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Enem

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Sumário
Faixa base

Tipos celulares e membranas..........................................................................................05

Ciclos biogeoquímicos....................................................................................................20

Metafísica de Aristóteles.................................................................................................33

Leis de Newton................................................................................................................45

Vetores............................................................................................................................59

Primeira Lei da Termodinâmica.......................................................................................77

Energia: consumo e desafios...........................................................................................92

Questão energética no Brasil.........................................................................................104

Independência da América espanhola............................................................................119

Independência das Treze Colônias Inglesas..................................................................134

Realismo e Naturalismo.................................................................................................146

Função Quadrática: gráfico............................................................................................163

Função quadrática: problemas de máximo e mínimo....................................................177

Equações trigonométricas.............................................................................................188

Redução de quadrantes.................................................................................................200

Funções sintáticas: sujeito..............................................................................................211

Funções sintáticas: sujeito..............................................................................................221


Sumário

Funções inorgânicas: ácidos e bases.............................................................................233

Funções inorgânicas: sais e hidretos.............................................................................246

Coesão e coerência.......................................................................................................258

Mundo do trabalho........................................................................................................270

Aprofundamento
O que é Biodiversidade?...............................................................................................280

Movimento Circular Uniforme (MCU)...........................................................................288

Neoliberalismo e a economia globalizada.....................................................................294

América portuguesa nos séculos XVI e XVII.................................................................308

Exercícios sobre Trigonometria.....................................................................................323

Especificações sobre pronome relativo.........................................................................330

Geometria molecular, polaridade e forças intermoleculares.........................................337

Estratégias argumentativas............................................................................................351

OSPB: papel do sistema Judiciário................................................................................363

Marx e seus conceitos...................................................................................................369


Biologia

Tipos celulares e membranas

Objetivo
Diferenciar células procarionte e eucarionte, bem como animal e vegetal. Compreender a estrutura da
membrana plasmática e suas especializações. Diferenciar transporte ativo e passivo bem como identificar
aplicações no cotidiano desses tipos de transporte.

Curiosidade
O transporte da célula é muito importante para o controle metabólico do nosso organismo. Algumas doenças
estão relacionadas a problemas com este transporte, como por exemplo a diabetes (há falha no transporte
de glicose), fibrose cística (há dificuldade no transporte de íons pela membrana), até mesmo estar relacionado
a sintomas de algumas doenças neurodegenerativas.

Teoria

As diferentes células e suas estruturas, assim como os seres vivos, também sofrem processos evolutivos, o
que fez com que elas tivessem diversas formas, desde quando surgiram na Terra há 3,5 milhões de anos, até
serem como as estruturas que conhecemos atualmente. De acordo com as teorias da origem da vida, que
vamos estudar em outro capítulo, a primeira célula a surgir teria sido uma célula procarionte, sem núcleo ou
organelas, e ao longo da evolução da vida, diferentes estruturas e processos ocorreram para formação dos
diferentes tipos de células eucariontes.

As células, estudadas no campo da Citologia, são a unidade básica da vida. Todas as células, procariontes ou
eucariontes, apresentam uma membrana celular, formada principalmente por uma bicamada fosfolipídica,
podendo ter proteínas e outras estruturas associadas a ela. Já a célula eucarionte apresenta uma maior
especialização: além da membrana celular e organelas não membranosas, como o ribossomo, possui
organelas membranosas, carioteca, uma ampla diversidade de proteínas citoplasmáticas e até mesmo
estruturas capazes de produzir nutrientes e energia (cloroplastos e mitocôndrias).

Ilustração com o desenho de uma célula eucarionte do lado esquerdo e uma célula procarionte do lado esquerdo Ilustração por
Rebeca Khouri.
Biologia

Células procariontes
Primeiras células a surgirem no planeta, são mais primitivas. Representadas pelas bactérias e cianobactérias.
Além da membrana celular, possuem material genético disperso no citoplasma, concentrado em uma região
chamada de nucleoide, ribossomos 70s e plasmídeos, que são fragmentos do DNA dispersos pelo citoplasma,
e também podem ter parede celular de polipeptídeoglicanos. Não apresentam nem núcleo nem carioteca.

Obs! O “s” é uma unidade de medida que identifica o coeficiente de sedimentação, e mostra dados referentes
ao tamanho e peso de moléculas e partículas)
Em algumas imagens e questões é possível ver uma estrutura chamada de mesossomo, como na figura
abaixo. Durante um tempo, essa estrutura foi considerada como o local onde aconteciam reações
metabólicas do procarionte (como a respiração celular), mas mais recentemente foi visto que se trata apenas
de uma dobra na membrana celular causada por um erro de preparação da lâmina histológica, sendo então
um artefato de microscopia.

Esquema de uma célula procarionte, em forma alongada. A célula procarionte não apresenta núcleo e o DNA representado em cor
verde com conformação retorcida está no próprio citoplasma. Ilustração por Rebeca Khouri.

Células eucariontes
São células mais complexas e compartimentadas, estando presentes nos animais, vegetais, fungos e
protoctistas (protozoários e algas). Além da membrana celular, possuem material genético contido em um
núcleo, que é revestido pela carioteca, ribossomos 80s e organelas membranosas. Os tipos de organela em
cada célula e outros envoltorios celulares podem variar de acordo com o grupo, e veremos estas diferenças
a seguir.

Esquema de uma célula eucarionte animal representada em forma circular em cor amarela. Ilustração por Rebeca Khouri.
Biologia

• Células animais: São multicelulares. Possuem citoesqueleto, núcleo e as organelas complexo de Golgi,
retículo endoplasmático, ribossomo, mitocôndria, centríolo e lisossomos. Não possuem nennhum tipo
de parede celular, nem vacúolo central.
• Células vegetais: São multicelulares. Possuem citoesqueleto, núcleo e as organelas animais, com
exceção dos lisossomos. Além destas organelas, possuem cloroplasto, glioxissomos e vacúolo central.
Apresentam parede celular de celulose como revestimento externo, além da membrana celular.
• Células de fungos: Podem ser uni ou multicelulares. Possuem citoesqueleto, núcleo e as organelas
animais, com exceção do centríolo e lisossomos. Alguns grupos podem ter vacúolo central. Apresentam
parede celular formada em grande parte por quitina, mas também glicanas, como revestimento externo,
além da membrana celular.
• Células de protoctistas: Os protozoários são unicelulares e possuem estruturas celulares como os
animais. Alguns grupos de protozoários podem ter parede celular com sílica (dióxido de silício). Já as
algas podem ser uni ou multicelulares e possuem estruturas celulares semelhantes as das plantas,
porém apresentam centríolos. A parede celular de algas pode ser de celulose e também de algina ( outro
tipo de polissacarídeo estrutural).

Detalhes sobre as organelas e suas funções serão vistos nos próximos capítulos.

Esquema da membrana e parede celular de fungos. Veja o que são glicoproteínas e ergosterol nos parágrafos a seguir! Fonte:
JeopardyLabs. Disponível em: https://jeopardylabs.com/print/jogando-com-a-microbiologia-2. Acessado em 07/09/2021.

Membrana celular
A membrana celular, também chamada membrana plasmática ou plasmalema, delimita a superfície celular, e
ela é responsável por delimitar o tamanho e formato da célula, evitando o vazamento do conteúdo interno da
célula ao ambiente. Também controla a passagem de substâncias pela célula através de uma permeabilidade
seletiva, estejam elas tentando entrar ou sair, e pode se comunicar com células e tecidos vizinhos.

Este revestimento é composto por uma dupla camada de fosfolipídios, com proteínas, podendo ser chamada
de camada lipoproteica ou fosfolipoproteica. A disposição dos fosfolipídios é de extrema importância para
as interações químicas e biológicas que acontecem na célula: a porção hidrofílica, chamada de cabeça, é
formada pelos fosfatos e fica voltada tanto para o meio externo quanto para o meio interno da célula,
Biologia

enquanto a região hidrofóbica, chamada de cauda, é formada pela parte lipídica e ficam voltadas uma para
as outras, no centro da membrana. A disposição lateral deles permite o deslocamento sem a ruptura,
conferindo dinamicidade à membrana plasmática.

Além dos fosfolipídios, também encontramos proteínas que podem estar apenas de um lado da membrana,
chamadas de proteínas periféricas, ou atravessar toda a membrana, chamada de proteína integral ou
transmembrana. As proteínas podem ter função de transporte, como as proteínas canal, ou de identificação
celular, como a glicoproteína, também conhecida como glicocálix. O glicocálix é um composto formado por
proteínas e glicídios. Os glicídios também podem se associar com lipídios, formando glicolipídios, e
apresentam também função de identificação e interação celular.

Desenho tridimensional de uma membrana celular animal, indicando as estruturas que podem estar nela. Fonte: Designua (adaptado).
Disponível em: https://www.infoescola.com/citologia/membrana-plasmatica/. Acessado em 07/09/2021.

A membrana é uma estrutura dinâmica e em constante movimento: todas estas estruturas da membrana
podem movimentar-se paralelamente ao plano da membrana, sem desconfigurar sua forma, o que faz com
que a membrana possa ser chamada pelo que é conhecido como modelo mosaico-fluido.

Dentre as substâncias presentes na membrana, os lipídios são muito importantes para ajudar a manter a
fluidez da membrana. Além dos glicolipídios, também temos moléculas de lipídios esteroides. Nos animais,
esta molécula é o colesterol. Em fungos e em alguns protozoários e plantas, este esteroide é o ergosterol. As
plantas também podem ter esteroides chamados de fitosterol (sitosterol e estigmasterol), com mesma
função de permitir a fluidez da membrana.

Especializações de membrana
Apesar da sua composição ser a mesma, o formato da membrana pode variar dependendo do grupo de ser
vivo ou tecido que ela está compondo. Além disso, outras proteínas de membrana têm funções específicas
de adesão e contato com células vizinhas. Essas variações celulares são chamadas de especializações da
membrana.
• Desmossomos: ou mácula ou âncora de adesão, é responsável por criar uma adesão entre células
vizinhas do mesmo tecido. Possui filamentos de queratina que saem de discos de proteínas caderinas e
integrinas, e se ligam entre uma célula e outra.
Biologia

• Glicocálix: glicoproteínas para reconhecimento celular, ficam voltado para o lado externo da célula, em
contato com o meio intercelular.
• Hemidesmossomos: assim como os desmossomos, criam uma adesão entre células vizinhas, mas ocorre
entre células de tecidos diferentes, como por exemplo entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo. Os
filamentos de queratina saem de um disco proteico formado por plectina.
• Interdigitações: dobras de membrana entre células que se encaixam aumentam a superfície de contato
e a adesão entre células adjacentes. São formadas por projeções de proteínas citoplasmáticas, como os
filamentos de actina.
• Junções comunicantes: ou junções GAP, permite trocas de substâncias iônicas ou pequenas moléculas,
entre os citoplasmas de duas células vizinhas, criando pontes ou canais citoplasmáticos. Nos vegetais,
recebe nome de plasmodesmos. Suas estruturas são formadas por proteínas do grupo das conexinas.
• Microvilosidades: ou microvilos, dobras que aumentam a superfície de contato, formadas por projeções
de proteínas citoplasmáticas, como os filamentos de actina. São encontradas em tecidos com função de
absorção, como epitélio intestinal.
• Zônula de adesão: permite a união e a proximidade de células vizinhas, ainda permitindo a passagem de
substância entre as duas células aderidas. A adesão ocorre com a ajuda de proteínas caderinas
associadas ao citoesqueleto de actina.
• Zônula de oclusão: além de unir as células, também impede a passagem de moléculas entre elas. É
formado por proteínas claudina e ocludina.

Ilustração por Rebeca Khouri.


Biologia

Transporte em membrana
A membrana permite a entrada e saída de substâncias seletas, podendo haver um transporte sem gasto de
energia (passivo) ou com gasto de energia (ativo).
O transporte passivo se dá a favor do gradiente de concentração. Ou seja, vai sempre do meio mais
concentrado ao menos concentrado, buscando a isotonia entre os meios. Este transporte não envolve gasto
energético. É dividido em:
● Osmose: transporte de solvente sem gasto de energia. Nos sistemas biológicos, esse solvente é a água,
e vai do meio hipotônico (mais água) ao hipertônico (menos água). Na membrana celular, a água passa
pela bicamada fosfolipídica através de proteínas permeases. A osmose pode criar uma pressão
osmótica, que é a pressão aplicada em uma solução hipertônica para evitar que a osmose aconteça.

Esquema mostrando a osmose ocorrendo através de uma membrana semipermeável, com a passagem de água para o meio com mais
soluto. Ilustração por Rebeca Khouri.

• Difusão simples: transporte de soluto do meio hipertônico ao meio hipotônico. Os solutos passam pela
bicamada fosfolipídica; Esse tipo de transporte é comum em substâncias lipídicas, ou seja, solutos
hidrofóbicos.

• Difusão facilitada: transporte de soluto através de proteínas canais e proteínas carreadoras


(transportadoras). Os solutos passam pelas proteínas da membrana. Este tipo de transporte é comum
quando há solutos hidrofílicos. As proteínas canais atuam apenas no transporte passivo, e é ativada de
acordo com o tamanho e carga elétrica do soluto, enquanto a proteína carreadora é ativada quando a
molécula a ser transportada se liga a ela. Existem algumas proteínas carreadoras que atuam no
transporte ativo, que veremos a seguir.

Essa imagem mostra a membrana plasmática com as proteínas e a membrana fosfolipídica, juntamente com os transportes
ocorrendo em cada componente da membrana. Ilustração por Rebeca Khouri.
Biologia

No transporte ativo, ocorre a quebra de ATP (adenosina tri-fosfato, a moeda energética da célula), para
realizar um transporte contra o gradiente de concentração, através de proteínas de membrana. Ou seja, o
soluto passa do meio menos concentrado para o mais concentrado. Como exemplo, podemos citar a bomba
de sódio e potássio.

Representação do transporte ativo, contra o gradiente de concentração. Ilustração por Rebeca Khouri.

Problemas no transporte de substâncias podem levar ao inchaço da célula, causando a turgência pela grande
entrada de soluto, e em células animais isso pode causar a ruptura (chamada também de lise) da membrana
plasmática no processo chamado plasmoptise. Em células vegetais, a plasmoptise não ocorre pois a parede
celular ajuda a dar sustentação ao formato da célula, e ela pode retornar ao seu formato original a partir da
deturgência. A saída de soluto da célula pode levar à plasmólise, tanto em células animais quanto em células
vegetais. Em alguns casos, é possível recuperar o volume original da célula, em um caso de deplasmólise.

Essa imagem representa as células animal e vegetal em alguns estados: equilíbrio, plasmoptise e plasmólise.
Ilustração por Rebeca Khouri.
Biologia

Moléculas orgânicas grandes são incapazes de atravessar a membrana, exigindo processos diferenciados.
• Endocitose: entrada de grandes moléculas e pode ocorrer de três diferentes formas. Em todos os tipos,
depois da entrada da substância há formação de uma vesícula, onde a substância fica armazenada até
ser digerida ou utilizada pela célula.
o Fagocitose: ingestão de partículas sólidas e grandes através da emissão de pseudópodes
(projeções da membrana para fora da célula).
o Pinocitose: ocorre a captura de líquidos ou substâncias pequenas em solução, através de
invaginação da membrana (ou seja, a membrana faz dobras para dentro da célula).
o Endocitose mediada: ocorre a adesão de partículas sólidas a receptores específicos na
membrana, e há a invaginação da membrana para entrada das substâncias.

Esquema ilustrando os 3 tipos de endocitose. Ilustração por Rebeca Khouri.

• Exocitose: moléculas são eliminadas da célula, através de vesículas que são transportadas à membrana
e se desfazem, liberando o conteúdo no meio extracelular.

Nessa imagem temos a ilustração de como ocorre a exocitose. Ilustração por Rebeca Khouri.
Biologia

Exercícios de fixação

1. Quais estruturas estão presentes em todas as células?

2. Defina osmose e classifique esse transporte em ativo ou passivo, explicando o porquê.

3. Qual das alternativas está correta, sobre os tipos de transporte?


a) Transporte passivo ocorre contra o gradiente de concentração
b) Transporte ativo ocorre contra o gradiente de concentração
c) Difusão facilitada apresenta alto gasto de energia
d) Os processos de endocitose são tipos de transporte passivo

4. Qual destas não é função da membrana plasmática animal, nem de seus componentes?
a) Absorção de nutrientes
b) Identificação celular
c) Adesão entre tecidos
d) Produção de energia

5. O que é o modelo mosaico-flúido?


Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem PPL, 2020) Na tentativa de explicar o processo evolutivo dos seres humanos, em 1981, Lynn
Margulis propôs a teoria endossimbiótica, após ter observado que duas organelas celulares se
assemelhavam a bactérias em tamanho, forma, genética e bioquímica. Acredita-se que tais organelas
são descendentes de organismos procariontes que foram capturados por alguma célula, vivendo em
simbiose. Tais organelas são as mitocôndrias e os cloroplastos, que podem se multiplicar dentro da
célula.
A multiplicação dessas organelas deve-se ao fato de apresentarem
a) DNA próprio.
b) ribossomos próprios.
c) membrana duplicada.
d) código genético diferenciado.
e) maquinaria de reparo do DNA.

2. (Enem PPL, 2016) Um pesquisador preparou um fragmento do caule de uma flor de margarida para que
pudesse ser observado em microscopia óptica. Também preparou um fragmento de pele de rato com
a mesma finalidade. Infelizmente, após algum descuido, as amostras foram misturadas.
Que estruturas celulares permitiriam a separação das amostras, se reconhecidas?
a) Ribossomos e mitocôndrias, ausentes nas células animais.
b) Centríolos e lisossomos, organelas muito numerosas nas plantas.
c) Envoltório nuclear e nucléolo, característicos das células eucarióticas.
d) Lisossomos e peroxissomos, organelas exclusivas de células vegetais.
e) Parede celular e cloroplastos, estruturas características de células vegetais.

3. (Enem, 2017) Uma das estratégias para conservação de alimentos é o salgamento, adição de cloreto
de sódio (NaCl), historicamente utilizado por tropeiros, vaqueiros e sertanejos para conservar carnes
de boi, porco e peixe.
O que ocorre com as células presentes nos alimentos preservados com essa técnica?
a) O sal adicionado diminui a concentração de solutos em Seu interior.
b) O sal adicionado desorganiza e destrói suas membranas plasmáticas.
c) A adição de sal altera as propriedades de suas membranas plasmáticas.
d) Os íons Na+ e CI- provenientes da dissociação do sal entram livremente nelas.
e) A grande concentração de sal no meio extracelular provoca a saída de água de dentro delas.
Biologia

4. (Enem, 2010) Para explicar a absorção de nutrientes, bem como a função das microvilosidades das
membranas das células que revestem as paredes internas do intestino delgado, um estudante realizou
o seguinte experimento:
Colocou 200 mL de água em dois recipientes. No primeiro recipiente, mergulhou, por 5 segundos, um
pedaço de papel liso, como na FIGURA 1; no segundo recipiente, fez o mesmo com um pedaço de papel
com dobras simulando as microvilosidades, conforme FIGURA 2. Os dados obtidos foram: a quantidade
de água absorvida pelo papel liso foi de 8 mL, enquanto pelo papel dobrado foi de 12 mL.

Com base nos dados obtidos, infere-se que a função das microvilosidades intestinais com relação à
absorção de nutrientes pelas células das paredes internas do intestino é a de:
a) manter o volume de absorção.
b) aumentar a superfície de absorção.
c) diminuir a velocidade de absorção.
d) aumentar o tempo de absorção.
e) manter a seletividade na absorção.

5. (Enem, 2018) A ricina, substância tóxica extraída da mamona, liga-se ao açúcar galactose presente na
membrana plasmática de muitas células do nosso corpo. Após serem endocitadas, penetram no
citoplasma da célula, onde destroem os ribossomos, matando a célula em poucos minutos.
SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed, 2009 (adaptado).

O uso dessa substância pode ocasionar a morte de uma pessoa ao inibir, diretamente, a síntese de
a) RNA.
b) DNA.
c) lipídios.
d) proteínas.
e) carboidratos.
Biologia

6. (Enem, 2017) Visando explicar uma das propriedades da membrana plasmática, fusionou-se uma célula
de camundongo com uma célula humana, formando uma célula híbrida. Em seguida, com o intuito de
marcar as proteínas de membrana, dois anticorpos foram inseridos no experimento, um específico para
as proteínas de membrana do camundongo e outro para as proteínas de membrana humana. Os
anticorpos foram visualizados ao microscópio por meio de fluorescência de cores diferentes.

A mudança observada da etapa 3 para a etapa 4 do experimento ocorre porque as proteínas


a) movimentam-se livremente no plano da bicamada lipídica.
b) permanecem confinadas em determinadas regiões da bicamada.
c) auxiliam o deslocamento dos fosfolipídios da membrana plasmática.
d) são mobilizadas em razão da inserção de anticorpos
e) são bloqueadas pelos anticorpos.

7. (Enem, 2019) Uma cozinheira colocou sal a mais no feijão que estava cozinhando. Para solucionar o
problema, ela acrescentou batatas cruas e sem tempero dentro da panela. Quando terminou de
cozinhá-lo, as batatas estavam salgadas, porque absorveram parte do caldo com excesso de sal.
Finalmente, ela adicionou água para completar o caldo do feijão.
O sal foi absorvido pelas batatas por
a) osmose, por envolver apenas o transporte do solvente.
b) fagocitose, porque o sal transportado é uma substância sólida.
c) exocitose, uma vez que o sal foi transportado da água para a batata.
d) pinocitose, porque o sal estava diluído na água quando foi transportado.
e) difusão, porque o transporte ocorreu a favor do gradiente de concentração.
Biologia

8. (Enem, 2017) Alguns tipos de dessalinizadores usam o processo de osmose reversa para obtenção de
água potável a partir da água salgada. Nesse método, utiliza-se um recipiente contendo dois
compartimentos separados por uma membrana semipermeável: em um deles coloca-se água salgada
e no outro recolhe-se a água potável. A aplicação de pressão mecânica no sistema faz a água fluir de
um compartimento para o outro. O movimento das moléculas de água através da membrana é
controlado pela pressão osmótica e pela pressão mecânica aplicada.
Para que ocorra esse processo é necessário que as resultantes das pressões osmótica e mecânica
apresentem
a) mesmo sentido e mesma intensidade.
b) sentidos opostos e mesma intensidade.
c) sentidos opostos e maior intensidade da pressão osmótica.
d) mesmo sentido e maior intensidade da pressão osmótica.
e) sentidos opostos e maior intensidade da pressão mecânica.

9. (Enem, 2012) Osmose é um processo espontâneo que ocorre em todos os organismos vivos e é
essencial à manutenção da vida. Uma solução 0,15 mol/L de NaCl (cloreto de sódio) possui a mesma
pressão osmótica das soluções presentes nas células humanas.
A imersão de uma célula humana em uma solução 0,20 mol/L de NaCl tem como consequência, a
a) adsorção de íons Na+ sobre a superfície da célula.
b) difusão rápida de íons Na+ para o interior da célula.
c) diminuição da concentração das soluções presentes na célula.
d) transferência de íons Na+ da célula para a solução.
e) transferência de moléculas de água do interior da célula para a solução

10. (PUC-RJ 2012) Quando comemos em um restaurante, as saladas de alface que são servidas não
contêm, em geral, sal ou nenhum tipo de condimento. As saladas são temperadas apenas na hora de
comer.
Esse procedimento evita que a salada murche rapidamente, pois, quando adicionamos sal e outros
condimentos à salada,
a) o meio externo torna-se hipotônico, e as células da alface ficam túrgidas.
b) o meio externo torna-se isotônico, e as células da al- face ficam túrgidas.
c) o meio externo torna-se hipertônico, e as células da alface sofrem plasmólise.
d) o meio externo torna-se hipertônico, e as células da alface sofrem lise celular.
e) o meio externo torna-se isotônico, e as células da alface sofrem lise celular.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. Todas as células possuem material genético, ribossomos e membrana plasmática.

2. A osmose é o transporte de água (solvente) do meio hipotônico ao hipertônico, buscando isotonia. A


osmose é um tipo de transporte passivo, pois ocorre a favor do gradiente de concentração (menos
concentrado ao mais concentrado) e não envolve gasto energético (ATP).

3. B
O transporte ativo ocorre contra o gradiente de concentração. Como o próprio nome já diz, ele é ativo, ou
seja, gasta energia, pois força a substância para a direção contrária ao seu equilíbrio, gastando energia
para isso.

4. D
A produção de energia ocorre em processos intracelulares, dentro de organelas específicas para isso.

5. A membrana plasmática é formada por uma bicamada lipídica, na qual estão inseridas proteínas. A
disposição desses componentes gera um aspecto de mosaico fluido, pois eles mudam de posição
constantemente, porém sem alterar a forma da membrana.

Exercícios de vestibulares

1. A
A capacidade de autoduplicação das mitocôndrias e dos cloroplastos é devido à presença de um material
genético próprio, capaz de coordenar as atividades da própria organela, independente do material
genético nuclear.

2. E
A parede celular e o cloroplasto estão presentes apenas em células vegetais. Já centríolos, lisossomos
e peroxissomos estão presentes apenas em células animais. Ribossomos, mitocôndrias e núcleo são
encontradas em ambas as células.

3. E
A técnica de salgamento promove a formação de um ambiente hipertônico, que aumenta a pressão
osmótica externa promovendo a desidratação das células.

4. B
As microvilosidades são especializações da membrana que aumentam a área de absorção, conforme
mostrado na figura da questão.

5. D
Os ribossomos são responsáveis pela tradução do RNA em proteínas. Com a destruição dos ribossomos,
essas proteínas, que desempenham os mais variados papéis e são as responsáveis pelo funcionamento
correto do organismo, não serão produzidas, e então causará a morte do indivíduo.
Biologia

6. A
A membrana tem composição lipoproteica e com estrutura baseada em um mosaico fluido, ou seja, as
proteínas e lipídios não possuem posição fixa na membrana. A migração de proteínas na membrana
decorre de sua fluidez. Como observado na figura, as proteínas marcadas se movimentaram ao longo da
bicamada fosfolipídica.

7. E
O transporte de sal na membrana plasmática ocorre por difusão, que é caracterizado por ser um
transporte passivo, onde não envolve gasto energético e é a favor do gradiente de concentração. Devido
ao caldo do feijão ser hipertônico, o sal passa para as células da batata, que são hipotônicas.

8. E
Para que ocorra esse processo, é necessário que as resultantes das pressões osmótica e mecânica
apresentem sentidos opostos e maior intensidade da pressão mecânica, assim o solvente migrará do
meio mais concentrado para o meio menos concentrado num processo não espontâneo.

9. E
Na osmose, ocorre fluxo de água da solução mais rica em água (com menor concentração de soluto)
para a solução hipertônica (com maior concentração de soluto). Então, na situação acima, haverá fluxo
de água de dentro da célula para a solução.

10. C
Com o meio externo hipertônico (com menos concentração de água e mais de soluto, no caso sal), a
água do alface sai através da osmose, para que haja o equilíbrio osmótico. Assim, ela desidrata e há o
deslocamento de sua parede celular, processo chamado “plasmólise”. Lise celular é a destruição da
célula pelo rompimento da membrana plasmática e turgidez é inchaço.
Biologia

Ciclos biogeoquímicos

Objetivos
Aprender quais são os principais ciclos biogeoquímicos; saber reconhecer e entender que elementos estão
envolvidos em cada ciclo biogeoquímico e como funcionam em relação aos sistemas biológicos.

Curiosidade
Os ciclos biogeoquímicos podem estar relacionados com diversos impactos ambientais, como o efeito estufa
e a eutrofização artificial. Que tal complementar seus estudos com um mapa mental sobre os principais ciclos
biogeoquímicos? Veja ao final da parte teórica deste material.

Teoria

Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos são aqueles que relacionam elementos abióticos do meio ambiente, elementos
químicos e os elementos bióticos (seres vivos). Os ciclos mais importantes são: ciclo do carbono, ciclo do
oxigênio, ciclo da água e ciclo do nitrogênio, mas também podemos encontrar o ciclo do fósforo, o ciclo do
enxofre e de vários outros elementos.
Os ciclos podem ser classificados de acordo com o local onde o elemento é encontrado em maior quantidade,
sendo este local chamado de reservatório.
● Ciclo sedimentar: o reservatório é a crosta terrestre, ou seja, o elemento é encontrado em maior
quantidade no solo. Como exemplo, temos o ciclo da água e do fósforo.
● Ciclo gasoso: o reservatório é a atmosfera, ou seja, o elemento é encontrado em maior quantidade na
atmosfera. Como exemplo, temos o ciclo do carbono, oxigênio e nitrogênio.

Ciclo da água
O ciclo da água mostra o caminho da água no ambiente. Quando está na sua forma gasosa, forma as nuvens
e, após condensada, sofre precipitação. A precipitação pode acontecer de diversas formas, sendo a mais
comum a chuva. Agora, em seu estado líquido e na superfície terrestre, pode evaporar ou se infiltrar no solo,
formando lençóis freáticos. Esse é o ciclo curto da água, em que não há participação dos seres vivos
No ciclo longo da água, os seres vivos participam, ingerindo a água precipitada, e deles a água pode retornar
à atmosfera através da transpiração.
Biologia

Ciclo do fósforo
O fosfato é encontrado principalmente na forma de PO4-3, a partir da degradação de rochas. Os vegetais
conseguem esse sal através da absorção pelas raízes; e os outros organismos, através da alimentação. A
decomposição faz com que o sal retorne para o solo, e a sedimentação pode incorporar o fósforo novamente
nas rochas.

Ciclo do carbono
O gás carbônico se encontra na atmosfera na forma de CO2. O ciclo do carbono se inicia com a fixação desse
elemento pelos seres autotróficos (através da fotossíntese ou quimiossíntese), que fica disponível para os
consumidores e decompositores na sua forma orgânica (ex.: carboidrato). Durante a respiração celular e a
fermentação, o gás carbônico retorna para o meio ambiente.
O CO2 também é liberado para a atmosfera na queima de combustíveis fósseis como carvão mineral, gasolina
e óleo diesel, e durante a queimada de florestas, contribuindo para o agravamento do efeito estufa.
Biologia

Ciclo do oxigênio
O oxigênio se encontra na atmofera na forma de O2 e é um gás extremamente importante para a vida na Terra.
O ciclo do oxigênio também está relacionado a estes processos: durante a fotossíntese, o oxigênio é liberado
para a atmosfera, e, durante a respiração celular e a combustão, ocorre o consumo desse gás.
Na estratosfera, o oxigênio é transformado em ozônio (O3) por ação dos raios ultravioletas, formando a
camada de ozônio, importante contra a entrada em excesso dessa radiação no planeta. Sabe-se que a
exposição aos raios ultravioletas pode aumentar a incidência de câncer de pele, pela interferência com o
material genético. A liberação de clorofluorcarbonos (CFCs), presentes em sistemas de refrigeração e
aerossóis, estava levando à destruição da camada de ozônio. Recentemente, foram substituídos por gases
não agressivos a esta camada.

Ciclo do nitrogênio
O nitrogênio atmosférico (N2) forma cerca de 78% da composição do ar. No entanto, não pode ser aproveitado
dessa forma pela maior parte dos seres vivos, que precisam dele para a constituição de proteínas (função
amina dos aminoácidos) e ácidos nucleicos (em bases nitrogenadas).

Compostos bioquímicos com nitrogênio em sua composição: um aminoácido e uma base nitrogenada purina.
Biologia

Leguminosas, como o feijão, a lentilha e a ervilha, possuem uma associação mutualística com bactérias do
gênero Rhizobium, que formam nódulos em suas raízes e realizam o processo de fixação. Esse processo
transforma o nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3), que pode se transformar em íon amônio (NH4+)
no solo pela amonificação.
Bactérias nitrificantes, Nitrosomonas e Nitrobacter, fazem o processo de conversão da amônia em nitrito
(NO2-), pelo processo de nitrosação, e posteriormente em nitrato (NO3-), pelo processo de nitratação,
respectivamente. Esses dois processos juntos podem ser chamados de nitrificação.
O nitrato é o principal produto no solo aproveitado pelos vegetais, por meio do processo da assimilação. Esse
nitrogênio é passado ao longo da cadeia alimentar para os consumidores. Bactérias e fungos decompositores
retornam ao solo esse nitrogênio presente nos seres vivos na forma de amônia e amônio pelo processo de
amonificação.
Para fechar o ciclo, há conversão do nitrato em nitrogênio atmosférico pelas bactérias desnitrificantes, no
processo chamado de desnitrificação, e o gás pode ser liberado na forma de óxido nitroso (N2O) pelas
bactérias.

Esquema simplificado do ciclo do nitrogênio.


Biologia

Mapa mental sobre Ciclos Biogeoquímicos

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Biologia

Exercícios de fixação

1. Em que processo podemos observar a fixação de oxigênio?


a) respiração
b) fotossíntese
c) decomposição
d) alimentação

2. Qual destes processos interfere no ciclo do carbono, aumentando a concentração deste na atmosfera?
a) fotossíntese
b) respiração celular
c) queima de combustíveis fósseis
d) infiltração de água em lençol freático
e) decomposição

3. Que bactérias são responsáveis pela fixação de nitrogênio?


a) Rhizobium
b) Nitrobacter
c) Nitrosomonas
d) Desnitrificans

4. Em qual das situações descritas temos o ciclo curto da água?


a) Uma gaivota bebe água de um lago
b) As baleias conseguem água para seu metabolismo ingerindo-a junto da comida
c) Em dias muito quentes, nós suamos muito
d) Choveu forte em cima de uma rocha nua

5. Como os animais conseguem nitrogênio em sua dieta?


a) pela decomposição
b) fixando nitrogênio
c) pela alimentação
d) pela respiração
Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2009 - cancelada) O ciclo da água é fundamental para a preservação da vida no planeta. As
condições climáticas da Terra permitem que a água sofra mudanças de fase e a compreensão dessas
transformações é fundamental para se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudanças, a água
ou a umidade da terra absorve o calor do sol e dos arredores. Quando já foi absorvido calor suficiente,
algumas das moléculas do líquido podem ter energia necessária para começar a subir para a
atmosfera.
Disponível em: http://www.keroagua.blogspot.com. Acesso em: 30 mar. 2009 (adaptado).

A transformação mencionada no texto é a


a) fusão.
b) liquefação.
c) evaporação.
d) solidificação.
e) condensação.

2. (Enem PPL 2020) A rotação de culturas, juntamente com a cobertura permanente e o mínimo
revolvimento do solo, compõem os princípios básicos do sistema de plantio direto. O aumento da
diversidade biológica do solo contribui para a estabilidade da produção agrícola por causa de diversos
fatores, entre eles o processo de fixação biológica de nitrogênio, realizado por bactérias.
FRANCHINI, J. C. et al. Importância da rotação de culturas para a produção agrícola sustentável no Paraná. Londrina:
Embrapa Soja, 2011 (adaptado).

Nesse processo biológico, ocorre a transformação de


a) N2 em NH3.
b) NO3− em N2.
c) NH3 em NH4+.

d) NO2− em NO3−.
e) NH4+ em NO2− .

3. (Enem 2009) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais
a Terra, a atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos
entre esses reservatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renováveis,
por exemplo, o petróleo, são limitados, sendo de grande relevância que se perceba a importância da
substituição de combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
e) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.
Biologia

4. (Enem 2016 – 2ª aplicação) Os seres vivos mantêm constantes trocas de matéria com o ambiente
mediante processos conhecidos como ciclos biogeoquímicos. O esquema representa um dos ciclos
que ocorrem nos ecossistemas.

O esquema apresentado corresponde ao ciclo biogeoquímico do(a)


a) água.
b) fósforo.
c) enxofre.
d) carbono.
e) nitrogênio.

5. (Enem 2015 – 2ª aplicação) Na natureza a matéria é constantemente transformada por meio dos ciclos
biogeoquímicos. Além do ciclo da água, existem os ciclos do carbono, do enxofre, do fósforo, do
nitrogênio e do oxigênio.
O elemento que está presente em todos os ciclos nomeados é o
a) fósforo.
b) enxofre.
c) carbono.
d) oxigênio.
e) nitrogênio.
Biologia

6. (Enem 2014) A aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados na agricultura pode acarretar


alterações no solo e na água pelo acúmulo de compostos nitrogenados, principalmente a forma mais
oxidada, favorecendo a proliferação de algas e plantas aquáticas e alterando o ciclo do nitrogênio,
representado no esquema. A espécie nitrogenada mais oxidada tem sua quantidade controlada por
ação de microrganismos que promovem a reação de redução dessa espécie, no processo denominado
desnitrificação.

O processo citado está representado na etapa


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7. (Enem 2020) Grandes reservatórios de óleo leve de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino
foram descobertos no litoral brasileiro numa camada denominada pré-sal, formada há 150 milhões de
anos.
A utilização desse recurso energético acarreta para o ambiente um desequilíbrio no ciclo do
a) nitrogênio, devido à nitrificação ambiental transformando amônia em nitrito.
b) nitrogênio, devido ao aumento dos compostos nitrogenados no ambiente terrestre.
c) carbono, devido ao aumento dos carbonatos dissolvidos no ambiente marinho.
d) carbono, devido à liberação das cadeias carbônicas aprisionadas abaixo dos sedimentos.
e) fósforo, devido à liberação dos fosfatos acumulados no ambiente marinho.
Biologia

8. (Enem 2018) O alemão Fritz Haber recebeu o Prêmio Nobel de química de 1918 pelo desenvolvimento
de um processo viável para a síntese da amônia (NH3). Em seu discurso de premiação, Haber justificou
a importância do feito dizendo que:
“Desde a metade do século passado, tornou-se conhecido que um suprimento de nitrogênio é uma
necessidade básica para o aumento das safras de alimentos; entretanto, também se sabia que as
plantas não podem absorver o nitrogênio em sua forma simples, que é o principal constituinte da
atmosfera. Elas precisam que o nitrogênio seja combinado […] para poderem assimilá-lo.
Economias agrícolas basicamente mantêm o balanço do nitrogênio ligado. No entanto, com o advento
da era industrial, os produtos do solo são levados de onde cresce a colheita para lugares distantes,
onde são consumidos, fazendo com que o nitrogênio ligado não retorne à terra da qual foi retirado.
Isso tem gerado a necessidade econômica mundial de abastecer o solo com nitrogênio ligado. […] A
demanda por nitrogênio, tal como a do carvão, indica quão diferente nosso modo de vida se tornou com
relação ao das pessoas que, com seus próprios corpos, fertilizam o solo que cultivam.
Desde a metade do último século, nós vínhamos aproveitando o suprimento de nitrogênio do salitre
que a natureza tinha depositado nos desertos montanhosos do Chile. Comparando o rápido
crescimento da demanda com a extensão calculada desses depósitos, ficou claro que em meados do
século atual uma emergência seríssima seria inevitável, a menos que a química encontrasse uma
saída.”
HABER, F. The Synthesis of Ammonia from its Elements. Disponível em: www.nobelprize.org. Acesso em: 13 jul. 2013
(adaptado)

De acordo com os argumentos de Haber, qual fenômeno teria provocado o desequilíbrio no “balanço
do nitrogênio ligado”?
a) O esgotamento das reservas de salitre no Chile.
b) O aumento da exploração de carvão vegetal e carvão mineral.
c) A redução da fertilidade do solo nas economias agrícolas.
d) A intensificação no fluxo de pessoas do campo para as cidades.
e) A necessidade das plantas de absorverem sais de nitrogênio disponíveis no solo.

9. (Enem PPL 2010) O aquecimento global, ocasionado pelo aumento do efeito estufa, tem como uma de
suas causas a disponibilização acelerada de átomos de carbono para a atmosfera. Essa
disponibilização acontece, por exemplo, na queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, os óleos
e o carvão, que libera o gás carbônico (CO2) para a atmosfera. Por outro lado, a produção de metano
(CH4), outro gás causador do efeito estufa, está associada à pecuária e à degradação de matéria
orgânica em aterros sanitários.
Apesar dos problemas causados pela disponibilização acelerada dos gases citados, eles são
imprescindíveis à vida na Terra e importantes para a manutenção do equilíbrio ecológico, porque, por
exemplo, o
a) metano é fonte de carbono para os organismos fotossintetizantes.
b) metano é fonte de hidrogênio para os organismos fotossintetizantes.
c) gás carbônico é fonte de energia para os organismos fotossintetizantes.
d) gás carbônico é fonte de carbono inorgânico para os organismos fotossintetizantes.
e) gás carbônico é fonte de oxigênio molecular para os organismos heterotróficos aeróbios.
Biologia

10. (Enem 2015) O nitrogênio é essencial para a vida e o maior reservatório global desse elemento, na
forma de N2, é a atmosfera. Os principais responsáveis por sua incorporação na matéria orgânica são
microorganismos fixadores de N2, que ocorrem de forma livre ou simbiontes com plantas.
ADUAN, R.E. et al. Os grandes ciclos biogeoquímicos do planeta. Planaltina: Embrapa, 2004 (adaptado).

Animais garantem suas necessidades metabólicas desse elemento pela


a) absorção do gás nitrogênio pela respiração.
b) ingestão de moléculas de carboidratos vegetais.
c) incorporação de nitritos dissolvidos na água consumida.
d) transferência da matéria orgânica pelas cadeias tróficas.
e) protocooperação com microorganismos fixadores de nitrogênio.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Na respiração, inspiramos oxigênio e o fixamos durante o processo de respiração celular.

2. C
A queima de combustíveis fósseis libera para atmosfera uma alta quantidade de carbono que antes
estava contida na matéria orgânica fossilizada.

3. A
As bactérias do gênero Rhizobium são bactérias fixadoras que vivem em mutualismo, em raízes de
leguminosas.

4. D
O ciclo curto da água é aquele sem participação dos seres vivos. A letra D descreve uma situação sem
participação de seres vivos.

5. C
Animais conseguem nitrogênio apenas ao se alimentar de outros organismos vivos.

Exercícios de vestibulares

1. C
A evaporação é o processo da transformação do estado físico líquido da água para o gasoso.

2. A
O processo biológico é a fixação, que é responsável por fixar o nitrogênio atmosférico (N 2) na amônia
(NH3).

3. D
A queima dos combustíveis fósseis é responsável por uma grande eliminação de gás carbônico (CO2) na
atmosfera, aumentando a concentração desse gás, que não estaria normalmente disponível na
atmosfera, pois estava presente dentro das camadas da crosta terrestre, tratando-se assim de um
excedente.

4. D
O ciclo representado é o do carbono. Podemos identificar isso pois o elemento em estado gasoso é
fixado pelas plantas (ou seja, corresponde ao processo de fotossíntese) e retorna à atmosfera através
de todos os seres vivos (correspondendo à respiração) e da combustão.
Biologia

5. D
Todos os ciclos descritos no enunciado apresentam o elemento oxigênio em alguma etapa: o ciclo da
água possui o oxigênio em sua molécula (H2O); o ciclo do carbono apresenta o oxigênio no gás carbônico
(CO2), além de ter relação direta com o ciclo do oxigênio durante a fotossíntese e respiração; no ciclo do
nitrogênio, ele aparece em momentos da nitrificação, na forma de nitritos (NO2) e nitratos (NO3); o ciclo
do enxofre apresenta as moléculas de dióxido de enxofre (SO2) e sulfato (SO4); o ciclo do fósforo
apresenta o fosfato (PO4).

6. E
A desnitrificação é feita por bactérias e corresponde à conversão do nitrato (NO3-) em nitrogênio
atmosférico (N2), fechando o ciclo.

7. D
O problema do uso do petróleo e outros combustíveis fósseis é a disponibilização novamente ao ciclo
do carbono de um carbono fóssil que estava aprisionado na forma de depósitos fósseis, aumentando a
quantidade de carbono que participa diretamente do ciclo.

8. D
O consumo dos produtos nitrogenados em locais distantes de sua produção, como nas cidades,
compromete o ciclo do nitrogênio, já que essas substâncias não estão retornando ao local de onde foram
retiradas, no caso as regiões de campos agrícolas.

9. D
Os seres fotossintetizantes utilizam o CO2 para o processo da fotossíntese na síntese de matéria
orgânica.

10. D
As bactérias fixadoras possuem a função de fixar o nitrogênio, que sofre um processo de nitrificação até
se transformar em nitrato, que é absorvido pelas plantas, e, depois, através da cadeia alimentar, é
incorporado aos animais.
Filosofia

Metafísica de Aristóteles

Teoria

O legado de Aristóteles
Aristóteles nasceu em 384 a.C. na cidade de Estagira, mas mudou-se ainda jovem para Atenas, com o objetivo
de ingressar na famosa Academia de Platão, onde permaneceu por aproximadamente vinte anos. Na ocasião
da morte de seu mestre, Aristóteles não pôde assumir a direção da Academia, pois mesmo sendo o discípulo
mais qualificado, não era um cidadão ateniense.

Após deixar Atenas, foi chamado por Filipe II, o rei da Macedônia, para ser o tutor de seu filho Alexandre que,
mais tarde, se tornaria o imperador Alexandre, o Grande. Em 335 a.C. voltou para Atenas para fundar o Liceu,
onde lecionou por 12 anos. Com a morte de Alexandre, teve que deixar a cidade mais uma vez, pois por sua
proximidade com a corte macedônica, temia que os atenienses atentassem injustamente contra a sua vida,
tal como fizeram com Sócrates.

Os campos de estudo de Aristóteles incluem Metafísica, Física, Astronomia, Lógica, Ética, Política, Biologia
etc. Esses campos, apesar de estudados “individualmente” não eram ramos tão especializados como no
contexto atual da ciência e filosofia. A metafísica, por exemplo, é chamada por Aristóteles de Filosofia
Primeira, uma ciência geral, que engloba todas as ciências particulares. As concepções científicas de
Aristóteles foram amplamente aceitas por séculos, até serem contestadas na Modernidade, sobretudo a partir
da chamada Revolução Científica.

A Metafísica de Aristóteles
Aristóteles critica tanto o dualismo platônico, isto é, a concepção de que existem dois mundos (sensível e
inteligível) quanto a teoria da reminiscência. Para ele, os sentidos são a nossa primeira fonte de
conhecimento. Nessa perspectiva, as ideias surgem a partir da abstração, isto é, o intelecto parte das imagens
sensíveis das coisas particulares e elabora conceitos universais. Com isso, os primeiros princípios da ciência
são estabelecidos pela percepção, de maneira indutiva, ou seja, pela observação de casos particulares que
conduzem ao universal. Em seguida, extraímos as conclusões, indo dos casos universais para os particulares,
de modo dedutivo. Portanto, a verdade consiste na adequação do conceito à coisa real. Em outras palavras,
o conhecimento começa no mundo sensível, mas se desenvolve com a atividade racional.

Foi justamente observando o mundo material, que Aristóteles concluiu que tudo o que existe é composto por:
matéria (hylé), ou seja, o material do que a coisa é feita; e forma (morphé), isto é, o modo como a matéria se
apresenta. Essa proposta ficou conhecida como hilemorfismo. Enquanto a matéria é a composição da coisa,
a forma permite que essa coisa seja distinguível e apresente as características que a tornam o que é.

1
Filosofia

Retomando o antigo debate entre o mobilismo e o imobilismo, Aristóteles defendeu que tanto a
transformação proposta por Heráclito quanto a permanência proposta por Parmênides estão presentes no
ser. No entanto, as transformações não acontecem de maneira aleatória, mas sim de acordo com as
possibilidades contidas no próprio ser antes de sua mudança. Assim, temos o ato, que corresponde à
permanência e representa a situação atual do ser. Por outro lado, temos a potência, que corresponde à
mudança e representa todas as possibilidades que um determinado ser pode realizar.

Tudo na natureza é ato e potência, seguindo o ciclo observado por Aristóteles. Encontrando as condições
necessárias para tal, um bebê nasce, cresce e morre, assim como uma semente que se transforma em uma
grande árvore que pode vir a dar flores e frutos. Podemos ainda, relacionar a matéria à potência, o substrato
que ainda não é, assim como a forma ao ato, o que define o ser, o modo ele como se manifesta.

Convém observar ainda, que Aristóteles afirma que o ser é substância. A substância possui predicados, ou
seja, características que são os acidentes, atributos não essenciais, mas sim circunstanciais do ser. Além dos
acidentes, a substância é composta pela essência, que é o atributo estrutural e que, portanto, está
intimamente ligado ao ser, como aquilo que o define.

Teoria das quatro causas


Aristóteles aponta para uma diferença fundamental entre os seres: há uma classe de seres naturais e outra
de seres artificiais. Para ele, na primeira classe, a transformação está contida no interior do ser. Na segunda
classe, o movimento é causado por algo externo, um princípio exterior.

Isso significa dizer que a mudança observada no que é natural também é natural, já que interna às condições
da natureza, enquanto o que é artificial depende da ação externa, muitas vezes manifestada na vontade e
intenção de causar essa mudança. Assim, temos a transformação de origem interna e externa, dependendo
da situação do ser, que faz da potência, ato. Esses princípios são chamados de causas. Para Aristóteles
“conhecer é conhecer pela causa”. Assim, para compreender um determinado objeto como uma mesa de
madeira, por exemplo, é preciso conhecer as suas quatro causas fundamentais:

● A causa material: corresponde à matéria de que o objeto é feito. No caso da mesa, pode ser de madeira,
pedra ou ferro.
● A causa formal: corresponde à forma que a matéria assume. É a forma que confere identidade aos
objetos, basicamente sabemos que uma mesa é diferente de uma cadeira pela forma.
● A causa eficiente: corresponde à ação ou ao agente que gerou o objeto. No caso da mesa, podemos
atribuir ao marceneiro a ação de transformar a madeira em uma mesa.
● A causa final: corresponde à finalidade, isto é, à função do objeto, ao motivo pelo qual ele existe. No
caso da mesa de madeira, poderíamos dizer que a sua finalidade é, dentre outras coisas, auxiliar nas
refeições. Essa é a causa mais importante, uma vez que ela dá sentido ao ser.

2
Filosofia

Primeiro motor imóvel


De acordo com Aristóteles, tudo que está em movimento foi posto em movimento por uma causa anterior.
Porém para evitar uma regressão ao infinito, é preciso concluir que deve haver algo que pôs o mundo em
movimento sem ter sido ele mesmo movido por nada, um primeiro motor, cuja existência é necessária.

Aristóteles pondera que esse primeiro motor é um ato puro (sem qualquer potência de transformação),
perfeito e eterno e, por isso, é capaz de produzir movimento sem ter sido movimentado. Essa noção está
relacionada à concepção teleológica de Aristóteles, segundo a qual tudo que compõe a realidade tem,
necessariamente, uma função e uma finalidade que lhe é própria. Sendo assim, como tudo tende ao que é
bom, a atração produzida pelo primeiro motor produz o movimento.

3
Filosofia

Exercícios de fixação

1. De acordo com a teoria das quatro causas, a causa final corresponde à


a) matéria
b) forma
c) finalidade
d) substância

2. De acordo com a teoria das quatro causas, a causa eficiente corresponde à


a) eficiência
b) matéria
c) forma
d) ação que gerou o objeto

3. Explique o que é hilemorfismo.

4. Em que consiste a teoria do ato e potência?

5. Explique em que consiste a teoria aristotélica do primeiro moto.

4
Filosofia

Exercícios

1. (UEL 2011) Leia os textos a seguir.


Aristóteles, no Livro IV da Metafísica, defende o sentido epistêmico do princípio de não contradição
como o princípio primário, incondicionado e absolutamente verdadeiro da “ciência das causas
primeiras”, ou melhor, o princípio que se apresenta como fundamento último (ou primeiro) de
justificação para qualquer enunciado declarativo em sua pretensão de verdade.

“É impossível que o mesmo atributo pertença e não pertença ao mesmo tempo ao mesmo sujeito, e na
mesma relação. […] Não é possível, com efeito, conceber alguma vez que a mesma coisa seja e não
seja, como alguns acreditam que Heráclito disse […]. É por esta razão que toda demonstração se remete
a esse princípio como a uma última verdade, pois ela é, por natureza, um ponto de partida, a mesma
para os demais axiomas.”
(ARISTÓTELES. Metafísica. Livro IV, 3, 1005b apud FARIA, Maria do Carmo B. de. Aristóteles: a plenitude como horizonte do ser.
São Paulo: Moderna, 1994. p. 93.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre Aristóteles, é correto afirmar:
a) Aqueles que sustentam, com Heráclito, conceber verdadeiramente que propriedades contrárias
podem subsistir e não subsistir no mesmo sujeito opõem-se ao princípio de não contradição.
b) Pelo princípio de não contradição, sustenta-se a tese heracliteana de que, numa enunciação
verdadeira, se possa simultaneamente afirmar e negar um mesmo predicado de um mesmo
sujeito, em um mesmo sentido.
c) Nas demonstrações sobre as realidades suprassensíveis, é possível conceber que propriedades
contrárias subsistam simultaneamente no mesmo sujeito, sem que isso incorra em contradição
lógica, ontológica e epistêmica.
d) Para que se possa fundamentar o estatuto axiomático do princípio de não contradição, exige-se
que sua evidência, enquanto princípio primário, seja submetida à demonstração.
e) Com o princípio de não contradição, torna-se possível conceber que, se existem duas coisas não
idênticas, qualquer predicado que se aplicar a uma delas também poderá ser aplicado
necessariamente à outra.

5
Filosofia

2. (Enem 2020) Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor e o prazer; também a encontramos
nos animais em geral; sua natureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer e manifestar-lhes entre
si. Mas o lógos é feito para exprimir o justo e o injusto. Este é o caráter distintivo do homem face a
todos os outros animais: só ele percebe o bem e o mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse
comum desses valores que faz a família e a cidade.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado).

Para o autor, a característica que define o ser humano é o lógos, que consiste na
a) evolução espiritual da alma.
b) apreensão gradual da verdade.
c) segurança material do indivíduo.
d) capacidade racional de discernir.
e) possibilidade eventual de transcender.

3. (CESMAC 2016) A obra de Aristóteles chamada Metafísica, inicia com a seguinte frase: “todo o
homem deseja, naturalmente, conhecer a natureza das coisas”. À luz desta afirmação, podemos
definir o ato de filosofar como sendo:
a) Uma tentativa do homem por adquirir o máximo de informações que as várias ciências e culturas
lhe podem oferecer.
b) Uma tentativa do homem de, usando apenas a própria razão, atingir as últimas razões e causas
das realidades que se lhe apresentam.
c) Uma tentativa natural do homem de desvendar os enigmas que estão por detrás dos mitos e
lendas recebidos por tradições culturais.
d) Um tentativa do homem de, com base em experimentos rigorosos, chegar à verdade última dos
fenômenos do seu mundo empírico.
e) Uma tentativa do homem por compreender as razões de sua existência no mundo e os mistérios
de seu destino futuro.

4. (Enem 2017) A definição de Aristóteles para enigma é totalmente desligada de qualquer fundo religioso:
dizer coisas reais associando coisas impossíveis. Visto que, para Aristóteles, associar coisas
impossíveis significa formular uma contradição, sua definição quer dizer que o enigma é uma
contradição que designa algo real, em vez de não indicar nada, como é de regra.
COLLI, G. O nascimento da filosofia. Campinas: Unicamp, 1996 (adaptado).

Segundo o texto, Aristóteles inovou a forma de pensar sobre o enigma, ao argumentar que
a) a contradição que caracteriza o enigma é desprovida de relevância filosófica.
b) os enigmas religiosos são contraditórios porque indicam algo religiosamente real.
c) o enigma é uma contradição que diz algo de real e algo de impossível ao mesmo tempo.
d) as coisas impossíveis são enigmáticas e devem ser explicadas em vista de sua origem religiosa.
e) a contradição enuncia coisas impossíveis e irreais, porque ela é desligada de seu fundo religioso.

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Filosofia

5. (SEDUC-AM 2018) A Metafísica é considerada o estudo ou o conhecimento da essência das coisas ou


do Ser real e verdadeiro das coisas, daquilo que elas são em si mesmas, apesar das aparências que
possam ter e das alterações que possam sofrer. Aristóteles, na metafísica afirmou que a Filosofia
Primeira estuda os primeiros princípios e as causas primeiras de todas as coisas: material, formal,
eficiente e final.

Assinale a alternativa que, respectivamente, relaciona as perguntas às quatro causas primeiras


aristotélicas:
a) Como é? O que é? Por que é? Para que é?
b) O que é? Como é? Por que é? Para que é?
c) Para que é? Como é? O que é? Por que é?
d) Por que é? O que é? Para que é? Como é?
e) O que é? Para que é? Como é? Por que é?

6. (Enem 2016) “Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma


filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles -
até então vista sob suspeita pela Igreja -, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles
compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra
aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do
interesse por Aristóteles nesse período.”
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005

A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra
aristotélica
a) valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.
b) declarar a inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
c) criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras instituições religiosas.
d) evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
e) contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.

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Filosofia

7. (Enem PPL 2017) Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são
sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o
conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de
conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os
princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento científico
constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado
que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição
deve ter por objeto os princípios.
ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1994

Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a)


a) opinião, pois fazem parte da formação da pessoa.
b) cálculo, pois são demonstrados por argumentos.
c) conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.
d) intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.
e) prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade.

8. (UECE 2019, adaptada) Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos
partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e que é
impossível ser e não ser ao mesmo tempo.
ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.

Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-metafísicos que ordenam a


realidade e nosso conhecimento acerca dela. Dentre eles está o princípio de não contradição, o qual
a) indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis, pois a contradição
faz parte da realidade.
b) estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao
mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
c) afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham ao
mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
d) é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja, não caracteriza a
realidade.
e) só os elementos primordiais podem ser mais de uma coisa ao mesmo tempo nas mesmas
condições e, mesmo assim, serem considerados iguais.

8
Filosofia

9. (UEL 2015) É pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que
conhecemos cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se
em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê”
reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e princípio); a segunda causa é a matéria
e o sujeito; a terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente,
é o “fim para que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).
Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os
Pensadores.)
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente,
a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras.
a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal.
b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente.
c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.
d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final.
e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente

10. (UEL 2009) Para Aristóteles, só julgamos que temos conhecimento de uma coisa quando conhecemos
sua causa. E há quatro tipos de causa: a essência, as condições determinantes, a causa eficiente
desencadeadora do processo e a causa final.
(ARISTÓTELES. Analíticos Posteriores. Livro 11. Bauru: Edipro. 2005. p. 327.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a metafísica aristotélica, é correto afirmar.
a) A existência de um plano superior constituído das ideias e atingido apenas pelo intelecto permite
a Aristóteles a compreensão objetiva dos fenômenos que ocorrem no mundo físico.
b) A realidade, para Aristóteles, sendo constituída por seres singulares, concretos e mutáveis, pode
ser conhecida indutivamente pela observação e pela experimentação.
c) Para a compreensão das transformações e da mutabilidade dos seres, Aristóteles recorre ao
princípio da criação divina.
d) Na metafísica aristotélica, a compreensão do devir de todas as coisas está vinculada à
determinação da causa material e da causa formal sobre a causa final.
e) Para Aristóteles, todas as coisas tendem naturalmente para um fim (telos), sendo esta concepção
teleológica da realidade a que explica a natureza de todos os seres.

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Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
De acordo com a teoria das quatro causas, a causa final corresponde à finalidade do objeto.

2. D
De acordo com a teoria das quatro causas, a causa eficiente corresponde à ação que gerou o objeto.

3. O hilemorfismo é a teoria aristotélica segundo a qual tudo o que existe é composto por: matéria ( hylé),
ou seja, o material do que a coisa é feita; e forma (morphé), isto é, o modo como a matéria se apresenta.
Enquanto a matéria é a composição da coisa, a forma permite que essa coisa seja distinguível e
apresente as características que a tornam o que é.

4. A teoria do ato e potência é uma espécie de síntese que Aristóteles propõe para o antigo debate entre o
mobilismo e o imobilismo. Segundo ele tanto a transformação proposta por Heráclito quanto a
permanência proposta por Parmênides estão presentes no ser. No entanto, as transformações não
acontecem de maneira aleatória, mas sim de acordo com as possibilidades contidas no próprio ser antes
de sua mudança. Assim, temos o ato, que corresponde à permanência e representa a situação atual do
ser. Por outro lado, temos a potência, que corresponde à mudança e representa todas as possibilidades
que um determinado ser pode realizar.

5. A teoria do ato e potência é uma espécie de síntese que Aristóteles propõe para o antigo debate entre o
mobilismo e o imobilismo. Segundo ele tanto a transformação proposta por Heráclito quanto a
permanência proposta por Parmênides estão presentes no ser. No entanto, as transformações não
acontecem de maneira aleatória, mas sim de acordo com as possibilidades contidas no próprio ser antes
de sua mudança. Assim, temos o ato, que corresponde à permanência e representa a situação atual do
ser. Por outro lado, temos a potência, que corresponde à mudança e representa todas as possibilidades
que um determinado ser pode realizar.

Exercícios

1. A
Para Parmênides, o mobilismo proposto por Heráclito, corresponde a afirmar que uma mesma coisa pode
ser e não ser ao mesmo tempo. Para evitar essa contradição lógica, ele formulou dois princípios, segundo
os quais “o ser é” e o “não-ser não é”. De acordo com esses princípios (que Aristóteles chamou de princípio
de identidade e princípio de não contradição), somente o ser, isto é, aquilo que existe, pode ser dito e
pensado. Portanto, o não-ser, entendido como aquilo que não existe, é indizível e impensável. Além disso,
o que existe não muda e não se transforma. Por isso, Parmênides concluiu que o ser é único, imutável e
imóvel.

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Filosofia

2. D
De acordo com Aristóteles, o lógos, isto é, a capacidade racional para discernir entre o bem e o mal, o
justo e o injusto é o que distingue os homens dos outros animais.

3. B
Na perspectiva aristotélica, o ato de filosofar pode ser definido como uma tentativa do homem de,
usando apenas a própria racionalidade, atingir as últimas razões e causas das realidades que se lhe
apresentam.

4. C
No contexto da Grécia Antiga, o enigma possuía uma dimensão religiosa. Era comum, por exemplo, que
as pessoas fossem até o Oráculo de Delfos antes de tomarem decisões importantes, lá elas recebiam
um enigma do deus, isto é, uma mensagem oracular que precisava ser interpretada e, mais ainda,
decifrada. Aristóteles, por sua vez, utiliza a ideia de enigma não a partir da perspectiva religiosa, mas sim
como uma ferramenta lógica, uma vez que o enigma articula o real e o impossível ao mesmo tempo, tal
como acontece no princípio de não contradição.

5. B
A alternativa B é a que relaciona corretamente as perguntas às quatro causas primeiras aristotélicas.
Aristóteles divide a substância em matéria e forma, segundo ele, há quatro perguntas que podemos fazer
se quisermos conhecer a substância, são elas: “O que é?”, diz respeito à matéria da qual a substância é
constituída (causa material); “Como é?”, diz respeito à forma que a matéria dessa substância possui
(causa formal); “Por que é?”, diz respeito ao processo de transformação que deu origem à substância
(causa eficiente); “Para que é?”, diz respeito à função, à finalidade da substância, para que ela serve
(causa final).

6. A
O pensamento aristotélico era mais difícil de ser conjugado com o pensamento cristão uma vez que
valorizava a investigação científica e não pressupunha a existência de um plano superior.

7. D
De acordo com a epistemologia aristotélica, os princípios pertencem ao domínio da intuição na medida
em que ela é mais exata do que o conhecimento científico. Segundo o texto, o conhecimento científico e
a intuição – ao contrário da opinião e do cálculo – são sempre verdadeiros. O próprio trecho do texto de
Aristóteles afirma que a intuição (que é mais verdadeira do que o conhecimento científico) deve ter por
objetivo os princípios, o que nos levar a optar pela alternativa representada pela letra D.

8. C
O princípio da não contradição estabelece que duas proposições (sentenças) não podem ser ambas
verdadeiras ou falsas ao mesmo tempo se são contraditórias. Esse princípio foi formulado por
Parmênides e aprimorado por Aristóteles.

11
Filosofia

9. C
No trecho citado, Aristóteles descreve as quatro causas na seguinte ordem: causa formal, causa material,
causa eficiente e causa final. Note que a primeira causa, isto é, a causa formal não é dita explicitamente,
mas nós podemos determiná-la de dois modos. Primeiro, porque ela é a única que falta para completar
o quadro. Segundo, porque há uma relação entre a essência de algo e a sua forma, uma vez que ambas
conferem identidade aos objetos. Ou seja, é a partir da essência e da forma que sabemos que uma coisa
é o que é. Portanto, a primeira causa descrita é a causa formal.

10. E
A metafísica aristotélica é fundamentada em uma concepção teleológica, isto é, parte do pressuposto
que tudo o que existe na realidade possui um télos, uma “finalidade". De acordo com Aristóteles,
"conhecer é conhecer pela causa", ou seja, para conhecer algo é preciso compreender as suas causas
(causa formal, causa material, causa eficiente e causa final). Nessa perspectiva, a causa final, que
expressa a finalidade, é a mais importante de todas.

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Física

Leis de Newton

Objetivo
Iniciamos o estudo da Dinâmica. Duas grandezas serão apresentadas: massa e força. A primeira é uma
grandeza escalar e a segunda, vetorial; relacionam-se pela equação fundamental da Dinâmica.

Curiosidade
A Dinâmica é uma síntese dos princípios da Mecânica Clássica, proposta por Newton.

Teoria

Força é o agente físico cujo efeito dinâmico é a aceleração.

Conceito de força resultante


Consideremos o arranjo experimental representado na figura a seguir , em que um bloco, apoiado em uma
mesa horizontal e lisa, é puxado horizontalmente pelos garotos A e B. garoto A puxa o bloco para a direita,
aplicando-lhe uma força F⃗ A . O garoto B, por sua vez, puxa o bloco para a esquerda, exercendo uma força F
⃗ B.

Esquematicamente, temos:

Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.


Física
Se somente a pessoa “A” puxasse o bloco, ele seria acelerado para a direita, com aceleração a⃗ A . Se, por outro
lado, apenas a pessoa B puxasse o bloco, ele seria acelerado para a esquerda, com aceleração a⃗ B .

Supondo que A e B puxem o bloco conjuntamente, observaremos como produto final uma aceleração a⃗, que
⃗ A comparada à de F
poderá ter características diversas. Tudo dependerá da intensidade de F ⃗ B:

• Se |F
⃗ A| > |F
⃗ B|, notaremos a⃗ dirigida para a direita;

• Se |F
⃗⃗⃗ A| = |F ⃗ (equilíbrio);
⃗ B|, teremos a⃗ = 0

• Se ⃗⃗⃗ ⃗ B|, a⃗ será orientada para a esquerda.


|FA| < |F

⃗A eF
A força resultante de F ⃗ B equivale a uma força única; que, atuando sozinha, imprime ao bloco a mesma
aceleração que F⃗AeF⃗ B imprimiriam se agissem em conjunto.

Com base no que foi exposto, podemos concluir que:

Tudo que possui matéria tem inércia.

A inércia é uma característica própria da matéria.

Para que as tendências inerciais de um corpo sejam


vencidas, é necessária a intervenção de força externa.

Princípio da inércia (1ª lei de Newton)


Esse princípio está implícito nos itens anteriores. Vamos, agora, formalizá-lo por meio de dois enunciados
equivalentes.

Se a força resultante sobre uma partícula é nula, ela permanece


em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, por inércia.

Note que, para variar a velocidade vetorial de um corpo, é necessária a intervenção de uma força resultante,
fruto das ações de agentes externos ao corpo. Sozinho (livre de força resultante externa), um corpo em
movimento mantém velocidade vetorial constante, por inércia.

Princípio fundamental da Dinâmica (2ª lei de Newton)


Consideremos uma partícula submetida à ação de uma força
⃗ . O que devemos esperar que aconteça com essa
resultante F
partícula? Ela adquirirá uma aceleração a⃗, isto é, experimentará
variações de velocidade com o decorrer do tempo. Supondo que
⃗ seja horizontal e dirigida para a direita, qual será a direção e o
F
sentido de a⃗? A experiência mostra que a⃗ terá a mesma orientação de ⃗F, ou seja, será horizontal para a direita.

Ou, de forma genérica:


Física
𝐅=𝐦∙𝐚

Escrevendo essa expressão na forma vetorial, temos:


𝐅 = 𝐦𝐚

Força [F] = kg.m/s² = kg.m.s-2 = N (newton).

Um newton é a intensidade da força que, aplicada em uma partícula de


massa igual a 1 quilograma, produz na sua direção e no seu sentido uma
aceleração de módulo igual a 1 metro por segundo, por segundo.

Peso de um corpo
Uma caixa de isopor vazia é leve ou pesada? Um grande paralelepípedo maciço de aço é leve ou pesado? As
noções de leve ou pesado fazem parte de nosso dia a dia e nos possibilitam responder de imediato a
perguntas como essas: a caixa de isopor vazia é leve e o grande paralelepípedo maciço de aço é pesado.

Um corpo é tanto mais pesado quanto mais intensa for a força de atração gravitacional exercida pelo planeta
sobre ele. Por outro lado, todos sabemos que, se largarmos uma laranja ou outros corpos nas proximidades
da Terra, eles cairão verticalmente, indo de encontro à superfície do planeta. Isso se deve também a uma
interação de natureza gravitacional que ocorre entre a Terra e o corpo, que recebe uma força atrativa dirigida
para o centro de massa do planeta. Essa força é o que, na ausência de atritos, faz o corpo despencar em
movimento acelerado até colidir com o solo.

Ex. 1: ao caminhar, uma pessoa age no chão,


empurrando-o “para trás”. O chão, por sua vez, reage na
pessoa, empurrando-a “para a frente”. Observemos,
nesse caso, que a ação está aplicada ao solo, enquanto
a reação está aplicada à pessoa.

Fonte: Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

Ex. 2: na colisão entre dois automóveis, ambos se


deformam. Isso prova que, se um deles age, o outro
reage em sentido contrário. Os automóveis trocam
forças de ação e reação, que têm mesma
intensidade, mesma direção e sentidos opostos.

Embora os carros troquem forças de intensidades


iguais, ficará menos deformado aquele que receber a
pancada numa região de estrutura mais resistente.

Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.


Física
Ex. 3: ao remar um barco, uma pessoa põe em prática a lei da ação e da reação. O remo age na água,
⃗ . A água, por sua vez, reage no remo, empurrando-o em sentido oposto, com
empurrando-a com uma força −F
uma força ⃗F.

⃗ está aplicada
É importante notar que a ação −F
à água, enquanto a reação ⃗F está aplicada ao
remo. Ação e reação aplicam-se em corpos
diferentes.

Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

Ex. 4: consideremos um corpo sobre a influência do campo gravitacional


terrestre (o conceito de campo será desenvolvido futuramente, mas já tenha
em mente que campo é uma propriedade dos pontos do espaço). Conforme
sabemos, o corpo é atraído gravitacionalmente, sendo solicitado por uma
força ⃗P. Mas, se a Terra, por meio do seu campo de gravidade, age no corpo,
⃗.
este reage na Terra, atraindo-a com uma força −P

O corpo e a Terra interagem gravitacionalmente, formando um par ação-


reação. Observemos que ⃗P está aplicada no corpo, enquanto −P ⃗ está
aplicada na Terra (no seu centro de massa).

Ilustração fora de escala e em cores-fantasia.


Fonte: Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

Obs.: nos três primeiros exemplos, as forças de ação e reação exercidas pelos corpos descritos são forças
de contato. Já no exemplo 4, a interação entre a Terra e o corpo se dá a uma certa distância, ou seja, não
precisa de um contato físico para ocorrer; constituindo, assim, forças de campo.

É importante perceber que as forças de ação e reação têm sempre a mesma natureza, isto é, são ambas de
contato ou ambas de campo.

3ª lei de Newton (ação e reação)


Um experimento simples, que você já deve ter realizado, está esquematizado na figura a seguir, na qual está
representado um balão de borracha movimentando-se à medida que expele o ar existente em seu interior.

Esse fenômeno pode ser explicado pelo princípio da ação e da reação. Cada partícula do ar ejetado recebe
“força para trás”. Essas partículas, que são em grande número, reagem no balão com “pequenas forças para
a frente”. Essas “forças” originam uma força resultante expressiva, capaz de acelerar o corpo elástico.
Física
Toda ação acompanha uma reação com forças:
• De mesmo módulo;
• De mesma direção;
• De sentidos opostos;
• Atuando em corpos diferentes.

Que tal conferir um mapa mental sobre as leis de Newton?

Clique na imagem, para ver o “QUER QUE DESENHE?” deste mapa mental no canal do Descomplica no YouTube.
Física
Exercícios de fixação

1. Uma partícula “A” está livre da ação de forças, enquanto uma partícula “B” está sujeita a duas forças
de mesma intensidade, mesma direção e sentidos contrários. É correto afirmar que as partículas estão
em repouso?

2. Um ponto material de massa igual a 2kg parte do repouso sob a ação de uma força constante de
intensidade 6N, que atua durante 10s, após os quais deixa de existir. Determine:
a) a aceleração nos 10s iniciais;
b) a velocidade ao fim de 10s.

3. Uma partícula de massa 0,50 kg realiza um movimento retilíneo uniformemente variado. Num percurso
de 4,0 m sua velocidade varia de 3,0 m/s a 5,0 m/s. Qual é o módulo da força resultante que age sobre
a partícula?

4. Um objeto encontra-se em repouso num plano horizontal perfeitamente liso. Num instante t 0 , uma força
horizontal de módulo constante é aplicada ao objeto. Sob ação dessa força, o objeto é acelerado; e,
num instante posterior t, quando a velocidade do objeto é v, a força é retirada. Após o instante t, o
objeto:
I. para imediatamente.
II. adquire movimento acelerado.
III. prossegue em movimento retilíneo uniforme com velocidade v.
Qual das afirmações acima é correta?

5. Um corpo com massa de 60kg está na superfície do planeta Marte, onde a aceleração da gravidade é
3,71m/s². De acordo com esses dados, responda:
a) Qual o peso desse corpo na superfície de Marte?
b) Suponha que esse mesmo objeto seja trazido para a Terra, onde g = 9,78m/s². Qual será o seu peso?
Física
Exercícios de vestibulares

1. (IFSP, 2016) O peso de um corpo depende basicamente de sua massa e da aceleração da gravidade
em um local. A tirinha a seguir mostra que o Garfield está tentando utilizar seus conhecimentos de
Física para enganar o seu amigo.

De acordo com os princípios da Mecânica, se Garfield for para esse planeta:


a) ficará mais magro, pois a massa depende da aceleração da gravidade.
b) ficará com um peso maior.
c) não ficará mais magro, pois sua massa não varia de um local para outro.
d) ficará com o mesmo peso.
e) não sofrerá nenhuma alteração no seu peso e na sua massa.

2. (Enem, 2021) No seu estudo sobre a queda dos corpos, Aristóteles afirmava que se abandonarmos
corpos leves e pesados de uma mesma altura, o mais pesado chegaria mais rápido ao solo. Essa ideia
está apoiada em algo que é difícil de refutar, a observação direta da realidade baseada no senso
comum.
Após uma aula de física, dois colegas estavam discutindo sobre a queda dos corpos, e um tentava
convencer o outro de que tinha razão:
Colega A: “O corpo mais pesado cai mais rápido que um menos pesado, quando largado de uma mesma
altura. Eu provo, largando uma pedra e uma rolha. A pedra chega antes. Pronto! Tá provado!”.
Colega B: Eu não acho! Peguei uma folha de papel esticado e deixei cair. Quando amassei, ela caiu mais
rápido. Como isso é possível? Se era a mesma folha de papel, deveria cair do mesmo jeito. Tem que ter
outra explicação!”.
HÜLSENDEGER, M. Uma análise das concepções dos alunos sobre a queda dos corpos. Caderno Brasileiro de Ensino de
Física, n. 3, dez. 2004 (adaptado).
O aspecto físico comum que explica a diferença de comportamento dos corpos em queda nessa
discussão é o(a)
a) peso dos corpos.
b) resistência do ar.
c) massa dos corpos.
d) densidade dos corpos.
e) aceleração da gravidade.
Física
3. (CEFET, 2013) O texto abaixo é um pequeno resumo do trabalho de Sir Isaac Newton (1643 – 1727) e
refere-se à(s) seguinte(s) questões de Física.
Sir Isaac Newton foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha
sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Devido à peste negra, em 1666, Newton
retoma à casa de sua mãe e, neste ano de retiro, constrói suas quatro principais descobertas: o
Teorema Binomial, o Cálculo, a Lei da Gravitação Universal e a natureza das cores. Foi Newton quem
primeiro observou o espectro visível que se pode obter pela decomposição da luz solar ao incidir sobre
uma das faces de um prisma triangular transparente (ou outro meio de refração ou de difração),
atravessando-o e projetando-se sobre um meio ou um anteparo branco, fenômeno este conhecido
como dispersão da luz branca. No artigo "Nova teoria sobre luz e cores" (1672) e no livro Óptica (1704)
Newton discutiu implicitamente a natureza física da luz, fornecendo alguns argumentos a favor da
materialidade da luz (Teoria corpuscular da luz). Construiu o primeiro telescópio de reflexão em 1668.
Em 1687 publica Philosophiae Natura/is Principia Mathematica (Princípios matemáticos da filosofia
natural), em três volumes, obra na qual enunciou a lei da gravitação universal generalizando e
ampliando o trabalho de Kepler. Nesta obra descreve, além das três leis de Newton, que fundamentam
a mecânica clássica, o movimento dos corpos em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade
do som, densidade do ar, queda dos corpos na atmosfera, pressão atmosférica, resumindo suas
descobertas. O trabalho de Newton é atemporal e um dos alicerces da Mecânica Clássica tal como a
conhecemos. De acordo com as Leis do Movimento de Newton, a atração gravitacional da Terra confere
peso aos objetos fazendo com que caiam quando são soltos no ar (como a atração é mútua, a Terra
também se move em direção aos objetos, mas apenas por uma ínfima fração). Sendo o peso de um
corpo, na Terra, de 360 N, qual será este peso, na Lua, onde a aceleração da gravidade é um sexto da
aceleração da gravidade na Terra?
a) 60 N
b) 120 N
c) 180 N
d) 360 N
Física
4. (IFSP, 2012) Para transportar os operários numa obra, a empresa construtora montou um elevador que
consiste numa plataforma ligada por fios ideais a um motor instalado no telhado do edifício em
construção. A figura mostra, fora de escala, um trabalhador sendo levado verticalmente para cima com
velocidade constante, pelo equipamento. Quando necessário, adote g = 10 m/s².

