias
anotações e desenhos num contínuo processo de reflexão. E, por fim, é ainda “diário” por permitir o registro dos
sentimentos, devaneios, ideias e, após o término dos encontros, sua utilização como um registro pessoal e único de
tudo que aconteceu.
Para facilitar a organização das ideias, o material foi dividido em 6 capítulos:

Capítulo 1: Conhecendo o ambiente onde eu vivo (Mapeamento Ambiental);


Capítulo 2: Mão na massa e pé na terra (Bioconstrução);
Capítulo 3: Comendo com qualidade (Produção sustentável de alimentos);
Capítulo 4: Nem tudo o que parece lixo é lixo (Manejo de resíduos);
Capítulo 5: O líquido mais importante (Água);
Capítulo 6: É hora de transformar (Ideias para uma sociedade transformada)
Em cada capítulo, há uma série de encontros, os quais englobam atividades teóricas, práticas, visitas didáticas e
rodas de conversa. Cada encontro, por sua vez, é dividido em:

“O que você quer dizer com isso?”: apresentação dos objetivos do encontro.
“Qual o caminho que vamos percorrer?”: demonstração de como será a atividade prática, visita didática ou roda
de conversa.
“Para não esquecer tudo o que fizemos”: a ideia nessa parte é registrar, com desenhos, textos, fotos, colagens,
poemas, etc., o que aconteceu durante o dia.
“E como trazer tudo isso pra minha realidade?”: assim como no item anterior, esse espaço é bem aberto e tem
como objetivo promover a reflexão sobre a realidade, ao pensar em soluções para os problemas que você enfrenta
em casa, no projeto, na escola, na comunidade...

Ao fim de cada capítulo, há um espaço chamado “Organizando as ideias” onde buscamos relacionar todas as
atividades realizadas no capítulo e pensar em como elas afetam nosso projeto, casa, escola e comunidade. Em alguns
momentos, você notará algumas “Notas de rodapé”, onde encontrará definições sobre alguns termos importantes
do encontro.

Esperamos que este material seja muito bem utilizado por você e que ele te ajude nas mais diversas atividades que
você possa realizar.
Sumário
Capítulo 1 - Conhecendo o ambiente onde eu vivo 14 Encontro 14 - Organizando as ideias III: Alimentos 57
Encontro 01 - Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós? 16 Encontro 15 - Mutirão I: coletivamente é mais gostoso! 59
Encontro 02 - Onde eu estou? 20 Capítulo 4 - Nem tudo o que parece lixo é lixo 62
Encontro 03 - Vivendo de uma forma diferente 23 Encontro 16 - Tão longe de mim que eu nem percebo o problema 64
Encontro 04 - Organizando as ideias I: Ambiente 26 Encontro 17 - Comida pra mim, é também comida pra minhoca! 67
Capítulo 2 - Mão na massa e pé na terra 28 Encontro 18 - Gordura que limpa e papel rasgado que dá pra
Encontro 05 - Pintando sem se contaminar 30 escrever 70
Encontro 06 - Pé no barro! 33 Encontro 19 - Organizando as ideias IV: Lixo 73
Encontro 07 - Pizza de terra 36 Capítulo 5 - O líquido mais importante 76
Encontro 08 - Organizando as ideias II: Bioconstruções 38 Encontro 20 - Água que cai do céu 78
Capítulo 3 - Comendo com qualidade 40 Encontro 21 - Organizando as ideias V: Água 81
Encontro 09 - Comida boa é comida sem veneno 42 Encontro 22 - Campanha “Chega de lixo fora do lixo” 83
Encontro 10 - Para garantir o que vamos comer 45 Encontro 23 - Mutirão II: coletivamente é mais gostoso! 86
Encontro 11 - Criando nosso próprio jardim 48 Capítulo 6 - É hora de transformar 88
Encontro 12 - Temperos espiralados 51 Encontro 24 - Encerramento com pizza 89
Encontro 13 - Fruta passa 54
Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu.
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde é que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu

Luiz Gonzaga, em Xote Ecológico, [1989]


Capítulo 1: Conhecendo o ambiente onde eu
vivo
Mapeamento Ambiental

O que você pensa quando escuta uma conversa sobre “meio ambiente”?
Aposto que, na maioria das vezes, pensamos na natureza, numa floresta distante
ou num rio, não é?
A partir de hoje, vamos ver que não é só isso que ambiente significa!

A ideia do primeiro capítulo do nosso livro-caderno-diário é conhecer e pensar


sobre o nosso ambiente, o nosso meio: o lugar onde a gente vive!
Mas, como podemos conhecer nosso ambiente se nem nos conhecemos direito?
Por isso, nosso primeiro encontro (Quem sou eu? Quem é você? Quem somos
nós?) vai nos ajudar a nos conhecermos mais. Depois, no segundo encontro,
vamos observar e pensar sobre nosso ambiente de vida (Onde eu estou?). O
terceiro encontro vai nos levar a um lugar novo para termos uma visão maior
de mundo e começar a entender que as coisas podem funcionar de uma forma
diferente (Vivendo de uma forma diferente).
Depois desses encontros, vamos sentar todos juntos para conversar e avaliar
esse primeiro capítulo (Organizando as ideias I: Ambiente)!

Vamos lá!

15
Conhecendo o ambiente onde eu vivo
Encontro 1 - Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?
Apresentação

1) O que você quer dizer com isso?


Não dá pra conviver durante quase um ano todo sem nos conhecermos direito! Pior ainda é não saber bem quem a
gente é e como nosso grupo é. Por isso, a ideia do nosso primeiro encontro é conhecer a si, conhecer um pouco a
outra pessoa e conhecer um pouco como nosso grupo vai funcionar.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Nosso primeiro encontro tem quatro partes:
- Parte 1 – Apresentação pessoal: num pedaço de cartolina, vamos escrever nosso nome de um lado e, do outro,
como gostamos de ser chamados (um apelido ou o próprio nome mesmo).
- Parte 2 – Apresentação em duplas: vamos nos dividir em duplas e cada pessoa apresenta a outra, invertendo os
papeis.
- Parte 3 – Construção dos grupos dos encontros: como nosso grupo é bem grande e diverso, vamos trabalhar em
grupos nos quais nos quais nos ajudaremos em nossas dificuldades. Cada grupo será acompanhado de perto por
uma pessoa que ajudará nas atividades.
- Parte 4 – Construção dos acordos de convivência: a ideia é que, juntos, pensemos como nosso grupo vai funcionar
(o que deve ou não ser feito, como vamos nos comportar, o que nos faz bem/mal, etc.).

