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Sore Juma
Universidade Rovuma
Sore Juma
Universidade Rovuma
Índice
1.Introdução................................................................................................................................. 4
4. Identificação dos factores que contribuem para a sua conservação e distribuição ................. 8
6. Conclusão .............................................................................................................................. 11
7. Bibliografia............................................................................................................................ 12
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1.Introdução
O conhecimento sobre o uso dos mangais ganha relevo pela necessidade de garantir a sua
sustentabilidade diante das questões ambientais, sociais e económicas a ele relacionadas e trazidas
à tona no debate sobre o desenvolvimento sustentável.
Sendo o Mangal um recurso não renovável, mas que também, se esgota, apenas é mal ocupada e
pode não chegar para todos ou para todas as nossas actividades, surge então, essa necessidade da
sua gestão, e a principal arma para a gestão desse recurso, é solucionando os conflitos ambientais
segundo o que está preconizado na lei do Ambiente. Assim, o trabalho terá o seu enfoque nos
principais temas: Impacto dos Mangais de Quissimajulo e tem como objectivo:
Geral:
Específicos:
Quanto a metodologia, o trabalho assumiu a forma de pesquisa bibliográfica, pois foi desenvolvido
a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meio escritos e
eletrónicos, como livros, artigos científicos, Jornais, páginas de Web sites. Este trabalho, não
fugindo da regra de qualquer outro trabalho científico, inicia se com uma consulta bibliográfica,
que permite os pesquisadores conhecer o que já se estudou sobre o assunto, isto é, diferentes obras
e autores que discutem sobre direitos ambientais.
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No artigo 37 pode-se ler “o Estado promove iniciativas para garantir o equilíbrio ecológico
e a conservação e protecção do meio ambiente visando a melhoria da qualidade da vida dos
cidadãos.”
No artigo 45 pode-se ler” todo o cidadão tem o dever de... f) defender e conservar o
ambiente; g) defender e conservar o bem público e comunitário”
O artigo 90 estatui que “Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado
e o dever de o defender.” Deste modo, estão criadas as condições constitucionais e é
imputada a responsabilidade ao Estado para liderar acções de conservação ambiental, bem
como é imputada a responsabilidade ao cidadão de defender e conservar o ambiente.
A Lei do Ambiente (Lei nº 20/97 de 01 de Outubro), define a base jurídica para a gestão do
ambiente e seus recursos naturais, incluindo mangais. No entanto, neste dispositivo é imputada a
responsabilidade ao Governo de” assegurar que sejam tomadas medidas adequadas com vista à:
manutenção e regeneração de espécies animais, recuperação de habitats danificados, controlando-
se especialmente as actividades ou o uso de substâncias susceptíveis de prejudicar as espécies
faunísticas e os seus habitats.” (Artigo 12, n.º 2).
um estudo de impacto ambiental”, pois estas actividades são da categoria A, descritas no Anexo I
do referido Regulamento.
Artigo 65 (sobre as zonas húmidas) abrange mangais como áreas húmidas importantes,
principalmente na gestão de inundações e na manutenção da qualidade da água.
A Lei de Florestas e Fauna Bravia, promulgada em 2006, estabelece os princípios e regras básicas
para a protecção, conservação e uso sustentável dos recursos florestais e da vida selvagem. Esta
lei, define o mangal como um ecossistema frágil.
A Lei de Terras promulgada em 1997 define as áreas de protecção total e parcial em Moçambique
e, mangais estão inclusos nessas áreas.
Desde tempos imemoriais habitats de mangal têm sido geridos sob as leis concentracionárias dado
o valor directo que as comunidades locais derivam. Esses valores foram produtos primários de
pesca, tais como peixes, camarão, moluscos, mas também materiais de construção para as
comunidades costeiras.
Vários produtos de mangal são extraídos sob esses regulamentos e princípios locais, estas práticas
foram garantido um certo grau de protecção dos habitats de mangal em várias partes do país por
causa de uma taxa insignificante de extracção de produtos florestais e da pesca.
Controles relacionados aos ciclos ambientais naturais também ocorrem. Por exemplo diferentes
marés (vivas e mortas) solicitado mudanças no comportamento de pesca ou colheita de produtos
de mangal.
A maior parte do desenvolvimento urbano está ocorrendo nos distritos costeiros e mais de 60% e
das pessoas que vivem na zona costeira. Isto levou a limpeza de áreas de mangal para abrir
caminhos para a construção de portos e de desenvolvimento das cidade, portanto, essas
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actividades, em conjunto com o corte de lenha em áreas per urbanas (mais intensas na década de
1990), sendo as principais ameaças para a gestão mangais no país.
Desde então, tem havido uma série de esforços direccionados para a gestão das florestas de mangal
em Moçambique, muitos deles de forma isolada e de pequena dimensão, resultando em impactos
pouco significativos. Apoio financeiro de longo prazo e a falta de coordenação entre os actores
envolvidos tem sido a principal causa do fracasso na implementação de actividades de restauração
de mangais.
A produção de biomassa foliar, que depois é decomposta e disponibilizada na forma de matéria orgânica
constitui um dos papéis importantes dos mangais (Fernando & Bandeira, 2009). Estudos indicam que a
alimentação de muitas espécies comerciais de peixe e camarão é assegurada em grande medida pelo
material produzido nos mangais (Clark, 1996). Os mangais, com as suas raízes e estrutura complexa,
constituem um óptimo habitat para a desova, alimentação e protecção contra a predação, de muitas espécies
marinhas e costeiras (Kathiresan & Bingham, 2001; Hogarth, 2015). Também protegem a costa contra picos
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de marés altas, tsunamis e ciclones (Clark, 1996; Kathiresan & Rajendran, 2005; Das & Vincent, 2009).
