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CAPITULO I
1. INTRODUÇÃO
1.2. A HISTÓRIA DA MINERALOGIA
Mineração – Mineralogia 1
A partir do final da Idade Média, no século XVI, surgiu na literatura europeia o
trabalho do médico da Bohêmia, Georgius Agrícola (1494 -1555), denominado De Re
Metallica , considerado um marco para a emergência da mineralogia como ciência. O
eminente cientista versou sobre as práticas mineiras aplicadas na Alemanha e Itália e propôs
uma classificação das substâncias cristalinas em relação aos jazimentos em que elas se
formavam. Logo a seguir, estudando relações de cristais de quartzo e hematita, o médico
dinamarquês Niels Stensen (Nicolas Steno) (1638 -1686) enunciou em 1669, a Lei da
Constância dos Ângulos Diedros. Ele notou que a despeito da origem, tamanho ou hábito, os
ângulos entre as faces correspondentes são sempre constantes. Estava sendo embasado o que
viria a ser uma nova ciência: a Mineralogia. Na Rússia surgiu um dos maiores expoentes da
Mineralogia, o químico Mikhail Vassilievich Lomonósov (1711 - 1765), que formulou a
Teoria da Estrutura Cristalina das Substâncias. Em 1784, René J. Haüy (1743 -1822) mostrou
que os cristais são construídos p or ínfimos blocos, que ele chamou de “moléculas integrais”,
que correspondem a conceito de celas unitárias da cristalografia moderna. Mais tarde
desenvolveu a teoria dos índices racionais das faces cristalinas. Na Alemanha surgiu a Escola
de Freiberg, encabeçada por Abraham Gottlob Werner (1750 –1817), que influenciou o
desenvolvimento da mineralogia em todos os países da Europa Ocidental.
No início do século XIX, em Londres, William Hyde Wollaston (1766 -1828) inventou o
goniômetro de reflexão que permitiu medidas precisas da posição das faces dos cristais,
tornando a cristalografia em uma ciência exata. Em meados do século XIX, a mineralogia
constitui-se definitivamente como a ciência dos minerais. Separaram-se as rochas, até então
consideradas minerais, e passou-se a considerar os minerais isoladamente como indivíduos
cristalinos, com estudos precisos sobre as formas cristalográficas e das características físicas e
químicas através das primeiras análises químicas completas dos minerais. O mineralogista
russo Nicolai Yvanovich Koksharov (1818 -1893) fez a primeira sistematização dos minerais
utilizando-se de critérios descritivos e parâmetros matemáticos dos cristais. Somente a partir
do estabelecimento do Sistema Periódico dos Elementos, pelo químico russo Dimitri
Mendeleyév (1834 -1907), é que se conseguiu classificar quimicamente as substâncias
cristalinas. Começou-se, então, a se esboçar a mineralogia moderna.
Em 1828, o físico escocês, William Nicol (1770 -1851) inventou uma lente à luz polarizada
que permitiu o estudo ótico sistemático em substâncias cristalinas, o que tornou o microscópio
à luz polarizada, em uma ferramenta fundamental na mineralogia. No final do século XIX, o
mineralogista russo Evegne S. Fedorov (1853 -1919) e o físico alemão Arthur Moritz
Mineração – Mineralogia 2
Schönflies (1853 -1928), quase simultaneamente, desenvolveram teorias sobre ordem e
simetria interna dos cristais que constituíram a fundação dos trabalhos de cristalografia por
raios-x. Em 1912, a difração de raios-x tornou-se um método poderoso no estudo dos
minerais, através de estudos do cristalógrafo alemão Max Von Laue (1879 -1960), e em 1914,
pela primeira vez uma estrutura cristalina é determinada por difração, pelos físicos ingleses
William Henry Bragg (1862-1942) e William Lawrence Bragg (1890-1971).
A partir de 1960 o estudo da química mineral, em microescala, foi possível com o
advento da microssonda eletrônica, dotada de feixes de elétrons, que pode fornecer análises in
situ e em grãos tão pequenos quanto um micrometro (0,001 mm). Desde 1970, outros
instrumentos com feixes de elétrons podem magnificar a arquitetura interna dos minerais,
milhões de vezes, com imagens da estrutura atômica, tais como os Microscópios Eletrônicos
de Transmissão (TEM) e o Microscópio Eletrônico de Transmissão de alta resolução
(HRTEM).
Atualmente estão validadas pela IMA mais de 4000 espécies de minerais. Destes,
cerca de 150 são considerados comuns (quartzo, feldspatos, muscovita, talco, biotita, calcita,
etc.), outros 50 são ocasionais (ouro, molibdenita, prata, etc.) e os restantes considerados raros
ou extremamente raros. Alguns minerais, como o quartzo, feldspatos, zircão e apatita
apresentam uma vasta distribuição geográfica e petrológica, enquanto outros ocorrem de
forma muito restrita, sendo que a maioria dos espécimes descritos foi encontrada em poucas
amostras, provenientes de locais específicos do planeta, conhecidas somente por alguns
pequenos cristais.
1.2. DEFINIÇÕES
A mineralogia é a ciência que estuda os minerais, o que são eles, como são
formados e onde ocorrem. Uma vez que os minerais estão por toda parte (são as substâncias
formadoras das rochas, solos e sedimentos) e fornece uma grande parte das matérias primas
usadas em aplicações tecnológicas e industriais, o potencial de aplicação deste conhecimento
é vasto. Na verdade, com exceção das substâncias orgânicas, os demais materiais que usamos
ou com os quais convivemos no dia a dia são todos minerais ou de origem mineral.
MINERAL: “Um mineral é umsólido homogéneo, natural com uma composição química
definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atómico altamente ordenado. É,
normalmente, formado por processos inorgânicos”.
Mineração – Mineralogia 3
Figura 1: Feldspato
MINERALÓIDE: São materiais semelhantes aos minerais, mas sem estrutura cristalina.
Exemplos: opala (SiO 2 amorfa) (fig.2), minerais de U e Th, como o zircão (ZrSiO 4), onde a
cristalinidade original é destruída pala radiação de elementos radioativos presentes na
estrutura original e o vidro vulcânico.
Figura 2: Opalas
CRISTAL: sólido geométrico regular limitado por superfícies planas e suaves que são a
expressão externa do arranjo interno regular dos íons ou átomos constituintes.
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Figura 3: Cristal de Quartzo
GEMAS: os materiais gemológicos naturais são aqueles inteiramente formados pela natureza,
sem interferência do homem. São de origem inorgânica: os minerais e as rochas; e orgânica:
os de origem animal ou vegetal.
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ROCHAS: é um agregado sólido que ocorre naturalmente e é constituído por um ou mais
minerais ou mineralóides.
Figura 6: Granito
CAPITULO II
Mineração – Mineralogia 7
2.1.1 . HÁBITO
Por hábito de um mineral se entende a (s) forma (s) com a qual ele aparece
frequentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares
(achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo
como grãos sem uma forma definida. Muitas espécies minerais ocorrem preferencialmente
com um determinado hábito. Por exemplo, cristais de magnetita (Fe3O4) são frequentemente
octaédricos, pirita (FeS2), comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas
ocorrem como lamelas. Embora nem sempre um determinado mineral tenha que apresentar
seu hábito característico, o fato de que isto ocorra com frequência é de grande auxílio na sua
identificação.
• Micáceo: Cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas (como as micas)
Mineração – Mineralogia 8
Modelo Esquemático Fotomicrografia
Mineração – Mineralogia 9
Monocristal, no centro, equidimensional de
Hábito equidimensional
leucita
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Dendrítico: Arborescente, em ramos divergentes, como os de uma planta.
• Granular: Agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma conotação específica
de forma ou tamanho);
Mineração – Mineralogia 11
Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do agregado:
• Geodo: Cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos cristais;
Mineração – Mineralogia 12
formas cristalinas. Assim, pode-se caracterizar a clivagem como cúbica como na galena
(PbS), octaédrica como no diamante(C), dodecaédrica como na esfalerita ( ZnS), romboédrica
como na calcita(CaCO3), prismática como nos piroxênios e anfibólios, pinacoidal como a
clivagem basal das micas, etc (Fig.8).
Outra maneira de expressar esse conceito é utilizando os índices de Miller para a
forma cristalina em questão, como {111} para a clivagem octaédrica.
