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DE
MASSAGISTAS DE RECUPERAÇÃO E
CINESIOTERAPEUTAS
Acreditado pela Secretaria do Estado do Emprego e Formação
(Portaria nº 782/97 de 29/8)
Curso
De
Massagem
SEBENTA
DE
ANATOMOFISIOLOGIA
(Proibida reprodução total, parcial ou fotocopiar, registados os direitos de autor desde
1985)
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E-mail: simacmassagem@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Acreditamos que “um curso de anatomia em que esteja ausente uma referência a capacidades e
valores e somente contenha informação, dificulta a transformação do que se aprende em sabedoria”.
Assim, desejamos que estes materiais constituam um recurso válido para uma aprendizagem
diversificada, que permita:
Desenvolver a capacidade para avaliar e alterar os conjuntos de valores próprios à luz de nova
informação.
investigação de problemas;
SIMAC 1
DESCOBERTA DA CÉLULA E ORGANIZAÇÃO CELULAR
No séc. XVII, Robert Hooke, intrigado com a leveza e compressibilidade da cortiça, cortou com
um canivete, uma lâmina muito fina e colocou-a no microscópio para observação.
Robert Hooke observou que a cortiça e outros tecidos vegetais eram formados por pequenas
cavidades separadas por tabiques. A estas cavidades deu o nome de células, que significa “pequenas
celas”. Da célula, Hooke viu apenas as paredes esqueléticas sem antever a sua natureza real e a sua
individualidade.
Mas a descoberta da célula ainda não acabou. Novos progressos surgiram com a invenção do
microscópio electrónico por V. Zworkin, em 1930. Este microscópio, permite obter imagens muito mais
ampliadas, revelando detalhes inesperados da ultra-estrutura celular.
A célula é a unidade básica, sob o ponto de vista estrutural e funcional dos seres vivos, isto é,
todos os organismos são constituídos por células, onde se desenrolam as reacções da vida.
As células multiplicam-se por divisão e dessa divisão depende a continuidade genética entre a
célula mãe e as células filhas.
SIMAC 2
Em todas as células observadas existem três constituintes fundamentais: membrana celular,
citoplasma e núcleo.
Citoplasma
Membrana Celular
Esta membrana é invisível ao microscópio óptico, mas a sua existência pode pôr-se em
evidência, pela resistência que a superfície da célula oferece ao ser atravessada por uma microagulha,
e, ainda pelo facto da sua ruptura provocar a saída do citoplasma para o exterior.
SIMAC 3
Citoplasma
Plastos – Nas células da folha de uma elódea podemos observar cloroplastos. São organitos
geralmente ovóides que contém pigmentos fotossintéticos, nomeadamente clorofilas, daí a sua cor
verde.
membrana mitocondrial interna, que forma uma série de pregas orientadas para o interior da
mitocôndria chamadas cristas mitocondriais. Estas cristas aumentam muito a superfície da
membrana interna.
Aparelho de Golgi – Este organito não é geralmente visível na célula viva, pois para ele não
existe nenhuma coloração vital.
SIMAC 4
Foi descrito pela primeira vez nos finais do séc. XIX por um investigador italiano Camillo Golgi.
Este organito foi objecto de grande controvérsia, que só terminou na década de cinquenta com a
utilização do microscópio electrónico. Só então a sua estrutura e funções foram bem definidas.
O aparelho de Golgi é constituído por uma ou várias unidades formadas por um conjunto de 4 a
20 sáculos achatados e empilhados regularmente, na periferia dos quais existe uma série de vesículas.
Cada uma destas unidades é um dictiossoma. As células vegetais apresentam, por vezes, algumas
dezenas ou centenas de dictiossomas.
Contiguidade – aparecem numerosas vesículas, algumas das quais parece originarem-se a partir
do RE e depois incorporarem-se nos sáculos da face de formação dos dictiossomas;
É provável que a origem dos sáculos ocorra na fase de formação do dictiossoma a partir de
vesículas provenientes do RE.
Os sáculos que se vão constituindo nesta face tendem a substituir aqueles que se situam na fase
de maturação e que desaparecem, originando vesículas de secreção.
O aparelho de Golgi, ele é especialmente desenvolvido em células glandulares, pelo que se
pensa que deve estar envolvido em processos de secreção celular.
SIMAC 5
Finalmente o aparelho de Golgi intervém também nos fenómenos de digestão intracelular. É a
este nível que se formam em grande parte os lisossomas.
Retículo endoplasmático – Uma das mais importantes descobertas a nível celular ocorridas
quando da utilização do microscópio electrónico, no estudo da célula, foi a existência de um complexo
sistema de membranas distribuído por toda a célula.
Existem dois tipos de RE: o retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado retículo
endoplasmático granular, que apresenta nas faces externas das suas membranas inúmeros ribossomas,
e o retículo endoplasmático liso, que não apresenta ribossomas e que geralmente tem o aspecto de
túbulos anastomosados.
Os ribossomas situados na face externa das membranas são formados por duas subunidades
globulares de diferentes tamanhos, fazendo-se a ligação às membranas pela subunidade maior.
A nível do retículo endoplasmático são sintetizadas várias substâncias, entre as quais uma
grande variedade de proteínas no RER.
SIMAC 6
Embora as actividades fisiológicas do retículo ainda não estejam completamente esclarecidas,
pelos dados disponíveis podemos concluir que o RE tem importância na síntese de numerosas
substâncias. Em relação ao RER podemos destacar a síntese e concentração de proteínas. O retículo
intervém ainda no transporte de substâncias, não só de substâncias produzidas na própria célula, por
exemplo proteínas, como também de substâncias procedentes do meio exterior. As gotículas de lípidos,
captados por pinocitose, atravessam o citoplasma das células ao longo das cavidades do retículo. O
retículo constitui uma verdadeira rede de distribuição dentro da célula. É um verdadeiro “Metro” celular.
Lisossomas – São pequenas vesículas esféricas ou ovóides de 250 A de diâmetro limitadas por
uma membrana de estrutura trilaminar. A estrutura interna dos lisossomas é extremamente irregular e
apresenta grande variabilidade. O seu conteúdo, denso e finamente granuloso a microscópio electrónico,
é constituído por enzimas, principalmente, hidrólases ácidas. Foram detectados mais de quarenta tipos
de tais hidrólases capazes de degradar quase todas as classes de constituintes bioquímicos celulares
(proteínas, lípidos, ácidos nucleicos, polissacarídeos, etc.).
SIMAC 7
Núcleo da célula
O núcleo da célula foi descoberto em 1831 por Robert Brown em células de orquídeas.
A generalidade das células possui um único núcleo tipicamente de forma esférica ou ovóide e
com posição central. Há, no entanto, inúmeras excepções a esta descrição.
Por exemplo, as células musculares estriadas têm mais do que um núcleo. Nos leucócitos o
núcleo tem uma forma de rim. O núcleo trata-se de um corpúsculo rodeado por citoplasma e delimitado
por uma membrana que apresenta poros. São estas estruturas que permitem a comunicação com o
referido citoplasma.
SIMAC 8
PARTES CONSTITUINTES DE UMA CÉLULA
(Esquema Geral)
Parede esquelética*
Membrana citoplasmádica
Hialoplasma
Mitocôndria
Aparelho de Golgi
Retículo rugoso
endoplasmático liso
Ribossomas
Citoplasma Lisossomas
Vacúolos
Organitos
citoplasmáticos Centrossoma
Cílios e flagelos
Membrana nuclear
Núcleo Nucleoplasma
Núcléolos
Cromossomas
SIMAC 9
TECIDOS
Definição e generalidades.
Nos organismos multicelulares, e, por isso, com células especializadas, iremos deparar com um
novo paradigma de organização – o Tecido. Este é formado por células com idênticas funções e
capacidades (diferenciações), agregadas entre si com a finalidade de constituir uma nova entidade, ela
própria com novas, e diferentes, propriedades. Os tecidos serão o próximo passo na crescente
complexização das estruturas vivas, e será da sua combinação, em proporções variadas, que surgirão
os órgãos. No entanto, os tecidos, em si próprios, são já uma entidade autosuficiente, do ponto de vista
funcional, embora, na realidade, não existam isolados, visto não serem, morfologicamente,
independentes (ao contrário das células, que são morfológica e fisiologicamente autosuficientes).
O ramo das biociências que se dedica ao estudo dos tecidos denomina-se de Histologia, e, tal
como a Anatomia, faz parte do grupo das Ciências Morfológicas.
Tipos de tecidos
Este tipo de tecido reveste uma superfície que pode ser externa (como a pele) ou interna (boca e
tubo digestivo, vasos sanguíneos). Podem dividir-se, grosso modo, em dois subtipos fundamentais –
epitélios de revestimento e epitélios glandulares.
SIMAC 10
Epitélios de revestimento
São compostos de células fortemente ligadas entre si e justapostas, por forma a revestir o
exterior ou interior do organismo. As junções entre as células são garantidas por várias estruturas, que
podem ser do tipo macula (localizadas), ou zonula (formando uma banda à volta das células). As junções
podem ser occludens (tight-junctions), adhaerens (cujo tipo mácula se chama desmossoma) ou reuniens
(gap-junctions ou junções comunicantes). A extrema adesão entre as células do epitélio não obvia à
presença eventual de outro tipo de células (linfócitos, e.g.).
a. Simples: este subtipo é composto de uma só camada de células, cuja forma dá ao epitélio o
seu nome:
SIMAC 11
c. Pseudoestratificados, aparentemente com várias camadas de células, mas em que todas
elas repousam sobre a lâmina basal. É o caso da mucosa
traqueo-brônquica.
Células dos epitélios de troca, por exemplo, o endotélio dos vasos, mesotélio das
serosas, epitélio alveolar, especializados para o transporte de substâncias ou gases, sendo
as células muito finas e com numerosas vesículas de transporte;
Como se pode ver, mesmo dentro do grupo dos epitélios, a subespecialização é a regra; todas
as células desenvolvem-se para integrarem o contexto histológico onde irão funcionar.
Epitélios glandulares
SIMAC 12
Quer sejam exócrinas ou endócrinas, todas as glândulas provêm de um epitélio de revestimento
embrionário.
b. Glândulas exócrinas: a sua morfologia é mais complexa que a das endócrinas. Algumas
não têm canal excretor e são, simplesmente, células glandulares isoladas ou grupos
de células, integradas no seio de epitélios de revestimento normais (glândulas
intraepiteliais, epitélios secretores, como as mucosas). A maioria das glândulas são
compostas de uma parte secretora, composta de epitélio glandular agrupado sob a
forma de ácinos, túbulos ou alvéolos e uma parte excretora, feita por um canal de
excreção, que pode ser simples ou ramificado (glândula simples ou composta); as
secreções são lançadas, directamente, ou através de um canal excretor, no meio
exterior (ex. Pele), ou numa cavidade correspondendo a um seu prolongamento (ex.
Tubo digestivo). As glândulas exócrinas possuem, também, um invólucro conjuntivo,
o estroma, contendo no seu interior numerosos vasos sanguíneos, responsáveis pela
nutrição da glândula. Nas glândulas compostas, o estroma irá separar os lóbulos da
glândula. As secreções das glândulas exócrinas são muito variadas, sendo desde o
tipo proteico puro (glândulas serosas), tipo mucoso, rico em mucoproteínas e
mucopolissacáridos (glândulas mucosas), ou formas mais diferenciadas, como sendo
o sebo das glândulas sebáceas, o leite das glândulas mamárias ou o ácido clorídrico
das glândulas fúndicas do estômago.
SIMAC 13
Tecido conjuntivo
tecido cartilagíneo
tecido ósseo
O tecido conjuntivo tem a função de nutrir, reunir, agrupar, proteger e sustentar os epitélios
que formam o parênquima dos órgãos. De uma forma geral, o tecido conjuntivo está mais voltado
para as funções mecânicas-estáticas, embora determinados tipos (o sangue, e.g.) fujam a esta
característica.
Este grupo de tecidos é caracterizado pela presença de células, separadas umas das outras por
uma abundante substância fundamental (matriz extracelular), agrupadas sob determinadas composições
químicas e ratios, por forma a constituir uma grande variedade funcional de tecidos conjuntivos,
adaptados a várias funções.
SIMAC 14
Células
Por último, um dos tipos mais abundantes de células são os mastócitos, muitas vezes
encontrados à volta dos pequenos vasos, com a função de sintetizar uma miríade de mediadores
químicos (heparina, histamina, etc.) e componentes da substância fundamental.
Matriz extracelular
Existem ainda outras proteínas de estrutura, do tipo das glicoproteinas como a laminina e
fibronectina, proteoglicanos e glicosaminoglicanos, como sejam o ácido hialurónico, as condroitinas-
sulfato, o dermatan-sulfato, queratan-sulfato e heparan-sulfato.
SIMAC 15
A substância fundamental da matriz é formada por um gel de água com sais minerais, aos quais
se juntam proteoglicanos, glicoproteinas de estrutura, colagéneo e elastina solúveis, etc. É através deste
gel que se dão as trocas de nutrientes e excreta, e que as células se movimentam.
Da diferente mistura dos elementos acima citados, iremos obter tecidos conjuntivos com
propriedades e funções muito diversas. Iremos apenas mencionar os principais tipos e algumas das suas
localizações:
Nesta forma de tecido, a proporção dos diversos elementos é a mais equilibrada, não havendo
preponderância de nenhum componente. É igualmente, o mais abundante, constituindo o
estroma da maioria dos órgãos, o córion e submucosa do tubo digestivo, tubo respiratório, vias
urinárias e genitais. Entra também na constituição dos músculos e nervos periféricos.
O seu papel é, essencialmente, de suporte estrutural, sendo particularmente ricos em fibras, com
uma certa pobreza celular. Consoante o tipo de fibras, podem ser tecidos fibrosos densos, ricos
em colagéneo (ex. ligamentos, tendões, aponevroses) ou tecidos elásticos, ricos em elastina
(parede dos grandes vasos).
c. Tecido reticular.
Neste tecido o colagéneo forma redes dispersas, não tendo, por isso, grande importância
estrutural. É um tipo de tecido particular aos gânglios linfáticos, baço, fígado e medula óssea,
órgãos onde a riqueza em células móveis impõe essa organização.
d. Tecido adiposo.
Caracterizado pela grande abundância de adipócitos, no seio de uma fina rede de reticulina.
Existe sobretudo na hipoderme, mesentério, grande epiploon e tecidos retroperitoneais. A sua
função principal é de ajudarem a regular o metabolismo lipidico, fazendo o
armazenamento, síntese e libertação de diversas gorduras.
e. Tecidos esqueléticos.
Têm a particularidade, entre os tecidos conjuntivos, de serem sólidos, razão pela qual são
agrupados conjuntamente. Existem dois subtipos essenciais, a cartilagem e o osso.
SIMAC 16
O tecido cartilaginoso é composto de pequenas células (correspondentes aos
fibroblastos) dispersas em lacunas existentes na cartilagem, chamadas de
condrócitos; às lacunas, chamamos de condroplastos. A matriz tem um aspecto
homogéneo, sendo rica sobretudo em condroitina-sulfato e fibras de colagéneo de
pequeno calibre. Este tipo de cartilagem denomina-se de hialina; é, por exemplo, a
cartilagem das asas do nariz, costelas e superfícies articulares. Quando abundam as
fibras de colagéneo, a cartilagem torna-se fibrosa: é o caso dos meniscos articulares
e da sinfise púbica. Por último, a cartilagem pode ser do tipo elástica, rica em fibras
de elastina, como é a do pavilhão da orelha. Todos os tipos de cartilagem têm uma
ausência de vasos sanguíneos no seu interior, sendo a sua nutrição garantida por
difusão a partir do seu revestimento – o pericôndrio.
SIMAC 17
f. Outros tecidos.
SIMAC 18
TECIDO MUSCULAR:
Classificação
LISO (involuntário)
TECIDO MUSCULAR
CARDÍACO (involuntário)
ESTRIADO
ESQUELÉTICO (voluntário)
SIMAC 19
TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO:
Característica funcional: é voluntário, isto é, está sob o controlo da vontade, a qual actua no
córtex cerebral que, por meio do sistema nervoso periférico, comanda a sua contracção (embora
também tenha actividade reflexa, esta com influência central da medula espinhal); é importante ter em
conta que o nervo periférico, para além de ser a entidade que dá a ordem ao músculo para contrair,
também exerce uma função trófica sobre o músculo (na sua ausência ou lesão, o músculo atrofia e
degenera).
