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SINDICATO NACIONAL

DE
MASSAGISTAS DE RECUPERAÇÃO E
CINESIOTERAPEUTAS
Acreditado pela Secretaria do Estado do Emprego e Formação
(Portaria nº 782/97 de 29/8)

Curso
De
Massagem

SEBENTA
DE
ANATOMOFISIOLOGIA
(Proibida reprodução total, parcial ou fotocopiar, registados os direitos de autor desde
1985)

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E-mail: simacmassagem@hotmail.com
INTRODUÇÃO

Acreditamos que “um curso de anatomia em que esteja ausente uma referência a capacidades e
valores e somente contenha informação, dificulta a transformação do que se aprende em sabedoria”.
Assim, desejamos que estes materiais constituam um recurso válido para uma aprendizagem
diversificada, que permita:

 Desenvolver uma aquisição progressiva de conhecimentos, dum raciocínio lógico e de meios de


expressão apropriados.

 Aplicar conhecimentos em situações variadas, desenvolvendo o pensar de forma indagadora e


crítica e o actuar com espírito de abertura e tolerância.

 Desenvolver a capacidade para avaliar e alterar os conjuntos de valores próprios à luz de nova
informação.

 Desenvolver competências necessárias à:

 investigação de problemas;

 avaliação de soluções alternativas para os resolver;

 identificação das perspectivas de valores a eles associadas.

 Avaliar as possibilidades que os novos conhecimentos de anatomia oferecem, tendo em vista a


melhoria das condições de vida.

Estamos conscientes de algumas limitações e expressamos o agradecimento antecipado a


qualquer sugestão crítica para melhorar o que pretendemos dar a conhecer.

SIMAC 1
DESCOBERTA DA CÉLULA E ORGANIZAÇÃO CELULAR

No séc. XVII, Robert Hooke, intrigado com a leveza e compressibilidade da cortiça, cortou com
um canivete, uma lâmina muito fina e colocou-a no microscópio para observação.

Robert Hooke observou que a cortiça e outros tecidos vegetais eram formados por pequenas
cavidades separadas por tabiques. A estas cavidades deu o nome de células, que significa “pequenas
celas”. Da célula, Hooke viu apenas as paredes esqueléticas sem antever a sua natureza real e a sua
individualidade.

Mas a descoberta da célula ainda não acabou. Novos progressos surgiram com a invenção do
microscópio electrónico por V. Zworkin, em 1930. Este microscópio, permite obter imagens muito mais
ampliadas, revelando detalhes inesperados da ultra-estrutura celular.

Na actualidade a teoria celular assenta em duas grandes generalizações:

 A célula é a unidade básica, sob o ponto de vista estrutural e funcional dos seres vivos, isto é,
todos os organismos são constituídos por células, onde se desenrolam as reacções da vida.

 As células multiplicam-se por divisão e dessa divisão depende a continuidade genética entre a
célula mãe e as células filhas.

SIMAC 2
Em todas as células observadas existem três constituintes fundamentais: membrana celular,
citoplasma e núcleo.

Citoplasma

Membrana Celular

É a barreira que limita exteriormente o citoplasma, separando o meio intracelular do meio


extracelular. Também se denomina membrana citoplasmática ou membrana plásmica.

Esta membrana é invisível ao microscópio óptico, mas a sua existência pode pôr-se em
evidência, pela resistência que a superfície da célula oferece ao ser atravessada por uma microagulha,
e, ainda pelo facto da sua ruptura provocar a saída do citoplasma para o exterior.

SIMAC 3
Citoplasma

Ao microscópio óptico o citoplasma apresenta o aspecto de uma massa semifluida, um pouco


mais refringente que a água, aparentemente homogéneo.

Dispersos no seio do citoplasma é possível notarem-se granulações e bastonetes, que podem


corresponder a organitos muito diversos. Com a técnica que utilizamos, apenas nos foi possível
identificar alguns desses organitos.

Plastos – Nas células da folha de uma elódea podemos observar cloroplastos. São organitos
geralmente ovóides que contém pigmentos fotossintéticos, nomeadamente clorofilas, daí a sua cor
verde.

Mitocôndrias – Alguns dos bastonetes e granulações observadas ao microscópio óptico no


citoplasma poderão corresponder a organitos chamados mitocôndrias.

As mitocôndrias possuem uma dupla membrana:

 membrana mitocondrial externa, que a separa do hialoplasma;

 membrana mitocondrial interna, que forma uma série de pregas orientadas para o interior da
mitocôndria chamadas cristas mitocondriais. Estas cristas aumentam muito a superfície da
membrana interna.

O espaço delimitado pelas duas membranas mitocondriais é chamado espaço intermembranar,


enquanto o compartimento que fica dentro da membrana interna é a matriz mitocondrial. É a sede dos
fenómenos respiratórios celulares, e há muito que se sabe que são os principais locais de produção de
ATP ligada ao consumo de oxigénio.

Aparelho de Golgi – Este organito não é geralmente visível na célula viva, pois para ele não
existe nenhuma coloração vital.

SIMAC 4
Foi descrito pela primeira vez nos finais do séc. XIX por um investigador italiano Camillo Golgi.
Este organito foi objecto de grande controvérsia, que só terminou na década de cinquenta com a
utilização do microscópio electrónico. Só então a sua estrutura e funções foram bem definidas.

O aparelho de Golgi é constituído por uma ou várias unidades formadas por um conjunto de 4 a
20 sáculos achatados e empilhados regularmente, na periferia dos quais existe uma série de vesículas.
Cada uma destas unidades é um dictiossoma. As células vegetais apresentam, por vezes, algumas
dezenas ou centenas de dictiossomas.

Numa célula em actividade parece existirem estreitas relações entre o RE e o complexo de


Golgi. Essas relações podem ser de:

 Contiguidade – aparecem numerosas vesículas, algumas das quais parece originarem-se a partir
do RE e depois incorporarem-se nos sáculos da face de formação dos dictiossomas;

 Continuidade – os elementos do RE comunicam directamente com os sáculos da face de


formação por intermédio de canalículos, sugerindo uma actividade de trânsito de uma estrutura
para outra.

É provável que a origem dos sáculos ocorra na fase de formação do dictiossoma a partir de
vesículas provenientes do RE.

Os sáculos que se vão constituindo nesta face tendem a substituir aqueles que se situam na fase
de maturação e que desaparecem, originando vesículas de secreção.
O aparelho de Golgi, ele é especialmente desenvolvido em células glandulares, pelo que se
pensa que deve estar envolvido em processos de secreção celular.

As proteínas sintetizadas sobre membranas do retículo pelos ribossomas passam para as


cavidades do mesmo enchem as vesículas que se vão fundir ao sáculos do Golgi. As proteínas que se
destinam a ser secretadas para fora da célula são quimicamente modificadas durante a passagem pelo
aparelho de Golgi, sendo transformadas em glicoproteínas, na maioria dos casos.

SIMAC 5
Finalmente o aparelho de Golgi intervém também nos fenómenos de digestão intracelular. É a
este nível que se formam em grande parte os lisossomas.

Retículo endoplasmático – Uma das mais importantes descobertas a nível celular ocorridas
quando da utilização do microscópio electrónico, no estudo da célula, foi a existência de um complexo
sistema de membranas distribuído por toda a célula.

A microscópio electrónico o RE parece ser formado por um conjunto de vesículas achatadas,


esféricas ou tubulares, cuja parede é formada por uma membrana que tem as mesmas características da
membrana plasmática.

Existem dois tipos de RE: o retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado retículo
endoplasmático granular, que apresenta nas faces externas das suas membranas inúmeros ribossomas,
e o retículo endoplasmático liso, que não apresenta ribossomas e que geralmente tem o aspecto de
túbulos anastomosados.

Os ribossomas situados na face externa das membranas são formados por duas subunidades
globulares de diferentes tamanhos, fazendo-se a ligação às membranas pela subunidade maior.

No retículo endoplasmático rugoso a forma das concavidades observadas depende da


obliquidade do corte. Fazendo a reconstituição verifica-se que o retículo é formado por um conjunto de
sacos achatados, as cisternas, de vesículas esféricas e túbulos intercomunicando entre si.

A nível do retículo endoplasmático são sintetizadas várias substâncias, entre as quais uma
grande variedade de proteínas no RER.

SIMAC 6
Embora as actividades fisiológicas do retículo ainda não estejam completamente esclarecidas,
pelos dados disponíveis podemos concluir que o RE tem importância na síntese de numerosas
substâncias. Em relação ao RER podemos destacar a síntese e concentração de proteínas. O retículo
intervém ainda no transporte de substâncias, não só de substâncias produzidas na própria célula, por
exemplo proteínas, como também de substâncias procedentes do meio exterior. As gotículas de lípidos,
captados por pinocitose, atravessam o citoplasma das células ao longo das cavidades do retículo. O
retículo constitui uma verdadeira rede de distribuição dentro da célula. É um verdadeiro “Metro” celular.

Lisossomas – São pequenas vesículas esféricas ou ovóides de 250 A de diâmetro limitadas por
uma membrana de estrutura trilaminar. A estrutura interna dos lisossomas é extremamente irregular e
apresenta grande variabilidade. O seu conteúdo, denso e finamente granuloso a microscópio electrónico,
é constituído por enzimas, principalmente, hidrólases ácidas. Foram detectados mais de quarenta tipos
de tais hidrólases capazes de degradar quase todas as classes de constituintes bioquímicos celulares
(proteínas, lípidos, ácidos nucleicos, polissacarídeos, etc.).

Os lisossomas formam-se no aparelho de Golgi e por vezes de uma região especializada do RE


na proximidade do mesmo aparelho de Golgi. Encontramo-los em todas as células eucarióticas.

Além da sua intervenção na digestão de produtos vários, os lisossomas participam na


degradação de detritos do metabolismo celular e na destruição de organitos celulares de duração
limitada.

Centríolos – As células de todos os organismos, exceptuando-se as dos vegetais superiores


(Angiospérmicas) e as dos procariontes, possuem nas proximidades do núcleo dois corpúsculos muito
pequenos em forma de bastonete chamados centríolos. O microscópio electrónico permitiu conhecer a
ultra-estrutura dos centríolos, que aliás é muito característica.

Os centríolos desempenham uma função importante durante a divisão celular.

SIMAC 7
Núcleo da célula

O núcleo da célula foi descoberto em 1831 por Robert Brown em células de orquídeas.

A generalidade das células possui um único núcleo tipicamente de forma esférica ou ovóide e
com posição central. Há, no entanto, inúmeras excepções a esta descrição.

Por exemplo, as células musculares estriadas têm mais do que um núcleo. Nos leucócitos o
núcleo tem uma forma de rim. O núcleo trata-se de um corpúsculo rodeado por citoplasma e delimitado
por uma membrana que apresenta poros. São estas estruturas que permitem a comunicação com o
referido citoplasma.

O núcleo produz material que, migrando para o citoplasma, controla o crescimento e a


morfologia celular. Como já vimos que o RNA sintetizado no núcleo migra para o citoplasma, é lógico
pensar que o RNA tenha um papel importante como mediador dessa morfogénese.

O núcleo é, assim, o centro que assegura a permanência e transmissão do material hereditário,


sendo o citoplasma da célula a região onde são recebidas e executadas as informações emanadas do
núcleo, que se traduzem em reacções, estruturas e formas conforme os modelos dessas informações.

SIMAC 8
PARTES CONSTITUINTES DE UMA CÉLULA
(Esquema Geral)

Parede esquelética*
Membrana citoplasmádica
Hialoplasma

Mitocôndria

Aparelho de Golgi

Retículo rugoso
endoplasmático liso

Ribossomas

Citoplasma Lisossomas

Vacúolos
Organitos
citoplasmáticos Centrossoma

CÉLULA Plastos* – cloroplastos


amiloplastos
cromoplastos

Inclusões – grãos de secreção


inclusões lipídicas

Cílios e flagelos

Membrana nuclear
Núcleo Nucleoplasma
Núcléolos
Cromossomas

Nota: * - só existe na célula vegetal.

SIMAC 9
TECIDOS

Definição e generalidades.

Nos organismos multicelulares, e, por isso, com células especializadas, iremos deparar com um
novo paradigma de organização – o Tecido. Este é formado por células com idênticas funções e
capacidades (diferenciações), agregadas entre si com a finalidade de constituir uma nova entidade, ela
própria com novas, e diferentes, propriedades. Os tecidos serão o próximo passo na crescente
complexização das estruturas vivas, e será da sua combinação, em proporções variadas, que surgirão
os órgãos. No entanto, os tecidos, em si próprios, são já uma entidade autosuficiente, do ponto de vista
funcional, embora, na realidade, não existam isolados, visto não serem, morfologicamente,
independentes (ao contrário das células, que são morfológica e fisiologicamente autosuficientes).

O ramo das biociências que se dedica ao estudo dos tecidos denomina-se de Histologia, e, tal
como a Anatomia, faz parte do grupo das Ciências Morfológicas.

Classicamente, distinguem-se 4 tipos de tecidos, baseando-se esta classificação na sua função


principal e localização; a sua origem embriológica não entra aqui em consideração (endo, meso ou
ectoderme):

 Epiteliais - quando revestem superfícies no exterior ou interior do corpo;

 Conjuntivos - quando é um tecido de suporte ou formando invólucro;

 Musculares - quando a sua propriedade fundamental é a contracção;

 Nervosos - quando esta é a condução eléctrica.

Tipos de tecidos

Tecido epitelial – epitélio

Este tipo de tecido reveste uma superfície que pode ser externa (como a pele) ou interna (boca e
tubo digestivo, vasos sanguíneos). Podem dividir-se, grosso modo, em dois subtipos fundamentais –
epitélios de revestimento e epitélios glandulares.

SIMAC 10
Epitélios de revestimento

São compostos de células fortemente ligadas entre si e justapostas, por forma a revestir o
exterior ou interior do organismo. As junções entre as células são garantidas por várias estruturas, que
podem ser do tipo macula (localizadas), ou zonula (formando uma banda à volta das células). As junções
podem ser occludens (tight-junctions), adhaerens (cujo tipo mácula se chama desmossoma) ou reuniens
(gap-junctions ou junções comunicantes). A extrema adesão entre as células do epitélio não obvia à
presença eventual de outro tipo de células (linfócitos, e.g.).

Todos os epitélios de revestimento estão apoiados e firmados numa camada de tecido


conjuntivo, que também lhe providencia a nutrição necessária (já que os epitélios não têm vasos
sanguíneos no seu interior); esta camada chama-se de membrana basal.

Os epitélios de revestimento dividem-se consoante a forma, número de camadas de células e


sua diferenciação:

a. Simples: este subtipo é composto de uma só camada de células, cuja forma dá ao epitélio o
seu nome:

Pavimentoso (escamoso), de células achatadas: revestimento dos vasos sanguíneos e


coração;

Cubóide, de células grosseiramente cúbicas: reveste os ácinos da glândula tiroideia;

Colunar (prismático), de células prismáticas: reveste o estômago e instestinos; pode incluir


células colunares especializadas para a produção de muco (células mucóides ou
caliciformes) – epitélio colunar mucoso – ou células ciliadas (com cílios vibráteis) –
epitélio colunar ciliado -.

b. Estratificados com várias camadas de células:

 Pavimentoso, por exemplo constituindo a epiderme;

 Cubóide, existente nas glândulas salivares;

 Colunar, por exemplo na trompa de Falópio;

 Transicional, com células de diferentes formas e tamanhos, formando várias


camadas, existente nas vias urinárias.

SIMAC 11
c. Pseudoestratificados, aparentemente com várias camadas de células, mas em que todas
elas repousam sobre a lâmina basal. É o caso da mucosa
traqueo-brônquica.

Para desempenhar todas as funções necessárias a um epitélio de revestimento, as


células suas constituintes podem apresentar várias diferenciações, a saber:

 Células queratinizadas, produtoras de queratina, cuja principal função é a protecção


mecânica – ex. Unhas, pele;

 Células pigmentares, capazes de sintetizar pigmentos necessários à protecção dos raios


UV – a melanina existente, por exemplo, na pele;

 Células sensoriais ou neurosensoriais, encontradas, por exemplo, nas papilas gustativas


ou no ouvido interno, responsáveis pela captação e transmissão de estímulos exteriores ao
Sistema Nervoso;

 Células dos epitélios de troca, por exemplo, o endotélio dos vasos, mesotélio das
serosas, epitélio alveolar, especializados para o transporte de substâncias ou gases, sendo
as células muito finas e com numerosas vesículas de transporte;

 Células ciliadas, permitindo por em movimento os elementos do conteúdo da cavidade


(e.g. vias respiratórias, vias genitais);

 Células glandulares, especializadas para a síntese e excreção de moléculas complexas


para o interior da cavidade que revestem (ex. As células caliciformes do tubo digestivo);

 Células com bordadura estriada, contendo numerosas microvilosidades no seu polo


apical, por forma a desempenharem melhor o seu papel de absorção.

Como se pode ver, mesmo dentro do grupo dos epitélios, a subespecialização é a regra; todas
as células desenvolvem-se para integrarem o contexto histológico onde irão funcionar.

Epitélios glandulares

As células dos epitélios glandulares são especializadas para a produção de moléculas


complexas e excretam para o meio exterior (pele e cavidades orgânicas) – glândulas exócrinas – para
o meio interior (vasos sanguíneos) – glândulas endócrinas -.

SIMAC 12
Quer sejam exócrinas ou endócrinas, todas as glândulas provêm de um epitélio de revestimento
embrionário.

a. Glândulas endócrinas: são compostas por células epitelias, um estroma conjuntivo de


suporte e numerosos capilares fenestrados, destinados à nutrição e evacuação dos
produtos de secreção da glândula. Existem vários tipos de secreções endócrinas,
com moléculas de naturezas várias e com diversas acções sobre o metabolismo; a
todas estas moléculas se chama Hormonas. As glândulas endócrinas serão um dos
temas estudados posteriormente no Curso.

b. Glândulas exócrinas: a sua morfologia é mais complexa que a das endócrinas. Algumas
não têm canal excretor e são, simplesmente, células glandulares isoladas ou grupos
de células, integradas no seio de epitélios de revestimento normais (glândulas
intraepiteliais, epitélios secretores, como as mucosas). A maioria das glândulas são
compostas de uma parte secretora, composta de epitélio glandular agrupado sob a
forma de ácinos, túbulos ou alvéolos e uma parte excretora, feita por um canal de
excreção, que pode ser simples ou ramificado (glândula simples ou composta); as
secreções são lançadas, directamente, ou através de um canal excretor, no meio
exterior (ex. Pele), ou numa cavidade correspondendo a um seu prolongamento (ex.
Tubo digestivo). As glândulas exócrinas possuem, também, um invólucro conjuntivo,
o estroma, contendo no seu interior numerosos vasos sanguíneos, responsáveis pela
nutrição da glândula. Nas glândulas compostas, o estroma irá separar os lóbulos da
glândula. As secreções das glândulas exócrinas são muito variadas, sendo desde o
tipo proteico puro (glândulas serosas), tipo mucoso, rico em mucoproteínas e
mucopolissacáridos (glândulas mucosas), ou formas mais diferenciadas, como sendo
o sebo das glândulas sebáceas, o leite das glândulas mamárias ou o ácido clorídrico
das glândulas fúndicas do estômago.

SIMAC 13
Tecido conjuntivo

TECIDO CONJUNTIVO – DIVISÃO:

 Tecido conjuntivo propriamente dito:


(constitui o sustentáculo de todos os órgãos, não se encontrando em sistemas especializados).

 tecido conjuntivo laxo

 tecido conjuntivo denso

 Tecido conjuntivo especial:


(é mais especializado que o anterior visto que tem uma função específica).

 tecido reticular: tecido de suporte de orgãos hematopoiéticos (medula óssea, fígado)


e do sistema linfático (gânglios linfáticos e baço), que são orgãos ricos em células
móveis;

 tecido adiposo: participa no metabolismo lipídico e é um reservatório de calorias.

 Tecido conjuntivo altamente especializado:


(é um tecido sólido que constitui o esqueleto).

 tecido cartilagíneo

 tecido ósseo

O tecido conjuntivo tem a função de nutrir, reunir, agrupar, proteger e sustentar os epitélios
que formam o parênquima dos órgãos. De uma forma geral, o tecido conjuntivo está mais voltado
para as funções mecânicas-estáticas, embora determinados tipos (o sangue, e.g.) fujam a esta
característica.

Este grupo de tecidos é caracterizado pela presença de células, separadas umas das outras por
uma abundante substância fundamental (matriz extracelular), agrupadas sob determinadas composições
químicas e ratios, por forma a constituir uma grande variedade funcional de tecidos conjuntivos,
adaptados a várias funções.

SIMAC 14
Células

Os fibroblastos (fibrócitos) são as células principais do tecido conjuntivo e as mais


características. São células fusiformes-estreladas, possuindo prolongamentos citoplásmicos longos. Têm
uma diferenciação predominantemente sintetizadora, sendo responsáveis pela produção dos elementos
constituintes da matriz extracelular.

Outras células normalmente presentes são os adipócitos, cuja função diferenciada é a de


acumulação de lipidos, seu metabolismo e libertação em circunstâncias particulares e sob
determinada influência hormonal. Daí que estas células tenham quase todo o seu citoplasma ocupado
por depósitos lipidicos, sob a forma de gotas de diversos tamanhos.

Igualmente abundantes são os macrófagos, células pertencentes ao Sistema Imune, com a


função de defesa inespecífica contra várias agressões e síntese de grande quantidade de mediadores
necessários à progressão da resposta imune. Também pertencendo ao Sistema Imune, podemos
encontrar linfócitos (os maestros da resposta imune), plasmócitos (responsáveis pela produção dos
anticorpos) e eosinófilos (importantes nas reacções alérgicas).

Por último, um dos tipos mais abundantes de células são os mastócitos, muitas vezes
encontrados à volta dos pequenos vasos, com a função de sintetizar uma miríade de mediadores
químicos (heparina, histamina, etc.) e componentes da substância fundamental.

Matriz extracelular

As funções de sustentação do tecido conjuntivo dependem das propriedades da sua matriz


extracelular. Consoante a sua composição, esta pode gerar desde estruturas maleáveis até às mais
duras estruturas do corpo humano.

As fibras da matriz são responsáveis pela resistência e elasticidade do tecido conjuntivo,


formando uma rede sobre a qual as células são colocadas. Existem três tipos de fibras,
fundamentalmente: fibras de colagéneo, cuja abundância dá ao tecido conjuntivo a sua resistência,
sendo formadas por hélices triplas de moléculas de colagéneo; fibras de reticulina, formadas
igualmente por moléculas de colagéneo, mas dispostas formando redes: fibras de elastina, de
composição diferente, dando ao tecido as suas propriedades elásticas.

Existem ainda outras proteínas de estrutura, do tipo das glicoproteinas como a laminina e
fibronectina, proteoglicanos e glicosaminoglicanos, como sejam o ácido hialurónico, as condroitinas-
sulfato, o dermatan-sulfato, queratan-sulfato e heparan-sulfato.

SIMAC 15
A substância fundamental da matriz é formada por um gel de água com sais minerais, aos quais
se juntam proteoglicanos, glicoproteinas de estrutura, colagéneo e elastina solúveis, etc. É através deste
gel que se dão as trocas de nutrientes e excreta, e que as células se movimentam.

Tipos principais de tecido conjuntivo

Da diferente mistura dos elementos acima citados, iremos obter tecidos conjuntivos com
propriedades e funções muito diversas. Iremos apenas mencionar os principais tipos e algumas das suas
localizações:

a. Tecido conjuntivo laxo.

Nesta forma de tecido, a proporção dos diversos elementos é a mais equilibrada, não havendo
preponderância de nenhum componente. É igualmente, o mais abundante, constituindo o
estroma da maioria dos órgãos, o córion e submucosa do tubo digestivo, tubo respiratório, vias
urinárias e genitais. Entra também na constituição dos músculos e nervos periféricos.

b. Tecidos conjuntivos densos.

O seu papel é, essencialmente, de suporte estrutural, sendo particularmente ricos em fibras, com
uma certa pobreza celular. Consoante o tipo de fibras, podem ser tecidos fibrosos densos, ricos
em colagéneo (ex. ligamentos, tendões, aponevroses) ou tecidos elásticos, ricos em elastina
(parede dos grandes vasos).

c. Tecido reticular.

Neste tecido o colagéneo forma redes dispersas, não tendo, por isso, grande importância
estrutural. É um tipo de tecido particular aos gânglios linfáticos, baço, fígado e medula óssea,
órgãos onde a riqueza em células móveis impõe essa organização.

d. Tecido adiposo.

Caracterizado pela grande abundância de adipócitos, no seio de uma fina rede de reticulina.
Existe sobretudo na hipoderme, mesentério, grande epiploon e tecidos retroperitoneais. A sua
função principal é de ajudarem a regular o metabolismo lipidico, fazendo o
armazenamento, síntese e libertação de diversas gorduras.

e. Tecidos esqueléticos.

Têm a particularidade, entre os tecidos conjuntivos, de serem sólidos, razão pela qual são
agrupados conjuntamente. Existem dois subtipos essenciais, a cartilagem e o osso.

SIMAC 16
 O tecido cartilaginoso é composto de pequenas células (correspondentes aos
fibroblastos) dispersas em lacunas existentes na cartilagem, chamadas de
condrócitos; às lacunas, chamamos de condroplastos. A matriz tem um aspecto
homogéneo, sendo rica sobretudo em condroitina-sulfato e fibras de colagéneo de
pequeno calibre. Este tipo de cartilagem denomina-se de hialina; é, por exemplo, a
cartilagem das asas do nariz, costelas e superfícies articulares. Quando abundam as
fibras de colagéneo, a cartilagem torna-se fibrosa: é o caso dos meniscos articulares
e da sinfise púbica. Por último, a cartilagem pode ser do tipo elástica, rica em fibras
de elastina, como é a do pavilhão da orelha. Todos os tipos de cartilagem têm uma
ausência de vasos sanguíneos no seu interior, sendo a sua nutrição garantida por
difusão a partir do seu revestimento – o pericôndrio.

 O tecido ósseo, responsável pela maior parte do suporte estrutural do nosso


organismo, é um tipo de tecido conjuntivo com a particularidade da sua matriz ser
mineralizada, isto é, ter sais minerais depositados. São estes sais que dão ao osso
as suas características de rigidez; para além disso, como pertencem aos sais
necessários ao nosso metabolismo normal, o osso tem, não só, um papel de suporte
estrutural, como também, um papel de armazenamento. As células do tecido ósseo
são de três tipos:

- células jovens, grosseiramente cúbicas, responsáveis pela síntese da matriz


osteoide, os osteoblastos;
- células mais maduras, isoladas no meio da matriz óssea mineralizada,
correspondendo a osteoblastos “capturados” pelo crescimento do osso, os
osteócitos, (dentro do seu espaço exíguo, o osteoplasto), cuja a função é de
regularem o metabolismo do osso;
- células grandes, os osteoclastos, localizadas à superfície do tecido ósseo, nas
lacunas de Howship, respons áveis pela destruição do tecido ósseo já constituído
(enquanto que os osteoblastos e osteócitos correspondem aos fibroblastos, os
osteoclastos são derivados dos macrófagos). É do constante jogo de equilíbrio
entre três tipos celulares que se gera a renovação e remodelação constante dos
ossos.

A matriz extracelular é composta de uma parte orgânica e uma mineral; a orgânica


corresponde à normal matriz conjuntiva, sendo bastante rica em colagéneo, enquanto que a
mineral é feita, sobretudo, de cristais de hidroxiapatife, um mineral composto de cálcio e
fósforo.

SIMAC 17
f. Outros tecidos.

