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Enem

Semana

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Sumário
Faixa base

Glicídios e Lipídios..............................................................................................................5

Relações ecológicas..........................................................................................................18

Sofistas e Sócrates............................................................................................................32

Gráficos do MU e MUV......................................................................................................45

Lançamento vertical no vácuo...........................................................................................60

Calorimetria......................................................................................................................72

Crise do Fordismo e o Toyotismo.....................................................................................82

Fordismo e a Crise de 29..................................................................................................95

A América portuguesa: civilização do açúcar..................................................................108

A Expansão Marítima e a Colonização da América...........................................................120

Quinhentismo, Barroco e Arcadismo...............................................................................137

Porcentagem...................................................................................................................152

Regra de três simples e composta...................................................................................163

Estudo dos polígonos: definição, classificação, soma dos ângulos internos e externos,
diagonais.........................................................................................................................174

Semelhança de figuras planas e Retas paralelas cortadas por uma transversal / Teorema
de Tales...........................................................................................................................190

Conjunção.......................................................................................................................204
Sumário

Distribuição eletrônica.....................................................................................................218

Evolução dos modelos atômicos e atomística.................................................................233

Desenvolvimento: funções e estratégias.........................................................................250

Introdução: funções e estratégias...................................................................................260

Émile Durkheim: fato social.............................................................................................269

Aprofundamento
Controle glicêmico e metabolismo..................................................................................282

Termometria....................................................................................................................292

Tipos de mão de obra, desemprego e mercado formal...................................................299

O Mundo Medieval..........................................................................................................311

Grandezas Proporcionais.................................................................................................323

Classes variáveis e invariáveis..........................................................................................328

Estados físicos da matéria e diagrama de fases...............................................................335

A situação-problema: como definir a tese?.....................................................................345

Aprendendo com a mitologia...........................................................................................351

Surgimento da Sociologia................................................................................................360
Biologia

Glicídios e Lipídios

Objetivo
Compreender as principais características e funções dos glicídios e lipídios nos seres vivos.

Curiosidade
Os lipídios ajudam muitos animais a sobreviver em ambiente aquático: em mamíferos marinhos, eles são
essenciais para ajudar a manter o corpo aquecido; enquanto nas aves aquáticas, eles permitem que as penas
não fiquem molhadas quando elas mergulham.

Teoria

Glicídios
Os glicídios (também conhecidos como carboidratos) são compostos orgânicos, e têm função de fornecer
energia ou compor estruturas. São constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e oxigênio, e podem ser
encontrados nas seguintes formas:

Monossacarídeos
São a menor estrutura glicídica, considerada uma estrutura básica (monômero). São absorvidos diretamente
pela célula. Sua fórmula química básica é C (H O) . Entre os principais monossacarídeos, podemos citar as
n 2 n

pentoses e as hexoses:
• Pentoses: apresentam cinco átomos de carbono. Têm fórmula C H O para a ribose (que forma o RNA) e
5 10 5

C H O para a desoxirribose (que forma o DNA) — nota-se que há perda de um oxigênio;


5 10 4

• Hexoses: possuem seis átomos de carbono. Têm fórmula química C H O . Exemplos de hexoses: frutose,
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glicose e galactose, todos com fórmula química C H O . O que os difere é o posicionamento de alguns
6 12 6

átomos — são estruturas isômeras; ou seja, apresentam a mesma fórmula, mas são diferentes entre si).

Estruturas químicas das pentoses (desoxirribose e ribose) e das hexoses (glicose, frutose e galactose).
Biologia

Oligossacarídeos
São a junção de dois a seis monossacarídeos. Entre eles, os mais importantes são os dissacarídeos,
formados pela ligação glicosídica entre dois monossacarídeos. São exemplos deles: sacarose (frutose +
glicose), maltose (glicose + glicose) a lactose (galactose + glicose).

Estruturas químicas dos dissacarídeos.

Polissacarídeos
A junção de muitos monossacarídeos gera polímeros chamados de polissacarídeos. Têm função energética
ou estrutural:
• Energética: apresentam moléculas que serão utilizadas na obtenção de energia para o metabolismo. São
exemplos de polissacarídeos energéticos: amido (que é uma reserva energética encontrada em plantas)
e glicogênio (uma reserva energética encontrada em animais e fungos). Esses polissacarídeos se
diferenciam principalmente pelo tamanho e quantidade de ligações — o glicogênio é maior que o amido.
• Estrutural: apresentam moléculas resistentes, que formam estruturas físicas. São exemplos de
polissacarídeos estruturais: celulose (presente na parede celular de algas e plantas), quitina (presente na
parede celular de fungos e no exoesqueleto de artrópodes) e peptidoglicanos (presente na parede celular
de algumas bactérias).

Estruturas químicas dos polissacarídeos.


Biologia

Em nossa nutrição, os polissacarídeos são digeridos graças à ação enzimática, e formam dissacarídeos —
estes também podem ser digeridos, para formar os monossacarídeos, ao rompermos as ligações
glicosídicas. O rompimento é importante, para que os monossacarídeos sejam absorvidos pelo nosso trato
digestivo e, assim, possamos utilizá-los no metabolismo.
O principal monossacarídeo energético é a glicose, usada diretamente no processo de respiração celular. Ela
pode ser encontrada circulante no nosso sangue ou armazenada no fígado e nos músculos, sob a forma de
glicogênio. A celulose não é digerida pelo nosso corpo; então, a ingestão desse polissacarídeo ajuda na
formação do bolo fecal, auxiliando na eliminação das fezes.

Lipídios
Lipídios são moléculas orgânicas apolares, pois suas moléculas não apresentam polos com cargas. Por conta
disso, são insolúveis em água (hidrofóbicos), porém solúveis em outros compostos orgânicos, como o etanol.
São formados basicamente por moléculas de álcool e ácidos graxos. Eles apresentam diversas funções e
estão presentes em diferentes partes do nosso organismo:

• Bile: lipídios participam da formação dos sais biliares que formam a bile, importante para a emulsificação
de gorduras no duodeno, facilitando a digestão desses alimentos pelas enzimas liberadas no local.
• Energia: os lipídios são uma fonte secundária de energia para o metabolismo celular. Para isso, ocorre o
processo de gliconeogênese, liberando glicose para que as células possam fazer a respiração celular.
• Hormônios: participam da composição de hormônios esteroides, como o estrogênio (estradiol), a
progesterona e a testosterona.
• Isolante: funciona como isolante térmico (protegendo contra baixas temperaturas, mantendo o calor no
corpo), isolante mecânico (absorve impactos) e isolante elétrico (não conduz eletricidade, estando, por
exemplo, nos neurônios, para formar a bainha de mielina).
• Impermeabilizantes: Ajudam a reduzir a desidratação ou passagem de água, como, por exemplo, as ceras.
• Membrana celular: é formada por uma bicamada de fosfolipídios, sendo que a região do fosfato é polar
e fica em contato com o meio externo e com o meio intracelular, e a região lipídica é apolar e voltada para
o interior. A membrana celular animal é a única que possui o lipídio colesterol em sua composição,
ajudando a manter a fluidez.
• Transporte de vitaminas lipossolúveis: as vitaminas lipossolúveis são aquelas que se dissolvem em
compostos lipídicos, como gordura, por exemplo, e elas são absorvidas junto com os lipídios ao longo do
trato intestinal. As vitaminas lipossolúveis são as A, D, E e K.

Os lipídios podem ser encontrados no nosso organismo em diferentes grupos: carotenoides, cerídeos,
esteroides, fosfolipídios e glicerídeos.
• Carotenoides: são moléculas formadas apenas por álcool, e formam pigmentos lipossolúveis, com
coloração amarela, laranja ou avermelhada. O betacaroteno é um exemplo de pigmento alaranjado e
utilizado na síntese da vitamina A.
• Cerídeos: são ésteres, formados pela união de um ácido graxo com um álcool, e são comumente
chamados de ceras. Densos e muito insolúveis em água, ajudam a evitar a perda de água. São exemplos
a cutina das plantas, a cera de abelha e a cera de ouvido.
• Esteroides: formados por hidrocarbonetos, se diferenciam pelas suas ramificações e grupos funcionais.
O principal esteroide é o colesterol, cujo grupo funcional é um álcool, e só existe em animais. O colesterol
é precursor de vitamina D, ajuda na constituição da bile e forma hormônios sexuais.
Biologia

• Fosfolipídios: são lipídios associados a uma molécula de ácido fosfórico. Formam todas as membranas
presentes em uma célula, tendo o fosfato como parte hidrofílica e o lipídio como parte hidrofóbica.
• Glicerídeos: Os principais são os triglicerídeos, onde há uma molécula de glicerol com três moléculas de
ácidos graxos. São os óleos e as gorduras. Os óleos, líquidos à temperatura ambiente, apresentam uma
estrutura insaturada (com uma ligação dupla na molécula), enquanto as gorduras, sólidas em temperatura
ambiente, apresentam ácidos graxos saturados (apenas com ligações simples na molécula). Essas são
as formas para armazenamento de energia. Os ácidos graxos insaturados podem ser classificados em
monoinsaturados (com apenas uma ligação dupla), como o azeite de oliva, ou poli-insaturados (com mais
de uma ligação dupla ao longo da cadeia), como o ômega 3.

Representação química de moléculas de ácido graxo saturado, insaturado cis e insaturado trans. Ilustração por Rebeca Khouri.
Biologia

Colesterol
O colesterol é um lipídio esteroide exclusivo de células animais, tendo em sua estrutura um radical de
hidrocarbonetos apolar. O colesterol pode ser sintetizado no fígado ou obtido através da alimentação (apenas
alimentos de origem animal). Para ser transportado no sangue, e também para transportar outros lipídios para
o corpo, ele forma as lipoproteínas, que são associações de colesterol, triglicerídeos e proteínas do tipo
apoproteína. As lipoproteínas variam de densidade e de tamanho, e podem ser o VLDL, LDL e HDL.

Moléculas de lipoproteínas e seus componentes. Ilustração por Rebeca Khouri.