3) Para não esquecer tudo o que fizemos


Com ajuda de alguém de seu grupo preencha os quadros da próxima página com as informações que conseguiu na
atividade de apresentação.

16
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
17
Conhecendo o ambiente onde eu vivo
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Vamos pensar um pouco no local que vivemos também? Como são as pessoas que moram com você? Aproveite o
espaço abaixo para desenhar ou escrever algo sobre elas.

18
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Cole aqui a foto do nosso grupo todo

Cole Aqui Suas Fotos

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Conhecendo o ambiente onde eu vivo
Encontro 2 - Onde eu estou?
Mapeamento da região

1) O que você quer dizer com isso?


Como assim? Onde eu estou? Oras, estou aqui, em Rubião Júnior, no Preservando o Futuro!
Nosso encontro de hoje tem como objetivo nos fazer entender que ambiente é o local onde vivemos, e não só uma
área natural bem afastada da nossa casa. Assim como um ambiente natural, nosso ambiente também tem pontos
bons e ruins, só temos que aprender a observar.
Mas, será que observamos com atenção como é nosso ambiente: o que ele tem de bom/ruim, bonito/feio, algo que
podia melhorar... Como seria a comunidade ideal?

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


A ideia da aula de hoje é praticar nosso olhar! Vamos caminhar pela sede do nosso projeto e, também, por algumas
quadras perto dele para conhecer um pouco melhor a Microbacia do Córrego da Cascata.
Durante a caminhada, observe tudo que puder: casas, ruas, árvores, postes de luz, pessoas, animais. Aproveite para
registrar o máximo possível, na forma de fotos, desenhos, anotações ou até coletando algo aqui ou ali.
Na volta, vamos sentar todos juntos para conversar sobre o que vimos e entender mais como nosso ambiente é.

20
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Aproveite o espaço abaixo para, logo depois da caminhada, desenhar ou escrever o que você pode observar. Tente
por o máximo de detalhes possíveis!

21
Conhecendo o ambiente onde eu vivo
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Agora, é hora de pensar um pouco no local que você vive: como é sua casa? Use o espaço abaixo para registrar o
que vem à sua mente agora: formas, cores, cheiros, pessoas, coisas boas e ruins, bonitas e feias.

22
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 3 - Vivendo de uma forma diferente
Turismo pedagógico: Sítio Beira Serra

1) O que você quer dizer com isso?


Estamos tão acostumados com nosso ambiente, com o lugar onde vivemos, que fica até difícil imaginar alternativas...
Muitas pessoas ao redor do mundo têm buscado alternativas aos bairros e cidades onde vivemos, assim como
outros tipos de sociedades, mais justas, solidárias, colaborativas. A ideia de hoje é conhecer uma dessas propostas
e discutir se é possível ou não viver de uma forma diferente.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Hoje, vamos conhecer o Sítio Beira Serra, um sítio familiar que tem se tornado uma estação de Permacultura. Lá
vamos conhecer suas construções alternativas, plantações orgânicas e um modo muito gostoso de nos relacionarmos
um com o outro.
Aproveite a visita para treinar a observação (como fizemos no encontro anterior) e perceber o que há de bom e ruim,
o que é possível ou não de ser feito na cidade... Sinta também a diferença nos cheiros, sons e texturas, que ficam
cada vez mais escondidos na cidade.

PERMACULTURA:
movimento criado na década de 1970, na Austrália, por Bill Mollison e
David Holmgreen, e que visa à construção de assentamentos humanos
sustentáveis, ou seja, uma maior harmonia na relação entre os seres
humanos e o ambiente, e entre os humanos entre si.
ORGÂNICO:
sistema de produção de alimentos que não utiliza produtos
químicos industrializados, como fertilizantes, inseticidas e outros
agrotóxicos prejudiciais à nossa saúde e ao ambiente.

23
Conhecendo o ambiente onde eu vivo
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Complete o mapa abaixo com desenhos ou textos do que mais chamou sua atenção no Sítio Beira Serra.

Sítio Beira Serra

Casa de Cupinzeiro

Horta

Quiosque

Casa de argamassa
Armada

Tratamento de
Água
Banheiro Seco Animais

24
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Será que as alternativas que observamos no Sítio têm como ser utilizadas no nosso dia-a-dia? Pense se algumas das
coisas vistas por lá poderia ser feita na sua casa e as represente abaixo:

25
Conhecendo o ambiente onde eu vivo
Encontro 4 - Organizando as ideias I: Ambiente
Análise comparativa: Sítio x Microbacia x Minha casa

Depois de tantas andanças, é hora de organizar tudo o que vimos de uma forma que faça sentido para nós mesmos.
Para isso, ponha a cabeça pra funcionar e pense sobre algumas questões:

1) O que há de bom no Sítio Beira Serra que poderia ser feito na minha casa, no projeto, na escola ou na minha
comunidade? Por que essas mudanças não ocorrem?

2) Se você pudesse escolher, o que seria diferente no bairro?

3) O que mais chamou sua atenção quando caminhamos pelo nosso ambiente? Você conseguiu perceber alguns
pontos positivos e negativos dele?

4) Você gostou de trabalhar em grupo? Se sim ou se não, por quê?

5) Preencha, na página seguinte, como você gostaria que fosse a sede do nosso projeto. Use sua imaginação para
pensar o que e onde cada item novo deveria ser feito e como isso ajudaria a melhorar o lugar onde passamos boa
parte dos nossos dias.

26
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
27
Conhecendo o ambiente onde eu vivo
“Pisa ligeiro, Pisa ligeiro
Quem não pode com formiga
Não atiça o formigueiro”

Cântico quilombola. Autoria desconhecida


Capítulo 2: Mão na massa e pé na terra
Bioconstruções

Depois de conhecer um pouco mais o ambiente em que vivemos e conversar sobre


semelhanças e diferenças entre os locais que visitamos, vamos, agora, entrar no
mundo das construções.
Todos nós sabemos como é importante ter uma casa onde possamos viver, não é
verdade? Afinal, toda pessoa precisa de um lugar para se proteger do frio ou do
calor, da chuva e dos ventos, para dormir bem, comer e receber pessoas amigas.
Mas, como veremos durante esse capítulo, as construções podem trazer vários
problemas para o ambiente, para nós e para as pessoas que produzem todo o
material de construção que usamos.
Por isso, vamos começar nosso segundo capítulo com uma atividade prática sobre
uma tinta natural (Pintando sem se contaminar) que pode ser usada sem medo
nenhum. Depois, vamos por a mão na massa (e os pés também) para aprender a
usar terra nas construções de uma forma boa pra gente e para o ambiente (Pé no
barro e Pizza de terra), com práticas sobre tijolos naturais e forninho de pizza.

