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[Data] DIVERSIDADE DOS

SERES VIVOS
Manual Para Os Alunos da 9ª Classe

arone3atchitaku@gmail.com
933 717 207
Ano Lectivo
COMPLEXO ESCOLAR PRIVADO
ESCADINHA DA VIDA – LOBITO
AULAS DE BIOLOGIA
Nome:
Nº Turma: Sala nº Período: Classe: 9ª
Data: ____/____/_____ Ass. do Prof.: Arone Tchitaku Ass. Enc. Educ.:
Sumário
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................... 5
Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico. ........................................................................... 5
Sumário: Invenção do Microscópio e a descoberta da célula ............................................... 5
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................... 7
Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico. ........................................................................... 7
Sumário: Constituição, Função E Manuseamento Do Microscópio Óptico .......................... 7
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................... 9
Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico. ........................................................................... 9
Sumário: Teoria Celular ......................................................................................................... 9
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 10
Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico. ......................................................................... 10
Sumário: Características Da Imagem Dada Pelo Microscópio ............................................ 10
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 11
Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico. ......................................................................... 11
Sumário: Preparação Do Material Biológico ....................................................................... 11
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 12
Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico. ......................................................................... 12
Sumário: Tecnicas citologicas .............................................................................................. 12
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 14
Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal)............................... 14
Sumário: Definição de célula ............................................................................................... 14
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 15
Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal) ............................... 15
Sumário: Estudo da célula procariota ................................................................................. 15
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 16
Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal) ............................... 16
Sumário: Estudo da célula eucariota animal e vegetal ....................................................... 16
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 19
Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal) ............................... 19
Sumário: Comparação da organização de células procariotas e eucariotas ....................... 19
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 20
Subtema A3: Seres Eucariotas Unicelulares E Pluricelulares .................................................. 20
Sumário: Seres eucariotas unicelulares .............................................................................. 20
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 21
Subtema A3: Seres Eucariotas Unicelulares E Pluricelulares .................................................. 21
Sumário: Seres eucariotas pluricelulares ............................................................................ 21
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 22
Subtema A3: Seres Eucariotas Unicelulares E Pluricelulares .................................................. 22
Sumário: Vantagens e desvantagens da pluricelularidade ................................................. 22
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 23
Subtema A4: Metabolismo Celular ......................................................................................... 23
Sumário: Anabolismo e catabolismo ................................................................................... 23
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 24
Subtema A4: Metabolismo Celular ......................................................................................... 24
Sumário: Captação de energia: fotossíntese e quimiossíntese .......................................... 24
Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos. ................................. 25
Subtema A4: Metabolismo Celular ......................................................................................... 25
Sumário: Produção de energia metabólica: respiração aeróbia e fermentação ................ 25
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 27
Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais. ........................................................... 27
Sumário: Organização estrutural das plantas angiospérmicas. .......................................... 27
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 28
Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais. ........................................................... 28
Sumário: Estrutura e função dos tecidos de formação ou meristemas. ............................. 28
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 30
Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais. ........................................................... 30
Sumário: Estrutura e função dos tecidos definitivos: dérmicos. ........................................ 30
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 31
Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais. ........................................................... 31
Sumário: Estrutura e função dos tecidos definitivos: fundamentais. ................................. 31
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 33
Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais. ........................................................... 33
Sumário: Estrutura e função dos tecidos definitivos: tecidos de transporte...................... 33
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 34
Subtema B2: Estrutura e função dos órgãos vegetais. ........................................................... 34
Sumário: A raiz .................................................................................................................... 34
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 36
Subtema B2: Estrutura e função dos órgãos vegetais. ........................................................... 36
Sumário: O caule ................................................................................................................. 36
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 37
Subtema B2: Estrutura e função dos órgãos vegetais. ........................................................... 37
Sumário: A folha. ................................................................................................................. 37
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 38
Subtema B3: Fotossínte .......................................................................................................... 38
Sumário: Mecannismo da fotossíntese. .............................................................................. 38
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 40
Subtema B3: Fotossíntese ....................................................................................................... 40
Sumário: Pigmentos fotossintéticos e sua localização. ....................................................... 40
Tema B: Organização das plantas. .............................................................................................. 41
Subtema B3: Fotossíntese ....................................................................................................... 41
Sumário: Factores que interferem na actividade fotossintética. ........................................ 41
Tema C: Organização dos animais............................................................................................... 42
Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais. ....................... 42
Sumário: definição e classificação dos tecidos. .................................................................. 42
Tema C: Organização dos animais............................................................................................... 44
Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais. ....................... 44
Sumário: tecidos epiteliais. ................................................................................................. 44
Tema C: Organização dos animais............................................................................................... 46
Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais. ....................... 46
Sumário: tecidos conjuntivos. ............................................................................................. 46
Tema C: Organização dos animais............................................................................................... 51
Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais. ....................... 51
Sumário: Tecidos musculares. ............................................................................................. 51
Lição nº 1

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico.

Sumário: Invenção do Microscópio e a descoberta da célula

A descoberta da célula foi um processo lento que


envolveu a colaboração de muitos investigadores e
dependeu de vários processos tecnológicos.

Com a invenção do microscópio, eles poderam verificar


que todos os seres vivos são constituídos por pequenas
unidades: as células.

No ano de 1300, descobriu-se a capacidade de um tipo


de lentes específicas em aumentar o tamanho das
imagens dos corpos. Com a invenção dos óculos, as
propriedades das lentes passaram a ser muito Figura 1 – microscópio primitivo
estudadas e os métodos de fabricação e polimento melhoraram.

Já no final do século XVI, Galileu descobriu que se montasse duas lentes num tubo obteria um
aparelho em que, olhando de uma das extremidades, permitia a
visualização pormenorizada de objectos distantes. Este aparelho
constituiu o primeiro telescópio. O mesmo aparelho, quando se
olhava pelo extremo oposto, permitia observar objectos pequenos,
Figura 2 - telescópio invisíveis a olho nu, ou seja, funcionava como microscópio.

Microscópio é um instrumento óptico com capacidade de ampliar imagens de objectos muito


pequenos, graças ao seu poder de resolução.

Este pode ser composto ou simples.

Microscópio composto tem duas ou mais lentes associadas.

Microscópio simples é constituído por apenas uma lente.

Alguns Nomes Que Se Destacaram Na Invenção Do Microscópio Óptico E Descoberta Da Célula.

Antonie Van Leeuwenhoek [Holandes (Figura 2.12: Antony van Leeuwenhoek (1632-1723)]
A sua curiosidade levou-o a construir um microscópio com capacidade de
ampliação na ordem de 40 a 70 vezes, que pôde usar na observação de
bactérias e protozoários numa gota de água. Contribuiu ainda com a
descrição dos capilares que ligam as artérias e as veias dos vertebrados,
da estrutura microscópicas dos músculos, dos dentes e de outros órgãos.

Antonie Van Leeuwenhoek


Marcello Malpighi (1628-1692)

Estudou sobre a anatomia microscópicas dos animais e das plantas,


descobrindo a camada mais interna da pele, as papilas da língua e os
glóbulos vermelhos do sangue. Observou ainda, algumas estruturas
de órgãos de plantas.

Robert Hook [Inglês(1935-1703)]


Marcello Malpighi

Estudou, entre outras coisas, a estrutura das penas das aves, das patas das moscas e da cortiça.

Em 1665, Hook descreveu as suas observações sobre a cortiça «Pude perceber, com
extraordinária clareza, que a cortiça é toda perfurada e porosa,
assemelhando-se muito a um favo de mel. Além disso, esses poros ou
células, não eram muito fundos e sim constituídos por uma grande número
de pequenas caixas».

Em 1830, começaram a produzir-se lentes de melhor qualidade que, ao


fornecerem melhores imagens, permitiram o desenvolvimento cientifico.

Henry Dutrochet (1824) Imagem da cortiça, obervada por Hook

Comparou sistematicamente tecidos animais e vegetais, concluindo que a célula é a unidade de


constituição de todos os organismos vivos.

Robert Brown

Em 1833, encontrou em células de orquídeas uma formação densa e globosa, que denominou
«núcleo». Ele admitiu que estes núcleos se encontravam nas células de outras plantas.

Exercícios

1. Cita alguns nomes que se destacaram na invenção do microscópio óptico.


2. Para que serve o microscópio?
3. Cita os estudos de dois cientistas estudados.
Lição nº 2

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico.

Sumário: Constituição, Função E Manuseamento Do Microscópio Óptico

O microscópio é um instrumento de ampliação composto por uma parte óptica e outra


mecânica.

Parte óptica
Componentes Características ou funções
As fontes luminosas podem ser a luz do sol ou lâmpada eléctrica. Pode estar ao próprio
Lâmpada
microscópio ou fazer parte de uma lanterna que se coloca à frente do aparelho.
Sistema de iluminação

Apenas quando a fonte luminosa é indirecta. Tem como função de reflectir, para a
Espelho preparação, a luz que recebe da fonte luminosa exterior. Ela é móvel e tem duas faces, uma
convexa e outra plana.
Formado por um sistema de três lentes cuja finalidade é a de concentrar os raios emitidos
Condensador pela fonte luminosa, fazendo-os incidir na preparação e distribuí-los uniformemente na
mesma.
Diafragma Está associado ao condensador, regulando a intensidade da luz que o atinge.
Sistema de ampliação

Ampliam a imagem do objecto através de um sistema de lentes: cada objectiva possui uma
Objectivas
capacidade de ampliação determinada (10x, 40x e 100x).

Sistema São formados por duas lentes: em cada ocular está assinalada a sua capacidade de
ocular ampliação, 10x por exemplo.

Tabela 1: componentes da parte óptica do microscópio

Parte Mecânica
Componentes Características ou funções
Pé ou base Assenta sobre a mesa de trabalho, permitindo a estabilidade de todas as outras peças.
Peça que se encontra fixa à base e com a qual estão articuladas todas as outras partes do
Braço ou coluna
microscópio.
Peça que pode ser circular, rectangular ou quadrada, colocada paralelamente à base e que se
pode deslocar na vertical; corresponde ao local onde se coloca o material a observar. No seu
Platina centro existe um orifício através do qual se dá a passagem dos raios luminosos. Sobre a
platina a encontram-se dois dispositivos que servem para fixar o material a observar – as
pinças.
Tubo cilíndrico de tamanho variável; na extremidade superior está adaptado o sistema ocular
Canhão ou tubo
e na extremidade inferior encontra-se o revolver, no qual estão acopladas as objectivas.
Revólver ou porta- Pode rodar-se com movimentos circulares, colocando cada objectiva no prolongamento do
objectivas canhão, permitindo trocar rapidamente de objectiva.
Parafuso micrométrico
(de grande deslocamento) Permitem movimentos da platina de grande ou de pequena amplitude, afastando-se ou
Parafuso micrométrico aproximando-a da objectiva, permitindo uma focagem rápida e a obtenção de imagens
(de pequeno nítidas
deslocamento)
Tabela 2: componentes da parte mecânica do microscópio
Microscópio composto
Microscópio composto, ilustrado

Microscópio simples

Tarefa

1. Como é constituído o microscópio? Diferencie.


2. Como é composto o microscópio?
3. Cita a função de tres partes do microscópio.
Lição nº 3

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico.

Sumário: Teoria Celular

Mathias Jakob Schleiden [Médico e botânico (Figura 2.29: Matthias Schleiden (1804-1881)]
Em 1838, fez a seguinte generalização: «As plantas inferiores são todas constituídas por
uma única célula, enquanto que as superiores são constituídas por muitas células».

Theodor Ambrose Hubert Schwann [Médico alemão (Figura 2.30: Theodor Schwann Mathias Jakob Schleiden
(1810-1882)]
Estendeu a generalização anterior para os animais, ao concluir que também eles
eram constituídos por partículas elementares correspondentes às células das plantas.

Destas generalizações surgiu a teoria celular

A teoria celular veio renovar drasticamente todos os conceitos biológicos, possibilitando


Theodor Schwann
o desenvolvimento de novos caminhos e concepções em áreas diversificadas como a
genética e a embriologia.

Rudolf Virchow

Em 1958, postulou que a célula não só é a unidade estrutural dos seres vivos, mas também a
sua unidade fisiológica, onde ocorrem um conjunto de reacções químicas necessárias para a
manutenção da vida.
Acrescentou o seguinte: toda a célula tem origem em outra célula pré-existente. O que
inaugurou uma nova época da citologia (ciência que estuda a célula).
Foi acrescentada uma outra generalização, segundo a qual todas as células contêm material
hereditário, através do qual as características específicas passam de uma célula-mãe para as
células-filhas.
Em resumo temos os seguintes principios:
1º A célula é a unidade básica de estrutura e função de todos os seres vivos.
2º Todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, são constituídos por células, nas
quais ocorrem um conjunto de reacções químicas necessárias à manutenção da vida.
3º Todas as células provêm de células pré-existentes, pois qualquer célula se forma por divisão
de uma célula.
4º A célula é a unidade de reprodução e de desenvolvimento dos seres vivos, sendo a sua
unidade hereditária, pois nela está contida a informação genética.