Localização: forma os músculos ligados ao esqueleto.
Constituição: é constituído por células gigantes cilíndricas paralelas denominadas fibras
musculares, com numerosos núcleos dispostos à periferia, encostados à membrana celular, a qual se
designa por sarcolema; ao citoplasma, dá-se o nome de sarcoplasma, no qual se encontram os
organelos habituais acompanhados de algumas estruturas características:
miofibrilhas: unidades cilíndricas constituídas pela sobreposição e agregação
repetitiva de filamentos grossos e filamentos finos, que conferem estriação
longitudinal; as miofibrilhas são mantidas em posição por proteínas acessórias que
dividem as miofibrilhas em unidades funcionais denominadas sarcómeros, os quais
conferem estriação transversal;
retículo sarcoplasmático: é o retículo endoplasmático liso arranjado em redes
+2
localizadas à volta e por entre as miofibrilhas; contem grandes quantidades de Ca ;
túbulos T: são invaginações do sarcolema associadas ao retículo sarcoplasmático;
mitocôndrias abundantes: necessárias para gerar a energia requerida pelo
processo da contracção muscular;
grânulos de glicogénio numerosos: fonte de glicose, substracto necessário à
obtenção de energia.
SIMAC 20
TECIDO ÓSSEO
O que é?
É um tecido conjuntivo, estruturalmente caracterizado por uma matriz mineralizada, que lhe
confere rigidez, e funcionalmente caracterizado por ser altamente especializado –constitui os ossos do
esqueleto.
Funções:
Constituição:
NOTA:
O tecido ósseo é delimitado por dentro e por fora por tecido conjuntivo denso:
- por dentro, denomina-se endósteo (que separa a medula óssea do tecido ósseo);
- por fora, denomina-se periósteo (separa o tecido ósseo dos tecidos e órgãos vizinhos)
CÉLULAS:
Células osteoprogenitoras:
células indiferenciadas derivadas
de fibroblastos que constituem o
endósteo e a camada interior do
periósteo e que, mediante
estímulos apropriados, se
diferenciam em osteoblastos;
Osteoblastos: células cubóides
com capacidade de síntese
(produzem o osteóide), localizadas
superficialmente;
Osteócitos: são o resultado do
envelhecimento dos osteoblastos;
estão isolados no seio da matriz
mineralizada, ligados entre si e aos
osteoblastos por prolongamentos
citoplasmáticos, tendo a função de manter a matriz óssea (a morte dos osteócitos,
por exemplo por taumatismo com fractura, resulta em reabsorção da matriz);
Osteoclastos: células grandes, derivadas de macrófagos, localizadas
superficialmente nas lacunas de Howship, responsáveis pela absorção do tecido
ósseo.
SIMAC 21
MATRIZ:
Classificação:
Macroscópica:
Osso compacto: camadas densas de tecido ósseo que constituem a porção periférica
dos ossos;
SIMAC 22
NOTA – Tecido ósseo das diáfises:
Nas diáfises, as lamelas ósseas organizam-se em:
- Sistemas de Havers: cada sistema é um longo cilíndrico, por vezes bifurcado, ao longo do eixo da
diáfise, formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas; o canal presente no centro do cilindro – canal
de Havers – contem vasos, nervos e tecido conjuntivo laxo; os canais de Havers comunicam entre si,
com a cavidade medular e com a superfície exterior do osso através de canais transversais ou oblíquos
que também transportam vasos e nervos – canais de Volkmann; estes diferem dos canais de Havers
pela orientação e por não apresentarem lamelas concêntricas, atravessando-as;
- Sistema circunferencial interno: faixa de lamelas ósseas paralelas que envolve o canal medular;
- Sistema circunferencial externo: faixa de lamelas ósseas paralelas na porção mais exterior do osso,
próxima do periósteo;
- Sistemas intermediários: grupos irregulares de lamelas curtas e paralelas, geralmente de forma
triangular localizados entre os vários sistemas de Havers.
NOTA:
O tecido ósseo é vascularizado, enquanto que o tecido cartilegíneo não é
vascularizado.
SIMAC 23
Tecido Nervoso
Neurónios
O tecido nervoso tem a finalidade de colectar, organizar e produzir informação, sob a forma de
impulsos electroquímicos. E de transmiti-la a todas as células do corpo, de forma a controlar e integrar o
seu funcionamento.
Para tal, as células suas constituintes – neurónios – adquiriram um alto grau de diferenciação
morfológica e fisiológica, ao ponto em que a célula madura perde a capacidade de se dividir, sendo o
stock de neurónios de um indivíduo determinado muito precocemente na sua vida.
O neurónio recebe, trata as informações e emite um sinal que conduz e transmite a outro
neurónio. Cada neurónio é único, sendo diferente do seu vizinho e insubstituível; a sua originalidade é
devida à posição que ocupa dentro da cadeia nervosa e às conexões que tem estabelecidas. Existem
vários tipos subespecializados de neurónio, com localizações e funções particulares, dispersos por todo
o Sistema Nervoso.
Cada célula é composta por um corpo celular, contendo um núcleo único, e envolvido por uma
membrana celular, o substrato da transmissão eléctrica do impulso nervoso. A partir do corpo estendem-
se prolongamentos de dois tipos básicos:
Dendrites, formam uma rede, ou árvore, bastante complexa, são curtas e responsáveis
pela transmissão do impulso nervoso em direcção ao corpo celular; a sua
distribuição espacial define, por isso, o campo das influências ou a zona
receptora de um neurónio;
SIMAC 24
PELE E ANEXOS
A pele recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial, a
epiderme, e uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo, em continuidade com a derme está a hipoderme,
que não faz parte da pele, servindo-lhe apenas de suporte e união com os órgãos subjacentes. É um dos
maiores órgãos, atingindo cerca de 16% do peso corporal.
Apresenta múltiplas funções, como, proteger o organismo contra a perda de água por
evaporação e contra o atrito. Por outro lado, através das terminações nervosas, recebe estímulos do
ambiente; por meio dos seus vasos, glândulas e tecido adiposo, colabora na termorregulação do
corpo. Suas glândulas sudoríparas participam na excreção de várias substâncias. Um pigmento que é
produzido e acumulado na epiderme, a melanina, tem função protectora contra os raios ultra-
violetas.
Epiderme
camada basal – constituída por células cuboides repousando sobre uma lâmina basal,
que a separa da derme, também denominada de camada germinativa, pois é
responsável pela renovação da epiderme.
SIMAC 25
camada espinhosa – constituída por células cuboidais ligeiramente achatadas, células
estas que apresentam um aspecto espinhoso. Esta camada é responsável pela coesão
das células da epiderme, protegendo-a do atrito.
camada lúcida – constituída por uma delgada camada de células achatadas cujos
núcleos desapareceram.
Camada córnea
Camada translúcida
Camada granulosa
Camada espinhosa
Camada basal
Derme
Papila
Derme
É o tecido conjuntivo sobre o qual se apoia a epiderme, comunicando-a com a hipoderme. Sua
superfície externa é extremamente irregular, observando-se saliências que acompanham as reentrâncias
correspondentes da epiderme. A essas saliências deu-se o nome de papilas dérmicas, papilas estas que
dão maior resistência à pele. Papila
Epiderme
SIMAC 26
Hipoderme
É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos
subjacentes. É constituída predominantemente por tecido adiposo.
Pelos
ao redor da medula, formam células mais queratinizadas, que formam o córtex do pelo.
SIMAC 27
Observam-se na derme feixes de músculo liso, associados ao pelo, denominando-se músculo
erector do pelo.
Unhas
São placas córneas que se dispõem na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos. A
superfície da falange, que é recoberta pela unha, recebe o nome de leito ungueal.
Glândulas da Pele
SIMAC 28
O suor secretado por essas glândulas é um líquido, extremamente fluido, com poucas proteínas
mas rico em sódio, potássio, ureia, ácido úrico entre outras substâncias.
Os vasos sanguíneos só chegam até a derme, não penetrando na epiderme. Os vasos linfáticos
à semelhança com os anteriores também não penetram na epiderme.
Uma das funções da pele é receber sensações do meio ambiente, e portanto encontra-se
altamente inervada. As terminações nervosas sensitivas encontram-se na hipoderme e na derme.
SIMAC 29
MÚSCULO
Este capítulo diz respeito ao músculo enquanto entidade formada por tecido muscular estriado
esquelético organizado.
Função:
Constituição:
O músculo é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo denso denominada aponevrose ou
epimísio.
Se seccionarmos transversalmente um músculo, observamos que este se subdivide em
conjuntos de unidades de diâmetro sucessivamente menor.
A figura seguinte apresenta vários níveis de observação de um músculo.
1º NÍVEL:
O músculo está organizado em fascículos, cada um dos quais envolvido por uma
bainha de tecido conjuntivo denso denominada perimísio.
2º NÍVEL:
Cada fascículo é constituído por fibras musculares, cada uma envolvida por sarcolema,
rodeado exteriormente por uma membrana basal denominada lâmina externa; entre o
sarcolema e a lâmina externa existe uma população de células indiferenciadas
SIMAC 30
precursoras de fibras musculares, que se chamam células satélite – são elas que
justificam o facto do tecido muscular estriado esquelético ser regenerável.
3º NÍVEL:
Cada fibra muscular é constituída por cerca de 1000 a 2000 miofibrilhas estriadas
transversalmente, à volta das quais existem vesículas do retículo sarcoplasmático e
túbulos T.
4º NÍVEL:
Cada miofibrilha é constituída por miofilamentos de dois tipos:
Filamentos finos: formados principalmente por actina (dupla hélice) mas também
por outras duas proteínas muito importantes para a contracção, que são a
tropomiosina (dupla hélice que se enrola em torno da actina, tapando os seus sítios
activos, isto é, os sítios de ligação à miosina) e a troponina (forma um complexo
constituído por 3 unidades – a troponina T, que se liga à tropomiosina nos locais em
que esta cobre a actina; a troponina I, que se liga à actina; e a troponina C, que se
+2
liga ao Ca );
Filamentos grossos: formados por miosina (proteína constituída por duas cadeias
helicoidais, cada uma terminando numa cabeça voltada para a periferia a qual se liga
aos sítios activos da actina).
SIMAC 31
Os miofilamentos estão organizados em compartimentos denominados sarcómeros, os quais
constituem a UNIDADE FUNCIONAL do músculo estriado. Cada sarcómero é delimitado por duas
linhas Z. As faixas claras são constituídas por filamentos finos e designadas por bandas I; as faixas
escuras, denominadas bandas A, são constituídas por filamentos grossos e finos, excepto na zona
central, menos escura por ser apenas formada por filamentos grossos, designada por banda H.
Como já foi referido, a contracção muscular é voluntária. Depende da inervação por neurónios
motores do sistema nervoso periférico derivados da medula espinhal e do tronco cerebral. A terminação
de cada axónio ramifica-se, dirigindo-se cada ramificação para a superfície de uma fibra muscular.
A placa motora é a sinapse entre a terminação axonal e o sarcolema. Neste ponto, o sarcolema
apresenta numerosas pregas com receptores específicos; o citoplasma adjacente contem numerosas
mitocôndrias, RER, ribossomas e glicogénio, para síntese dos receptores e da enzima
acetilcolinesterase. Por sua vez, a terminação axonal contem numerosas mitocôndrias e vesículas com
acetilcolina (neurotransmissor que actua nos receptores do sarcolema). O fenómeno desencadeante é a
libertação da acetilcolina (Ach) pelo axónio, a qual actua nos receptores do sarcolema e promove a
despolarização com geração de um potencial de acção na fibra muscular; a Ach é então inactivada por
acção da acetilcolinesterase. O potencial de acção propaga-se pela membrana, nomeadamente pelos
+2
túbulos T, o que constitui um sinal para a libertação do Ca , localizado no retículo sarcoplasmático
(adjacente aos túbulos T), para o citoplasma.
SIMAC 32
No músculo em repouso, o ADP e um fosfato inorgânico (Pi) (resultantes da degradação de
uma molécula de ATP) mantêm-se ligados à ATPase (enzima que degrada o ATP) da cabeça de
+2
miosina. No músculo em contracção, o Ca libertado para o citoplasma liga-se à troponina C, o que
provoca uma alteração da configuração das subunidades da troponina e consequente deslocação da
tropomiosina. Este fenómeno expõe o sítio activo da actina, pelo que a miosina se liga à actina, o que
promove a libertação de ADP e Pi e a transformação da energia de ligação do Pi (energia química) em
energia mecânica.
É a produção desta que permite o deslizamento dos filamentos de actina sob a acção da cabeça
da miosina. Este movimento expõe o local de ligação ao ATP da cabeça da miosina, havendo ligação de
uma molécula de ATP e, consequentemente, libertação do filamento de actina – o músculo volta
imediatamente ao estado de repouso.
O mecanismo contráctil é
assim explicado pelo modelo dos
filamentos deslizantes que explica a
contracção pelo deslizamento dos
filamentos finos sobre os grossos,
havendo encurtamento das bandas I
e H com manutenção do tamanho
das bandas A.
SIMAC 33
A partir do momento que há um impulso nervoso contínuo, a contracção mantém-se pela
repetição de ciclos músculo em repouso-músculo em contracção-músculo em repouso, enquanto houver:
+2
Ca - necessário para:
exposição do sítio activo da actina;
activação da ATPase da membrana do retículo sarcoplasmático, a qual permite
+2
o transporte activo do Ca para as cisternas.
Desta forma, na falta de ATP ou de Ca+2, o Ca+2 não retorna ao retículo sarcoplasmático,
mantendo-se no citoplasma, o que impede o relaxamento muscular; em resultado, ocorre contracção
mantida, à qual se dá o nome de cãibra.
SIMAC 34
INTRODUÇÃO À OSTEOLOGIA:
É um conjunto de ossos colocados nas suas respectivas posições, os quais contactam entre si
por articulações.
Superiormente, a coluna articula-se com a cabeça óssea, a qual é constituída por uma porção
póstero-superior, o crânio, e por uma porção anterior, a face. No pescoço encontra-se um osso não
articulado, suspenso por ligamentos, denominado hióide.
Da porção média da coluna vertebral, destacam-se uma série de ossos, pares e simétricos, as
costelas que se articulam anteriormente, por intermédio das cartilagens costais, com o esterno. O
esterno, as costelas e a porção dorsal da coluna vertebral constituem a caixa torácica.
A porção superior do tórax apresenta dois ossos, a clavícula e a omoplata, formando ambos a
espádua ou cintura escapular, da qual se destaca um conjunto de ossos que se articulam entre si para
constituir o membro superior, formado pelo braço, antebraço e mão.
Da porção inferior da coluna vertebral, destacam-se os ilíacos ou ossos coxais que, para além
de se articularem com a coluna, também se articulam entre si. Este conjunto constitui a cintura pélvica,
donde se destaca um conjunto de ossos articulados entre si para formar o membro inferior, constituído
pela anca, coxa, perna e pé.
CABEÇA: 22
Crânio: 8
Face: 14
PESCOÇO: 1
SIMAC 35
TRONCO: 58 ou 59
Coluna vertebral: - Porção cervical: 7
- Porção dorsal: 12
- Porção lombar: 5
- Porção sacro-coccígea→ - Sacro: 5
- Cóccix: 4 ou 5
Caixa torácica: - Costelas: 24
- Esterno: 1
MEMBRO SUPERIOR: 64
Espádua: - Clavícula: 2 MEMBRO INFERIOR: 62
- Omoplata: 2 Anca: - Ilíaco: 2
Braço: - Úmero: 2 Coxa: - Fémur: 2
Antebraço: - Cúbito: 2 - Rótula: 2
- Rádio: 2 Perna: - Tíbia: 2
Mão: 54 - Peróneo: 2
Pé: 52
SIMAC 36
Quais são as funções do esqueleto humano?