No fim, sentaremos de novo para colocar nossa imaginação para funcionar e


produzir um material artístico bem bonito para guardar nossas ideias (Organizando
as ideias II: Bioconstruções)!

Mãos, pés e cabeças à obra!

29
Mão na massa e pé na terra
Encontro 5 - Pintando sem se contaminar
Atividade prática: Tinta Natural

1) O que você quer dizer com isso?


Sabe aquele cheiro forte que você sente quando sua casa acaba de ser pintada? Ou você já viu como é difícil tirar um
pouco de tinta que caiu na sua mão ou no chão depois da pintura? Pois é, as tintas que usamos podem trazer uma
série de problemas para nossa saúde e para o ambiente.
Por isso, achamos que seria uma boa ideia aprender como fazer uma tinta que não traga problemas a nós e ao meio
e que possa ser utilizada sem preocupações.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Na prática de hoje, vai parecer que estamos fazendo uma receita de bolo!
Vamos aprender dois tipos de tintas alternativas, que são nada ou bem menos tóxicas que aquelas que geralmente
usamos: uma que pode ser usada dentro de casa e outra fora. Essa diferença existe porque a tinta para ambientes
externos vai ter mais contato com a água e, por isso, precisa resistir à ação dela – fato que não ocorre com tanta
frequência dentro de casa.

As tintas convencionais possuem os chamados COMPOSTOS


ORGÂNICOS VOLÁTEIS (COVs), substâncias tóxicas que se espalham
pelo ar e que fazem muito mal à saúde. O “cheirinho de casa pintada”
que sentimos vem daí... Se ficarmos muito tempo em contato com eles,
´
podemôes ter problemas como cansaço, dor de cabeça, irritação
nos pulmôes e pele e até câncer.

30
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Agora que já vimos na prática como fazer tinta natural, é hora de registrar nossa experiência. Aproveite o espaço
abaixo para registrar, com um desenho ou texto, como foi a prática e o que você mais gostou. Se quiser, também,
anote quais ingredientes foram utilizados em cada uma das receitas e os cuidados que temos que ter no preparo.

31
Mão na massa e pé na terra
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Onde que poderíamos usar a tinta natural no dia-a-dia? Será que vale a pena? Use o espaço abaixo para mostrar
onde a tinta natural poderia ser usada. Aproveite o material de apoio para descobrir como conseguir outras cores
naturais e marque ou desenhe esses materiais.

32
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 6 - Pé no barro!
Atividade prática: tijolo de adobe

1) O que você quer dizer com isso?


Pouca gente sabe, mas a produção dos tijolos que usamos para construir nossas casas é uma atividade com grandes
impactos ambientais e sociais, assim como a produção de cimento, tão comum em qualquer tipo de construção.
Por isso, várias pessoas começaram a resgatar técnicas de construção de casas tradicionais, que não precisam de
tijolos e outros materiais convencionais. Boa parte delas, como a taipa de pilão, pau-a-pique, Cob, superadobe e
adobe, usa uma matéria-prima de muito fácil acesso, o barro, e pode ser feita por qualquer pessoa!

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


No encontro de hoje, vamos aprender como fazer tijolos de adobe. Como você vai ver, eles são bem fáceis de serem
feitos e não utilizam nenhum ingrediente difícil de conseguir: para produzirmos um tijolo de adobe, vamos precisar
somente de terra arenosa, alguma fibra vegetal (grama seca ou palha de arroz, por exemplo), água e um molde. Ah!
Quase me esqueci dos ingredientes mais importantes da receita: pés e muita disposição!

OLARIA:
Local onde são produzidos de objetos de barro
ou argila, onde geralmente encontramos fornos a
altíssimas temperaturas.

33
Mão na massa e pé na terra
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Para que você não se esqueça dessa valiosa receita, aproveite o espaço abaixo para desenhar ou escrever como
fazer um tijolo de adobe:

34
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Como será que minha casa foi feita? Marque, em vermelho, quais materiais foram utilizados na construção da sua
casa. Depois, descubra, com seu grupo, quais materiais também podem ser usados em construções.

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Mão na massa e pé na terra
Encontro 7 - Pizza de terra
Atividade prática: forno de pizza de Cob

1) O que você quer dizer com isso?


Hoje a ideia é conhecer mais uma técnica de construção de baixo impacto ambiental e social. Ela usa os mesmos
materiais que o adobe, mas pode ser usada de forma mais livre: seu nome é Cob. Segundo pesquisas, essa técnica
foi muito usada na Inglaterra, na idade média; esquecida por um bom tempo, só foi ser redescoberta na década de
1970 (LEGAN, 2009)!

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Para aprender como usar o Cob, vamos construir algo que agrada quase todo mundo: um forninho de pizza! O mais
interessante é que, com essa técnica, podemos dar a forma que quisermos a ele: existem fornos de Cob em formato
de tartaruga, lagarto, dragão, vulcão, etc., é só por a cabeça pra funcionar.
Como você vai perceber, fazer Cob é muito parecido (e tão divertido quanto) fazer tijolos de adobe, mas é muito mais
fácil quando feito em grupo.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Aproveite o espaço abaixo para desenhar como ficou nosso forninho:

4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?


Em quais outras situações podemos utilizar o Cob? Pense em alguma estrutura na sua escola ou casa que poderia
ser feita dessa forma.

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Mão na massa e pé na terra
Encontro 8 - Organizando as ideias II: Bioconstruções
Sistematização de atividades sobre bioconstrução

Neste capítulo colocamos muito a mão na massa! Pelo nosso contexto, aprendemos como utilizar terra para fazer um
tipo mais sustentável de construção, que não causa grandes impactos ao ambiente e não oferece perigos a quem
trabalha com ela. Agora, vamos refletir sobre isso para darmos um passo adiante:

1) Quais outros materiais (além da terra) podem ser utilizados para construir de forma mais sustentável. Quais deles
você encontra na região?

2) Qual dos encontros você mais gostou? Gostaria de ter alguma das coisas que fizemos na sua casa, escola ou
comunidade? Por quê?

3) Preencha, na página seguinte, como você ficou a sede do nosso projeto depois das nossas obras.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
39
Mão na massa e pé na terra
“Quando o último rio secar,
a última árvore for cortada
e o último peixe pescado,
eles vão entender
que dinheiro não se come.”

Carta do cacique Seattle, da tribo Suquamish (EUA),


ao presidente da época (1855).
Capítulo 3: Comendo com qualidade
Produção sustentável de alimentos

Neste ponto da caminhada, já conhecemos mais nosso ambiente e aprendemos


como as construções podem ser feitas de forma sustentável. Agora, a ideia é
termos várias atividades para discutir algo que todas as pessoas gostam muito
de fazer: comer!

