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Acções da Comunidade local sobre o mangal na vila sede de Mecufi (2018 – 2020)
Acções da Comunidade local sobre o Mangal na vila sede de Mecufi (2018 – 2020)
1. Introdução ............................................................................................................................... 2
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1. Introdução
A presente trabalho intitulado “Acções da Comunidade local sobre o mangal na vila sede de
Mecufi”, será importante para se fazer uma abordagem atinente as acções antropogénicas que
estão por detrás da degradação do mangal da zona costeira de Mecufi que deixa a própria área
em risco no que concerne a erosão costeira.
A destruição do mangal tem trazido consequências muito graves tais como: perda da
biodiversidade das florestas, diminuição da qualidade do ambiente, aumento da erosão e a
elevação do nível do mar. Contudo, tenta-se arranjar soluções mitigadoras para o
melhoramento das acções destruidoras que deixam a zona despida de floresta de mangal.
Esse ecossistema tem uma grande importância para a vida da comunidade daquele ponto na
medida que vão obtendo a madeira para construção de habitações, barcos de pesca,
combustível lenhoso e carvão bem como a captura de diversos crustáceos para complementar
a dieta alimentar. Por outro lado contribui para a estabilização e prevenção da erosão da linha
costeira.
Por estas razões, o mangal deveria ser um ecossistema muito protegido e até mesmo
preservado através de plantio na linha da costa uma vez a área de estudo está devastada
devido às acções a cima citadas.
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1.1. Justificativa
A orla marítima de Mecufi assume uma importância estratégica em termos ambientais, pelo
que o aproveitamento das suas potencialidades responde as necessidades da comunidade local
e desenvolvimento sustentável apoiada numa gestão integrada e coordenada dessa área.
O mangal tem sido explorado pela comunidade local não tendo em consideração a gestão dos
seus recursos numa base sustentável. No entanto, a pressão sobre esse ecossistema é
relativamente alta ao longo da vila sede de Mecufi, com inúmeros benefícios para a população
local extraindo lenha, material de construção, madeira, etc.
O tema foi escolhido com vista a responder estes problemas sobre o mangal de modo a
sensibilizar os praticantes para minimizar as acções humanas que vêm dizimando e pondo em
risco a zona contra a erosão costeira e a degradação do ecossistema do mangal na área de
estudo.
Outra razão da escolha deste tema recai ao governo local para criar grupos de fiscais
comunitários com objectivos de velar as actividades sobre esse ecossistema.
No âmbito social, este tema tem uma grande relevância dado que a principal causa da
destruição do ecossistema do mangal é a acção humana como o corte para obtenção de
combustível lenhoso, a construção de canoas e casas por parte da comunidade local.
Posteriormente espera-se que a pesquisa traga melhoria no que diz respeito a minimização da
acção nociva ao mangal de modo a evitar os impactos como a erosão, cheias, inundações e a
consequente redução dos mariscos.
1.3 Problematização
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Luís (2011) salienta que “até a década de 80 grande parte das actuais áreas de cobertura do
mangal era coberta por densas árvores de mangal contrariamente ao período actual onde em
alguns locais apenas se observam alguns vestígios da existência desse ecossistema (p.48).
O mangal produz mais de 95% do alimento que o homem captura no mar. Por essa razão, a
sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em seu
redor como tem se verificado em Mecufi.
“Que medidas estratégicas podem ser adoptadas para minimizar a acção humana sobre o
mangal em Mecufi?”
1.5 Hipóteses
1.4 Objectivos
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Explicar os factores de acção da comunidade local sobre o ecossistema do mangal em
Mecufi;
Descrever as leis ambientais para promoção da fiscalização na zona costeira de Mecufi
no sentido de preservar o meio ambiente.
De acordo com Serra (2007), “impacto ambiental é qualquer mudança do ambiente, para
melhor ou para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra, na água, e na saúde das
pessoas, resultante de actividades humanas” (p.39).
