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Profª Elaine Texto de biologia 1 3º ano/ 2ºb.

Ecologia
A Ecologia é a ciência que estuda a interação entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. O termo
"ecologia" foi utilizado pela primeira vez em 1866, na obra "Morfologia Geral do Organismo", pelo biólogo alemão
Ernst Haeckel.
A palavra Ecologia vem do grego donde "Oikos" significa casa e "Logos" significa estudo. Dessa forma, a ecologia é
o estudo da casa, ou seja, do ambiente e das interelações dos organismos no meio físico.

Conceitos Básicos da Ecologia


Níveis de Organização.
Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organização. A ecologia moderna usa como
base de estudo os ecossistemas, mas também estuda até os organismos, de modo que os níveis inferiores até a
célula são mais de outras áreas.

Níveis de organização da vida em um ecossistema chamado taiga


Conceitos Importantes.
 Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indivíduos da
mesma espécie gera descendentes férteis. Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc.
 População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie que vive em determinado local..
Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliado para qualquer organismo. Exemplo: grupo de peixes-
palhaço;
 Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Também chamado de "Comunidade
Biológica", "Biocenose" ou "Biótopo". Exemplo: aves, insetos e plantas de uma região;
 Habitat: ambiente físico em que vivem determinadas espécies. As condições do ambiente dependem de fatores
abióticos que afetam diretamente os seres vivos presentes. Resumidamente, é o local em que determinada
espécie vive.Exemplo: o habitat do leão é as savanas e do tatu são as florestas;
 Nicho ecológico: papel ecológico de uma espécie em uma comunidade. Envolve seus hábitos alimentares, sua
reprodução, suas relações ecológicas e outras atividades. São os hábitos e modo de vida dos animais. Exemplo:
no grupo dos leões são as leoas que caçam e cuidam dos filhotes, enquanto os machos defendem de invasores,
esse é o seu nicho ecológico;
 Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e interagem entre si;
 Biótopo: corresponde a uma parte do habitat, é uma área com condições ambientais específicas, que permitem a
vida de determinadas espécies. Exemplo: trecho de uma floresta ou de uma lagoa;
 Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o ambiente. Formado pela interação de
biocenoses e biótopos, ou seja, local de interação entre seres vivos (fatores bióticos) e fatores físicos e químicos
(fatores abióticos).Exemplos: pode ser uma lagoa, uma floresta ou até um aquário (ecossistema artificial);
 Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade biológica e condições ambientais.
Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia são alguns dos biomas brasileiros;
 Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. É a reunião de toda a
biodiversidade existente na Terra.
 Relações ecológicas: são as relações que os seres vivos possuem uns com os outros, indivíduos da mesma
espécie ou espécies diferentes.
 Nível trófico: posição que uma espécie ocupa em uma cadeia alimentar.
 Produtores: seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento (autotróficos).
 Teia alimentar: conjunto de cadeias alimentares interligadas Essas relações podem ser entre
 Pirâmide ecológica: representação gráfica do fluxo de energia e matéria em um ecossistema.
 Espécie endêmica:
 Desequilíbrio ecológico: é quando o homem interfere acidentalmente ou intencionalmente no meio ambiente
alterando o equilíbrio dos ecossistemas naturais. Exemplo: despejo de lixo e introdução de espécie exótica.

 Espécie Exótica: toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural, isto é, que não é
originária de um determinado local. Espécie Exótica Invasora ou Espécie Invasora é definida como uma
espécie exótica que prolifera sem controle e passa a representar ameaça para espécies nativas e para o equilíbrio
dos ecossistemas que passa a ocupar e transformar a seu favor. Pode representar risco até às pessoas.