No nosso Capítulo 3, vamos conversar sobre como nossa comida é produzida,


comprada e desperdiçada. Para isso, vamos começar as atividades com uma visita
a uma horta orgânica da região (Comida boa é comida sem veneno) e conhecer
como alimentos saudáveis são feitos. Depois, vamos conversar sobre como
garantir alimentos de qualidade e aproveitar comidas que quase nem notamos
(Para garantir o que vamos comer). Na última parte desse capítulo, vamos
ter várias práticas: em “Criando nosso próprio jardim”, “Ervas espiraladas” e
“Fruta passa”, vamos aprender como produzir alimentos de diferentes formas,
além de uma forma não muito comum de preservá-la.

Claro que não vamos desperdiçar tantas ideias e práticas boas! Por isso, depois
dessas atividades, vamos por a mente e o corpo pra funcionar e pensar num modo
bem legal de registrar essas memórias (Organizando as ideias III: Alimentos)!

Mãos à horta!

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Comendo com qualidade
Encontro 9 - Comida boa é comida sem veneno
Turismo pedagógico: Horta orgânica comunitária

1) O que você quer dizer com isso?


Você sabia que o Brasil é o campeão mundial no consumo de agrotóxicos? Mesmo se você não sabe o que são
agrotóxicos, já dá pra perceber, só pelo nome, que eles não são algo bom para a saúde.
Quase todos os alimentos que comemos vêm cheios de resíduos químicos que não trazem bem algum para o nosso
corpo: são inseticidas, fungicidas, herbicidas e muitos outros “Cidas” que deveríamos ter mais cuidado na hora de
escolher o que comer.
Como alternativa a essa forma de produção de alimentos, existe a produção orgânica (e outras formas parecidas e ainda
melhores, como a agroecológica, a natural, a biodinâmica), que não utiliza esses produtos e resgata conhecimentos
tradicionais para produzir uma comida de qualidade, limpa, em harmonia com o ambiente e mais justa socialmente.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Por isso, no encontro de hoje, vamos fazer uma visita a uma das várias hortas orgânicas comunitárias de Botucatu e
conhecer um pouco esse tipo de produção que só traz coisas boas para nosso corpo e para o ambiente.

AGROTÓXICOS:
são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou
biológicos, utilizados nos setores de produção, armazenamento
e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de
florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de
ambientes urbanos, hídricos e industriais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE,
[201-]), com o intuito de aumentar a produção, diminuir seu custo e ter
produtos aparentemente mais bonitos.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Registre, abaixo, na forma de desenhos ou anotações, suas observações sobre a horta orgânica que conhecemos e
da conversa que tivemos por lá:

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Comendo com qualidade
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Vamos descobrir de onde vêm os alimentos que consumimos em nossas casas? Escolha 5 deles e marque se eles
são orgânicos ou convencionais:

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 10 - Para garantir o que vamos comer
Roda de conversa: Segurança alimentar e alimentos não convencionais

1) O que você quer dizer com isso?


Um dos direitos básicos de todos é ter acesso a alimentos de qualidade e em boa quantidade. Passar fome é algo
muito difícil, mas que acontece com muita gente ao redor do mundo...
Para evitar que isso aconteça, precisamos pensar em formas de garantir comida para todas as pessoas.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


No nosso encontro de hoje, vamos conversar sobre como melhorar essa situação. Vamos, também, aprender sobre
plantas que nem imaginamos ser comida e como ter uma alimentação mais saudável (e gostosa também!).

SEGURANÇA ALIMENTAR:
Realização do direito de todos ao acesso regular e permanente
a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer
o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base
práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a
diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis (REDE SANS, [201-]).

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Comendo com qualidade
3) Para não esquecer tudo o que fizemos?
Vamos aproveitar o espaço abaixo para anotar ou desenhar algumas das novas plantas que conhecemos na roda de
conversa de hoje. Quais delas você já viu por aí?

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
4) Como trazer tudo isso pra minha realidade
Depois de todo esse papo, vamos aproveitar para comparar um sistema de produção de alimentos agroecológicos e
um sistema de monocultura. Escreva ou desenhe quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles:

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Comendo com qualidade
Encontro 11 - Criando nosso próprio jardim
Atividade prática: hortas não-convencionais

1) O que você quer dizer com isso?


Não é só na horta ou no supermercado que podemos conseguir nossos alimentos. Qualquer espaço livre em nossas
casas, escolas, praças públicas ou terrenos baldios pode ser um canteiro em potencial e receber uma planta, desde
que escolhamos bem quais delas vamos cultivar e preparemos bem o lugar onde elas vão ficar.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


No encontro de hoje, vamos precisar usar bastante nossa imaginação para criar canteiros dos mais diferentes
materiais e formas. Observe bem nosso ambiente e busque locais que poderiam abrigar tipos diferentes de plantas,
especialmente aquelas que podem servir de alimentos.
Vamos, também, aproveitar o espaço gramado do projeto para construir uma horta em mandala, um sistema de
produção que, além de muito bonito, facilita muito nosso trabalho.

MANDALA
significa sagrado, ou círculo mágico e simboliza o todo, os ciclos
coordenados de tempo e espaço (LEGAN, 2009). Na Permacultura,
as hortas em mandala favorecem o aproveitamento do espaço e
recursos, facilitam o plantio e a colheita e tornam o ambiente mais
agradável.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Aproveite o espaço abaixo para representar como ficaram nossos canteiros e as informações que mais lhe chamaram
a atenção.

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Comendo com qualidade
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Quais outros materiais e formas podem ter um canteiro? Pense nas possibilidades na sua casa, escola ou na praça
mais perto e desenhe como você faria canteiros nelas.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 12 - Temperos espiralados
Atividade prática: Espiral de ervas

1) O que você quer dizer com isso?


Vocês já puderam perceber, no encontro anterior, que plantar só exige nossa imaginação: é ela que nos diz onde e
qual forma nosso canteiro vai ter!
Uma das ideias que surgiram da imaginação e observação de pessoas foi a Espiral de Ervas, um canteiro que, além
de ser bonito, permite ter várias plantas num local bem pequeno. Pela sua estrutura, vamos também perceber que
cada ponto da espiral funciona de um jeito diferente, permitindo colocar plantas bem diversas.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


A ideia da Espiral de Ervas é bem simples: aproveitar qualquer material (tijolos velhos, pedras, caixinhas de leite com
terra, tijolos de adobe) que possa moldar uma parede em forma de espiral e encher essa estrutura com solo e várias
plantas.
Aqui, pelo espaço reduzido para o plantio, damos preferência a plantas de pequeno porte e que são usadas quase
todo dia: cebolinha, salsinha, babosa, hortelã, orégano, manjericão, alecrim, camomila, poejo e muitas outras.