1. Nome
3. Classificação:
4. Orientação:
Fazer a orientação de um osso é definir qual é a sua posição no esqueleto. Como tal, para não
haver enganos, a descrição dos ossos faz-se sempre em relação à mesma posição do corpo humano – a
posição anátomo-descritiva (indivíduo de frente para o observador, de pé (posição ortostática), direito,
com os calcanhares unidos, os membros superiores pendentes ao longo do corpo, com a palma da mão
virada para diante (supinação) e os dedos estendidos e unidos). Nesta posição, o indivíduo considera-se
atravessado por 3 planos:
SIMAC 37
Plano sagital: plano vertical que atravessa a coluna vertebral, dividindo o corpo humano em
lado direito e esquerdo; os planos parasagitais são planos paralelos ao plano sagital, dividindo
as estruturas em porção interna (próxima da linha média) e porção externa (afastada da linha
média);
Plano frontal ou coronal: plano vertical que passa no promontório e divide o corpo em metade
anterior e metade posterior; os planos parafrontais são planos paralelos ao plano frontal,
dividindo as estruturas em porção anterior e porção posterior;
Plano horizontal ou transversal: plano paralelo ao chão que passa ao nível da base do sacro e
divide o corpo em metade superior e metade inferior; os planos para-horizontais são planos
paralelos ao plano horizontal, dividindo as estruturas em porção superior e porção inferior.
Plano horizontal
Plano sagital Plano frontal
Para orientar um osso, deve recorrer-se aos 3 planos de forma a definir a posição relativa de 3
estruturas desse osso: uma anterior ou posterior, outra superior ou inferior e outra interna ou externa.
Desta forma é possível definir a posição relativa do osso no esqueleto.
SIMAC 38
5. Conexões: ossos com os quais o osso descrito se articula.
6. Descrição:
Buracos e canais:
De transmissão (dão passagem a nervos, vasos e outras estruturas que se limitam a
atravessar os ossos) – de acordo com a forma, denominam-se hiatos, cisuras ou
fendas; os buracos de forma irregular denominam-se buracos láceros;
Nutritivos (dão passagem a vasos que asseguram a nutrição dos ossos).
SIMAC 39
OSSOS DA CABEÇA:
CRÂNIO:
O crânio é uma caixa óssea que se divide em duas porções: uma superior denominada abóbada
craniana e uma inferior designada base do crânio.
É constituído por 8 ossos, sendo 2 pares (parietal e temporal) e 4 ímpares (frontal, etmóide,
esfenóide e occipital). Entre os ossos do crânio encontram-se pequenos ossos supranumerários
denominados ossos wormianos.
SIMAC 40
NOTA: Fontanelas
As fontanelas são áreas membranosas da abóboda
craniana, existentes no recém-nascido, que se encontram no ponto
de junção de vários ossos. São 2 as fontanelas mais importantes: a
grande fontanela ou fontanela bregmática (em forma de
losango, situada entre o frontal, ainda separado, e os 2 parietais) e
a pequena fontanela ou fontanela lambdática (triangular, situada
entre o occipital e os dois parietais). Entretanto, a ossificação (que
se faz do centro para a periferia de cada osso) atinge os limites
dos ossos e as fontanelas encerram.
FACE:
Localiza-se adiante e por baixo da base do crânio. É constituída por 14 ossos, sendo 2 ímpares
(vómer e maxilar inferior) e 6 pares (maxilar superior, unguis ou osso lacrimal, osso próprio do
nariz ou nasal, corneto inferior, palatino e malar).
OSSO DO PESCOÇO:
HIÓIDE
O hióide é o único osso do pescoço. É constituído por um corpo e 4 cornos dirigidos para cima
encontrando-se suspenso por músculos e ligamentos. Não se articula com nenhum outro osso.
SIMAC 41
TÓRAX
SIMAC 42
ESTERNO
1. Nome: esterno
5. Descrição:
O esterno com pode ser dividido em três segmentos: o segmento superior ou punho ou
manúbrio esternal; o segmento médio ou corpo; e o segmento inferior ou apêndice xifoideu. A
face anterior relaciona-se com a pele. Na transição do punho para o corpo encontra-se a crista
manúbrio-esternal e na transição do corpo para o apêndice xifoideu encontra-se a crista xifo-esternal.
A face posterior relaciona-se com as estruturas intratorácicas. A extremidade superior apresenta na
sua porção mediana a fúrcula esternal e para fora desta duas facetas articulares para a clavícula. Os
bordos laterais apresentam as chanfraduras articulares, em número de sete, para as cartilagens
costais.
SIMAC 43
COSTELAS:
Costela em geral:
1. Nome: costelas
5. Descrição:
EPÍFISE ANTERIOR:
CORPO:
O corpo apresenta uma face externa relacionada com a pele e uma interna relacionada com a
pleura (membrana que reveste o pulmão), o bordo inferior apresenta a goteira costal por onde passa o
feixe vasculo-nervoso costal;
EPÍFISE POSTERIOR:
SIMAC 44
NOTA: aspectos funcionais do tórax.
A caixa torácica apresenta movimento quer na inspiração, quer na expiração. Quando se inspira
as costelas elevam-se e deslocam-se para diante e para fora, o que permite aumentar o volume intra
torácico. Na expiração as costelas descrevem o movimento reverso o que faz com que o volume intra
torácico diminuía.
SIMAC 45
COLUNA VERTEBRAL OU RÁQUIS:
A coluna apresenta curvaturas no plano sagital: a curvatura cervical é convexa para diante, a
curvatura torácica côncava para diante, a curvatura lombar côncava para trás e a curvatura sacro-
coccígea côncava para diante. Apresenta também curvaturas no plano frontal, mas pouco
acentuadas.
SIMAC 46
VÉRTEBRAS
Vértebra tipo
1. Nome: vértebra
5. Descrição:
SIMAC 47
Características próprias das vértebras de cada região
Vértebras cervicais:
São 7 e representam-se de C1 a C7.
O corpo apresenta nas extremidades laterais da face superior as apófises semilunares e na
face inferior as chanfraduras semilunares.
A apófise espinhosa bifurca-se em dois tubérculos.
A apófise transversa apresenta o buraco transversário para a artéria vertebral.
Vértebras dorsais:
São 12 e representam-se de T1 a T12 ou D1 a D12.
O corpo apresenta 4 hemifacetas articulares para as costelas.
A apófise espinhosa é fortemente inclinada para baixo.
As apófises transversas apresentam na sua face anterior uma faceta articular para a
tuberosidade da costela.
Vértebras lombares:
São 5 e identificam-se de L1 a L5.
O corpo é em forma de rim e volumoso.
A apófise espinhosa é rectangular, espessa e disposta horizontalmente.
SIMAC 48
Sacro
1. Nome: sacro
5. Descrição:
O sacro é formado pelas 5 vértebras sagradas que se encontram soldadas entre si. Apresenta a
forma de uma pirâmide quadrangular e forma com a L5 um ângulo, o promontório.
Face anterior: é formada pelos corpos das 5 vértebras sagradas, que se encontram separados
pelas linhas transversais que terminam externamente nos buracos sagrados anteriores, que dão
passagem aos ramos anteriores dos nervos sagrados. Para fora dos buracos encontram-se as goteiras
transversais.
Face posterior: apresenta na linha mediana a crista sagrada, e de dentro para fora, a goteira
sagrada, os tubérculos sagrados póstero-internos, os buracos sagrados posteriores e os tubérculos
sagrados pósteros-externos.
Faces laterais: encontra-se em cima a faceta auricular do sacro que se articula com a faceta
auricular do ilíaco.
SIMAC 49
Base: indo de diante para trás e na linha mediana apresenta uma faceta articular para o corpo da
L5, o oríficio superior do canal sagrado, e o inicio da crista sagrada. Para fora encontram-se as asas do
sacro e as apófises articulares do sacro que se articulam com as apófises articulares inferiores da L5.
Vértice: apresenta uma faceta articular para o cóccix e o orifício inferior do canal sagrado.
SIMAC 50
OSSOS DO MEMBRO INFERIOR:
ANCA:
A anca une o membro inferior ao tronco. Contém um osso, denominado osso coxal ou ilíaco.
ILÍACO:
2. Localização: anca.
4. Orientação:
A cavidade articular é externa;
A maior chanfradura existente no rebordo desta cavidade é inferior;
O maior ressalto que limita esta chanfradura é posterior.
Outro exemplo:
A cavidade articular é externa;
O maior buraco que existe no osso é inferior;
Das duas tuberosidades que limitam esse buraco, a mais afilada é anterior.
5. Conexões:
Sacro (atrás);
Ilíaco contralateral (adiante);
Fémur (por fora).
6. Descrição:
SIMAC 51
O púbis contem 3 porções:
o corpo;
o ramo superior ou horizontal (une o corpo ao acetábulo);
o ramo inferior ou descendente (une o corpo ao ramo ascendente do isquion).
2 FACES:
Face externa: apresenta na porção média a cavidade cotiloideia ou acetábulo, por cima
da qual se encontra a fossa ilíaca externa (superfície que dá inserção a músculos) e por
baixo da qual se encontra o buraco isquio-púbico ou obturado (preenchido pela
membrana obturadora); a cavidade cotiloideia articula-se com a cabeça do fémur, sendo
circunscrita pelo rebordo cotiloideu que apresenta 3 chanfraduras, uma posterior ou ilio-
isquíática, uma anterior ou ilio-púbica e uma inferior ou isquio-púbica (é a mais acentuada
das 3); esta cavidade é constituída por 2 porções, o fundo da cavidade, o qual é não
articular, e o crescente periférico, articular, cujas duas extremidades limitam a chanfradura
isquio-púbica.
SIMAC 52
Face interna: é dividida pela linha inominada ou crista do estreito superior em duas
porções, uma superior que constitui a fossa ilíaca interna (onde se insere o músculo ilíaco)
e uma inferior formada por uma superfície irregular que apresenta, de cima para baixo – a
tuberosidade ilíaca, a faceta auricular do ilíaco (articula-se com uma faceta homónima do
sacro), uma superfície plana e quadrilátera que corresponde à face interna do acetábulo e o
buraco obturado.
4 BORDOS:
Bordo anterior: apresenta, de cima para baixo – espinha ilíaca ântero-superior,
chanfradura fémuro-cutânea, espinha ilíaca ântero-inferior, chanfradura do psoas-
ilíaco, eminência ílio-pectínea, superfície pectínea, crista pectínea e espinha do púbis.
Bordo superior: também denominado crista ilíaca, apresenta forma de S itálico e serve de
inserção a vários músculos.
Bordo inferior: é constituído pelas seguintes estruturas, de trás para diante – ramo
ascendente do isquion, ramo descendente do púbis e faceta púbica (é uma faceta
articular para a homónima contralateral, formando a sínfise púbica).
SIMAC 53
4 ÂNGULOS:
Ângulo póstero-superior;
Ângulo ântero-superior.
SIMAC 54
COXA:
A coxa é constituída por um osso – o fémur. Nesta secção descrevemos também um osso anexo
ao tendão terminal do músculo quadricípete crural que se localiza na face anterior do joelho.
FÉMUR:
1. Nome: fémur.
2. Localização: coxa.
4. Orientação:
A epífise com uma superfície articular em forma de cabeça é superior;
A cabeça articular é interna;
Das duas tuberosidades existentes na epífise superior, a maior é anterior.
Outro exemplo:
O bordo mais espesso da diáfise é posterior;
A epífise com uma superfície articular em forma de cabeça é superior;
A cabeça articular é interna.
5. Conexões:
Ilíaco (em cima e por dentro);
Tíbia (por baixo);
Rótula (em baixo e adiante).
6. Descrição:
EPÍFISE SUPERIOR:
SIMAC 55
A cabeça do fémur está separada dos trocanteres por um segmento cilíndrico denominado colo
anatómico. Os trocanteres estão separados do corpo do osso por outro segmento cilíndrico denominado
colo cirúrgico.
CORPO:
3 Faces:
anterior;
póstero-externa;
póstero-interna (das 3 faces e dos 3 bordos, é a única superfície que não dá inserção a
qualquer músculo).
3 Bordos:
interno (arredondado);
externo (arredondado);
posterior: é conhecido como linha áspera; é o bordo mais espesso, trifurcando-se em cima e
bifurcando-se em baixo, para dar origem ao triângulo popliteu.
EPÍFISE INFERIOR:
Na face anterior, apresenta uma superfície articular denominada tróclea femural (articula-se
com a rótula), acima da qual se encontra o escavado supra-troclear.
face interior (a face interna do côndilo externo e a externa do côndilo interno formam a
chanfradura intercondiliana, dando inserção aos ligamentos cruzados da articulação do
joelho);
SIMAC 56
face exterior (a face interna do côndilo interno apresenta a tuberosidade interna, na qual
se insere o ligamento lateral interno da articulação do joelho, e a face externa do côndilo
externo apresenta a tuberosidade externa, na qual se insere o ligamento lateral externo da
articulação do joelho).
RÓTULA:
1. Nome: rótula.
SIMAC 57
4. Orientação:
A porção mais afilada é inferior;
A superfície articular é posterior;
Das duas facetas existentes na face posterior, a maior é externa.
5. Conexões:
Fémur (atrás).
6. Descrição:
Osso de forma triangular de base superior, com duas faces (uma anterior e outra posterior, esta
apresentando duas facetas articulares que se adaptam à tróclea femural, separadas pela crista
vertical) , 2 bordos, uma base (na qual se insere o tendão do quadricípete crural) e um vértice (no qual
se insere o ligamento rotuliano).
SIMAC 58
PERNA:
O esqueleto da perna é constituído por dois ossos: a tíbia (interna) e o peróneo (externo).
SIMAC 59
TÍBIA:
1. Nome: tíbia.
4. Orientação:
A epífise mais volumosa do osso é superior;
No contorno da epífise superior, existe uma faceta articular que é póstero-externa.
Outro exemplo:
A epífise mais volumosa é superior;
A face do corpo que apresenta uma linha oblíqua é posterior;
Na epífise inferior, a apófise saliente é interna.
5. Conexões:
Fémur (em cima);
Peróneo (por fora);
Astrágalo (em baixo).
6. Descrição:
EPÍFISE SUPERIOR:
SIMAC 60
CORPO:
Apresenta forma prismática triangular. Como tal, podem descrever-se 3 faces e 3 bordos.
3 Faces:
Face interna: é superficial, relacionando-se com a pele; na porção superior, dá inserção às
expansões tendinosas de 3 músculos que constituem o pé de pato (costureiro, recto interno
e semi-tendinoso);
Face externa;
Face posterior (apresenta a linha oblíqua, que se dirige para baixo e para dentro e dá
inserção a diversos músculos, e, por baixo e por fora desta linha, a crista vertical).
3 Bordos:
Bordo anterior (também designado por crista da tíbia);
Bordo externo (dá inserção ao ligamento interósseo);
Bordo interno.
EPÍFISE INFERIOR:
SIMAC 61
PERÓNEO:
1. Nome: peróneo.
4. Orientação:
A epífise mais afilada é inferior;
A faceta articular dessa epífise é interna;
A fosseta relacionada com essa faceta é posterior.
Outro exemplo:
A epífise com uma apófise piramidal é superior;
Essa apófise piramidal é póstero-externa.
5. Conexões:
Tíbia (por dentro);
Astrágalo (em baixo).
6. Descrição:
EPÍFISE SUPERIOR:
CORPO:
3 Faces:
Face externa;
Face interna (apresenta a crista interóssea, que dá inserção ao ligamento interósseo);
Face posterior.
SIMAC 62
3 Bordos:
Bordo externo;
Bordo interno;
Bordo anterior.
EPÍFISE INFERIOR:
Esta extremidade é afilada e é constituída por uma volumosa apófise denominada maléolo
externo ou peroneal. A face interna apresenta a faceta articular para o astrágalo e na face posterior
encontra-se uma fosseta ou goteira.
SIMAC 63
PÉ:
É constituído por 26 ossos divididos em 3 segmentos que são, de trás para diante: tarso (7
ossos curtos), metatarso (5 ossos longos) e dedos (14 ossos longos).