• VLDL: Do inglês “very low density lipoprotein”, traduzido literalmente por lipoproteína de muito baixa
densidade. Possui um grande tamanho e é produzida no fígado para transportar principalmente
triglicerídeos pelo corpo. Junto com o LDL, quando está em altas quantidades no organismo, é uma das
responsáveis pela formação de placas de ateroma, que entopem os vasos sanguíneos. Quando perde os
triglicerídeos para os tecidos, a molécula de VLDL se transforma em uma molécula de LDL.
• LDL: Do inglês “low density lipoprotein”, traduzido literalmente por lipoproteína de baixa densidade. Ela
fica circulando no sangue para fazer o transporte de lipídios (colesterol e triglicerídeos), levando a
gordura do fígado para o corpo. Porém, devido a sua baixa densidade, pode se prender às paredes dos
vasos sanguíneos e causar entupimento. É conhecida popularmente como “mau” colesterol.
• HDL: Do inglês “high density lipoprotein”, traduzido literalmente por lipoproteína de alta densidade, é uma
molécula capaz de absorver os cristais de colesterol que estão depositados nas artérias, removendo-os
e transportando-os de volta ao fígado para ser eliminado. É conhecido popularmente como “bom”
colesterol.
Biologia

Exercícios de fixação

1. Qual destes é um monossacarídeo de seis carbonos?


a) Frutose
b) Quitina
c) Ribose
d) Celulose

2. Qual dissacarídeo é formado por duas glicoses?


a) Sacarose
b) Lactose
c) Maltose
d) Desoxirribose

3. Cite três funções dos lipídios nos animais.

4. Que lipídios são sólidos em temperatura ambiente?


a) Ácidos graxos saturados.
b) Ácidos graxos insaturados cis.
c) Ácidos graxos insaturados trans.
d) Ácidos graxos poli-insaturados

5. É totalmente correto chamar o LDL de “mau” colesterol? Justifique.


Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2007) Ao beber uma solução de glicose (C H O ), um corta-cana ingere uma substância
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a) que, ao ser degradada pelo organismo, produz energia que pode ser usada para movimentar o
corpo.
b) inflamável que, queimada pelo organismo, produz água para manter a hidratação das células.
c) que eleva a taxa de açúcar no sangue e é armazenada na célula, o que restabelece o teor de oxigênio
no organismo.
d) insolúvel em água, o que aumenta a retenção de líquidos pelo organismo.
e) de sabor adocicado que, utilizada na respiração celular, fornece CO2 para manter estável a taxa de
carbono na atmosfera

2. (Unespar, 2016) Os lipídios mais conhecidos são os glicerídeos, as ceras, os esteroides e os


carotenoides. Sobre os lipídios, é correto afirmar que:
a) O colesterol é um lipídio importante para o corpo humano porque compõe as membranas celulares
e é precursor de hormônios esteroides;
b) As células vegetais são ricas em colesterol, por isso, devemos evitar o uso de óleo de soja;
c) Muitas plantas têm suas folhas impermeabilizadas por uma fina camada de glicerídeo;
d) Os triglicerídeos desempenham papel importante no processo da fotossíntese;
e) Os lipídios atuam como catalisadores biológicos.
Biologia

3. (FCMPB, 2019) O colesterol e os triglicerídeos são lipídios muito importantes na composição dos
organismos vivos pois eles são componentes das membranas plasmáticas, ajudam na absorção de
impactos e no controle da temperatura corporal e como matéria-prima para síntese de hormônios
esteroides. Devido a natureza apolar, essas substâncias são transportadas na corrente sanguínea em
estruturas denominadas de lipoproteínas. A estrutura básica das lipoproteínas é idêntica, variando
somente de tamanho e proporção entre os seus componentes. A fração proteica é composta por
apoproteínas, enquanto que a parte lipídica é formada por colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios,
conforme mostra a figura a seguir.

Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídios da lipoproteína:


a) Serem inteiramente solúveis em água, ou seja, polar.
b) Serem solúveis em solução aquosa, ou seja, apolar.
c) Possuírem uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica, ou seja, anfipática.
d) Comportassem como ácidos e bases, ou seja, serem anfotérica.
e) Possuírem duplas ligações em sua estrutura, ou seja, serem insaturados.

4. (Enem, 2014) Com o objetivo de substituir as sacolas de polietileno, alguns supermercados têm
utilizado um novo tipo de plástico ecológico, que apresenta em sua composição amido de milho e uma
resina polimérica termoplástica, obtida a partir de uma fonte petroquímica.
ERENO, D. Plásticos de vegetais. Pesquisa Fapesp, n. 179, jan. 2011 (adaptado).

Nesses plásticos, a fragmentação da resina polimérica é facilitada porque os carboidratos presentes.


a) dissolvem-se na água.
b) absorvem água com facilidade.
c) caramelizam por aquecimento e quebram.
d) são digeridos por organismos decompositores.
e) decompõem-se espontaneamente em contato com água e gás carbônico.
Biologia

5. (Enem, 2019) A fluidez da membrana celular é caracterizada pela capacidade de movimento das
moléculas componentes dessa estrutura. Os seres vivos mantêm essa propriedade de duas formas:
controlando a temperatura e/ou alterando a composição lipídica da membrana. Neste último aspecto,
o tamanho e o grau de insaturação das caudas hidrocarbônicas dos fosfolipídios, conforme
representados na figura, influenciam significativamente a fluidez. Isso porque quanto maior for a
magnitude das interações entre os fosfolipídios, menor será a fluidez da membrana.

Representação simplificada da estrutura de um fosfolipídio

Assim, existem bicamadas lipídicas com diferentes composições de fosfolipídios, como as mostradas
de I a V.

Qual das bicamadas lipídicas apresentadas possui maior fluidez?


a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

6. (Enem, 2011) No processo de industrialização da mamona, além do óleo que contém vários ácidos
graxos, é obtida uma massa orgânica, conhecida como torta de mamona. Esta massa tem potencial
para ser utilizada como fertilizante para o solo e como complemento em rações animais devido a seu
elevado valor proteico. No entanto, a torta apresenta compostos tóxicos e alergênicos, diferentemente
do óleo da mamona. Para que a torta possa ser utilizada na alimentação animal, é necessário um
processo de descontaminação.
Revista Química Nova na Escola. V. 32, no 1, 2010 (adaptado).

A característica presente nas substâncias tóxicas e alergênicas, que inviabiliza sua solubilização no
óleo de mamona, é a
a) lipofilia.
b) hidrofilia.
c) hipocromia.
d) cromatofilia.
e) hiperpolarização.
Biologia

7. (Enem Digital, 2020) O cultivo de células animais transformou-se em uma tecnologia moderna com
inúmeras aplicações, dentre elas testes de fármacos visando o desenvolvimento de medicamentos.
Apesar de os primeiros estudos datarem de 1907, o cultivo de células animais alcançou sucesso na
década de 1950, quando Harry Eagle conseguiu definir os nutrientes necessários para o crescimento
celular.
Componentes básicos para manutenção celular em meio de cultura
HO 2

Fonte de carbono
Elementos inorgânicos
Aminoácidos
Vitaminas
Antibióticos
Indicadores de pH
Soro
CASTILHO, L. Tecnologia de biofármacos. São Paulo, 2010.

Qual componente garante o suprimento energético para essas células?


a) H2O
b) Vitaminas
c) Fonte de carbono
d) Indicadores de pH
e) Elementos inorgânicos

8. (Enem, 2008) Defende-se que a inclusão da carne bovina na dieta é importante, por ser uma excelente
fonte de proteínas. Por outro lado, pesquisas apontam efeitos prejudiciais que a carne bovina traz à
saúde, como o risco de doenças cardiovasculares. Devido aos teores de colesterol e de gordura, há
quem decida substituí-la por outros tipos de carne, como a de frango e a suína. O quadro abaixo
apresenta a quantidade de colesterol em diversos tipos de carne crua e cozida.

Colesterol (mg/100g)
Alimento
Cru Cozido
Carne de frango (branca) sem pele 58 75

Carne de frango (escura) sem pele 80 124

Pele de frango 104 139

Carne suína (bisteca) 49 97

Carne suína (toucinho) 54 56

Carne bovina (contrafilé) 51 66

Carne bovina (músculo) 52 67


Revista PRO TESTE. N°54, dez/2006 (com adaptações).

I. O risco de ocorrerem doenças cardiovasculares por ingestões habituais da mesma quantidade de


carne é menor se esta for carne branca de frango do que se for toucinho.
Biologia

II. Uma porção de contrafilé cru possui, aproximadamente, 50% de sua massa constituída de
colesterol.
III. A retirada da pele de uma porção cozida de carne escura de frango altera a quantidade de
colesterol a ser ingerida.
IV. A pequena diferença entre os teores de colesterol encontrados no toucinho cru e no cozido indica
que esse tipo de alimento é pobre em água.

É correto apenas o que se afirma em:


a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV

9. (UNIFOR, 2013) O propósito principal dos carboidratos na dieta humana é a produção de energia
metabólica. Os açúcares simples são metabolizados diretamente na via glicolítica. E os carboidratos
complexos são degradados em açúcares simples que então podem entrar na via glicolítica. Embora os
lipídios na forma de triacilgliceróis possam representar uma fonte liberadora de energia duas vezes
maior que os carboidratos, são estes últimos que representam a primeira opção para os organismos
extraírem energia.
LEHNINGER, A.L., NELSON, D.L. & COX, M.M. Princípios de bioquímica. São Paulo: Sarvier, 2011. (com adaptações)

Os organismos preferem carboidratos aos lipídios para liberação de energia porque:


a) Os carboidratos não podem ser utilizados para a síntese de lipídios.
b) Existe deficiência em concentração no sistema enzimático que hidrolisa lipídios.
c) Os carboidratos são hidrossolúveis assim como as enzimas que os hidrolisam.
d) Os lipídios possuem estruturas mais complexas que os carboidratos.
e) Os lipídios são hidrofílicos e as enzimas que os hidrolisam são hidrofóbicas.