MICROCLIMA
é uma área relativamente pequena cujas condições
atmosféricas diferem da zona exterior. Os
microclimas geralmente formam-se quando há
barreiras geomorfológicas, ou elementos
como corpos de água ou vegetação (WIKIPEDIA,
[201-?]).

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Comendo com qualidade
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
No esquema abaixo, marque quais são os pontos da Espiral de Ervas onde o microclima será ensolarado e seco;
ensolarado e úmido; e sombreado e úmido. Aproveite para desenhar quais plantas gostam mais de cada local.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Se você fosse fazer uma espiral de ervas na sua casa, onde você a colocaria e quais plantas utilizaria? Mostre, no
espaço abaixo, como seria sua experiência:

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Comendo com qualidade
Encontro 13 - Fruta passa
Atividade prática: Secador solar de frutas

1) O que você quer dizer com isso?


Tudo bem, tudo bem... Sabemos que é difícil resistir a uma bolacha recheada ou a um achocolatado pronto para nos
acompanhar nas nossas aventuras. Mas, você já pesquisou para saber quais são os ingredientes desses produtos e
como eles são produzidos?
Hoje vamos ver que esses e outros alimentos que comemos quase todos os dias não fazem muito bem à nossa saúde
e ao ambiente. Mas, vamos, também, conversar sobre boas alternativas para nossa alimentação e descobrir um novo
lanche para o recreio.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Por isso, no encontro de hoje, teremos duas atividades: na primeira delas, vamos tentar descobrir quais são os
ingredientes das nossas guloseimas favoritas (e nos surpreender com eles). Preste atenção ao símbolo “T” em
algumas embalagens: ele representa a presença de organismos transgênicos.
Depois, vamos aprender como fazer um secador solar de frutas, um sistema que permite conservar as frutas que
mais gostamos por mais tempo (além deixá-las bem gostosas para um lanche).

TRANSGÊNICO
é o termo utilizado para designar organismos que foram submetidos
a técnicas de engenharia genética para inserção de uma parte do
genoma de outra espécie em seu genoma (CENTRO DE GENÉTICA MOLECULAR
DA UFMG, [201-]). Os impactos da sua utilização na saúde humana e no
ambiente são ainda pouco conhecidos.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Agora que você já aprendeu como preparar frutas passas, vamos pensar do que pode ser feito nosso secador.
Aproveite o esquema abaixo e marque ou desenhe quais outros materiais podem ser usados para montá-lo:

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Comendo com qualidade
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Vamos pensar um pouco sobre nossa alimentação? No espaço abaixo, desenhe ou anote quais os alimentos que você
mais gosta de comer. Depois, com base na nossa conversa de hoje, marque aqueles que nos fazem bem e algumas
alternativas para aqueles que nos fazem mal.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 14 - Organizando as ideias III: Alimentos
Sistematização das atividades sobre produção de alimentos

E lá se foi mais um de nossos capítulos, talvez o mais saboroso deles! É uma boa hora para conversarmos e avaliarmos
tudo que aprendemos, não acha?
Para isso, vamos refletir sobre as perguntas a seguir e, depois, aproveitar para adicionar ao nosso mapa do projeto
como ele ficou depois de tantas atividades!

1) Qual tipo de produção de alimentos é melhor para o ambiente e para nossa saúde? Por que será que não
conseguimos ter sempre alimentos de boa qualidade em casa?

2) Como vimos no começo deste capítulo, muita gente passa fome no mundo. Como será que essa situação poderia
ser melhorada? Será que há falta de alimentos?

3) Você acha que vai ser fácil ou difícil mudar o que você come?

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Comendo com qualidade
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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 15 - Mutirão I: coletivamente é mais gostoso!
Atividade de campo: revitalização de um espaço público

O dia de hoje é de trabalho coletivo!

Você percebeu que, apesar de fazermos várias atividades práticas na sede do projeto, ainda há várias coisas que
poderiam ser feitas para torná-la um lugar mais agradável? Também pensamos assim e achamos que é uma ótima
ideia compartilhar o trabalho para conseguir fazer mais coisas em menos tempo!

É essa a ideia de um mutirão: um momento em que juntamos várias pessoas para realizar ações que não conseguiríamos
fazer sozinhos. Claro que o trabalho fica muito mais gostoso e fácil, pois dividimos as tarefas e podemos aprender
coisas novas com outras pessoas.

No nosso primeiro mutirão, vamos receber algumas pessoas que auxiliarão as atividades. Aproveite o tempo com
elas para aprender ainda mais sobre tudo que temos conversado nos nossos encontros. Ah! E para não se esquecer
de tudo o que viu hoje, use a página seguinte para desenhar ou escrever um texto ou poema sobre a atividade que
mais gostou de participar. Depois, cole também a foto que mais gostou no seu livro-caderno-diário.

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Comendo com qualidade
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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Cole Aqui Suas Fotos

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Comendo com qualidade
“Sentimento agora é lixo?
Pureza e honestidade, amizade e caridade,
Vão servir para se transformar em embalagem de produto?”

Lixo, de Erivelto Reis, em Poemas e Crônicas (2012)


Capítulo 4: Nem tudo o que parece lixo é
lixo
Manejo de resíduos

Lixo: é esse mesmo tema do nosso próximo capítulo.


Você já deve ter percebido que nem notamos para onde vão as coisas depois que não as
usamos mais? Mas, nos nossos encontros pudemos perceber que, desde as construções
até a produção de alimentos, o lixo é algo bem comum na nossa comunidade.
A ideia aqui é entender que muito do que chamamos de lixo, não é bem lixo. Ainda,
ele pode ter muitas utilidades pra gente e evitar uma série de problemas que,
querendo ou não, vão acabar voltando.
Vamos começar nossas atividades com uma visita a um dos lugares mais difíceis
da nossa sociedade, o Aterro Sanitário (“Tão longe de mim que eu nem percebo
o problema...”). Lá, vamos ver o que acontece com o lixo nosso de cada dia e
conhecer pessoas que dão duro para solucionar esse problema. Depois, vamos
aprender como aproveitar nossos restos de alimentos, papéis e óleo de cozinha,
que sempre jogamos longe da gente (“Comida pra mim é também comida pra
minhoca!” e “Gordura que limpa e papel rasgado que dá pra escrever”).