Vimos que a clivagem está intrinsecamente relacionada à estrutura cristalina. Portanto,
se um mineral possui uma determinada direção de clivagem, existe o potencial para ocorrerem
inúmeros planos de clivagem ao longo daquela direção. Entretanto, nem sempre a clivagem é
perfeitamente desenvolvida nos cristais. Assim, devem-se utilizar adjetivos para caracterizar a
qualidade da clivagem. Isto é feito de acordo com uma escala comparativa e empírica. Assim,
pode-se dizer que uma clivagem é excelente (como a clivagem basal das micas e do grafite),
boa, pobre ou ruim. Finalmente, alguns minerais se caracterizam pela ausência de clivagem. O
quartzo, um dos minerais mais comuns não apresenta clivagem.
Mineração – Mineralogia 13
Figura 8: Tipos de clivagem.
Mineração – Mineralogia 14
PARTIÇÃO: Assim como a clivagem, a partição também está associada a planos
cristalográficos, mas não é tão bem desenvolvida. A partição pode ter outras causas, como a
presença de planos de geminação no cristal ou ocorrer como resposta à aplicação de pressão.
Assim, ao contrário do que ocorre com a clivagem, alguns indivíduos de uma espécie mineral
podem apresentar partição enquanto outros não a possuem. Por exemplo, em uma população
de cristais de um determinado mineral, pode ocorrer que apenas os cristais geminados ou
submetidos à pressão apresentem planos de partição visíveis.
Outro critério útil para distinguir clivagem de partição é o caráter menos
penetrativo da última. Por exemplo, um cristal pode se partir ao longo de planos de geminação
relativamente espaçados entre si, e ao mesmo tempo fraturar-se de maneira irregular na região
entre dois planos de partição. Exemplos comuns de partição incluem a partição octaédrica da
magnetita, a partição basal dos piroxênios e a partição romboédrica do coríndon.
FRATURA: Refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe, exceto aquelas controladas
pelas propriedades de clivagem e partição. Ocorre quando a força das ligações químicas é
mais ou menos a mesma em todas as direções e, portanto, o rompimento não ocorre ao longo
de nenhuma direção cristalográfica em particular. Assim, ao estudar as fraturas de um
mineral, o estilo de fraturamento é a observação importante a ser feita. Alguns minerais
apresentam estilos de fratura característicos, o que pode auxiliar na sua identificação.
Os termos mais comuns usados para descrever fraturas em um mineral são:
Conchoidal: Superfícies lisas e curvas, semelhantes à parte interna de uma concha,
comum vidro e no mineral quartzo;
Fibrosa: Quando o mineral se rompe formando estilhaços ou fibras;
Serrilhada: Superfície denteada, irregular, com bordas cortantes;
Irregular: Superfícies rugosas e irregulares.
2.1.3. DUREZA
Mineração – Mineralogia 15
Em última instância, a dureza de um mineral está relacionada à reação da estrutura
cristalina à aplicação de esforço sem ruptura. Em cristais formados essencialmente por
ligações metálicas, os quais podem fluir plasticamente, o atrito de um material de dureza mais
alta contra a superfície do cristal tende a produzir um sulco. Minerais formados por ligações
iônicas ou covalentes tendem a apresentar um comportamento mais rúptil. Ao ser submetido
ao mesmo teste, a produção do sulco poderá ser acompanhada da produção de pó do mineral
mais mole.
Em compostos iônicos o tamanho e a carga dos íons envolvidos afetam a dureza
do mineral. Assim, para um grupo de substâncias diferentes com o mesmo tipo de estrutura
cristalina, quanto maior a distância Inter iônica e quanto menores as cargas dos íons, mais
fraca será a ligação e, consequentemente, menor será a dureza do mineral.
É importante ressaltar que a força global de uma estrutura cristalina é dada por
uma combinação dos diferentes tipos de ligação química presentes, mas a dureza desta mesma
estrutura é uma expressão da sua ligação mais fraca.
A dureza é uma característica de cada mineral, e pode ser avaliada quantitativamente
através do uso de equipamentos adequados. Entretanto, sua principal utilidade na
identificação mineralógica consiste em estimar qualitativamente a dureza do mineral que se
deseja identificar, comparando-o com outros minerais e/ou materiais de dureza conhecida. O
teste de dureza baseia-se no fato de que um mineral de dureza mais alta é capaz de provocar
um sulco em um mineral de dureza mais baixa, mas o segundo não é capaz de sulcar o
primeiro.
O mineralogista austríaco F. Mohs idealizou uma escala de dureza com base em dez
minerais relativamente comuns, aos quais atribuiu graus de dureza relativa de um a dez. Esta
escala ficou conhecida como Escala de Dureza de Mohs (Fig.9) e é de uso corrente entre
mineralogistas e outras pessoas interessadas na identificação de minerais.
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Figura 9:Escala de Dureza de Mohs
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2.1.4 . TENACIDADE
Mineração – Mineralogia 18
2.1.5. DENSIDADE RELATIVA
lado, a diferença de densidade relativa entre o carbono puro na forma de grafite (2,2) e de
diamante (3,5) ilustra o efeito da estrutura cristalina sobre esta propriedade. Existem vários
métodos de determinação quantitativa de densidade em minerais, com o uso de equipamentos
adequados (balança de Jolly, balança de Berman, picnômetro), líquidos pesados
(bromofórmio, iodeto de metileno, etc.), ou cálculos com base na cela unitária do mineral.
Para um reconhecimento expedito, entretanto, pode-se estimar a densidade
relativa por comparação entre amostras de diferentes minerais. Associada ao estudo de outras
propriedades físicas, esta análise comparativa de densidade é muitas vezes uma ferramenta
fundamental na identificação de minerais.
2.1.6 . MAGNETISMO
Materiais que apresentam a propriedade de ser atraídos por uma um imã são
chamados de ferromagnéticos. O número de minerais que apresentam esta propriedade é
muito pequeno. Dentre os minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a
pirrotita (FeS) apresentam esta propriedade. Portanto, quando presente em um mineral, o
magnetismo é de extrema utilidade na identificação.
Adicionalmente, o fato de que diferentes minerais possuem diferentes
susceptibilidades magnéticas permite a separação física de grãos de minerais distintos
mediante o uso de equipamentos. Ao serem aquecidos acima de uma temperatura específica,
os materiais ferromagnéticos perdem suas fortes propriedades magnéticas, que são
Mineração – Mineralogia 19
substituídas por um magnetismo comparativamente mais fraco (paramagnetismo). A
temperatura à qual esta mudança ocorre é conhecida como temperatura de Curie. Para a
magnetita, este fenômeno ocorre a 85 oC.
2.1.7 . COR
Mineração – Mineralogia 20
coloração verde. As variedades azul e verde do mineral berilo possuem importância
econômica como gemas preciosas (água-marinha e esmeralda, respectivamente). Com
exceção da cor, as demais propriedades físicas da água-marinha e da esmeralda são idênticas
às do berilo comum. O mesmo ocorre com o mineral corindon: a presença de Cr3+ como
impureza no corindon gera a variedade vermelha conhecida como rubi.
• Transferência de carga: Este processo só ocorre em compostos que tenham pelo menos
dois elementos com estados de oxidação diferentes e variáveis. O processo pode produzir
cores intensas em minerais e gemas, e envolve a transferência de elétrons entre elementos
diferentes. Alguns exemplos de elementos que participam no processo de transferência de
carga são: Fe2+ e Fe3+; Ti3+ e Ti4+; Mn2+, Mn3+ e Mn4+, ou combinações entre eles (por
exemplo, minerais contendo ferro e manganês). A transferência de um elétron de um átomo a
outro envolve a absorção de energia, a qual pode ocorrer segundo um comprimento de onda
definido. Por exemplo, a transferência de um elétron entre Fe2+ e Ti4+ envolve a absorção de
energia luminosa no comprimento do vermelho, portanto produz a cor azul da Safira. O
mesmo processo pode ocorre entre ânions (por exemplo, a cor azul do mineral lazurita decorre
da transferência de carga entre um triângulo de átomos de enxofre) ou entre cátion e ânion.
• Centros de cor: São imperfeições na estrutura cristalina que causam absorção de energia
luminosa e, consequentemente, o aparecimento de cor. Na maioria dos casos este fenômeno
está associado à exposição à radiação ionizante. A fonte da radiação pode ser natural
(elementos radioativos, como U, Th, K presentes em minerais) ou artificial e, em raros casos,
radiação ultravioleta pode produzir centros de cor. Quando um mineral é exposto à radiação,
elétrons podem ser removidos de suas posições normais e, depois de perder energia, ficar
aprisionados em uma posição vaga na estrutura cristalina. Estes elétrons aprisionados
absorvem seletivamente determinados comprimentos de onda, produzindo cor. Um exemplo
deste fenômeno é a variedade violeta (ametista) de quartzo (SiO 2). A presença de pequenas
quantidades de Fe3+ como impureza no quartzo produz cores amarelas (variedade citrino).