10. (UFPR, 2017) As moléculas mais utilizadas pela maioria das células para os processos de conversão
de energia e produção de ATP (trifosfato de adenosina) são os carboidratos. Em média, um ser humano
adulto tem uma reserva energética na forma de carboidratos que dura um dia. Já a reserva de lipídeos
pode durar um mês. O armazenamento de lipídeos é vantajoso sobre o de carboidratos pelo fato de os
primeiros terem a característica de serem:
a) isolantes elétricos.
b) pouco biodegradáveis.
c) saturados de hidrogênios.
d) majoritariamente hidrofóbicos.
e) componentes das membranas.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. A
A frutose é um carboidrato monossacarídeo do tipo hexose, ou seja, apresenta seis carbonos em sua
molécula.

2. C
A maltose é formada pela união de duas glicoses.

3. Na resposta, pode-se citar: impermeabilidade, fluidez da membrana, formação de hormônios, isolante


térmico, fonte de energia e transporte de vitaminas.

4. A
Os ácidos graxos saturados são as gorduras sólidas em temperatura ambiente.

5. Apesar do LDL causar problemas de saúde, não é correto, pois ele apresenta a importante função de
levar lipídios aos tecidos.

Exercícios de vestibulares

1. A
A glicose é absorvida na célula e participa da respiração celular, que irá gerar energia sob a forma de ATP
para o seu funcionamento.

2. A
O colesterol é um lipídio presente apenas nos animais, e é importante na formação das membranas
celulares de células animais, além de compor os chamados hormônios esteroides, como testosterona e
progesterona.

3. C
Os fosfolipídios apresentam uma cabeça hidrofílica e uma cauda hidrofóbica, sendo consideradas
moléculas anfipáticas.

4. D
A fragmentação será facilitada, pois os carboidratos presentes são moléculas orgânicas, por isso podem
ser digeridos por organismos decompositores. As demais opções não correspondem ao processo de
decomposição do componente em questão.

5. B
De acordo com o texto, quanto maior for a magnitude das interações entre os fosfolipídios, menor será
a fluidez da membrana. Invertendo o raciocínio: quanto menor for a magnitude das interações entre os
fosfolipídios, maior será a fluidez da membrana. Ao analisar as figuras, percebe-se que a insaturação
diminui o contato entre as camadas; por isso, quanto menor o contato (maior a quantidade de
insaturações), maior será a fluidez, e isso ocorre na figura II.

6. B
Já que a substância tóxica não se mistura no óleo, ela tem afinidade com a água; logo, é uma substância
hidrofílica.
Biologia

7. C
A principal fonte de energia para o metabolismo dos organismos vivos é a glicose, presente em
compostos glicídicos. Ou seja, o componente que garante o suprimento energético é a fonte de carbono.

8. E
I. está incorreto; pois, de acordo com a tabela apresentada, tanto a carne branca quanto o toucinho
apresentam grandes quantidades de colesterol. A carne branca, inclusive, apresenta maior
quantidade de colesterol do que o toucinho. Isso faz com que este item esteja errado.
II. está incorreto; pois, se 100g de contrafilé corresponde a 100% (uma porção) e em cada 100g de
contrafilé há 0,051g de colesterol, a porção conterá apenas 0,051% de colesterol.
III. está correto, pois a carne escura de frango com pele possui mais 104g de colesterol, além da
quantidade de colesterol presente na própria carne (80g), totalizando 184g de colesterol.
IV. também está correto; pois, ao cozinhar um alimento, este perde água. Se a diferença entre os teores
de colesterol encontrados no toucinho cru e no cozido é pequena, isso indica que esse tipo de
alimento é pobre em água.

9. C
Os carboidratos são solúveis em água, o que facilita a sua utilização pelas enzimas que também são
hidrossolúveis. Dessa forma, o uso para a gerar energia é mais rápida que o dos lipídios.

10. D
Por serem hidrofóbicos, os lipídios não se dissolvem nem são excretados com facilidade. Além disso,
podem ser armazenados de maneira isolada (ex.: em adipócitos), sem a necessidade de ter que interagir
com a água para formar outras moléculas para seu armazenamento.
As outras alternativas estão erradas, pois:
a) isolantes elétricos – não têm relação com reserva energética, não responderia a diferença;
b) pouco biodegradáveis – lipídios também são compostos orgânicos, também são facilmente
biodegradados;
c) saturados de hidrogênios – alguns lipídios são saturados, porém também temos lipídios com ácidos
graxos insaturados.
e) componentes das membranas – não têm relação com reserva energética, não responderia a diferença.
Biologia

Relações ecológicas

Objetivo
Aprender sobre as diferentes relações ecológicas, harmônicas e desarmônicas, com pelo menos um exemplo
específico de cada relação.

Se liga
Veja um mapa mental com resumo sobre as principais relações ecológicas aqui!

Curiosidade
As relações ecológicas estão relacionadas com diversas outras áreas da biologia: ciclos biogeoquímicos,
ecologia de populações, especiação, evolução e seleção natural.

Teoria

A ecologia pode ser dividida em dois ramos de estudos: a ecobiose, que estuda a relação dos seres vivos com
o meio ambiente e a alelobiose, que são as relações ecológicas dos seres vivos entre eles. As relações
ecológicas podem ser harmônicas (nenhum dos indivíduos são prejudicados) ou desarmônicas (pelo menos
um dos indivíduos é prejudicado). Ainda, podem ser intraespecíficas (mesma espécie) ou interespecíficas
(espécies diferentes). São utilizados os símbolos de positivo + (para indicar uma vantagem na relação), de
negativo – (para indicar um prejuízo para o indivíduo) e o 0 (representando uma indiferença na relação, ou
seja, não se afeta nem positivamente nem negativamente).

Veja a seguir uma tabela, resumindo as principais relações ecológicas:

Colônia (+, +)

Intraespecíficas Sociedade (+, +)

Gregarismo (+, +)

Mutualismo (+, +)
Relações
harmônicas Protocooperação (+, +)
Interespecíficas Comensalismo (+, 0)

Inquilinismo (+, 0)

Foresia (+, 0)
Biologia

Canibalismo (+,-)
Intraespecíficas
Competição (-,-)

Amensalismo (0,-)

Parasitismo (+,-)
Relações
desarmônicas
Predatismo (+,-)
Interespecíficas
Herbivoria (+,-)

Esclavagismo (+,-)

Competição (-,-)

Relações Harmônicas Intraespecíficas

● Colônia (+,+): indivíduos da mesma espécie são anatomicamente ligados, formando uma nova entidade.
Pode ser formada por organismos idênticos com a mesma função (colônias isomorfas, como os corais
e bactérias) ou com forma e funções diferentes (colônias heteromórficas, como a caravela-portuguesa,
um Cnidário).

● Sociedade (+,+): são organismos que vivem juntos, sem ligações anatômicas, porém apresentam uma
hierarquia, com divisão de trabalho. São exemplos as abelhas, com a divisão de trabalhos na colmeia
com a abelha rainha, o zangão e as abelhas operárias.

● Gregarismo (+,+): indivíduos da mesma espécie vivem juntos, porém sem ligações anatômicas ou
hierarquia social. Esse aglomerado ajuda na proteção da população, seja para enganar predadores,
confundi-los ou mesmo assustá-los, como por exemplo grandes cardumes ou manadas.

Caravela-portuguesa, que é uma colônia, flutuando no mar (à esquerda)¹. Os insetos Himenópteros são exemplos de animais que
vivem em sociedade (ao centro)².Cardume de peixes, em gregarismo, que muitas vezes ajuda a escapar dos ataques de predadores (à
esquerda)³.
1. Fonte: Bengt Nyman. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Physalia_physalis_EM1B0679_(40827501481).jpg.
2. Fonte: Jean Beaufort. Disponível em: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=160442&picture=dentro-
da-colmeia-da-abelha&__cf_chl_jschl_tk__=pmd_15179e7f24cd23501290908660669dbcaf091baa-1630890582-0-
gqNtZGzNAmKjcnBszQfi.
3. Fonte: MrChris89. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/cardume-peixe-gal%C3%A1pagos-mergulho-2202921/. Acesso
em 16/02/2022.
Biologia

Relações Harmônicas Interespecíficas

● Mutualismo (+,+): indivíduos de espécies diferentes se relacionam de maneira obrigatória, e ambos são
beneficiados. Ou seja, sozinhos, esses indivíduos não sobrevivem. São exemplos os líquens, onde alga
ou cianobactérias fornecem matéria orgânica ao fungo, que fornece sais minerais e gás carbônico em
troca. Os ruminantes também são animais que vivem em mutualismo com as bactérias que digerem
celulose, presentes em seu estômago.
● Protocooperação (+,+): indivíduos de espécies diferentes se relacionam em benefício mútuo, porém não
é uma relação obrigatória, ou seja, separados, eles conseguem sobreviver. Pode ser considerado por
alguns autores como um tipo de mutualismo facultativo. Dentre alguns exemplos temos o pássaro-palito,
conseguindo alimento dos restos na boca de um crocodilo, onde o crocodilo se beneficia ficando com
menos bactérias e problemas bucais. Outro exemplo seria o crustáceo paguro com uma anêmona em
sua concha: a anêmona consegue mais alimento pois há uma maior correnteza de água passando
conforme o paguro anda, e o paguro recebe proteção da anêmona, por conta de seus tentáculos
urticantes.