E você não pensou que íamos deixar todas essas atividades passarem em branco,
pensou? Pois é, depois dos encontros, vamos sentar juntos para organizar bem
todas nossas ideias (Organizando as ideias IV: Lixo)!

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Nem tudo o que parece lixo é lixo
Encontro 16 - Tão longe de mim que eu nem percebo o problema...
Turismo pedagógico: Aterro sanitário

1) O que você quer dizer com isso?


Você já percebeu que temos a mania de colocar longe da gente tudo aquilo que não gostamos ou que não tem mais
utilidade? Pois é... O “lixo” é um dos maiores problemas da humanidade, pois nunca paramos de consumir. Ao longo
da história da humanidade e, principalmente, com o surgimento das cidades, a quantidade de lixo produzida por uma
pessoa só aumentou e mudou suas características: o lixo, que antes era composto de materiais orgânicos e podia
ser reutilizado pela própria natureza, passou a ter muito materiais industrializados, os quais não são naturalmente
reciclados.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


A ideia de hoje é conhecer o local que recebe todo o lixo produzido em nossa cidade: o Aterro Sanitário. Lá, vamos
conhecer, também, a Cooperativa de Agentes Ambientais, que faz a coleta de materiais recicláveis.
Aproveite a visita para observar tudo que é transformado em lixo no nosso dia-a-dia. Por que será que produzimos
tanto lixo assim? Será que todas as pessoas produzem o mesmo tipo de lixo? Há outra forma de lidar com isso? O
que acontece quando um Aterro Sanitário enche?

ATERRO SANITÁRIO
é um local que tem como objetivo acomodar
no solo resíduos no menor espaço prático
possível, causando o menor dano possível ao
meio ambiente ou à saúde pública. Essa técnica
consiste basicamente na compactação dos
resíduos no solo, na forma de camadas que são
periodicamente cobertas com terra ou outro
material inerte (CETESB, [20--]).

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Aproveite o espaço abaixo para desenhar e escrever o que viu no Aterro Sanitário. Como você se sentiu durante a
visita e nas conversas com as pessoas que trabalham lá?

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Nem tudo o que parece lixo é lixo
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Vamos descobrir a quantidade de lixo que produzimos aqui no projeto? Para isso, entreviste as pessoas que nos
trabalham aqui e preencha a tabela abaixo.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 17 - Comida pra mim, é também comida pra minhoca!
Atividade prática: Compostagem

1) O que você quer dizer com isso?


Você já notou a quantidade de restos de comida que jogamos no lixo todos os dias? Se não, é hora de começar a
prestar um pouco de atenção, garanto que você vai ficar bem surpreso! No Brasil, mais da metade do que jogamos
fora é matéria orgânica, ou seja, pode ser decomposto e reaproveitado no próprio ambiente.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Hoje, a ideia é conhecer diferentes formas de reaproveitar as sobras de alimentos que produzimos em casa. Há várias
formas diferentes de fazer a compostagem, de acordo com cada contexto.
Por isso, vamos aprender como montar uma composteira externa (pra quem tem quintal em casa) e outras duas pra
usar dentro de casa: um vaso-composteira (que ainda pode abrigar algumas plantas pequenas!) e uma minhocasa,
ambos mantidos pelas brilhantes e muito eficientes minhocas.

COMPOSTAGEM
é um processo biológico de decomposição e reciclagem da matéria
orgânica de forma controlada. A di eia é transformar os restos de
origem animal ou vegetal para formar um composto, material rico em
nutrientes e que pode ser utilizado como fertilizante

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Nem tudo o que parece lixo é lixo
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Aproveite o espaço abaixo para desenhar a composteira que mais gostou e marcar os materiais que são necessários
para fazê-la em casa:

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Com base em tudo o que discutimos hoje, como você solucionaria o problema dos restos de comida na sua casa?
No espaço abaixo, represente com um desenho ou esquema, qual tipo de composteira você usaria e onde ele ficaria
na sua casa.

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Nem tudo o que parece lixo é lixo
Encontro 18 - Gordura que limpa e papel rasgado que dá pra
escrever
Atividade prática: Sabão e reciclagem de papel

1) O que você quer dizer com isso?


No nosso dia-a-dia, nem percebemos que geramos uma quantidade imensa de dois resíduos: óleo de cozinha usado
e restos de papel. Como já vimos nos encontros anteriores, temos a tendência a jogar esse “lixo” para bem longe de
nós.
O óleo, quando jogado direto no ralo ou na terra, pode contaminar imensas quantidades de água. Já o papel, além
de todos os problemas gerados pelo acúmulo de lixo nos aterros sanitários, traz outra questão: para produzir papel,
atualmente, são usadas fibras de eucalipto, uma árvore exótica que é plantada em sistema de monocultura; como
você já viu, esse sistema traz uma série de problemas, como concentração de terras, expulsão de famílias do campo,
diminuição da biodiversidade, consumo intenso de água e nutrientes do solo e utilização de agrotóxicos.

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


No encontro de hoje, vamos aprender como aproveitar esses materiais em casa!
O óleo usado é perfeito para produzirmos sabão, que pode ser usado na cozinha ou para lavar roupas. Já o papel,
pode ser reciclado de uma forma bem simples e utilizado de várias formas.

MONOCULTURA
sistema de plantio que utiliza somente ESPÉCIE INTRODUZIDA OU EXÓTICA
uma espécie de planta, bem comum no espécie de organismo que vive fora da sua área de distribuição
Brasil (as mais comuns: cana-de-açúcar, nativa que tenha sido acidental ou intencionalmente para aí
eucalipto, soja, algodão, milho), e em levada pela atividade humana, podendo ou não ser prejudicial
grandes propriedades. para o ecossistema em que é introduzido (WIKIPEDIA, [201-?])

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Represente com desenhos, no espaço abaixo, como é o processo de produção de sabão e papel reciclado caseiros.
Não se esqueça de marcar os ingredientes necessários e os cuidados que temos que tomar!

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Nem tudo o que parece lixo é lixo
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
É hora de pesquisar: vamos descobrir quanto de papel e óleo de cozinha usado é produzido no nosso dia-a-dia. Para
isso, escolha um desses três lugares (casa, escola ou projeto) e complete a tabela abaixo:

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 19 - Organizando as ideias IV: Lixo
Sistematização das atividades sobre lixo

Chegamos, enfim, ao fim de mais um capítulo do nosso projeto! O que você achou dele? As práticas e visitas valeram
a pena?