Quando submetido à radiação, o Fe3+ pode perder um elétron (efetivamente tornando-se
Fe4+), o qual é aprisionado em um centro de cor na estrutura do quartzo, produzindo a cor
violeta típica da ametista. Como os centros de cor são um tipo de defeito causado por
radiação, este defeito pode ser eliminado pela adição de energia. Por exemplo, ao submeter à
ametista a um tratamento térmico, o processo é revertido, e a cor passa de violeta a amarelo.
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Na verdade, alguns tipos de ametista tendem a perder a cor com a simples exposição
prolongada a luz (radiação ultravioleta). Tratamento térmico é um recurso frequentemente
usado na indústria de pedras preciosas, para modificar, melhorar ou controlar a coloração de
uma determinada gema.
2.1.8. TRAÇO
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Figura 11: Traço da hematita
2.1.9. BRILHO
• Não metálico: Sem aparência de metal. Típico de minerais dominados por ligações iônicas
ou covalentes. Geralmente possuem traço claro. Uma série de termos é usada para descrever
os tipos de brilho não metálico:
Mineração – Mineralogia 23
• Nacarado: Brilho semelhante ao brilho da pérola. Normalmente é mais bem observado nos
planos de clivagem
• Gorduroso ou graxo: Brilho que lembra uma superfície coberta de óleo. O mineral nefelina
é um exemplo típico
• Sedoso: Brilho que lembra a seda. Comum em agregados fibrosos, como o asbesto e a
gipsita fibrosa.
(PbSO4).
• Jogo de cores: A cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado (diamante,
opala);
• Asterismo: Formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é observado ao
longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais hexagonais;
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• Triboluminescencia: Emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em minerais não
metálicos e anidros (fluorita, esfalerita);
• Refração: Mudança na direção da luz, quando passa de um meio para outro de densidade
diferente (por exemplo, do ar para o mineral). Depende do índice de refração (n) do mineral.
Para minerais com n = 2, a velocidade da luz no mineral é a metade da velocidade no ar. Esta
propriedade é de vital importância para os minerais utilizados como gemas, pois influencia o
tipo de brilho dos minerais transparente. Assim, um mineral com n = 1.5 tenderá a apresentar
brilho vítreo, enquanto um mineral com n = 2.4 tenderá a apresentar brilho adamantino.
• Dupla refração: Quando um raio de luz penetra em um mineral ele se desdobra em dois
raios, cada um viajando com velocidade e direção diferentes. A dupla refração ocorre na
maioria dos minerais não isométricos, mas geralmente é muito fraca para poder ser observada.
Uma exceção notável é a calcita de qualidade ótica (espato de Islândia), que possui dupla
refração forte.
Mineração – Mineralogia 25
alguns sulfetos) são semicondutores, e minerais formados por ligações iônicas e/ou covalentes
são maus condutores de eletricidade.
• Piezoeletricidade: Produção de eletricidade por aplicação de pressão ao longo de um eixo
polar (eixo com formas cristalinas distintas em cada uma das pontas). Este efeito só pode
ocorrer em cristais que não possuem centro de simetria.
2.1.11. RADIOATIVIDADE
CAPITULO III
CLASSES MINERALÓGICAS
Mineração – Mineralogia 26
Figura 12: Elementos Nativos
3.1.1. OURO – Au
Mineração – Mineralogia 28
Hábito: Cristais octaédricos, raramente faces dodecaédricas, cúbicas e trapezoedrais.
Frequentemente em agregados de cristais arborescentes (dendríticos), filiformes, reticulados
ou esponjosos. Também maciço, formando grãos (pepitas) irregulares, rugosos, arredondados
ou achatados.
Propriedades físicas:
Fratura: irregular
Maleável, dúctil e séctil
Dureza: baixa (2,5 a 3,0)
Peso específico: 19,3 (Au puro). Diminui com a presença de prata, cobre, etc em solução
sólida.
Brilho: metálico
Cor e traço: Amarelo-ouro. Tons variam em função da pureza (mais esbranquiçado com a
presença de prata, mais alaranjado ou avermelhado em ligas com Cu), Opaco
Composição e estrutura: Uma solução sólida completa existe entre Au e Ag, e o ouro nativo
frequentemente contém 10 a 15% Ag. Para proporções de prata maiores que 20% a liga
recebe o nome de “electro”. Pequenas quantidades de Cu e Fe podem estar presentes, além de
Bi, Pb, Sn, Zn e os metais do grupo da platina. Estrutura cúbica compacta.
Paragênese e usos: A proporção média de ouro na crosta terrestre é de 4 ppb (partes por
bilhão). Entretanto, o ouro pode atingir concentrações bem mais altas, se for relativamente
concentrado por processos geológicos, em condições e ambientes geológicos específicos.
Concentrações de ouro ocorrem comumente associadas a pirita e outros sulfetos em veios de
quartzo de origem hidrotermal. Au é também um subproduto comum da mineração de sulfetos
de metais básicos, onde ocorre associado a pirita, calcopirita, pirrotita, esfalerita. Em
depósitos sedimentares do tipo placer (aluvião) associa-se a outros minerais pesados
resistentes ao intemperismo. A concentração relativa de ouro pode ocorre também em solos
residuais.
O ouro foi historicamente utilizado como lastro de moeda por muitos países, mas este
uso tem diminuído consideravelmente em tempos modernos. Os principais usos do ouro são
como investimento financeiro, como matéria prima na indústria joalheira, aplicações em
odontologia, galvanoplastia, revestimento de componentes eletrônicos, e na indústria de
equipamentos científicos.
Mineração – Mineralogia 29
3.1.2. PRATA – Ag
Mineração – Mineralogia 30
incluindo fotografia, galvanoplastia, componentes eletrônicos, refrigeração, joalheria e
utensílios de prata.
Historicamente a prata foi muito importante na cunhagem de moedas, mas foi
gradativamente substituída por outros metais, como o cobre e o níquel, e posteriormente por
outras ligas metálicas.
3.1.3. COBRE – Cu
Mineração – Mineralogia 31
Paragênese e usos: Cobre nativo é um constituinte comum de zonas oxidadas de depósitos
sulfetados de cobre, onde está associado a minerais como cuprita, malaquita e azurita.
Também como produto de sistemas hidrotermais (Cu nativo primário), especialmente
associados a rochas ígneas básicas, associado à prehnita, datolita, epidoto, calcita e zeolitas. A
maior parte da produção de cobre vem de sulfetos, e não de cobre nativo. Os principais usos
do cobre são para fins elétricos, especialmente sob a forma de fios, e na produção de ligas
metálicas como o latão (cobre e zinco), o bronze (cobre e estanho, com algum zinco) e a prata
alemã (cobre, zinco e níquel).
3.1.4. PLATINA – Pt
3.1.5. FERRO – Fe
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Cor: cinza aço a preto. Opaco
Fortemente magnético
Composição e estrutura: α Fe sempre contém algum Ni e frequentemente pequenas
quantidades de Co, Cu, Mn, S, C. kamacita: pode conter até 5,5 % em peso de Ni
Taenita: teor de Ni variável, de 27% a 65% em peso α Fe e kamacita: cúbico de corpo
centrado Taenita: cúbico de face centrada. Estrutura cúbica compacta
Paragênese e usos: Fe nativo é extremamente raro em materiais terrestres. Em alguns
meteoritos, kamacita e taenita estão associadas à troilita (FeS). As principais fontes de ferro
para a indústria são os minerais da classe dos óxidos (hematita, magnetita).
3.1.6. ARSÊNIO – As
Mineração – Mineralogia 34
Paragênese e usos: Arsênio nativo é um mineral raro, associado com minérios de prata,
cobalto e níquel. Podem estar também associado à barita, cinábrio, realgar, stibnita, ouro-
pigmento e galena. A produção comercial de arsênio, para uso na industria química
(herbicidas, inseticidas) e em ligas, vem de outros minerais como arsenopirita (FeAsS),
enargita (Cu3AsS4) e tenantita (Cu12As4S13)
3.1.7. ENXOFRE – S
Mineração – Mineralogia 35
anidrita, gipsita e carbonatos). O enxofre e os compostos de enxofre são utilizados em uma
variada gama de processos industriais como a produção de fertilizantes, inseticidas, borracha,
sabão, tecidos, papel, couro, tintas, corantes, explosivos, medicamentos, plásticos, etc.
