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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Objectivo Geral................................................................................................................................3

Objectivos Específicos:...................................................................................................................3

Metodologia.....................................................................................................................................3

1. Factores da diversidade das espécies faunísticas.........................................................................4

1.1. Origem e função da biodiversidade..........................................................................................5

1.2. Os factores ecológicos ambientais............................................................................................5

1.2.1. Os factores ecológicos bióticos.............................................................................................6

1.2.2. Factores ecológicos abióticos................................................................................................7

1.2.2.1. Importância dos factores ecológicos abióticos...................................................................8

1.2.2.1.1. A Luz...............................................................................................................................8

1.2.2.1.2. Temperatura.....................................................................................................................9

1.2.2.1.3. A água............................................................................................................................10

1.2.3. Formas de Actuação............................................................................................................10

1.2.4. Formas de Expressão...........................................................................................................11

2. Legislação sobre a Biodiversidade............................................................................................12

2. Legislação sobre a Biodiversidade em Moçambique................................................................12

Conclusão......................................................................................................................................16

Bibliografia....................................................................................................................................17
Introdução
O trabalho abordou sobre os Factores da diversidade das espécies faunísticas e a Legislação
sobre a Biodiversidade, onde por sua vez focou-se sobre a origem da biodiversidade, onde o
termo bio, de biodiversidade, ou diversidade biológica, vem do grego bios, que significa vida,
portanto, biodiversidade é a diversidade da natureza viva. Desde 1986, o termo e conceito vêm
tendo largo uso entre biólogos, ambientalistas, líderes políticos e cidadãos conscientes de todo o
mundo factores ecológicos bióticos, os seres vivos associam-se com outros seres vivos, da
mesma espécie ou de espécies diferentes, com o objetivo de satisfazer suas necessidades de
alimentação, protecção, transporte e reprodução. Formando dessa forma, as relações ecológicas.
Dando mais enfâse, pode-se dizer que uma característica essencial dos factores bióticos é serem
dependentes da densidade, ou seja, um factor influenciará um organismo na proporção da
densidade de sua população. Os factores ecológicos bióticos favorecem a estabilidade dos
ecossistemas, dado que uma população numerosa tenderá a sofrer, e.g., taxas de predação
superiores a uma população pequena, resultando em um balanço na distribuição das espécies

Objectivo Geral
 Compreender os Factores da diversidade das espécies faunísticas e a Legislação sobre a
Biodiversidade.

Objectivos Específicos:
 Descrever a origem e função da biodiversidade;
 Mencionar os factores ecológicos ambientais;
 Descrever a Legislação da Biodiversidade em Moçambique.

Metodologia
Para a realização do trabalho, buscas bibliográficas foram efectuadas, com vista a trazer
conteúdos diversificados e claros sobre o estudo.

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1. Factores da diversidade das espécies faunísticas

A diversidade não é só uma característica da organização da comunidade, ela é influenciada


pelas relações funcionais entre os níveis tróficos. Entendemos por função de uma espécie, o
resultado das suas actividades que a conectam directa ou indirectamente com os seres vivos de
um ecossistema. (CHARBONNEAU, 1994)

A tarefa de descrever, catalogar e estudar a diversidade dos organismos vivos pertence aos
biólogos, mas, devido ao grande número de organismos existentes no planeta, mais de 90% deles
ainda são desconhecidos. Hoje se conhecem cerca de 1,4 milhão de espécies vivas de todos os
tipos de organismos. (CHARBONNEAU, 1994)

Existem aproximadamente 750.000 espécies de insectos, 41.000 de vertebrados. Em sua maioria,


os pesquisadores são unânimes em dizer que este quadro é muito incompleto, com excepção de
alguns grupos bem estudados, como os dos vertebrados. (CHARBONNEAU, 1994)

A tarefa de catalogar todas as espécies é tão difícil, que talvez nunca seja completada. Entretanto
é de suma importância estabelecer padrões na descrição e, principalmente, estudar a abundância
das espécies, para se testarem hipóteses sobre a função da diversidade das espécies no
ecossistema. (CHARBONNEAU, 1994)

De acordo com Charbonneau, (1994)

Hoje, pouco se conhece ainda sobre a biodiversidade em praticamente todos os


ecossistemas. Constituem excepção as regiões áridas, onde as espécies animais e vegetais
vasculares são bem conhecidas, por ocorrem em número relativamente pequeno em
comparação com o das regiões tropicais. Mas, mesmo nessas regiões há muitos animais
que ainda precisam ser estudados. Por outro lado, nas regiões tropicais, o conhecimento
sobre a diversidade de espécies, apesar de seu alto grau, é ainda bastante incipiente.