Mapa mental
Fatores bióticos e abióticos.
O que são fatores bióticos e abióticos?
Todos os ecossistemas são formados pela relação entre os fatores bióticos e os abióticos. Mas você sabe quais são eles e como
influenciam a natureza? Entenda melhor a seguir:
 Fatores bióticos
Os fatores bióticos dizem respeito a todos os elementos associados à interação dos organismos vivos presentes em um
ecossistema, como os animais e vegetais.
Essas relações constituem uma comunidade biológica, influenciando as populações por meio das interações ecológicas —
como a predação, o parasitismo ou a competição.
O principal efeito dos fatores bióticos pode ser visto nas cadeias alimentares, formadas pelos vínculos entre os organismos
autótrofos, que produzem o próprio alimento, e os heterótrofos — que não conseguem produzir seus alimentos e precisam
ingerir outros organismos.
 Fatores abióticos
Os fatores abióticos são os compostos físicos e químicos de um ambiente, sendo capazes de influenciar os seres vivos presentes
no ecossistema de modo que as plantas e os animais tenham que se adaptar para sobreviver e se desenvolver.
Os fatores físicos constituem o clima, determinado principalmente pela radiação solar que chega à terra, e a temperatura — que
influencia outros aspectos climáticos, como a umidade relativa do ar e a pluviosidade. Os fatores químicos, como os nutrientes
minerais e os ciclos biogeoquímicos (do nitrogênio, do oxigênio, do carbono), são importantes para garantir a sobrevivência dos
organismos e manter o equilíbrio dos ecossistemas.
Relação dos fatores bióticos e abióticos com o ecossistema
Os fatores bióticos e abióticos estão em permanente ligação sistêmica. Por isso, tanto os elementos físicos quanto os químicos
determinam a estrutura e o funcionamento das comunidades vivas, afetando as relações ecológicas de um ambiente.
Essas relações podem ser intraespecíficas (quando ocorre entre organismos da mesma espécie) ou interespecíficas, quando
estabelecida entre espécies diferentes.
Além disso, existem as relações harmônicas e desarmônicas: o primeiro tipo é caracterizado pelo benefício para uma ou
ambas as espécies envolvidas, como acontece nas colônias e sociedades. Nas relações desarmônicas ocorre o contrário, e um ou
ambos os organismos são prejudicados. É o caso do parasitismo, por exemplo.

Os fatores bióticos e abióticos estão em permanente ligação sistêmica, e sua interação forma os diferentes ecossistemas .
Componentes bióticos e abióticos

Cadeia Alimentar, Fluxo de Energia e Pirâmide ecológicas.


A cadeia alimentar é formada pelas relações entre os organismos que produzem o próprio alimento,
chamados autótrofos, os que são incapazes de produzir alimento e precisam ingerir outros organismos
para adquirir a energia necessária para sobreviver, os heterótrofos e os seres que reciclam a matéria
orgânica, os decompositores.

No que diz respeito ao fluxo de energia, esses organismos são classificados por níveis tróficos. O nível
trófico é constituído por conjunto de organismos que possuem hábitos alimentares semelhantes,
ocupando a mesma posição no ecossistema.

Os organismos produtores, os autótrofos, são a base da cadeia alimentar, temos como exemplo os
vegetais, algas e bactérias fotossintetizantes. Eles estão no 1º nível trófico, são os responsáveis por
gerar a energia que percorrerá e abastecerá todos os outros níveis tróficos subsequentes.
Os organismos consumidores, os heterótrofos, por sua vez, são os animais herbívoros e carnívoros.
Eles estão divididos entre consumidores primários (ou de primeira ordem ou 2º nível trófico),
consumidores secundários (ou de segunda ordem ou 3º nível trófico), consumidores terciários (ou
de terceira ordem ou 4º nível trófico) e consumidores quaternários (ou de quinta ordem ou 5º nível
trófico).
Os consumidores primários são aqueles que se alimentam dos produtores, enquanto os
consumidores secundários se alimentam dos consumidores primários, ou seja, são carnívoros. Os
que se alimentam dos consumidores secundários, por sua vez, são chamados de consumidores
terciários, que também são carnívoros, e assim por diante.

Os organismos decompositores são os microrganismos que absorvem as substâncias orgânicas de


organismos mortos, convertendo-as em substâncias inorgânicas. Com isso, esses compostos podem
ser absorvidos pelo solo e aproveitados pelos produtores.
Dependendo da variedade de espécies que convivem em um mesmo ecossistema, as cadeias alimentares
são interligadas e acabam se tornando complexas teias alimentares.

Cadeia alimentar terrestre.

Exemplo de cadeia alimentar

Teia alimentar
São várias relações alimentares interligadas. A teia alimentar conecta, portanto, várias cadeias
alimentares. Diferentemente da cadeia alimentar, que obedece a uma representação unidirecional,
na teia alimentar um mesmo organismo pode ser consumidor secundário e terciário, por exemplo.
Isso se deve ao fato de que muitos seres vivos não se alimentam exclusivamente de um mesmo
organismo e alguns não são presas de apenas um ser.