Tarefa

1. Cita as generalizações feitas por Schleiden e Schwann.


2. Que teoria surgiu na base destas generalizações?
3. Qual foi o beneficio da mesma teoria?
4. Cita os princípios desta teoria.
Lição nº 4

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico.

Sumário: Características Da Imagem Dada Pelo Microscópio

Uma das características da imagem obtida em microscopia óptica diz respeito à sua ampliação,
permitindo a obser3vação de estruturas invisíveis à vista desarmada. O aumento proporcionado
pelo microscópio deve-se à composição de poderes ampliadores da objectiva e da ocular.

A lente ocular terá uma ampliação de 10x e as três objectivas terão respectivamente ampliações
de 10x, 40x e 100x.

O valor total da ampliação de uma imagem é dado pela seguinte fórmula:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑜𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 × 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑝𝑙𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑜𝑏𝑗𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎

A nitidez da imagem está dependente de um factor limitante: o poder de resolução do


microscópio.

Limite de resolução é a distância mínima a que esses dois pontos devem estar para que, através
do microscópio, se possa observar separadamente.

Uma outra característica da imagem formada pelo microscópio óptico é ser duplamente
invertida, uma imagem virtual e muito ampliada da imagem produzida pela objectiva,
forma-se assim, uma imagem final que é virtual, invertida, simétrica e maior que o
objecto.

Tarefa

1. Considera um microscópio cujas lentes têm os seguintes poderes ampliadores:


Ocular: 10x Objetivas: 10x, 40x e 100x
1.1. Quais são as ampliações possíveis se podem obter com um microscópio
deste tipo?
2. Quais são as caracteristicas de uma imagem obtida em microscópia óptica?
3. Do que depende a nitidez da imagem?
4. Define limite de resolução.
5. Que cuidados deves ter com o microscópio, antes e depois de o usares?
Lição nº 5

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico.

Sumário: Preparação Do Material Biológico

As preparações utilizadas podem ser temporárias ou definitivas se apresentarem,


respectivamente, uma curta ou longa duração.

As preparações temporárias são aquelas que permitem fazer a observação das células
vivas montadas no seu meio natural de vida (água salgada, água doce, soro fisiológico,
etc.) ou numa substancia inofensiva.

Elas permitem observar o material vivo, mas durante um período de tempo limitado,
uma vez que pode ocorrer a evaporação do meio aquoso acompanhada de um processo
de degradação da célula – decomposição, seguida de autodestruição.

As preparações definitivas são aquelas que as células são fixadas, ou seja, são mortas
instantaneamente e coradas para melhor a observação dos seus componentes.

Uma preparação definitiva ideal deveria mostrar as células com a mesma estrutura
microscópica e composição química que possuíam quando vivas. Isto porém, não é
possível, e todos os preparados citológicos apresentam artefactos, que são defeitos
produzidos nas células pelas técnicas utilizadas.

Tarefa

1. Distingue preparação temporária de preparação definitiva.


2. Menciona as vantagens e desvantagens de cada uma das preparações.
Lição nº 6

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A1: Estudo Do Microscópio Óptico.

Sumário: Técnicas citológicas

Fixação e Desidratação consistem por um lado, num processo que mata as células
rapidamente, impedindo o processo de destruição das células, por outro lado, endurece
parcialmente os tecidos de modo a poderem suportar as etapas seguintes. Pode ser
realizada por agentes físicos como o calor ou frio (fixação por congelação). Usualmente,
emprega-se a fixação química por meio de substâncias chamadas fixadores.

Esfregaço é uma técnica citológica útil para materiais biológicas como líquidos orgânicos
(ex.: sangue) e colónias de bactérias. Coloca-se uma gota, sobre a lâmina, e com a ajuda
de outra lâmina ou lamela espalha-se bem e deixa-se se secar ao ar. Depois de seco, o
material biológico pode ser fixado e corado.

Inclusão e Corte depois de endurecer e formar um bloco que tem incluído no seu interior
o material biológico, é cortado em fatias finas com uma espessura entre 3 a 6 microns,
o material usado frequentemente é a parafina.

Esmagamento é uma técnica usada quando células animais ou vegetais têm uma fraca
aderência (ex.: células da raiz da cebola). Para realizar um esmagamento coloca-se um
pequeno fragmento do tecido entre a lâmina e a lamela e, de seguida, faz-se uma
pequena pressão como o cabo de uma agulha de dissecção ou com o polegar, de modo
a provocar o esmagamento do tecido, o que faz com que as células se espalhem,
formando uma fina camada que é facilmente atravessada pela luz.

Coloração a maioria das estruturas das células só é observada ao microscópio óptico


composto depois de tratadas com corantes.

Como quase todos os constituintes celulares são transparentes e incolores, dificultando


o seu estudo microscópico, tornou-se necessário vencer estas dificuldades, criando
numerosos processos de coloração que facilitam a observação dos diferentes
constituintes da célula.

Cada corante reage apenas com certos elementos celulares, que ficam contrastando em
relação aos outros, facilitando a observação.

Existem dois tipos de corantes:

Os corantes naturais extraídos de animais e plantas, exemplo o carmim e a himotoxilina.

Os corantes artificiais são sintetizados em laboratórios, como por exemplo, a eosina e o


azul-de-metileno.
Corantes Estruturas celulares Origem
Orceína acética Cromossomas
Água iodada Núcleo, grãos de amido
Eosina Citoplasma Artificial
Soluto de lugol Parede celular, grãos de amido
Vermelho neutro Vacúolos
Azul-de-metileno Núcleos Artificial
Tabela 3: corantes usadas para observação da célula

Tarefa

1. Se quiseres observar especificamente os núcleos das células de uma


preparação, que corante utilizarias?
2. Quais as estruturas celular que são contrastadas com soluto de lugol?
3. Cita as técnicas citológica usadas nas preparações biológicas?
4. Em que consiste a fixação e a coloração?
Lição nº 7

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal)

Sumário: Definição de célula

A célula é a unidade básica de todos os seres vivos e caracteriza-se por possuir uma
estrutura e organização próprias necessárias à vida.

A célula é uma estrutura muito pequena e extremamente complexa. Precisa de


mecanismo que lhe permitam obter e usar energia para a sua reprodução, ingestão,
digestão de alimentos e excreção.

Células procariotas são as células mais simples possuem um número reduzido de


organitos celulares e não têm nem sequer um núcleo organizado. Ex.: as bactérias e
algumas algas primitivas.

Células eucariotas são células mais complexas possuem núcleo organizado e numerosos
organitos. Ex.: o restante dos seres vivos, nomeadamente o Homem.

Organitos celulares são estruturas no interior da célula que desempenham diferentes


funções, como por exemplo, o cloroplasto, que é responsável pela fotossíntese nas
células vegetais, a mitocôndria pela respiração celular de todas as células eucariotas.

amiba
giárdia

espermatozóide

Célula muscular lisa

Hemácias

Tarefa

1. O que é a célula?
2. Quais são os constituintes celulares a qualquer tipo de célula?
3. Quais as diferenças que existem entre a célula procariota e eucariota?
Lição nº 8

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal)

Sumário: Estudo da célula procariota

As células procariotas (Pro – antes; Karyon – núcleo) o material nuclear não está delimitado por
um invólucro, ficando em contacto directo com o citoplasma, verificando-se assim a não
existência de núcleo individualizado

Estrutura da Célula bacteriana (procariota)

O material nuclear é chamado de nucleóide, pois não constitui um verdadeiro núcleo.

O citoplasma é desprovido de organelos como mitocôndrias, plastos, complexo de Golgi, etc.

As bactérias estão amplamente distribuídas na natureza, encontrando-se na terra, no ar e em


diferentes tipos de águas (salgadas, doces e salobras), nos alimentos e em associação com
diferentes tipos de organismos vivos.

Razões da fácil adaptabilidade das bactérias num meio.

1. Tamanho pequeno (em média 0,5 a 1 µm);


2. Rápida reprodução;
3. Diversas formas de nutrição;
4. Capacidade de resistir em condições ambientais desfavoráveis;
5. Formação de esporos resistentes que lhes possibilitam a sobrevivência.

Tarefa

1. Quais as razões da fácil adaptabilidade das bactérias num meio.


Lição nº 9

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal)

Sumário: Estudo da célula eucariota animal e vegetal

Eucariota vem do grego (eu – verdadeiro; Karyion – núcleo), apresenta uma estrutura
arredondada – o núcleo, um líquido homogéneo – o citoplasma, e uma membrana
citoplasmática que envolve toda a célula e os seus componentes.

Existem organismos eucariotas unicelulares constituídos por apenas uma célula e


organismos eucariotas pluricelulares, formado por mais de uma célula. nos seres
eucariotas pluricelulares distinguem-se as células vegetais e as animais, correspondendo
respectivamente a organismos vegetais e animais, em todas elas existem três
constituintes fundamentais: membrana celular, citoplasma e núcleo.

Célula animal
Núcleo
Complexo de Golgi
Membrana
citoplasmática

Citoplasma
Lisossomos
Ribossomas
Reticulo
endoplasmático
Centriolos liso

Reticulo Mitocôndrias
endoplasmático
granuloso
Estrutura da célula eucariota animal
Membrana citoplasmática limita externamente o citoplasma, separando o meio intra-
celular do meio extra-celular. Através dela, a célula estabelece trocas com o meio
envolvente. Apresenta permeabilidade selectiva que permite a passagem de
determinadas substâncias em determinadas alturas, que consiste na regulação do
intercâmbio de materiais entre a célula e o meio.

Parede celular é uma estrutura semi-rígida que envolve a membrana citoplasmática das
células vegetais, é elástica, característica que lhe permite acompanhar o crescimento e
a divisão celular.

Citoplasma é constituído por uma substância transparente – o Hialoplasma, onde se


encontram os diversos organelos celulares.
Núcleo é o centro coordenador de todas as actividades celulares e o local onde se
encontra toda informação genética.

Vacúolos cavidades limitadas por membrana contendo quer produtos inorgânicos (água
e sais minerais), quer substâncias orgânicas, absorvidas ou elaboradas pela célula.

Mitocôndria nela é produzida a energia necessária a todos os processos vitais da célula.


São considerados como verdadeiras «centrais de energia», pois são responsáveis pela
transformação da energia contida nos alimentos em energia metabólica (ATP). Estas
transformações designam-se, no seu conjunto, por respiração celular.

Plastos são organelos da célula vegetal e de alguns protistas (algas unicelulares), eles
elaboram e acumulam determinada substâncias. Eles podem ser:

Cloroplastos onde se encontram os pigmentos verdes: as clorofilas responsáveis pela


fotossíntese.

Célula vegetal
Membrana
Núcleo
citoplasmática
Lisossomo Mitocôndria
Reticulo Vacúolo celular
endoplasmático liso grande
Reticulo
endoplasmático Cloroplasto
rugoso
Complexo de Golgi Ribossomos

Parede celular Citoplasma

Estrutura da célula eucariota vegetal


Cromoplastos onde se localizam outros pigmentos não verdes, que são responsáveis
pelas diversas cores das flores e frutos. Exemplo licopénio responsável pela cor
vermelha.

Amiloplastos onde se armazena uma substância de reserva, o amido. São abundantes


em certas raízes, em caules (batata), em sementes (leguminosas) e em frutos (banana).

Reticulo endoplasmático: a presença ou ausência de ribossomos permite distinguir dois


tipos de retículo endoplasmático: rugoso e liso.
Retículo Endoplasmático Rugoso suas membranas contêm ribossomas, locais de síntese
proteica. As proteínas são lançadas para o interior das membranas, onde serão
transformadas ou dirigidas a outras localização da célula.

Retículo Endoplasmático Liso não apresentam ribossomas, nela as proteínas produzidas


no retículo rugoso são quimicamente alteradas. Intervém na síntese de lípidos e de
algumas glicoproteinas e polissacarídeos.

Complexo de Golgi recebem proteínas do reticulo endoplasmático rugoso, ali são


separadas e modificadas quimicamente sendo encaminhadas para as suas localizações
definitivas.

Centriolos estruturas constituídas por dois cilindros. Presente na grande maioria dos
seres eucariotas e ausente nas angiospermicas e gimnospermicas. A sua função está
relacionada ao processo de orientação da divisão celular.

Diferenças entre a célula vegetal e animal

As duas células são semelhantes, uma vez que possuem muitas organelas em comum,
mas diferem delas por possuírem parede celular, cloroplastos e vacúolos, adequadas ao
modo de vida das plantas, enquanto as células animais apresentam flagelos ou cílios e
centríolos.