Vários autores consideram, também, como conjuntivos, os tecidos linfóides, o sangue e o


sistema monocitico-fagocitário (SMF). O tecido linfóide existe ao nível dos órgãos linfóides
centrais, como o timo e a medula óssea, e periféricos, como os gânglios, baço e MALT (Mucose
Associated Lymphoid Tissue), existente no tubo digestivo e árvore respiratória. Conjuntamente
com o SMF, que é constituído pela rede de macrófagos e células deles derivadas, dispersas por
todo o corpo, faz parte do Sistema Imune.
O sangue seria, para alguns autores, um tipo de tecido conjuntivo em que a matriz extracelular
teria a particularidade de ser líquida e rica numa enorme variedade de moléculas (nutrientes,
excreta, proteínas do plasma, como sendo as da coagulação); as suas células constituintes
seriam as Hemáticas (glóbulos vermelhos ou eritrócitos), com a função de transportar
oxigénio, Leucócitos (glóbulos brancos), com funções de defesa (divididos em neutrófilos,
basófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos) e Plaquetas, restos de células com função de
participarem na coagulação

SIMAC 18
TECIDO MUSCULAR:

Este tipo de tecido é especializado na produção de um tipo de trabalho mecânico designado


contracção muscular. Para cumprirem esta função, as células constituintes têm uma característica
estrutural que as distinguem das dos outros tecidos: contêm proteínas filamentosas contrácteis
organizadas, nomeadamente actina (forma filamentos finos) e miosina (forma filamentos grossos).

Classificação

LISO (involuntário)

TECIDO MUSCULAR
CARDÍACO (involuntário)

ESTRIADO

ESQUELÉTICO (voluntário)

 TECIDO MUSCULAR LISO OU VISCERAL:

Característica histológica: não apresenta


estriação periódica nas suas células.
Característica funcional: é involuntário, isto é, a
sua contracção não ocorre sob o controlo da vontade sendo
a contracção desencadeada de duas formas:
espontaneamente (contracção miogénica) e por ordem do
sistema neurovegetativo (contracção neurogénica).
Localização: encontra-se na camada muscular dos
órgãos (pe: tubo digestivo, vias urinárias, aparelho genital).
Constituição: é constituído por células fusiformes
alongadas contendo no citoplasma miofilamentos em feixes
irregulares dispostos paralelamente ao grande eixo da
célula e ancorados à membrana celular.

 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO:

Característica histológica: as suas células apresentam estrias transversais periódicas.

SIMAC 19
 TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO:

Característica funcional: é involuntário, com


contracção miogénica e neurogénica.
Localização: parede do coração (constitui o miocárdio)
e base dos grandes vasos.
Constituição: células mononucleadas e alongadas, em
forma de cilindro bifurcado, unidas umas às outras por discos
intercalares (tipo de junção celular resistente) formando uma
rede tridimensional complexa; existe uma pequena
percentagem de células musculares no coração que não têm
função contráctil porque se especializaram na geração e
transmissão do impulso nervoso que controla a frequência
cardíaca, as quais constituem o aparelho cardionector.

 TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO:

Característica funcional: é voluntário, isto é, está sob o controlo da vontade, a qual actua no
córtex cerebral que, por meio do sistema nervoso periférico, comanda a sua contracção (embora
também tenha actividade reflexa, esta com influência central da medula espinhal); é importante ter em
conta que o nervo periférico, para além de ser a entidade que dá a ordem ao músculo para contrair,
também exerce uma função trófica sobre o músculo (na sua ausência ou lesão, o músculo atrofia e
degenera).
Localização: forma os músculos ligados ao esqueleto.
Constituição: é constituído por células gigantes cilíndricas paralelas denominadas fibras
musculares, com numerosos núcleos dispostos à periferia, encostados à membrana celular, a qual se
designa por sarcolema; ao citoplasma, dá-se o nome de sarcoplasma, no qual se encontram os
organelos habituais acompanhados de algumas estruturas características:
 miofibrilhas: unidades cilíndricas constituídas pela sobreposição e agregação
repetitiva de filamentos grossos e filamentos finos, que conferem estriação
longitudinal; as miofibrilhas são mantidas em posição por proteínas acessórias que
dividem as miofibrilhas em unidades funcionais denominadas sarcómeros, os quais
conferem estriação transversal;
 retículo sarcoplasmático: é o retículo endoplasmático liso arranjado em redes
+2
localizadas à volta e por entre as miofibrilhas; contem grandes quantidades de Ca ;
 túbulos T: são invaginações do sarcolema associadas ao retículo sarcoplasmático;
 mitocôndrias abundantes: necessárias para gerar a energia requerida pelo
processo da contracção muscular;
 grânulos de glicogénio numerosos: fonte de glicose, substracto necessário à
obtenção de energia.

SIMAC 20
TECIDO ÓSSEO

O que é?

É um tecido conjuntivo, estruturalmente caracterizado por uma matriz mineralizada, que lhe
confere rigidez, e funcionalmente caracterizado por ser altamente especializado –constitui os ossos do
esqueleto.

Funções:

 Suporte estrutural do organismo;


 Protecção de órgãos vitais (cérebro, coração e pulmões, espinal medula);
 Alojamento da medula óssea, que é o órgão responsável pela hematopoiese;
+2 -3
 Participação na homeostasia dos iões cálcio (Ca ) e fosfato (PO4 ).

Constituição:

NOTA:
O tecido ósseo é delimitado por dentro e por fora por tecido conjuntivo denso:
- por dentro, denomina-se endósteo (que separa a medula óssea do tecido ósseo);
- por fora, denomina-se periósteo (separa o tecido ósseo dos tecidos e órgãos vizinhos)

 CÉLULAS:

 Células osteoprogenitoras:
células indiferenciadas derivadas
de fibroblastos que constituem o
endósteo e a camada interior do
periósteo e que, mediante
estímulos apropriados, se
diferenciam em osteoblastos;
 Osteoblastos: células cubóides
com capacidade de síntese
(produzem o osteóide), localizadas
superficialmente;
 Osteócitos: são o resultado do
envelhecimento dos osteoblastos;
estão isolados no seio da matriz
mineralizada, ligados entre si e aos
osteoblastos por prolongamentos
citoplasmáticos, tendo a função de manter a matriz óssea (a morte dos osteócitos,
por exemplo por taumatismo com fractura, resulta em reabsorção da matriz);
 Osteoclastos: células grandes, derivadas de macrófagos, localizadas
superficialmente nas lacunas de Howship, responsáveis pela absorção do tecido
ósseo.

SIMAC 21
 MATRIZ:

 Osteóide: constitui a parte orgânica, correspondendo a 50 % do peso da matriz; é


formada por fibras de colagénio tipo I (é o tipo mais resistente) (95 %) e por pequena
quantidade de substância fundamental; é o colagénio tipo I que confere resistência ao
osso.
 Cristais de hidroxiapatite: constituem a parte inorgânica, correspondendo aos restantes
+2 -3
50 % do peso da matriz; são formados pelos iões Ca e PO4 ; são os cristais que
conferem rigidez ao osso.

Classificação:
 Macroscópica:

 Osso compacto: camadas densas de tecido ósseo que constituem a porção periférica
dos ossos;

 Osso esponjoso: rede de trabéculas (finas


espículas ligadas), com espaços entre as
mesmas preenchidos por medula óssea e
vasos sanguíneos, que constituem a porção Linha
interior dos ossos. epifisária

 Histológica: Osso esponjoso

 Osso imaturo, primário ou entrelaçado:


caracteriza-se pela organização irregular das
fibras de colagénio; durante o desenvolvimento
ósseo, é a primeira forma de osso, a qual é
depois substituída por osso lamelar; no adulto,
persiste nos seguintes locais
 suturas cranianas;
 alvéolos dentários;
 alguns pontos de inserção dos tendões.
Periósteo
 Osso maduro, secundário ou lamelar: é o
tipo de tecido ósseo de quase todos os ossos
do adulto; a sua principal característica é a
organização das fibras de colagénio em
lamelas que ou são paralelas umas às outras
ou se dispõem em camadas concêntricas em
torno de vasos, formando sistemas de Havers
Osso compacto
(é o que ocorre nas diáfises).
Osso
esponjoso
Linha
epifisária

SIMAC 22
NOTA – Tecido ósseo das diáfises:
Nas diáfises, as lamelas ósseas organizam-se em:
- Sistemas de Havers: cada sistema é um longo cilíndrico, por vezes bifurcado, ao longo do eixo da
diáfise, formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas; o canal presente no centro do cilindro – canal
de Havers – contem vasos, nervos e tecido conjuntivo laxo; os canais de Havers comunicam entre si,
com a cavidade medular e com a superfície exterior do osso através de canais transversais ou oblíquos
que também transportam vasos e nervos – canais de Volkmann; estes diferem dos canais de Havers
pela orientação e por não apresentarem lamelas concêntricas, atravessando-as;
- Sistema circunferencial interno: faixa de lamelas ósseas paralelas que envolve o canal medular;
- Sistema circunferencial externo: faixa de lamelas ósseas paralelas na porção mais exterior do osso,
próxima do periósteo;
- Sistemas intermediários: grupos irregulares de lamelas curtas e paralelas, geralmente de forma
triangular localizados entre os vários sistemas de Havers.

NOTA:
O tecido ósseo é vascularizado, enquanto que o tecido cartilegíneo não é
vascularizado.

SIMAC 23
Tecido Nervoso

A complexidade e variedade das funções de controlo desempenhadas pelo Sistema Nervoso


levou a que se desenvolvessem formas de tecido particulares, com uma organização histológica própria
e um tipo de célula especialmente diferenciada para a transmissão de impulsos electroquímicos: o
neurónio.

Neurónios

O tecido nervoso tem a finalidade de colectar, organizar e produzir informação, sob a forma de
impulsos electroquímicos. E de transmiti-la a todas as células do corpo, de forma a controlar e integrar o
seu funcionamento.

Para tal, as células suas constituintes – neurónios – adquiriram um alto grau de diferenciação
morfológica e fisiológica, ao ponto em que a célula madura perde a capacidade de se dividir, sendo o
stock de neurónios de um indivíduo determinado muito precocemente na sua vida.

O neurónio recebe, trata as informações e emite um sinal que conduz e transmite a outro
neurónio. Cada neurónio é único, sendo diferente do seu vizinho e insubstituível; a sua originalidade é
devida à posição que ocupa dentro da cadeia nervosa e às conexões que tem estabelecidas. Existem
vários tipos subespecializados de neurónio, com localizações e funções particulares, dispersos por todo
o Sistema Nervoso.

Cada célula é composta por um corpo celular, contendo um núcleo único, e envolvido por uma
membrana celular, o substrato da transmissão eléctrica do impulso nervoso. A partir do corpo estendem-
se prolongamentos de dois tipos básicos:

 Dendrites, formam uma rede, ou árvore, bastante complexa, são curtas e responsáveis
pela transmissão do impulso nervoso em direcção ao corpo celular; a sua
distribuição espacial define, por isso, o campo das influências ou a zona
receptora de um neurónio;

 Axónio, um longo e único prolongamento, capaz de se ramificar ou emitir colaterais.


Nasce de uma porção do corpo do neurónio, o cone de implantação, onde
se gera o impulso nervoso; o axónio transmite esse impulso para longe
do corpo celular, em direcção a outros neurónios ou a células efectoras
(desencadeadoras de uma acção especifica).

 Teledendrites, ramificações terminais de um axónio que se vão ligar ás dendrites de


outro axónio, passando o impulso nesse mesmo sentido.

SIMAC 24
PELE E ANEXOS

A pele recobre a superfície do corpo e apresenta-se constituída por uma porção epitelial, a
epiderme, e uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo, em continuidade com a derme está a hipoderme,
que não faz parte da pele, servindo-lhe apenas de suporte e união com os órgãos subjacentes. É um dos
maiores órgãos, atingindo cerca de 16% do peso corporal.

Apresenta múltiplas funções, como, proteger o organismo contra a perda de água por
evaporação e contra o atrito. Por outro lado, através das terminações nervosas, recebe estímulos do
ambiente; por meio dos seus vasos, glândulas e tecido adiposo, colabora na termorregulação do
corpo. Suas glândulas sudoríparas participam na excreção de várias substâncias. Um pigmento que é
produzido e acumulado na epiderme, a melanina, tem função protectora contra os raios ultra-
violetas.

Epiderme

Constituída essencialmente por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. A estrutura


e espessura da epiderme variam com o local estudado, sendo mais espessa na mão e no pé. Vista da
derme para a superfície, apresenta as seguintes camadas:

 camada basal – constituída por células cuboides repousando sobre uma lâmina basal,
que a separa da derme, também denominada de camada germinativa, pois é
responsável pela renovação da epiderme.

SIMAC 25
 camada espinhosa – constituída por células cuboidais ligeiramente achatadas, células
estas que apresentam um aspecto espinhoso. Esta camada é responsável pela coesão
das células da epiderme, protegendo-a do atrito.

 camada granulosa – presença de células nitidamente achatadas, no citoplasma da qual


se pode observar grânulos de querato-hialina. Para além da produção desta substância,
estas células também produzem uma substância intercelular que veda esta camada de
células, impedindo a passagem de compostos entre elas.

 camada lúcida – constituída por uma delgada camada de células achatadas cujos
núcleos desapareceram.

 camada córnea – espessura variável e é constituída por células achatadas, mortas e


sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se cheio de substância córnea,
chamada queratina.

Durante o processo de queratinização, observa-se da base para a superfície, um acumulo


gradual de fibrilas citoplasmáticas e de uma substância amorfa. Vai-se dando também a síntese de
queratina, que enche o citoplasma das células na camada córnea.
Canal da glândula sudorípara

Camada córnea

Camada translúcida
Camada granulosa
Camada espinhosa
Camada basal
Derme

Papila
Derme

É o tecido conjuntivo sobre o qual se apoia a epiderme, comunicando-a com a hipoderme. Sua
superfície externa é extremamente irregular, observando-se saliências que acompanham as reentrâncias
correspondentes da epiderme. A essas saliências deu-se o nome de papilas dérmicas, papilas estas que
dão maior resistência à pele. Papila

Epiderme

Camada papilar da derme


DP – derme papilar
DR – derme reticular
VS – vasos sanguíneos

Camada reticular da derme

SIMAC 26
Hipoderme

É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos
subjacentes. É constituída predominantemente por tecido adiposo.

Pelos

Apresentam-se como delgadas estruturas queratinizadas, que se desenvolvem a partir de


invaginações da epiderme. São estruturas que crescem descontinuamente, intercalando fases de
repouso com fases de crescimento. Cada pelo origina-se de uma invaginação da epiderme, o folículo
piloso, que no pelo em fase de crescimento, se apresenta como uma dilatação, o bulbo piloso, em cujo o
centro se observa uma papila dérmica. As células que recobrem a papila formam a raiz do pelo, de onde
emerge o eixo do pelo. Na fase de crescimento, as células da raiz multiplicam-se e diferenciam-se em
vários tipos celulares:

 as células centrais da raiz diferenciam-se em células grandes que formam a medula do


pelo.

 ao redor da medula, formam células mais queratinizadas, que formam o córtex do pelo.

 de células mais periféricas forma-se a cutícula do pelo.

 finalmente de células epiteliais mais periféricas, originam-se duas bainhas epiteliais


(uma interna e outra externa), que envolvem o pelo na sua porção inicial.

SIMAC 27
Observam-se na derme feixes de músculo liso, associados ao pelo, denominando-se músculo
erector do pelo.

Unhas

São placas córneas que se dispõem na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos. A
superfície da falange, que é recoberta pela unha, recebe o nome de leito ungueal.

Glândulas da Pele

Glândulas sebáceas – Situam-se na derme e os seus ductos geralmente desembocam na


porção terminal dos folículos pilosos. São glandulares alveolares, onde geralmente são observados
vários alvéolos desembocando num ducto curto.

Glândulas sudoríferas – São glândulas tubulosas simples, enoveladas.

SIMAC 28
O suor secretado por essas glândulas é um líquido, extremamente fluido, com poucas proteínas
mas rico em sódio, potássio, ureia, ácido úrico entre outras substâncias.

Vasos e Nervos da Pele

Os vasos sanguíneos só chegam até a derme, não penetrando na epiderme. Os vasos linfáticos
à semelhança com os anteriores também não penetram na epiderme.

Uma das funções da pele é receber sensações do meio ambiente, e portanto encontra-se
altamente inervada. As terminações nervosas sensitivas encontram-se na hipoderme e na derme.

SIMAC 29
MÚSCULO

Este capítulo diz respeito ao músculo enquanto entidade formada por tecido muscular estriado
esquelético organizado.

Função:

 Produção de movimento (nomeadamente os músculos dos membros);


 Suporte (nomeadamente os músculos abdominais, que suportam as vísceras);
 Regulação da temperatura corporal (a contracção muscular produz calor).

Constituição:

O músculo é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo denso denominada aponevrose ou
epimísio.
Se seccionarmos transversalmente um músculo, observamos que este se subdivide em
conjuntos de unidades de diâmetro sucessivamente menor.
A figura seguinte apresenta vários níveis de observação de um músculo.

 1º NÍVEL:
O músculo está organizado em fascículos, cada um dos quais envolvido por uma
bainha de tecido conjuntivo denso denominada perimísio.

 2º NÍVEL:
Cada fascículo é constituído por fibras musculares, cada uma envolvida por sarcolema,
rodeado exteriormente por uma membrana basal denominada lâmina externa; entre o
sarcolema e a lâmina externa existe uma população de células indiferenciadas

SIMAC 30
precursoras de fibras musculares, que se chamam células satélite – são elas que
justificam o facto do tecido muscular estriado esquelético ser regenerável.

 3º NÍVEL:
Cada fibra muscular é constituída por cerca de 1000 a 2000 miofibrilhas estriadas
transversalmente, à volta das quais existem vesículas do retículo sarcoplasmático e
túbulos T.

 4º NÍVEL:
Cada miofibrilha é constituída por miofilamentos de dois tipos:

 Filamentos finos: formados principalmente por actina (dupla hélice) mas também
por outras duas proteínas muito importantes para a contracção, que são a
tropomiosina (dupla hélice que se enrola em torno da actina, tapando os seus sítios
activos, isto é, os sítios de ligação à miosina) e a troponina (forma um complexo
constituído por 3 unidades – a troponina T, que se liga à tropomiosina nos locais em
que esta cobre a actina; a troponina I, que se liga à actina; e a troponina C, que se
+2
liga ao Ca );

 Filamentos grossos: formados por miosina (proteína constituída por duas cadeias
helicoidais, cada uma terminando numa cabeça voltada para a periferia a qual se liga
aos sítios activos da actina).

SIMAC 31
Os miofilamentos estão organizados em compartimentos denominados sarcómeros, os quais
constituem a UNIDADE FUNCIONAL do músculo estriado. Cada sarcómero é delimitado por duas
linhas Z. As faixas claras são constituídas por filamentos finos e designadas por bandas I; as faixas
escuras, denominadas bandas A, são constituídas por filamentos grossos e finos, excepto na zona
central, menos escura por ser apenas formada por filamentos grossos, designada por banda H.

Nesta fase, torna-se necessário relembrar


que o retículo sarcoplasmático está arranjado sob a
forma de rede à volta e por entre as miofibrilhas,
rodeando as bandas A e I; na junção destas duas,
cada rede forma um canal mais regular chamado
cisterna ou sáculo terminal. Os túbulos T situam-
se entre cisternas terminais adjacentes, sendo o
conjunto destas duas e de um túbulo T denominado
tríade de membranas.

Fisiologia da contracção muscular:

Como já foi referido, a contracção muscular é voluntária. Depende da inervação por neurónios
motores do sistema nervoso periférico derivados da medula espinhal e do tronco cerebral. A terminação
de cada axónio ramifica-se, dirigindo-se cada ramificação para a superfície de uma fibra muscular.

A placa motora é a sinapse entre a terminação axonal e o sarcolema. Neste ponto, o sarcolema
apresenta numerosas pregas com receptores específicos; o citoplasma adjacente contem numerosas
mitocôndrias, RER, ribossomas e glicogénio, para síntese dos receptores e da enzima
acetilcolinesterase. Por sua vez, a terminação axonal contem numerosas mitocôndrias e vesículas com
acetilcolina (neurotransmissor que actua nos receptores do sarcolema). O fenómeno desencadeante é a
libertação da acetilcolina (Ach) pelo axónio, a qual actua nos receptores do sarcolema e promove a
despolarização com geração de um potencial de acção na fibra muscular; a Ach é então inactivada por
acção da acetilcolinesterase. O potencial de acção propaga-se pela membrana, nomeadamente pelos
+2
túbulos T, o que constitui um sinal para a libertação do Ca , localizado no retículo sarcoplasmático
(adjacente aos túbulos T), para o citoplasma.

SIMAC 32
No músculo em repouso, o ADP e um fosfato inorgânico (Pi) (resultantes da degradação de
uma molécula de ATP) mantêm-se ligados à ATPase (enzima que degrada o ATP) da cabeça de
+2
miosina. No músculo em contracção, o Ca libertado para o citoplasma liga-se à troponina C, o que
provoca uma alteração da configuração das subunidades da troponina e consequente deslocação da
tropomiosina. Este fenómeno expõe o sítio activo da actina, pelo que a miosina se liga à actina, o que
promove a libertação de ADP e Pi e a transformação da energia de ligação do Pi (energia química) em
energia mecânica.

É a produção desta que permite o deslizamento dos filamentos de actina sob a acção da cabeça
da miosina. Este movimento expõe o local de ligação ao ATP da cabeça da miosina, havendo ligação de
uma molécula de ATP e, consequentemente, libertação do filamento de actina – o músculo volta
imediatamente ao estado de repouso.

O mecanismo contráctil é
assim explicado pelo modelo dos
filamentos deslizantes que explica a
contracção pelo deslizamento dos
filamentos finos sobre os grossos,
havendo encurtamento das bandas I
e H com manutenção do tamanho
das bandas A.

SIMAC 33
A partir do momento que há um impulso nervoso contínuo, a contracção mantém-se pela
repetição de ciclos músculo em repouso-músculo em contracção-músculo em repouso, enquanto houver:

+2
 Ca - necessário para:
 exposição do sítio activo da actina;
 activação da ATPase da membrana do retículo sarcoplasmático, a qual permite
+2
o transporte activo do Ca para as cisternas.

 ATP – necessário para:


 fornecimento de energia química, transformada depois em mecânica;
 transporte activo do Ca+2 para o retículo;
 libertação dos filamentos de actina da cabeça de miosina.

Desta forma, na falta de ATP ou de Ca+2, o Ca+2 não retorna ao retículo sarcoplasmático,
mantendo-se no citoplasma, o que impede o relaxamento muscular; em resultado, ocorre contracção
mantida, à qual se dá o nome de cãibra.

SIMAC 34
INTRODUÇÃO À OSTEOLOGIA:

O que é o esqueleto humano?

É um conjunto de ossos colocados nas suas respectivas posições, os quais contactam entre si
por articulações.

Qual é a constituição do esqueleto?

O eixo do esqueleto é constituído pela coluna vertebral, constituída pelas vértebras.

Superiormente, a coluna articula-se com a cabeça óssea, a qual é constituída por uma porção
póstero-superior, o crânio, e por uma porção anterior, a face. No pescoço encontra-se um osso não
articulado, suspenso por ligamentos, denominado hióide.

Da porção média da coluna vertebral, destacam-se uma série de ossos, pares e simétricos, as
costelas que se articulam anteriormente, por intermédio das cartilagens costais, com o esterno. O
esterno, as costelas e a porção dorsal da coluna vertebral constituem a caixa torácica.

A porção superior do tórax apresenta dois ossos, a clavícula e a omoplata, formando ambos a
espádua ou cintura escapular, da qual se destaca um conjunto de ossos que se articulam entre si para
constituir o membro superior, formado pelo braço, antebraço e mão.

Da porção inferior da coluna vertebral, destacam-se os ilíacos ou ossos coxais que, para além
de se articularem com a coluna, também se articulam entre si. Este conjunto constitui a cintura pélvica,
donde se destaca um conjunto de ossos articulados entre si para formar o membro inferior, constituído
pela anca, coxa, perna e pé.

Em termos numéricos, o esqueleto humano é formado por 207 ou 208 ossos:

 CABEÇA: 22
 Crânio: 8
 Face: 14

 PESCOÇO: 1

SIMAC 35
 TRONCO: 58 ou 59
 Coluna vertebral: - Porção cervical: 7
- Porção dorsal: 12
- Porção lombar: 5
- Porção sacro-coccígea→ - Sacro: 5
- Cóccix: 4 ou 5
 Caixa torácica: - Costelas: 24
- Esterno: 1

 MEMBRO SUPERIOR: 64
 Espádua: - Clavícula: 2  MEMBRO INFERIOR: 62
- Omoplata: 2  Anca: - Ilíaco: 2
 Braço: - Úmero: 2  Coxa: - Fémur: 2
 Antebraço: - Cúbito: 2 - Rótula: 2
- Rádio: 2  Perna: - Tíbia: 2
 Mão: 54 - Peróneo: 2
 Pé: 52

SIMAC 36
Quais são as funções do esqueleto humano?

 Proteger (nomeadamente, a coluna vertebral protege a medula espinhal, o crânio


protege o encéfalo e a caixa torácica protege os pulmões e o coração);
 Sustentar;
 Dar forma;
 Alojar a medula óssea (substância que existe no interior dos ossos, por entre as
trabéculas, com função de hematopoiese – produção de células sanguíneas; nos ossos
longos, contem poucas células e mais tecido adiposo e designa-se de medula óssea
amarela ao passo que nos ossos chatos e curtos contem mais células, denominando-se
neste caso medula óssea vermelha).

Como se descreve um osso?

1. Nome

2. Localização: por exemplo, o fémur localiza-se na coxa

3. Classificação:

 De acordo com a forma:


 Ossos longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura;
apresentam um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises (pe: úmero);
 Ossos curtos: o comprimento, a largura e a espessura são semelhantes (pe:
ossos do carpo);
 Ossos chatos: o comprimento e a largura predominam sobre a espessura (pe:
rótula).

 De acordo com o número:


 Ossos pares: existem 2 de cada no corpo (pe: rádio);
 Ossos ímpares: existe um de cada no corpo (pe: esterno).

4. Orientação:

Fazer a orientação de um osso é definir qual é a sua posição no esqueleto. Como tal, para não
haver enganos, a descrição dos ossos faz-se sempre em relação à mesma posição do corpo humano – a
posição anátomo-descritiva (indivíduo de frente para o observador, de pé (posição ortostática), direito,
com os calcanhares unidos, os membros superiores pendentes ao longo do corpo, com a palma da mão
virada para diante (supinação) e os dedos estendidos e unidos). Nesta posição, o indivíduo considera-se
atravessado por 3 planos:

SIMAC 37
 Plano sagital: plano vertical que atravessa a coluna vertebral, dividindo o corpo humano em
lado direito e esquerdo; os planos parasagitais são planos paralelos ao plano sagital, dividindo
as estruturas em porção interna (próxima da linha média) e porção externa (afastada da linha
média);

 Plano frontal ou coronal: plano vertical que passa no promontório e divide o corpo em metade
anterior e metade posterior; os planos parafrontais são planos paralelos ao plano frontal,
dividindo as estruturas em porção anterior e porção posterior;

 Plano horizontal ou transversal: plano paralelo ao chão que passa ao nível da base do sacro e
divide o corpo em metade superior e metade inferior; os planos para-horizontais são planos
paralelos ao plano horizontal, dividindo as estruturas em porção superior e porção inferior.

Plano horizontal
Plano sagital Plano frontal

Para orientar um osso, deve recorrer-se aos 3 planos de forma a definir a posição relativa de 3
estruturas desse osso: uma anterior ou posterior, outra superior ou inferior e outra interna ou externa.
Desta forma é possível definir a posição relativa do osso no esqueleto.

Existem termos que são utilizados em situações específicas:


 Na descrição de estruturas dos membros:
 Estruturas proximais: estruturas próximas da raiz;
 Estruturas distais: estruturas afastadas da raiz.
 Na descrição de estruturas em relação com cavidades:
 Interior: estrutura localizada dentro de uma cavidade;
 Exterior: estrutura localizada fora de uma cavidade.

SIMAC 38
5. Conexões: ossos com os quais o osso descrito se articula.

6. Descrição:

Um osso deve ser descrito de forma sistematizada. Se o osso se dividir em segmentos


diferentes, devem descrever-se os segmentos em separado (por exemplo, no caso de ossos longos,
a diáfise e cada epífise devem ser descritas isoladamente). Se o osso tem uma forma particular, esta
deve ser referida e a descrição baseada nesta (por exemplo, um osso com uma forma quadrilátera
deve ser descrito começando pelas duas faces, continuando pelos 4 bordos e acabando nos 4
ângulos).
Na descrição de um osso enumeram-se também os acidentes do relevo do osso.