3.1.8. Diamante – C
Mineração – Mineralogia 36
consumido no mundo tem origem artificial. Os processos de fabricação de diamante ainda não
conseguem, entretanto, competir comercialmente com as gemas naturais de boa qualidade.
3.1.9. GRAFITA – C
Propriedades físicas:
Clivagem: {0001} perfeita
Dureza: 1,0 a 2,0
Peso específico: 2,23
Brilho: metálico
Cor e traço: preto
Sensação graxosa. Flexível, mas não elástico (foliável)
Composição e estrutura: Carbono, com impurezas de óxido de ferro, argilas ou outros
minerais.
Paragênese e usos: A grafita natural ocorre principalmente em rochas metamórficas e, mais
raramente, em pegmatitos, diques e veios associados com rochas ígneas. Além do grafite
Mineração – Mineralogia 37
usado no lápis (mistura de grafita e argila), o mineral é usado na fabricação de refratários
(moldes de fundição), lubrificantes, tintas, eletrodos, equipamentos elétricos, etc.
Com o estudo da classe dos sulfetos damos início a um trabalho mais sistemático
de identificação macroscópica. Em decorrência disso você vai precisar ter sempre à mão (e
usar) os seguintes equipamentos:
- Lupa
- Imã
- Placa de porcelana
- Canivete
A classe dos sulfetos é muito importante porque inclui grande número de minerais
minério. A fórmula geral dos sulfetos pode ser expressa como XmZn, na qual o X representa
o elemento metálico e o Z o elemento não metálico. Seguindo a orientação de Klein &
Hurlbut (1985) os minerais listados abaixo estão organizados em ordem decrescente da razão
X:Z.
o
Dados cristalográficos: Monoclínico, pseudo-ortorrômbico, 2/m ou m (abaixo de 105C);
hexagonal (acima de 105 oC ).
Mineração – Mineralogia 38
Hábito: cristais são incomuns, geralmente pequenos e tabulares com formas hexagonais.
Mais comumente maciço e de granulação fina.
Propriedades físicas:
Clivagem: {110} pobre
Dureza: 2,5-3,0
Peso específico: 5.5 – 5.8
Brilho: metálico
Cor: cinza chumbo brilhante oxida facilmente desenvolvendo coloração preta sem brilho.
Traço: preto acinzentado
Composição: Cu 79,8% e S 20,2%. Pode conter pequenas quantidades de Ag e Fe.
Mineração – Mineralogia 39
Cor: bronze amarronzado em superfície fresca, mas oxida rapidamente para tons azuis e
roxos e finalmente para preto.
Traço: preto acinzentado.
Composição e estrutura: Cu 63,3%, Fe 11,2% e S 25,5% para Cu 5FeS4 estequiométrico, mas
extensa solução sólida no sistema Cu-Fe-S ocorre. A estrutura de alta temperatura é
relativamente complexa, com átomos de enxofre ocupando os vértices e centros de faces de
um arranjo cúbico do tipo F, os átomos de Cu e Fe estão então tetraédricamente coordenados
ou S. A estrutura de baixa T é derivada da estrutura de alta T apenas apresentando uma série
de defeitos.
Alteração: altera facilmente para covelita e calcocita.
Mineração – Mineralogia 41
Cor: incolor quando puro, e verde quando quase puro. Geralmente amarelo, preto, marrom,
ficando mais escuro com o aumento do teor de Fe. Também vermelho. Transparente a
translúcido.
Traço: branco a amarelo e marrom
Composição e estrutura: Zn 67% e S 33% quando puro. Quase sempre contém Fe, sendo
que a quantidade desse metal depende da temperatura e da composição química do ambiente
de formação. Se Fe está em excesso (normalmente indicado pela presença de pirrotita), a
quantidade de FeS na esfalerita pode atingir 50% molal. Mn e Cd ocorrem em pequenas
quantidades em solução sólida. A estrutura da esfalerita é similar à estrutura do diamante,
com metade dos átomos de carbono substituídos por Zn e a outra metade por S.
Mineração – Mineralogia 42
Traço: preto esverdeado
Composição e estrutura: Cu 34,6 %, Fe 30,4% e S 35,0%. Desvia-se muito pouco da
composição ideal CuFeS2. Estrutura derivada da estrutura da esfalerita onde metade do Zn
está substituído por Cu e a outra metade por Fe, esse efeito leva ao duplicamento da célula
unitária.
Alteração: Calcopirita é a principal fonte de cobre para os minerais secundários malaquita,
azurita, covelita, calcocita e cuprita. Concentração de cobre em zonas de enriquecimento
supergênico são frequentemente o resultado de tal alteração e remoção de cobre em solução
com sua deposição subsequente.
3.2.6. PIRROTITA – Fe1-xS
Mineração – Mineralogia 43
Composição e estrutura: A maioria das pirrotitas tem deficiência em ferro em relação ao S,
como indicado pela fórmula Fe1-xS, onde x fica normalmente entre 0,0 e 0,2. Solução sólida
completa entre FeS (com 50% de Fe) e pirrotita com 44,9% de Fe existe no campo de
estabilidade de alta temperatura (entre 1190 oC, temperatura de fusão e 400 oC) que é
caracterizado por simetria hexagonal. A mais baixa temperatura o campo de estabilidade da
pirrotita é mais restrito e a variedade hexagonal única dá lugar a vários tipos hexagonais e
o
monoclínicos. A variedade monoclínica é estável de 0 C até 254 oC, quando inverte-se para
hexagonal. A estrutura da pirrotita é bastante complexa, onde os átomos de S estão arranjados
em empacotamento fechado aproximadamente hexagonal.
Mineração – Mineralogia 44
Composição e estrutura: (Fe,Ni) 9S8, geralmente a razão Fe:Ni é próxima de 1:1. Geralmente
contém pequenas quantidades de Co. A estrutura da pentlandita é muito complicada, trata-se
de uma estrutura cúbica de face centrada, onde os átomos metálicos estão em coordenação
octaédrica e tetraédrica com S. Pura (Fe,Ni) 9S8 sem Co é estável até 610 oC no sistema Fe-Ni-
S. Pentlandita com até 40,8 % de Co é estável até 746 oC.
Geralmente ocorre como lamelas de exsolução na pirrotita.
Mineração – Mineralogia 46
Composição e estrutura: Hg 86,2%, S 13,8%, com pequenas variações no teor de Hg. Se e
Te podem substituir S. Geralmente impuro misturado com argilas, óxido de ferro e bitume. A
estrutura do cinábrio difere de todo e qualquer sulfeto, é baseada em espiral infinita de Hg-S-
Hg que se estende ao longo do eixocristalográfico.
“c”
Mineração – Mineralogia 47
Composição e estrutura: As 70,1, S 29,9. A estrutura do realgar é caracterizada por anéis de
As4S4, similares aos anéis de S 8 no enxofre nativo. Todos os As estão ligados covalentemente
a outro As e a 2 átomos de S.
Mineração – Mineralogia 48
3.2.12. ESTIBNITA – Sb2S3
Mineração – Mineralogia 49
3.2.13. PIRITA – FeS2
Mineração – Mineralogia 50
3.2.14. MARCASITA – FeS2
Mineração – Mineralogia 51
3.2.15. MOLIBDENITA – MoS2
Mineração – Mineralogia 52
3.2.16. ARSENOPIRITA – FeAsS
3.3.1. ÓXIDOS
Mineração – Mineralogia 54
A fórmula dos espinélios pode ser expressa em termos de cela unitária como
X8Y16O32, onde os cátions podem estar em posições tetraédricas (X) ou octaédricas (Y). Dois
tipos de estrutura são reconhecíveis.
Nos espinélios de estrutura normal, oito átomos do tipo X ocupam as oito
posições tetraédricas e os átomos do tipo Y ocupam os 16 sítios octaédricos, sendo
representados pela formula X 8Y16O32. Nos espinélios de estrutura invertida, oito átomos do
tipo Y ocupam os oito sítios tetraédricos, gerando uma fórmula do tipo Y(YX)O 4. Os
espinélios de estrutura invertida são caracterizados pela presença de cations trivalentes no
sítio tetraédrico ou pela substituição acoplada de Fe 2+ + Ti4+ no sítio octaédrico.