TARSO:
O protarso é constiuído por 2 ossos: em cima, o astrágalo (que se articula em cima com a tíbia
e peróneo) e, em baixo, o calcâneo. O mesotarso é constituído pelos seguintes ossos: externamente,
encontra-se o cubóide; internamente ao cubóide, atrás encontra-se o escafóide e, adiante deste, de
fora para dentro, o ectocuneiforme ou 3º cuneiforme, o mesocuneiforme ou 2º cuneiforme e o
endocuneiforme ou 1º cuneiforme.
METATARSO:
Aos 5 ossos longos constituintes denomina-se metatársicos. De dentro para fora, encontram-se
o 1º, o 2º, o 3º, o 4º e o 5º metatársicos.
DEDOS:
Existem 5 dedos que são, de dentro para fora, o 1º, o 2º, o 3º, o 4º e o 5º dedos. Cada dedo é
constituído por 3 ossos longos, as falanges, à excepção do 1º dedo, que tem apenas 2 falanges.
SIMAC 64
De trás para diante, as falanges de cada dedo designam-se da seguinte forma: 1ª falange,
falange proximal ou apenas falange; 2ª falange, falange média ou falanginha; e 3ª falange, falange
distal ou falangeta. O 1º dedo contem apenas a 1ª e a 3ª falanges.
SIMAC 65
OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR
ESPÁDUA:
Também conhecida por CINTURA ESCAPULAR, é formada pela clavícula e pela omoplata.
CLAVÍCULA:
1. Nome: Clavícula.
4. Orientação: das duas extremidades a mais achatada é externa; das duas faces dessa
extremidade a mais rugosa é inferior; dos dois bordos relacionadas com essa extremidade, a concava é
anterior.
6. Descrição:
Neste osso distinguem-se duas faces e dois bordos que são inserção a ligamentos e duas
estremidades. A extremidade externa apresenta uma faceta ovalar que se articula com o acrómio da
omoplata. A extremidade interna apresenta uma faceta articular complexa que se articula com o esterno
e a primeira cartilagem costal.
SIMAC 66
OMOPLATA
1. Nome: omoplata
4. Orientação: a face côncava é anterior; dos três bordos o mais curto é superior; dos três
ângulos o que apresenta uma superfície articular é externo.
6. Descrição:
A omoplata tem uma forma triangular, com duas faces e três bordos.
Face posterior: encontra-se dividida em duas porções pela espinha da omoplata. Esta
termina sob a forma de uma apófise volumosa, o acrómio, que apresenta uma faceta
articular para a clavícula. A espinha da omoplata situa-se na união do ¼ superior com os ¾
inferiores e divide a face posterior em 2 porções, uma situada para cima a fossa supra-
espinhosa e outra situada para baixo a fossa infra-espinhosa. As duas fossas comunicam
entre si pela goteira espino-glenoideia, situada entre a espinha da omoplata e o colo da
cavidade glenoideia.
Ângulo externo: apresenta uma superfície articular, a cavidade glenoideia, onde encaixa a
cabeça do úmero. Esta cavidade liga-se ao resto da omoplata pelo colo da cavidade
glenoideia. No espaço compreendido entre a cavidade glenoideia e a chanfradura
coracoideia existe a apófise coracoideia, com forma de um dedo semiflectido. Por cima da
cavidade glenoideia existe o tubérculo supraglenoideu, onde se insere o tendão da longa
porção do bicípite braquial.
SIMAC 67
Os restantes bordos e ângulos dão inserção a músculos e ligamentos.
SIMAC 68
BRAÇO
ÚMERO:
1. Nome: úmero
6. Descrição:
CORPO:
EPÍFISE SUPERIOR:
EPÍFISE INFERIOR:
A extremidade inferior é formada por uma porção hemisférica externa, o côndilo umeral que se
articula com a cavidade glenoideia do rádio, e uma parte interna em forma de tróclea, a tróclea umeral
que se articula com a grande cavidade sigmoideia do cúbito. A tróclea é limitada atrás e em cima pela
SIMAC 69
fossa olecraneana e adiante e em cima pela fosseta coronoideia. Por cima do côndilo e adiante existe
a fosseta supracondiliana. Internamente à tróclea umeral encontra-se a epitróclea e externamente ao
côndilo umeral o epicondilo. Estas duas saliências dão inserção a músculos.
SIMAC 70
ANTEBRAÇO
CÚBITO:
1. Nome: cúbito.
5. Conexões: articula-se com o úmero, o rádio e o piramidal do qual se encontra separado por
uma fibrocartilagem.
6. Descrição:
CORPO:
O corpo tem a forma de um prisma triangular, descrevendo-se por isso 3 faces e 3 bordos.
Face antero-externa: é côncava na sua porção anterior. Dá inserção a músculos.
Face postero-externa: apresenta em cima uma superfície triangular. Para baixo desta zona
está dividida por uma crista longitudinal. Dá inserção a músculos.
Face interna: Dá inserção a músculos.
Bordo externo: também conhecido por crista interóssea por dar inserção ao ligamento
interósseo.
Bordo posterior: tem a forma de um S itálico. Dá inserção a músculos.
Bordo anterior: dá inserção a músculos.
EPÍFISE SUPERIOR:
A epífise superior apresenta uma grande cavidade articular que se articula com a tróclea umeral,
a grande cavidade sigmoideia. Esta é limitada atrás pelo olecrânio e adiante e em baixo pela apófise
coronoideia. O olecrânio relaciona-se com a fosseta olecraneana nos movimentos de extensão do
antebraço e a apófise coronoideia relaciona-se com a fosseta coronoideia nos movimentos de flexão.
Entre o olecrânio e a apófise coronoideia encontra-se uma pequena faceta articular, a pequena
cavidade sigmoideia, que se articula com o contorno da cabeça do rádio.
SIMAC 71
EPÍFISE INFERIOR:
A epífise inferior apresenta a cabeça do cúbito que se articula externamente com a cavidade
sigmoideia do rádio e em baixo com o piramidal, por intermédio de uma fibrocartilagem. Por dentro e
atrás, existe uma apófise cilíndrica, a apófise estiloideia do cúbito.
RÁDIO:
1. Nome: rádio.
4. Orientação: a epífise mais volumosa é inferior; das duas faces opostas desta extremidade a
mais plana é anterior; a apófise que se destaca desta extremidade é externa.
6. Descrição:
SIMAC 72
CORPO:
O corpo tem a forma de um prisma triangular, descrevendo-se por isso 3 faces e 3 bordos.
Face antero-interna, face postero-interna e face externa: dão inserção a músculos.
Bordo anterior: inicia-se na tuberosidade bicipital e dá inserção a músculos.
Bordo interno: dá inserção à membrana interóssea.
Bordo posterior: é arredondado e rombo.
EPÍFISE SUPERIOR:
A extremidade superior é formada por uma porção cilíndrica, a cabeça do rádio. A parte
superior da cabeça do rádio é escavada, constituindo a cúpula do rádio, e articula-se com o condilo do
úmero. O contorno da cabeça do rádio é liso e articula-se com a pequena cavidade sigmoideia do
cúbito. Entre a cabeça e o corpo existe o colo do rádio que é bastante apertado. Por baixo do colo
encontra-se uma saliência ovóide, de grande eixo vertical para inserção do tendão do bicípite braquial, a
tuberosidade bicipital.
EPÍFISE INFERIOR:
SIMAC 73
MÃO:
A mão é formada por 27 ossos, divididos em três grupos: o carpo, o metacarpo e os dedos.
CARPO:
O carpo é formado por 8 ossos curtos e divide-se em 2 fileiras, cada uma com 4 ossos: o
procarpo formado, de fora para dentro, pelo escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. E o
mesocarpo formado, de fora para dentro, pelo trapézio, trapezóide, grande osso e unciforme.
METACARPO:
O metacarpo é formado por cinco ossos longos, os metacárpicos, numerados de fora para
dentro de I a V. Cada um dos metacárpicos encontra-se separado do vizinho pelo espaço interósseo ou
intermetacárpico.
DEDOS:
SIMAC 74
INTRODUÇÃO À ARTROLOGIA
Definição:
Articulação é a relação de dois ou mais ossos, que se mantêm em contacto devido à existência
de um aparelho ligamentoso.
Descrição:
A descrição das articulações, à semelhança dos ossos obedece a uma organização descritiva.
Desta forma descreve-se uma articulação de acordo com o seguinte esquema:
1. Nome
2. Ossos constituintes
3. Classificação:
Diartroses concordantes:
SIMAC 75
as condilartroses apresentam s.a. em forma de condilo, ou seja, superfícies
arredondadas com contorno elíptico e convexo em todos os sentidos. Ex.
fémuro-tibial.
as efipiartroses apresentam s.a. em forma de sela. Ex. trapezo-
primometacárpica.
Sínfises ou anfiartroses, quando aderem por superfícies planas. São pouco móveis,
possuindo além de ligamentos periféricos, ligamento interósseo. Ex. sínfise púbica.
Gonfoses ou gonfartroses são articulações que aderem por superfícies curvas. Ex.
condro-costais.
SIMAC 76
4. Elementos constituintes
Superfícies articulares
Correspondem às porções ósseas que entram em contacto numa articulação. A sua forma é
a base da classificação das articulações.
Cada s.a. é revestida por cartilagem hialina denominada cartilagem articular ou de
revestimento. Quanto maior a pressão exercidada, mais desenvolvida é a cartilagem. A
cartilagem de revestimento tem ainda a função de aumentar a concordância entre as s.a. e
diminuir o atrito entre elas. É avascular, sendo nutrida por intermédio da sinovial.
Debruns articulares
São formações fibrocartilaginosas destinadas a aumentar ou a diminuir as s.a. Podem
encontrar-se na s.a., em todo o seu contorno ou só em parte. Como exemplo de debruns
completos, temos o caso das articulações do ombro e anca, e de debruns incompletos os
existentes nas falanges posteriores de todas as falangens do pé.
Meniscos e discos
São fibrocartilagens que se encontram em articulações em que as s.a. não se adaptam
perfeitamente, aumentando desta forma a sua concordância. Os meniscos aderem por
intermédio dos bordos à face interna da cápsula e os discos aderem pelas suas faces à s.a.
Meios de união
As s.a. são mantidas em posição por intermédio de formações fibrosas e com elevada
resistência denominados por ligamentos.
Cápsula ou ligamento capsular – manga fibrosa que se insere na periferia das s.a.,
existindo nas diartroses. A sua espessura e resistência varia de uma articulação para
outra e mesmo dentro da própria cápsula. Pode ser provida de oríficios que deixam
passar prolongamentos de sinovial para o exterior.
Ligamentos à distância – são feixes que possuem uma inserção nos ossos diferente das
da cápsula.
5. Sinoviais
Existem apenas nas diartroses, sendo membranas serosas que atapetam a face interior da
cápsula articular e as superfícies ósseas intracapsulares e não revestidas por cartilagem. Quando a
SIMAC 77
articulação possui um menisco, a sinovial insere-se à sua periferia, dividindo a articulação em duas locas
secundárias.
No estado normal esta cavidade contém apenas uma pequena quantidade de líquido claro, muito
viscoso, denominado líquido sinovial ou sinóvia, que lubrifica a cavidade articular, facilitando assim o
deslizamento das cartilagens de revestimento.
6. Movimentos articulares
Os movimentos articulares são executados por intermédio da acção dos músculos motores sobre
o aparelho articular. Os movimentos podem ser:
Flexão e extensão são movimentos que fazem diminuir ou aumentar o ângulo de uma
articulação respectivamente (ex. flexão/extensão do antebraço sobre o braço); ou
movimentos que se executam segundo um plano sagital, sendo neste caso a flexão o
movimento para diante e a extensão o movimento para trás (ex. flexão/extensão do tronco).
Esta bidefinição, como se vê está dependente da articulação em causa.
Abdução e Adução – são movimentos dentro do plano frontal, em que a abdução consiste
no afastamento da linha mediana e a adução na sua aproximação.
SIMAC 78
ARTROLOGIA DA CABEÇA
3. Superfícies articulares:
Superfícies temporais - côndilo do temporal e cavidade glenoideia;
Superfície mandibular - côndilo do maxilar inferior.
4. Menisco interarticular
5. Meios de união:
Cápsula articular;
Ligamento lateral interno;
Ligamento lateral externo;
Ligamentos acessórios.
6. Sinovial
7. Mecanismo articular:
Movimentos de abaixamento e elevação;
Movimentos de propulsão (projecção para diante) e retropulsão (projecção para trás);
Movimentos de lateralidade ou didução.
SIMAC 79
ARTROLOGIA DA COLUNA
Discos
Porção Periférica
Anel fibroso
Formado por fibrocartilagem
Muito resistente
Núcleo Pulposo
Substância gelatinosa, mole
Articulações
Zigoapofisárias ( Interapofisárias Posteriores): Entre as apófises articulares
Artrodias: Cervical e Dorsal
Condilartroses Rudimentares: Lombares
Cápsula e Sinovial à periferia das superfícies articulares
Ligamentos
Ligamento Vertebral Comum Anterior
Occipital Sacro ( 2ª vértebra sagrada)
Ligamento Vertebral Comum Posterior
Porção Posterior dos Corpos Vertebrais
Occipital Sacro
Ligamento Amarelo
União das lâminas
Lâminas (porção anterior da lâmina que está em cima) Bordo superior da
lâmina que está em baixo
Ligamento Inter-Espinhoso
União das apófises espinhosas
Entre as apófises espinhosas
Ligamento Supra-Espinhoso
Vértice das apófises espinhosas
Ligamento Inter-Transversário
Entre as apófises transversas
SIMAC 80
ARTROLOGIA DO MEMBRO INFERIOR
BACIA
Os dois ilíacos articulam-se com o sacro constituindo as articulações sacro-ilíacas e ainda entre
si, por intermédio do púbis, constituindo a sínfise púbica.
Além das articulações ainda existem ligamentos à distância, os ligamentos sacro-ciáticos. Por
sua vez, o buraco obturado é coberto pela membrana obturadora (permite a protecção dos órgãos
pélvicos).
ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA:
2. Classificação: anfiartrose.
3. Superfícies articulares:
Superfície sagrada - faceta auricular do sacro;
Superfície ilíaca - faceta auricular do ilíaco.
4. Meios de união:
Ligamentos intrínsecos:
Ligamento sacro-ilíaco anterior: da base e face anterior do sacro até à fossa
ilíaca externa;
Ligamento sacro-ilíaco posterior: constituído por 4 feixes que se estendem desde
a porção porção posterior da crista ilíaca aos tubérculos situados por fora dos
buracos sagrados posteriores;
Ligamento sacro-ilíaco interósseo: constituído por fibras curtas e resistentes que
unem a tuberosidade ilíaca ao sacro;
SIMAC 81
5. Sinovial: reveste a superfície interior da cápsula.
NOTA:
Do ponto de vista biomeânico, as articulações sacro-ilíacas são importantes porque
permitem a ligação entre uma estrutura superior flexível (coluna vertebral) e uma estrutura
inferior estável (bacia).
É a resistência da base da bacia que serve de suporte às vísceras abdominais. O
complexo sacro-ilíaco responde à utilização pelo corpo da estabilidade da bacia.
SIMAC 82
SÍNFISE PÚBICA
2. Classificação: anfiartrose.
3. Superfícies articulares:
Superfície púbica bilateral - faceta articular do púbis.
5. Meios de união:
Ligamento anterior;
Ligamento posterior;
Ligamento superior;
Ligamento inferior, infrapúbico ou arqueado.
São lâminas fibrosas localizadas na porção póstero-externa da pequena bacia, sendo dois de
cada lado.
SIMAC 83
ARTICULAÇÃO DA ANCA
Na anca existe apenas uma articulação, que é par, denominada ARTICULAÇÃO COXO-
FEMURAL.
Caracteriza-se por ser uma articulação profunda e por se encontrar envolvida por numerosas
massas musculares. Devido às forças a que se encontra sujeita, é considerada a articulação mais
potente do corpo humano.
2. Classificação: enartrose.
3. Superfícies articulares:
Superfície ilíaca - cavidade cotiloideia ou acetábulo;
Superfície femural - cabeça do fémur.