Líquens representam uma associação mutualística entre fungos e algas ou cianobactérias (à esquerda)¹. Pássaros que comem
carrapatos de outros animais são um exemplo de protocooperação. (à direita)².
1. Fonte: Liou Yin. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:L%C3%ADquen_verde_e_vermelha.jpg.
2. Fonte: Bernard Dupont. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Red-
billed_Oxpecker_(Buphagus_erythrorhynchus)_(6040706283).jpg. Acesso em 16/02/2022

● Comensalismo (+,0): um dos indivíduos envolvidos é beneficiado, enquanto o outro não recebe nem
benefícios nem malefícios, sendo indiferente para ele. Um dos exemplos é o tubarão e as rêmoras, onde
o tubarão se alimenta normalmente, e o resto da comida é ingerido pelas rêmoras e outros peixes que
nadam próximo. Outro exemplo seria dos leões e das hienas. Os leões, após comerem, abandonam a
carcaça, e as hienas se alimentam deste resto do animal.
● Inquilinismo (+,0): um ser vivo vive ou se abriga em outro, sem causar nenhum tipo de prejuízo. Um
exemplo é o peixe-agulha vivendo no reto de pepinos do mar. Quando se trata de plantas, chamamos
essa relação de epifitismo, onde uma planta fica sobre o tronco de outras para conseguir mais luz. Dentre
os exemplos podemos citar as bromélias e as orquídeas.
Biologia

As rêmoras que comem resto de comida de tubarões indicam uma relação de comensalismo (à esquerda)¹. Peixe agulha vivendo
dentro de um pepino do mar (à direita)².
1. Fonte: Albert Kok. Disponível em: http://salvador-nautico.blogspot.com/2015/03/remora.html. 2. Fonte: Vista al Mar. Disponível
em: https://www.vistaalmar.es/especies-marinas/peces-extranos/2049-pez-perla-busca-refugio-ano-pepino-mar.html.
Acesso em 16/02/2022.

● Foresia (+,0): quando certos organismos utilizam outros para sua locomoção, sem atrapalhar a
movimentação ou causar quaisquer prejuízos a eles. São exemplos alguns ácaros e carrapatos, que se
prendem em pernas de insetos para serem transportados, e também frutos com que se prendem no pelo
ou penas de animais, sofrendo dispersão para outros locais, como é o caso do carrapicho.

Bromélias epífitas sobre falhos de uma árvore (à esquerda)¹.). Ácaro preso na pata de um inseto Hemíptero, sem causar danos, para
ser transportado por foresia (à direita)².
1. Fonte: CIMVI. Disponível em: https://cimvi.sc.gov.br/a-importancia-das-epifitas-nas-arvores/. 2. Fonte: Sean McCann. Disponível
em: https://spiderbytes.org/2015/05/25/pseudoscorpions-small-strange-arachnids/. Acesso em 16/02/2022.

Relações Desarmônicas Intraespecíficas

● Canibalismo (+,-): nesta relação, um ser se alimenta de outro da mesma espécie. Pode estar relacionado
a comportamentos reprodutivos, como em alguns artrópodes como o louva-deus e a viúva-negra (onde
as fêmeas se alimentam dos machos após a cópula para obter energia para o desenvolvimento dos
filhotes). Pode ocorrer também canibalismo por conta de estresse, devido ao aumento exagerado da
população, observado como exemplo em algumas populações de ursos polares devido à baixa
disponibilidade de alimento pela perda de habitat.
● Competição intraespecífica (-,-): relação em que dois seres da mesma espécie competem por recursos
(ex.: água, alimento, luz), espaço ou reprodução. Nesta relação, ambos saem perdendo mesmo que haja
Biologia

um vencedor, devido ao esforço (metabolismo energético) e ao tempo gasto que um teve sobre o outro
para ganhar a competição.

Louva-deus fêmea comendo a cabeça de um louva-deus macho, em uma relação de canibalismo (à esquerda)¹. Dois cervos machos
da mesma espécie competindo por um recurso, podemos supor que estejam competindo por território ou por fêmeas. (à direita)¹.
1. Fonte: Oliver Koemmerling. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/canibalismo-louva-a-deus/. 2. Fonte: Steve Gulledge.
Disponível em: https://www.fieldandstream.com/story/hunting/the-rut-hunt-of-a-lifetime/. Acesso em 16/02/2022.

Relações Desarmônicas Interespecíficas

● Amensalismo ou antibiose (0,-): uma espécie causa prejuízos para o desenvolvimento ou mesmo para a
sobrevivência de outra espécie. Como exemplo podemos citar o fungo Penicillium que secreta uma
substância que inibe o desenvolvimento de bactérias e é usado como antibiótico, e também a maré
vermelha, onde a superproliferação de algas dinoflageladas libera toxinas na água, podendo levar alguns
organismos a morte.
● Parasitismo (+,-): um ser parasita se beneficia do outro, chamado de hospedeiro. Nesta relação, não é
interessante para o parasita matar o seu hospedeiro, pois o parasita depende das atividades metabólicas
do outro, e caso o hospedeiro morra, o parasita também irá morrer. Os parasitas podem viver fora do
corpo do hospedeiro (ectoparasitas) ou dentro do corpo (endoparasitas). Todos os vírus são
classificados como parasitas. Nas plantas, podemos classificar os parasitas como holoparasitas (não
realizam fotossíntese, e parasitam roubando a seiva elaborada com glicose, de seu hospedeiro, como o
cipó-chumbo) ou hemiparasitas (realizam fotossíntese, mas parasitam o hospedeiro roubando a seiva
bruta com água e sais minerais, como a erva-de-passarinho).

O fungo, em seu metabolismo usual, libera certas substâncias que são tóxicas para as bactérias, causando prejuízo a elas (à
esquerda)¹. Carrapato é um exemplo de ectoparasita (ao centro)². Esquema indicando como ocorre o parasitismo entre plantas, pela
entrada da raiz no tronco da hospedeira (à direita)³.
1. Fonte: Profesor Lílemus. Disponível em: https://lilemus.wordpress.com/2015/10/06/las-pinturas-vivientes-de-alexander-fleming/.
2. Fonte: PXHere. Disponível em: https://pxhere.com/pt/photo/1332246. 3. Fonte: Escola de Botânica. Disponível em:
https://www.escoladebotanica.com.br/post/cipo-chumbo. Acesso em 16/02/2022
Biologia

Também temos os animais que são parasitoides, que causam indiretamente a morte de seu hospedeiro.
Estes animais depositam ovos nos hospedeiros e esses ovos se desenvolvem. Quando os ovos eclodem,
as larvas se alimentam do hospedeiro para obter nutrientes, levando à sua morte. Os parasitoides são
bastante estudados para realizar controle biológico de pragas em plantações.
● Predatismo (+,-): também visto como predação. Ocorre quando um ser vivo de uma espécie mata o outro
de outra espécie para se alimentar.
● Herbivoria (+.-): ocorre quando um animal se alimenta de uma planta ou de parte dela. Os elefantes são
exemplos de animais herbívoros, ou seja, aqueles que só realizam a herbivoria.

Himenóptero parasitoide colocando ovos no hospedeiro (à esquerda)¹. Elefante em seu habitat alimentando-se (ao centro)².
Camaleão predando um inseto (à direita)³.
1. Fonte: Futurcrop. Disponível em: https://futurcrop.com/es/blog/post/control-de-plagas-mediante-depredadores-y-parasitos.
2. Fonte: MundoEcologia. Disponível em: https://www.mundoecologia.com.br/animais/elefante-curiosidades/. 3. Fonte: Scott
Linstead. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,GF83577-17578-0,00.html. Acesso em 16/02/2022.

● Esclavagismo (+,-): quando um ser vivo se aproveita das atividades, do trabalho ou de produtos
produzidos por outros seres vivos. São exemplos as aves fragatas, que roubam peixes capturados por
gaivotas para se alimentar; os cucos, onde ovos de cucos são colocados em ninhos de outras aves para
que outros indivíduos cuidem e alimentem os filhotes.
● Competição interespecífica (-,-): Assim como a competição intraespecífica, a competição entre
organismos de espécies diferentes é prejudicial para todos os envolvidos devido ao custo energético. A
competição aqui pode ocorrer por sobreposição de nicho ecológico, como por exemplo animais
carniceiros, como as hienas e os urubus, competindo pelo resto de uma carne. Quando há competição,
podemos ter o princípio de Gause, também chamado de princípio da exclusão competitiva.

Cuco sendo alimentado pela “mãe adotiva” em uma relação de esclavagismo (à esquerda)¹.Leão e hienas podem competir por presas,
carcaças ou territórios (à direita)². 1. Fonte: Oldrich Mikulica/Investigación Y Ciencia. Disponível em:
https://www.investigacionyciencia.es/revistas/investigacion-y-ciencia/por-qu-estamos-solos-792/parasitismo-de-cra-en-las-aves-
ms-all-de-la-puesta-18341. 2. Fonte: Dynasties/BBC Earth. Disponível em: https://animalchannel.co/brother-saves-lion-from-
hyenas/. Acesso em 16/02/2022.
Biologia

Espécies com grande sobreposição de nicho apresentam uma competição intensa. Nesses casos,
podemos observar um dentre os três diferentes resultados:
● uma das espécies é extinta do local;
● uma das espécies migra para outro habitat;
● uma ou todas as espécies alteram seu nicho ecológico para evitar a competição.

Para evitar a competição, cada espécie de passarinho realiza seu nicho em locais diferentes de uma mesma árvore.
Fonte: General Zoology. Disponível em:
https://biocyclopedia.com/index/general_zoology/competition_and_character_displacement.php. Acesso em 16/02/2022.
Biologia

Exercícios de fixação

1. O que é uma relação intraespecífica? E interespecífica?

2. Qual a principal diferença entre colônia e sociedade, quando falamos de indivíduos?

3. “As vespas não comem as larvas de mariposa, mas colocam seus ovos dentro delas. Essas larvas de
mariposa são conhecidas por destruir plantações”. A relação ecológica da vespa com a larva, e da larva
com as plantações é de:
a) parasitismo e predação
b) parasitoidismo e competição
c) parasitoidismo e herbivoria
d) parasitismo e parasitoidismo
e) predação e herbivoria

4. Qual a principal característica do parasitismo?


a) o hospedeiro sempre acaba morrendo
b) o parasita nunca morre
c) o parasita nunca quer matar o hospedeiro
d) o parasita nunca causa dano ao hospedeiro

5. Qual dos seguintes fatores justifica a competição ser uma relação (-,-)?
a) há gasto de tempo e energia por todos os envolvidos
b) como há um vencedor, o correto seria a competição ser (+,-)
c) na competição sempre há brigas que causam ferimentos nos envolvidos
d) a competição é (-,-) apenas quando interespecífica
Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2013) No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém de hidrelétricas, cuja construção implica
o represamento de rios. A formação de um reservatório para esse fim, por sua vez, pode modificar a
ictiofauna local. Um exemplo é o represamento do Rio Paraná, onde se observou o desaparecimento
de peixes cascudos quase que simultaneamente ao aumento do número de peixes de espécies exóticas
introduzidas, como o mapará e a corvina, as três espécies com nichos ecológicos semelhantes.
PETESSE, M. L.: PETRERE JR., M. Ciência Hoje. São Paulo, n. 293, v. 49. jun, 2012 (adaptado).

Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento de cascudos é explicado pelo(a)


a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
b) diminuição da competição intraespecífica.
c) aumento da competição interespecífica.
d) isolamento geográfico dos peixes.
e) extinção de nichos ecológicos.

2. (Enem 2014) A celulose, presente nos vegetais, é um alimento importante para muitas espécies de
animais herbívoros, como os ruminantes. Eles próprios não têm capacidade de digerir a celulose e, para
que ela seja aproveitada, necessária uma associação com microrganismos, que ficam na parte
aglandular do estomago dos ruminantes. Esses microrganismos são capazes de produzir a celulase,
uma enzima que digere a celulose, possibilitando o aproveitamento da matéria orgânica vegetal, tanto
pelos ruminantes como pelos microrganismos. A relação descrita e um exemplo de
a) predatismo.
b) competição
c) mutualismo.
d) inquilinismo.
e) comensalismo.

3. (Enem 2019) As cutias, pequenos roedores das zonas tropicais, transportam pela boca as sementes
que caem das árvores, mas, em vez de comê-las, enterram-nas em outro lugar. Esse procedimento lhes
permite salvar a maioria de suas sementes enterradas para as épocas mais secas, quando não há
frutos maduros disponíveis. Cientistas descobriram que as cutias roubam as sementes enterradas por
outras, e esse comportamento de “ladroagem” faz com que uma mesma semente possa ser enterrada
dezenas de vezes.
Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.

Essa “ladroagem” está associada à relação de:


a) sinfilia.
b) predatismo.
c) parasitismo.
d) competição.
e) comensalismo.
Biologia

4. (UFRGS 2019) A questão refere-se à tira abaixo.

A interação ecológica apresentada entre os animais do segundo quadro é harmônica, interespecífica,


do tipo.
a) protocooperação
b) sociedade
c) inquilinismo
d) comensalismo
e) amensalismo

5. (Enem 2021) Em campos limpos do Cerrado, sobressaem cerca de 25 milhões de cupinzeiros com até
2,5 m de altura, que podem se tornar iluminados nas noites de primavera. Isso ocorre pela
bioluminescência em larvas de uma espécie de vaga-lume que, após eclodirem dos ovos, cavam
buracos no cupinzeiro, onde passam a viver. Ao emitirem intensa luz esverdeada, as larvas atraem
insetos alados, dos quais se alimentam. Parque Nacional das Emas: Cerco ao campo.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).

Entre as larvas do vaga-lume e os insetos alados estabelece-se uma relação ecológica de


a) predação.
b) inquilinismo.
c) mutualismo.
d) parasitismo.
e) competição.
Biologia

6. (Enem 2014) Os corais funcionam como termômetros, capazes de indicar, mudando de coloração,
pequenas alterações na temperatura da água dos oceanos. Mas, um alerta, eles estão ficando brancos.
O seu clareamento progressivo acontece pela perda de minúsculas algas, chamadas zooxantelas, que
vivem dentro de seus tecidos, numa relação de mutualismo.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012 (adaptado).

O desequilíbrio dessa relação faz com que os pólipos que formam os corais tenham dificuldade em
a) produzir o próprio alimento.
b) obter compostos nitrogenados.
c) realizar a reprodução sexuada.
d) absorver o oxigênio dissolvido na água.
e) adquirir nutrientes derivados da fotossíntese.

7. (Puc-RS 2006) A construção de cidades altera as condições ambientais de uma área natural,
provocando a substituição da comunidade biótica original por uma comunidade composta por espécies
nativas do local e espécies exóticas (trazidas pelo homem de outras partes do mundo). Nesta nova
comunidade, as espécies exóticas interagem com as espécies locais, podendo prejudicá-las, beneficiá-
las ou, mesmo, não afetá-las significativamente. Os gatos domésticos, por exemplo, podem comer os
ovos de espécies de aves que nidifiquem no chão, ou próximo dele, exterminando-as, assim, de áreas
pequenas. Se a área original fosse coberta por uma floresta, algumas de suas plantas e animais nativos
poderiam permanecer em parques, enquanto outros desapareceriam. Outras plantas poderiam ser
utilizadas em projetos de paisagismo ou de arborização das vias públicas. Contudo, as populações da
maioria destas espécies seriam menores e os seus indivíduos estariam mais dispersos espacialmente.
Consequentemente, os indivíduos de uma dada espécie com população pequena poderiam apresentar
um maior grau de parentesco e, por serem mais semelhantes, sua espécie poderia ter uma menor
probabilidade de adaptação frente a variações ambientais. Neste novo contexto, no entanto, as
interações entre as espécies e entre elas e o meio abiótico continuariam desempenhando um papel
fundamental para a manutenção da comunidade. A reprodução de determinadas espécies vegetais, por
exemplo, continuaria dependendo do serviço prestado por animais polinizadores (como morcegos e
beija-flores) e dispersores de sementes (como sabiás e bem-te-vis).
Quais das interações abaixo, entre espécies exóticas e nativas, podem causar prejuízos para estas
últimas?
a) Comensalismo, inquilinismo e mutualismo.
b) Comensalismo, parasitismo e predação.
c) Competição, mutualismo e predação.
d) Competição, parasitismo e predação.
e) Competição, predação e neutralismo.
Biologia

8. (UDESC 2010) As orquídeas e a erva de passarinho são plantas que fazem fotossíntese e vivem sobre
outras plantas. As orquídeas apenas se apoiam sobre as plantas, enquanto a erva de passarinho retira
água e sais minerais das árvores em que vivem. A diferença é que a primeira não consome os recursos
da planta hospedeira, enquanto que a segunda retira recursos para seu desenvolvimento. Assinale a
alternativa correta quanto às relações da erva de passarinho e das orquídeas com as plantas
hospedeiras, respectivamente
a) amensalismo e parasitismo
b) parasitismo e epifitismo
c) parasitismo e predatismo
d) parasitismo e protocoperação
e) protocoperação e epifitismo.

9. (Fatec-SP 2002) Abelhas apresentam três castas sociais: as operárias, fêmeas estéreis que realizam o
trabalho da colmeia, a rainha e o zangão, encarregados da reprodução. Essa divisão de trabalho
caracteriza:
a) Sociedade isomorfa com relações intraespecíficas harmônicas;
b) Sociedade heteromorfa com relações intraespecíficas harmônicas;
c) Colônia heteromorfa com relações interespecíficas harmônicas;
d) Colônia isomorfa com relações interespecíficas harmônicas;
e) Colônia heteromorfa com relações intraespecíficas harmônicas.

10. (UFPR 2015) Assinale a alternativa que indica um desenho experimental que permite verificar se existe
competição entre duas espécies por um mesmo recurso.
a) Aumentar o recurso e verificar qual das duas espécies apresenta maior crescimento populacional.
b) Remover uma das espécies e verificar a flutuação populacional da outra.
c) Inserir uma espécie exótica no ambiente e verificar qual das duas espécies apresenta maior
crescimento populacional.
d) Selecionar alguns indivíduos de cada uma das espécies e estudar seus hábitos em relação ao
mesmo recurso.
e) Trocar o recurso em questão por outro tipo de recurso e verificar qual das duas espécies apresenta
maior crescimento populacional.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Relações intraespecíficas, significa relação entre indivíduos da mesma espécie. Relações


interespecíficas, significa relação entre indivíduos de espécies diferentes.

2. Colônia e sociedade são compostas por indivíduos da mesma espécie. O que difere esses indivíduos é
que, na colônia, o indivíduo sozinho não sobrevive; já na sociedade, se um indivíduo se isolar, ele
consegue sobreviver sozinho.

3. C
A vespa coloca ovos que ao eclodirem matam a larva de mariposa (parasitoidismo), enquanto as larvas
comem a vegetação da plantação (herbivoria).

4. C
O parasita nunca pretende matar o hospedeiro, mesmo que isso pode acabar acontecendo, afinal se o
hospedeiro morrer, há grandes chances do parasita também morrer.

5. A
Todos os organismos envolvidos em uma competição gastam tempo e energia, além de reservas
calóricas, para competir. As competições não necessariamente envolvem agressões físicas, podendo
ser apenas de movimento (ex. machos dançando e competindo entre si para atrair uma fêmea).

Exercícios de vestibulares

1. C
Quando os nichos ecológicos são semelhantes e os seres estão no mesmo habitat, essa sobreposição
de nichos gera competição. Por se tratarem de espécies diferentes, é uma competição interespecífica.
Espécies que levam desvantagem na competição podem ser eliminadas, através da Exclusão
Competitiva de Gause.

2. C
A relação entre os ruminantes e os microrganismos é obrigatória para a sobrevivência de ambos, sendo
positiva para os envolvidos. É um exemplo de uma relação mutualística.

3. D
A “ladroagem” entre cotias determina uma competição interespecífica por alimento entre elas.

4. A
A relação representada é a protocooperação, onde ambos os animais são beneficiados (o crocodilo fica
com dentes limpos, evitando cáries e infecções, e os pássaros obtém alimento) e não é uma relação
obrigatória.