ACIDENTES NO RELEVO DOS OSSOS:

 Apófises (saliências na superfície óssea):


 Articulares (correspondem às cavidades articulares);
 Não articulares (dão inserção a ligamentos e tendões) – pela sua forma, podem
denominar-se bossas, tuberosidades ou protuberâncias, espinhas, linhas,
cristas e eminências mamilares.

 Cavidades (profundidades na superfície óssea):


 Articulares (correspondem às apófises articulares);
 Não articulares: - de inserção (dão inserção a ligamentos e tendões);
- de recepção (se alojam tendões, vasos e nervos, denominam-se
goteiras ou sulcos; se alojam órgãos, denominam-se fossas);
- de ampliação (dispõem-se à volta das fossas nasais,
denominando-se seios (pe: seio maxilar) e células (pe: células
etmoidais).

 Buracos e canais:
 De transmissão (dão passagem a nervos, vasos e outras estruturas que se limitam a
atravessar os ossos) – de acordo com a forma, denominam-se hiatos, cisuras ou
fendas; os buracos de forma irregular denominam-se buracos láceros;
 Nutritivos (dão passagem a vasos que asseguram a nutrição dos ossos).

 Chanfraduras (reentrâncias num bordo da superfície óssea).

SIMAC 39
OSSOS DA CABEÇA:

O esqueleto da cabeça compreende duas partes:


 Caixa craniana ou crânio: contem o encéfalo;
 Face: apresenta o aparelho mastigador e delimita, juntamente com a base do crânio, várias
cavidades que contêm 4 dos 5 órgãos dos sentidos (olhos, nariz, ouvidos e boca).

CRÂNIO:

O crânio é uma caixa óssea que se divide em duas porções: uma superior denominada abóbada
craniana e uma inferior designada base do crânio.

É constituído por 8 ossos, sendo 2 pares (parietal e temporal) e 4 ímpares (frontal, etmóide,
esfenóide e occipital). Entre os ossos do crânio encontram-se pequenos ossos supranumerários
denominados ossos wormianos.

SIMAC 40
NOTA: Fontanelas
As fontanelas são áreas membranosas da abóboda
craniana, existentes no recém-nascido, que se encontram no ponto
de junção de vários ossos. São 2 as fontanelas mais importantes: a
grande fontanela ou fontanela bregmática (em forma de
losango, situada entre o frontal, ainda separado, e os 2 parietais) e
a pequena fontanela ou fontanela lambdática (triangular, situada
entre o occipital e os dois parietais). Entretanto, a ossificação (que
se faz do centro para a periferia de cada osso) atinge os limites
dos ossos e as fontanelas encerram.

FACE:

Localiza-se adiante e por baixo da base do crânio. É constituída por 14 ossos, sendo 2 ímpares
(vómer e maxilar inferior) e 6 pares (maxilar superior, unguis ou osso lacrimal, osso próprio do
nariz ou nasal, corneto inferior, palatino e malar).

OSSO DO PESCOÇO:

HIÓIDE

O hióide é o único osso do pescoço. É constituído por um corpo e 4 cornos dirigidos para cima
encontrando-se suspenso por músculos e ligamentos. Não se articula com nenhum outro osso.

SIMAC 41
TÓRAX

O esqueleto do tórax ou caixa torácica é formado pelas vértebras dorsais, costelas,


cartilagens costais e esterno. O espaço delimitado pela caixa torácica é a cavidade torácica onde se
encontram por exemplo os pulmões, coração e porção do esófago.

SIMAC 42
ESTERNO

1. Nome: esterno

2. Classificação: osso ímpar e mediano achatado e alongado.

3. Orientação: a porção mais volumosa do osso é superior e a face côncava posterior.

4. Conexões: articula-se com as cartilagens costais e clavículas.

5. Descrição:

O esterno com pode ser dividido em três segmentos: o segmento superior ou punho ou
manúbrio esternal; o segmento médio ou corpo; e o segmento inferior ou apêndice xifoideu. A
face anterior relaciona-se com a pele. Na transição do punho para o corpo encontra-se a crista
manúbrio-esternal e na transição do corpo para o apêndice xifoideu encontra-se a crista xifo-esternal.
A face posterior relaciona-se com as estruturas intratorácicas. A extremidade superior apresenta na
sua porção mediana a fúrcula esternal e para fora desta duas facetas articulares para a clavícula. Os
bordos laterais apresentam as chanfraduras articulares, em número de sete, para as cartilagens
costais.

SIMAC 43
COSTELAS:

Os 12 pares de costelas classificam-se de acordo com a sua aderência ao esterno. As 7


primeiras costelas por serem aderentes ao esterno classificam-se como costelas verdadeiras ou
esternais. As restantes classificam-se como costelas falsas ou asternais. Este grupo subdivide-se
ainda em costelas aderentes (da oitava à décima costela) e costelas flutuantes (a XI e a XII costela)

Costela em geral:

1. Nome: costelas

2. Classificação: osso par, longo.

3. Orientação: A extremidade mais volumosa é posterior, a concavidade é interna e dos bordos


o que apresenta uma goteira é inferior.

4. Conexões: articula-se com duas vértebras e com a cartilagem costal respectiva.

5. Descrição:

EPÍFISE ANTERIOR:

A extremidade anterior articula-se com a cartilagem costal;

CORPO:

O corpo apresenta uma face externa relacionada com a pele e uma interna relacionada com a
pleura (membrana que reveste o pulmão), o bordo inferior apresenta a goteira costal por onde passa o
feixe vasculo-nervoso costal;

EPÍFISE POSTERIOR:

Na extremidade posterior encontra-se a cabeça da costela, constituída por duas facetas


articulares que se articulam com as hemifacetas vertebrais, apresenta também a tuberosidade que se
articula com a apófise transversa das vértebras, por intermédio de uma faceta articular. O colo separa a
cabeça da tuberosidade.

SIMAC 44
NOTA: aspectos funcionais do tórax.

A caixa torácica apresenta movimento quer na inspiração, quer na expiração. Quando se inspira
as costelas elevam-se e deslocam-se para diante e para fora, o que permite aumentar o volume intra
torácico. Na expiração as costelas descrevem o movimento reverso o que faz com que o volume intra
torácico diminuía.

SIMAC 45
COLUNA VERTEBRAL OU RÁQUIS:

Encontra-se situada na região posterior e mediana do tronco, sendo dividida em quatro


segmentos: cervical, torácico, lombar e sacro-coccígeo. É formada por 33 ou 34 vértebras, sendo 7
cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sagradas e 4 ou 5 coccígeas, que se sobrepõem umas às outras
formando uma coluna. As vértebras sagradas assim como as coccígeas encontram-se soldadas entre si
formando por isso blocos ósseos, o sacro e o cóccix, respectivamente.

A coluna apresenta curvaturas no plano sagital: a curvatura cervical é convexa para diante, a
curvatura torácica côncava para diante, a curvatura lombar côncava para trás e a curvatura sacro-
coccígea côncava para diante. Apresenta também curvaturas no plano frontal, mas pouco
acentuadas.

SIMAC 46
VÉRTEBRAS

As vértebras constituem a unidade básica estrutural da coluna vertebral. Apesar de diferentes


entre si, apresentam características semelhantes que permitem descrever uma vértebra tipo.

Vértebra tipo

1. Nome: vértebra

2. Classificação: osso irregular, impar e mediano.

3. Orientação: A porção mais volumosa e cilindróide da vértebra é anterior, a apófise na face


oposta dirige-se para baixo e para trás.

4. Conexões: dependem da vértebra. O atlas ou 1ª vértebra cervical articula-se com o occipital,


as vértebras torácicas com as costelas, o sacro com os ilíacos e todas com as vértebras adjacentes.

5. Descrição:

Todas as vértebras apresentam o corpo, o buraco ou foramen vertebral, a apófise espinhosa,


as apófises transversas, as apófises articulares, as lâminas e os pedículos. O conjunto de todas as
apófises, lâminas e pedículos, constitui o arco vertebral. A sobreposição dos buracos vertebrais forma o
canal raquidiano.

A porção em forma de segmento de cilindróide é o corpo. O buraco vertebral situa-se entre o


corpo e o arco vertebral. A apófise espinhosa tem a forma de uma espinha, é impar e mediana e tem a
localização mais posterior. As apófises transversas em número de duas, dirigem-se transversalmente
para fora. As apófises articulares em número de 4, sendo duas superiores e duas inferiores implantam-
se no ponto de união dos pedículos e das lâminas. As lâminas em número de 2 têm uma forma
quadrilátera e estendem-se desde a apófise espinhosa às apófises articulares. Os pedículos são duas
lâminas que unem o corpo às apófises articulares. Cada pedículo apresenta em cada bordo uma
chanfradura que constitui com a chanfradura da lâmina da vértebra adjacente o buraco de
conjugação.

SIMAC 47
Características próprias das vértebras de cada região

 Vértebras cervicais:
São 7 e representam-se de C1 a C7.
O corpo apresenta nas extremidades laterais da face superior as apófises semilunares e na
face inferior as chanfraduras semilunares.
A apófise espinhosa bifurca-se em dois tubérculos.
A apófise transversa apresenta o buraco transversário para a artéria vertebral.

 Vértebras dorsais:
São 12 e representam-se de T1 a T12 ou D1 a D12.
O corpo apresenta 4 hemifacetas articulares para as costelas.
A apófise espinhosa é fortemente inclinada para baixo.
As apófises transversas apresentam na sua face anterior uma faceta articular para a
tuberosidade da costela.

 Vértebras lombares:
São 5 e identificam-se de L1 a L5.
O corpo é em forma de rim e volumoso.
A apófise espinhosa é rectangular, espessa e disposta horizontalmente.

SIMAC 48
Sacro

1. Nome: sacro

2. Classificação: osso ímpar e relativamente achatado.

3. Orientação: a porção mais espessa do osso é superior e a face côncava anterior.

4. Conexões: articula-se com a L5 o cóccix e os ilíacos.

5. Descrição:

O sacro é formado pelas 5 vértebras sagradas que se encontram soldadas entre si. Apresenta a
forma de uma pirâmide quadrangular e forma com a L5 um ângulo, o promontório.

Face anterior: é formada pelos corpos das 5 vértebras sagradas, que se encontram separados
pelas linhas transversais que terminam externamente nos buracos sagrados anteriores, que dão
passagem aos ramos anteriores dos nervos sagrados. Para fora dos buracos encontram-se as goteiras
transversais.

Face posterior: apresenta na linha mediana a crista sagrada, e de dentro para fora, a goteira
sagrada, os tubérculos sagrados póstero-internos, os buracos sagrados posteriores e os tubérculos
sagrados pósteros-externos.

Faces laterais: encontra-se em cima a faceta auricular do sacro que se articula com a faceta
auricular do ilíaco.

SIMAC 49
Base: indo de diante para trás e na linha mediana apresenta uma faceta articular para o corpo da
L5, o oríficio superior do canal sagrado, e o inicio da crista sagrada. Para fora encontram-se as asas do
sacro e as apófises articulares do sacro que se articulam com as apófises articulares inferiores da L5.

Vértice: apresenta uma faceta articular para o cóccix e o orifício inferior do canal sagrado.

SIMAC 50
OSSOS DO MEMBRO INFERIOR:

O membro inferior é formado por 4 segmentos: anca, coxa, perna e pé.

ANCA:

A anca une o membro inferior ao tronco. Contém um osso, denominado osso coxal ou ilíaco.

ILÍACO:

1. Nome: ilíaco ou osso coxal.

2. Localização: anca.

3. Classificação: osso chato e par.

4. Orientação:
 A cavidade articular é externa;
 A maior chanfradura existente no rebordo desta cavidade é inferior;
 O maior ressalto que limita esta chanfradura é posterior.
Outro exemplo:
 A cavidade articular é externa;
 O maior buraco que existe no osso é inferior;
 Das duas tuberosidades que limitam esse buraco, a mais afilada é anterior.

5. Conexões:
 Sacro (atrás);
 Ilíaco contralateral (adiante);
 Fémur (por fora).

6. Descrição:

O ilíaco é constituído por 3 segmentos:


 Segmento superior ou ilion;
 Segmento médio, que apresenta a cavidade articular denominada cavidade
cotiloideia ou acetábulo;
 Segmento inferior, que apresenta na porção média o buraco obturado ou isquio-
púbico, cuja metade anterior se designa por púbis e a posterior por isquion.

SIMAC 51
O púbis contem 3 porções:
 o corpo;
 o ramo superior ou horizontal (une o corpo ao acetábulo);
 o ramo inferior ou descendente (une o corpo ao ramo ascendente do isquion).

O isquion contem igualmente 3 porções:


 o corpo;
 o ramo descendente (une o corpo ao acetábulo);
 o ramo ascendente (une o corpo ao ramo descendente do púbis).

O ilíaco tem um contorno irregularmente quadrilátero, podendo descrever-se 2 faces, 4 bordos e


4 ângulos:

2 FACES:

 Face externa: apresenta na porção média a cavidade cotiloideia ou acetábulo, por cima
da qual se encontra a fossa ilíaca externa (superfície que dá inserção a músculos) e por
baixo da qual se encontra o buraco isquio-púbico ou obturado (preenchido pela
membrana obturadora); a cavidade cotiloideia articula-se com a cabeça do fémur, sendo
circunscrita pelo rebordo cotiloideu que apresenta 3 chanfraduras, uma posterior ou ilio-
isquíática, uma anterior ou ilio-púbica e uma inferior ou isquio-púbica (é a mais acentuada
das 3); esta cavidade é constituída por 2 porções, o fundo da cavidade, o qual é não
articular, e o crescente periférico, articular, cujas duas extremidades limitam a chanfradura
isquio-púbica.

SIMAC 52
 Face interna: é dividida pela linha inominada ou crista do estreito superior em duas
porções, uma superior que constitui a fossa ilíaca interna (onde se insere o músculo ilíaco)
e uma inferior formada por uma superfície irregular que apresenta, de cima para baixo – a
tuberosidade ilíaca, a faceta auricular do ilíaco (articula-se com uma faceta homónima do
sacro), uma superfície plana e quadrilátera que corresponde à face interna do acetábulo e o
buraco obturado.

4 BORDOS:
 Bordo anterior: apresenta, de cima para baixo – espinha ilíaca ântero-superior,
chanfradura fémuro-cutânea, espinha ilíaca ântero-inferior, chanfradura do psoas-
ilíaco, eminência ílio-pectínea, superfície pectínea, crista pectínea e espinha do púbis.

 Bordo superior: também denominado crista ilíaca, apresenta forma de S itálico e serve de
inserção a vários músculos.

 Bordo posterior: apresenta, de cima para baixo – espinha ilíaca póstero-superior,


chanfradura inominada, espinha ilíaca póstero-inferior, grande chanfradura ciática,
espinha ciática e pequena chanfradura ciática.

 Bordo inferior: é constituído pelas seguintes estruturas, de trás para diante – ramo
ascendente do isquion, ramo descendente do púbis e faceta púbica (é uma faceta
articular para a homónima contralateral, formando a sínfise púbica).

SIMAC 53
4 ÂNGULOS:
 Ângulo póstero-superior;

 Ângulo póstero-inferior (ou tuberosidade isquiática);

 Ângulo ântero-inferior (forma o ângulo do púbis);

 Ângulo ântero-superior.

NOTA: bacia óssea ou pelve


É uma formação anatómica importante e necessária ao mecanismo do parto, constituída por
ambos os ilíacos, pelo sacro e cóccix e pelas articulações e ligamentos que unem estes ossos entre si.
Apresenta uma superfície exterior e uma interior. A superfície interior é dividida em duas
porções pelo estreito superior da bacia (de trás para diante, é constituído pelo promontório, bordo
anterior das asas do sacro, linha inominada do ilíaco, crista pectínea, espinha do púbis e bordo superior
da sínfise púbica): a porção superior denomina-se grande bacia ou pelve falsa e a porção inferior
denomina-se pequena bacia, escavação pélvica ou pelve verdadeira. À circunferência inferior da
bacia, que delimita inferiormente a pelve verdadeira, dá-se o nome de estreito inferior da bacia (de trás
para diante, é constituído pelo vértice do cóccix, isquion e porção inferior da sínfise púbica).

SIMAC 54
COXA:

A coxa é constituída por um osso – o fémur. Nesta secção descrevemos também um osso anexo
ao tendão terminal do músculo quadricípete crural que se localiza na face anterior do joelho.

FÉMUR:

1. Nome: fémur.

2. Localização: coxa.

3. Classificação: osso longo e par.

4. Orientação:
 A epífise com uma superfície articular em forma de cabeça é superior;
 A cabeça articular é interna;
 Das duas tuberosidades existentes na epífise superior, a maior é anterior.
Outro exemplo:
 O bordo mais espesso da diáfise é posterior;
 A epífise com uma superfície articular em forma de cabeça é superior;
 A cabeça articular é interna.

5. Conexões:
 Ilíaco (em cima e por dentro);
 Tíbia (por baixo);
 Rótula (em baixo e adiante).

6. Descrição:

EPÍFISE SUPERIOR:

Internamente, apresenta uma eminência articular em forma de cabeça denominada cabeça do


fémur, que se articula com a cavidade cotiloideia do ilíaco, a qual apresenta, por baixo e atrás da sua
porção central, a fosseta do ligamento redondo. A epífise superior apresenta outras duas saliências,
duas tuberosidades não articulares, denominadas grande trocânter e pequeno trocânter. O grande
trocânter encontra-se externamente à cabeça do fémur e dá inserção a diversos músculos; o pequeno
trocânter encontra-se atrás e por baixo da cabeça do fémur, dando igualmente inserção a diversos
músculos. Entre o pequeno e o grande trocânter, encontram-se as linhas intertrocanterianas anterior
e posterior.

SIMAC 55
A cabeça do fémur está separada dos trocanteres por um segmento cilíndrico denominado colo
anatómico. Os trocanteres estão separados do corpo do osso por outro segmento cilíndrico denominado
colo cirúrgico.

CORPO:

Tem forma prismática triangular. Podem, portanto, descrever-se, 3 faces e 3 bordos.

3 Faces:
 anterior;
 póstero-externa;
 póstero-interna (das 3 faces e dos 3 bordos, é a única superfície que não dá inserção a
qualquer músculo).

3 Bordos:
 interno (arredondado);
 externo (arredondado);
 posterior: é conhecido como linha áspera; é o bordo mais espesso, trifurcando-se em cima e
bifurcando-se em baixo, para dar origem ao triângulo popliteu.

EPÍFISE INFERIOR:

Na face anterior, apresenta uma superfície articular denominada tróclea femural (articula-se
com a rótula), acima da qual se encontra o escavado supra-troclear.

Na face posterior, observa-se a existência de duas porções ósseas articulares denominadas


côndilos femurais (articulam-se com as cavidades glenoideias da tíbia), um interno e outro externo,
separados pela chanfradura intercondiliana. Acima desta encontra-se o triângulo popliteu e, por cima
dos côndilos femurais, encontram-se os tubérculos supracondilianos interno e externo. Cada côndilo
tem forma cubóide e, como tal, apresenta 6 faces:

 face superior (continua-se com o corpo do osso);

 face posterior (articular);

 face inferior (articular);

 face anterior (articular);

 face interior (a face interna do côndilo externo e a externa do côndilo interno formam a
chanfradura intercondiliana, dando inserção aos ligamentos cruzados da articulação do
joelho);

SIMAC 56
 face exterior (a face interna do côndilo interno apresenta a tuberosidade interna, na qual
se insere o ligamento lateral interno da articulação do joelho, e a face externa do côndilo
externo apresenta a tuberosidade externa, na qual se insere o ligamento lateral externo da
articulação do joelho).

RÓTULA:

1. Nome: rótula.

2. Localização: face anterior da articulação do joelho.

3. Classificação: osso chato e par.

SIMAC 57
4. Orientação:
 A porção mais afilada é inferior;
 A superfície articular é posterior;
 Das duas facetas existentes na face posterior, a maior é externa.

5. Conexões:
 Fémur (atrás).

6. Descrição:
Osso de forma triangular de base superior, com duas faces (uma anterior e outra posterior, esta
apresentando duas facetas articulares que se adaptam à tróclea femural, separadas pela crista
vertical) , 2 bordos, uma base (na qual se insere o tendão do quadricípete crural) e um vértice (no qual
se insere o ligamento rotuliano).

SIMAC 58
PERNA:

O esqueleto da perna é constituído por dois ossos: a tíbia (interna) e o peróneo (externo).

SIMAC 59
TÍBIA:

1. Nome: tíbia.

2. Localização: porção interna da perna.

3. Classificação: osso longo e par.

4. Orientação:
 A epífise mais volumosa do osso é superior;
 No contorno da epífise superior, existe uma faceta articular que é póstero-externa.
Outro exemplo:
 A epífise mais volumosa é superior;
 A face do corpo que apresenta uma linha oblíqua é posterior;
 Na epífise inferior, a apófise saliente é interna.

5. Conexões:
 Fémur (em cima);
 Peróneo (por fora);
 Astrágalo (em baixo).

6. Descrição:

EPÍFISE SUPERIOR:

É volumosa. É formada pelas tuberosidades da


tíbia, uma interna e outra externa, as quais suportam as
cavidades glenoideias (a interna e a externa, que se
articulam com os côndilos femurais), separadas pelo espaço
interglenoideu ou superfície interglenoideia. Este espaço
tem uma anatomia importante: na sua porção média
encontram-se dois tubérculos, um interno e outro externo,
separados por uma chanfradura, formando estas 3 estruturas a espinha da tíbia; adiante e atrás da
espinha da tíbia, encontram-se duas superfícies triangulares muito irregulares, a superfície anterior ou
pré-espinhal e a superfície posterior ou retro-espinhal. É nestas estruturas da superfície
interglenoideia que os ligamentos cruzados da articulação do joelho têm as suas inserções tibiais.

Na sua porção posterior, as tuberosidades estão afastadas. No contorno da tuberosidade


externa existe uma faceta articular para o peróneo. Adiante, as tuberosidades estão unidas por uma
superfície triangular crivada de buracos vasculares, no vértice da qual se encontra a tuberosidade
anterior da tíbia. Por fora desta, existe uma linha que se dirige para fora e para cima e que termina no
tubérculo de Gerdy ou tubérculo tibial anterior.

SIMAC 60
CORPO:

Apresenta forma prismática triangular. Como tal, podem descrever-se 3 faces e 3 bordos.

3 Faces:
 Face interna: é superficial, relacionando-se com a pele; na porção superior, dá inserção às
expansões tendinosas de 3 músculos que constituem o pé de pato (costureiro, recto interno
e semi-tendinoso);
 Face externa;
 Face posterior (apresenta a linha oblíqua, que se dirige para baixo e para dentro e dá
inserção a diversos músculos, e, por baixo e por fora desta linha, a crista vertical).

3 Bordos:
 Bordo anterior (também designado por crista da tíbia);
 Bordo externo (dá inserção ao ligamento interósseo);
 Bordo interno.

EPÍFISE INFERIOR:

Tem forma cubóide, apresentando portanto 6 faces:

 Face superior: confunde-se com a diáfise;


 Face inferior: apresenta uma superfície articular para o astrágalo e uma crista ântero-
posterior;
 Face anterior;
 Face posterior;
 Face externa: apresenta a chanfradura peroneal, que se articula com a epífise inferior do
peróneo;
 Face interna: prolonga-se pelo maléolo interno ou maléolo tibial.

SIMAC 61
PERÓNEO:

1. Nome: peróneo.

2. Localização: porção externa da perna.

3. Classificação: osso longo e par.

4. Orientação:
 A epífise mais afilada é inferior;
 A faceta articular dessa epífise é interna;
 A fosseta relacionada com essa faceta é posterior.
Outro exemplo:
 A epífise com uma apófise piramidal é superior;
 Essa apófise piramidal é póstero-externa.

5. Conexões:
 Tíbia (por dentro);
 Astrágalo (em baixo).

6. Descrição:

EPÍFISE SUPERIOR:

Também denominada cabeça do peróneo, esta extremidade apresenta internamente uma


faceta articular para a tíbia e, póstero-externamente, uma saliência piramidal denominada apófise
estiloideia do peróneo.

CORPO:

Tem forma prismática triangular, apresentando 3 faces e 3 bordos.

3 Faces:
 Face externa;
 Face interna (apresenta a crista interóssea, que dá inserção ao ligamento interósseo);
 Face posterior.

SIMAC 62
3 Bordos:
 Bordo externo;
 Bordo interno;
 Bordo anterior.

EPÍFISE INFERIOR:

Esta extremidade é afilada e é constituída por uma volumosa apófise denominada maléolo
externo ou peroneal. A face interna apresenta a faceta articular para o astrágalo e na face posterior
encontra-se uma fosseta ou goteira.

SIMAC 63
PÉ:

É constituído por 26 ossos divididos em 3 segmentos que são, de trás para diante: tarso (7
ossos curtos), metatarso (5 ossos longos) e dedos (14 ossos longos).

TARSO:

Os 7 ossos curtos constituintes estão dispostos em 2 fileiras: a fileira posterior denomina-se


protarso e a fileira anterior constitui o mesotarso.

O protarso é constiuído por 2 ossos: em cima, o astrágalo (que se articula em cima com a tíbia
e peróneo) e, em baixo, o calcâneo. O mesotarso é constituído pelos seguintes ossos: externamente,
encontra-se o cubóide; internamente ao cubóide, atrás encontra-se o escafóide e, adiante deste, de
fora para dentro, o ectocuneiforme ou 3º cuneiforme, o mesocuneiforme ou 2º cuneiforme e o
endocuneiforme ou 1º cuneiforme.

METATARSO:

Aos 5 ossos longos constituintes denomina-se metatársicos. De dentro para fora, encontram-se
o 1º, o 2º, o 3º, o 4º e o 5º metatársicos.

DEDOS:

Existem 5 dedos que são, de dentro para fora, o 1º, o 2º, o 3º, o 4º e o 5º dedos. Cada dedo é
constituído por 3 ossos longos, as falanges, à excepção do 1º dedo, que tem apenas 2 falanges.

SIMAC 64
De trás para diante, as falanges de cada dedo designam-se da seguinte forma: 1ª falange,
falange proximal ou apenas falange; 2ª falange, falange média ou falanginha; e 3ª falange, falange
distal ou falangeta. O 1º dedo contem apenas a 1ª e a 3ª falanges.

SIMAC 65
OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR

É formado por quatro segmentos: a espádua, o braço, o antebraço e a mão.

ESPÁDUA:

Também conhecida por CINTURA ESCAPULAR, é formada pela clavícula e pela omoplata.

CLAVÍCULA:

1. Nome: Clavícula.

2. Localização: porção superior e anterior do tórax.

3. Classificação: osso par e longo.

4. Orientação: das duas extremidades a mais achatada é externa; das duas faces dessa
extremidade a mais rugosa é inferior; dos dois bordos relacionadas com essa extremidade, a concava é
anterior.

5. Conexões: articula-se com o esterno, a 1ª cartilagem costal e a omoplata.

6. Descrição:

Neste osso distinguem-se duas faces e dois bordos que são inserção a ligamentos e duas
estremidades. A extremidade externa apresenta uma faceta ovalar que se articula com o acrómio da
omoplata. A extremidade interna apresenta uma faceta articular complexa que se articula com o esterno
e a primeira cartilagem costal.

SIMAC 66
OMOPLATA

1. Nome: omoplata

2. Localização: situa-se na porção superior e posterior do tórax.

3. Classificação: osso par, chato.

4. Orientação: a face côncava é anterior; dos três bordos o mais curto é superior; dos três
ângulos o que apresenta uma superfície articular é externo.

5. Conexões: Articula-se com a clavícula e com o úmero.

6. Descrição:

A omoplata tem uma forma triangular, com duas faces e três bordos.

 Face anterior: apresenta a fossa infra-escapular onde se insere o músculo infra-escapular.