5. Meios de união:
Cápsula articular: insere-se no ilíaco, ao nível do rebordo e debrum cotiloideus (ao nível
da chanfradura isquio-púbica, insere-se no ligamento transverso do acetábulo), e no
fémur, em estruturas ósseas vizinhas da cabeça;
SIMAC 84
Ligamentos de reforço:
SIMAC 85
Ligamento redondo: é um ligamento independente constituído por uma fita
fibrosa que se encontra no interior da articulação; estende-se desde a fosseta do
ligamento redondo, na cabeça do fémur, até à chanfradura isqui-púbica e
ligamento transverso do acetábulo.
6. Sinovial: forma várias bolsas serosas situadas profundamente aos músculos e tendões peri-
articulares, nomeadamente a bolsa serosa do psoas-ilíaco (é a mais constante), a dos músculos
glúteos, a do obturador interno, do obturador externo, do quadrado crural e do piramidal da
bacia.
7. Mecanismo articular:
Movimentos de flexão e extensão;
Movimentos de abdução e adução;
Movimento de circundação;
Movimentos de rotação interna e rotação externa.
SIMAC 86
ARTICULAÇÃO DO JOELHO
3. Superfícies articulares:
Superfícies femurais - tróclea femural;
- côndilo interno e côndilo externo;
Superfícies tibiais - cavidade glenoideia interna e glenoideia externa;
Superfícies rotulianas - faceta externa e faceta interna da face posterior.
4. Meniscos: são 2, um interno e outro externo; cada um tem forma semilunar, duas faces,
uma superior côncava e outra inferior quase plana, e dois bordos, um circunferencial interior, que olha o
centro da cavidade glenoideia, e outro circunferencial exterior, que adere à cápsula articular.
5. Meios de união:
Cápsula articular: no fémur, insere-se percorrendo o contorno do escavado
supratroclear, descendo na face externa do côndilo externo e face interna do côndilo
interno e, ao atingir a chanfradura intercondiliana, confunde-se com os ligamentos
cruzados; na tíbia, percorre o limite anterior da superfície pré-espinhal, contorna as
cavidades glenoideias e, ao atingir a
porção posterior do espaço
interglenoideu, confunde-se com os
ligamentos cruzados; apresenta
algumas soluções de continuidade:
uma anterior (corresponde ao espaço
onde se encontra a rótula), uma
posterior (toda a zona da chanfradura
intercondiliana, espaço onde a
cápsula se confunde com os
ligamentos cruzados) e outras que
dão passagem a diversas bolsas
serosas;
SIMAC 87
reforçado por formações aponevróticas dispostas em 3 planos – um plano profundo,
constituído em cima pelas asas interna e externa da rótula e em baixo pelos
ligamentos menisco-rotulianos interno e externo, um plano médio, constituído pela
expansão dos vastos, e um plano superficial, constituído pelas aponevroses femural
e do tensor da fascia lata;
SIMAC 88
5. Sinovial: reveste a superfície interior da cápsula, reflectindo-se sobre as porções ósseas não
articulares contidas na cavidade articular, desde a linha de inserção da cápsula até ao revestimento
cartilaginoso e formando assim fundos de saco (peri-femural posterior e subquadricipital); dá origem
também a bolsas serosas (pré-tibial), prolongamentos (popliteu e do gémeo interno) e franjas
sinoviais; a sinovial está dividida pelos meniscos em duas metades – a sinovial supra-meniscal e a
sinovial infra-meniscal.
6. Mecanismo articular:
Movimentos de flexão e extensão;
Movimentos de rotação interna (limitada pelos ligamentos cruzados e lateral interno) e
rotação externa (limitada pelo ligamento lateral externo).
SIMAC 89
PERNA
2. Classificação: artrodia.
3. Superfícies articulares:
Superfície tibial - faceta articular (na epífise superior, na porção posterior da
tuberosidade externa);
Superfície peroneal - faceta articular (na
epífise superior).
4. Meios de união:
Cápsula articular;
Ligamento anterior;
Ligamento posterior.
5. Sinovial
SIMAC 90
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONEAL INFERIOR:
2. Classificação: artrodia.
3. Superfícies articulares:
Superfície tibial - chanfradura peroneal (faceta triangular na face externa da
epífise inferior);
Superfície peroneal - faceta triangular (na face interna do maléolo externo).
4. Meios de união:
Ligamento interósseo (pode ser considerado um prolongamento da membrana
interóssea);
Ligamento anterior;
Ligamento posterior.
2. Classificação: trocleartrose.
3. Superfícies articulares:
Superfície astragaliana - tróclea astragaliana (na face superior do astrágalo);
Superfície tibial - face inferior da epífise inferior;
Superfície peroneal - porção interna da epífise inferior.
SIMAC 91
4. Meios de união:
Cápsula articular (fina e pouco resistente adiante e atrás, reforçada lateralmente pelos
ligamentos interno e externo);
Ligamento lateral externo: é constituído por 3 feixes independentes, todos com origem
no maléolo externo – o feixe
anterior ou peróneo-astragaliano
anterior, o feixe médio ou
peróneo-calcaneano e o feixe
posterior ou peróneo-
astragaliano posterior.
6. Mecanismo articular:
Movimentos de dorsiflexão (limitada pelos feixes posteriores dos ligamentos) e
extensão (limitada pelos feixes anteriores dos ligamentos);
Movimentos inversão (movimento conjugado de rotação interna, adução e extensão,
limitado pelo ligamento lateral externo) e eversão (movimento conjugado de rotação
externa, abdução e flexão, limitado pelo ligamento lateral interno).
SIMAC 92
PÉ
ARTICULAÇÕES PROTÁRSICAS
NOTA: estas duas articulações são condilartroses, estando separadas uma da outra
por um canal, de seu nome seio do tarso, formado pela união das ranhuras
astragaliana (na face inferior do astrágalo) e calcaneana (na face superior do
calcâneo).
ARTICULAÇÕES MESOTÁRSICAS:
Articulação escafo-cuboideia;
Articulações escafo-cuneanas (3);
Articulações intercuneanas (2);
Articulação cubóido-ectocuneana.
SIMAC 93
ARTICULAÇÕES MESO-METATÁRSICAS OU DE LISFRANC
São artrodias que unem os 5 metatársicos aos 3 cuneiformes e ao cubóide, fazendo com que
estes ossos formem uma arcada de concavidade inferior denominada arcada társica.
ARTICULAÇÕES INTERMETATÁRSICAS:
ARTICULAÇÕES METATÁRSICO-FALÂNGICAS:
São condilartroses que unem a epífise anterior dos metatársicos à epífise posterior da 1ª
falange.
ARTICULAÇÕES INTERFALÂNGICAS:
Nos 4 últimos dedos, são 2 trocleartroses por dedo, uma entre as epífises anterior da 1ª falange
e posterior da 2ª e outra entre as epífises anterior da 2ª e posterior da 3ª.
No 1º dedo, é apenas uma trocleartrose, entre as epífises anterior da 1ª falange e posterior da
3ª.
SIMAC 94
ARTROLOGIA DO MEMBRO SUPERIOR
2. Classificação: enartrose.
4. Meios de união:
Cápsula articular – tem a forma de um cone truncado cuja grande base se fixa no colo
anatómico do úmero, na metade superior e no colo cirúrgico na metade inferior. A
pequena base fixa-se na face capsular do debrum glenoideu.
Ligamentos passivos:
ligamento córaco-umeral – insere-se na apófise coracoideia, dividindo-se
depois em dois feixes que se inserem no troquino e no troquíter.
SIMAC 95
ligamentos gleno-umerais – são 3 ligamentos, o superior, o médio e o inferior:
- superior – debrum glenoideu e colo da omoplata + troquino
- médio – debrum glenoideu + porção inferior do troquino
- inferior – debrum glenoideu + porção anterior e inferior do colo cirúrgico
do úmero.
SIMAC 96
ARTICULAÇÃO DO COTOVELO:
Esta articulação divide-se em 3 articulações: a do úmero com o cúbito, que é uma trocleartrose;
a do úmero com o rádio, que é uma condilartrose; e a do cúbito com o rádio que é uma trocartrose.
2. Classificação: Bitrocleo-côndilo-trocartrose.
3. Superfícies articulares: a tróclea umeral que se articula com a grande cavidade sigmoideia
do cúbito; o condilo umeral que se articula com a cúpula do rádio; a pequena cavidade sigmoideia do
cúbito que se articula com o contorno da cabeça do rádio, sendo esta mantida em posição pelo
ligamento anular Este ligamento estende-se de uma extremidade à outra da pequena cavidade
sigmoideia. O côndilo do úmero e a tróclea umeral encontram-se separados pela goteira côndilo-troclear,
funcionando estes elementos como uma segunda tróclea. Como porções acessórias existem a fosseta
olecraniana, a fosseta coronoideia, a fosseta supracondiliana, a epitróclea, o epicôndilo, a apófise
coronoideia e o olecrâneo.
4. Meios de união:
SIMAC 97
Ligamento posterior – é formado por vários feixes:
feixes úmero-olecranianos oblíquos que vão dos bordos laterais da fossa
olecraneana ao vértice do olecrâneo.
feixes úmero-olecranianos verticais que vão da porção superior da fossa
olecraneana ao vértice do olecrânio.
Feixes úmero-umerais
SIMAC 98
Ligamento quadrado de Denucé – é uma lâmina quadrilátera que se insere no bordo
inferior da pequena cavidade sigmoideia ao colo do rádio.
MEMBRANA INTERÓSSEA:
É uma membrana fibrosa que une o bordo externo do cúbito ao bordo interno do rádio.
SIMAC 99
ARTICULAÇÃO RADIO-CUBITAL INFERIOR:
2. Classificação: trocartrose
4. Meios de união: Cápsula articular que se insere à periferia das superfícies articulares e nos
dois bordos do ligamento triangular.
Ligamento rádio cubital anterior e ligamento rádio cubital posterior que reforçam à frente e atrás,
respectivamente, a cápsula.
SIMAC 100
4. Meios de união:
Cápsula articular que se insere à periferia das superfícies articulares e nos bordos do
ligamento triangular.
SIMAC 101
ARTICULAÇÕES DA MÃO
SIMAC 102
SISTEMA NERVOSO
Nesta fase do estudo, torna-se necessário rever a célula nervosa: o neurónio é constituído por
um copo celular (onde estão localizados todos os organelos) do qual partem dois tipos de
prolongamentos, as dendrites e o axónio (mais longo), na porção terminal do qual se encontram as
telodendrites. As dendrites constituem o polo de recepção do influxo; o polo de descarga são as
telodendrites. O influxo nervoso entra pelas dendrites, atravessa o corpo celular e o axónio e sai pelas
telodendrites. Estas estão em contacto com as dendrites do neurónio seguinte, o qual transmite o
impulso nervoso nos mesmos moldes. O impulso nervoso segue portanto um único sentido.
SIMAC 103
POTENCIAL DE ACÇÃO
SIMAC 104
O potencial de acção tem a duração de cerca de 1ms, variando consoante o tipo de
célula, após o qual é restaurado o potencial de repouso. Nele distinguem-se 3 fases:
Despolarização
Após a aplicação de um estímulo capaz, a permeabilidade ao Na+ aumenta
rapidamente, o que cria um influxo de cargas positivas para dentro da célula,
atendendo ao gradiente de concentração. Nesta fase a permeabilidade ao K+
mantém-se aproximadamente igual. Estes dois factores conjugados fazem com que
o potencial de membrana se torne gradualmente positivo.
Repolarização
À medida que a célula se despolariza, a permeabilidade ao K+ vai aumentando
lentamente, enquanto que a permeabilidade ao Na+ começa a voltar ao normal, ou
seja, começa a reduzir-se em relação ao valor que tem durante a despolarização.
Desta forma o efluxo de K+ aumenta e o influxo de Na+ diminui. Quando o número
de cargas positivas que saiem igualam o número de cargas positivas que entram dá-
se inicio à despolarização. Durante esta fase o número de cargas positivas que sai
excede as que entram fazendo com que a célula atinge o potencial de membrana
que tem quando em repouso. Quando isto acontece termina a despolarização.
Hiperpolarização pós-potencial
Finda a repolarização o a permeabilidade ao K+ ainda se mantém aumentada em
relação ao valor do potencial de repouso, o que faz com que exista um efluxo
efectivo de cargas positivas para o exterior, tornando desta forma a célula mais
negativa do que em situações basais. À medida que a permeabilidade ao K+
começa a reduzir-se para valores de repouso o potencial de membrana também se
aproxima do de repouso, altura em que termina esta fase.
Estas fases ocorrem porque existem canais activos para o sódio e para o potássio. Os
canais de Na+ abrem e fecham rapidamente, enquanto que os canais de potássio têm
uma cinética mais lenta, ou seja, demoram mais tempo a abrir e a fechar. É esta
diferença de cinética dos canais, que provoca o potencial de acção.
SIMAC 105
Graficamente as alterações que ocorrem durante o potencial de acção traduzem-se da seguinte
forma:
1. Limiar de excitabilidade
Valor do potencial de membrana que é necessário atingir para que se origine um
potencial de acção. É expresso em miliVolts.
2. Limiar de corrente
Intensidade mínima do estímulo que é necessário atingir para que dê origem a um
potencial de acção. É expresso em miliAmperes.
SIMAC 106
Factores que afectam a propagação do impulso nervoso
Diâmetro do axónio – quanto maior, maior será a velocidade com que é propagado o potencial
de acção.
Mielina
Nas fibras sem mielina o potencial de acção, uma vez gerado, vai ser transmitido como uma
onda de despolarização ao longo do axónio.
Nas fibras com mielina, a membrana celular apenas está em contacto com o meio extracelular
nos nódulos de Ranvier, ficando a parte restante coberta pela bainha de mielina, que serve de
isolamento à fibra nervosa. Quando ocorre uma despolarização num dos nódulos os iões caminham ao
longo das partes internas e externas do axónio, originando correntes locais que vão despolarizar o
nódulo seguinte, enquanto no nódulo anterior ocorre a fase de repolarização.
Este processo designa-se condução por saltos, dado que as trocas iónicas se efectuam apenas
entre nódulos de Ranvier contínuos, o que vai ter como consequência uma condução nervosa mais
rápida.
SIMAC 107
ESTRUTURA E FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO
1. Permite ao Homem estar em permanente relação com o meio que o rodeia, tendo a função
de receber sinais (como luz, temperatura, sons, etc.), analisá-los e coordená-los de forma a
elaborar respostas adequadas aos mesmos;
2. É interveniente directo na manutenção do equilíbrio funcional dos órgãos internos do
Homem.
SIMAC 108
Sistema nervoso central (SNC)
Encontra-se localizado na cavidade craniana (encéfalo) e na coluna vertebral (espinal
medula).
Tem a função de integrar a informação proveniente dos diversos receptores e elaborar uma
resposta.
Sistema nervoso
Somático Neurovegetativo
Ou seja, tanto o sistema nervoso somático como o SNV têm um componente central, de
integração da informação e elaboração de respostas, e um componente periférico, de
transporte da informação.
SIMAC 109
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Medula espinhal
Massa nervosa localizada no canal raquidiano ao longo da coluna vertebral, que lhe serve de
protecção, entre o atlas e a segunda ou terceira vértebra lombar. Mede cerca de 40 cm de comprimento.
ESTRUTURA:
A medula espinhal tem a forma de um longo cordão arredondado percorrido por sulcos
longitudinais.
Um corte horizontal da medula mostra que é formada por duas porções: a substância branca,
exterior, e a substância cinzenta, interior, perfurada pelo canal do epêndimo. A substância cinzenta
apresenta a forma de um H, cujas extremidades anteriores constituem os cornos anteriores ou motores
(onde nascem as fibras motoras que vão fazer parte dos nervos raquidianos) e cujas extremidades
posteriores constituem os cornos posteriores ou sensitivos (onde terminam as fibras sensitivas
provenientes dos nervos raquidianos).
SIMAC 110
FUNÇÃO:
1. Tem uma função condutora: a informação proveniente do encéfalo circula através da medula
até a abandonar por meio de um nervo raquidiano, tal como a informação sensitiva,
proveniente de receptores, transportada por nervos periféricos até à medula, tem que a
atravessar até chegar ao encéfalo. Apenas a informação transportada pelos nervos
cranianos não atravessa a medula.