5. A
Predação ocorre quando um ser vivo de uma espécie (insetos alados) come parte do corpo ou todo outro
organismo, a presa (larvas).
Biologia

6. E
Essas algas, Zooxantelas, são seres fotossintetizantes e transferem matéria orgânica para os pólipos.
Sendo assim, o aumento da temperatura, que gera o branqueamento dos corais, prejudica essa relação
mutualística.

7. D
Somente a letra D indica apenas relações ecológicas desarmônicas, que poderiam impactar e causar
danos à espécies nativas.

8. B
A tentativa de alcançar locais mais altos e mais iluminados, sem se aproveitar de recursos da planta
hospedeira é conhecida como epifitismo. Entretanto, a partir do momento que há a retirada de água e
sais minerais, a erva de passarinho passa a ser um parasita do tipo hemiparasita.

9. B
Nesta relação há divisão de trabalho ou funções dentro da população.

10. B
Espécies em competição apresentam o crescimento populacional mais lento e reduzido. Caso
separássemos duas espécies que vivem juntas, e a flutuação populacional for estudada, podemos
descobrir se havia competição ou não – caso houvesse competição, a população das espécies iria
aumentar.
Filosofia

Sofistas e Sócrates

Teoria

Sofistas: Os mestres da retórica


No período clássico (séc. V e IV a.C.), o centro cultural foi deslocado das colônias gregas para a cidade de
Atenas. Nesse momento, Atenas vivia uma intensa produção artística, filosófica e literária, além do
desenvolvimento da política.

Em meio a esse contexto, surgiram os sofistas, pensadores que ficaram conhecidos como mestres da
retórica. Ironicamente, boa parte do que sabemos sobre eles procede das obras dos seus adversários (os
filósofos). Por isso, eles passaram para a história como impostores, demagogos e enganadores. Na verdade,
os sofistas eram professores itinerantes que cobravam por seus ensinamentos.

Mas o que ensinavam os sofistas? A retórica. Ou seja, a arte de falar bem, isto é, de atacar e defender o
mesmo assunto com argumentos igualmente fortes. Além disso, eles ensinavam técnicas de memorização,
para que o orador fosse capaz de proferir longos discursos sem recorrer ao auxílio da leitura, bem como
técnicas de dicção, para que ele pudesse pronunciar as palavras clara e corretamente, de modo a ser
entendido por todos os ouvintes durante as assembleias que aconteciam na Ágora (local destinado aos
debates públicos).

De modo geral, aqueles que estudavam com os sofistas aprendiam, sobretudo, a dominar a arte da palavra,
ou seja, a falar com ritmo, graça e elegância. Tais habilidades eram fundamentais na democracia ateniense,
em que os cidadãos participavam ativamente dos debates públicos, cujo objetivo era, entre outras coisas,
definir os rumos políticos da cidade (Pólis).

Entretanto, a argumentação retórica não pretendia necessariamente alcançar a verdade, mas sim a
persuasão, o convencimento. Em outras palavras, seu objetivo era convencer os interlocutores. Para os
sofistas, a verdade é relativa, ou seja, aquilo que vale para um determinado lugar, não vale para outro. Portanto,
o que importa é dispor de argumentos capazes de, em qualquer circunstância, vencer o debate. Essa postura
lhes rendeu a fama de relativistas.

Durante muito tempo, criou-se uma visão pejorativa dos sofistas, que eram tidos como charlatães e
interesseiros, mas a partir do século XIX uma nova historiografia surgiu, reabilitando-os e realçando as suas
contribuições para o desenvolvimento do pensamento ocidental. Dentre elas, a contribuição para a
sistematização do ensino, elaborada a partir de um percurso de estudos dividido entre gramática (da qual são
os iniciadores) e retórica. Além disso, a contribuição decisiva para a consolidação da democracia ateniense.

8
Filosofia

Entre os sofistas de maior relevância estão Protágoras de Abdera e Górgias de Leontinos, ambos presentes
nos diálogos de Platão. O diálogo que leva o nome de Protágoras, apresenta questões acerca da natureza da
virtude e se é possível ensiná-la ou não. Por sua vez, o diálogo que leva o nome de Górgias, trata de questões
acerca da função da retórica e qual é a melhor maneira de utilizá-la.

Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”


Protágoras nasceu por volta de 490 a.C. em Abdera e, possivelmente, foi o primeiro a defender, em As
Antilogias, que a respeito de todas as questões há dois discursos, coerentes em si mesmos mas que se
contradizem um ao outro.

Atribui-se a ele a famosa frase: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são,
das coisas que não são, enquanto não são”. Com isso, ele não só inaugurou o relativismo, como também
colocou o ser humano como o centro das discussões, uma vez que somos nós que damos sentido às coisas
do mundo e estabelecemos a verdade.

Górgias: “Nada existe”


Górgias, por sua vez, nasceu na Sicília, em Leontinos, entre 485 a.C. e 480 a.C. e, por seus discursos
performáticos, foi considerado o orador mais famoso da Grécia Antiga. Dentre as suas principais obras,
destacam-se Sobre o Não-Ser ou Sobre a Natureza, O Elogio de Helena e A Defesa de Palamedes.

Górgias é conhecido também por desenvolver três argumentos em torno das seguintes afirmações: “Nada
existe; mesmo que algo existisse, não poderíamos conhecê-lo; mesmo admitindo que pudéssemos conhecer
alguma coisa, não poderíamos comunicar esse conhecimento aos outros”. Desse modo, ele ao mesmo tempo,
aprofundou as consequências do relativismo de Protágoras e se opôs ao pensamento eleático (de
Parmênides e de seu discípulo Melisso).

Sócrates: “Só sei que nada sei”


Sócrates (c. 470 - 399 a.C.) foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga e é considerado
um dos fundadores da filosofia ocidental. Curiosamente, ele está entre os poucos pensadores da humanidade
que não registraram as suas ideias por escrito. Por isso, tudo o que sabemos sobre o seu pensamento e a
sua biografia vem dos relatos produzidos pelos seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte.

A presença de Sócrates como personagem principal dos diálogos platônicos, bem como a escassez de
registros históricos fez com que, durante séculos, a sua real existência fosse amplamente questionada.
Somente no século XIX, com o avanço das pesquisas, houve a possibilidade de comprovação da existência
de Sócrates que, dentre outras coisas, teria participado da Guerra do Peloponeso.

O pensamento socrático é considerado um marco para a filosofia, na medida em que inaugura um momento
que ficou conhecido como período antropológico. Partindo da máxima: “Conhece-te a ti mesmo”, inscrita na

8
Filosofia

entrada do Oráculo de Delfos, Sócrates deslocou o foco da investigação filosófica das questões
cosmológicas (acerca da origem e da composição do Universo), para as questões antropológicas, isto é,
questões que são relativas à própria vida humana, tais como: “O que é a coragem?”, “O que é a virtude?”, “O
que é a justiça?” etc.

O método socrático: Ironia e maiêutica


Foi justamente em oposição à retórica dos sofistas que Sócrates desenvolveu a sua dialética, também
conhecida como método socrático, cujo objetivo era mostrar, por meio do diálogo e da oposição de ideias,
um caminho racional para o conhecimento verdadeiro. Para ele, a função do diálogo não é persuadir, mas sim
fazer com que as pessoas alcancem a verdade.

No diálogo Apologia de Sócrates, temos uma pista da origem do método socrático. Após descobrir que a
pitonisa de Delfos havia dito que ele era “o mais sábio dos homens”, Sócrates, que se considerava ignorante,
decidiu interrogar os homens que possuíam a reputação de sábios, para que assim pudesse contestar o
oráculo. Interrogou os políticos, os poetas e os artesãos.

Assim, ele percebeu que todos aqueles com quem conversava afirmavam conhecer alguma coisa, mas não
conheciam nada exatamente, pois as suas ideias estavam fundamentadas na mera opinião (doxa). Por isso,
Sócrates concluiu que era mais sábio do que todos aqueles homens justamente por reconhecer a própria
ignorância (“Só sei que nada sei”). Para ele, acreditar saber aquilo que não sabe é o erro mais reprovável.

Basicamente, o método socrático consiste em duas etapas. A primeira chamada de ironia e a segunda de
maiêutica. Embora, para nós, a ironia esteja ligada à figura de linguagem em que se diz o contrário do que se
quer dar a entender, ou ainda à manifestação de descaso ou de deboche, o verdadeiro sentido da ironia
socrática é completamente outro.

Ironia, do grego eironeia corresponde à “ação de perguntar, fingindo ignorar”. Desse modo, a ironia socrática
diz respeito ao conjunto de perguntas por meio das quais Sócrates interrogava os seus interlocutores, a
respeito dos conhecimentos que, até então, eles tomavam como verdadeiros. Tais perguntas tinham o
objetivo de evidenciar a ignorância desses interlocutores.

Concluída a primeira etapa, passava-se à segunda: a maiêutica. Maiêutica, do grego maieutiké significa “a
arte de fazer um parto”. Sócrates dizia que, enquanto sua mãe fazia o parto de corpos, ele ajudava a trazer à
luz as ideias. Por isso, a maiêutica consiste na investigação dos conceitos. Nesse momento, Sócrates fazia
novas perguntas para que seu interlocutor refletisse a respeito do assunto em questão. Dessa reflexão, surgia
a possibilidade de formular um conhecimento verdadeiro (episteme), fundamentado na razão.

Note que Sócrates não ensinava nada aos seus ouvintes, era o próprio interlocutor que descobria, dentro de
si, aquilo que a sua alma já conhecia. Portanto, assim como as parteiras conduzem os bebês para fora do
útero materno, Sócrates conduzia as pessoas para a verdade.

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Filosofia

A Morte de Sócrates
Graças ao seu método filosófico, que expunha a ignorância daqueles que possuíam a fama de sábios,
Sócrates fez inúmeros adversários. Alguns deles eram menos conhecidos do que os sofistas, porém bem
mais perigosos. Como é o caso de Meleto, um poeta sem grandes talentos, Lícon, um antigo desafeto de
Sócrates e Ânito, um rico curtidor de couro.