Espinélios de estrutura normal:
Espinélio Mg Al3+2O4
Hercinita Fe Al3+2O4
Gahnita Zn Al3+2O4
Galaxita Mn Al3+2O4
Franklinita Zn Fe3+2O4
Cromita Fe2+ Cr3+2O4
Magnesiocromita Mg Cr3+2O4
Alguns dos principais minerais representantes desta classe são descritos abaixo.
Mineração – Mineralogia 55
3.3.2.CUPRITA -Cu2O
Mineração – Mineralogia 56
Figura 39: Coridon nativo
Mineração – Mineralogia 57
sedimentares residuais ou transportados (resistente ao intemperismo e erosão). Produzido
artificialmente em escala industrial. Usos: gema e abrasivo.
Mineração – Mineralogia 59
entre Fe 2O3 e FeTiO 3. Estrutura similar à do corindon e da hematita, com Fe e Ti alternando-
se em camadas com coordenação octaédrica perpendiculares ao eixo c.
Ocorrência e usos: Ocorre como acessório em rochas ígneas, podendo estar concentrado em
segregações com magnetita em rochas em rochas ígneas básicas a intermediárias plutônicas.
Em areias negras, com magnetita, rutilo, zircão e monazita. Pode ser uma fonte de titânio.
Dados cristalográficos: tetragonal 4/m 2/m 2/m (anatásio e brookita são polimorfos
tetragonal e ortorrômbico, respectivamente).
Hábito: cristais geralmente prismáticos, com terminações bipiramidais e faces prismáticas
verticalmente estriadas. Germinação em joelho é comum. Cristais finos aciculares. Também
compacto e maciço.
Propriedades físicas:
Clivagem: {110} distinta
Dureza: 6,0 . 6,57
Densidade relativa: 4,18 . 4,25
Brilho: adamantino a sub-metálico
Cor: vermelho, preto a marrom avermelhado
Traço: marrom pálido
Geralmente translúcido, pode ser transparente
Mineração – Mineralogia 60
Composição e estrutura: Ti 60%, O 40%. Embora rutilo seja essencialmente TiO 2, algumas
análises reportam a presença de Fe 2+ , Fe3+, Nb e Ta. Na estrutura do rutilo, Ti 4+ está
localizado no centro de octaedros de oxigênio, os quais são unidos pelas arestas, formando
cadeias de octaedros paralelas ao eixo c. As cadeias são ligadas entre si pelos vértices dos
octaedros.
Ocorrência e usos: Rutilo ocorre em granitos, pegmatitos, mármores e dolomitos, e em areias
negras. Também pode ser produzido artificialmente. Fonte de titânio, mais raramente
aproveitado como gema.
Propriedades físicas:
Clivagem: {010} imperfeita
Dureza: 6,0 . 7,0
Densidade relativa: alta (6,8 . 7,1)
Brilho: adamantino a sub-metálico
Mineração – Mineralogia 62
Cor: geralmente preto a marrom, raramente amarelo ou branco
Traço: branco
Geralmente translúcida, raramente transparente
3+
Composição e estrutura: Sn 78,6 %, O 21,4%. Pequenas quantidades de Fe podem estar
presentes, e pequenas quantidades de Nb e Ta substituem Sn. Estrutura igual à do rutilo.
Ocorrência e usos: Ocorre como acessório em granitos e pegmatitos, ou mais frequentemente
como produto de processos hidrotermais associados a intrusões graníticas (associada a
minerais portadores de F ou B, como turmalina, topázio, fluorita, apatita). É o principal
minério de estanho.
3.4. HIDRÓXIDOS
Mineração – Mineralogia 66
Dados cristalográficos: hexagonal 2/m
Hábito: cristais geralmente tabulares segundo {0001}, podendo apresentar truncações
romboédricas. Geralmente foliado, maciço.
Propriedades físicas:
Clivagem {0001} perfeita
Dureza: 2,5
Peso específico: 2,39
Brilho: perláceo na seção basal, vítreo a graxoso nas outras faces.
Cor: Branco, verde, amarelo.
Composição e estrutura: MgO 69%, H2O 31%. Fe 2+ e Mn 2+ podem substituir o Mg.
Estrutura consiste de Mg 2+ octaedricamente coordenado com (OH)-, os vértices dos octaedros
estão posicionados de tal forma que a estrutura se desenvolve em camadas perpendiculares ao
eixo c.
Ocorrência e usos: ocorre associada com serpentina, dolomita, magnesita e cromita.
Também como produto de alteração de periclásio e silicatos de magnésio, especialmente
serpentina. Ocorre ainda em calcários e dolomitos metamorfizados. Pode ser usada como
matéria prima para refratários. Pouco importante como fonte de magnésio
Mineração – Mineralogia 67
Hábito: cristais geralmente prismáticos paralelos ao eixo .c. e verticalmente estriados.
Frequentemente colunar a fibrosos grosseiro. Geminado segundo {001}, formando tanto
geminações de contato quanto geminações penetrativas.
Propriedades físicas:
Clivagem {010} perfeita
Dureza: 4,0
Densidade relativa: 4,3
Brilho: metálico
Cor: cinza chumbo a preto
Traço: marrom escuro
Opaco
Composição e estrutura: Mn 62,4%; O 27,3%; H2O 10,3%. A estrutura consiste de um
empacotamento hexagonal fechado de oxigênio e grupos de (OH)- com grupos Mn3+ em
coordenação octaédrica com O-2 e (OH).
Ocorrência e usos: Minério pouco importante de Mn. Ocorre com outros óxidos e hidróxidos
de manganês, em depósitos formados por águas meteóricas. Também em veios hidrotermais
de baixa temperatura, com barita, siderita e calcita. Altera frequentemente para pirolusita.
Mineração – Mineralogia 68
Hábito: raramente como cristais prismáticos verticalmente estriados. Freqüentemente
achatados paralelos a {010}. Cristais aciculares. Também maciço, reniforme, estalactítico, em
agregados fibrosos radiais. Foliados.
Propriedades físicas:
Clivagem: {010} perfeita
Dureza: 5,0 . 5,5
Densidade relativa: 4,37 quando puro, a densidade relativa pode ser reduzida devido à
presença de impurezas.
Brilho: adamantino a ausente, em variedades fibrosas, escamosas ou de granulação fina pode
apresentar um brilho sedoso.
Cor: marrom amarelado a marrom escuro
Traço: marrom amarelado
Sub-translúcido
Composição e estrutura: Fe 62,9%, O 27%, H 2O 10,1%. O conteúdo de Mn pode atingir até
5%. Variedades maciças podem conter H 2O adsorvida ou capilar. Estrutura: consiste de Fe em
coordenação com oxigênio e (OH)-, formando octaedros de FeO 3(OH)3.
Ocorrência e usos: Mineral extremamente comum. Ocorre em ambientes oxidantes, como
produto de alteração de minerais portadores de ferro. Forma os gossans, ou chapéus de ferro,
como produto de alteração superficial de veios mineralizados com metais. Constituinte
importante das lateritas. Pode estar presente em fontes ou poças d’água, formada por
precipitação inorgânica ou biogênica.
Mineração – Mineralogia 69
Dados cristalográficos: mistura
Hábito: pisolítico, em grãos concrecionários arredondados, também maciço, terroso,
parecendo argila.
Propriedades físicas:
Dureza: 1,0 . 3,0
Densidade relativa: 2,0 . 2,55
Brilho: ausente a terroso
Cor: branco, cinza, amarelo, vermelho
Translúcido
Composição e estrutura: uma mistura de óxidos hidratados de alumínio. Como resultado,
bauxita não é um mineral, mas na realidade uma rocha.
Ocorrência e usos: a bauxita tem origem supergênica. Comumente é produzida pela
lixiviação (retirada) de sílica e outras substâncias a partir de rochas ricas em alumínio, durante
intemperismo prolongado em condições tropicais a subtropicais. É o minério de alumínio.
Mineração – Mineralogia 70
Hábito: forma crostas, crostas esferulíticas, massas terrosas e ocres. Hábito oolítico é comum.
Pseudomorfos de limonita podem substituir pirita, marcasita, siderita e outros minerais.
Propriedades físicas: são muito variáveis, dependendo da composição.
Dureza: variável de 1,0 nas variedades terrosas, até 5,0, em variedades compactas nas quais o
conteúdo de água é desprezível.
Composição e estrutura: uma mistura de óxidos hidratados de ferro. Não pode ser
considerada um mineral.