Em muitos países tropicais não há uma relação detalhada de plantas e animais de seu território.
As melhores estimativas são relações incompletas de pequenos animais, plantas e fungos que
vivem em algumas pequenas áreas estudadas. (CHARBONNEAU, 1994)

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1.1. Origem e função da biodiversidade

Segundo Araújo (1998):

O termo bio, de biodiversidade, ou diversidade biológica, vem do grego bios, que


significa vida, portanto, biodiversidade é a diversidade da natureza viva. Desde 1986, o
termo e conceito vêm tendo largo uso entre biólogos, ambientalistas, líderes políticos e
cidadãos conscientes de todo o mundo. Este uso coincidiu com o aumento da
preocupação com a extinção de espécies observada nas últimas décadas do século XX.

A biodiversidade refere-se portanto à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade


genética dentro das populações e entre espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de
fungos macroscópicos e de microorganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas
pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas.
(ARAÚJO, 1998)

As florestas tropicais e os recifes de corais abrigam grande variedade de plantas e animais: são os
ecossistemas com maior número de espécies do Planeta, ou, como os ecologistas denominam,
com alto grau de riqueza de espécies. (ARAÚJO, 1998)

1.2. Os factores ecológicos ambientais

Esses factores são importantíssimos para a distribuição das espécies na superfície da Terra. Os
factores ecológicos, podem constituir elementos da “resistência ambiental”, diminuindo a
sobrevivência dos seres vivos, ou de uma determinada espécie de ser vivo. A “resistência
ambiental”, é o conjunto de dificuldades que o meio oferece a uma dada espécie de ser vivo
(MARTINS, 1992).

Segundo Araújo, (1998), Define-se como sendo o conjunto de factores biológicos e físicos de
um determinado ambiente que atuam sobre o desenvolvimento de uma comunidade.

 Factores biológicos ou bióticos;


 Factores físicos ou abióticos.

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1.2.1. Os factores ecológicos bióticos

Para Araújo (1998), nos factores ecológicos bióticos, os seres vivos associam-se com outros
seres vivos, da mesma espécie ou de espécies diferentes, com o objetivo de satisfazer suas
necessidades de alimentação, protecção, transporte e reprodução. Formando dessa forma, as
relações ecológicas.

Segundo Martins (1992), os seres vivos estabelecem entre si uma série de relações:

As relações chamadas “harmónicas”, se dá quando os seres vivos de ambos os lados não são
prejudicados e “desarmónicas”, quando um ser vivo prejudica o outro ser vivo. E as relações
“intra-específicas”, quando se dá entre indivíduos de uma mesma espécie, como exemplo uma
colmeia de abelhas. (MARTINS, 1992)

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As relações “interespecíficas” acontecem com espécies diferentes. Por exemplo: um tigre
devorando uma zebra, é sempre um carnívoro devorando outro carnívoro. (MARTINS, 1992)

Nas relações harmónicas começamos pelas “colónias”. Estas são associações de seres vivos de
uma mesma espécie e não podem viver separadamente. (MARTINS, 1992)

As “sociedades” são indivíduos de uma mesma espécie que trabalha para o desenvolvimento da
população. Exemplos: certos gorilas nas selvas, os cardumes, as formigas, abelhas, capins, as
manadas e a espécie humana. (MARTINS, 1992)

As relações “simbiose” são a associação entre indivíduos de espécies diferentes, com troca
mútua de favores de ordem alimentar, como por exemplo as algas, os cogumelos. (MARTINS,
1992)

O “mutualismo” é a associação entre organismos de espécies diferentes com benefícios


recíprocos. Exemplos: algas, fungos, plantas, insectos.