Esses três foram os responsáveis por acusar Sócrates de impiedade e de corromper a juventude. Embora
Meleto e Lícon não fossem figuras muito importantes, a influência política de Ânito era tão grande que, mesmo
após provar a sua inocência, Sócrates foi condenado à morte pelo voto da maioria.

Nesses casos, a lei ateniense permitia que o condenado escolhesse uma pena alternativa, como o pagamento
de uma multa, por exemplo. Mas Sócrates, que se considerava inocente, não aceitou a proposta. Para ele,
conduzir os homens na busca pela verdade era uma tarefa tão importante que deveria ser digna de louvor e
não de punição, independente de qual fosse.

Assim, em 399 a.C., cumprindo a sentença imposta pelos cidadãos de Atenas, Sócrates morreu, após ingerir
o famoso cálice de cicuta. Apesar de seu destino trágico, ele mesmo defendia que: “É melhor sofrer uma
injustiça do que cometê-la”. De qualquer modo, é impossível pensar a filosofia sem lembrar dessa figura
enigmática e tão importante que foi Sócrates.

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Filosofia

Exercícios de fixação

1. Os sofistas ganharam a fama de:


a) Pré-socráticos
b) Filósofos da natureza
c) Relativistas
d) Dogmáticos

2. Qual é a principal temática do diálogo platônico protagonizado por Górgias?


a) A retórica
b) A virtude
c) O belo
d) A cidade

3. Sócrates dá início ao período da filosofia conhecido como:


a) Teológico.
b) Cosmológico.
c) Mitológico.
d) Antropológico.

4. A filosofia socrática era baseada na:


a) retórica
b) dialética
c) fé cristã
d) mitologia

5. Em que consiste a retórica ensinada pelos sofistas?

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Filosofia

Exercícios

1. (Enem Digital 2020) Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as
conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las
como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que
não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro
é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.

Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que
a vida virtuosa está associada à
a) aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.
b) moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.
c) contemplação da physis como fonte de conhecimento.
d) satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
e) persecução da verdade como forma de agir corretamente.

2. (Enem PPL 2019) Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem interpela as pessoas na
rua, os jovens no ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o encarregou disso, é sua missão,
e ele não a abandonará, mesmo no momento em que for ameaçado de morte. Ele é certamente o
homem que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição particular do filósofo.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em sua ação dialógica:
a) Examinar a própria vida.
b) Ironizar o seu oponente.
c) Sofismar com a verdade.
d) Debater visando a aporia.
e) Desprezar a virtude alheia.

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Filosofia

3. (UEG 2011, adaptada) No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período,
os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a atenção. Outro aspecto
importante da civilização grega da época eram os discursos proferidos na ágora. Para obter a
aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos.
Nesse caso, alguns cidadãos procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o
surgimento de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos vinham de
diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles foram duramente criticados por
Sócrates e são conhecidos como:
a) maniqueístas.
b) hedonistas.
c) epicuristas.
d) sofistas.
e) estoicos.

4. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça
era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e
no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas
regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

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O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a
correlação entre justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.

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Filosofia

5. (UNICENTRO 2019) É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se
encontrar com ele para debater era sempre uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal
preferida desse pensador consistia em colocar em prática a sua Maiêutica, cuja primeira parte era a
Ironia. Essa Ironia Socrática deve ser interpretada como
a) uma postura de deboche e desconsideração em relação ao saber popular da época.
b) uma etapa do método socrático segundo o qual o saber dos filósofos pitagóricos precisava ser
ironizado para demonstrar sua fragilidade e inconsistência.
c) um método criado por Sófocles e adotado por Sócrates para provar a existência de seres
superiores, também chamados deuses.
d) uma prática discursiva criada pelos sofistas e adotada por Sócrates para defender a importância
da filosofia crítica.
e) uma etapa do método socrático que consiste em utilizar-se de perguntas com o objetivo de levar
o interlocutor a reconhecer a impropriedade de seu saber e, assim, torná-lo apto a construir um
novo saber.

6. (FUNCAB 2012) Os sofistas, mestres da retórica e da oratória, opunham-se aos pressupostos de que
as leis e os costumes sociais eram de caráter divino e universal.

Deu-se assim, entre eles, o:


a) naturalismo.
b) relativismo.
c) ceticismo filosófico.
d) cientificismo.
e) racionalismo.

7. (Enem 2017) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e
embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os
temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes,
mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo a esses
jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
(BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.)

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na


a) contemplação da tradição mítica.
b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.

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Filosofia

8. (FUMARC 2018) Os Sofistas surgem na Grécia antiga, século V a. C. na passagem da oligarquia para a
democracia. São os mestres de retórica e oratória, muitas vezes mestres itinerantes, que percorrem as
cidades-estados fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas habilidades aos cidadãos em geral.
Eram relativistas. Sócrates também ensinava nas praças públicas através de perguntas e respostas
que despertavam a verdade que está no interior de cada um. Sócrates afirmava que a opinião (doxa) é
uma expressão individual, já o conhecimento (episteme) é universal. Desta forma, os sofistas
ensinavam a retórica para convencer aos outros que sua opinião é a melhor e Sócrates ensinava a
dialética, que através de questionamentos (só sei que nada sei) levava ao conhecimento verdadeiro
(MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p. 42-48. Adaptado).

De acordo com o texto acima, Sócrates não era um sofista, pois ele
a) buscava a verdade da episteme, enquanto os sofistas despertavam a verdade dentro de cada um.
b) defendia a existência de uma verdade universal, enquanto os sofistas eram relativistas.
c) ensinava nas praças públicas apenas de Atenas, enquanto os sofistas eram itinerantes.
d) era cético, seu lema era “só sei que nada sei”, enquanto os sofistas defendiam uma verdade.
e) persuadia através da retórica de que estava certo, enquanto os sofistas eram dialéticos.

9. (Enem Libras 2017) Alguns pensam que Protágoras de Abdera pertence também ao grupo daqueles
que aboliram o critério, uma vez que ele afirma que todas as impressões dos sentidos e todas as
opiniões são verdadeiras, e que a verdade é uma coisa relativa, uma vez que tudo o que aparece a
alguém ou é opinado por alguém é imediatamente real para essa pessoa.
KERFERD, G. B. O movimento sofista. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado)

O grupo ao qual se associa o pensador mencionado no texto se caracteriza pelo objetivo de


a) alcançar o conhecimento da natureza por meio da experiência.
b) justificar a veracidade das afirmações com fundamentos universais.
c) priorizar a diversidade de entendimentos acerca das coisas.
d) preservar as regras de convivência entre os cidadãos.
e) analisar o princípio do mundo conforme a teogonia.

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Filosofia

10. (FUNCAB 2012) Assim como a filosofia, a política nasceu na Grécia antiga e esteve relacionada ao
surgimento da cidade-estado, a pólis. Os primeiros formuladores da ideia de política foram os sofistas,
contra os quais se pronunciaram Platão e Aristóteles. No âmbito das controvérsias acerca da política,
é correto dizer que:
a) o caráter divino da pólis e da justiça é explicado por Platão e Aristóteles.
b) os sofistas consideram a cidade o lugar onde alguns homens impõem sua vontade sobre outros
por meio da força.
c) a “virtude” do homem não se realiza na cidade, local da oratória persuasiva e falaciosa, de acordo
com Aristóteles.
d) a justiça é entendida como concórdia entre os filósofos, os guerreiros e os produtores, que, na
visão de Platão, têm como interesse comum o bem da pólis.
e) a pólis e as suas leis são estabelecidas por convenção entre os seres humanos, segundo os
sofistas.

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Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Os sofistas ganharam a fama de relativistas. Para eles, a verdade é relativa, ou seja, aquilo que vale para
um determinado lugar, não vale para outro.

2. A
O diálogo platônico intitulado Górgias, que tem Górgias de Leontinos como uma das personagens
principais, ao lado de Sócrates, trata de questões acerca da função da retórica e qual é a melhor maneira
de utilizá-la.

3. D
O pensamento socrático é considerado um marco para a filosofia, na medida em que inaugura um
momento que ficou conhecido como período antropológico.

4. B
A filosofia socrática era baseada na dialética, também conhecida como método socrático, cujo objetivo
era mostrar, por meio do diálogo e da oposição de ideias, um caminho racional para o conhecimento
verdadeiro.

5. A retórica ensinada pelos sofistas consiste na arte de falar bem, isto é, de ser capaz de atacar e defender
o mesmo assunto com argumentos igualmente fortes, visando sempre a persuasão (convencimento do
outro).

Exercícios

1. E
O texto de Xenofonte indica que a vida virtuosa está associada à persecução (perseguição) da verdade.
Ou seja, para que se possa praticar ações justas e virtuosas é preciso e conhecê-las. Portanto, é
necessário buscar a verdade. Note que a alternativa B corresponde a um pensamento presente na
filosofia estoica. A alternativa C, por sua vez, corresponde a um pensamento presente na filosofia
epicurista. Já a alternativa D está relacionada ao hedonismo.

2. A
O fragmento extraído da obra de Michel Foucault evoca o princípio da filosofia moral de Sócrates, que
consiste em examinar a própria vida. O pensamento socrático é considerado um marco para a filosofia,
justamente por inaugurar um momento que ficou conhecido como período antropológico. Partindo da
máxima: “Conhece-te a ti mesmo”, inscrita na entrada do Oráculo de Delfos, Sócrates deslocou o foco da
investigação filosófica das questões cosmológicas (acerca da origem e da composição do Universo),
para as questões antropológicas, isto é, questões que são relativas à própria vida humana.

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Filosofia

3. D
Conhecidos como mestres da retórica, os sofistas eram professores itinerantes que cobravam por seus
ensinamentos. Entre os sofistas de maior relevância estão Protágoras de Abdera e Górgias de Leontinos,
ambos presentes nos diálogos de Platão.