Tarefa

1. Distingui as células animais das células vegetais.


2. Que órgão da célula apresenta permeabilidade selectiva? Em que
consiste esta característica?
3. Qual a função dos cloroplastos nas células vegetais?
4. Qual o organito que contém a informação genética?
5. Indica a importância das mitocôndrias nas células?
6. Indica os constituintes das células eucariotas.
Lição nº 10

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A2: A Célula: Célula Procariota E Eucariota (Animal E Vegetal)

Sumário: Comparação da organização de células procariotas e eucariotas

Células eucariotas
Estruturas Células procariotas
animal Vegetal
Núcleo Não individualizado Individualizado
Invólucro nuclear Ausente presente envolvendo o núcleo
Membrana celular Presente Presente
Citoplasma Presente Presente
Parede celular Presente Ausente Presente
Ausência de organelos com Existem muitos Existem muitos
membranas, como plastos, organelos organelos
mitocôndrias, complexo de membranares, como membranares, como
Golgi e outros. o retículo o retículo
Outros pigmentos
endoplasmático, endoplasmático,
complexo de Golgi, complexo de Golgi,
as mitocôndrias as mitocôndrias e
plastos
Hialoplasma e membrana Mitocôndrias e hialoplasma.
Estruturas respiratórias
plasmática.
Não existem plastos, a Existem cloroplastos
fotossíntese realiza-se em que têm lugar no
Estruturas fotossintéticas Não existem
lamelas fotossintéticas. processo da
fotossíntese.
Organelos locomotores simples, Organelos locomotores compplexos,
Flagelos não incluídos na membrana rodeados por membranas plasmática.
plasmática.
Tabela nº comparação entrea célula procariota e eucariota
Tarefa
1. Quais as diferenças que existem entre a célula procariota e eucariota?
2. Distigue as células animais das vegetais.
Lição nº 11

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A3: Seres Eucariotas Unicelulares E Pluricelulares

Sumário: Seres eucariotas unicelulares

Seres eucariotas unicelulares são aqueles que são constituídos apenas por uma célula, apesar
disso, realizam todas as funções vitais, tais como nutrição, respiração, reprodução e locomoção
em alguns casos. Exemplos, a amiba, a paramécia, a euglena, o plasmódio, etc.

A locomoção é feita por flagelos (ex.: a euglena, tripanossoma, giárdia, etc.), cílios (ex.:
paramécia) ou pseudópodes (amiba).

A reprodução é por bipartição ou conjugação.

Muitos são parasitas de outros seres vivos, exemplos a amiba, o plasmódio etc., em alguns casos
seus hospedeiro a morte. Outros podem ter vida livre, exemplo a paramécia.

Quer as algas unicelulares quer os fungos unicelulares apresentam estruturas semelhantes às


apresentadas pelas células das plantas superiores, ainda que menos complexas.

Tarefa

1. Define ser eucariota unicelular.


2. Indica exemplos de seres unicelulares
eucaiotas.
3. Como se locomovem?
4. Como se reproduzem?
Lição nº 12

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A3: Seres Eucariotas Unicelulares E Pluricelulares

Sumário: Seres eucariotas pluricelulares

Seres eucariotas pluricelulares são aqueles que são constituídos por mais de uma célula. Todo
os invertebrados, vertebrados, plantas inferiores e superiores são constituídos por mais de uma
célula.

Os organismos pluricelulares desenvolvem-se a partir de uma célula inicial – o ovo – e a


multiplicação desta célula e das suas descendentes é que determina o desenvolvimento e o
crescimento do indivíduo e não o volume individual dessas células.

Na maioria dos casos, as células crescem até um limite próprio antes de se dividirem. Esse
crescimento faz-se por assimilação e transformação de materiais do exterior em novas partes
celulares.

Mitose é a divisão célular, através da qual a partir de uma célula-mãe formam-se duas células-
filhas, com conteúdos nucleares e citoplasmáticos similares entre si e aos da célula-mãe.

Tarefa

1. Define organismo eucariota pluricelular.


2. Indica exemplos de seres pluricelulares eucariotas.
3. Define mitose.
4. De que depende o crescimento do organismo pluricelular?
5. Qual é a importância da mitose?
6. De onde se originam os seres pluricelulares eucariotas?
Lição nº 13

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A3: Seres Eucariotas Unicelulares E Pluricelulares

Sumário: Vantagens e desvantagens da pluricelularidade

A divisão celular provoca o aumento do número de células. Ela é o primeiro passo para a
diferenciação celular que conduz à especialização da célula. Ela carrega vantagens e
desvantagens.

Vantagens

1. Num organismo pluricelular, a divisão celular provoca aumento do número de células.


2. Com a divisão celular aparece a divisão de trabalho, especializando cada célula para uma
determinada função, dando assim lugar a tecidos que formam os órgãos e os sistemas
de órgãos.
3. A divisão celular nos organismos pluricelulares garante a sucessão continua de
conteúdos celulares similares, permitindo a perpetuação das espécies através da
reprodução.

Desvantagens

1. Quanto mais especializada for uma célula para a realização de uma determinada função
menor será a capacidade de divisão. Exemplo, as células nervosas são tão especializadas
na condução de impulsos nervosos que não se podem dividir.

Tarefa

1. Descreva algumas vantagens e desvantagens da pluricelularidade.


2. O que é a diferenciação celular?
Lição nº 14

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A4: Metabolismo Celular

Sumário: Anabolismo e catabolismo

Metabolismo1 celular é o conjunto de todas as reacções químicas que têm lugar em todas as
células vivas.
O metabolismo assegura a manutenção das estruturas celulares, o seu crescimento,
desenvolvimento, divisão celular e as transferências de energia necessárias à manutenção da
vida.
No metabolismo celular há a considerar dois tipos de reacções metabólicos: o catabolismo e o
anabolismo.
O catabolismo2 é a reacção que leva à degradação (destruição) das moléculas dos nutrientes
com transferência de energia e eliminação de resíduos.

O anabolismo3 é a reacção que leva à redução da síntese (produção) de compostos orgânicos


indispensáveis ao crescimento e renovação celular.

Tanto o catabolismo como o anabolismo são processos simultâneos, cada um agrupa um


conjunto de reacções enzimáticas, mediante as quais se degrada (destrói) ou se sintetiza
(produz) uma determinada biomolécula.

Metabolitos são todos os compostos químicos intermediários que aparecem no


desenvolvimento destes processos.

Quadro comparativo entre o anabolismo e o catabolismo

ANABOLISMO CATABOLISMO
Reacção de síntese Reacção de degradação ou quebra
Consume de energia Produção energia
Capta energia Liberta energia
Produz moléculas complexas a partir de Produz moléculas simples a partir de
moléculas simples moléculas complexas.
Ex.: Sintese de proteínas, fotossíntese, Ex.: digestão, respiração celular,
quimiossíntese, etc. fermentação, etc.
Obs.: vários factores podem influenciar o metabolismo, alguns exemplos são as actividades
físicas, o peso, o sexo e até a idade.
Tarefa

1. Define metabolismo.
2. Qual é a importância do metabolismo celular?
3. Distingui catabolismo de anabolismo.

1 Formado a partir da junçção do termo grego, Meta (sobre); Ballein (lançar) e o sufixo Ismo (sistema ou processo).
2 Do grego Katabolé construir para baixo, Kata (abaixo) e Ballein (lançar) mais o sufixo Ismo.
3 No grego Anabolé, composto por Ana (acima) Ballein (lançar) mais o sufixo Ismo; Consturi para cima.
Lição nº 15

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A4: Metabolismo Celular

Sumário: Captação de energia: fotossíntese e


quimiossíntese

A captação de energia pelos seres vivos pode ser


realizada através de dois processos fotossintéticos ou
quimiossintéticos.

Fotossínte4é um processo que transforma a energia


luminosa em energia química, convertendo o dióxido
de carbono e a água em móleculas orgânicas e liberta
para a atmosfera o oxigénio, que é vital para para todos
os seres aeróbios. A fotossíntese ocorre em organitos
celulares designados por cloroplastos.

Fototróficos são os seres vivos que usam como fonte de


Os produtos finais da fotossíntese
energia a energia luminosa. Exemplos, todas as plantas
são imprescindíveis para os
e algumas bactérias.
organismos heterotróficos
6C02 + 6H2O → C6H12O6 + 602
Químiossíntese5é um processo de síntese de compostos orgânicos sem utilizar a energia
luminosa, mas sim a energia libertada em certas reacções químicas (oxidação de substâncias
inorgânicas).

Quimiotróficos são todos os organismos que usam energia química como fonte de energia.
Exemplo, a maioria das bactérias, todos os animais e fungos.

CO2 + 4H2S + O2 → CH2O + 4S + H2O


Tarefa

1. Quais os processos de captação de energia pelas células que conheces? Em que se


diferem?
2. Exemplifique seres fototróficos e quimiotróficos.
3. O que são seres quimiotróficos e fototróficos?
4. Em que organito ocorre a fotossíntese?

4
Fotossíntese, dicionário Houaiss: síntese de moléculas orgânicas a partir do dióxido de carbono
atmosférico e da água, utilizando a luz como fonte de energia [É um processo característico das plantas e
de diversas espécies de protistas e bactérias.]
5
Quimiossintese, dicionário Houaiss: síntese de compostos orgânicos a partir do dióxido de carbono,
graças à utilização da energia derivada de reacções químicas
Lição nº 16

Tema A: A Célula Como Unidade Estrutural e Funcional Dos Seres Vivos.


Subtema A4: Metabolismo Celular

Sumário: Produção de energia metabólica: respiração aeróbia e fermentação

Todas as actividades desenvolvidas pelos seres vivos necessitam de energia. São


fundamentalmente dois processos pelos quais as células mobilizam e transferem a energia dos
nutrientes: respiração aeróbia e fermentação.

Respiração6 aeróbia é um conjunto de reacções complexas que ocorrem nas células vivas,
principalmente ao nível das mitocôndrias.

As moléculas de ATP7 possuem energia biologicamente útil que a célula pode utilizar nos
diversos processos vitais.

Traduz-se, globalmente, as reacções de respiração aeróbia do seguinte modo:

𝐆𝐋𝐈𝐂𝐎𝐒𝐄 + 𝐎𝐗𝐈𝐆É𝐍𝐈𝐎 → 𝐃𝐈𝐎𝐗𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐑𝐁𝐎𝐍𝐎 + Á𝐆𝐔𝐀 + 𝐄𝐍𝐄𝐑𝐆𝐈𝐀 𝐀𝐓𝐏

𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 6𝑂2 → 6𝐶𝑂2 + 6𝐻2 𝑂 + 6𝐴𝑇𝑃

As células podem recorrer a várias nutrientes para obter energia, mas a mais usada é a glicose.
Se forem utilizados aminoácidos8 na respiração forma-se amoníaco9, que é altamente tóxico e
elimina-se pela urina, sob a forma de ácido úrico e ureia10.

Fermentação

Os organismos que produzem energia através do processo de fermentação são seres anaeróbios
pois não necessitam da presença de oxigénio.

A fermentação é um processo de mobilização da energia dos nutrientes em que não é utilizado


o oxigénio, e em que se forma um produto orgânico como produto final. Ela é responsável pela
produção de alguns alimentos, nomeadamente de bebidas alcoólicas a partir do açúcar contido
no sumo dos frutos, para o fabrico de alimentos como pão, queijo, iogurte, etc., e até de alguns
medicamentos.

A fermentação alcoólica e a fermentação láctica são dois tipos de fermentação.

6
Respiração, dicionário Houaiss: processo metabólico no qual o oxigénio molecular é absorvido pelas
células e us. na oxidação de moléculas orgânicas, resultando na liberação de energia para outros
processos metabólicos e na eliminação de dióxido de carbono e água.
7
ATP, dicionário Houaiss: sigla de adenosina trifosfato.
8
Aminoácidos, dicionário Houaiss: Os aminoácidos são os componentes das proteínas.
9
Amoníaco, dicionário Houaiss: gás incolor e com odor característico (NH3), facilmente solúvel em água,
us. na fabricação de fertilizantes, fluido de refrigeração, entre outras aplicações;
10
Dicionário Houaiss: Ureia (substância (CH4N2O) encontrada na urina dos mamíferos como produto
natural do metabolismo das proteínas) ácido úrico diz-se de ou ácido (C5H4N4O3) presente na urina dos
animais carnívoros, us. em síntese orgânica
A fermentação alcoólica consiste na degradação da glicose provocada por leveduras que existem
nas cascas das uvas, por exemplo. Durante estas reacções ocorrem transferências de energia,
havendo formação de moléculas de ATP e libertação de calor.
𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏ç𝒂
𝒅𝒆 𝒍𝒆𝒗𝒆𝒅𝒖𝒓𝒂𝒔
𝑮𝑳𝑰𝑪𝑶𝑺𝑬 → 𝑫𝑰𝑶𝑿𝑰𝑫𝑶 𝑫𝑬 𝑪𝑨𝑹𝑩𝑶𝑵𝑶 + Á𝑳𝑪𝑶𝑶𝑳 𝑬𝑻Í𝑳𝑰𝑪𝑶 + 𝑨𝑻𝑷

𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏ç𝒂 𝒅𝒆 𝒍𝒆𝒗𝒆𝒅𝒖𝒓𝒂𝒔
𝑪𝟔 𝑯𝟏𝟐 𝑶𝟔 → 𝟐𝑪𝑶𝟐 + 𝟐𝑪𝟐 𝑯𝟓 𝑶𝑯 + 𝟐𝑨𝑻𝑷

No fabrico do queijo e do iogurte, o açúcar do leite é transformado em ácido láctico, que por
alterar o pH do meio, provoca a coagulação11 das proteínas do leite, essencial no processo de
fabrico destes alimentos. Este tipo de fermentação denomina-se fermentação láctica.
𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏ç𝒂
𝒅𝒆 𝒃𝒂𝒄𝒕é𝒓𝒊𝒂𝒔
𝑮𝑳𝑰𝑪𝑶𝑺𝑬 → Á𝑪𝑰𝑫𝑶 𝑳Á𝑪𝑻𝑰𝑪𝑶 + 𝑨𝑻𝑷

𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏ç𝒂 𝒅𝒆 𝒃𝒂𝒄𝒕é𝒓𝒊𝒂𝒔
𝑪𝟔 𝑯𝟏𝟐 𝑶𝟔 → 𝟐𝑪𝟑 𝑯𝟔 𝑶𝟑 + 𝟐𝑨𝑻𝑷

Tarefa

1. Qual é a diferença entre a respiração aeróbia e a fermentação?


2. Exemplifique alimentos derivados da fermentação.
3. Quais os produtos das reacções das fermentações alcoólicas e lácticas?
4. Em que organito celular ocorre a respiração aeróbia nas células?