Preocupada com as normas de segurança, a empresa responsável pelo elevador afixou a placa
mostrada a seguir, indicando a carga máxima que pode ser transportada por ele.

Considerando-se as unidades de medidas estabelecidas pelo Sistema Internacional, quem escreveu os


dizeres da placa cometeu um erro e, para corrigi-lo, bastaria trocar “600 kg” por
a) 600000 g
b) 0,6 kgf
c) 60 N
d) 600 N
e) 6000 N
Física
5. (CEFET, 2012) A Terra é azul!
Por: Othon Winter
Em 1961, um homem – Yuri Gagarin – subia, pela primeira vez, ao espaço. O feito posicionou os russos
na frente da corrida espacial travada com os Estados Unidos após o fim da Segunda Guerra. Em 2011,
comemorando 5 décadas dessa façanha.
Em 12 de abril de 1961, Yuri Alekseevich Gagarin estava a bordo da espaçonave Vostok-1, lançada de
uma plataforma em Baikonur, no Cazaquistão, por um foguete Soyuz. Durante o voo, que durou 108
minutos, sendo 90 minutos efetivamente no espaço, completou uma órbita ao redor da Terra, viajando
a uma velocidade aproximada de 27 mil km/h. Na descida, foi ejetado da nave quando estava a 7 km
de altura e chegou ao solo suavemente, com o auxílio de paraquedas. Em órbita, Gagarin fez algumas
anotações em seu diário de bordo. Porém, ao tentar usá-lo, o diário flutuou e voltou para ele sem o lápis,
que estava conectado ao livro por uma mola. A partir de então, todos os registros tiveram que ser feitos
por meio de um gravador de voz. Como ele era ativado por som, a fita ficou logo cheia, pois muitas
vezes o equipamento era ativado pelos ruídos na cápsula. Durante o voo, Gagarin se alimentou e tomou
água, mantendo contato contínuo com a Terra por rádio, em diferentes canais, telefone e telégrafo. Ele
foi o primeiro ser humano a ver a Terra do espaço. Pôde vê-la como um todo e, entre as observações
que fez, uma é marcante. Impressionado com o que via, afirmou: “A Terra é azul!”.
(Trecho adaptado a partir de matéria publicada na Revista Ciência Hoje, vol. 47, ed. 280. p. 72-73)
“Na descida, foi ejetado da nave quando estava a 7 km de altura e chegou ao solo suavemente, com o
auxílio de paraquedas.”
Após o paraquedas ter sido aberto, entendendo-se que o astronauta passou a descer com velocidade
escalar constante, a resultante das forças que atuava sobre Gagarin era igual
a) ao seu peso.
b) ao seu peso e ao peso do paraquedas.
c) a força da resistência do ar.
d) a zero.

6. (IFSP, 2011) Um corpo de 20 kg de massa cai em queda livre de uma altura de 2 m. Considerando a
aceleração da gravidade g = 10 m/s², é correto afirmar que, durante a queda, o corpo atrai a Terra com:
a) força desprezível, aproximadamente zero.
b) força menor que 200 N
c) força superior a 200 N
d) força igual a 200 N
e) uma força cada vez maior à medida que se aproxima do chão.
Física
7. (PUC-Rio, 2012) Um objeto de 3,10 kg é liberado por um astronauta, a partir do repouso, e cai em direção
à superfície do planeta Marte. Calcule a força peso em Newtons sobre o objeto, expressando o
resultado com o número de algarismos significativos apropriado.
Considere a aceleração da gravidade gMarte = 3,69 m/s²
a) 31,0
b) 11,439
c) 11,44
d) 11,4
e) 6,79

8. (UERJ, 2018) Em uma academia, a aceleração de uma esteira e a resultante da força exercida sobre ela
foram medidas ao longo de 10 s. Os resultados estão representados nos gráficos abaixo.

Com base nos gráficos, determine, em quilogramas, a massa da esteira.


a) m = 20 kg
b) m = 10 kg
c) m = 1 kg
d) m = 200 kg
e) m = 2kg
Física

9. (FCMMG, 2018) Em 2006, foi criado o “O Dia Mundial do Pulo”, uma iniciativa organizada na internet
(www.worldjumpday.org), pelo artista alemão Torsten Lauschmann, alegando ser um Professor Hans
Peter Niesward do Instituto de Física Gravitacional de Munique. No dia 20 de julho às 07h39 (horário de
Brasília), a organização do evento planejou ter 600 milhões de pessoas do hemisfério ocidental pulando
simultaneamente, com o objetivo de mover a Terra para uma nova órbita e, desse modo, criar condições
para diminuir o aquecimento global.
Do ponto de vista da Física, essa proposta:
a) é correta, pois a quantidade de movimento das pessoas após o pulo é pouco menor que a
quantidade de movimento da Terra.
b) é correta, pois a ação das pessoas sobre a Terra criaria uma reação igual e contrária que alteraria a
sua rotação.
c) é falsa, pois a força que as pessoas fariam seria radial no sentido do centro da Terra, o que não
alteraria sua rotação.
d) é falsa, pois a força que as pessoas fariam sobre a Terra é uma força interna entre elementos do
próprio planeta.

10. (UECE, 2017) Dois carros que transportam areia se deslocam sem atrito na horizontal e sob a ação de
duas forças constantes e iguais. Ao longo do deslocamento, há vazamento do material transportado
por um furo em um dos carros, reduzindo sua massa total.
Considerando que ambos partiram do repouso e percorrem trajetórias paralelas e retas, é correto
afirmar que após um intervalo de tempo igual para os dois, a velocidade do carro furado, se comparada
à do outro carro,
a) é menor e o carro furado tem maior aceleração.
b) é maior e o carro furado tem menor aceleração.
c) é menor e o carro furado tem menor aceleração.
d) é maior e o carro furado tem maior aceleração.

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Física
Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Não, pois no caso temos duas partículas isoladas; e, de acordo com o princípio da inércia, as partículas
estão em repouso ou realizam movimento retilíneo uniforme.

2. a) De FR = ma, sendo FR = F = 6N e m = 6kg, vem:

b) Ao fim de 10s, a velocidade do corpo é: v = v0 + at (sendo v0 = 0, a = 3m/s² e t = 10s)


v = 3 ∙ 10 = 30m/s

3. Utilizando a equação de Torricelli, podemos determinar a aceleração escalar α:


v 2 = v02 + 2α∆S ⇒ (5,0)2 = (3,0)2 + 2 ∙ α ∙ 40
α = 2,0m/s²

Sendo o movimento retilíneo, resulta: α = |α| = 2,0m/s².


Pela equação fundamental da Dinâmica, calculamos o módulo da força resultante:
FF = ma ⇒ FR = 0,50 ∙ 2,0 ⇒ FR = 1,0N

4. A afirmativa correta é a III, pois a força resultante é nula quando não há mais essa força sobre o objeto;
logo, não há aceleração. Sendo assim, esse objeto continuará se movendo com velocidade constante,
ou seja, movimento retilíneo uniforme, de acordo com a primeira lei de Newton.

5. a) Na superfície de Marte:
P = mg ⇒ P = 60 ∙ 3,71 ⇒ P = 222,6N

b) Na Terra:
P = mg ⇒ P = 60 ∙ 9,78 ⇒ P = 586,8N

Exercícios de vestibulares

1. C
Mudando-se para um planeta de menor gravidade, o peso de Garfield será menor, mas sua massa
permanecerá a mesma.

2. B
O aspecto comum que explica a diferença nos tempos de queda dos corpos é a força de resistência do
ar, que depende principalmente do próprio ar e da forma geométrica (aerodinâmica) de cada corpo.

3. A
g Terra PTerra 360
PLua = m ∙ g Lua = m ∙ = = = 60N
6 6 6

4. E
Peso é uma força; portanto, deve ser medido em newtons:
P = mg = 600(10) ⇒ P = 6000N

5. D
Se a descida foi com velocidade constante, é porque a força peso e a força de resistência do ardo ar que
atuavam sobre o conjunto Gagarin-paraquedas estavam equilibradas; ou seja, pelo princípio da inércia, a
resultante era nula.

6. D
Pelo princípio da ação-reação, as forças de interação entre o corpo e a Terra têm a mesma intensidade,
igual ao peso do corpo.
Fcorpo/Terra = FTerra/corpo = P = mg = 20 × 10 = 200N
Física
7. D
P = mg = 3,10 × 3,69 = 11,4390N
O resultado deve ser expresso com o mesmo número de algarismos significativos da parcela mais pobre.
As duas medidas têm três algarismos significativos. O resultado também deve ser expresso com três
significativos.
Resultado: 11,4N.

8. A
Supondo que a força mostrada no gráfico seja a resultante, tem-se para o instante 10s:
F = 20N e a = 1m/s 2. Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica:
F=m∙a
F 20
m= = = 20kg
a 1

9. D
A ação de forças internas não altera o estado de movimento, pois estão acompanhadas de seus pares
ação e reação, que possuem mesmo módulo e direção, mas sentidos contrários; sendo assim, o
somatório dessas forças no sistema seria anulado. Para que conseguíssemos alterar a órbita da Terra,
necessitaríamos um “empurrão” externo, como um corpo de grande massa interagindo com o sistema
Terra-Lua – um asteroide capturado pela gravidade da Terra, por exemplo. Resposta correta [D].

10. D
Considerando que essas forças sejam as resultantes, sendo elas constantes, os movimentos são
retilíneos, havendo apenas acelerações tangenciais. De acordo com o princípio fundamental da Dinâmica
(2ª lei de Newton), a aceleração é inversamente proporcional à massa.
FR
a=
m

Então, no carro furado, de menor massa, a aceleração é maior, acarretando maior velocidade.
Física

Vetores

Objetivo
Iremos definir vetores e suas operações básicas. É uma preparação matemática necessária para a
continuação deste curso.

Curiosidade
Os vetores são extensivamente usados em várias áreas da física, como cinemática vetorial e forças.

Teoria

Um dos assuntos mais importantes da física é o estudo de vetores. Isso, porque muitas grandezas necessitam
de três informações para serem consideradas completas:
• Seu valor, chamado módulo do vetor;
• A reta em que esse vetor se apoia, chamada direção do vetor;
• A orientação desse vetor, chamado de sentido.

E o que é vetor, afinal? Vetor nada mais é do que uma seta que expressa uma grandeza específica, como por
exemplo, a velocidade. Note que, para que a informação fique completa, quando falamos da velocidade de
um carro, é importante fornecer o valor, mas também sua orientação, ou seja, para onde o carro vai. Por
exemplo: veja os carros abaixo.

Fonte: tutorbrasil.com.br. Acesso em setembro de 2021.

Ao olhar para o esquema representado, você percebe que o carro “A” se move para cima. Assim, podemos
dizer que a velocidade do carro “A” tem direção vertical e sentido para cima. De forma análoga, o carro B
possui direção horizontal, porém seu sentido é para a direita. Seus módulos, ou seja, os valores de suas
velocidades, nesse caso, não foram fornecidos.
Física
Muito importante no estudo de vetores são as operações que podemos fazer com eles. Vejamos a seguir.

Soma vetorial
A soma de vetores pode ser realizada de duas formas, basicamente:
• Com a regra do polígono;
• E a regra do paralelogramo.

Vamos estudar cada uma delas?

Regra do polígono
A primeira coisa que você deve ter em mente é que a soma de vetores não necessariamente é igual à soma
de dois números, ou seja, soma de dois escalares. Existe uma geometria por trás do processo. Considere os
vetores a seguir. Desejamos somá-los, todos.

O primeiro passo é uni-los de forma que a origem de um vetor fique na ponta da seta do outro vetor. Vamos
ver como ficam.

Observe que a ponta do vetor a está na origem do vetor b, enquanto a ponta do vetor b está na origem do vetor
c e, assim, sucessivamente. O vetor-soma é aquele que sai da origem que está solta (no caso, a origem do
vetor a⃗) e vai para a ponta que está solta (o vetor e⃗). Veja como fica o vetor-soma s.
Física

Regra do paralelogramo
Essa técnica é a mais utilizada na física, embora tenha um passo a passo um pouco maior. Veja, a seguir, dois
vetores que iremos somar pela regra do paralelogramo.

Estudaremos mais à frente que forças são grandezas vetoriais. No exemplo, vemos dois vetores, que
representam as forças ⃗⃗⃗⃗
F1 e ⃗⃗⃗⃗
F2 . Traça-se uma linha paralela ao vetor ⃗⃗⃗⃗
F1 na ponta do vetor ⃗⃗⃗⃗
F2 e, da mesma
⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗
forma, traça-se uma linha paralela ao vetor F2 na ponta do vetor F1 .

Veja que formamos uma figura conhecida como paralelogramo. O vetor-soma, nesse caso, é aquele que sai
da origem que une os vetores ⃗⃗⃗⃗
F1 e ⃗⃗⃗⃗
F2 e vai para o encontro das linhas paralelas tracejadas; verifique o vetor-
soma ⃗F. O vetor-soma também pode ser chamado de vetor resultante.
Física
Casos especiais
I. Soma de vetores com o mesmo sentido
Quando os vetores apontam para o mesmo lado, a soma vetorial entre eles será uma soma simples de seus
valores. Verifique a seguir:

Fonte: Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

s=a+b

Quando representamos essa soma sem a setinha acima da letra que representa o vetor, estamos nos
referindo ao seu módulo. Por exemplo, se o módulo de um vetor a⃗ vale 2, então podemos escrever assim:

|a⃗| = a = 2

II. Soma de vetores com sentidos opostos


Quando os vetores apontam para lados contrários, a soma vetorial entre eles será uma subtração simples de
seus valores. Veja abaixo:

Fonte: Tópicos de Física - Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

Assim, temos que:

s=a−b

III. Soma de vetores perpendiculares entre si


Quando os vetores são perpendiculares entre si, pela geometria do processo de soma vetorial, por meio da
regra do paralelogramo, teremos o seguinte esquema:
Física

Dessa forma, aplicando o teorema de Pitágoras, o vetor-soma poderá ser encontrado da seguinte forma:

s 2 = a2 + b2

Subtração vetorial
O processo de subtração vetorial é exatamente uma soma vetorial com o oposto do segundo vetor. Verifique
a seguir:

a⃗ − ⃗b = a⃗ + (−b
⃗)

Dessa forma, a subtração entre os vetores a⃗ e ⃗b nada mais é do que a soma de a⃗ com o oposto de ⃗b. Daí, o
processo de soma pode ser executado por meio da regra do polígono ou da regra do paralelogramo, o que
realmente for mais fácil de executar no momento.

Verifique que o vetor ⃗b foi invertido, ou seja, se transformou em -b


⃗ e foi posicionado na ponta do vetor a⃗, de
tal forma que foram somados pela regra do polígono.

Decomposição vetorial
O processo de decomposição de um vetor é o contrário do processo de soma. Basicamente, transformamos
um vetor em duas componentes, de forma que ele pode ser expresso em duas direções: horizontal (eixo x) e
vertical (eixo y). Assim, decompor um vetor é projetá-lo nas duas direções do plano cartesiano.
Física

Fonte: Instituto de Física da UFMT. Acesso em setembro de 2021.

Observe que o vetor a⃗ foi projetado na horizontal, tendo desenhado sua componente ⃗⃗⃗
a x , e projetado também
na vertical, sendo sua componente ⃗⃗⃗
a y . Com um pouco de trigonometria, podemos perceber o seguinte:

ay
sen θ =
a

Logo, a componente vertical ⃗⃗⃗


a y tem seu valor calculado da seguinte forma:

a y = a ∙ senθ

De forma análoga, verifique que:

ax
cos θ =
a

Logo, a componente horizontal ⃗⃗⃗


a x tem seu valor calculado da seguinte forma:

a x = a ∙ cosθ

Brincamos assim, para memorizar mais facilmente:


• Se a componente estiver “colada” no ângulo, multiplicamos o módulo do vetor que queremos decompor
(a) pelo “cosseno” do ângulo disponível;
• Se a componente estiver “separada” do ângulo, multiplicamos o vetor principal (a) pelo “seno” do ângulo.

Vamos fazer alguns exercícios de fixação, para verificarmos o conteúdo visto?


Física

Que tal conferir um mapa mental sobre vetores?

Clique na imagem, para ver o “QUER QUE DESENHE?” deste mapa mental no canal do Descomplica no YouTube.
Física

Exercícios de fixação

1. Cite:
a) três grandezas escalares;
b) três grandezas vetoriais.

2. Dê as características do vetor soma ⃗S = A


⃗ +B
⃗ , nos três casos a seguir:
a) A = 6 cm e B = 2 cm

b) A = 7 cm e B = 3 cm

c) A = 3 cm e B = 4 cm

3. ⃗ ,B
Considere os vetores A ⃗ eF
⃗ nos diagramas numerados de I a IV.

I. III.

II. IV.
a) Qual(is) o(s) diagrama(s) que, corretamente, representa(m) a relação vetorial ⃗F = ⃗A + ⃗B?
b) Qual(is) o(s) diagrama(s) que, corretamente, representa(m) a relação vetorial ⃗F = ⃗A − ⃗B?
Física
4. Num estacionamento, uma pessoa se desloca, em sequência, 12m para oeste, 8m para norte e 6m para
leste. Determine o módulo do deslocamento resultante.

5. No lançamento de um bumerangue, este afasta-se até a distância de 30m e, após 9s, volta para onde
está o dono que o atira. Para o intervalo de tempo considerado, determine o módulo do deslocamento
⃗⃗⃗⃗ ) do bumerangue.
vetorial (ΔS
Física

Exercícios de vestibulares

1. A Física está presente em quase todos os momentos de nossa vida. Como exemplo, temos os
movimentos, as forças, a energia, a matéria, o calor, o som, a luz, a eletricidade, os átomos etc. No
estudo de tais fenômenos, falamos das grandezas escalares e das grandezas vetoriais. São exemplos
de grandezas escalares:
a) comprimento, velocidade e peso.
b) quantidade de movimento, tempo e distância.
c) aceleração, campo elétrico e deslocamento.
d) tempo, temperatura e campo magnético.
e) energia, corrente elétrica e massa.

2. (UEPG) Quando dizemos que a velocidade de uma bola é de 20 m/s, horizontal e para a direita, estamos
definindo a velocidade como uma grandeza:
a) escalar.
b) algébrica.
c) linear.
d) vetorial.
e) nenhuma das anteriores.

3. Em uma partícula, estão aplicadas duas forças, ⃗⃗⃗⃗


F1 e ⃗⃗⃗⃗
F2 , de intensidades ⃗⃗⃗⃗
F1 = 3,0 N e ⃗⃗⃗⃗
F2 = 4,0 N.
Um possível valor para a intensidade da resultante entre F ⃗⃗⃗⃗1 e F
⃗⃗⃗⃗2 é:
a) zero.
b) 0,5 N
c) 5,0 N
d) 8,0 N
e) 10,0 N
Física
4. (UnB) É dado o diagrama vetorial da figura. Qual a expressão correta?

a) ⃗B + ⃗C = −A

b) ⃗A + ⃗B = ⃗C
⃗ −B
c) C ⃗
⃗ =A

d) ⃗B − ⃗A = ⃗C
⃗ =A
⃗ +C
e) B ⃗

5. (UFMG) Dado o diagrama, pergunta-se qual a expressão correta:

⃗ =A
⃗ +C
a) B ⃗

b) ⃗A + ⃗B = ⃗C
⃗ −B
c) C ⃗
⃗ =A

d) ⃗B − ⃗A = ⃗C
e) ⃗A − ⃗B = ⃗C
Física

6. Uma esfera se encontra sobre uma mesa horizontal conforme mostra a figura. O polígono vetorial
resultante, na determinação da soma dos efeitos será:

a) um quadrilátero.
b) um pentágono.
c) um triângulo.
d) um hexágono.
e) um losango.

7. (FATEC) Sobre o corpo C atuam duas forças ⃗⃗f1 e ⃗⃗f2 , conforme esquema. O diagrama que fornece a
⃗ = f⃗⃗1 + ⃗⃗f2 é:
resultante R

a)
c)

b)
d)
Física

8. (Olimpíada Colombiana de Física, 2003) No esquema da figura, estão representadas oito forças. O lado
de cada representa uma força de intensidade 1 N.

A intensidade da soma das oito foças, em N, vale:


a) 5√2
b) 8
c) 7√3
d) 11,5
e) 30

9. Quatro forças, cujos módulos, direções e sentidos são indicados na figura, atuam sobre sobre uma
partícula.

A ação conjunta dessas forças é equivalente à de uma única força de intensidade igual a:
a) 3,0 N
b) 5,0 N
c) 7,0 N
d) 15,0 N
e) 21,0 N
Física
10. (Mackenzie, 1998) Com seis vetores de módulos iguais a 8u, construiu-se o hexágono regular abaixo.

O módulo do vetor resultante desses seis vetores é igual a:


a) 64u
b) 32u
c) 16u
d) 8u
e) zero

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Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. a) Temperatura, massa e tempo.


b) Velocidade, aceleração e deslocamento.

2. Resolvendo:
a) Pela imagem:

Temos que: S = 6 + 2 = 8cm, logo


Módulo: 8cm
Direção: horizontal
Sentido: para direita

b) Pela imagem:

Temos que: S = 7 − 3 = 4cm, logo


Módulo: 4cm
Direção: horizontal
Sentido: para direita

c) Pela imagem:

Temos que: S 2 = 32 + 42 ⇒ S 2 = 25 ⇒ S = 5cm, logo


Módulo: 5cm
Direção: diagonal

3. Resolvendo:
a) I e III
b) II
Física
4. Resolvendo por meio da visualização da imagem:

Partindo para o cálculo, temos:


ΔS 2 = 62 + 82
ΔS 2 = 100
ΔS = 10m

5. Para essa questão, devemos nos atentar que o bumerangue retornou ao seu ponto de partida, ou seja,
⃗⃗⃗⃗ = ⃗S − ⃗⃗⃗
sua posição final é igual à posição inicial. Dessa forma, temos que (ΔS S0 ); logo, ⃗⃗⃗⃗
ΔS = 0.

Exercícios de vestibulares

1. E
Grandezas vetoriais:
- Deslocamento: ⃗d

- Velocidade: V
- Aceleração: a⃗

- Força: F
- Impulso: I = ⃗F ∙ Δt
⃗ (momento linear)
- Quantidade de movimento: Q

- Campo elétrico: E
- Campo magnético: B⃗

2. D
Todo vetor tem que ter: módulo (valor), direção (horizontal ou vertical) e sentido (para a esquerda, para
baixo...).
De acordo com o enunciado da questão, percebemos que foi descrito todas as três, ou seja, é uma
grandeza vetorial.

3. C
Para isso temos que:
F2 − F1 ≤ F ≤ F2 + F1
1,0 N ≤ F ≤ 7,0 N

4. D
Quando o vetor inverte o sinal, inverte também o sentido. Com isso, basta fazer a soma vetorial com o
sentido do vetor invertido.

5. D
O diagrama representa uma soma vetorial cujo vetor B sai da extremidade inicial do vetor A e coincide
com a extremidade final do vetor C; tendo, assim, uma linha poligonal fechada, tal que:
⃗A + ⃗C = ⃗B ⇒ ⃗B − ⃗A = ⃗C
Física
6. A
Fazendo a regra do paralelogramo, teremos:

Ou seja, o polígono formado é um quadrilátero.

7. D
Podemos fazer a representação da seguinte forma:

Sendo também ser descrito como:

Ou seja, apenas deslocar o vetor ⃗⃗f2 para baixo.

8. A
Pela regra do polígono:

FR2 = 52 + 52
FR = 5√2N
Física

9. B
Fazendo a diferença entre os vetores no horizontal, temos:

Fazendo o mesmo com os vetores na vertical temos:

Juntando essas resultantes da cor vermelha:

Partindo para o cálculo final:


FR2 = 32 + 42
FR2 = 9 + 16 = 25
FR = 5N

10. B
Podemos primeiro somar v⃗ 1, v ⃗ 3 e depois v
⃗2ev ⃗ 4, v ⃗ 6.
⃗5ev
Por geometria, vemos que essas duas somas resultam em dois vetores de módulo igual a 16u.

Dessa forma, o módulo do vetor resultante é igual a 16u + 16u = 32u.


Física

Primeira Lei da Termodinâmica

Objetivo
Aprender sobre os conceitos de trabalho, energia interna e calor de um gás. Esses conceitos serão
relacionados na Primeira Lei da Termodinâmica.

Se liga
Ao final desta teoria, você pode complementar seus estudos com o vídeo de um resumo do tema e ainda pode
ver um mapa menta!

Curiosidade
Você sabia que todas as latas de aerossóis sempre ejetam gás gelado? Estudaremos que o processo feito
pelo gás no aerossol é um processo adiabático. Isso permite que todo seu trabalho para sair da lata faça com
que sua energia interna diminua, consequentemente diminuindo sua temperatura.

Teoria

Termodinâmica é parte da Física que estuda as leis que regem as relações entre calor, trabalho e outras
formas de energia – mais especificamente a transformação de um tipo de energia em outra –, a
disponibilidade de energia para a realização de trabalho e a direção das trocas de calor.
Para entendermos a termodinâmica, alguns conceitos têm que estar bem estruturados em nossas cabeças.
São eles:
● Temperatura: grau de agitação das moléculas;
● Calor: troca de energia térmica entre os corpos;
● Energia: capacidade de um corpo de realizar trabalho.

Transformações
Vamos nos lembrar das transformações que foram comentadas nas aulas de gases perfeitos:
● Isobárica: pressão constante (“bar” é uma unidade de pressão);
● Isovolumétrica, isocórica ou isométrica: volume constante;
● Isotérmica: temperatura constante;
● Adiabática: transformação sem troca de calor com o meio externo.

Note que acrescentamos uma transformação a mais: adiabática. Essa transformação vai aparecer nesta aula,
já que vamos falar de calor a partir dela.
Física

Trabalho de um gás ideal (𝑊)


Um gás contido num recipiente indeformável com um êmbolo é aquecido. Como as moléculas estarão mais
agitadas, ocorrerá a expansão do gás.

Figura 01 – Trabalho de um gás

Utilizando a equação do trabalho (𝑊 = 𝐹 . 𝑑) e a equação da pressão (𝑝 = 𝐹/𝐴), chegamos à seguinte


equação para o trabalho em um gás:
𝑊 = 𝑝 .𝐴 .𝑑
𝑊 = 𝑝 . ∆𝑉

Em que 𝑝 é a pressão do gás (que deve ser constante para esse tipo de análise) e 𝛥𝑉 é a variação do volume
do gás (∆𝑉 = 𝐴 . 𝑑).

Note que, para esse tipo de estudo do trabalho em um gás, a pressão deve ser constante (transformação
isobárica).
● O gás sofre uma expansão quando 𝑊 > 0, e obrigatoriamente 𝛥𝑉 > 0.
● O gás sofre uma contração quando 𝑊 < 0, e obrigatoriamente 𝛥𝑉 < 0.
● Se 𝑊 = 0, temos obrigatoriamente 𝛥𝑉 = 0 (transformação isovolumétrica).

Calor
Calor, por definição, é a transferência de energia térmica entre corpos com temperaturas diferentes. Ou seja,
se você segura um cubo de gelo na mão e sente frio, é porque você está transferindo energia térmica do seu
corpo para esse cubo. Não entendeu isso muito bem? Dá um pulo nas aulas de calorimetria!
● Se o gás recebe calor: 𝑄 > 0.
● Se o gás cede calor: 𝑄 < 0.
● Se não ocorre troca de calor: 𝑄 = 0 (transformação adiabática).

Obs.: nas questões em que aparece que a transformação foi muito rápida, brusca, instantânea ou algo do tipo,
considere que ela é adiabática.
Física

Energia interna (𝛥𝑈)


É soma de todas as energias das moléculas do gás. Está relacionada à agitação das suas moléculas, ou seja,
à sua temperatura.
● Agitação (temperatura) das moléculas aumenta (𝛥𝑇 > 0): energia interna aumenta, 𝛥𝑈 > 0.
● Agitação (temperatura) das moléculas diminui (𝛥𝑇 < 0): energia interna diminui, 𝛥𝑈 < 0.
● Agitação (temperatura) das moléculas não muda (𝛥𝑇 = 0, transformação isotérmica): energia interna
não muda, 𝛥𝑈 = 0.
Em um gás monoatômico ideal, a energia interna pode ser calculada pela seguinte relação:

3
𝑈= 𝑛𝑅𝑇
2

Primeira Lei da Termodinâmica


Lei que relaciona a energia interna, quantidade de calor e trabalho de um gás:

∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊

Dica: pense que o calor é como a comida que você ingere para ganhar energia e o trabalho é a energia que
você gasta para realizar as tarefas diárias (andar, estudar, trabalhar, etc.). A energia interna será o saldo de
energia ao final do dia (por exemplo a gordura, no caso de a quantidade de energia da alimentação ser maior
que a gasta durante o dia).
Física

Mapa mental sobre Termodinâmica

Quer assistir ao QQD deste mapa mental? Clique aqui.


Física

Exercícios de fixação

1. Um gás perfeito sofre uma expansão, realizando um trabalho igual a 200 J. Sabe-se que, no final dessa
transformação, a energia interna do sistema está com 60 J a mais que no início. Qual a quantidade de
calor recebida pelo gás?
a) 260 J.
b) 320 J.
c) 450 J.
d) 540 J.
e) 680 J.

2. Um gás perfeito sofre uma expansão isotérmica ao receber do ambiente 250 J de energia em forma de
calor. Qual o trabalho realizado pelo gás e qual sua variação de energia interna?
a) 250 J; zero;
b) 250 J; 250 J;
c) Zero; 250 J.
d) 500 J; 500 J;
e) Zero; zero.

3. A variação da energia interna de um gás perfeito em uma transformação isobárica foi igual a 1200 J.
Se o gás ficou submetido a uma pressão de 50 N/m² e a quantidade de energia que recebeu do
ambiente foi igual a 2000 J, então a variação de volume sofrido pelo gás durante o processo foi de
a) 10 m³.
b) 12 m³.
c) 14 m³.
d) 16 m³.
e) 20 m³.

4. Um gás perfeito sofre uma expansão isobárica, sob pressão de 5,0 N/m2. Seu volume aumenta de 0,20
m3 para 0,60 m3. Qual foi a variação de energia interna do gás se, durante a expansão, ele recebeu 5,0
J de calor do ambiente?
a) 5 J.
b) 10 J.
c) 3 J.
d) 15 J.
e) 30 J.
Física

5. Qual é a variação de energia interna de um gás ideal sobre a qual é realizado um trabalho de 80 J,
durante uma compressão adiabática?
a) 80 J.
b) 40 J.
c) Zero.
d) -40 J.
e) -80 J.
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Enem PPL 2020) Tanto a conservação de materiais biológicos como o resfriamento de certos
fotodetectores exigem baixas temperaturas que não são facilmente atingidas por refrigeradores. Uma
prática comum para atingi-las é o uso de nitrogênio líquido, obtido pela expansão adiabática do gás 𝑁2
contido em um recipiente acoplado a um êmbolo, que resulta no resfriamento em temperaturas que
chegam até seu ponto de liquefação em -196 °C. A figura exibe o esboço de curvas de pressão em
função do volume ocupado por uma quantidade de gás para os processos isotérmico e adiabático. As
diferenças entre esses processos podem ser identificadas com base na primeira lei da termodinâmica,
que associa a variação de energia interna à diferença entre o calor trocado com o meio exterior e o
trabalho realizado no processo.

A expansão adiabática viabiliza o resfriamento do 𝑁2 porque:


a) a entrada de calor que ocorre na expansão por causa do trabalho contribui para a diminuição da
temperatura.
b) a saída de calor que ocorre na expansão por causa do trabalho contribui para a diminuição da
temperatura.
c) a variação da energia interna é nula e o trabalho é associado diretamente ao fluxo de calor, que
diminui a temperatura do sistema.
d) a variação da energia interna é nula e o trabalho é associado diretamente à entrada de frio, que
diminui a temperatura do sistema.
e) o trabalho é associado diretamente à variação de energia interna e não há troca de calor entre o
gás e o ambiente.
Física

2. (Unioeste, 2019) Em um sistema fechado, um gás ideal passa lentamente de um estado inicial 1 para
um estado final 2 devido a uma expansão isotérmica. Assim, ao final deste processo termodinâmico,
a) o gás não terá absorvido energia na forma de calor uma vez que a temperatura no estado 1 é igual
à temperatura no estado 2.
b) o trabalho realizado pelo gás será igual à variação da energia interna calculada entre o estado 2 e
o estado 1.
c) o calor absorvido pelo gás será igual à variação da energia interna calculada entre o estado 2 e o
estado 1.
d) o trabalho realizado sobre o gás será igual à energia por ele absorvida na forma de calor ao passar
do estado 1 para o estado 2.
e) o trabalho realizado pelo gás será igual à energia por ele absorvida na forma de calor ao passar do
estado 1 para o estado 2.

3. No processo isobárico indicado no gráfico, um gás perfeito recebeu 3000 J de energia do ambiente.

Que variação ocorreu na energia interna desse gás?


a) 1200 J.
b) 1600 J.
c) 1700 J.
d) 1800 J.
e) 2500 J.

4. (Enem 2015) O ar atmosférico pode ser utilizado para armazenar o excedente de energia gerada no
sistema elétrico, diminuindo seu desperdício, por meio do seguinte processo: água e gás carbônico são
inicialmente removidos do ar atmosférico e a massa de ar restante é resfriada até -198 °C. Presente na
proporção de 78% dessa massa de ar, o nitrogênio gasoso é liquefeito, ocupando um volume 700 vezes
menor. A energia excedente do sistema elétrico é utilizada nesse processo, sendo parcialmente
recuperada quando o nitrogênio líquido, exposto à temperatura ambiente, entra em ebulição e se
expande, fazendo girar turbinas que convertem energia mecânica em energia elétrica.
MACHADO, R. Disponível em www.correiobraziliense.com.br Acesso em: 9 set. 2013 (adaptado).

No processo descrito, o excedente de energia elétrica é armazenado pela


a) expansão do nitrogênio durante a ebulição.
b) absorção de calor pelo nitrogênio durante a ebulição.
c) realização de trabalho sobre o nitrogênio durante a liquefação.
d) retirada de água e gás carbônico da atmosfera antes do resfriamento.
e) liberação de calor do nitrogênio para a vizinhança durante a liquefação.
Física

5. (Espcex (Aman) 2020) Um gás ideal é comprimido por um agente externo, ao mesmo tempo em que
recebe calor de 300 J de uma fonte térmica.

Sabendo-se que o trabalho do agente externo é de 600 J então a variação de energia interna do gás é
a) 900 J.
b) 600 J.
c) 400 J.
d) 500 J.
e) 300 J.

6. (Fuvest 2015) Certa quantidade de gás sofre três transformações sucessivas, 𝐴 → 𝐵, 𝐵 → 𝐶 e 𝐶 →


𝐴conforme o diagrama p - V apresentado na figura abaixo.

A respeito dessas transformações, afirmou-se o seguinte:


I. O trabalho total realizado no ciclo ABCA é nulo.
II. A energia interna do gás no estado C é maior que no estado A.
III. Durante a transformação 𝐴 → 𝐵o gás recebe calor e realiza trabalho.

Está correto o que se afirma em:


a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
Física

7. (Fuvest 2019) No diagrama P x V da figura, A, B e C representam transformações possíveis de um gás


entre os estados I e II.

Com relação à variação △ 𝑈 da energia interna do gás e ao trabalho W por ele realizado, entre esses
estados, é correto afirmar que
a) △ 𝑈𝐴 =△ 𝑈𝐵 =△ 𝑈𝐶 e 𝑊𝐶 > 𝑊𝐵 > 𝑊𝐴 .

b) △ 𝑈𝐴 >△ 𝑈𝐶 >△ 𝑈𝐵 e 𝑊𝐶 = 𝑊𝐴 < 𝑊𝐵 .

c) △ 𝑈𝐴 <△ 𝑈𝐵 < 𝑈𝐶 e 𝑊𝐶 > 𝑊𝐵 > 𝑊𝐴 .

d) △ 𝑈𝐴 =△ 𝑈𝐵 =△ 𝑈𝐶 e 𝑊𝐶 = 𝑊𝐴 > 𝑊𝐵 .

e) △ 𝑈𝐴 >△ 𝑈𝐵 >△ 𝑈𝐶 e 𝑊𝐶 = 𝑊𝐵 = 𝑊𝐴 .

8. (Udesc 2011) Um gás em uma câmara fechada passa pelo ciclo termodinâmico representado no
diagrama p x V da Figura.

O trabalho, em joules, realizado durante um ciclo é:


a) + 30 J
b) - 90 J
c) + 90 J
d) - 60 J
e) - 30 J
Física

9. A figura abaixo mostra o diagrama PxV para o ciclo de um sistema termodinâmico contendo um gás
ideal monoatômico.

Calcule o trabalho total, em Joules, realizado pelo gás no ciclo completo.


a) 6000 J.
b) 9000 J.
c) 12000 J.
d) 18000 J.
e) 24000 J.

10. (Enem 2014) Um sistema de pistão contendo um gás é mostrado na figura. Sobre a extremidade
superior do êmbolo, que pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um objeto. Através de
uma chapa de aquecimento é possível fornecer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro, medir
sua pressão. A partir de diferentes valores de calor fornecido, considerando o sistema como hermético,
o objeto elevou-se em valores △ ℎ, como mostrado no gráfico. Foram estudadas, separadamente,
quantidades equimolares de dois diferentes gases, denominados M e V.

A diferença no comportamento dos gases no experimento decorre do fato de o gás M, em relação ao


V, apresentar
a) maior pressão de vapor.
b) menor massa molecular.
c) maior compressibilidade.
d) menor energia de ativação.
e) menor capacidade calorífica.

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Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
A Primeira Lei da Termodinâmica dá a relação entre as grandezas referidas no problema:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊𝑔á𝑠

Do texto, sabemos que:


𝑊𝑔á𝑠 = +200 𝐽 (𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑜𝑢 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜)
∆𝑈 = +60 𝐽 (𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑢)

Assim, temos:
60 = 𝑄 – 200
𝑄 = 260 𝐽

2. A
Isotérmica: temperatura constante: ∆𝑈 = 0. Primeira Lei da Termodinâmica:
𝑄 = 𝑊 + ∆𝑈
250 = 𝑊 + 0
𝑊 = 250 𝐽

3. D
Dados: 𝑄 = 2000𝐽; ∆𝑈 = 1200𝐽; 𝑝 = 50 𝑁/𝑚2
Usando a Primeira Lei da Termodinâmica:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊
1200 = 2000 − 𝑊
𝑊 = 800 𝐽

Sabendo o valor do trabalho, podemos calcular a variação do volume:


𝑊 = 𝑝 . ∆𝑉
800 = 50 . ∆𝑉
∆𝑉 = 16 𝑚3

4. C
Como a pressão é constante (transformação isobárica), temos que:
𝑊 = 𝑝 . ∆𝑉
𝑊 = 5 . (0,6 − 0,4) = 2 𝐽

Sabendo que o sistema recebeu uma quantidade de calor 𝑄 = 5 𝐽, pela Primeira Lei da Termodinâmica
(conservação da energia) verificamos que a variação da energia interna (∆U) será de:
𝑄 = ∆𝑈 + 𝑊
∆𝑈 = 𝑄 – 𝑊
∆𝑈 = 5 – 2 = 3 𝐽
Física

5. A
Pelo fato de a compressão ser adiabática, podemos concluir que não há troca de calor com o ambiente
(Q = 0). Também podemos concluir que, como o trabalho é feito sobre o gás, seu valor é negativo.
Utilizando a Primeira Lei da Termodinâmica:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊
∆𝑈 = 0 − (−80) = 80 𝐽

Exercícios de vestibulares

1. E
De acordo com o texto do enunciado da questão, a Primeira Lei da Termodinâmica associa a variação
de energia interna à diferença entre o calor trocado com o meio exterior e o trabalho realizado no
processo. Então:
△ 𝑈: 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎
𝑄: 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟
𝑄: 0 (𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑖𝑎𝑏á𝑡𝑖𝑐𝑎; 𝑠𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑜𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟)
𝑊: 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

𝑊 > 0 (𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜)

△ 𝑈= 𝑄 − 𝑊

△ 𝑈 = 0 − (+𝑊)

△ 𝑈 = −𝑊

Conclusão: o trabalho é associado diretamente à variação de energia interna e não há troca de calor entre
o gás e o ambiente.

2. E
Pela Primeira Lei da Termodinâmica, se o processo foi isotérmico, não houve variação da energia interna
do gás. Assim, todo o calor recebido pelo gás foi transformado para realizar o trabalho de expansão.

3. D
𝑾 = á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒐 𝒈𝒓á𝒇𝒊𝒄𝒐
𝑾𝑨𝑩 = 𝟑𝟎 . (𝟔𝟎 − 𝟐𝟎) = 𝟏𝟐𝟎𝟎 𝑱

𝑸 = 𝑾 + ∆𝑼
𝟑𝟎𝟎𝟎 = 𝟏𝟐𝟎𝟎 + ∆𝑼
∆𝑼𝑨𝑩 = 𝟏𝟖𝟎𝟎 𝑱

4. C
Para haver resfriamento e liquefação do nitrogênio, o sistema de refrigeração deve realizar trabalho sobre
o gás.
Física

5. A
Aplicando a 1ª lei da Termodinâmica, com 𝜏 < 0 (pois há compressão do gás), vem:
𝑄 = 𝜏 +△ 𝑈
300 = −600 +△ 𝑈
△ 𝑈 = 900 𝐽

6. E
II. Incorreta. Como o ciclo é anti-horário, o trabalho é negativo e seu módulo é numericamente igual à
área do ciclo.
III. Correta. A energia interna (U) é diretamente proporcional ao produto pressão ⋅ volume. Assim: 𝑃𝐶 ⇒
𝑃𝑐 𝑉𝐶 > 𝑃𝐴 𝑉𝐴 𝑈𝐶 > 𝑈𝐴 .
IV. Correta. Na transformação 𝐴 → 𝐵 ocorre expansão, indicando que o gás realiza trabalho (𝑊 > 0).
Como há também aumento da energia interna, △ 𝑈 > 0.
Pela 1ª Lei da Termodinâmica:
𝑄 = △ 𝑈 + 𝑊 ⇒ 𝑄 > 0 ⇒ o gás recebe calor.

7. A
Como △ 𝑇 = 𝑇𝐼𝐼 − 𝑇𝐼 é o mesmo para as três transformações, devemos ter que: △ 𝑈𝐴 =△ 𝑈𝐵 =△ 𝑈𝐶 . E
como os trabalhos são dados pelas áreas sob as curvas das transformações, de acordo com a figura
abaixo, podemos concluir que:

𝑊𝐶 > 𝑊𝐵 > 𝑊𝐴

8. E
Em um ciclo fechado, o trabalho é numericamente igual à área da figura. Seu valor é negativo devido ao
sentido anti-horário.

3.20
𝑊= − = −30 𝐽
2
Física

9. A
Dados: 1 atm = 105 N/m2
O trabalho no ciclo é dado pela “área” do ciclo.
𝑾𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐 = [(𝟏 𝒙 𝟎, 𝟎𝟒) + (𝟏 𝒙 𝟎, 𝟎𝟐)] 𝒙 𝟏𝟎𝟓
𝑾𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐 = 𝟔𝟎𝟎𝟎 𝑱

10. E
Como mostrado no gráfico, para uma mesma elevação △ ℎ, a quantidade de calor absorvida pelo gás
𝑀 é menor do que a absorvida pelo gás 𝑉(𝑄𝑀 < 𝑄𝑉 ).

Mas, para uma mesma variação △ ℎ, temos também uma mesma variação de volume (△ 𝑉). Como se
trata de transformações isobáricas, os trabalhos realizados (𝑊) também são iguais.
Supondo gases ideais: 𝑊 = 𝑝 △ 𝑉 = 𝑛 𝑅 △ 𝑇
{𝑊𝑀 = 𝑛 𝑅 △ 𝑇𝑀 }
{𝑊𝑉 = 𝑛 𝑅 △ 𝑇𝑉 }
⇒ 𝑛 𝑅 △ 𝑇𝑀 = 𝑛 𝑅 △ 𝑇𝑉 ⇒△ 𝑇𝑀 = △ 𝑇𝑉 =△ 𝑇.

Assim:
𝑄𝑀 < 𝑄𝑉 ⇒ 𝑛 𝐶𝑀 △ 𝑇 < 𝑛 𝐶𝑉 △ 𝑇 ⇒ 𝐶𝑀 < 𝐶𝑉 .
Geografia

Energia: consumo e desafios

Objetivo
Entender a relação entre fontes de energia e o desenvolvimento econômico de um país, além de estudar as
diferenças entre fontes renováveis e não renováveis. Por fim, compreender os impactos na utilização de
determinadas fontes.

Se liga
Nesta aula são apresentados alguns conceitos que serão retomados na próxima aula.

Curiosidade
Não deixe de assistir o “Quer que desenhe?” sobre fontes de energia renováveis e não renováveis.

Teoria

Energia e crescimento econômico


A disponibilidade e a oferta de energia estão diretamente associadas ao crescimento econômico dos países,
seja para a produção de combustível (transportes e indústrias) ou na oferta de eletricidade (residências e
indústrias). A Revolução Industrial acarretou, além de uma significativa mudança na forma de produzir, uma
transformação na necessidade energética mundial. Tanto que, a cada fase da Revolução Industrial, é possível
observar novas possibilidades e transformações na utilização dos diferentes recursos energéticos.

O mundo passou a demandar uma maior quantidade de energia, que é obtida a partir de diferentes fontes.
Analisando-se o conjunto de todas as fontes energéticas – renováveis e não renováveis – utilizadas no
mundo, fala-se em matriz energética, expressão utilizada para se referir ao conjunto de fontes disponíveis
para suprir a necessidade de energia.

Matriz Energética Mundial – 2016. Fonte: http://epe.gov.br/pt

A partir dessa distribuição, é possível classificar as fontes de energia em: não renováveis (existe uma
quantidade limitada no planeta) e renováveis (aquelas que podem ser aproveitadas indefinidamente).
Geografia

Fontes não renováveis


Os combustíveis fósseis são um tipo de fonte não renovável e o principal
grupo utilizado na matriz energética mundial. São utilizados
principalmente para transportes, mas também diretamente na indústria ou
na geração de eletricidade. São altamente poluentes e contribuem para o
agravamento do efeito estufa e, consequentemente, para o aquecimento
global. Dentre os principais tipos de combustíveis fósseis, destacam-se:

• Petróleo: formado em ambientes aquáticos ricos em plâncton e algas.


É encontrado em bacias sedimentares, e as maiores reservas estão
na Venezuela e na Arábia Saudita.
• Carvão mineral: formado em ambientes com soterramento de matéria
vegetal. Quanto maior a concentração de carbono, maior é o poder calorífico. É encontrado em bacias
sedimentares, e a China possui as maiores reservas.
• Gás Natural (GNL) e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): são diferentes, sendo o primeiro a forma gasosa
do petróleo, que, após um simples beneficiamento, é encanado e comercializado, sendo utilizado
principalmente como combustível. O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é um subproduto obtido nas
refinarias do petróleo. A partir daí, é engarrafado (botijão) para ser comercializado. Ambos são mais
baratos e menos poluentes que o petróleo.
• Xisto betuminoso: rocha rica em matéria orgânica de onde podem ser extraídos gás e óleo. Os Estados
Unidos são um dos maiores produtores desse tipo não convencional de combustível fóssil. A exloração
desse recurso gera muitos impactos devido a utilização de substâncias químicas inflámveis e tóxicas
que podem contaminar o solo e o lençol freático.
O urânio é um recurso mineral finito utilizado como combustível nos reatores
nucleares. A partir do processo de fissão nuclear, é liberada energia em forma de
calor, que, posteriormente, é convertida em energia cinética e, finalmente, em
energia elétrica. Os principais impactos estão relacionados à geração de lixo
nuclear e ao risco de vazamento, como no caso de Chernobyl.

Fontes renováveis
A energia hidráulica é utilizada principalmente para a geração de eletricidade.
Depende de rios caudalosos e de planalto, isto é, rios com significativo volume
d’água e encachoeirados, para a construção das usinas e seus reservatórios. É
considerada uma energia limpa (todo tipo de energia cuja geração não emite
poluentes). Aqui, é necessário outro cuidado, uma vez que ela gera impactos
ambientais, principalmente com o desmatamento e a inundação do reservatório.
Assim, energia limpa não significa livre de impactos.
Geografia

A energia eólica é utilizada para a geração de eletricidade a partir da força do vento. O


impacto dessa fonte está relacionado principalmente à poluição sonora, além de afetar,
às vezes, a migração de pássaros. É uma das energias mais limpas do mundo, e o Brasil
possui grande potencial para produzi-la.

A energia solar é utilizada para a geração de eletricidade a partir


de painéis fotovoltaicos ou em centrais solares térmicas. É uma
energia muito limpa, mas ainda pouco produtiva, sendo
recomendada em grande parte para moradias. Grandes avanços
estão ocorrendo no uso dessa energia no Brasil, que possui
regiões que ficam até mais de 300 dias sob alta incidência solar.

A energia da biomassa é utilizada principalmente como combustível (transporte),


mas também é possível gerar eletricidade. É um tipo de energia obtida a partir da
matéria orgânica vegetal ou animal, podendo ser obtida de diferentes fontes. O
principal impacto está associado ao desmatamento e é um risco à segurança
alimentar, pois pode afetar a produção de alimentos. Geralmente, está associada ao
etanol obtido a partir da cana-de-açúcar, do milho ou da beterraba, ou ao biodiesel
obtido a partir de oleaginosas, isto é, vegetais que possuem óleos que podem ser
extraídos. Esse tipo de energia também pode ser obtida a partir da decomposição
de restos orgânicos produzindo biogás, ou pela carbonização da lenha produzindo
carvão vegetal.

A energia geotérmica é utilizada para a geração de eletricidade a partir do calor da Terra. É


uma energia que não emite nenhum gás do efeito estufa. É a forma de energia mais barata
de se produzir, mas pode ser produzida somente em locais de encontro de placas tectônicas
ou atividade magmática.

A energia maremotriz é utilizada para a geração de eletricidade a partir da variação das


marés, das correntezas ou das ondas. Há usinas específicas para cada uma. Essa
energia é limpa, mas necessita de grande investimento, pois ainda gera energia
insuficiente para sustentar uma grande população ou produção.

Muitas vezes, as fontes renováveis são denominadas também fontes alternativas, porém, isso está incorreto,
pois a energia nuclear pode ser considerada uma alternativa aos combustíveis fósseis, mas não é renovável.
Assim, é necessário ter cuidado com algumas denominações. Por fim, não se esqueça de assistir ao Quer
Que Desenhe sobre Fontes de Energia no canal do Descomplica, no YouTube. Basta clicar na imagem abaixo.
Geografia

QQD - fontes de energia renováveis e não renováveis


Geografia

Exercícios de fixação

1. Qual relação entre fontes de energia e desenvolvimento econômico?

2. Qual a melhor definição para a matriz energética de um país?


a) Corresponde à toda energia (combustível e eletricidade) consumida no território.
b) Corresponde à toda energia elétrica gerada por combustíveis fósseis de um país.
c) Corresponde ao conjunto de fontes renováveis consumidas internamente.

3. Qual combustível fóssil é largamente utilizado desde a primeira fase da Revolução Industrial?
a) Petróleo.
b) Gás natural.
c) Carvão mineral.

4. O _________ é uma fonte _________ que serve de alternativa para os combustíveis fósseis existentes. A
utilização desse elemento para diversificar a _________ surge como forte opção devido à preocupação
ambiental com o lançamento de poluentes na atmosfera e o efeito estufa.
a) gás liquefeito de petróleo – renovável – matriz energética
b) urânio – não renovável – matriz energética
c) etanol – não renovável – matriz elétrica

5. Qual o principal impacto associado à exploração do folhelho betuminoso?


Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2002) “A idade da pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará
igualmente ao fim, mas não por falta de petróleo”.
Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001.

Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no texto em


diferentes contextos histórico-geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do
que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do Petróleo estaria relacionado
a) à redução e esgotamento das reservas de petróleo.
b) ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes de energia.
c) ao desenvolvimento dos transportes e consequente aumento do consumo de energia.
d) ao excesso de produção e consequente desvalorização do barril de petróleo.
e) à diminuição das ações humanas sobre o meio ambiente.

2. (UEPB, 2011) “Todas as atividades humanas, desde o surgimento da humanidade na Terra, implicam
no chamado ‘consumo’ de energia. Isto porque para produzir bens necessários à vida, produzir
alimentos, prazer e bem-estar, não há como não consumir energia, ou melhor, não converter energia.
Vida humana e conversão de energia são sinônimos e não existe qualquer possibilidade de separar um
do outro.”
WALDMAN, Maurício. Para onde vamos? S.d., p. 10. Disponível em: http://www.mw.pro.br/mw/eco_para_onde_vamos.pdf>

Apesar de toda importância do consumo de energia para a vida moderna, podemos afirmar que sua
forma de utilização no mundo contemporâneo continua a ser insustentável porque

a) o consumo de energia é desigual entre ricos e pobres, sendo que os pobres continuam a utilizar
fontes arcaicas que são muito mais danosas ao meio.
b) as chamadas fontes alternativas que são não-poluentes são de custos elevadíssimos e só podem
ser produzidas em pequena escala para consumo muito reduzido.
c) a energia hidroelétrica que assumiu a liderança no consumo mundial necessita da construção de
grandes represas que causam grandes impactos ambientais.
d) as principais matrizes energéticas do mundo continuam a ser o petróleo e o carvão, que são fontes
não renováveis e muito poluentes.
e) a energia nuclear, que é a solução mais viável para a questão energética do mundo, depende do
enriquecimento do urânio, cuja tecnologia é controlada por poucos países e inacessível para a
grande maioria.
Geografia

3. (Fuvest, 2017) Em 2015, os Estados Unidos (EUA), país que não é membro da OPEP, tornaram-se o
maior produtor mundial de petróleo, superando grandes produtores históricos mundiais, de acordo com
a publicação Statistical Review of World Energy (BP) – 2015. Sobre essa fonte de energia, é correto
afirmar:
a) A queda da oferta de petróleo, em 2015, pelos países não membros da OPEP é resultado do uso
de fontes de energia alternativas, como os biocombustíveis, e também da expansão das
termelétricas.
b) O Brasil, país que não é membro da OPEP, destaca-se pela exploração de jazidas de petróleo em
rochas vulcânicas do embasamento cristalino do pré-sal.
c) O crescimento da produção de petróleo nos EUA, que levou esse país à condição de maior produtor
mundial em 2015, deu-se pela exploração das jazidas de óleo de xisto.
d) A elevação da produção de petróleo em países da OPEP, como Arábia Saudita, Rússia e China, é
resultado da alta dos preços dessa commodity em 2015.
e) A exploração das jazidas de óleo de xisto do subsolo oceânico foram fatores para a
industrialização de países, como México, Japão e EUA.

4.
Consumo energético mundial - 2001

Disponível em: www.iea.org

Sobre a exploração e utilização dos recursos energéticos na atualidade é correto afirmar que:

a) nos dias de hoje, os recursos menos utilizados estão distribuídos de maneira homogênea pelo
mundo, tais como o carvão e petróleo.
b) as grandes reservas de combustíveis fósseis estão concentradas em estruturas geológicas
recentes, por isso o seu uso é predominante.
c) a variedade na utilização de diferentes tipos de energia indica os custos extremamente reduzidos
em relação às suas obtenções.
d) os recursos energéticos mais usados nos dias de hoje estão distribuídos de forma desigual pelo
mundo e os custos para sua obtenção também são diferenciados.
e) apesar de o petróleo ocupar posição de destaque em termos de consumo e exploração, o gráfico
em análise indica o crescimento do consumo da eletricidade proveniente das hidrelétricas.
Geografia

5. (Unesp, 2022) Entre 1973 e 1978, as receitas anuais do petróleo nos principais produtores árabes
cresceram enormemente: na Arábia Saudita, de 4,35 bilhões para 36 bilhões de dólares; no Kuwait, de
1,7 bilhão para 9,2 bilhões; no Iraque, de 1,8 bilhão para 23,6 bilhões; na Líbia, de 2,2 bilhões para 8,8
bilhões. Alguns outros produtores também aumentaram muito sua produção, em particular Qatar, Abu
Dhabi e Dubai. O controle dos produtores sobre seus recursos também se expandiu. Em 1980, todos os
principais Estados produtores tinham ou nacionalizado a produção de petróleo ou adquirido uma maior
participação nas empresas operadoras, embora as grandes empresas multinacionais ainda tivessem
uma posição forte no transporte e na venda.
(Albert H. Hourani. Uma história dos povos árabes, 1994. Adaptado.)

A expansão da produção petrolífera no mundo árabe


a) reforçou o nacionalismo, estimulado pelo orgulho das populações com a riqueza súbita e o
protagonismo de alguns Estados da região no cenário político e económico mundial.
b) acentuou a dependência mútua entre fornecedores e compradores, pois os primeiros
concentraram os esforços na exportação e os segundos dependiam do acesso ao petróleo para o
funcionamento de suas indústrias.
c) gerou uma reorientação diplomática e ideológica na região, pois os vínculos comerciais com a
União Soviética reforçavam a posição política dos grupos de esquerda no Oriente Médio.
d) levou à dissolução da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, gerando uma guerra de
preços entre os Estados produtores e o aprofundamento das políticas de controle dos níveis de
produção.
e) eliminou a interferência das Sete Irmãs, grupo de empresas ocidentais que controlavam o mercado
internacional petrolífero, que passou a ser regido em função dos interesses dos produtores.

6. Os combustíveis fósseis contribuem para o aquecimento global, razão pela qual a sociedade vem
buscando novas alternativas energéticas mais limpas e cada vez mais competitivas.
Considerando-se essa informação e os conhecimentos sobre fontes de energia, pode-se afirmar:

a) O uso de biocombustíveis, por ser antieconômico, é pouco utilizado, todavia nos países centrais
eles já estão substituindo as fontes tradicionais, principalmente na Europa Oriental.
b) A maior usina de etanol celulósica do planeta está localizada na Amazônia, onde há matéria-prima
disponível e abundante.
c) A energia eólica tornou-se mais competitiva nos EUA, após o uso das máquinas flutuantes que
giram hélices mais longas.
d) A localização geográfica do Brasil dificulta a circulação dos ventos, razão pela qual não há parques
eólicos no país.
e) A energia geotérmica é a fonte alternativa mais utilizada no Hemisfério Norte porque é barata,
limpa, de fácil obtenção, além de ser inesgotável.
Geografia

7. (Unesp, 2017) Grandes movimentos comerciais de petróleo (milhões de toneladas), 2015

(Disponível em: www.bp.com)


Os fluxos de importação e de exportação expressos no mapa evidenciam
a) a ausência de países integrantes do G4 nas importações de petróleo.
b) a ausência de países integrantes do G7 nas exportações de petróleo.
c) o predomínio dos países membros do NAFTA nas exportações de petróleo.
d) a ausência de países integrantes do BRICS nas Importações de petróleo.
e) o predomínio dos países membros da OPEP nas exportações de petróleo.

8. (Uece, 2020) “O carvão é uma rocha sedimentar combustível, formada a partir do soterramento e
compactação de uma massa vegetal em ambiente anaeróbico, em bacias originalmente pouco
profundas. [...] À medida que a matéria orgânica vegetal é soterrada, inicia-se o processo de sua
transformação em carvão, devido principalmente ao aumento de pressão e temperatura aliados à
tectônica."
Taioli, F. Recursos Energéticos. Decifrando a Terra. Teixeira, W. et al. São Paulo. Oficina de Textos. 2000.

O carvão mineral é utilizado como recurso energético há milênios, contudo, sua exploração e utilização
apresentam algumas particularidades como o(a)
a) facilidade de exploração e de tratamento dos rejeitos.
b) seu significativo potencial poluidor.
c) baixo impacto ambiental decorrente do seu uso.
d) possibilidade de alcalinização dos recursos hídricos.
e) dificuldade de exploração em áreas marinhas.
Geografia

9. (Enem PPL, 2015)

BRASIL. Atlas da energia elétrica do Brasil. Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica, 2008 (adaptado).

A distribuição do consumo de energia elétrica per capita, verificada no cartograma, é resultado da

a) extensão territorial dos Estados-nação.


b) diversificação da matriz energética local.
c) capacidade de integração política regional.
d) proximidade com áreas de produção de petróleo.
e) instalação de infraestrutura para atender à demanda.

10. (Enem PPL, 2016) Os dias do Nu como um dos últimos rios de curso livre da região estão terminando.
O governo chinês surpreendeu ambientalistas este ano ao reavivar planos de construir usinas
hidrelétricas em áreas remotas do curso superior do Nu, o centro de um Patrimônio Mundial da Unesco
na província de Yunnan, sudoeste da China, que se classifica entre os lugares ecologicamente mais
diversificados e frágeis do mundo. Os críticos dizem que o projeto obrigará a remanejar dezenas de
minorias étnicas nos planaltos de Yunnan e destruirá os campos de desova de dezenas de espécies de
peixes ameaçadas.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 13 maio 2013 (adaptado).

Esse projeto sinaliza uma interferência no meio físico motivada pelo(a)


a) busca do setor primário por infraestrutura.
b) demanda da população por energias limpas.
c) interesse do Estado em diversificar a matriz energética.
d) necessidade dos centros urbanos em obter água potável.
e) compromisso da iniciativa privada com o desenvolvimento sustentável.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. As fontes de energia são fundamentais para possibilitar o desenvolvimento econômico de um país. Os


transportes, a produção industrial, o comércio e diversas outras atividades dependem da disponibilidade
de fontes energéticas baratas para facilitar o crescimento de um país.

2. A
Fala-se em matriz energética quando analisamos o conjunto de todas as fontes energéticas – renováveis
e não renováveis – utilizadas por um país ou região.

3. C
O carvão mineral é uma fonte energética utilizada em larga escala a partir da primeira fase da Revolução
Industrial e continua sendo usada até hoje. O petróleo, por mais que seja conhecido há bastante tempo,
só passou a ser intensamente utilizado como fonte energética a partir da segunda fase da Revolução
Industrial.

4. B
O urânio é um mineral metálico não renovável cuja fissão nuclear libera uma enorme quantidade de
energia que pode ser aproveitada para geração de eletricidade ou movimentar navios e submarinos.

5. O folhelho betuminoso é uma rocha sedimentar da qual podemos extrair combustível semelhante ao
petróleo e gás. A exploração dessa rocha utiliza um método denominado fraturamento hidráulico que
depende da utilização de enormes quantidades de produtos químicos que podem poluir as águas
subsuperficiais (aquíferos e lençol freático).

Exercícios de vestibulares

1. B
O avanço científico e tecnológico tem permitido a pesquisa por novas fontes de energia que causem
menos impacto no meio ambiente. Isso pode arrefecer a utilização do petróleo como a principal fonte
energética dos países.

2. D
Mesmo com o conhecimento de que os combustíveis fósseis são prejudiciais ao meio ambiente, esses
continuam sendo os recursos energéticos mais utilizados, devido ao fato de que, entre outras razões, as
técnicas de extração e manuseio desses recursos já estão dominadas. Uma mudança de fonte de energia
representaria uma série de pesquisas e investimentos.

3. C
Os Estados Unidos sempre aparecem como um ícone da produção e da comercialização do petróleo no
mundo. Entretanto o posto de maior produtor veio com a descoberta da maior reserva de xisto do mundo.
Diante dessa nova reserva, o país alcançou o patamar de maior produtor.

4. D
Os principais recursos energéticos utilizados são os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás
natural). Em relação à sua distribuição, cabe destacar que se concentram em alguns países que detêm
o controle da oferta e do valor, a exemplo das crises do petróleo decorrentes das ações da OPEP
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Geografia

5. B
No ano de 1973 e 1979 o petróleo enfrentou duas grandes crises com aumento signiciativo do seu preço
ao mesmo tempo que as receitas anuais dos principais produtores cresceram significativamente. Isso
mostra que a commodity permaneceu como principal fonte de energia do mundo e o que se observa é
uma maior dependência entre fornecedores e compradores. Os países desenvolvidos dependem
bastante das importações de petróleo dos países árabes exportadores (Golpe Pérsico e norte da África),
muitos deles pertencentes à OPEP (Organização dos Paises Exportadores de Petróleo). A OPEP foi criada
na década de 1960 e continua atuante até hoje. Nos anos 2000, o crescimento dos paises emergentes
como a China e Índia também fez aumentar a demanda por petróleo.

6. C
Por uma questão econômica (dependência do carvão e petróleo) e ambiental (aquecimento global),
diversos países estão investindo em inovação tecnológica, buscando fontes alternativas e renováveis de
energia. Nesse sentido, a energia eólica é a que mais cresce em diversos países, devido à possibilidade
de utilização das superfícies dos oceanos para a instalação dos geradores (fugindo da especulação
imobiliária no litoral) e aproveitamento dos ventos constantes dessas regiões.

7. E
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma organização internacional que reúne
os principais exportadores de petróleo. Tal união tem como objetivo conseguir regular o preço do
petróleo no mundo de acordo com seus interesses a partir do controle da produção em relação à
demanda.

8. B
O carvão mineral é um combustível fóssil entre os mais utilizados do mundo. Sua utilização cresceu
absurdamente a partir da Primeira Revolução Industrial. Ele é usado em termelétricas e na siderurgia
(produção de aço) com acentuado impacto no meio ambiente. As emissões de gases do efeito estufa
resultantes da queima do carvão em termelétricas agravam o aquecimento global. Por fim, a mineração
de carvão pode provocar degradação e contaminação dos recursos hídricos e poluição do ar por material
particulado.

9. E
A distribuição do consumo de energia elétrica está diretamente relacionada à existência de uma
infraestrutura (usinas geradoras, rede de transmissão...) para oferecer o respectivo produto e atender à
demanda.

10. C
A China é um país com grande população e produção industrial, além de um significativo crescimento
econômico, o que demanda muita energia. Essa demanda interna é atendida principalmente pelo uso de
termelétricas que utilizam carvão mineral. Tal condição provoca uma intensa poluição do ar. A
diversificação da matriz energética chinesa busca ampliar o fornecimento de energia interna. Ao mesmo
tempo, busca diminuir os impactos e a dependência de sua matriz dos combustíveis fósseis.
Geografia

Questão energética no Brasil

Objetivo
Aprender sobre as demandas e potenciais da questão energética no Brasil, além de conhecer as
características das principais fontes energéticas do país.

Curiosidade
Documentário independente: Belo Monte, Anúncio de uma Guerra

Teoria

Ao se analisar o conjunto de todas as fontes energéticas – renováveis e não renováveis – utilizadas no Brasil,
fala-se em matriz energética, expressão utilizada para se referir a toda energia disponibilizada para ser
transformada, distribuída e consumida em um país. Assim, o Brasil coloca-se em uma posição de destaque,
devido ao seu amplo leque de opções de recursos energéticos.

Oferta Interna de Energia por Fonte – Matriz energética (2018). Balanço Energético Nacional 2018. Empresa de Pesquisa Energética.
Rio de Janeiro

Um outro conceito utilizado é o de matriz elétrica, que se refere às fontes geradoras de eletricidade no país,
que é um tipo de energia secundária. Nesse sentido, a matriz elétrica brasileira possui grande parte da sua
energia gerada por fontes renováveis, que representam 80,4% da oferta interna, resultante da soma dos
montantes referentes à produção nacional mais as importações.
Geografia

Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte – Matriz elétrica (2018). Balanço Energético Nacional 2018. Empresa de Pesquisa
Energética. Rio de Janeiro

Diferentes fontes energéticas e a situação atual

Petróleo e derivados
O petróleo é a principal fonte energética associada à produção de combustíveis do Brasil. É utilizado
principalmente no setor de transporte. Sua produção pode ser um fator determinante para a economia
brasileira, com destaque para a exploração do pré-sal. Apesar da importância dessa fonte na composição da
matriz energética brasileira, a queda dos preços do barril de petróleo e a exploração do xisto por parte dos
Estados Unidos são uma ameaça ao futuro do pré-sal, pois o alto custo da extração desse petróleo
impossibilita o sucesso da operação.

Disponível em: http://wikigeo.pbworks.com/


Geografia

Carvão mineral
Formado em ambientes com soterramento de matéria vegetal, é encontrado em bacias sedimentares. A
qualidade do carvão mineral brasileiro é baixa e, por isso, é necessário importar uma grande quantidade para
uso industrial. A Região Sul e parte do estado de São Paulo são as principais áreas de disponibilidade desse
recurso mineral no país.

Disponível em: https://docplayer.com.br/docs-images/82/84795576/images/1-1.jpg

Gás natural
A oferta dessa fonte no Brasil é inferior à demanda e, por isso, o país importa 1/3 do volume necessário da
Bolívia, a partir de uma rede de gasodutos. É utilizado principalmente para transporte e indústrias. As grandes
reservas brasileiras de gás natural encontram-se nas bacias de Campos e Santos, com as jazidas de petróleo,
e, cada vez mais, tem-se aumentado a extração para superar a dependência externa.

Rede de gasodutos no Brasil. Disponível em: https://portaldisparada.com.br/


Geografia

Biomassa
Toda energia gerada a partir de matéria orgânica viva. A possibilidade de utilizar essa fonte de energia como
combustível para os veículos de transportes coloca o Brasil em um cenário de grande potencial. O país
consegue produzir etanol a partir da cana-de-açúcar, além de obter biodiesel a partir da soja. A grande
disponibilidade de terras agricultáveis é um fator diferencial para o Brasil, porém, esse tipo de produção
agrícola pode ameaçar a segurança alimentar do país, além de aumentar a taxa de desmatamento.

Perfil das principais fontes alternativas de biomassa no Brasil. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/12465238/

Hidrelétrica
É responsável por gerar aproximadamente 65,2% da energia elétrica do país. O maior potencial hidráulico
explorado está na Bacia do Paraná, no Centro-Sul. As novas hidrelétricas construídas concentram-se em
territórios da Região Norte, pois a Bacia Amazônica possui o maior potencial hidráulico não explorado, como
o caso da Usina de Belo Monte, construída na Bacia do Rio Xingu.

Conheça uma usina hidrelétrica. Fonte: https://aliancaenergia.com.br/br/como-funciona-uma-usina-hidreletrica/

O maior problema são os impactos ambientais graves gerados na construção das usinas e no alagamento
dos seus reservatórios, atingindo diretamente a flora e fauna desses locais, além das populações tradicionais
Geografia

dessas áreas. Isso acontece, pois é necessário desmatar uma enorme área para o alagamento do
reservatório. Quando esse desmatamento não é feito corretamente a matéria orgânica inundada pelas águas
do reservatório pode entrar em decomposição liberando grandes quantidades de metano, gás causador do
efeito estufa. O alagamento de enormes áreas também repercuti no deslocamento das populações como
grupos indígenas, quilombolas, fazendeiros, ribeirinhos e outros que estejam localizados nas áreas
inundadas.

Reservatório de Balbina, Amazonas. O projeto inundou parte da floresta sem realizar o desmatamento. Disponível em:
https://www.andreamazonas.com.br/

Solar
É uma fonte alternativa para a geração de eletricidade com elevado potencial no território brasileiro, porém,
pouco explorado. O país está localizado na faixa tropical e apresenta climas com baixa ou nenhuma
nebulosidade, como o clima tropical típico (Centro-Oeste) e o semiárido (Nordeste), respectivamente.

Mapa do potencial de geração solar fotovoltaica em termos do rendimento energético anual para todo o Brasil (medido em
kWh/kWp.ano) A cor vermelha indica maior rendimento e a cor verde menor rendimento. Fonte: https://cogera.com.br/geracao-solar-
fotovoltaica-de-energia/
Geografia

Eólica
É a energia renovável na geração de eletricidade que mais cresce, com grande potencial de exploração no
litoral do Nordeste e Sul do país, sendo, respectivamente, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul os maiores
geradores. A região do médio vale do São Francisco, na Bahia, também se destaca no potencial de geração
de energia, devido aos ventos sazonais.

O vermelho no mapa sinaliza as áreas com maior velocidade dos ventos e, portanto, maior potencial eólico do país. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/.

Maremotriz
O extenso litoral brasileiro fornece um gigantesco potencial para a geração a partir das marés e das ondas.
Porém, a ocupação concentrada no litoral e a especulação imobiliária desses solos próximos às praias
dificultam a instalação desse tipo de geração.

Perspectivas futuras sobre a questão energética


Em relação ao futuro, pode-se dizer que o aumento do consumo, o crescimento da produção e a maior
distribuição de renda irão pressionar a matriz energética brasileira. No entanto, como também foi observado,
as potencialidades e variedades de recursos energéticos no Brasil são múltiplas, indicando um possível papel
de liderança mundial do país no setor, graças à farta riqueza natural encontrada no território brasileiro. Para
tanto, algumas questões precisam ser revistas, como a grande oneração de impostos que o setor encontra
no país, dificultando o investimento e a competitividade no cenário internacional. Por isso, o entendimento do
panorama atual e as perspectivas futuras são fundamentais.
Geografia

Exercícios de fixação

1. Sem energia, o país não cresce. E se o país não cresce você tende a perder o emprego – pior do que
dormir no escuro… Belo Monte, por esse ponto de vista, é uma necessidade. Mas para alguns é uma
atrocidade, já que seu reservatório vai alagar uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de
São Paulo, entre outros desequilíbrios ambientais.
Tiago Cordeiro, Alexandre Versignassi, Renata Steffen e Horácio Gama. Fonte: https://super.abril.com.br/ideias/quais sao-
as-vantagens-e-desvantagens-de-belo-monte/

A partir da leitura do texto, discorra sobre pelo menos duas vantagens e duas desvantagens na
construção da Usina de Belo Monte.

2. Cite um exemplo de um tipo de energia alternativa renovável e um exemplo de um tipo de energia


alternativa não renovável. Explique.

3. A energia nuclear é uma das alternativas energéticas disponíveis no mundo. Esse tipo de energia é
produzido a partir do átomo de urânio, e sua eficácia já é conhecida desde a década de 1940 no mundo,
sendo considerada como uma importante fonte alternativa ao uso de combustíveis fósseis, os quais
ainda são os tipos de energia mais comuns.
Fonte: https://maximgroup.com.br/quais-as-vantagens-e-desvantagens-da-energia-nuclear/

Cite três desvantagens e uma vantagem do uso de energia nuclear

4. "A energia eólica diz respeito à transformação da energia do vento em energia útil, é uma forma de
obter energia de forma renovável e limpa, uma vez que, não produz poluentes. A energia eólica é uma
fonte de energia que está permanentemente ao dispor do Homem."
https://www.portal-energia.com/energia-eolica/
Assinale a alternativa que corresponde a uma desvantagem no uso de energia eólica.
a) Emissão de CO2.
b) Poluição sonora.
c) Não ser renovável.
d) Produzir apenas combustível.

5. Quais são as principais vantagens da produção e geração de energia a partir da biomassa?


Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2018) O Decreto Federal n. 7.390/2010, que regulamenta a Lei da Política Nacional sobre
Mudança do Clima (PNMC) no Brasil, projeta que as emissões nacionais de gases de efeito estufa (GEE)
em 2020 serão de 3,236 milhões. Esse mesmo decreto define o compromisso nacional voluntário do
Brasil em reduzir as emissões de GEE projetadas para 2020 entre 38,6% e 38,9%.
BRASIL. Decreto n. 7.390, de 9 de dezembro de 2010. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2014
(adaptado).
O cumprimento da meta mencionada está condicionado por
a) abdicar das usinas nucleares.
b) explorar reservas do pré-sal.
c) utilizar gás de xisto betuminoso.
d) investir em energias sustentáveis.
e) encarecer a produção de automóveis.

2. (Enem PPL, 2015) Energia de Noronha virá da força das águas


A energia de Fernando de Noronha virá do mar, do ar, do sol e até do lixo produzido por seus moradores
e visitantes. É o que promete o projeto de substituição da matriz energética da ilha, que prevê a troca
dos geradores atuais, que consomem 310 mil litros de diesel por mês.
GUIBU, F. Folha de S. Paulo, 19 ago. 2012 (adaptado).

No texto, está apresentada a nova matriz energética do Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha. A escolha por essa nova matriz prioriza o(a)
a) expansão da oferta de energia, para aumento da atividade turística.
b) uso de fontes limpas, para manutenção das condições ecológicas da região.
c) barateamento dos custos energéticos, para estímulo da ocupação permanente.
d) desenvolvimento de unidades complementares, para solução da carência energética local.
e) diminuição dos gastos operacionais de transporte, para superação da distância do continente.

3. (Enem PPL, 2014) Uma maior disponibilidade de combustível fóssil, como acontece com as crescentes
possibilidades brasileiras, é fonte de importantes perspectivas econômicas para o país. Ao mesmo
tempo, porém, numa época de pressão mundial por alimentos e biocombustíveis, as reservas nacionais
de água doce, o clima favorável e o domínio de tecnologias de ponta no setor conferem à matriz
energética brasileira um papel-chave na mudança do paradigma energético-produtivo.
SODRÉ, M. Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes. Petrópolis: Vozes, 2012.

No texto, é ressaltada a importância da matriz energética brasileira enquanto referência de caráter mais
sustentável. Essa importância é derivada da
a) conquista da auto-suficiência petrolífera pela descoberta de novas jazidas.
b) expansão da fronteira agrícola intensiva para produção de biocombustíveis.
c) superação do uso de energia não renovável no setor de transporte de cargas.
d) apropriação das condições naturais do território para diversificação das fontes.
e) redução do impacto social advindo da substituição de termelétricas por hidrelétricas.
Geografia

4. (Enem PPL, 2014) A voadeira, canoa de alumínio com motor de popa usada como meio de transporte
fluvial pelos ribeirinhos da Amazônia, ganhou uma versão movida a energia solar em vez de
combustível.
BRASIL, K. Voadeira movida a energia solar é opção para o transporte fluvial na Amazônia. Folha de S. Paulo, 12 maio 2012.