A teia alimentar mostra a conexão entre as várias cadeias de um ambiente.


Fluxo de energia da cadeia alimentar é cíclico, começando nos organismos produtores.

A bioacumulação é o processo de assimilação e retenção de substâncias químicas provenientes do


ambiente pelos organismos. A absorção pode ocorrer de forma direta, quando as substâncias são
incorporadas ao organismo a partir do meio ambiente (água, solo, sedimento), ou de forma indireta, a
partir da ingestão de alimentos que contenham tais substâncias. Geralmente as substâncias
bioacumuladas não são biodegradáveis e devido a diversos motivos não são metabolizadas ou excretadas
pelos organismos, ou são de maneira muito lenta, de modo que ao longo da vida de um organismo estas
substâncias se tornam cada vez mais concentradas em seus tecidos.
A bioacumulação pode levar a um processo denominado biomagnificação ou magnificação trófica, que
consiste na transferência de substâncias químicas bioacumuladas de um nível trófico para outro,
sendo que a concentração destas substâncias aumenta à medida que percorre pela cadeia
alimentar. Por exemplo, vegetais (produtores) contaminados por alguma substância são consumidos por
animais (consumidores primários), e esses animais vão servir de alimento para outros animais
(consumidores secundários), assim, a concentração de tal substância será muito maior no
consumidor final do que nos organismos das posições inferiores da cadeia.
Outro exemplo, os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) são substâncias que estão sujeitas aos
processos de bioacumulação e biomagnificação. O inseticida DDT é um exemplo de POP, é altamente
tóxico e foi muito utilizado durante as décadas de 1940 e 1950. Acumulava-se em predadores dos níveis
tróficos mais altos, contribuindo para a quase extinção de algumas aves de rapina. Assim, as aves e
mamíferos, por ocuparem um nível mais elevado na cadeia alimentar, podem apresentar uma quantidade
de DDT mais de um milhão de vezes maior do que a quantidade encontrada na água do mar.

É possível avaliar o grau de poluição ambiental de um determinado local através da


bioacumulação. Este fenômeno tem sido objeto de muitos estudos que avaliam a concentração
de metais pesados em ambientes aquáticos através de organismos utilizados
como bioindicadores. Os ecossistemas aquáticos são ideais para esse tipo de avaliação porque são
considerados os receptores finais de contaminantes liberados no ambiente. A deposição de metais
pesados (zinco, chumbo, cádmio, mercúrio) nestes locais é proveniente principalmente de algumas
atividades, como as industriais e agrícolas. Estes metais penetram nos organismos aquáticos (plantas e
animais) através da superfície do corpo e das estruturas respiratórias e pela ingestão de material
particulado e água.
Com saneamento precário, metais pesados de rejeitos da mineração, substâncias tóxicas de pilhas e baterias e novas
substâncias persistentes como pesticidas e químicos industriais por tempos se acumulam em cada nível da cadeia alimentar.
Essa ampliação é chamada de MAGNIFICAÇÃO TRÓFICA.
O fluxo de energia nas cadeias alimentares.
O fluxo de energia da cadeia alimentar é cíclico, começa nos organismos produtores e segue para
os decompositores, que transformam a matéria orgânica em inorgânica, fazendo com que a energia volte a
ser aproveitada pelos produtores.
Ao longo da cadeia alimentar, apenas 10% da energia é transferida para o nível trófico seguinte. Isso
acontece porque grande parte da energia é perdida, seja sob a forma de calor, na manutenção das
funções vitais dos seres ou na reprodução. Por isso, à medida que a energia passa de um organismo
para outro ao longo da cadeia, mais alimento é necessário para suprir as necessidades energéticas
do próximo consumidor.

Pirâmides ecológicas ou Pirâmides tróficas.


A forma de ilustrar a transferência de energia em uma cadeia alimentar é por meio de pirâmides
ecológicas, que mostram a estrutura alimentar e energética de um ecossistema.
As pirâmides são construídas com retângulos horizontais (como se fossem blocos) colocados uns sobre os
outros, indicando os diferentes níveis tróficos. A base da pirâmide sempre é representada pelos
organismos produtores, seguidos dos consumidores.