No “comensalismo”, quando um indivíduo come o resto da comida do outro ser, ou seja, são
indivíduos de espécies diferentes, como por exemplo: a hiena se alimenta dos restos deixados por
outros carnívoros como o leão. (MARTINS, 1992)

O “inquilinismo” acontece quando um ser vivo passa a habitar o corpo de outro ser vivo.
(MARTINS, 1992)

1.2.2. Factores ecológicos abióticos

Os factores ecológicos abióticos são a relação existente entre o ser vivo versus o meio físico.
Esses factores abióticos estão representados pelas condições climáticas, edáficas (o solo) e
químicas, que vêm a ser justamente a composição física do ambiente. (MARTINS, 1992)

Existe os factores abióticos em ambientes terrestres que são principalmente a luz, a temperatura e
a água. E para os factores abióticos em ambientes aquáticos são a luz, a temperatura e a
salinidade. (MARTINS, 1992)

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Portanto, para que uma espécie de ser vivo habite um determinado ambiente é preciso que se
adapte as condições que esse meio lhe propõe.

1.2.2.1. Importância dos factores ecológicos abióticos

1.2.2.1.1. A Luz

A “luz”: é impossível a vida na Terra sem a luz solar, portanto a luz é essencial na produção de
alimentos orgânicos por parte dos vegetais verdes, a fotossíntese. (MARTINS, 1992)

Segundo Martins (1992), as plantas verdes (clorofiladas) como as árvores terrestres e as algas
que vivem na superfície das águas dos mares em geral e dos rios, na presença da luz solar
capturam o gás carbónico do ar e com a participação também da água, elaboram os alimentos
orgânicos que vão servir para os próprios vegetais e para todos os demais animais da Terra.

Os vegetais verdes por acção da fotossíntese ainda eliminam o oxigénio, que é o gás de
fundamental importância nos processos respiratórios das próprias plantas e de todos os animais.
(MARTINS, 1992)

Desse modo, é de suma importância a fotossíntese e a luz solar para a vida. E também regula os
ritmos biológicos diários e anuais, regula a actividade motora de animais chamados de
“fotocinese”; orienta os movimentos dos vegetais produzem luz, esse processo se chama
“bioluminescência”, como exemplo citamos: algumas espécies de peixes, insectos, lesmas, lulas,
crustáceos, corais, bactérias, fungos e outros.

De acordo com Martins (992), isso acontece porque nas células desses existe uma substância
química especial chamada de “luciferina”, que produz luz com a enzima de um fermento
chamado “luciferinase”.

Classifica-se e conceitua-se a luz como eurifotos, estenofotos, lucífi los e lucífobos.

 Eurífotos - são aqueles seres vivos que suportam grandes variações luminosas;

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 Estenófotos - são os seres vivos que só conseguem viver dentro de uma faixa estreita de
luminosidade;
 Lucífilos - são os seres atraídos para a luz, exemplo a mariposa e o cupim;
 Lucífobos – os seres que fogem da luz, no caso do tatu, da toupeira. (MARTINS, 1992)

1.2.2.1.2. Temperatura

Esse factor determina a distribuição dos seres vivos, pois ela influi no metabolismo, no apetite,
no desenvolvimento, na fotossíntese, na actividade sexual e na fecundidade. (MARTINS, 1992)

As temperaturas mais favoráveis à vida estão na faixa de 10 a 30°C, acima dos 40°C, as plantas
já não suportam, com excepção das algas terminais (mais de 75°C). Os seres vivos podem variar
ou manter constante a sua temperatura corporal dependendo da temperatura do ambiente.
(MARTINS, 1992)

A temperatura pode ser classificada tanto de acordo com os animais como os vegetais. A
classificação dos animais quanto a temperatura do seu corpo, em: animais “homeotermos” e
animais “pecilotermos”.