2. Tem uma função visceral: contem parte importante da porção central do SNV.
3. Tem uma função somática, desempenhando um importante papel nos actos reflexos
tendinosos ou proprioceptivos, de que é exemplo o reflexo rotuliano, e cutâneos ou
extereoceptivos (contracção muscular em resposta a uma estimulação cutânea).
a) O que é um reflexo?
Um reflexo é uma resposta involuntária e rápida, consciente ou não, a um estímulo, visando
a adaptação do organismo ao mesmo. O seu mecanismo compreende os seguintes
componentes:
o estímulo (alteração detectável no meio interno ou externo, por exemplo: variação
térmica);
um receptor (que detecta a variação ambiental);
uma via aferente (que transporta a informação do receptor ao centro integrador);
um centro integrador (que integra a informação e elabora a resposta);
uma via eferente (que transporta a informação do centro integrador para o órgão
efector);
o órgão efector (que fornece a resposta ao estímulo).
SIMAC 111
c) Um exemplo do acto reflexo simples tendinoso é o reflexo rotuliano:
O estímulo é uma pancada ao nível do tendão rotuliano, o que provoca a distensão dos
músculos extensores da coxa que lhe estão ligados (que formam o quadricípete crural),
nomeadamente dos fusos neuromusculares neles contidos, o que corresponde à sua
estimulação. Esta é transportada pelas fibras nervosas aferentes, sob a forma de potencial
de acção, à espinal medula, que integra esta informação e elabora uma resposta. Esta
resposta é transportada, novamente sob a forma de potencial de acção, pelas fibras
nervosas eferentes até ao órgão efector – os mesmos músculos extensores que foram
distendidos. A resposta traduz-se na contracção do músculo quadricípete crural, com
consequente extensão da articulação do joelho.
SIMAC 112
Encéfalo
Porção do SNC que se encontra protegido de choques externos por uma estrutura óssea
importante – a caixa craniana.
1) Tronco cerebral
Faz ligação da medula espinhal com o cérebro. É constituído por três porções que têm
várias funções específicas, quase todas relacionadas com controlo visceral, para além da
função comum de condução de informação. São, de baixo para cima:
Bulbo raquidiano: controla a frequência cardíaca a respiração e o reflexo da tosse e
contém o centro do vómito.
Protuberância anular: contem o núcleo do gosto e controla a secreção salivar.
Pedúnculos cerebrais: fazem a ligação ao cérebro.
2) Cerebelo
É formado por dois hemisférios ligados pelo vérmis. Tem como funções:
o controlo do equilíbrio;
regulação do tónus muscular da postura;
controlo dos movimentos voluntários.
CURIOSIDADE:
SIMAC 113
3) Cérebro
É a base fisiológica que garante as funções nervosas superiores, tais como: a linguagem, a
memória, o pensamento abstracto, a imaginação e a integração da personalidade. É o centro
onde se integram e elaboram as grandes funções motoras, sensitivas e associativas do
sistema nervoso. Está parcialmente liberto das funções de regulação visceral que dependem
do tronco cerebral e da medula espinhal.
Tal como a medula espinhal, também está dividido em duas porções: a substância branca,
interior, e a substância cinzenta, exterior.
Parietal:
- Função somato-sensitiva (recebe informação somática proveniente dos receptores
sensoriais e integra-a).
Occipital:
- Coordenação da visão.
Temporal:
- Coordenação da audição.
SIMAC 114
De forma a exemplificar o complexo funcionamento cerebral, apresenta-se de seguida a
descrição detalhada da função da linguagem escrita e linguagem falada.
No lobo frontal do hemisfério dominante encontram-se os centros motores da linguagem escrita
e da linguagem falada. No lobo temporal do mesmo hemisfério, localiza-se o centro sensitivo da
linguagem falada / centro auditivo da linguagem. No lobo parietal do mesmo hemisfério, situa-se o centro
sensitivo da linguagem escrita / centro da leitura. Lesões nestes centros terão consequências diferentes
na linguagem, como se percebe pela seguinte tabela:
SIMAC 115
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
É constituído pelos nervos (por sua vez constituídos por fibras nervosas, cada fibra sendo
formada por um axónio), os quais se dividem quanto à função e quanto à origem.
QUANTO À FUNÇÃO:
Nervos motores: apenas contêm fibras nervosas motoras, transmitindo informação do SNC
aos músculos estriados, controlando as actividades motoras voluntárias.
Nervos sensitivos: apenas contêm fibras nervosas sensitivas, transmitindo informação
proveniente dos receptores localizados na superfície (sensibilidade exterioceptiva) ou na
profundidade, articulações e músculos (sensibilidade proprioceptiva) até ao SNC.
Nervos sensoriais: transportam informação da sensibilidade especial (cujos receptores
correspondem aos órgãos dos sentidos).
Nervos neuro-vegetativos: inervam os músculos lisos dos vasos, pêlos glândulas e
restantes vísceras e o músculo cardíaco, controlando a vida vegetativa.
Nervos mistos: são os mais numerosos, contendo fibras nervosas de diversos tipos.
QUANTO À ORIGEM:
Nervos cranianos: têm origem no encéfalo; são 12 pares e saiem do crânio pelos buracos da
sua base; dirigem-se para as diferentes partes da cabeça, nomeadamente para os
músculos, pele e restantes órgãos dos sentidos, excepto o 10º nervo (vago) que inerva
zonas do corpo distantes da cabeça, como o coração e alguns órgãos abdominais.
SIMAC 116
Cada nervo inicia-se na medula espinhal por duas raízes, uma anterior (motora) e uma posterior
(sensitiva), as quais se dirigem para o buraco de conjugação das vértebras, próximo do qual se unem,
formando o nervo raquidiano. Este atravessa o buraco de conjugação respectivo, dividindo-se depois
num ramo anterior, que inerva os músculos anteriores e laterais do tronco e dos membros e a pele
correspondente, e num ramo posterior, que inerva os músculos e a pele da porção posterior do tronco.
À excepção dos ramos anteriores dos nervos dorsais (que vão constituir os nervos intercostais),
os ramos anteriores anastomosam-se de um modo complexo para constituirem os plexos, que são:
SIMAC 117
PLEXOS NERVOSOS
PLEXO CERVICAL:
PLEXO BRAQUIAL:
NERVOS INTERCOSTAIS:
SIMAC 118
PLEXO LOMBAR:
PLEXO SAGRADO:
SIMAC 119
PLEXO PUDENDO:
PLEXO SACRO-COCCÍGEO:
SIMAC 120
Aspecto geral da inervação sensitiva do membro inferior
SIMAC 121
SISTEMA NEUROVEGETATIVO
EM TERMOS ESTRUTURAIS:
SIMAC 122
No que diz respeito ao divisão simpática, a porção central está localizada nos segmentos
torácico e lombar alto da medula. Na porção periférica: as fibras pré-ganglionares superiores terminam
na cadeia látero-vertebral e as inferiores terminam em gânglios e plexos pré-viscerais; as fibras pós-
ganglionares originam-se nos gânglios onde terminaram as pré-viscerais e terminam na parede dos
órgãos.
SIMAC 123
EM TERMOS FUNCIONAIS:
É importante reter a noção que ambos os componentes têm um tónus basal. O que se
passa é que em situações de stress, o tónus simpático aumenta, sobressaindo as suas acções, e
em repouso acontece o inverso. Mas o componente não dominante mantém sempre um tónus
basal. Como tal, estes sistemas são complementares mas não antagónicos: as acções integradas
de ambos que permitem o funcionamento equilibrado de todos os órgãos.
SIMAC 124
APARELHO CIRCULATÓRIO
O sangue impulsionado pelo coração segue dois trajectos a que se dá os nomes de PEQUENA
CIRCULAÇÃO e GRANDE CIRCULAÇÃO.
Na pequena circulação, o sangue sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar, vai aos pulmões
onde larga o anidrido carbónico e recebe oxigénio, voltando pelas veias pulmonares para a aurícula
esquerda.
Na grande circulação, o sangue passa da aurícula esquerda para o ventrículo esquerdo, sai pela
aorta, percorre todo o corpo e volta pelas veias cavas para a aurícula direita.
Estes dois trajectos são síncronos, efectuam-se ao mesmo tempo durante os movimentos do
coração – sístole e diástole.
SANGUE: O Sangue é constituído por plasma e elementos figurados que são: os eritrócitos,
hemácias ou glóbulos vermelhos; os glóbulos brancos ou leucócitos; e as plaquetas.
O plasma é um líquido cor de palha que contém água com diversos sais minerais, aminoácidos,
ureia, ácido úrico, açúcar, etc. em determinadas proporções.
Os glóbulos vermelhos têm a propriedade de fixar o oxigénio nos pulmões para o levar a todas
as partes do organismo. O seu número normal vai de 4.500.000 na mulher a 5.000.000 no homem, por
mm. cúbico.
Os glóbulos brancos têm a função de defender o organismo contra as infecções. O seu número
3
normal é de 6.000 a 10.000 por mm .
SIMAC 125
VÁLVULAS DO CORAÇÃO
CORAÇÃO
As duas cavidades, aurícula e ventrículo dum lado, são independentes das do lado oposto e dai
vêm as designações de coração direito e coração esquerdo. O lado direito tem sempre sangue venoso, e
o lado esquerdo sangue arterial.
O coração tem a forma de uma pirâmide triangular de bordos arredondados, com a base em
cima e a ponta virada para baixo e para a esquerda. Está situado atrás do esterno e cartilagens costais e
entre os dois pulmões, desde a 2ª costela em cima até ao diafragma.
SIMAC 126
É envolvido por um saco fibroso – o PERICÁRDIO – que tem dois folhetos lubrificados entre si,
por um líquido seroso, para facilitar os movimentos do coração. Internamente, o coração é revestido por
outra membrana que tem o nome de ENDOCÁRDIO.
SIMAC 127
LINFA
Os tecidos do organismo são banhados pela linfa, a qual leva às células as substâncias
indispensáveis à sua nutrição; é também a linfa que drena as substâncias de eliminação ou produtos
residuais das células.
A saúde e vitalidade das células e bem assim de todo o organismo, depende da qualidade dos
materiais nutritivos transportados pela linfa, os quais são uma consequência da alimentação que se
ingere e do ar que se respira.
Os produtos de eliminação celular são drenados por capilares linfáticos que se unem para formar
vasos linfáticos de maior calibre.
Existem vasos linfáticos por todo o corpo e ao longo do seu trajecto existem vários gânglios
linfáticos onde se encontram células de defesa do organismo – os linfócitos.
Toda a linfa é transportada ao coração por dois importantes vasos linfáticos: o CANAL
TORÁCICO e o CANAL LINFÁTICO DIREITO.
SIMAC 128
Sistema Circulatório
e
Linfático
A distribuição dos nutrientes pelas células do organismo é assegurada pelo sangue e pela linfa.
Estes líquidos circulam num sistema de vasos que fazem parte do aparelho circulatório, ou
através de espaços intercelulares, como acontece em parte da circulação linfática.
A massa avermelhada que sedimenta é constituída por células de vários tipos – glóbulos
sanguíneos – e a fracção líquida sobrenadante é o plasma.
Eritrócitos
SIMAC 129
Leucócitos
São células menos numerosas do que os glóbulos vermelhos existindo cerca de 5.000 a 10.000
por mm³ de sangue.
No caso de ataque por micróbios, os leucócitos são atraídos por substâncias químicas
segregadas por esses agentes patogénicos. Porém os leucócitos só podem atacar e destruir corpos
estranhos nos tecidos, pelo que têm deixar os capilares onde se encontram, deformando-se e deslizando
por entre as células das paredes desses capilares – diapedese.
Aí, muitos deles podem englobar e destruir corpos estranhos como bactérias ou outros. È
o processo conhecido por fagocitose.
Alguns glóbulos brancos têm ainda a capacidade de produzirem certas substâncias chamadas
anticorpos que vão neutralizar e destruir certas toxinas perigosas produzidas por muitos organismos
patogénicos que entram no nosso corpo.
Quando nos picamos e há introdução de bactérias numa zona, produz-se uma vasodilatação por
influência das toxinas segregadas por esses microorganismos, o que confere o aspecto avermelhado e
provoca elevação da temperatura local.
Parte do plasma passa para os espaços intercelulares, o que provoca um edema (inchaço), e
numerosos glóbulos brancos invadem o tecido afectado, produzindo anticorpos e fagocitando os corpos
estranhos. Neste processo, muitas das células envolvidas na luta vão ser destruídas formando o pus.
Se a fagocitose for mais activa que a proliferação dos micróbios, a infecção é reprimida; se a fagocitose
é insuficiente e o número de bactérias aumenta, a infecção pode generalizar-se.
É ainda pela acção dos glóbulos brancos que desaparecem “as nódoas negras” que surgem
após uma queda ou choque, resultante da rotura dos vasos sanguíneos.
Plaquetas sanguíneas
Têm um papel importante relacionado com a coagulação do sangue. Quando se verifica a rotura
de um vaso sanguíneo, as plaquetas estendem-se a partir dos bordos da ferida, formando uma espécie
SIMAC 130
de película que vai pouco a pouco, fechando a abertura e constituindo uma primeira barreira à
hemorragia.
Plasma
O plasma representa 55% do volume total do sangue. Ele constitui o veículo dos glóbulos
sanguíneos. É essencialmente constituído por água (92%) contendo em solução importantes substâncias
como proteínas (7%) e sais minerais (0,8%).
É no plasma que se faz o transporte dos nutrientes (sais minerais, glicose, lípidos e outros). Ele
recolhe, também, produtos inúteis ou prejudiciais resultantes da actividade celular (dióxido de carbono
(CO2), compostos azotados (N2), etc.).
Os espaços intercelulares estão preenchidos por um líquido incolor que designamos por linfa
intersticial. Este líquido representa ¼ do peso do nosso corpo.
O plasma a nível dos capilares sanguíneos pode atravessar a parede fina desses capilares e
preencher os espaços intercelulares constituindo a linfa intersticial. Logo a sua composição é muito
semelhante à do plasma sanguíneo, embora se apresente pobre em fibrinogénio, o que implica que ela
coagule lentamente. A linfa é desprovida de glóbulos vermelhos, mas apresenta glóbulos brancos
provenientes do sangue.
A linfa intersticial é depois drenada dos espaços intercelulares para capilares linfáticos
extremamente finos, constituindo então a linfa circulante. Esta, seguindo por um sistema de vasos
linfáticos acabará por se juntar a corrente sanguínea.
A renovação constante do líquido intersticial permite que as células encontrem nele todas as
substâncias de que necessitam e permite ainda a renovação de produtos inúteis resultantes da sua
própria actividade.
Circulação do sangue
O sistema circulatório consiste numa complexa rede de vasos sanguíneos que se ramificam de
tal modo que cada uma das células do corpo se encontram nas proximidades de um desses vasos.
SIMAC 131
O movimento do sangue nesses vasos é possível devido ao trabalho constante de um órgão
impulsionador que funciona como uma bomba – o coração.
O coração está envolvido por uma membrana de paredes duplas, o pericárdio. Tem,
grosseiramente a forma cónica estando situado na caixa torácica com o vértice voltado para baixo e para
a esquerda.
Até ao século XVII pensava-se que o sangue fluía e refluía nos vasos sanguíneos, num
movimento de vai e vem idêntico aos das marés.
Foram as descobertas feitas por William Harvey (1578-1657), médico inglês, que imprimiram um
grande impulso aos estudos sobre o sistema circulatório. Foi ele quem pôs a hipótese de que o coração
funcionava como um bomba e que o sangue não se deslocava fluindo e refluindo no mesmo vaso, mas,
pelo contrário, circulava sempre no mesmo sentido, saindo do coração por uns vasos e regressando por
outros diferentes.
Por contracção ventricular, como o sangue não pode retroceder para as aurículas, é obrigado a
sair por vasos denominados artérias.
Do ventrículo direito sai pela artéria pulmonar e do ventrículo esquerdo sai pela artéria aorta,
que descreve uma curva para esquerda – crossa da aorta.