Como bio-filtro, os mangais reciclam os nutrientes através da degradação da matéria orgânica, sendo
reguladores da qualidade da água (Wu et al., 2008).
Como qualquer outro tipo de floresta, os mangais são sequestradores de carbono, e no contexto actual das
mudanças climáticas e sua mitigação, ocupam lugar de destaque, dado que sequestram e retêm maior
quantidade de carbono que qualquer outra floresta terrestre (Donato et al., 2011). Estudos conduzidos em
Moçambique na Baía de Sofala (Anjos, 2011; Sitoe, não publicado), indicam que o carbono contido nos
mangais (mesmo não intactos) é cerca do dobro do carbono contido no miombo e no mopane, as duas
comunidades vegetais predominantes no país
No plano social, os mangais também são importantes como locais para a prática de várias actividades
económicas, incluindo a pesca, a aquacultura, o ecoturismo, a apicultura e outras 12 (Taylor et al., 2003).
Os mangais são também locais de culto em muitas regiões, possuindo um alto valor cultural. Dos mangais,
as comunidades costeiras extraem medicamentos, taninos (um polifenol de origem vegetal usado como
tinta), madeira, estacas e combustível doméstico (Taylor et al., 2003; Bentjee & Bandeira, 2007, Bosire et
al., 2016).
A gestão das florestas de mangal no país está sob a jurisdição do Ministério da Terra, Floresta e
do Desenvolvimento Rural (MITADER).
Equilíbrio – a estratégia assenta numa abordagem que cria um ambiente favorável para a
restauração de mangais envolvendo actores Governamentais, Privados, ONGs e com a
participação das comunidades locais;
Participação – a tomada de decisão desde a formulação a implementação deverá envolver
todos os actores chaves;
Desenvolvimento social – o reflorestamento deve contribuir para criação de actividades
alternativas de renda, sem o prejuízo das práticas costumeiras e em conformidade com os
princípios de conservação e utilização sustentável;
Protecção ambiental – a implementação da estratégia deve privilegiar a práticas que
asseguram a protecção, conservação do ambiente e da biodiversidade;
Do princípio do estudo e investigação – para promover a investigação da estrutura e
dinâmica do ecossistema mangal, por forma a garantir a conservação e utilização
sustentável;
Da educação ambiental formal e informal – para estimular a formação e a troca de
experiências entre os actores, visando capacita-los para o maneio e conservação de mangais
e dos recursos naturais em geral.
Relativo às acções de combate à destruição dos mangais, podem-se destacar políticas e estratégias
sectoriais que contemplam os princípios para a utilização sustentável dos recursos naturais e a
protecção do meio ambiente. Uma das estratégias desenhadas pelo governo, enquadra-se no
PARPA II - 2005-2015 (Programa para redução da pobreza absoluta) que postula as seguintes
acções:
Assegurar a gestão dos recursos naturais e do ambiente em geral, de modo que mantenham
a sua capacidade funcional e produtiva para gerações presentes e futuras;
Desenvolver uma consciência ambiental da população, para possibilitar a participação
pública na gestão ambiental;
Assegurar a integração de considerações ambientais na planificação sócio-económico,
promover a participação da comunidade local na planificação e tomadas de decisões sobre
o uso dos recursos naturais, proteger os ecossistemas e os processos ecológicos essenciais
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6. Conclusão
Com base nos autores, obras e artigos consultados para a colecta de dados, pude concluir que A
Constituição da República (22 Dezembro 2004, BR I Serie-No. 51) aponta claramente a
preocupação e responsabiliza o Estado sobre os aspectos de conservação ambiental e a Lei de
Florestas e Fauna Bravia, promulgada em 2006, estabelece os princípios e regras básicas para a
protecção, conservação e uso sustentável dos recursos florestais e da vida selvagem. Esta lei, define
o mangal como um ecossistema frágil.
A maior parte do desenvolvimento urbano está ocorrendo nos distritos costeiros e mais de 60% e
das pessoas que vivem na zona costeira. Isto levou a limpeza de áreas de mangal para abrir
caminhos para a construção de portos e de desenvolvimento das cidade, portanto, essas
actividades, em conjunto com o corte de lenha em áreas per urbanas (mais intensas na década de
1990), sendo as principais ameaças para a gestão mangais no país.
7. Bibliografia
Beentje H, Bandeira S (2007) Field Guide to the Mangrove Trees of Africa and Madagascar. Kew
Publishing, UK
ANAC (Administração Nacional das Áreas de Conservação) (in prep. a) Plano de Maneio da
Reserva Nacional do Pomene. Volume 1, 76 pp. Maputo, ANAC, MITADER
Amade FMC (2008) Estudo da estrutura, do estado de conservação e dos factores ambientais, em
duas florestas de mangal: Estuário Espírito Santo e Saco da Inhaca. Tese de Mestrado. Faculdade
de Agronomia e Engenharia Florestal, Universidade Eduardo Mondlane. Maputo, 70 pp
zidine S, Bandeira SO (2002) Mozambique Plant Red Data List. In: JS. Golding (ed.) Southern
African Plant red Data Lists. Southern African Botanic Diversity Network Report Serie 14.
National Botanic Institute, Pretoria. pp 43-60.
Kalk M (1995) A natural history of Inhaca Island Mozambique. Witwatersrand University Press,
Johanerburg, 395 pp.