Lição nº 17

11
Coagulação, dicionário Houaiss “promover a coagulação ou solidificação de”“perder a fluidez,
transformar-se em massa ou sólido”“precipitar ou aglutinar (a fase dispersa de um coloide, p.ex.);
flocular”
Tema B: Organização das plantas.
Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais.

Sumário: Organização estrutural das plantas


angiospérmicas.

As plantas superiores classificam-se em Gimnospérmicas e


Angiospérmicas.

As angiospérmicas12são constituídas por diferentes órgãos


com estruturas próprias e funções especializadas.

As diferenças entre as folhas, caules e raízes resultam não só


dos tipos de tecidos constituintes, mas sobretudo do arranjo e
proporções desses mesmos tecidos. Toda diversidade de
aspecto que as plantas apresentam no que se refere às raízes,
caules, folhas e peças florais são apenas formas diferentes
delas conseguirem sobreviver e reproduzir-se.

Tarefa Estrutura de uma angisopérmica


1. Como se classificam as plantas superiores?
2. Como estão constituídos.

12
Angiospérmica, dicionário Houaiss subdivisão do reino vegetal que compreende as plantas floríferas,
cujas sementes estão encerradas no pericarpo, e reúne duas classes: as dicotiledôneas e as
monocotiledôneas.
Lição nº 18

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais.

Sumário: Estrutura e função dos tecidos de formação ou meristemas.

Numa planta em desenvolvimento, certos órgãos, como as folhas e as flores, têm um


crescimento limitado. Contudo, outros órgãos, como por exemplo, as raízes e o caule podem
crescer continuamente durante toda a vida da planta.

O crescimento continuo das plantas torna-se possível devido à existência de tecidos chamados
meristemas, cuja célula mantém a capacidade de se dividir. Quando as células se dividem
originam células semelhantes à célula-mãe. Por divisões sucessivas, o número de células vai
aumentando e por isso há crescimento.

O termo “meristema” (do grego: merismos, divisão) enfatiza a atividade de divisão da célula
como uma característica do tecido meristemático.

Essas células experimentam posteriormente, um processo de diferenciação originando


conjuntos com características diferentes que constituem diversos tecidos.

Um tecido é pois um conjunto de células estruturalmente idênticas, especializadas em


determinada função.

Diferentes tecidos associam-se para formar os vários órgãos que constituem as plantas: raízes,
caules, folhas, peças florais, etc.

Os tecidos vegetais incluem não só os meristemas, como também os tecidos definitivos, cujas
células se especializam e perdem, pelo menos temporariamente, a capacidade de se dividir.

Meristemas são tecidos compostos por células, geralmente de forma cúbica e parede celulósica
fina, que têm capacidade de se dividir. Os meristemas são classificados quanto à sua origem em:
Apicais, primários e secundários

Meristemas apicais localizam-se próximo da extremidade da raiz e nas zonas terminais dos
ramos, cuja actividade assegura o crescimento longitudinal desses órgãos. Ela apresenta um
botão terminal de onde emergem as primeiras folhas.

Coifa é um conjunto de células que localizam-se na extremidade da raiz, resulta também da


actividade do meristema apical. A coifa protege o meristema apical no atrito do solo durante o
alongamento da raiz.

Meristemas primários resultam da actividade dos meristemas apicais da raiz e do caule, que
mantêm a capacidade da divisão das suas células.

Tecidos definitivos resultam da actividade dos meristemas primários, são especializados em


diversas funções. Perdem pelo menos temporariamente a capacidade de divisão celular.
Os meristemas secundários resultam de células de
tecidos definitivos primários que readquirem a
capacidade de se dividir. Localizam-se ao longo de
certas zonas da raiz e do caule, formando uma
camada cilíndrica de células que, por divisão, origina
outras células para dentro e para fora, levando ao
engrossamento do órgão.

São exemplos de meristemas secundários: o câmbio


vascular, meristema secundário responsável pela
formação dos tecidos vasculares secundários (o
xilema e o floema secundários), e o felogénio,
responsável pela formação do súber ou cortiça.
Tecidos definitivos
Tecidos definitivos secundários se diferenciam a partir de meristemas secundários.

Quadro analítico dos tecidos vegetais


Meristemas apicais Raiz e caule
Protoderme
Meristemas primários Procâmbio
Meristemas
Meristema fundamental
Câmbio vascular
Meristemas secundários
Felogénio
Cutícula
Dérmicos ou de Epiderme
Estoma
revestimento
Periderme Súber
Clorofilino
Fundamentais Parênquima Secretor
ou de Reserva
Sustentação Colênquima
Esclerênquima
Tecidos Definitivos
Floema Células dos tubos crivosos
ou Células de companhia
Líber Fibras liberinas
Transporte ou Parenquima liberino
Condutor Elementos de vasos
Xilema
Traqueídos ou tracóides
ou
Fibras lenhosos
Lenho
Parenquima lenhoso
Tarefa

1. Define tecido meristemáticos.


2. Distingui tecidos meristemáticos primários de secundários.
3. Onde se localizam estes tipos de tecidos meristemáticos?
4. Indica dois exemplos de tecidos de formação ou meristemas.
5. Cita os tecidos vegetais.
6. Define meristemas apicais.
Lição nº 19

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais.

Sumário: Estrutura e função dos tecidos definitivos: dérmicos.

As plantas vasculares apresentam três sistemas de tecidos: dérmicos, fundamentais e


condutores.

Os tecidos dérmicos desempenham funções de revestimento dos diferentes órgãos das plantas.

Epiderme é um tecido vivo constituído por uma camada de células que reveste certos órgãos
vivos como folhas, caules, raízes jovens, peças florais, etc., com a função de revestir e proteger
os órgãos vegetais. Também permite a absorção de água.

Cutícula membranas externas mais espessas, da epiderme dos órgãos aéreos, formada por uma
substancia impermeável chamada cutina. Nessas epidermes existem estruturas chamadas
estomas que controlam as trocas gasosas com o meio.

Um estoma é constituído por duas células-labiais ou células-guarda que delimitam uma abertura
chamada ostíolo. Ostíolo dá acesso a um pequeno espaço que é a câmera estomática.

A epiderme da raiz não possui cutícula, pelo que as suas células são permeáveis, e por vezes,
contém pêlos que podem realizar várias funções.

Periderme é o tecido que substitui a epiderme na raiz e no caule ao nível de zonas não tão
jovens.

A zona mais externa da periderme é constituída por células mortas de paredes impregnadas de
uma substância impermeável, a suberina. Por este facto esse tecido denomina-se súber. O súber
pode tornar-se muito espesso em alguns vegetais, como no caso do sobreiro, constituindo a
cortiça.

Tarefa

1. Como se classificam os tecidos definitivos


2. Menciona duas características da epiderme.
3. Distingui a epiderme da periderme
4. Qual é a substância impermeável existente na epiderme?
5. Por que é importante a existencia de estomas nas folhas?
Lição nº 20

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais.

Sumário: Estrutura e função dos tecidos definitivos: fundamentais.

Os parênquimas, os colênquimas e os esclerênquimas são tecidos simples com diferentes


funções na planta.

Parênquima são tecidos essenciais elaborados, formados por células vivas, pouco diferenciados,
com paredes celulósicas e finas. Desempenham importantes actividades metabólicas nas
plantas, incluindo a fotossíntese, armazenamento ou secreção de substâncias.

O citoplasma apresenta-se geralmente sob forma de uma fina película rodeada pela membrana
citoplasmática.

O núcleo é relativamente pequeno e as células possuem, frequentemente, um vacúolo de


grandes dimensões.

A forma das células é variável, desde prismática a esférica.

Se a forma é esférica, o tecido apresenta espaços entre as células que se designam por meatos
se forem pequenos, e por lacunas se forem grandes.

Existem diferentes tipos de parênquima:

Parênquima clorofilino as células contêm cloroplastos que podem ser diferentes na forma e no
número. Podem ser formados, por exemplo, por células prismática e justapostas -, parenquima
em paliçada – ou apresentar células mais ou menos esféricas e separadas por espaços –
parênquima lacunoso.

Parênquima de reserva as células apresentam diferentes substâncias armazenadas, como o


amido, proteínas, etc.

Parênquima secretor elabora substancias que não são utilizadas na ntrição da planta. Exemplo,
os parenquimas resinífero, lactífero, etc. O parênquima resinifero produz resina e existe, por
exemplo, no pinheiro. O parênquima lactífero produz látex e encontra-se em algumas plantas,
como por exemplo, a planta da borracha.

Colênquima tecidos simples constituídos por células vivas, de forma geralmente prismática,
cujas paredes são espessadas por depósitos sucessivos de celulose. Desempenha função de
suporte e encontra-se em raízes. As células deste tecido, alongando-se, podem acompanhar o
crescimeno dos órgãos que fazem parte.

Esclerênquima é constituído por células mortas cujas paredes são espessas devido à disposição
da lenhina, uma substância que lhes confere resistência e rigidez. É um tecido essencialmente
de suporte e aparece nos órgãos de plantas adultas. Por vezes aparece também em estruturas
protectoras de sementes.

Tarefa
1. Indica os tecidos fundamentais que estudastes.
2. Qual dos tecidos fundamentais é constituído por células mortas?
3. Indica os três tipos de parênquima que existem e distingui-os.
4. Explica a importância dos parênquimas na plantas
5. Que funções desempenham os tecidos colênquimas e esclerênquimas nas plantas?
6. Qual é a função da cutina e estoma?
7. Indica a função da lenhina no esclerênquima para a planta.
Lição nº 21

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B1: Estrutura e função dos tecidos vegetais.

Sumário: Estrutura e função dos tecidos definitivos: tecidos de transporte.

Nas plantas vasculares existem dois tipos de tecidos de transporte: o xilema e o floema

Xilema, lenho ou tecido traqueano é especializado na condução de água e sais minerais.

O xilema é constituído por quatro tipos de células:

Elementos de vasos são células mortas topo a topo, em que as paredes transversais das células
desapareceram. Cada fila de células, assim colocados, forma um vaso traqueano, cujas paredes
laterais apresentam por dentro da parede celulósica espessamento de lenhina mais ou menos
densos.

Traqueídos ou tracóides células longa, afiadas nas extremidades pelas quais contactam entre si.
A água é conduzida de um tracóide ao outro, através das zonas das paredes mais finas. São
formadas por células mortas e as paredes laterais apresentam espessamento de lenhina.

Fibras lenhosas assemelham-se a fibras esclerenquimatosas e desempenham funções de


suporte.

Parenquima lenhoso as células deste parênquima são as unicas células vivas do xilema e
desempenham essencialmente funções de reserva.
Os elementos de vasos e os traqueídos constituem os elementos condutores do xilema.
Floema, líber ou tecido crivoso está especializado no transporte de água e de substâncias
orgânicas.
É um tecido complexo e composto também por quatro tipos de células:
Células dos tubos crivosos são células vivas. Estas células ligam-se entre si topo a topo e as
paredes de contacto são providas de orifícios microscópicos. As paredes transversais, por esse
facto, são designadas por placas crivosas. É através desses orifícios que se estabelecem as
ligações do citoplasma entre as células consecutivas.
Células de companhia são células vivas que possuem núcleos e os restantes organelos. Situam-
se junto das células dos tubos crivosos e ajudam no funcionamento destas células. Existem
numerosas ligações entre célulass de companhia e as que formam os tubos crivosos.
Fibras liberinas são células mortas mais ou menos longas e desempenham funções de suporte
na planta.
Parênquima liberino formado por células vivas pouco diferenciadas que realizam funções de
reserva.
Tarefa

1. Indica os tipos de células existentes no xilema e no floema.


2. Qual a função do xilema e do floema?
3. «O floema é um tecido de transporte constituído apenas por células vivas.». Concordas
com a afirmação anterior? Justifica a tua resposta.
4. O xilema e o floema são considerados tecidos simples ou tecidos complexos? Justifica a
tua resposta.
Lição nº 22

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B2: Estrutura e função dos órgãos vegetais.

Sumário: A raiz

Os tecidos encontram-se associados em diferentes órgãos, funcionando como uma unidade,


esses tecidos são especializados de acordo com o órgão a que pertencem.

Ex.: as células da epiderme da raiz permitem a absorção de água, enquanto que nas folhas a
epiderme possibilita trocas gasosas com o meio e controla a perda de água por transpiração.