 Face posterior: encontra-se dividida em duas porções pela espinha da omoplata. Esta
termina sob a forma de uma apófise volumosa, o acrómio, que apresenta uma faceta
articular para a clavícula. A espinha da omoplata situa-se na união do ¼ superior com os ¾
inferiores e divide a face posterior em 2 porções, uma situada para cima a fossa supra-
espinhosa e outra situada para baixo a fossa infra-espinhosa. As duas fossas comunicam
entre si pela goteira espino-glenoideia, situada entre a espinha da omoplata e o colo da
cavidade glenoideia.

 Bordo superior: apresenta a chanfradura coracoideia.

 Bordo externo: o bordo externo ou axilar apresenta a tuberosidade infraglenoideia para a


inserção da longa porção do trícipete braquial.

 Ângulo externo: apresenta uma superfície articular, a cavidade glenoideia, onde encaixa a
cabeça do úmero. Esta cavidade liga-se ao resto da omoplata pelo colo da cavidade
glenoideia. No espaço compreendido entre a cavidade glenoideia e a chanfradura
coracoideia existe a apófise coracoideia, com forma de um dedo semiflectido. Por cima da
cavidade glenoideia existe o tubérculo supraglenoideu, onde se insere o tendão da longa
porção do bicípite braquial.

SIMAC 67
Os restantes bordos e ângulos dão inserção a músculos e ligamentos.

SIMAC 68
BRAÇO

O úmero é o único osso do braço.

ÚMERO:

1. Nome: úmero

2. Localização: situa-se no braço

3. Classificação: é um osso longo e par.

4. Orientação: a extremidade que apresenta uma superfície articular em forma de cabeça é


superior, sendo esta interna. Nesta extremidade existem duas tuberosidades sendo a menor anterior.

5. Conexões: articula-se com a omoplata, o rádio e o cúbito.

6. Descrição:

CORPO:

O corpo em forma de prisma triangular, apresenta três faces e três bordos.


 Face antero-externa: apresenta a impressão deltoideia ao centro.
 Face antero-interna: apresenta o buraco nutritivo do osso.
 Face posterior: apresenta a goteira de torção ou radial.
 Bordos: dão inserção a músculos e ligamentos.

EPÍFISE SUPERIOR:

A extremidade superior apresenta uma superfície articular em forma de segmento de esfera, a


cabeça do úmero. Para fora desta encontra-se o colo anatómico, que separa a cabeça do resto da
extremidade superior e duas tuberosidades: uma anterior denominada troquino e outra externa
denominada troquíter. Neste último insere-se a coifa dos rotadores. Entre o troquino e o troquiter existe
a goteira bicipital, onde passa o tendão da longa porção do bícipite. A extremidade superior une-se ao
corpo pelo colo cirúrgico.

EPÍFISE INFERIOR:

A extremidade inferior é formada por uma porção hemisférica externa, o côndilo umeral que se
articula com a cavidade glenoideia do rádio, e uma parte interna em forma de tróclea, a tróclea umeral
que se articula com a grande cavidade sigmoideia do cúbito. A tróclea é limitada atrás e em cima pela

SIMAC 69
fossa olecraneana e adiante e em cima pela fosseta coronoideia. Por cima do côndilo e adiante existe
a fosseta supracondiliana. Internamente à tróclea umeral encontra-se a epitróclea e externamente ao
côndilo umeral o epicondilo. Estas duas saliências dão inserção a músculos.

SIMAC 70
ANTEBRAÇO

O esqueleto do antebraço é formado pelo cúbito e pelo rádio.

CÚBITO:

1. Nome: cúbito.

2. Localização: situa-se na região interna do antebraço.

3. Classificação: osso par e longo.

4.Orientação: a extremidade mais volumosa é superior. Nesta extremidade existe uma


chanfradura semilunar que é anterior e outra mais pequena que é externa.

5. Conexões: articula-se com o úmero, o rádio e o piramidal do qual se encontra separado por
uma fibrocartilagem.

6. Descrição:

CORPO:

O corpo tem a forma de um prisma triangular, descrevendo-se por isso 3 faces e 3 bordos.
 Face antero-externa: é côncava na sua porção anterior. Dá inserção a músculos.
 Face postero-externa: apresenta em cima uma superfície triangular. Para baixo desta zona
está dividida por uma crista longitudinal. Dá inserção a músculos.
 Face interna: Dá inserção a músculos.
 Bordo externo: também conhecido por crista interóssea por dar inserção ao ligamento
interósseo.
 Bordo posterior: tem a forma de um S itálico. Dá inserção a músculos.
 Bordo anterior: dá inserção a músculos.

EPÍFISE SUPERIOR:

A epífise superior apresenta uma grande cavidade articular que se articula com a tróclea umeral,
a grande cavidade sigmoideia. Esta é limitada atrás pelo olecrânio e adiante e em baixo pela apófise
coronoideia. O olecrânio relaciona-se com a fosseta olecraneana nos movimentos de extensão do
antebraço e a apófise coronoideia relaciona-se com a fosseta coronoideia nos movimentos de flexão.
Entre o olecrânio e a apófise coronoideia encontra-se uma pequena faceta articular, a pequena
cavidade sigmoideia, que se articula com o contorno da cabeça do rádio.

SIMAC 71
EPÍFISE INFERIOR:

A epífise inferior apresenta a cabeça do cúbito que se articula externamente com a cavidade
sigmoideia do rádio e em baixo com o piramidal, por intermédio de uma fibrocartilagem. Por dentro e
atrás, existe uma apófise cilíndrica, a apófise estiloideia do cúbito.

RÁDIO:

1. Nome: rádio.

2. Localização: situa-se na região externa do antebraço

3. Classificação: osso longo e par

4. Orientação: a epífise mais volumosa é inferior; das duas faces opostas desta extremidade a
mais plana é anterior; a apófise que se destaca desta extremidade é externa.

5. Conexões: articula-se com o úmero, o cúbito, o escafóide e o semilunar.

6. Descrição:

SIMAC 72
CORPO:

O corpo tem a forma de um prisma triangular, descrevendo-se por isso 3 faces e 3 bordos.
 Face antero-interna, face postero-interna e face externa: dão inserção a músculos.
 Bordo anterior: inicia-se na tuberosidade bicipital e dá inserção a músculos.
 Bordo interno: dá inserção à membrana interóssea.
 Bordo posterior: é arredondado e rombo.

EPÍFISE SUPERIOR:

A extremidade superior é formada por uma porção cilíndrica, a cabeça do rádio. A parte
superior da cabeça do rádio é escavada, constituindo a cúpula do rádio, e articula-se com o condilo do
úmero. O contorno da cabeça do rádio é liso e articula-se com a pequena cavidade sigmoideia do
cúbito. Entre a cabeça e o corpo existe o colo do rádio que é bastante apertado. Por baixo do colo
encontra-se uma saliência ovóide, de grande eixo vertical para inserção do tendão do bicípite braquial, a
tuberosidade bicipital.

EPÍFISE INFERIOR:

A extremidade inferior tem a forma de um prisma quadrangular. A face inferior é dividida em


duas porções por uma crista antero-posterior e articula-se com o escafóide e o semilunar. A face
interna apresenta a cavidade sigmoideia do rádio, que se articula com a cabeça do cúbito. A face
externa prolonga-se para baixo pela apófise estiloideia do rádio. A face anterior dá inserção ao músculo
quadrado pronador e a face posterior apresenta duas goteiras para músculos extensores.

SIMAC 73
MÃO:

A mão é formada por 27 ossos, divididos em três grupos: o carpo, o metacarpo e os dedos.

CARPO:

O carpo é formado por 8 ossos curtos e divide-se em 2 fileiras, cada uma com 4 ossos: o
procarpo formado, de fora para dentro, pelo escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. E o
mesocarpo formado, de fora para dentro, pelo trapézio, trapezóide, grande osso e unciforme.

METACARPO:

O metacarpo é formado por cinco ossos longos, os metacárpicos, numerados de fora para
dentro de I a V. Cada um dos metacárpicos encontra-se separado do vizinho pelo espaço interósseo ou
intermetacárpico.

DEDOS:

Os dedos, em número de cinco, denominados de fora para dentro, à semelhança dos


metacárpicos, de I a V. Os dedos são formados por 3 ossos longos, as falanges, à excepção do I dedo
que só apresenta 2 falanges. As falanges designam-se por falange proximal (I falange ou falange);
falange média (II falange ou falanginha); falange distal (III falange ou falangeta), consoante a sua
proximidade ao metacarpo. O I dedo, apresenta apenas falange proximal e distal ( I e III falange).

SIMAC 74
INTRODUÇÃO À ARTROLOGIA

Definição:

Articulação é a relação de dois ou mais ossos, que se mantêm em contacto devido à existência
de um aparelho ligamentoso.

Descrição:

A descrição das articulações, à semelhança dos ossos obedece a uma organização descritiva.
Desta forma descreve-se uma articulação de acordo com o seguinte esquema:

1. Nome

2. Ossos constituintes

3. Classificação:

A classificação das articulações é feita de acordo com a existência ou não de sinovial


(membrana com 2 folhetos que reveste internamente a cápsula articular, produz o liquido sinovial que
lubrifica a articulação) e pela forma das superfícies articulares.

 ARTICULAÇÕES SINOVIAIS, MÓVEIS OU DIARTROSES:


São articulações que possuem sinovial e uma amplitude variável de movimentos. De acordo
com a adaptação das superfícies articulares (s.a.), dividem-se em diartroses concordantes e
diartroses discordantes.

 Diartroses concordantes:

 as artrodias apresentam s.a. planas, sendo os movimentos efectuados por


deslizamento. Ex. costo-vertebrais propriamente ditas.
 as enartroses apresentam s.a. aproximadamente esféricas, possuindo uma
variedade extensa de movimentos. Ex. coxo-femural.
 as trocartroses apresentam s.a. cilíndricas, possuindo movimentos de
rotação em torno de um eixo e movimentos de deslizamento muito
reduzidos. Ex. rádio-cubital superior.
 as trocleartroses apresentam s.a. em forma de tróclea. Ex. úmero-cubital.

SIMAC 75
 as condilartroses apresentam s.a. em forma de condilo, ou seja, superfícies
arredondadas com contorno elíptico e convexo em todos os sentidos. Ex.
fémuro-tibial.
 as efipiartroses apresentam s.a. em forma de sela. Ex. trapezo-
primometacárpica.

 Diartroses discordantes podem ser:

 corrigidas: meniscartroses quando a adaptação é feita pela interposição de


um menisco Ex. joelho, ATM.
 discartroses quando a adaptação é feita pela interposição de um disco. Ex.
intersomáticas vertebrais.
 -não corrigidas ou heteroartroses não existe adaptação das s.a. Ex. atloido-
axoideia propriamente dita.

 ARTICULAÇÕES ASSINOVIAIS, IMÓVEIS OU ADIARTROSES:


Não possuem sinovial e não são capazes de realizar movimentos, ou fazem-no de forma
excepcional ou muito limitada. Estas articulações podem aderir por superfícies ou por
bordos.
 As articulações que aderem por superfícies dividem-se em:

 Sínfises ou anfiartroses, quando aderem por superfícies planas. São pouco móveis,
possuindo além de ligamentos periféricos, ligamento interósseo. Ex. sínfise púbica.

 Gonfoses ou gonfartroses são articulações que aderem por superfícies curvas. Ex.
condro-costais.

 As articulações que aderem por bordos, dividem-se em:

 Sinfibroses ou suturas, quando apresentam tecido fibroso interposto entre as s.a.


Ex. sutura parieto-occipital. Estas podem ser:
o suturas dentadas, quando as s.a. apresentam forma serrátil
o suturas escamosas, quando as s.a. têm forma escamosa
o suturas em esquindilezes, quando um lado em forma de crista se
introduz noutro em forma de goteira.

 Sincondroses, quando apresentam cartilagem interposta entre as s.a.

SIMAC 76
4. Elementos constituintes

 Superfícies articulares
Correspondem às porções ósseas que entram em contacto numa articulação. A sua forma é
a base da classificação das articulações.
Cada s.a. é revestida por cartilagem hialina denominada cartilagem articular ou de
revestimento. Quanto maior a pressão exercidada, mais desenvolvida é a cartilagem. A
cartilagem de revestimento tem ainda a função de aumentar a concordância entre as s.a. e
diminuir o atrito entre elas. É avascular, sendo nutrida por intermédio da sinovial.

 Debruns articulares
São formações fibrocartilaginosas destinadas a aumentar ou a diminuir as s.a. Podem
encontrar-se na s.a., em todo o seu contorno ou só em parte. Como exemplo de debruns
completos, temos o caso das articulações do ombro e anca, e de debruns incompletos os
existentes nas falanges posteriores de todas as falangens do pé.

 Meniscos e discos
São fibrocartilagens que se encontram em articulações em que as s.a. não se adaptam
perfeitamente, aumentando desta forma a sua concordância. Os meniscos aderem por
intermédio dos bordos à face interna da cápsula e os discos aderem pelas suas faces à s.a.

 Meios de união
As s.a. são mantidas em posição por intermédio de formações fibrosas e com elevada
resistência denominados por ligamentos.

 Cápsula ou ligamento capsular – manga fibrosa que se insere na periferia das s.a.,
existindo nas diartroses. A sua espessura e resistência varia de uma articulação para
outra e mesmo dentro da própria cápsula. Pode ser provida de oríficios que deixam
passar prolongamentos de sinovial para o exterior.

 Ligamentos de reforço – possuem insersões idênticas às da cápsula.

 Ligamentos à distância – são feixes que possuem uma inserção nos ossos diferente das
da cápsula.

 Ligamentos interósseos – localizam-se no espaço compreendido entre as s.a., sendo


muito curtos, resistentes e dispostos irregularmente.

5. Sinoviais

Existem apenas nas diartroses, sendo membranas serosas que atapetam a face interior da
cápsula articular e as superfícies ósseas intracapsulares e não revestidas por cartilagem. Quando a

SIMAC 77
articulação possui um menisco, a sinovial insere-se à sua periferia, dividindo a articulação em duas locas
secundárias.

No estado normal esta cavidade contém apenas uma pequena quantidade de líquido claro, muito
viscoso, denominado líquido sinovial ou sinóvia, que lubrifica a cavidade articular, facilitando assim o
deslizamento das cartilagens de revestimento.

6. Movimentos articulares

Os movimentos articulares são executados por intermédio da acção dos músculos motores sobre
o aparelho articular. Os movimentos podem ser:

 Escorregamento ou deslizamento – é o movimento que consiste no deslocamento das s.a.


sem que estas percam o contacto entre si.

 Rotação – consiste no movimento de um osso em torno de um eixo.

 Circundação – é a sucessão de diversos movimentos sob vários eixos com um ponto


comum, só existe em s.a. esféricas.

 Flexão e extensão são movimentos que fazem diminuir ou aumentar o ângulo de uma
articulação respectivamente (ex. flexão/extensão do antebraço sobre o braço); ou
movimentos que se executam segundo um plano sagital, sendo neste caso a flexão o
movimento para diante e a extensão o movimento para trás (ex. flexão/extensão do tronco).
Esta bidefinição, como se vê está dependente da articulação em causa.

 Abdução e Adução – são movimentos dentro do plano frontal, em que a abdução consiste
no afastamento da linha mediana e a adução na sua aproximação.

 Lateralidade ou didução – existe na articulação temporo-mandibular e consiste no


deslocamento alternado da esquerda para a direita do mento.

 Pronação e supinação – consiste no movimento em que a porção ventral de uma estrutura


é voltada para baixo ou para cima, respectivamente. Ex. pronação da mão: a palma da mão
é virada para baixo. Deitado em supino: deitado de abdómen para cima.

SIMAC 78
ARTROLOGIA DA CABEÇA

Os ossos do crânio e da face articulam-se por intermédio de suturas ou sinfibroses e


sincondroses excepto uma das articulações crânio-faciais, que é móvel, a articulação têmporo-maxilar
(ATM).

ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MAXILAR (ATM):

1. Ossos constituintes: temporal e mandíbula ou maxilar inferior.

2. Classificação: bicôndilo-meniscartrose conjugada.

3. Superfícies articulares:
 Superfícies temporais - côndilo do temporal e cavidade glenoideia;
 Superfície mandibular - côndilo do maxilar inferior.

4. Menisco interarticular

5. Meios de união:
 Cápsula articular;
 Ligamento lateral interno;
 Ligamento lateral externo;
 Ligamentos acessórios.

6. Sinovial

7. Mecanismo articular:
 Movimentos de abaixamento e elevação;
 Movimentos de propulsão (projecção para diante) e retropulsão (projecção para trás);
 Movimentos de lateralidade ou didução.

SIMAC 79
ARTROLOGIA DA COLUNA

O corpo das vértebras encontra-se separado por discos.

 Discos
 Porção Periférica
 Anel fibroso
 Formado por fibrocartilagem
 Muito resistente
 Núcleo Pulposo
 Substância gelatinosa, mole

 Articulações
 Zigoapofisárias ( Interapofisárias Posteriores): Entre as apófises articulares
 Artrodias: Cervical e Dorsal
 Condilartroses Rudimentares: Lombares
 Cápsula e Sinovial à periferia das superfícies articulares

 Ligamentos
 Ligamento Vertebral Comum Anterior
 Occipital  Sacro ( 2ª vértebra sagrada)
 Ligamento Vertebral Comum Posterior
 Porção Posterior dos Corpos Vertebrais
 Occipital  Sacro
 Ligamento Amarelo
 União das lâminas
 Lâminas (porção anterior da lâmina que está em cima)  Bordo superior da
lâmina que está em baixo
 Ligamento Inter-Espinhoso
 União das apófises espinhosas
 Entre as apófises espinhosas
 Ligamento Supra-Espinhoso
 Vértice das apófises espinhosas
 Ligamento Inter-Transversário
 Entre as apófises transversas

SIMAC 80
ARTROLOGIA DO MEMBRO INFERIOR

BACIA

Os dois ilíacos articulam-se com o sacro constituindo as articulações sacro-ilíacas e ainda entre
si, por intermédio do púbis, constituindo a sínfise púbica.

Além das articulações ainda existem ligamentos à distância, os ligamentos sacro-ciáticos. Por
sua vez, o buraco obturado é coberto pela membrana obturadora (permite a protecção dos órgãos
pélvicos).

ARTICULAÇÃO SACRO-ILÍACA:

1. Ossos constituintes: sacro e osso coxal (ou ilíaco).

2. Classificação: anfiartrose.

3. Superfícies articulares:
 Superfície sagrada - faceta auricular do sacro;
 Superfície ilíaca - faceta auricular do ilíaco.

4. Meios de união:

 Cápsula articular: insere-se no contorno das superfícies articulares;

 Ligamentos intrínsecos:
 Ligamento sacro-ilíaco anterior: da base e face anterior do sacro até à fossa
ilíaca externa;
 Ligamento sacro-ilíaco posterior: constituído por 4 feixes que se estendem desde
a porção porção posterior da crista ilíaca aos tubérculos situados por fora dos
buracos sagrados posteriores;
 Ligamento sacro-ilíaco interósseo: constituído por fibras curtas e resistentes que
unem a tuberosidade ilíaca ao sacro;

 Ligamento extrínseco: é o ligamento ilio-lombar, que se estende do vértice da apófise


transversa da 5ª vértebra lombar à crista ilíaca, tuberosidade ilíaca e porção posterior da
linha inominada.

SIMAC 81
5. Sinovial: reveste a superfície interior da cápsula.

NOTA:
Do ponto de vista biomeânico, as articulações sacro-ilíacas são importantes porque
permitem a ligação entre uma estrutura superior flexível (coluna vertebral) e uma estrutura
inferior estável (bacia).
É a resistência da base da bacia que serve de suporte às vísceras abdominais. O
complexo sacro-ilíaco responde à utilização pelo corpo da estabilidade da bacia.

SIMAC 82
SÍNFISE PÚBICA

1. Ossos constituintes: os 2 púbis.

2. Classificação: anfiartrose.

3. Superfícies articulares:
 Superfície púbica bilateral - faceta articular do púbis.

4. Disco interpúbico: mais desenvolvido adiante que atrás.

5. Meios de união:
 Ligamento anterior;
 Ligamento posterior;
 Ligamento superior;
 Ligamento inferior, infrapúbico ou arqueado.

LIGAMENTOS À DISTÂNCIA – LIGAMENTOS SACRO-CIÁTICOS:

São lâminas fibrosas localizadas na porção póstero-externa da pequena bacia, sendo dois de
cada lado.

 Grande ligamento sacro-ciático:


É constituído por um feixe muito resistente que se estende das espinhas ilíacas posteriores,
da porção mais posterior da fossa ilíaca externa e dos bordos do sacro e do cóccix à
tuberosidade isquiática. Como tal, dirige-se para baixo, para fora e para diante.

 Pequeno ligamento sacro-ciático:


Encontra-se adiante do grande ligamento sacro-ciático. Tem uma forma triangular de base
interna. Insere-se pela base nos bordos do sacro e cóccix e, pelo vértice, na espinha ciática.

SIMAC 83
ARTICULAÇÃO DA ANCA

Na anca existe apenas uma articulação, que é par, denominada ARTICULAÇÃO COXO-
FEMURAL.

Caracteriza-se por ser uma articulação profunda e por se encontrar envolvida por numerosas
massas musculares. Devido às forças a que se encontra sujeita, é considerada a articulação mais
potente do corpo humano.

1. Ossos constituintes: ilíaco e fémur.

2. Classificação: enartrose.

3. Superfícies articulares:
 Superfície ilíaca - cavidade cotiloideia ou acetábulo;
 Superfície femural - cabeça do fémur.

4. Debrum cotiloideu: é um debrum articular completo que preenche completamente as


chanfraduras anterior (ilio-púbica) e posterior (ilio-isquiática) do rebordo cotiloideu; ao nível da
chanfradura inferior (isquio-púbica), passa entre as duas extremidades, formando uma ponte à qual se
denomina ligamento tranverso do acetábulo.

5. Meios de união:

 Cápsula articular: insere-se no ilíaco, ao nível do rebordo e debrum cotiloideus (ao nível
da chanfradura isquio-púbica, insere-se no ligamento transverso do acetábulo), e no
fémur, em estruturas ósseas vizinhas da cabeça;

SIMAC 84
 Ligamentos de reforço:

 Ligamento ilio-femural ou de Bertin: situa-se adiante da cápsula articular e tem


forma triangular, inserindo-se superiormente pelo vértice na espinha ilíaca ântero-
inferior e, pela base, acaba em dois feixes diferenciados – o feixe ilio-
prétrocanteriano superior insere-se no grande trocânter e o feixe ilio-
pretrocanteriano inferior insere-se no pequeno trocânter;

 Ligamento pubo femural: localiza-se na porção ântero-inferior da articulação;


estende-se desde o ilíaco (eminência ilio-pectínea, crista pectínea e goteira infra-
púbica) até à porção anterior do pequeno trocânter;

NOTA: o ligamento pubo-femural e


o ligamento de Bertin formam, adiante da
articulação, um conjunto ligamentoso em
forma de N denominado ligamento em N
de Welker.

 Ligamento isquio-femural: localiza-se na porção póstero-inferior da articulação,


estendendo-se desde a porção inferior do rebordo cotiloideu até à porção anterior
do grande trocânter

SIMAC 85
 Ligamento redondo: é um ligamento independente constituído por uma fita
fibrosa que se encontra no interior da articulação; estende-se desde a fosseta do
ligamento redondo, na cabeça do fémur, até à chanfradura isqui-púbica e
ligamento transverso do acetábulo.

6. Sinovial: forma várias bolsas serosas situadas profundamente aos músculos e tendões peri-
articulares, nomeadamente a bolsa serosa do psoas-ilíaco (é a mais constante), a dos músculos
glúteos, a do obturador interno, do obturador externo, do quadrado crural e do piramidal da
bacia.

7. Mecanismo articular:
 Movimentos de flexão e extensão;
 Movimentos de abdução e adução;
 Movimento de circundação;
 Movimentos de rotação interna e rotação externa.

SIMAC 86
ARTICULAÇÃO DO JOELHO

1. Ossos constituintes: fémur, tíbia e rótula.

2. Classificação: trócleo-bicôndilo-meniscartrose constituída por duas articulações – uma


trocleartrose (fémuro-rotuliana) e uma bicondilartrose (fémuro-tibial); como apresenta dois meniscos,
considera-se meniscartrose.

3. Superfícies articulares:
 Superfícies femurais - tróclea femural;
- côndilo interno e côndilo externo;
 Superfícies tibiais - cavidade glenoideia interna e glenoideia externa;
 Superfícies rotulianas - faceta externa e faceta interna da face posterior.

4. Meniscos: são 2, um interno e outro externo; cada um tem forma semilunar, duas faces,
uma superior côncava e outra inferior quase plana, e dois bordos, um circunferencial interior, que olha o
centro da cavidade glenoideia, e outro circunferencial exterior, que adere à cápsula articular.

5. Meios de união:
 Cápsula articular: no fémur, insere-se percorrendo o contorno do escavado
supratroclear, descendo na face externa do côndilo externo e face interna do côndilo
interno e, ao atingir a chanfradura intercondiliana, confunde-se com os ligamentos
cruzados; na tíbia, percorre o limite anterior da superfície pré-espinhal, contorna as
cavidades glenoideias e, ao atingir a
porção posterior do espaço
interglenoideu, confunde-se com os
ligamentos cruzados; apresenta
algumas soluções de continuidade:
uma anterior (corresponde ao espaço
onde se encontra a rótula), uma
posterior (toda a zona da chanfradura
intercondiliana, espaço onde a
cápsula se confunde com os
ligamentos cruzados) e outras que
dão passagem a diversas bolsas
serosas;

 Ligamento anterior: é constituído


pelo ligamento ou tendão rotuliano, o
qual se estende do vértice da rótula à
tuberosidade anterior da tíbia e é

SIMAC 87
reforçado por formações aponevróticas dispostas em 3 planos – um plano profundo,
constituído em cima pelas asas interna e externa da rótula e em baixo pelos
ligamentos menisco-rotulianos interno e externo, um plano médio, constituído pela
expansão dos vastos, e um plano superficial, constituído pelas aponevroses femural
e do tensor da fascia lata;

 Ligamento posterior: também conhecido por


ligamento popliteu, é constituído por duas
formações fibrosas – o ligamento popliteu
oblíquo (estende-se do côndilo externo do
fémur até um ponto onde se continua com o
músculo semi-membranoso) e o ligamento
popliteu arqueado (estende-se da epífise
superior da tíbia à epífise superior do
peróneo, formando uma arcada que passa
por cima do músculo popliteu);

 Ligamento lateral interno: estende-se da


tuberosidade do côndilo interno à face interna
da tíbia (insere-se atrás da inserção dos
tendões do pé de pato);

 Ligamento lateral externo: estende-se da tuberosidade do côndilo externo à apófise


estiloideia do peróneo;

 Ligamentos cruzados: localizam-


se na chanfradura intercondiliana e,
pela sua situação e inserção tibial,
distinguem em anterior e posterior –
o ligamento cruzado anterior
insere-se, ao nível da tíbia, na
superfície triangular pré-espinhal e
no tubérculo interno e, ao nível do
fémur, na porção posterior da face
interna do côndilo externo; o
ligamento cruzado posterior
insere-se, ao nível da tíbia, na
superfície triangular retro-espinhal e
no tubérculo externo e, ao nível do
fémur, na porção anterior da face externa do côndilo interno.

SIMAC 88
5. Sinovial: reveste a superfície interior da cápsula, reflectindo-se sobre as porções ósseas não
articulares contidas na cavidade articular, desde a linha de inserção da cápsula até ao revestimento
cartilaginoso e formando assim fundos de saco (peri-femural posterior e subquadricipital); dá origem
também a bolsas serosas (pré-tibial), prolongamentos (popliteu e do gémeo interno) e franjas
sinoviais; a sinovial está dividida pelos meniscos em duas metades – a sinovial supra-meniscal e a
sinovial infra-meniscal.

6. Mecanismo articular:
 Movimentos de flexão e extensão;
 Movimentos de rotação interna (limitada pelos ligamentos cruzados e lateral interno) e
rotação externa (limitada pelo ligamento lateral externo).

SIMAC 89
PERNA

A artrologia da perna contem a articulação tibio-peroneal superior e a articulação tibio-peroneal


inferior, para além do ligamento ou membrana interóssea.

ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONEAL SUPERIOR:

1. Ossos constituintes: epífises superiores da tíbia e peróneo.

2. Classificação: artrodia.

3. Superfícies articulares:
 Superfície tibial - faceta articular (na epífise superior, na porção posterior da
tuberosidade externa);
 Superfície peroneal - faceta articular (na
epífise superior).

4. Meios de união:
 Cápsula articular;
 Ligamento anterior;
 Ligamento posterior.

5. Sinovial

LIGAMENTO OU MEMBRANA INTERÓSSEA:

É uma membrana fibrosa que une a parte média


dos 2 ossos da perna, inserindo-se, por dentro, no bordo
externo da tíbia e, por fora, na crista interóssea que se
encontra na face interna do peróneo. É constituída por
feixes que se dirigem obliquamente para baixo e para fora
existindo , na sua porção superior, um feixe oblíquo para
baixo e para dentro denominado ligamento de Barkow.

SIMAC 90
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONEAL INFERIOR:

1. Ossos constituintes: epífises inferiores da tíbia e peróneo.

2. Classificação: artrodia.

3. Superfícies articulares:
 Superfície tibial - chanfradura peroneal (faceta triangular na face externa da
epífise inferior);
 Superfície peroneal - faceta triangular (na face interna do maléolo externo).

4. Meios de união:
 Ligamento interósseo (pode ser considerado um prolongamento da membrana
interóssea);
 Ligamento anterior;
 Ligamento posterior.

5. Sinovial: é considerada um prolongamento da sinovial da articulação tibio-társica.

ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO, TIBIO-TÁRSICA OU TIBIO-PERÓNEO-ASTRAGALIANA:

1. Ossos constituintes: tíbia, peróneo e astrágalo.

2. Classificação: trocleartrose.

3. Superfícies articulares:
 Superfície astragaliana - tróclea astragaliana (na face superior do astrágalo);
 Superfície tibial - face inferior da epífise inferior;
 Superfície peroneal - porção interna da epífise inferior.

NOTA: as superficies tibial e peroneal estão unidas numa


superfície articular única pelos ligamentos da articulação tibio-
peroneal inferior.

SIMAC 91
4. Meios de união:
 Cápsula articular (fina e pouco resistente adiante e atrás, reforçada lateralmente pelos
ligamentos interno e externo);

 Ligamento lateral interno:


apresenta duas camada – a
camada superficial ou
ligamento deltoideu, insere-se
no maléolo interno e termina
por 3 feixes (as fibras
anteriores inserem-se no
astrágalo e escafóide, as fibras
médias no calcâneo e as fibras posteriores no astrágalo); e a camada profunda, que
se estende do maléolo interno à face interna do astrágalo, localizando-se profundamente
à camada superficial;

 Ligamento lateral externo: é constituído por 3 feixes independentes, todos com origem
no maléolo externo – o feixe
anterior ou peróneo-astragaliano
anterior, o feixe médio ou
peróneo-calcaneano e o feixe
posterior ou peróneo-
astragaliano posterior.

5. Sinovial: apresenta dois fundos de saco, um anterior e outro posterior; envia um


prolongamento para a articulação tibio-peroneal inferior.

6. Mecanismo articular:
 Movimentos de dorsiflexão (limitada pelos feixes posteriores dos ligamentos) e
extensão (limitada pelos feixes anteriores dos ligamentos);
 Movimentos inversão (movimento conjugado de rotação interna, adução e extensão,
limitado pelo ligamento lateral externo) e eversão (movimento conjugado de rotação
externa, abdução e flexão, limitado pelo ligamento lateral interno).

SIMAC 92

As articulações do pé unem entre si os diferentes ossos do tarso, metatarso e dedos.

ARTICULAÇÕES PROTÁRSICAS

 Articulação astrágalo-calcaneana anterior;


 Articulação astrágalo-calcaneana posterior.

NOTA: estas duas articulações são condilartroses, estando separadas uma da outra
por um canal, de seu nome seio do tarso, formado pela união das ranhuras
astragaliana (na face inferior do astrágalo) e calcaneana (na face superior do
calcâneo).

ARTICULAÇÃO PRO-MESOTÁRSICA OU MÉDIOTÁRSICA OU DE CHOPART

É constituída por duas articulações:


 Articulação astrágalo-calcâneo-escafoideia (enartrose completa);
 Articulação calcâneo-cuboideia (efipiartrose).

ARTICULAÇÕES MESOTÁRSICAS:

São todas artrodias.

 Articulação escafo-cuboideia;
 Articulações escafo-cuneanas (3);
 Articulações intercuneanas (2);
 Articulação cubóido-ectocuneana.

SIMAC 93
ARTICULAÇÕES MESO-METATÁRSICAS OU DE LISFRANC

São artrodias que unem os 5 metatársicos aos 3 cuneiformes e ao cubóide, fazendo com que
estes ossos formem uma arcada de concavidade inferior denominada arcada társica.

ARTICULAÇÕES INTERMETATÁRSICAS:

São artrodias entre as epífises posteriores dos 4 últimos metatársicos (o 1º é independente),


fazendo com que os metatársicos formem outra arcada de concavidade inferior (arcada metatársica).

ARTICULAÇÕES METATÁRSICO-FALÂNGICAS:

São condilartroses que unem a epífise anterior dos metatársicos à epífise posterior da 1ª
falange.

ARTICULAÇÕES INTERFALÂNGICAS:

Nos 4 últimos dedos, são 2 trocleartroses por dedo, uma entre as epífises anterior da 1ª falange
e posterior da 2ª e outra entre as epífises anterior da 2ª e posterior da 3ª.
No 1º dedo, é apenas uma trocleartrose, entre as epífises anterior da 1ª falange e posterior da
3ª.

SIMAC 94
ARTROLOGIA DO MEMBRO SUPERIOR

ARTICULAÇÃO DO OMBRO OU ESCÁPULO-UMERAL:

Esta articulação une a omoplata ao úmero.

1. Ossos constituintes: úmero e omoplata.

2. Classificação: enartrose.

3. Superfícies articulares: cabeça do úmero; cavidade glenoideia da omoplata; e debrum


glenoideu. Este último é uma fibrocartilagem que se insere à periferia da cavidade glenoideia. Ao corte é
triangular apresentando 3 faces: a face basal que adere ao rebordo da cavidade glenoideia; a face
articular que olha para o interior da articulação, fazendo a continuação da cavidade glenoideia; e a face
capsular onde se insere parte da cápsula.

4. Meios de união:
 Cápsula articular – tem a forma de um cone truncado cuja grande base se fixa no colo
anatómico do úmero, na metade superior e no colo cirúrgico na metade inferior. A
pequena base fixa-se na face capsular do debrum glenoideu.

 Ligamentos passivos:
 ligamento córaco-umeral – insere-se na apófise coracoideia, dividindo-se
depois em dois feixes que se inserem no troquino e no troquíter.

 ligamento córaco-glenoideu – insere-se na apófise coracoideia e no debrum


glenoideu.

SIMAC 95
 ligamentos gleno-umerais – são 3 ligamentos, o superior, o médio e o inferior:
 - superior – debrum glenoideu e colo da omoplata + troquino
 - médio – debrum glenoideu + porção inferior do troquino
 - inferior – debrum glenoideu + porção anterior e inferior do colo cirúrgico
do úmero.

Entre os ligamentos gleno-umerais superior e médio existe o foramen oval de


Weitbrecht, e entre o médio e o inferior existe o oríficio subcoracoideu. Estes são
os pontos fracos da articulação, em especial o último, que é o local por onde passa a
cabeça do úmero nas luxações antero-internas do ombro.

 Ligamentos activos: são formados pelos músculos e tendões periarticulares, sendo


os músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso, pequeno redondo e infraescapular.

5. Sinovial: reveste a superfície interior da cápsula articular, reflectindo-se depois ao nível da


inserção desta e prolongando-se até à cartilagem articular. Envia os seguintes prolongamentos para fora
através dos oríficios da cápsula: a bolsa infra-escapular que passa pelo foramen oval de Weitbrecht e
fica situado na profundidade do músculo infra-escapular; a bolsa bicipital que acompanha o tendão da
longa porção do bícipite, na goteira bicipital; Além destas, existem as bolsas infradeltoideia, infra-
acromial, e infracoracoideia.

6. Mecanismo articular: executa movimentos de flexão, extensão, abdução, adução,


circundação, rotação interna, rotação externa.

SIMAC 96
ARTICULAÇÃO DO COTOVELO:

Esta articulação divide-se em 3 articulações: a do úmero com o cúbito, que é uma trocleartrose;
a do úmero com o rádio, que é uma condilartrose; e a do cúbito com o rádio que é uma trocartrose.

1. Ossos constituintes: úmero, rádio e cúbito.

2. Classificação: Bitrocleo-côndilo-trocartrose.

3. Superfícies articulares: a tróclea umeral que se articula com a grande cavidade sigmoideia
do cúbito; o condilo umeral que se articula com a cúpula do rádio; a pequena cavidade sigmoideia do
cúbito que se articula com o contorno da cabeça do rádio, sendo esta mantida em posição pelo
ligamento anular Este ligamento estende-se de uma extremidade à outra da pequena cavidade
sigmoideia. O côndilo do úmero e a tróclea umeral encontram-se separados pela goteira côndilo-troclear,
funcionando estes elementos como uma segunda tróclea. Como porções acessórias existem a fosseta
olecraniana, a fosseta coronoideia, a fosseta supracondiliana, a epitróclea, o epicôndilo, a apófise
coronoideia e o olecrâneo.

4. Meios de união:

 A cápsula articular insere-se no úmero por cima


da fosseta coronoideia, fosseta supracondiliana,
fosseta olecrâneana, epitróclea e epicôndilo. No
rádio insere-se ao nível do colo e no cúbito insere-
se ao longo do rebordo interno da grande
cavidade sigmoideia e por baixo da pequena
cavidade sigmoideia.

 Ligamento anterior – insere-se


superiormente entre a epitróclea e o
epicôndilo e em baixo na apófise
coronoideia e ligamento anular. Salientam-
se dois feixes:
 feixe oblíquo interno que se insere
na epitróclea + ligamento anular
 feixe oblíquo externo que se insere
no epicôndilo + apófise coronoideia

SIMAC 97
 Ligamento posterior – é formado por vários feixes:
 feixes úmero-olecranianos oblíquos que vão dos bordos laterais da fossa
olecraneana ao vértice do olecrâneo.
 feixes úmero-olecranianos verticais que vão da porção superior da fossa
olecraneana ao vértice do olecrânio.
 Feixes úmero-umerais

 Ligamento lateral interno – é o mais desenvolvido, distinguindo-se 4 feixes:


 feixe anterior – epitróclea + apófise coronoideia
 feixe médio – epitróclea + apófise coronoideia, atrás do anterior
 feixe posterior ou ligamento de Bardinet – epitróclea + face interna do
olecrânio
 feixes arciformes ou ligamento de Cooper – olecrâneo + base da apófise
coronoideia

 Ligamento lateral externo – em forma de leque, é formado por 3 feixes:


 feixe anterior – epicôndilo + adiante da pequena cavidade sigmoideia
 feixe médio – epicôndilo + atrás da pequena cavidade sigmoideia
 feixe posterior – epicôndilo + bordo externo do olecrânio

SIMAC 98
 Ligamento quadrado de Denucé – é uma lâmina quadrilátera que se insere no bordo
inferior da pequena cavidade sigmoideia ao colo do rádio.

5. Sinovial: reveste a superfície interior da cápsula articular, reflectindo-se depois ao nível da


inserção desta e prolongando-se até à cartilagem articular, formando os seguintes fundos de saco:
 fundo de saco anterior – corresponde ás fossetas coronoideia e supra-condiliana
 fundo de saco posterior – corresponde à fosseta olecraneaniana
 fundo de saco inferior ou peri-radial – situa-se em volta do colo do rádio
 fundo de saco rádio-cubital encontra-se por baixo da pequena cavidade sigmoideia

6. Mecanismo articular: executa movimentos de flexão, extensão, lateralidade de forma limitada


e passiva, pronação e supinação.

MEMBRANA INTERÓSSEA:

É uma membrana fibrosa que une o bordo externo do cúbito ao bordo interno do rádio.

SIMAC 99
ARTICULAÇÃO RADIO-CUBITAL INFERIOR:

1. Ossos constituintes: rádio e cubito.

2. Classificação: trocartrose

3. Superfícies articulares: A cavidade sigmoideia do rádio, a cabeça do cúbito, e o ligamento


triangular, que é uma lâmina cuja base se insere no rebordo inferior da cavidade sigmoideia do rádio e
cujo vértice se insere entre a cabeça do cúbito e a sua apófise estiloideia.

4. Meios de união: Cápsula articular que se insere à periferia das superfícies articulares e nos
dois bordos do ligamento triangular.
Ligamento rádio cubital anterior e ligamento rádio cubital posterior que reforçam à frente e atrás,
respectivamente, a cápsula.

5. Sinovial: Reveste interiormente a cápsula e envia um prolongamento em fundo de saco que


alcança o espaço interósseo.

6. Mecanismo articular: executa movimentos de deslizamento muito limitados, funcionando


mais como uma estrutura que mantém em união as duas extremidades inferiores dos ossos do
antebraço.

ARTICULAÇÃO RÁDIO-CÁRPICA OU DO PUNHO:

1. Ossos constituintes: rádio, escafóide, semilunar e piramidal.

2. Classificação: condilartrose composta.

3. Superfícies articulares: A cavidade glenoideia antebraquial que é formada pela extremidade


inferior do rádio e pelo ligamento triangular. O côndilo cárpico que é formado pelas faces articulares
superiores do escafóide, do semilunar e do piramidal, sendo estes 3 ossos unidos pelos ligamentos
interósseos.

SIMAC 100
4. Meios de união:
 Cápsula articular que se insere à periferia das superfícies articulares e nos bordos do
ligamento triangular.

 Ligamento anterior é formado por 2 feixes:


 feixe rádio-cárpico – apófise estiloieia do rádio + semilunar e piramidal + grande
osso;
 feixe cúbito-cárpico – apófise estiloideia do cúbito + semilunar + piramidal e
grande osso.

 Ligamento posterior – rádio + face posterior do semilunar e piramidal

 Ligamento lateral externo – apófise estiloieia do rádio + tubérculo do escafóide

 Ligamento lateral interno – apófise estiloieia do cúbito + pisiforme e piramidal

5. Sinovial: Reveste a superfície interior da cápsula articular, comunicando com a sinovial da


articulação rádio-cubital inferior.

6. Mecanismo articular: realiza movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, circundação


e movimentos de rotação muito limitados.

SIMAC 101
ARTICULAÇÕES DA MÃO

 Prócárpicas – Articulações entre a primeira fileira dos ossos do carpo, o procarpo


(escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme). São artrodias.

 Pró-mesocárpicas ou médio-cárpicas – Articulações entre o procarpo, á excepção do


pisiforme, e o mesocarpo. É uma bicondilartose.

 Mesocárpicas - Articulações entre a segunda fileira dos ossos do carpo, o mesocarpo


(trapézio, trapezóide, grande osso e unciforme). São artrodias.

 Meso-metacárpicas – Articulações entre as extremidades superiores dos metacárpicos


e os ossos do mesocarpo. São todas artrodias, á excepção da trapezo-primometacárpica
que é uma efipiartrose

 Intermetacárpicas – Articulações entre as extremidades superiores dos 4 ultímos


metacárpicos. São artrodias. O 1º metacárpico é independente.

 Metacárpico-falângicas – Articulações entre as extremidades inferiores dos


metacárpicos e a extremidade superior da 1ª falange. São condilartroses.

 Interfalângicas – Articulações entre as falanges nos dedos. São trocleartroses.

SIMAC 102
SISTEMA NERVOSO

HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso é constituído por um tipo de tecido altamente especializado – o tecido


nervoso – cuja unidade estrutural é o neurónio e cuja unidade funcional é a sinapse. De forma a manter
a integridade dos neurónios e respetcivas sinapses, existe no tecido nervoso um conjunto de células e
vasos de suporte, que lhes fornecem nutrientes e oxigénio, e deles recebem dióxido de carbono e outros
produtos tóxicos.

Nesta fase do estudo, torna-se necessário rever a célula nervosa: o neurónio é constituído por
um copo celular (onde estão localizados todos os organelos) do qual partem dois tipos de
prolongamentos, as dendrites e o axónio (mais longo), na porção terminal do qual se encontram as
telodendrites. As dendrites constituem o polo de recepção do influxo; o polo de descarga são as
telodendrites. O influxo nervoso entra pelas dendrites, atravessa o corpo celular e o axónio e sai pelas
telodendrites. Estas estão em contacto com as dendrites do neurónio seguinte, o qual transmite o
impulso nervoso nos mesmos moldes. O impulso nervoso segue portanto um único sentido.

Entre as telondendrites de um neurónio e as dendrites do neurónio seguinte, encontra-se a


sinapse, ligação funcional entre dois neurónios. A sinapse não implica contacto directo: existe um
espaço, denominado fenda sináptica, entre ambos os neurónios intervenientes. As telodendrites contêm
vesículas com substâncias químicas, as quais, mediante um estímulo proveniente do axónio, são
libertadas na fenda sináptica, actuando em receptores existentes na membrana celular das dendrites do
neurónio adjacente. Estas substâncias são designadas de neurotransmissores (por exemplo, a
acetilcolina).

Que estímulo é esse que, proveniente do axónio, estimula as telodendrites a libertar os


neurotransmissores na fenda sináptica? Esse estímulo tem início na activação dos receptores
dendríticos, percorre o corpo celular e o axónio e provoca a libertação das vesículas telodendríticas. É
um estímulo eléctrico denominado potencial de acção. A propagação do impulso nervoso faz-se assim
em duas fases que se repetem continuamente:
- das dendrites para as telodendrites do mesmo neurónio: através de um processo eléctrico
(potencial de acção);
- das telodendrites de um neurónio para as dendrites do neurónio seguinte: através de um
processo químico (sinapse).

SIMAC 103
POTENCIAL DE ACÇÃO

Existem diferenças de potencial eléctrico, em essencialmente todas as células do corpo. Além


disso, algumas células como as neuronais e musculares, são excitáveis, isto é, capazes de após um
estímulo adequado fazerem variar o seu potencial de membrana. Na maioria dos casos, esses impulsos
podem ser usados para a transmissão de sinais ao longo dessas membranas.

Para facilitar a compreensão deste tema introduzem-se as seguintes definições:

 Potencial de membrana – corresponde à diferença de cargas positivas e negativas que


existe entre o interior e exterior da célula. As cargas que contribuem para este potencial
são as fornecidas pelos iões que a célula e o seu exterior apresentam em maior
quantidade, ou seja, o ião potássio K+ e o ião sódio Na+. Expressa-se em miliVolts.
(note-se que existem outros iões, como o cloro Cl-, que também influenciam o potencial
de membrana, mas por se apresentarem em pequena quantidade, e a sua contribuição
ser pequena, não vão ser abordados)

 Potencial de repouso – corresponde ao potencial de membrana que a célula apresenta


quando se encontra em repouso, ou seja, não está excitada. Na maior parte das células
este potencial é negativo porque:

 Em repouso a membrana celular é mais permeável ao K+ do que ao Na+


Sabendo que a concentração de K+ é superior dentro da célula em relação ao
exterior e que a concentração do Na+ é superior no exterior da célula em relação ao
interior, e que os iões se movem do local de maior concentração para o de menor
concentração, é fácil compreender que sai mais K+ do que o Na+ que entra. Na
prática saem mais cargas positivas do que aquelas que entram, tornando desta
forma o interior negativo.

 Existe a bomba de Na+/k+


Esta bomba consiste numa proteína que transporta activamente 3Na+ para o
exterior da célula, por cada 2K+ que transporta para dentro da célula. Isto
corresponde à saída efectiva de uma carga positiva para o exterior da célula, o que
contribui para o interior da célula ser negativo.

 Potencial de acção – variação do potencial de membrana que ocorre após a aplicação


de um estímulo capaz de o gerar. Ocorre por meio de alterações de permeabilidade na
membrana celular aos iões. Este potencial de acção propaga-se sempre com a mesma
amplitude ao longo da célula nervosa. É desta forma que são transmitidos os impulsos
nervosos.

SIMAC 104
O potencial de acção tem a duração de cerca de 1ms, variando consoante o tipo de
célula, após o qual é restaurado o potencial de repouso. Nele distinguem-se 3 fases:

 Despolarização
Após a aplicação de um estímulo capaz, a permeabilidade ao Na+ aumenta
rapidamente, o que cria um influxo de cargas positivas para dentro da célula,
atendendo ao gradiente de concentração. Nesta fase a permeabilidade ao K+
mantém-se aproximadamente igual. Estes dois factores conjugados fazem com que
o potencial de membrana se torne gradualmente positivo.

 Repolarização
À medida que a célula se despolariza, a permeabilidade ao K+ vai aumentando
lentamente, enquanto que a permeabilidade ao Na+ começa a voltar ao normal, ou
seja, começa a reduzir-se em relação ao valor que tem durante a despolarização.
Desta forma o efluxo de K+ aumenta e o influxo de Na+ diminui. Quando o número
de cargas positivas que saiem igualam o número de cargas positivas que entram dá-
se inicio à despolarização. Durante esta fase o número de cargas positivas que sai
excede as que entram fazendo com que a célula atinge o potencial de membrana
que tem quando em repouso. Quando isto acontece termina a despolarização.

 Hiperpolarização pós-potencial
Finda a repolarização o a permeabilidade ao K+ ainda se mantém aumentada em
relação ao valor do potencial de repouso, o que faz com que exista um efluxo
efectivo de cargas positivas para o exterior, tornando desta forma a célula mais
negativa do que em situações basais. À medida que a permeabilidade ao K+
começa a reduzir-se para valores de repouso o potencial de membrana também se
aproxima do de repouso, altura em que termina esta fase.

Estas fases ocorrem porque existem canais activos para o sódio e para o potássio. Os
canais de Na+ abrem e fecham rapidamente, enquanto que os canais de potássio têm
uma cinética mais lenta, ou seja, demoram mais tempo a abrir e a fechar. É esta
diferença de cinética dos canais, que provoca o potencial de acção.

Durante o potencial de acção distinguem-se 2 períodos:

 Período refratário absoluto – período durante o qual nenhum estímulo é capaz de


gerar um novo potencial de acção.

 Período refratário relativo – período durante o qual um estímulo com intensidade


superior ao inicial é capaz de gerar um novo potencial de acção.
(a localização dos dois períodos, no potencial de acção, encontra-se representada
no gráfico)

SIMAC 105
Graficamente as alterações que ocorrem durante o potencial de acção traduzem-se da seguinte
forma:

Em relação ao estímulo há ainda a considerar:

1. Limiar de excitabilidade
Valor do potencial de membrana que é necessário atingir para que se origine um
potencial de acção. É expresso em miliVolts.

2. Limiar de corrente
Intensidade mínima do estímulo que é necessário atingir para que dê origem a um
potencial de acção. É expresso em miliAmperes.

SIMAC 106
Factores que afectam a propagação do impulso nervoso

Com base nos conceitos de limiar de excitabilidade e da constância de condução ao longo do


axónio, estabeleceu-se a lei do tudo ou nada, que se enuncia do seguinte modo: “Uma vez formado, o
potencial de acção percorre o axónio sem decréscimo de intensidade e com velocidade constante”.

Diâmetro do axónio – quanto maior, maior será a velocidade com que é propagado o potencial
de acção.

Mielina
Nas fibras sem mielina o potencial de acção, uma vez gerado, vai ser transmitido como uma
onda de despolarização ao longo do axónio.

Nas fibras com mielina, a membrana celular apenas está em contacto com o meio extracelular
nos nódulos de Ranvier, ficando a parte restante coberta pela bainha de mielina, que serve de
isolamento à fibra nervosa. Quando ocorre uma despolarização num dos nódulos os iões caminham ao
longo das partes internas e externas do axónio, originando correntes locais que vão despolarizar o
nódulo seguinte, enquanto no nódulo anterior ocorre a fase de repolarização.

Este processo designa-se condução por saltos, dado que as trocas iónicas se efectuam apenas
entre nódulos de Ranvier contínuos, o que vai ter como consequência uma condução nervosa mais
rápida.

SIMAC 107
ESTRUTURA E FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso tem duas funções essenciais à vida:

1. Permite ao Homem estar em permanente relação com o meio que o rodeia, tendo a função
de receber sinais (como luz, temperatura, sons, etc.), analisá-los e coordená-los de forma a
elaborar respostas adequadas aos mesmos;
2. É interveniente directo na manutenção do equilíbrio funcional dos órgãos internos do
Homem.

Podemos dividir o sistema nervoso quanto à função e quanto à estrutura.

Quanto à FUNÇÃO, divide-se em:

 Sistema nervoso somático


Diz respeito à Anatomia da Relação, à primeira função supracitada. Permite, portanto, a
relação do Homem com o seu meio ambiente. É um sistema consciente e maioritariamente
voluntário. Os órgãos efectores são os músculos estriados esqueléticos.

 Sistema neurovegetativo (SNV) ou autónomo


Diz respeito à segunda função supracitada. Controla o funcionamento dos diferentes órgãos
de todos os aparelhos e sistemas do Homem. É um sistema involuntário e maioritariamente
inconsciente. Basicamente, controla a vida vegetativa. As estruturas efectoras são os
músculos liso e cardíaco dos vários órgãos do corpo.

Quanto à ESTRUTURA, divide-se em:

 Órgãos dos sentidos


Recebem os estímulos sensoriais correspondentes aos 5 sentidos: tacto, gosto, olfacto,
visão e audição.

SIMAC 108
 Sistema nervoso central (SNC)
Encontra-se localizado na cavidade craniana (encéfalo) e na coluna vertebral (espinal
medula).
Tem a função de integrar a informação proveniente dos diversos receptores e elaborar uma
resposta.

 Sistema nervoso periférico (SNP)


É constituído pelos nervos, que têm a função de transporte de informação, tanto a aferente
(dos receptores para o SNC) como a eferente (do SNC para os órgãos efectores da
resposta).

Sistema nervoso

Somático Neurovegetativo

Encéfalo Espinal medula SNC

Nervos cranianos Nervos raquidianos SNP

Ou seja, tanto o sistema nervoso somático como o SNV têm um componente central, de
integração da informação e elaboração de respostas, e um componente periférico, de
transporte da informação.

SIMAC 109
SISTEMA NERVOSO CENTRAL

É constituído pela espinal medula e pelo encéfalo.

Medula espinhal

Massa nervosa localizada no canal raquidiano ao longo da coluna vertebral, que lhe serve de
protecção, entre o atlas e a segunda ou terceira vértebra lombar. Mede cerca de 40 cm de comprimento.

ESTRUTURA:

A medula espinhal tem a forma de um longo cordão arredondado percorrido por sulcos
longitudinais.

Um corte horizontal da medula mostra que é formada por duas porções: a substância branca,
exterior, e a substância cinzenta, interior, perfurada pelo canal do epêndimo. A substância cinzenta
apresenta a forma de um H, cujas extremidades anteriores constituem os cornos anteriores ou motores
(onde nascem as fibras motoras que vão fazer parte dos nervos raquidianos) e cujas extremidades
posteriores constituem os cornos posteriores ou sensitivos (onde terminam as fibras sensitivas
provenientes dos nervos raquidianos).

SIMAC 110
FUNÇÃO:

Tem três funções de extrema importância:

1. Tem uma função condutora: a informação proveniente do encéfalo circula através da medula
até a abandonar por meio de um nervo raquidiano, tal como a informação sensitiva,
proveniente de receptores, transportada por nervos periféricos até à medula, tem que a
atravessar até chegar ao encéfalo. Apenas a informação transportada pelos nervos
cranianos não atravessa a medula.

2. Tem uma função visceral: contem parte importante da porção central do SNV.

3. Tem uma função somática, desempenhando um importante papel nos actos reflexos
tendinosos ou proprioceptivos, de que é exemplo o reflexo rotuliano, e cutâneos ou
extereoceptivos (contracção muscular em resposta a uma estimulação cutânea).

a) O que é um reflexo?
Um reflexo é uma resposta involuntária e rápida, consciente ou não, a um estímulo, visando
a adaptação do organismo ao mesmo. O seu mecanismo compreende os seguintes
componentes:
 o estímulo (alteração detectável no meio interno ou externo, por exemplo: variação
térmica);
 um receptor (que detecta a variação ambiental);
 uma via aferente (que transporta a informação do receptor ao centro integrador);
 um centro integrador (que integra a informação e elabora a resposta);
 uma via eferente (que transporta a informação do centro integrador para o órgão
efector);
 o órgão efector (que fornece a resposta ao estímulo).

b) Como se classificam os actos reflexos?