Ocorrência e usos: ocorre muito comumente como produto de alteração (oxidação) de outros
minerais ricos em Fe.
CALCITA . CaCO3
Mineração – Mineralogia 71
Figura 54: Calcita
MAGNESITA - MgCO3
Mineração – Mineralogia 73
Cor: branco, cinza, amarelo, marrom
Transparente a translúcido
Pouco afetada por HCl diluido a frio. Efervesce com HCl diluido a quente.
2+
Composição e Estrutura: MgO 47,8 %, CO
2 52,2 %. Fe substitui Mg e forma solução
sólida completa que se estende até siderita (FeCO 3). Pequenas quantidades de Ca e Mn podem
estar presentes. Magnesita é isoestrutural com calcita.
Paragênese e Usos: A magnesita é mais frequente como produto de alteração de rochas
magmáticas ou metamórficas ricas em magnesio, ou como produto do metamorfismo de baixo
grau de peridotitos em presença de CO 2. Ocorre ainda associada a atividade hidrotermal e em
depósitos de evaporitos. A magnesita pode ser calcinada para MgO,
para uso como refratário. É ainda uma fonte de MgO para a indústria química.
SIDERITA - FeCO3
Mineração – Mineralogia 74
2+
Peso Específico: 3,96 quando pura. A densidade decresce com o aumento do teor de Mn e
Mg.
Brilho: vítreo
Cor: geralmente marrom claro a escuro
Transparente a translúcida
Composição e Estrutura: Para puro FeCO 3 tem-se FeO 62,21 % e CO 2 37,9%. Mn 2+ e Mg
substituem Fe e solução sólida completa se estende para rodocrosita e magnesita. A
substituição de Fe por Ca é limitada devido à diferença de tamanho entre estes dois ions.
Siderita é isoestrutural com calcita.
Paragênese e Usos: A siderita ocorre mais frequentemente em rochas sedimentares, mais
raramente em rochas metamórficas. Também como produto de alteração hidrotermal. A
exploração de siderita como minério de Fe é importante apenas em alguns países (Áustria e
Grã-Bretanha).
RODOCROSITA - MnCO3
SMITHSONITA . ZnCO3
ARAGONITA CaCO3
CERUSSITA PbCO3
Mineração – Mineralogia 78
Hábito: cristais de hábito muito variado e também em diferentes formas. Normalmente
tabular segundo {010}. Pode formar grupos reticulados, com as placas cortando umas às
outras, a um ângulo de 60o . Frequentemente apresenta geminação pseudo-hexagonal.
Também em agregados granulares cristalinos, fibroso, compacto terroso.
Propriedades Físicas:
Clivagem: {110} boa, {021} razoável
Dureza: 3,0 . 3,5
Peso Específico: 6,55
Brilho: adamantino
Cor: incolor, branco ou cinza
Transparente a sub-translúcido
Composição e Estrutura: a maioria das cerussitas está composicionalmente muito próxima
de PbCO3, onde PbO =83,5 % e CO2 = 16,5 %. É isoestrutural com aragonita.
Paragênese e Usos: Ocorre na zona de alteração supergênica de depósitos de sulfetos de Pb e
Zn (galena+esfalerita),onde associa-se a outros minerais secundários, como anglesita,
piromorfita, smithsonita e limonita. Minério deChumbo.
A B
Mineração – Mineralogia 79
Hábito: Dolomita - cristais geralmente romboédricos, com faces curvadas. Outras formas são
raras. Em massas granulares grosseiras até massas de granulação fina e compacta. Geminação
segundo {0001} comum, geminação lamelar segundo {0221}.
Ankerita - geralmente não ocorre em cristais bem formados, quando presentes os cristais são
semelhantes aos da dolomita.
Propriedades Físicas:
Clivagem: {1011} perfeita
Dureza: 3,5 . 4,0
Peso Específico: 2,85 (aumenta com a substituição por Fe, em direção à ankerita)
Brilho: vítreo, perláceo em algumas variedades.
Cor: geralmente tons de rosa e bege. Pode ser incolor, branco, cinza, verde, marrom ou preto.
Ankerita é tipicamente branco amarelado, mas devido à oxidação do ferro pode parecer
marrom amarelado.
Transparente a translúcida.
Reação fraca e lenta com HCl. Fragmentos grandes só dissolvem em HCl diluído a quente. Pó
fino ferve com HCl diluído a frio.
Composição e Estrutura:
Dolomita: CaO 30,4% MgO 21,7%, CO2 47,9%
Ankerita: CaO 25,9% FeO 33,3 %, CO2 40,8%
Dolomitas naturais desviam-se da razão Mg:Ca 1:1, e a razão Mg:Ca varia de 52:58 até
52,5:47,5. Solução sólida completa se estende até ankerita.
Paragênese e Usos: Dolomita ocorre principalmente como mineral essencial de rochas
sedimentares (dolomitos) e seus equivalentes metamórficos (mármores dolomíticos). Ankerita
ocorre comumente em formações ferríferas. Em rochas magmáticas tanto dolomita quanto
ankerita são raras, exceto nos carbonatitos. Dolomita e rochas dolomíticas tem ampla
aplicação como material de construção, pedra ornamental e na produção de alguns tipos de
cimento.
MALAQUITA Cu2CO3(OH)2.
Mineração – Mineralogia 80
Figura 62: Malaquita nativa
Propriedades Físicas:
Clivagem: {201}perfeita, mas raramente observada
Dureza: 3,5 . 4,0
Peso Específico: 3,9 . 4,03
Brilho: adamantino a vítreo em cristais, freqüentemente sedoso nas variedades fibrosas. Sem
brilho nas variedades terrosas
Cor: verde brilhante
Translúcido
Traço: verde pálido
2+
Composição e Estrutura: CuO 71,9 %, CO 2 19,9 %, H 2O 8,2 % . Cu é octaedricamente
coordenado com O2- e (OH)- em octaedros CuO 2(OH)4 e CuO 4(OH)2. Esses octaedros estão
ligados ao longo dos vértices formando cadeias que são paralelas ao eixo. c.. As cadeias estão
ligadas por grupos (CO3)2.
Paragênese e Usos: Associado a outros produtos de alteração supergênica (como azurita,
cuprita, cobre nativo e óxidos de ferro) de depósitos de cobre. Por sua cor distinta,
frequentemente é útil para indicar a presença de minerais de cobre em uma paragênese.
Também utilizada como gema.
Mineração – Mineralogia 81
AZURITA Cu3(CO3)2(OH)2
Mineração – Mineralogia 82
3.5.4. CLASSE DOS SULFATOS E WOLFRAMATOS
BARITA . BaSO4
ANIDRITA . CaSO4
Mineração – Mineralogia 84
Paragênese e usos: Anidrita ocorre comumente associada com gipsita, mas é menos comum.
Encontrada em camadas de depósitos evaporíticos, em calcários e, ocasionalmente
preenchendo vesículas de rochas vulcânicas. Pode ser utilizada como um corretivo de solo,
como elemento retardador na fabricação de cimento Portland e como fonte de enxofre para
fabricação de ácido sulfúrico.
GIPSITA - CaSO4.2H2O
Mineração – Mineralogia 85
Composição e estrutura: CaO 32,6 %, SO3 46,5 % e H2O 20,9 %. Como resultado da
desidratação da gipsita várias fases podem ocorrer, tais comoγCaSO4 (onde todo o H2O é
perdido) e uma fase metaestável CaSO 4.½H2O. Durante o processo de desidratação 1,5
o
molécula de H 2O é perdida de modo relativamente contínuo entre 0 e 65 C, gerando apenas
mudanças suaves na estrutura de gipsita. Em torno de 70 oC a ½ molécula de H 2O restante está
ainda fortemente ligada na estrutura do CaSO 4.½H2O, mas em torno de 95 oC esta molécula é
perdida e um estrutura polimorfa da anidrita é gerada. Estrutura: consiste de camadas de
grupos (SO4) paralelas a {010}, esse grupos aniônicos estão fortemente ligados aos Ca.
Camadas sucessivas desse tipo estão separadas por folhas de H 2O. As ligações entre H 2O de
diferentes folhas são fracas, o que explica a excelente clivagem segundo {010}. A perda de
moléculas de H 2O ocasiona colapso na estrutura e transformação no polimorfo metaestável da
anidrita com consequente perda da excelente clivagem e diminuição no peso específico.
