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INTRODUÇÃO À MINERALOGIA

Conceitos básicos

A Mineralogia é o ramo das Ciências Geológicas que se dedica ao estudo dos minerais, através
das suas propriedades, constituição, estrutura, génese e modos de ocorrência.

A Geologia é a ciência que estuda a crusta terrestre, a matéria que a compõe, sua estrutura e
textura, sua formação e as alterações que ocorreram desde sua origem.

Rochas são definidas como quaisquer agregados naturais sólidos, compostos de um ou mais
minerais, e constituem parte essencial da crosta terrestre.

Minerais – são elementos ou compostos químicos naturais que surgem como resultado de
processos físico-químicos ocorrentes no interior ou na superfície da crosta terrestre.

Importância do estudo da Mineralogia

Porque é que os cientistas actuais estudam Mineralogia?

Porque os minerais são constituintes de todas as rochas. Muitos minerais têm valor económico
e são importantes nas indústrias modernas, saúde, economia e política.

O conhecimento da mineralogia é importante para a compreensão das rochas bem como do


funcionamento da terra e planetas. Vários aspectos da geologia estão ligados à mineralogia tais
como a geoquímica de fluidos (reacções de equilíbrio químico com minerais), a geofísica
(propriedades das rochas ligadas às propriedades físicas dos minerais), etc.

O quartzo tem hoje larga aplicação industrial no controlo da frequência de ondas de rádio e em
diversos aparelhos electrónicos.

Os diamantes para além do seu uso em joalharia, são também utilizados em diversos processos
industriais graças às suas propriedades físicas, sobretudo a elevada dureza.
16 de Março de 2017
O desenvolvimento dos estudos para aproveitamento da energia atómica evidenciou a
importância dos minerais contendo Urânio (U), Tório (Th) e dos minerais contendo Terras-raras
(Lantânio, Cério, Praseodímio, Neodímio, Samário, etc.).

Poucos minerais como talco, halita e enxofre são utilizados praticamente como são extraídos.

A maior parte dos minerais são processados para a obtenção de um material passível para uso.
Esse material é adicionado a outros constituintes para resultar em produtos como chapas de
alumínio, tijolos, vidro, cimento, metais e minérios metálicos e minerais.

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Classificação da Mineralogia

Existem duas classificações gerais para os estudos mineralógicos: Mineralogia macroscópica e


Mineralogia microscópica.

A Mineralogia macroscópica, baseia-se nas propriedades físicas, ópticas e químicas dos


minerais de um ângulo macroscópico. Ou seja, sem o auxílio de ferramentas ópticas de grande
escala, como o microscópio por exemplo.

A Mineralogia microscópica utiliza diversas ferramentas e técnicas impossíveis de serem feitas


ao olho nu para a identificação, classificação, e estudos dos minerais.

Subdivisão da mineralogia

A Mineralogia pode ser dividida nos seguintes ramos ou capítulos:

 Cristalografia: estudo das formas habituais dos cristais, quer através da observação de
modelos quer, posteriormente, pelo reconhecimento das várias formas exibidas pelos
cristais naturais.
 Mineralogia física: onde se estudam as várias propriedades físicas dos minerais.
 Mineralogia óptica (Óptica cristalina): capítulo dedicado ao estudo e interpretação das
propriedades ópticas dos minerais incluindo a descrição dos instrumentos ópticos e
métodos necessários para a sua determinação por meio do denominado microscópio
petrográfico.
 Mineralogia química: estudo da composição química e das propriedades químicas dos
minerais.
 Mineralogia determinativa: capítulo dedicado ao rápido reconhecimento de minerais a
partir da observação ou determinação das suas propriedades físicas.
 Mineralogia descritiva: descrição das diferentes espécies minerais tendo em
consideração as suas características cristalográficas, composição química e estrutura,
propriedades físicas, associações mais frequentes, aplicações, modo de formação,
principais ocorrências, interesse económico, etimologia.

Evolução histórica da Mineralogia


16 de Março de 2017
A prática das artes mineralógicas é tão antiga quanto a civilização (40.000 anos atrás) com
pigmentos naturais de óxidos de hematita (vermelha) e de manganês (preto).

Considerada inicialmente como um meio prático para chegar ao conhecimento de substâncias


minerais úteis, tinha uma característica puramente utilitária, não constituindo uma verdadeira
ciência mas "uma arte de distinguir os minerais".

Este conceito foi, naturalmente, evoluindo e actualmente a Mineralogia preocupa-se:

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 não só com os minerais úteis, ou com importância económica (minérios) mas com todas
as substâncias mineralizadas;
 não só com as suas formas cristalinas mas, também, com as suas propriedades físicas,
químicas e estruturais;
 procura, para além disso, a relação entre as formas cristalinas e essas propriedades,
lugares de origem e associações mais características para, a partir de todos estes
elementos procurar reconstituir a sua génese.

Os minerais exerceram sempre atracção especial sobre o Homem primitivo cuja atenção teria
sido, naturalmente, despertada pelas cores brilhantes, transparência e outras propriedades
físicas dos minerais.

As rochas eram cortadas de diversas maneiras e utilizadas como instrumentos e armas


rudimentares caracterizando a denominada Idade da Pedra Lascada.

Posteriormente o Homem foi aperfeiçoando métodos que permitiram o polimento da pedra,


tendo esse período sido designado como Idade da Pedra Polida.

A primeira publicação mineralógica, com uma certa sistematização, intitulada “De Natura
Fossilium”, da autoria do sábio alemão Georges Agricola, foi publicada em 1556.

Porém, o verdadeiro fundador da Mineralogia, em bases científicas, foi Abraham G. Werner


(1750-1817) professor, durante muitos anos, da célebre escola de minas de Freiberg, na
Saxónia. Foi um dos primeiros a classificar os minerais de modo sistemático.

A descoberta de maior alcance do século XX em relação aos minerais é atribuída a Max von
Lue, por desenvolver uma técnica para obtenção de imagem do arranjo atómico ordenado de
materiais cristalinos com o uso dos raios X. Hoje, a difracção de raios X é um método para
estudo dos minerais e das substâncias cristalinas.

Mineralogia inicialmente era considerada como o meio prático para chegar ao conhecimento de
substâncias minerais úteis, precisamente não era uma verdadeira ciência mas sim uma arte de distinguir
os minerais. A primeira publicação mineralógica, com uma certa sistematização, foi da autoria do sábio
alemão Georges Agricola, em 1556. O mesmo autor, dez anos mais tarde, apresentou a obra que
constituiu a primeira exposição pormenorizada sobre a Arte de Minas e Metalurgia. 16 de Março de 2017

O verdadeiro fundador da Mineralogia, em bases científicas, foi Abraham G. Werner (1750-1817)


professor, durante muitos anos, da célebre escola de minas de Freiberg, na Saxónia. Foi um dos
primeiros a classificar os minerais de modo sistemático. No séc. XX, Max von Lue, desenvolveu uma
técnica para obtenção de imagem do arranjo atómico ordenado de materiais cristalinos com o uso dos
raios X. Hoje, a difração de raios X é um método para estudo dos minerais e das substâncias cristalinas

Texto de apoio da disciplina de Mineralogia (IPET)

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