Classificam-se quanto à necessidade de aprendizagem.
Os reflexos que nascem com o indivíduo, que são semelhantes para todas as pessoas,
denominam-se reflexos inatos. Um exemplo específico destes é constituído pelos reflexos
tendinosos, em que os receptores estimulados são fusos neuromusculares (terminações
sensitivas localizadas entre as fibras musculares, envolvidas por cápsula de tecido
conjuntivo), os quais são sensíveis à distensão. Outra característica do arco reflexo simples
é o facto de o centro integrador ser a espinal medula (a informação não vai ao encéfalo).
Existem outros reflexos que resultam de aprendizagem e de treino continuado e repetido.
São os reflexos adquiridos ou condicionados. É o caso de muitos actos praticados pelo
condutor de automóvel durante a sua condução.

SIMAC 111
c) Um exemplo do acto reflexo simples tendinoso é o reflexo rotuliano:
O estímulo é uma pancada ao nível do tendão rotuliano, o que provoca a distensão dos
músculos extensores da coxa que lhe estão ligados (que formam o quadricípete crural),
nomeadamente dos fusos neuromusculares neles contidos, o que corresponde à sua
estimulação. Esta é transportada pelas fibras nervosas aferentes, sob a forma de potencial
de acção, à espinal medula, que integra esta informação e elabora uma resposta. Esta
resposta é transportada, novamente sob a forma de potencial de acção, pelas fibras
nervosas eferentes até ao órgão efector – os mesmos músculos extensores que foram
distendidos. A resposta traduz-se na contracção do músculo quadricípete crural, com
consequente extensão da articulação do joelho.

SIMAC 112
Encéfalo

Porção do SNC que se encontra protegido de choques externos por uma estrutura óssea
importante – a caixa craniana.

É constituído por um conjunto de órgãos


estruturados em três unidades
funcionais: a antero-inferior é o tronco
cerebral, a postero-inferior é o cerebelo e
a superior é o cérebro.

1) Tronco cerebral

Faz ligação da medula espinhal com o cérebro. É constituído por três porções que têm
várias funções específicas, quase todas relacionadas com controlo visceral, para além da
função comum de condução de informação. São, de baixo para cima:
 Bulbo raquidiano: controla a frequência cardíaca a respiração e o reflexo da tosse e
contém o centro do vómito.
 Protuberância anular: contem o núcleo do gosto e controla a secreção salivar.
 Pedúnculos cerebrais: fazem a ligação ao cérebro.

2) Cerebelo

É formado por dois hemisférios ligados pelo vérmis. Tem como funções:
 o controlo do equilíbrio;
 regulação do tónus muscular da postura;
 controlo dos movimentos voluntários.

CURIOSIDADE:

O desempenho cerebelar destas funções é demonstrado pelo grande desenvolvimento deste


órgão nas aves, o que se traduz pelo seu extraordinário equilíbrio durante o voo.

SIMAC 113
3) Cérebro

É a base fisiológica que garante as funções nervosas superiores, tais como: a linguagem, a
memória, o pensamento abstracto, a imaginação e a integração da personalidade. É o centro
onde se integram e elaboram as grandes funções motoras, sensitivas e associativas do
sistema nervoso. Está parcialmente liberto das funções de regulação visceral que dependem
do tronco cerebral e da medula espinhal.

Tal como a medula espinhal, também está dividido em duas porções: a substância branca,
interior, e a substância cinzenta, exterior.

É constituído por dois hemisférios, o direito e o esquerdo, havendo sempre um dominante


relativamente ao outro. Nos indivíduos dextros, o hemisfério dominante é o esquerdo e nos
esquerdinos é o direito. Isto significa que uma lesão no hemisfério esquerdo afecta a porção
correspondente do lado direito do corpo, sendo o inverso verdadeiro.

Em cada hemisfério há quatro lobos com funções específicas:


 Frontal:
- Funções de raciocínio e integração das regras sociais que permitem um
comportamento adequado às diferentes situações (na profissão vs. em família vs. com
amigos);
- Função somato-motora (elabora uma resposta motora a ser executada pelos músculos
estriados esqueléticos).

 Parietal:
- Função somato-sensitiva (recebe informação somática proveniente dos receptores
sensoriais e integra-a).

 Occipital:
- Coordenação da visão.

 Temporal:
- Coordenação da audição.

SIMAC 114
De forma a exemplificar o complexo funcionamento cerebral, apresenta-se de seguida a
descrição detalhada da função da linguagem escrita e linguagem falada.
No lobo frontal do hemisfério dominante encontram-se os centros motores da linguagem escrita
e da linguagem falada. No lobo temporal do mesmo hemisfério, localiza-se o centro sensitivo da
linguagem falada / centro auditivo da linguagem. No lobo parietal do mesmo hemisfério, situa-se o centro
sensitivo da linguagem escrita / centro da leitura. Lesões nestes centros terão consequências diferentes
na linguagem, como se percebe pela seguinte tabela:

LESÃO NA LINGUAGEM FALADA LESÃO NA LINGUAGEM ESCRITA


Ouvidos SURDEZ Não há recepção do estímulo CEGUEIRA Olhos
Centro SURDEZ Não há compreensão do CEGUEIRA Centro
auditivo VERBAL estímulo recebido VERBAL da
leitura
Centro Não há capacidade de Centro
motor expressar a resposta ao motor
estímulo

SIMAC 115
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

É constituído pelos nervos (por sua vez constituídos por fibras nervosas, cada fibra sendo
formada por um axónio), os quais se dividem quanto à função e quanto à origem.

QUANTO À FUNÇÃO:

 Nervos motores: apenas contêm fibras nervosas motoras, transmitindo informação do SNC
aos músculos estriados, controlando as actividades motoras voluntárias.
 Nervos sensitivos: apenas contêm fibras nervosas sensitivas, transmitindo informação
proveniente dos receptores localizados na superfície (sensibilidade exterioceptiva) ou na
profundidade, articulações e músculos (sensibilidade proprioceptiva) até ao SNC.
 Nervos sensoriais: transportam informação da sensibilidade especial (cujos receptores
correspondem aos órgãos dos sentidos).
 Nervos neuro-vegetativos: inervam os músculos lisos dos vasos, pêlos glândulas e
restantes vísceras e o músculo cardíaco, controlando a vida vegetativa.
 Nervos mistos: são os mais numerosos, contendo fibras nervosas de diversos tipos.

QUANTO À ORIGEM:

 Nervos cranianos: têm origem no encéfalo; são 12 pares e saiem do crânio pelos buracos da
sua base; dirigem-se para as diferentes partes da cabeça, nomeadamente para os
músculos, pele e restantes órgãos dos sentidos, excepto o 10º nervo (vago) que inerva
zonas do corpo distantes da cabeça, como o coração e alguns órgãos abdominais.

NERVOS CRANIANOS (12 pares)

I: Olfactivo VII: Facial


II: Óptico VIII: Estato-acústico
III: Motor ocular comum IX: Glosso-faríngeo
IV: Patético X: Vago ou pneumogástrico
V: Trigémio XI: Espinhal
VI: Motor ocular externo XII: Grande hipoglosso

 Nervos raquidianos: têm origem na medula espinhal; em número de 31 pares, saiem da


coluna vertebral pelos buracos de conjugação.

NERVOS RAQUIDIANOS (31 pares)


- 8 cervicais: C1-C8
- 12 dorsais: D1-D12
- 5 lombares: L1-L5
- 5 sagrados: S1-S5
- 1 coccígeo: C0

SIMAC 116
Cada nervo inicia-se na medula espinhal por duas raízes, uma anterior (motora) e uma posterior
(sensitiva), as quais se dirigem para o buraco de conjugação das vértebras, próximo do qual se unem,
formando o nervo raquidiano. Este atravessa o buraco de conjugação respectivo, dividindo-se depois
num ramo anterior, que inerva os músculos anteriores e laterais do tronco e dos membros e a pele
correspondente, e num ramo posterior, que inerva os músculos e a pele da porção posterior do tronco.

À excepção dos ramos anteriores dos nervos dorsais (que vão constituir os nervos intercostais),
os ramos anteriores anastomosam-se de um modo complexo para constituirem os plexos, que são:

 Plexo cervical (C1-C4)


 Plexo braquial (C5-T1)
 Plexo lombar (L1-L4)
 Plexo sagrado (L5-S3)
 Plexo pudendo (S3-S4)
 Plexo sacro-coccígeo (S5-C0)

SIMAC 117
PLEXOS NERVOSOS

PLEXO CERVICAL:

 É formado pelos ramos anteriores dos nervos cervicais de C1 a C4.


 Dá origem ao nervo frénico que inerva o diafragma.
 Inerva a pele e músculos da região da cabeça, pescoço e parte superior da espádua.

PLEXO BRAQUIAL:

 É formado pelos ramos anteriores dos nervos de C5 a T1.


 Entra na axila, passando atrás da clavícula e por cima da primeira costela.
 Inerva a totalidade do membro superior.
 Ramos terminais:
 grupo anterior:
 Nervo mediano
 Nervo músculo-cutâneo
 Nervo cubital
 Nervo braquial cutâneo interno
 Nervo acessório do braquial cutâneo interno
 grupo posterior:
 Nervo circunflexo
 Nervo radial

NERVOS INTERCOSTAIS:

 de T1 a T12, passam no sulco inferior da costela respectiva.


 não formam plexos.
 inervam os músculos intercostais, abdominais e pele correspondente.

SIMAC 118
PLEXO LOMBAR:

 É formado pelos ramos anteriores dos nervos de L1 a L4.


 Inerva a parede abdominal antero-lateral, órgão genitais externos, parte do membro
inferior.
 Ramos colaterais:
 Nervo grande abdómino-genital
 Nervo pequeno abdómino-genital
 Nervo fémuro-cutâneo
 Nervo génito-crural
 Ramos terminais:
 Nervo obturador
 Nervo crural

PLEXO SAGRADO:

 É formado pelos ramos anteriores dos nervos de L5 a S3


 Ramos colaterais, destinados a todos os músculos da bacia, à excepção do obturador
externo:
 Nervos do piramidal da bacia
 Nervo glúteo superior
 Nervo gémeo pélvico superior
 Nervo gémeo pélvico inferior e do quadrado crural
 Nervo do obturador interno
 Nervo pequeno ciático ou glúteo inferior
 Ramo terminal:
 Nervo grande ciático – nervo mais comprido e volumoso do organismo, sai da
bacia pela grande chanfradura ciática, dirigindo-se para a região glútea, passa
adiante do bícipite crural e no escavado popliteu divide-se em 2 ramos terminais.
Esquematizando:

SIMAC 119
PLEXO PUDENDO:

 É formado pelos ramos anteriores dos nervos de S2 a S4.


 Destinado aos músculos e pele anais, parte da genitália externa e vísceras pélvicas.
 Ramo terminal é o nervo pudendo interno.

PLEXO SACRO-COCCÍGEO:

 É formado pelos ramos anteriores dos nervos S4 e nervo coccígeo.


 Tem como território motor a porção inferior do músculo grande glúteo e território
sensitivo a região coccígea.

Aspecto geral da inervação sensitiva do membro superior

SIMAC 120
Aspecto geral da inervação sensitiva do membro inferior

SIMAC 121
SISTEMA NEUROVEGETATIVO

Esta componente do sistema nervoso participa na regulação dos mecanismos homeostáticos do


organismo, regulando a nossa vida vegetativa (termo relativo às actividades fisiológicas vitais), daí
chamar-se neurovegetativo. Comanda a motricidade das fibras musculares lisas dos vasos e vísceras, a
secreção das glândulas e a sensibilidade interoceptiva ou visceral, sendo independente da nossa
vontade e consciência, pelo que também é conhecido por sistema nervoso autónomo. Em termos
genéricos, as suas principais funções são manter a constância do meio interior do organismo
(constantemente sujeito a flutuações do meio exterior) e a regulação das funções dos órgãos.

NOTA – A VIDA VEGETATIVA:

A vida vegetativa depende não só do sistema neurovegetativo mas também do hipotálamo


e da formação reticular do tronco cerebral.
O hipotálamo é estrutura central que constitui o órgão de integração superior deste sistema.
Graças às suas conexões com a hipófise, a sua regulação atinge também as glândulas endócrinas,
coordenando assim a acção integrada do SNV e do sistema endócrino.
A formação reticular do tronco cerebral é constituída por um vasto conjunto de neurónios
dispersos com os corpos celulares formando grupos separados pelas fibras nervosas
correspondentes aos axónios das mesmas células. Tem funções de extrema importância que
garantem a vida humana como a conhecemos, nomeadamente: activação do córtex cerebral durante
a vigília, regulação do sono (lesões permanentes destas células causam insónia permanente),
regulação da actividade dos neurónios motores e regulação de alguns centros reflexos como o centro
do vómito, o centro respiratório e o centro vasomotor.

Observando atentamente a figura, verificamos a existência neste sistema de dois componentes


de cuja acção conjunta depende o equilíbrio funcional dos órgãos. São o sistema nervoso simpático e
o sistema nervoso parassimpático.

EM TERMOS ESTRUTURAIS:

Ambos os componentes contêm:


 uma porção central - medula espinhal e tronco cerebral
 uma porção periférica - constituída por:
 fibras pré-ganglionares (entre a porção central e os gânglios);
 gânglios:
1. da cadeia simpática látero-vertebral (localizada nas faces laterais da coluna
vertebral);
2. pré-viscerais ou esplâncnicos (situados entre o ráquis e as vísceras);
3. viscerais (justa ou intraviscerais).
 fibras pós-ganglionares (entre os gânglios e as vísceras).

SIMAC 122
No que diz respeito ao divisão simpática, a porção central está localizada nos segmentos
torácico e lombar alto da medula. Na porção periférica: as fibras pré-ganglionares superiores terminam
na cadeia látero-vertebral e as inferiores terminam em gânglios e plexos pré-viscerais; as fibras pós-
ganglionares originam-se nos gânglios onde terminaram as pré-viscerais e terminam na parede dos
órgãos.

Quanto à divisão parassimpática, a porção central localiza-se no tronco cerebral e na medula


sagrada. Na porção periférica, a maioria das fibras pré-ganglionares superiores (com origem no tronco
cerebral) terminam em gânglios pré-viscerais, sendo que as restantes supriores e todas as inferiores
terminam em gânglios viscerais; as fibras pós-ganglionares originam-se nos gânglios onde terminaram
as pré-viscerais e terminam na parede dos órgãos.

SIMAC 123
EM TERMOS FUNCIONAIS:

O sistema nervoso simpático domina na reacção em situações de stress/tensão ou


esforço, por exemplo a fazer desporto ou a fazer um exame final. Nas situações caracterizadas pelo
aumento do tónus simpático, há um gasto considerável dos recursos energéticos. O simpático direcciona
todo o organismo para a resposta à tensão a que é exposto, recorrendo aos recursos armazenados.

O sistema nervoso parassimpático, por sua vez, domina na reacção em repouso,


permitindo a conservação dos recursos energéticos.

Órgãos SN Simpático SN Parassimpático


Coração  Frequência cardíaca  Frequência cardíaca
Brônquios Dilatação Contracção
Vasos sanguíneos:
- da pele Contracção Nenhuma
- dos músculos estriados Dilatação / contracção Nenhuma
- do coração Dilatação Nenhuma
- das vísceras abdominais Contracção Nenhuma
Pupila do olho Dilatação Contracção
Glândulas sudoríparas Secreção localizada Secreção generalizada
Fígado Libertação do açúcar Nenhuma
Glândulas salivares Secreção Secreção
Estômago  Secreção e peristaltismo Secreção e peristaltismo
Recto Inibição Expulsão de fezes
Bexiga Inibição Expulsão de urina
Órgãos genitais (macho) Ejaculação Erecção

É importante reter a noção que ambos os componentes têm um tónus basal. O que se
passa é que em situações de stress, o tónus simpático aumenta, sobressaindo as suas acções, e
em repouso acontece o inverso. Mas o componente não dominante mantém sempre um tónus
basal. Como tal, estes sistemas são complementares mas não antagónicos: as acções integradas
de ambos que permitem o funcionamento equilibrado de todos os órgãos.

SIMAC 124
APARELHO CIRCULATÓRIO

O aparelho circulatório ou cardiovascular é constituído pelo coração e vasos sanguíneos.


São o sangue e a linfa que distribuem pelas células do organismo, as substâncias nutritivas e o
oxigénio, ao mesmo tempo que servem de esgoto dos produtos de eliminação celular.

ESQUEMA DA CIRCULAÇÃO DO SANGUE

O sangue impulsionado pelo coração segue dois trajectos a que se dá os nomes de PEQUENA
CIRCULAÇÃO e GRANDE CIRCULAÇÃO.

Na pequena circulação, o sangue sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar, vai aos pulmões
onde larga o anidrido carbónico e recebe oxigénio, voltando pelas veias pulmonares para a aurícula
esquerda.

Na grande circulação, o sangue passa da aurícula esquerda para o ventrículo esquerdo, sai pela
aorta, percorre todo o corpo e volta pelas veias cavas para a aurícula direita.

Estes dois trajectos são síncronos, efectuam-se ao mesmo tempo durante os movimentos do
coração – sístole e diástole.

SANGUE: O Sangue é constituído por plasma e elementos figurados que são: os eritrócitos,
hemácias ou glóbulos vermelhos; os glóbulos brancos ou leucócitos; e as plaquetas.

O plasma é um líquido cor de palha que contém água com diversos sais minerais, aminoácidos,
ureia, ácido úrico, açúcar, etc. em determinadas proporções.

Os glóbulos vermelhos têm a propriedade de fixar o oxigénio nos pulmões para o levar a todas
as partes do organismo. O seu número normal vai de 4.500.000 na mulher a 5.000.000 no homem, por
mm. cúbico.

Os glóbulos brancos têm a função de defender o organismo contra as infecções. O seu número
3
normal é de 6.000 a 10.000 por mm .

As plaquetas interferem na coagulação do sangue, havendo aproximadamente 250.000 por mm.


cúbico de sangue.

SIMAC 125
VÁLVULAS DO CORAÇÃO

As aurículas comunicam com os ventrículos do mesmo lado, e os ventrículos com grossos


vasos, através de VÁLVULAS.

A válvula de comunicação aurícula-ventricular esquerda, chama-se MITRAL, e a aurícula


ventricular direita, TRICÚSPIDA.

As outras válvulas, são; a válvula aórtica e a pulmonar a que se dá o nome de VÁLVULAS


SIGMOIDEIAS.

CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular oco, com 4 cavidades; duas pequenas em cima – as


AURICULAS – e duas maiores em baixo – os VENTRICULOS.

As duas cavidades, aurícula e ventrículo dum lado, são independentes das do lado oposto e dai
vêm as designações de coração direito e coração esquerdo. O lado direito tem sempre sangue venoso, e
o lado esquerdo sangue arterial.

O coração tem a forma de uma pirâmide triangular de bordos arredondados, com a base em
cima e a ponta virada para baixo e para a esquerda. Está situado atrás do esterno e cartilagens costais e
entre os dois pulmões, desde a 2ª costela em cima até ao diafragma.

SIMAC 126
É envolvido por um saco fibroso – o PERICÁRDIO – que tem dois folhetos lubrificados entre si,
por um líquido seroso, para facilitar os movimentos do coração. Internamente, o coração é revestido por
outra membrana que tem o nome de ENDOCÁRDIO.

As contracções do coração, são comandadas por um conjunto de células nervosas e fibras


musculares especiais, com ponto de partida na aurícula direita, em ligação com a aurícula esquerda, a
que se dá o nome de “NÓ SINO-AURICULAR DE KEITH E FLACK”. Um pouco mais abaixo, na base
do septo ventricular está o “NÓ AURICULO-VENTRICULAR” ou “NÓ DE TAWARA” em ligação com o
anterior e de onde parte um feixe músculo-nervoso, o FEIXE DE HIS, que se bifurca para um e outro
lado do septo e se ramifica nos ventrículos

Os movimentos cardíacos são influenciados pelos nervos – PNEUMOGÁSTRICO ou VAGO.

Pelo SISTEMA SIMPÁTICO:


O primeiro abranda o número de movimentos e o segundo acelera os movimentos.

SIMAC 127
LINFA

A linfa provém do plasma sanguíneo que transuda dos capilares.

Os tecidos do organismo são banhados pela linfa, a qual leva às células as substâncias
indispensáveis à sua nutrição; é também a linfa que drena as substâncias de eliminação ou produtos
residuais das células.

A saúde e vitalidade das células e bem assim de todo o organismo, depende da qualidade dos
materiais nutritivos transportados pela linfa, os quais são uma consequência da alimentação que se
ingere e do ar que se respira.

Os produtos de eliminação celular são drenados por capilares linfáticos que se unem para formar
vasos linfáticos de maior calibre.

Existem vasos linfáticos por todo o corpo e ao longo do seu trajecto existem vários gânglios
linfáticos onde se encontram células de defesa do organismo – os linfócitos.

Toda a linfa é transportada ao coração por dois importantes vasos linfáticos: o CANAL
TORÁCICO e o CANAL LINFÁTICO DIREITO.

SIMAC 128
Sistema Circulatório
e
Linfático

A distribuição dos nutrientes pelas células do organismo é assegurada pelo sangue e pela linfa.

Estes líquidos circulam num sistema de vasos que fazem parte do aparelho circulatório, ou
através de espaços intercelulares, como acontece em parte da circulação linfática.

Sangue – constituição e funções

No homem a massa sanguínea total é de cerca de 7% a 8% do seu peso o que corresponde a 5


a 6 litros no adulto 70 Kg.

Para compreendermos as funções do sangue teremos de conhecer a sua constituição.

Se recolhermos sangue do animal num tubo de ensaio e lhe adicionarmos um anticoagulante,


que o mantenha líquido, observaremos, ao fim de algumas horas de repouso, uma massa avermelhada
na parte inferior do tubo e um líquido sobrenadante ligeiramente amarelado.

A massa avermelhada que sedimenta é constituída por células de vários tipos – glóbulos
sanguíneos – e a fracção líquida sobrenadante é o plasma.

As células com forma de discos bicôncavos são os eritrócitos ou glóbulos vermelhos. As


células incolores, com o núcleo bem evidente, mas muito menos numerosas que os glóbulos vermelhos,
são os glóbulos brancos ou leucócitos. Os pequenos corpúsculos são as plaquetas sanguíneas.
Todos estes elementos estão em suspensão no plasma.

Eritrócitos

São as células mais abundantes do sangue. Em média existem 4 a 5 milhões de glóbulos


vermelhos por mm³ de sangue. Este número pode, no entanto, variar em certas condições especiais.
Assim, a seguir a uma hemorragia ou um caso de anemia verifica-se uma diminuição mais ou menos
significativa do número de eritrócitos, pelo contrário os habitantes de grandes altitudes possuem um
número de glóbulos vermelhos muito superior ao normal.

Os eritrócitos são células desprovidas de núcleo, contendo um pigmento proteico, a


hemoglobina, que lhe confere a cor avermelhada. Esta proteína é responsável pelo transporte do
oxigénio (O2).

SIMAC 129
Leucócitos

São células menos numerosas do que os glóbulos vermelhos existindo cerca de 5.000 a 10.000
por mm³ de sangue.

Os leucócitos têm uma função ligada à defesa do organismo.

No caso de ataque por micróbios, os leucócitos são atraídos por substâncias químicas
segregadas por esses agentes patogénicos. Porém os leucócitos só podem atacar e destruir corpos
estranhos nos tecidos, pelo que têm deixar os capilares onde se encontram, deformando-se e deslizando
por entre as células das paredes desses capilares – diapedese.

Aí, muitos deles podem englobar e destruir corpos estranhos como bactérias ou outros. È
o processo conhecido por fagocitose.

Alguns glóbulos brancos têm ainda a capacidade de produzirem certas substâncias chamadas
anticorpos que vão neutralizar e destruir certas toxinas perigosas produzidas por muitos organismos
patogénicos que entram no nosso corpo.

Quando nos picamos e há introdução de bactérias numa zona, produz-se uma vasodilatação por
influência das toxinas segregadas por esses microorganismos, o que confere o aspecto avermelhado e
provoca elevação da temperatura local.

Parte do plasma passa para os espaços intercelulares, o que provoca um edema (inchaço), e
numerosos glóbulos brancos invadem o tecido afectado, produzindo anticorpos e fagocitando os corpos
estranhos. Neste processo, muitas das células envolvidas na luta vão ser destruídas formando o pus.
Se a fagocitose for mais activa que a proliferação dos micróbios, a infecção é reprimida; se a fagocitose
é insuficiente e o número de bactérias aumenta, a infecção pode generalizar-se.

É ainda pela acção dos glóbulos brancos que desaparecem “as nódoas negras” que surgem
após uma queda ou choque, resultante da rotura dos vasos sanguíneos.

Plaquetas sanguíneas

São corpúsculos anucleados provenientes da fragmentação de células especiais da medula


óssea. Têm tendência a aglutinar-se para formar conjuntos. Existem 250.000 a 300.000 por mm³ no
sangue.

Têm um papel importante relacionado com a coagulação do sangue. Quando se verifica a rotura
de um vaso sanguíneo, as plaquetas estendem-se a partir dos bordos da ferida, formando uma espécie

SIMAC 130
de película que vai pouco a pouco, fechando a abertura e constituindo uma primeira barreira à
hemorragia.

Plasma

O plasma representa 55% do volume total do sangue. Ele constitui o veículo dos glóbulos
sanguíneos. É essencialmente constituído por água (92%) contendo em solução importantes substâncias
como proteínas (7%) e sais minerais (0,8%).

É no plasma que se faz o transporte dos nutrientes (sais minerais, glicose, lípidos e outros). Ele
recolhe, também, produtos inúteis ou prejudiciais resultantes da actividade celular (dióxido de carbono
(CO2), compostos azotados (N2), etc.).

Linfa – constituição e funções

Os espaços intercelulares estão preenchidos por um líquido incolor que designamos por linfa
intersticial. Este líquido representa ¼ do peso do nosso corpo.

- Como se forma a linfa intersticial?

O plasma a nível dos capilares sanguíneos pode atravessar a parede fina desses capilares e
preencher os espaços intercelulares constituindo a linfa intersticial. Logo a sua composição é muito
semelhante à do plasma sanguíneo, embora se apresente pobre em fibrinogénio, o que implica que ela
coagule lentamente. A linfa é desprovida de glóbulos vermelhos, mas apresenta glóbulos brancos
provenientes do sangue.

A linfa intersticial é depois drenada dos espaços intercelulares para capilares linfáticos
extremamente finos, constituindo então a linfa circulante. Esta, seguindo por um sistema de vasos
linfáticos acabará por se juntar a corrente sanguínea.

A renovação constante do líquido intersticial permite que as células encontrem nele todas as
substâncias de que necessitam e permite ainda a renovação de produtos inúteis resultantes da sua
própria actividade.

Circulação do sangue

O sistema circulatório consiste numa complexa rede de vasos sanguíneos que se ramificam de
tal modo que cada uma das células do corpo se encontram nas proximidades de um desses vasos.

SIMAC 131
O movimento do sangue nesses vasos é possível devido ao trabalho constante de um órgão
impulsionador que funciona como uma bomba – o coração.

O coração está envolvido por uma membrana de paredes duplas, o pericárdio. Tem,
grosseiramente a forma cónica estando situado na caixa torácica com o vértice voltado para baixo e para
a esquerda.

- Como circula o sangue impulsionado pelo coração?

Até ao século XVII pensava-se que o sangue fluía e refluía nos vasos sanguíneos, num
movimento de vai e vem idêntico aos das marés.

Foram as descobertas feitas por William Harvey (1578-1657), médico inglês, que imprimiram um
grande impulso aos estudos sobre o sistema circulatório. Foi ele quem pôs a hipótese de que o coração
funcionava como um bomba e que o sangue não se deslocava fluindo e refluindo no mesmo vaso, mas,
pelo contrário, circulava sempre no mesmo sentido, saindo do coração por uns vasos e regressando por
outros diferentes.