Paragênese e usos: Gipsita é um mineral frequente, de ampla distribuição em rochas
sedimentares. Camadas de gipsita podem ocorrer associadas a calcários e folhelhos, ou nas
seções inferiores de depósitos evaporíticos (é um mineral de cristalização precoce nos
evaporitos). Comumente associado à halita, anidrita, calcita, dolomita, enxofre, pirita e
quartzo. Usado principalmente para a produção de gesso, também como corretivo de solo e
como retardador em cimento Portland. As variedades espato acetinado e alabastro são usadas
como pedra ornamental.
WOLFRAMITA (Fe,Mn)WO4
Mineração – Mineralogia 86
Dados cristalográficos: monoclínico, 2/m
Hábito: Cristais comumente tabulares paralelos a {100}, gerando hábito laminar, com faces
estriadas paralelas a.c.. Em agregados laminares, lamelares ou colunares. Granular maciço
Propriedades físicas:
Clivagem: {010} perfeita
Dureza: 4,0 a 4,5
Peso específico: 7,0 a 7,5 aumentam com o aumento do teor de Fe
Brilho: sub-metálico a resinoso
Cor: preto em febergita a marrom em huebenerita
Traço: varia de quase preto a marrom
Composição e estrutura: Fe 2+ e Mn 2+ substituem-se mutuamente em todas as proporções e
completa solução sólida existe entre febergita FeWO 4 e huebenerita MnWO 4. A percentagem
de WO3 é 76,3 em febergita e 76,6 em huebenerita A estrutura da wolframita consiste de
grupos tetraedrais distorcidos de (WO4) e octaedrais de (Fe,Mn)O6. A partir de dados de
distâncias interatômicas em torno do W, pode-se concluir que o W está em coordenação
octaédrica distorcida.
Paragênese e usos: Ocorre em pegmatitos e veios de quartzo de alta temperatura, associados
a granitos. Mais raramente em veios de sulfetos. Minerais comumente associados são
cassiterita, scheelita, bismuto, quartzo, pirita, galena, esfalerita e arsenopirita. Principal fonte
de tungstênio (W), usado para aumentar a dureza de ligas metálicas (vídea), usadas em
ferramentas, válvulas, instrumentos de corte, etc. Também para produção de filamentos de
lâmpadas elétricas.
SCHEELITA - CaWO4
Mineração – Mineralogia 87
Dados cristalográficos: tetragonal 4/m
Hábito: Cristais geralmente bipiramidais simples {101}. A bipirâmide {112} assemelha-se a
um octaedro em termos
dos seus ângulos. Também maciço granular.
Propriedades físicas:
Clivagem: {101} distinta
Dureza: 4,5 a 5,0
Peso específico: 5,9 a 6,1
Brilho: vítreo a adamantino
Cor: branco, amarelo, verde, marrom
Translúcido, alguns espécimes são transparentes Scheelita geralmente fluoresce (cor branco
azulado) devido à radiação ultravioleta.
Composição e estrutura: CaO 19,4% e WO3 80,6%. Mo pode substituir por W e uma série
parcial se estende a powelita CaMoO 4. A estrutura da scheelita consiste de tetraedros
achatados de (WO4) e poliedros de CaO8.
Paragênese e usos: Scheelita é encontrada em pegmatitos graníticos, veios hidrotermais de
alta temperatura associados a rochas graníticas e em depósitos de metamorfismo de contato
(como escarnitos). Minerais comumente associados incluem cassiterita, topázio, fluorita,
apatita, molibdenita e wolframita. Localmente encontrada em veios de quartzo com ouro e
prata. Minério de tungstênio.
Mineração – Mineralogia 88
- aumento significativo da condutividade com a temperatura.
Quando o cátion é menor e mais facilmente polarizável, as ligações químicas
adquirem um caráter ligeiramente mais covalente, resultando em simetria mais baixa. Existe
uma diferença importante de ambiente geológico entre os fluoretos e os demais
halogenetos(cloretos, brometos, etc). A maioria dos halogênios (Cl, Br, I) ocorre
preferencialmente em minerais de rochas sedimentares (em especial aquelas formadas pela
evaporação da água do mar os evaporitos), mas são raros em minerais de rochas ígneas ou
metamórficas, estando presentes apenas como elementos menores ou traços em minerais
como apatita, sodalita e escapolita. Por outro lado, o Flúor, embora esteja presente em
minerais de algumas rochas sedimentares, é muito comum em minerais de rochas ígneas, de
pegmatitos, de veios hidrotermais, e de rochas formadas por metamorfismo de contato e
metassomatismo.
Tipos de estrutura
Dois tipos de estrutura são comuns nos halogenetos:
Estrutura tipo halita ⇒ Muitos halogenetos do tipo XZ (isto é, relação cation:ânion de
1:1) possuem uma estrutura em que cada cátion e cada ânion são cercados por seis vizinhos
em coordenação octaédrica. Minerais que cristalizam com este tipo de estrutura compreendem
halita NaCl, silvita KCl, e Cerargirita AgCl. Alguns sulfetos e óxidos do tipo XZ também
apresentam estrutura do tipo halita: galena PbS, Alabandita MnS, Periclásio MgO.
Estrutura tipo fluorita ⇒ Aplicável a muitos dos halogenetos do tipo XZ2 (isto é:
relação cátion:ânion de 1:2). Na fluorita (CaF 2) os cátions Ca 2+ estão posicionados nos cantos
e no centro das faces de uma cela cúbica (arranjo cúbico de face centrada). Os ions F estão em
coordenação tetraédrica com 4 Ca 2+ Cada Ca 2+ está coordenado a 8 F. Outros exemplos desse
tipo de estrutura são os óxidos uraninita UO2 e torianita ThO2.
3.5.1. HALITA (sal-gema) – NaCl
Mineração – Mineralogia 89
Dados cristalográficos: isométrico 4/m 2/m
Hábito: Cúbico, outras formas são raras. Alguns cristais possuem forma de tremonha
(pirâmide oca invertida), que resulta da maior taxa de crescimento nos cantos e arestas no
cristal, relativamente ao centro das faces. Ocorre também em massas granulares a compactas e
em raras variedades fibrosas
Propriedades físicas:
Clivagem: {100} perfeita.
Dureza: 2.5
Densidade relativa: 2.16 (baixa)
Brilho: vítreo, transparente a translúcido
Cor: incolor a branco. Impurezas podem resultar em tonalidades de amarelo, vermelho, rosa,
azul e púrpura.
Traço: branco
Solúvel em água com extrema facilidade. Gosto salgado.
Composição e estrutura: Na 39.3 %, Cl 60.7 %. Impurezas comumente presentes incluem
sulfatos de cálcio e magnésio e cloretos de cálcio e magnésio.
Paragênese e usos: halita ocorre em depósitos sedimentares precipitados por evaporação de
água salgada (evaporitos), em associação com gispsita, silvita, anidrita, calcita e componentes
detríticos como areias e argilas. Os principais usos são como sal de cozinha e como fonte de
cloro e sódio para a indústria química.
Mineração – Mineralogia 90
Dados cristalográficos: isométrico. 4/m 2/m.
Hábito: cristais cúbicos e octaédricos frequentemente combinados. Frequentemente em
massa cristalinas granulares.
Propriedades físicas:
Clivagem: {100} perfeita
Dureza: 2
Densidade relativa: 1.99 (baixa)
Brilho: vítreo. Transparente a translúcido.
Cor: incolor ou branco. Impurezas podem resultar em tons de azul, amarelo ou vermelho. A
cor vermelha, decorrente de pequenas inclusões de hematita, é comum.
Traço: branco
Menos quebradiça que a halita, ao ser sulcada com o canivete produz menos pó (tendência do
mineral a ser relativamente mais séctil). Gosto salgado, mais amargo do que a halita. A silvita
é solúvel em água com muita facilidade.
Composição e estrutura: K 52.4%, Cl 47.6%. Possui a mesma estrutura cristalina da halita.
A solução sólida entre halita e silvita é muito restrita, por causa da diferença de raio iônico
entre o Na+ e o K+.
Paragênese e usos: ocorre nos mesmos ambientes geológicos e paragêneses que a halita, mas
silvita é muito menos comum. Silvita é utilizada principalmente na indústria de fertilizantes,
pois combina alto teor de potássio com um caráter facilmente solúvel. Também utilizada na
produção de hidróxido de potássio para a indústria química.
Mineração – Mineralogia 91
Dados cristalográficos: Isométrico, 4/m 2/m
Hábito: cúbico, mas raramente forma cristais. Freqüentemente maciço, lembrando o aspecto
da cera.