As raízes constituem normalmente os órgãos subterrâneos da generalidade das plantas.

Fixam a planta ao solo ou a outro substrato, absorvem a água e os sais minerais e permitem a
condução dessas substâncias às partes da planta que se situam acima do solo. Servem ainda
como local de armazenamento de substâncias de reserva produzidas a partir da fotossíntese.

Algumas raízes são comestíveis, como a cenoura, o nabo e o rabanete. Estas raízes que possuem
reserva de alimentos.

As raízes apresentam três zonas distintas:

-zona de ramificação;

-zona pilosa (zona de diferenciação);

-zona de alongamento (meristema apical).

A partir da semente, por desenvolvimento da radícula do embrião forma-se a raiz principal, da


qual se originam outras raízes chamadas secundárias.

Nas monocotiledóneas, a raiz principal é efémera, sendo substituída por outras raízes, chamadas
adventícias, que se formam na dependência do caule.

As principais diferenças observáveis ao microscópio, entre a estrutura celular das raízes das
monocotiledóneas e das dicotiledóneas, são ao nível da epiderme e da disposição do xilema e
do floema no cilindro central.

A secção transversal de uma raiz mostra que nela os tecidos se organizam em três zonas:
epiderme, zona cortical e cilindro central.

Epiderme revestimento externo formado por uma só camada de células. Ao nível da zona pilosa,
as células da epidrme são providas de pêlos radiculares. Cada pêlo é um prolongamento, em
forma de dedo de luva, de uma célula epidermica, que aumenta gradulamente a superficie
daquelas células em contacto com o solo. Os pêlos radiculares intervêm na absorção da água e
dos sais minerais.

Zona cortical formada por um parênquima com células mais ou menos esféricas, desixando
alguns espaços entre elas, principalmente entre a células mais internas.
As células do parenquima cortical podem ter função de reserva.

Endoderme é a camada mais interna da zona cortical. É constituída por células que apresentam
espessamentos de substancias impermeáveis, lenhina ou suberina, ou ambas, em algumas das
suas paredes.

Nas dicotiledóneas

O espessamento forma um anel sobre as paredes radiais e transversais das células.

Esses espessamentos constituem as bandas de Caspary, que em corte transversal aparecem


com uma forma lenticular e se designam por pontuações ou bandas de Caspary.

Nas monocotiledóneas

As células da endoderme apresentam geralmente as paredes internas e radiais suberificadas


(espessamento em U), contudo, entre as células espessadas existem células desprovidas de
qualquer espessamento na parede celular, chamadas células de passagem, que permitem a
passagem de água para o tecido traqueano.

Cilindro central inicia com o periciclo formado por uma camada de células parenquimatosas
imediatamente a seguir à endoderme.

É a partir do periciclo que se desenvolvem as raízes secundárias ligadas directamente da raiz


principal.
Interiormente ao periciclo situam-se o xilema e o floema.
Feixessão agrupamentos formado por apenas um conjunto de tecidos xilema ou floema,
dispostos alternadamente. Os feixes condutores nas raízes são, pois, simples e alternos.
Os elementos do xilema apresentam uma disposiçção radiada formando feixes que partem do
centro. Os elementos do floema constituem feixes localizados entre os feixes do xilema.O
número de feixes é geralmente constante para cada especie.
Na generalidade das dicotiledóneas existe um pequeno número de feixes, tipicamente dois ou
quatro.Nas monocotiledóneas este número é maior podendo chegar a vinte.
Entre os feixes do xilema e os feixes do floema existem os raios medulares formados por um
parênquima. Pode ainda existir em zonas radiais, conforme a planta e a idade, colênquima ou
esclerenquima.
Algumas raízes têm, na parte central, a medula constituída, por vezes, por um parenquima.
Na maioria das dicotiledóneas as células centrais transformam-se em xilema, pelo que são
desprovidas de medula.
Nas monoctotiledóneas, a medula permanece durante toda a vida da planta.
Tarefa

1. Qual a função da raiz na planta?


2. Qual a função dos pêlos radiculares na raiz?
3. Quais as principais diferenças entre a raiz de uma monocotiledónea e de uma
dicotiledónea?
Lição nº 23

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B2: Estrutura e função dos órgãos vegetais.

Sumário: O caule

Os caules suportam as folhas, flores e frutas, e através deles circula a seiva.

Na sua organização apresentam nós, entrenós e gomos laterais. Estes podem desenvolver-se,
originando ramos com folhas e flores.
Num corte transversal de caules de plantas herbáceas e de caules muito jovens de outras plantas
podem encontrar-se diferentes zonas epiderme, zona cortical e cilindro central.
Epiderme formada por células cuja membrana externa está coberta por uma cutícula que
impede a perda de água. A epiderme caulinar é provida de estomas e possui, muitas vezes, pêlos
pluricelulares.
Zona cortical tem uma pequena espessura e geralmente é pouco diferenciada do cilindro
central. É constituída por um parênquima clorofilino na periferia. Muitas vezes, existem nesta
zona tecidos de suporte.
A endoderme geralmente não é visível.

Cilindro central é muito desenvolvido em relação à zona cortical. Os tecidos condutores (xilema
e floema) desenvolvem-se em feixes duplos, isto é, feixes constituídos por xilema e floema, e
estendem-se ao longo do caule, sendo envolvidos pelos tecidos fundamentais.
Em cada feixe, o floema situa-se do lado externo, enquanto que o xilema está dirigido para a
parte interna. Como estão lado a lado, os feixes dizem-se colaterais.
Na parte central existe a medula de onde irradiam os raios medulares situados entre os feixes
condutores.
Na maioria das espécies, tanto lenhosas com herbáceas, existem tecidos de suporte,
esclerênquima ou colênquima.
Existe uma difença entre os caules das monocotiledóneas e os caules das dicotiledóneas.
Nas monocotiledóneas, os feixes condutores dispõem-se irregularmente ou formam várias
séries entre tecidos fundamentais.
Na generalidade das dicotiledóneas, os feixes líbero-lenhosos, organizam-se numa única série
que separa os tecidos fundamentais em duas zonas: externa e medular.
Os caules da dicotiledoneas engrossam com a idade, devido à actividade de meristemas
secundários que originam tecidos secundários.
Tarefa

1. Menciona a constituição de um caule aéreo


2. Indica a principal função do caule na planta.
3. Num corte transversal de um caule que diferentes zonas podes encontrar?
4. Compara as características de um caule de uma monocotiledónea e de uma
dicotiliedónea, quanto a:
 Numero de feixes e sua distribuição
 Tipo de feixes
5. Como se pode distinguir a estrutura primária da secundária, num caule?
6. Refere os tecidos secundários de um caule.
Lição nº 24

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B2: Estrutura e função dos órgãos vegetais.

Sumário: A folha.
As maiorias das folhas são largas e têm um limbo achatado, expondo uma grande uma grande
superfície ao Sol. É no limbo que ocorre a maior parte da fotossíntese.
O limbo liga-se ao caule pelo pecíolo, o qual contém tecidos condutores que unem o sistema
vascular.
No limbo existem nervuras que podem ter aspectos diferentes.
Nas plantas dicotiledóneas as nervuras apresentam-se ramificadas. Pelo contrário, nas plantas
monocotiledóneas as nervuras não se ramificam, são paralelos entre si, tendo
aproximadamente o mesmo desenvolvimento.
As nervuras podem ver-se à vista desarmada e correspondem aos feixes condutores associados
a tecidos de suporte.
As folhas são órgãos essencialmente especializados na realização da fotossíntese. Toda a sua
morfologia e estrutura contribui para o desempenho dessa função.
Existem algumas diferenças entre as estruturas das folhas de monocotiledóneas e das folhas de
dicotiledóneas.
Dicotiledóneas
Epiderme cutinizada com estoma os estomas situam-se, predominantemente, na epiderme da
página inferior.
Mesófilo é constituído por parênquima clorofilino que fica entre as duas epidermes.
Do lado da página superior é formado por células alongadas e encostadas umas às outras –
parênquima em paliçado; na página inferior é formado por células arredondadas com espaços
entre elas (lacunas) – parênquima lacunoso. Por este facto diz-se que nas dicotiledóneas existe
mesófilo assimétrico.
Devido à densidade de células no parênquima em paliçada e ao facto de as células deste tecido
possuírem maior número de cloroplastos que as células do parênquima lacunoso, a página
superior das folhas de dicotiledóneas apresentam uma tonalidade verde mais escura que a da
página inferior.
Feixes condutores os feixes condutores, juntamente com os tecidos de suporte, constituem as
nervuras da folha.
Os feixes condutores são duplos e colaterais com o lenho voltado para a página superior e o
floema para a página inferior.
Monocotiledóneas
Epiderme cutinizada semelhante nas duas páginas, com uma distribuição idêntica dos estomas
nessas páginas.
Mesófilo simetrico constituído por parênquima clorofilino com pequenas lacunas e semelhantes
nas duas páginas.
Feixes condutores constituídos por xilema e floema, fazem parte das nervuras que não são
ramificadas.
Tarefa

1. Qual a principal função da folha nas plantas?


2. Compare as caracteristicas de uma folha de uma dicotiledónea e de uma
monocotiledónea, quanto a:
Presença/ausência de estomas;
Simetria do mesófilo;
Características dos feixes
3. Faz um desenho esquemático que representa a constituição de uma folha completa em:
bainha, pecíolo, limbo, margem, nervura principal, página superior e página inferior.
Lição nº 25

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B3: Fotossíntese

Sumário: Mecanismo da fotossíntese.

A vida na Terra depende da energia luminosa do Sol. As plantas superiores, as algas e


determinadas bactérias são capazes de captar energia luminosa e solar e converte-la em energia
química, que fica armazenada em compostos orgânicos constituídos a partir de substâncias
minerais simples, como por exemplo, a água e o 𝐶𝑂2

No decurso do processo fotossintético, as plantas, em presença da luz utilizam dióxido de


carbono e água do meio e produzem compostos orgânicos, nomeadamente, glicose (𝐶6 𝐻12 𝑂6 )
libertando oxigénio (𝑂2 ).

As reacções da fotossíntese ocorrem nos cloroplastos, presentes nas células das folhas.
𝐿𝑢𝑧 𝑆𝑜𝑙𝑎𝑟
12𝐻2 𝑂 + 6𝐶𝑂2 + 𝐶𝐿𝑂𝑅𝑂𝐹𝐼𝐿𝐴 → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 6𝑂2 + 6𝐻2 𝑂

A água, o dióxido de carbono e a luz são


fornecidas pelo ambiente e são
indefinidamente renováveis, enquanto
que a as clorofilas e outras moléculas
implicadas no processo são sintetizadas
pelas plantas.

O oxigénio libertado, bem como as


substâncias orgânicas sintetizadas, são
fundamentais na manutenção da vida,
quer dos produtores e dos consumidores,
quer dos outros níveis tróficos das
cadeias alimentares. Directa ou
indirectamente, todas as células vivas
(exceptuando algumas bactérias)
dependem da energia solar, as células
das plantas que possuem cloroplastos e
alguns seres unicelulares que podem
captá-la.

Através de várias experiencias, sabe-se actualmente que o oxigénio provém da água. A água,
por acção da luz solar, é dissociada em oxigénio e hidrogénio, e a este processo dá-se o nome
de hidrólise da água.

𝐻2 𝑂 + → 2𝐻 + + 2𝑒 − + 1⁄2 𝑂2

O hidrogénio é levado por moléculas transportadoras de hidrogénio, intervindo numa série de


reacções complexas em que o 𝐶𝑂2 é reduzido, originando-se compostos organicos,
nomeadamente a glicose, que pode ser utilizada para formar amido.
A parir de compostos intermediários da fotossíntese podem ainda ser sintetizados lípidos e
mesmo aminoácidos, sendo utilizados, neste ultimo caso, sais minerais que a planta absorve do
solo.

Os produtos da fotossíntese são elaborados no interior dos cloroplastos e daí transportados não
só para outros locais da mesma célula como também para outras células da planta.

A glicose resultante da fotossíntese é utilizada na respiração.

A grande parte dos produtos orgânicos resultantes da fotossíntese sai da célula produtora e
chega ao sistema de transporte da planta, que se encarrega da sua distribuição pelas células da
planta não fotossintetizadoras. Nessas células, os compostos orgânicos podem ser gastos na
actividade celular. A parte restante é armazenada sob forma de substancia de reserva.

Depois de fazer a fotossíntese e fabricar a glicose, a planta realiza outro processo, a respiração.
Durante a respiração, os vegetais absorvem o oxigénio do ar, eliminam gás carbónico e libertam
a energia.

O terceiro fenómeno realizado pelas folhas é a transpiração, que consiste na eliminação de


vapor de água.

Tarefa

1. Que substâncias são produzidas pelo processo de fotossíntese?


2. Em que orgânico celular ocorre o fenómeno da fotossíntese?
3. Em que substância de armazenamento se transforma a glicose?
4. Quais são as substâncias envolvidas no processo de fotossíntese?
5. Onde se localiza o cloroplasto na planta?
Lição nº 26

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B3: Fotossíntese

Sumário: Pigmentos fotossintéticos e sua localização.