Os animais “homeotermos” são aqueles que conseguem manter constante a temperatura do seu
corpo, independente da temperatura ambiental. Esses são chamados euritermos. São animais de
sangue quente, exemplo: os mamíferos e as aves. Eles possuem uma ampla distribuição
geográfica na Terra. (MARTINS, 1992)

 Presença de penas e de pêlos

Significa que os corpos dos animais são cobertos de acordo com a temperatura do ambiente
natural de cada espécie, exemplo: tigre da Mandchúria (região fria) apresenta pêlos longos; tigre
de Sonda (região mais quente) pêlos curtos; nas regiões quentes os animais possuem a maioria
do corpo nua, como a ema, espécie de cão mexicana. (MARTINS, 1992)

 Presença de panículo adiposo

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O panículo adiposo é uma camada de gordura que se deposita embaixo da pele de muitos animais
e serve de isolante térmico. Por exemplo: as baleias, que possuem o corpo coberto por uma
grossa camada de gordura. (MARTINS, 1992)

 Sono hibernal e sono estival

São chamados de hibernação ou sono hibernal, a morte aparente de alguns animais para melhor
resistir ao ambiente muito frio, mas que na realidade eles estão vivos (vida latente) ou seja, é
uma sensível redução de suas actividades vitais, exemplos disso temos o urso, o morcego e
outros animais. Como o sono estival ou estivação, acontece justamente o contrário, o animal usa
esse tipo de recurso para resistir ao calor, exemplo tipo de lagarto mexicano. (MARTINS, 1992)

1.2.2.1.3. A água

Outro factor essencialmente importante, pois não se concebe a vida sem a água, ela entra na
composição das células de todos os seres vivos. A água atua como reagente químico em muitos
processos metabólicos. (MARTINS, 1992)

A distribuição dos seres vivos na biosfera depende da água, a sua quantidade vária de espécie
para espécie. O homem tem 65% de água no seu corpo, a criança ao nascer 905, as medusas 99%
do seu corpo é só de água, as sementes de 3 a 5%. E por fi m, a água ainda regula o clima da
Terra. (MARTINS, 1992)

Além dos factores ecológicos bióticos e abióticos já estudados, existem ainda os “Factores
Limitantes”, que são aqueles limites de tolerância dos quais os seres vivos podem sobreviver
dentro do ambiente, ou seja, o factor seja ele biótico ou abiótico tenta limitar o desenvolvimento
e ou a oportunidade de sobrevivência do ser vivo. (MARTINS, 1992)

Quanto mais ampla for a faixa de tolerância de um ser vivo aos factores do meio, mais ampla
será a sua distribuição geográfica. Então, os factores limitantes abióticos são a temperatura (o
clima), a luz, a água e os nutrientes; enquanto os bióticos são a competição, o predatismo e
parasitismo. (MARTINS, 1992)

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1.2.3. Formas de Actuação

 Eliminando certas espécies dos territórios e consequentemente intervindo na distribuição


geográfica.
 Modificando as taxas de fecundidade e de mortalidade das diversas espécies.
 Atuando sobre os ciclos de desenvolvimento.
 Provocando migrações, agindo na densidade das populações.
 Favorecendo o aparecimento de modificações adaptativas (hibernação, estivação e
reacções fotoperiódicas, etc). (MARTINS, 1992)

1.2.4. Formas de Expressão

 Na distribuição geográfica dos seres vivos.


 Na localização das espécies em seus habitats.
 Na densidade das populações.
 Nas actividades vitais dos seres vivos: transpiração, respiração, crescimento,
fecundidade, gerações anuais, ritmos biológicos, etc.
 Na eliminação e substituição das espécies (luta pelo espaço). (MARTINS, 1992)

Com vista no assunto abordado sobre os factores ecológicos, pode-se dizer que os factores
ecológicos abióticos são os determinantes físico-químicos do ambiente: temperatura,
disponibilidade de nutrientes e de água, luminosidade, pressão, salinidade, o próprio tempo, entre
outros. Normalmente os factores ecológicos abióticos agem sobre as populações de maneira
independente da densidade, influenciando os organismos de acordo com suas capacidades
específicas de suportar as variações das condições do ambiente.