Hoje, vamos organizar tudo que fizemos nos últimos encontros e refletir sobre algumas das questões relacionadas
ao tema. Responda, no grupo, as perguntas abaixo e, depois, desenhe as mudanças que apareceram no terreno do
projeto:

1) O que nos leva a produzir tanto lixo? Será que conseguimos mudar essa situação?

2) O que você sente quando alguma pessoa joga lixo no lugar errado?

3) Como poderíamos melhorar a situação de trabalho das pessoas do Aterro Sanitário e de outras pessoas que
trabalham com a coleta, separação e venda de materiais recicláveis? O que você pensa quando vê pessoas carregando
carrinhos pesados e cheios de materiais pela cidade?

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Nem tudo o que parece lixo é lixo
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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
75
Nem tudo o que parece lixo é lixo
“Ó chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão”

Segue o seco, de Carlinhos Brown,


cantado por Marisa Monte (1996)
Capítulo 5: O líquido mais importante
Água

Você não vai acreditar, mas já estamos chegando ao fim dos nossos encontros.
Esse é nosso penúltimo capítulo, que é tão importante quanto todos os outros
que estudamos até agora. Já conhecemos nosso ambiente, aprendemos como
construir de uma forma melhor, vimos como solucionar o problema do lixo e
produzir bons alimentos. Agora, vamos conversar sobre algo que está ligado
a tudo isso: a água.

Dessa vez, não vamos por tanto a mão na massa, mas vamos aprender como
aproveitar fontes de água que quase nunca usamos e aprender a armazená-la
(“Água que cai do céu”) e conversar bastante sobre como evitar desperdícios
e usar a água de forma sábia. Assim como tudo que já estudamos até agora,
a água é essencial para nossa sobrevivência, e numa sociedade em que o
acesso a ela também depende de quanto dinheiro uma pessoa tem, temos que
buscar formas alternativas de obtê-la, armazená-la e tratá-la.

Após nossas atividades de observação, prática e conversa, vamos organizar


nossas ideias (Organizando as ideias V: Água) e pensar em como criar boas
soluções para termos água de qualidade e em boa quantidade no nosso
ambiente.

77
O líquido mais importante
Encontro 20 - Água que cai do céu
Atividade prática: Construção de cisterna

1) O que você quer dizer com isso?


Você percebeu que é cada vez mais comum sofrermos com a falta de água? Os níveis dos reservatórios parecem
estar cada vez mais baixos e sofremos com corte do fornecimento da água encanada. Para melhorar essa situação,
várias ações podem ser tomadas...
Uma das mais fáceis e interessantes está bem ao nosso alcance: a água da chuva! Já parou pra notar que não
aproveitamos toda aquela quantidade de água limpa que cai do céu?

2) Qual o caminho que vamos percorrer?


Por isso, no encontro de hoje vamos acompanhar a instalação de calhas e de uma cisterna para a coleta de água
de chuva na sede do projeto. Infelizmente, não vamos conseguir colocar a mão na massa como nos encontros
anteriores, mas vamos aproveitar para entender como o sistema funciona e pensar em outras formas para construir
cisternas.

CISTERNA:
nada mais é do que um
reservatório para armazenar
a água da chuva.

78
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
3) Para não esquecer tudo o que fizemos
Vamos calcular a quantidade de água de chuva que pode ser coletada aqui, na sede do projeto? Depois, vamos
pensar onde poderíamos usar toda essa água coletada: aproveite para desenhar essas ideias abaixo!

79
O líquido mais importante
4) E como trazer tudo isso pra minha realidade?
Aproveite o esquema a seguir para pensar em outros materiais que poderiam ser utilizados para construir uma
cisterna. Pense em algum destes lugares: sua casa, sua escola ou na sede do projeto.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 21 - Organizando as ideias V: Água
Sistematização das atividades sobre água

Você percebeu que, apesar de nosso capítulo sobre água ter sido bem curto, já havíamos falado várias vezes sobre ela
nos encontros anteriores? A água é algo muito precioso para todas as pessoas e para o ambiente, mas percebemos
que o cuidado com ela deixa muito a desejar.
Por isso, vamos fechar mais este ciclo com uma reflexão sobre tudo que conversamos e observamos. Depois dessa
roda de conversa, complete o mapa do nosso projeto com as novas instalações que fizemos.

1) Como podemos melhorar nossas ações com relação ao uso e descarte de água?

2) Após assistirmos a animação “Abuela Grillo”, expresse, no grupo, qual sua opinião sobre o pagamento pela água.
Você acha isso justo?

3) Botucatu está numa importante área de recarga do Aquífero Guarani e deveria preservar suas matas e rios. Como
eles estão na sua região? O que podemos fazer para melhorar a situação?

AQUÍFERO GUARANI:
imenso reservatório de água doce subterrânea,
que se estende por Brasil, Uruguai, Paraguai
e Argentina. Botucatu está na área de recarga
deste aquífero, uma região muito importante
para sua conservação (SOS CUESTA, 2013).

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O líquido mais importante
82
MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Encontro 22 - Campanha “Chega de lixo fora do lixo”
Atividade de campo: participação em mutirão de coleta de lixo na Microbacia do Córrego da Cascata

Em setembro 2012, quando acontecia o projeto “Córrego da Cascata”, a ONG SOS Cuesta organizou a campanha
“Chega de lixo fora do lixo”. Essa campanha é um movimento que convida as pessoas para, durante um dia, recolher
o lixo que foi depositado de forma errada numa região.
Aqui em Botucatu, foram percorridos os 554 hectares (mais ou menos 1300 campos de futebol!) da Microbacia do
Córrego da Cascata e muito lixo foi encontrado. Enchemos dezenas de caminhões com todo tipo de material, dando
um destino adequado a eles.
Nosso encontro de hoje é a participação nessa grande ação coletiva! Vamos ajudar a tornar nossa região um lugar
mais bonito e saudável! Para que lembremos como nossa ajuda é importante e como temos que ter cuidado com o
lixo que produzimos, aproveite o espaço na página seguinte para marcar quais materiais você mais encontrou na sua
caminhada e, depois, colar uma foto do grupo que de você participou para melhorar a qualidade ambiental da região!

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O líquido mais importante
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Cole Aqui Suas Fotos

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O líquido mais importante
Encontro 23: Mutirão II: coletivamente é mais gostoso!
Atividade de campo: revitalização de um espaço público

O dia hoje é de mutirão novamente!

Estamos na reta final dos nossos encontros, e nada melhor que uma ajuda extra para dar aquela arrumada final
na sede do nosso projeto. Assim como no primeiro mutirão que tivemos, aproveite a presença de outras pessoas
facilitadoras para aprender bastante sobre construções sustentáveis, produção de alimentos e muito sobre arte!