Nas plantas superiores são as folhas os órgãos fotossintéticos mais importantes, pois é nelas que
se encontra a maior densidade de cloroplastos e consequentemente maior quantidade de
pigmentos fotossintéticos.

Nos clorosplastos estão contidos todas as enzimas e pigmentos fotossintéticos, nomeadamente


as clorofilas.

Nas folhas, os cloroplastos localizam-se no parênquima clorofilino que constitui o mesófilo.

Existem outros pigmentos nas células de plantas.

Tipos de pigmentos Responsáveis pela cor Onde se encontram


A Verde – intensa Todas as plantas superiores e algas
B Verde – amarela Plantas superiores e algas verdes
Clorofila
C Castanho Algas castanhas e diatomaceas
B Vermelho Algumas algas vermelhas
Carotenóides Laranja Todos os organismos fotossinteticos
Carotenóides
Xantófilas Amarela Algas castanhas e diatomaceas
Ficoeritrinas Vermelha Algas vermelhas e cianófitas
Ficobilinas
Ficocianina Azul Algas vermelhas e cianófitas

Tarefa

1. Quais os pigmentos fotossintéticos que estudaste?


Lição nº 27

Tema B: Organização das plantas.


Subtema B3: Fotossíntese

Sumário: Factores que interferem na actividade fotossintética.

Os factores que interferem na actividade fotossintética podem ser:

 Concentração de dióxido de carbono (𝐶𝑂2 );


 Temperatura;
 Intensidade.

As concentrações do 𝐶𝑂2 influenciam a fotossintese da mesma maneira que a luminosidade.

Em concentrações baixas de 𝐶𝑂2 , a fotossintese depende da quantidade deste gás disponivel.

Quando a luz, a água e outros factores forem óptimos, a concentração de 𝐶𝑂2 é geralmente um
factor que limita a velocidade da fotossintese quer das plantas silvestres quer de cultura. Diz-se
portanto, que a concentração do 𝐶𝑂2 funciona como factor limitante.

Quanto à influência da temperatura, verificou-se que, a intensidade luminosa aumenta com a


temperatura até determinado valor (temperatura óptima) a partir do qual decresce por ocorrer
a degradação das enzimas que actuam no processo de fotossíntese.

Assim, quando vários factores interferem simultaneamente num mesmo processo, como
acontece com a fotossíntese, verifica-se que o factor que estiver em menor quantidade é o que
vai limitar a eficiência desse processo – factor limitante.

Tarefa

1. Indica os factores que interferem na fotossíntese.


2. Define o conceito de factor limitante.
3. A temperatura é um factor limitante da fotossíntese?
4. Representa a fórmula geral da fotossíntese.
5. Quais os factores que permitem a realização da fotossíntese?
Lição nº 28

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais.

Sumário: definição e classificação dos tecidos.

Tecidos são conjuntos de células especializadas em determinadas funções.

Qualquer órgão é constituído por uma diversidade de tecidos que funcionam em cooperação.
Exemplo a pele.

A pele forma a superfície externa do organismo. Está em contacto com variadíssimos agentes
agressivos existentes no meio exterior, como substâncias químicas diversas, bactérias, vírus,
fungos patogénicos, radiações prejudiciais, etc.

A sua função de protecção contra agentes agressivos é essencial. Além desta importante função,
a pele é também o principal órgão de regulação da temperatura do corpo e ainda de
sensibilidade.

Na estrutura da pele pode distinguir-se uma zona superficial, a epiderme e uma mais profunda,
a derme.

A epiderme é constituída por tecido epitelial e a derme por tecido conjuntivo.

A pele possui vários anexos nervosos: pêlos e unhas, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.

Existem também receptores nervosos variados relacionados com o tacto, pressão, dor e
temperatura.

Assim, a pele é a sede privilegiada da nossa relação com o ambiente e a protecção contra
agressões exteriores, «avisando» o cérebro.

Podem considerar-se os seguintes tipos de básicos de tecidos:

 Tecidos epiteliais
 Tecidos conjuntivos
 Tecidos musculares
 Tecido nervoso
TECIDO CONSTITUIÇÃO Divisão Tipo de célula
Revestimento
Endócrina
Tecidos epiteliais Glandulares
Exócrina
neuroepitelios
Laxo
Propriamente dito Denso
Elástico
Tecidos conjuntivos
Sangue
Ósseo
Cartilaginoso
Adiposo
Lnfático
Liso
Tecidos musculares Estriado esquelético
Estriado cardíaco
Tecido nervoso

Tabela resumo sobre tecidos


Tarefa

1. Que tipo de tecidos estudaste?


2. Define tecido.
3. Indica órgãos anexos da pele
4. Descreva a função pele.
Lição nº 29

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais.

Sumário: tecidos epiteliais.

Como se classificam os tecidos epiteliais?

Os tecidos epiteliais são constituídos por células poliédricas intimamente unidas e ligadas entre
si. Estas células formam uma camada contínua, que reveste a superfície do corpo e a cavidade
interna dos órgãos.

De acordo com a função no organismo, os tecidos epiteliais dividem-se em:

 Tecidos epiteliais de revestimento


 Tecidos epiteliais glandulares
 Neuroepitélios

Tecidos epiteliais de revestimento

Os epitélios de revestimento cobrem toda a superfície do organismo (através da epiderme) e


também as cavidades internas (a parte interior e exterior dos órgãos) e a sua principal função é
proteger os diferentes órgãos do corpo. Realizam a função de absorção, excreção e difusão.

São classificados geralmente, atendendo a dois critérios:

1. O número de camadas celulares constituintes (Simples e estratificado) e


2. a forma das células da assentada mais superficial (Pavimentoso, Cúbico e cilíndrico)

Quanto ao número de Quanto à forma das células da Localização no corpo humano


camadas superficial (alguns exemplos)
Simples Pavimento (células achatadas) Alvéolos pulmonares
Apenas uma camada de Paredes dos capilares
células Cúbico Tubos uniformes
Cilíndrico ou prismático Intestino
Estratificado Pavimento (células achatadas) Epiderme
Mais de uma camada de Cúbico Bexiga
células Cilíndrico ou prismático Uretra

Tabela nº 2 tabela sobre a classificação dos tecidos epiteliais


Tecidos epiteliais glandulares

Os tecidos epiteliais glandulares são constituídos por células que produzem secreções.

As glândulas podem ser classificadas atendendo ao local onde o produto de secreção é lançada:
Glândulas endócrinas os produtos de secreção designam-se por hormonas e são lançados nos
vasos capilares envolventes. Ex.: ovários, testículos, supra-renais, entre outras.

Glândulas exócrinas os produtos de secreção são lançados para o exterior através de canais
excretores. Estes podem abrir-se na superfície do corpo, como é o caso das glândulas
sudoríparas da pele, ou então numa cavidade interna, como acontece com as glândulas do
sistema digestivo (glândulas salivares, fígado e pâncreas). As glândulas exócrinas podem ser
unicelulares ou pluricelulares.

Neuroepitélios

Os neuroepitélios são formados por células receptoras (especializadas em receber estímulos do


meio exterior) e situam-se nos órgãos dos sentidos. Cada tipo de célula receptora é sensível a
um determinado agente ou estímulo ex.: olfacto, paladar, etc.

Tarefa

1. Distingui diferentes tipos de tecidos epiteliais.


2. Indica os tipos de tecidos epiteliais glandulares.
3. O que são neuroepitelios?
Lição nº 30

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais.

Sumário: tecidos conjuntivos.

O tecido conjuntivo pode ser classificado em tecido conjunntivo propriamente dito e tecido
conjuntivo especializado. Os tecidos conjuntivos propriamente dito podem-se classificar em:
Laxo, denso e elástico.

Todos os tecidos conjuntivos são constituídos pelos mesmos elementos básicos: células
separadas por uma quantidade de material extracelular. Este material, produzido pelas células
é constituído por fibras e por uma substância fundamental ou matriz.

Algumas funções importantes desta categoria de tecidos incluem:

Armazenamento de substâncias (tecido adiposo, por exemplo), mecânica (tecido ósseo),


protecção (tecido de cicatrização) e defesa imunitária (glóbulos brancos que é um dos tipos de
células presentes nestes tecidos).

Os tecidos conjuntivos especializados dividem-se em:

 Tecido cartilaginoso
 Tecido ósseo
 Sangue
 Tecido adiposo
 Tecido linfático
 Tecido conjuntivo propriamente dito

Células – nos tecidos conjuntivos surgem vários tipos de células, cada um com funções próprias.
Tais como: os fibroblastos, os fibroblastos. Além destas células, existem outras como por
exemplo, os macrófagos.

Matriz ou substância fundamental – é um material incolor, transparente, homogéneo, de


composição química variada, onde abundam proteínas.

Fibras – são formações longas e finas formadas por proteínas de vários tipos que conferem
diferentes propriedades ao tecido. Umas são muito elásticas, outras são muito resistentes à
tracção.

Consideram-se diversas variedades de tecido conjuntivo propriamente dito.

Tecido conjuntivo laxo – contém todas as células de diferentes fibras, sem predomínio de
qualquer uma delas.

Tecido conjuntivo denso – com predominância acentuada de fibras resistentes à tracção.

Tecido conjuntivo elástico – com predominância de fibras elásticas.

Tecidos conjuntivos especializados


Tecido cartilaginoso

É formado por células de forma quase sempre arredondada ou oval.

As células deste tecido são designadas por condroblastos e estão encerradas em cavidades
regulares chamadas condroplastos, em volta dos quais a substância intersticial se diferencia
formando uma membrana espessa a que se dá o nome de cápsula.

A substância intersticial é resistente e elástica, formada por água, sais de sódio e uma matéria
albuminóide que é comparável à gelatina endurecida.

No Homem este tecido forma a parte saliente do nariz, as lâminas que ligam as costelas ao
esterno, lóbulo da orelha, os discos intervertebrais e a traqueia, que consiste num tubo
cartilaginoso e membranoso. Elas nunca param de crescer, nem mesmo no indivíduo adulto.

Tecido ósseo

A matriz e a rede densa de fibras estão impregnadas com sais minerais (principalmente fósforo
e cálcio), formando a chamada matriz óssea ou osseína. Este tecido ocorre apenas nos peixes
ósseos e tetrápodes, diferindo os esqueletos calcários dos invertebrados.

As células que compõem o tecido ósseo são de três tipos principais.

Osteoblastos – estas células apenas são activas durante cerca de 8 dias, tempo durante o qual
produzem a matriz e as fibras. Após esse tempo ficam incluídas no tecido ósseo, passando a
designar-se osteócitos;

Osteócitos – células fusiformes e com numerosos prolongamentos citoplasmáticos que


atravessam canais no osso, ligando as diversas células entre si e aos vasos sanguíneos que as
alimentam. Cada célula localiza-se numa cavidade na osseína designada osteoplastos.

Osteoclastos – estás células apenas vivem cerca de dois dias, são grandes e multinucleadas.
Apresentam uma zona com vilosidades que se encontra em contacto com o osso formado, o
qual destroem para retirar fósforo e cálcio.

A unidade estrutural do osso designa-se osteona ou sistema de Havers. No entanto, esta


estrutura não é geral a todos os tipos de ossos, apenas ocorrendo em ossos longos.

No seu centro encontra-se um canal, designado canal de Havers, por onde passam vasos
sanguíneos e nervos.

Dispostas concentricamente em redor do canal de Havers estão as lamelas ósseas, onde se


encontram os osteócitos, dentro de osteoplastos, comunicando entre si por canalículos radiais.

Os ossos estão envolvidos por uma membrana dupla designada perióstio. Esta membrana tem
uma camada externa fibrosa, muito rica em fibroblastos e fibras de colagénio, e uma camada
interna osteogénica, contendo células mesenquimatosas percursoras dos osteoblastos.

Em algumas variedades de tecido ósseo, as lamelas estão afastadas umas das outras, fazendo
lembrar, pelo seu aspecto, uma esponja. O tecido neste caso chama-se tecido ósseo esponjoso.

Sangue
Sangue é um tecido com características especiais; é um conjunto de células suspensas no
plasma, ou seja, neste caso a matriz é líquida. Esta matriz transporta gases, nutrientes, produtos
de excreção, células e hormonas por todo o organismo.

Os elementos celulares do sangue podem ser separados do plasma por centrifugação. As células
depositam-se no fundo do tubo da centrifugação e o plasma, mais claro, na parte superior.

Elementos celulares do sangue

Plaquetas – são corpúsculos celulares anucleados e muito pequenos, responsáveis pela


coagulação do sangue.

Glóbulos vermelhos ou eritrócitos – nos mamíferos, são células redondas, bicôncavas,


anucleadas e contendo hemoglobina, o pigmento responsável pelo transporte dos gases
respiratórios. Nos restantes vertebrados, no entanto, são células nucleadas, biconvexas e ovais.

Glóbulos brancos ou leucócitos – células nucleadas de vários tipos, responsáveis pela defesa
imunitária e presentes em todos os animais que contenham líquidos circulantes.