Estudando a anatomia do coração, verificou que é um órgão de paredes musculares que


delimitam quatro cavidades.

O músculo cardíaco é designado por miocárdio e as duas cavidades superiores são as


aurículas, enquanto as inferiores são os ventrículos.

Cada aurícula comunica com o ventrículo do mesmo lado através de um orifício


auriculoventricular. Essa comunicação é regulada por pregas membranosas designadas válvulas. A
válvula direita é chamada tricúspida e a esquerda bicúspida ou mitral. O funcionamento destas
válvulas permite apenas a circulação do sangue no sentido aurícula-ventrículo. O sangue é impedido de
retroceder, pois as válvulas, adaptando-se aos orifícios auriculoventriculares, fecham-nos.

Por contracção ventricular, como o sangue não pode retroceder para as aurículas, é obrigado a
sair por vasos denominados artérias.

Do ventrículo direito sai pela artéria pulmonar e do ventrículo esquerdo sai pela artéria aorta,
que descreve uma curva para esquerda – crossa da aorta.

Nessas artérias existem na sua origem pregas membranosas em forma de ninhos de andorinha
– válvulas sigmóideias ou semilunares. Estas válvulas, devido à sua configuração e posição, permitem
apenas que o sangue se afaste do coração impedindo que volte para trás. Se ele retroceder, enche as
válvulas, que encostam as lâminas umas às outras fechando a abertura do vaso.

SIMAC 132
As artérias ramificam-se noutras de calibre cada vez menor, que se dirigem para todas as partes
do nosso organismo.

Harvey verificou que o sangue regressava ao coração, circulando por outros vasos diferentes
ligados às aurículas. Esses vasos são denominados veias.

À aurícula direita estão ligadas duas veias cavas, superior e inferior, e à aurícula esquerda as
quatro veias pulmonares.

Ao longo das veias existem também válvulas – válvulas venosas – que impedem o retrocesso
do sangue, tal como Harvey tinha previsto.

Mas para Harvey havia um problema que ainda continuava por esclarecer.

- Como se estabelece a comunicação entre as artérias e as veias?

Harvey observou que o sangue era conduzido a determinado órgão por uma artéria e dele
transportado na direcção do coração por uma veia. Viu ainda que as artérias se ramificavam e que os
ramos eram cada vez de menor calibre, enquanto as veias se uniam para formar vasos de diâmetro cada
vez maior.

Pôs a hipótese de haver uma conexão entre as extremidades das artérias mais finas (arteríolas)
e as veias de menor calibre (vénulas), mas não pôde comprovar essa ligação, pois não dispunha sequer
de um microscópio que lhe permitisse essa observação.

Foi só mais tarde que Marcello Malpigui, observando ao microscópio os pulmões da rã viu que a
comunicação entre arteríolas e vénulas se processa através de vasos extremamente finos – os
capilares.

Ficou assim esclarecido que o sangue quando sai do coração circula em artérias que se
ramificam por todo o corpo até chegar a uma rede imensa de vasos capilares. Estes reunir-se-ão para
formar vénulas, que, unindo-se umas às outras vão constituir veias de maior calibre por onde o sangue
circula, aproximando-se do coração.

Funcionamento do coração – ciclo cardíaco

No homem adulto, em repouso, o coração contrai-se cerca de 70 vezes por minuto, bombeando
de cada vez 70 ml de sangue, o que totaliza, 5 litros de sangue em cada minuto.

A circulação do sangue é pois, devida a contracções – sístoles – e relaxamentos – diástoles –


rítmicos e involuntários do músculo cardíaco.

SIMAC 133
Em resumo, podemos considerar três fases, que se repetem ritmicamente, no
funcionamento do coração:

 diástole geral – relaxamento de todo o miocárdio;

 sístole auricular – contracção simultânea das duas aurículas;

 sístole ventricular – contracção simultânea dos dois ventrículos.

O conjunto destas três fases constitui o ciclo cardíaco.

Grande e pequena circulação

O sangue que circula na metade direita do coração é de natureza diferente daquele que
atravessa a metade esquerda. Na metade direita circula sangue venoso, isto é, sangue com maior
concentração de CO2 de que O2, enquanto a aurícula e ventrículo esquerdos são atravessados por
sangue arterial, quer dizer, muito oxigenado.

Resta-nos conhecer o trajecto seguido pelo sangue desde a saída do coração até regressar ao
mesmo.

A sístole do ventrículo direito lança sangue venoso na artéria pulmonar. Inicia-se assim a
pequena circulação. Aquela artéria ramifica-se dando uma para cada pulmão, que continuando a
ramificar-se se resolve numa rede de capilares naquele órgão. Aí o sangue liberta o CO2 e recebe o O2,
passando a arterial. Estes capilares reúnem-se novamente até formarem vénulas e finalmente quatro
veias, duas de cada pulmão, que conduzem o sangue arterial para a aurícula esquerda.

Da aurícula esquerda o sangue passa para o ventrículo do mesmo lado. Inicia-se a grande
circulação pela sístole do ventrículo esquerdo que impulsiona o sangue para a artéria aorta. Esta

SIMAC 134
ramifica-se em artérias que se dirigem para o próprio coração (coronárias), para a cabeça (carótidas),
membros superiores (subclávias), órgãos abdominais, membros inferiores, etc., formando depois
arteríolas e vasos capilares a nível dos tecidos.

Aí, o sangue liberta o O2 e recebe o CO2, passando assim a venoso. O plasma atravessa os
capilares constituindo a linfa intersticial, que faz chegar os nutrientes a todas as células.

Os capilares sanguíneos reúnem-se formando vénulas, que por sua vez, irão formar veias de
maior calibre.

As veias da cabeça e membros superiores acabem por formar a veia cava superior, e as veias
da região inferior do corpo, a veia cava inferior.

Nestas veias o sangue venoso circula, aproximando-se da aurícula direita, concluindo-se assim a
grande circulação.

SIMAC 135
Pressão sanguínea

Em consequência da sístole ventricular, o sangue é lançado sob pressão nas artérias.

É a pressão do sangue que sai pela aorta, que tem o nome de pressão arterial e que se pode
determinar por meio de um esfigmomanómetro, por compressão de uma artéria do braço.

Quando comprimimos com a extremidade dos dedos uma artéria, como, por exemplo, a artéria
radial sobre o osso ao longo do qual ela corre, podemos sentir as pulsações. O número de pulsações
por minuto corresponde ao número de batimentos cardíacos. Pelo contrário, a nível dos tecidos o sangue
circula de uma maneira contínua.

Como explicar essa mudança?

A parede dos vasos sanguíneos apresenta diferenças estruturais. Nas veias, a parede é fina e
flácida, pobre em tecido elástico e muscular, nas artérias, a parede é espessa com muitos elementos
elásticos e musculares; nos capilares, é constituída por uma única camada de células.

A elasticidade das artérias permite que se deformem perante a pressão da onda sanguínea e
voltem depois à posição normal assegurando a progressão do sangue. Este comportamento acabará por
fundir as sucessivas ondas sanguíneas, passando a circulação a ser contínua a nível das arteríolas,
capilares e veias.

À medida que o sangue se afasta do coração, a pressão vai diminuindo devido ao atrito que
experimenta ao longo dos vasos sanguíneos, tanto maior quanto mais finos forem esses vasos.

Mas se a pressão nas veias vai ficando tão pequena, como explicar o retorno do sangue
ao coração?

Não será difícil compreender que o sangue da região cefálica descerá por acção da gravidade
para o coração. Mas, o mesmo raciocínio não pode ser feito relativamente ao sangue que flui através da
veias dos membros inferiores, do abdómen, etc.

Ao longo das veias dos membros existem numerosas válvulas venosas, dispostas de tal modo
que impedem o retorno do sangue. Além disso, a contracção de músculos esqueléticos nas vizinhanças
das veias vai comprimir essas veias, obrigando o sangue a circular na direcção do coração.

Não podemos ainda esquecer que abaixamento da pressão dentro do coração durante a diástole
cria uma força de sucção que aspira o sangue para o coração. Os próprios movimentos respiratórios
podem auxiliar nesse sentido. Estes mecanismos, no entanto, não são tão eficientes como a pressão
que impulsiona o sangue pelas artérias. A prova disso é que quando ficamos muito tempo de pé,

SIMAC 136
imóveis, ao fim de alguns minutos o sangue começa a acumular-se na parte inferior do corpo. A falta de
irrigação do cérebro provoca tonturas e pode mesmo levar ao desmaio. Se nos sentarmos ou
movimentarmo-nos, geralmente, melhoramos, pois as contracções musculares auxiliarão o sangue a fluir
e a circulação restabelecer-se-á com normalidade.

Circulação linfática

A linfa intersticial é constituída pelo plasma sanguíneo que abandonou os capilares e por
glóbulos brancos que atravessaram por diapedese as paredes desses mesmos capilares. A linfa
preenche os espaços intercelulares dos tecidos.

À medida que a quantidade de linfa intersticial aumenta, vai sendo drenada para capilares
linfáticos que a conduzem para vasos de maior calibre – Vasos linfáticos.

A linfa do membro superior direito e da metade direita da cabeça e pescoço acabará por ser
levada para a grande veia linfática, que vai abrir na veia subclávia direita, juntando-se deste modo ao
sangue venoso que se dirige para o coração. A linfa do resto do organismo vai ser conduzida para um
grande vaso linfático – canal torácico -, que a vai lançar na subclávia esquerda, misturando-se
também ao sangue venoso.

O sistema linfático auxilia, pois, o retorno à circulação sanguínea dos constituintes do sangue
que atravessam os capilares a nível dos tecidos. Além disso, têm outras funções, como seja o transporte
de lípidos absorvidos no intestino para o canal torácico e destes para a corrente sanguínea.

De onde a onde existem nos vasos linfáticos dilatações – os gânglios linfáticos, que são
particularmente abundantes na região do pescoço, nas axilas e nas virilhas. Os gânglios linfáticos
contêm células que fagocitam certos corpos estranhos como bactérias e fragmentos de tecidos
destruídos por infecções, eliminando-os assim antes de se juntarem à circulação geral do sangue. São
ainda os gânglios os locais de formação de certos tipos de leucócitos.

Onde e como o sangue fica em contacto com o meio exterior?

Através da linfa e ao nível dos capilares as células eliminam para o sangue os produtos tóxicos e
recebem do sangue oxigénio e alimentos.

O sangue, por sua vez, em órgãos específicos, elimina para o meio exterior os produtos tóxicos
que recebe das células e recebe do meio exterior os produtos indispensáveis que em seguida irá
transportar às células.

A fraca velocidade do sangue nos capilares permite que as trocas se efectuem o mais
completamente possível a todos os níveis, assegurando assim as relações indispensáveis entre as
células e o meio exterior.

SIMAC 137
Em que órgão o sangue recebe ou elimina, para o exterior, estes produtos?

 No intestino delgado recebe alimentos, por absorção.


 Nos pulmões recebe oxigénio e elimina dióxido de carbono através de um mecanismo
denominado hematose pulmonar.
 Nos rins elimina vários produtos tóxicos dissolvidos na água – excreção.

SIMAC 138
APARELHO RESPIRATÓRIO

Aparelho respiratório

O aparelho respiratório é constituído pelo nariz, laringe, traqueia, brônquios e pulmões; a sua
finalidade é oxigenar o sangue e eliminar o anidrido carbónico que se forma no organismo.

Vias respiratórias superiores

A respiração correcta deve ser feita pelo nariz, pois as fossas nasais têm a função de aquecer
o ar inspirado, de humedecê-lo e de filtrá-lo, livrando-o de poeiras e de micróbios.

Das fossas nasais, o ar passa à faringe, laringe, traqueia e brônquios, que são em número de
dois, um para cada pulmão.

Pulmões

Os pulmões são os órgãos principais do aparelho respiratório, situados na caixa torácica, de que
ocupam a maior área. Têm uma forma cónica com um VÉRTICE na altura da clavícula e uma BASE
apoiada no diafragma. O pulmão direito é dividido em três lobos e o esquerdo tem só dois lobos. Na
parte média de cada pulmão está o hilo por onde penetram os vasos sanguíneos e os brônquios.

Cada pulmão está envolvido por uma membrana que tem o nome de PLEURA, que é constituída
por dois folhetos entre os quais há um líquido lubrificante que facilita os movimentos de expansão dos
pulmões e das costelas.

Os pulmões são percorridos por uma infinidade de canais de diversos calibres – subdivisões dos
brônquios em BRONQUÍOLOS – que terminam numas pequenas vesículas – OS ALVÉOLOS – onde se
fazem as trocas gasosas do oxigénio com o anidrido carbónico.

SIMAC 139
Caixa torácica

A caixa torácica tem uma importância fundamental na saúde, pois nela se encontram órgãos
muito importantes, como os pulmões e as pleuras, o coração e grossos vasos, pelo que a forma e
desenvolvimento do tórax influi profundamente no funcionamento destes órgãos.

A tuberculose pulmonar desenvolve-se mais facilmente nos indivíduos com tórax alongado e
achatado, do que naqueles que possuem uma boa capacidade torácica.

A separa a caixa torácica da cavidade abdominal, existe uma membrana músculo-aponevrótico,


o DIAFRAGMA, que actua nos movimentos respiratórios. Os outros músculos que entram em actividade
quando se respira são: os músculos intercostais, supracostais, escalenos e pequenos dentados
postero-superiores. Na respiração forçada, tomam parte também o esterno-cleido-mastodeio, o
grande dentado, o pequeno peitoral e o grande dorsal.

Laringe e corte da laringe

A laringe faz parte das vias aéreas superiores; é formada por cartilagens unidas por ligamentos
que se denominam: CARTILAGEM TIRÓIDE que forma a “maçã-de-adão”. CARTILAGEM CRICÓIDE,
situada abaixo da anterior. CARTILAGENS ARITENÓIDES em número de duas, situadas na parte
posterior na abertura da cartilagem tiróide. EPIGLOTE, cartilagem em forma de folha, situada em cima
entre a parte posterior da língua e a glote ou entrada da laringe. Na deglutição, a epiglote fecha a laringe,
evitando que nela penetrem os alimentos.

Internamente existem as CORDAS VOCAIS, formadas por fibras elásticas e recobertas pela
mucosa da laringe, e que permitem a emissão de sons como a voz, o canto, tosse, etc.

Além da emissão de sons por intermédio das cordas vocais, a laringe desempenha uma função
respiratória e, tem também acção importante na deglutição.

Nalguns casos patológicos, pode haver aperto da laringe, quer de origem espasmódica, quer de
causa orgânica, como por exemplo na difteria, a qual pode provocar fenómenos de asfixia grave, até ao
ponto de ser necessário fazer uma “intubação” ou ter de se recorrer à operação de “traqueotomia” para
salvar a vida do doente.

Nos fumadores é frequente a inflamação crónica da laringe, o que dá origem a um certo grau de
edema das cordas vocais, o que provoca a habitual voz rouca dos fumadores.

Esta irritação crónica, acaba por vezes em cancro da laringe.

SIMAC 140
Nalgumas doenças da laringe, existe uma certa dificuldade em deglutir, isto é, em engolir os
alimentos. A este sintoma dá-se o nome de DISFAGIA, que pode aparecer também em indivíduos
nervosos, sem qualquer doença orgânica da laringe, bem como em doenças graves que afectam o
sistema nervoso, como por exemplo, na raiva, tétano e botulismo.

Glândula tiróide

A descrição desta glândula foi feita nas “glândulas de secreção interna”.

Sistema respiratório

A respiração tem como objectivo fornecer oxigénio aos tecidos e remover dióxido de carbono.

Como vimos, é ao nível dos pulmões que o sangue fixa o oxigénio e liberta o dióxido de carbono.

Se o ar contido nos pulmões não fosse renovado, é evidente que o oxigénio se esgotaria e a
hemoglobina não o poderia levar às células. Por isso, terá de haver uma renovação permanente do ar
pulmonar de modo que o teor do oxigénio dentro dos pulmões se mantenha aproximadamente
constante.

O ar atmosférico tem acesso aos pulmões através de vias próprias. Estas vias, juntamente com
os pulmões, constituem o aparelho respiratório.

No Homem, da mesma maneira que na generalidade dos mamíferos, o aparelho respiratório é


constituído pelas vias respiratórias e pulmões.

A- Das vias respiratórias fazem parte:

 Fossas nasais: cavidades irregulares, revestidas por uma membrana mucosa muito
vascularizada. Ao atravessar as fossas nasais, o ar inspirado aquece, humidifica-se
e liberta-se, em parte, das poeiras e dos micróbios que transporta.

 Faringe: goteira situada na parte posterior da boca, onde se cruzam as vias


respiratória e digestiva.

 Laringe: local onde se encontram pregas musculares – cordas vocais –


responsáveis pela produção de som que a boca articula em palavras.

 Traqueia: canal de 12 a 15 centímetros de comprimento, mantido aberto por


semianéis cartilagíneos. A zona de contacto com o esófago não é cartilagínea, o que
facilita a passagem dos alimentos.

SIMAC 141
Está atapetada por cílios vibráteis e apresenta glândulas produtoras de muco. As
poeiras são englobadas no muco e voltam à faringe devido ao movimento dos cílios.

 Brônquios: canais provenientes da bifurcação da traqueia que penetram nos


pulmões onde se ramificam em bronquíolos constituindo a árvore brônquica. São
mantidos abertos por anéis cartilagíneos completos.

B- Pulmões

São os órgãos respiratórios propriamente ditos. São de cor rósea, esponjosos e elásticos,
situados no tórax de um e outro lado do coração. Cada pulmão está envolvido por uma membrana
dupla, a pleura. Um dos folhetos da pleura adere à parede torácica e o outro ao pulmão.

O pulmão direito está dividido em três lobos e o pulmão esquerdo, um pouco mais pequeno,
está dividido apenas em dois. O seu peso é de cerca de 1,2 quilogramas no homem e cerca de um
quilograma na mulher.

À entrada nos pulmões, cada brônquio divide-se em brônquios secundários (três no pulmão
direito e dois no esquerdo), os quais penetram cada um em seu lobo pulmonar.

Cada um destes brônquios secundários volta a dividir-se em brônquios intralobulares que


penetram nos lóbulos pulmonares. Aqui, os brônquios subdividem-se em bronquíolos.

Estes voltam a subdividir-se, originando finalmente os bronquíolos alveolares que terminam nos
alvéolos pulmonares (cerca de 300 milhões de alvéolos pulmonares em cada pulmão).

A artéria pulmonar (vaso sanguíneo que transporta sangue carregado com dióxido de carbono
aos pulmões) introduz-se em cada pulmão no mesmo ponto do brônquio e acompanha-o em todas as
ramificações. As últimas arteríolas (artérias de pequeno calibre) originam nas paredes dos alvéolos
pulmonares um denso retículo de capilares sanguíneos. Sendo assim, a superfície do alvéolo é
percorrida por uma toalha de sangue quase contínua. Esta superfície, avaliada em cerca de 100 m2,
é finíssima.

O sangue fica, nesta enorme superfície, separado do ar alveolar por duas camadas de células
(células alveolares e células da parede dos capilares sanguíneos) cuja espessura de conjunto é inferior 1
(1 = 0,001 do milímetro). Sendo a pressão exercida pelo dióxido de carbono e pelo oxigénio diferente
nos dois meios (alvéolos e sangue) – acontece que o dióxido de carbono que o sangue transporta, em
grande parte, dissolvido no plasma passa para o ar alveolar. Em sentido contrário, passa o oxigénio que
vai combinar-se com a hemoglobina das hemácias, originando a oxiemoglobina.

SIMAC 142
Como consequência desta troca gasosa a que se dá o nome de hematose pulmonar, o sangue
a nível pulmonar passa de venoso (enriquecido de dióxido de carbono) a arterial (enriquecido de
oxigénio).

Ao mesmo tempo que se efectua a hematose, verifica-se a nível alveolar uma intensa
evaporação da água do plasma sanguíneo (transpiração pulmonar).

Ao contactar com as células, o sangue abandona o oxigénio que contém, o qual penetra através
das membranas celulares.

O dióxido de carbono produzido pelas células dissolve-se na linfa que as banha passando em
seguida para o plasma sanguíneo.

Logo, a nível celular o sangue passa de arterial (de cor vermelho-vivo) a venoso (de cor
vermelho-escura).

Transporte de oxigénio

Em contacto com um meio rico em oxigénio, o que acontece ao nível dos pulmões, o oxigénio é
capaz de se unir à hemoglobina das hemácias, formando uma nova substância, a oxiemoglobina:

Hemoglobina + Oxigénio  Oxiemoglobina

Mas este produto é instável, pois logo que o sangue fique na presença de um meio pobre em
oxigénio, o que acontece a nível celular, dissocia-se libertando o oxigénio que penetra nas células
através das membranas celulares.

SIMAC 143
Acontece, no entanto, que a cor que a hemoglobina dá ao sangue varia conforme está ou
não combinada com o oxigénio.

Sob a forma de oxiemoglobina, dá ao sangue uma coloração vermelho-viva; quando não


combinada com o oxigénio, dá ao sangue uma coloração vermelho-escura.

Transporte do dióxido de carbono

O dióxido de carbono é também capaz de se fixar parcialmente à hemoglobina.

De facto, esta reacção não é importante no organismo e a maior parte do dióxido de carbono
é transportado no sangue fora das hemácias, no plasma sanguíneo.

As combinações do dióxido de carbono no sangue são também instáveis e dependem do teor


em dióxido de carbono do meio.

Ao nível das células, o sangue está em contacto com um meio rico em dióxido de carbono. Fica
enriquecido nesse gás.

Chegado aos pulmões, o sangue é posto em contacto com o ar alveolar, meio pobre em dióxido
de carbono. Os compostos instáveis do sangue dissociam-se e libertam uma parte do dióxido de carbono
que passa então para o ar alveolar.

Necessidade de renovação do ar nos pulmões

Sabemos que o sangue recebe o oxigénio do meio exterior ao nível da superfície pulmonar. Se o
ar contido nos pulmões não fosse renovado, é evidente que empobreceria em oxigénio. Chegaria um
momento em que o teor em oxigénio seria insuficiente para a oxigenação do sangue, o que colocaria as
células em perigo. Para o evitar, é necessário uma contínua renovação do ar contido nos pulmões, de tal
modo que o teor em oxigénio do ar alveolar se conserve constante.

A função de todo o aparelho respiratório é precisamente a renovação do ar alveolar.

A função da caixa torácica

Os pulmões não possuem nenhuma contracção automática ou voluntária, porque são


praticamente desprovidos de tecido muscular. A sua principal característica é serem elásticos. Cada
pulmão está completamente envolvido por um saco membranoso perfeitamente fechado – a pleura.

O folheto externo deste saco está aplicado contra a parede torácica e o diafragma.

SIMAC 144
O folheto interno está aplicado contra a face externa dos pulmões. Os dois folhetos da pleura
estão em contacto entre si, tornando os pulmões solidários com a caixa torácica. Desde que a caixa
torácica aumente de volume, devido à contracção dos músculos que levantam as costelas e abaixam o
diafragma, os pulmões seguem esta dilatação graças à sua elasticidade.

Quando o diafragma se contrai, baixa, fazendo aumentar o diâmetro vertical da caixa.


Simultaneamente contraem-se os músculos intercostais e supracostais, o que provoca o levantamento
das costelas e a projecção do esterno para a frente. Deste modo, aumentam os diâmetros transversal e
antero-posterior e, consequentemente, aumenta o volume da caixa torácica. Os pulmões, que estão
solidários com ela através da pleura, e porque são elásticos, acompanham passivamente esta dilatação.
Em consequência deste aumento de volume, a pressão interna dos pulmões fica inferior à pressão
atmosférica, e o ar entra pelas vias respiratórias para os alvéolos – é a inspiração.

Pelo relaxamento do diafragma e dos músculos inter e supracostais, o diâmetro vertical da caixa
torácica diminui e as costelas baixam. Assim se verifica uma redução de volume da caixa torácica. Os
pulmões acompanham esta diminuição de volume, o que ocasiona um aumento da pressão interna. O ar
é expulso – é a expiração.

Ao conjunto de uma inspiração seguida de uma expiração chamamos ciclo respiratório.

Verifica-se então que, enquanto a inspiração é um fenómeno activo de contracção, a expiração é


puramente passivo de relaxamento muscular.

Estes mecanismos permitem uma renovação constante do ar alveolar.

Os movimentos respiratórios normais são de fraca amplitude e são efectuados


inconscientemente. Um homem adulto realiza em média 16 ciclos respiratórios por minuto – ritmo
respiratório. Este varia em função da idade.

Em cada inspiração normal entra 0,5l de ar nos pulmões, também por cada expiração normal sai
do organismo 0,5l de ar. A este volume de ar chama-se ar corrente.

Pode-se aumentar voluntariamente a amplitude dos movimentos respiratórios e fazer penetrar


uma maior quantidade de ar nos pulmões – inspiração forçada.

A expiração pode também ser acentuada pela intervenção de músculos da parede abdominal –
expiração forçada. Neste caso deixa de ser passiva.

Denomina-se capacidade vital a este 3,5 litros de ar que entram e saem dos pulmões no decurso
dum movimento respiratório forçado. A figura mostra-nos que fica permanentemente nos pulmões um
mínimo de 1,5 litros de ar que não podemos expulsar, é o ar residual.

SIMAC 145
Trocas Gasosas

O ar expirado tem uma composição diferente daquele que entra nos pulmões. Assim verificamos
que tem menor teor de oxigénio e maior quantidade de dióxido de carbono e de vapor de água do que o
ar inspirado. Além disso, a temperatura do ar expirado é, de um modo geral, superior à do ar inspirado.

Como explicar as diferenças entre o ar expirado e o ar inspirado?

Para podermos responder a esta pergunta vamos analisar alguns princípios físicos das trocas
gasosas.

Física da difusão e pressões gasosas

Base molecular da difusão gasosa

Todos os gases de interesse em fisiologia respiratória são moléculas simples que são livres para
se movimentar entre si, constituindo o processo denominado “difusão”. Esse processo também se aplica
aos gases dissolvidos nos líquidos e nos tecidos do organismo.

Difusão efectiva de um gás em uma direcção – efeito do gradiente de concentração: se


uma câmara de gás ou uma solução tiverem concentração elevada de determinado gás em uma das
extremidades da câmara, com baixas concentrações na outra extremidade, conforme ilustrado na figura
que se segue, a difusão efectiva do gás ocorrerá da área de alta concentração. A razão disso é óbvia:
existem simplesmente muito mais moléculas na extremidade A da câmara para difundir-se na direcção
da extremidade B do que moléculas para sofrer difusão na direcção oposta. Por conseguinte, as
velocidades de difusão em cada uma das duas direcções são proporcionalmente diferentes, conforme
ilustrado pelos comprimentos das duas setas.

Pressões gasosas numa mistura de gases – pressões parciais de cada gás

A pressão é causada pelo impacto constante de moléculas, em movimento cinético contra uma
superfície. Por conseguinte, a pressão de um gás actuando sobre as superfícies das vias respiratórias e
dos alvéolos é proporcional à força de impacto somada de todas as moléculas que colidem contra a
superfície em determinado instante. Isso significa que a pressão total é directamente proporcional à
concentração das moléculas gasosas.

Fisiologia das trocas gasosas

Os pulmões são extremamente vascularizados, como já se sabe. Inúmeros vasos sanguíneos


resultantes da capilarização das artérias pulmonares envolvem a enorme superfície dos alvéolos
pulmonares.

SIMAC 146
Entre os alvéolos e o sangue estabelecem-se trocas gasosas por difusão. Os gases atravessam
uma dupla membrana: a membrana alveolar e a membrana capilar.

As trocas gasosas que ocorrem a nível dos pulmões são explicadas pelas diferenças de pressão
dos gases que ocupam os alvéolos pulmonares e dos que circulam no sangue.