As pirâmides ecológicas representam graficamente a transferência


de matéria e energia, o fluxo de energia.
Trigo gafanhoto pássaro
(produtor) (consumidor secundário) (consumidor secundário)
O comprimento de cada representação é determinado pela quantidade de indivíduos na pirâmide de
números, pela biomassa na pirâmide ecológica de biomassa e pela produção na pirâmide de
energia. A altura dessas formas gráficas é sempre a mesma para os diversos níveis tróficos.
Na base, ficam os produtores e, acima, os demais níveis. Dessa forma, fica mais fácil entender e
observar a ocorrência de perda da matéria e de energia em cada nível trófico.

Pirâmides ecológicas são representações gráficas que mostram a estrutura alimentar e energética de um ecossistema,
em que retângulos sobrepostos correspondem aos diferentes níveis tróficos da cadeia alimentar: produtores,
consumidores primários, consumidores secundários, terciários e assim por diante.

As plantas clorofiladas (que fazem fotossíntese), podem ser terrestres, marinhas ou de água doce (de
rios, lagos, lagoas). Então, estes seres ficam na base da pirâmide alimentar. O degrau seguinte é
representado por pequenos animais que se alimentam exclusivamente de plantas (animais herbívoros).
Estes herbívoros, por sua vez, vão servir de alimento para pequenos animais que se alimentam de outros
(animais carnívoros). Constituem o terceiro degrau. Os degraus seguintes são representados por
carnívoros cada vez maiores. Estes degraus são cada vez menores, pois representam o número de
indivíduos que nele ocorrem e é evidente que é preciso de um grande número de indivíduos menores para
construirmos um menor número de indivíduos maiores.

Tipos de pirâmides ecológicas:


A pirâmide ecológica pode ser de três tipos: de números, de biomassa e de energia.
 Pirâmide de números
As pirâmides ecológicas de números mostram a quantidade de indivíduos em cada nível trófico,
juntamente com a proporção entre um nível e outro. Esta pirâmide aponta quantos indivíduos de um
nível alimentar são necessários para alimentar um indivíduo do próximo nível.
Por exemplo: são necessárias mil gramíneas para alimentar até 200 lagartas, que serão fontes de alimento
para 20 pássaros que, no futuro, serão presas de uma única cobra. Assim é formada a pirâmide direta,
ou seja, números maiores na base que vão reduzindo até o topo. Existem também pirâmides
invertidas, quando um único produtor serve de alimento para vários indivíduos.
Exemplo:

Pirâmides de números - a primeira é uma pirâmide direta, enquanto a segunda é invertida

 Pirâmide de biomassa
A pirâmide de biomassa, por sua vez, mostra a relação entre biomassa e nível trófico.
Isso é representado pela quantidade total de biomassa (g, kg, T) que cada nível
trófico de uma comunidade possui.

Em A, há uma pirâmide de um ecossistema terrestre, enquanto, em B, um ambiente aquático.

Exemplo da pirâmide A: As plantas de um campo (produtores), cuja biomassa é 200.000


kg/m2, transferem 10% desse total (20000 kg/m 2) para os consumidores primários (insetos),
que transferem 1% do total (2000 kg/m2) para os consumidores secundários (sapos).

 Pirâmide de energia
A pirâmide ecológica de energia apresenta a quantidade de energia que é transmitida de
um nível trófico para outro. Nesta pirâmide, os produtores sempre aparecem nos
níveis mais elevados de energia, seguidos por herbívoros e depois por carnívoros. Como
resultado, as cadeias alimentares de menor porte têm um aproveitamento maior de
energia. Sendo assim, cadeias alimentares menores possuem um maior
aproveitamento de energia.

Os produtores representam o nível energético mais elevado.


Exemplo:

Pirâmide de energia
Não há possibilidade de inversão da pirâmide, ou seja, não ocorre pirâmide invertida, já
que o fluxo de energia de um ecossistema é unidirecional e vai diminuindo a cada
nível trófico, apenas 10% será passado para o próximo nível.

Mapa mental:

Relações Ecológicas entre Seres Vivos


Podemos classificar as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos:
 as intra-específicas, que ocorrem entre seres da mesma espécie;
 as interespecíficas, entre seres de espécies diferentes.

É comum diferenciar-se as relações em harmônicas e desarmônicas. Nas harmônicas não há prejuízo para nenhuma das partes
associadas, e nas desarmônicas há.