Granulares – células com núcleo multilobado e grânulos citoplasmáticos específicos que permite
identificá-los como:

Basófilos – células produtoras de mediadores químicos de reacções inflamatórias;

Eosinófilos – células que participam na modulação de processos inflamatórios;

Neutrófilos – células muito activa que «patrulham» o corpo, fagocitando bactérias e outros
corpos estanhos.

Agranulares – células com núcleo grande, mais ou menos esférico ou em forma de rim, e sem
granulos no citoplasma. Podem ser classificados em:

Linfócitos – existem dois tipos destas células, os linfócitos B e T, que produzem imunoglobulinas
e matam células infectadas por vírus, respectivamente;

Monócitos – realizam a fagocitose de protozoários, vírus e células em degenerscencia, tendo a


capacidade de abandonar os vasos sanguíneos – diapedese.

Elementos celulares Funções e características Origem


Transporte de 𝑂2 e 𝐶𝑂2 .
Hemáceas
Forma de disco bicôncavo.
Não têm núcleos nem organelos citoplasmáticos.
(4 a 6 milhões por 𝑚𝑚3
Contém hemoglobina responsável pelo transporte dos
de sangue) Medula vermelha
gases respiratórios e a cor vermelha do sangue.
dos ossos
Com núcleo multilobado e grânulos citoplasmáticos
Leucócitos granulares
específicos.
Não se observam grânulos no citoplasma com as
Leucócitos agranulares
tradicionais tecnicas microscopia
Plasma – é essencialmente uma solução aquosa de proteínas, glicose, hormonas e sais. Nos
vertebrados é uma solução incolor, mas pode ser azulado ou vermelho em alguns invertebrados

por conter pigmentos respiratórios em solução (hemocianina ou hemoglobina,


respectivamente).

Componentes do plasma Função Origem


ÁGUA Mantém o volume do sangue e
Absorção.
90 - 92% do plasma transporta as moléculas e iões.
PROTEÍNAS Mantém o volume e a pressão
(albumina, fibrinogénio, do sangue.
Fígado
globulinas) Coagulação
7 - 8% do plasma Defesa do organismo.
SAIS
Mantém a pressão e o pH. Absorção no intestino
Menos de 1% do plasma
GASES
Respiração celular.
(oxigénio e dióxido de Pulmões, tecidos
Produto final da respiração
carbono)
LÍPODOS, GLÍCIDOS E
Nutrientes para as células Absorção
AMINOÁCIDOS
UREIA Resíduo azotado Fígado
HORMONAS, VITAMINAS, ETC. Intervêm no metabolismo. Variada

É de destacar o fibrinogénio, entre as proteínas existentes no plasma, pois intervém na


coagulação do sangue. Esta proteína, que é solúvel, transforma-se numa substância insolúvel, a
fibrina, que forma uma rede de filamentos que aprisionam os elementos celulares do sangue.

Este processo evita, muitas vezes, perda de sangue quando se trata de rotura de um vaso de
pequeno diâmetro.

O plasma transporta diversas substâncias, como por exemplo, nutrientes, dióxido de carbono,
oxigénio (pequena quantidade) e produtos resultantes do metabolismo.

Tarefa

1. Em que tipo de tecido se encontra o sistema de Havers?


2. Quais os constituintes do sangue? Quais as funções?
3. Onde se pode encontrar tecido cartilaginoso no organismo humano?
4. Explica como ocorre a coagulação do sangue.
5. «O sangue é constituído essencialmente por água.»
Concordas com a afirmação anterior? Justifica a tua resposta.
6. Indica os constituintes do plasma.
7. Definir os elementos celulares do sangue.
8. Indica as suas funções.
9. Quais são os três tipos de células do tecido ósseo?
10. Quais os constituintes do sangue?
11. Indica os diferentes tipos de tecido conjuntivo propriamente dito
12. Descreva os tipos de tecidos conjuntivos.
13. Indicar as células especializadas do tecido conjuntivo.
14. Indica a constituição do tecido conjuntivo
Lição nº 31

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C1: Estrutura e função dos diferentes tipos de tecidos de animais.

Sumário: Tecidos musculares.

Os tecidos musculares permitem movimentos corporais no seu todo, bem como a concentração
de diferentes órgãos, como é o caso dos movimentos peristálticos ao longo do tubo digestivo.

As células musculares são alongadas, designando-se por esse motivo por fibras. São
especializadas na contractibilidade, ou seja, podem encurtar por acção de um estímulo.

Além desta capacidade, as fibras musculares apresentam também propriedades de elasticidade,


isto é, podem contrair-se, voltando posteriormente à posição primitiva.

Atendendo às características morfológicas e funcionais, podem distinguir-se três tipos de


tecidos musculares.

 Tecido muscular liso.


 Tecido muscular estriado esquelético
 Tecido muscular estriado cardíaco.

Tecido muscular liso

Este tecido encontra-se em órgãos como os vasos sanguíneos, útero e grande parte do tubo
digestivo.

As células são relativamente pequenas, fusiformes, possuindo um único núcleo que se localiza
no centro da célula, dispõe-se de tal modo que, as extremidades finas de umas coincidem com
as partes largas de outras.

Nas células não se observa uma estriação transversal e daí a designação de tecido muscular liso.
Este tecido realiza contracções contínuas e de fraca potência, originando movimentos lentos. As
contracções são involuntárias.

Tecido muscular estriado esquelético

Este tecido é responsável pelo movimento do esqueleto e de outros órgãos como o globo ocular
e a língua, entre outros. É muitas vezes designado por tecido muscular voluntário, visto poder
ter controlo da nossa vontade.

O músculo é um órgão constituído por uma diversidade de tecidos, entre os quais predomina o
tecido muscular esquelético.

A maioria dos músculos é composta por um grande número de feixes de células musculares.

Cada feixe de um músculo é formado por um grande número de células musculares, dispostas
paralelamente. As células musculares são longas, cilíndricas, com numerosos núcleos,
localizados normalmente na zona periférica, por baixo da membrana plasmática. No citoplasma
existem os organelos, de entre os quais de destaca um elevado número de mitocôndrias.
A maior parte do citoplasma de uma fibra muscular está diferenciada em filamentos chamados
miofibrilas que são unidades constituídas por proteínas. Esta diferenciação em miofibrilas
confere às fibras musculares uma estriação longitudinal.

As miofibrilas apresentam uma sequência de faixas claras e escuras dispostas alternadamente.


Como as faixas escuras, as fibras musculares esqueléticas apresentam uma estriação transversal.

Tecido muscular cardíaco

O tecido muscular cardíaco forma a parte contráctil da parede do coração. Este tecido possui
muitas características semelhantes às do tecido muscular liso. Como no tecido muscular
esquelético, as fibras são longas e apresentam também uma estriação transversal.

As contracções são vigorosas e utilizam uma grande quantidade de energia. No entanto, estas
contracções são rítmicas e involuntárias.

Tal como no tecido muscular liso, as fibras musculares cardíacas possuem, em regra, um núcleo
central.

O tecido muscular cardíaco, além destas características, possui outras que lhe são peculiares. As
fibras são ramificadas em Y, unindo-se longitudinalmente às fibras vizinhas através de estruturas
complexas designadas por discos intercalares.

A maior porção do coração é constituída por tecido muscular cardíaco, denominado miocárdio.
Este tecido é responsável pelos batimentos do coração.

A sístole é a contracção do musculo e a diástole o seu relaxamento.

Tarefa

1. Refere os três tipos de tecidos musculares que estudaste.


2. Em que consiste a diástole e a sístole?
3. Como é constituída o coração?
4. Como se denomina o músculo do coração?
5. Refere as diferenças entre os três tipos de tecidos musculares.
6. Onde se localizam os tecido muscular liso,estriado esquelético e cardíaco.
7. O que se localiza no citoplasma das células do tecido muscular?
8. Como é composto a maioria dos músculo?
9. O que são miofibrilas.
10. Onde se localizam?
Lição nº 32

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C2: Estrutura e função dos sistemas de órgãos de animais

Sumário: Sistema tegumentar dos vertebrados

Nos animais, os diferentes tecidos estão organizados e associados, constituídos os vários órgãos.
Por sua vez, diferentes conjuntos de órgãos podem cooperar entre si para a realização de
determinadas funções, constituindo um nível superior de organização denominado por sistemas
de órgãos.

Os sistemas digestivo, respiratório, circulatório e excretor cooperam para assegurar um


ambiente próprio à vida das células.

Ao nível do sistema digestivo, do respiratório e do sistema excretor existem superfícies que


separam o meio externo do meio interno.

Através do sistema digestivo, os nutrientes passam para o meio interno do organismo.

Na superfície respiratória entra o oxigénio e é eliminado o dióxido de carbono. Os nutrientes e


os gases respiratórios são transportados, na maioria dos animais, pelo sistema circulatório. É
também o sistema circulatório que transporta produtos prejudiciais, resultantes do
metabolismo celular até aos órgãos excretores.

Através da colaboração entre diferentes sistemas de órgãos, o ambiente que rodeia as células
mantém uma composição própria à vida dessas células. Esta capacidade que os organismos
possuem de manter as características do meio interno dentro de determinados limites
compatíveis com a vida denomina-se homeostase.

Assim, o sistema muscular permite todos os movimentos do organismo, e o sistema esquelético


tem a função de suporte e de protecção de outros sistemas de órgãos. Por exemplo, o crânio
protege o encéfalo, a coluna vertebral e a medula espinal.

Os diferentes sistemas de órgãos não funcionam independentemente e sem controlo. O sistema


nervoso e o sistema hormonal coordenam o funcionamento dos restantes sistemas de órgãos.

Através do sistema reprodutor, os animais garantem a propagação e a continuação das espécies


na Terra.

Um organismo animal resulta pois da interacção de diferentes componentes que cooperam de


modo coordenado e equilibrado.

Tarefa

1. Quais os sistemas de órgãos que permitem a entrada de substâncias para o


organismo?
2. Quais os sistemas de órgãos que permitem a eliminação de substâncias do organismo?
3. Qual é o sistema que estabelece a ligação entre as células e os órgãos que estão em
contacto com o meio externo?
4. Justifica a cooperação que existe nos diferentes sistemas de órgãos.
Lição nº 33

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C2: Estrutura e função dos sistemas de órgãos de animais
Sumário: Sistema digestivo

O sistema digestivo, nos vertebrados, é formado por um longo tubo, denominado tubo digestivo
que se estende desde a boca até ao ânus ou cloaca. Como órgãos intermediários, apresenta
faringe, esófago, estômago e intestinos. Também fazem parte do sistema digestivo os órgãos
anexos, que lançam as suas secreções no interior do tubo digestivo. São órgãos anexos: as
glândulas salivares, o fígado e o pâncreas, especificamente no Homem.

A função do sistema ou aparelho digestivo é a realização da digestão.

A maioria dos alimentos, dado a sua complexidade, não pode ser usada pelo organismo sem
experimentar uma série de transformações que constituem a digestão.

Este processo é complexo, sendo a sua duração variável de acordo com a natureza dos
alimentos. No decurso da digestão, as moléculas complexas são transformadas em moléculas
mais simples. Estas são absorvidas, essencialmente, ao nível do intestino delgado, directa ou
indirectamente para o sangue.

O sistema digestivo tem como funções ingerir e digerir alimentos para depois absorver os
nutrientes essenciais à vida e eliminar os resíduos não absorvidos.

A boca é a abertura onde o alimento é Os dentes têm grande importância para a


ingerido. No interior da cavidade bucal mastigação e trituração dos alimentos. A
encontra-se a língua, dentes e glândulas verdadeira mastigação existe apenas nos
salivares. Todos os vertebrados possuem mamíferos. Neste caso, os dentes estão
língua, excepto certas rãs. implantados em cavidades nas maxilares. As
aves, tartarugas, alguns peixes e alguns
mamíferos não possuem dente.

A faringe serve como via de passagem tanto para o sistema digestivo como para o sistema
respiratório. As cavidades oral e nasal terminam na faringe.
O esófago é um tubo elástico que une a faringe ao estômago. Na sua parede há músculos cujas
contracções originam movimentos peristálticos que levam o alimento ao estômago.

Nas aves, o esófago apresenta uma dilatação denominado papo cuja função é armazenar e
hidratar alimentos.

Estômago comunica com o esófago através da cárdia e com o intestino através do piloro. A
cárdia e o piloro são dois orifícios controlados por músculos capazes de abrir e fechar o
estômago permitindo a entrada e saída dos alimentos.

Nas aves, o estômago está dividido em dois compartimentos: proventrículo e moela. O


proventrículo ou estômago mecânico tem paredes espessas e musculosas, servindo para triturar
os alimentos. No interior da moela podem-se encontrar pequenas pedras ingeridas pelo animal
e cuja finalidade é auxiliar na trituração dos alimentos.
Nos mamíferos em geral, o estômago é constituído apenas por uma só cavidade.