Assim, o sangue nos pulmões tem uma pressão de oxigénio de 37 mm de Hg, enquanto no ar
alveolar a pressão do mesmo gás é de 104 mm de Hg. No que respeita ao dióxido de carbono dá-se o
contrário, ou seja, a pressão nos alvéolos pulmonares, 38 mm de Hg, é menor que a pressão no sangue
venoso, 44 mm de Hg. Estas diferenças de pressão vão provocar um movimento das moléculas destes
gases por difusão, ou seja, vai dar-se uma deslocação das regiões onde a pressão é maior para as
zonas onde a pressão é menor.

Assim, o dióxido de carbono vai deslocar-se do sangue venoso através das paredes dos
capilares e dos alvéolos para o interior dos alvéolos pulmonares. Em sentido contrário, ou seja, dos
alvéolos para o sangue, vai passar o oxigénio que sendo fixado pela hemoglobina dos glóbulos
vermelhos forma a oxiemoglobina.

Deste modo, o sangue perdendo o dióxido de carbono e recebendo em troca o oxigénio passou
de venoso a arterial – hematose.

É este sangue arterial que é conduzido pelas veias pulmonares para o coração e deste, através
da aorta e suas ramificações até as células vivas.

O que se passa a nível dos tecidos?

Na realidade, as células vivas captam do meio o oxigénio libertando em sentido contrário o


dióxido de carbono.

O sangue arterial que chega aos tecidos tem maior tensão de oxigénio (95 mm de Hg) que a linfa
intersticial (20 mm de Hg). Devido a esta diferença de pressão a oxiemoglobina liberta o oxigénio que se
difunde através da parede dos capilares para a linfa intersticial, chegando a todas as células. Em sentido
contrário passa o dióxido de carbono, ou seja, dos tecidos (50 mm de Hg) para o sangue (38 mm de Hg).
No sangue é em parte fixado pela hemoglobina formando a carboxiemoglobina, ficando a outra parte no
plasma.

Em consequência destas trocas gasosas o sangue arterial passa a venoso, sendo depois à
aurícula direita pelas veias cavas.

SIMAC 147
O vapor de água segue um caminho idêntico ao do dióxido de carbono, isto é, passa a nível dos
tecidos para os capilares sanguíneos e é libertado parcialmente a nível dos alvéolos pulmonares. Daí
que o ar expirado tenha uma quantidade de vapor de água correspondente ao estado de saturação.

Ritmo respiratório e necessidades do organismo

O ritmo respiratório é em média de 16 ciclos por minuto. No entanto, este ritmo pode modificar-
se em função das necessidades do organismo.

Assim, a altitude pode ter influência no comportamento respiratório do indivíduo. Com a altitude,
baixa a quantidade de oxigénio utilizável em virtude da sua maior rarefação. Por este facto, ao fim de
algum tempo os indivíduos reagem, aumentando o ritmo respiratório.

Verifica-se então um grande cansaço e desidratação que impedem grandes esforços. Mais tarde
surgem dores de cabeça, náuseas, vómitos, estado de sonolência e vertigens – é o chamado mal das
montanhas.

No entanto, os indivíduos que vivem habitualmente nas grandes altitudes apresentam ritmos
respiratórios e cardíacos normais. O organismo adaptou-se, produzindo um maior número de glóbulos
vermelhos que compensa a menor quantidade de oxigénio que entra em cada inspiração.

Também o esforço físico pode alterar o ritmo respiratório. Quando corremos ou fazemos um
esforço físico mais ou menos violento, ficamos ofegantes, ou seja, aumenta o ritmo respiratório. Este
processo vai facilitar a oxigenação do sangue a nível dos alvéolos.

Se verificarmos o pulso durante esse exercício, notaremos que o ciclo cardíaco também acelera.
Em consequência disso o sangue é lançado com maior frequência nas artérias. Assim está assegurado o
trabalho das células musculares, que receberão maior quantidade de oxigénio e eliminarão também mais
eficientemente o dióxido de carbono.

SIMAC 148
ANEXOS

SIMAC 149
SIMAC 150
PATOLOGIAS

FUNÇÃO E ESTRUTURAS FISIOLÓGICAS

LESÃO

PATOLOGIA

INFLAMAÇÃO
(Resposta protectora do organismo)

REPARAÇÃO
2 TIPOS

POR REGENERAÇÃO POR FIBROSE / CICATRIZAÇÃO

 SUBSTITUIÇÃO POR CÉLULAS  SUBSTITUIÇÃO POR TECIDO CONJUNTIVO.


ESTRUTURAL E FUNCIONALMENTE  OCORRE:
SEMELHANTES ÀS LESADAS. - Em tecidos sem capacidade de regeneração
(Ex.: Tecido Nervoso).
- Em tecidos com capacidade de regeneração
quando a lesão é tão extensa que atinge o
tecido conjuntivo de suporte.

SIMAC 151
SUFIXOS IMPORTANTES:

… ite INFLAMAÇÃO (artrite)


… ose DEGENERAÇÃO (artose)
… oma TUMOR (osteosarcoma)
… plasia PERTURBAÇÃO DO CRESCIMENTO COM ALTERAÇÃO
DO NÚMERO CELULAR (hiperplasia da próstata)
… trofia PERTURBAÇÃO DO CRESCIMENTO COM ALTERAÇÃO
DO TAMANHO CELULAR (atrofia muscular)
… patia DOENÇA / PATOLOGIA (artropatia)
… algia DOR (mialgia; sacralgia; nevralgia e ciatalgia)
… estesia SENSIBILIDADE (anestesia)
… plegia PARALISIA (paraplegia)
… tonia TÓNUS (hipotonia muscular)
… émia SANGUE (calcémia; hiperémia)

PREFIXOS IMPORTANTES:

Hiper AUMENTO (hipertrofia muscular)


Hipo DIMINUIÇÃO (hipotonia muscular)
A… ABOLIÇÃO (atrofia muscular)

DEFINIÇÕES IMPORTANTES:

FERIDA: Solução de continuidade na pele.

CONTUSÃO: Lesão produzida (nomeadamente na pele) por compressão violenta, com


esmagamento dos tecidos profundos.

ERITEMA: Rubor da pele que desaparece à compressão.

HEMATOMA: Colecção de sangue num tecido.

EQUIMOSE: Hematoma no tecido celular subcutâneo (é a vulgar nódoa negra).

EDEMA: Aumento do líquido intersicial (ocorre, por exemplo, na inflamação por


aumento da permeabilidade dos capilares).

HIPOSTESIA: Diminuição da sensibilidade.

HIPERESTESIA: Aumento da sensibilidade.

SIMAC 152
PARESTESIA: Sensação de formigueiro / picadas associadas à dormência e ardor.

- ESPORÁDICA = Compressão posicional de 1 nervo periférico.

- PERSISTENTE = Doença de 1 nervo periférico.

PARESIA: Diminuição da função motora de 1 ou mais músculos, geralmente por lesão


nervosa.

PARALISIA: Abolição da função motora de 1 ou mais músculos, geralmente por lesão


nervosa.

HEMIPLEGIA Paralisia de 1 lado do corpo

EXEMPLOS: PARAPLEGIA Paralisia dos membros inferiores

TETRAPLEGIA Paralisia dos 4 membros

INFLAMAÇÃO

RUBOR
DILATAÇÃO DOS CAPILARES
CALOR
LESÃO
TECIDULAR AUMENTO DA PERMEABILIDADE DOS CAPILARES

PASSAGEM DO FLUIDO PASSAGEM DE CÉLULAS


PROTECTORAS
EDEMA (LEUCÓCITOS)

LIBERTAÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS

FEBRE DOR

(Se são libertados para (Por atingimento das


a circulação) terminações nervosas)

SIMAC 153
FUNÇÃO:

 ELIMINAR O AGENTE AGRESSOR

 ELIMINAR AS PORÇÕES LESADAS DOS TECIDOS

EXEMPLOS:

►CONDRITE: Inflamação da cartilagem

►NEVRITE : Inflamação de um nervo

► SACROILITE: Inflamação da articulação sacro-ilíaca

* TRAUMATISMO
CAUSAS * INFECÇÃO

* LOMBAR INFERIOR
SINTOMAS * NÁDEGAS
(DOR) * VIRILHA
* REGIÃO POSTERIOR DA COXA

BURSITE: Inflamação da bolsa serosa (pode estender-se à articulação)


* TRAUMATISMO
CAUSAS * INFECÇÃO

* DOR À PALPAÇÃO
SINTOMAS * LIMITAÇÃO DOS MOVIMENTOS

LOCALIZAÇÕES * OMBRO (bolsa infradeltoideia)


+ COMUNS * JOELHO (Bursite popliteia = quisto de Baker)
* COTOVELO
* TORNOZELO (Fundo de saco post)

AGUDA (1 Episódio)

PODE SER por episódios repetidos de bursite aguda


CRÓNICA OU
por microtraumatismos sucessivos

SIMAC 154
TENOSSINOVITE: Inflamação Associada de 1 tendão e da sua membrana sinovial.

Tendinite Sinovite
* Dor à palpação em repouso (posição neutra)
* Agravamento com o movimento
* Impotência funcional
SINTOMAS
 à palpação
* Crepitação
 à auscultação

* Tendão de Aquiles
LOCALIZAÇÕES * Longa porção do bicipete braquial
+ COMUNS * Tendão rotuliano

INFECÇÃO:

Invasão do organismo por um agente estranho com capacidade de


multiplicação ( Vírus; Bactéria; Fungo ou Parasita ).
+
Modificações Patológicas que podem ocorrer.

NEOPLASIA:

Tumor que se forma num tecido por proliferação de células que deixam de
responder a factores de controlo.

BENIGNA As células mantém as características das originais.


As células não invadem estruturas vizinhas.
Não metastiza.

MALIGNA * As células perdem a diferenciação.


(Cancro) * As células invadem estruturas vizinhas.
* Têm capacidade de metastizar.

SIMAC 155
PATOLOGIAS ÓSSEAS:

- Associadas a patologias congénitas (osteogénese imperfeita)


- Associadas a defeitos metabólicos ( raquitismo e osteomolácia)
- Infecciosas osteomielite ocorre mais nos ossos longos e vértebras)
ocorre mais nas crianças
- Traumáticas (fracturas)
- Neoplásicas (osteosarçoma; tumor de Ewing; linfosarcoma ósseo maligno e
mieloma múltiplo...)
- Multifactoriais (osteoporose...)
- Sem causa conhecida (doença óssea do paget...)

RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA:

CRIANÇAS RAQUITISMO

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D

ADULTOS OSTEOMALÁCIA

NOTA:
Endógena (forma-se na pele, por acção das
VITAMINA D 2 Fontes radiações ultra violetas)

Exógena (proveniente dos alimentos – Peixe;


vegetais)
Função: A vitamina D estimula a reabsorção instestinal
de cálcio, contribuindo para a manutenção dos
níveis de cálcio no sangue (calcémia). É auxiliar
da hormona PTH, a qual regula os níveis de
cálcio no organismo. Em situações de
hipocalcémia, a PTH aumenta a actividade dos
osteocalstos, o que conduz à desmineralização
óssea.

SIMAC 156
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D

DIMINUIÇÃO DA ABSORÇÃO INTESTINAL DE CÁLCIO

HIPOCALCÉMIA
PTH

RAQUITISMO
DESMINERALIZAÇÃO ÓSSEA
OSTEOMALÁCIA

RAQUITISMO:

DEFICIENTE CALCIFICAÇÃO NAS PLACAS EPÉFISÁRIAS

Os condrócitos hipertróficos não morrem

PLASTICIDADE ÓSSEA

DEFORMAÇÃO ÓSSEA PELA GRAVIDADE DISCO EPIFISÁRIO


E STRESSES FISIOLÓGICOS

DIAGNÓSTICO: NO FIM DO 1º ANO DE VIDA

PRIMEIROS SINTOMAS: Fraqueza muscular

SINTOMAS NAS CRIANÇAS:

- Convulsões
- Pouco desenvolvimento muscular
- Alongamento das epifises dos ossos longos (alargamento das articulações
condro-costais: rosário raquítico)
- Sulco de Harrisson (devido ao encurtamento diafragmático)

SIMAC 157
OSTEOMALÁCIA:

∆ Dores intensas na pélvis, dorso ou ancas


∆ Empastamento nos locais dolorosos
∆ Fraqueza muscular
∆ Deformidades ósseas (achatamento dos corpos vertebrais, etc.)
∆ Fracturas frequentes

NEOPLASIAS (MALIGNAS)

Próstata; mama; pulmão;


 Por ordem decrescente
de frequência rim; aparelho gastro-
Metástases intestinal e tiróide
NEOPLASIAS
 São mais comuns que as
MALIGNAS neoplasias primárias
DO OSSO
Primárias:

OSTEOSARCOMA TUMOR DE EWING LINFOSARCOMA MIELOMA


ÓSSEO MALIGNO MÚLTIPLO
É a + comum e - Ocorre + em
ocorre mais em pessoas entre os - Ocorre + em - Tem origem
pessoas com 10-20 anos. pessoas com na medula
10-20 anos. - Localiza-se + na mais de 50 anos. óssea.
Sintomas: diáfise e epífise - Pode atingir - Afecta todos
massas dos ossos longos. todo o esqueleto os ossos.
dolorosas mais Sintomas: dor e e outras Sintomas:
frequentes na edema; pode dar estruturas. Fracturas
zona do joelho. febre. Sintomas: Dor e espontâneas
edema. frequentes.

SIMAC 158
OSTEOPOROSE:

DESTRUIÇÃO DE OSSO > Formação de novo osso


(osteoclastos) (osteoblastos)

- Envelhecimento
CAUSAS - “Falta de uso“ (acamados)
- Menopausa

- Dor na região dorsal baixa e / ou lombar


SINTOMAS - Fracturas fáceis

DOENÇA ÓSSEA DE PAGET / OSTEITE DEFORMANTE

REABSORÇÃO ACELERADA E EXCESSIVA DO OSSO

PRODUÇÃO ACELERADA ACOMPANHADA DE REPARAÇÃO


FIBRÓTICA EXCESSIVA

TRABECULAÇÃO INCARACTERÍSTICA DO OSSO

OSSO ENFRAQUECIDO
(MAS CORRECTAMENTE CALCIFICADO)

É UMA DOENÇA CRÓNICA, RARA DO ADULTO.

- Dor não tratável


- Deformações ósseas, nomeadamente dos ossos longos mais
SINTOMAS: comum nos joelhos (tíbia)
- Pode haver aumento do tamanho do crânio

TRAUMATISMO ÓSSEO:

FRACTURA  Dor espontânea + impotência funcional + deformidade.

SIMAC 159
PATOLOGIAS MUSCULARES:

 POR LESÃO CEREBRAL(paralisia cerebral...)


 POR LESÃO MEDULAR (paraplegia e tetraplegia traumáticos;
poliomielite;...)
 POR LESÃO DOS NERVOS PERIFÉRICOS (hipotonia muscular...)
 POR LESÃO MUSCULAR:

CONTRACTURA: (Ex: torcicolo)

- A mais comum é o exercício em excesso (por aumento


de catabolitos, nomeadamente ácido láctico);

CAUSAS - STRESS (por contracção mantida);

- Inflamação crónica (por fibrose).

- Encurtamento parcial, por contracção involuntária e


SINTOMAS permanente de um Músculo ou grupo muscular;

- Dor.

EVOLUÇÃO: Reversível (excepto quando a causa é a fibrose).

SIMAC 160
ESPASMO: Contracção involuntária e transitória, quase sempre
grande intensidade, com ou sem dor.

ATROFIA MUSCULAR:
Perda de massa muscular

- Falta de uso.
Causas:
- Lesão muscular.

HIPERTROFIA MUSCULAR:
Aumento da massa muscular

Causa: - Muito exercício físico (principalmente nos desportos que


exigem contracção muscular com intensidade elevada)

ROTURA MÚSCULO-TENDINOSA
Patologia Traumática

- Dor difusa
SINTOMAS: - Alteração do relevo do músculo
- Incapacidade motora para executar a acção específica
do músculo em questão

SIMAC 161
PATOLOGIAS ARTICULARES /
ARTROPATIAS

- INFLAMATÓRIAS (Artrites)
- DEGENERATIVAS (Artoses)
- NEOPLÁSICAS
- TRAUMÁTICAS

ARTRITE:

AGUDA Infecciosa
- Artrite reumatóide.
- AUTO-IMUNE:
- Febre reumática.
ARTRITE
- GENÉTICA: Artrite hemofílica.
CRÓNICA
- METABÓLICA: Artrite gotosa.

- DE CAUSA DESCONHECIDA: Espondilite


anquilosante.

SINTOMAS:
- Dor não relacionada com o esforço, que pode surgir durante a
noite, e por vezes é desencadeada com o calor; melhora com
movimentos ligeiros a moderados.
- Limitação variável da mobilidade articular, (por causa do
edema).
- Rigidez matinal e após repouso de longa duração (> 1 hora).
- Derrame articular (proveniente do edema inflamatório).
- Possível espessamento da sinovial.
- A evolução dos sintomas é variável (no caso das artrites
crónicas, durante meses ou anos, há melhoria e agravamento
por surtos, por vezes com remissões completas).

SIMAC 162
ARTRITE REUMATÓIDE: É Poliarticular

DEFINIÇÃO: Doença inflamatória crónica que envolve inicialmente


apenas as articulações, mas que depois se estende a
outros tecidos e órgãos (vasos sanguíneos; músculos;
pulmões e coração).

INCIDÊNCIA: Doença comum, mais frequente nas mulheres, com


início aos 30-40 anos.

EM QUE CONSISTE? É uma sinovite proliferativa que conduz à


destruição da cartilagem articular e a uma artrite
progressiva incapacitante.

Activação de células Reacção inflamatória com produção de


imunitárias (linfócitos) por auto-anticorpos (nomeadamente o
algum agente (não se sabe factor reumatóide, que ataca proteínas
qual é). presentes no soro e no líquido
sinovial).

Início insidioso, com dor contínua e localizada,


SINTOMAS: acompanhada de rigidez (nomeadamente matinal)
poliarticular e simétrica, com edema, calor e rubor.

- COM O PASSAR DO TEMPO:


► Aumento de tamanho das articulações.
► Anquilose (por ex: dedos em garra).
► Anemia das doenças crónicas.
► Nódulos subcutâneos.

SIMAC 163
FEBRE REUMÁTICA: Doença Auto-Imune.

- Doença que ocorre mais em pessoas entre os 5-15 anos, em


consequência de uma infecção por Streptococcus B hemolítico do
grupo A; geralmente é uma faringite.

INFECÇÃO (Faringite)
6-10 semanas ( em que há formação de
anticorpos que reagem com a bactéria,
eliminando-a, mas também contra
estruturas do próprio...).

SINTOMAS CARACTERÍSTICOS

ARTRITE

De cardite aguda Coreia; nódulos de Aschoff


(subcutâneos) e eritema

 Artralgia das grandes articulações.


 Poliartrites não simétricas e migratórias.

SINTOMAS: - Pode dar febre e dores abdominais.

SIMAC 164
ARTRITE GOTOSA: É uma das manifestações da doença
metabólica GOTA.

Definição: Doença provocada pela acumulação tecidular de quantidades


excessivas de ácido úrico; produto final do metabolismo das
purinas.

 Defeito metabólico congénito;


Gota primária  É o tipo mais frequente;
 Ocorre mais nos homens, a partir dos de 30 anos.

2 TIPOS

 Por diminuição de excreção do ácido úrico


(Insuficiência renal crónica)
Gota secundária
 Por aumento da produção de ácido úrico

Situações em que há grande proliferação


Celular – Leucemia; mieloma multiplo...
ÁCIDO ÚRICO EM EXCESSO

PRECIPITAÇÃO SOB FORMA DE CRISTAIS (nomeadamente no líquido sinovial)

SINTOMAS:

- Estados precoces:

 DOR – (Episódios recorrentes de dor monoarticular aguda, do tipo inflamatório


intervalados por períodos não dolorosos)

Ocorre mais nas articulações periféricas (PÉ – nomeadamente a metatársico-falângica do 1º


dedo; mão; joelho; cotovelo e tornozelo)

SIMAC 165
- Estados avançados:

 Deformidade articular (com dor permanente).


Os episódios são desencadeados pela ingestão de carne, alguns fármacos,
álcool, trauma, cirurgia e fadiga.

Com tratamento: o prognóstico é benigno;

Sem tratamento: para além das lesões articulares deformantes, por deposição de cristais
no rim pode ocorrer insuficiência renal crónica…

ESPONDILITE ANQUILOSANTE:

► Doença de causa desconhecida


► Mais comum no homem com idade entre 20-30 anos

INFLAMAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES AXIAIS

OSSIFICAÇÃO PROGRESSIVA DAS CÁPSULAS E OUTROS LIGAMENTOS INTERVERTEBRAIS

FUSÃO DAS VÉRTEBRAS (de baixo para cima)

TRANSFORMAÇÃO DA COLUNA NUMA MASSA ÚNICA COM OSTEOPOROSE DOS CORPOS


VERTEBRAIS

EVOLUÇÃO PARA AS COSTELAS E OMBROS

ANQUILOSE DAS ARTICULAÇÕES COSTO-VERTEBRAIS

SIMAC 166
SINTOMAS:

- Geralmente é rigidez
. 1º Sintoma + frequentemente na região lombar ou nas ancas.
- Pode ser dor aguda

. Diminuição da expansão torácica durante a inspiração por envolvimento costo-vertebral.


. Sintomas oculares (como irite aguda), são sinal de mau prognóstico.

COMPLICAÇÕES:

. Radiculite compressiva – (Inflamação das raízes nervosas por compressão vertebral)


. Fractura vertebral
. Sindroma da cauda equina - Dor na região sagrada
- Incontinência urinária
- Relaxamento do esfíncter anal
- Impotência

Com tratamento: é uma doença benigna;

Sem tratamento: pode evoluir para anquilose da cabeça, pescoço e tórax em flexão, de
tal forma que o doente só consegue ver os pés…

ARTOSE:

(Também denominada osteoartrite)

. Doença da meia idade.


. Afecta principalmente as articulações que suportam carga.
. Caracterizada por: - Alterações degenerativas da cartilagem articular.
- Crescimento ósseo nas margens articulares.

SIMAC 167
Alterações degenerativas da cartilagem articular
(hipertrofia dos condrócitos + amolecimento da matriz)

Diminuição da capacidade de suportar stresses mecânicos

Desnudação do osso com pontes de cartilagem interpostas


(Sindesmofitos)

Formação de espículos condro-ósseas (osteófitos)

Impotência funcional Quando se soltam

Corpos livres intra-articulares

SINTOMAS: Ocorrem mais nas articulações de carga: tornozelo, joelho,


anca e coluna vertebral

- Dor que melhora com o repouso e agrava com os esforços.

- Limitação progressiva da mobilidade articular.

- Rigidez matinal e após repouso de curta duração (< 15 min.), passa quando o doente
começa a andar ou com água quente.

- Derrame articular com eventual palpação de corpos livres.

- Deformidade com palpação de excrecências ósseas ao nível das epifises dos ossos
longos (e de osteofitos)

- Alargamento das articulações afectadas, nomeadamente nos dedos (nódulos de


Heberden por alargamento das articulações interfalângicas distais).

- Evolução contínua e progressiva da doença.

SIMAC 168
NEOPLASIAS ARTICULARES

Exemplo: Condrosarcoma

TRAUMATISMOS: ARTICULARES:

LUXAÇÃO:

Deslocamento anormal das SINTOMAS


extremidades ósseas de 1
articulação. - Dor localizada
- Deformidade
- Incapacidade funcional
SUB LUXAÇÃO:

Luxação incompleta.

SINTOMAS
ENTORSE:

Alongamento (estiramento) ou
- Dor localizada
rotura de 1 ou + ligamentos, - Aumento do volume
sem deslocação das superfícies articular com derrame
articulares. - Instabilidade articular
- Incapacidade funcional

NOTA: ANQUILOSE = Limitação (parcial) ou abolição (completa) dos movimentos de


uma Articulação.

SIMAC 169
ARTROPATIAS ESPECÍFICAS DA COLUNA VERTEBRAL:

. ESPONDILITE / ESPONDILOARTRITE: Inflamação das articulações intervertebrais


. ESPONDILARTROSE: Processos degenerativos das articulações intervertebrais
Quando há formação de osteofitos → espondilose.
Quando há compromisso/artrose dos discos verterbrais → espondilodiscartrose.

. DISCOPATIA: Alterações do disco intervertebral (ex: hérnia discal)

Deslizamento para o canal raquidiano do


núcleo pulposo de um disco, por rotura do anel
fibroso, com compressão das raízes nervosas.
Os locais mais comuns são: L4-L5 e L5-S1.
Nestes, provoca:
- lombociatalgia;
- mais raramente: parestesias e fraqueza
muscular no território correspondente
(membro inferior do lado da compressão).

- ESPONDILÓLISE: Malformação em que a 5ª vértebra lombar tem uma


cissura na face posterior (raramente atinge a 4ª).

- ESPONDILOLISTESE: Escorregamento (geralmente para trás) da 5ª


vértebra lombar sobre a 1ª sagrada  dá dor
lombar.

SIMAC 170
FIBROMIALGIA

 Ocorre nas mulheres com idade entre os 20 e 50 anos.

 SINTOMAS:  Dor crónica e hipotonia, frequentemente envolvendo


todo o corpo, mas com predomínio no pescoço, ombros,
região lombar e ancas.

 Por vezes: fadiga, alterações do sono, dores de cabeça


crónicas, etc.

 Baixo limiar da dor e fadiga.

 Restante exame médico, nomeadamente articular e muscular, sem


alterações, bem como não há alterações laboratoriais.

 Existência de pontos dolorosos típicos, à palpação (ex.: trapézio,


epicôndilo do cotovelo, bolsa de gordura interna do joelho, etc.).

 A causa não é conhecida.

SIMAC 171
SIMAC 172
BIBLIOGRAFIA

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana, Porto Alegre:Artmed, 3ª ed., 2003.

PABST, R. e PUTZ, R. (ed.). Sobotta – Atlas de Anatomia Humana, volumes 1 e 2, Rio de


Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 20ª ed. , 1995.

PINA, J. A. Esperança. Anatomia Humana da Locomoção, Lisboa:Lidel Edições Técnicas,

PINA, J. A. Esperança. Anatomia Humana da Relação, Lisboa:Lidel Edições Técnicas, 1998.

SEELEY, Rod R., STEPHENS, Trent D. e TATE, Philip. Anatomia & Fisiologia,
Lisboa:Lusodidacta, reedição corrigida, 2001.

SIMAC 173
SIMAC 174
ÍNDICE

 INTRODUÇÃO ……………………………………………………...…. 1

 DESCOBERTA DA CÉLULA
E ORGANIZAÇÃO CELULAR ……………………………………..… 2

 TECIDOS ………………………………………………………..…….. 10
 Tecido Conjuntivo ……………………………………………. 14
 Tecido Muscular ……………………………………….…..… 19
 Tecido Ósseo………………………………………………..... 21

 PELE E ANEXOS……………………………………………….…..... 25

 MÚSCULO ……………………………………………………….…… 30

 INTRODUÇÃO À OSTEOLOGIA ……………………………….….. 35


 Ossos da Cabeça ………………………………………..….. 40
 Ossos do Pescoço ……………………………………….….. 41
 Tórax …..…………………………………………………...…. 42
 Ossos do Membro Inferior ………………………….……..… 51
 Ossos do Membro Superior ……………………………….... 66

 INTRODUÇÃO À ARTROLOGIA ………………………………..….. 75


 Artrologia da Cabeça ………………………………….…… 79
 Artrologia da Coluna ……………………………….….…… 80
 Artrologia do Membro Inferior ………………………..……. 81
 Artrologia do Membro Superior ………………………….... 95

 SISTEMA NERVOSO ………………………………………….….… 103


 Sistema Nervoso Central ……………………………….... 110
 Sistema Nervoso Periférico ………………………………. 116
 Sistema Neurovegetativo …………………………………. 122

 APARELHO CIRCULATÓRIO …………………………………...… 125


 Sistema Circulatório e Linfático ……………………..…… 129

 APARELHO RESPIRATÓRIO ……………………………………… 139


 Sistema Respiratório ……………………………………… 141

 ANEXOS ………………………….…………………………………… 149


 Patologias …………………………………………………… 151

 BIBLIOGRAFIA …………………………………………….……….… 173

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