Desta feita, o “impacto ambiental não é obviamente, só resultado de uma determinada acção
humana realizada sobre o ambiente mas sim a relação de mudanças sociais e ecológicas em
movimento, o conjunto de um processo que não finaliza mas se redirecciona com as acções
mitigadoras” (Serra, 2007, p.40).
De acordo com Serra (2007), “actividade é qualquer acção de iniciativa pública ou privada,
relacionada com a utilização ou exploração de componentes ambientais, a aplicação de
tecnologias ou processos produtivos, planos, programas, actos legislativos ou regulamentares,
que afecta ou pode afectar o ambiente” (p.18).
Segundo Piliackas (2007), “ a acção humana é a forma que interfira nos mecanismos naturais
de funcionamento de uma unidade ecológica ou ecossistema”. Portanto, é uma acção que
causa algum tipo de impacto no ambiente ou num ecossistema interferindo em seu
funcionamento natural (p.78).
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Além da acção humana directa sobre o meio natural, existe a presença dos chamados
elementos antropogénicos, como construções e objectos humanos, que actuam como agentes
de degradação e modificação do meio.
Segundo Lehninger (1977), “o mangal é um tipo de formação vegetal constituída por plantas
litorâneas que se desenvolvem num sistema regulado” (p.11).
Para Luís (2011), o mangal é um grupo muito diverso de árvores não relacionadas umas com
as outras, como as palmeiras, arbustos, plantas trepadeiras ou rastejantes de caule delgado e
fetos, que partilham a capacidade de viverem em solos alagadiços e salinos sujeitos a uma
inundação regular (p.23).
Segundo Litulo at all (2008), “refere-se ao mangal ou floresta de mangal como um termo para
caracterizar uma variedade de comunidades costeiras da zona tropical e subtropical dominada
por uma variedade de árvores e arbustos sempre verdes que crescem em regiões com água de
elevada salinidade” (p.36).
Esse tipo de ecossistema apresenta característica importante por ser uma das poucas espécies
vegetais que tolera a alta salinidade apresentada pelas águas e solos aluvionares, intervindo no
prolongamento da costa em relação ao mar, reduzindo a acção das correntes marítimas,
contribuindo para a contenção do avanço da erosão costeira. (p. 55).
No que se refere a área de estudo os mangais ocorrem em áreas sujeitas à acção de marés,
havendo neles uma lama negra como substrato. Caracterizam-se como biomas de interface, e
são compostos pelas misturas de águas de drenagem continentais e oceânicas.
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2.2.6 Importância do ecossistema do mangal
De acordo com Schepis citado por Luís (2011),“o mangal desempenha um papel fundamental
na sustentabilidade do meio ambiente natural e humano, podendo criar condições para o
desenvolvimento de habitats favoráveis à fauna, contribuindo também para a manutenção da
biodiversidade” (p.22).
De facto, o ecossistema do mangal contribui para a protecção das áreas costeiras contra a
erosão e intrusão salina. Como estabilizador e protector da linha costeira contribui para a
formação dos solos com a deposição e captura de sedimentos aluviais criam-se condições
ecológicas que permitem o avanço dos solos do continente em direcção ao mar.
Com relação à pesca, o mangal produz mais de 95% do alimento que o homem captura no
mar. Por essa razão, a sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras
que vivem em seu contorno, como tem-se verificado em Mecufi.
Com relação à dinâmica dos solos, a vegetação dos mangais serve para fixar os solos,
impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, estabilizando a linha de costa.
No que concerne a importância do ecossistema do mangal Baia (1998), relata dizendo que:
O mangal constitui um recurso explorado pelas populações que vivem em áreas costeiras”. Dos
mangais obtém-se a madeira para a construção de habitações e barcos de pesca, para c arvão
vegetal (combustível lenhoso); capturam-se diversos crustáceos que servem para
complementar a dieta alimentar. As árvores ainda podem ser usadas para extracção da tanina
(corante), como plantas medicinais, assim como para a produção de mel (p.13).