Nessas artérias existem na sua origem pregas membranosas em forma de ninhos de andorinha
– válvulas sigmóideias ou semilunares. Estas válvulas, devido à sua configuração e posição, permitem
apenas que o sangue se afaste do coração impedindo que volte para trás. Se ele retroceder, enche as
válvulas, que encostam as lâminas umas às outras fechando a abertura do vaso.
SIMAC 132
As artérias ramificam-se noutras de calibre cada vez menor, que se dirigem para todas as partes
do nosso organismo.
Harvey verificou que o sangue regressava ao coração, circulando por outros vasos diferentes
ligados às aurículas. Esses vasos são denominados veias.
À aurícula direita estão ligadas duas veias cavas, superior e inferior, e à aurícula esquerda as
quatro veias pulmonares.
Ao longo das veias existem também válvulas – válvulas venosas – que impedem o retrocesso
do sangue, tal como Harvey tinha previsto.
Mas para Harvey havia um problema que ainda continuava por esclarecer.
Harvey observou que o sangue era conduzido a determinado órgão por uma artéria e dele
transportado na direcção do coração por uma veia. Viu ainda que as artérias se ramificavam e que os
ramos eram cada vez de menor calibre, enquanto as veias se uniam para formar vasos de diâmetro cada
vez maior.
Pôs a hipótese de haver uma conexão entre as extremidades das artérias mais finas (arteríolas)
e as veias de menor calibre (vénulas), mas não pôde comprovar essa ligação, pois não dispunha sequer
de um microscópio que lhe permitisse essa observação.
Foi só mais tarde que Marcello Malpigui, observando ao microscópio os pulmões da rã viu que a
comunicação entre arteríolas e vénulas se processa através de vasos extremamente finos – os
capilares.
Ficou assim esclarecido que o sangue quando sai do coração circula em artérias que se
ramificam por todo o corpo até chegar a uma rede imensa de vasos capilares. Estes reunir-se-ão para
formar vénulas, que, unindo-se umas às outras vão constituir veias de maior calibre por onde o sangue
circula, aproximando-se do coração.
No homem adulto, em repouso, o coração contrai-se cerca de 70 vezes por minuto, bombeando
de cada vez 70 ml de sangue, o que totaliza, 5 litros de sangue em cada minuto.
SIMAC 133
Em resumo, podemos considerar três fases, que se repetem ritmicamente, no
funcionamento do coração:
O sangue que circula na metade direita do coração é de natureza diferente daquele que
atravessa a metade esquerda. Na metade direita circula sangue venoso, isto é, sangue com maior
concentração de CO2 de que O2, enquanto a aurícula e ventrículo esquerdos são atravessados por
sangue arterial, quer dizer, muito oxigenado.
Resta-nos conhecer o trajecto seguido pelo sangue desde a saída do coração até regressar ao
mesmo.
A sístole do ventrículo direito lança sangue venoso na artéria pulmonar. Inicia-se assim a
pequena circulação. Aquela artéria ramifica-se dando uma para cada pulmão, que continuando a
ramificar-se se resolve numa rede de capilares naquele órgão. Aí o sangue liberta o CO2 e recebe o O2,
passando a arterial. Estes capilares reúnem-se novamente até formarem vénulas e finalmente quatro
veias, duas de cada pulmão, que conduzem o sangue arterial para a aurícula esquerda.
Da aurícula esquerda o sangue passa para o ventrículo do mesmo lado. Inicia-se a grande
circulação pela sístole do ventrículo esquerdo que impulsiona o sangue para a artéria aorta. Esta
SIMAC 134
ramifica-se em artérias que se dirigem para o próprio coração (coronárias), para a cabeça (carótidas),
membros superiores (subclávias), órgãos abdominais, membros inferiores, etc., formando depois
arteríolas e vasos capilares a nível dos tecidos.
Aí, o sangue liberta o O2 e recebe o CO2, passando assim a venoso. O plasma atravessa os
capilares constituindo a linfa intersticial, que faz chegar os nutrientes a todas as células.
Os capilares sanguíneos reúnem-se formando vénulas, que por sua vez, irão formar veias de
maior calibre.
As veias da cabeça e membros superiores acabem por formar a veia cava superior, e as veias
da região inferior do corpo, a veia cava inferior.
Nestas veias o sangue venoso circula, aproximando-se da aurícula direita, concluindo-se assim a
grande circulação.
SIMAC 135
Pressão sanguínea
É a pressão do sangue que sai pela aorta, que tem o nome de pressão arterial e que se pode
determinar por meio de um esfigmomanómetro, por compressão de uma artéria do braço.
Quando comprimimos com a extremidade dos dedos uma artéria, como, por exemplo, a artéria
radial sobre o osso ao longo do qual ela corre, podemos sentir as pulsações. O número de pulsações
por minuto corresponde ao número de batimentos cardíacos. Pelo contrário, a nível dos tecidos o sangue
circula de uma maneira contínua.
A parede dos vasos sanguíneos apresenta diferenças estruturais. Nas veias, a parede é fina e
flácida, pobre em tecido elástico e muscular, nas artérias, a parede é espessa com muitos elementos
elásticos e musculares; nos capilares, é constituída por uma única camada de células.
A elasticidade das artérias permite que se deformem perante a pressão da onda sanguínea e
voltem depois à posição normal assegurando a progressão do sangue. Este comportamento acabará por
fundir as sucessivas ondas sanguíneas, passando a circulação a ser contínua a nível das arteríolas,
capilares e veias.
À medida que o sangue se afasta do coração, a pressão vai diminuindo devido ao atrito que
experimenta ao longo dos vasos sanguíneos, tanto maior quanto mais finos forem esses vasos.
Mas se a pressão nas veias vai ficando tão pequena, como explicar o retorno do sangue
ao coração?
Não será difícil compreender que o sangue da região cefálica descerá por acção da gravidade
para o coração. Mas, o mesmo raciocínio não pode ser feito relativamente ao sangue que flui através da
veias dos membros inferiores, do abdómen, etc.
Ao longo das veias dos membros existem numerosas válvulas venosas, dispostas de tal modo
que impedem o retorno do sangue. Além disso, a contracção de músculos esqueléticos nas vizinhanças
das veias vai comprimir essas veias, obrigando o sangue a circular na direcção do coração.
Não podemos ainda esquecer que abaixamento da pressão dentro do coração durante a diástole
cria uma força de sucção que aspira o sangue para o coração. Os próprios movimentos respiratórios
podem auxiliar nesse sentido. Estes mecanismos, no entanto, não são tão eficientes como a pressão
que impulsiona o sangue pelas artérias. A prova disso é que quando ficamos muito tempo de pé,
SIMAC 136
imóveis, ao fim de alguns minutos o sangue começa a acumular-se na parte inferior do corpo. A falta de
irrigação do cérebro provoca tonturas e pode mesmo levar ao desmaio. Se nos sentarmos ou
movimentarmo-nos, geralmente, melhoramos, pois as contracções musculares auxiliarão o sangue a fluir
e a circulação restabelecer-se-á com normalidade.
Circulação linfática
A linfa intersticial é constituída pelo plasma sanguíneo que abandonou os capilares e por
glóbulos brancos que atravessaram por diapedese as paredes desses mesmos capilares. A linfa
preenche os espaços intercelulares dos tecidos.
À medida que a quantidade de linfa intersticial aumenta, vai sendo drenada para capilares
linfáticos que a conduzem para vasos de maior calibre – Vasos linfáticos.
A linfa do membro superior direito e da metade direita da cabeça e pescoço acabará por ser
levada para a grande veia linfática, que vai abrir na veia subclávia direita, juntando-se deste modo ao
sangue venoso que se dirige para o coração. A linfa do resto do organismo vai ser conduzida para um
grande vaso linfático – canal torácico -, que a vai lançar na subclávia esquerda, misturando-se
também ao sangue venoso.
O sistema linfático auxilia, pois, o retorno à circulação sanguínea dos constituintes do sangue
que atravessam os capilares a nível dos tecidos. Além disso, têm outras funções, como seja o transporte
de lípidos absorvidos no intestino para o canal torácico e destes para a corrente sanguínea.
De onde a onde existem nos vasos linfáticos dilatações – os gânglios linfáticos, que são
particularmente abundantes na região do pescoço, nas axilas e nas virilhas. Os gânglios linfáticos
contêm células que fagocitam certos corpos estranhos como bactérias e fragmentos de tecidos
destruídos por infecções, eliminando-os assim antes de se juntarem à circulação geral do sangue. São
ainda os gânglios os locais de formação de certos tipos de leucócitos.
Através da linfa e ao nível dos capilares as células eliminam para o sangue os produtos tóxicos e
recebem do sangue oxigénio e alimentos.
O sangue, por sua vez, em órgãos específicos, elimina para o meio exterior os produtos tóxicos
que recebe das células e recebe do meio exterior os produtos indispensáveis que em seguida irá
transportar às células.
A fraca velocidade do sangue nos capilares permite que as trocas se efectuem o mais
completamente possível a todos os níveis, assegurando assim as relações indispensáveis entre as
células e o meio exterior.
SIMAC 137
Em que órgão o sangue recebe ou elimina, para o exterior, estes produtos?
SIMAC 138
APARELHO RESPIRATÓRIO
Aparelho respiratório
O aparelho respiratório é constituído pelo nariz, laringe, traqueia, brônquios e pulmões; a sua
finalidade é oxigenar o sangue e eliminar o anidrido carbónico que se forma no organismo.
A respiração correcta deve ser feita pelo nariz, pois as fossas nasais têm a função de aquecer
o ar inspirado, de humedecê-lo e de filtrá-lo, livrando-o de poeiras e de micróbios.
Das fossas nasais, o ar passa à faringe, laringe, traqueia e brônquios, que são em número de
dois, um para cada pulmão.
Pulmões
Os pulmões são os órgãos principais do aparelho respiratório, situados na caixa torácica, de que
ocupam a maior área. Têm uma forma cónica com um VÉRTICE na altura da clavícula e uma BASE
apoiada no diafragma. O pulmão direito é dividido em três lobos e o esquerdo tem só dois lobos. Na
parte média de cada pulmão está o hilo por onde penetram os vasos sanguíneos e os brônquios.
Cada pulmão está envolvido por uma membrana que tem o nome de PLEURA, que é constituída
por dois folhetos entre os quais há um líquido lubrificante que facilita os movimentos de expansão dos
pulmões e das costelas.
Os pulmões são percorridos por uma infinidade de canais de diversos calibres – subdivisões dos
brônquios em BRONQUÍOLOS – que terminam numas pequenas vesículas – OS ALVÉOLOS – onde se
fazem as trocas gasosas do oxigénio com o anidrido carbónico.
SIMAC 139
Caixa torácica
A caixa torácica tem uma importância fundamental na saúde, pois nela se encontram órgãos
muito importantes, como os pulmões e as pleuras, o coração e grossos vasos, pelo que a forma e
desenvolvimento do tórax influi profundamente no funcionamento destes órgãos.
A tuberculose pulmonar desenvolve-se mais facilmente nos indivíduos com tórax alongado e
achatado, do que naqueles que possuem uma boa capacidade torácica.
A laringe faz parte das vias aéreas superiores; é formada por cartilagens unidas por ligamentos
que se denominam: CARTILAGEM TIRÓIDE que forma a “maçã-de-adão”. CARTILAGEM CRICÓIDE,
situada abaixo da anterior. CARTILAGENS ARITENÓIDES em número de duas, situadas na parte
posterior na abertura da cartilagem tiróide. EPIGLOTE, cartilagem em forma de folha, situada em cima
entre a parte posterior da língua e a glote ou entrada da laringe. Na deglutição, a epiglote fecha a laringe,
evitando que nela penetrem os alimentos.
Internamente existem as CORDAS VOCAIS, formadas por fibras elásticas e recobertas pela
mucosa da laringe, e que permitem a emissão de sons como a voz, o canto, tosse, etc.
Além da emissão de sons por intermédio das cordas vocais, a laringe desempenha uma função
respiratória e, tem também acção importante na deglutição.
Nalguns casos patológicos, pode haver aperto da laringe, quer de origem espasmódica, quer de
causa orgânica, como por exemplo na difteria, a qual pode provocar fenómenos de asfixia grave, até ao
ponto de ser necessário fazer uma “intubação” ou ter de se recorrer à operação de “traqueotomia” para
salvar a vida do doente.
Nos fumadores é frequente a inflamação crónica da laringe, o que dá origem a um certo grau de
edema das cordas vocais, o que provoca a habitual voz rouca dos fumadores.
SIMAC 140
Nalgumas doenças da laringe, existe uma certa dificuldade em deglutir, isto é, em engolir os
alimentos. A este sintoma dá-se o nome de DISFAGIA, que pode aparecer também em indivíduos
nervosos, sem qualquer doença orgânica da laringe, bem como em doenças graves que afectam o
sistema nervoso, como por exemplo, na raiva, tétano e botulismo.
Glândula tiróide
Sistema respiratório
A respiração tem como objectivo fornecer oxigénio aos tecidos e remover dióxido de carbono.
Como vimos, é ao nível dos pulmões que o sangue fixa o oxigénio e liberta o dióxido de carbono.
Se o ar contido nos pulmões não fosse renovado, é evidente que o oxigénio se esgotaria e a
hemoglobina não o poderia levar às células. Por isso, terá de haver uma renovação permanente do ar
pulmonar de modo que o teor do oxigénio dentro dos pulmões se mantenha aproximadamente
constante.
O ar atmosférico tem acesso aos pulmões através de vias próprias. Estas vias, juntamente com
os pulmões, constituem o aparelho respiratório.
Fossas nasais: cavidades irregulares, revestidas por uma membrana mucosa muito
vascularizada. Ao atravessar as fossas nasais, o ar inspirado aquece, humidifica-se
e liberta-se, em parte, das poeiras e dos micróbios que transporta.
SIMAC 141
Está atapetada por cílios vibráteis e apresenta glândulas produtoras de muco. As
poeiras são englobadas no muco e voltam à faringe devido ao movimento dos cílios.
B- Pulmões
São os órgãos respiratórios propriamente ditos. São de cor rósea, esponjosos e elásticos,
situados no tórax de um e outro lado do coração. Cada pulmão está envolvido por uma membrana
dupla, a pleura. Um dos folhetos da pleura adere à parede torácica e o outro ao pulmão.
O pulmão direito está dividido em três lobos e o pulmão esquerdo, um pouco mais pequeno,
está dividido apenas em dois. O seu peso é de cerca de 1,2 quilogramas no homem e cerca de um
quilograma na mulher.
À entrada nos pulmões, cada brônquio divide-se em brônquios secundários (três no pulmão
direito e dois no esquerdo), os quais penetram cada um em seu lobo pulmonar.
Estes voltam a subdividir-se, originando finalmente os bronquíolos alveolares que terminam nos
alvéolos pulmonares (cerca de 300 milhões de alvéolos pulmonares em cada pulmão).
A artéria pulmonar (vaso sanguíneo que transporta sangue carregado com dióxido de carbono
aos pulmões) introduz-se em cada pulmão no mesmo ponto do brônquio e acompanha-o em todas as
ramificações. As últimas arteríolas (artérias de pequeno calibre) originam nas paredes dos alvéolos
pulmonares um denso retículo de capilares sanguíneos. Sendo assim, a superfície do alvéolo é
percorrida por uma toalha de sangue quase contínua. Esta superfície, avaliada em cerca de 100 m2,
é finíssima.
O sangue fica, nesta enorme superfície, separado do ar alveolar por duas camadas de células
(células alveolares e células da parede dos capilares sanguíneos) cuja espessura de conjunto é inferior 1
(1 = 0,001 do milímetro). Sendo a pressão exercida pelo dióxido de carbono e pelo oxigénio diferente
nos dois meios (alvéolos e sangue) – acontece que o dióxido de carbono que o sangue transporta, em
grande parte, dissolvido no plasma passa para o ar alveolar. Em sentido contrário, passa o oxigénio que
vai combinar-se com a hemoglobina das hemácias, originando a oxiemoglobina.