No texto, está descrita uma situação de mudança na tecnologia do transporte fluvial na Amazônia.
Configura-se como uma consequência ambiental derivada da mudança apresentada a redução
a) da área de mata ciliar.
b) da erosão dos solos aluviais.
c) de descargas elétricas nas águas.
d) do assoreamento dos cursos fluviais.
e) da emissão de poluentes atmosféricos.

5. (Enem, 2013) Empresa vai fornecer 230 turbinas para o segundo complexo de energia a base de ventos,
no sudeste da Bahia. O Complexo Eólico Alto Sertão, em 2014, terá capacidade para gerar 375 MW
(megawatts), total suficiente para abastecer uma cidade de 3 milhões de habitantes.
MATOS, C. GE busca bons ventos e fecha contrato de R$ 820 mi na Bahia. Folha de S. Paulo, 2 dez. 2012.

A opção tecnológica retratada na notícia proporciona a seguinte consequência para o sistema


energético brasileiro:
a) Redução da utilização elétrica.
b) Ampliação do uso bioenergético.
c) Expansão das fontes renováveis.
d) Contenção da demanda urbano-industrial.
e) Intensificação da dependência geotérmica.

6. Lula defende biocombustíveis das críticas crescentes


BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção de biocombustíveis pelo Brasil,
rejeitando as críticas de que ela acelera o aumento dos preços dos alimentos em todo o mundo e
prejudica o meio ambiente.
As crescentes críticas são um desafio à diplomacia brasileira e ao auge das exportações agrícolas, que
transformaram o Brasil no maior exportador mundial de etanol derivado da cana-de-açúcar.
Competidores e críticos tentaram relacionar várias das exportações agrícolas do país, da carne à soja,
com a destruição do meio ambiente e com más condições de trabalho.
RAYMOND COLITT, em 16/04/2008. Adaptado de www.estadao.com.br

O debate a respeito do uso de biocombustíveis não envolve apenas questões ambientais, mas também
diferentes interesses econômicos. Neste último caso, encontram-se países e empresas que lucram
com a utilização em larga escala dos combustíveis fósseis e produtores de biocombustíveis. Nesse
campo de lutas, o Brasil emerge como um potencial ator de primeira grandeza, posicionando-se no
centro dessa polêmica.
Um alegado risco ambiental decorrente da maior produção de biocombustíveis no Brasil e uma
vantagem territorial que fundamenta a defesa desta política de Estado, respectivamente, são:
a) desertificação – abundância de recursos hídricos
b) degradação dos solos – predomínio de solos férteis
c) desmatamento – disponibilidade de terras não cultivadas
d) disseminação de pragas – ocorrência de climas temperados
e) arenização – irrigação natural
Geografia

7. (Enem, 2014)

Disponível em: www.banktrack.org. Acesso em: 7 maio 2013 (adaptado).

A imagem indica pontos com ativo uso de tecnologia, correspondentes a que processo de intervenção
no espaço?
a) Expansão das áreas agricultáveis, com uso intensivo de maquinário e insumos agrícolas.
b) Recuperação de águas eutrofizadas em decorrência da contaminação por esgoto doméstico.
c) Ampliação da capacidade de geração de energia, com alteração do ecossistema local.
d) Impermeabilização do solo pela construção civil nas áreas de expansão urbana.
e) Criação recente de grandes parques industriais de mediano potencial poluidor.
Geografia

8. (Enem, 2008) A Lei Federal n.º 11.097/2005 dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética
brasileira e fixa em 5%, em volume, o percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel
vendido ao consumidor. De acordo com essa lei, biocombustível é “derivado de biomassa renovável
para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento,
para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de
origem fóssil”.
A introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira
a) colabora na redução dos efeitos da degradação ambiental global produzida pelo uso de
combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo.
b) provoca uma redução de 5% na quantidade de carbono emitido pelos veículos automotores e
colabora no controle do desmatamento.
c) incentiva o setor econômico brasileiro a se adaptar ao uso de uma fonte de energia derivada de
uma biomassa inesgotável.
d) aponta para pequena possibilidade de expansão do uso de biocombustíveis, fixado, por lei, em 5%
do consumo de derivados do petróleo.
e) diversifica o uso de fontes alternativas de energia que reduzem os impactos da produção do etanol
por meio da monocultura da cana-de-açúcar.

9. (Enem, 2010) A usina hidrelétrica de Belo Monte será construída no rio Xingu, no município de Vitória
de Xingu, no Pará. A usina será a terceira maior do mundo e a maior totalmente brasileira, com
capacidade de 11,2 mil megawatts. Os índios do Xingu tomam a paisagem com seus cocares, arcos e
flechas. Em Altamira, no Pará, agricultores fecharam estradas de uma região que será inundada pelas
águas da usina.
BACOCCINA, D. QUEIROZ, G.: BORGES, R. Fim do leilão, começo da confusão. IstoÉ Dinheiro. Ano 13, n.o 655, 28 abril 2010
(adaptado).

Os impasses, resistências e desafios associados à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte


estão relacionados
a) ao potencial hidrelétrico dos rios no norte e nordeste quando comparados às bacias hidrográficas
das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
b) à necessidade de equilibrar e compatibilizar o investimento no crescimento do país com os
esforços para a conservação ambiental.
c) à grande quantidade de recursos disponíveis para as obras e à escassez dos recursos
direcionados para o pagamento pela desapropriação das terras.
d) ao direito histórico dos indígenas à posse dessas terras e à ausência de reconhecimento desse
direito por parte das empreiteiras.
e) ao aproveitamento da mão de obra especializada disponível na região Norte e o interesse das
construtoras na vinda de profissionais do Sudeste do país.
Geografia

10. (Enem, 2008) O potencial brasileiro para gerar energia a partir da biomassa não se limita a uma
ampliação do Proálcool. O país pode substituir o óleo diesel de petróleo por grande variedade de óleos
vegetais e explorar a alta produtividade das florestas tropicais plantadas. Além da produção de
celulose, a utilização da biomassa permite a geração de energia elétrica por meio de termelétricas a
lenha, carvão vegetal ou gás de madeira, com elevado rendimento e baixo custo. Cerca de 30% do
território brasileiro é constituído por terras impróprias para a agricultura, mas aptas à exploração
florestal. A utilização de metade dessa área, ou seja, de 120 milhões de hectares, para a formação de
florestas energéticas, permitiria produção sustentada do equivalente a cerca de 5 bilhões de barris de
petróleo por ano, mais que o dobro do que produz a Arábia Saudita atualmente.
José Walter Bautista Vidal. Desafios Internacionais para o século XXI. Seminário da Comissão de Relações Exteriores e de
Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, ago./2002 (com adaptações).

Para o Brasil, as vantagens da produção de energia a partir da biomassa incluem:

a) implantação de florestas energéticas em todas as regiões brasileiras com igual custo ambiental e
econômico.
b) substituição integral, por biodiesel, de todos os combustíveis fósseis derivados do petróleo.
c) formação de florestas energéticas em terras impróprias para a agricultura.
d) importação de biodiesel de países tropicais, em que a produtividade das florestas seja mais alta.
e) regeneração das florestas nativas em biomas modificados pelo homem, como o Cerrado e a Mata
Atlântica.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. CONTRA
1) Área alagada - a área de água represada que vai alimentar as turbinas de Belo Monte ocupará cerca
de 90 mil campos de futebol na bacia do Xingu. São 640 km² de extensão de área alagada equivalente a
1/3 da cidade de São Paulo.
2) Caos social - a realocação de quase seis mil famílias, o aumento do índice de estupros e criminalidade
com a chegada de grande empreendimento que altera toda a dinâmica de vida da população, a exemplo
do que ocorre em Altamira. O perfil de moradia e de ocupação socioespacial irá se alterar. Comunidades
perderão seu modo de vida e direito à terra. 20 mil pessoas foram obrigadas a sair de suas casas.
3) Desmatamento - haverá a drenagem de água de outras regiões para abastecer o volume do
reservatório, impactando outros rios e comunidades, exigindo desmatamento de uma área de 100
milhões de m³ de floresta.
4) Questão indígena - a desapropriação do Xingu e alteração do seu valor de uso trarão graves impactos
às comunidades indígenas que usufruíram da vida do rio. 100 km do Xingu terão a vazão reduzida, para
além do impacto da própria obra. Estima-se que milhares de indígenas serão afetados.

A FAVOR
1) Potencial hidrelétrico brasileiro - numa demanda por energia crescente, devemos olhar para o território
brasileiro e perceber que nossa imensa disponibilidade hídrica favorece a implantação de hidrelétricas.
2) Rendimento - as hidrelétricas são um tipo de energia de baixo custo, uma vez que, para igualar a
produção de Belo Monte, por exemplo, seria o equivalente a 19 termelétricas e 17 usinas nucleares como
Angra II.
3) PIB e a crescente demanda - para melhorar o crescimento econômico do Brasil, há uma crescente
demanda de energia. De acordo com o crescimento do PIB, a demanda por energia deve dobrar a cada
12 anos.
4) Pequena área alagável - se comparado a outras usinas, 640 km² de área alagada não é muito. Ela vai
operar em 42% de sua capacidade, o que é algo normal pelas estiagens e acima da média, sendo mais
eficiente do que em outros países.

2. Exemplos de fonte de energia alternativa e renovável são a energia solar e a eólica, que são alternativas
aos combustíveis fósseis. São renováveis pois o Sol e o vento, as fontes necessárias para fazer essas
energias, não se esgotam num tempo de vida humano. Um exemplo de fonte de energia alternativa e não
renovável é a nuclear, por não utilizar recursos que são naturalmente reabastecidos.

3. A vantagem é ser uma energia limpa, que não emite poluentes atmosféricos, como o CO 2, e produz uma
quantidade bem grande de energia a partir da fissão atômica dos núcleos. Já as desvantagens, devemos
citar o risco de acidentes, a emissão de lixo radioativo que permanece radioativo por centenas de anos
e o aquecimento das águas superficiais dos mares próximos às usinas, já que a água é usada para
resfriar turbinas deste tipo de indústria.
Geografia

4. B
A poluição sonora pode ser entendida enquanto uma desvantagem desses parques, uma vez que as
turbinas com o vento geram bastante ruído. Outra desvantagem possível de ser citada é a demanda por
grande quantidade de terra em regiões costeiras, usadas muito para o turismo.

5. Entre as vantagens podemos destacar: baixo custo de aquisição, não emissão de dióxido de enxofre, e
menor emissão de dióxido de carbono, as cinzas são menos agressivas ao meio ambiente que as
provenientes de combustíveis fósseis e menor corrosão dos equipamentos (caldeiras, fornos etc.)

Exercícios de vestibulares

1. D
O congresso brasileiro ao aprovar a Política Nacional sobre Mudança do Clima se compromete a
combater o aquecimento global. Assim, investir em energias sustentáveis e combater o desmatamento
são ações que o governo deve realizar para cumprir esse objetivo.

2. B
Fernando de Noronha, por ser uma área associada à sustentabilidade, relaciona-se com o uso de fontes
limpas, como a solar e a eólica, visando ao cuidado ambiental.

3. D
A importância da matriz energética brasileira é derivada das condições naturais do território, isto é a
disponibilidade de diferentes recursos, bem como clima e solos agricultáveis, o que possibilita um papel
de destaque na possibilidade de gerar energia a partir de diferentes fontes.

4. E
A consequência ambiental derivada da mudança é a redução da emissão de poluentes atmosféricos,
pois o consumo de combustível fóssil foi substituído pelo uso de eletricidade gerado pela fonte solar.

5. C
Com a expansão da produção de energia eólica na Bahia, essa fonte energética representará uma parcela
maior na matriz energética brasileira, o que estimulará o uso de outras fontes alternativas e renováveis.

6. C
Entre as desvantagens do uso dos biocombustíveis, pode-se citar a necessidade de grandes áreas
agricultáveis, o que pode contribuir para a intensificação do desmatamento. Por outro lado, há inúmeras
terras não cultivadas e improdutivas que podem ser utilizadas para tal objetivo.
7. C
Os três pontos indicam uso ativo de tecnologia para geração de energia e respectivamente alteração do
ecossistema local. O ponto localizado no RJ corresponde às Usinas Nucleares de Angra. O ponto
localizado no Estado de Rondônia corresponde às usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, enquanto
o ponto localizado no estado do Pará corresponde à Belo Monte.

8. A
Os biocombustíveis são uma alternativa ao uso dos combustíveis fósseis e são produzidos a partir de
biomassa, no caso brasileiro, a partir da cana-de-açúcar, o que faz com que esses combustíveis sejam
ideais para a redução da emissão de gases poluentes que contribuem para o aquecimento global.

9. B
Os impasses, resistências e desafios comentados no texto estão relacionados à necessidade de
equilibrar o crescimento econômico do país com o consumo de recursos naturais. Essa questão passa
Geografia

principalmente pelo tema energético devido aos impactos associados às diferentes fontes energéticas
do país.

10. C
As florestas energéticas são um exemplo de silvicultura pois são criadas com o objetivo de evitar o
desmatamento sobre as florestas naturais. Elas contribuem para o fornecimento de biomassa florestal
para, por exemplo, produção de biocombustíveis. Além disso, o reflorestamento para uso energético
exerce um importante papel na utilização de terras degradadas.
História

Independência da América espanhola

Objetivo
Compreender o processo de independência das colônias espanholas na América, relacionando o contexto
geral do Ocidente – com a Revolução Francesa, a independência dos Estados Unidos, a difusão do Iluminismo
e as Guerras Napoleônicas – à crescente insatisfação dos moradores das colônias. A aula também visa
explorar as fases desse processo e os diferentes projetos políticos pensados para a América independente.

Se liga
Para mandar bem nesse conteúdo, é essencial ter visto as matérias sobre a América espanhola e a Era
Napoleônica.

Curiosidade
Em 2013 foi lançado nos cinemas a produção venezuelana “O Libertador”, que conta a história de Simón
Bolívar, desde a sua infância, destacando seus amores, a educação iluminista, as viagens pela Europa e a
participação do líder revolucionário nas lutas de independência. O filme foi uma grande produção do diretor
Alberto Arvelo, sendo um dos filmes mais caros já produzidos na América Latina; além disso, foi indicado para
o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Teoria

A administração colonial
A Espanha exercia um rígido controle sobre suas colônias; assim, o exclusivo metropolitano era muito
presente nas terras dominadas na América e especialmente rigoroso no combate à evasão dos metais
preciosos aqui explorados. Dessa forma, para melhor gerir as riquezas coloniais, a metrópole espanhola
dividiu suas posses na América em quatro vice-reinos, com
representantes da Coroa responsáveis por administrar as regiões mais
ricas e com maior foco em comércio, que seriam:
• Vice-Reino da Nova Espanha (México e parte dos Estados Unidos);
• Vice-Reino de Nova Granada (Colômbia e Equador);
• Vice-Reino do Peru (Peru e Bolívia);
• Vice-Reino do Rio da Prata (Paraguai, Uruguai e Argentina).

Além dos vice-reinos, a Coroa espanhola também criou regiões administrativas, conhecidas como capitanias-
gerais, para administrar regiões de importância estratégica e militar para o domínio espanhol. Tais capitanias
foram:
• Capitania-geral de Cuba (1764);
• Capitania-geral do Chile (1541);
• Capitania-geral da Guatemala (1560);
• Capitania-geral da Venezuela (1777).
História

Tal divisão administrativa, portanto, permitia que a metrópole enviasse importantes súditos do rei para
comandar as defesas coloniais e administrar a exploração e a saída das riquezas da América. Entretanto os
principais conselhos administrativos que tomavam as decisões sobre a colônia não estavam sediados nas
posses ultramarinas, nem mesmo contavam com a participação de colonos.

A chamada Casa de Contratação das Índias, por exemplo, foi uma importante empresa colonial responsável
pela administração das posses americanas e fiscalização da cobrança de impostos. Apesar de contar com
filiais na colônia, sua sede se localizava na importante cidade de Sevilha e posteriormente em Cádiz.

Como a Casa de Contratação era a responsável pela fiscalização de impostos e de comércio, todos os
mercadores e riquezas que circulassem entre a Europa e as Américas deveriam prestar contas à instituição.
Dessa forma, para evitar contrabandos e a perda de riquezas, a Casa de Contratação instituiu o chamado
regime de porto único, que determinava que o comércio só poderia ser realizado com mercadorias saindo
dos portos coloniais de Vera Cruz (México), Porto Belo (Panamá) e Cartagena (Colômbia) e entrando apenas
por Sevilha ou Cádiz.

Por fim, a instituição mais importante para a organização de toda essa administração foi o Conselho das
Índias, que era responsável por auxiliar o rei na administração de suas colônias. Assim, o conselho deveria
criar e organizar os vice-reinos, indicar indivíduos para cargos de importância, estabelecer como seria a
relação com os indígenas, orientar as defesas coloniais, criar as normas que seriam aplicadas às colônias,
funcionar como tribunal e organizar a ocupação da colônia.
História

A sociedade colonial
A pirâmide social nos territórios americanos motivou muitos problemas e conflitos. Durante a colonização, a
elite política da sociedade era formada pelos chapetones, espanhóis nascidos na metrópole e que tinham
diversos privilégios, entre eles a possibilidade de ocupar importantes cargos políticos e religiosos, como
administradores, fiscais, clérigos e oficiais escolhidos pela metrópole.

Abaixo dos chapetones, sem muitos privilégios e poderes políticos, mas com um crescente poder econômico,
estavam os chamados criollos, filhos de espanhóis brancos nascidos na colônia. Por terem nascido na
América, não eram escolhidos pela metrópole para os cargos administrativos mais importantes; no entanto,
graças à força econômica, puderam controlar alguns órgãos, como os cabildos (equivalente às câmaras
municipais).

Por volta de 1800, a elite colonial hispano-americana era composta por


cerca de três milhões de criollos. Essa elite não formava um bloco
coeso, subdividindo-se de acordo com os interesses regionais,
surgidos em decorrência da própria organização administrativa
colonial. Vale destacar que a maioria desses criollos, ao longo do
século XVIII, passou a ser influenciada por importantes movimentos
que ocorriam no ocidente. Como muitos jovens costumavam
frequentar as universidades europeias, ler livros atuais e se encontrar
em lojas maçônicas, os textos iluministas logo se difundiram por esse
grupo social, assim como as notícias de movimentos como as
independências dos Estados Unidos e do Haiti e a Revolução Francesa.

Abaixo dos criollos, com pouquíssimos privilégios ou poderes, havia os mestiços, que eram os filhos de
espanhóis com indígenas ou negros que atuavam muitas vezes como trabalhadores livres, artesãos e
pequenos comerciantes. Por fim, na base dessa sociedade, encontravam-se os negros escravizados
(sobretudo nas ilhas da América central) e os indígenas em regime de trabalho compulsório pela mita ou
encomienda.

Cabe ressaltar que, na sociedade colonial, a possibilidade de ascensão social era baixíssima; além disso, entre
os séculos XVI e XVIII, a condição dos indígenas, mestiços e negros escravizados havia mudado pouco.
Apesar de alguns mestiços e indígenas possuírem pequenos privilégios, a realidade da maior parte da
população era uma condição severa de exploração, com muito trabalho. Para os criollos, também havia alta
carga de impostos e poucos benefícios e privilégios, quando comparados aos chapetones.

Essa situação se tornou ainda mais agressiva no século XVIII, quando o déspota esclarecido Carlos III (1759–
1788) promoveu as Reformas Bourbônicas. Ao longo do século XVIII, a fraqueza espanhola ante a ascensão
de potências (como a Inglaterra), o fracasso em conflitos (como a Guerra dos Sete Anos) e os gastos militares
colocaram a economia espanhola em uma situação delicada. Dessa forma, interessado em uma redução da
dependência econômica espanhola e em uma modernização do reino, o rei Carlos III promoveu um conjunto
de reformas de caráter liberal e outras claramente pautadas nas práticas mercantilistas.

Entre elas, podemos citar a manutenção da proibição do comércio entre as colônias e outros reinos
(reforçando o exclusivo metropolitano), a continuidade na proibição de indústrias na América, aumento da
força militar, criação de novas companhias de comércio e do Vice-Reino do Prata, expulsão dos jesuítas do
Império espanhol e o aumento da carga tributária entre os colonos.
História

De fato, as Reformas Bourbônicas tentaram modernizar a economia espanhola com medidas mais liberais
internamente. No entanto, para as colônias, havia um reforço da prática mercantilista e uma nítida tentativa
de revigorar a colonização. Tais medidas foram recebidas com grande insatisfação pelos habitantes da
colônia, que logo se organizaram em importantes movimentos emancipacionistas.

As independências da América espanhola


Nessa conjuntura, as Reformas Bourbônicas, a ascensão de Napoleão Bonaparte na França e o
estabelecimento do bloqueio continental contra a Inglaterra foram fundamentais para o processo de
independência da América Espanhola.

Para fins didáticos, podemos dividir as lutas coloniais contra a Espanha em três fases:

1. Movimentos precursores (1780–1810)


A população colonial demonstrou-se altamente insatisfeita com as Reformas Bourbônicas; assim, logo
surgiram movimentos defendendo a emancipação de regiões da colônia. Essa fase é considerada a primeira
etapa do processo de independência e foi um importante momento para demonstrar o enfraquecimento do
poder da Coroa.

Rebelião de Tupac Amaru (1780)


Em novembro de 1780, no Vice-Reino do Peru, o líder indígena José Gabriel Condorqui, que se autoproclamava
Tupac Amaru II (por ser descendente do antigo imperador inca), rebelou-se contra a metrópole. A chamada
Rebelião de Tupac Amaru organizou um exército formado por trabalhadores livres, mestiços, indígenas e
negros que eram contrários à exploração das camadas mais pobres. Apesar do apoio inicial de alguns criollos,
eles logo retiraram o suporte, já que o movimento se tornou extremamente popular e uma ameaça para essa
própria elite. Tupac Amaru foi capturado; e, para servir como exemplo, o líder indígena teve sua língua cortada
e o corpo arrastado por cavalos.

Movimento Comunero (1781)


Em 1781, no Vice-Reino de Nova Granada, colonos insatisfeitos com as reformas criaram uma junta de
governo chamada de El Común. Mais uma vez a camada criolla apoiou inicialmente o movimento; no entanto,
com a rápida e massiva adesão dos setores populares e a radicalização promovida por líderes mestiços,
como José Antônio do Galan, essa elite econômica se afastou. Com o afastamento dos criollos e a prisão de
Galan, o movimento que visava se rebelar contra a metrópole também fracassou e viu seu principal líder ser
esquartejado.

2. Rebeliões fracassadas (1810–1816)


No início do século XIX, a Europa se tornou palco de uma série de conflitos, que ficaram conhecidos como as
Guerras Napoleônicas. Nesse período, os avanços de Napoleão Bonaparte na Península Ibérica, a imposição
de José Bonaparte como rei da Espanha (após a prisão de Felipe VII), a difusão do pensamento iluminista
(assim como a influência das independências dos Estados Unidos e do Haiti) e o enfraquecimento da
administração colonial desencadearam novas lutas por independência nas colônias da América espanhola.

Visto isso, quando o rei Felipe VII foi deposto pelas tropas napoleônicas, os criollos na colônia se organizaram
em cabildos e formaram as juntas governativas. Por meio dessa nova organização, a elite econômica
enfraqueceu ainda mais a autoridade metropolitana e passou a conviver com grande autonomia, controlando
a administração colonial.
História

Essa experiência de liberdade aguçou os interesses por uma emancipação definitiva. Assim, esse período foi
marcado por algumas declarações de independência e por alguns sucessos iniciais – como a emancipação
da Venezuela, da Colômbia, do México e do Equador, em 1810, e da Argentina, em 1816.

Nessa fase, ficou evidente a falta de concordância entre os colonos e as dificuldades encontradas para
consolidar as independências. Havia, além disso, falta de apoio externo, pois a Inglaterra, por exemplo, embora
tivesse interesse nos mercados americanos, enfrentava ainda os exércitos napoleônicos e tinha que lidar com
as dificuldades causadas pelo bloqueio continental.

Apesar dessas lutas e das pequenas vitórias, a derrota de Napoleão não alterou muito a antiga condição
colonial; pois, em 1814, Fernando VII voltou ao trono na Espanha e buscou ampliar a repressão aos
movimentos de emancipação e reconquistar os territórios perdidos.

3. Rebeliões vitoriosas (1817–1824)


Com o retorno de Fernando VII ao poder, as forças realistas, que apoiavam o monarca e eram formadas por
alguns criollos leais à metrópole e por chapetones, logo se mobilizaram para frear o processo de emancipação.
Dessa forma, apesar das declarações de independências, apenas após 1817 esses movimentos passaram a
conquistar definitivamente suas vitórias, com lutas sangrentas.

Sob as lideranças de figuras como Simón Bolívar, José de San Martín, Miguel Hidalgo, Manuel Belgrano e
Bernardo O’Higgins, os chamados Libertadores da América, conseguiram reunir grandes exércitos populares
na luta contra as forças realistas. Além disso, interessados em lucrar com a abertura comercial do continente,
países como a Inglaterra e os Estados Unidos – por meio da Doutrina Monroe, expressa na ideia de “América
para os americanos”) – também se posicionaram a favor dos processos de independência. Os Estados Unidos
se opuseram a qualquer tentativa de intervenção militar, imperialista ou colonizadora da Santa Aliança (criada
durante o Congresso de Viena) no continente americano.

Assim, em diversas partes da América os movimentos emancipacionistas foram conquistando espaço e


derrotando as tropas leais à metrópole. A partir de 1820, com as revoluções liberais na Espanha, o poder da
metrópole se enfraqueceu ainda mais; possibilitando, enfim, que os exércitos de independência saíssem
vitoriosos.

Indispensável dizer que nem todas as colônias americanas se tornaram independentes nesse período;
algumas, como Cuba e Porto Rico, só conseguiram sua independência no final do século. Outras áreas hoje,
como as Ilhas Malvinas e a Guiana Francesa, ainda permanecem sob a tutela de países europeus.
Recentemente, Barbados, que era uma possessão inglesa, tornou-se uma república independente; e, ninguém
mais, ninguém menos que a cantora Rihanna foi condecorada heroína nacional do país. É ELA!!!
História

Os libertadores da América
José de San Martín
José de San Martín foi um criollo nascido em 1778, em Yapeyú (atual Argentina), que teve papel importante
nas lutas de libertação da Argentina, Chile e Peru. Como San Martín foi educado e viveu parte de sua vida na
Espanha, tornou-se um militar das forças espanholas na juventude e chegou a atuar com grande importância
nas Guerras Napoleônicas ao lado dos espanhóis.

Ainda no início do século XIX, a entrada de San Martín para a maçonaria o colocou em contato com as ideias
iluministas e com colonos americanos que já se empenhavam nas lutas pela independência. Esse crescente
contato foi fundamental para uma transformação na mentalidade de San Martín, que renunciou em 1812 ao
seu cargo no exército espanhol e se dirigiu para a América.

As expedições de San Martín o levaram da Argentina ao Peru; entretanto, antes da independência peruana
definitiva, as tropas de San Martín, que já haviam conquistado grande parte da região, encontraram-se em
Guayaquil, no Equador, com as forças de um outro importante líder separatista, o venezuelano Simón Bolívar.
No encontro em Guayaquil, apesar de não divergirem quanto a importância das independências, os projetos
políticos almejados por Bolívar e por San Martín eram opostos.

O argentino, educado na Espanha, era monarquista e acreditava que a melhor forma de consolidar as
independências e garantir o reconhecimento delas seria mantendo o continente fragmentado e governado
por nobres europeus em um regime de monarquia constitucionalista, que poderia evitar futuras guerras.
Bolívar, por sua vez, defendia um projeto de independência completamente oposto. Pela falta de apoiadores,
após o encontro em Guayaquil, San Martín decidiu abrir mão de seu projeto e voltar para a Argentina.

Simón Bolívar
Nascido na atual Venezuela, Bolívar fazia parte da camada criolla da sociedade e contava com grande
prestígio econômico, uma educação iluminista e grande preparo militar. Graças a essa formação, aos poderes
econômicos e à popularidade entre as camadas mais pobres, o criollo venezuelano teve papel de destaque
na emancipação política das colônias espanholas, ficando conhecido como “O Libertador”.

Enquanto San Martín realizava expedições pelo sul e pela costa chilena; Bolívar protagonizava o processo de
independências das colônias ao norte da América do Sul, sendo a grande liderança nas emancipações da
Venezuela (1817), Colômbia (1819) e Equador (1821), onde formou a nação
independente e republicana da Grã-Colômbia, em 1821.

A construção da Grã-Colômbia já revelava o quanto os ideais de Bolívar e seus


projetos políticos divergiam dos de San Martín. Diferentemente do “libertador”
argentino, o líder venezuelano almejava unificar a América em uma grande
confederação republicana; defendendo, assim, ideias que ficaram conhecidas
como pan-americanistas. As ideais de Bolívar foram sintetizadas na Carta de
Jamaica, escrita em 1815:

“É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o mundo novo uma só nação com um só vínculo, que ligue
suas partes entre si e com o todo. Já que tem uma mesma origem, uma mesma língua, mesmos costumes e
uma religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que considerasse os diferentes Estados que haverão
de formar-se […].”
(“A Carta de Jamaica”)
História

A proposta do Pan-americanismo foi discutida no Congresso do Panamá (1826); mas os esforços de Bolívar
não foram suficientes para manter unidas as regiões que ajudou a libertar. Seus ideais se chocaram com os
interesses das oligarquias locais e com a oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, que não consideravam
interessante a formação de uma confederação que garantisse a união e força às regiões recém-
independentes. Após o fracasso no Panamá, a América Latina fragmentou-se politicamente em pequenos
Estados soberanos, governados pela aristocracia criolla.
História

Exercícios de fixação

1. Como era chamada a elite econômica da América espanhola que não possuía privilégios políticos?
a) Criollos.
b) Chapetones.
c) Curacas.
d) Mamelucos.

2. As colônias espanholas na América foram divididas em:


a) Capitanias hereditárias.
b) Vice-reinos.
c) Metrópoles.
d) Sesmarias.

3. Dos Libertadores da América citados, qual desses foi responsável pela formação da Grã-Colômbia?
a) D. Pedro I.
b) Simón Bolívar.
c) San Martín.
d) Tupac Amaru.

4. Quais eram as principais diferenças entre os projetos políticos de San Martín e Simón Bolívar para a
América independente?

5. Qual país apoiou as independências da América Espanhola?


a) Espanha.
b) Rússia.
c) Inglaterra.
d) Portugal
História

Exercícios de vestibulares

1. (UPE, 2016) O XIX foi o século de efervescência nacionalista na Europa, marcado pela implantação das
instituições da Revolução Francesa e pelo desenvolvimento das forças produtivas via Revolução
Industrial inglesa. A ruptura com o processo colonial no Novo Mundo se deriva dessas revoluções
europeias. Surge uma coleção de nações com variados processos genéticos e padrões de construção
diferenciados.
LESSA, Carlos. Nação e Nacionalismo a partir da experiência brasileira. São Paulo: Estudos Avançados. 22 (62), 2008.
(Adaptado)
Os primeiros processos de emancipação política, no contexto descrito, que causaram grande impacto
na América Latina e influenciaram fortemente os demais territórios ocorreram, respectivamente, no:
a) Brasil e na Argentina.
b) na Guiana e no Suriname.
c) no México e na Venezuela.
d) na Colômbia e no Equador.
e) nos Estados Unidos e no Haiti.

2. (Enem, 2021) Por que o Brasil continuou um só enquanto a América espanhola se dividiu em vários
países?
Para o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho, no Brasil, parte da sociedade era muito mais
coesa ideologicamente do que a espanhola. Carvalho argumenta que isso se deveu à tradição
burocrática portuguesa. "Portugal nunca permitiu a criação de universidades em sua colônia”. Por outro
lado, na América espanhola, entre 1772 e 1872, 150 mil estudantes se formaram em universidades
locais. Para o historiador mexicano Alfredo Ávila Rueda, as universidades na América espanhola eram,
em sua maioria, reacionárias. Nesse sentido, o historiador mexicano diz acreditar que a livre circulação
de impressos (jornais, livros e panfletos) na América espanhola, que não era permitida na América
portuguesa (a proibição só foi revertida em1808), teve função muito mais importante na construção de
regionalismos do que propriamente as universidades.
BARRUCHO, L. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 8 set. 2019 (adaptado).
Os pontos de vista dos historiadores referidos no texto são divergentes em relação ao
a) papel desempenhado pelas instituições de ensino na criação das múltiplas identidades.
b) controle exercido pelos grupos de imprensa na centralização das esferas administrativas.
c) abandono sofrido pelas comunidades de docentes na concepção de coletividades políticas.
d) lugar ocupado pelas associações de acadêmicos no fortalecimento das agremiações estudantis.
e) protagonismo assumido pelos meios de comunicação no desenvolvimento das nações
alfabetizadas.
História

3. (Unesp, 2015) Era o fim. O general Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios ia
embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais vasto que
as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e o tinha governado
com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava sequer o consolo de
acreditarem nele. O único que teve bastante lucidez para saber que na realidade ia embora, e para onde
ia, foi o diplomata inglês, que escreveu num relatório oficial a seu governo: “O tempo que lhe resta mal
dá para chegar ao túmulo. ”
(Gabriel García Márquez. O general em seu labirinto, 1989.)
O perfil de Simón Bolívar, apresentado no texto, acentua alguns de seus principais feitos, mas deve ser
relativizado, uma vez que Bolívar
a) foi um importante líder político, mas jamais desempenhou atividades militares no processo de
independência da América Hispânica.
b) obteve sucesso na luta contra a presença britânica e norte-americana na América Hispânica, mas
jamais conseguiu derrotar os colonizadores espanhóis.
c) defendeu a total unidade das Américas, mas jamais obteve sucesso como comandante militar nas
lutas de independência das antigas colônias espanholas.
d) teve papel político e militar decisivo na luta de independência da América Hispânica, mas jamais
governou a totalidade das antigas colônias espanholas.
e) atuou no processo de emancipação da América Hispânica, mas jamais exerceu qualquer cargo
político nos novos Estados nacionais.

4. (Unicentro, 2019) Em 1822, Simon Bolivar e José de San Martim reuniram-se em Guaiaquil, atual
Equador. Os dois “libertadores da américa” tinham planos diferentes para o futuro do continente, daí
que, após esse encontro:
a) San Martin retornou para a Argentina e Bolívar continuou as lutas de independência contra as forças
espanholas.
b) San Martim continuou as lutas de independência e Bolívar retornou para a Venezuela.
c) eles uniram os exércitos e, juntos, venceram definitivamente as forças espanholas na América.
d) Bolívar planejava a fragmentação da América espanhola em diversos pequenos países
independentes, o que enfraqueceu a luta de ambos, sendo, finalmente, derrotados pelos exércitos
espanhóis.
e) San Martim traiu Bolívar e revelou a conspiração de independência para a Coroa espanhola.

5. (FGV, 2021) As independências das colônias da América Ibérica tiveram aspectos semelhantes e
particularidades locais.
Entre as semelhanças mais relevantes, pode-se citar
a) a ruptura política sem uma revolução comparável nas estruturas sociais do período colonial.
b) a oposição manifesta dos libertadores aos princípios revolucionários da filosofia iluminista.
c) a ausência de participação de significativos movimentos populares nos processos independentistas.
d) a manutenção dos laços comerciais privilegiados com a economia das antigas metrópoles.
e) a importância ideológica do projeto futuro de unificação política dos povos americanos.
História

6. (FGV, 2011) “A luta pela independência na América espanhola implicou uma passagem de todo poder
político àqueles que já possuíam a maior parte do poder econômico. ”
(Leon Pomer. As Independências na América Latina, 1981.)
A partir do fragmento, é correto afirmar que o processo de independência da América espanhola
a) decorreu de uma série de contradições políticas e sociais, como a questão do espaço social a ser
ocupado pelos povos indígenas e os negros, e não teve qualquer influência decisiva da conjuntura
europeia do início do século XVIII.
b) foi produto de uma longa negociação entre os interesses absolutistas espanhóis, sob o comando
do rei Fernando VII, e as classes médias espalhadas pelos vice-reinos, que possibilitou a ruptura dos
vínculos políticos sem a quebra dos econômicos.
c) contou com o importante apoio das forças diplomáticas e militares portuguesas, interessadas no
rompimento dos vínculos coloniais entre a Espanha e a América, com o objetivo maior de atender
aos anseios ingleses.
d) foi, em geral, comandado pelos criollos, a elite colonial, que se sentiam prejudicados pela
centralização administrativa e pelos privilégios oferecidos aos chapetones, a elite nascida na
Espanha.
e) permitiu, inicialmente, que os interesses ingleses fossem atendidos, porém a dinâmica das
emancipações nacionais estabeleceu a fragmentação dos vice-reinados, o que gerou revoluções
escravas pelo continente.

7. (FGV, 2015) Em 1776, foi declarada a emancipação política dos Estados Unidos. Comparando o
processo de independência estadunidense com outros casos na América, podemos afirmar que:
a) a independência dos Estados Unidos foi pacífica, semelhante ao processo brasileiro e diferente do
restante da América espanhola, caracterizado pelas guerras contra forças metropolitanas.
b) a escravidão não foi abolida pelo governo dos Estados Unidos no momento da independência
política, de maneira semelhante ao que ocorreu no Brasil e na maior parte da América Latina.
c) ao contrário do caso brasileiro e latino-americano, a independência dos Estados Unidos foi liderada
pelas camadas populares da sociedade colonial.
d) a instauração de repúblicas democráticas é um traço comum entre o processo de emancipação
política dos Estados Unidos e o das outras nações do continente americano.
e) ao estabelecer a sua independência, os líderes estadunidenses imediatamente concederam direito
de voto às mulheres, o que não ocorreu no Brasil e tampouco no restante da América Latina.
História

8. (UFRGS 2019) “O propósito de muitos, se não da maioria, dos conflitos políticos da América espanhola,
no período posterior à independência, foi simplesmente determinar quem deveria controlar o Estado e
seus recursos. Não obstante, surgiram outras importantes questões políticas que variaram de país para
país em caráter e importância. Entre 1810 e 1845, a discussão sobre estrutura centralista e federalista
do Estado foi fonte de violento conflito no México, na América Central e na região do Prata.”
SAFFORD, Frank. Política, ideologia e sociedade na América espanhola do pós-independência. In: BETHELL, Leslie. História
da América Latina, vol. III: da Independência até 1870. São Paulo: Edusp, 2001. p. 369.
O segmento faz menção aos conflitos que se seguiram às independências na América Espanhola.
Assinale a alternativa que indica algumas das consequências desses confrontos.
a) O conflito entre federalistas e centralistas resultou em governos constitucionalmente frágeis e
politicamente instáveis em quase toda a região, durante parte do século XIX.
b) A recolonização da região pela Espanha, dada a fragilidade institucional das novas repúblicas
independentes.
c) O surgimento de governos democráticos e com ampla participação popular, ainda no século XIX,
como uma das formas de resolução desses conflitos políticos.
d) A estruturação de monarquias centralizadas por toda a região, após o fracasso político das
repúblicas independentes.
e) A vitória dos movimentos federalistas e a derrota definitiva dos projetos centralistas e autoritários
que se opunham a eles.

9. (Cesmac, 2018) A independência da América Espanhola teve por fundo um quadro político internacional
que lhe favoreceu, sobressaindo-se nele:
a) a vitória do Absolutismo de direito divino na Espanha.
b) a Revolução Industrial espanhola.
c) o Despotismo Esclarecido.
d) a vitória britânica na guerra de independência dos Estados Unidos.
e) as guerras napoleônicas.
História

10. (UFPR, 2020) Considere o texto abaixo:


A emancipação fora conseguida num contexto de violência generalizada, que causara a morte de
centenas de milhares de pessoas, em especial na Colômbia, na Venezuela, no México e no Haiti. Os
países que sofreram menos baixas foram Brasil, Equador, Paraguai e os da América Central. Os
sofrimentos da população foram agravados pelos deslocamentos, como o “êxodo oriental” no
Uruguai em 1811 e a fuga em massa dos partidários da independência do Chile, que tiveram de
emigrar de Concepción para Santiago em 1817.
(DEL POZO, José. História da América Latina e do Caribe: dos processos de independência aos dias atuais. Trad. Ricardo
Rosenbusch. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2009, p. 41.)
Considerando as informações do trecho acima, os conhecimentos sobre o contexto histórico e os
aspectos sociais e políticos da independência dos países latino-americanos e do Caribe, é correto
afirmar:
a) As políticas liberais que surgiram na década de 1850, no processo de consolidação das
independências, favoreceram a aquisição de terras pelas comunidades indígenas.
b) Líderes políticos como Bolívar e Bernardo O’Higgins, entre outros, passaram a apoiar a
independência do Brasil em 1822, e, sobretudo, incentivaram a instauração do regime
monárquico.
c) A participação das mulheres nos processos de independência assumiu somente o papel atribuído
a elas nesse tipo de conflito, como o de preparar comida para as tropas e cuidar dos feridos.
d) Com o fim dos conflitos, os países emancipados da região saldaram as pesadas dívidas que
contraíram com os bancos ingleses.
e) Somente Cuba e Porto Rico não se emanciparam, permanecendo como colônias espanholas até
1898.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
A sociedade colonial espanhola era dividida entre: chapetones, que formavam a elite política dos
nascidos na metrópole; criollos, que eram ricos nascidos na colônia, mas sem privilégios políticos; e, na
base, os trabalhadores livres, indígenas, mestiços e negros escravizados.

2. B
Para facilitar a administração colonial e a exploração das riquezas, a metrópole dividiu a colônia em vice-
reinos, que seriam governados por espanhóis indicados pela Coroa.

3. B
Simón Bolívar foi o grande libertador das capitanias e vice-reinos do norte da América do Sul, sendo
responsável por unificar a região, criando a república da Grã-Colômbia.

4. San Martín defendia uma América fragmentada e com monarquias constitucionais, formadas por reis
que seriam nobres europeus. Já Bolívar defendia uma América unificada, com as antigas colônias
espanholas formando um único Estado, independente e republicano.

5. C
A Inglaterra apoiou o processo de independência das colônias espanholas, pois tinha interesse na
formação de um mercado para os produtos da Revolução Industrial.

Exercícios de vestibulares

1. E
A independência dos Estados Unidos, em 1776, e a independência do Haiti, em 1804, influenciaram
profundamente os processos de emancipação das colônias espanholas no início do século XIX.

2. A
Enquanto José Murilo de Carvalho evidencia a importância das universidades para a construção de
múltiplas identidades, Alfredo Ávila Rueda diminui essa importância e destaca o valor da circulação de
impressos.

3. D
O trecho destaca que, apesar de todos os feitos de Simon Bolívar para tentar manter as antigas colônias
espanholas independentes e unidas, essa não foi uma realidade que se concretizou; portanto, ele não
pôde governar um Estado republicano unido, como era da sua vontade.

4. A
O projeto de San Martín não contou com grande apoio popular, pois visava construir Estados com
regimes monarquistas e governados por europeus. Assim, após o encontro de Guayaquil, San Martín
renunciou a seu projeto e voltou para a Argentina.

5. A
Apesar da quebra do monopólio instituído pela metrópole e da liberdade política proveniente da
independência, as estruturas sociais das antigas colônias espanholas se mantiveram bem parecidas,
com a elite no poder (agora a criolla), a manutenção da escravidão na maioria das regiões e a exploração
massiva dos nativos.

6. D
Imbuídos das ideias iluministas e liberais, boa parte dos movimentos emancipatórios na América Latina
contaram com a liderança dos criollos, elite econômica que não possuía tanto poder político nas colônias.
História

7. B
A maioria dos processos de independência da América não tiveram como consequência a imediata
abolição da escravidão. No caso do Haiti e da República Dominicana, houve um processo de
independência paralelo ao da abolição; mas, na América espanhola, a abolição contou com datas
diferentes.

8. A
Apesar de possuir defensores de uma integração regional, as diferenças fizeram com que a unidade
territorial da antiga colônia espanhola não fosse mantida. Entre as principais diferenças, estão os
confrontos entre centralizadores e federalistas.

9. E
Os avanços do exército francês na Península Ibérica e a imposição de José Bonaparte como rei da
Espanha levou ao enfraquecimento da administração colonial, que desencadeou vários movimentos por
independência nas colônias da América espanhola.

10. E
Cuba e Porto Rico tiveram processos revolucionários tardios se comparados aos outros ocorridos na
América Espanhola, ainda na primeira metade do século XIX.
História

Independência das Treze Colônias Inglesas

Objetivo
Você aprenderá sobre o processo de independência das Treze Colônias Inglesas, compreendendo os motivos
da insatisfação dos colonos, a emancipação, a formação dos Estados Unidos e a consequência desse
movimento para a América e a Europa.

Se liga
Para mandar bem nesse conteúdo, é de suma importância que você tenha visto as matérias sobre Revoluções
Inglesas e O Século das Luzes.

Curiosidade
A atual capital dos Estados Unidos (Washington D.C.) foi batizada em homenagem ao herói da independência
e primeiro presidente do país, George Washington.

Teoria

As características das Treze Colônias


A colonização inglesa na América teve suas peculiaridades, ou seja, algumas
características que a diferenciou das experiências portuguesa e espanhola
no continente “descoberto”. Uma questão fundamental para entendermos
essa colonização é, antes de tudo, a iniciativa que muitos colonos tiveram de
vir por vontade própria para a América e, em seguida, a liberdade que esses
ingleses tiveram para se estabelecer e se desenvolver aqui.

Vale ressaltar que uma das causas da intensa migração para a região foi a
perseguição religiosa na Inglaterra, devido à Reforma Protestante e o
surgimento de novas religiões na Europa. Além disso, o cercamento dos
campos, que levou à expulsão dos camponeses das áreas rurais, também foi
um dos fatores importantes que impulsionaram as ondas migratórias para a América.

Nesse ponto, destacamos que a liberdade comercial obtida por tais colonos pode ser explicada pela ideia de
uma negligência salutar, ou seja, uma política de pouca interferência da Inglaterra nos negócios coloniais.
Tendo em vista que a Inglaterra esteve envolvida em sucessivas guerras contra Espanha, Holanda e França
ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII – principalmente a Guerra dos Trinta Anos (1618–1648) e a dos Sete
Anos (1756–1763) –, além das próprias crises internas – como a sangrenta Guerra Civil de 1642 –, podemos
entender as dificuldades da Coroa inglesa e do parlamento para interferirem em outro continente.

Assim, o modelo de colonização inicialmente contou com certa liberdade, e isso influenciou na própria
escolha das práticas econômicas, das formas de administração e das culturas que se difundiram pelas Treze
Colônias. Dessa forma, os colonos logo se adaptaram aos diferentes climas e condições de cada região.
História

Nas colônias do norte, por exemplo, as baixas temperaturas não tornavam a agricultura em larga escala algo
economicamente próspero. Logo, nessa região, a exploração de madeira das vastas florestas, o comércio de
peles de animais, a manufatura e a agricultura sustentável em pequenas terras foram a melhor forma
encontrada de sobreviver ao frio.

Cabe dizer que as colônias dessa região utilizaram pouquíssima mão de


obra escravizada, preferindo muitas vezes o trabalho assalariado ou
regimes de servidão por contrato – por meio do qual um indivíduo
trabalharia por um período fixo para pagar dívidas. Normalmente, os
protestantes que fugiam da Inglaterra buscando oportunidades e
liberdades na América rumavam para o norte sem nada e se submetiam a
esses trabalhos como forma de se manter.

Enquanto isso, o sul das Treze Colônias apostava muito mais em um modelo agroexportador baseado no
sistema de plantation, ou seja, composto por latifúndios voltados para a monocultura (algodão e tabaco) e
com uso predominante de mão de obra escravizada.

O fim da negligência
Visto isso, mantendo certa liberdade por alguns anos, os colonos não receberam bem as mudanças propostas
pela metrópole no século XVIII, principalmente sobre os aumentos de impostos. Uma situação ainda mais
agravante para a recusa às mudanças foi a construção, ao longo do século XVIII, de um sentimento maior de
união e de uma autoconfiança dos próprios colonos.

Com a Guerra dos Sete Anos, que ganhou dimensões intercontinentais e alcançou a América, o governo inglês
praticamente delegou aos colonos a defesa de suas possessões. Assim, a luta contra os franceses despertou
nos moradores da colônia um forte sentimento de autoconfiança, bem como a consciência de sua força
militar. Pela primeira vez as Treze Colônias se uniram em torno de um ideal comum, que mais tarde culminaria
na independência dos Estados Unidos. Vários líderes militares surgiram neste conflito, destacando-se a figura
de George Washington.

Apesar de a Inglaterra ter saído vitoriosa do conflito contra a França, os constantes gastos militares geraram
uma forte crise econômica no país. Para se recuperar economicamente, os ingleses adotaram uma nova
política fiscal sobre suas colônias; ou seja, no lugar da liberdade comercial, foram impostas práticas rígidas
de controle. Segundo os ingleses, os colonos deveriam contribuir com a arrecadação, pois a guerra teria sido
motivada justamente para defender as terras coloniais.

Logo, com o término da Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra impôs novos impostos para a região:
• Lei do Açúcar (1764): instituiu-se uma taxa sobre todos os carregamentos de açúcar que não fossem das
Antilhas inglesas. Essa medida prejudicava diretamente os colonos, pois negociavam melaço com regiões
do Caribe, para produzir rum;
• Lei do Selo (1765): obrigava a compra de um selo produzido pela metrópole para estampar todos os
documentos que circulassem dentro da colônia. A Lei do Selo, portanto, foi revogada no ano seguinte;
• Lei do Chá (1773): obrigava os colonos a somente consumirem chá das Companhias das Índias Orientais,
sediada em Londres.
História

Nesse contexto, após a criação da Lei do Selo, os colonos passaram a alegar que os impostos eram ilegítimos,
porque as colônias não tinham representação no Parlamento em Londres. A ideia de “nenhum imposto sem
representatividade” (do inglês: “No taxation without representation”) passou a ser defendida pelos colonos.
No entanto, apesar dessas manifestações, foi a Lei do Chá que foi considerada a mais controversa e que
gerou uma das principais mobilizações antimetrópole. Assim, contra a Lei do Chá, os colonos protestaram
por meio da Boston Tea Party – a Festa do Chá de Boston, que foi um grande ataque feito colonos, que se
vestiram como nativos e jogaram o carregamento de chá de três navios da Companhia das Índias no mar.

A Inglaterra reagiu com a promulgação das Leis Intoleráveis, como forma de


punição aos manifestantes. Na Inglaterra, essa legislação ficou conhecida como
“Atos Coercitivos”, e visava aumentar ainda mais a presença militar inglesa na
colônia e o aumento das taxas. Entre as determinações da lei, destacaram-se:
• Lei do Porto de Boston: determinava o fechamento do porto de Boston a todos
os navios até que os colonos pagassem pelo chá despejado na Boston Tea
Party;
• Lei de Aquartelamento: obrigava todos os colonos a fornecer alojamento, alimentação e transporte aos
soldados britânicos;
• Ato de Quebec: tinha como objetivo impedir que os colonos incorporassem terras na região do Canadá.

A luta pela independência


Para responder a rígida política de pressão adotada pela Inglaterra, as colônias realizaram o Primeiro
Congresso Continental da Filadélfia, em 1774. Essa primeira reunião teve como objetivo traçar planos de
boicote à metrópole e de combate às Leis Intoleráveis e exigir o fim dos entraves ao desenvolvimento da
colônia e a participação dos colonos no parlamento inglês.

A Inglaterra, não interessada em negociar com os colonos, manteve a repressão, chegando a destruir um
depósito de armas dos colonos. A permanência dessa condição de opressão provocou uma série de rebeliões
contra a metrópole nas Treze Colônias; em 1775 se iniciou a Guerra de Independência.

No mesmo ano os colonos se reuniram no Segundo Congresso Continental da Filadélfia, no qual se


organizaram para formar o Exército Continental, que resistiria aos ataques ingleses, e declarar a ruptura
definitiva com a metrópole. Dessa forma, durante a guerra, os colonos derrotaram os ingleses em diversas
batalhas, sob a liderança de George Washington; e, no dia 4 de julho de 1776 promulgaram a Declaração de
Independência, redigida por Thomas Jefferson, com colaboração de Benjamin Franklin e John Adams.

Apesar da declaração, os ingleses não aceitaram inicialmente a emancipação e mantiveram os esforços para
combater os “rebeldes” até 1783. Com o prolongamento dos combates, Benjamin Franklin foi enviado para a
França, a fim de conseguir apoio da velha rival dos ingleses, que aceitou entrar no conflito ao lado da Espanha,
em 1777, após a vitória americana na Batalha de Saratoga. Assim, em 1783 foi selada a paz definitiva, com a
assinatura do Tratado de Paris, por meio do qual a Inglaterra reconheceu a independência e a formação dos
Estados Unidos da América.
História

Defendendo ideais emancipatórios e republicanos, a independência das Treze Colônias teve influência do
Iluminismo, especialmente de John Locke, como evidenciado no trecho abaixo:

Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais,
dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da
felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus
justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne
destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais
princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a
segurança e a felicidade.
(Declaração de Independência das Treze Colônias)

Sendo o primeiro país da América a se tornar independente, influenciou outros movimentos de emancipação
na América ao longo século XIX.

A Constituição e a formação do Estado


Após a Declaração de Independência, os antigos colonos formaram o Congresso da Confederação,
responsável por organizar o novo Estado de 1781 até 1789, quando a nova Constituição e o novo governo se
tornaram operacionais. Durante esses anos, portanto, os vitoriosos se envolveram em um longo debate sobre
a elaboração da Constituição e as características políticas e econômicas do novo país.

Enquanto os republicanos, liderados por Jefferson, defendiam um poder central enfraquecido e maior
autonomia para os estados; os federalistas, liderados Alexander Hamilton e George Washington – que agora
presidia o Congresso –, defendiam um poder mais centralizado, para manter a união dos estados.

A decisão foi a de equilibrar os desejos de ambas as facções e criar uma Constituição e um Estado
influenciados pelas ideias iluministas e que representassem uma república federativa, agora chamada de
Estados Unidos da América. Entre as principais características,
podemos citar:
• República presidencialista federativa;
• A tripartição dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário;
• Unificação do sistema monetário e de medidas;
• Garantia da liberdade de expressão e religiosa;

Esses aspectos reafirmam a influência dos ideais iluministas no movimento, especialmente do liberalismo.
Contudo, apesar de todo ideal de liberdade propagado pelos colonos, a escravidão foi mantida pela
Constituição que acabara de nascer e ainda definia o escravizado como uma propriedade privada. A
manutenção dessa escravidão levou ao aprofundamento das divergências entre norte e sul ao longo do
tempo, principalmente porque os nortistas estavam insatisfeitos com o fato de que parte dos escravizados
participavam da contagem para definir a quantidade de deputados que seria eleita para o Congresso norte-
americano.

Mas essas são cenas dos próximos capítulos...


História

Exercícios de fixação

1. O que foi a negligência salutar?


a) Foi a forma portuguesa de colonizar a América.
b) Foi uma política de não interferência da Inglaterra nas Treze Colônias.
c) Foi um sistema de domínio espanhol sobre os nativos americanos.
d) Foi uma política de taxação dos colonos franceses nas Antilhas.

2. Quais eram as características das colônias do Norte?


a) Dependiam exclusivamente da agricultura de exportação.
b) Utilizavam principalmente mão de obra escravizada.
c) Eram voltadas para a monocultura.
d) Dependiam da exploração da caça e da manufatura.

3. Guerra que influenciou a criação de novas taxas na colônia:


a) Guerra dos Sete Anos.
b) Guerra dos Cem Anos.
c) Guerra dos Trinta Anos.
d) Guerra dos Vinte Anos.

4. Qual das leis a seguir foi uma imposição inglesa às Treze Colônias?
a) Lei do Chá
b) Lei Saraiva.
c) Lei Áurea.
d) Lei Seca.

5. A Constituição dos Estados Unidos definiu qual sistema político para o país?
a) Monarquia parlamentar.
b) República federalista.
c) Monarquia absolutista.
d) República parlamentarista.
História

Exercícios de vestibulares

1. (EsPCex, 2020) Embora estivessem subordinadas às leis inglesas, as Treze Colônias norte-americanas
gozavam de certa autonomia no que dizia respeito aos assuntos internos. No século XVIII, as relações
entre as Colônias e Londres se deterioraram pouco a pouco. Os conflitos se acirraram em 1773, levando
o Parlamento britânico a aprovar medidas restritivas em relação à Assembleia de Massachusetts, nas
Treze Colônias, que foram denominadas como:
a) Atos de Navegação de Cromwell.
b) Pacto do Mayflower.
c) Leis Intoleráveis.
d) Primeiro Congresso Continental.
e) Leis Townshend.

2. (FGV, 2012) “Consideramos (...) que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador
de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que
para garantir esses direitos são instituídos entre os homens governos que derivam os seus justos
poderes do consentimento dos governados; que toda vez que uma forma qualquer de governo ameace
destruir esses fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir um novo governo,
assentando a sua fundação sobre tais princípios e organizando-lhe os poderes da forma que pareça
mais provável de proporcionar segurança e felicidade.”
A Declaração de Independência dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004, p. 53.
Sobre a Declaração de Independência dos Estados Unidos, é correto afirmar que:
a) Defendia o princípio da igualdade de direitos dos seres humanos, mas condenava o direito à rebelião
como uma afronta à ordem social.
b) O radicalismo da sua formulação, com respeito ao direito de rebelião dos escravos, provocou forte
reação dos proprietários de escravos em toda a América.
c) Sua formulação foi baseada no ideário liberal-iluminista e acabou influenciando outros movimentos
políticos na América e na Europa.
d) Influenciada pelos tratadistas espanhóis, a declaração defendia a origem do poder divino e
condenava a desobediência dos subordinados.
e) A declaração sustentava que os governos poderiam cercear a liberdade dos indivíduos em nome da
segurança e da felicidade coletivas.
História

3. (UNIFENAS, 2015) A independência dos Estados Unidos, ocorrida em 4 de julho de 1776, colaborou
para o fim do Antigo Regime europeu ao estimular movimentos semelhantes nas demais colônias da
América e ao contribuir para a eclosão da Revolução Francesa. No entanto, apesar de declaradamente
iluminista e liberal, a chamada Revolução Americana não foi capaz de promover:
a) a ruptura do pacto colonial com a Inglaterra.
b) a abolição da escravidão.
c) a separação definitiva entre sulistas e nortistas.
d) relações comerciais com outros países da Europa.
e) a formação de um governo de inspiração republicana.

4. (PUC-PR, 2017) O mapa mostra as Treze colônias inglesas na América do Norte, normalmente divididas
entre Norte, de Massachusetts até a Pensilvânia, e sul, a partir de Maryland até a Geórgia. Colonização
de iniciativa particular no século XVI, as Treze colônias inglesas mantinham grandes diferenças entre
si, sendo as principais entre o Norte e o Sul.

Dentre elas, podemos citar:


a) o norte foi caracterizado por receber um grande fluxo de imigrantes ingleses, estimulados pelos
cercamentos e pelas perseguições religiosas sofridas na Inglaterra, vieram para colônia e montaram
grandes fazendas de açúcar, tabaco e algodão, voltadas à exportação para a Europa.
b) as colônias do sul eram voltadas à exploração, possuíam um sistema de produção baseado no
plantation, portanto, com trabalho escravo, monocultura e exportação.
c) o sul abrigou colônias de povoamento, onde a pequena propriedade para subsistência e o trabalho
livre foram predominantes.
d) a coroa inglesa se manteve presente nas Treze colônias, cobrando impostos e fundando a
Companhia Geral do Comércio, órgão cuja competência era fiscalizar e manter o monopólio inglês
sobre os produtos exportados pela colônia.
e) as colônias ao norte foram conhecidas pela exploração de matéria-prima que abastecia as
manufaturas inglesas, contudo, a partir das revoltas de escravos e o início do trabalho assalariado,
o valor das transações aumenta muito, tornando inviável para a Inglaterra continuar ligada às
colônias.
História

5. (Unichristus, 2016) A Independência dos Estados Unidos foi declarada no dia 4 de julho de 1776 e
colocou fim ao vínculo colonial que existia entre as Treze Colônias e a Inglaterra. Com essa conquista,
os Estados Unidos transformaram-se na primeira nação do continente americano a ter sua
independência.
A nova nação que surgiu foi construída em um modelo de
a) Monarquia Parlamentar Federalista, baseada nas ideias absolutistas de Thomas Hobbes.
b) República Centralizada, influenciada pelas ideias dos iluministas de Jean-Jacques Rousseau.
c) Republicano Federalista, inspirada nos ideais iluministas que defendiam as liberdades individuais.
d) República Federalista, inspirada no governo Montanhês liderado pelos Jacobinos durante a
Revolução Francesa.
e) Monarquia Parlamentar Multipartidária, na qual os cidadãos escolhiam seus representantes através
do sufrágio universal.

6. (UVV, 2019) “A independência das 13 colônias foi influenciada por muitos autores do Iluminismo,
movimento filosófico de crítica ao poder dos reis e à exploração das colônias por meio de monopólios
[...]. É importante lembrar que não havia na América do Norte, de forma alguma, uma nação unificada
contra a Inglaterra [...]. Surgia um novo país que, apesar das graves limitações aos olhos atuais
(permanência da escravidão, falta de voto dos pobres e de mulheres), causava admiração por ser uma
das mais avançadas democracias do planeta, naquela ocasião [...]”.
KARNAL, Leandro. A ruptura e o novo país. In: KARNAL, Leandro [et al.]. História dos Estados Unidos: das origens ao século
XXI. São Paulo: Contexto, 2007. p. 81-97.
Sobre o processo de independência dos Estados Unidos, suas origens, desenvolvimento e
desdobramentos, analisem as afirmativas abaixo:
a) O lema dos Estados Unidos: “E pluribus unum”, que significa “de muitos, um” mostra, entre outros
aspectos, que o Estado nascente se afirma com um espírito unitário evidente, em que as partes
constituintes, os estados, abriram mão da maioria de seus poderes para a formação de um governo
central forte.
b) Em sua luta pela independência da Inglaterra, as 13 colônias contaram com apoio da Espanha, da
França, de Portugal e das colônias espanholas e portuguesas das Américas, algo que foi
significativo, senão fundamental, para a vitória dos colonos americanos sobre a Inglaterra.
c) Com a independência das 13 colônias, os negros ganharam a liberdade, e as mulheres, igualdade
política e civil em relação aos homens, concretizando, assim, o discurso de igualdade contido na
Declaração de Independência.
d) O processo de luta das treze colônias pela independência contou com a participação de amplos
setores das sociedades locais, mas foram os proprietários de terras e os comerciantes os principais
membros dessa liderança.
e) Podemos afirmar que ideias defendidas pelo filósofo inglês Thomas Hobbes, defensor do
Absolutismo e do governo forte e centralizado, tiveram forte influência no processo de
independência dos EUA.
História

7. (FGV, 2011) A Constituição dos Estados Unidos da América, de 1787, é considerada a primeira
experiência significativa de Estado federal. Isso se deve:
a) ao princípio constitucional baseado na pluralidade de centros de poder soberanos e coordenados.
b) ao princípio constitucional caracterizado pela inexistência de leis gerais válidas para toda a nação.
c) ao princípio constitucional baseado na absoluta submissão das unidades federativas ao governo
central.
d) ao princípio constitucional de garantia dos direitos individuais do cidadão e das minorias sociais.
e) ao princípio constitucional baseado no corporativismo e na negação do direito de rebelião e
insubordinação política.

8. (Mackenzie, 2019) O processo de emancipação política dos EUA esteve relacionado ao avanço do
capitalismo na Inglaterra, à expansão dos princípios liberais, à rivalidade anglo-francesa e ao próprio
desenvolvimento das Treze Colônias.
Portanto, a aceleração do processo de ruptura entre a metrópole inglesa e suas colônias americanas
deveu-se
a) às tentativas de expansão francesa na América do Norte e ao apoio recebido por parte dos colonos
residentes na região e das tribos indígenas, simpatizantes dos franceses.
b) ao natural desenvolvimento de um processo, próprio das colônias de povoamento, que sempre
pautaram sua existência em uma enorme autonomia perante à metrópole inglesa.
c) às tentativas inglesas de aprofundar os laços de dominação colonial e à reação dos colonos
americanos diante das medidas fiscais e administrativas que anulavam sua relativa autonomia.
d) ao desenvolvimento das práticas liberais dentro da economia metropolitana e à divulgação de
princípios que combatiam o monopólio colonial, assim como a permanência da escravidão.
e) à tentativa inglesa de abolir a utilização da mão-de-obra escrava em suas colônias americanas e
também de bloquear o contato comercial dos seus colonos nas Antilhas.
História

9. (USF, 2018) Declaração de Independência dos Estados Unidos


Quando, no curso dos acontecimentos humanos, torna-se necessário a um povo dissolver os laços
políticos que o ligam a outro e assumir, entre os poderes da Terra, situação independente e iguala que
lhe dão direito as Leis da Natureza e de Deus, o correto respeito às opiniões dos homens exige que se
declarem as causas que o levaram a essa separação.
Considerando estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que
são dotados pelo Criador de certos Direitos inalienáveis, que entre estes estão a Vida, a Liberdade e a
busca da Felicidade.
DRIVER, Stephanie Schwrtz. A declaração de independência dos Estados Unidos. Zaharm 2006. p. 53.
Esse documento
a) contribuiu, ao tratar sobre a liberdade, para a imediata libertação dos escravos após a independência
das Treze Colônias, em 4 de julho de 1776.
b) influenciou diretamente a Conjuração Baiana, bem como a Confederação do Equador, no Brasil.
c) excluiu de imediato as diferenças entre os nortistas e sulistas, proporcionando o desenvolvimento
econômico dos Estados Unidos.
d) incorporou as ideias do iluminista John Locke, quando defende os direitos naturais do homem,
como a vida e a liberdade.
e) traduziu, ao remeter o nome de Deus, os interesses das classes dominantes, que defendiam a
religião anglicana como a oficial do Estado.

10. (UNICID, 2013) A independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e as transformações
provocadas pela Revolução Industrial tiveram enorme reflexo no continente americano.
À medida que os interesses econômicos da elite criolla (brancos nascidos na América) iam sendo cada
vez mais pisoteados pela administração colonial, um fosso maior ia se abrindo e a ruptura tornou-se
inevitável.
A elite europeia, ou descendente, temia as massas nativas e suas revoltas.
(Renato Mocellin e Rosiane de Camargo. História em debate, 2010. Adaptado.)
Essa “ruptura” foi caracterizada
a) pela extensão dos direitos sociais aos indígenas e mestiços, por influência da fase radical da
Revolução Francesa.
b) pelo conservadorismo das camadas dominantes, a fim de evitar mudanças que prejudicassem seus
privilégios.
c) pela união dos vice-reinos em um único movimento de independência, seguindo o modelo federativo
norte-americano.
d) pela revogação das medidas mercantilistas e pela subordinação política a uma nova metrópole, a
Inglaterra.
e) pelo interesse dos ingleses, que apoiavam o monopólio espanhol na América para ampliar o
mercado consumidor.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
A negligência salutar é o nome dado às práticas de não interferência da metrópole inglesa nas Treze
Colônias, possibilitando maior liberdade aos colonos, especialmente os do norte.

2. D
Com as condições climáticas ruins e o solo infértil, os colonos que habitaram o norte das Treze Colônias
tiveram que se adaptar e desenvolver uma economia voltada para a exploração das madeiras em
florestas e da caça, aliando isso ao incentivo à manufatura.

3. A
Após a Guerra dos Sete Anos, apesar de a Inglaterra ter saído vitoriosa, os gastos militares acabaram
afetando a economia do reino, que aprovou em parlamento um aumento dos impostos sobre as colônias,
para tentar recuperar a economia da metrópole.

4. A
A Lei do Chá, de 1773, foi uma imposição inglesa às Treze Colônias, determinando o monopólio das
Companhias das Índias Orientais sobre o produto.

5. B
O modelo definido para a Constituição e para a formação do Estado foi o da república federalista, que
aliava os interesses divergentes de republicanos e federalistas durante o Congresso Continental.

Exercícios de vestibulares

1. C
As Leis Intoleráveis foram estabelecidas pela metrópole até que os colonos pagassem os prejuízos
gerados pelo incidente da Festa do Chá de Boston.

2. C
A independência dos EUA é chamada de Revolução Americana, por ter um caráter de rompimento da
ordem do Antigo Regime, como propunha as teorias iluministas, sendo o primeiro país das Américas a
alcançar a independência.

3. B
A Independência dos Estados Unidos formou um país novo e inspirado nos ideais iluministas de liberdade
e igualdade. Entretanto a emancipação e os ideais liberais não foram o suficiente para definirem o fim
da escravidão no novo país ainda no século XVIII.

4. B
No Sul, por conta do clima e do solo fértil, as colônias optaram por desenvolver uma exploração da
agricultura em um sistema de plantation; ou seja, voltada para a exportação, a monocultura, a escravidão
e a formação de latifúndios.

5. C
Imbuídos de um ideal iluminista e liberal, o país recém-formado tentou equilibrar os desejos dos
federalistas e dos republicanos ao criar uma Constituição que instituía uma república federativa,
chamada de Estados Unidos da América.

6. D
Apesar da ampla adesão da população no movimento pela independência das Treze Colônias, os líderes
se concentravam nas classes mais altas: os comerciantes e proprietários de terra.
História

7. A
A Constituição federal garante uma pluralidade de centros de poder com autonomia para gerir estados e
municípios, criando leis próprias; mas, ainda assim, submetendo-se ao poder central e à Constituição.

8. C
A eclosão do movimento pela independência das Treze Colinas esteve ligada à tentativa da Inglaterra de
recrudescer o seu domínio sobre a colônia, acabando com a política de negligência salutar, com a qual
os colonos estavam acostumados.

9. D
O trecho da Declaração na questão traz grandes referências ao pensamento iluminista, sobretudo às
ideias liberais de Locke, que defendia o direito de se rebelar contra opressões em busca de igualdade e
dos direitos naturais do homem.

10. B
Apesar de todas as mudanças impostas pelas “revoluções”, as classes dominantes – especialmente a
burguesia nesse caso – se tornaram conservadoras ao chegar ao poder, com a intenção de garantir os
seus interesses, eliminar o que era considerado radical e consolidar o seu modo de vida.
Literatura

Realismo e Naturalismo
Objetivo
Conhecer a escola literária realista e sua corrente naturalista, assim como as suas características principais
e contexto histórico. Identificar reflexos dessas estéticas em nosso tempo e em diferentes esferas da
sociedade.

Se liga
Para ver um resumo em vídeo sobre essa aula e baixar um mapa mental, clique aqui.

Curiosidade
O livro Madame Bovary, de Gustave Flaubert, é considerado um dos pioneiros do Realismo. Você sabia que
há duas famosas adaptações, nas telinhas, sob esse mesmo título? Uma foi lançada em 1991 e a outra, em
2015.

Teoria

O Realismo
Visando a combater as fortes influências do Romantismo, no século XIX,
o movimento do Realismo surge com uma reação ao subjetivismo e à
idealização romântica. Neste sentido, a literatura, assim como as outras
manifestações artísticas desse movimento literário, buscou denunciar a
hipocrisia das relações sociais frente ao início da formação do cenário
burguês, prezando, ainda, por um resgate do objetivismo.

(O Desesperado, Gustave Courbet. 1845)

Contexto histórico
Os principais acontecimentos da metade do século XIX que marcaram o contexto histórico realista são:
● Valorização das correntes filosóficas científicas que buscavam compreender o indivíduo;
● Acelerado progresso tecnológico;
● Revoltas liberais;
● Positivismo;
● Empirismo;
● Evolucionismo;
● Influência determinista.

Características do Realismo
Como o próprio nome da escola já pressupõe, o Realismo lida com fatos, com a realidade do homem e a
sociedade em conjunto. Por se desvincular da subjetividade romântica, este movimento propõe uma visão
crítica à realidade e às relações junto ao uso de uma linguagem culta e direta.
Literatura

Veja abaixo as principais características do Realismo:


● Objetivismo;
● Descritivismo;
● Representação do real;
● Denúncia da hipocrisia humana;
● Retrato da mulher com qualidades, mas também defeitos;
● Enfoque nos aspectos psicológicos;
● Herói problemático;
● Amor subordinado aos interesses;
● Apresentação dos costumes/valores da burguesia;
● Universalismo.

Conforme menciona Alfredo Bosi, em sua obra História Concisa da Literatura Brasileira (1970): “Do
Romantismo ao Realismo, houve uma passagem do vago ao típico, do idealizante ao factual. Quanto à
composição, os narradores realistas brasileiros também procuraram alcançar maior coerência no esquema
dos episódios [...] por necessidades objetivas do ambiente”. Dessa forma, é possível perceber que, sobretudo
ao que corresponde à escola literária em questão no Brasil, surge uma necessidade de evidenciar a realidade
da época e transformá-la em literatura.

Como representantes da escola literária, destacam-se, no Brasil, Machado de Assis e Martins Pena e, em
Portugal, Eça de Queirós.
Literatura

Trecho da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.

Capítulo 7
O Delírio

Que me conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; faço-o eu, e a ciência mo agradecerá. Se o leitor
não é dado à contemplação destes fenômenos mentais, pode saltar o capítulo; vá direito à narração. Mas, por
menos curioso que seja, sempre lhe digo que é interessante saber o que se passou na minha cabeça durante
uns vinte a trinta minutos.
Primeiramente, tomei a figura de um barbeiro chinês, bojudo, destro, escanhoando um mandarim, que me
pagava o trabalho com beliscões e confeitos: caprichos de mandarim.
Logo depois, senti-me transformado na Suma Teologica de São Tomás, impressa num volume, e encadernada
em marroquim, com fechos de prata e estampas; idéia esta que me deu ao corpo a mais completa imobilidade;
e ainda agora me lembra que, sendo as minhas mãos os fechos do livro, e cruzando-as eu sobre o ventre,
alguém as descruzava (Virgília decerto), porque a atitude lhe dava a imagem de um defunto.
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ed Nova Aguilar, 1994. p 8-9.

O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, é considerado o marco do Realismo
brasileiro. Apresenta as seguintes características:
● A representação dos hábitos da burguesia;
● Uma postura antirromântica, negando o sentimentalismo comum ao Romantismo e a idealização da
mulher – as mulheres em Brás Cubas, por exemplo, tinham defeitos, no geral, e não eram tratadas como
puras e virginais;
● A presença forte de um discurso irônico como, por exemplo, a primeira frase do texto acima: “Que me
conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; faço-o eu, e a ciência mo agradecerá”;
● A ausência de um herói idealizado.

Obs.: É importante evidenciar dois aspectos que, de certo modo, particularizam o romance em relação às
demais obras realistas: o fato de ser narrado por um “defunto autor” e a postura do narrador machadiano, que
explicita um diálogo direto, sempre permeado por muita ironia, com o leitor. Em certa medida, esses
elementos identificam Machado de Assis com as propostas que viriam mais à frente, no Modernismo
brasileiro.

Trecho do romance “O primo Basílio”, de Eça de Queirós.

Luísa veio para o quarto quase sem se poder suster. Estava perdida! Estava perdida! Uma multidão de ideias,
todas extremas e insensatas, redemoinhava no seu cérebro como um montão de folhas secas numa ventania:
queria fugir, atirar-se ao rio, de noite; arrependia-se de não ter cedido ao Castro... De repente imaginou Jorge
abrindo as cartas que Juliana lhe entregava, lendo: Meu adorado Basílio! Então uma cobardia imensa
amoleceu-lhe a alma. Correu ao quarto de Juliana, ia suplicar-lhe que lhe perdoasse, que ficasse, que a
martirizasse!... E Jorge depois? Diria que a Juliana chorara, se atirara de joelhos! Mentiria, cobri-lo-ia de
beijos... Era nova, era bonita, era ardente – convencê-lo-ia!
Juliana não estava no quarto. Subiu à cozinha; estava lá, sentada, com os olhos chamejantes, os braços
nervosamente cruzados, numa raiva muda. Apenas viu Luísa, deu um salto sobre os calcanhares, e
mostrando-lhe o punho, berrou:
Olhe que a primeira vez que você me torne a falar como hoje, vai aqui tudo raso nesta casa!
— Cale-se, sua infame! – gritou Luísa.
Literatura

— Você manda-me calar, sua p...! – E Juliana disse a palavra.


Mas a Joana correu, atirou-lhe pelo queixo uma bofetada que a fez cair, com um gemido, sobre os joelhos.
— Mulher! – bradou Luísa arremessando-se sobre a Joana, agarrando-a pelos braços.
Juliana, assombrada, fugiu.
— Ó Joana! Ó mulher! Que desgraça, que escândalo! – exclamava Luísa com as mãos apertadas na cabeça.
— Racho-a! – dizia a rapariga com os dentes cerrados, os olhos como brasas – racho-a!
Luísa andava em volta da mesa da cozinha, automaticamente, pálida como a cal, repetindo, toda a tremer:
— O que você foi fazer, mulher! O que você foi fazer!
A Joana, ainda toda revolvida de sua cólera, com o rosto manchado de vermelho, remexia furiosamente as
panelas.
— E se ela me diz uma palavra, acabo-a, aquela bêbeda! Acabo-a!
Luísa desceu ao quarto. No corredor saiu-lhe Juliana, com a cuia à banda, as dedadas escarlates na face,
medonha.
— Ou aquela desavergonhada vai já pra rua – gritou ela – ou eu vou-me pôr lá embaixo na escada, e quando
seu homem vier, mostro-lhe tudo!...
— Pois mostre, faça o que quiser! – disse Luísa, passando, sem a olhar.
Fora uma desesperação, um ódio que a tinham decidido. Mais valia acabar por uma vez!...
QUEIRÓS, Eça. O primo Basílio. Ed O Globo, 1997, p. 365 – 367.

Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. E estava muito nervosa: não pudera dominar, desde pela
manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar
Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho
de prazer. − Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma
forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo − a casinha misteriosa, o
segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento;
e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que Basílio! Como seria? (...) Desejaria antes que fosse no campo,
numa quinta1 , com arvoredos murmurosos e relvas fofas; passeariam então, com as mãos enlaçadas, num
silêncio poético; e depois o som da água que cai nas bacias de pedra daria um ritmo lânguido2 aos sonhos
amorosos... Mas era num terceiro andar − quem sabe como seria dentro? (...) E ao descer o Chiado3 , sentia
uma sensação deliciosa em ser assim levada rapidamente para o seu amante, e mesmo olhava com certo
desdém os que passavam, no movimento da vida trivial − enquanto ela ia para uma hora tão romanesca da
vida amorosa! (...) Imaginava Basílio esperando-a estendido num divã de seda; e quase receava que a sua
simplicidade burguesa, pouco experiente, não achasse palavras bastante finas ou carícias bastante exaltadas.
Ele devia ter conhecido mulheres tão belas, tão ricas, tão educadas no amor! Desejava chegar num cupê4 seu,
com rendas de centos de mil-réis, e ditos tão espirituosos como um livro... A carruagem parou ao pé duma
casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e salobre5 enojou-a. A escada,
de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade fizera nódoas6 .
No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de
teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás duma portinha, ao lado, sentia-se o ranger dum berço,
o chorar doloroso duma criança. (...) Luísa viu logo, ao fundo, uma cama de ferro com uma colcha amarelada,
feita de remendos juntos de chitas diferentes; e os lençóis grossos, dum branco encardido e mal lavado,
estavam impudicamente7 entreabertos...
Eça de Queirós Obras de Eça de Queiroz. Porto: Lello & Irmão, s/d

1 quinta − pequena propriedade campestre; 2 lânguido – sensual; 3 Chiado − bairro de Lisboa; 4 cupê − antiga carruagem fechada; 5
salobre – salgado; 6 nódoas – manchas; 7 impudicamente − sem pudor

Na obra acima, publicada por Eça de Queirós em 1878, há a presença de uma temática bastante abordada no
Realismo: o adultério. Da mesma maneira que ocorre com a obra francesa Madame Bovary (1857), de Gustave
Literatura

Flaubert, e sutilmente (por tratar do adultério como uma suposição, não há a resposta para a famosa pergunta
“Traiu ou não traiu?”) em Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis, há a representação de um possível
triângulo amoroso. Em O primo Basílio, a traição ocorre efetivamente, pois enquanto o marido Jorge viaja a
trabalho, a esposa Luísa, entediada e sozinha, dá início a um relacionamento com Basílio.

A temática busca refletir sobre a hipocrisia da burguesia, que valorizava a instituição do matrimônio, porém,
por detrás dessa “fachada”, há a presença da infidelidade. Assim, os autores realistas procuram explorar
minuciosamente tais comportamentos humanos e desnudar a burguesia, de modo que ocorra a descrição
mais próxima possível do real. Além disso, há uma outra questão nesta obra referente a outros personagens,
como a importância da criada (personagem socialmente inferior à patroa, Luísa) na narrativa e na defesa da
honra do marido traído, conforme aponta o conflito ilustrado pelo trecho acima.

O Naturalismo
Quanto ao Naturalismo, embora seja uma corrente do movimento literário realista, possui um maior enfoque
nas classes populares e na visão científica da literatura. Assim, a literatura naturalista propõe uma nova
maneira de observar a sociedade e denunciar a condição humana e a divisão de classes que surge com o
contexto burguês. É importante dizer que, por ser uma corrente do Realismo, muitas de suas características
remetem aos traços realistas, tais como a visão crítica, o descritivismo e a objetividade.

Características do Naturalismo
Veja, abaixo, os aspectos mais marcantes desse movimento:
● Visão determinista;
● Animalização dos personagens;
● Objetivismo científico;
● Sexualização do elemento feminino;
● Impessoalidade;
● Descritivismo;
● Foco no coletivo;
● Valorização de aspectos biológicos;
● Despreocupação com a moral;
● Linguagem mais simples.

Os grandes nomes dessa época eram Júlio Ribeiro, Domingos Olímpio, Adolfo Caminha, Raul Pompeia e
Aluísio Azevedo. Este último é o principal autor da época, e as obras que mais se destacam são “O Mulato”,
“Casa de pensão” e “O Cortiço”, com enfoque de escrita para o romance de tese.

O romance de tese
O romance de tese tem influência da visão determinista em seu texto. Em outras palavras, o narrador tenta
mostrar que o homem não consegue vencer e é movido pelas forças no meio, da raça e do contexto histórico.
Dessa maneira, há uma valorização dos aspectos patológicos e, para o leitor, a previsibilidade de entender
que os personagens não conseguem promover nenhum tipo de transgressão, pois estão vinculados ao
determinismo da época.
Literatura

Trecho da obra “O cortiço”, no qual o espaço do cortiço é apresentado aos leitores:

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e
janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se sentiam
ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à
luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.
A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão
ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil,
mostrava uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas.
Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o
marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente
do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os
bons dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das
casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se formava,
destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos,
cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíram mulheres que vinham dependurar cá fora, na parede, a gaiola
do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz
nova do dia.
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e
fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de
uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não
as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo
todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam
a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra
as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar
e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças e as saias; as crianças
não se davam o trabalho de lá ir, despachavam-se li mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem
ou no recanto das hortas.
O rumor crescia, condensando-se: o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam
vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na
venda; ensarilhavam-se discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se.
Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulhavam os pés
vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre
a terra.
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1995, p.35-36.

Trecho II de “O cortiço”, de Aluísio Azevedo.

— Quem me procura?... exclamou João Romão com disfarce, chegando ao armazém.


Um homem alto, com ar de estróina, adiantou-se e entregou-lhe uma folha de papel.
161
João Romão, um pouco trêmulo, abriu-a defronte dos olhos e leu-a demoradamente. Um silêncio formou-se
em torno dele; os caixeiros pararam em meio do serviço, intimidados por aquela cena em que entrava a polícia.
— Está aqui com efeito... disse afinal o negociante. Pensei que fosse livre...
— É minha escrava, afirmou o outro. Quer entregar-ma?...
— Mas imediatamente.
— Onde está ela?
— Deve estar lá dentro. Tenha a bondade de entrar...
Literatura

O sujeito fez sina! aos dois urbanos, que o acompanharam logo, e encaminharam-se todos para o interior da
casa. Botelho, à frente deles, ensinava-lhes o caminho. João Romão ia atrás, pálido, com as mãos cruzadas
nas costas.
Atravessaram o armazém, depois um pequeno corredor que dava para um pátio calçado, chegaram finalmente
à cozinha. Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando
peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro.
Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance
de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre:
adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, e que o seu amante, não tendo
coragem para matá-la, restituía-a ao cativeiro.
Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o
senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro.
— É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. — Prendam-na! É
escrava minha!
A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra
segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.
Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se
com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe
certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado.
E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos.
Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de
casaca! trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito.
Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.
(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Círculo do livro, 1991.)

Nos dois trechos acima, ambos extraídos de O Cortiço, é possível chamar atenção para alguns elementos
comuns ao estilo literário naturalista. No primeiro texto, dá-se início a um novo dia, inferindo-se que o plano
de fundo é o cortiço. No entanto, logo na primeira frase “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava,
abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas”, reparamos que esse espaço não é
somente um cenário, ele tem vida: desperta pela manhã e abre suas portas e janelas. Aqui temos a
representação desse local como um ser biológico, semelhante a uma floresta, algo vivo: e, ao lermos o
romance, vemos que tal espaço tem o poder de determinar a vida de seus moradores, corrompendo-os e
impedindo-os de evoluir e sair daquela condição.

Já no trecho seguinte, reflete-se outro traço comum ao Naturalismo, que é a despreocupação ética e moral.
João Romão, amante de Bertoleza, denuncia-a como escrava fugida, a fim de alcançar um objetivo de
ascensão social: casar-se com a filha do comerciante Miranda. Assim, diante da possibilidade de ser presa,
Bertoleza suicida-se, ato que não desperta o menor ressentimento em Romão. Essa cena reflete a capacidade
humana de passar por cima até mesmo de afetos e companheiros, com o objetivo de alcançar o poder:
seguindo o lema “os fins justificam os meios”. Além disso, há também a representação da animalização desta
personagem, que, ao morrer, é descrita de modo não-humano, “rugindo e esfocinhando moribunda numa
lameira de sangue”.
Literatura

Exercícios de fixação

1. Assinale a alternativa incorreta a respeito do período literário realista:


a) Busca explicar e descrever o real.
b) Apresenta como explicação do real a filosofia determinista.
c) Exibe uma única semelhança com o Romantismo: a representação idealizada da mulher.
d) Traz como vertente o movimento intitulado Naturalismo.

2. A burguesia era, para o Realismo:


a) Algo incômodo e caótico, por isso a necessidade de fugir para o campo.
b) Algo positivo, mas que gerava o conflito entre o mundo humano e o mundo espiritual.
c) Algo indiferente, pois as obras realistas não enfatizam na sociedade, e sim no eu.
d) Algo a ser desmistificado, a fim de revelar as hipocrisias e problemáticas de tal grupo social.

3. São características da linguagem naturalista, exceto:


a) Determinismo.
b) Preferência por temas de patologia social.
c) Objetivismo científico e impessoalidade.
d) Linguagem simples.
e) Subjetividade.

4. Sobre a literatura realista, é incorreto afirmar:


a) Teve início na Europa com a publicação do romance Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert,
e do romance naturalista Thérèse Raquin (1867), de Émile Zola.
b) Em comum, Realismo e Naturalismo apresentam os seguintes aspectos: combate ao Romantismo,
resgate do objetivismo na literatura e gosto pelas descrições.
c) Entre as principais características do Realismo estão: personagens planas, de pensamentos e
ações previsíveis, individualismo, subjetivismo e linguagem culta permeada por metáforas.
d) Entre as principais características do Realismo estão: personagens trabalhados psicologicamente,
universalismo, objetivismo, linguagem culta e direta.

5. Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre o Naturalismo no Brasil.


a) O Naturalismo, por seus princípios científicos, considerava as narrativas literárias exemplos de
demonstração de teses e ideias sobre a sociedade e o homem.
b) O Naturalismo usou elementos da natureza selvagem do Brasil do século XIX para defender teses
sobre os defeitos da cultura primitiva.
c) A valorização da natureza rude verificada nos poetas árcades se prolonga na visão naturalista do
século XIX, que toma a natureza decadente dos cortiços para provar os malefícios da mestiçagem.
d) O Naturalismo no Brasil esteve sempre ligado à beleza das paisagens das cidades e do interior do
Brasil.
e) O Naturalismo do século XIX no Brasil difundiu na literatura uma linguagem científica e hermética,
fazendo com que os textos literários fossem lidos apenas por intelectuais.
Literatura

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2017)
— Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é… filho de uma escrava.
— Eu?
— O senhor é um homem de cor!… Infelizmente esta é a verdade…
Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio:
— Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher
sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo
que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá
a prevenção contra os mulatos!… Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-
lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão a um branco de lei,
português ou descendente direto de portugueses!
AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008

Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra destaca o modo como o mulato era visto
pela sociedade de fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção em que a
a) miscigenação racial desqualificava o indivíduo.
b) condição econômica anulava os conflitos raciais.
c) discriminação racial era condenada pela sociedade.
d) escravidão negava o direito da negra à maternidade.
e) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos brancos.
Literatura

2. (Enem, PPL, 2014) O mulato


Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia
rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a
intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia
muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que
fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-
se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as
outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão
usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que
lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões
de raça e de sangue.
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento).

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse
fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois
a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.

3. (Enem, 2ª aplicação, 2018) Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito dinheiro,
precisava casar, mas casar com uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que se
encontra mais vergonha e menos bandalheira. Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples,
sem essa tendência fatal das mulheres modernas para o adultério, uma menina que até chorava na
aula simplesmente por não ter respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga assim era um
caso esporádico, uma verdadeira exceção no meio de uma sociedade roída por quanto vício há no
mundo. Ia concluir o curso, e, quando voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso. A Maria do
Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha, mas inocente...
CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 maio 2016.

Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do romance de Adolfo Caminha, de 1893,


identifica e destaca nos personagens um(a)
a) compleição moral condicionada ao poder aquisitivo.
b) temperamento inconstante incompatível com a vida conjugal.
c) formação intelectual escassa relacionada a desvios de conduta.
d) laço de dependência ao projeto de reeducação de inspiração positivista.
e) sujeição a modelos representados por estratificações sociais e de gênero.
Literatura

Texto para as questões 4 e 5

E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a
luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das
baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma
outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que mel e era a castanha do caju,
que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca
doida, que esvoaçava havia muito tempo e torno do corpo dele, acordando-lhe as fibras embambecidas pela
saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha naquele amor
setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas
que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.
Aluísio Azevedo, O cortiço.

4. (Fuvest, 2015) O efeito expressivo do texto – bem como seu pertencimento ao Naturalismo em
literatura – baseiam-se amplamente no procedimento de explorar de modo intensivo aspectos
biológicos da natureza. Entre esses procedimentos empregados no texto, só NÃO se encontra a
a) representação do homem como ser vivo em interação constante com o ambiente.
b) exploração exaustiva dos receptores sensoriais humanos (audição, visão, olfação, gustação), bem
como dos receptores mecânicos
c) figuração variada tanto de plantas quanto de animais, inclusive observados em sua interação.
d) ênfase em processos naturais ligados à reprodução humana e à metamorfose em animais.
e) focalização dos processos de seleção natural como principal força direcionadora do processo
evolutivo.

5. (Fuvest, 2015) Para entender as impressões de Jerônimo diante da natureza brasileira, é preciso ter
como pressuposto que há
a) um contraste entre a experiência prévia da personagem e sua vivência da diversidade biológica
do país em que agora se encontra.
b) uma continuidade na experiência de vida da personagem, posto que a diversidade biológica aqui
e em seu local de origem são muito semelhantes.
c) uma ampliação no universo de conhecimento da personagem, que já tinha vivência de
diversidade biológica semelhante, mas a expande aqui.
d) um equívoco na forma como a personagem percebe e vivencia a diversidade biológica local, que
não comporta os organismos que ele julga ver.
e) um estreitamento na experiência de vida do personagem, que vem de um local com maior
diversidade de ambientes e de organismos.
Literatura

6. (Enem, 2015) Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de
lágrimas os cabelos e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um
diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade,
como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde
muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada,
a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o
império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências
em diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões,
sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de
professores prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig,
inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas,
em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de
alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela
enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o
pão do espírito.
POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.

Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social
do colégio demarcado pela:
a) ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais.
b) interferência afetiva das famílias, determinantes no processo educacional.
c) produção pioneira de material didático, responsável pela facilitação do ensino.
d) ampliação do acesso à educação, com a negociação dos custos escolares.
e) cumplicidade entre educadores e famílias, unidos pelo interesse comum do avanço social.
Literatura

7. (UFV) “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de
portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas
de chumbo. […].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam
vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras
na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava,
gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que
mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante
satisfação de respirar sobre a terra.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29.

Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:
a) No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um
personagem que, aos poucos, acorda como uma colmeia humana.
b) O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e
auditivos.
c) Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos
dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.
d) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de “O Cortiço” o aspecto
animalesco, “rasteiro” do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas
do prazer de existir.
e) Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias,
uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.

8. (Enem, 2011) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo
os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro,
acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que
os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo,
como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada
vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos
gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta
incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços
gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as personagens são observadas como elementos
coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o
confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois
a) estaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.
b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.
c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.
d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.
e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.
Literatura

9. (Unifesp, 2003) A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de
Aluísio Azevedo (1857-1913).

O cortiço
“Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.
Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio
e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba
de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero.
Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava
com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se
baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.
Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor. A Bruxa surgiu à janela da sua
casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro,
de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e
abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno.
E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia
de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-
se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente,
sepultando a louca num montão de brasas.
Aluísio Azevedo

O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso
país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes,
esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No
ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e
humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo.

Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas.


a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais
contemporâneos ao escritor.
b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.
c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores
burgueses e predileção pelos mais pobres.
d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a ideia de Deus;
utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os
fatos enunciados.
e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de
elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens.
Literatura

10. (Enem, 2019)


Inverno! Inverno! Inverno!
Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos
sempre, desesperadamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde apenas se ouve a voz
do vento que passa uivando como uma legião de lobos, através da cidade de catedrais e túmulos de
cristal na planície, fantasmas que a miragem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade,
solidão, desespero e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio inverno da vida.
Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses, à
espera do sol avaro que não vem.
POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013

Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se
observa
a) imprecisão no sentido dos vocábulos.
b) dramaticidade como elemento expressivo.
c) subjetividade em oposição à verossimilhança.
d) valorização da imagem com efeito persuasivo.
e) plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.

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Literatura

Gabaritos
Exercícios de fixação
1. C
O movimento literário realista busca negar o Romantismo, inclusive na representação do feminino. As
mulheres, no Realismo, são reais: muitas vezes cometem erros, têm defeitos comportamentais ou, às
vezes, físicos, considerando-se o padrão de normalidade da época e da cultura, além de em algumas
obras apresentarem desejos sexuais – diferente da idealização pura e virginal da mulher romântica.

2. D
O Realismo exibe, em suas obras, o distanciamento da subjetividade e egocentrismo romântico e
estabelece um compromisso com a realidade, exibindo os comportamentos da burguesia e revelando a
realidade sobre esta, inclusive seus problemas e hipocrisias.

3. E
A subjetividade é uma característica que não está relacionada à linguagem naturalista, pelo contrário, pois
tal movimento literário busca pela objetividade, ou seja, uma descrição quase científica sobre a narrativa.

4. C
Tais aspectos não estão de acordo com as características do Realismo, pois as personagens são
complexas, imprevisíveis – de acordo com a realidade humana –, as narrativas são voltadas ao coletivo
e não ao indivíduo, e há a negação do subjetivismo e das metáforas na linguagem, optando pela
objetividade. Os traços mencionados estabelecem diálogo com o Romantismo.

5. A
Os escritores naturalistas, identificados com o espírito científico orientado pela concepção de que o
mundo pode ser estudado em partes e explicado a partir de leis objetivas, assumiram uma nova postura
diante do trabalho artístico, levando para a literatura ideais racionais.

Exercícios de vestibulares
1. A
Por conta de resquícios da escravidão e dos processos colonizatórios na sociedade, a miscigenação
racial ainda era vista com preconceito, assim como demonstra o texto.

2. A
O Naturalismo é um movimento literário que, dentre outras coisas, procurou aplicar as correntes
científicas – determinismo, positivismo, método científico etc – do século XIX na Literatura. Dessa
forma, é comum que seus textos: tratem suas personagens de forma animalizada, agindo por instinto;
abordem os problemas sociais como patologias; tenham algum compromisso com a realidade, etc.
Sendo assim, nesse fragmento, o narrador é fiel ao naturalismo por relacionar a posição social a padrões
de comportamento e à condição de raça, tratando assuntos como um cientista faz um experimento.

3. E
No Naturalismo, os enredos seguem os moldes deterministas, que consistem na influência que o meio
causa ao indivíduo. Sendo assim, em relação ao trecho, chama-se a atenção ao fato da mulher pobre ser
definida por sua condição de gênero e social.

4. E
A alternativa E está incorreta, pois no trecho do livro “O cortiço” – assim como no Naturalismo – não há
a ideia de seleção natural, mas sim de determinismo biológico, pois as personagens não são
selecionadas naturalmente, mas são reflexo do meio em que vivem (como exemplo Jerônimo e
Pombinha).
Literatura

5. A
As impressões do personagem em relação à natureza brasileira são baseadas em sua experiência como
homem português: é tudo novo e muito diverso.

6. A
O texto revela as estratégias publicitárias utilizadas pelo diretor do Ateneu para garantir a notoriedade
de sua escola.

7. C
O Realismo e a sua vertente Naturalismo não se importavam com o universo metafísico, portanto, a
alternativa C é a incorreta.

8. C
No trecho “Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela
gente despertasse logo” há uma elevação da música brasileira sobre a portuguesa, também corroborada
pela visão determinista da época, pois o texto descreve que as canções incitavam nas personagens aos
ardores a transformação a partir das músicas e da dança.

9. A
As principais características do Naturalismo são documentar e dissecar o comportamento humano e
social, explicando a influência que o meio ambiente pode exercer nos comportamentos tidos como
“anormais”, e a tentativa de compreender os fatos sociais da época.

10. E
A plasticidade verbal é garantida através dos detalhes na descrição de imagens, como em “frios
negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo...”, atribuindo, ao texto, o caráter de arte plástica.
Além disso, há, também, como influência poética no texto em prosa, a influência melódica, como através
da seguinte aliteração “inverno da vida”, por meio da repetição da consoante V, fonema /v/, que alude ao
som do vento.
Matemática

Função Quadrática: gráfico

Objetivo
Saber o comportamento gráfico de uma parábola e como construir o gráfico de uma função quadrática.
Utilizar a fórmula fatorada na resolução de problemas e perceber que ela é uma outra forma de escrever a
função do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐.

Curiosidade
Galileu Galilei (1564-1642) descobriu a trajetória parabólica em 1608 e a demonstrou matematicamente no
início de 1609, a partir do lançamento oblíquo de esferas em canaletas de madeira.

Teoria

Construção de uma parábola


Para construir uma parábola, uma função do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, no plano cartesiano, vamos fazer uso
da seguinte afirmação:

“Três pontos não colineares no plano cartesiano determinam uma única parábola”.

Ou seja, basta sabermos pelo menos três pontos que pertencem ao gráfico de nossa função do segundo grau
que podemos traçar seu gráfico. Porém, caso você queira deixar seu gráfico mais “preciso”, pode utilizar mais
pontos para isso! Observe o exemplo abaixo, em que usamos 5 pontos para construir o gráfico de uma
parábola.
𝑓: 𝑅 → 𝑅 𝑓(𝑥) = 𝑥² − 2

Primeiro, construímos uma tabela, em que do lado esquerdo, escolhemos cinco valores quaisquer de 𝑥. Do
lado direito, os valores de 𝑓(𝑥). Assim, assinalamos no plano cartesiano esses cinco pontos e os ligamos
para formar uma parábola.
Matemática

Vértice de uma parábola


É o ponto de inflexão da parábola. Isto é, o ponto que está bem “no meio” da parábola, no limite em que ela
deixa de ser crescente para ser decrescente ou vice-versa. Assim, ele determina uma simetria entre os dois
lados (o direito e o esquerdo) da parábola. Observe:

No exemplo acima, o ponto (0; −1) é o vértice da parábola.

Propriedade de simetria: o vértice determina um eixo vertical de simetria da parábola. Isso significa que
pontos que estão a uma mesma altura 𝑦 estão a uma mesma distância do eixo de simetria.

Determinando as coordenadas do vértice: as coordenadas do vértice V, como em qualquer ponto do plano


cartesiano, são duas: xv (x do vértice) e yv (y do vértice). Essas coordenadas podem ser calculadas a partir
dos coeficientes a, b e c da função quadrática.

𝑏 𝛥
𝑥𝑣 = − 𝑦𝑣 = 𝑓(𝑥𝑣 ) = −
2𝑎 4𝑎

Exemplo: para a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5, temos que:

𝑏 −4 4 𝛥 ((−4)2 −4⋅2⋅5) (16−40) −24


𝑥𝑣 = − =− = =1 𝑦𝑣 = − =− =− =− =3
2𝑎 2⋅2 4 4𝑎 4⋅2 8 8

Logo, seu vértice é o ponto (1,3).

Outras formas de determinar as coordenadas do vértice são:

𝑥1 +𝑥2
• 𝑥𝑣 = , em que 𝑥1 e 𝑥2 são as raízes da função. Como sobre o vértice passa um eixo vertical de
2
simetria da parábola, a coordenada 𝑥𝑣 é calculável pela média aritmética das raízes da função.
• 𝑦𝑣 = 𝑓(𝑥𝑣 ). Como para todo 𝑥 da função há um 𝑦 correspondente, temos que o valor de 𝑓(𝑥𝑣 ) resulta
na coordenada 𝑦𝑣 .
Matemática

Estudo do discriminante
Vimos em momentos anteriores que o número de raízes depende do valor encontrado para o discriminante,
∆. A quantidade de raízes de uma função quadrática é mostrada abaixo:
Possibilidades para o valor de delta: {∆ > 0 ⇒ A função possui duas raízes reais distintas (x1 ≠ x2 )
∆ = 0 ⇒ A função possui duas raízes reais idênticas (x1 = x2 )
∆ < 0 ⇒ A função não possui raízes reais

Com base nessas informações, podemos analisar em quantos pontos a parábola da função intercepta o eixo
𝑥. A tabela mostra isso:

As coordenadas do vértice e o número de interseções do gráfico com o eixo da abscissas são úteis para a
construção do gráfico parabólico.
Matemática

Exercícios de fixação

1. Construa o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 2𝑥 2 + 5𝑥 − 3.

2. Construa o gráfico da função ℎ(𝑥) = −𝑥 2 − 4𝑥 + 5.

3. Considere a função 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 − 8𝑥 + 𝑚, 𝑚 sendo uma constante real. Quais os valores de 𝑚 para que
o gráfico da função 𝑔 intercepte o eixo 𝑥 em um único ponto?

4. Uma função quadrática 𝑓 é tal que uma de suas raízes é 2 e a coordenada 𝑥 de seu vértice é −6. Qual
a outra raiz dessa função?
a) −14
b) −10
c) −2
d) 8

5. Considere a função ℎ(𝑥) = 𝑥 2 − 𝑚2 𝑥 + 𝑘 + 3, com 𝑚 e 𝑘 sendo duas constantes reais. Determine os


valores de 𝑚 e 𝑘 para que essa função tenha, em seu gráfico parabólico, o vértice 𝑉(2,3).
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2016) Um túnel deve ser lacrado com uma tampa de concreto. A seção transversal do túnel e
a tampa de concreto têm contornos de um arco de parábola e mesmas dimensões. Para determinar o
custo da obra, um engenheiro deve calcular a área sob o arco parabólico em questão. Usando o eixo
horizontal no nível do chão e o eixo de simetria da parábola como eixo vertical, obteve a seguinte
equação para a parábola:

𝑦 = 9 − 𝑥 2 , sendo x e y medidos em metros.


2
Sabe-se que a área sob uma parábola como esta é igual a da área do retângulo cujas dimensões são,
3
respectivamente, iguais à base e à altura da entrada do túnel.
Qual é a área da parte frontal da tampa de concreto, em metro quadrado?
a) 18
b) 20
c) 36
d) 45
e) 54

2. (Enem, 2013) A parte interior de uma taça foi gerada pela rotação de uma parábola em torno de um
eixo z, conforme mostra a figura.

3
A função real que expressa a parábola, no plano cartesiano da figura, é dada pela lei 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 6𝑥 +
2
𝐶, onde C é a medida da altura do líquido contido na taça, em centímetros. Sabe-se que o ponto V, na
figura, representa o vértice da parábola, localizado sobre o eixo x.
Nessas condições, a altura do líquido contido na taça, em centímetros, é
a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 5.
e) 6.
Matemática

3. (Uece, 2019) Seja 𝑓: ℝ → ℝ a função quadrática definida por 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐. Se 𝑓 assume o menor
valor para 𝑥 = −1 e se 2 é uma raiz da equação 𝑓(𝑥) = 0, então, a soma 𝑏 + 𝑐 é igual a
a) −4.
b) 4.
c) −3.
d) −6.

4. (Cefet-MG, 2019) Os gráficos das funções reais f e g definidas por 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 e 𝑔(𝑥) = −𝑥 2 +
2𝑥 + 1 estão representados na figura a seguir.

Sobre essas funções, é correto afirmar que se


a) 2 ≤ 𝑥 ≤ 3, então 𝑓(𝑥) ≤ 𝑔(𝑥).
b) 𝑥 > 0, então 𝑓(𝑥) ≤ 0.
c) 𝑥 < 1, então 𝑓(𝑥) > 𝑔(𝑥).
d) −2 < 𝑥 < 2, então 𝑓(𝑥) ≠ 𝑔(𝑥).
Matemática

5. (Enem, 2012) Existem no mercado chuveiros elétricos de diferentes potências, que representam
consumos e custos diversos. A potência (P) de um chuveiro elétrico é dada pelo produto entre sua
resistência elétrica (R) e o quadrado da corrente elétrica (i) que por ele circula. O consumo de energia
elétrica (E), por sua vez, é diretamente proporcional à potência do aparelho.
Considerando as características apresentadas, qual dos gráficos a seguir representa a relação entre a
energia consumida (E) por um chuveiro elétrico e a corrente elétrica (i) que circula por ele?
a) c) e)

b) d)

6. (Unesp, 2019) Em relação a um sistema cartesiano de eixos ortogonais com origem em O(0,0), um
avião se desloca, em linha reta, de O até o ponto P, mantendo sempre um ângulo de inclinação de 45°
com a horizontal.
A partir de P, o avião inicia trajetória parabólica, dada pela função f(x) = −x 2 + 14x − 40, com x e f(x)
em quilômetros. Ao atingir o ponto mais alto da trajetória parabólica, no ponto V, o avião passa a se
deslocar com altitude constante em relação ao solo, representado na figura pelo eixo x.

Em relação ao solo, do ponto 𝑃 para o ponto 𝑉, a altitude do avião aumentou


a) 2,5 km
b) 3 km
c) 3,5 km
d) 4 km
e) 4,5 km
Matemática

7. (CMRJ, 2019) Considere a definição a seguir.


“A área de um triângulo é a metade do produto da medida de sua base pela medida de sua altura.”

Três pontos de duas funções 𝑓: ℝ → ℝ e 𝑔: ℝ → ℝ definidas, respectivamente, por 𝑓(𝑥) = 3𝑥 2 + 6𝑥 −


1
24 e 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 + 2𝑥 + 9 serão utilizados para construção de um triângulo. Esse triângulo será
10
construído com seus vértices sobre os gráficos dessas funções, conforme o descrito abaixo:
I. um dos seus vértices no ponto de menor imagem da função 𝑔;
II. dois vértices nos pontos de interseção da função 𝑓 com o eixo das abscissas.

Dessa forma a área desse triângulo é igual a


a) 30
b) 15
c) 9
d) 6
e) 3

8. (Espm, 2018) O gráfico abaixo representa uma função quadrática 𝑦 = 𝑓(𝑥). O valor de 𝑓(−6) é:

a) 74
b) 63
c) 42
d) 51
e) 37
Matemática

9. (Enem, 2017) A Igreja de São Francisco de Assis, obra arquitetônica modernista de Oscar Niemeyer,
localizada na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, possui abóbadas parabólicas. A seta na Figura 1
ilustra uma das abóbadas na entrada principal da capela. A Figura 2 fornece uma vista frontal desta
abóbada, com medidas hipotéticas para simplificar os cálculos.

Qual a medida da altura 𝐻, em metro, indicada na Figura 2?


16
a)
3
31
b)
5
25
c)
4
25
d)
3
75
e)
2
Matemática

10. (CMRJ, 2020) Ao treinar chutes a gol, o atleta de futebol Pedro, num chute impressionante, fez com que
uma das bolas utilizadas no treino descrevesse uma trajetória em forma de arco de parábola, desde o
ponto em que recebeu o chute, no gramado, até ultrapassar completamente a linha do gol, a uma altura
de 2 𝑚 do chão.

A altura máxima atingida pela bola nesse trajeto foi de 10 𝑚 e, nesse instante, sua distância horizontal
do gol era de 8 𝑚. A distância horizontal 𝑥 entre o gol e a bola no momento em que ela recebeu o chute
era
a) menor que 17 𝑚.
b) igual a 17 𝑚.
c) entre 17 e 18 𝑚.
d) igual a 18 𝑚.
e) maior que 18 𝑚.

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Matemática

Gabarito

Exercícios de fixação
1. Fazendo 𝑓(−3), 𝑓(−2), 𝑓(−1), 𝑓(0) e 𝑓(1), podemos efetuar a construção dos pontos obtidos e realizar
a construção do gráfico:

2. As raízes dessa função são 𝑥 ′ = −5 e 𝑥 ′′ = 1. Sua interseção com o eixo 𝑦 é (0,5), já que 𝑐 = 5 e o vértice
𝑏 ∆
é (− ,− ) = (−2,9). Plotando esses pontos, chegamos ao gráfico:
2𝑎 4𝑎

Obs.: A resolução dessa questão foi feita de forma diferente da questão anterior propositalmente, para
mostrar diferentes estratégias para construirmos gráficos de funções quadráticas.

3. 𝑚 = 16
Para que isso ocorra, Δ = 0. Logo, (−8)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 𝑚 = 64 − 4𝑚 = 0 ⇒ 4𝑚 = 64 ⇒ 𝑚 = 16.

4. A
Pela simetria da parábola em torno do vértice, se uma raiz está 8 unidades à direita do vértice, a outra
está 8 unidades à esquerda. Ou seja, a outra raiz é −6 − 8 = −14.

5. 𝑚 = ±2, 𝑘 = 4
−𝑚2 𝑚2
Se a coordenada 𝑥𝑣 é igual a 2: − = = 2 ⇒ 𝑚2 = 4 ⇒ 𝑚 = ±2.
2⋅1 2
Se a coordenada 𝑦𝑣 é igual a 3:
𝑓(𝑥𝑣 ) = 𝑓(2) = 22 − 4 ⋅ 2 + 𝑘 + 3 = 3 ⇒ 4 − 8 + 𝑘 + 3 = 3 ⇒ −4 + 𝑘 = 0 ⇒ 𝑘 = 4
Matemática

Exercícios de vestibulares
1. C
Fazendo 𝑦 = 0, temos que 9 − 𝑥 2 = 0 e as raízes são −3 e 3. Ademais, a parábola intersecta o eixo das
ordenadas no ponto (0,  9), já que 𝑐 = 9.
A resposta é dada por
2
⋅ (3 − (−3)) ⋅ 9 = 36 𝑚2 .
3

2. E
3 (−6)
A abscissa do vértice da parábola 𝑦 = 𝑥 2 − 6𝑥 + 𝐶 é igual a − 3 = 2.
2 2⋅
2

Por outro lado, sabendo que o vértice da parábola pertence ao eixo das ordenadas, temos:
3
Δ (−6)2 − 4 ⋅ ⋅ 𝐶
𝑦𝑣 = − ⇔0=− 2
4𝑎 3
4⋅
2
⇔ 6𝐶 − 36 = 0
⇔ 𝐶 = 6.
Portanto, o resultado pedido é 𝑓(0) = 𝐶 = 6𝑐𝑚.

3. D
Desde que 𝑓 assume o menor valor para 𝑥 = −1, temos
𝑏
−1 = − ⇔ 𝑏 = 2.
2⋅1

Ademais, sendo 𝑓(2) = 0, vem


22 + 2 ⋅ 2 + 𝑐 = 0 ⇔ 𝑐 = −8.

Portanto, a resposta é 𝑏 + 𝑐 = 2 + (−8) = −6.

4. C
Analisando as alternativas uma a uma:
[A] incorreta. Nem sempre 𝑓(𝑥) ≤ 𝑔(𝑥) para o intervalo dado.
[B] incorreta. Se 𝑥 > 0, então 𝑓(𝑥) > 0.
[C] correta. Se 𝑥 < 1, então 𝑓(𝑥) > 𝑔(𝑥).
[D] incorreta. Entre −2 < 𝑥 < 2, nem sempre 𝑓(𝑥) ≠ 𝑔(𝑥), pois há um ponto onde as funções de
interceptam (tem o mesmo valor).

5. D
𝑃 = 𝑟 ⋅ 𝑖2 | 𝑃 = 𝑘 ⋅ 𝐸
𝑟.𝑖 2
𝑘 ⋅ 𝐸 = 𝑟 ⋅ 𝑖2 ⇒ 𝐸 = (como r e kA são constantes reais, temos uma função do segundo grau na variável
𝑘
i). Portanto, o melhor gráfico para que representa a relação pedida é o da alternativa [D].

6. D
Desde que a reta ⃡𝑂𝑃 corresponde ao gráfico da função definida por 𝑔(𝑥) = 𝑥, temos
𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) ⇔ −𝑥 2 + 14𝑥 − 40 = 𝑥
⇔ 𝑥 2 − 13𝑥 + 40 = 0
⇔ 𝑥 = 5 ou 𝑥 = 8.
Matemática

Logo, é fácil ver que 𝑥𝑃 = 5 e, assim, vem


𝑓(𝑋𝑃) = 𝑓(5)
= −52 + 14 ∙ 5 − 40
= 5 𝑘𝑚

Além disso, a ordenada do ponto 𝑉 é igual a


142 − 4 ⋅ (−1) ⋅ (−40)
𝑦𝑉 = − = 9𝑘𝑚.
4 ⋅ (−1)

Em consequência, a resposta é 𝑦𝑉 − 𝑦𝑃 = 9 − 5 = 4𝑘𝑚.

7. E
Tem-se que
𝑓(𝑥) = 3(𝑥 2 + 2𝑥 − 8) = 3(𝑥 − 2)(𝑥 + 4).

Logo, os pontos em que o gráfico de 𝑓 intersecta o eixo das abscissas são (2,  0) e (−4,  0).
𝑏 𝛥
Por outro lado, 𝑥𝑣 = − = −10 e 𝑦𝑣 = − = −1.
2𝑎 4𝑎

Desse modo, segue que o ponto de menor imagem da função 𝑔 é (−10, −1).


1
A resposta é ⋅ (2 − (−4)) ⋅ | − 1|   = 3.
2

8. D
Seja 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐,  𝑎 ≠ 0.
Como a parábola corta o eixo 𝑦 no ponto (0, 3), 𝑐 = 3.
Assim, temos:
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 3

Vamos supor que o ponto (1, 2) é o vértice da parábola.


𝑏
1=− ⇒ 𝑏 = −2𝑎 e 2 = 𝑎 ⋅ 12 + 𝑏 ⋅ 1 + 3 ⇒ 𝑎 + 𝑏 = −1
2𝑎

De 𝑏 = −2𝑎 e 𝑎 + 𝑏 = −1,
𝑎 − 2𝑎 = −1
𝑎=1
De 𝑎 = 1 e 𝑏 = −2𝑎,
𝑏 = −2
Logo,
𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 2𝑥 + 3
𝑓(−6) = (−6)2 − 2 ⋅ (−6) + 3
𝑓(−6) = 51

9. D
Calculando:
𝑃𝑎𝑟á𝑏𝑜𝑙𝑎 ⇒ 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 (5,0) 𝑒 (4,3)
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
𝑏 = 0 ⇒ 𝑝𝑎𝑟á𝑏𝑜𝑙𝑎 𝑠𝑖𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦
𝑓(0) = 𝑐 = 𝐻
0 = 𝑎 ⋅ (5)2 + 𝐻 0 = 25𝑎 + 𝐻 1 25
{ ⇒{ ⇒ −3 = 9𝑎 ⇒ 𝑎 = − ⇒ 𝐻 =
3 = 𝑎 ⋅ (4)2 + 𝐻 −3 = −16𝑎 − 𝐻 3 3
Matemática

10. A
Associando um sistema cartesiano à figura, obtemos:

Sabendo que 𝐴(−8,  2) e 𝑉(0,  10), temos:


𝑓(0) = 10 ⇒ 𝑐 = 10
𝑏
𝑥𝑣 = − = 0 ⇒ 𝑏 = 0
2𝑎
𝑓(−8) = 2 ⇒ 64𝑎2 − 8𝑏 + 𝑐 = 2

Logo,
1
𝑓(𝑥) = − ⋅ 𝑥 2 + 10
8

Calculando agora as raízes da função:


1
0 = − ⋅ 𝑥 2 + 10
8
1 2
⋅ 𝑥 = 10 ⇒ 𝑥 = ±4√5 ⇒ 𝑥 ≃ ±8,8
8

Portanto,
𝑑 − 8 = 8,8
𝑑 = 16,8

Resposta: [A] menor que 17 𝑚.


Matemática

Função quadrática: problemas de máximo e mínimo

Objetivo
Saber modelar problemas de máximos e mínimos e saber utilizar as coordenadas do vértice da parábola
nesses problemas.

Se liga
Para esta aula, vale a pena estar por dentro de como é o gráfico de uma função quadrática. Para relembrar
esse conteúdo, assista à aula clicando aqui.

Curiosidade
É muito comum termos problemas de máximo e mínimo relacionados com áreas de figuras planas, uma vez
que o conceito de área está associado à segunda dimensão. Também podemos ter problemas sobre a
trajetória de projéteis e outros corpos lançados obliquamente, visto que esses lançamentos percorrem uma
trajetória parabólica.

Teoria
Vértice da parábola
Como já vimos, toda função do 2º grau, dada por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥² + 𝑏𝑥 + 𝑐, com 𝑎 ≠ 0, tem seu gráfico no plano
cartesiano dado por uma parábola. Toda parábola tem um ponto chamado de vértice, que determina a
mudança de crescimento para decrescimento ou vice-versa. Por essa razão, ele determina ainda o eixo de
simetria da parábola. Devemos encontrar as coordenadas do vértice da parábola, representadas na imagem
seguinte, por 𝑉 (𝑥𝑣 , 𝑦𝑣 ).
Matemática

Máximos e mínimos de uma função quadrática


Podemos classificar o vértice a partir da concavidade da parábola.
→ Se 𝑎 > 0, o vértice 𝑉 é chamado de ponto mínimo da função.
→ Se 𝑎 < 0, o vértice 𝑉 é chamado de ponto máximo da função.

Esse conceito de ponto máximo ou mínimo de uma parábola pode ser aplicado em situações cujo objetivo é
saber o valor máximo ou mínimo em uma relação. É importante ressaltar que uma parábola não pode ter
ponto máximo e mínimo ao mesmo tempo. Se ela possui ponto máximo, então certamente não terá ponto
mínimo. Da mesma maneira que, se tiver ponto mínimo, não terá ponto máximo.
Note que, em problemas de máximo e mínimo, o 𝑥𝑣 é o valor que temos que ter para atingir o valor máximo
ou mínimo. Já o 𝑦𝑣 é o valor máximo ou o mínimo propriamente dito.

Exemplo : Considere a função 𝑓(𝑥) = −𝑥 2 + 12𝑥, em que 𝑓 fornece o lucro de uma empresa, em milhares, a
partir das 𝑥 unidades vendidas de seu produto.
a) Qual o número de peças que devem ser vendidas para atingirmos o lucro máximo?

Aqui, o número de peças que devem ser vendidas para atingirmos o lucro máximo é dado pelo 𝑥𝑣 :
𝑏 12
𝑥𝑣 = − =− =6
2𝑎 2(−1)
Ou seja, ocorre quando vendemos 6 peças.

b) Qual o lucro máximo obtido por essa empresa?

Já o lucro máximo é obtido por 𝑦𝑣 :


𝑦𝑣 = 𝑓(𝑥𝑣 ) = 𝑓(6) = −62 + 12 ∙ 6 = −36 + 72 = 36

Ou seja, é igual a 𝑅$36.000,00 reais (36 milhares de reais).


Matemática

Exercícios de fixação

1. Determine o vértice da função cuja lei de formação é 𝑓(𝑥) = −2𝑥 2 + 8𝑥 − 1.

2. Um projétil percorre a trajetória de um arco parabólico a partir da função 𝑃(𝑥) = −2𝑥 2 + 8𝑥, em que 𝑥
é o tempo, em segundos, percorrido após o seu lançamento e 𝑃 é a sua altura, em metros. Com isso,
determine:
a) A altura máxima que esse projétil atinge.
b) O tempo decorrido para que o projétil atinja essa altura máxima.
c) O tempo que leva para que o projétil retorne ao solo.

3. Uma parábola possui um ponto de mínimo em (6; −16). Sabe-se que ela também passa pelo ponto
(1; 9). Determine a lei de formação da função quadrática descrita por essa parábola.

𝑡 2 − 100𝑡
4. Uma pista de skate é construída a partir da função ℎ(𝑡) =
1000
, 0 ≤ 𝑡 ≤ 10, em que 𝑡 é o tempo, em
segundos, decorridos após uma skatista iniciar seu deslocamento em (0; 0) e ℎ é a altura que ela está
em relação à altura inicial. Determine a que distância da altura inicial se encontra o ponto mais baixo
dessa pista.

5. Um terreno retangular tem perímetro de 120 𝑚. A partir dessa informação:


a) Determine a lei de formação da função 𝐴(𝑥), que expressa a área desse terreno a partir de uma de
suas dimensões, 𝑥.
b) Determine qual deve ser o valor dessa dimensão 𝑥 para que a área desse terreno seja máxima.
c) Determine qual é a área máxima desse terreno.
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2015) Um estudante está pesquisando o desenvolvimento de certo tipo de bactéria. Para essa
pesquisa, ele utiliza uma estufa para armazenar as bactérias. A temperatura no interior dessa estufa,
em graus Celsius, é dada pela expressão 𝑇(ℎ) = −ℎ2 + 22ℎ − 85, em que ℎ representa as horas do dia.
Sabe-se que o número de bactérias é o maior possível quando a estufa atinge sua temperatura máxima
e, nesse momento, ele deve retirá-las da estufa. A tabela associa intervalos de temperatura, em graus
Celsius, com as classificações: muito baixa, baixa, média, alta e muito alta.

Intervalos de
Classificação
temperatura (°𝑪)
𝑇<0 Muito baixa
0 ≤ 𝑇 ≤ 17 Baixa
17 < 𝑇 < 30 Média
30 ≤ 𝑇 ≤ 43 Alta
𝑇 > 43 Muito alta

Quando o estudante obtém o maior número possível de bactérias, a temperatura no interior da estufa
está classificada como
a) muito baixa.
b) baixa.
c) média.
d) alta.
e) muito alta.
Matemática

2. (IFPE, 2019) Um balão de ar quente sai do solo às 9 ℎ da manhã (origem do sistema cartesiano) e
retorna ao solo 8 horas após sua saída, conforme demonstrado a seguir. A altura ℎ, em metros, do
3
balão, está em função do tempo 𝑡, em horas, através da fórmula ℎ(𝑡) = − 𝑡 2 + 6𝑡.
4

SILVA, Marcos Noé Pedro da. Exercícios sobre gráfico da função de 2º grau. Uol notícias. Disponível em:
<https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-matematica/exercicios-sobre-grafico-funcao-2-o-grau.htm>. Acesso:
03 out. 2018 (adaptado).

A altura máxima atingida pelo balão é de


a) 21 𝑚
b) 36 𝑚
c) 8 𝑚
d) 4 𝑚
e) 12 𝑚

3. (FCMSCSP, 2022) O programa de sócio torcedor de uma agremiação esportiva cobra mensalidade de
R$ 50,00 dos sócios. Atualmente, o programa conta com 600 sócios e a agremiação estima que a cada
R$ 5,00 de aumento na mensalidade irá perder 8 sócios. Considerando apenas aumentos mensais de
R$ 5,00, o maior faturamento mensal que esse programa de sócio torcedor pode gerar para a
agremiação é de
a) R$ 72.240,00
b) R$ 78.250,00
c) R$ 80.420,00
d) R$ 82.280,00
e) R$ 86.420,00
Matemática

4. (FGV, 2020) O número de turistas 𝑥 que comparecem diariamente para um passeio de barco, relaciona-
se com o preço 𝑝 em reais cobrado por pessoa através da relação 𝑝 = 300 − 2𝑥.
Se o barco tiver 100 lugares, qual a receita máxima que pode ser obtida por dia?
a) R$ 10.000,00
b) R$ 11.500,00
c) R$ 10.750,00
d) R$ 11.000,00
e) R$ 11.250,00

5. (FGV, 2017) Um fazendeiro dispõe de material para construir 60 metros de cerca em uma região
retangular, com um lado adjacente a um rio.
Sabendo que ele não pretende colocar cerca no lado do retângulo adjacente ao rio, a área máxima da
superfície que conseguirá cercar é:
a) 430 𝑚2
b) 440 𝑚2
c) 460 𝑚2
d) 470 𝑚2
e) 450 𝑚2

6. (Enem, 2017) Viveiros de lagostas são construídos, por cooperativas locais de pescadores, em formato
de prismas reto-retangulares, fixados ao solo e com telas flexíveis de mesma altura, capazes de
suportar a corrosão marinha. Para cada viveiro a ser construído, a cooperativa utiliza integralmente 100
metros lineares dessa tela, que é usada apenas nas laterais.

Quais devem ser os valores de X e de Y, em metro, para que a área da base do viveiro seja máxima?
a) 1 e 49
b) 1 e 99
c) 10 e 10
d) 25 e 25
e) 50 e 50
Matemática

7. (Fuvest, 2020) A dona de uma lanchonete observou que, vendendo um combo a 𝑅$ 10,00, 200 deles são
vendidos por dia, e que, para cada redução de 𝑅$ 1,00 nesse preço, ela vende 100 combos a mais.
Nessas condições, qual é a máxima arrecadação diária que ela espera obter com a venda desse combo?
a) 𝑅$ 2.000,00
b) 𝑅$ 3.200,00
c) 𝑅$ 3.600,00
d) 𝑅$ 4.000,00
e) 𝑅$ 4.800,00

8. (Enem, 2ª aplicação, 2016) Dispondo de um grande terreno, uma empresa de entretenimento pretende
construir um espaço retangular para shows e eventos, conforme a figura.

A área para o público será cercada com dois tipos de materiais:


- nos lados paralelos ao palco será usada uma tela do tipo A, mais resistente, cujo valor do metro linear
é R$20,00
- nos outros dois lados será usada uma tela do tipo B, comum, cujo metro linear custa R$5,00.

A empresa dispõe de R$5.000,00 para comprar todas as telas, mas quer fazer de tal maneira que
obtenha a maior área possível para o público. A quantidade de cada tipo de tela que a empresa deve
comprar é
a) 50,0 m da tela tipo A e 800,0 m da tela tipo B.
b) 62,5 m da tela tipo A e 250,0 m da tela tipo B.
c) 100,0 m da tela tipo A e 600,0 m da tela tipo B.
d) 125,0 m da tela tipo A e 500,0 m da tela tipo B.
e) 200,0 m da tela tipo A e 200,0 m da tela tipo B.
Matemática

9. (Enem, PPL, 2009) Uma empresa vendia, por mês, 200 unidades de certo produto ao preço de 𝑅$ 40,00
a unidade. A empresa passou a conceder desconto na venda desse produto e verificou-se que a cada
real de desconto concedido por unidade do produto implicava na venda de 10 unidades a mais por mês.

Para obter o faturamento máximo em um mês, o valor do desconto, por unidade do produto, deve ser
igual a
a) 𝑅$ 5,00.
b) 𝑅$ 10,00.
c) 𝑅$ 12,00.
d) 𝑅$ 15,00.
e) 𝑅$ 20,00.

10. (Enem, PPL, 2012) O apresentador de um programa de auditório propôs aos participantes de uma
competição a seguinte tarefa: cada participante teria 10 minutos para recolher moedas douradas
colocadas aleatoriamente em um terreno destinado à realização da competição. A pontuação dos
competidores seria calculada ao final do tempo destinado a cada um dos participantes, no qual as
moedas coletadas por eles seriam contadas e a pontuação de cada um seria calculada, subtraindo do
número de moedas coletadas uma porcentagem de valor igual ao número de moedas coletadas. Dessa
forma, um participante que coletasse 60 moedas teria sua pontuação calculada da seguinte forma:
pontuação = 60 – 36 (60% de 60) = 24. O vencedor da prova seria o participante que alcançasse a maior
pontuação.

Qual será o limite máximo de pontos que um competidor pode alcançar nessa prova?
a) 0
b) 25
c) 50
d) 75
e) 100

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Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. 𝑉(2,7)
𝑏 −8 𝛥 (𝑏 2 −4𝑎𝑐) 56
Como 𝑥𝑣 = − =− = 2 e 𝑦𝑣 = − =− =− = 7, temos que o vértice é dado por 𝑉(2,7).
2𝑎 4 4𝑎 4𝑎 −8

2. a) Queremos calcular o 𝑦𝑣 da função. Logo, a altura será igual a


∆ 82 − 4 ∙ (−2) ∙ 0 64
𝑦𝑣 = − =− =− =8𝑚
4𝑎 4 ∙ (−2) −8

b) Queremos calcular o 𝑥𝑣 da função. Logo, o tempo será dado por:


𝑏 8
𝑥𝑣 = − =− = 2𝑠
2𝑎 −4

c) O projétil atinge o solo no eixo 𝑥, nas raízes da função. Assim, fazemos 𝑓(𝑥) = −2𝑥 2 + 8𝑥 = 0 → 𝑥 ′ =
0, 𝑥 ′′ = 4 𝑠. Logo, ele leva 4 − 0 = 4𝑠 para retornar ao solo.

3. 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 12𝑥 + 20
𝑏
Se a parábola possui um ponto de mínimo em (6; −16), temos que 𝑥𝑣 = − = 6 → 𝑏 = −12𝑎.
2𝑎
Como a função também passa pelo ponto (6; −16) → 𝑓(6) = 36𝑎 + 6𝑏 + 𝑐 = −16.
Como a função passa pelo ponto (1; 9) → 𝑓(1) = 𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 9.
Resolvendo o sistema:
{𝑏 = −12𝑎 36𝑎 + 6𝑏 + 𝑐 = −16 ⇒ 𝑎 = 1, 𝑏 = −12, 𝑐 = 20 𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 9

4. 2,5 𝑚.
𝑡 2 − 100𝑡
Queremos o valor mínimo de ℎ(𝑡) = . Assim, procuramos:
1000
2
100 1 1
∆ (− ) −4∙ ∙0
𝑦𝑣 = − =− 1000 1000 = − 100 = −2,5
4𝑎 1 1
4∙
1000 250

Ou seja, a profundidade da pista é de 2,5 𝑚.

5. a) 𝑆(𝑥) = −𝑥 2 + 60𝑥.
Temos que o perímetro da lateral do terreno é 2𝑥 + 2𝑦 = 120 e que a sua área é 𝑆 = 𝑥 ∙ 𝑦.
Assim, {2𝑥 + 2𝑦 = 120 𝑆 = 𝑥 ⋅ 𝑦 ⇒ {𝑥 + 𝑦 = 60 𝑆 = 𝑥 ⋅ 𝑦 ⇒ {𝑦 = 60 − 𝑥 𝑆 = 𝑥 ⋅ 𝑦
Logo, 𝑆(𝑥) = 𝑥 ∙ (60 − 𝑥) → 𝑆(𝑥) = −𝑥 2 + 60𝑥.

b) 30 metros.
𝑏 60
Queremos o 𝑥𝑣 dessa função. Isto é, 𝑥𝑣 = − =− = 30 metros.
2𝑎 −2

c) 900 𝑚².
A área máxima será igual ao 𝑦𝑣 dessa função. Como 𝑦𝑣 = 𝑓(𝑥𝑣 ) = 𝑓(30) = −302 + 60(30) = −900 +
1800 = 900 𝑚².
Matemática

Exercícios de vestibulares
1. D
Quando o h é o maior possível, o T é o maior possível também. Assim, basta acharmos o vértice desta
parábola. Neste caso, nossa intenção é acharmos o T do vértice, ou seja, Yv = – ∆/4a, em que a = -1, b =
22 e c = -85.
Fazendo esta conta, você irá encontrar o valor do vértice como 36°.Este resultado se encaixa na
classificação de Alta.

2. E
Calculando:
3
ℎ(𝑡) = − 𝑡 2 + 6𝑡
4
3
𝛥 62 −4⋅(− )⋅0 62 36
4
ℎ𝑚á𝑥 = − =− 3 =− = ⇒ ℎ𝑚á𝑥 = 12
4𝑎 4⋅(− ) −3 3
4

3. A
Sendo x o número de aumentos de R$ 5,00, o faturamento mensal é dado por:
𝑓(𝑥) = (600 − 8𝑥)(50 + 5𝑥)
𝑓(𝑥) = 30000 + 3000𝑥 − 400𝑥 − 40𝑥 2
𝑓(𝑥) = −40𝑥 2 + 2600𝑥 + 30000

Quantidade de aumentos que maximiza o faturamento:


𝑏 2600
𝑥𝑉 = − =− = 32,5
2𝑎 2 ⋅ (−40)

Como o número de aumentos deve ser inteiro, o faturamento máximo deve ser de:
𝑓𝑚á𝑥 = 𝑓(32) = −40 ⋅ 322 + 2600 ⋅ 32 + 30000
𝑓𝑚á𝑥 = 𝑅$ 72.240,00
Ou
𝑓𝑚á𝑥 = 𝑓(33) = −40 ⋅ 332 + 2600 ⋅ 33 + 30000
𝑓𝑚á𝑥 = 𝑅$ 72.240,00

4. E
A receita é dada por:
𝑅 = 𝑝𝑥
𝑅 = −2𝑥 2 + 300𝑥

Para que ela seja máxima, o número de lugares ocupados deve ser:
−300
𝑥= = 75
2 ⋅ (−2)

Dessa forma, a receita máxima seria de:


𝑅𝑚á𝑥 = −2 ⋅ 752 + 300 ⋅ 75
∴ 𝑅𝑚á𝑥 = 𝑅$ 11.250,00

5. E
Calculando:
𝑦 + 2𝑥 = 60 ⇒ 𝑦 = 60 − 2𝑥
𝑆𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 = 𝑥 ⋅ 𝑦 = 𝑥 ⋅ (60 − 2𝑥) = 60𝑥 − 2𝑥 2
−60
𝑥𝑚á𝑥 = ⇒ 𝑥𝑚á𝑥 = 15 ⇒ 𝑦𝑚á𝑥 = 30
2 ⋅ (−2)
𝑆𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 = 15 ⋅ 30 = 450 𝑚2
Matemática
6. D
Calculando:
2𝑥 + 2𝑦 = 100 𝑥 + 𝑦 = 50
{ ⇒{ ⇒ 𝑥 ⋅ (50 − 𝑥) = 𝑆 ⇒ 𝑥𝑚á𝑥 = 𝑦𝑚á𝑥 = 25
𝑥⋅𝑦 =𝑆 𝑥⋅𝑦 =𝑆

7. C
Seja 𝑥 o número de reduções de R$ 1,00 no preço do combo. Logo, a arrecadação diária, 𝐴(𝑥), é dada por
𝐴(𝑥) = (10 − 𝑥)(200 + 100𝑥)
= −100(𝑥 + 2)(𝑥 − 10)

−2+10
O número de reduções que fornece a arrecadação máxima é igual a = 4. Em consequência, a
2
resposta é 𝐴(4) = −100(4 + 2)(4 − 10) = 𝑅$3.600,00

8. D
Queremos calcular os valores de 2𝑥 e de 2𝑦, de tal modo que a área 𝐴 = 𝑥 ⋅ 𝑦 seja máxima e 40𝑥 + 10𝑦 =
0+125
5000, isto é, 𝑦 = 500 − 4𝑥. Daí, como 𝐴 = −4𝑥(𝑥 − 125) atinge um máximo para 𝑥 = = 62,5 𝑚,
2
temos 𝑦 = 500 − 4 ⋅ 62,5 = 250 e, portanto, segue que 2𝑥 = 125 𝑚 e 2𝑦 = 500 𝑚.

9. B
Seja 𝑥 o número de descontos de R$1,00. Logo, o faturamento mensal é dado por
𝑅(𝑥) = (40 − 𝑥)(200 + 10𝑥)
= −10(𝑥 − 40)(𝑥 + 20)

40−20
O valor de 𝑥 para o qual se tem o faturamento máximo é = 10.
2
Portanto, a resposta é 10 ⋅ R$ 1,00 = R$ 10,00.

10. B
Considerando x o número de moedas douradas coletadas, a pontuação seria dada por:
𝑥 𝑥2
𝑃(𝑥) = 𝑥 − ∙ 𝑥 ⇒ 𝑃(𝑥) = − +𝑥
100 100

Logo, o valor máximo de P(x) será dado por:


𝛥 1
𝑃𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = − =− = 25.
4⋅𝑎 −1
4⋅( )
100

Portanto, o limite de pontos que um competidor poderá alcançar nesta prova é 25.
Matemática

Equações trigonométricas

Objetivo
Aprender a resolver as equações trigonométricas como o auxílio do ciclo trigonométrico.

Se liga
Para essa aula é importante que você saiba sobre ciclo trigonométrico. Você pode assistir à aula clicando
aqui.

Curiosidade
Você sabia que quando adicionamos a parcela 2kπ em soluções das equações trigonométricas, é para indicar
a quantidade de voltas de forma geral dada no círculo trigonométrico? Então, sempre que for pedida uma
solução sem um intervalo definido, é preciso acrescentar 2𝑘𝜋.

Teoria

Precisamos ter em mente o ciclo trigonométrico para resolver as equações trigonométricas:

Definição
Sejam 𝑓(𝑥) 𝑒 𝑔(𝑥) duas funções trigonométricas, resolver uma equação onde 𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) significa encontrar
um conjunto solução em que a sentença seja verdadeira. Para isso é necessário analisar também o seu
domínio. Para tanto, é necessário que se conheça bem o ciclo trigonométrico.

Vamos analisar alguns tipos de equações trigonométricas.


Matemática

Seno
Se 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝛼)
Temos duas possibilidades para essa igualdade:
1. Eles serem côngruos (não importa quantas voltas deem no ciclo, os pontos irão sempre coincidir).
2. Eles têm imagens simétricas em relação ao eixo dos senos, portanto, são suplementares 𝑥 + 𝛼 = 180°,
veja a figura abaixo.

Em geral, temos:
𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝛼) → {𝑥 = 𝛼 + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 − 𝛼 + 2𝑘𝜋

𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = 𝛼 + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 − 𝛼 + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}

Vale lembrar que aqui iremos tratar de uma unidade de medida angular chamada radiano:
• Radiano: Medida angular de um arco com o mesmo comprimento métrico do raio.
𝑆
𝛽 = 𝑅 , quando S = R, temos que o 𝛽 = 1 𝑟𝑎𝑑
Como a circunferência tem comprimento 2𝜋 vezes o seu raio, seu comprimento angular é 2𝜋 radianos.

Cosseno
Se 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 (𝛼)
Temos duas possibilidades para essa igualdade:
1. Eles serem côngruos (não importa quantas voltas deem no ciclo, os pontos irão sempre coincidir).
2. Eles têm imagens simétricas em relação ao eixo dos cossenos, portanto, são replementares 𝑥 + 𝛼 =
360°, veja a figura abaixo.

𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝛼) → {𝑥 = 𝛼 + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = −𝛼 + 2𝑘𝜋


𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± 𝛼 + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
Matemática

Tangente
Se 𝑡𝑔(𝑥) = 𝑡𝑔 (𝛼)
Temos duas possibilidades para essa igualdade:
1. Eles serem côngruos (não importa quantas voltas deem no ciclo, os pontos irão sempre coincidir).
2. Eles têm imagens simétricas em relação ao centro do ciclo, portanto, são explementares 𝑥 − 𝛼 = 180°,
veja a figura 3.

𝑡𝑔(𝑥) = 𝑡𝑔(𝛼) → {𝑥 = 𝛼 + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 + 𝛼 + 2𝑘𝜋

𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = 𝛼 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
Matemática

Exercícios de fixação
𝜋
1. Resolva a seguinte equação 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 ( )
5
𝜋 4𝜋
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
5 5
𝜋
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
5
𝜋 𝜋
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
5 2
𝜋 𝜋
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
5 2

2. A solução para a equação trigonométrica 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) − 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0


𝜋
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = 𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = , 𝑘 ∈ 𝑍}
2
𝜋
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
2
𝜋 5𝜋
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
6 6
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}

3. Dada a equação 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) =


√2
2
, marque a alternativa que seja o conjunto solução:
𝜋
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
6
𝜋
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
3
𝜋
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
4
𝜋
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
2

4. Qual o conjunto solução da equação trigonométrica abaixo


√3
𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) =
2
𝜋
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
6
𝜋
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
12
𝜋
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
3
𝜋
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
4

5. O conjunto solução da equação trigonométrica 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) = √3 é:


𝜋
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
6
𝜋
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
3
𝜋
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
4
𝜋
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
5
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Ueg, 2019) Resolvendo-se a equação 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) = 1, encontramos a 1ª determinação positiva de x igual


a
𝜋
a)
2
𝜋
b)
3
𝜋
c)
4
𝜋
d)
6
𝜋
e)
12

2. (Uece, 2014) Se p e q são duas soluções da equação 2𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) − 2𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 1 = 0 tais que 𝑠𝑒𝑛(𝑝) ≠
𝑠𝑒𝑛(𝑞), então o valor da expressão 𝑠𝑒𝑛2 (𝑝) − 𝑐𝑜𝑠²(𝑞) é igual a:
a) 0.
b) 0,25.
c) 0,50.
d) 1.
e) 2.

3. (Unicamp, 2014) Seja x real tal que 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 𝑡𝑔 𝑥. O valor de 𝑠𝑒𝑛 𝑥 é:


√3−1
a)
2
1−√3
b)
2
√5−1
c)
2
1−√5
d)
2
1−√2
e)
2

1
4. (Ufscar, 201, adaptada) Sendo 𝑠𝑒𝑛𝑥 +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = , determine os possíveis valores de 𝑠𝑒𝑛𝑥.
5
3 4
a) ou
5 5
3 4
b) −5 ou
5
3 4
c) −5 ou −5
3 4
d) ou −5
5
Matemática

3 5
e) −5 ou
4
5. (Puc-RJ, 2011) Quantas soluções a equação 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥 − 1) = 0, tem no intervalo [0,5 rad]? (Lembre-
se que π = 3,14).
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 0

6. Resolva em R a equação 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(𝑥) − 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) = 2𝑠𝑒𝑛(𝑥).


2𝜋
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋}
3
2𝜋
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± }
3

c) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ±2𝜋 + 2𝑘𝜋}
𝜋
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋}
6
𝜋
e) 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋}
3

7. Resolva a equação 𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 𝑠𝑒𝑛³(𝑥) = 0.


a) 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑅
𝜋
b) 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑅
2
𝜋
c) 𝑥 = 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
2
𝜋
d) 𝑥 = 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
4
𝜋
e) 𝑥 = 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
6

8. (Escola naval, 2013) A soma das soluções da equação trigonométricas 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) + 3 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) =
−2, no intervalo [0, 2𝜋] é
a) 𝜋
b) 2𝜋
c) 3𝜋
5𝜋
d)
3
10𝜋
e)
3
Matemática

1
9. (UPF, 2015) A quantidade de soluções que a equação trigonométrica 𝑠𝑒𝑛4 (𝑥) − 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) =
2
admite no
intervalo [0, 3𝜋] é
a) 0
b) 2
c) 4
d) 6
e) 8

10. (UFRJ) Seja x tal que 𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 1. Determine todos os valores possíveis para 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) +
𝑐𝑜𝑠(2𝑥).
a) 0
b) 1
c) -1
d) 1 e -1
e) 0 e -1

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Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
𝜋
Resolvendo a equação trigonométrica 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 ( ), temos
5
𝜋 𝜋 𝜋
𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 ( ) → {𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 − + 2𝑘𝜋
5 5 5
Portanto, o conjunto solução será:
𝜋 4𝜋
𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 2𝑘𝜋}
5 5

2. B
𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) − 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0
𝑠𝑒𝑛(𝑥)(𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 1) = 0

Então,
𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(0) → {𝑥 = 0 + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝜋 − 0 + 2𝑘𝜋 → 𝑥 = 𝑘𝜋
Ou
𝜋 𝜋
𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 1 = 0 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 1 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 ( ) → 𝑥 = + 2𝑘𝜋
2 2
𝜋
𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = 𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = + 2𝑘𝜋}
2

3. C
√2 𝜋 𝜋 𝜋
𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) =𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 ( ) → {𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = − + 2𝑘𝜋
2 4 4 4
𝜋
𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| ± + 2𝑘𝜋}
4

4. B
Resolvendo a equação, temos
√3 𝜋 𝜋 𝜋
𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) =𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 ( ) → {2𝑥 = ± + 2𝑘𝜋 → 𝑥 = ± + 𝑘𝜋
2 6 6 12

Portanto,
𝜋
𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| 𝑥 = ± + 𝑘𝜋}
12

5. A
1 1
𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) = √3 → = √3 → 𝑡𝑎𝑛(𝑥) =
𝑡𝑎𝑛(𝑥) √3

Racionalizando, temos
√3 𝜋 𝜋
𝑡𝑎𝑛 𝑡𝑎𝑛 (𝑥) = →𝑡𝑎𝑛 𝑡𝑎𝑛 (𝑥) =𝑡𝑎𝑛 𝑡𝑎𝑛 ( ) → 𝑥 = + 𝑘𝜋
3 6 6

Portanto,
𝜋
𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅|𝑥 = + 𝑘𝜋}
6
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. C
Considerando 𝑘 ∈ 𝑍, temos:
𝜋 𝜋 𝜋
𝑠𝑒𝑛(2𝑥) = 1 → 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 ( ) → 2𝑥 = + 2𝑘𝜋 → 𝑥 = + 𝑘𝜋
2 2 4
𝜋
Portanto, a primeira determinação positiva será dada por 𝑥 = .
4

2. B
Observe: 2𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) − 3𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 1 = 0
Tomemos sen(x) = y, portanto: 2𝑦² − 3𝑦 + 1 = 0

Calculando as raízes, temos:


−𝑏 ± √𝑏² − 4𝑎𝑐
𝑦=
2𝑎
−(−3) ± √(−3)² − 4 ∙ 2 ∙ 1
𝑦=
2∙2
3 ± √9 − 8
𝑦=
4
3 ± √1 3+1 4 3−1 2 1
𝑦= → {𝑦1 = → 𝑦1 = = 1 𝑦2 = → 𝑦2 = =
4 4 4 4 4 2

Portanto, para 𝑦 = 1, temos


𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 1 → 𝑠𝑒𝑛(𝑝) = 1
1
E para 𝑦 = , temos
2
1 1
𝑠𝑒𝑛(𝑥) = → 𝑠𝑒𝑛(𝑞) =
2 2

Então,
𝑠𝑒𝑛2 (𝑝) − 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑞) = 𝑠𝑒𝑛2 (𝑝) − (1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑞)) =
𝑠𝑒𝑛2 (𝑝) + 𝑠𝑒𝑛2 (𝑞) − 1 =
1
1² + ( ) ² − 1 = 0,25
2

3. C
Observe:
sen 𝑥 𝜋
Sabendo que 𝑡𝑎𝑛 𝑥 = , com 𝑥 ≠ + 𝑘𝜋 e 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 − sen2 𝑥, vem
𝑐𝑜𝑠 𝑥 2
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 𝑡𝑎𝑛 𝑥
sen 𝑥
𝑐𝑜𝑠 𝑥 =
𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = sen 𝑥
sen2 𝑥 + sen x = 1
1 2 1
(sen x + ) − = 1
2 4
1 √5
sen x + = ±
2 2
√5−1
sen x =
2
Matemática

4. B
Observe:
1 1
sen 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = ⇒ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = − sen 𝑥
{ 5 5
2 2
sen 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = 1
2
2
1
sen 𝑥 + ( − sen 𝑥) = 1
5
2
1 2
sen 𝑥 + − sen 𝑥 + sen2 𝑥 − 1 = 0
25 5
2 24
2sen2 𝑥 − sen 𝑥 − =0
5 25
50sen2 𝑥 − 10sen 𝑥 − 24 = 0
10 ± √100 − 4(50)(−24) 10 ± √100 + 4800
sen 𝑥 = =
100 100
10 ± √4900 10 ± 70
sen 𝑥 = =
100 100
10 − 70 −60 −6 −3
sen 𝑥 = = = =
{ 100 100 10 5
10 + 70 80 8 4
sen 𝑥 = = = =
100 100 10 5

5. C
Observe:
A função tem período π.
𝜋 1
O primeiro zero é em + = 1,29
4 2
Assim:
𝜋 𝜋 𝜋
1,291,29 + = 2,862,86 + = 4,434,43 + = 6
2 2 2

Portanto, 3 soluções.

6. A
Observe:
𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(𝑥) − 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) = 2𝑠𝑒𝑛(𝑥)

1 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥)


− = 2𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥)

2𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) − 1 = 0

2(1 − 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥)) +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) − 1 = 0

2 − 2𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) − 1 = 0 (× −1)

2𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) −𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) − 1 = 0

Tomando 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 (𝑥), temos: 2𝑦² − 𝑦 − 1 = 0


Resolvendo a equação, temos
−(−1) ± √(−1)2 − 4 ∙ 2 ∙ (−1)
𝑦=
2∙2
1±√1+8
𝑦=
4
1±√9
𝑦=
4
Matemática

Temos então
1+3 4
𝑦1 = = =1
4 4
E
1 − 3 −2 1
𝑦1 = = =−
4 4 2

Então, para y = 1, temos: 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 1 →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) =𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (0) → 𝑥 = 2𝑘𝜋 ∉ 𝑑𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 (𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(𝑥))
1
E para 𝑦 = − , temos
2
1 2𝜋 2𝜋
𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = − →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) =𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 ( ) → 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋
2 3 3
2𝜋
Portanto, 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅 | 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
3

7. C
Observe:
𝑠𝑒𝑛(𝑥) − 𝑠𝑒𝑛³(𝑥) = 0
𝑠𝑒𝑛(𝑥)(1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)) = 0 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 ∙ (𝑥) = 0
𝑠𝑒𝑛(𝑥)(1 − 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)) = 0 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) = 0
𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 → 𝑥 = 𝑘𝜋

Ou
𝜋
𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) = 0 →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 0 → 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑅
2

8. C
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 + 3 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = −2 ⇒
⇒ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − 𝑠𝑖𝑛2 𝑥 + 3 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 = 0 ⇒
⇒ 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − (1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥) + 3 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 2 = 0 ⇒
⇒ 2 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 + 3 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 1 = 0

Temos então uma equação do segundo grau na incógnita cos x. Resolvendo esta equação, temos:
−3 ± √32 − 4 ⋅ 2 ⋅ 1 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = −1 ⇒ 𝑥 = 𝜋
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = =⟨ 1 2𝜋 4𝜋
2⋅2 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = − ⇒ 𝑥 = ou 𝑥 =
2 3 3
Logo, a soma de suas duas raizes será dada por:
2𝜋 4𝜋
𝜋 + + = 3𝜋
3 3

9. D
Sabendo que 𝑠𝑒𝑛2 (𝑦) + 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑦) = 1, para todo y real, vem
1
𝑠𝑒𝑛4 (𝑥) − 𝑐𝑜𝑠 4 (𝑥) =
2
2 (𝑥) 2 (𝑥))(𝑠𝑒𝑛2 (𝑥)
1
↔ (𝑠𝑒𝑛 − 𝑐𝑜𝑠 + 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥)) =
2
2 (𝑥)
1
↔ 2𝑠𝑒𝑛 −1=
2
2 (𝑥)
3
↔ 𝑠𝑒𝑛 =
4
√3
↔ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = ±
2
√3 𝜋 2𝜋 7𝜋 8𝜋
Para 𝑥 ∈ [0, 3𝜋], a equação 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = possui as raízes , , , , enquanto que a equação 𝑠𝑒𝑛(𝑥) =
2 3 3 3 3
√3 4𝜋 5𝜋 4𝜋 5𝜋
− possui as raízes 𝑒 e . Desse modo, a resposta é 6.
2 3 3 3 3
Matemática

10. D
Observe:
(𝑠𝑒𝑛(𝑥) +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) )2 = (1)²

𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) + 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) + 2𝑠𝑒𝑛(𝑥) ∙𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 1

1 + 2𝑠𝑒𝑛(𝑥) ∙𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 1

𝑠𝑒𝑛(2𝑥) = 2𝑠𝑒𝑛(𝑥) ∙𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 0 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 0

𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 1 →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = 1 → 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = 1

𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) = 0 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 1 →𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = −1 → 𝑠𝑒𝑛(2𝑥) +𝑐𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = −1
Matemática

Redução de quadrantes

Objetivos
Reconhecer onde cada ângulo está nos quadrantes; identificar em quais quadrantes o seno, cosseno e
tangentes assumem valores positivos ou negativos e estabelecer como fazer a redução de quadrantes.

Se liga
Para essa aula, é importante que você tenha um conhecimento básico em círculo trigonométrico e arcos
côngruos (caso não seja direcionado, pesquise por "Círculo trigonométrico e arcos côngruos" na biblioteca).

Curiosidade
Você sabia que quadrante é nome de um instrumento de medição e que foi adaptado à náutica? O quadrante
náutico é um dos instrumentos mais antigos de navegação, ele era construído de madeira ou metal/latão e
permitia determinar a localização de embarcações. Ele é formado por um quarto de círculo graduado de 0° a
90°. Sua referência mais antiga foi no relato de Diogo Gomes em seu diário de bordo, por volta de 1460.

Teoria

Relembrando: círculo trigonométrico é um círculo de raio 1 e centro na origem que possui quatro quadrantes.
𝜋
Em cada um dos quadrantes, temos intervalos iguais, cada um com 90° ou radianos (ou rad).
2

Ou seja:
𝜋
• Primeiro quadrante: ângulos entre 0° e 90° ( rad);
2
𝜋
• Segundo quadrante: ângulos entre 90° ( rad) e 180° (𝜋 rad);
2
3𝜋
• Terceiro quadrante: ângulos entre 180° (𝜋 rad) e 270° ( rad);
2
3𝜋
• Quarto quadrante: ângulos entre 270° ( rad) e 360° (2𝜋 rad).
2
Matemática

Vimos, também, as linhas trigonométricas no ciclo:

Ou seja, o cosseno é representado no eixo X e o seno no eixo Y. Com isso, podemos definir como serão os
sinais nos quadrantes.

𝑠𝑒𝑛𝑜
Para saber o sinal da tangente nos quadrantes é só lembrar que 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = , logo basta comparar os
𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑛𝑜
sinais. No primeiro quadrante, ambos são positivos, então o sinal da tangente é positivo. Fazendo essa
análise, podemos concluir que a tangente é negativa no 2° e no 4° quadrante e positiva no 1° e 3° quadrante.

Resumindo:
Matemática

Redução de quadrante
A redução de quadrante se refere a reduzir um ângulo que não está no primeiro quadrante (maior que 90°) a
um ângulo que está no primeiro quadrante.
• Para reduzir do 2° quadrante para o 1°: devemos diminuir de 180° o ângulo (180° − 𝑥 = 𝑦).
• Para reduzir do 3° quadrante para o 1°: devemos diminuir o ângulo de 180° (𝑥 − 180° = 𝑦).
• Para reduzir do 4° quadrante para o 1°: devemos diminuir de 360° o ângulo (360° − 𝑥 = 𝑦).