Uma característica essencial dos factores bióticos é serem dependentes da densidade, ou seja, um
factor influenciará um organismo na proporção da densidade de sua população. Os factores
ecológicos bióticos favorecem a estabilidade dos ecossistemas, dado que uma população
numerosa tenderá a sofrer, e.g., taxas de predação superiores a uma população pequena,
resultando em um balanço na distribuição das espécies. (MARTINS, 1992)

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2. Legislação sobre a Biodiversidade

O planeta vive uma crise de biodiversidade, caracterizada pela perda acelerada de espécies e de
ecossistemas inteiros. Essa crise agrava-se com a intensificação do desmatamento nos
ecossistemas tropicais, onde se concentra a maior parte da biodiversidade. (WILSON, 1997)

Apesar disso, a perda de diversidade biológica é uma crise silenciosa. Ela se assemelha aos
problemas relativos à mudança global do clima. Quando surgiram os primeiros alertas dos
cientistas, houve (e ainda há) incredulidade. No entanto, a não implantação das medidas de
mitigação necessárias levou a uma situação irreversível a curto prazo, em que já não se poderão
reverter os efeitos para os próximos anos. (WILSON, 1997)

O mesmo ocorre com a crise da biodiversidade, por ser silenciosa, ela é ignorada ou objecto de
descrença, o que poderá levar à perda irreversível de espécies e ecossistemas e à
homogeneização biótica do planeta. (WILSON, 1997)

Conservar a biodiversidade significa proteger a multiplicidade de formas de vida que se


manifestam entre a crosta terrestre e a fina camada de gases que a reveste, a chamada biosfera.
Implica adoptar acções complexas com o objetivo de assegurar a perpetuidade desse frágil
sistema no qual a vida se aloja no planeta e no qual nós, humanos, estamos imersos(WILSON,
1997)

Essas acções envolvem interferências directas nas actividades humanas, especialmente nas
formas como extraímos e exploramos os recursos naturais e como devolvemos resíduos e energia
ao meio ambiente. Portanto, a conservação da biosfera, por definição, requer a imposição de
restrições ao desenvolvimento das actividades produtivas, à exploração do solo, à construção de
infra-estrutura e ao regime de uso da propriedade privada e pública.

2. Legislação sobre a Biodiversidade em Moçambique

Estabelece os princípios e normas básicos sobre a protecção, conservação, restauração e


utilização sustentável da diversidade biológica nas áreas de conservação, bem como o
enquadramento de uma administração integrada, para o desenvolvimento sustentável do país, os

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quais são aplicáveis ao conjunto dos valores e recursos naturais existentes no território nacional e
nas águas sob jurisdição nacional. (CALENGO, 2005)

Segundo Calengo, (2005):

Abrangendo todas as entidades públicas ou privadas que directa ou indirectamente


possam influir no sistema nacional das áreas de conservação do país, regulando a
administração das áreas de conservação, as zonas de protecção, a recuperação e
restauração da diversidade biológica, a gestão de espécies ameaçadas de extinção, o
reassentamento e as taxas, e fixando os respectivos regimes de fiscalização e
sancionatório.

As crescentes actividades económicas com impacto directo e indirecto nos ecossistemas em


Moçambique colocam desafios crescentes à protecção da biodiversidade, justificando-se, por
isso, a divulgação dos instrumentos jurídicos disponíveis sobre a conservação da natureza e meio
ambiente. (CALENGO, 2005)

O diploma legal tem por objecto regulamentar a Lei n.º 16/2014, de 20 de Junho, alterada e
republicada pela Lei n.º 5/2017, de 11 de Maio, a Lei da Protecção, Conservação e Uso
Sustentável da Diversidade Biológica. (CALENGO, 2005)

O Regulamento aplica-se ao conjunto dos valores e recursos naturais existentes no território


nacional e nas águas sob jurisdição nacional, abrangendo todas as entidades públicas ou privadas
que directa ou indirectamente possam influir no sistema nacional das áreas de conservação do
país, nos termos do disposto na Lei n.º 16/2014, de 20 de Junho, alterada e republicada pela Lei
n.º 5/2017, de 11 de Maio, a Lei da Protecção, Conservação e Uso Sustentável da Diversidade
Biológica. (Boletim da república, 2007)

Compete à Administração Nacional das Áreas de Conservação, abreviadamente designada por


ANAC, a tutela e a promoção de iniciativas com vista à operacionalização da rede nacional de
áreas de conservação.