Relações Intraespecíficas Harmônicas:


a) Colônias: agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam um grau de interdependência e se mostram ligados
uns aos outros, sendo impossível a vida quando isolados do conjunto, podendo ou não ocorrer divisão do trabalho.
Ex.: as cracas, as caravelas, os corais e as esponjas vivem sempre em colônias.

Caravela Coral-cérebro Coral Volvox

b) Sociedades: são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de vida isolada mas preferem
viver na coletividade. Os indivíduos de uma sociedade têm independência física uns dos outros. Pode ocorrer um certo grau de
diferenciação de formas entre eles e de divisão de trabalho com alguns insetos denominados sociais (que formam sociedade). A
comunicação é feita através dos ferormônios - substâncias químicas que servem para essa função. Os ferormônios são usados na
demarcação de territórios, atração sexual, transmissão de alarme, localização de alimento e organização social.
Ex.: as formigas, as abelhas e os cupins.

Relações Intraespecíficas Desarmônicas:


a) Canibalismo: Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie.
Ex.: ocorre com escorpiões, aranhas, algumas espécies de peixes, planárias, roedores (fêmeas que comem os filhotes inviáveis),
etc. Na espécie humana, quando existe, recebe o nome de antropofagia (do grego anthropos, homem; phagein, comer).

Louva-deus fêmea após a cópula mata e se alimenta do louva-deus macho. Viúva negra

b) Competição: intraespecífica é uma relação de competição entre indivíduos da mesma espécie, que concorrem pelos
mesmos fatores do ambiente que existem em quantidade limitada (alimento, água, etc.).
A competição intraespecífica determina, basicamente, a densidade da população em certo local. Um exemplo desse tipo de
competição é a territorialidade: disputa por espaço. Machos de uma mesma espécie precisam competir entre si pelas fêmeas
dessa mesma espécie, fenômeno esse chamado "seleção sexual".
Outros exemplos: carneiros competem lutando com cabeçadas, o pavão exibe a sua cauda esplêndida para competir com as
caudas dos outros pavões, sapos competem entre si usando o coaxar e algumas exibindo o peito colorido e inflado, pássaros
canoros competem entre si exibindo o canto afinado e as cores da plumagem, vaga-lumes competem exibindo as suas luzes no
escuro, os grilos competem exibindo seus sons à noite.
Relações Interespecíficas Harmônicas:
a) Comensalismo: é uma associação em que uma das espécies — a comensal — é beneficiada, sem causar benefício ou
prejuízo ao outro (não comensal).
Ex.: A rêmora é um peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubarões, aproveita os restos alimentares que
caem na boca do seu grande "anfitrião". A Entamoeba coli é um protozoário comensal que vive no intestino humano, onde se
nutre dos restos da digestão.

b) Inquilinismo ou epibiose: é a associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou
suporte no corpo de outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-lo. Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo,
não envolvendo alimento.
Ex.: Peixe-agulha e holotúria, o peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores
abrigando-se no interior das holotúrias (pepinos-do-mar), sem prejudicá-los.

As epífitas (epi, em cima) são plantas que crescem sobre outras plantas sem parasitá-las, usando-as apenas como suporte. Ex.:
as orquídeas e as bromélias.

Orquídea Bromélila usando um galho como suporte.

c) Mutualismo ou Mutualismo obrigatório ou Simbiose: associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas,
porém, cada espécie só consegue viver na presença da outra, associação permanente e obrigatória entre dois seres vivos de
espécies diferentes.
Ex.:
 Líquens - constituem associações entre algas unicelulares e certos fungos. As algas sintetizam matéria orgânica e fornecem
aos fungos parte do alimento produzido. Esses, por sua vez, retiram água e sais minerais do substrato, fornecendo-os às
algas. Além disso, os fungos envolvem com suas hifas o grupo de algas, protegendo-as contra desidratação.