Observe o esquema abaixo:

Note que 120° está no segundo quadrante e, para reduzir ao primeiro quadrante, devemos fazer:
180° − 120° = 60°.
Para reduzir o 240° (que está no 3° quadrante), devemos fazer: 240° − 180° = 60°.
Para finalizar, a redução do 300° (que está no 4° quadrante) é feita 360° − 300° = 60°.
Com isso, podemos concluir que esses ângulos estão relacionados com o ângulo de 60°.

Agora que vimos como se reduz o quadrante, podemos calcular seno, cosseno e tangente de alguns outros
ângulos, segundo o procedimento:
1. Analisar em qual quadrante o ângulo está;
2. Ver qual é o sinal da linha trigonométrica no quadrante;
3. Reduzir o quadrante.

Exemplo:
a. 𝑠𝑒𝑛 (300°)
O ângulo de 300° está no 4° quadrante e, nesse quadrante, o seno é negativo, dessa forma:
√3
𝑠𝑒𝑛 (300°) = −𝑠𝑒𝑛 (360° − 300°) = −𝑠𝑒𝑛 (60°) = −
2

b. 𝑐𝑜𝑠 (240°)
O ângulo de 240° está no 3° quadrante e, nesse quadrante, o cosseno é negativo, dessa forma:
1
𝑐𝑜𝑠 (240°) = −𝑐𝑜𝑠 ( 240° − 180°) = −𝑐𝑜𝑠 (60°) = −
2

c. 𝑡𝑔 (225°)
O ângulo de 225° está no 3° quadrante e, nesse quadrante, a tangente é positiva, dessa forma:
𝑡𝑔 (225°) = 𝑡𝑔 (225° − 180°) = 𝑡𝑔 (45°) = 1
Matemática

Exercícios de fixação

1. O ângulo de 269° está localizado em qual quadrante?


a) 1° quadrante.
b) 2° quadrante.
c) 3° quadrante.
d) 4° quadrante.

2. A tangente de 120° é um número:


a) igual a zero;
b) igual a 1;
c) positivo;
d) negativo.

3. Reduza ao primeiro quadrante o ângulo de 300°.

4. Sinal do 1°, 2°, 3° e 4° quadrantes do seno são, respectivamente:


a) positivo, negativo, positivo e negativo;
b) positivo, positivo, positivo e negativo;
c) positivo, positivo, negativo e negativo;
d) negativo, positivo, negativo e positivo.

5. Quanto vale o sen (330°)?


Matemática

Exercícios de vestibulares

3𝑐𝑜𝑠 (180°) − 4𝑠𝑒𝑛 (210°) + 2𝑡𝑔 (135°)


1. (Cefet-MG, 2005) O número N = pertence ao intervalo:
6 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 (45°)
a) ] − 4, −3[;
b) [−3, −2[;
c) [−2, −1];
d) ] − 1,0];
e) [0,1].

2. (Espcex, 2015) O valor de (𝑐𝑜𝑠 (165°) + 𝑠𝑒𝑛 (155°) + 𝑐𝑜𝑠 (145°) − 𝑠𝑒𝑛 (25°) + 𝑐𝑜𝑠 (35°) + 𝑐𝑜𝑠 (15°))
é:
a) 2;
b) –1;
c) 0;
d) 1;
1
e) .
2

3. (Uerj, 2019) O círculo a seguir tem o centro na origem do plano cartesiano xy e raio igual a 1. Nele, AP
determina um arco de 120°. As coordenadas de P são:

1 √3
a) (− , );
2 2
1 √2
b) (− , );
2 2
√3 1
c) (− , );
2 2
√2 1
d) (− , );
2 2
√3 1
e) ( , ).
2 2
Matemática

4. (Ifal, 2016) O valor da expressão é:


𝑠𝑒𝑛 (30°) + 𝑡𝑔 (225°)
𝜋
𝑐𝑜𝑠 ( ) − 𝑠𝑒𝑛 (−60°)
2
a) 1
1
b)
2
c) −√3
d) √3
1
e) −2

5. (Uel, 1996) O valor da expressão


8𝜋
𝑠𝑒𝑛 ( ) − 𝑐𝑜𝑠 (5𝜋)
3
13𝜋
𝑡𝑔 ( )
6
é:
3+2√3
a)
2
3√2+2√3
b)
2
c) 3 + 2√3
d) 3√2 + 2√3
e) 3(√2 + √3)

6. (Uel, 1994) O valor da expressão


2𝜋 3𝜋 5𝜋
𝑐𝑜𝑠 ( ) + 𝑠𝑒𝑛 ( ) + 𝑡𝑔 ( )
3 2 4
é:
√2−3
a)
2
1
b) −
2
c) 0
1
d)
2
√3
e)
2
Matemática

7. (Cefet-MG, 2008) Na figura, P e Q são pontos da circunferência trigonométrica de centro O e raio


unitário.

sen α: ordenada do ponto P


cos α: abscissa do ponto P
sen β: ordenada do ponto Q
cos β: abscissa do ponto Q
O valor de α + β em radianos, e:
a) 2π
11𝜋
b)
6
13𝜋
c)
6
25𝜋
d)
12
𝜋
e)
6

8. (UFRGS, 2000) Considere as afirmativas abaixo:


I. 𝑡𝑔 (92°) = −𝑡𝑔 (88°);
II. 𝑡𝑔 (128°) = 𝑡𝑔 (88°);
III. 𝑡𝑔 (268°) = 𝑡𝑔 (88°);
IV. 𝑡𝑔 (272°) = −𝑡𝑔 (88°).
Quais estão corretas?
a) Apenas I e III.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas I, III e IV.
e) Apenas II, III e IV.
Matemática

9. (Udesc, 2016) Assinale a alternativa correta:


13𝜋 11𝜋 7𝜋 31𝜋
6𝑐𝑜𝑠 2 ( ) − 4𝑐𝑜𝑠² ( ) + 𝑠𝑒𝑛 (− ) + 𝑡𝑔2 ( )=
6 4 6 3
a) 6
b) 5
9
c)
2
d) 3
23
e)
4

10. (FGV, 2013) No círculo trigonométrico de raio unitário indicado na figura, o arco AB mede 𝛼.

Assim, PM e igual a:
a) −1 − 𝑡𝑔𝛼;
b) 1 − 𝑐𝑜𝑠𝛼;
c) 1 + 𝑐𝑜𝑠𝛼;
d) 1 + 𝑠𝑒𝑛𝛼;
e) −1 + 𝑐𝑜𝑡𝑔𝛼.

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Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
O ângulo de 269° está localizado no 3° quadrante. Lembrando que o 3º quadrante os ângulos vão de 180°
a 270°.

2. D
Temos que a tangente é positiva no 1° e 3° quadrante e negativa no 2° e 4° quadrante.
Como 120° é um ângulo localizado no 2° quadrante, a tangente de 120° é um número negativo.

3. Para reduzir ao primeiro quadrante, sabemos que 300° está localizado no 4° quadrante, então
utilizaremos a fórmula 360° − 𝑥 = 𝑦, em que x = 300°
360° − 300° = 60°
Portanto, o ângulo de 60° é o correspondente de 300° no primeiro quadrante.

4. C
Os sinais dos quadrantes do seno são:
1° - positivo
2° - positivo
3° - negativo
4° - negativo

5. Primeiro, sabemos que 330° está localizado no 4° quadrante, então o seno é negativo. E, também, para
fazermos a redução, usaremos 360° − 𝑥 = 𝑦
Então, temos
1
𝑠𝑒𝑛 (330°) = −𝑠𝑒𝑛 (360° − 330°) = −𝑠𝑒𝑛 (30°) = −
2

Exercícios de vestibulares

1. C
3 ∙ (−1) − 4 ∙ (−0,5) + 2 ∙ (−1) −3 + 2 − 2
𝑁= = = −1
6 ∙ (0,5) 3

2. C
(𝑐𝑜𝑠 (165°) + 𝑠𝑒𝑛 (155°) + 𝑐𝑜𝑠 (145°) − 𝑠𝑒𝑛 (25°) + 𝑐𝑜𝑠 (35°) + 𝑐𝑜𝑠 (15°)) =
−𝑐𝑜𝑠 (180° − 165°) + 𝑠𝑒𝑛 (180° − 155°) − 𝑐𝑜𝑠 (180° − 145°) − 𝑠𝑒𝑛 (25°) + 𝑐𝑜𝑠 (35°) + 𝑐𝑜𝑠 (15°) =
− 𝑐𝑜𝑠 (15°) + 𝑠𝑒𝑛 (25°) −𝑐𝑜𝑠 (35°) − 𝑠𝑒𝑛 (25°) + 𝑐𝑜𝑠 (35°) + 𝑐𝑜𝑠 (15°) = 0

3. A
Calculando:
√3
𝑠𝑒𝑛 (120°) = 𝑠𝑒𝑛 (180° − 120°) = 𝑠𝑒𝑛 (60°) =
2
1
𝑐𝑜𝑠 (120°) = (180° − 120°) = (60°) = −
2

4. D
1 1
𝑠𝑒𝑛 (30°) + 𝑡𝑔 (225°) 𝑠𝑒𝑛 (30°) + 𝑡𝑔 (225° − 180°) 2 + 𝑡𝑔 (45°) 2 + 1 3 2 3 √3 3√3
𝜋 = = = = ∙ = ∙ =
𝑐𝑜𝑠 ( ) − 𝑠𝑒𝑛 (−60°) 𝑐𝑜𝑠 (90°) − 𝑠𝑒𝑛 (−60°) √3 √3 2 √3 √3 √3 3
2 0 +
2 2
= √𝟑
Matemática

5. A
√3 √3 + 2
− (−1) √3 + 2 √3 3 + 2√3
2 = 2 = ∙ =
1 1 2 1 2
√3 √3

6. B
2𝜋 3𝜋 5𝜋
𝑐𝑜𝑠 ( ) + 𝑠𝑒𝑛 ( ) + 𝑡𝑔 ( ) = 𝑐𝑜𝑠 (120°) + 𝑠𝑒𝑛 (270°) + 𝑡𝑔 (225°)
3 2 4
− 𝑐𝑜𝑠 (180° − 120°) − 1 + 𝑡𝑔 (225° − 180°)
− 𝑐𝑜𝑠 (60°) − 1 + 𝑡𝑔 (45°)
1 1
− −1+1=−
2 2

7. A
1 𝜋
𝑠𝑒𝑛 (𝛼) = → 𝛼=
2 6
1 11𝜋
𝑠𝑒𝑛 (𝛽) = − → 𝛽 =
2 6
𝛼 + 𝛽 = 2𝜋

8. D
I. tan 92° = –tan 88°
Reduzindo o ângulo de 92° ao primeiro quadrante, temos:
180° – 92° = 88°
Os ângulos de 92° e 88° são correspondentes e possuem tangente de mesmo módulo. De acordo com a
figura, podemos constatar que o sinal das duas tangentes é diferente. Logo a afirmação I é verdadeira.

II. tan 178° = tan 88°


Reduzindo o ângulo de 178° ao primeiro quadrante, temos:
180° – 178° = 2°
Os ângulos de 178° e 88° não são correspondentes, logo suas tangentes são diferentes. Assim sendo, a
afirmação II é falsa.

III. tan 268° = tan 88°


Reduzindo o ângulo de 268° ao primeiro quadrante, temos:
268° – 180° = 88°
Os ângulos de 268° e 88° são correspondentes e possuem tangente de mesmo módulo. Através da
figura, vemos que é igual o sinal de suas tangentes. Logo a afirmação III é verdadeira.

IV. tan 272° = –tan 88°


Reduzindo o ângulo de 272° ao primeiro quadrante, temos:
360° – 272° = 88°
Os ângulos de 272° e 88° são correspondentes e suas tangentes possuem o mesmo módulo. Através da
figura, vemos que é diferente o sinal de suas tangentes. Logo a afirmação III é verdadeira.

São verdadeiras as afirmações I, III e IV. A alternativa correta é a letra D.

9. A
Desde que
𝑠𝑒𝑛 (2𝜋 + 𝑎) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎, 𝑐𝑜𝑠 (2𝜋 + 𝑎) = 𝑐𝑜𝑠 𝑎, 𝑠𝑒𝑛 (−𝑎) = 𝑠𝑒𝑛 𝑎, 𝑠𝑒𝑛 (+𝑎) = −𝑠𝑒𝑛 𝑎 𝑒 𝑡𝑔 (𝑛 ∙ 2𝜋 + 𝑎) =
𝑡𝑔 𝑎, com n e N, temos:
13𝜋 11𝜋 7𝜋 31𝜋
6𝑐𝑜𝑠 2 ( ) − 4𝑐𝑜𝑠² ( ) + 𝑠𝑒𝑛 (− ) + 𝑡𝑔2 ( )=
6 4 6 3
𝜋 3𝜋 𝜋 𝜋
6𝑐𝑜𝑠 2 (2𝜋 + ) − 4𝑐𝑜𝑠² (2𝜋 + ) − 𝑠𝑒𝑛 (𝜋 + ) + 𝑡𝑔2 (10𝜋 + ) =
6 4 6 3
Matemática

2 2
√3 √2 1 2
6 ∙ ( ) − 4 ∙ (− ) − (− ) + (√3) =
2 2 2
9 1
−2+ +3=6
2 2

10. C

Sendo α um arco do 2° quadrante, a abscissa do ponto M é igual ao 𝑐𝑜𝑠 𝛼 < 0 𝑒 𝑂𝐶 = 1, logo 𝐶𝑀 = 1


|𝑐𝑜𝑠 𝛼| ⇒ 𝐶𝑀 = 1 (𝑐𝑜𝑠 𝛼) = 1 + 𝑐𝑜𝑠 𝛼. O triângulo retângulo PMC é isóscele (semelhante ao triângulo
COD), logo 𝑃𝑀 = 𝐶𝑀 = 1 + 𝑐𝑜𝑠 𝛼.
Português

Funções sintáticas: sujeito

Objetivo
Aprender a reconhecer, identificar e classificar o sujeito do período.

Curiosidade
Você sabia que nunca se separa sujeito e predicado por vírgula?

Teoria

O sujeito é um termo essencial da oração, responsável por realizar ou sofrer as ações/os estados indicados
por um verbo. Ele é o ser sobre o qual se faz uma declaração e com o qual o verbo obrigatoriamente concorda.
Rege, também, as desinências verbais de número e pessoa. Veja:

O menino chegou atrasado na escola.

Note que a palavra “menino” é responsável por realizar a ação verbal de “chegar atrasado”. Além disso, o
sujeito está no singular e exige também um verbo no singular; caso o sujeito estivesse no plural, “meninos”, o
verbo deveria se alterar, por exemplo: Os meninos chegaram atrasados na escola.

Os sujeitos podem ter como núcleo:

● Substantivos: Giovana entendia muito sobre o assunto.

● Numerais: Ambos alteraram os roteiros originais.

● Pronomes: Quem disse isso?

● Palavras ou expressões substantivadas: O cantar é uma profissão prazerosa.

● Oração substantiva subjetiva: Era forçado que fizesse desse jeito.

Deslocamento ou inversão do sujeito

Alguns fatores podem influenciar no deslocamento dos termos da oração. Sob uma perspectiva estilística,
podemos realçar o sujeito, para enfatizar o que se quer dizer, colocando-o posposto ao verbo, como acontece
em “Não vês que te dou eu?” (V. de Moraes).

Outro caso seria a inversão entre sujeito e verbo, que pode ocorrer nas seguintes situações:

1. Em orações interrogativas: “Que fazes tu de grande e bom, contudo?” e “Onde está a estrela da manhã?”.

2. Em orações que apresentam a forma verbal imperativa: “Ouve tu meu cansado coração”.

3. Em orações com voz passiva pronominal: “Servia-se o almoço às 13h”.

4. Em exemplos de discurso direto: “– Isso não se faz, moço, protestou Fabiano”.


Português

5. Em orações reduzidas: “Acabada a lenga-lenga, pretendi que bisasse”.

6. Com alguns verbos unipessoais: “Aconteceu no Rio, como acontecem tantas coisas”.

7. Em orações iniciadas por predicativos, objetos ou adjuntos adnominais: “Este é o destino dos versos”.

8. Orações subordinadas substantivas subjetivas normalmente aparecem após o verbo principal: “É


provável que te sintas logo muito melhor”.

9. Verbos intransitivos podem aparecer antepostos aos seus sujeitos: “Desponta a lua. Adormeceu o
vento.”

Preposição antes do sujeito

O sujeito não pode ser regido por preposição. Quando uma preposição aparece junto a um termo
determinante de uma palavra com função de sujeito ou ao próprio sujeito, não se deve fazer a fusão de
preposição + termo determinante / preposição + sujeito. Veja os exemplos:

● A maneira dele estudar está correta. (errado)

● A maneira de ele estudar está correta. (correto)

● Está na hora de o povo abrir os olhos. (correto)

● Está na hora do povo abrir os olhos. (“do povo” passa a ser adjunto adnominal de “hora”)
Português

Exercícios de fixação

1. Indique o sujeito das sentenças abaixo.


a) O meu amor tem um jeito único.
b) Ela via o mundo sob a mesma luz.
c) A construção do metrô foi superfaturada.
d) As crianças brincam calmamente.

2. Reescreva a frase em destaque, adequando-a à norma culta.


“Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor”.

3. Justifique a alteração feita por você na questão anterior.

4. Em qual das alternativas o termo destacado é sujeito?


a) A casa foi vendida.
b) O menino pintou o muro.
c) Dormindo, a princesa espera.
d) A lua pode nos tocar.

5. Em “nenhum predicado será prejudicado” qual é o sujeito?


Português

Exercícios de vestibulares

1. (Cotuca, 2020) “Smith nomeou também “slam” os campeonatos de performances poéticas que
organizava e no qual os slammers (poetas) eram avaliados com notas pelo público presente,
inicialmente em um bar de jazz em Chicago, depois nas periferias da cidade.”
Sobre o trecho reproduzido, é possível afirmar que o sujeito do verbo “organizava” é:
a) “Smith”
b) “Slam”
c) “Slam” e “campeonatos de performances poéticas”
d) “Campeonatos de performances poéticas”
e) “Performances poéticas”

2. (CP2, 2018) Uma noite real no Museu Nacional


(...)
Onde a musa inspira a poesia
A cultura irradia o cantar da Imperatriz
É um palácio, emoldura a beleza
Abrigou a realeza, patrimônio é raiz
Que germinou e floresceu na colina
A obra-prima viu o meu Brasil nascer
No anoitecer dizem que tudo ganha vida

Paisagem colorida deslumbrante de viver


Bailam meteoros e planetas
Dinossauros, borboletas
Brilham os cristais
O canto da cigarra em sintonia
Relembrou aqueles dias que não voltarão jamais
(...)
Samba enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense em 2018. Compositores: Jorge Arthur, Maninho do Ponto,
Julinho Maestro, Marcio Pessi, Piu das Casinhas

Nos sambas enredo, é comum que termos e frases coloquiais estejam combinados com termos e
frases em linguagem formal. Sobre os versos “bailam meteoros e planetas/ dinossauros, borboletas” é
correto afirmar que apresentam linguagem:
a) formal, pois o sujeito da oração é indeterminado.
b) coloquial, pois a oração não é formada com sujeito.
c) coloquial, pois a oração é formada por sujeito simples.
d) formal, pois o sujeito foi colocado após o verbo da oração.
e) coloquial, pois não é possível identificar o sujeito da oração.
Português

3. (EFOMM, 2018) Assinale a alternativa em que o termo sublinhado NÃO cumpre a função de sujeito.
a) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber.
b) Disse certo poeta: “Navegar é preciso”, a ciência da navegação é saber preciso (...).
c) É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação.
d) Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas.
e) O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard (...).

4. (Ueg, 2018) “É sobre tais alicerces que se edifica o discurso da escassez, afinal descoberta pelas
massas. A população, aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra, constitui uma das bases
de reconstrução e de sobrevivência das relações locais, abrindo a possibilidade de utilização, ao serviço
dos homens, do sistema técnico atual”. A oração reduzida de gerúndio “abrindo a possibilidade de
utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual” retoma como sujeito o seguinte sintagma:
a) “uma das bases de reconstrução e de sobrevivência das relações locais”
b) “a população aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra”
c) “descoberta pelas massas”
d) “o discurso da escassez”
e) “tais alicerces”

5. (Unesp, 2018) O pastor pianista


Soltaram os pianos na planície deserta
Onde as sombras dos pássaros vêm beber.
Eu sou o pastor pianista,
Vejo ao longe com alegria meus pianos
Recortarem os vultos monumentais
Contra a lua.
Acompanhado pelas rosas migradoras
Apascento os pianos que gritam
E transmitem o antigo clamor do homem
Que reclamando a contemplação
Sonha e provoca a harmonia,
Trabalha mesmo à força
E pelo vento nas folhagens,
Pelo planeta, pelo andar das mulheres,
Pelo amor e seus contrastes,
Comunica-se com os deuses.

Assinale a alternativa correta sobre sujeito do verbo “comunica-se” (3ª estrofe):


a) Que
b) Harmonia
c) Força
d) Deus
e) Folhagens
Português

6. (EFOMM, 2016) Assinale a opção em que a expressão sublinhada NÃO cumpre a função de sujeito.
a) Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar.
b) Pois o fato é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem (...)
c) E algo inesperado na minha mente aconteceu.
d) Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás (...)
e) (...) mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas (...).

7. (AFA, 2015) Atente para o excerto abaixo e para as afirmativas que a ele se referem.
“Parece que até a natureza quer homenagear as mães que atualmente se sentem infeliz por não realizar
os desejos de seus filhos.”
I. Deve-se adicionar uma vírgula após o advérbio de modo atualmente para que o período contemple
a norma padrão da Língua Portuguesa.
II. A mudança de posição do vocábulo até (Parece até que a natureza quer homenagear...) não
provoca mudança semântica e sintática no enunciado.
III. O verbo realizar, para atender à norma padrão da língua, deverá ser flexionado, tendo em vista que
o seu sujeito está claro na oração.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões) feita(s) em:


a) III apenas.
b) II apenas.
c) I, II e II.
d) I e II apenas.
e) II e III apenas.
Português

8.

Assim como a imagem, também o texto da propaganda contém marcas da época em que ela foi criada.
A frase “Entre todas as máquinas de contabilidade é a mais moderna e eficaz a: Mercedes-Addelektra”
está estruturada na ordem indireta (sujeito posposto ao verbo), tendência rara hoje em dia. Assinale a
alternativa em que a frase esteja reescrita corretamente na ordem direta:
a) É a mais moderna entre todas as máquinas de contabilidade: a Mercedes-Addelektra.
b) A Mercedes-Addelektra é a mais moderna entre todas as máquinas de contabilidade.
c) É a mais moderna, entre todas as máquinas de contabilidade, a Mercedes-Addelektra.
d) Entre todas as máquinas de contabilidade, Mercedes-Addelektra é a mais moderna.
e) Mercedes-Addelektra, entre todas as máquinas de contabilidade, é a mais moderna.

9. “Um especialista gastronômico que provou a iguaria que o gosto estava ‘próximo da carne, mas não
era tão suculento’, mas outro disse que tinha gosto de um hambúrguer de verdade”.
O trecho em destaque, de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, exerce a função sintática
de:
a) objeto direto.
b) objeto indireto.
c) sujeito.
d) predicativo do sujeito.
e) adjunto adnominal.
Português

10. (Unesp, 2016) A invasão


A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o computador.
Resiste-se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de ser fiel ao livro e à palavra
impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que se pensava há alguns anos, o
computador não salvará as florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque
a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa
embalagem de papelão e num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a
escreverem e imprimirem o que escrevem. (...)
Luis Fernando Veríssimo.
O Estado de S. Paulo, 31.05.2015

Os termos “o uso do papel” e “um manual de instrução” (1º parágrafo) se identificam sintaticamente
por exercerem nas respectivas orações a função de
a) objeto direto.
b) predicativo do sujeito.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.
e) sujeito.

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Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. a) o meu amor
b) Ela
c) A construção do metrô
d) As crianças

2. Chegou a hora de essa gente bronzeada mostrar seu valor.

3. O sujeito não pode ser preposicionado. Como “essa gente” é sujeito de “mostrar seu valor”, a preposição
não pode estar unida ao pronome “essa”.

4. C
O sujeito é “a princesa”, afinal, este é o termo da oração sobre o qual se fala e com o qual o verbo
concorda.

5. O sujeito é “nenhum predicado”, afinal, este é o termo da oração sobre o qual se fala e com o qual o verbo
concorda.

Exercícios de vestibulares

1. A
Entende-se, pelo contexto, que Smith foi o responsável por organizar os campeonatos de performances
poéticas. Assim, o sujeito do verbo “organizava” é “Smith”.

2. D
Na oração, observamos que o verbo “bailam” concorda com o sujeito composto “meteoros e planetas/
dinossauros, borboletas”. Dessa forma, tem-se o emprego da linguagem formal, pois o sujeito está
posposto ao verbo da oração.

3. E
“Sonhar” exerce a função de sujeito do verbo “bastar”; “poeta” é o sujeito do verbo “dizer”; “sonhar” exerce
a função de sujeito de “é preciso”; “naus e navegação” exercem a função de sujeito da locução “têm sido”
e “Bachelard” compõe o agente da passiva do período apresentado.

4. B
O sujeito de “abrindo a possibilidade de utilização, ao serviço dos homens, do sistema técnico atual” é “a
população aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra”. Ao desenvolvê-la, tem-se: a população
aglomerada em poucos pontos da superfície da Terra, a qual abre a possibilidade de utilização, ao serviço
dos homens, do sistema técnico atual.

5. A
O sujeito do verbo “comunica-se”, na 3ª estrofe, é o termo “que”, relacionado ao seu antecedente “antigo
clamor do homem”. Trata-se de um pronome relativo que inicia a oração subordinada adjetiva restritiva
(“que sonha”), presente por elipse nas coordenadas subsequentes: “e (que) provoca a harmonia, (que)
trabalha mesmo à força, e (que) pelo vento nas folhagens, pelos planetas, pelo andar das mulheres, pelo
amor e seus contrastes, comunica-se com os deuses”.

6. E
A oração “que houve alguém” apresenta sujeito inexistente com verbo transitivo, em que “alguém” exerce
a função sintática de objeto direto.
Português

7. A
A afirmativa I está incorreta, porque a frase já contempla a norma-padrão da Língua Portuguesa. A
afirmativa II também é incorreta, pois a inversão de “até” ocasiona mudança semântica: perde-se o
sentido de “até mesmo a natureza”.

8. B
A ordem direta de uma frase, em Língua Portuguesa, é estruturada da seguinte forma: SVC (sujeito, verbo
e complemento). Assim, a forma correta de transformar a frase para a ordem direta seria “A Mercedes-
Addelektra é a mais moderna entre todas as máquinas de contabilidade”.

9. C
Ao analisar os verbos “provou” e “disse”, pode-se questionar quem é que provou e disse, isto é, qual o
sujeito dos verbos “provar” e “dizer”. Nota-se, portanto, que o sujeito é “um especialista gastronômico”.

10. E
Os termos “o uso do papel” e “um manual de instrução” exercem função de sujeito em orações em ordem
inversa, ou seja, em orações em que aparecem depois do predicado.
Português

Funções sintáticas: sujeito

Objetivo
Reconhecer os efeitos semânticos dos tipos de sujeito em diferentes contextos da comunicação.
Identificar a classificação do sujeito nas estruturas sintáticas, a fim de respeitar as normas gramaticais de
concordância.

Curiosidades
Muitas pessoas acreditam que a definição de sujeito seja “aquele que pratica a ação”. No entanto, existem
estruturas em que o sujeito sofre a ação verbal e é chamado “paciente”.

Teoria

Disponível em: https://www.gerarmemes.com.br/memes-galeria/66-me-solta/415

Depois de termos entendido o conceito, vamos estudar os tipos de sujeito, que é um assunto bastante
importante não só para a análise sintática, mas também para a compreensão de conteúdos futuros, como a
concordância verbal.
Português

Tipos de sujeito
I) Casos de determinação
Nos casos em que há determinação do sujeito, podemos identificar (direta ou indiretamente) com quem o
verbo concorda.

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/723742602597161794/

Claramente, João não é um aluno do Descomplica, pois, se fosse, estaria na internet estudando, não é
mesmo? Brincadeiras à parte, o humor do meme consiste exatamente na quebra de expectativa em relação à
resposta dada a uma pergunta gramatical. Qual seria, então, a resposta adequada? Se você está pensando
em sujeito simples, acertou! No caso, “João” seria o sujeito, e a classificação seria “sujeito simples”. Vamos
entender melhor?

Vejamos os casos de determinação do sujeito:


a) Simples - quando apresenta apenas um núcleo.
Ex.: Bianca nasceu em 1999.
Muitos indivíduos preferem doce a salgado.
O sofá azul é muito confortável.
Obs.: Os termos sublinhados são sujeitos das orações, e as partes em negrito são os núcleos do sujeito.

b) Composto – quando possui mais de um núcleo.


● Mais de um substantivo. Ex.: As vozes e os passos aproximam-se.
● Mais de um pronome. Ex.: Você e eu sabemos a matéria da prova.
● Mais de uma palavra ou expressão substantivada: Ex.: Quantos mortos e feridos não me precederam
ali.
● Mais de uma oração substantiva: Ex.: Era melhor esquecer o nó e pensar numa cama igual à de seu
Tomás da bolandeira.
Português

c) Desinencial (elíptico/oculto) – quando não está explícito na oração, mas pode ser percebido:
● Pela desinência verbal. Ex.: Ficamos abalados com o acidente. (sujeito “nós”, desinência “-mos”).
Ex.: Dormi muito tarde ontem. (sujeito “eu”).
● Sujeito mencionado anteriormente em outra oração.
Ex.: (1) Ricardo e Pedro são funcionários de uma empresa de energia elétrica. (2) Desde que foram
aprovados no processo, têm o hábito de ir à academia depois do trabalho. (Na oração 1, o sujeito está
explícito (Ricardo e Pedro); em 2, o verbo “foram” retoma o sujeito expresso na oração anterior).

d) Sujeito oracional – quando o núcleo é um verbo, e, então, o sujeito é uma oração.


Ex.: Fazer dietas nem sempre é saudável.
É necessário que todos tenham conhecimento sobre o corpo.
Ir ao médico com frequência é importante.

ATENÇÃO!
Como já estudamos, em relação à semântica, o sujeito pode ser classificado em agente (em casos de
voz ativa) ou paciente (em casos de voz passiva). Vejamos os exemplos:
● Pedro vendeu todos os álbuns de figurinhas. -> Voz ativa – “Pedro é o sujeito agente com o qual o
verbo concorda.
● Todos os álbuns de figurinhas foram vendidos por Pedro. -> Voz passiva analítica – “Todos os
álbuns de figurinhas” é o sujeito paciente com o qual o verbo concorda. (Pedro, nesse exemplo, não
é sujeito, mas sim agente da passiva)
● Venderam-se todos os álbuns de figurinhas. -> Voz passiva sintética – “Todos os álbuns de
figurinhas” é o sujeito paciente com o qual o verbo concorda.

II) Casos de indeterminação


Nesses casos, não conseguimos identificar o sujeito verbal, ainda que a ação seja praticada ou sofrida por
alguém.

Obs.: Por vezes, a indeterminação do sujeito é um recurso estilístico utilizado para tomar distanciamento do
que está sendo dito. Vejamos o exemplo: “Falaram mal de você na reunião”. Nessa oração, houve a intenção
de não especificar quem foi o sujeito da ação verbal.

Veremos, então, os casos de indeterminação do sujeito:


a) Por meio do uso da 3ª pessoa do plural (de forma descontextualizada)
Ex.: Subiram no terraço e fizeram muita sujeira no fim de semana.
Disseram que o Daniel seria demitido.
Bruna, ligaram para você. (Obs.: “Bruna” não é sujeito, mas sim vocativo).
Português

b) Por meio do pronome indeterminador de sujeito “SE”


Ex.: Vive-se apreensivamente no Rio de Janeiro.
Precisa-se de funcionário.
Aqui, se é tratado como animal.

IMPORTANTE!
“SE” (indeterminador de sujeito) x “SE” (partícula apassivadora)
A partícula “SE” só funciona como índice de indeterminação do sujeito quando vem acompanhada de verbo
intransitivo (VI), verbo transitivo indireto (VTI), verbo de ligação (VL) ou verbo transitivo direto com objeto
preposicionado. É importante que saibamos disso, pois, frequentemente, o “se” indeterminador de sujeito
pode ser confundido com a partícula “se” apassivadora, responsável por indicar que a oração está na voz
passiva sintética. Quando o “se” é partícula apassivadora, acompanha verbos transitivos diretos (VTD) e,
nesse caso, o sujeito é determinado, por isso, deve haver concordância entre ele e o verbo.
Vejamos exemplos:
● Necessita-se de ajuda para a festa de natal. (VTI – sujeito indeterminado)
● Frequentemente, se é irresponsável na juventude. (VL – sujeito indeterminado)
● Vive-se muito bem aqui. (VI – sujeito indeterminado)
● Adora-se a Deus. (VTD com objeto preposicionado – sujeito indeterminado)
● Alugam-se carros. (VTD – voz passiva sintética)
Uma dica interessante é tentar transformar a oração na voz passiva analítica. Quando a partícula “se” é
indeterminadora de sujeito, isso não é possível.
Ex.: Ajuda é necessitada para a festa de Natal. (não é gramaticalmente possível)
Carros são alugados. (é possível)

c) Por meio do infinitivo impessoal


Ex.: Não correr!
Mudar o mundo é uma responsabilidade coletiva. (O sujeito do verbo “é” é oracional - “mudar o mundo”;
mas o sujeito do verbo “mudar” é indeterminado).

III) Casos de sujeito inexistente ou orações sem sujeito


Não há sujeito verbal, nesses casos, pois é impossível definir um agente para a ação verbal. Dessa forma,
teremos orações com verbos impessoais e, por isso, o verbo será conjugado sempre na 3ª pessoa do singular.

Vejamos os casos:
a) Verbos que indiquem fenômenos da natureza.
Ex.: Choveu bastante
Anoitece cedo no inverno.
Ventou antes da tempestade.
Português

ATENÇÃO!
Observe a seguinte estrutura:
● Chovem oportunidades para aqueles que se dedicam.
Nesse caso, o verbo chover está no plural, e o sujeito da frase é “oportunidades”, pois o sentido do verbo é
metafórico (não se trata, literalmente, de chuva – fenômeno natural). Aqui, a ideia é de que há muitas
oportunidades para quem se dedica.

b) Verbos que indicam tempo decorrido ou clima.


Ex.: Estava frio em São Paulo.
Faz cinco horas que não como.
Há anos que não a vejo.
É meio-dia.

c) Verbo “haver” com sentido de existir


Ex.: Haverá outras oportunidades para ele.
Havia muitos candidatos para a vaga.

Obs.: O verbo “haver” com sentido de existir é impessoal e, portanto, fica sempre na 3ª pessoa do singular.
No entanto, o verbo “existir” é pessoal e, por isso, deve sempre concordar com o sujeito.
Ex.: Existem diversos problemas relacionados à saúde.

Obs.: Os verbos impessoais – os que não admitem sujeito – ficam, obrigatoriamente, na terceira pessoa do
singular, com exceção do verbo ser.
Português

Exercícios de fixação

1. Analise a oração a seguir e assinale a alternativa que apresenta corretamente o tipo de sujeito:
“Aqui, gosta-se muito de cachorros”
a) Indeterminado
b) Simples
c) Inexistente

2. Na frase “choveu ideia interessante na reunião ontem”, identifique o sujeito e a sua classificação.

3. Analise a tirinha a seguir:

Disponível em: https://sociologiadodireitounesp.blogspot.com/2019_03_27_archive.html

No primeiro quadrinho, qual é o sujeito e como podemos classificá-lo?

4. Observe a frase a seguir: “Houve reclamação sobre a festa”. Reescreva-a trocando a palavra
“reclamação” pelo plural “reclamações” fazendo as alterações necessárias.

5. Na frase “Estudar para as provas é importante”, a classificação do sujeito é:


a) Inexistente
b) Oracional
c) Composto
Português

Exercícios de vestibulares

1. (EsPCEx, 2013) Assinale o sujeito do verbo “forjar” no período abaixo.


“Chama atenção das pessoas atentas, cada vez mais, o quanto se forjam nos meios de comunicação
modelos de comportamento ao sabor de modismos lançados pelas celebridades do momento.”
a) meios de comunicação
b) modelos de comportamento
c) modismos
d) celebridades do momento
e) pessoas atentas

Texto para as questões 2 e 3

Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em
busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. – Eia! chora os dous recentes mortos, se tens
lágrimas. Se só tens riso, ri-te! É a mesma cousa. O Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia
Rubião, está assaz alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens.
(Machado de Assis)

2. (FAAP) “é provável que me perguntes”. O sujeito do verbo “ser” é:


a) “ele”.
b) inexistente.
c) “que”.
d) “que me perguntes”.
e) indeterminado.

3. (FAAP) “e amanheceu morto na rua, três dias depois”


A gramática prevê casos em que a oração não possui sujeito. Com base nisso, o trecho acima
a) reitera essa norma da língua.
b) subverte essa lógica gramatical.
c) exemplifica essa previsão normativa.
d) utiliza poeticamente essa prescrição.
e) emprega essa orientação coloquialmente.
Português

4. (Osec-SP) Nas seguintes orações:


“Pede-se silêncio.”
“A caverna anoitecia aos poucos.”
“Fazia um calor tremendo naquela tarde.”

O sujeito se classifica respectivamente como:


a) indeterminado, inexistente, simples
b) oculto, simples, inexistente
c) inexistente, inexistente, inexistente
d) oculto, inexistente, simples
e) simples, simples, inexistente

5. (PUC) Em “O que há entre a vida e a morte?”, é correto afirmar que


a) O sujeito do verbo “haver” é o pronome interrogativo “que”.
b) há uma oração sem sujeito.
c) o sujeito está oculto.
d) o sujeito é indeterminado.
e) o sujeito é “uma curta ponte.”

6. "Há uma gota de sangue em cada poema."


Nesse verso do famoso escritor Mário de Andrade, fica evidente um aspecto contraditório a respeito
de um conceito comumente visto nas aulas de língua portuguesa. O verso lido demonstra que nem toda
oração
a) apresenta sujeito explícito.
b) manifesta predicado.
c) se organiza na ordem direta.
d) confirma a essencialidade do sujeito.
e) privilegia o verbo como núcleo do predicado.

7. (FMC-SP) Em relação a frase: “Precisa-se de trabalhadores”, indique a alternativa incorreta.


a) sujeito indeterminado.
b) “de trabalhadores” é objeto indireto.
c) “se” é índice de indeterminação do sujeito.
d) A frase é ativa de sujeito indeterminado.
e) A frase é passiva.
Português

Texto para as questões 8 e 9

A variação linguística é uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolinguística,
pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, em geral, reações sociais muito negativas. O senso
comum tem escassa percepção de que a língua é um fenômeno heterogêneo, que alberga grande variação e
está em mudança contínua. Por isso, costuma folclorizar a variação regional; demoniza a variação social e
tende a interpretar as mudanças como sinais de deterioração da língua. O senso comum não se dá bem com
a variação linguística e chega, muitas vezes, a explosões de ira e a gestos de grande violência simbólica diante
de fatos de variação. Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua
– um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos.
E esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a
essas práticas – isto é, as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da
chamada norma culta. Isso pressupõe, inclusive, uma ampla discussão sobre o próprio conceito de norma
culta e suas efetivas características no Brasil contemporâneo.
Parece claro hoje que o domínio dessas variedades caminha junto com o domínio das respectivas
práticas socioculturais. Parece claro também, por outro lado, que não se trata apenas de desenvolver uma
pedagogia que garanta o domínio das práticas socioculturais e das respectivas variedades linguísticas.
Considerando o grau de rejeição social das variedades ditas populares, parece que o que nos desafia é a
construção de toda uma cultura escolar aberta à crítica da discriminação pela língua e preparada para
combatê-la, o que pressupõe uma adequada compreensão da heterogeneidade linguística do país, sua
história social e suas características atuais. Essa compreensão deve alcançar, em primeiro lugar, os próprios
educadores e, em seguida, os educandos.
Como fazer isso? Como garantir a disseminação dessa cultura na escola e pela escola, considerando
que a sociedade em que essa escola existe não reconhece sua cara linguística e não só discrimina
impunemente pela língua, como dá sustento explícito a esse tipo de discriminação? Em suma, como construir
uma pedagogia da variação linguística?
(Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A, orgs.,
Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015.)

8. (UFRGS, 2016 - Adaptada) As formas verbais, extraídas do primeiro parágrafo, fazem referência ao
mesmo sujeito em:
a) “tem (escassa percepção)”, “demoniza” e “tende”.
b) “tem (escassa percepção)”, “está” e “costuma”.
c) “alberga”, “está” e “costuma”.
d) “alberga”, “dá” e “chega”.
e) “está”, “dá” e “chega”.

9. (UFRGS, 2016) No segundo parágrafo, a forma verbal “Parece” flexiona-se na terceira pessoa do
singular, pois
a) respeita a impessoalidade do verbo.
b) refere-se ao sujeito desinencial.
c) concorda com o sujeito oracional.
d) constitui exceção às normas gramaticais.
e) segue um padrão estilístico do autor.
Português

10. (Unifesp, 2013) Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado abaixo. Em um sarau todo
o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champagne na mão, os mais intrincados
negócios; todos murmuram, e não há quem deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos minuetes
e das cantigas do seu tempo, e o moço goza todos os regalos da sua época; as moças são no sarau
como as estrelas no céu; estão no seu elemento: aqui uma, cantando suave cavatina, eleva-se vaidosa
nas asas dos aplausos, por entre os quais surde, às vezes, um bravíssimo inopinado, que solta de lá da
sala do jogo o parceiro que acaba de ganhar sua partida no écarté, mesmo na ocasião em que a moça
se espicha completamente, desafinando um sustenido; daí a pouco vão outras, pelos braços de seus
pares, se deslizando pela sala e marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer de nossos
batalhões da Guarda Nacional, ao mesmo tempo que conversam sempre sobre objetos inocentes que
movem olhaduras e risadinhas apreciáveis. Outras criticam de uma gorducha vovó, que ensaca nos
bolsos meia bandeja de doces que veio para o chá, e que ela leva aos pequenos que, diz, lhe ficaram
em casa. Ali vê-se um ataviado dandy que dirige mil finezas a uma senhora idosa, tendo os olhos
pregados na sinhá, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau não é essencial ter cabeça nem boca,
porque, para alguns é regra, durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos.
E o mais é que nós estamos num sarau. Inúmeros batéis conduziram da corte para a ilha de... senhoras
e senhores, recomendáveis por caráter e qualidades; alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a
grande casa, que brilha e mostra em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.
Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam para ver qual
delas vence em graças, encantos e donaires, certo sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela
festa.
(Joaquim Manuel de Macedo. A Moreninha, 1997.)

Assinale a alternativa em que a eliminação do pronome em destaque implica, contextualmente,


mudança do sujeito do verbo.
a) Ali vê-se um ataviado dandy [...].
b) [...] aqui uma, cantando suave cavatina, eleva-se vaidosa nas asas dos aplausos [...].
c) O velho lembra-se dos minuetes e das cantigas do seu tempo [...].
d) [...] mesmo na ocasião em que a moça se espicha completamente [...].
e) [...] daí a pouco vão outras, pelos braços de seus pares, se deslizando pela sala [...].

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Português

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. A
Nesse caso, temos a indeterminação de sujeito, o que é indicado pelo verbo transitivo indireto (gostar) +
partícula “SE”.

2. Nessa frase, por se tratar do verbo “chover” no sentido figurado, temos um caso de sujeito simples: “ideia
interessante”.

3. O sujeito da fala no primeiro quadrinho é “nós”, e ele é classificado como “desinencial”, já que é possível
identificá-lo pela desinência do verbo “vamos”.

4. Como se trata de uma oração sem sujeito, não haverá alteração na forma verbal: “Houve reclamações
sobre a festa”.

5. B
O sujeito da frase é uma oração “Estudar para as provas”.

Exercícios de vestibulares

1. B
A expressão “modelos de comportamento” é sujeito de “se forjam”.

2. D
Se substituirmos a oração “que me perguntes” por “isso”, teremos a construção “É provável isso.”; assim,
fica claro que o verbo “É” concorda com o sujeito “isso” (= “que me perguntes”).

3. B
Se voltarmos ao texto, percebemos que o sujeito do verbo “amanhecer” é Quincas Borba. Dessa forma,
temos um caso de sujeito simples (e não de sujeito inexistente).

4. E
Na primeira, temos o sujeito paciente “silêncio”; na segunda, o sujeito simples “caverna”; na terceira,
temos sujeito inexistente, porque o verbo “fazer” está indicando fenômeno da natureza.

5. B
Verbo “haver” com sentido de existir não possui sujeito.

6. D
Verbo “haver” com sentido de existir/ocorrer não possui sujeito: é impessoal. Dessa forma, refuta-se a
ideia de que o sujeito é um termo essencial como é o predicado.

7. E
A frase em questão está na voz ativa e se trata de um caso de indeterminação do sujeito, pois temos um
verbo transitivo indireto (precisar). Por isso, a única afirmação incorreta está na letra E.

8. A
O sujeito ao qual as formas verbais “tem”, “demoniza” e “tende” se referem é “senso comum”.

9. C
O verbo “Parece” tem sujeitos oracionais: “que o domínio dessas variedades caminha junto com o
domínio das respectivas práticas socioculturais” e “que não se trata apenas de desenvolver uma
pedagogia que garanta o domínio das práticas socioculturais e das respectivas variedades linguísticas”.
Português

10. A
A frase apresentada na alternativa A está na voz passiva sintética. Dessa forma, “um ataviado dandy”
desempenha a função de sujeito paciente. Se tirássemos o “se”, “um ataviado dandy” funcionaria como
objeto direto do verbo “ver”.
Química

Funções inorgânicas: ácidos e bases

Objetivo
Você irá conhecer as funções inorgânicas ácidos e bases e também irá compreender como são feitas suas
classificações e nomenclaturas.

Se liga
Para que você possa entender o que são bases, é recomendável que compreenda alguns conceitos sobre Nox
e sobre óxidos. Se surgir alguma dúvida, clique aqui para assistir a uma aula.

Curiosidade
Você sabe qual é o ácido mais forte do mundo?
É o fluorantimônico. Sua acidez supera a mais alta encontrada na natureza (até agora). Ele vem da mistura
do fluorídrico com pentafluoreto de antimônio, que é considerada a mais forte entre os superácidos. O
fluorantimônico tem vinte quintilhões de vezes mais íons (H+) que o ácido sulfúrico; porém, apesar disso, ele
não é capaz de corroer tudo, uma vez que a corrosão não depende da força, mas da interação química das
substâncias.

Teoria

Ácidos
Segundo Arrhenius, os ácidos são substâncias inorgânicas que, quando colocadas em presença de água,
sofrem ionização, liberando um único cátion que geralmente é representado com H+. É importante destacar
que alguns autores representam esse cátion com H3O+, e ele recebe o nome de Hidrônio ou hidroxônio.

HA H+ + A-

Classificação dos ácidos


Inicialmente os ácidos podem ser separados em duas categorias para serem estudadas, os Oxiácidos (que
possuem oxigênio em sua molécula) e os Hidrácidos (que não possuem oxigênio em sua molécula).

Se liga nos exemplos:


● Hidrácidos: HCl, HF, HCN
● Oxiácidos: H2SO4, HClO, H3PO4
Em função do número de íons H+ liberados quando sofrem ionização, um ácido pode ser classificado como:
Química

Monoácido: libera um cátion H+

Ex.: HCl H+ + Cl-

Diácido: libera dois cátions H+

Ex.: H2SO4 2H+ + SO4-2

Triácido: libera três cátions H+

Ex.: H3PO4 3H+ + PO4+3

Atenção: os ácidos formados por P, As e Sb com fórmulas H3XO3 são diácidos, e com fórmulas H2XO3 são
monoácidos.

Força dos ácidos


A força dos ácidos é dada pelo seu grau de ionização(α). O grau de ionização é a relação entre o número de
moléculas dissolvidas sobre o número de moléculas que produzem íons.

Os hidrácidos mais comuns são classificados como:


Fortes: HCl, HBr e HI
Moderados: HF
Fracos: os demais

Os oxiácidos mais comuns são classificados de acordo com a Regra de Pauling, da seguinte forma:

X = números de oxigênios – números de hidrogênios

Fortes: x > 1
Moderados: x = 1
Fracos: x < 1
● H2CO3 é uma exceção a essa regra, portanto é considerado fraco.
Química

Nomenclatura
Para realizar a nomenclatura dos ácidos, temos, primeiramente, que verificar se eles são hidrácidos (ácidos
que não contêm oxigênio) ou oxiácidos (que contêm oxigênio), pois a regra muda conforme o tipo de ácido.

Nomenclatura para Hidrácidos


Para nomear esse tipo de ácido, basta escrever o nome do elemento seguido da terminação ídrico. A regra
fica:

Ácido nome do elemento + ídrico

Se liga nos exemplos!


HCl – Ácido clorídrico
HI – Ácido Iodídrico
HCN – Ácido cianídrico

Nomenclatura para Oxiácidos


Conseguimos determinar a nomenclatura dos oxiácidos de acordo com o Nox do elemento central. A regra
diz que basta escrever o nome do elemento central, encontrar seu Nox e adicionar os prefixos
correspondentes.

Ácido prefixo + nome do elemento central + sufixo

NOX do elemento central Prefixo Sufixo


+1 ou +2 hipo oso
+3 ou +4 - oso
+5 ou +6 - ico
+7 per ico

Se liga nos exemplos:


H2SO4 - S+6 – Ácido sulfúrico
H3PO4 - P+5 – Ácido fosfórico
H2CO3 - C+4 – Ácido carbônico

Atenção: Em C+4, Si+4 e B+3 = ICO


Química

Bases
Segundo Arrhenius, são substâncias inorgânicas que, quando colocadas em presença de água, sofrem
dissociação iônica, liberando como único ânion a hidroxila (OH-).

XOH X+ + OH-

Classificação das bases


É possível classificar uma base em função do número de hidroxilas (OH-) liberadas quando sofrem
dissociação iônica. Uma base pode ser classificada como:

Monobase: libera um ânion OH-

Ex.: NaOH Na+ + OH-

Dibase: libera dois ânions OH-

Ex.: Mg(OH)2 Mg+2 + 2 OH-

Tribase: libera três ânions OH-

Ex.: Al(OH)3 Al+3 + OH-

Também é possível fazer a classificação de uma base de acordo com sua solubilidade em água. Solubilidade
de uma base é a propriedade que indica o quanto esta é capaz de se dissolver em água. Ela pode ser
classificada como:

Solúvel: possui grande capacidade de se dissolver em água. São as bases formadas por elementos do grupo
1 e NH4+.

Parcialmente solúvel: pouco capaz de se dissolver em água. São as bases formadas por elementos do grupo
2.

Insolúvel: não é capaz de se dissolver em água. São as bases formadas pelos demais elementos.
● As bases formadas por Mg(OH)2 e Be(OH)2, que são elementos do grupo 2 da tabela periódica, são
consideradas insolúveis.

Além disso, é possível classificar uma base de acordo com sua força. A força de uma base é dada pela sua
capacidade de liberar OH- (sofrer dissociação iônica) quando colocada em presença de água. Quanto maior
a quantidade de OH- liberados, maior será a força da base.
Química

Fortes: são as bases formadas por elementos do grupo 1 e 2.


Fracas: são as bases formadas pelos demais elementos.
● As bases formadas por Mg(OH)2 e Be(OH)2, que são elementos do grupo 2 da tabela periódica, são
consideradas fracas.

Nomenclatura
A nomenclatura desses compostos dependerá do número de oxidação do metal, que, por sua vez, pode
apresentar um Nox fixo ou variável.
Em elementos com NOX fixo, como os das famílias IA, IIA, o Ag+1, o Zn+2, o Cd+2, o Al+3 e o NH4+, aplicamos a
seguinte regra:

Hidróxido + de + nome do elemento

Se liga nos exemplos:


NaOH – Hidróxido de sódio
Mg(OH)2 – Hidróxido de magnésio
Al(OH)3 – Hidróxido de alumínio

Em elementos com NOX variável, como Fe, Co, Ni = +2 ou +3, aplicamos a seguinte regra:
Hidróxido + de + nome do elemento + NOX (em romanos)
ou
Hidróxido + de + nome do elemento + sufixo OSO (menor NOX) / sufixo ICO (maior NOX)

Se liga nos exemplos:


CuOH – Cu com Nox +1 – Hidróxido de cobre I ou Hidróxido cuproso
Cu(OH)2 – Cu com Nox +2 – Hidróxido de cobre II ou Hidróxido cúprico
Pb(OH)2 – Pb com Nox +2 – Hidróxido de chumbo II ou Hidróxido plumboso
Pb(OH)4 – Pb com Nox +4 – Hidróxido de chumbo IV ou Hidróxido plúmbico

Formulação das bases


Para a construção da fórmula de uma base, devemos cruzar as cargas de cada um dos componentes para
que elas se transformem na quantidade de seus átomos.
Adote o exemplo abaixo, em que a fórmula da base apresenta o cátion alumínio (Al+3) e o ânion hidróxido (OH-1):

Note que a carga total do OH- deverá anular a carga total do cátion.
Química

Exercícios de fixação

1. Segundo Arrhenius, qual é o íon responsável pelas propriedades dos ácidos? E das bases?

2. Equacione a dissociação iônica das seguintes bases: KOH, Ba(OH)2 e Al(OH)3.

3. Dentre os ácidos HClO, HClO2, HClO3 e HClO4, qual possui maior acidez?
a) ácido clórico
b) ácido cloroso
c) ácido perclórico
d) ácido hipocloroso

4. Dê o nome das bases a seguir:


a) CuOH2
b) BeOH2
c) AgOH

5. Dados os seguintes cátions (Hg+2, Li+, Ag+, Fe+2, Pt+4 e Sn+2), forneça as fórmulas de suas bases e seus
respectivos nomes.
Química

Exercícios de vestibulares

1. (UNIP) Assinale a alternativa que enuncia as nomenclaturas corretas das seguintes bases,
respectivamente: NaOH, Mg(OH)2, Ca(OH)2 e Al(OH)3:
a) Mono-hidróxido de sódio, Di-hidróxido de magnésio, Di-hidróxido de cálcio, Tri-hidróxido de
alumínio.
b) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio, hidróxido de cálcio, hidróxido de alumínio.
c) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio II, hidróxido de cálcio II, hidróxido de alumínio III.
d) Hidróxido sódico, hidróxido magnésico, hidróxido cálcico, hidróxido alumínico.
e) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio I, hidróxido de cálcio, hidróxido de alumínio.

2. (PUC-CAMP 2016) O pó de ocre é uma mistura de minerais que contém ferro, cujas cores podem variar
dependendo de sua composição. O marrom-ocre é obtido principalmente a partir da limonita, Fe(OH)3.
nH2O. O vermelho-ocre vem da hematita, Fe2O3. Já o amarelo-ocre pode ser goethita, FeO(OH), limonita
ou uma mistura de ambos. As funções inorgânicas a que a limonita e a hematita pertencem são,
respectivamente,
a) ácido e base.
b) óxido e ácido.
c) base e óxido.
d) óxido e base.
e) base e ácido.

3. (Esal-MG) - Uma solução aquosa de H3PO4 é ácida devido à presença de:


a) água.
b) hidrogênio.
c) fósforo.
d) hidrônio.
e) fosfato.
Química

4. (Enem – 20019) O processo de industrialização tem gerado sérios problemas de ordem ambiental,
econômica e social, entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos usualmente presentes em
maiores proporções na água da chuva são o H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com a
água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3. Esses quatro últimos são formados principalmente a partir
da reação da água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela queima de combustíveis
fósseis.
A formação de chuva mais ou menos ácida depende não só da concentração do ácido formado, como
também do tipo de ácido. Essa pode ser uma informação útil na elaboração de estratégias para
minimizar esse problema ambiental. Se consideradas concentrações idênticas, quais dos ácidos
citados no texto conferem maior acidez às águas das chuvas?
a) HNO3 e HNO2.
b) H2SO4 e H2SO3.
c) H2SO3 e HNO2.
d) H2SO4 e HNO3.
e) H2CO3 e H2SO3.

5. (FCB-ARARAS-SP) - Após a ionização de um ácido em água, observou-se que o número de moléculas


ionizadas era o quádruplo do número de moléculas não-ionizadas. Com base nessa observação, a
porcentagem de ionização do referido ácido era:
a) 25%.
b) 40%.
c) 70%.
d) 75%.
e) 80%.

6. (Enem - 2015) A soda cáustica pode ser usada no desentupimento de encanamentos domésticos e
tem, em sua composição, o hidróxido de sódio como principal componente, além de algumas
impurezas. A soda normalmente é comercializada na forma sólida, mas que apresenta aspecto
“derretido” quando exposta ao ar por certo período. O fenômeno de “derretimento” decorre da:
a) absorção da umidade presente no ar atmosférico.
b) fusão do hidróxido pela troca de calor com o ambiente.
c) reação das impurezas do produto com o oxigênio do ar.
d) adsorção de gases atmosféricos na superfície do sólido.
e) reação do hidróxido de sódio com o gás nitrogênio presente no ar.
Química

7. (PUC-PR) - Assinale a alternativa que representa as bases segundo o grau crescente de solubilidade:
a) Hidróxido de Ferro II, Hidróxido de Sódio, Hidróxido de Cálcio.
b) Hidróxido de Lítio, Hidróxido de Magnésio, Hidróxido de Cálcio.
c) Hidróxido de Sódio, Hidróxido de Cálcio, Hidróxido de Magnésio.
d) Hidróxido de Ferro II, Hidróxido de Cálcio, Hidróxido de Sódio.
e) Hidróxido de Sódio, Hidróxido de Potássio, Hidróxido de Cálcio.

8. (UECE-CEV 2018) Para desentupir um cano de cozinha e para combater a acidez estomacal, necessita-
se respectivamente, de uma base forte e solúvel e de uma base fraca e parcialmente solúvel. Conclui-
se que as fórmulas dessas bases podem ser:
a) Ba(OH)2 e Fe(OH)3.
b) Al(OH)3 e NaOH.
c) KOH e Cu(OH)2.
d) Cu(OH)2 e Mg(OH)3.
e) NaOH e Mg(OH)2.

9. (UERJ-Adaptado) Um médico atendeu um paciente com dores abdominais, originadas de uma


patologia denominada “úlcera péptica duodenal”. Para tratamento desse paciente, o médico prescreveu
um medicamento que contém um hidróxido metálico, classificado como “uma base fraca”. Esse metal
pertence, de acordo com a Tabela de Classificação Periódica, ao seguinte grupo:
a) 1
b) 13
c) 16
d) 17
e) 2
Química

10. (Enem - 2021) No cultivo por hidroponia, são utilizadas soluções nutritivas contendo macronutrientes
e micronutrientes essenciais. Além dos nutrientes, o pH é um parâmetro de extrema importância, uma
vez que ele afeta a preparação da solução nutritiva e a absorção dos nutrientes pelas plantas. Para o
cultivo de alface, valores de pH entre 5,5 e 6,5 são ideais para o seu desenvolvimento. As correções de
pH são feitas pela adição de compostos ácidos ou básicos, mas não devem introduzir elementos
nocivos às plantas. Na tabela, são apresentados alguns dados da composição da solução nutritiva de
referência para esse cultivo. Também é apresentada a composição de uma solução preparada por um
produtor de cultivo hidropônico.

Concentração, mmol/L
Espécies químicas Composição de Solução nutritiva preparada
referência (5,5 < pH < 6,5) (pH = 4,3)
N (NH4+) 1,0 0,8
-
P (H2PO4 ) 1,0 1,0
Macronutrientes K+ 6,0 3,5
2+
Ca 4,0 3,0
2-
SO4 2,0 1,0
Fe2+ 90 . 10-3 70 . 10-3
Micronutrientes
Cl- - 4,5 . 10-3
LENZI, E.; FAVERO, L. O. B.; LUCHESE, E. B. Introdução à química da água: ciência, vida e sobrevivência. Rio de Janeiro:
LTC, 2012 (adaptado).

Para correção do pH da solução nutritiva preparada, esse produtor pode empregar uma solução de
a) ácido fosfórico, H3PO4.
b) sulfato de cálcio, CaSO4.
c) óxido de alumínio, Al2O3.
d) cloreto de ferro II, FeCl2.
e) hidróxido de potássio, KOH.

Sua específica é naturezas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Segundo Arrhenius, o íon responsável pelas propriedades dos ácidos é o cátion H+, e o responsável pelas
bases é o ânion OH-.

2. KOH → K⁺ + OH⁻
Ba(OH)₂ → Ba²⁺ + 2OH⁻
Al(OH)₃ → Al³⁺ + 3OH⁻

3. C
A força dos oxiácidos pode ser verificada pela subtração da quantidade de oxigênio da quantidade de
hidrogênios na fórmula molecular do ácido. Quanto maior o valor, mais forte será o ácido.

4.
a) CuOH2 – Hidróxido de cobre II ou Hidróxido cúprico
b) BeOH2 – Hidróxido de berílio
c) AgOH – Hidróxido de prata

5. Hg(OH)2: Hidróxido mercúrico ou hidróxido de mercúrio II


LiOH: Hidróxido de lítio
AgOH: Hidróxido de prata
Fe(OH)2: Hidróxido de ferro II ou hidróxido ferroso
Pt(OH)4: Hidróxido platínico ou hidróxido de platina IV
Sn(OH)2: Hidróxido estanoso ou hidróxido de estanho II

Exercícios de vestibulares

1. B
Para nomear uma base basta escrever hidróxido + de + nome do elemento (para casos de Nox não
variado)
NaOH – Hidróxido de sódio
Mg (OH)2 – Hidróxido de magnésio
Ca (OH)2 – Hidróxido de cálcio
Al (OH)3 – Hidróxido de alumínio

2. C
Limonita: Fe(OH)3 . nH2O. Trata-se de uma base, pois apresenta o ânion hidroxila em sua fórmula
principal.
Hematita: Fe2O3 Trata-se de um óxido, pois é formado por dois elementos químicos, em que o mais
eletronegativo é o oxigênio.
Química

3. D
Em água, o H3PO4 libera moléculas de hidrônio (H3O+). É isso que resulta na acidez. Não se esqueça de
que o Hidrônio é representado por muitos autores como H+.

4. D
Para oxiácidos, devemos verificar a força através da regra de Pauling. Pega-se o número de oxigênios do
ácido e subtrai-se pelo número de hidrogênios. Quando o resultado for:
Forte: x > 1
Moderado: x = 1
Fraco: x < 1

Agora já podemos verificar a força dos ácidos citados no texto. Veja!


HNO3: 3 - 1 = 2 → forte.
HNO2: 2 - 1 = 1 → moderado.
H2SO4: 4 - 2 = 2 → forte.
H2SO3: 3 - 2 = 1 → moderado.
H2CO3: 3 - 2 = 1 → fraco (este oxiácido é uma exceção, pois de acordo com essa regra ele deveria ser
moderado, mas é fraco).

Dessa forma, os ácidos mais fortes são o HNO3 e o H2SO4.

5. E
Número de moléculas não ionizadas = x.
Número de moléculas ionizadas = 4x.
x + 4x = 100%
5x = 100%
x = 20%
4x = 4.20% = 80% é a porcentagem de ionização.

6. A
Ocorre a reação da base com a água presente no ar. Vale lembrar que bases do grupo 1 são solúveis. O
hidróxido de sódio (NaOH) é altamente higroscópico, ou seja, absorve água do ambiente no qual está.
Por esse fato, embora apresente aspecto de “derretido” (fundido), o que ocorre é a absorção de água e
consequente dissolução deste.

7. D
A família 1A (metais alcalinos) possui os elementos que formam bases solúveis em água. Já a família
2A (metais alcalinos terrosos) tem os elementos que formam bases pouco solúveis em água. Os demais
elementos são insolúveis, com exceção do hidróxido de amônio, que é solúvel. Dessa forma, a alternativa
que se encontra na ordem crescente de solubilidade é a D.
Hidróxido de Ferro II (8B) < Hidróxido de Cálcio (2A) < Hidróxido de Sódio (1A).
Química

8. E
Necessita-se, respectivamente, de uma base forte e solúvel (NaOH – Na é um metal alcalino) e de uma
base fraca e parcialmente solúvel (Mg(OH)2 – o hidróxido de magnésio é uma base fraca e parcialmente
solúvel, mesmo sendo proveniente de um metal alcalino terroso).
A solubilidade de uma base é a propriedade que indica o quanto esta é capaz de se dissolver em água.
Ela pode ser classificada como:
Solúvel: possui grande capacidade de se dissolver em água. São as bases formadas por elementos da
família IA e NH4+.
Parcialmente solúvel: pouco capaz de se dissolver em água. São as bases formadas por elementos da
família IIA.
Insolúvel: não é capaz de se dissolver em água. São as bases formadas pelos demais elementos.
Atenção! As bases formadas por Mg(OH)2 e Be(OH)2, que são elementos do grupo 2 da tabela periódica,
são consideradas insolúveis.

9. B
Bases formadas por elementos do grupo 1 e 2 são fortes em sua maioria. Logo, escolher a opção A ou B
iria dizer que bases do grupo 1 e 2 são fracas. Os elementos dos grupos 16 e 17 são todos ametais.
Sendo assim, apenas a base do grupo 13 satisfaz o problema.

10. E
A composição de referência deve apresentar várias substâncias em diferentes concentrações. Além
disso, a faixa de pH deve ser entre 5,5 e 6,5. Entretanto, uma solução nutritiva preparada apresenta um
pH igual a 4,3.
O comando quer saber qual solução deve ser utilizada para corrigir o pH. Como a solução está com um
pH mais baixo que o de referência, devemos utilizar algum composto de característica básica para
aumentá-lo. Sendo assim, entre as opções temos o hidróxido de potássio, que é uma base forte.
Química

Funções inorgânicas: sais e hidretos

Objetivo
Você irá conhecer as funções inorgânicas sais e hidretos, aprendendo a identificá-las e nomeá-las
corretamente. Também serão apresentadas suas principais características, para que facilitar o
reconhecimento e manipulação em situações problema.

Se liga
Para que você possa entender essas funções inorgânicas, é recomendável que você compreenda alguns
conceitos sobre nox.

Curiosidade
Os comerciantes mouriscos do século VI trocavam sal por ouro, peso por peso. Algumas lembranças dessa
época subsistem em nosso vocabulário: "salário" vem do sal que era utilizado como meio de pagamento no
império romano.

Teoria

Sais
No dia-a-dia, costumamos achar que o sal é apenas aquilo que usamos para salgar nossa comida (o NaCl),
isso acontece pois NaCl é sal o mais comum. Mas na verdade, os sais são todas as substâncias que sofrem
dissociação em solução aquosa, liberando um cátion diferente de H + e um ânion diferente de OH-.

Se liga nos exemplos de sais e suas dissociações:

Dissociações de sais, Vanussa Faustino, 2021.

Classificação
Os sais podem se classificar em ácidos, básicos, neutros, mistos ou hidratados. O que irá determinar sua
natureza é a forma como apresenta seus íons.

Sal neutro: não apresenta hidrogênio (H+) ionizável e nem hidroxila (OH-) em sua composição.
Exemplo: NaCl, BaSO4 e CaCO3

Sal ácido ou hidrogenossal: apresenta H ionizável em sua composição.


Exemplo: NaHCO3, KHSO4

Sal básico ou hidroxissal: é aquele que apresenta o ânion OH em sua composição.


-

Exemplo: Ba(OH)Cl, Ca(OH)Br


Química

Sal hidratado: possui moléculas de H O associadas ao seu retículo cristalino.


2

Exemplo: CuSO.5H2O

Sal duplo: é o sal que apresenta dois cátions diferentes (exceto o H ionizável), ou dois ânions diferentes
(exceto OH ).
-

Exemplo: NaLiSO4, AlSO4I.

Reação de neutralização
Um sal pode ser obtido através de uma reação chamada reação de neutralização, que consiste em:

ácido + base ➞ sal + água.

Se liga no exemplo!
HCl + NaOH ➞ NaCl + H O.2

Essa reação pode ocorrer de forma total ou parcialmente.

Neutralização total
Ocorre quando um ácido e uma base reagem e a quantidade de H do ácido é estequiometricamente igual a
+

quantidade de OH da base.
-

Neutralização parcial
Ocorre quando um ácido e uma base reagem e as suas quantidades de H+ e OH- são estequiometricamente
diferentes. Produzindo um sal ácido ou um sal básico.

Se liga no exemplo: HNO3 + Mg(OH)2 → MgOHNO3 + H2O

Como nomear um sal?


A nomenclatura de um sal será dada a partir do nome do ânion derivado do seu ácido formador.

Para sais derivados de hidrácidos:

nome do ânion + ETO de nome do cátion

SUFIXO ÁCIDO SUFIXO SAL

ÍDRICO ETO

Exemplo: NaCl → Cloreto de sódio


Química

Para sais derivados de oxiácidos:


prefixo + nome do ânion + sufixo de nome do cátion

NOX* PREFIXO SUFIXO ÁCIDO SUFIXO SAL

+1 ou +2 HIPO OSO ITO

+3 ou +4 - OSO ITO

+5 ou +6 - ICO ATO

+7 PER ICO ATO


* NOX do elemento central
Cuidado!
C+4, Si+4 e B+3 = ATO

Hidreto
Definição: Composto binário (dois elementos) que apresenta em sua estrutura o hidrogênio.
Exemplos: NaH, KH, CaH2, H2S e H2O

Obs: Um composto pode apresentar mais de uma classificação quanto a função. Como é o caso da água.
Que podemos classificar como óxido.

Os hidretos podem ser classificados de acordo com a ligação química

Hidreto iônico
O hidrogênio estará ligado a um elemento com ligação iônica predominantemente, normalmente com metais.

Exemplos:
NaH -> Hidreto de sódio
KH -> Hidreto de potássio
CaH2 -> Hidreto de cálcio

Características:
● Sólidos;
● Alto ponto de fusão;
● Conduzem corrente elétrica no estado líquido;
● A maioria sofre decomposição antes de atingir seu ponto de fusão;
● São muito reativos com água
Química

Hidreto molecular (covalente)


O hidrogênio estará ligado a um elemento com ligação covalente predominantemente, normalmente com
ametais.
Exemplos:
H2S -> Hidreto de enxofre
H2O -> Hidreto de oxigênio
AlH3 -> Hidreto de alumínio

Características:
● Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos;
● Não conduzem corrente elétrica;
● Apresentam ponto de fusão e ebulição baixos;
● São voláteis em temperatura ambiente;
● Possuem ligações químicas fracas.

Hidretos metálicos
O hidrogênio estará ligado a um metal de transição (bloco d e f da tabela periódica).
Exemplos:
SbH3 -> Hidreto de antimônio
H2Ti -> Hidreto de Titânio II

Importante!
Para a nomenclatura basta seguir a seguinte regra:

Hidreto de + nome do elemento

Caso o elemento ligado ao hidrogênio apresente NOX variável, utilizasse algarismo romano para indicar o
NOX
Química

Exercícios de fixação

1. Assinale a alternativa que indica a nomenclatura correta do sal NaClO.


a) Perclorato de sódio
b) Hipoclorito de sódio
c) Cloreto de sódio
d) Clorato de sódio
e) Clorito de sódio

2. Assinale a alternativa que indica corretamente a fórmula do bicarbonato de sódio.


a) NaCO
b) Na(CO)3
c) Na2(CO)3
d) NaHCO3
e) NaH2CO3

3. Dê as nomenclaturas corretas dos seguintes sais, respectivamente: KCl, Na2S, AlPO4, Mg(NO2)3:
a) Cloreto de potássio, sulfeto de sódio, fosfato de alumínio, nitrito de magnésio.
b) Cloreto de potássio, sulfito de sódio, fosfito de alumínio, nitrito de magnésio.
c) Hipoclorito de monopotássio, sulfato de disódio, hipofosfito de monoalumínio, Trinitrato de
monomagnésio.
d) Clorato de potássio, sulfato de sódio, fosfato de alumínio, nitrato de magnésio.
e) Nenhuma das alternativas está com a nomenclatura correta.

4. Assinale a alternativa que indica a nomenclatura correta do sal NaHCO3.


a) Carbonato de sódio
b) Bicarbonato de sódio
c) Carbono de sódio
d) Óxido de sódio
e) Ácido Carbônico

5. A partir das fórmulas dos seguintes sais: NaCl, NaNO 3 e Na2CO3. Dê suas nomenclaturas,
respectivamente:
a) cloreto de sódio, nitreto de sódio, carboneto de sódio.
b) clorato de sódio, nitreto de sódio, carboneto de sódio.
c) cloreto de sódio, nitrato de sódio, carbonito de sódio.
d) cloreto de sódio, nitrato de sódio, carbonato de sódio.
e) cloreto de sódio, nitrito de sódio, carbonato de sódio.
Química

Exercícios de vestibulares

1. (Mackenzie, 2016) Alguns produtos comercializados no mercado têm como principais componentes
substâncias inorgânicas, nas quais o elemento químico sódio encontra-se presente. Na tabela abaixo,
segue a relação de algumas dessas substâncias.

Produtos
Substâncias inorgânicas
comercializados
Água sanitária Hipoclorito de sódio
Desentupidores de pia Hidróxido de sódio
Sal de cozinha Cloreto de sódio
Fermento químico Hidrogenocarbonato de sódio
Creme dental Fluoreto de sódio

Assinale a alternativa na qual encontram-se as fórmulas químicas das substâncias inorgânicas


presentes nos produtos comercializados, na ordem que aparecem na tabela, de cima para baixo.
a) NaHClO, NaOH, NaClO, NaHCO3 e NaF.
b) NaClO, NaOH, NaCl, NaHCO3 e NaF.
c) NaHClO, NaCl, NaOH, NaHCO2 e Na2F.
d) NaClO, NaHO, NaCl, NaHCO4 e Na2F.
e) NaHClO, NaHO, NaCl, NaHCO3 e NaF2

2. (UFRGS, 2012) A cultura egípcia desenvolveu técnicas avançadas de mumificação para a preservação
dos corpos. Em uma das etapas mais importantes do processo de mumificação, a desidratação do
corpo, utilizava-se uma solução de sais de natrão. Essa solução é constituída por uma mistura de sais
de carbonato, bicarbonato, cloreto e sulfato de sódio.

Quando os sais de natrão são dissolvidos em água, os íons presentes, além do Na+, são:
a) CO23- , HCO3– , ClO– e HSO4–
b) CO23-, HCO3– , ClO– e SO4 2-
c) CO32-, H2CO3–, Cl– e SO32-
d) CO32-, H2CO3– , Cl– e HSO4–
e) CO32-, HCO3–, Cl– e SO4 2-
Química

3. (Enem PPL, 2012) Com o aumento da demanda por alimentos e a abertura de novas fronteiras agrícolas
no Brasil, faz se cada vez mais necessária a correção da acidez e a fertilização do solo para
determinados cultivos. No intuito de diminuir a acidez do solo de sua plantação (aumentar o pH), um
fazendeiro foi a uma loja especializada para comprar conhecidos insumos agrícolas, indicados para
essa correção. Ao chegar à loja, ele foi informado que esses produtos estavam em falta. Como só havia
disponíveis alguns tipos de sais, o fazendeiro consultou um engenheiro agrônomo procurando saber
qual comprar. O engenheiro, após verificar as propriedades desses sais, indicou ao fazendeiro o
a) KCℓ
b) CaCO3
c) NH4Cℓ
d) Na2SO4
e) Ba(NO3)2

4. (Enem PPL, 2019) O mármore, rocha metamórfica composta principalmente de carbonato de cálcio, é
muito utilizada como material de construção e também na produção de esculturas. Entretanto, se peças
de mármore são expostas a ambientes externos, particularmente em grandes cidades e zonas
industriais, elas sofrem ao longo do tempo um processo de desgaste, caracterizado pela perda de
massa da peça.
a) Esse processo de deterioração ocorre em função da oxidação do mármore superficial pelo
oxigênio.
b) decomposição do mármore pela radiação solar.
c) onda de choque provocada por ruídos externos.
d) abrasão por material particulado presente no ar.
e) acidez da chuva que cai sobre a superfície da peça.

5. (Mackenzie, 2013) O hipoclorito de sódio é um sal utilizado frequentemente em soluções aquosas


como desinfetante e/ou agente alvejante. Esse sal pode ser preparado pela absorção do gás cloro em
solução de hidróxido de sódio mantida sob resfriamento, de modo a prevenir a formação de clorato de
sódio. As soluções comerciais de hipoclorito de sódio sempre contêm quantidade significativa de
cloreto de sódio, obtido como subproduto durante a formação do hipoclorito.

Assim, é correto afirmar que as fórmulas químicas do hipoclorito de sódio, clorato de sódio e cloreto
de sódio são, respectivamente:
a) NaClO, NaClO3 e NaCl.
b) NaClO2, NaClO4 e NaCl.
c) NaClO, NaClO2 e NaCl.
d) NaClO, NaClO4 e NaClO2.
e) NaClO2, NaClO3 e NaCl.
Química

6. (Enem PPL, 2015) Os calcários são materiais compostos por carbonato de cálcio, que podem atuar
como sorventes do dióxido de enxofre um importante poluente atmosférico. As reações envolvidas no
processo são a ativação do calcário, por meio de calcinação, e a fixação do com a formação de um sal
de cálcio, como ilustrado pelas equações químicas simplificadas.