KULIMA (1999), sustenta que a região costeira de Moçambique, com cerca de 2/3 do total da
população concentrada, caracteriza-se pela degradação das florestas de mangal, especialmente
nas zonas de grande concentração populacional, poluição da costa por poluentes como
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resíduos industriais lançados ao mar sem tratamento prévio, descargas das águas negras entre
outros (p.20).
No entanto, o uso extensivo das espécies vegetais na área em estudo como combustível
lenhoso, para a construção de salinas, construção de palhotas, da redução do regime de
inundações naturais e da abertura de áreas para a produção agrícola e a construção de infra-
estruturas costeiras estão a contribuir para a degradação do mangal.
Bourdin (2001, p.13), “Local se trata de um espaço no qual esta em jogo não apenas aspectos
geográfico territoriais, mas também elementos de ordem cultural, histórica, linguística,
política, jurídica, de fluxo informacional e económico, etc.”.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO
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Este método, parte do caso particular para o geral, deixando a generalização como um produto
posterior da colecta de dados particulares, em número suficiente para cofirmarem a suposta
realidade.
3.2 Universo
Lakatos & Marconi (2003), conceituam universo ou população como o “conjunto de seres
animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum” (p.224).
Fazem parte do universo, toda a comunidade da vila sede de Mecufi.
3.3 Amostra
De acordo com Marinho (1980), uma amostra de dados é um “conjunto de dados colectados
e/ou seleccionados de uma população estatística por um procedimento definido”. Para este
trabalho fazem parte da amostra 60 pessoas.
A metodologia adoptada para a realização desse trabalho traduz a maneira como essa pesquisa
será desenvolvida. Para este trabalho a autora realizará a pesquisa nas componentes
bibliográficas e de observação.
Neste método consistirá na busca de informações inerentes ao tema a partir de livros, artigos
científicos, trabalhos de conclusão de curso nomeadamente monografias, dissertações e teses
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em certos casos, documentos normativos existentes para o país sobre o ecossistema do
mangal.
A selecção de literatura para este trabalho será baseada nos conteúdos pesquisados nessas
obras e sua relação com este tema. Assim como as formas de abordagem dos conteúdos que
de certo modo motivarão nesta pesquisa.
Lakatos & Marconi (1999), fundamentam dizendo que a “observação é uma técnica de colecta
de informações de determinados aspectos da realidade” (p.221).
3.5.1 Entrevista
No que se refere a técnica de entrevista a autora vai usar esta técnica para recolher a
sensibilidade de diversas individualidades em relação as actividades humanas que deixam a
faixa costeira sem cobertura vegetal.
Para tal, serão usados guiões de perguntas que serão feitas para alguns entrevistados no
sentido de perceber o que está por detrás deste problema. Durante as entrevistas dirigidas na
área de estudo, a autora irá apoiou-se de um gravador para o registo das declarações e
anotações directas que foram feitas durante as entrevistas.
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3.5.2 Inquérito
Para esta técnica, destinar-se-á apenas aos residentes da vila de Mecufi em número de 50
pessoas e duma forma aleatória. Este inquérito será realizado durante 4 dias junto do pessoal
de apoio constituído por 4 inquiridores incluindo a autora.
5.1. Conclusão
Chegado ao fim deste trabalho, pode-se concluir que as acções da comunidade local sobre o
do mangal na vila de Mecufi estão associadas à destruição da cobertura vegetal para fins de
construções precárias sobre a linha da costa resultando na fácil destruição dessas infra-
estruturas pelas águas e constituindo assim um dos problemas ambientais influenciado pela
acção humana.
Portanto, é sabido que a degradação do mangal tem trazido efeitos muito graves tais como: a
perda da biodiversidade natural local, diminuição da qualidade do ambiente e aumento da
erosão costeira.
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Referências Bibliográficas
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