Os líquens são uma associação entre fungos e algas


 Cupins e protozoários - ao comerem madeira, os cupins obtêm grandes quantidades de celulose, mas não conseguem
produzir a celulase, enzima capaz de digerir a celulose. Em seu intestino existem protozoários flagelados capazes de
realizar essa digestão. Assim, os protozoários se valem em parte do alimento do inseto e este, por sua vez, se beneficia da
ação dos protozoários. Nenhum deles, todavia, poderia viver isoladamente.
 Ruminantes e microrganismos - no estômago dos ruminantes também se encontram bactérias que promovem a digestão
da celulose ingerida com a folhagem.
 Bactérias e raízes de leguminosas - no ciclo do nitrogênio, bactérias do gênero Rhizobium produzem compostos
nitrogenados que são assimilados pelas leguminosas, por sua vez, fornecem a essas bactérias a matéria orgânica necessária
ao desempenho de suas funções vitais.
 Micorrizas - são associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas, morangueiros, tomateiros, pinheiros,
etc. O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe
matéria orgânica fotossintetizada.

d) Protocooperação ou Mutualismo facultativo: trata-se de uma associação bilateral, entre espécies diferentes, na qual
ambas se beneficiam; contudo, tal associação não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.
Ex.: paguro (crustáceo) usando a concha de um molusco como proteção.

O paguro e anêmona estabelecem uma relação de mutualismo facultativo

 Alguns animais que promovem a dispersão de algumas plantas comendo-lhes os frutos e evacuando as suas sementes em
local distante; a ação de insetos que procuram o néctar das flores e contribuem involuntariamente para a polinização das
plantas.

Abelha e flor

 Caramujo paguro e actínias - também conhecido como bernardo-eremita, trata-se de um crustáceo marinho que
apresenta o abdômen longo e mole, desprotegido de exoesqueleto. A fim de proteger o abdomen, o bernardo vive no
interior de conchas vazias de caramujos. Sobre a concha aparecem actínias ou anêmonas-do-mar (celenterados), animais
portadores de tentáculos urticantes. Ao paguro, a actínia não causa qualquer dano, pois se beneficia, sendo levada por ele
aos locais onde há alimento. Ele, por sua vez, também se beneficia com a eficiente "proteção" que ela lhe dá.

anêmona-do-mar e peixe-palhaço
 Pássaro palito e crocodilo - o pássaro palito ou pássaro paliteiro penetra na boca dos crocodilos, alimentando-se de restos
alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do alimento, o pássaro livra
os crocodilos dos parasitas. Obs.: A associação ecológica verificada entre o pássaro-palito e o crocodilo africano é um
exemplo de mutualismo, quando se considera que o pássaro retira parasitas da boca do réptil. Mas pode ser também
descrita como exemplo de comensalismo; nesse caso o pássaro atua retirando apenas restos alimentares que ficam
situados entre os dentes do crocodilo.

 Anu e gado - o anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os diretamente. Em
troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.

e) Esclavagismo ou sinfilia: é uma associação em que uma das espécies se beneficia com as atividades de outra espécie.
Ex.: os pulgões do gênero Aphis, habitam formigueiros e são beneficiados pela facilidade de encontrar alimentos e até mesmo
pelos bons tratos a eles dispensados pelas formigas (transporte, proteção, etc). Essa associação é considerada harmônica e um
caso especial de protocooperação por muitos autores, pois a união não é obrigatória à sobrevivência.
Ex.: as hienas esperam que o leão faça o trabalho de abater a presa, em seguida o bando de hienas ataca o leão de forma a
afugentá-lo e assim conseguem se apoderar de sua caça, inclusive impedindo que ele se alimente da caça que ele mesmo
abateu, caracterizando assim uma relação de esclavagismo interespecífico e não propriamente de comensalismo (O
comensalismo entre hienas e leões só acontece quando o leão já está fartamente alimentado e já tendo saciado a sua fome,
abandona os restos da carcaça para as hienas e abutres).

Relações Interespecíficas Desarmônicas:


a) Competição interespecífica: relação onde duas espécies ou mais disputam, na mesma área, o mesmo recurso.
Ex.: na savana africana, leopardo e leão disputam zebra como alimento.

Sobreposição de nichos ecológicos. Leoa se alimenta de zebra.


b) Amensalismo ou Antibiose: relação na qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie,
denominada amensal, através da liberação de substâncias tóxicas. É a relação em que um dos seres é prejudicado sem que disso
resultem benefícios para o outro.
Ex.: Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as bactérias se reproduzam. As substâncias
secretadas por dinoflagelados Gonyaulax, responsáveis pelo fenômeno "maré vermelha", podem determinar a morte da fauna
marinha. A secreção e eliminação de substâncias tóxicas pelas raízes de certas plantas impede o crescimento de outras espécies
no local.