CaSO4 CaO + CO2


CaO + SO2 + 1/2 O2 ➞ CaSO4

Considerando-se as reações envolvidas nesse processo de dessulfurização, a fórmula química do sal


de cálcio corresponde a
a) CaSO3
b) CaSO4
c) CaS2O8
d) CaSO2
e) CaS2O7

7. (Enem, 2021) Reflorestamento é uma ação ambiental que visa repovoar áreas que tiveram a vegetação
removida. Uma empresa deseja fazer um replantio de árvores e dispõe de cinco produtos que podem
ser utilizados para corrigir o pH do solo que se encontra básico. As substâncias presentes nos produtos
disponíveis são: CH3COONa, NH4Cl, NaBr, NaOH e KCl.
A substância a ser adicionada ao solo para neutralizá-lo é
a) CH3COONa.
b) NH4Cl.
c) NaBr.
d) NaOH.
e) KCl.

8. (Enem, 2013) A formação frequente de grandes volumes de pirita (FeS2) em uma variedade de
depósitos minerais favorece a formação de soluções ácidas ferruginosas, conhecidas como "drenagem
ácida de minas". Esse fenômeno tem sido bastante pesquisado pelos cientistas e representa uma
grande preocupação entre os impactos da mineração no ambiente. Em contato com oxigênio, a 25°C,
a pirita sofre reação, de acordo com a equação química:
FIGUEIREDO, B. R. Minérios e ambiente. Campinas: Unicamp, 2000.

Para corrigir os problemas ambientais causados por essa drenagem, a substância mais recomendada
a ser adicionada ao meio é o:
a) sulfeto de sódio.
b) cloreto de amônio.
c) dióxido de enxofre.
d) dióxido de carbono.
e) carbonato de cálcio
Química

9. (UFRGS, 2015) Em ambientes fechados, tais como submarinos e espaçonaves, há necessidade de


eliminar o gás carbônico produzido pela respiração. Para evitar esse acúmulo de gás carbônico, podem
ser utilizados diferentes métodos. Abaixo são apresentados dois desses métodos, com suas
respectivas reações.
Método 1: uso de hidróxido de lítio
CO2 +2LiOH → Li2CO3 +H2O

Método 2: uso de hidróxido de cálcio


CO2 + CaO → CaCO3

Sobre as reações e os reagente envolvidos nesses métodos, pode-se afirmar que:

a) Ambas reações originam sais insolúveis em água.


b) Todas as substâncias participantes dessas reações são iônicas.
c) O carbonato de lítio é uma substância que, quando dissolvida em meio aquoso, produz solução
básica.
d) todos os compostos participantes dessa reação são óxidos.
e) Ambas reações produzem a mesma massa de sal, quando consomem iguais quantidades de CO2.

10. (Enem Libras, 2017) Realizou-se um experimento, utilizando-se o esquema mostrado na figura, para
medir a condutibilidade elétrica de soluções. Foram montados cinco kits contendo, cada um, três
soluções de mesma concentração, sendo uma de ácido, uma de base e outra de sal. Os kits analisados
pelos alunos foram:

Qual dos kits analisados provocou o acendimento da lâmpada com um brilho mais intenso nas três
soluções?

Kit Solução 1 Solução 2 Solução 3

1 H3BO3 Mg(OH)2 AgBr


2 H3PO4 Ca(OH)2 KCl
3 H2SO4 NH3.H2O AgBr
4 HClO4 NaOH NaCl
5 HNO3 Zn(OH)2 CaSO4

a) Kit 1.
b) Kit 2.
c) Kit 3.
d) Kit 4.
e) Kit 5.
Química

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. B
pois a fórmula do sal é NaClO e o íon ClO-, é denominado hipoclorito.

2. D
O nome desse sal é carbonato ácido de sódio ou hidrogenocarbonato de sódio, e o ânion
hidrogenocarbonato ou monohidrogenocarbonato é o HCO Fazendo a inversão das cargas, como no
3
-.

exercício anterior, e lembrando que não é preciso escrever o índice 1, temos a fórmula desse sal:

Sendo assim, a fórmula é NaHCO3.

3. A
Devemos seguir a regra: Nome do ânion + de + nome do cátion. Assim, temos para cada caso:

KCl: originou-se no HCl (ácido clorídrico)


Sufixo “ídrico” passa a ser “eto”: cloreto. Por isso, o nome desse sal é cloreto de potássio.

Na2S: originou-se do H2S (ácido sulfídrico)


Sufixo “ídrico” passa a ser “eto”: sulfeto. Por isso, o nome desse sal é sulfeto de sódio.

AlPO4: originou-se do H3PO4 (ácido fosfórico)


Sufixo “ico” passa a ser “ato”: fosfato. Por isso, o nome desse sal é fosfato de alumínio.

Mg(NO3)2: originou-se do HNO3 (ácido nitroso)


Sufixo “oso” passa a ser “ito”: nitrito. Por isso, o nome desse sal é nitrato de magnésio.

4. B
Pois a fórmula do sal é NaHCO3 e o íon HCO3-, é denominado Bicarbonato.

5. D
Devemos seguir a regra: Nome do ânion + de + nome do cátion. Assim, temos para cada caso:
NaCl : originou-se do HCl (ácido clorhídrico)
Sufixo “ídrico” passa a ser “eto”: cloreto. Por isso, o nome desse sal é cloreto de sódio.

NaNO3: originou-se do HNO3 (ácido nítrico)


Sufixo “ico” passa a ser “ato”: nitrato. Por isso, o nome desse sal é nitrato de sódio.

Na2CO3: originou-se do H2CO3 (ácido carbônico)


Sufixo “ico” passa a ser “ato”: carbonato. Por isso, o nome desse sal é carbonato de sódio.
Química

Exercícios de vestibulares

1. B
Produtos
Substâncias inorgânicas
comercializados
Água sanitária Hipoclorito de sódio - (NaClO)
Desentupidores de pia Hidróxido de sódio - (NaOH)
Sal de cozinha Cloreto de sódio - NaCl
Fermento químico Hidrogenocarbonato de sódio – NaHCO3
Creme dental Fluoreto de sódio - NaF

2. E
Abaixo segue a nomenclatura de todos os íons presentes nas alternativas.
CO3 -2→ Carbonato
HCO3 -1 → Hidrogenocarbonato (bicarbonato)
HSO4 -1 → Hidrogenossulfato
SO4 2-→ Sulfato
ClO -1 → Hipoclorito
Cl -1 → Cloreto
SO3-2 → Sulfito

3. B
A questão pede um sal de caráter básico para neutralizar a acidez do solo. Logo:
a) o KCl é um sal neutro por ser resultado da reação entre o ácido forte e uma base forte.
b) o CaCO3 é um sal básico por ser resultado de um ácido instável e uma base forte.
c) o NH4Cl é um sal neutro por ser resultado da reação entre um ácido forte e uma base forte.
d) o Na2SO4 é um sal neutro por ser resultado da reação entre um ácido forte e uma base forte.
e) o Ba(NO3)2 é um sal neutro por ser resultado da reação entre um ácido forte e uma base forte.

Assim, o único composto inorgânico para neutralizar a situação problema é o CaCO3.

4. E
A deterioração do mármore, que contém CaCO3 (sal de caráter básico), ocorre devido à acidez da chuva
que cai sobre a superfície da peça.

5. A
HClO + NaOH → NaClO
HClO3 + NaOH→NaClO3
HCl + NaOH → NaCl

6. B
Considerando-se as reações envolvidas nesse processo de dessulfurização, a fórmula química do sal de
cálcio corresponde a CaSO4.
CaSO4 CaO + CO2
CaO + SO2 + 1/2 O2 ➞ CaSO4
Observação: solventes são materiais sólidos que retém compostos químicos em sua superfície.

7. B
Química

O solo está básico, e é necessário neutralizá-lo, logo, devemos escolher alguém com características
ácidas.
CH3COONa (Acetato de sódio) = Sal de Base forte (Na) + ácido fraco (CH 3COO)
NH4Cl (Cloreto de amônio) = Sal levemente ácido
NaBr (Brometo de sódio) = Sal neutro, proveniente de uma base forte (NaOH) + ácido forte (HBr)
NaOH (Hidróxido de sódio) = Base forte pH = 14
KCl (Cloreto de potássio) = Sal neutro, proveniente de uma base forte (KOH) + ácido forte (HCl)

8. E
Para corrigir os problemas ambientais causados por essa drenagem (soluções ácidas ferruginosas,
conhecidas como “drenagem ácida de minas”), a substância mais recomendada a ser adicionada ao
meio deve ter caráter básico (carbonato de cálcio). O carbonato de cálcio é um sal básico, formado por
ânion de ácido fraco e cátion de base forte. O ânion sofrerá hidrólise de acordo com a seguinte reação:

CO32- + H2O ⇋ HCO3- + OH-

Perceba que há produção do íon básico, atenuando o problema de acidez causado pela presença do
salácido e do ácido no local.

Observação: o sulfeto de sódio (Na2S) pode formar gás sulfídrico (H2S) que é tóxico.

9. C
O Carbonato de lítio (Li2CO3) é uma substância que, quando dissolvida em meio aquoso, produz uma
solução básica.
Li2CO3
2Li + + CO32- + 2H2O ↔ 2Li+ + 2OH- + H2O + CO2
CO32- + H2O ↔ 2OH- + CO2

Obs.: Note que nos produtos temos 2OH- , caracterizando uma solução básica.

10. D
Quanto maior a quantidade de íons em solução, maior a intensidade do brilho da lâmpada.

Kit Solução 1 Solução 2 Solução 3

1 H3BO3 🡪 Fraco Mg(OH)2 🡪 Fraca AgBr 🡪 Muito pouco solúvel


2 H3PO4 🡪 Moderado Ca(OH)2🡪 Forte KCl 🡪 100% solúvel
3 H2SO4 🡪 Forte NH3.H2O 🡪 Fraca AgBr 🡪 Muito pouco solúvel
4 HClO4 🡪 Forte NaOH🡪 Forte NaCl 🡪 100% solúvel
5 HNO3 🡪 Forte Zn(OH)2 🡪 Fraca CaSO4🡪 parcialmente solúvel

Conclusão:
HClO4 NaOH NaCl
Kit 4
(ácido forte) (base forte) (sal 100% solúvel)
Redação

Coesão e coerência

Objetivos
Aprender sobre os dois principais fatores de textualidade exigidos em uma dissertação-argumentativa e
compreender como utilizar a coesão e a coerência em uma redação.

Se liga
Para conferir um mapa mental sobre a coesão e a coerência, clique aqui.
Os pronomes e as conjunções são classes gramaticais importantes para a coesão textual. Para revisar esses
conteúdos, clique aqui e aqui.

Curiosidade
A coerência e a coesão são fatores avaliados na grade de correção da redação do Enem, respectivamente,
nas competências três e quatro. Para entendê-las melhor, confira o manual de correção sobre essas
competências aqui e aqui.

Teoria

O que é a coesão textual?


A coesão textual contempla a utilização de mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógica
entre as partes de um texto. Em outras palavras, é a conexão entre as partes de um texto: as palavras, as
orações, as frases e os parágrafos. Esse fator de textualidade pode se manifestar de duas formas: referencial
ou sequencial.

Coesão referencial
A coesão referencial é responsável por anunciar ou retomar informações presentes no texto. Essa estratégia
é importante para evitar repetições entre as palavras por meio da utilização de recursos anafóricos e
catafóricos. A anáfora é um mecanismo que faz referência a um termo ou expressão citado anteriormente no
texto, enquanto a catáfora faz referência a um termo que será citado posteriormente. Os recursos utilizáveis
são inúmeros; dentre os principais, temos os pronomes, os sinônimos, os hipônimos e hiperônimos, os
epítetos, as metonímias, os advérbios e os numerais.

Observe o exemplo abaixo:

“Em sua obra “Vigiar e punir”, Foucault elabora a imagem da vigilância constante, representada por uma prisão
denominada Panóptico. Hoje, esse seu conceito não se concretiza no controle da segurança, mas na
observação permanente e invasiva das ações e dos gostos dos usuários dos meios virtuais. Essa
ressignificação decorre destes fatos: a excessiva exposição do sujeito e os interesses comerciais de grandes
empresas.”
Redação

O pronome possessivo “sua” é um termo catafórico, porque antecipa a palavra “Foucault”. Por outro lado, o
pronome “seu” é um elemento anafórico, porque retoma um termo já citado anteriormente: “Foucault”. Esses
recursos servem para garantir a progressão de um texto e evitar a repetição desnecessária de palavras.

Coesão sequencial
Os elementos de coesão sequencial são responsáveis – como o próprio nome sugere – pelo sequenciamento
ou andamento do texto. Eles servem para conectar segmentos textuais e, normalmente, criam nexos
semânticos entre eles. Assim, estabelecem as principais ligações entre as partes da redação, de forma que a
coesão textual se manifeste mais notoriamente. Dentre os principais recursos, destacam-se as frases de
apoio, os termos conectivos (“portanto”, “dessa forma”, “assim”, etc.) e os ganchos semânticos. Veja o
exemplo abaixo:

“Em primeira instância, é preciso avaliar o comportamento humano na busca pela diferenciação. Visto que a
massificação e a globalização tendem a homogeneizar os indivíduos, busca-se a exposição como meio de
destaque. Com isso, vidas privadas são descortinadas e pensamentos são materializados em curtidas e
compartilhamentos. Essa conduta, de certa forma, reflete a transferência para as mídias digitais daquilo que
se evita expor interpessoalmente. Nesse contexto, o monitor se converte no diário onde se imprime a essência
pessoal e se constrói a autoafirmação.”

Coerência textual
Segundo o linguista Luiz Antônio Marcuschi, há uma unidade de sentido no todo do texto quando este é
coerente, assim a coerência não se encontra na própria forma, mas constrói-se a partir dela, em dada situação
comunicativa. Para a produção de sentidos do texto, é preciso que o leitor ative conhecimentos previamente
constituídos e armazenados na memória. Sendo assim, podemos dizer que a coesão e a coerência estão
ligadas; pois, enquanto a coerência é a sequência lógica das ideias de um texto, a coesão é a manifestação
formal da coerência, estabelecendo nexo entre as partes do texto. Há duas formas de classificação e
ordenação da coerência: a interna e a externa.

Observe o poema abaixo, de Oswald de Andrade:

Aperitivo
A felicidade anda a pé,
Na Praça Antônio Prado
São 10 horas azuis
O café vai alto como a manhã de arranha-céus
Cigarros Tietê
Automóveis
A cidade sem mitos
Oswald de Andrade, Poesias reunidas.

Esse poema exemplifica que é possível o texto ser coerente, sem necessariamente se articular de modo
coeso. Em outras palavras, existe sentido pleno no que o poeta escreve, entretanto, esse sentido está
aparentemente (não realmente) comprometido em função de a coesão não obedecer aos padrões
determinados que ajudam na conexão clara e transparente entre os elementos textuais.
Redação

Coerência interna
Para que um texto seja coerente, é importante que as informações apresentadas – inclusive a argumentação
– estejam de acordo com a tese definida no início do texto, seguindo uma linha de raciocínio e nunca fugindo
a uma ideia central, ou seja, seu texto precisa fazer sentido internamente. Isso fica claro, principalmente, em
redações com temáticas polêmicas. Dessa forma, é necessário construir seu texto com um embasamento
argumentativo sem contradição, isto é, desenvolver a escrita com ideias próximas e coerentes.

Observação: a contra-argumentação, ou seja, trazer um argumento contrário ao anterior para reforçar sua
ideia principal, é muito valorizado pela banca corretora. Todavia é necessário garantir que isto aprofunde a
tese e não distancie um parágrafo de outro, tornando o texto incoerente.

Coerência externa
Fazer sentido dentro do próprio texto não é o bastante. Para que uma redação seja coerente e alcance a
pontuação máxima no Enem, é importante que ela faça sentido, também, com relação ao contexto em que
está inserida. Para isso, você precisa sempre estar atento às questões ao seu redor, por meio da leitura, dos
estudos e de toda a informação que estiver ao seu alcance. Sendo assim, qualquer informação que for
utilizada na redação deve ser legítima, ou seja, verdadeira, pois deve fazer sentido com o conhecimento de
mundo do leitor. Portanto, informações inventadas não são bem-vindas na redação, visto que podem
prejudicar a coerência externa do texto.
Redação

Exercícios de fixação

1. Por que a coesão e a coerência são importantes para um texto?

2. Quais são os diferentes tipos de coesão e para que eles servem?

3. Explique a diferença entre a coerência interna e a externa.

4. Leia os fragmentos abaixo e responda:

Texto I
Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado
em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois.
Quincas Borba

Texto II
Minha mãe é meio branca. Meu pai é preto. Retinto. Nariz de barraca. A filha do seu Polovsky acharia
meu pai feio. Ele era bonito. Eu sou bonito. Não sou mulato. Mulato é filho de mula. Eu sou preto. Negro.
Identidade para os gatos pardos
Indique a que ou a quem se referem os itens lexicais “aqui” e “ele”.

5. Espigas cheias ou chochas


Este é o momento de cair na real. Não há muita saída para o drama da hora, senão consertar o que está
quebrado. A economia vive de ciclos, curtos e longos. Disso já se sabia desde José do Egito, filho de
Jacó, que avisou o faraó de que sete anos de vacas magras e de espigas chochas sucederiam a sete
anos de vacas gordas e espigas cheias. Para enfrentar caprichos do setor produtivo desse tipo é que a
humanidade aprendeu a fazer estoques, a empilhar reservas e criar fundos de segurança, também
desde José do Egito ou desde o escravo grego Esopo, o autor da fábula da cigarra e da formiga. Um
dos grandes problemas da economia brasileira é o de que enfrenta agora brutal crise fiscal sem que
administradores previdentes tenham previsto a tragédia nem se preparado para enfrentá-la.
Celso Ming, http://economia.estadao.com.br, 04/05/2016.

Entendido em seu sentido literal, o trecho: “sem que administradores previdentes tenham previsto”
contém uma incoerência. O emprego de aspas em uma das palavras desse trecho, conferindo a ela um
sentido especial, eliminaria a incoerência? Justifique.
Redação

Exercícios de vestibulares

1. (Unifesp, 2005) Enlace


No convento da senhorita Sandra
Carvalho e cirurgião plástico
Nóbrega Pernotta, contraíram
carmelitas ontem as próprias testemunhas
sendo seus pais os
laços matrimoniais.
Millôr Fernandes
A graça, no texto de Millôr, decorre da:
a) alteração dos sentidos das palavras, já que a forma de organizá-las sugere outro significado,
diferente de enlace, proposto no título.
b) transgressão do princípio sintático de articulação das palavras, o que acaba por criar associações
inusitadas e singulares.
c) desorganização total do texto, que faz com que o leitor tente ordenar as palavras para entendê-lo, o
que não é possível.
d) organização das palavras segundo os padrões sintáticos da língua, o que garante a manutenção do
sentido do texto.
e) articulação das palavras dentro das convenções da língua, mas com outros matizes de significação,
o que altera, por exemplo, o sentido do título.

2. (Uerj, 2014) A namorada


Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Manoel de Barros, Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça. (v. 2-4)

O primeiro verso estabelece mesma relação de sentido com cada um dos dois outros versos. Um
conectivo que expressa essa relação é:
a) “porém”;
b) “porque";
c) “embora”;
d) “portanto".
Redação

3. (IFSul, 2019) Spine poetry, ou poesia de lombada, é a arte – pelo menos no sentido travesso da palavra
– de empilhar livros de tal forma que os títulos formem um todo inteligível.
Observe o poema de Sérgio Rodrigues:

Sobre o poema produzido por Sérgio Rodrigues, é correto afirmar que


a) as palavras foram dispostas de forma aleatória, visando a construção de um texto coerente;
b) o texto apresenta coerência, no entanto não possui coesão;
c) a coesão é estabelecida através dos nexos oracionais;
d) o poema possui coerência e coesão, as quais são obtidas através da semântica das palavras.

4. (ITA, 2010) As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer para manter
nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças americanas vão para a escola sozinhas hoje
em dia. Mesmo quando vão de ônibus, são levadas pelos pais até a porta do veículo. Chegou a ponto
de colocarem à venda vagas que dão o direito de o pai parar o carro bem em frente à porta na hora de
levar e buscar os filhos. Os pais se acham ótimos porque gastam algumas centenas de dólares na
segurança das crianças. Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho está numa cadeira
de rodas, você vai querer estacionar em frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos
portadores de deficiência. Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como
um inválido. Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em dia.
(IstoÉ, 22/07/2009)

A palavra “isso”, na última linha do texto, retoma o fato de


a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola;
b) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos;
c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola;
d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da escola;
e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os leva à escola.
Redação

5. (UEFS, 2016) Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se.


Lanchou. Escovou. Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu.
Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou.
Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou.
Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou.
Sacou. Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou.
Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou.
Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Saiu. Despiu-se.
Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou.
Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se.
Aprontou-se...
MINO. Como se conjuga um empresário. Disponível em: <http://docslide.com.br/documents/como-se-conjuga-um-
empresario.html>. Acesso em: 18 jan. 2016. Adaptado.

Considerando-se o conceito de coesão e coerência, é correto concluir que o texto analisado:


a) se revela coerente essencialmente por meio da pontuação e da manutenção de um único tempo
verbal;
b) perde a progressão temática na medida em que a ausência de elementos coesivos não garante
sua coerência;
c) não possui uma relação lógica entre as palavras, que é garantida, unicamente, por meio de
elementos de conexão;
d) não permite o reconhecimento de pressupostos e subentendidos que possam assegurar seu teor
crítico pela falta de coesão;
e) apresenta a ordem e a carga semântica dos vocábulos sustentando a coerência do enunciado,
ainda que não existam elementos coesivos explícitos.

6. (Enem, 2011) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de
infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma
alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de
desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis
de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade
física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com
acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.
ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do


sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias;
b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste;
c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização;
d) o termo “Também” exprime uma justificativa;
e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.
Redação

7. (Enem, 2010) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma
forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros
rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de
chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No
entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga
alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por
cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da
rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009,
contém vários conectivos, sendo que
a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de
cabeça;
b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem
aplicadas no jogo;
c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem
cronológica de ocorrência;
d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo
naturalmente esperado;
e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o
Botafogo a fazer um bloqueio.

8. (Enem, 2013) Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de
contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além
do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era
um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os
homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que
fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação
entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um
termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:
a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”;
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”;
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos
astros sobre os homens’.”;
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”;
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo
infectado.”
Redação

9. (IME, 2010) ONDE ESTOU?


Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era:
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Obras, 1768)
SECCHIN, Antônio Carlos. ANTOLOGIA TEMÁTICA DA POESIA BRASILEIRA – Faculdade de Letras, UFRJ, 1 semestre de 2004.

O lugar a que se refere o autor na primeira estrofe é definido e referenciado pelos elementos
sublinhados em:
a) sítio e contemplá-lo (versos 1 e 4);
b) prado e natureza (versos 2 e 3);
c) diferente e tímido (versos 2 e 4);
d) outra e tímido (versos 3 e 4);
e) natureza e esmoreço (versos 3 e 4).
Redação

10. (Enem, 2014) Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu
não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes
também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais
escolado não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna
demais, antiquada demais.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar
despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”,
“Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com
minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como me
botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como na
janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam
acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando parece
que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua
sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à
construção do fragmento, o elemento
a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”;
b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”;
c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”;
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”;
e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.
Redação

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A coesão e a coerência são fatores essenciais de um texto. A primeira faz referência à conexão entre as
partes de um texto. Já a coerência é a sequência lógica de ideias de um texto.

2. A coesão pode se manifestar de duas formas: a referencial e a sequencial. A coesão referencial é


responsável por anunciar ou retomar informações presentes no texto; essa estratégia é importante para
evitar repetições entre as palavras por meio da utilização de recursos anafóricos e catafóricos. A coesão
sequencial é responsável pelo sequenciamento ou andamento do texto. Elas servem para conectar
segmentos textuais e, normalmente, criam nexos semânticos entre eles.

3. A coerência interna é aquela que segue uma linha de raciocínio no texto e não foge de uma ideia central,
ou seja, o texto precisa ter sentido internamente. Já a coerência externa é a relação de um texto com o
contexto em que está inserida.

4. O termo “aqui” refere-se ao espaço-tempo do eu-lírico e, em sua retomada, assume um valor


circunstancial espaço-temporal. O pronome “ele” faz referência ao pai do narrador, retomando apenas
uma palavra.

5. O emprego de aspas na palavra “previdentes” daria a esse adjetivo um sentido irônico, o que eliminaria a
incoerência presente na frase, pois a expressão passaria a ser lida como ironia: aqueles que deveriam
ter se preparado para enfrentar uma situação difícil (os administradores “previdentes”) não o foram.

Exercícios de vestibulares

1. B
Apesar da desordem, o leitor, por si, pode estabelecer o nexo entre as palavras para captar a coerência
do texto: um convite de casamento.

2. B
O poeta tem dificuldade de mandar recado para a sua namorada; porque, primeiro, não havia e-mail
naquela época; depois, porque o pai tornava difícil a relação entre os apaixonados. Assim, o elemento
coesivo é expresso pelo termo “porque”.

3. D
As palavras se relacionam a partir de sua semântica, formando um poema coeso e coerente, que trata
do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro.

4. B
O pronome “isso” possui anáfora. Dessa forma, ele retoma a ideia anterior: “você assegurou ao seu filho
saudável a chance de ser tratado como inválido”.

5. E
O texto não apresenta elementos coesivos entre diversos verbos conjugados no pretérito perfeito do
indicativo – o que se torna dispensável, considerando a carga semântica de tais ações. Esse
procedimento indica que o comportamento da personagem é rotineiro – o que se confirma pela repetição
das sequências inicial e final do texto.

6. A
A expressão “além disso” acrescenta informações (“é importante para o controle da pressão arterial, dos
níveis de colesterol e de glicose no sangue”) ao que havia sido anteriormente sobre as atitudes
Redação

recomendadas para se ter um estilo de vida benéfico à saúde (“manter uma alimentação saudável e
praticar atividade física regularmente”).

7. D
A característica indica uma concessão pelo termo mesmo no texto, uma vez que “o time dirigido por Cuca
tinha grande dificuldade de chegar à área” do time opositor, mesmo tendo “mais posse de bola”.

8. E
A forma verbal “fizesse” tem seu sujeito oculto, fazendo referência ao termo gripe. Caso o fragmento
fosse reescrito com o sujeito explícito, deveria haver a frase: “Supõe-se que o vocábulo grippe fizesse
referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

9. A
O substantivo “sítio” volta ao texto através do pronome “lo”, de modo anafórico.

10. A
A alternativa correta é a letra A, já que o elemento a que o pronome “nisso” faz referência é o mesmo,
sendo a referência uma catáfora, isto é, uma introdução do elemento a ser enunciado posteriormente. A
opção B, portanto, também é incorreta, já que o termo “assim” não faz referência a um elemento presente
no texto, mas cumpre a função de um adjetivo.
Sociolgia

Mundo do trabalho

Objetivo
Obter um panorama de como se dão as relações de trabalho e as mudanças desse universo tão estudado na
Sociologia.

Curiosidade
Apesar de muitas pessoas usarem as palavras ‘trabalho’ e ‘emprego’ como sinônimos, os termos têm
significados diferentes para a Sociologia.

‘Trabalho’ se refere ao esforço humano que tem o objetivo de transformar o ambiente ao seu redor; ele sempre
existiu, em todas as formas de sociedade. Já ‘emprego’ é mais recente; surgiu na Revolução Industrial, para
definir a relação em que o homem cede a sua força de trabalho em troca de pagamento.

Teoria

Um novo trabalho
As atividades relacionadas ao trabalho mudaram de forma considerável a partir da Revolução Industrial, que
ocorreu no século XIX; com isso, a maneira como as pessoas viviam também se transformou, despertando
um interesse da Sociologia pelo tema. Se observarmos a história do trabalho, veremos o quanto ele evoluiu,
desde o artesanal, em que o trabalhador era autônomo e produzia em quantidade e tempo estipulados por ele
próprio; até o fabril, cuja produção acontecia dentro das fábricas e tinha uma característica marcante, que era
uma maior velocidade de produção e a divisão das tarefas. Com o trabalho fabril, o trabalhador passou a ter
alguém a quem precisa se reportar, e essa pessoa determina o seu tempo de trabalho e a quantidade que ele
precisa produzir.

Toda essa novidade fez com que a sociedade também mudasse, e uma das mudanças foi a criação de uma
nova classe social, o proletariado. Como não existiam direitos básicos no trabalho e os salários eram muito
baixos, os proletários se organizaram, com o objetivo de conseguir garantias justas. A partir daí, surgiram os
sindicatos, organizações que seriam a ponte entre os trabalhadores e seus patrões, para promover o diálogo,
a fim de que as reivindicações dos trabalhadores fossem escutadas e atendidas. Os direitos trabalhistas,
garantidos por lei, que conhecemos hoje, como o salário-mínimo, jornada de trabalho e aposentadoria, foram
fruto de lutas políticas dos trabalhadores.

Para haver mais controle das atividades internas do trabalho dentro das fábricas, foram desenvolvidos
mecanismos, como o taylorismo. Esse foi usado como um padrão produtivo que pretendia controlar o tempo
e espaço nas fábricas. O fordismo foi outro modo produtivo, surgido após a Revolução Industrial, que
implantou a linha de montagem, permitindo a produção em massa. Toda essa transformação, que causou a
formação da sociedade industrial, fez com que a divisão do trabalho se tornasse mais complexa e o trabalho
passasse a ser remunerado.
Sociolgia

Na década de 1970, o modelo fordista entrou em crise. O mercado consumidor começou a visar uma variação
de produtos e maior adaptação a diferentes culturas e grupos sociais – o que não era possível nesse modelo,
já que ele trabalhava com a produção em massa e padronização dos produtos. Com isso, surgiu uma
reestruturação produtiva que acabou modificando novamente as relações de trabalho e, consequentemente,
as sociais. Propostas de “modernização” das relações de trabalho, como flexibilização, terceirização,
subcontratação, etc., entraram em jogo. A Sociologia olhou com atenção para essas transformações, fazendo
uma relação entre flexibilização e precarização do trabalho e pobreza.

Novas tecnologias no trabalho e no emprego


Com a criação da internet, novas tecnologias foram intensificadas, o que contribuiu fortemente para as
mudanças nos processos de trabalho na atualidade, que não afetam só a forma de produzir as mercadorias,
como também as relações de emprego e trabalho. Um exemplo disso está nos trabalhos informal e
temporário, que têm aumentado de forma considerável. Com um discurso sedutor, que prega a liberdade de
escolher seus horários, trabalhar de casa e criar suas próprias regras, essas novas condições de trabalho
podem ser muito atrativas no primeiro contato.

A Sociologia do trabalho faz reflexões e problematiza as condições dos trabalhos informal e temporário,
mostrando que essa flexibilização pode estar mais associada à precarização social. A principal crítica é à
informalidade não estar regida por nenhum contrato de trabalho, nem amparada por nenhum sindicato de
classe.

Quando analisamos as novas formas de trabalho, a informalidade passa a ser significativa. O caso da Uber,
que é uma das plataformas de tecnologia mais bem-sucedidas nos últimos anos em mais de 70 países, é um
exemplo que pode nos ajudar a compreender melhor o que estamos falando. A empresa “presta” um serviço
tanto para os motoristas, como um meio para encontrar clientes, quanto para os passageiros, que aproveitam
um serviço de baixo custo e com uma boa qualidade. O que não vemos por trás dessa flexibilização é que,
embora os motoristas tenham a sensação de ter autonomia, muitos chegam a trabalhar mais de 14 horas em
um único dia, arcando com todos os custos do carro; além disso, a Uber fica com até 40% do valor bruto das
corridas. Ou seja, tornando-se um “parceiro Uber”, você paga taxas para se associar, é descontado e fica
diretamente responsável pelos consumidores (passageiros).
Sociolgia

Exercícios de fixação

1. Qual marco contribuiu para a mudança nas relações de trabalho?

2. Qual é a importância do surgimento dos sindicatos?

3. O modelo taylorista tinha como principais características a produção em massa e a criação de uma
linha de montagem que permitiu a produção em massa.
( ) Certo
( ) Errado

4. Com a internet, as novas tecnologias se intensificaram. Com isso, não só a possibilidade de novas
relações de trabalho surgiu, como também:
a) Novas formas de se divertir;
b) Mudou a forma de produzir mercadorias;
c) A diminuição da interação social;
d) Aumentou a comunicação entre as pessoas.

5. Por que a Sociologia do trabalho problematiza as condições do trabalho informal e temporário?


Sociolgia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2010) A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados


ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura. Um desses estágios foi o artesanato,
em que se:
a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada.
b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série.
c) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas.
d) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado.
e) faziam interferência do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo
de produção.

2. (Enem PPL, 2020) Com a retração do binômio taylorismo/fordismo, vem ocorrendo uma redução do
proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estável e especializado, herdeiro da era da indústria
verticalizada do tipo taylorista e fordista. Esse proletariado vem diminuindo com a reestruturação
produtiva do capital, dando lugar a formas mais desregulamentadas de trabalho, reduzindo fortemente
o conjunto de trabalhadores estáveis por meio de empregos formais.
ANTUNES, R. O caracol e sua concha: ensaio sobre a nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005.
Uma nova característica dos trabalhadores requerida pelas mudanças apresentadas no texto é o(a)
a) formação em nível superior.
b) registro em organização sindical.
c) experiência profissional comprovada.
d) flexibilidade no exercício da ocupação.
e) obediência às normas de segurança laboral.

3. (UFPA) Como reflexos das transformações nas políticas de gestão e de organização do trabalho no
contexto atual de globalização, tem-se o novo perfil de trabalhador ou da classe social que vive do
trabalho e uma reconfiguração no mercado de trabalho. Assim, podemos afirmar corretamente que um
dos impactos da atual globalização e da reestruturação produtiva no mundo do trabalho, na virada do
século XX para o século XXI, é o (a)
a) Aumento do contingente de trabalhadores fabris.
b) Redução significativa dos índices de trabalho feminino e infantil.
c) Aumento da inclusão de jovens no mercado de trabalho.
d) Aumento do número de trabalhadores no setor de serviços.
e) Redução do número de trabalhadores no setor informal da economia.
Sociolgia

4. (UNITAU) A terceirização pode provocar a precarização das relações de trabalho, porque não há vínculo
empregatício entre a empresa contratante e os trabalhadores ou sócios das empresas contratadas. Em
relação a essa afirmação, pode-se dizer que
a) A afirmação é verdadeira, e a razão, uma afirmação falsa.
b) A afirmação é falsa, e a razão, uma afirmação verdadeira.
c) A afirmação é verdadeira, e a razão, apesar de verdadeira, não justifica a afirmação.
d) A afirmação e a razão são falsas.
e) A afirmação é verdadeira, e a razão, também verdadeira, justifica a afirmação.

5. (Enem Digital, 2020) Ao mesmo tempo que as novas tecnologias inseridas no universo do trabalho
estão provocando profundas transformações nos modos de produção, tornam cada vez mais plausível
a possibilidade de liberação do homem do trabalho mecânico e repetitivo.
JORGE, M. T. S. Será o ensino escolar supérfluo no mundo das novas tecnologias? Educação e Sociedade, v. 19, n. 65, dez.
1998 (adaptado).
O paradoxo da relação entre as novas tecnologias e o mundo do trabalho, demonstrado no texto, pode
ser exemplificado pelo(a)
a) utilização das redes sociais como ferramenta de recrutamento e seleção.
b) transferência de fábricas para locais onde estas desfrutem de benefícios fiscais.
c) necessidade de trabalhadores flexíveis para se adequarem ao mercado de trabalho.
d) fenômeno do desemprego que aflige milhões de pessoas no mundo contemporâneo.
e) conflito entre trabalhadores e empresários por conta da exigência de qualificação profissional.

6. Considere o texto a seguir:


“Relação de trabalho é o gênero que compreende o trabalho autônomo, eventual, avulso etc. Relação
de emprego trata do trabalho subordinado do empregado em relação ao empregador. A CLT disciplina
a relação de empregados. A Justiça do Trabalho, de modo geral, julga questões de empregados.”
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 114.
Observando a importância da Consolidação das Leis Trabalhistas, que unificou a legislação trabalhista
existente no Brasil em 1943, a CLT tem como intento a(o)
a) criação de autonomia legal de empresas e trabalhadores em suas relações de ofício.
b) ordenamento jurídico particular dos contratos de trabalho no campo.
c) regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho.
d) construção de acordos coletivos entre setores sociais antagônicos.
e) concessão lenta e gradual de direitos sociais plenos aos trabalhadores brasileiros.
Sociolgia

7. (UNEMAT) Maria Clara, ao se posicionar como trabalhadora pertencente a uma categoria profissional,
por meio de um Sindicato, defende as conquistas históricas de classe à qual pertence e mantém
solidariedade com os demais trabalhadores na defesa dos interesses coletivos.
Na defesa de seus direitos, Maria Clara se manterá em posição diametralmente oposta à de seus
empregadores, reivindicando melhores condições de trabalho, pretendendo inclusive disputar e
hegemonizar o poder para derivar outra formação social desvinculada do capital ao qual não lhe
propicia condições dignas de trabalho.
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
a) No texto, a alienação faz com que os trabalhadores se mantenham inertes ante as classes
possuidoras de capital.
b) Na sociedade capitalista, a luta de classes ocorre a partir da tomada de consciência dos
trabalhadores para a satisfação de suas necessidades fundamentais de existência.
c) Por meio da luta de classes procura-se alcançar o poder para ampliar a riqueza dos proprietários de
bens e capitais.
d) O fato social comum, apresentado no texto, sugere uma normalização passiva e aceitação dos
indivíduos trabalhadores à consciência coletiva, mantendo assim uma solidariedade orgânica entre
as pessoas.
e) O texto reflete a apatia social dos trabalhadores na manutenção dos empregos ante uma reforma
trabalhista disposta por outra classe que lhes suprime conquistas históricas.

8. (Enem)

Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no


cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à
a) ideia de progresso.
b) concentração do capital.
c) noção de sustentabilidade.
d) organização dos sindicatos.
e) obsolescência dos equipamentos.
Sociolgia

9. (Enem, 2016) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de


capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos
fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do
trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o
puro uso da força de trabalho.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003.
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade de diploma superior

10. (UERJ - adaptada) Utilize as informações abaixo para responder à questão.

Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de crises
econômicas

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Sociolgia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A Revolução Industrial foi responsável pelo aumento da produção de mercadorias e a substituição da


produção artesanal e das manufaturas, contribuindo para uma mudança drástica nas relações de
trabalho e, por consequência, na organização social de forma geral.

2. A formação dos sindicatos foi essencial para a organização e reivindicação dos trabalhadores, servindo
como ponte de comunicação entre os proletários e seus patrões.

3. Errado.
Taylorismo tinha como principal característica otimizar as tarefas que os trabalhadores realizavam nas
fábricas, por meio da organização e divisão das funções.

4. B
A internet contribuiu para a mudança de vários processos no mundo do trabalho, inclusive na produção
de mercadorias, modelos de negócios, etc.

5. A informalidade dos trabalhos informais e temporários traz muitas inseguranças para os trabalhadores.
A falta da garantia dos direitos, conquistados por meio de muita luta dos trabalhadores, pode trazer a
precarização das condições de trabalho.

Exercícios de vestibulares

1. B
Autoexplicativa.

2. D
As novas formas de trabalho estão ligadas ao modelo que podemos chamar de “uberização”, que
corresponde ao trabalho sem estabilidade ou garantias, mas que muitas vezes é entendido como uma
possibilidade de o trabalhador ser empreendedor de si mesmo, determinando seus horários de trabalho,
por exemplo.

3. D
Esse aumento se dá graças à necessidade de mão de obra para uma maior produção dentro das fábricas,
já que as demandas por produtos, vinda da população, só aumentam. A maior parte dessa mão de obra
vai se encontrar no setor de serviços.

4. E

5. D
O avanço da automatização no ambiente de trabalho causa, no primeiro momento, um desemprego
direcionado, principalmente para as camadas mais pobres, já que muitas vezes não têm acesso a
especialização. É preciso um esforço de proteção social para essa população, como uma forma de
solucionar esse problema.

6. C
Com a Consolidação das Leis Trabalhistas, foi possível assegurar direitos importantes para a classe
trabalhadora. A CLT é considerada um marco histórico para a história do trabalho no Brasil.

7. B
Autoexplicativa.
Sociolgia

8. A
A charge é uma representação futurista que inverte a relação do homem com a máquina. Nesse caso, os
homens que servem as máquinas, na posição de engraxate, e as máquinas ocupam o lugar da classe
trabalhadora. A crítica é sobre a noção de progresso vinculada somente ao desenvolvimento tecnológico
industrial, que pode, na verdade, ser um grande gerador de conflitos se não vinculado a garantias de
melhores condições de trabalho e vida para os seres humanos.

9. C
A nova configuração do capitalismo, que surgiu na década de 1970, trouxe a necessidade do uso de
tecnologias em grande parte do processo produtivo. Com isso, o sistema fordista-taylorista foi
substituído pelo toyotismo, que era caracterizado pela substituição de trabalhadores por máquinas e pela
diminuição de estoque

10. C
A exploração do trabalhador assalariado presume o aumento da lucratividade, a mais-valia com que o
patrão lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os
trabalhadores tenham dinheiro para consumir seu produto, a fim de movimentar os estoques
APRO DAMENTO
Semana

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Biologia

O que é Biodiversidade?

Teoria

Biodiversidade
A biodiversidade pode ser considerada a variedade de seres vivos no planeta terra, sejam estes seres animais,
vegetais, fungos, dentre outros. Estudando a biodiversidade, podemos identificar a variedade de relações
ecológicas que podem ser criadas, na disponibilidade de alimentos, em medicamentos para o ser humano,
entre outras coisas.

A maior diversidade biológica ocorre nos trópicos, em áreas úmidas, como na Amazônia, embora em todos
os biomas haja uma biodiversidade considerável, mesmo em desertos e regiões polares. O desequilíbrio
ecológico, como a poluição, o desmatamento e a intensificação do efeito estufa, pode levar à redução da
diversidade biológica pela extinção de espécies.

A biodiversidade, porém, pode ser estudada por diferentes aspectos:


● Biodiversidade de espécies: quantidade de espécies em determinado local. É o termo mais utilizado, e o
que mais aparece em questões.
● Biodiversidade genética: pode ser estudada entre comunidades ou como variação em uma única
espécie. Equivale à variabilidade genética dos organismos, ou seja, aos diferentes tipos de genes e alelos
presentes.
● Biodiversidade de interações: analisa as relações ecológicas entre os organismos vivos e entre
organismos vivos e o ecossistema, buscando conservá-las.
● Biodiversidade taxonômica: analisa a diversidade de grupos taxonômicos em determinado local, desde
que analisado acima de espécie. (entenda mais sobre taxonomia com este vídeo!)
● Biodiversidade de paisagem: quanto maior a variação microclimática, é possível ter uma maior
quantidade de nichos ecológicos, permitindo um maior número de espécies.

1
Biologia

Observe a tabela a seguir para uma exemplificação prática da análise destes cinco tipos de biodiversidade:

Espécie Borboleta (rosa e verde) Garça Leão Onça (laranja e amarela)


Alelos A ou a B C D, d ou e
Interações Herbivoria Predação Competição
Táxon (Classe) Insecta Aves Mammalia
Paisagem Campos Mangue Savana Floresta (solo e árvore)

A partir dos dados desta tabela, podemos observar:


● Biodiversidade de espécies total: 6 (borboleta rosa, borboleta verde, garça, leão, onça laranja e onça
amarela).
● Biodiversidade genética total: 7 alelos (A, a, B, c, D, d e e).
● Biodiversidade de interações: 3
● Biodiversidade taxonômica: 3
● Biodiversidade de paisagem: 5 (campos, mangue, savana, solo da floresta e árvores da floresta).

Outros conceitos importantes para entender sobre a biodiversidade e conservação são:


● Espécies endêmicas: são espécies que só existem em um único lugar, exclusivas de determinada região.
● Ponto crítico ou Hot spot: Um “Ponto crítico da biodiversidade” é um local com grande concentração de
espécies endêmicas, isso é, que são típicas daquele local e dificilmente ocorrem em outras regiões.
Essas áreas, se sofrerem impactos ambientais, terão grande perda em termos de diversidade.

Fatores que influenciam na biodiversidade


A quantidade e a distribuição das espécies podem ser determinadas por diferentes fatores abióticos, como a
variação climática, a diversidade de nichos ecológicos, a latitude e a intensidade luminosa (permite maior
taxa de fotossíntese e com clima constante), e também a temperatura (maior facilidade para sobrevivência
de organismos ectotérmicos).
As interações entre organismos vivos também podem interferir, por exemplo, em casos de competição: esta
relação ecológica pode causar a mudança de nicho e consequentemente promover processos de especiação
(como exemplo, o princípio da exclusão competitiva, também chamado de princípio de Gause). A predação
também ajuda a controlar o número de indivíduos das presas, e sua extinção pode causar danos graves à
comunidade e às teias tróficas.

Biodiversidade e conservação
Os ecossistemas podem sofrer diferentes impactos humanos, porém é possível tentar reverter ou minimizar
estes impactos. Para remediar impactos de desmatamento e fragmentação de florestas, pode-se construir
corredores ecológicos, que permitem a movimentação dos organismos entre as áreas, evitando o isolamento
entre as populações que antes eram unidas.

2
Biologia

Outra forma de recuperar fauna e flora local é com a reintrodução de espécies nativas, processo que é feito
com muito estudo e planejamento por profissionais.
Além disso, é importante entender a diferença entre preservar e conservar: preservar é quando o ambiente
nunca foi tocado pelo homem, e conservar é quando o ambiente já teve interferência humana, e tenta-se evitar
maiores danos ou recuperar danos já feitos.

3
Biologia

Exercícios

1. (Enem, 2003) A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas, como a funções, e
coloca problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
– a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
– a proteção das populações cujos sistemas de produção e cultura repousam num dado ecossistema;
– a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria-prima, para
produzir mercadorias.
(Adaptado de GARAY, I. & DIAS, B. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais)
De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,

De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


a) o principal desafio é conhecer todos problemas dos ecossistemas, para conseguir protegê-los da
ação humana.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos, independentemente
do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações não
devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que só consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

2. (UFPI, 2010 - adaptada) Preservar a biodiversidade constitui uma das condições básicas para manter
os ambientes sadios no nosso planeta. Essa afirmação refere-se a uma preocupação:
a) mundial, porque as espécies levaram milhões de anos para se desenvolverem e muitas delas
podem desaparecer do mundo em poucas décadas, se a poluição e o desmatamento
indiscriminado tiverem continuidade.
b) regional, porque o desaparecimento de espécies de animais pode ser responsável por problemas
alimentares e pelo aumento de pragas, pela ruptura da cadeia alimentar, em algumas regiões do
mundo.
c) apenas para os Estados Unidos e países da Europa que já destruíram quase totalmente suas
florestas, por terem desenvolvido seu setor industrial há muito tempo.
d) apenas para países e regiões que se organizaram politicamente em espaços áridos ou semiáridos,
como a Namíbia e o Nordeste do Brasil, que dependem do pouco que resta de seus ecossistemas.
e) apenas para países que utilizam uma tecnologia altamente desenvolvida, que precisam de
organismos vivos como fonte original dos princípios ativos.

4
Biologia

3. (Enem, 2018) Corredores ecológicos visam mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas
promovendo a ligação entre diferentes áreas, como o objetivo de proporcionar o deslocamento de
animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. São instituídos com base em
informações como estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida (área necessária para
o suprimento de suas necessidades vitais e reprodutivas) e a distribuição de suas populações.

Nessa estratégia, a recuperação da biodiversidade é efetiva porque


a) propicia o fluxo gênico.
b) intensifica o manejo de espécies.
c) amplia o processo de ocupação humana.
d) aumenta o número de indivíduos nas populações.
e) favorece a formação de ilhas de proteção integral.

4. (Enem, 2010) A interferência do homem no meio ambiente tem feito com que espécies de seres vivos
desapareçam muito mais rapidamente do que em épocas anteriores. Vários mecanismos de proteção
ao planeta têm sido discutidos por cientistas, organizações e governantes. Entre esses mecanismos,
destaca-se o acordado na Convenção sobre a Diversidade Biológica durante a Rio 92, que afirma que a
nação tem direito sobre a variedade devida contida em seu território e o dever de conservá-la utilizando-
se dela de forma sustentável.

A dificuldade encontrada pelo Brasil em seguir o acordo da Convenção sobre a Diversidade Biológica
decorre, entre outros fatores, do fato de a
a) extinção de várias espécies ter ocorrido em larga escala.
b) alta biodiversidade no país impedir a sua conservação.
c) utilização de espécies nativas de forma sustentável ser utópica.
d) grande extensão de nosso território dificultar a sua fiscalização.
e) classificação taxonômica de novas espécies ocorrer de forma lenta.

5. (Ueg, 2007) A partir da ECO-92, o termo biodiversidade passou a ser assunto constante em diversos
meios de comunicação. A variedade de espécies que existem em um ecossistema e a quantidade de
biomassa de uma determinada espécie expressam características da biodiversidade? Justifique sua
resposta.

5
Biologia

6. (Ufpa, 2011) O trecho abaixo é parte do artigo publicado na Folha de São Paulo do dia 16/09/2010
referente ao bioma Cerrado.

Governo brasileiro estuda medidas para conter desmatamento no Cerrado


O Ministério do Meio Ambiente anunciou na última quarta-feira (15) medidas para conter o
desmatamento no Cerrado. As iniciativas incluem a criação de uma “lista negra” de até 50 municípios
críticos e de um sistema de monitoramento por satélite em tempo real. […]. O PPCerrado (Plano de
Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado) será o instrumento usado para
cumprir a meta brasileira de reduzir em 40% as emissões de gás carbônico pelo desmatamento no
bioma até 2020. A meta, assumida em 2009 na conferência de Copenhague, foi calculada sobre a média
verificada entre 2002 e 2008, de 14,2 mil km2 anuais. Para cumpri-la, o governo planeja criar 2,5 milhões
de hectares de unidades de conservação, demarcar 5,5 milhões de hectares em terras indígenas e
bancar a recuperação de 8 milhões de hectares em pastos degradados. […]
Disponível em: <www.folha.uol.com>. Acesso em: 02 out 2010.

Considerando o texto anterior e demais conhecimentos sobre o tema tratado, assinale a alternativa que
explica CORRETAMENTE essa situação:
a) Grande parte da devastação do Cerrado foi provocada pela ocupação humana decorrente das
frentes de expansão e povoamento, iniciadas na primeira metade do século XX e impulsionadas
por atividades econômicas como a pecuária tradicional e, mais recentemente, o agronegócio da
soja.
b) O desmatamento, no Cerrado, data do período da colonização brasileira, quando a vegetação neste
bioma foi substituída pela agricultura extensiva para exportação, no início pela cana-de-açúcar e
mais tarde, pela monocultura cafeeira.
c) As queimadas e o desmatamento ameaçam a biodiversidade na região do Cerrado. No entanto,
em área destinada às unidades de conservação, essas práticas são raras devido à intensa
fiscalização. Isso explica o empenho do governo em ampliar essas áreas de proteção do Cerrado
na Amazônia.
d) A análise multitemporal realizada por satélite constatou que, nos últimos anos, o aumento do
desmatamento do Cerrado é resultado da rápida expansão urbana nos 50 municípios a que o texto
se refere.
e) O tipo de solo ácido e a vegetação de tronco retorcido são características naturais favoráveis aos
processos de degradação, como a expansão de voçorocas no Cerrado. Entre as medidas de
preservação para recuperar essas áreas degradadas, o governo incentiva o plantio de gramíneas
para pastagem.

6
Biologia

7. (Fuvest, 2013) A partir do início dos anos 2000, o governo brasileiro começa a lançar mão de uma nova
estratégia de proteção ambiental no território nacional da qual resultou a delimitação das áreas a serem
conservadas, representadas no mapa abaixo.

a) Indique dois objetivos da criação de corredores ecológicos. Explique.

b) Identifique duas ameaças à proteção ambiental no corredor Leste da Amazônia. Explique.

8. (Unicamp, 2017) Em 2016 verificamos as consequências do derrame de grande volume de rejeitos de


uma mineradora, que se espalhou pelo mar a partir da foz do rio Doce. Os resíduos formaram uma
mancha móvel que alterou o equilíbrio do rio, do mar e impactou a economia local dependente da pesca.
a) Qual foi a consequência do avanço da lama na biodiversidade do ambiente marinho? Justifique.
b) Cite dois fatores decisivos para a recuperação da ictiofauna do rio Doce.

7
Biologia

Gabarito
1. E
Existem diferentes visões, tanto as que só consideram aspectos ecológicos, quanto as que levam em
conta aspectos sociais e econômicos.

2. A
A conservação da biodiversidade deve ocorrer em âmbito global, visto que os problemas não se
restringem ao regional. O processo de preservação ambiental também deve ocorrer nos países em
desenvolvimento e nos subdesenvolvidos.

3. A
Com os corredores ecológicos, indivíduos de diferentes populações podem voltar a se encontrar e, dessa
forma, acasalar. Ocorre, assim, um aumento do fluxo gênico, o que contribui para aumento da
variabilidade genética.

4. D
O Brasil possui dificuldade para a fiscalização das práticas que reduzem a diversidade biológica, devido
à grande extensão da área do país.

5. A variedade de espécies que existem em um ecossistema caracteriza a biodiversidade, enquanto a


quantidade de biomassa não, pois a biomassa expressa apenas a quantidade de matéria orgânica por
unidade de área de uma determinada espécie.

6. A
A única alternativa que explica e aborda corretamente sobre os assuntos do enunciado é a alternativa A.

7. a) O objetivo dos corredores ecológicos é a preservação de áreas de ligação entre duas ou mais unidades
de conservação permitindo: o trânsito e a dispersão de espécies, o aumento de intercâmbio entre
espécies de fauna e flora, a expansão dos habitats naturais, a troca genética entre as espécies, o
deslocamento da fauna entre áreas isoladas.

b) As ameaças identificadas no corredor leste da Amazônia referem-se ao processo de expansão


capitalista por meio da exploração madeireira e mineral, e o avanço da agropecuária. Tais atividades são
condicionadas pelo desmatamento e queimadas..

8. a) O avanço da lama no mar provocou redução da biodiversidade do ambiente marinho. As causas são o
aumento da turbidez da água, dificultando a passagem de luz e comprometendo a fotossíntese realizada
pelo fitoplâncton, além do efeito cumulativo dos metais pesados ao longo das cadeias e teias alimentares
aquáticas.

b) A recuperação da ictiofauna do rio Doce pode ser conseguida com a redução da pesca, despoluição da
mata ciliar e medidas que impeçam o transporte de sedimentos impróprios até o rio.

8
Física

Movimento Circular Uniforme (MCU)

Teoria

Principais Fórmulas

Período e Frequência

𝑛
𝑓 =
∆𝑡

Relação entre período e frequência

𝑛
f=
∆𝑡

𝑛 1 1
f= = ⇨ f=
∆𝑡 𝑇 𝑇

Função horária do espaço angular

∆𝜑 𝜑 – 𝜑0
𝜔 = =
𝛥𝑡 𝑡 – 𝑡0

𝜑 – 𝜑0 𝑠0 𝑉
𝜔 = ⇨ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔 𝑡 = + t, obtemos: 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔 𝑡.
𝑡 𝑅 𝑅

Velocidade angular no MCU


∆𝜑
𝜔 =
𝛥𝑡
∆𝜑 2𝜋 2𝜋
𝜔 = = ⇨ 𝜔 = = 2𝜋 f
𝛥𝑡 𝑇 𝑇
Física

Exercícios de vestibulares

1. Leia as afirmações a respeito do movimento dos satélites geoestacionários.


I. Todo satélite geoestacionário possui período de rotação de 86400 segundos;
II. A frequência de rotação de um satélite geoestacionário é de aproximadamente 0,0417 rotações por
hora;
III. A velocidade linear de um satélite geoestacionário é determinada em função do raio da Terra.

Está correto o que se afirma em:


a) I e II
b) II e III
c) I e III
d) I, II e III
e) Apenas III

2. (UERJ, 2019) Em um equipamento industrial, duas engrenagens, A e B, giram 100 vezes por segundo e
6.000 vezes por minuto, respectivamente. O período da engrenagem A equivale a T A e o da engrenagem
𝑇𝐴
B, a TB. A razão é igual a:
𝑇𝐵
1
a)
6
3
b)
5
c) 1
d) 6

3. (UECE, 2019) Considere um carrinho sobre trilhos em uma trajetória circular, como em um brinquedo
de parque de diversões. Por questões de segurança, foi necessário duplicar o raio da trajetória sem que
haja mudança na velocidade linear do carrinho. Para isso, a velocidade angular do móvel deve
a) dobrar de valor.
b) ser reduzida à metade.
c) manter-se constante.
d) quadruplicar.
e) ser reduzida em 4 vezes
Física

4. (FMP, 2021) O lançamento de martelo é uma modalidade olímpica de atletismo na qual o atleta gira
uma esfera de metal presa por um cabo e a solta, visando a que a esfera atinja a maior distância
possível após o lançamento, conforme mostra a figura abaixo.

Suponha que, no momento do lançamento, a esfera realizava um movimento circular de raio 1,20 m,
girando a uma velocidade angular de 25,0 rad/s.
A velocidade da esfera no momento do lançamento, em m/s é de, aproximadamente,
a) 30,0
b) 26,2
c) 36,0
d) 25,0
e) 20,8

5. (Acafe 2017) Analise o caso apresentado e a seguir as proposições feitas pelo professor a seus alunos.
Brincar de jogar pião fez e ainda faz parte da infância das pessoas. Ver o pião girando sem cair é algo
que encanta as crianças. Agora, podemos perceber conhecimentos físicos envolvidos no rodar do pião.
Nesse sentido, considere um pião girando em MCU, conforme figura a seguir, com duas esferas iguais (A
e B) grudadas sobre ele nas posições indicadas.

I. As velocidades angulares das esferas A e B são iguais.


II. O vetor velocidade linear da esfera A é constante.
III. O módulo da velocidade linear da esfera A é menor que o módulo da velocidade linear da esfera
B.

Todas as afirmações corretas estão em:


a) I – II – III
b) II – III
c) I - III
d) III
Física

6. (Unicamp, 2021) Ao passar pelo sensor magnético, a velocidade linear de um ponto de uma fita cassete
é v = 0,035 m/s. Depois de passar pelo sensor, a fita é enrolada em uma bobina circular de diâmetro d
= 6,0 cm. Em quanto tempo a bobina completa uma volta?
a) 0,65 s
b) 1,3 s
c) 4,0 s
d) 0,27 s
e) 5,0 s

7. (IFCE S1, 2020) A velocidade linear do movimento do ponteiro das horas em sua extremidade, sabendo
que mede 6 cm, em m/h, é igual a
Considere 𝜋 ≡ 3
a) 7 𝑥 10−2
b) 4 𝑥 10−2
c) 5 𝑥 10−2
d) 6 𝑥 10−2
e) 3 𝑥 10−2

8. (UFPR) Um ponto em movimento circular uniforme descreve 15 voltas por segundo em uma
circunferência de 8,0 . 10−2 m de raio. A sua velocidade angular, o seu período e a sua velocidade linear
são, respectivamente:

a) 20 rad/s; (1/15) s; 280 π cm/s


b) 30 rad/s; (1/10) s; 160 π cm/s
c) 30 π rad/s; (1/15) s; 240 π cm/s
d) 60 π rad/s; 15 s; 240 π cm/s
e) 40 π rad/s; 15 s; 200 π cm/s
Física

Gabaritos

1. A
I. Verdadeira. O satélite geoestacionário gasta 24 h (86400s) para executar uma volta completa ao
redor da Terra.
II. Verdadeira. A frequência é determinada pelo inverso do período. A razão de 1 para 24 h resulta em
aproximadamente 0,0417.
III. Falsa. A velocidade linear do satélite geoestacionário é determinada em função do raio de sua
trajetória, e não em função do raio da Terra.

2. C

3. B
𝑣
A velocidade angular é dada por: 𝑣 = 𝜔𝑅 ⇒ 𝜔 = .
𝑅

Como v se mantém constante, ao se duplicar 𝑅, 𝜔 deve ser reduzida à metade.

4. A
A relação entre a velocidade angular, o raio da curva e a velocidade tangencial é dada pela equação:
𝑣 = 𝜔𝑅

Substituindo os valores fornecidos, temos:


𝑣 = 25,0 ∙ 1,20 = 30,0𝑚/𝑠

5. II. Verdadeiro. Conforme item acima.


III. Falso. Apenas o módulo da velocidade é constante (MCU), não o vetor.
IV. Verdadeiro. A velocidade das esferas é dada por: 𝑣 = 𝑤. 𝑅
Logo, como 𝑤𝐴 = 𝑤𝐵 e 𝑅𝐴 < 𝑅𝐵, devemos ter 𝑣𝐴 < 𝑣𝑏 .

6. C
𝛥𝑆 𝜋𝑑
𝑣= =
𝛥𝑡 𝑇
𝜋𝑑 3 ∙ 6 ∙ 10−2 18
𝑇= = = = 4,0𝑠
𝑣 4,5 ∙ 10−2 4,5

7. E
2𝜋 2∙3
𝑣 =𝑤∙𝑟 = 𝑟= 6 ∙ 10−2 = 3 ∙ 10−2 𝑚/ℎ
𝑇 12

8. C
1º passo: calcular a velocidade angular aplicando os dados na fórmula.
𝑤 = 2𝜋𝑓
𝑤 = 2𝜋 . 15
𝑤 = 30𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠
2º passo: calcular o período aplicando os dados na fórmula.
Física
1
𝑇=
𝑓
1
𝑇= 𝑠
15

3º passo: calcular a velocidade linear aplicando os dados na fórmula.


𝑣 = 𝑤. 𝑅
𝑣 = 30𝜋. 8.10−2
𝑣 = 240𝜋 . 10−2 𝑚/𝑠
𝑣 = 240𝜋 𝑚/𝑠
Geografia

Neoliberalismo e a economia globalizada

Teoria

A globalização, ou mundialização, é um processo em que os fenômenos (economia, política, cultura, questão


ambiental) passam a ocorrer em uma escala global. Do ponto de vista histórico, essa globalização inicia-se
com as Grandes Navegações. Do ponto de vista geográfico, a intensificação desse processo é mais atual e
ocorre após a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria.

A base técnica da globalização corresponde aos transportes e comunicações. As transformações


observadas nas últimas décadas nesses setores, como o processo de conteinerização (uso de contêineres
para o transporte de mercadorias) e o desenvolvimento da fibra óptica, possibilitaram o “encurtamento das
distâncias” e a expansão do comércio mundial. Na ponta desse processo, estão as empresas transnacionais.
Elas são os principais agentes da globalização, carregando consigo seus produtos e suas marcas para o
mundo. Segundo alguns estudiosos, a intensificação dessas trocas criaria uma “aldeia global”, isto é, uma
cultura global e padronizada. Todos beberiam o mesmo refrigerante, comeriam a mesma comida, usariam a
blusa da mesma marca... Entretanto, a forte identidade nacional permitiu ou intensificou outros fenômenos,
como o hibridismo cultural (trocas culturais formam novas características culturais) e o choque de
civilizações (culturas diferentes entram em conflito devido a essas diferenças). Assim, esse conceito de
aldeia global não se confirmou.

A globalização econômica
Durante a década de 1980, o modelo de crescimento adotado pela União Soviética já mostrava seu
esgotamento. O fim da Guerra Fria e deste contexto de Velha Ordem Mundial já era observado no horizonte
próximo. Nesse contexto, inicia-se o estabelecimento das bases da Nova Ordem Mundial, na qual todos os
países seguiriam a mesma lógica econômica, o Neoliberalismo.

O papel do Estado é alterado, passando a adotar políticas de desregulamentação da economia, privatizações,


flexibilização de leis trabalhistas. Essas são as características do Neoliberalismo, que pode ser definido
como um modelo no qual o controle da economia é empresarial e o Estado é mínimo.

Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA), surgem como símbolos da adoção dessa nova
política econômica de Estado, embora a experiência neoliberal tenha começado, de fato, no Chile, durante as
reformas ditatoriais de Augusto Pinochet. A crítica do Neoliberalismo ao sistema Keynesiano é a de que o
“Estado forte” é muito custoso economicamente e limita assim as ações comerciais, prejudicando a chamada
“liberdade econômica”. Além disso, o aumento dos salários e o fortalecimento dos sindicatos são vistos como
ameaças à economia, pois podem aumentar os custos com mão de obra e elevar os índices de inflação. Neste
sentido, os neoliberais defendem a desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição da renda e a
flexibilização do processo produtivo. É nesse contexto que se observa o processo de desconcentração
industrial fundamentado nas revoluções técnicas dos transportes e comunicações que possibilitaram,
inclusive, a globalização.
Geografia

O fim da Guerra Fria, o mundo globalizado e o Neoliberalismo


No caso americano, esses gastos na corrida desenvolvimentista da Guerra Fria criaram a possibilidade
técnica da entrada do país na Terceira Revolução Industrial, enquanto para os soviéticos, que investiram no
setor bélico, não significou um grande desenvolvimento e resultou no fim da União Soviética, em 1991 e
dissolução e recriação de diversos países. A queda do Muro de Berlim, em 1989, é outro fato destacado por
muitos historiadores para simbolizar o fim da Guerra Fria.

O desenvolvimento tecnológico da corrida desenvolvimentista, viabilizou a globalização, que impeliu um novo


modelo econômico para esse momento, onde os fluxos financeiros e de mercadorias passariam a atuar em
todos os países. O sistema econômico ficararia integrado em função do desenvolvimento das tecnologicas
de comunicação e transporte, que viabilizam a globalização. O novo modelo econômico que atenderia esse
novo momento mundial seria o neoliberalismo.
Geografia

A Nova Ordem Mundial na prática


Os países ao redor do mundo tinham fortes estados fazendo investimentos ao longo do período da guerra
fria. Com o toyotismo e desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte ao redor do mundo,
somado a abertura dos mercados para todos os países, há uma intensificação dos fluxos internacionais de
mercadorias, pessoas, capitais, acordos.... configurando um período de forte intensificação da globalização.
Muitos autores consideram que a Globalização começa aqui. A Nova Ordem Mundial se associa também ao
neoliberalismo e a desregulamentação econômica, num contexto de estados profundamente endividados e
aumento dos fluxos de comércio. Empresas antes locais passam a poder comercializar em diversos países,
se tornando multinacionais, alcance esse viabilizado pelo desenvolvimento tecnológico. Neste novo mundo,
era demandado um sistema que retomasse a liberdade empresarial.
• Para conseguir espalhar essa política econômica pela América Latina, principal área de influência dos
Estados Unidos, foi criado o Consenso de Washington, que funcionava basicamente como uma receita
de bolo para os países adotarem o Neoliberalismo. Algumas das recomendações econômicas são:
disciplina fiscal; redução de gastos públicos; reforma tributária; juros de mercado; câmbio de mercado;
abertura comercial; eliminação de restrições aos investimentos estrangeiros; privatização das estatais;
e desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas.

O Consenso de Washignton foi estabelecido, onde o FMI recomenda portanto, para países emergentes, que
abram seus mercados e adotem o neoliberalismo, afim de reorientar gastos públicos, recomendado a
privatizar empresas públicas, eliminar barreiras fiscais para investimento estrangeiro, desregulamentar
mercados e proteger a propriedade privada. Isso colocou muitos países subdesenvolvidos numa condição
problemática a médio prazo no comércio internacional. Os EUA vão guiar esse processo de globalização
cultural e econômica sobretudo num primeiro momento, o que explica sua influência ao redor do mundo até
os dias de hoje, guiando a revolução tecnológica pós anos 90 que influência também nossa cultura, guiando
os processos de globalização.

As características do liberalismo e a diferença para o neoliberalismo

O neoliberalismo retoma os preceitos do liberalismo econômico. A grande diferença é que, se antes, no


liberalismo, o estado não intervinha na econômica, não se envolvia nas decisões dos principais agentes
financeiros e econômicos, no neoliberalismo o papel do estado é mínimo. Ele deve ser responsável por
garantir os direitos básicos da população por meio de agências reguladoras e fiscalizadoras das empresas.
As empresas e multinacionais no entanto possuem centralidade no processo de globalização da economia
neoliberal e grande liberdade. O estado portanto possui um papel na econômia, mesmo que mínimo.

Outra diferença, que é a principal, são as cronologias históricas nas quais os dois modelos aconteceram. O
liberalismo, keynesianismo e neoliberalismo, são modelos econômicos do sistema capitalista. Esses
modelos econômicos irão guiar as regras de mercado numa ordem cronológica. O liberalismo vai das
primeiras revoluções burguesas e indústrias até a crise de 29. O keynesianismo e modelos de forte
intervenção estatal vão ser hegemônicos da crise de 29 até os anos 70, com a ascensão de diversos regimes
que contavam com forte intervenção estatal na economia. Keynesianismo por sua vez será gradativamente
substituído pelo neoliberalismo, em função do alto endividamento do estado e aumento dos fluxos globais!
O neoliberalismo passa a ditar as regras do mercado e ganha muita força a partir dos anos 90 com o fim da
Guerra Fria e ascensão do modelo produtivo Toyotista. Até os dias de hoje é o neoliberalismo que rege o
Geografia

funcionamento dos principais organismos institucionais financeiros, bem como as regras que guiam o mundo
financeiro.

Liberalismo
O Mundo Liberal, ou seja, baseado no liberalismo teve início no século XVIII. O liberalismo foi uma filosofia
que tinha como princípios básicos a liberdade, a igualdade e a fraternidade, mudando o então panorama da
história, que era o absolutismo. Dito isso, podemos concluir que, diferentemente do absolutismo, o liberalismo
pregava um governo com limites, com controle e redução do poder do governo. Além disso, o liberalismo
defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “auto-regula”. Ele tinha também como
características o individualismo e a defesa da propriedade privada, que estariam futuramente ligadas também
à nova economia.

Apesar de ter sido ainda no fim do século XVII, com John Locke, um filósofo inglês, que o liberalismo teve seu
início, foi apenas com Adam Smith que o liberalismo se expandiu e atingiu proporções internacionais. Adam
Smith ampliou o cunho político e filosófico da teoria também para a economia, criando então o Liberalismo
Econômico.

Liberalismo Econômico
Foi já na decadência do mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo
econômico. Essa teoria se baseava na não-intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis,
políticas, reis). Apesar de terem existido teóricos anteriores, Adam Smith é considerado o pai do liberalismo
econômico, com a teoria do trabalho livre sem nenhum regulador.
Algumas das principais ideias do liberalismo são

• Mão invisível: seria a capacidade de o mercado se auto-regular sem a intervenção do estado a partir dos
demais princípios básicos como a livre concorrência e a lei da oferta e da procura.

• Livre concorrência: A econômia de regularia sem a presença do estado a partir do momento que as livre
iniciativas privadas pudessem concorrer entre si. Se existe um monopólio, ou seja, uma única empresa
ou iniciativa dominando um determinado setor da econômia, isso faz com que ela não tenha com quem
competir e não busque melhorar seus produtos, nem suas condições de venda. Quando duas empresas
dominam um setor, por exemplo, as duas tentarão superar uma a outra em busca de clientes, o que
levaria a melhores produtos e dinâmicas. Se a concorrência é livre, que vença o melhor. Esse princípio é
importante sobre o ponto de vista da evolução do mercado e dos produtos, sendo um valioso mecanismo
de autoregulação do mercado sem intervenção estatal. Esse princípio estabelece ainda a perspectiva da
vantagem comparativa, que leva a uma divisão do trabalho onde os países deveriam investir na produção
do que eles naturalmente são capazes de produzir e competir com os produtos externos. Um país com
um ótimo potencial agrário portanto deveria investir nessa vantagem comparativa e não se especializar
em produtos tecnológicos por exemplo, por não poder concorrer com os demais países que fazem isso.
Essa divisão internacional do trabalho (DIT) é típica desse modelo.

• Lei da oferta e da procura: este princípio estabelece que os preços se auto regulam sem necessitar
intervenção estatal. Se existe muita oferta, ou seja, muito de um produto disponível, e pouca procura,
pouca demanda, baixar os preços desse produto para atrair a procura é uma excelente opção. Mas se
existe pouca oferta, e muita procura, os preços podem subir pois isso garante a venda. Todo produto
possui um valor mínimo no qual está embutido tudo que foi gasto para produzi-lo, sem contar o lucro. Se
Geografia

alguma loja tenta vender o produto por um preço caro demais, naturalmente as pessoas buscariam as
lojas que vendem mais barato. Portanto o mercado se auto regula em seus preços e condições de venda.
Algumas falhas nesse processo é que nem todas as iniciativas privadas possuem as mesmas condições
de venda, além de que a formação de carteis ou de grandes marcas combinando preços pode ser um
risco.

A forte atuação empresarial e um estado invisível na economia portanto são as ideias centrais desse modelo
econômico, no qual o respeito a liberdade individual e a propriedade privada imperam. Estes princíos guiaram
a econômia mundo da segunda metade do século XIX até a conhecida crise de 29. Esse período correspondeu
ao desenvolvimento da indústria fordista que tinha como princípio a produção em larga escala. O
consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto no qual a capacidade de expandir o
mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam crédito, empréstimos para
que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra característica de uma
democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o estado o responsável por assegura-
los. Ou seja, havia cosumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte dos trabalhadores. Essa foi
a receita da crise de 29, uma crise do liberalismo que abriu os olhos para diversas críticas a esse modelo, bem
como exigiu uma nova postura do estado a fim de reduzir o desemprego e fechamento de fábricas que a crise
propiciou.

Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano"
Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão
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Mapa mental – Neoliberalismo. Confira nosso Quer Que Desenhe sobre Neoliberalismo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=6wVyLGZMLOo

Ascenção e prática do neoliberalismo nos organismos internacionais fincanceiros


Com o iminente fim da Segunda Guerra Mundial (2ªGM), existia uma enorme preocupação que o mundo
passasse novamente por uma grande depressão econômica, similar a de 1929. Pensando nisso, liderados por
norte-americanos e britânicos, representantes de 44 países se reuniram, em 1944, na cidade de Bretton
Woods, New Hampshire, Estados Unidos. Foi iniciada a Conferência de Bretton Woods, cujo objetivo era
formular um plano para garantir a reconstrução e estabilidade da economia mundial após o fim da guerra.
Devido à sua posição hegemônica, os Estados Unidos conseguiram impor seu plano econômico ao mundo. O
FMI e o Banco Mundial foram fundados em solo americano e o padrão dólar-ouro foi estabelecido, lançando
a moeda norte-americana em uma escala internacional.

• Bretton Woods foi uma das conferências que visava garantir a paz num contexto de extrema animosidade
no cenário internacional, no final da 2ªGM, lutando contra protecionismos econômicos, e teve várias
consequências como a criação de importantes instituições e mecanismos que garantem o
funcionamento do capitalismo, além da implantaçao do padrão dólar-ouro.
Geografia

São consequências da Conferência de Bretton Woods (04):

Acordo Geral de Tarifas e Comércio GATT (OMC - Organização Mundial do Comércio)

Complementando as medidas econômicas idealizadas em Bretton Woods, foi instituído, em 1947, o General
Agreement on Tariffs and Trade (GATT). Seu objetivo era combater medidas protecionistas e estimular o
comércio mundial. Em 1995, o acordo foi substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC), cujo
objetivo é administrar e aplicar acordos comerciais multilaterais ou plurilaterais, além de ser um fórum em
que as questões comerciais podem ser discutidas e avaliadas, sempre que alguma nação se sentir
prejudicada.
A OMC organiza reuniões (rodadas) com o objetivo de discutir as políticas que envolvem o comércio mundial.
A Rodada do Milênio (1999) foi uma dessas conferências ministeriais, cujo objetivo era negociar medidas
multilaterais para aprofundar a liberalização comercial em um nível mundial. Porém, tal conferência foi
marcada por um conflito entre os países em desenvolvimento, que defendiam maior abertura comercial, fim
das barreiras protecionistas e dos subsídios agrícolas, e os países desenvolvidos, que acusavam as
economias emergentes de obterem maior produtividade à custa de menor proteção aos trabalhadores e da
destruição do meio ambiente. A Rodada de Doha (2001) é outro exemplo, podendo-se citar resoluções como
a quebra de patentes de medicamentos (produção de genéricos), a busca pelo desenvolvimento econômico
sustentável e o acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia de reverem suas políticas protecionistas.
Porém, as duas rodadas foram marcadas pelo fracasso, pois as medidas protecionistas dos países
desenvolvidos ainda são um impasse nas discussões da OMC, mesmo nos últimos encontros.

Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) ou Banco Mundial


Banco responsável pelo financiamento da reconstrução dos países atingidos pela guerra. Inicialmente, a
função do BIRD era fornecer condições financeiras e técnicas para obras de infraestrutura e, posteriormente,
garantir o financiamento de projetos para o desenvolvimento dos países-membros. Foi criada, em 1960, a
Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) que, com o BIRD e mais três instituições, compõe o que
hoje é denominado Grupo Banco Mundial.

Fundo Monetário Internacional FMI


Criado no ano seguinte, é o fundo encarregado de garantir a estabilidade do sistema financeiro internacional,
a partir de contribuições de todos os países-membros. Assim, criava-se uma reserva financeira que serviria
de aporte para os países em crise, além de um aparato técnico para orientar o fluxo dos empréstimos e
estimular os investimentos nos países-membros. Essa interdependência econômica evitaria novos conflitos,
além de impedir que problemas isolados afetassem toda o sistema econômico. Os países-membros poderiam
obter empréstimos com o FMI, porém, deveriam cumprir uma série de metas (ajustes orçamentários, cortes
nos gastos públicos, freio no consumo, contenção salarial) definidas pelas Cartas das Intenções.
Geografia

A questão do Brasil na OCDE / OMC

A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem sua origem na Conferência de Bretton Woods, quando era
chamada de Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT). Sua principal função, é garantir a abertura e
manutenção do comércio mundial. A organizaçaõ supervisiona cerca de 20 trilhões de dólares em trocas
comerciais no mundo todo. Seu funcionamento ocorre como uma espécie de fórum, onde os governos
negociam acordos e disputas comerciais. Ela também lida com regras que regem o comportamento do
comércio internacional, como leis antidumping, os padrões dos produtos, possíveis subsídios, etc. O
monitoramento das políticas comerciais inclui assistência técnica para os países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, além de manter cooperação com outras organizações internacionais. A organização é
composta por 159 países.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE - 1961) também é conhecida como Grupo dos
Ricos é composta por 36 países. Da América Latina, apenas Chile e México participam. Inicialmente era uma
organização apenas de países europeus. Seus principais passam por democracias representativas e a defesa
da economia de mercado. Ele literalmente define padrões internacionais para o comércio e investimentos. Os
países, para participar, devem cumprir uma série de requistios, que os torna seguros e atrativos para
investimento empresarial e financeiro. Ele desenvolve pesquisas de desenvolvimento e pesquisas em
políticas públicas que devem ser seguidas pelos membros participantes.