 Zonas de protecção

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As zonas de protecção são áreas territoriais delimitadas, representativas do património natural
nacional, destinadas à conservação da diversidade biológica e de ecossistemas frágeis ou de
espécies animais ou vegetais, podendo estas serem do domínio publico do Estado ou do domínio
privado e nelas podendo ocorrer actividades económicas compatíveis com seu propósito.

As zonas de protecção são classificadas para garantir a conservação representativa dos


ecossistemas e espécies e a coexistência das comunidades locais com outros interesses e valores
a conservar.

As zonas de protecção classificam-se em:

 Áreas de conservação total;


 Áreas de conservação de uso sustentável.

Consideram-se áreas de conservação total as áreas de domínio público do Estado, destinadas à


preservação dos ecossistemas e espécies sem intervenções de extracção dos recursos, admitindo-
se apenas o uso indirecto dos recursos naturais com as excepções previstas na Lei n.º 16/2014, de
20 de Junho alterada e republicada pela Lei n.º 5/2017, de 11 de Maio, e neste Regulamento.
(Boletim da república, 2007)

 Preservar a natureza única da área, a nível biológico, de ecossistemas ou cénico;


 Manter os processos ecológicos e o funcionamento dos ecossistemas relevantes a nível
local, regional, nacional ou internacional, conforme aplicável;
 Garantir a existência de áreas onde possam ser realizados estudos científicos,
monitoramento e educação ambiental, incluindo áreas que possam ser definidas como
referência, que não estejam sujeitas a qualquer tipo de perturbação. (Boletim da
república, 2007)

Com vista na legislação moçambicana, pode-se notar que compensações de biodiversidade são
uma importante fonte de financiamento potencial para a conservação da biodiversidade. Mas
para que esse potencial se realize há necessidade de se desenvolver uma matriz de políticas e
regulamentos adequados com a definição das funções de cada parceiro, dentro do quadro legal de
Moçambique.

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Por outro lado, uma compensação eficaz requer a existência de uma instituição financeira capaz
de assumir a responsabilidade de gestão dos fundos disponibilizados, da monitoria das
actividades que o programa da compensação preconiza e de realizar os desembolsos necessários
a longo prazo.

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Conclusão

Chegado ao final da pesquisa, vale dizer que a diversidade não é só uma característica da
organização da comunidade, ela é influenciada pelas relações funcionais entre os níveis tróficos.
Entendemos por função de uma espécie, o resultado das suas actividades que a conectam directa
ou indirectamente com os seres vivos de um ecossistema. Em muitos países tropicais não há uma
relação detalhada de plantas e animais de seu território. As melhores estimativas são relações
incompletas de pequenos animais, plantas e fungos que vivem em algumas pequenas áreas
estudadas.

Abrangendo todas as entidades públicas ou privadas que directa ou indirectamente possam influir
no sistema nacional das áreas de conservação do país, regulando a administração das áreas de
conservação, as zonas de protecção, a recuperação e restauração da diversidade biológica, a
gestão de espécies ameaçadas de extinção, o reassentamento e as taxas, e fixando os respectivos
regimes de fiscalização e sancionatório pode-se notar que compensações de biodiversidade são
uma importante fonte de financiamento potencial para a conservação da biodiversidade. Mas
para que esse potencial se realize há necessidade de se desenvolver uma matriz de políticas e
regulamentos adequados com a definição das funções de cada parceiro, dentro do quadro legal de
Moçambique.

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Bibliografia

ARAÚJO, M. S. (1998). Introdução às Ciências do Ambiente para Engenharia. C. Grande:


Apostila UFPB.

BOLETIM DA REPÚBLICA (2007), Publicação oficial da república de Moçambique.

CALENGO, André Jaime, (2005) “Lei de Terras Anotada e Comentada”, Centro de Formação
Jurídica e Judiciária, Maputo.

CHARBONNEAU, J. P. (1994). Enciclopédia de Ecologia. São Paulo: EDU/EDUSP.

MARTINS, C. (2002). Biogeografia e Ecologia. São Paulo: Nobel, 5ª ed.

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