Propriedades físicas:
Dureza: 2 - 3
Densidade relativa: 5.5
Cor: cinza perolado a incolor. Escurece rapidamente até uma cor violeta ou marrom quando
exposta à luz.
Séctil, pode ser cortada com o canivete.
Composição e estrutura: Ag 75.3 %, Cl 24.7 %. Forma solução sólida completa com AgBr,
e pode conter pequenas quantidades de I, substituindo Cl ou Br.
Paragênese e usos: a cerargirita é um minério supergênico de prata, encontrado na zona
superior, enriquecida de depósitos de prata. Associada com prata nativa, cerussita e produtos
de alteração em geral.
Mineração – Mineralogia 92
Densidade relativa: 2.95 . 3.0
Brilho: vítreo a graxoso. Transparente a translúcida. Aspecto de gelo.
Cor: incolor a branco-neve
Aspecto de parafina. O índice de refração muito baixo (próximo do da água) resulta no quase
total desaparecimento do pó do mineral, quando imerso em água.
Composição e estrutura: Na 32.8%, Al 12.8%, F 54.4%. O Al está em coordenação
octaédrica a seis F. Ions Na+ também são circundados por seis F, porém em um arranjo
menos regular. Isométrica (Fm3m) acima de 550 oC.
Paragênese e usos: A criolita é um mineral raro, utilizado para a fabricação de sais de sódio,
certos tipos de vidro e porcelana. Criolita natural foi amplamente utilizada como fundente na
industria de alumínio, mas com o esgotamento das reservas foi substituída por um
equivalente sintético, fabricado a partir da fluorita.
Mineração – Mineralogia 93
Cor: incolor a branco leitoso, amarelo, raramente azulado. Freqüentemente vermelho, devido
a inclusões orientadas de hematita. Transparente a translúcido Gosto amargo, altamente
higroscópico, dissolve em ambientes úmidos.
Paragênese e usos: ocorre nas camadas superiores de alguns evaporitos, em associação com
halita, silvita e kieserita (MgSO4.H2O). Importante fonte de potássio para fertilizantes
(embora não tanto quanto silvita).
Mineração – Mineralogia 94
Composição e estrutura: Ca 51.3%, F 48.7%. Y e terras raras, em especial Ce, podem
substituir o Ca.
Paragênese e usos: A fluorita é amplamente distribuída, ocorrendo em associação com um
grande número de minerais, como calcita, dolomita, gipsita, celestita, barita, quartzo, galena,
esfalerita, cassiterita, topázio, turmalina e apatita. Comum em rochas sedimentares como
calcários e dolomitos, e como acessório em rochas ígneas e pegmatitos. O principal modo de
ocorrência é em veios hidrotermais. Os principais usos (aproximadamente 90%) da fluorita
são na indústria química, para a produção de ácido fluorídrico, e como fundente na indústria
do aço. Usos menos comuns são na fabricação de vidro, cerâmica e materiais óticos.
- Grupo da apatita
- Apatita Ca5(PO4)3(F,Cl,OH)
- Piromorfita Pb5(PO4)3Cl
- Vanadinita Pb5(VO4)3Cl
- Ambligonita LiAlFPO4
- Lazulita (Mg,Fe)Al2(PO4)2(OH)2
Scorzalita (Fe,Mg)Al2(PO4)2(OH)2
Mineração – Mineralogia 95
3.6.1 - TRIFILITA, Li(Fe,Mn)PO4; LITIOFILITA, Li(Mn,Fe)PO4
B
A
Mineração – Mineralogia 96
3.6.2 - MONAZITA . (Ce,La, Y, Th)PO4
Mineração – Mineralogia 97
3.6.3 . APATITA . Ca5(PO4)3(F,Cl,OH)
Mineração – Mineralogia 98
por Sr e Mn. Estrutura: os oxigênios dos grupos (PO
4) estão ligados a Ca, com 2/5 do Ca
Mineração – Mineralogia 99
Composição e estrutura: Para Pb5(PO4)3Cl puro, PbO 82,2 %, P2O5 15,7 %, Cl 2,6%.
(AsO4) substitui (PO4) e uma série completa se estende até mimetita Pb
5(AsO4)3. Ca pode
CAPÍTULO 4
OS SILICATOS
Esta classe abrange a maioria dos minerais, pois, 95% da crosta terrestre é
constituída de silicatos, predominantemente do tipo feldspatos e quartzo. É por isso que os
silicatos são os principais minerais formadores das rochas. Assim, o estudo sistemático das
rochas é baseado na identificação dos silicatos.
Essa subclasse contém tetraédros (SiO 4)-4 independentes, isto é, não ligados a outras
unidades. Elementos como Mg, Fe, Ca e Al é que interligam as unidades tetraédricas.
4.2. SOROSSILICATOS
Esta subclasse contém tetraedros (SiO4)-4 aos pares, ligados por um oxigênio em
comum. Assim, a unidade fundamental é (Si2O7)-6.
4.3 CICLOSSILICATOS
Esta subclasse contém tetraédros (SiO 4)-4, ligados por oxigênios em comuns, formando
estruturas circulares, Assim, a unidade fundamental é (Si6O18) -12.
4.4. INOSSILICATOS
Esta subclasse contém unidades tetraédricas (SiO 3)-2 simples ou duplas (Si 4O11)-6. Em
vista disso, o hábito desses minerais é geralmente alongado, na forma de prismas, agulhas ou
fibras.
Os inossilicatos são divididos em dois grupos: grupo dos anfibólios e dos piroxênios.
São minerais escuros, onde há substituição parcial de Si +4 por Al+3, compensando a carga pela
presença de Ca+2, Mg+2 e Fe+2.
4.5. FILOSSILICATOS
As micas são silicatos onde os tetraedros estão unidos formando lâminas, cujo
empilhamento forma camadas, dando aspecto plano estratificado. As micas mais comuns são
a muscovita de cores claras, e a biotita de cores escuras.
-4
A lâmina tetraedral é formada pela união de tetraedros de SiO
4 , enquanto a lâmina
-5
octaédrica é formada pela união de octaedros de AlO 4 . A união entre a lâmina tetraedral e a
octaedral dá-se através dos oxigênios apicais dos tetraedros, que são compartilhados com os
octaedros da lâmina octraedral. Esta ligação muito forte entre lâminas tetraedrais e octraedrais
forma camadas, em geral 10 a 20 sobrepostas, constituindo o argilomineral.
Quando as camadas são compostas por lâmina tetraedral unida a uma lâmina
octraedral, os argilominerais são denominados de 1:1. Quando as camadas são constituidas de
duas lâminas tetraedrais e uma lâmina octaedral situada no meio destas, o argilomineral é
chamado de 2:1. As ligações entre as camadas podem ser muito fortes, impedindo a sua
separação, constituindo os argilominerais não expansivos. Em outros casos, a ligação entre as
camadas não é tão rígida, permitindo o maior ou menor afastamento das camadas entre si,
constituído os argilominerais expansivos.
4.6. TECTOSSILICATOS
Esta subclasse contém tetraedros (SiO 4)-4 ligados entre sí por oxigênios em comum,
produzindo uma estrutura contínua tridimencional. Assim, a relação Si:O é 1:2. Em muitos
casos, o Al +3 substitui parte do Si +4 e, por isso, ocorre a adição de outros cátions disponíveis
na região em que os minerais estão cristalizado, para que haja a neutralização das cargas.
Esses outros cátions são geralmente o K, Na ou Ca.
PLAGIOCLÁSIOS: (Ca,Na)(Al,Si)AlSi2O8
4.6.2. QUARTZO
1. Calcedônia: apresenta cores variadas, muitas vezes em bandas (ágata, ônix), é translúcida e
o brilho é fosco ou graxo. Ocorre, geralmente, preenchendo cavidades em rochas vulcânicas,
depositada por soluções aquosas hidrotermais ricas em sílica. Neste caso é comum, também,
sua associação com variedades cristalinas de quartzo (ametista, hialino)
CRAIG, J.R.; VAUGHAN, D.J. & SKINNER, B.J. Resources of the Earth, Origen, Use, and
Environmental Impact. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2001, 520 p.
KLEIN, C. The Manual of Mineral Science. New York: John Wiley & Sons, 2003, 646 p.
MILOVSKY, A.V. & KONONOV, O.V. Mineralogy. Moscow: Mir Publishers, 1985, 320 p.