Placa de petri com Penicillium notatum Mancha de “Maré vermelha” no oceano

c) Parasitismo: é caracterizado pela espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e
causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte
do indivíduo parasitado. É uma associação obrigatória para o parasita. De um modo geral, a morte do hospedeiro não é
conveniente ao parasita, mas muitas vezes ela ocorre.
Ex.: algumas plantas, como as ervas-de-passarinho, cipó-chumbo.

O piolho é um parasita que vive sobre a pele e alimenta-se de sangue

Quanto à localização no corpo do hospedeiro, os parasitas podem ser classificados em:


 Ectoparasitas ("ecto" = à superfície): são parasitas que vivem no exterior do corpo dos hospedeiros como
os carrapatos, piolhos, pulgas, mosquitos e outros.
 Endoparasitas ("endo" = internos): são parasitas que vivem no interior dos hospedeiros como a maioria das bactérias
patogênicas, protozoários, o bicho-geográfico dá dermatite linear sepiginosa, bicho-de-pé da tungíase, vermes intestinais e
outros.
 Parasitas intracelulares ("intra" = dentro): são parasitas microscópicos que vivem e se reproduzem no interior das células dos
hospedeiros, como os vírus e alguns protozoários, como o Plasmodium causador da malária.

d) Predatismo: é o ato de um animal capturar outro para alimentar-se. O predador e a presa pertencem a espécies diferentes.
Os predadores são geralmente maiores e menos numerosos que suas presas, sendo exemplificados pelos animais carnívoros.

As duas populações - de predadores e presas - geralmente não se extinguem e nem entram em superpopulação, permanecendo
em equilíbrio no ecossistema. Para a espécie humana, o predatismo, como fator limitante do crescimento populacional, tem
efeito praticamente nulo.
Lagarto se alimenta de inseto. Leoa se alimenta de zebra.

Algumas espécies desenvolveram adaptações para se defenderem ao predatismo:

 Mimetismo: é uma forma de adaptação em que muitas espécies se tornam semelhantes a outras, disso obtendo
algumas vantagens. Ex.: a cobra falsa coral é confundida com a coral verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é
importunada pela maioria das outras espécies.

 Camuflagem: é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir suas vítimas ou seus
agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do ambiente. Ex.: o louva-a-deus, que é um
poderoso predador, se assemelha a folhas; o bicho-pau assemelha-se a galhos, confundindo seus predadores.

Uma espécie de Louva-deus que se assemelha a folhas e o bicho-pau assemelha-se a um graveto, ambos dificultam, assim, a ação de
predadores
Observe como esse dragão-marinho pode ser facilmente confundido com algas no fundo do mar

 Aposematismo: trata-se de espécies que exibem cores de advertência, cores vivas e marcantes para afastar seus
possíveis predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui. É uma aquisição
evolutiva em que o intuito das espécies não é se esconder, mas serem vistas. Ex.: muitas rãs apresentam cores vivas que indicam
veneno ou gosto ruim.

As rãs do gênero Phyllobates são extremamente venenosas. A borboleta-monarca (Danaus plexippus) fase larval, essa espécie de
borboleta acumula substâncias de gosto desagradável provenientes das plantas que come. Quando cresce, o gosto ruim permanece em seu
corpo a e a coloração de suas asas avisa o predador a respeito de sua impalatabilidade.

A herbivoria ou herbivorismo refere-se à alimentação dos vertebrados que se alimentam de plantas, consequentemente,
predando-as. (No caso do homem, dá-se ao fenômeno o nome de vegetarianismo e, no caso dos insetos, de fitofagia.)

Sugestão de vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=TsclSi3nNsI&t=366s conceitos ecológicos, biomas,
https://www.youtube.com/watch?v=rmXh9Gt3Jpc cadeia alimentar
https://www.youtube.com/watch?v=-IucorJodNY teia alimentar
https://www.youtube.com/watch?v=3_7qu0rn6w8 bioacumulação e magnificação trófica
https://www.youtube.com/watch?v=zvy2rIhwO8Y bioacumulação e magnificação trófica
https://www.youtube.com/watch?v=TsclSi3nNsI&t=366s cadeia alimentar
https://www.youtube.com/watch?v=431lQxOFUNQ pirâmides ecológicas
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