SIMAC 142
Como consequência desta troca gasosa a que se dá o nome de hematose pulmonar, o sangue
a nível pulmonar passa de venoso (enriquecido de dióxido de carbono) a arterial (enriquecido de
oxigénio).
Ao mesmo tempo que se efectua a hematose, verifica-se a nível alveolar uma intensa
evaporação da água do plasma sanguíneo (transpiração pulmonar).
Ao contactar com as células, o sangue abandona o oxigénio que contém, o qual penetra através
das membranas celulares.
O dióxido de carbono produzido pelas células dissolve-se na linfa que as banha passando em
seguida para o plasma sanguíneo.
Logo, a nível celular o sangue passa de arterial (de cor vermelho-vivo) a venoso (de cor
vermelho-escura).
Transporte de oxigénio
Em contacto com um meio rico em oxigénio, o que acontece ao nível dos pulmões, o oxigénio é
capaz de se unir à hemoglobina das hemácias, formando uma nova substância, a oxiemoglobina:
Mas este produto é instável, pois logo que o sangue fique na presença de um meio pobre em
oxigénio, o que acontece a nível celular, dissocia-se libertando o oxigénio que penetra nas células
através das membranas celulares.
SIMAC 143
Acontece, no entanto, que a cor que a hemoglobina dá ao sangue varia conforme está ou
não combinada com o oxigénio.
De facto, esta reacção não é importante no organismo e a maior parte do dióxido de carbono
é transportado no sangue fora das hemácias, no plasma sanguíneo.
Ao nível das células, o sangue está em contacto com um meio rico em dióxido de carbono. Fica
enriquecido nesse gás.
Chegado aos pulmões, o sangue é posto em contacto com o ar alveolar, meio pobre em dióxido
de carbono. Os compostos instáveis do sangue dissociam-se e libertam uma parte do dióxido de carbono
que passa então para o ar alveolar.
Sabemos que o sangue recebe o oxigénio do meio exterior ao nível da superfície pulmonar. Se o
ar contido nos pulmões não fosse renovado, é evidente que empobreceria em oxigénio. Chegaria um
momento em que o teor em oxigénio seria insuficiente para a oxigenação do sangue, o que colocaria as
células em perigo. Para o evitar, é necessário uma contínua renovação do ar contido nos pulmões, de tal
modo que o teor em oxigénio do ar alveolar se conserve constante.
O folheto externo deste saco está aplicado contra a parede torácica e o diafragma.
SIMAC 144
O folheto interno está aplicado contra a face externa dos pulmões. Os dois folhetos da pleura
estão em contacto entre si, tornando os pulmões solidários com a caixa torácica. Desde que a caixa
torácica aumente de volume, devido à contracção dos músculos que levantam as costelas e abaixam o
diafragma, os pulmões seguem esta dilatação graças à sua elasticidade.
Pelo relaxamento do diafragma e dos músculos inter e supracostais, o diâmetro vertical da caixa
torácica diminui e as costelas baixam. Assim se verifica uma redução de volume da caixa torácica. Os
pulmões acompanham esta diminuição de volume, o que ocasiona um aumento da pressão interna. O ar
é expulso – é a expiração.
Em cada inspiração normal entra 0,5l de ar nos pulmões, também por cada expiração normal sai
do organismo 0,5l de ar. A este volume de ar chama-se ar corrente.
A expiração pode também ser acentuada pela intervenção de músculos da parede abdominal –
expiração forçada. Neste caso deixa de ser passiva.
Denomina-se capacidade vital a este 3,5 litros de ar que entram e saem dos pulmões no decurso
dum movimento respiratório forçado. A figura mostra-nos que fica permanentemente nos pulmões um
mínimo de 1,5 litros de ar que não podemos expulsar, é o ar residual.
SIMAC 145
Trocas Gasosas
O ar expirado tem uma composição diferente daquele que entra nos pulmões. Assim verificamos
que tem menor teor de oxigénio e maior quantidade de dióxido de carbono e de vapor de água do que o
ar inspirado. Além disso, a temperatura do ar expirado é, de um modo geral, superior à do ar inspirado.
Para podermos responder a esta pergunta vamos analisar alguns princípios físicos das trocas
gasosas.
Todos os gases de interesse em fisiologia respiratória são moléculas simples que são livres para
se movimentar entre si, constituindo o processo denominado “difusão”. Esse processo também se aplica
aos gases dissolvidos nos líquidos e nos tecidos do organismo.
A pressão é causada pelo impacto constante de moléculas, em movimento cinético contra uma
superfície. Por conseguinte, a pressão de um gás actuando sobre as superfícies das vias respiratórias e
dos alvéolos é proporcional à força de impacto somada de todas as moléculas que colidem contra a
superfície em determinado instante. Isso significa que a pressão total é directamente proporcional à
concentração das moléculas gasosas.
SIMAC 146
Entre os alvéolos e o sangue estabelecem-se trocas gasosas por difusão. Os gases atravessam
uma dupla membrana: a membrana alveolar e a membrana capilar.
As trocas gasosas que ocorrem a nível dos pulmões são explicadas pelas diferenças de pressão
dos gases que ocupam os alvéolos pulmonares e dos que circulam no sangue.
Assim, o sangue nos pulmões tem uma pressão de oxigénio de 37 mm de Hg, enquanto no ar
alveolar a pressão do mesmo gás é de 104 mm de Hg. No que respeita ao dióxido de carbono dá-se o
contrário, ou seja, a pressão nos alvéolos pulmonares, 38 mm de Hg, é menor que a pressão no sangue
venoso, 44 mm de Hg. Estas diferenças de pressão vão provocar um movimento das moléculas destes
gases por difusão, ou seja, vai dar-se uma deslocação das regiões onde a pressão é maior para as
zonas onde a pressão é menor.
Assim, o dióxido de carbono vai deslocar-se do sangue venoso através das paredes dos
capilares e dos alvéolos para o interior dos alvéolos pulmonares. Em sentido contrário, ou seja, dos
alvéolos para o sangue, vai passar o oxigénio que sendo fixado pela hemoglobina dos glóbulos
vermelhos forma a oxiemoglobina.
Deste modo, o sangue perdendo o dióxido de carbono e recebendo em troca o oxigénio passou
de venoso a arterial – hematose.
É este sangue arterial que é conduzido pelas veias pulmonares para o coração e deste, através
da aorta e suas ramificações até as células vivas.
O sangue arterial que chega aos tecidos tem maior tensão de oxigénio (95 mm de Hg) que a linfa
intersticial (20 mm de Hg). Devido a esta diferença de pressão a oxiemoglobina liberta o oxigénio que se
difunde através da parede dos capilares para a linfa intersticial, chegando a todas as células. Em sentido
contrário passa o dióxido de carbono, ou seja, dos tecidos (50 mm de Hg) para o sangue (38 mm de Hg).
No sangue é em parte fixado pela hemoglobina formando a carboxiemoglobina, ficando a outra parte no
plasma.
Em consequência destas trocas gasosas o sangue arterial passa a venoso, sendo depois à
aurícula direita pelas veias cavas.
SIMAC 147
O vapor de água segue um caminho idêntico ao do dióxido de carbono, isto é, passa a nível dos
tecidos para os capilares sanguíneos e é libertado parcialmente a nível dos alvéolos pulmonares. Daí
que o ar expirado tenha uma quantidade de vapor de água correspondente ao estado de saturação.
O ritmo respiratório é em média de 16 ciclos por minuto. No entanto, este ritmo pode modificar-
se em função das necessidades do organismo.
Assim, a altitude pode ter influência no comportamento respiratório do indivíduo. Com a altitude,
baixa a quantidade de oxigénio utilizável em virtude da sua maior rarefação. Por este facto, ao fim de
algum tempo os indivíduos reagem, aumentando o ritmo respiratório.
Verifica-se então um grande cansaço e desidratação que impedem grandes esforços. Mais tarde
surgem dores de cabeça, náuseas, vómitos, estado de sonolência e vertigens – é o chamado mal das
montanhas.
No entanto, os indivíduos que vivem habitualmente nas grandes altitudes apresentam ritmos
respiratórios e cardíacos normais. O organismo adaptou-se, produzindo um maior número de glóbulos
vermelhos que compensa a menor quantidade de oxigénio que entra em cada inspiração.
Também o esforço físico pode alterar o ritmo respiratório. Quando corremos ou fazemos um
esforço físico mais ou menos violento, ficamos ofegantes, ou seja, aumenta o ritmo respiratório. Este
processo vai facilitar a oxigenação do sangue a nível dos alvéolos.
Se verificarmos o pulso durante esse exercício, notaremos que o ciclo cardíaco também acelera.
Em consequência disso o sangue é lançado com maior frequência nas artérias. Assim está assegurado o
trabalho das células musculares, que receberão maior quantidade de oxigénio e eliminarão também mais
eficientemente o dióxido de carbono.
SIMAC 148
ANEXOS
SIMAC 149
SIMAC 150
PATOLOGIAS
LESÃO
PATOLOGIA
INFLAMAÇÃO
(Resposta protectora do organismo)
REPARAÇÃO
2 TIPOS
SIMAC 151
SUFIXOS IMPORTANTES:
PREFIXOS IMPORTANTES:
DEFINIÇÕES IMPORTANTES:
SIMAC 152
PARESTESIA: Sensação de formigueiro / picadas associadas à dormência e ardor.
INFLAMAÇÃO
RUBOR
DILATAÇÃO DOS CAPILARES
CALOR
LESÃO
TECIDULAR AUMENTO DA PERMEABILIDADE DOS CAPILARES
FEBRE DOR
SIMAC 153
FUNÇÃO:
EXEMPLOS:
* TRAUMATISMO
CAUSAS * INFECÇÃO
* LOMBAR INFERIOR
SINTOMAS * NÁDEGAS
(DOR) * VIRILHA
* REGIÃO POSTERIOR DA COXA
* DOR À PALPAÇÃO
SINTOMAS * LIMITAÇÃO DOS MOVIMENTOS
AGUDA (1 Episódio)
SIMAC 154
TENOSSINOVITE: Inflamação Associada de 1 tendão e da sua membrana sinovial.
Tendinite Sinovite
* Dor à palpação em repouso (posição neutra)
* Agravamento com o movimento
* Impotência funcional
SINTOMAS
à palpação
* Crepitação
à auscultação
* Tendão de Aquiles
LOCALIZAÇÕES * Longa porção do bicipete braquial
+ COMUNS * Tendão rotuliano
INFECÇÃO:
NEOPLASIA:
Tumor que se forma num tecido por proliferação de células que deixam de
responder a factores de controlo.
SIMAC 155
PATOLOGIAS ÓSSEAS:
RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA:
CRIANÇAS RAQUITISMO
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
ADULTOS OSTEOMALÁCIA
NOTA:
Endógena (forma-se na pele, por acção das
VITAMINA D 2 Fontes radiações ultra violetas)
SIMAC 156
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
HIPOCALCÉMIA
PTH
RAQUITISMO
DESMINERALIZAÇÃO ÓSSEA
OSTEOMALÁCIA
RAQUITISMO:
PLASTICIDADE ÓSSEA
- Convulsões
- Pouco desenvolvimento muscular
- Alongamento das epifises dos ossos longos (alargamento das articulações
condro-costais: rosário raquítico)
- Sulco de Harrisson (devido ao encurtamento diafragmático)
SIMAC 157
OSTEOMALÁCIA:
NEOPLASIAS (MALIGNAS)
SIMAC 158
OSTEOPOROSE:
- Envelhecimento
CAUSAS - “Falta de uso“ (acamados)
- Menopausa
OSSO ENFRAQUECIDO
(MAS CORRECTAMENTE CALCIFICADO)
TRAUMATISMO ÓSSEO:
SIMAC 159
PATOLOGIAS MUSCULARES:
- Dor.
SIMAC 160
ESPASMO: Contracção involuntária e transitória, quase sempre
grande intensidade, com ou sem dor.
ATROFIA MUSCULAR:
Perda de massa muscular
- Falta de uso.
Causas:
- Lesão muscular.
HIPERTROFIA MUSCULAR:
Aumento da massa muscular
ROTURA MÚSCULO-TENDINOSA
Patologia Traumática
- Dor difusa
SINTOMAS: - Alteração do relevo do músculo
- Incapacidade motora para executar a acção específica
do músculo em questão
SIMAC 161
PATOLOGIAS ARTICULARES /
ARTROPATIAS
- INFLAMATÓRIAS (Artrites)
- DEGENERATIVAS (Artoses)
- NEOPLÁSICAS
- TRAUMÁTICAS
ARTRITE:
AGUDA Infecciosa
- Artrite reumatóide.
- AUTO-IMUNE:
- Febre reumática.
ARTRITE
- GENÉTICA: Artrite hemofílica.
CRÓNICA
- METABÓLICA: Artrite gotosa.
SINTOMAS:
- Dor não relacionada com o esforço, que pode surgir durante a
noite, e por vezes é desencadeada com o calor; melhora com
movimentos ligeiros a moderados.
- Limitação variável da mobilidade articular, (por causa do
edema).
- Rigidez matinal e após repouso de longa duração (> 1 hora).
- Derrame articular (proveniente do edema inflamatório).
- Possível espessamento da sinovial.
- A evolução dos sintomas é variável (no caso das artrites
crónicas, durante meses ou anos, há melhoria e agravamento
por surtos, por vezes com remissões completas).
SIMAC 162
ARTRITE REUMATÓIDE: É Poliarticular
SIMAC 163
FEBRE REUMÁTICA: Doença Auto-Imune.
INFECÇÃO (Faringite)
6-10 semanas ( em que há formação de
anticorpos que reagem com a bactéria,
eliminando-a, mas também contra
estruturas do próprio...).
SINTOMAS CARACTERÍSTICOS
ARTRITE
SIMAC 164
ARTRITE GOTOSA: É uma das manifestações da doença
metabólica GOTA.
2 TIPOS
SINTOMAS:
- Estados precoces:
SIMAC 165
- Estados avançados:
Sem tratamento: para além das lesões articulares deformantes, por deposição de cristais
no rim pode ocorrer insuficiência renal crónica…
ESPONDILITE ANQUILOSANTE:
SIMAC 166
SINTOMAS:
- Geralmente é rigidez
. 1º Sintoma + frequentemente na região lombar ou nas ancas.
- Pode ser dor aguda
COMPLICAÇÕES:
Sem tratamento: pode evoluir para anquilose da cabeça, pescoço e tórax em flexão, de
tal forma que o doente só consegue ver os pés…
ARTOSE:
SIMAC 167
Alterações degenerativas da cartilagem articular
(hipertrofia dos condrócitos + amolecimento da matriz)
1º
2º
- Rigidez matinal e após repouso de curta duração (< 15 min.), passa quando o doente
começa a andar ou com água quente.
- Deformidade com palpação de excrecências ósseas ao nível das epifises dos ossos
longos (e de osteofitos)
SIMAC 168
NEOPLASIAS ARTICULARES
Exemplo: Condrosarcoma
TRAUMATISMOS: ARTICULARES:
LUXAÇÃO:
Luxação incompleta.
SINTOMAS
ENTORSE:
Alongamento (estiramento) ou
- Dor localizada
rotura de 1 ou + ligamentos, - Aumento do volume
sem deslocação das superfícies articular com derrame
articulares. - Instabilidade articular
- Incapacidade funcional
SIMAC 169
ARTROPATIAS ESPECÍFICAS DA COLUNA VERTEBRAL:
SIMAC 170
FIBROMIALGIA
SIMAC 171
SIMAC 172
BIBLIOGRAFIA
SEELEY, Rod R., STEPHENS, Trent D. e TATE, Philip. Anatomia & Fisiologia,
Lisboa:Lusodidacta, reedição corrigida, 2001.
SIMAC 173
SIMAC 174
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ……………………………………………………...…. 1
DESCOBERTA DA CÉLULA
E ORGANIZAÇÃO CELULAR ……………………………………..… 2
TECIDOS ………………………………………………………..…….. 10
Tecido Conjuntivo ……………………………………………. 14
Tecido Muscular ……………………………………….…..… 19
Tecido Ósseo………………………………………………..... 21
PELE E ANEXOS……………………………………………….…..... 25
MÚSCULO ……………………………………………………….…… 30
SIMAC 175