A partir do Governo Bolsonaro, o Brasil fez uma jogada arriscada na geopolítica internacional. Decidimos fazer
uma série de concessões para que os Estados Unidos apoiasse nossa entrada na OCDE. Para isso,
condecemos a Base de Lançamento Espacial de Alcântara para os EUA por preço baixíssimo, acabamos com
a necessidade de visto pra americanos no Brasil, cedemos as pressões fiscais sobre produtos brasileiros, e o
mais importante, abrimos mão de condição privilegiada na OMC. Na prática, é como se estivessemos
deixando de negociar com os ricos enquanto um país emergente, mas de igual pra igual, sem que haja, na
prática, a elevação desse status. Das condições privilegiadas que abrimos mão por sermos emergentes,
devemos citar que tínhamos prazos mais longos e maior margem para manobra para proteger o produto
nacional frente as negociações internacionais do comércio.

O Brasil conseguindo entrar, o que se tornou mais improvável pela recente vitória de Biden sobre Trump na
eleição americana, ganharimos uma espécie de “selo de qualidade de economia”, atraindo investimentos, por
parecer seguro, uma vez que os investidores entendem que a própria OCDE fiscaliza e orienta exigências
necessárias para garantir um bom investimento. Porém, um país fraco economicamente e com diversos
problemas estruturais pode acabar não tendo voz efetiva nas negociações, se tornando refém das decisões.
Além disso, perderiamos o controle de fluxo de capitais pelo caráter liberal do grupo, que distância a função
do Estado mesmo em casos de necessário controle fiscal para proteção econômica e comercial interna. Outro
ponto importante é que existe uma contribução anual para participar do Grupo dos Ricos, que é cobrado
proporcionalmente ao PIB. O México por exemplo paga 5,5 milhões por ano ao órgão. Como nosso PIB é maior
do que dos vizinhos mexicanos, imagina-se que essa contribuição seria maior. Essa jogada insegura
geopolítica causou animosidades com os BRICS, que se sentiram pressionados a abrir mão da condição
privilegiada de emergente, sobretudo as economias maiores que as nossas, causando um desconforto
político em prol de uma entrada incerta nesse órgão. Para que o Brasil fosse aceito, além do apoio americano,
deveria contar com consenso dos membros principais e do cumprimento de uma série de normas comerciais
que seriam desafiadoras, sobretudo analisando a situação produtiva e econômica do nosso país atualmente.
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. Cada ponto do espaço torna-se então importante, efetivamente ou potencialmente. Como a produção
se mundializa, as possibilidades de cada lugar se afirmam e se diferenciam em nível mundial. Dada a
crescente internacionalização do capital (...) observar-se-á uma tendência à fixação mundial — e não
mais nacional.
Milton Santos, Metamorfose do espaço habitado, 1997

Relacionando a ideia de espaço geográfico com a noção de globalização, podemos afirmar que:

a) A globalização traz uma ideia de fechamento do mundo e o espaço geográfico perde sua
importância neste novo cenário.
b) O capitalismo global impôs uma forte rigidez do processo produtivo, desestimulando a migração
das transnacionais, daí a reorientação do uso do espaço.
c) A verticalidade do espaço geográfico permitiu uma globalização mais solidária e uma melhor
distribuição da renda mundial, como se verifica neste início de século.
d) A fluidez e mobilidade das transnacionais permitiu a descentralização do processo produtivo e a
consequente reconfiguração do espaço mundial.
e) As diferenciações geográficas perderam importância devido à diminuição da escolha a distância
para a instalação de uma empresa.

2. (Enem, 2020) A Divisão Internacional do Trabalho significa que alguns países se especializam em
ganhar e outros, em perder. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latica, foi precoce:
especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se
aventuraram pelos mares e lhe cravaram os dentes na garganta. Passaram-se os séculos e a América
Latina aprimorou suas funções.
GALEANO, E. As velas abertas da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1978.

Escrito na década de 1970, o texto considera a participação da América Latina na Divisão Internacional
do Trabalho marcado
a) produção inovadora de padrões de tecnologia.
b) superação paulatina do caráter agroexportador.
c) apropriação imperialista dos recursos territoriais.
d) valorização econômica dos saberes tradicionais.
e) dependência externa do suprimento de alimentos.
Geografia

3. “... Com a globalização, o que temos é um território nacional da economia internacional, isto é, o
território continua existindo, as normas públicas que regem são da alçada nacional, ainda que as forças
mais ativas do seu dinamismo atual tenham origem externa...”
Milton Santos, Por uma nova globalização

Relacionando a frase de Milton Santos e a globalização, podemos afirmar que

a) o Estado nacional recebe hoje uma maior influência de forças externas devido à internacionalização
da economia.
b) os Estados passaram, com a globalização, a ganhar poder e agir independentemente das questões
mercadológicas internacionais.
c) as fronteiras se tornaram menos permeáveis, tanto em relação aos agentes externos, como em
relação aos produtos internacionais.
d) o mundo hoje é controlado por grandes corporações internacionais e o Estado perdeu totalmente
a capacidade de normalizar seu território no setor econômico, ocupando-se somente do bem estar
de sua população.
e) a redução do Estado neoliberal à esfera somente política facilitou o desenvolvimento do comércio
mundial, tornando a concorrência e a distribuição mais igualitárias e justas.

4. (Enem, 2020) É difícil imaginar que nos anos 1990, num país com setores da população na pobreza
absoluta e sem uma rede de benefícios sociais em que se apoiar, um governo possa abandonar o papel
de promotor de programas de geração de emprego, de assistência social, de desenvolvimento da
infraestrutura e de promoção de regiões excluídas, na expectativa de que o mercado venha algum dia
a dar uma resposta adequada a tudo isso.
SORJ, B. A nova sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000 (adaptado).

Nesse contexto, a criticada postura dos governos frente à situação social do país coincidiu com a
priorização de que medidas?
a) Expansão dos investimentos nas empresas públicas e nos bancos estatais.
b) Democratização do crédito habitacional e da aquisição de moradias populares.
c) Enxugamento da carga fiscal individual e da contribuição tributária empresarial.
d) Reformulação do acesso ao ensino superior e do financiamento científico nacional.
e) Reforma das políticas macroeconômicas e dos mecanismos de controle inflacionário.
Geografia

5. (UEPG, 2021) Sobre o neoliberalismo no mundo, assinale o que for correto.


(01) A privatização, ou seja, a transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é um dos
preceitos dessa filosofia política.
(02) A estatização de empresas de hidrocarbonetos, como ocorreu na Venezuela, faz parte do hall de
práticas neoliberais existentes no mundo.
(04) A mínima intervenção estatal com desregulamentação da economia está entre as idéias
defendidas pelos neoliberais.
(08) As políticas de defesa de saúde pública, como ocorrem no Canadá, e de transporte gratuito para
todos, como ocorrem em Luxemburgo, são exemplos de práticas neoliberais de sucesso.
(16) Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica, foi uma grande defensora do neoliberalismo no
século XX.
Soma: ( )

6. (Unesp, 2014) O processo de inserção do neoliberalismo enquanto ideologia e corrente de pensamento


para a condução das políticas e dos recursos públicos no território brasileiro se deu de forma lenta e
gradual, num período que compreende quase três décadas.
(Mirlei Fachini Vicente Pereira e Samira Peduti Kahil. www.ub.edu. Adaptado.)

Indique dois fundamentos da ideologia neoliberal e dê um exemplo de política ou prática neoliberal


implantada no Brasil a partir dos anos 1990, apontando suas consequências à sociedade e à economia
brasileiras.

7. Dentre os cenários desenhados para o mundo a partir da aceleração do processo de globalização,


destaca-se a ideia da superação do Estado-nação como principal unidade política e econômica de
estruturação do espaço mundial. Como justificativa para a construção desse cenário, podem-se
destacar, entre outras:
a) O crescimento de instituições políticas e econômicas supranacionais, como a Organização Mundial
de Comércio, e a relativa autonomia dos circuitos financeiros em escala mundial, caracterizada
pela livre circulação de capitais.
b) O aumento das migrações inter-regionais, facilitada pela abertura das fronteiras entre os países, e
o crescente intercâmbio cultural entre os povos, possibilitado pela expansão dos meios de
comunicação em todo o mundo.
c) O aparecimento de organizações baseadas no princípio do desenvolvimento sustentável, como as
ONGs, e a aceitação de grupos étnicos como entidades políticas e econômicas soberanas, a
exemplo dos Curdos, na Turquia.
d) A diminuição dos conflitos separatistas, como os ocorridos nos Bálcãs, e o crescente
reconhecimento da ONU como fórum privilegiado para a solução de conflitos políticos e
econômicos locais e regionais.
e) A mundialização dos hábitos de consumo e comportamento, disseminados pelos meios de
comunicação, e o crescente desinteresse das novas gerações pelas questões de política interna e
externa de seus países.
Geografia

8. (UFRJ) "O neoliberalismo, como sistema mundial, é uma nova guerra de conquista de territórios. (...)
Como todos os conflitos, este também obriga os Estados nacionais a redefinir sua identidade. (...) O
novo capitalismo internacional torna os capitalistas nacionais caducos e esfomeia, até a inanição, os
poderes públicos. O golpe foi tão brutal que os Estados nacionais não têm força para defender os
interesses dos cidadãos."
(Subcomandante Marcos, POR QUE COMBATEMOS, in Suplemento Mais, "Folha de São Paulo", 5/10/1997)

No texto há uma clara condenação dos efeitos da globalização econômica e financeira no que se refere
às políticas públicas, tradicionalmente operadas pelos Estados nacionais.
a) Apresente dois argumentos que se opõem ao neoliberalismo
b) Justifique por que a política de privatização tem sido adotada por vários Estados, inclusive o Brasil.
c) Explique por que a União Europeia representa uma reação a esse processo de fragilização dos
Estados nacionais.
Geografia

Gabaritos

1. D
Em um contexto de globalização, as relações produtivas se tornaram mais fluidas no espaço. Os avanços
nos transportes e comunicações possibilitaram o deslocamento das etapas de produção de bens das
empresas transnacionais para áreas que apresentam maiores vantagens, garantindo maiores
lucratividade. Neste sentido, ocorreu a desconcentração produtiva dos países centrais para os países
periféricos e emergentes, reconfigurando o espaço mundial.

2. C
A Nova DIT, estabelecida pós-Guerra Fria, consolidou países desenvolvidos como produtores de
tecnologia e os subdesenvolvidos como países exportadores de matéria-prima e alguns produtos
manufaturados mais simples. O texto faz uma provocação nesse sentido, dizendo que a América Latina
é especializada em perder desde o período colonial. A participação dessa região na DIT é, portanto,
marcada por essa relação assimétrica. Vale ressaltar que a América Latina não possui dependência
externa nos seus suprimentos de alimentos, o que também se associa ao histórico de produção de
gêneros agrícolas.

3. A
A internacionalização da economia refere-se aos fluxos (matérias primas, produtos, serviços, dinheiro,
ideias e pessoas) entre dois ou mais Estados-Nação. É uma das características mais significativas
observadas nos últimos anos e é consequência da globalização. Estas trocas decorrentes da
internacionalização exercem influência, sobretudo os fluxos externos, sobre os Estados, pois em muitos
casos estes fluxos chegam mais e com mais força do que propriamente os fluxos internos.

4. E
O texto destaca um período de transformações macro políticas que valorizaram as políticas neoliberais
no Brasil, destacando o controle de uma inflação que crescia a décadas.

5. Soma = 01+04 + 16 = 21.


O item 02 está incorreto, pois o neoliberalismo defende a redução do papel do Estado nas empresas e
não a estatização delas. O item 08 está incorreto, pois devido a menor ação do Estado na economia
observa-se uma redução dos investimentos nos serviços públicos de bem-estar social, como educação,
saúde e transportes.

6. Entre os fundamentos que poderiam ser citados é que: o neoliberalismo defende a redução do Estado na
economia, uma vez que para seus defensores o Estado é incompetente para planejá-la e desenvolvê-la
ao mesmo tempo que o mercado, liderado pelas empresas privadas, é mais eficiente. No Brasil as
práticas neoliberais mais comuns foram: a privatização de empresas estatais; abertura da economia para
o comércio exterior. Entre as consequências é possível dialogar que em determinados setores, como a
aeronáutica e telecomunicações houve modernização, em outros, foi ineficaz, como no caso das
concessões rodoviárias, em que se observou aumento abusivo dos pedágios, enquanto os investimentos
em ferrovias e geração de energia foram muito baixos reduzindo a competitividade da economia
brasileira.

7. A
Com a globalização, as barreiras e fronteiras físicas dos países se tornam quase que exclusivamente
utilizadas para a contenção ou organização da circulação populacional, pois o capitalismo financeiro que
passa a se destacar nesse cenário passou a implicar em uma livre circulação de capitais e investimentos,
onde muito disso se deve à atuação de organismos multilaterais como a OMC.
Geografia

8. a) Entre os argumentos esperados podemos citar: a abertura da economia prejudica o desenvolvimento


da indústria nacional, reduz o mercado de trabalho industrial e agrava o desemprego. Por outro lado, a
adoção do Estado mínimo reduz os investimentos sociais; a inserção em um mercado capitalista
globalizado toma vulnerável a economia nacional, pondo em risco a soberania do Estado.

b) A adoção do processo de privatização está em comunhão com a crise do capitalismo e a nova ordem
internacional que exigem a redução de gastos públicos e fortalecimento do setor empresarial. Tal
estratégia seria fundamental a necessidade de aumentar a arrecadação além de facilitar o controle do
déficit público acumulado pelos estados.

c) A União Europeia representa-se como uma resposta a esse processo de fragilização dos Estados
devido à atual competição no mercado internacional. Tal condição força os Estados a encontrarem
caminhos que diminuam a competitividade internacional. A formação de blocos limita tal competição a
uma escala regional.
História

América portuguesa nos séculos XVI e XVII

Teoria

As primeiras expedições portuguesas


A chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500, não despertou
um planejamento imediato de colonização do novo território
encontrado pelos portugueses. A conquista da rota para as Índias por
Vasco da Gama, em 1498, atraiu muito mais o interesse lusitano, visto
que os altos lucros obtidos com as especiarias do Oriente e com o
comércio na África deixavam de lado maiores investimentos na
América. Apesar dessa negligência inicial, que marca o período
conhecido popularmente como “pré-colonial”, expedições
exploradoras não deixaram de acontecer durante o século XVI.

Em 1501, por exemplo, uma expedição chefiada por Gaspar de Lemos


confirmou a existência e o valor do pau-brasil, do qual era possível a
extração de tinta vermelha, muito preciosa na Europa. Inicialmente a
exploração da madeira foi realizada por meio do uso de mão de obra
indígena, que cortava e carregava o pau-brasil em troca de objetos
europeus (escambo). Mas logo essa mão de obra nativa passou a ser
escravizada, e o chamado “negro da terra” (nativo-americano) também se tornou uma moeda de troca entre
tribos e portugueses.

A escravidão indígena foi utilizada no Brasil durante décadas; no entanto, comparada à colonização
espanhola, a lusitana dependeu muito mais do negro africano do que do nativo-americano. Com o genocídio
dos povos originários que viviam no litoral; o trabalho dos religiosos, que impediam a captura de nativos nas
missões jesuíticas; e, enfim, o lucro exorbitante obtido com o tráfico de africanos escravizados, a mão de obra
do negro africano passou a ser mais valorizada.

Tendo em vista a exploração do pau-brasil, já em 1503, uma expedição comandada por Gonçalo Coelho
estabeleceu as primeiras feitorias no litoral, com o objetivo de armazenar alimentos, equipamentos e
conservar a madeira para exportação – a qual, a partir do estabelecimento do estanco (monopólio de
exploração e comércio concedido pela metrópole a um indivíduo ou companhia), passou a ter a exploração
monopolizada por Portugal. Essa medida visava proteger o produto das investidas “estrangeiras”, ou seja,
europeus que não pertenciam ao reino português e que já realizavam assaltos e contrabandos no litoral.

Essas investidas de franceses, holandeses e espanhóis no território português naturalmente despertaram a


preocupação da Coroa portuguesa quanto à manutenção e proteção do território brasileiro; afinal, apesar do
Tratado de Tordesilhas, contrabandistas e corsários de países rivais poderiam facilmente ocupar e colonizar
o vasto território que os portugueses reivindicavam. Além disso, o antes lucrativo comércio com as Índias,
com o tempo se desgastou, tornando a possibilidade de encontrar e explorar riquezas no Brasil mais lucrativa.
História

Tendo em vista essas questões, apenas em 1531 Martim Afonso de Souza foi enviado para realizar a primeira
expedição colonizadora oficial de Portugal no Brasil. O colono deveria ocupar e povoar a terra, descobrir
riquezas e combater estrangeiros, sendo essa administração realizada por meio da doação de terras
chamadas de sesmarias (lotes de terra). Assim, Martim Afonso de Souza, no Brasil, fundou os primeiros
núcleos de colonização, as vilas de São Vicente e Santo André da Borda do Campo, onde hoje é o lugar que
conhecemos como o território de São Paulo.

Que tal conhecer nesse post as principais etnias indígenas do Brasil?

A administração colonial portuguesa


Durante a expansão portuguesa pelo oceano Atlântico, algumas ilhas conquistadas receberam um modelo
administrativo baseado na divisão do território e na doação de faixas de terra para donatários, modelo que
ficou conhecido como capitanias hereditárias. As capitanias eram doadas aos capitães-donatários por meio
de forais e cartas de doação, e o donatário que recebesse a faixa de terra deveria proteger o território e seus
colonos, fundar vilas, estimular a exploração do pau-brasil e descobrir novas riquezas.

Entre 1534 e 1536, 15 capitanias foram criadas e concedidas aos seus administradores, mas apenas duas
prosperaram: Pernambuco e São Vicente. O sucesso de ambas ocorreu graças ao rico cultivo da cana-de-
açúcar, que se tornou o produto mais importante da colonização portuguesa no Brasil e base da civilização
colonial nos séculos XVI e XVII. O fracasso das outras capitanias pode ser entendido pelas dificuldades
encontradas pelos donatários na colonização e pelo desinteresse de muitos outros que nem chegaram a sair
de Portugal.
História

Tendo em vista os problemas que se desencadearam por conta da descentralização


provocada pelas capitanias, em 1548, e a insistente ameaça de outros reinos, o
governo português decidiu fortalecer sua autoridade sobre a colônia, centralizando
a administração nas mãos de um governador-geral. O primeiro encarregado dessa
função foi Tomé de Souza, que se estabeleceu em Salvador, em 1549, com a missão
de garantir as condições necessárias para uma boa colonização portuguesa das
novas terras, a proteção contra os ataques de nativos e estrangeiros, a construção
de feitorias e fortalezas e o estímulo da economia açucareira.

Nesse contexto, é muito importante destacar também a chegada da missão


jesuítica ao Brasil, em 1549, um ano após a criação do governo geral. Os jesuítas
seriam os responsáveis pela difusão do cristianismo na terra conquistada, mas
também teriam um papel fundamental de mediação entre colonos e indígenas
durante a empreitada portuguesa. A permanência dos jesuítas no Brasil gerou uma série de conflitos entre os
colonos (que desejavam expandir seus negócios e escravizar indígenas) e os próprios jesuítas (que
acreditavam na possibilidade da catequização dos nativos).

A Companhia de Jesus, durante os séculos XVI e XVII, foi uma das maiores atuantes no interior da colônia,
acessando diversas regiões até então não exploradas pelos portugueses e instalando no interior as chamadas
Missões Jesuíticas. Por meio dessas missões, os jesuítas se aproximavam com discursos cristãos e
explorando a mão de obra dos nativos, em troca de proteção e catequização. O trabalho dos jesuítas de
proteção aos nativos e a pressão da Companhia pelo fim da escravidão indígena teve como consequência a
criação de uma série de leis que proibiam a escravidão indígena na colônia, exceto em casos de “guerra justa”,
ou seja, escravizados como espólios de guerra.

Curiosidade: em 1554, os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o colégio de São Paulo,
que se tornou um embrião da atual cidade brasileira.

A civilização do açúcar e a escravidão na colônia


Se a colonização espanhola na América se concentrou nas riquezas minerais e na exploração da mão de obra
indígena; na colônia portuguesa, a escravidão de africanos e o projeto agrícola foram as bases da colonização
lusitana. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, ao analisar as diferenças entre as duas colonizações,
compara a aventura portuguesa ao trabalho dos semeadores e a ocupação espanhola ao esforço dos
ladrilhadores.

Para o autor, os lusitanos, com seu espírito aventureiro, encaravam a colonização na América como uma fonte
de exploração rápida dos seus bens; ou seja, como um semeador, os portugueses apostaram na agricultura
e realizaram a ocupação de forma dispersa, sem um planejamento e visando lucros rápidos. Os espanhóis,
por sua vez, como os ladrilhadores, investiram na colonização urbana e racionalizada; que, apesar de mais
lenta, construiu uma ocupação muito mais sólida e menos voltada para a agricultura.

Essa forma de colonização portuguesa, além de justificada pelo espírito aventureiro português, que buscava
muito mais a exploração do que o sedentarismo, também pode ser explicado pelas condições demográficas
e pela qualidade da terra. A baixa quantidade de portugueses dispostos a colonizar diversas partes isoladas
do território brasileiro dificultava esse sedentarismo, assim como emperrou o próprio desenvolvimento das
capitanias hereditárias e “atrasou” as descobertas de metais preciosos. Além do mais, a fertilidade da terra
no litoral brasileiro, sobretudo no Nordeste, permitiu a criação de uma sociedade agrária que obteve um rápido
sucesso em diversos pontos, principalmente com o cultivo da cana-de-açúcar.
História

O cultivo da cana já era realizado por Portugal há décadas em outras colônias no Atlântico, como nos
engenhos da Ilha da Madeira. Graças a essas experiências, os portugueses que aqui chegaram com as
primeiras mudas já sabiam as melhores formas de investir nesse cultivo. Em 1610, cerca de 400 engenhos
estavam espalhados pela costa brasileira e movimentando a produção e exportação do açúcar para a Europa,
grande apreciador e comprador do produto.

O açúcar, assim, logo se tornou o principal produto da colônia. Os engenhos funcionaram como verdadeiros
núcleos de colonização, comandados pela figura do senhor de engenho, que detinha um grande poder local,
membro quase nobre da “açucarocracia” e que deu origem, no Brasil, ao modelo de sociedade patriarcal.
Nesse modelo, a figura do homem era central na tomada de decisões, deslocando as mulheres para afazeres
domésticos e religiosos. No Brasil, esses homens ainda estabeleciam relacionamentos baseados no
apadrinhamento, que ligava famílias mais ricas às mais pobres, ou senhores de engenho a homens que os
dedicavam fidelidade, respeito e trocas de favores.

O senhor de engenho, portanto, era uma figura central nessa lógica açucareira. Vivendo na chamada Casa
Grande, submetia diversos homens livres (como padres, capatazes, feitores, comerciantes e até mesmo
políticos) aos seus mandos. Nas câmaras municipais, onde eram resolvidos os problemas jurídicos,
administrativos e fiscais das regiões colonizadas, os senhores de engenho exerciam forte influência, para que
seus interesses sempre fossem respeitados. Muitas vezes os próprios senhores ou proprietários de terras
menores realizavam os trabalhos administrativos diretamente na vila, sendo chamados de homens bons.

Assim, no latifúndio, enquanto os senhores de engenho viviam na chamada Casa Grande, de onde partia o
controle econômico da produção, às margens se localizavam as senzalas, local destinado aos negros
escravizados e onde ficavam os braços do trabalho agrícola. A escravidão africana se tornou o motor dessa
estrutura de exploração açucareira; foi graças aos escravizados que os portugueses conseguiram superar o
problema demográfico e produzir e exportar em grandes quantidades.

Toda essa estrutura estava relacionada também ao chamado Exclusivo Metropolitano (também conhecido
como pacto colonial), que firmava o domínio português sobre os colonos, em uma relação de exclusividade
entre a metrópole e a colônia. Logo, apesar da autonomia e do poder dessas figuras, ao fim ainda precisavam
respeitar os mandos da Coroa e da metrópole.

Fonte: GÂNDAVO, Pêro de Magalhães. Tratado da terra do Brasil (1571). In: VIANNA, Hélio. História do Brasil. São Paulo:
Melhoramentos, 1972, p.125 apud VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione,
2005, p. 157.
História

Para o completo funcionamento dessa lógica agrícola e para render os altos lucros que o gráfico acima revela,
os engenhos de açúcar funcionavam em um modelo agrícola conhecido como plantation, que era um padrão
de exploração voltado para a monocultura, a exportação dos produtos e o uso da mão de obra escravizada
em grandes latifúndios (doação de sesmarias por donatários).

Alguns historiadores apontam que a relação construída em torno da econômica açucareira pode ser vista
como uma economia-mundo (lembrem-se que nesse período estamos falando mercantilismo, também
conhecido como capitalismo comercial), já que ela promoveu vínculos entre comerciantes, produtores e
consumidores em diversas áreas, como Europa, América, África e, até mesmo, a Ásia.

A escravidão africana se tornou o motor dessa estrutura de exploração açucareira e, graças aos escravizados,
os portugueses conseguiram superar o problema demográfico e produzir e exportar em grandes quantidades.
Nesta sociedade, os engenhos reproduziam a lógica de dominação social, político, econômica, cultural e
religiosa, na qual os escravizados estavam inteiramente à disposição do senhor de engenho, o que era um
indicador de seu poder. Logo, justamente por isso, falamos de uma sociedade essencialmente escravocrata.

Ainda sobre a escravidão utilizada durante o ciclo do açúcar, vale destacar que primeiro foi usada a mão de
obra indígena escravizada, deixando os nativos conhecidos como os “escravos da terra”. Assim, apesar das
dificuldades, a exploração da mão de obra nativa inicialmente gerou um considerável lucro para os
bandeirantes paulistas, que vendiam os nativos aos senhores de engenho de todo o litoral. Porém a alta taxa
de mortalidade, as guerras, as restrições da Igreja à prática e principalmente o crescimento do lucro do tráfico
de africanos pelo Atlântico motivaram a substituição deste tipo de trabalho pela mão de obra negra
escravizada.

É necessário destacar que, apesar da força da economia açucareira durante a colonização, essa experiência
não foi a única forma de lucro dos colonizadores, visto que algumas atividades consideradas secundárias
também prosperaram (como a pecuária, que servia tanto para o abastecimento do mercado interno quanto
para a movimentação dos moinhos de cana). Ainda na riqueza rural, a mandioca, o algodão e o fumo também
obtiveram sucesso no modelo econômico de exportação e subsistência, mesmo sendo atividades
complementares ao açúcar.

Visto isso, a riqueza da colônia brasileira desde o início da ocupação portuguesa, tanto pelo pau-brasil quanto
pelo tráfico de africanos escravizados e pela agricultura, logo despertou os interesses “estrangeiros”. Já no
século XVI, a necessidade de colonizar para defender o território se mostrou importante, uma vez que piratas
e corsários atuavam constantemente no litoral.
História

Quer saber mais sobre a escravidão indígena no Brasil colonial? Então confere aqui um post sobre o assunto.

França Antártica
Acredita-se que os franceses, mesmo antes de Cabral, já conheciam o litoral brasileiro
e comercializavam com os nativos alguns gêneros tropicais. No entanto, em 1555, a
primeira empreitada patrocinada pela Coroa francesa teve como destino a Baía de
Guanabara, local onde os portugueses ainda não haviam se fixado. Liderados por
Durand de Villegnon, os colonos franceses católicos e protestantes começaram uma
colônia no Atlântico Sul. A região era ocupada pelos Tupinambás e uma série de
outros grupos que vinham resistindo à dominação portuguesa ao seu território,
formando a Confederação dos Tamoios.

A colônia que acabava de nascer tinha o objetivo de participar da exploração de produtos comercializáveis no
“Novo Mundo”, atividade que era feita exclusivamente pelos portugueses. Aproveitando-se do
desentendimento dos portugueses com os nativos, os franceses se aliaram aos grupos que pertenciam à
Confederação dos Tamoios, oferecendo auxílio na resistência com o fornecimento de armas, por exemplo.

Contudo, os colonos passaram por diversas dificuldades como doenças e fomes, o que gerou inúmeras
deserções dos franceses para as tribos indígenas. Villegnon chegou a proibir o contato e a união entre
franceses e indígenas. Além disso, a relação entre os protestantes e os católicos havia deixado de ser
amistosa e os colonos entravam cada vez mais em conflito.

A empreitada fracassou, assim como a resistência indígena na região liderada pela Conferência dos Tamoios.
Em 1565, os portugueses liderados por Estácio de Sá, em companhia de José de Anchieta, retomaram a região
e fundaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
História

França Equinocial
Apesar da destruição da França Antártida, os franceses continuaram investindo na tentativa de colonizar o
território lusitano na América, aproveitando o enfraquecimento português mediante a formação da União
Ibérica. Dessa vez, o francês Daniel de La Touche chegou ao litoral maranhense, em 1612, com um
contingente de cerca de 500 pessoas para ocupar o território que ainda não era tão povoado por portugueses.
Tirando proveito do descontentamento dos nativos da região com os ibéricos, os franceses trataram de se
aliar a eles na luta contra a dominação lusitana.

A colônia ficou conhecida como França Equinocial devido à sua proximidade com a Linha do Equador, mas o
forte fundado na região foi batizado de São Luís (exatamente onde fica a cidade de São Luís, capital do
Maranhão), em homenagem ao rei francês.

Contudo, o projeto não vingou por muito tempo. Em 1615, os portugueses e espanhóis se aliaram em uma
expedição para expulsar os franceses e ocupar a região para afastar de vez o perigo de novas invasões.
Liderados por Jerônimo de Albuquerque, o grupo conseguiu libertar a região do domínio francês e expandir a
colonização para a região Norte do Brasil atual.

União Ibérica
A crise que gerou a união das duas coroas começou em 1578, quando o jovem rei D. Sebastião se aventurou
em uma batalha na região de Alcácer-Quibir, no Marrocos, contra os árabes. Além de seu entusiasmo
cruzadístico, o rei tinha interesses em reabrir rotas comerciais no norte da África; porém, durante as
expedições, D. Sebastião desapareceu em combate, deixando o trono vago, já que não tinha herdeiros.

A figura de Dom Sebastião virou um símbolo de esperança, pois muitos súditos


ainda acreditavam na volta do rei para enfim governar novamente. Há relatos
de pessoas entrevistadas pela inquisição que diziam ter sonhado com o
monarca; o próprio Antônio Conselheiro, líder do Arraial de Canudos, era um
adepto do sebastianismo, tendo profetizado o retorno do rei.

Assim, o Cardeal D. Henrique, tio avô de D. Sebastião, assumiu o trono lusitano.


No entanto, a dinastia de Avis estava com os dias contados, já que o novo rei não poderia deixar herdeiros.
Henrique I veio a falecer em 1580, deixando novamente o trono em Lisboa vazio. Dessa vez, abriu caminho
para um grande temor de alguns portugueses, a ascensão de Filipe II, rei da Espanha – que, por fim, assumiu
o trono sob a ameaça de uma invasão militar espanhola. Filipe era neto de D. Manoel I e o mais próximo na
linha sucessória.

O monarca espanhol viu em Portugal a possibilidade de recuperação dos cofres do Estado, ao passar a ter
acesso ao mercado de escravos que era controlado pelos portugueses (visto que que estes tinham
possessões na costa atlântica da África), além de poder ampliar o domínio colonial na América, já que agora
as coroas se uniriam. O rei, mesmo que impopular, foi aceito pelos nobres e burgueses de Portugal ao assinar
o Tratado de Tomar, em 1581, dando exclusividade para navios portugueses no comércio com as colônias e
mantendo as autoridades metropolitanas e coloniais do Estado português.

Em 1640, os portugueses retomaram o seu domínio político sobre Portugal, com o período conhecido como
a Restauração. Nesta fase, sobe ao poder a dinastia dos Bragança, que expulsaram a presença espanhola da
metrópole e da colônia. Assim, os portugueses retomaram o poder com o rei D. João IV.
História

Brasil Holandês
Com a União Ibérica, Portugal, assim como suas colônias, também viraram alvos dos inimigos da Espanha. O
Brasil no período da união vivia o auge da economia açucareira, com o principal polo econômico no Nordeste.
Logo, os Países Baixos lançaram os olhos sobre essa região da colônia, a fim de reaver o comércio açucareiro
entre Holanda e Portugal. O que fora proibido por Felipe II.

Assim, em 1624, os holandeses mandaram uma expedição que ocupou Salvador por um ano, mas Jacob
Willekens e seus 1500 homens foram expulsos pelos espanhóis no ano seguinte. Mesmo derrotados, o ímpeto
dos holandeses não cessou, e estes invadiram em 1630 a cidade de Olinda. Os invasores seguiram em direção
ao interior e dominaram a capitania de Pernambuco, retomando o comércio açucareiro depois de uma forte
resistência lusitana. Os holandeses chegaram, até mesmo, a controlar algumas feitorias portuguesas no
litoral africano, controlando, assim, o tráfico negreiro.

Depois de estabelecidos, os holandeses instalaram um governo no local, liderado pelo Conde Maurício de
Nassau, que reestruturou a colônia após a guerra, remontando engenhos destruídos e liberando crédito a
senhores luso-brasileiros, principalmente de Olinda. Além disso, Nassau inovou a fabricação do açúcar,
modernizou a cidade com diversas construções (inclusive um observatório astronômico e um zoológico) e
incentivou a vinda de diversos botânicos e artistas para a colônia.

A princípio, o relacionamento entre os portugueses e os holandeses que viviam na região era amistoso, mas
a mudança de posicionamento da Companhia das Índias Ocidentais, que era responsável pelos
empreendimentos externos dos holandeses e a intensificação na cobrança dos empréstimos aos senhores
de engenho, levou à mudança na relação. O fim da dominação holandesa veio logo após o desgaste das
relações entre portugueses e holandeses se aprofundar.
Outra questão importante para o desentendimento entre holandeses e portugueses foi a religião. Boa parte
dos holandeses era protestante, o que gerava certo desconforto em uma sociedade que era profundamente
marcada pela atuação da Igreja Católica.

Diante das cobranças, os proprietários portugueses passaram a se opor à presença holandesa na colônia e
iniciaram um levante para sua expulsão. A Insurreição Pernambucana iniciou no ano de 1645 e se estendeu
até 1654, quando os portugueses conseguiram reaver a região. Nesse período, o açúcar começa a perder a
importância na Europa, gerando uma crise nesse ramo da economia colonial.

O que intensificou a crise do açúcar e a consequente decadência da produção foi o fato de que os holandeses
ficaram 24 anos ocupando o território colonial e aprenderam as técnicas de plantio. Ao serem expulsos,
passaram a produzir na sua colônia no Caribe e se tornaram o principal concorrente do açúcar português.
História

Exercícios de vestibulares

1. (UEPA, 2014) A assim chamada "Diáspora Africana", em direção a vários pontos do continente
americano, ocorreu a partir do século XV, com o estabelecimento de entrepostos comerciais europeus,
inicialmente ao longo da costa ocidental africana. As trocas comerciais ocorriam, nestes entrepostos,
entre europeus, chefes tribais e representantes de reinos do interior do continente. Entre os “produtos”
comercializados, como ouro, tecidos, armas de fogo, dentre outros, estavam homens e mulheres
escravizados em guerras tribais ou em conquistas militares de reinos africanos. A motivação
econômica europeia pelo comércio de seres humanos reduzidos à escravidão, se baseava
principalmente no(a):
a) dinamização econômica das colônias americanas, condição básica para o desenvolvimento
industrial das metrópoles.
b) abastecimento de mão de obra aos proprietários de grandes propriedades rurais monocultoras nas
colônias americanas.
c) necessidade de produzir a acumulação primitiva de capital que alimentasse a engrenagem
econômica mercantilista.
d) crença da supremacia racial europeia frente aos povos de outros continentes, que poderiam ser
reduzidos à mera condição de mão de obra.
e) inserção da população escravizada, trazida para o Novo Mundo, no mercado consumidor colonial,
abastecido pelos manufaturados metropolitanos.

2. (UEM, 2015) No período colonial predominava no Nordeste brasileiro uma sociedade patriarcal. Sobre
essa sociedade é correto afirmar que:
(01) Na sociedade patriarcal prevalecia a democracia familiar, onde os problemas econômico-sociais
eram resolvidos pelos pais e pelos filhos com idade acima de 18 anos.
(02) Cabiam à mulher os trabalhos domésticos e a educação dos filhos nos preceitos cristãos.
(04) A sociedade patriarcal se organizava em torno da figura do Senhor de Engenho e o engenho, ou a
grande fazenda, era mais que uma unidade produtiva, polarizando a vida social.
(08) Na sociedade patriarcal predominava o trabalho assalariado; contudo, os trabalhos domésticos
eram realizados por escravos.
(16) Por meio do compadrio se estabelecia uma rede de parentesco que promovia dependências e
privilégios entre os grandes proprietários de terras.
Soma: ( )
História

3. (Faculdade Albert Einstein, 2017) Concedo-vos que esse índio bárbaro e rude seja uma pedra: vede o
que faz em uma pedra a arte. Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura,
informe, e depois que desbastou o mais grosso, toma o maço, e o cinzel na mão, e começa a formar
um homem, primeiro membro a membro, e depois feição por feição, até a mais miúda: ondeia-lhe os
cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afia-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-
lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos:
aqui desprega, ali arruga, acolá recama: e fica um homem perfeito, e talvez um santo, que se pode pôr
no altar.
VIEIRA, Antônio. Sermões. Porto: Lello & Irmão, 1959.
O texto, escrito no século XVII, pode ser interpretado como
a) o reconhecimento da humanidade intrínseca dos indígenas e africanos, que deveriam possuir os
mesmos direitos dos europeus.
b) uma analogia entre o trabalho de evangelização desenvolvido nas colônias e a criação do homem
por Deus.
c) a exigência da escravização dos indígenas que, através do trabalho forçado, poderiam alcançar a
salvação eterna.
d) um discurso contra o trabalho desenvolvido nas missões jesuíticas implantadas pelos europeus nas
colônias americanas.

4. (UEL, 2014) Leia o texto a seguir. Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras
que hoje são brasileiras foram desde então oficialmente incorporadas à coroa portuguesa. Se haviam
sido frequentadas antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem alguns historiadores
portugueses, disso não ficou maior registro, e não há, pois, como fugir da data consagrada e
recentemente celebrada – para o bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto
oficialmente, pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI Borgia, não se pode dizer, a rigor, que
existisse, então, nem Brasil nem brasileiros. Vários são os sentidos dessa não existência.
(Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em: Acesso
em: 7 jun. 2013.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, responda aos itens a seguir.
a) Cite e explique 2 fatores que possibilitaram o pioneirismo do Estado português nas Grandes
Navegações.
b) Explique o que a historiadora e autora desse texto, Laura de Mello e Souza, quer dizer com a seguinte
passagem: “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros.”.

5. (PUC, 2017) O período que vai do século XVI a fins do XVIII, corresponde à formação e consolidação
dos dois maiores impérios atlânticos da época Moderna: o império português e o império espanhol. As
Coroas ibéricas – Portugal e Espanha - empreenderam uma espetacular expansão comercial e marítima
e igualmente militar e religiosa. Desse modo, foram capazes de vincular ou conectar territórios e
populações dos continentes Americano, Africano, Europeu e Asiático. Descreva as relações de conexão
existentes entre os continentes acima citados a partir:
a) da circulação e produção de mercadorias pelos portugueses e espanhóis no espaço atlântico;
b) da mobilidade de populações europeias e africanas para as Américas.
História

6. (PUC, 2019) O Sítio Arqueológico Cais do Valongo localiza-se no centro do Rio de Janeiro e abrange
toda a Praça do Jornal do Comércio. Apresenta vestígios do calçamento de pedras, construído a partir
de 1811, para o desembarque de africanos escravizados no Rio de Janeiro, cidade que foi o principal
ponto de entrada de escravizados nas Américas. A coleção arqueológica do sítio traz uma grande
concentração de materiais associados à diáspora africana: figas, crucifixos, garras, búzios, cristais,
brincos e pulseiras. Amuletos e adornos que os africanos e seus descendentes carregavam consigo e
que revelam aspectos de suas trajetórias e suas origens no outro lado do Atlântico.
a) De acordo com as informações apresentadas, INDIQUE e EXPLIQUE qual a principal atividade
comercial que uniu o continente africano ao Brasil no período abordado?
b) EXPLIQUE por que os objetos encontrados no sítio do Valongo são importantes para a história dos
africanos e seus descendentes no Brasil.

7. (UERJ, 2011) Pelo que, começando, digo que as riquezas do Brasil consistem em seis coisas, com as
quais seus povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do açúcar; a segunda, a
mercancia; a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os algodões e madeiras; a quinta, a
lavoura de mantimentos; a sexta e última, a criação de gados. De todas estas coisas o principal nervo
e substância da riqueza da terra é a lavoura dos açúcares.
AMBRÓSIO FERNANDES BRANDÃO, 1618 Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

Considera-se hoje que o Brasil colonial teve um desenvolvimento bastante diferente da interpretação
de Caio Prado Júnior. É que mudou a ótica de observação: os historiadores passaram a analisar o
funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana fosse diferente do que propõe
o autor. Mas a realidade se revelava muito mais complexa. No lugar da imagem de colonos engessados
pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo do comércio colonial.
SHEILA DE CASTRO FARIA Adaptado de www.revistadehistoria.com.br

O texto do século XVII enumera interesses da metrópole portuguesa em relação à colonização do Brasil;
já o segundo texto, uma análise mais contemporânea, descreve uma sociedade mais complexa que ia
além dos planos dos exploradores europeus.

Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa com a implantação da empresa açucareira no Brasil
colonial. Em seguida, identifique duas características da economia colonial que comprovam o seu
dinamismo interno
História

8. (Fuvest, 2013) Admite-se que as cenouras sejam originárias da região do atual Afeganistão, tendo sido
levadas para outras partes do mundo por viajantes ou invasores. Com base em relatos escritos, pode-
se dizer que as cenouras devem ter sido levadas à Europa no século XII e, às Américas, no início do
século XVII. Em escritos anteriores ao século XVI, há referência apenas a cenouras de cor roxa, amarela
ou vermelha. É possível que as cenouras de cor laranja sejam originárias dos Países Baixos, e que
tenham sido desenvolvidas, inicialmente, à época do Príncipe de Orange (1533-1584). No Brasil, são
comuns apenas as cenouras laranja, cuja cor se deve à presença do pigmento betacaroteno,
representado a seguir.

Fórmula estrutural do betacaroteno (Foto: Reprodução/Fuvest)


Com base no descrito acima, e considerando corretas as hipóteses ali aventadas, é possível afirmar
que as cenouras de coloração laranja
a) podem ter sido levadas à Europa pela Companhia das Índias Ocidentais e contêm um pigmento que
é um polifenol insaturado.
b) podem ter sido levadas à Europa por rotas comerciais norte-africanas e contêm um pigmento cuja
molécula possui apenas duplas ligações cis.
c) podem ter sido levadas à Europa pelos chineses e contêm um pigmento natural que é um poliéster
saturado.
d) podem ter sido trazidas ao Brasil pelos primeiros degredados e contêm um pigmento que é um
polímero natural cujo monômero é o etileno.
e) podem ter sido trazidas a Pernambuco durante a invasão holandesa e contêm um pigmento natural
que é um hidrocarboneto insaturado.
História

Gabarito

1. B
Com a adoção do modelo de plantation nas colônias americanas, a demanda por mão de obra
escravizada fez crescer de forma exorbitante os lucros dos traficantes no atlântico. Era justamente para
preencher essa demanda que esse tráfico era realizado.

2. 02 + 04 + 16 = 22
A afirmativa 01 está incorreta, pois não havia democracia nesse período, sobretudo no modelo patriarcal,
no qual as ordens do senhor eram as palavras finais; visto isso, podemos afirmar que a 02 está correta,
pois a mulher era limitada aos mandos do senhor e marginalizada nas tarefas domésticas e religiosas.
Como visto, a sociedade colonial girava em torno do engenho e da figura do senhor; logo, a afirmativa 04
também está correta. Enquanto a 08 podemos considerar incorreta, pois não predominava o trabalho
assalariado, e sim o escravizado, principalmente na agricultura. Enfim, a 16 está correta, pois o
compadrio, ou o apadrinhamento, de fato era uma forma de relação estabelecida neste período.

3. B
O texto do jesuíta trabalha com a metáfora da criação do homem pelo barro para comparar a obra de
Deus com a missão dos jesuítas de evangelizar os indígenas, tornando-os homens dentro dos padrões
cristãos portugueses.

4.
a) O aluno pode citar, entre os motivos: o pioneirismo português na centralização política, que permitiu
a formação de um Estado Moderno forte o bastante para planejar e incentivar as expedições
marítimas; a formação de uma classe burguesa sólida e interessada na busca de rotas comerciais
alternativas ao mediterrâneo; a posição geográfica portuguesa, que facilitava a aventura atlântica; o
desenvolvimento de uma cultura naval, herdada dos árabes e centralizada na figura do Infante D.
Henrique e da escola de Sagres.

b) A autora quer dizer que associar o Brasil de hoje ao que existia em 1500 é anacrônico, pois os povos
indígenas que viviam nessa região não apresentavam uma unidade cultural e nem se identificavam
com portugueses e africanos que aqui chegavam. A formação de uma nação só foi possível no século
XIX, como um projeto político pós-independência; logo, não existia ainda Brasil ou brasileiros em um
contexto de colonização, visto que não havia uma identidade nacional.
História

5.
a) Tanto Espanha quanto Portugal organizaram – via extrativismo ou cultivo – a produção em grande
escala de mercadorias de alto valor mercantil nas suas colônias americanas. Os exclusivos
comerciais ou monopólios que alguns comerciantes reinóis detiveram sobre a comercialização
desses artigos os tornaram peças vitais na circulação atlântica entre os três continentes. Na sua
resposta, o aluno poderá descrever ainda: 1) os produtos principais produzidos nas Américas,
sobretudo os que foram objeto do monopólio, em diferentes épocas: Portugueses – PAU BRASIL
(Am/Europa), AÇÚCAR (Am/ Europa/Africa), ALGODÃO (Am/Europa/Africa), DROGAS DO SERTÃO
(Am/Europa), TABACO (Am/Africa/Europa), METAIS PRECIOSOS [ouro e diamante no séc XVIII]
(Am/Europa/Asia); Espanhóis – METAIS PRECIOSOS [PRATA sobretudo, mas também ouro]
(Am/Europa/Asia), AÇÚCAR (Am/Europa/Africa), CONCHINILLA (Am/Europa); etc. 2) o tráfico de
ESCRAVOS (Africa/ Europa/América).

b) Ao longo de toda a colonização, homens e mulheres de diferentes reinos no continente europeu


seguiram em grande número para as Américas, ou diretamente a serviço dos impérios luso e
espanhol, da Igreja e suas ordens, ou por conta própria (como aventureiros em busca de vida melhor)
e também flibusteiros e degredados. Foram seguidores de diferentes credos (de cristãos novos e
velhos a muçulmanos, marranos, judeus, e mesmo reformadores protestantes variados após o século
XVII). Provinham de várias etnias e nações (celtas, francos, genoveses, catalães, bascos, etc.) e de
várias “condições de gente”, que caracterizavam o Antigo Regime – nobres, gentis-homens e
aristocratas, plebeus livres, alforriados e escravos. Também, do continente africano, foram levadas
populações diversas para as Américas (entre os séculos XVI e XIX). A maioria na condição de
imigrantes forçados, vítimas do tráfico de escravos no próprio continente, capturados e enviados aos
mercadores dos principais entrepostos da costa – como em Costa do Marfim, Angola e Moçambique
– e de lá entregues a comerciantes portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses. Todos, em
diferentes épocas, tiveram atuação significativa no tráfico de escravos africanos para as Américas.

6.
a) O tráfico transatlântico de escravizados foi responsável pelo maior deslocamento forçado de
pessoas, a longa distância, da história. Das primeiras viagens realizadas no início do século XVI até
1866, ano da partida do último navio negreiro para a América, cerca de 12,5 milhões de africanos
foram escravizados e obrigados a embarcar para, em sua maioria, trabalhar nas Américas. Principal
área receptora dos navios negreiros que cruzaram o Atlântico, cerca de 40% de todos escravizados
no continente africano foram trazidos para o Brasil, o maior importador de escravizados do “Novo
Mundo”. Nesse quadro, o Rio de Janeiro se tornou o principal porto de entrada de africanos para
serem escravizados nas Américas. O tráfico de escravizados fluminense abasteceu a Região do Rio
da Prata, das Minas Gerais e sobretudo no Oitocentos, se destinou a prover, com trabalhadores
escravizados, a crescente produção cafeeira no Centro-Sul. Até meados do século XIX, o tráfico foi,
portanto, a principal atividade comercial que uniu o continente africano ao Brasil.

b) O Cais do Valongo foi o mais importante entreposto negreiro da cidade do Rio de Janeiro. Cerca de
um milhão de escravizados africanos circularam pela região (de 1774 a 1831). O Sítio Arqueológico
Cais do Valongo, redescoberto em 2011 no curso do Projeto Rio Maravilha, reuniu dois contêineres
contendo objetos procedentes das escavações arqueológicas. Entre os elementos materiais das
culturas africanas encontrados, estão estatuetas de cunho religioso, otás (pedras que representam
os orixás), monjolós e seguis (contas sagradas). Esse conjunto de objetos permite conhecer
trajetórias pessoais, enfatizando que os africanos deportados para o Brasil não foram meras
mercadorias. Esses elementos materiais da cultura apresentam aspectos de sua vida cotidiana,
valores, crenças, religiões, cosmovisões, adornos que eram importantes e preciosos para quem os
portava. São vestígios de suas vidas e das heranças culturais que trouxeram consigo do continente
africano. Desse modo, pode-se concluir que os horrores da era do tráfico transatlântico, que levaram
milhões à morte e ao trabalho escravo, não foram suficientes para desumanizar os africanos
escravizados. Os que desembarcaram na América formaram um novo lar e novas identidades, fixaram
memórias e tiveram um papel inestimável na formação das sociedades americanas.
História

7. Dois dos objetivos:


• Fixar população portuguesa à terra;
• Garantir o controle político do território por Portugal;
• Produzir mercadoria de alto valor comercial no mercado europeu;
• Garantir rendas à Coroa portuguesa por meio da produção de gêneros de valor comercial;
• Garantir o monopólio do Atlântico Sul e, consequentemente, da rota marítima para o Oriente;
• Afirmar a preponderância portuguesa no cenário das grandes nações europeias do século XVI.

Duas das características:


• Existência de atividades econômicas utilizando mão de obra livre;
• Desenvolvimento de relações comerciais internas e com outras regiões, apesar das proibições
características do monopólio metropolitano;
• Existência de uma quantidade de capital circulante na colônia, empregado não só no tráfico negreiro,
como também na criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas principalmente para o
mercado interno.

8. E
Apesar de ser uma questão interdisciplinar que demanda um conhecimento sobre química, a questão
pode ser realizada por meio da interpretação do texto e da contextualização das informações passadas.
Sabendo que a cenoura teria saído do Afeganistão por invasores e chegado na Europa por volta do século
XII e que os primeiros registros da cenoura laranja nos levam a crer que o legume teria surgido nos Países
Baixos durante o XVI, podemos descartar algumas opções.
As letras A, B e C afirmam que a cenoura laranja teria chegado na Europa pela Companhia das Índias
Ocidentais, por rotas africanas ou pelos chineses. Essas alternativas podem ser descartadas se
assumirmos, segundo o texto, que as cenouras laranjas são originárias dos Países Baixos no século XVI.
A letra D afirma que teria sido trazida ao Brasil pelos primeiros degradados, ou seja, pelos primeiros
portugueses no início do século XVI, antes mesmo da época do Príncipe de Orange.
Enfim, apenas a letra E corresponde ao contexto apresentado, pois afirma que podem ter sido trazidas
ao Brasil durante as invasões holandesas, que ocorreram no século XVII, mesmo período dos primeiros
registros da cenoura laranja nos Países Baixos.
Sobre a estrutura apresentada, a visão da química pode afirmar que a cenoura contém um pigmento
natural que é um hidrocarboneto insaturado.
Matemática

Exercícios sobre Trigonometria

Exercícios

1. (Fmj, 2021) Em um trapézio retângulo ABCD, o lado AD mede 6 𝑐𝑚 e o ângulo 𝐵Â𝐷 mede 60°, conforme
mostra a figura.

Sabendo-se que a diagonal AC mede 2√13 𝑐𝑚, a medida do lado AB desse trapézio é


9√3
a)  𝑐𝑚
2
5√3
b)  𝑐𝑚
2

4√3
c)  𝑐𝑚
3

8√3
d)  𝑐𝑚
3

6√3
e)  𝑐𝑚
3

2. (Fmp, 2021) Para medir a altura aproximada (ℎ) de um prédio (PQ) em relação a um plano de referência,
um professor fez, com seus alunos, as medições com o teodolito, ilustradas na figura abaixo.

Dados:
20° 40°
𝑠𝑒𝑛 𝑜 0,342 0,643
𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑛 𝑜 0,940 0,766

A altura ℎ dessa torre, em metros, é, aproximadamente,


a) 21,60
b) 32,15
c) 47,00
d) 28,45
e) 38,30
Matemática

3. (CP2, 2019) A haste (de 7 𝑚 de comprimento) de uma bandeira está apoiada, verticalmente, sobre o
telhado de uma escola. De um ponto do plano horizontal onde a escola se situa, avistam-se a ponta
superior e a base dessa haste, em ângulos de 60° e 45°, respectivamente, conforme mostra a figura:

Considere: √3 ≅ 1,7

A altura aproximada da escola, em metros, é


a) 4.
b) 7.
c) 10.
d) 17.

4. (IFAL, 2012) Considerando-se o arco trigonométrico abaixo, assinale a alternativa falsa.


23𝜋
𝛼= 𝑟𝑎𝑑
3
a) 𝛼 =1380º
b) 𝛼dá três voltas e para no 4º quadrante.
c) sen𝛼 = - sen 60º
d) cos 𝛼 = cos 60º
e) 𝛼dá três voltas e para no 1º quadrante.
Matemática

5. (Cotuca, 2020) Na figura a seguir, temos três circunferências de raio 1, tangentes entre si e inscritas
no retângulo 𝐴𝐵𝐶𝐷. Sabendo que 𝑀 é ponto do segmento 𝐴𝐷 e que 𝐹,  𝐺 e 𝐸 são pontos de tangência
entre as circunferências e os lados do retângulo, calcule o valor da tangente do ângulo 𝑀𝐸̂ 𝐹.

a) 2 + √3
1
b)
2−√3

c) 2 − √3
d) √3 − 1
1
e)
4

6. O valor da expressão é:
𝑠𝑒𝑛30º+𝑡𝑎𝑛 225º
𝜋
𝑐𝑜𝑠 −𝑠𝑒𝑛(−60º)
2

a) 1
1
b)
2

c) −√3
d) √3
1
e) −2

7. Encontre os ângulos no intervalo [−3𝜋; 3𝜋] tais que 𝑠𝑒𝑛𝑥 =


√2
2
.
Matemática

8. (Ufpr, 2013) Um recipiente, no formato de hemisfério, contém um líquido que tem profundidade máxima
de 5 cm. Sabendo que a medida do diâmetro do recipiente é de 20 cm, qual o maior ângulo, em relação
à horizontal, em que ele pode ser inclinado até que o líquido alcance a borda, antes de começar a
derramar?

a) 75°.
b) 60°.
c) 45°.
d) 30°.
e) 15°.
Matemática

Gabaritos

1. D
Cálculo do lado 𝐶𝐷:
2
(2√13) = 62 + 𝐶𝐷2
𝐶𝐷 = √52 − 36 = √16
𝐶𝐷 = 4 𝑐𝑚

Como 𝐵𝐸 = 𝐶𝐷, temos:


𝐵𝐸
𝑠𝑒𝑛 6 0° =
𝐴𝐵
√3 4
=
2 𝐴𝐵
8√3
∴ 𝐴𝐵 =  𝑐𝑚
3

2. B
Como o ângulo de 40° é ângulo externo do triângulo externo 𝐴𝐵𝑄, temos que o ângulo 𝑄̂ vale 40° − 20° =
20°. Sendo assim, o triângulo 𝐴𝐵𝑄 é isosceles, e o lado 𝐵𝑄 vale 50 𝑚. Logo, pela figura abaixo, temos:

ℎ ℎ
𝑠𝑒𝑛 4 0° = ⇒ 0,643 =
50 50
∴ ℎ = 32,15 𝑚

3. C
Calculando:
ℎ ℎ
𝑡𝑔 45° = ⇒ 1 = ⇒ 𝑥 = ℎ
𝑥 𝑥
ℎ+7 ℎ+7 7
𝑡𝑔 60° = ⇒ √3 = ⇒ ℎ√3 − ℎ = 7 ⇒ 1,7ℎ − ℎ = 7 ⇒ ℎ = = 10
ℎ ℎ 0,7
Matemática

4. E
23𝜋 23∙180°
a) Verdadeira, pois 𝛼 = = = 1380°.
3 3
23𝜋 5𝜋
b) Verdadeira, pois 𝛼 = = + 3 ∙ 2𝜋.
3 3
√3
c) Verdadeira, 𝑠𝑒𝑛𝛼 = −𝑠𝑒𝑛60° = − .
2
1
d) Verdadeira, pois 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 𝑐𝑜𝑠60° = .
2
e) Falsa, o arco da três voltas completas e, enfim, para no quarto quadrante.

5. C

Na figura, temos:
𝑀𝐸 = ℎ + 2 ⋅ 𝑟
2𝑟 ⋅ √3
𝑀𝐸 = +2⋅𝑟
2
𝑀𝐸 = 𝑟 ⋅ (√3 + 2)

Portanto, a tangente pedida será dada por:


𝑟 1 2−√3
𝑡𝑔(𝑀𝐸̂ 𝐹) = = ⋅ = 2 − √3
𝑟⋅(2+√3) 2+√3 2−√3

6. D
1 3
𝑠𝑒𝑛30° + 𝑡𝑔225° 𝑠𝑒𝑛30° + 𝑡𝑔45° +1
= = 2 = 2 = 3 = √3
𝜋
𝑐𝑜𝑠 ( ) − 𝑠𝑒𝑛(−60°) 𝑐𝑜𝑠90° − 𝑠𝑒𝑛(300°) 0 + √3 √3 √3
2 2 2

𝜋 √2
7. Como 𝑠𝑒𝑛 ( ) = , devemos procurar arcos que possuem coordenada 𝑦 (correspondente ao valor de
4 2
𝜋
seno) igual a do arco de entre −3𝜋 e 3𝜋. Assim,
4
7𝜋 5𝜋 𝜋 3𝜋 9𝜋 11𝜋
𝑥 = {− ;− ; ; ; ; }
4 4 4 4 4 4
Matemática

8. D

5
𝑠𝑒𝑛𝛼 = ⇒ 𝛼 = 30°
10
Português

Especificações sobre pronome relativo

Teoria

Pronome relativo
Os pronomes relativos são aqueles que se referem a um termo anterior – o antecedente. Por exemplo, na
frase “O perfume que adoro custa caro”, o pronome “que” se refere ao termo antecedente, “perfume”.
Em relação à classificação, eles podem ser variáveis e invariáveis. Os variáveis são aqueles que podem sofrer
alteração em sua forma; já os invariáveis, não. Observe:

Variáveis Invariáveis

o qual, os quais, a qual, as quais, quanto(a), quantos(as), cujo(a), cujos(as) onde, que, quem

Há, ainda, algumas especificações em relação ao uso do pronome relativo. Veja:

Comparação com a conjunção

1. Pronome relativo “que” x conjunção “que”


Apenas o pronome relativo “que” pode ser substituído por “o qual”, “a qual” (e suas variações); caso
contrário, será uma conjunção. Vejamos:

• Rodrigo era a pessoa de que (= da qual) todos gostavam. (Pronome relativo)

• Pedi a ele que me ligasse mais tarde. (Conjunção integrante)

• Dormiram tanto que perderam a hora. (Conjunção consecutiva)

ATENÇÃO: os pronomes relativos podem ser precedidos pela preposição exigida pelo verbo da oração
na qual se encontram. Exemplo: Esse é o menino de quem gosto. / Essa é a festa sobre a qual falei.

2. Pronome relativo “quando” x conjunção temporal “quando”


Será pronome relativo quando pudermos substituir por “no qual”, “na qual” e “em que”. Vejamos:

• No momento quando (= em que) chegamos, o sol foi em bora. (Pronome relativo)

• Quando chegamos, o sol foi embora. (Conjunção temporal)


Português

Função sintática dos pronomes relativos


Os pronomes relativos assumem duplo papel no período. Eles retomam um termo antecedente e também
servem como elo subordinante da oração que iniciam. Por esse motivo, ao contrário das conjunções, esses
pronomes desempenham sempre uma função sintática nas orações a que pertencem. Por exemplo: sujeito,
objeto direto, objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto adnominal e
agente da passiva.

IMPORTANTE: as orações subordinadas adjetivas vêm, normalmente, introduzidas por um pronome relativo
e exercem a função de adjunto adnominal de um substantivo ou pronome antecedente. Elas podem ser
classificadas em restritivas e explicativas.

• As restritivas limitam a significação do substantivo (ou pronome) antecedente. São indispensáveis ao


sentido da frase. Por exemplo: “És um dos raros homens que têm o mundo nas mãos”.
• As explicativas acrescentam ao antecedente uma qualidade acessória e, por isso, são semelhantes a um
aposto, sendo, então, dispensáveis ao sentido essencial da frase. Por exemplo: “Tio Cosme, que era
advogado, confiava-lhe a cópia dos papéis de autos”.

Emprego dos relativos


a) Onde: só pode ser utilizado para fazer referência a lugares. Equivale a “em que”.
Exemplo: O Brasil é o país onde moro.

OBSERVAÇÃO: muitas vezes, o pronome “onde” é empregado de maneira coloquial. Na língua culta, o
uso desse relativo deve ser limitado aos casos em que há referência a lugares físicos e espaciais. Caso
não haja, devemos utilizar “em que”, “no qual” (e suas flexões).

b) Cujo(a)(s): apesar de não ser pronome possessivo, é utilizado para estabelecer relação de posse. Além
disso, NÃO é correto utilizar artigo após o “cujo” e suas variações.
Exemplo: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.
ATENÇÃO: Derrubaram as casas cujas as paredes estavam caindo. (ERRADO, devido ao artigo “as”)

c) Quem: só pode ter como antecedente pessoa (ou coisa personificada). Costuma ser precedido por
preposição.
Exemplo: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.

d) Que/ o(a) qual / os(as) quais: podem fazer referência tanto a pessoas quanto a coisas. Porém, é preciso
ter atenção ao uso da preposição. Se a preposição possuir duas ou mais sílabas, como “entre”, sobre”,
“para”, utilizamos o(a) qual, os(as) quais.
Exemplo: A cidade em que/na qual moro é maravilhosa. / Os assuntos sobre os quais falei cairão na
prova.
Português

e) Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos “todo”, “tanto” e “tudo”.


Exemplo: Fiz tanto quanto ele.

f) Quando: expressa unicamente ideia de tempo, podendo retomar apenas termos com esse valor.
Exemplo: O período da 2ª Guerra, quando muitas atrocidades foram cometidas, é bastante abordado em
filmes.

g) Como: é o pronome relativo que retoma apenas termos que deem ideia de modo. Por isso, normalmente,
antes dele aparecem expressões como “maneira”, “forma”, “assim”.
Exemplo: Gosto da maneira como ela fala.

OBSERVAÇÃO: para que não haja confusão entre o “como” pronome relativo, advérbio e conjunção, é
importante lembrar que apenas o relativo possui antecedente. Observe os exemplos abaixo:
1. Critiquei o jeito como ele come. (Pronome relativo)
2. Perguntei como ele come. (Advérbio)
3. Ele come como um animal. (Conjunção comparativa)
Português

Exercícios

1. (CMRJ) As orações adjetivas cujo conteúdo é relevante para a identificação da entidade, ser ou objeto
a que se refere o antecedente do pronome relativo chamam-se restritivas [...].Quando, entretanto, o
conteúdo da oração adjetiva não contribui para essa identificação, dizemos que a oração adjetiva é não
restritiva (ou explicativa).
(Azeredo, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 1.ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 319-320.)

No período “Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu ateliê
para conhecer o local onde ela trabalhava.” , a oração adjetiva destacada estabelece com o vocábulo
“tia” uma relação semântica de
a) conclusão.
b) comparação.
c) retificação.
d) generalização.
e) caracterização.

2. (CMRJ) No fragmento "Muitas pesquisas indicam que até 2030 uma parcela relevante das profissões
que conhecemos deixará de existir", há 02 (duas) ocorrências da partícula QUE, cuja classificação
morfológica é, respectivamente:
a) conjunção subordinativa adverbial/ pronome relativo.
b) pronome relativo/ conjunção subordinativa adverbial.
c) pronome relativo/conjunção subordinativa integrante.
d) conjunção subordinativa integrante/ pronome relativo.
e) conjunção subordinativa integrante/ conjunção coordenativa explicativa.

3. (CMRJ) “Fiquei na lista de esperada Yale University, Duke University, Rice University e Tufts", enumerou
Flávia, cujos dois irmãos estudam na Escola Naval.
Os períodos compostos são estruturas complexas de comunicação, por interligarem macroestruturas
e produzirem significado durante este processo. No trecho a seguir, o termo "cujos" possui a
classificação morfológica de __________ e inicia, portanto, uma __________.
Assinale a alternativa abaixo que preenche corretamente as lacunas apresentadas.
a) conjunção subordinativa integrante/ oração subordinada substantiva subjetiva.
b) conjunção coordenativa explicativa/ oração coordenada sindética explicativa.
c) pronome relativo/oração subordinada adjetiva restritiva.
d) conjunção subordinativa adverbial causal/oração subordinada adverbial causal.
e) pronome relativo/oração subordinada adjetiva explicativa.
Português

4. (AFA) Assinale a alternativa que apresenta classificação correta do termo destacado.


a) “(...) Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa” > pronome demonstrativo.
b) “(...) faz um sinal para que Melita sirva Agnostos” > preposição.
c) “É a língua que ordena os exércitos à vitória (...)” > pronome relativo.
d) “Que há de melhor do que a língua?” > partícula de realce.

5. (ITA) Assinale a alternativa em que o item sublinhado NÃO é pronome relativo.


a) a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça
b) ou no papel amassado que embrulha o pão da manhã
c) são tantas, até temo que me faltem os muros
d) há um certo prazer na loucura que só um louco conhece
e) que serve para exemplificar o que sinto neste momento

6. (AMAN) “Nesse sentido destacamos as Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de


Saneamento e do Conselho Nacional das Cidades, que deram à política urbana uma base de
participação e controle social”.
No fragmento, o pronome relativo exerce a função sintática de
a) objeto direto e introduz uma explicação.
b) objeto direto e introduz uma restrição.
c) objeto indireto e introduz uma explicação.
d) sujeito e introduz uma restrição.
e) sujeito e introduz uma explicação
Português

7. (IFPE) (...) Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine, na obra Em defesa da Sociologia (1976),
para se compreender os movimentos sociais, mais do que pensar em valores e crenças comuns para
a ação social coletiva, seria necessário considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos se
manifestam. Cada sociedade ou estrutura social teriam como cenário um contexto histórico (ou
historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria posto um conflito entre
classes, terreno das relações sociais, a depender dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim, os
movimentos sociais fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social (geradora por si só da
contradição entre as classes), sendo uma ferramenta fundamental para a ação com fins de intervenção
e mudança dessa estrutura. (...)
RIBEIRO, Paulo Silvino. Movimentos sociais: breve definição. Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/movimentos-sociais-breve-definicao.htm>.

O pronome relativo (n)o qual cumpre uma função coesiva no texto, pois retoma
a) contexto histórico.
b) Karl Marx.
c) conflito.
d) terreno.
e) cenário.

8. (COL. NAVAL) Em "Ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação.",
o pronome relativo exerce a mesma função sintática que o destacado em:
a) As informações diárias que nós recebemos pelos celulares podem ser falsas e mentirosas.
b) O jornalista de quem peguei as últimas informações descartou a possibilidade de fake news.
c) Todos esses são os jornalistas por quem as notícias sensacionalistas foram amplamente
analisadas.
d) O processo democrático a que somos favoráveis corre o risco de ser afetado pelos boatos.
e) Conhecemos o jornalista que defenderá o problema nas redes sociais em relação às notícias
sensacionalistas.
Português

Gabarito

1. E
A oração adjetiva explicativa destacada apresenta uma característica da tia (ser pintora) e, portanto,
estabelece uma relação semântica de caracterização.

2. D
Na primeira ocorrência, vemos o “que” como conjunção integrante, pois ele introduz a oração
subordinada objetiva direta. Já na segunda ocorrência, vemos o “que” como um pronome relativo que
retoma o termo “profissões”.

3. E
A palavra “cujos” é um pronome relativo que carrega o sentido de posse, retomando o termo “Flávia”.
Assim, “cujos dois irmãos” seriam os dois irmãos de Flávia. O trecho introduzido por esse pronome
apresenta uma explicação sobre a escolaridade dos irmãos de Flávia, e, assim, pode ser classificado
como uma oração subordinada adjetiva explicativa.

4. C
Trata-se de um pronome relativo, estabelecendo uma relação de sentido entre a definição de língua e seu
uso relacionado a ordens.

5. C
Trata-se de uma conjunção integrante, possibilitando que a Oração Subordinada Substantiva
desempenhe a função de Objeto Direto em relação à Oração Principal.

6. E
O pronome relativo “que” desempenha função de sujeito do verbo “dar”; além disso, inicia uma Oração
Subordinada Adjetiva Explicativa, marcada pelo emprego da vírgula e seu sentido generalizado.

7. A
O termo retoma “contexto histórico”, já que se refere ao fato de que é no contexto histórico que estaria
posto um conflito entre classes.

8. E
O pronome relativo apresentado no enunciado exerce a função sintática de sujeito, assim como o
pronome relativo apresentado na alternativa E.
Química

Geometria molecular, polaridade e forças intermoleculares

Teoria

Teoria da repulsão dos pares eletrônicos


Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos de Valência (TRPEV) → força de repulsão entre os pares eletrônicos
ligantes ou não do átomo central. Eles tendem a manter a maior distância possível entre si, porém as forças
de repulsão eletrônica não são suficientes para que a ligação entre os átomos seja rompida, logo podemos
observar essa distância no ângulo formado entre eles.

Tipos de nuvens eletrônicas

Uma nuvem eletrônica pode corresponder a:

Uma ligação simples: ━

Uma ligação dupla: ═

Uma ligação tripla: ≡

Um par de elétrons não ligante: ∙∙


Possibilidades de correspondência de uma nuvem eletrônica.

Número de pares Números de pares


Pares de elétrons Geometria
ligantes não ligantes
2 2 0 Linear
3 0 Trigonal plana
3
2 1 Angular
4 0 Tetraédrica

4 3 1 Piramidal

2 2 Angular

5 5 0 Bipirâmide trigonal

6 6 0 Octaédrica

ATENÇÃO!!!
Essa tabela é muito mais extensa, porém esses são os que mais aparecem.
Química

Geometria molecular
É possível determinar a geometria molecular através da análise da quantidade de elementos na fórmula
molecular e se existe par de elétrons livres ou não. Vale ressaltar que esse método é baseado na teoria de
repulsão dos pares eletrônicos. Durante as análises, vocês irão perceber que, ao retornar à tabela, a resposta
final será a mesma.

Obs.: o elemento em menor quantidade tende a ser o elemento central na estrutura do composto.

Linear
Quando a substância for formada por dois elementos ou for formada por três elementos e o átomo central
não apresentar par de elétrons livres.

Exemplo: HCl (dois elementos)

Obs.: com dois elementos sempre é linear.

CO2 (três elementos)

Olhando para a tabela, vemos que, quando temos dois pares de elétrons ligantes, a geometria é linear.

Importante!
O ângulo entre essas ligações é de 180°.

Angular
Quando a substância for formada por três elementos e o átomo central apresentar par de elétrons livres.

Exemplo: H2O (três elementos)

Olhando para a tabela, temos quatro nuvens eletrônicas, sendo duas de nuvens de elétrons ligantes e duas
de não ligantes. Logo, geometria angular.

Importante!
O ângulo entre essas ligações é de 104°30’ aproximadamente.
Química

Trigonal plana
Quando a substância for formada por quatro elementos e o átomo central não apresentar par de elétrons
livres.

Exemplo: BF3 (quatro elementos)

Olhando para a tabela, temos três nuvens eletrônicas, sendo as três nuvens eletrônicas ligantes. Logo,
geometria trigonal plana.

Importante!
O ângulo entre essas ligações é de 120° aproximadamente.

Piramidal
Quando a substância for formada por quatro elementos e o átomo central apresentar par de elétrons livres.

Exemplo: NH3 (quatro elementos)

Olhando para a tabela, temos quatro nuvens eletrônicas, sendo três nuvens eletrônicas ligantes e uma nuvem
eletrônica não ligante. Logo, geometria piramidal.

Importante!
O ângulo entre essas ligações é de 109° aproximadamente.
Química

Tetraédrica
Quando a substância for formada por cinco elementos e o átomo central não apresentar par de elétrons livres.

Exemplo: CH4 (cinco elementos)

Olhando para a tabela, temos quatro nuvens eletrônicas, sendo as quatro nuvens eletrônicas ligantes. Logo,
geometria tetraédrica.

Importante!
O ângulo entre essas ligações é de 109°28’ aproximadamente.

Bipirâmide trigonal
Quando a substância for formada por seis elementos e o átomo central não apresentar par de elétrons livres.

Exemplo: PCl5 (seis elementos)

Octaédrica
Quando a substância for formada por sete elementos e o átomo central não apresentar par de elétrons livres.

Exemplo: SF6 (sete elementos)

5 nuvens eletrônicas ligantes

4 nuvens eletrônicas ligantes


Química

Importante!
O ângulo entre as ligações na geometria octaédrica é de 90°.
Polaridade das ligações

● Ligação iônica: nas ligações iônicas, a transferência de elétrons é definitiva, formação de cátions (positivo)
e ânions (negativo). As ligações iônicas são sempre polares.

● Ligação covalente: nas ligações formadas por átomos com a mesma eletronegatividade, não há formação
de pólos, pois a diferença de eletronegatividade é igual a zero, formando ligação covalente apolar.

Exemplo: Cl2

∆en = 3,0 – 3,0 → ∆en = 0

Nas ligações formadas por átomos com diferentes eletronegatividades, há formação de polos pois essa
diferença é diferente de zero, formando ligação covalente polar.
Exemplo: HBr

∆en = 2,8 – 2,1 → ∆en = 0,7

Importante!!!
Quando houver diferença de eletronegatividade, haverá a formação de um vetor resultante apontando para o
elemento mais eletronegativo.
No caso do HBr, o vetor aponta para o Br.
Química

Esse vetor vai ser fundamental para determinarmos a polaridade das moléculas.

Polaridade das moléculas


As moléculas podem ser classificadas em moléculas polares e apolares, dependendo do vetor de momento
dipolo (𝜇⃗) da molécula ser anulado ou não.
● Molécula apolar: 𝜇⃗ = 0
● Molécula polar: 𝜇⃗ ≠ 0

Exemplo: CO2
Os vetores possuem a mesma diferença de eletronegatividade por serem entre os mesmos elementos, e
possuem a mesma direção e sentidos opostos, fazendo com que se anulem e o momento dipolo (𝜇⃗) seja igual
a zero.

IMPORTANTE!
+
O vetor sempre aponta para o elemento mais eletronegativo. Outra coisa importante, o símbolo 𝛿 indica que
aquele elemento está com uma carga aparente positiva; por ser o menos eletronegativo, os elétrons estão

mais afastados dele na ligação. E o 𝛿 indica que os elétrons estão mais próximos desse elemento na ligação,
por ele ser mais eletronegativo.

H 2O

O oxigênio da água possui dois pares de elétrons que não se ligam a nada, logo esses pares empurram as
ligações O-H para baixo, formando, assim, um ângulo entre eles. Os vetores não se anulam como na molécula
de CO2. O momento dipolo (𝜇⃗), nesse caso, é diferente de zero.

SUPER ATENÇÃO!
Moléculas apolares podem apresentar ligações polares, como é o caso do CO 2. A ligação entre o carbono e
oxigênio é polar porque tem diferença de eletronegatividade, porém a molécula é apolar, porque os dois
vetores se anulam.
Química

Forças intermoleculares
Existem três interações intermoleculares que aparecem com mais frequência nos vestibulares. São elas:

● Dipolo induzido-dipolo induzido, van der Waals ou dipolo-induzido → ocorre nas moléculas apolares.
Ex.: H2, O2, CO2.

● Dipolo permanente-dipolo permanente ou dipolo-dipolo → ocorre nas moléculas polares, desde que elas
não possuam H-FON.
Ex.: HCl, HBr, HI, H2S.

● Ligação de hidrogênio → antes, essa força era chamada de ponte de hidrogênio. As ligações de hidrogênio
são atrações intermoleculares fortíssimas que ocorrem entre moléculas polares que apresentam ligações
do hidrogênio com átomos muito eletronegativos como o flúor, oxigênio e nitrogênio.
Ex.: HF, NH3, H2O.