O estômago dos anfíbios e dos répteis o estômago está dividido em quatro


apresenta uma só cavidade. compartimentos: pança ou rúmem,
barrete, folhoso e coalheira.
Nos ruminantes, como os bois, bisontes,
búfalos, celmas, antílopes, ovelhas e girafas,

O alimento após deglutido vai para a pança, onde ocorre a digestão da celulose e depois passa
pelo barrete, onde é comprimido e transformado em bolas que voltam à boca para mastigação.
Depois de mastigado, o alimento volta novamente a ser deglutido passando da pança para o
folhoso chegando finalmente à coalheira onde sofre acção do suco gástrico.
No intestino do homem completa-se a digestão e absorção dos alimentos. O intestino delgado
apresenta três partes: duodeno, jejuno e ileo. O duodeno é a porção mais superior na qual está
ligado ao piloro. Ao duodeno seguem-se o jejuno e o ileo, este termina no ceco que é a primeira
porção do intestino grosso.

No duodeno desembocam os canais que provêm do fígado. O intestino delgado dos mamíferos
herbívoros é muito mais longo do que o intestino dos animais carnívoros.

O intestino grosso é curto nos vertebrados, excepto nos mamíferos. Do intestino grosso dos
mamíferos fazem parte três zonas: ceco, cólon e recto. O ceco é bastante desenvolvido em
certos mamíferos roedores, nele a absorção da água, formando-se fezes sólidas ou semi-sólidas.

Nos peixes ósseos e mamíferos, o recto Nos anfíbios, nos répteis e aves, o recto
comunica com o exterior através do ânus abre numa cavidade chamada cloaca, onde
por onde são expulsas as fezes. terminam também os canais reprodutores e
excretores, a cloaca comunica com o
exterior pelo orifício cloacal.

As glândulas anexas são estruturas que fazem parte do tubo digestivo, mas que lançam no
interior desse tubo as suas secreções:

As glândulas salivares encontram-se nos vertebrados terrestres. Produzem a saliva que é


lançada na boca, onde humedece os alimentos.

O fígado existe em todos os vertebrados. Tem cor vermelha-escura e é dividido em lobos. Produz
a bílis que é armazenada na vesícula biliar. Do fígado parte o canal hepático, e da vesícula biliar
o canal cístico que se unem, formando o canal colédoco, que se abre no duodeno, onde é
lançada a bílis.

O pâncreas existe quase em todos os vertebrados. É uma glândula mista, pois tem funções
endócrinas e exócrinas; como glândula exócrina, o pâncreas produz suco pancreático que é
lançado no duodeno, como endócrina produz a insulina e glucágon, que têm a função de regular
a quantidade de açúcar no sangue.

O sistema digestivo tem como funções ingerir e digerir alimentos, para depois absorver os
nutrientes essenciais à vida e eliminar os resíduos não absorvidos.
Tarefa

1. Qual a função da moela no sistema digestivo das aves?


2. Indica as glândulas anexas do sistema digestivo do Homem.
3. Como é constituído o estômago do boi?
4. Explica a importância dos dentes no processo da digestão.
5. Como é constituído o sistema digestivo das aves?
6. Como é constituído o sistema digestivo dos ruminantes?
7. Como é constituído o sistema digestivo do Homem?
Lição nº 34

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C2: Estrutura e função dos sistemas de órgãos de animais
Sumário: Sistema respiratório

Como já sabes, a respiração é um fenómeno que ocorre nas células vivas. Para que ela se realize
é necessário oxigénio, e durante o processo forma-se dióxido de carbono que tem de ser
eliminado. Nos animais existem determinadas superfícies do corpo onde ocorrem essas trocas
gasosas. Essas superfícies fazem parte, muitas vezes, de sistemas de órgãos especializadas para
esse fim denominados sistemas respiratórios. Na maior parte dos casos é o sangue que
transporta os gases respiratórios. As trocas gasosas que se realizam nas superfícies respiratórias
denominam-se hematose.

Existem tipos de superfícies respiratórias nos vertebrados: tegumento, brânquias e pulmões.

A hematose que ocorre através do tegumento denomina-se hematose cutânea. Para que possa
ocorrer é necessário que o tegumento permaneça húmido e tenha intensa vascularização. Nos
anfíbios observa-se uma pele fina e húmida o que permite a difusão dos gases respiratórios,
passando o oxigénio para o sangue e libertando-se o dióxido de carbono. Na minhoca, a
hematose também é cutânea.

A hematose branquial ocorre através das brânquias, estruturas apropriadas às trocas gasosas
no meio aquático. As brânquias são constituídas por filamentos delgados, onde uma fina camada
de células percorre uma rede de vasos sanguíneos. As trocas gasosas consistem na permuta
entre o oxigénio da água e o dióxido de carbono que chega às brânquias através dos vasos
sanguíneos.

Nos peixes que possuem brânquias, a água penetra pela boca e ao chegar à faringe desvia-se
para as brânquias, depois vão para o exterior através de orifícios ou fendas branquiais.

Os opérculos são placas ósseas localizadas nos lados de cabeça dos peixes e que cobrem a
câmera branquial. Podem ser lisas, cobertas de escamas ou ornamentadas com cristas ou
espinhos.

A hematose pulmonar é realizada nos pulmões que realizam trocas gasosas no meio aéreo.
Existem pulmões nos vertebrados terrestres desde os anfíbios até aos mamíferos. Os pulmões
são órgãos ocos, possuindo em muitos casos grande superfície interna e são altamente
vascularizados. Nos anfíbios apresentam-se como bolsas simples: nos répteis apresentam
subdivisões internas e muitos alvéolos. Nas aves não são de tipo alveolar, apresentam uma
grande rede de canais que permitem o arejamento e uma oxigenação eficiente do sangue. Nos
mamíferos atingem grande complexidade, com enorme superfície alveolar. Os alvéolos são ocos
de pequeno tamanho cujas paredes são revestidas por uma rede capilar, na qual ocorrem as
trocas gasosas com o sangue.

O espaço interno dos pulmões liga-se ao meio externo por canais, que permitem a entrada e a
saída do ar, ou seja, permitem a ventilação pulmonar.
Os anfíbios possuem hematose cutânea, hematose branquial e hematose pulmonar. A
hematose cutânea é mais desenvolvida que a pulmonar e branquial, faz-se por brânquias
externas e encontra-se na fase larval. Os sapos e as rãs apresentam laringe e duas cordas vocais
que lhes permitem coaxar. Em muitos anfíbios como a rã, as brânquias durante o
desenvolvimento são reabsorvidas e substituídas por pulmões.

Os répteis apresentam hematose pulmonar; nos ofídios (cobras e serpentes), o pulmão direito
é atrofiado.

A hematose nas aves é pulmonar. Em comunicação com os pulmões existem cinco pares de
bolsas denominadas sacos aéreos. Os sacos aéreos estão sempre entre os órgãos e chegam
mesmo até ao interior dos ossos, têm a função de diminuir o peso, promover o contínuo
arejamento dos pulmões e refrigerar o corpo.

Nos mamíferos, a hematose é pulmonar. O diafragma separa a cavidade torácica do abdómen.


É exclusivo dos mamíferos e constitui um importante músculo acessório para a ventilação
pulmonar.

A ventilação pulmonar é a entrada e saída do ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares. É


realizada através de dois processos: a inspiração e expiração.

Pela inspiração o ar penetra nos pulmões. Para que ocorra, a caixa torácica deve aumentar de
volume, o que faz com a sua pressão interna se torne menor que a da atmosfera.

O aumento de volume da caixa torácica é possível graças às contracções do diafragma e dos


músculos intercostais. A contracção do diafragma aumenta a caixa torácica no sentido
longitudinal e a contracção dos músculos intercostais eleva as costelas e projecta o externo para
frente, provocando um aumento da caixa torácica no sentido transversal e posterior.

Na expiração ocorre o inverso. O diafragma e os músculos intercostais relaxam-se e há


diminuição do volume da caixa torácica, com isso a pressão interna torna-se maior que a da
atmosfera e o ar é expelido.

Os pulmões dos mamíferos têm um sistema intricado de bronquíolos que conduzem o ar para
dentro dos alvéolos respiratórios, nos quais ocorrem as trocas com o sangue.

Tarefa

1. O que é a respiração?
2. Em que estruturas ocorre a hematose?
3. Que tipos de hematose ocorre nos vertebrados?
4. Qual é a importância do oxigénio na respiração?
5. O que acontece à caixa torácica durante a expiração e a inspiração?
6. Enuncia as diferenças entre o sistema respiratório do Homem e o dos peixes.
7. «Os alvéolos pulmonares são muito capilarizados.»
Comenta a afirmação anterior. Justifica a tua resposta.
Lição nº 35

Tema C: Organização dos animais.


Subtema C2: Estrutura e função dos sistemas de órgãos de animais
Sumário: Sistema Circulatório

O sistema circulatório tem a função de transporte de substâncias pelo corpo. Garante a chegada
de nutrientes e oxigénio a todas as células e faz a remoção dos produtos nocivos produzidos
pelo metabolismo celular.

O sangue arterial transporta oxigénio dos órgãos respiratórios para a célula e recebe em troca o
dióxido de carbono tornando-se venoso. Regressa aos órgãos respiratórios onde liberta o
dióxido de carbono e recebe o oxigénio.

O sangue nos vertebrados circula dentro de um sistema fechado constituído pelo coração e
vasos sanguíneos. Coração é um órgão oco, de paredes musculares cujas contracções empelem
o sangue para o interior dos vasos. Nos vertebrados, o coração apresenta duas, três ou
cavidades.

Os vasos sanguíneos são estruturas tubulares, no interior dos quais circula o sangue.
Distinguem-se três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares.

As artérias são vasos nos quais o sangue circula afastando-se do coração para todas as partes do
corpo; as veias são vasos nos quais o sangue circula aproximando-se do coração, para onde
trazem o sangue.

Entre as arteríolas e vénulas existem vasos de pequeno calibre e delgadas, que se denominam
capilares. É ao nível dos capilares que se processa a troca de substâncias entre o sangue e os
tecidos.

O coração e os vasos sanguíneos formam nos vertebrados o sistema circulatório fechado, pois o
sangue em toda a trajectória flui no interior dos vasos. A circulação nos vertebrados pode ser
simples ou dupla e ainda incompleta ou completa. A circulação é simples quando o sangue passa
uma só vez pelo coração; é dupla quando o sangue numa só volta passa duas vezes pelo coração.
É incompleta quando há uma só mistura de sangue arterial e venoso em algum ponto do sistema
e se não ocorrer essa mistura, a circulação é completa.

Os peixes possuem circulação fechada. O coração é alongado e tem duas cavidades – uma
aurícula e um ventrículo. O coração está dotado de válvulas que permitem o fluxo de sangue em
direcção à parte anterior do corpo. O sangue venoso, através de uma veia que o recolhe dos
órgãos, entra no coração pela aurícula, onde é bombeado para a parte anterior do corpo em
direcção às brânquias. Após a oxigenação, o sangue é levado a uma artéria dorsal que percorre
longitudinalmente o corpo. Dessa artéria saem ramos que levam o sangue oxigenado aos
diversos órgãos. Quando o sangue venoso é recolhido pela veia ventral tem início um novo ciclo
circulatório. Como nos peixes o sangue passa uma só vez em cada circulação pelo coração,
dizemos que tem circulação simples.
Nos anfíbios, a circulação é fechada. O coração apresenta três cavidades, duas aurículas e um
ventrículo. O sangue venoso que vem da aurícula direita e o sangue arterial proveniente da
aurícula esquerda passam para o ventrículo único a todos os órgãos, deixando oxigénio nas
células, regressando venoso ao coração. Por existirem estes dois tipos de circulação, dizemos
que os anfíbios possuem dupla circulação. Pelo facto de haver possibilidade que o sangue
venoso se misture com o sangue arterial a nível do ventrículo único, a circulação é incompleta.
O ventrículo está separado por septo incompleto.

O sangue venoso chega ao coração e penetra na aurícula direita, daí passa ao lado direito do
ventrículo de onde penetra na aurícula direito, e daí passa ao lado direito do ventrículo de onde
é bombeado aos pulmões.

Após a oxigenação, o sangue arterial volta à aurícula esquerda de onde passa ao lado esquerdo
do ventrículo e é distribuído para o corpo. O facto de o ventrículo não apresentar separação
completa permite mistura parcial do sangue arterial e venoso. Nos crocodilos, a separação entre
os ventrículos é completa.

As aves e os mamíferos possuem circulação fechada, dupla e completa, o coração apresenta


quatro cavidades, duas aurículas e dois ventrículos, completamente separados.

O sangue venoso chega à aurícula direita e daí passa ao ventrículo direito, deste é levado aos
pulmões onde ocorre a oxigenação. O sangue arterial volta do pulmão à aurícula esquerda de
onde passa ao ventrículo esquerdo. A separação completa entre os lados direito e esquerdo do
coração impede a mistura do sangue arterial e venoso.

Uma diferença significativa do sistema circulatório de aves e mamíferos consiste na curvatura


da artéria aorta que sai do ventrículo esquerdo. Nas aves, a aorta curva-se à direita enquanto
que nos mamíferos a curva é à esquerda.

Tarefa

1. Menciona as diferenças entre artérias e veias.


2. Qual a composição do sangue arterial e do sangue venoso?
3. Que diferenças existem entre o sistema circulatório fechado e aberto?
4. «As aves e os mamíferos possuem circulação dupla e completa.»
Concordas com afirmação anterior? Justifica a tua resposta.

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