Depois desse gostoso domingo, aproveite a próxima página para colar a foto que mais gostou do nosso mutirão e
deixar o seu livro-caderno-diário ainda mais com a sua cara.

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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Cole Aqui Suas Fotos

87
O líquido mais importante
“Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você se junte a nós
E o mundo será como um só”

Imagine, de John Lennon (1971), em tradução livre


Capítulo de conclusão:
É hora de transformar!

Encontro 24: Encerramento com pizza


Ideias para uma sociedade transformada

Infelizmente, depois de um período com encontros muito bons, várias


atividades realizadas, muitas conversas, risadas, reflexões, visitas e
observações, chegamos ao fim das nossas atividades.
Para comemorar toda essa nossa caminhada, vamos inaugurar uma de
nossas criações: o forninho de pizza! Vamos, de novo, por a mão na massa
(de pizza, desta vez) e celebrar!

Claro que, também, vamos aproveitar um pouco do nosso tempo para fazer
aquela foto da turma toda e preencher aquele mapa que nos acompanhou
durante o ano todo e que agora, com certeza, está bem diferente.

Foi um grande prazer estar com vocês! Esperamos que este seu livro-caderno-
diário seja guardado e utilizado com muito carinho no futuro! Temos a certeza
de que ele será muito útil na sua vida! Agora, é hora de pensar em como tudo
isso que vimos pode ser usado para construirmos uma sociedade melhor, mais
justa e equilibrada. O mundo está aí para ser mudado, e cada vez mais você é
uma pessoa que, junto a outras, pode fazer muitas coisas boas!

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É hora de transformar!
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MEu livro-caderno-diário de Permacultura
Cole Aqui Suas Fotos

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É hora de transformar!
Referências bibliográficas, sítios eletrônicos consultados e outros materiais interessantes:

ABUELA Grillo. Direção de Denis Chapon. Produção de Israel Hernández; Hanna Habermann. Viborg (Dinamarca):
The Animation Workshop e Comunidad de Animadores Bolivianos, 2011. (13 min.), son., color. Disponível em: <http://
vimeo.com/11429985>. Acesso em: 9 mar. 2014.
CARVALHO, Anôr Fiorini de et al. Cores da Terra: Fazendo tinta com terra. Viçosa, MG: Universidade Federal de
Viçosa, 2007. 14 p. Disponível em:
<http://www.a-ponte.org.br/modulos/publicacoes/arquivos/cores.da.terra.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2014.
CENTRO DE GENÉTICA MOLECULAR DA UFMG. O que são transgênicos. Minas Gerais, [201-]. Disponível em:
<http://www.cgm.icb.ufmg.br/oquesao.php>. Acesso em: 12 mar. 2014.
CETESB. Aterro Sanitário: Definições. [20--] Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/mudancas-climaticas/
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CINTRA, Lydia. Vai pintar a casa? O que você deve saber sobre as substâncias tóxicas das tintas. 2013. Disponível
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Verde: Roteiro para uma cobertura jornalística crítica da RIO+20. Rio de Janeiro, RJ: Repórter Brasil, 2012. 24 p.
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_____________. Soluções Sustentáveis: Uso da Água na Permacultura. Pirenópolis, GO: Ecocentro IPEC e Mais
Calango, 2007. 64 p.
_____________. Criando habitats na escola sustentável: livro do Educador. São Paulo, SP: Imprensa Oficial do
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MELO, Jessica; BUTZGE, Jéssica. Não é brincadeira: O trabalho infantil que Santa Catarina não vê. [201-]. Disponível
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REIS, Erivelto. Lixo. Poemas e Crônicas. 2012. Disponível em: <http://eriveltoreis.blogspot.com.br/2012/07/poema-
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WIKIPEDIA. Espécie introduzida. [201-?]. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Espécie_introduzida>. Acesso em: 5 mar. 2014.
WIKIPEDIA. Microclima. [201-?] Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Microclima>. Acesso em: 9 mar. 2014.
ZILLI, Maria Cristina. Manual Construindo ARTE: Um apoio para o desenvolvimento de sua atividade. Curitiba, PR:
PUCPR, [201-]. 61 p. Disponível em:
<http://www.pucpr.br/arquivosUpload/1237436911311194485.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2014.
Apêndice - Um pouco sobre Permacultura
A Permacultura é um movimento que surgiu na Austrália, na década de 1970, após os estudos e práticas
de Bill Mollison e David Holmgreen. Ela tem como grande objetivo o planejamento e construção de assentamentos
humanos permanentemente sustentáveis, que promovam harmonia entre a humanidade e o ambiente. O termo surgiu
após a junção das palavras “Permanent” (Permanente) e “Agriculture” (Agricultura).
Seus grandes pilares são a ética, a ecologia e sua metodologia de design.
Os princípios éticos defendidos pela Permacultura e que a norteiam foram pensados após intensas vivências
com comunidades tradicionais e buscam compor um pensamento ético universal. Eles são:
• Cuidado com a Terra: devemos assegurar o futuro de todos os sistemas vivos, para que possam perseverar
e se multiplicar.
• Cuidado com as pessoas: assegurar às pessoas o acesso aos recursos necessários a sua existência.
• Partilha dos excedentes: através do controle das nossas próprias necessidades, nós podemos disponibilizar
recursos para além delas.
A Ecologia traz sua grande contribuição a partir da observação dos sistemas naturais. Somente através da
compreensão do funcionamento dos sistemas naturais, os quais permanecem em equilíbrio continuamente, podemos
planejar de forma correta a sociedade humana.
Com base na ecologia e nos princípios éticos, foi criada uma metodologia, uma série de procedimentos
necessários para a elaboração de um design de uma propriedade. Aqui, a Permacultura busca considerar as
características intrínsecas e relações de cada elemento vivo e não vivo, zonas (de acordo com sua função e gasto
energético), setores (água, luz, vento, etc.) e as relações invisíveis entre as pessoas e o meio.
A Permacultura, assim como a Agroecologia e outros movimentos ambientais e sociais, tem crescido
bastante no Brasil nos últimos anos. O trabalho do Instituto de Permacultura do Cerrado (IPEC), em Pirenópolis/
GO, por exemplo, é uma grande referência e nos ajudou muito a elaborar este projeto (em especial as publicações
em educação de Lúcia Legan). Em Botucatu, além das iniciativas da SOS Cuesta, encontramos os grupos Timbó de
Agroecologia e Curare de Permacultura e o Sítio Beira Serra, além de outras ONGs e iniciativas autônomas.

Texto baseado em MOLLISON, B. (2009)


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