IMPORTANTE!
H-FON significa dizer que a molécula, além de ser polar, precisa apresentar o hidrogênio ligado diretamente
ao flúor, oxigênio ou nitrogênio. Basta ter uma dessas ligações para ser classificado como ligação de
hidrogênio.

Obs.: O aumento da força é proporcional aos pontos de fusão e ebulição dos compostos. Assunto que nós
iremos trabalhar muito mais para frente em outros assuntos. Mas já pega a dica: compostos que apresentam
uma interação intermolecular mais forte tendem a apresentar um ponto de fusão e ebulição mais elevado.

ATENÇÃO!
Ligação íon-dipolo
A interação íon-dipolo envolve um íon e uma molécula polar, de forma que as cargas que possuam caráter
atrativo se aproximam. Portanto, quanto maior a carga do íon relativamente ao dipolo, maior a intensidade da
ligação (melhor será a atração).
Química

Exercícios

1. (UFRGS, 2020) Considere a tira abaixo.

O conceito químico, associado a essa tira, pode ser interpretado como


a) substâncias apolares são menos densas que a água.
b) substâncias polares são geralmente solúveis em água.
c) substâncias polares são mais densas que substâncias apolares.
d) substâncias apolares são mais solúveis em água que polares.
e) substâncias polares e apolares são miscíveis entre si.
Química

2. (Uerj, 2018) A cromatografia é uma técnica de separação de substâncias orgânicas a partir da


polaridade das suas moléculas. Admita que um corante natural foi analisado por essa técnica e que
sua composição apresenta as seguintes substâncias:

Após a separação cromatográfica, as moléculas do corante se distribuíram em duas fases: na primeira,


identificaram-se as moléculas com grupamentos polares; na segunda, a molécula apolar.
A substância presente na segunda fase é indicada por:
a) I;
b) II;
c) III;
d) IV.

3. (UFRGS, 2018) Considerando a geometria molecular de algumas moléculas e íons, assinale a alternativa
que lista apenas as espécies com geometria trigonal plana.
a) CO2, SO2, SO3.
b) O3, NH3, NO3–.
c) NO3–, O3, CO2.
d) NH3, BF3, SO3.
e) SO3, NO3–, BF3.
Química

4. (Unifor-CE, 2020) Certa vez o famoso astrofísico norte americano Carl Sagan disse que “a beleza de
uma coisa viva não são os átomos de que ela é feita, mas o modo como esses átomos estão unidos”.
A fala filosófica do cientista é uma reflexão sobre como um conjunto de matéria inanimada pode
resultar nas características orgânicas vivas. Para além desta reflexão, os átomos unem-se uns aos
outros através de ligações químicas, formando moléculas, e estas, por sua vez, ficam sujeitas aos
campos eletromagnéticos uma das outras, atraindo-se ou repelindo-se, dependendo das características
de cada uma. O modo como os átomos se unem e como as moléculas interagem entre si, são tão
importantes que definem muitas das características físico-químicas das substâncias, como: pontos de
fusão e ebulição, dureza etc.

Sobre as ligações químicas e as interações intermoleculares, analise as afirmações a seguir:


I. Moléculas simples de átomos não metálicos, como o ozônio (O 3), são apolares e geralmente
apresentam-se no estado gasoso, em condições de T e P ambiente.
PORQUE
II. As Forças de van der Waals, de caráter fraco, estão presentes quando moléculas apolares interagem
entre si.

É correto o que se afirma em:


a) Apenas a primeira afirmativa é verdadeira.
b) Apenas a segunda afirmativa é verdadeira.
c) Ambas as afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica adequadamente a primeira.
d) Ambas as afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica adequadamente a primeira.
e) Ambas as afirmativas são falsas.

5. (Uerj, 2012) Recentemente, a IUPAC reconheceu a existência de dois novos elementos químicos, cujos
símbolos são Uuq e Uuh. Apesar de possuírem átomos instáveis, podem-se prever algumas de suas
propriedades com base na Classificação Periódica dos Elementos.
Indique o número de elétrons do átomo Uuq no estado fundamental. Em seguida, identifique o tipo de
geometria molecular da substância cuja fórmula seja UuhH2.

Dado:
Química

6. (Fuvest, 2021) Em aquários de água marinha, é comum o uso do equipamento chamado “Skimmer”,
aparato em que a água recebe uma torrente de bolhas de ar, como representado na figura, levando a
matéria orgânica até a superfície, onde pode ser removida. Essa matéria orgânica eliminada é
composta por moléculas orgânicas com parte apolar e parte polar, enquanto as bolhas formadas têm
caráter apolar. Esse aparelho, no entanto, tem rendimento muito menor em aquários de água doce
(retira menos quantidade de material orgânico por período de uso).

Considerando que todas as outras condições são mantidas, o menor rendimento desse aparato em
água doce do que em água salgada pode ser explicado porque
a) a polaridade da molécula de água na água doce é maior do que na água salgada, tornando as
partes apolares das moléculas orgânicas mais solúveis.
b) a menor concentração de sais na água doce torna as regiões apolares das moléculas orgânicas
mais solúveis do que na água salgada, prejudicando a interação com as bolhas de ar.
c) a água doce é mais polar do que água salgada por ser mais concentrada em moléculas polares
como a do açúcar, levando as partes polares das moléculas orgânicas a interagir mais com a água
doce.
d) a reatividade de matéria orgânica em água salgada é maior do que em água doce, fazendo com
que exista uma menor quantidade de material dissolvido para interação com as bolhas de ar.
e) a concentração de sais na água marinha é maior, o que torna as partes apolares das moléculas
orgânicas mais propensas a interagir com os sais dissolvidos, promovendo menor interação com
as bolhas de ar.

7. (UEM, 2018) As espécies CO2, NO2 e SO2 são gases em condições normais de temperatura e de pressão.
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação a essas três espécies químicas.
(01) Elas são espécies químicas moleculares.
(02) Elas são espécies químicas polares.
(04) Apenas uma delas possui geometria molecular linear.
(08) Pelo menos uma delas possui geometria molecular trigonal plana.
(16) Apenas uma delas possui um par de elétrons não ligantes no átomo central.
Soma: ( )
Química

8. (UPF, 2018) Muitas das propriedades físicas das substâncias moleculares, como temperatura de fusão,
temperatura de ebulição e solubilidade, podem ser interpretadas com base na polaridade das
moléculas. Essa polaridade se relaciona com a geometria molecular e com o tipo de interações
intermoleculares.
O quadro a seguir apresenta algumas substâncias e suas respectivas temperaturas de ebulição a 1
atm.

Substâncias TE (°C)

A CH4 -161,5

B HCl -85

C H2O 99,97

Com base nas informações apresentadas, analise as seguintes afirmativas:


I. quanto mais intensas forem as forças intermoleculares, maior a temperatura de ebulição de uma
substância molecular;
II. as interações intermoleculares nas moléculas são A: dipolo induzido-dipolo induzido, B: dipolo-
dipolo, C: ligação de hidrogênio;
III. A geometria molecular e a polaridade das substâncias são: A: tetraédrica e apolar, B: linear e polar,
C: linear e polar.
Está incorreto apenas o que se afirma em:
a) III;
b) I e III;
c) I e II;
d) II e III;
e) I.
Química

Gabarito

1. B
Substâncias de polaridades semelhantes tendem a se misturarem ou a se dissolverem. Por isso, o
conceito químico associado a essa tira pode ser interpretada como: substâncias polares são geralmente
solúveis em água, pois a água também é polar.

2. A
⃗⃗). Trata-se da substância I, que possui apenas
A substância presente na segunda fase é apolar (𝑅⃗⃗ = 0
átomos de carbono e hidrogênio em sua estrutura.

3. E
As espécies que apresentam geometria trigonal plana são SO3, NO3–, BF3, como representado na imagem.

4. C
Moléculas simples são formadas por um mesmo elemento. Sendo assim, não haverá diferença de
eletronegatividade. Portanto, o vetor resultante será zero e a molécula apolar. Nas moléculas apolares
nós teremos a interação intermolecular mais fraca, conhecida como dipolo induzido - dipolo induzido ou
forças de Van Der Waals. Por ser uma interação fraca, esses compostos costumam estar no estado
gasoso na temperatura ambiente.

5. Considerando que no estado fundamental Z = e-, então o átomo possui 114 elétrons.

Como o UuH está na família VI A (Grupo 16), há 6 elétrons na camada de valência para adquirir com o
hidrogênio. Ele irá compartilhar um elétron com cada átomo de hidrogênio. Restará então par de elétrons
livres no átomo central (Uuh). Sendo assim, a geometria é angular.

6. B
Como a água do mar apresenta uma maior quantidade de sais dissolvidos, sua polaridade tende a ser
mais polar que a água doce que é menos polar. Desse modo, na água doce, a região apolar das moléculas
orgânicas é mais solúvel do que na água do mar e assim, interagem menos com as bolhas de ar apolares.
Sendo assim, o arraste das moléculas orgânicas pelas bolhas de ar é diminuído.

7. 01 + 04 + 16 = 21
(01) Correta. Elas são espécies químicas moleculares, ou seja, são exemplos de moléculas.
(02) Incorreta. CO2 é apolar, NO2 e SO2 são polares.
Química

(04) Correta. Apenas a molécula de CO2 possui geometria molecular linear.

(08) Incorreta. CO2 é linear, NO2 e SO2 são angulares.

(16) Correta. Apenas o SO2 possui um par de elétrons não ligantes no átomo central.

8. A
I. Correto. Quanto mais intensas forem as forças intermoleculares, maior a temperatura de ebulição
(mudança do estado de agregação líquido para gasoso) de uma substância molecular.
II. Correto. As interações intermoleculares nas moléculas são A (CH4): dipolo induzido-dipolo induzido
(molécula apolar); B (HCl): dipolo-dipolo (molécula polar); C (H2O): ligação de hidrogênio (molécula
polar que apresenta o grupo OH).
III. Incorreto. A geometria molecular e a polaridade das substâncias são:
Redação

Estratégias argumentativas

Teoria

A dissertação está sempre atrelada à argumentação. Em primeiro lugar, dissertar significa expor ou explicar
ideias, já a argumentação tem como objetivo convencer ou pelo menos tentar influenciar o leitor ou ouvinte.
Logo, em uma dissertação-argumentativa, devemos expressar o que sabemos sobre determinado assunto,
apresentando razões e evidências para formar a opinião do leitor por meio de estratégias argumentativas no
desenvolvimento do texto. Nessa parte, a preocupação do autor deve ser a de fundamentar as ideias de
maneira clara e convincente.

Enumeração ou descrição de detalhes


São enumeradas uma série de fatos que comprovam a relevância do que está sendo defendido. Dessa forma,
você apresenta o detalhamento dessas informações.

Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.


Além da intolerância inata ao homem, há fatores externos que intensificam o problema. No cenário brasileiro,
o processo colonizador e seus legados, que perduram até hoje, são os principais agravantes desse
preconceito. Desde a chegada dos europeus no país, as religiões diferentes da oficial são discriminadas.
Logo no início da colonização, o processo de catequização dos nativos foi incentivado, o que demonstra o
desrespeito com as religiões indígenas, e, décadas depois, com o início do tráfico negreiro, houve também
perseguição às religiões afro brasileiras e a construção de uma imagem negativa acerca delas. Toda essa
mentalidade perpetuou-se no ideário coletivo brasileiro e, apesar dos avanços legais, faz com que essas
religiões sejam as mais afetadas pela intolerância atualmente.

Confronto
Esse tipo de desenvolvimento consiste em estabelecer confronto entre ideias, seres, coisas, fatos ou
fenômenos por meio do contraste (baseado nas dessemelhanças) ou paralelo (baseado nas semelhanças).

Tema: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.


Em função da implantação da Lei Seca, segundo pesquisas da UFRJ, os números de acidentes fatais no
trânsito relacionados ao alcoolismo caíram drasticamente desde o começo de 2013. Devido a essa evidência
a tese de Thomas Hobbes – “a intervenção estatal é necessária, como forma de proteger os cidadãos de
maneira eficaz” – é corroborada. Nesse caso, por meio da Lei Seca, através do exame do bafômetro e da
aplicação de multas a motoristas alcoolizados, a intervenção protegeu a população de maneira vital: salvou
milhares de vidas.
Redação

Analogia e comparação
A analogia é uma semelhança parcial que sugere uma aproximação oculta, mais completa. Já na comparação,
as semelhanças são reais e expressas em uma forma verbal própria por meio de conectivos comparativos.

Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil.


Muitos pais têm então se queixado do comportamento consumista de seus filhos, apelando para
organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Em abril de 2014, foi aprovada uma
resolução que julga abusiva essa publicidade infantil, gerando conflitos entre as empresas, organizações
publicitárias e os defensores dos direitos deste público-alvo. Entretanto, tal resolução configura um
importante passo dado pelo Brasil com relação ao marketing infantil. Alguns países cujo índice de
escolaridade é maior que o brasileiro já possuem legislação que limita os conteúdos e horários de exibição
dos comerciais destinados às crianças. Outros, como a Noruega, proíbem completamente qualquer
publicidade infantil.

Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.


A crença na subalternidade feminina é construída socialmente. A filósofa Simone de Beauvoir corrobora isso
ao afirmar que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Os dizeres de Beauvoir revelam como a
associação da figura feminina a determinados papéis não é condicionada por características biológicas, mas
por predeterminações sociais. Seguindo essa linha de pensamento, é usual, por exemplo, que mulheres que
exerçam profissões tradicionalmente associadas a homens, como a de motorista, sofram preconceito no
ambiente de trabalho e sejam violentadas psicologicamente.

Exemplificação
A exemplificação constitui uma forma de elucidar o que está sendo abordado no parágrafo.

Tema: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.


As estatísticas explicitam a queda brusca na ocorrência de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito depois
da entrada da Lei Seca em vigor. A proibição absoluta do consumo de álcool antes de se dirigir e a existência
de diversos pontos de fiscalização espalhados pelo país tornaram menores as tentativas de burlar o sistema.
Dessa forma, em vez de fugirem dos bafômetros e dos policiais, os motoristas deixam de beber e, com isso,
mantêm-se aptos a dirigir sem que transgridam a lei.

Razões e consequências
O desenvolvimento do parágrafo por apresentação de razões e consequências acontece quando se busca
justificar uma declaração ou opinião pessoal a respeito de atos ou atitudes do homem.

Tema: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.


Ademais, uma questão muito subjetiva é tratada e trabalhada pela nova legislação: a empatia. É muito
presente, ao longo da história das civilizações, a ocorrência de casos nos quais alguns decretos e leis
contribuíram na construção de uma sociedade mais ética e virtuosa. Em decorrência disso, a implantação e
a propaganda da Lei Seca, ao estimularem o motorista a não beber antes de dirigir, podem também levá-lo a
pesar as consequências de seus atos: desrespeitar a lei, nessa situação, pode custar a vida de outrem. Assim,
Redação

acidentes advindos do alcoolismo no trânsito poderão ser evitados, não só pelo medo da punição, mas
também pela via da consciência ética.

Causa e efeito
O desenvolvimento por meio da relação de causa e efeito ocorre quando se procura explicar fatos ou
fenômenos.

Tema: Publicidade em questão no Brasil.


A necessidade de criação de uma lei só existe quando um conceito de ética que já deveria ser parte do senso
comum é ausente. Dessa forma, nota-se que a criação de leis que proíbem ou normatizam a publicidade
infantil nos países considerados desenvolvidos revela que esse setor da mídia não age de maneira ética. Isso
se deve ao fato de que, com o advento do neoliberalismo, houve a necessidade de difusão do consumismo, e
a publicidade, como a principal forma de imposição desse ideal, passou a explorar a ingenuidade do
imaginário infantil para adaptar as crianças a esse formato, incentivando sempre o desejo.

Explanação de ideias em cadeia


Após a apresentação do tópico frasal, o autor divide a ampliação do seu parágrafo em duas ou mais partes,
discutindo, em seguida, cada uma delas. Isso pode acontecer tanto em um mesmo parágrafo quanto em
parágrafos diferentes.

Tema: A intolerância religiosa em discussão no Brasil.


Diante do caos instaurado pela intolerância religiosa, foi preciso criar meios para combater e criminalizar
essas ações de desrespeito. Fez-se necessária a criação de uma lei que busca proteger cultos religiosos de
matriz africana, os quais são mais discriminados no Brasil. Além disso, estipulou-se o dia 21 de janeiro como
o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”, como forma de conscientização da população, pois
todas as pessoas e suas respectivas religiões merecem proteção e respeito. Segundo o poeta francês Victor
Hugo, “a tolerância é a melhor das religiões”, e, por isso, em um país tão cheio de diversidades, não cabe julgar,
discriminar ou hostilizar a fé alheia.

Note que os parágrafos apresentam tópico frasal, ou seja, síntese da ideia a ser desenvolvida na ampliação;
e, logo após as estratégias argumentativas apresentadas, há a conclusão do parágrafo. Lembre-se sempre
de que até mesmo o desenvolvimento deve ter a organização das ideias em sequência de começo, meio e
fim.
Redação

Exercícios

1. A(s) questão(ões) a seguir está(ão) relacionada(s) ao texto abaixo.


Nada mais importante para chamar a atenção sobre 1uma verdade do que exagerá-la. 2Mas
também, nada mais perigoso, _________ um dia vem 3a 4reação indispensável e 5a relega injustamente
para a categoria do erro, até que se efetue a operação difícil de 6chegar a um ponto de vista objetivo,
sem desfigurá-7la de um lado nem de outro. 8É o que tem ocorrido com o estudo da relação entre a obra
e o seu condicionamento social, que a certa altura chegou a ser vista como 9chave para compreendê-
la, depois foi 10rebaixada como falha de visão, — e talvez só agora comece a ser proposta nos devidos
termos.
11
De fato, antes se procurava mostrar que o valor e o significado de uma obra dependiam de
12
ela exprimir ou não certo aspecto da realidade, e que este aspecto constituía o que ela tinha de
essencial. Depois, chegou-se à posição oposta, procurando-se mostrar que a matéria de uma obra é
secundária, e que a sua importância deriva das operações formais postas em jogo, conferindo-lhe uma
peculiaridade que a torna de fato independente de 13quaisquer condicionamentos, sobretudo social,
considerado inoperante como elemento de compreensão. 14Hoje sabemos que a integridade da obra
não permite adotar 15nenhuma dessas visões _________; e que só a podemos entender fundindo texto e
contexto numa interpretação 16dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que
17
explicava pelos fatores 18externos, quanto o outro, norteado pela 19convicção de que a estrutura é
virtualmente independente, se combinam como momentos 20necessários do processo interpretativo.
Sabemos, ainda, que o 21externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como significado,
mas como elemento que desempenha certo papel na constituição da estrutura, tornando-22se,
23
portanto, interno.
Neste caso, saímos dos aspectos periféricos da sociologia, ou da história sociologicamente
orientada, para chegar a uma interpretação estética que assimilou a dimensão social como fator de
arte. Quando isto se dá, ocorre o 24paradoxo assinalado inicialmente: o externo se torna interno e a
crítica deixa de ser sociológica, para ser apenas crítica. Segundo esta ordem de ideias, o ângulo
sociológico adquire uma validade maior do que tinha. Em __________, não pode mais ser imposto como
critério único, ou mesmo preferencial, 25pois a importância de cada fator depende do caso a ser
analisado. Uma crítica que se queira integral deve 26deixar de ser unilateralmente sociológica,
psicológica ou 27linguística, para utilizar livremente os elementos capazes de conduzirem a uma
interpretação coerente.
Adaptado de: CANDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.

(Ufrgs 2018) Assinale a afirmação que está de acordo com a argumentação defendida pelo autor no
texto.
a) O autor defende um ponto de vista objetivo de análise que trate da relação entre a obra e o
condicionamento social, por meio de intepretação exacerbada da realidade, concebida como
verdade, para chamar a atenção do leitor.
b) O autor defende que o valor e o significado de uma obra são dependentes de sua relação com a
realidade e que este aspecto constitui o essencial da análise literária, por agregar uma história
sociologicamente orientada, com a valorização dos aspectos externos à obra.
c) O autor defende uma análise unicamente sociológica da obra para que se configure uma
interpretação assimilada à realidade, que conceda uma validade maior ao ângulo sociológico e se
chegue à verdade no processo interpretativo.
d) O autor defende uma interpretação coerente e estética, que considere o aspecto externo (social)
como interno e como fator de arte agregado a outros elementos, com a consideração da
importância de dado fator como dependente de cada obra em análise.
e) O autor defende que, para se chegar a uma interpretação coerente que valorize o texto e o contexto
externo, deve-se atribuir o mesmo grau de importância aos fatores externos (sociais) e internos
(psicológicos ou linguísticos).
Redação

2. O filósofo e romancista Umberto Eco concedeu uma entrevista ao Jornal El País em março de 2015,
pouco menos de um ano antes de sua morte. Na ocasião, o escritor falou sobre o conteúdo de seu
último romance, Número Zero, uma ficção sobre o jornalismo inspirada na realidade e sobre as relações
da temática da obra com a atualidade: o papel da imprensa, a Internet e a sociedade.

Pergunta: Agora a realidade e a fantasia têm um terceiro aliado, a Internet, que mudou por completo
o jornalismo.
Resposta: A Internet pode ter tomado o lugar do mau jornalismo... Se 1você sabe que está lendo um
jornal como EL PAÍS, La Repubblica, Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe um certo controle da
notícia e confia. 2Por outro lado, se 3você lê um jornal como aqueles vespertinos ingleses,
sensacionalistas, não confia. Com a Internet acontece o contrário4: confia em tudo porque não sabe
diferenciar a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no sucesso que faz na Internet qualquer
página web que fale de complôs 5ou que 6invente histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível,
de internautas e de pessoas importantes que as levam a sério.

Pergunta: Atualmente é difícil pensar no mundo do jornalismo que era protagonizado, aqui na Itália,
por pessoas como Piero Ottone e Indro Montanelli…
Resposta: Mas a crise do jornalismo no mundo começou nos anos 1950 e 1960, bem quando chegou
a televisão, antes que eles 7desaparecessem! Até então o jornal 8te contava o que acontecia na tarde
anterior, por isso muitos eram chamados jornais da tarde: Corriere della Sera, Le Soir, La Tarde, Evening
Standard… Desde a invenção da televisão9, o jornal te diz pela manhã o que você já sabe. E agora é a
mesma coisa. O que um jornal deve fazer?

Pergunta: Diga o senhor.


Resposta: Tem que se transformar em um semanário. Porque um semanário tem tempo, são sete 10dias
para construir 11suas reportagens. Se você lê a Time ou a Newsweek vê que várias pessoas
12
contribuíram para uma história concreta, que trabalharam nela semanas ou meses, enquanto que em
um jornal tudo é feito da noite para o dia. Um jornal que em 1944 tinha quatro páginas hoje tem 64,
então tem que preencher obsessivamente com notícias repetidas, cai na fofoca, não consegue evitar...
A crise do jornalismo, 13então, começou há quase cinquenta anos e é um problema muito grave e
importante.

Pergunta: Por que é tão grave?


Resposta: Porque é verdade que, como dizia Hegel, a leitura dos 14jornais é a oração matinal do homem
moderno. E 15eu não consigo tomar meu café da manhã se não folheio o jornal; mas é um ritual quase
afetivo e religioso, porque folheio olhando os títulos, e por 16eles me dou conta de que quase tudo já
sabia na noite anterior. 17No máximo, leio um editorial ou um artigo de opinião. Essa é a crise do
jornalismo contemporâneo. E disso não sai!

Pergunta: Acredita de verdade que não?


Resposta: O jornalismo poderia ter outra função. Estou pensando em alguém que faça uma crítica
cotidiana da Internet, e é algo que acontece pouquíssimo. Um jornalismo que me diga: 18“Olha o que
tem na Internet, olha que coisas falsas estão dizendo, reaja a isso, eu te mostro”. E isso pode ser feito
tranquilamente. 19No entanto, ainda 20pensam que o jornal é feito para que seja lido por alguns velhos
senhores 21– já que os jovens não 22leem – que ainda não usam a Internet. Teria que se fazer um jornal
que não se torne apenas a crítica da realidade cotidiana, mas também a crítica da realidade virtual.
Esse é um futuro possível para um bom jornalismo.
(EL PAÍS. Caderno cultura. 30 de março de 2015. Disponível em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/26/cultura/1427393303_512601.html. Acesso em 10 abr. 2016)
Redação

(Upf 2016) Uma das formas de estabelecer a coesão no texto é recorrer ao uso de encadeadores
argumentativos. Assinale a alternativa que indica corretamente a relação entre o encadeador e o
efeito de sentido produzido.
a) “No máximo” (ref. 17) – acrescenta um argumento mais forte do que o anterior.
b) “Por outro lado” (ref. 2) – introduz uma explicação ao que foi dito no enunciado anterior.
c) “Então” (ref. 13) – especifica o que foi dito anteriormente.
d) “Ou” (ref. 5) – indica uma relação de disjunção argumentativa.
e) “No entanto” (ref. 19) – marca uma relação de conclusão.

3. (Ufpr 2013) Leia a tira abaixo.

Sobre a argumentação de Calvin, considere as seguintes afirmativas:


1. Ao se dirigir à professora, Calvin faz uma simulação do discurso jurídico, tanto no vocabulário
quanto na organização dos argumentos.
2. A argumentação de Calvin está fundada na premissa de que a ignorância é uma condição
necessária para a felicidade.
3. Calvin questiona a eficiência da professora quando diz que sua aula é uma tentativa deliberada de
privá-lo da felicidade.
4. Ao gritar “Ditadura!” no último quadrinho, Calvin protesta contra o desrespeito à Constituição, que
lhe garante o direito inalienável à felicidade.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Redação

4. Recordações do escrivão Isaías Caminha


Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo
em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. 1São em geral de
uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, 9só capazes de colher fatos
detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das
minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível
a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos
e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais
amo. (...) 5Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o
segredo de fazer. 6Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para
animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus
concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade
quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados.
Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.

7
Entretanto, quantas dores, quantas angústias! 2Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de
qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, 10repletos de
orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar
neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o
doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das
minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me
demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:

3
– Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!

De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino;
se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não
é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que 11me dispo em frente
de desconhecidos, como uma mulher pública... 12Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra,
que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-
la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-
me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da
mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública,
anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. 13Que ela tenha a sorte
que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil
que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.

(...) 8Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei
não o sei narrar. 4Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e,
sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.
LIMA BARRETO. Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.

(Uerj 2013) Só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, (ref. 9)
Esse trecho se refere à utilização do seguinte método de argumentação:
a) indutivo
b) dedutivo
c) dialético
d) silogístico
Redação

5. Ciência e Hollywood
5
Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de um só
filme que tenha retratado isso direito. 6Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram
muito sucesso. 10Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é
necessário um meio material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na
ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. 7Para um
produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse
é tornar o filme emocionante, e explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande
espaçonave explodindo torna a cena bem sem graça.

11
Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O
sucesso do filme O dia depois de amanhã (The day after tomorrow), faturando mais de meio bilhão de
dólares, e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana, em vez de décadas ou, melhor
ainda, centenas de anos, 9levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as
distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a
ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão.

15
Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à
ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absolutamente
necessário. 1Existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico.
12
Óbvio, 2documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população, mas
filmes não têm necessariamente um compromisso pedagógico. 13As pessoas não vão ao cinema para
serem educadas, ao menos como via de regra.

Claro, 3filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam
as emoções através da ficção. 14Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal.
Fantasmas não existem, mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar que, no caso de filmes que
versam sobre temas científicos, 4as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível. Isso pode
ser verdade, mas elas não deveriam basear suas conclusões no que diz o filme. No mínimo, o cinema
pode servir como mecanismo de alerta para questões científicas importantes: o aquecimento global, a
inteligência artificial, a engenharia genética, as guerras nucleares, os riscos espaciais como cometas
ou asteroides etc. 8Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. 16A arte distorce para persuadir.
E o cinema moderno, com efeitos especiais absolutamente espetaculares, distorce com enorme
facilidade e poder de persuasão.

O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norte-americanas, é usar
filmes nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é cientificamente correto e o que é
absurdo. Ou seja, usar o cinema como ferramenta pedagógica. 17Os alunos certamente prestarão muita
atenção, muito mais do que em uma aula convencional. Com isso, será possível educar a população
para que, no futuro, um número cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário.
MARCELO GLEISER. Adaptado de www1.folha.uol.com.br.

(Uerj 2013) Na construção argumentativa, uma estratégia comum é aquela em que se reconhecem
dados ou fatos contrários ao ponto de vista defendido, para, em seguida, negá-los ou reduzir sua
importância. O fragmento do texto que exemplifica essa estratégia é:
a) Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. (ref. 5)
b) Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso. (ref. 6)
c) Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. (ref. 7)
d) Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. (ref. 8)
Redação

6. Leia o texto “Zé Linguiça”, de J. R. Guzzo, para responder a questão.


Zé Linguiça
Pode até não ser uma verdade comprovada pela história, mas ninguém discute que se trata de uma
belíssima ideia. 2Na Roma antiga, quando um grande general voltava de uma campanha vitoriosa no
estrangeiro, fazia-se uma fabulosa procissão triunfal pelas ruas da cidade, o “triunfo”, para exibir diante
do mundo a glória do comandante vencedor, e homenagear a grandeza que ele trazia à pátria. Era a
honra máxima que um cidadão romano podia obter, e dava um trabalho danado chegar lá. 3Ele tinha de
ter matado em combate pelo menos 5000 soldados inimigos. Tinha de mostrar, presos, os chefes
derrotados. Tinha de ter enfrentado um exército pelo menos equivalente ao seu. Tinha, sobretudo, de
trazer sua tropa de volta para casa. O problema, nisso tudo, é que os romanos da Antiguidade eram
gente que tinha em altíssima conta a modéstia pessoal – e, em consequência, fechava a cara para
qualquer demonstração de soberba. O que fazer, então, na hora em que o general vitorioso desfilava
perante a multidão como se fosse um rei? 4É aí que aparece a ideia mencionada acima. Logo atrás do
“triunfador”, 7no mesmo carro puxado por quatro cavalos que ele conduzia, ficava um escravo que, de
tanto em tanto tempo, lhe dizia baixinho ao ouvido: “Memento mori”. Ou: “Lembre-se de que você vai
morrer um dia”. Nada melhor, provavelmente, para baixar o facho de qualquer alta autoridade que
começa a se achar.

Esse procedimento poderia ser o tipo da coisa útil no governo brasileiro de hoje. Seria uma beleza, por
exemplo, se o chanceler Antonio Patriota, ao desfilar pelo planeta com a sua bela pasta de couro,
distribuindo em nome da presidente Dilma Rousseff as advertências do Brasil para os grandes, médios
e pequenos deste mundo, tivesse algum recurso parecido – naturalmente, com as adaptações
necessárias às nossas realidades atuais. 8Um oficial de chancelaria, digamos, andaria sempre atrás
dele; só que, em vez do severo aviso romano, ficaria repetindo ao seu ouvido: “Lembre-se do Zé
Linguiça”. Deveria ser o suficiente para o dr. Patriota cair bem depressa na real. Ele se lembraria
imediatamente de que vem do país do Zé Linguiça – e ninguém, nem a presidente Dilma, consegue
transformar em potência mundial um país que chega a ter no centro do maior espetáculo jurídico da
sua história, mesmo por um momento fugaz, um cidadão chamado Zé Linguiça. Quem acompanha o
julgamento do mensalão pode estar lembrado desse Zé Linguiça – o elo perdido entre um dos réus e a
mala preta do professor Delúbio Soares, o tesoureiro do PT. 1Mas falar dele justo nesta hora, na
suprema corte da nossa terra, em seus dias de solenidade máxima? 9Bem no momento em que cada
ministro quer ser, no mínimo, um Cícero, e outros são capazes de escrever mais de 1000 páginas para
dizer se um cidadão é culpado ou inocente? Pois é – aí vem o Zé Linguiça, e com um personagem
desses não há pose que resista. Some, na hora, o Brasil Grande. Aparece o Brasil de verdade.

10
Falou-se do ministro Patriota, mas o aviso ao pé do ouvido vale para qualquer grão-duque do poder
público brasileiro, e para a própria presidente da República, quando começam a imaginar que são o rei
Luís XV de França. Quanto à mensagem dos lembretes, então, há uma infinidade de coisas a dizer além
do Zé Linguiça. 12A voz poderia lhes recordar, por exemplo: “Todo ano há 50000 homicídios no Brasil”.
Em três anos, com 150000 cadáveres, é o equivalente a uma bomba de Hiroshima. Ou: “O ensino médio
brasileiro, pelos dados oficiais de 2011, tem nota 3,7, numa escala que vai de 0 a 10”. 5Seria possível
lembrar que as dez entradas de São Paulo, a cidade mais rica e possante do Brasil, formam uma das
mais pavorosas sucessões de favelas de todo o mundo; nosso desenvolvimento, em qualquer lugar do
país, tem o dom de atrair miséria. 13Também seria útil que nossas autoridades, em seus acessos de
grandeza, lembrassem que a população brasileira está proibida de frequentar áreas inteiras das
grandes cidades, tomadas por bandidos, vadios e predadores diversos, como se vivesse sob o toque
de recolher imposto por um exército de ocupação. Como essa gente que está no governo pode dormir
em paz num país assim?

11
Esse pesadelo não foi criado pelo governo da presidente Dilma, nem será resolvido por ela. Mas então,
como o rei da Espanha recomendou tempos atrás ao coronel Hugo Chávez, por que não se calam? 6Por
que se metem na vida do Paraguai ou dão palpites na economia da Europa? Por uma questão de
decência comum, e em nome do senso de ridículo, todos deveriam fazer, já, um voto de silêncio.
Revista Veja, 29 de agosto de 2012.
Redação

(Ufpa 2013) Na abordagem do tema de que trata o texto, o autor recorre à exemplificação como
estratégia argumentativa em
a) “Na Roma antiga, quando um grande general voltava de uma campanha vitoriosa no estrangeiro,
fazia-se uma fabulosa procissão triunfal pelas ruas da cidade, o ‘triunfo’, para exibir diante do
mundo a glória do comandante vencedor, e homenagear a grandeza que ele trazia à pátria”. (ref. 2)
b) “Ele tinha de ter matado em combate pelo menos 5000 soldados inimigos. Tinha de mostrar,
presos, os chefes derrotados. Tinha de ter enfrentado um exército pelo menos equivalente ao seu.
Tinha, sobretudo, de trazer sua tropa de volta para casa”. (ref. 3)
c) “É aí que aparece a ideia mencionada acima. Logo atrás do ‘triunfador’, no mesmo carro puxado
por quatro cavalos que ele conduzia, ficava um escravo que, de tanto em tanto tempo, lhe dizia
baixinho ao ouvido: ‘Memento mori’”. (ref. 4)
d) “Seria possível lembrar que as dez entradas de São Paulo, a cidade mais rica e possante do Brasil,
formam uma das mais pavorosas sucessões de favelas de todo o mundo; nosso desenvolvimento,
em qualquer lugar do país, tem o dom de atrair miséria”. (ref. 5)
e) “Por que se metem na vida do Paraguai ou dão palpites na economia da Europa? Por uma questão
de decência comum, e em nome do senso de ridículo, todos deveriam fazer, já, um voto de silêncio”.
(ref. 6)

7. (Enem 2012) Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem
quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando
poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas
acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes
separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas
antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar
que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de
separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado
com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem
interessar ao leitor médio.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos
leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua
argumentação, o autor do texto
a) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
b) discute problemas conjugais que conduzem à separação.
c) aborda a importância dos advogados em processos de separação.
d) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.
e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.
Redação

8. Identifique as estratégias argumentativas utilizadas em cada redação exemplar a seguir.

a) Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet (Enem, 2018).
Cabe destacar, também, que os códigos são encontrados em aplicativos para criar um perfil de
preferência dos usuários. A plataforma digital de vídeos, Netflix, recomenda frequentemente séries
e filmes baseados nas últimas visualizações de cada espectador. Assim, pode-se perceber que o
usuário é totalmente influenciado pelo que o programa acredita ser a melhor escolha de acordo com
os dados recolhidos. Isso pode ser explicado segundo as ideias do sociólogo Zygmunt Bauman de
que as relações e ações humanas se tornaram efêmeras.

b) Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (Enem, 2016).


Antes de tudo, é crucial observar como o contexto de discriminação vivido hoje começou a tomar
forma. Já na chegada dos portugueses, no século XVI, a imposição do catolicismo sobre as
diferentes crenças dos nativos comprova que o problema não é de hoje. No período de colonização,
o sentimento também fazia parte da relação entre os senhores e escravizados: a música “Sinhá”, de
Chico Buarque, por exemplo, conta a história de um negro que, acusado de ter visto sua senhora
tomando banho no rio, implora pela sua vida em iorubá, mas ora por Jesus, confirmando a imposição
de um modelo religioso que, no Brasil, domina a população há muitos anos.

c) Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet (Enem, 2018).
Em primeiro lugar, cabe destacar o papel do algoritmo na rede. O intuito dessa codificação era trazer
ao usuário um direcionamento mais assertivo às suas buscas. Entretanto, originou-se o conceito
das “bolhas sociais” em que o internauta se exclui em uma realidade sem ter acesso a outros tipos
de informações. Exemplo disso foi o que aconteceu nas últimas eleições presidenciais dos Estados
Unidos em que “fake news” foram disseminadas em mídias sociais contra a candidata Hilary Clinton
e quem as recebia e as compartilhava permanecia nesse círculo de notícias.

d) Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (Enem, 2016).


Além disso, cabe apontar o que já tem sido feito com relação ao problema. Além da Constituição de
1988, que consagra a liberdade religiosa e de culto como direitos fundamentais, 20 anos depois,
umbandistas e candomblecistas criaram a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, no Rio
de Janeiro, que reúne representantes de todas as manifestações e busca formular medidas, a nível
nacional, que impeçam o crime. Com a participação da Polícia Civil, o sistema de registro de
ocorrências carioca foi atualizado, prevendo pena, também, para os atos relacionados ao assunto,
por meio da Lei Caó. Isso comprova a existência de medidas que buscam resolver o problema, mas
mostra, também, pela necessidade de novas propostas, que a questão se arrasta até hoje no país.
Redação

Gabaritos

1. D
O autor menciona atitudes diferentes da crítica literária ao longo do tempo, para expor em seguida seu
posicionamento: a análise se faz tanto com o elemento externo (o aspecto da realidade) à narrativa
quanto ao interno (a estrutura).

2. A
O próprio significado da expressão, salientando o ápice de algum assunto, indica que o argumento a
seguir é mais forte que seu antecedente.

3. D
Ao contrário do que se afirma no item 3, Calvin não questiona a eficiência da professora, apenas se
revolta contra uma postura enérgica em retê-lo dentro da sala de aula, mesmo contra sua vontade. Assim,
é correta a opção [D].

4. A
Dedução é a conclusão inferida após a análise dos fatos, a dialética interpreta os processos antitéticos
que tendem a se resolver numa solução-síntese, e o silogismo é o raciocínio que parte de duas
proposições para delas deduzir uma terceira. Assim, o método de argumentação que parte de fatos ou
dados particulares para elaborar princípios gerais ou inferir uma conclusão é o indutivo, método
implicitamente referido em “só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar”.

5. B
Marcelo Gleiser afirma, em primeiro lugar, que não existem filmes que retratem as explosões no espaço
de forma verossímil, pois há sempre ruídos a acompanhar os efeitos visuais. Posteriormente, admite que
possa ter havido até alguns, justificando que não lhe ficaram na memória por não terem obtido grande
sucesso.

6. D
O texto dissertativo opinativo desenvolve-se numa sequência, com introdução, desenvolvimento e
conclusão. Na primeira parte, narra um provável episódio da Roma antiga em que estão inseridas as
alternativas [A], [B] e [C]. Ao concluir o texto, o autor resume a opinião justificada no desenvolvimento, ou
seja, de que o Brasil se considera superior ao que atesta a realidade socioeconômica do país, transcrita
na alternativa [E]. Assim, apenas [D] apresenta um exemplo que justifica a tese defendida: “Seria possível
lembrar que as dez entradas de São Paulo, a cidade mais rica e possante do Brasil, formam uma das
mais pavorosas sucessões de favelas de todo o mundo; nosso desenvolvimento, em qualquer lugar do
país, tem o dom de atrair miséria”.

7. E
O autor da carta considera que o artigo publicado não atende aos interesses dos leitores da revista por
abordar a temática da separação conjugal em altas rodas sociais. Através de sucessivas interrogações,
sugere outras abordagens mais proveitosas às reais necessidades do público leitor, como se afirma em
[E].

8.
a) Analogia.
b) Confronto (por meio do paralelo).
c) Explanação de ideias em cadeia.
d) Enumeração.
Redação

OSPB: papel do sistema Judiciário

Teoria
O poder judiciário é um dos três poderes do Estado e atribui-se a ele função judiciária – a administração da
Justiça na sociedade, por meio do cumprimento de normas e leis. Esse setor possui a finalidade de defender
os direitos de pessoa física, jurídica, animal ou ambiental, promovendo a justiça e resolvendo os conflitos que
possam surgir na sociedade, através de métodos como investigação, apuração, julgamento e punição.
No entanto, este poder não está unicamente centralizado nas mãos do Judiciário. A Constituição Federal
brasileira garante meios alternativos, os quais todos os cidadãos podem recorrer, como: Ministério Público,
Defensoria Pública e advogados particulares (devidamente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil –
OAB).

A separação dos poderes


Em 1748, o político e filósofo francês Montesquieu, em seu livro “O Espírito das Leis” apresentou a teoria da
separação dos poderes. Essa teoria foi concebida com o objetivo de assegurar a liberdade dos indivíduos e
efetivar um regime democrático. Nesse sentido, Montesquieu propõe a separação em três poderes: Legislativo,
Executivo e Judiciário. Por esse motivo, é possível chamar esta divisão de “tripartição dos poderes”.

Subdivisão do poder Judiciário


Em grande parte dos regimes democráticos contemporâneos, o Poder Judiciário é subdivido em órgãos que
atuam em áreas específicas. No Brasil, por exemplo, ele é dividido em: Supremo Tribunal Federal; Superior
Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais Federais; Tribunais do Trabalho; Tribunais Eleitorais e Tribunais
Militares.

Estes órgãos são responsáveis em tratar de diferentes situações ou questões, que podem ser classificados
em:

● Civis: conflitos entre pessoas físicas (todo cidadão) e pessoas jurídicas (empresas, instituições e etc).
● Penais: relacionados com os mais variados tipos de crimes (homicídios, sequestros, roubos e etc).
● Eleitorais: relacionado com campanhas eleitorais e às eleições.
● Trabalhistas: conflitos entre empregados e patrões no âmbito do trabalho.
● Federais: casos relacionados diretamente ou que diz respeito a administração e organização política do
país.
● Militares: que envolvem as Forças Armadas - Aeronáutica, Marinha e Exército.
● Superior Tribunal de Justiça: O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é responsável pela execução da justiça
em todo o território nacional. Funciona em parceria com o Conselho da Justiça Federal, com a missão
de supervisionar toda a justiça do país.
● Tribunal Superior Eleitoral: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve assegurar e organizar as eleições
para cargos políticos públicos e o exercício dos direitos políticos da população, baseando-se na
legislação eleitoral e em parceria com os Tribunais Regionais Eleitorais.
Redação

Exercícios de vestibulares
1. Cerca de 13 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil, segundo pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. O número representa, aproximadamente, 12,4% da população. Com
um cenário pessimista para os empregos formais, as pessoas buscam alternativas de trabalho, seja para
garantir alguma forma de sustento ou complementar a renda. Com esse contexto, e a necessidade das
pessoas de ganharem dinheiro para sobreviver, surgiu o que ficou conhecido como a uberização do
trabalho. Esse modelo prevê um estilo mais informal, flexível e por demanda.
Disponível em: https://www.napratica.org.br/o-que-e-a-uberizacao-do-trabalho/

A partir da definição do conceito da “uberização” do trabalho, indique em que medida o Poder Judiciário
é importante para reconhecer os direitos desses trabalhadores.

2. Leia:

Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/por-unanimidade-stf-declara-constitucionais-leis-que-


impedem-o-exercicio-da-advocacia-por-servidores-do-mpu-e-do-judiciario/

Em junho de 2021, o STF proibiu o exercício da advocacia por membros do judiciário e Ministério Público.
Comente acerca deste fato e indique se essa decisão está relacionada aos princípios éticos da profissão.

3. Deputados recorrem ao STF contra fundo eleitoral de R$ 5,7 bi

Sete parlamentares acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 16/07, pedindo à
Corte que anule as votações da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, concluídas no Congresso
nesta quinta, 15, com a inclusão de um aumento de quase 4 bilhões de reais ao fundo eleitoral para
financiamento de campanhas eleitorais – de 2 bilhões de reais no pleito de 2020, o montante passou
para 5,7 bilhões nas eleições do ano que vem. Eles pretendem que qualquer aumento no fundo seja
vetado até que a pandemia seja superada.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/maquiavel/deputados-recorrem-ao-stf-contra-fundo-de-r-57-bi/

Indique a importância do Poder Judiciário em atuar contra o aumento do fundo eleitoral em um momento
de pandemia.
Redação

4. (Uerj) “Democracia: governo no qual o povo toma as decisões importantes a respeito das políticas
públicas, não de forma ocasional ou circunstancial, mas segundo princípios permanentes de legalidade.”
(Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.)

O conceito de democracia apresentado acima se relaciona diretamente com a prática de:


a) unidade sindical
b) socialização da riqueza
c) estabilidade constitucional
d) autodeterminação das minorias

5. (CNDL) Indique a importância da autonomia dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário).
Justifique sua resposta.

6. (Pitágoras) Analise a imagem a seguir:

a) A charge mostra que com o passar dos tempos os meios de comunicação de massa tornaram-se o
poder com mais força para influenciar os indivíduos.
b) mostra a cumplicidade entre os poderes estabelecidos na sociedade, que pode facilitar no momento
de se prover benefícios aos cidadãos.
c) demonstra a desinformação do cidadão comum, que é incapaz de reconhecer as instâncias de
poder da sociedade moderna.
d) retrata a divergência entre os poderes estabelecidos na sociedade moderna, que proporciona
muitos conflitos e desconfiança aos cidadãos.
e) relata que os poderes da sociedade democrática são distribuídos de forma hierárquica,
identificando quem terá maior poder de decisão.
Redação

7. A atuação do Judiciário deve ser avaliada mais por seu aspecto geral, pois sua missão-mor transcende
os processos vistos isoladamente. Sua tarefa é produzir uma ordem estável que paire sobre a sociedade.
Independentemente da matéria-prima que tenha em mãos, o Judiciário deve produzir uma ordem que
permita à sociedade, com suas diferenças e paradoxos, viver e se desenvolver de modo seguro. Por esse
prisma, decisões questionáveis quando vistas isoladamente se justificam quando olhadas
sistemicamente, pois foram proferidas tendo em vista a importância que trariam para a construção da
ordem.
VILELA, H. O. T. O ativismo judicial e o jogo dos três poderes. Valor Econômico. 14 jun. 2011 (adaptado).

Considerando que a sociedade é uma estrutura complexa, com interesses contraditórios, segundo o
texto, as decisões do Poder Judiciário
a) são inquestionáveis.
b) devem ser infalíveis e imparciais.
c) interferem na organização da sociedade.
d) eliminam as contradições e as diferenças.
e) constroem a ponte entre os demais poderes.

8. Um Estado é uma multidão de seres humanos submetida a leis de direito. Todo Estado encerra três
poderes dentro de si, isto é, a vontade unida em geral consiste de três pessoas: o poder soberano
(soberania) na pessoa do legislador; o poder executivo na pessoa do governante (em consonância com
a lei) e o poder judiciário (para outorgar a cada um o que é seu de acordo com a lei) na pessoa do juiz.
KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: EDIPRO, 2003.

De acordo com o texto, em um Estado de direito:


a) a vontade do governante deve ser obedecida, pois é ele que tem o verdadeiro poder.
b) a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela é a representação da vontade geral.
c) o Poder Judiciário, na pessoa do juiz, é soberano, pois é ele que outorga a cada um o que é seu.
d) o Poder Executivo deve submeter-se ao Judiciário, pois depende dele para validar suas
determinações.
e) o Poder Legislativo deve submeter-se ao Executivo, na pessoa do governante, pois ele que é
soberano.
Redação

Gabaritos
1. A proteção social dos trabalhadores uberizados é um dos temas mais debatidos no mundo do trabalho.
Grande parte das discussões ocorre em torno da adequação das leis existentes ou da necessidade de criar
novas categorias para regular esse trabalho, uma vez que é um novo formato de modelo trabalhista.
Leia mais em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/como-a-justica-vem-reconhecendo-os-direitos-dos-trabalhadores-
uberizados/

2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a constitucionalidade de regras que vedam o
exercício da advocacia por servidores do Ministério Público da União e do Judiciário. A eventual
intervenção dos poderes públicos na liberdade de exercício de atividade, ofício ou profissão, na avaliação
da relatora, deve sempre manter correspondência com o objetivo de proteger a coletividade contra
possíveis riscos e com a promoção de valores constitucionais, como a moralidade, a eficiência, a
igualdade e a segurança pública. Nesse sentido, é importante distanciar os membros do judiciário e do
Ministério Público em processos para evitar o privilégio de algumas informações nos casos, agindo,
portanto, de acordo com a ética profissional.
Leia mais em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/por-unanimidade-stf-declara-constitucionais-leis-que-
impedem-o-exercicio-da-advocacia-por-servidores-do-mpu-e-do-judiciario/

3. Os sete autores do mandado de segurança citam o “cenário de escassez” em meio à crise sanitária do
coronavírus e dizem que a “má alocação de recursos públicos” prejudica os direitos e garantias
fundamentais da população. Nesse sentido, o poder Judiciário tem o papel de defender os direitos de
pessoa física, jurídica, animal ou ambiental, promovendo a justiça e resolvendo os conflitos que possam
surgir na sociedade, através de métodos como investigação, apuração, julgamento e punição.

4. C
Apenas em um Estado onde há estabilidade Constitucional é possível haver democracia. É a segurança
das leis que permite que os cidadãos tenham seus direitos assegurados, mesmo que suas escolhas não
agradem os governantes, isso é o que chamamos de Estado de direito, a sadia convivência do povo e do
governo mediada pela lei.

5. A existência de três poderes e a ideia de que haja um equilíbrio e uma descentralização entre eles, de modo
que cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros.

6. A
Os meios de comunicação de massa não são comandados pelo governo ou têm algum poder político
efetivo, mas são um instrumento de manipulação popular muito eficaz. Por esse motivo, são conhecidos
como o quarto poder, por terem uma força decisiva sobre a opinião do povo.

7. C
O poder judiciário tem de ser separado do poder político para rever decisões deste e manter a ordem que
é imprescindível para o desenvolvimento do país, no entanto todos os poderes constituintes do estado
devem ser vigiados pela população a fim de manter a democracia.
Redação

8. B
Duas ideias chamam atenção no texto de Kant e são fundamentais para o gabarito. Em primeiro lugar, a
ideia contratualista, bastante inspirada em Rousseau, de que o fundamento da autoridade política é a
vontade geral, isto é, o consentimento do povo. Em segundo lugar, a ideia de que, dentre os três poderes
políticos constituídos (legislativo, executivo e judiciário), o legislativo é que é o soberano e mais
importante, pois estabelece as normas supremas da vida social, as quais o governante deve executar e o
juiz proteger.
Sociologia

Marx e seus conceitos

Teoria

Quem foi?
Karl Henrich Marx nasceu na Prússia, na cidade de Trier, em 1818, e
morreu em Londres, Inglaterra, em 1883. Era de origem judaica. Tornou-
se um dos filósofos mais notáveis da história, por sua crítica ao sistema
capitalista, sendo influenciado por três grandes correntes de
pensamento: o idealismo alemão (com destaque para Hegel), a
economia política clássica (sobretudo Adam Smith) e a historiografia de
socialistas (como Saint-Simon, que foi professor de Comte, Fourier e
Owen). Friedrich Engels também foi uma importante referência,
aproximando o pensamento de Marx de uma análise da situação dos
trabalhadores das fábricas inglesas. Marx busca na sua obra entender o
desenvolvimento, a lógica e o estabelecimento do capital como forma de
exploração do trabalho. Aponta para o capitalismo como uma forma de
organização que busca homogeneização e reprodução de suas práticas.
Além de teórico, Marx foi um importante militante da causa comunista, além de revolucionário e um dos
maiores críticos do capitalismo. Até hoje seu pensamento é mobilizado para entender os fenômenos do
capitalismo, sendo considerado um pensador contemporâneo.

Método
Na sua crítica, Marx articula as correntes que exerceram influência em seu pensamento. Seu método ficou
conhecido por materialismo histórico-dialético (às vezes citado como materialismo histórico ou
materialismo dialético). Suas análises das dinâmicas sociais afastam qualquer idealismo, apesar de
compreender a realidade como um processo dialético. Isso porque, segundo a interpretação de Marx, as
relações sociais estão baseadas nas possiblidades de produção da vida material, ou seja, o modo como
suprimos nossas necessidades define como se darão as relações de produção que fundarão o resto da
sociedade. Além disso, Marx entende que essas relações abrigam opressão e exploração, o que gera conflito
e contradição, e aí entra a visão dialética da realidade. A partir desses conflitos, surgem novas formas de
estar no mundo, pelas transformações históricas do modo de produção da vida material.

Estrutura e superestrutura
Nessa perspectiva histórica, chega-se à conclusão de que a história da atividade econômica é essencialmente
opressora, em que um grupo detém o controle da produção, detendo também as riquezas produzidas, e outro
grupo é obrigado a produzir. Pelas características que Marx observa no trabalho, se conclui que essa dinâmica
está atrelada ao desenvolvimento social e estruturação da sociedade. Isso significa dizer que, no capitalismo,
a divisão da sociedade em classes é definida pelo lugar que se ocupa nas relações de produção. Caso integre
o grupo que controla os meios de produção (ferramentas, matéria-prima, máquinas etc.), o indivíduo
pertencerá à burguesia. Caso não, o indivíduo precisa vender sua força de trabalho (capacidade humana de
transformação e produção de riqueza) como proletariado.
Sociologia

Essa estrutura, de caráter econômico, é responsável por produzir a vida material. No seu interior, temos a
força de trabalho e os meios de produção que compõem as forças produtivas, ou seja, forças e instrumentos
que agem na transformação da natureza com vistas à produção de bens. O modo de produção é, por sua vez,
as forças produtivas articuladas com as relações de produção. Nas sociedades que aderem ao modo de
produção capitalista, o trabalho visa produzir bens que possam ser trocados ou vendidos. Marx chama esses
bens de mercadorias. Controlando esse processo, o burguês fica com o excedente resultante da venda/troca,
que conhecemos como lucro.

A sociedade é uma expressão das relações de produção. Para manter o modo de produção funcionando e o
controle sobre ele, é preciso que as demais relações sociais sigam a lógica posta pela dinâmica da produção.
Segundo Marx, assim se forma a superestrutura, que se manifesta em níveis jurídico-político e ideológico. O
primeiro definirá o funcionamento das leis e as relações de poder, inclusive em níveis institucionais.
Percebemos então que, para Marx, não é a estrutura do Estado e das leis que define como será a produção
no interior da sociedade, mas o contrário. Essa posição fica clara quando Marx nos convida a observar o
aparato jurídico-político de modos de produção de sociedades escravagistas ou feudais.

O nível ideológico é responsável por dar validade moral à exploração do modo de produção. Funcionando
como um elemento de coesão, a ideologia reflete a lógica de dominação de elite, sua visão e compreensão
do mundo. Sendo assim, um modo particular de ser e estar no mundo se torna universal através de
mecanismos de convencimentos e convicções.

Toda elite tentará justificar seu poder através de um conjunto de ideias. Produz, assim, representações da
realidade que atendem a seus interesses e lhe permitem continuar a exercer seu domínio sobre as demais
classes sociais. Dessa forma, as ideologias da classe dominante tendem a se tornar a representação da
realidade de todas as classes. É mais fácil que trabalhadores acreditem que o desemprego crescente é
consequência de sua falta de qualificação, e não da transformação na base material provocada por
estratégias de maximização de lucro por parte da burguesia, por força da reprodução da ideologia.

A transformação de dado modo de produção só é possível quando a classe oprimida toma consciência de
sua condição, consciência de classe, percebendo as implicações políticas e econômicas da estrutura social.
Essa tomada de consciência leva a um conflito social (processo dialético) que permitirá mudar toda a base
econômica, que, por sua vez, expressará outra superestrutura.

Luta de classes
Esse conflito, para Marx, mesmo antes da tomada de consciência por parte do proletariado, expressa a luta
de classes. Utilizando o conceito de classe social, Marx aponta para a estratificação social altamente
desigual, produzida pelo modo de produção capitalista, em que a realidade material contraria as ideias de
igualdade política e jurídica do liberalismo, principal corrente filosófica em que se baseia o capitalismo. O
filósofo afirma que esses conceitos, no interior do liberalismo, estão submetidos aos interesses da elite. Ou
seja, a economia de livre-mercado e o sistema político mais difundido na modernidade, a democracia
representativa, estão comprometidos desde seu surgimento. A posição que o indivíduo ocupa nas relações
de produção é que definirá se esse indivíduo terá acesso à liberdade e justiça. O problema é que, no
liberalismo, esses direitos são inalienáveis. Isso gera uma contradição de partida, na medida em que a
expressão material (capitalismo) da ideia (liberalismo) produz o efeito contrário à intenção inicial.

As relações de produção capitalistas produzem duas classes sociais distintas, os detentores dos meios de
produção, protegida legalmente pela ideia de propriedade privada, a burguesia, e aqueles que nada possuem
além de sua capacidade de produzir riqueza, o proletariado. Essas classes estão em constante conflito,
Sociologia

porque os burgueses visam sempre maximizar o lucro (o acúmulo é o fim do capitalismo), enquanto o
proletariado luta por condições minimamente dignas de existência.

Apesar de assumir a existência de outras classes sociais, como pequenos produtores rurais e comerciários,
Marx centra sua análise na burguesia e no proletariado, por entender que a principal tensão (que pode produzir
uma transformação social) ocorre entre as duas.

Expropriação e mais-valia
Mas como os burgueses exploram os proletários? Bem, através da mais-valia. Ela representa o excedente de
valor da exploração do trabalho. Antes de explicar mais-valia, porém, cabe compreender a questão do valor.
Quando fazemos algo que é útil, esse objeto tem valor de uso. O valor de uso pode ser pessoal ou estar em
coisas que não são negociáveis. Um grande exemplo é o oxigênio, que é vital para todos os seres humanos e
mesmo assim não comercializável. O que define uma mercadoria é o valor de troca, ou seja, que haja uso
social desse objeto. Uma mercadoria é um produto de trabalho que será trocado. E como medir o valor de
troca? Pelo tempo socialmente necessário para a produção dessa determinada coisa. Se leva três horas para
produzir um sapato, e seis para produzir uma lâmpada, então dois sapados valem uma lâmpada.

Ocorre que a mais-valia se dá por um desencontro entre o valor pago pelo burguês ao proletário para a
produção de mercadorias e o valor que essas mercadorias alcançam no mercado. Ou seja, quando usa a força
de trabalho comprada do proletariado, a burguesia gera mais valor (já que o trabalho agrega valor à
mercadoria) e necessita remunerá-lo por esse trabalho. Quando termina uma jornada de oito horas em uma
fábrica, um trabalhador produziu muita riqueza, que fica para o patrão em forma de mercadoria, já que ele é o
proprietário dos meios de produção. No fim do mês, essa riqueza é maior que o salário pago a esse
trabalhador, gerando um excedente. Essa diferença é a mais-valia. Mas não se trata de uma compra de força
de trabalho “concreta”, já que a padronização nas normas e atividades dentro da “fábrica” iguala trabalhadores
mais e menos habilidosos. Então o salário se estabiliza de acordo com o mercado de trabalho e da demanda
pelo trabalho (quanto mais mão-de-obra disponível, mais baixo o salário), mas sempre abaixo do valor que
um trabalhador é capaz de gerar.

A mais-valia pode ser gerada de duas formas. Aumentando a quantidade de horas do trabalhador ou
aperfeiçoando os meios de produção. Na primeira temos a mais-valia absoluta, quando a acumulação
decorrente do excedente ocorre pelo fato de o proletário passar mais tempo trabalhando, aumentando a
produção e, consequentemente, a riqueza produzida, que será expropriada pelo burguês. A segunda é a mais-
valia relativa. Nela o trabalhador não trabalha por mais horas, mas as melhorias nos seus instrumentos,
matérias-primas ou organização do processo de produção aumenta a eficiência e faz com que o resultado
desse trabalho tenha mais valor. Mesmo produzindo mais riqueza, o trabalhador continua recebendo o
mesmo salário.

Essa exploração só é possível porque o trabalhador foi afastado dos meios necessários para produzir a vida
material. Marx chama esses fenômenos de expropriação dos meios de produção. Do que é necessário para
produzir a vida material, sobrou apenas sua força de trabalho. Submetido a uma organização social
fundamentada na propriedade privada dos meios de produção, o trabalhador não tem outra alternativa, se
quiser sobreviver, a não ser vender sua força de trabalho ao capitalista. Ele é expropriado da posse de qualquer
forma de produzir algum bem, e é expropriado de parte da riqueza que produz no processo de produção.

Essa expropriação gera a desigualdade social, já que o capitalista fica com cada vez mais riqueza, enquanto
o trabalhador apenas pode dedicar sua vida ao trabalho assalariado. Isso configura uma contradição das
Sociologia

relações de trabalho, pois quem produz não tem acesso ao que produz nem controla o que produz, mas, pelo
contrário, trabalhar aumenta cada vez mais a distância entre burguês e proletariado.

Alienação do trabalho, coisificação e fetichização da mercadoria


O trabalho como atividade humana se caracteriza pela consciência da realização deste. O que difere uma
abelha, uma aranha ou um joão-de-barro de um engenheiro ou arquiteto? Exatamente o projeto contemplado
na imaginação do humano antes da realização do trabalho em si. Assim, mesmo toda perfeição simétrica da
abelha não contém o projeto idealizado pelo arquiteto. Não basta seguir os instintos (como a abelha), o
humano precisa hierarquizar e subordinar sua vontade, concentrar-se no fim almejado e racionalizar o
processo de transformação. A partir da consciência e da subordinação, surge o reconhecimento. O
trabalhador, ao fim do processo, se enxerga no produto do seu trabalho, produto esse que se torna parte do
seu realizador. Por não acessar, controlar e aproveitar o resultado pleno de seu trabalho, o trabalhador fica
alienado, afastado daquilo que, no fim das contas, é seu espelho.

No modo de produção capitalista, não são as pessoas o objetivo da produção (a satisfação de suas
necessidades), mas a produção em si. Isso possibilita uma gestão fragmentada e eficiente do trabalho,
ignorando as consequências sociais do afastamento entre trabalhador e produto do trabalho. Como
consequência, a própria organização da sociedade se fragmenta, o saber, as atividades econômicas, as
profissões, as artes etc. Assim, o trabalhador não consegue mais conceber o processo produtivo na sua
totalidade, perde a noção de como esse processo se dá e de sua posição nele, perdendo também a noção
das consequências jurídico-políticas e ideológicas desse processo.

O trabalhador é afastado também do consumo, não podendo desfrutar da riqueza que é consequência de sua
atividade. O trabalho passa a ser tornar não mais a realização do ser humano como ser humano, aquilo que
o diferencia dos outros seres, mas uma atividade desprazerosa.

O trabalhador passa a ser nada mais que uma mercadoria disponível para compra do burguês e uma peça
numa grande engrenagem que compõe as forças produtivas. O trabalhador passa a ser uma coisa, porque
perdeu contato com aquilo que o definia como ser humano. Nesse processo de coisificação, ele busca sua
completude, que entende ocorrer quando há aquisição daquilo que lhe foi afastado. Já que não se sabe mais
quem fez o objeto, passa a ser mais importante ter o objeto.

Esse descontrole, por fim, permite que o objeto adquira características sobrenaturais. Claro que os objetos
não têm tais características, mas a intensa mercantilização do sistema capitalista e afastamento entre os
homens e as coisas faz com que as últimas “ganhem vida”. É a fetichização da mercadoria, quando as
relações sociais e a própria vida material passam a acontecer através dela. As mercadorias passam a ser
adoradas por características que não possuem, mas são atribuídas subjetivamente pelos seres humanos.

Por isso, para Marx, apenas uma transformação na forma como o modo de produção se estabelece pode pôr
fim aos problemas sociais gerados pelo capitalismo. Não se trata de ignorar o desenvolvimento histórico;
afinal, para Marx, a história é processo dialético. Confrontada pelas suas contradições, a sociedade capitalista
passaria para um novo estágio, síntese dessa contradição, um modo de produção comunista, em que não há
propriedade privada dos meios de produção (em que todo trabalhador tem acesso aos meios necessários
para a produção da vida material), que abolirá a superestrutura formada pelo capitalismo e possibilitará o
exercício real das ideias de liberdade e igualdade política e jurídica defendidas pelo liberalismo.
Sociologia

Exercícios

1.

As ideias marxistas conseguiram aceitação dentro do movimento operário e fortaleceram sindicatos.


O marxismo:
a) criticava a exploração capitalista, sem pregar revolução.
b) defendia a democracia direta, com governos elitizados.
c) teve grande repercussão nos sindicatos norte-americanos
d) mostrava as desigualdades sociais trazidas pela mais-valia
e) ganhou espaço na montagem das políticas colonizadoras.

2. Sobre o pensamento de Karl Marx, considere as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. O materialismo histórico é uma teoria marxista, na qual se atribui a explicação de toda a história
das relações humanas por meio de fatos materiais.
II. Para Marx, a classe trabalhadora é alienada, pois não percebe os mecanismos de sua exploração,
é acrítica e passiva. Marx foi um grande defensor da formação da consciência da classe
trabalhadora.
III. Para Marx, a evolução histórica, independente de em qual época se estivesse, ocorria por causa de
confrontos entre classes sociais, geralmente, cujo motivo era o que Marx chamava de “exploração
do homem pelo homem”. Indivíduos esqueciam-se de que eram todos seres humanos com direitos
e deveres, para explorarem ao máximo aqueles que lhes fossem “inferiores” de seu ponto de vista.
a) Apenas I está correta
b) Apenas II está correta
c) Apenas I e II estão corretas
d) Apenas I e III estão corretas
e) Todas as afirmativas estão corretas
Sociologia

3. “[....] Nós colocávamos – e erámos obrigados a colocar – a ênfase principal, antes de mais nada, em
derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias políticas, jurídicas e as demais noções ideológicas
e as ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é uma concepção vulgar da causa e do
efeito como polos opostos de forma rígida”.
ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893. In: Cartas filosóficas
e outros escritos. São Paulo: Grijalbo, 1977. p. 42-44.

A justificativa da posição teórica de Engels na citação acima, teve por objetivo advertir sobre os riscos
do materialismo histórico
a) se distanciar do materialismo de Feuerbach.
b) deixar de ser determinista.
c) se aproximar do idealismo hegeliano.
d) deixar de ser dialético.

4. Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da natureza orgânica, Marx descobriu a lei do
desenvolvimento da história humana. A produção dos meios imediatos de vida, materiais e, por
conseguinte, a correspondente fase de desenvolvimento econômico de um povo ou de uma época é a
base a partir da qual tem se desenvolvido as instituições políticas, as concepções jurídicas, as ideias
artísticas. A descoberta da mais-valia clareou estes problemas.
(Adaptado de: ENGELS, F. Discurso diante do túmulo de Marx. 1883. Disponível em: Acesso em: 11 set. 2017.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção materialista da história, assinale a
alternativa correta.
a) Existem leis gerais e invariáveis na história, que fazem a vida social retornar continuamente ao
ponto de partida, isto é, a uma forma idêntica de exploração do homem sobre o homem.
b) A mais-valia, ou seja, uma maneira mais eficaz de os proprietários lucrarem por meio da venda dos
produtos acima de seus preços, é uma manifestação típica da sociedade capitalista e do mundo
moderno.
c) O darwinismo social é a base da concepção materialista da história na medida em que esta teoria
demonstra cientificamente que somente os mais aptos podem sobreviver e dominar, sendo os
capitalistas um exemplo.
d) A partir de intercâmbios na infraestrutura da vida social, desenvolve-se um conjunto de relações
que passam a integrar o campo da superestrutura, com uma interdependência necessária entre
elas.
e) A sociedade burguesa, por intensificar a exploração dos homens através do trabalho assalariado,
constitui-se em forma de organização social menos desenvolvida que as anteriores.
Sociologia

5. Os processos históricos cumprem um papel de fundamental importância na teoria social marxista. A


história e suas diferentes formas de representação auxiliaram Karl Marx e Friedrich Engels na
composição de suas análises sobre as sociedades capitalistas, bem como na elaboração de conceitos
como de “alienação”, “dialética”, “materialismo”, “práxis” ou mesmo “capital”. Noutras palavras:
qualquer teoria, por mais abstrata que possa nos parecer, somente fará sentido se compreendida a
partir dos processos históricos que a engendram e a tornam necessária quando é formulada. Assim,
segundo argumento de Tânia Quintaneiro, “os economistas do tempo de Marx não reconhecem a
historicidade dos fenômenos que se manifestam na sociedade capitalista, por isso suas teorias são
comparáveis às dos teólogos, para os quais ‘toda religião estranha é pura invenção humana, enquanto
a deles próprios é uma emanação de Deus’. Ele questiona a perspectiva para a qual as relações
burguesas de produção são naturais, estão de acordo com as leis da natureza, como se fossem
‘independentes da influência do tempo’, sendo por isso consideradas como ‘leis eternas que devem
reger sempre a sociedade. De modo que até agora houve na história, mas agora já não há’. Assim, as
instituições feudais teriam sido históricas, ironiza, mas as burguesas seriam naturais e, portanto,
‘imutáveis’. Para Marx, tanto os processos ligados à produção são transitórios, como as ideias, gostos,
crenças, categorias dos conhecimentos e ideologias, os quais, gerados socialmente, dependem do
modo como os indivíduos se organizam para produzir. Portanto, o pensamento e a consciência são,
em última instância, decorrência da relação homem/natureza, isto é, das relações materiais”
(QUINTANEIRO, Tânia et. al. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim, Weber. Belo Horizonte, 2003, p. 31).

A partir da passagem acima, explique como esse entendimento de Marx sobre a história e seus
processos materiais de produção oferece-nos uma explicação sobre a formação do capitalismo
moderno, bem como das teorias que o consideram “natural” no processo de “evolução” das sociedades
humanas.

6. Para entender os conflitos sociais nas sociedades modernas, Karl Marx (1818-1883) defendeu a
importância de estudar como ocorrem as relações entre as diferentes classes sociais de uma
determinada sociedade. De acordo com o professor Everaldo Lorensetti, “Segundo Marx, a burguesia
tomou posse dos meios de produção, enriqueceu e também obteve o controle do Estado [...] criando
leis para proteger a propriedade privada (particular) e manter-se no poder; [...] Enquanto isso, a classe
assalariada (os proletários), sem os meios de produção e voz política na sociedade, transformava-se
em parte fundamental no enriquecimento da burguesia, pois ofereciam mão de obra para as fábricas”
(LORENSETTI, E. Sociologia –Ensino Médio, Curitiba, SEED-PR, 2006, p. 44).

De acordo com o texto acima, é correto afirmar:

a) As classes sociais são grupos humanos formados por pessoas pobres ou por pessoas ricas. A
existência dessas classes na história é determinada pela vontade divina.
b) O conceito científico de “classes sociais” se refere à existência de grupos humanos compostos
por raças e etnias diferentes e que competem entre si pelo domínio da sociedade.
c) O conceito de “classes sociais” utilizado por Karl Marx se baseia no estudo das relações sociais
entre proprietários dos meios de produção e trabalhadores assalariados sem a propriedade dos
mesmos meios.
d) Segundo o enunciado da questão (caput), a classe assalariada ou proletariado pode economizar
o salário que recebe no final do mês e também se tornar proprietária dos meios de produção,
encerrando assim a luta entre as classes sociais.
e) Segundo o enunciado da questão (caput), a classe assalariada é a responsável pelo
enriquecimento da de si mesma, pois é ela que fornece a mão de obra que realiza o trabalho nas
fábricas.
Sociologia

7. Hoje em dia [...] as máquinas, dotadas da propriedade maravilhosa de encurtar e tornar mais frutífero o
trabalho humano, provocam a fome e o esgotamento do trabalhador.[...] O domínio do homem sobre a
natureza é cada vez maior; porém, [...] todos os nossos inventos e progressos parecem dotar de vida
intelectual as forças materiais, enquanto que reduzem a vida humana ao nível de uma força material
bruta.
MARX, K. Discurso pronunciado na festa de aniversário do “People’s Paper”, MARX, K.;ENGELS, F. Obras Escolhidas, V.1.
São Paulo: Editora Alfa - Ômega. p. 298.

Atentando para o movimento de razão e desrazão na sociedade contemporânea, o texto, de autoria de


Marx, acentua a presença, no modo de produção capitalista, do(a)
a) luta de classes.
b) anomia social.
c) fetichismo social.
d) indústria cultural.
e) fim da história.

8. O dinheiro alterou enormemente as relações sociais e, no desenvolvimento da história econômica da


sociedade, atingiu o seu ápice com o modo de produção capitalista. Com base nos conhecimentos
sobre os estudos de Karl Marx, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as explicações sobre
a produção da riqueza na sociedade capitalista.
a) A mercantilização das relações de produção e de reprodução, por intermédio do dinheiro,
possibilita a desmistificação do fetichismo da mercadoria.
b) Enquanto mediação da relação social, o dinheiro demonstra as particularidades das relações entre
indivíduos, como as políticas e as familiares.
c) O dinheiro tem a função de revelar o valor de uso das mercadorias, ao destacar a valorização
diferenciada entre os diversos trabalhos.
d) O dinheiro é um instrumento técnico que facilita as relações de troca e evidencia a exploração
contida no trabalho assalariado.
e) O dinheiro caracteriza-se por sua capacidade de expressar um valor genérico equivalente,
intercambiável por qualquer outro valor.
Sociologia

Gabaritos
1. D
Para Marx, a desigualdade social se origina do fato de o trabalhador produzir riqueza, e não ter acesso a
ela. Isso se dá de duas formas. A primeira pela expropriação dos meios de produção, em que é vedado
ao trabalhador ter controle do processo produtivo. A segunda se dá pela mais-valia, quando o burguês
se apropria do excedente de valor agregado pelo trabalho. Quando paga o salário, o burguês não repassa
ao proletário todo o valor correspondente à riqueza produzida, mas fica com uma parte, que lhe permite
lucrar e acumular. Dessa forma, o burguês fica cada vez mais rico, tendo cada vez mais controle do
processo produtivo, enquanto o proletário se vê obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver.

2. E
I. Quando se afirma um materialista, Marx busca negar o idealismo característico do pensamento
alemão. Na sua concepção, o fundamento da sociedade são as condições materiais que se
apresentam. Da mesma forma, a história é feita pelas pessoas conforme as condições e
possibilidades que se apresentam.
II. O afastamento do processo produtivo (principalmente do resultado do trabalho) e a submissão a um
sistema jurídico-político e ideológico que justifica a opressão capitalista, torna o proletário alienado
de sua realidade. Ou seja, o trabalhador não tem noção de sua posição, das forças produtivas e de
suas implicações na organização social.
III. Marx acredita que a história da humanidade é a história da luta de classes. Através de um processo
dialético, envolvidas nas condições de produção da vida material, classes antagônicas disputam o
controle do modo de produção, que majoritariamente se expressou como “exploração do homem pelo
homem”.

3. D
Vemos Engels assumir que o foco de suas análises eram as contradições que se expressavam tanto nas
relações econômicas quanto nas outras esferas da vida social de que delas derivavam. Como apresenta
Engels, uma visão dialética pode ser expressa de maneira vulgar (ou reducionista), como uma relação de
oposição e conflito entre causa e feito, posicionados em polos opostos.

4. D
Segundo Marx, a esfera econômica de uma sociedade compreende sua estrutura. No interior dela estão
as forças produtivas e as relações de produção. Com base na articulação desses componentes se forma
toda uma estrutura social, com vistas a justificar ideologicamente, politicamente e juridicamente a
exploração do homem pelo homem. Assim se forma a superestrutura, áreas da vida social que estão
submetidas às condições de produção da vida material e que, apesar de justificar as relações de trabalho,
não as organizam, mas fazem o contrário.

5. Para Marx o capitalismo é resultado do processo histórico que decorre de maneira dialética, não da forma
como preconiza Hegel, mas a partir das condições materiais e da vontade dos homens, que fazem a
história. Todo modelo político ou econômico é resultado de uma trajetória histórica e de sua conjuntura,
assim como a estrutura que se forma em torno desses modelos, como a justiça (ou direito), as artes, os
esportes, o lazer etc. Conceber as ideias de desenvolvimento humano ou social como naturais,
considerando principalmente que as regras do sistema capitalista estão “inscritas” no ser humano desde
seu surgimento, é comparável a uma crença religiosa para Marx, sem fundamento científico ou lógico. O
capitalismo, assim como outros modelos, é fruto dessa trajetória histórica, o que permite Marx conceber
Sociologia

que este não era e veio a ser, podendo, assim, deixar de ser. A forma como produzimos é resultado da
nossa relação com o mundo, os homens e a natureza, é resultado das nossas condições materiais.

6. C
O proletário é aquele não possui os meios de produção e o burguês o que possui. Se um proletário
conseguir comprar um meio de produção, automaticamente ele se torna burguês e a luta de classes
continua. Toda riqueza do Burguês é sempre produzida pelo proletariado que vende sua força de
trabalho.

7. C
Para o pensamento de Marx, a complexidade atingida pelo modo de produção capitalista reforça as
estruturas de fetichismo da vida social. Em razão disso, ele aponta, por exemplo, como as novas forças
produtivas se apresentam aos homens como que dotadas aparentemente de vida própria.

8. E
Para Marx, no capitalismo, o dinheiro oculta a relação de exploração existente no processo de produção
de mercadorias. Isso porque se torna um equivalente genérico de troca entre coisas, e não de trabalho
humano materializado. Desta maneira, somente a alternativa [E] está correta.

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