4. D
Para o pensamento socrático-platônico, a noção de justiça é real e tem validade universal. Ou seja, uma
vez que compreendemos qual é a definição de justiça, distinguimos aquilo que é justo em todas as
circunstâncias e em todos os lugares. Trasímaco, por sua vez, entende que a verdade é relativa, isto é,
que aquilo que vale para um determinado lugar, não vale para outro. Portanto, o que define algo como
justo ou injusto, certo ou errado são as convenções sociais.

5. E
Embora, para nós, a ironia esteja ligada à figura de linguagem em que se diz o contrário do que se quer
dar a entender, ou ainda à manifestação de descaso, ou de deboche, o sentido dentro do método
socrático é outro. Ironia, do grego eironeia corresponde à “ação de perguntar, fingindo ignorar”. Desse
modo, a ironia socrática diz respeito ao conjunto de perguntas por meio das quais Sócrates interrogava
os seus interlocutores a respeito dos conhecimentos que, até então, eles tomavam como verdadeiros,
de modo a evidenciar a sua ignorância.

6. B
A argumentação retórica, utilizada pelos sofistas, não pretendia alcançar a verdade, mas sim a
persuasão. Em outras palavras, seu objetivo era convencer os interlocutores. Para eles, a verdade é
relativa (o que vale para um determinado lugar, não vale para outro), portanto o que importa é dispor de
argumentos capazes de, em qualquer circunstância, vencer o debate. Essa postura lhes rendeu a fama
de relativistas.

7. B
Foi justamente em oposição à retórica dos sofistas que Sócrates desenvolveu a sua dialética, também
conhecida como método socrático, cujo objetivo era mostrar, por meio do diálogo (conversação) e da
oposição de ideias, um caminho racional para o conhecimento verdadeiro. Para ele, a função do diálogo
não é persuadir, mas sim fazer com que as pessoas alcancem a verdade.

8. B
De acordo com o texto, Sócrates não era um sofista, pois ele defendia a existência de uma verdade
universal, enquanto os sofistas eram relativistas. A alternativa A está incorreta, porque os sofistas
estavam preocupados com a persuasão, isto é, com o convencimento, e não em despertar a verdade
dentro de cada um. Na alternativa C temos um ponto de atenção: embora Sócrates vivesse em Atenas,
nós não podemos, a partir do texto, inferir que ele ensinava apenas nas praças públicas atenienses. A
alternativa D também traz um ponto importante: para os céticos, é impossível alcançar a verdade, por
isso, a atitude mais correta é suspender o juízo (epokhé). Sócrates, ao contrário, acredita que é possível
alcançá-la, mas para isso é necessário, primeiro, reconhecer a própria ignorância. Isso o distancia dos
céticos. Por fim, a alternativa E traz uma inversão nos métodos, pois o método dialético era praticado
por Sócrates, enquanto os sofistas persuadiam através da retórica.

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Filosofia

9. C
O grupo ao qual Protágoras é associado é o dos sofistas, que consideravam não existir verdade absoluta,
mas uma diversidade de pontos de vista acerca da verdade, ou seja, existiriam apenas verdades relativas.

10. E
Há na antiguidade uma oposição entre aquilo que é estabelecido pela “natureza” (physis) e que, portanto,
é imutável e independente dos homens e aquilo que estabelecido pela “lei”, ou seja, por convenções
humanas. Para os sofistas, não há physis (“natureza”, realidade subjacente a tudo o que existe), tudo é
nómos (lei, norma, convenção), inclusive a cidade e a política.

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Física

Gráficos do MU e MUV

Objetivos
Desenvolver técnicas de resolução e habilidade de interpretação de gráficos do MU e MUV.

Curiosidade
Os mesmos gráficos que você aprendeu em função do 1º e 2º grau serão os gráficos estudados pela física
em MU e MUV.

Teoria

Na aula de movimento retilíneo e uniforme (MU), descrevemos um corpo que está em um deslocamento em
velocidade constante (𝑣 = 𝑐𝑡𝑒). A partir disso, desenvolvemos uma função que descreve esse movimento:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡

Essa função recebe o nome de função horária da posição. Nosso objetivo é, a partir dessa função, conseguir
desenvolver um gráfico para esse movimento.

Gráfico S x t
Ao olhar para a função horária da posição, podemos notar que ela é bem semelhante à função geral do
primeiro grau, estudada nas aulas de matemática.
𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏

Logo, se o gráfico da função do primeiro grau é descrito por uma reta, a função horária da posição também
será, sendo esse gráfico um gráfico da posição em função do tempo (S x t).

Figura 01 – Gráfico S x t

Como apresentado na figura 01, o gráfico pode apresentar duas formas: a reta crescente e a reta crescente.
● Caso a reta seja crescente, temos um movimento que apresenta velocidade positiva (v > 0), e chamamos
esse movimento de movimento progressivo.
Física

● Caso a reta seja decrescente, temos um movimento que apresenta velocidade negativa (v < 0), e
chamamos esse movimento de movimento retrógrado.

Gráfico V x t
Além do gráfico de posição em função do tempo, o movimento uniforme (MU) também pode descrever um
gráfico V x t, ou seja, um gráfico de velocidade em função do tempo. Esse gráfico, por conta da velocidade
constante (valor fixo) durante toda a trajetória, precisa ser um gráfico de uma reta paralela ao eixo x (tempo).

Figura 02 – Gráfico V x t

Esse gráfico ganha um valor importante no nosso estudo, já que sua área representa o deslocamento que o
corpo produziu no movimento.

Figura 03 – Área do gráfico V x t

De forma matemática, podemos dizer então que:

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝐺𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜 = 𝛥𝑆

Gráficos dos MUV


Antes de desenvolver os gráficos, vamos lembrar o que é MUV. O movimento uniformemente variado é o
movimento de um corpo que assume diferentes valores de velocidade em cada ponto, ou seja, é o movimento
de um corpo com aceleração constante. Esse movimento foi estudado na aula de MUV, e apresentou os
seguintes gráficos:
𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)
𝑎𝑡 2
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 + (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜)
2
𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆 (𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑇𝑜𝑟𝑟𝑖𝑐𝑒𝑙𝑙𝑖)
Física

Essas equações nos permitem montar um gráfico para cada uma dessas grandezas. Então, vamos montar
um gráfico S x t, V x t e a x t.

Gráfico da posição por tempo (S x t)


A equação horária da posição, como foi visto acima, é representada pela equação

𝑎𝑡 2
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 +
2

Essa equação pode ser comparada à equação geral de uma função do segundo grau:

𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐,

mostrando que a equação horária da posição é descrita como uma função do segundo grau, por isso seu
gráfico é uma parábola.

Figura 01 – Gráfico S x t.

O gráfico S x t (posição por tempo) pode apresentar concavidade voltada para cima (U) ou para baixo (∩).
Para a física, a concavidade é controlada pelo valor da aceleração (a), como mostrado na Figura 01.

Gráfico da velocidade por tempo (V x t)


A equação horária da velocidade, como foi visto acima, é representada pela equação

𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡

Essa equação pode ser comparada à equação geral de uma função do primeiro grau:

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏,

mostrando que a equação horária da posição é descrita como uma função do primeiro grau, por isso seu
gráfico é uma reta.

Figura 02 – Gráfico V x t.
Física

O gráfico V x t (velocidade por tempo) pode apresentar inclinação para cima ou para baixo. Para a física, a
inclinação é controlada pelo valor da aceleração (a), como mostrado na Figura 02.

OBS.: caso você se depare um gráfico V x t, saiba que a área desse gráfico representa o deslocamento desse
corpo.

Figura 03 – Calculado ∆𝑆 por área.

Gráfico da aceleração por tempo (a x t)


Como o MUV descreve um movimento de aceleração constante, o gráfico será sempre uma reta paralela ao
eixo do tempo. Se essa reta estiver acima do eixo das abscissas, tem-se aceleração positiva (a > 0); se estiver
abaixo, tem-se aceleração negativa (a < 0); e, se a reta estiver sobre o eixo das abscissas, tem-se aceleração
nula.

Figura 04 – Gráfico a x t

Sei o que você está pensando: “A equação de Torricelli também não gera um gráfico?”. Ela gera, sim! Mas não
é um gráfico muito comum de aparecer no vestibular, então não vamos focar nela.
Física

Exercícios de fixação

1. Observe o gráfico:

A velocidade mostrada no gráfico:


a) varia com o tempo
b) varia com a aceleração
c) é constante
d) é inconstante
e) não temos como afirmar nada sobre a velocidade apenas olhando para esse gráfico

2. A respeito dos movimentos progressivos e retrógrados, marque a alternativa incorreta:


a) O gráfico da velocidade em função do tempo que caracteriza o movimento retrógrado de um móvel
com velocidade constante é uma reta contínua que se inicia na região positiva do eixo das
ordenadas.
b) O gráfico da posição em função do tempo é uma reta crescente quando o movimento é
progressivo.
c) O gráfico da posição em função do tempo é uma reta decrescente quando o movimento é
retrógrado.
d) O gráfico da velocidade em função do tempo que caracteriza o movimento retrógrado de um móvel
com velocidade constante é uma reta contínua que se inicia na região negativa do eixo das
ordenadas.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.

3. Uma partícula se move em linha reta com aceleração positiva e constante, afastando-se de um
referencial. Com relação ao referencial citado, o gráfico da posição em função do tempo para essa
partícula deve ser:
a) uma reta descendente.
b) uma reta ascendente.
c) uma parábola com a concavidade voltada para cima.
d) uma reta paralela ao eixo horizontal.
e) não podemos dizer nada sobre isso.
Física

Analise o gráfico abaixo e responda às questões 2, 3 e 4.

4. Qual é o valor da velocidade inicial, em m/s?


a) 5
b) 20
c) 1,15
d) 12
e) 0

5. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel em metros e com o tempo em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a posição inicial do móvel:

a) 3m
b) 2m
c) 4m
d) 30m
e) 0
Física

Exercícios de vestibulares

1. (EsPCEx AMAN, 2020) Considere um objeto que se desloca em movimento retilíneo uniforme durante
10 𝑠. O desenho abaixo representa o gráfico do espaço em função do tempo.

O espaço do objeto no instante 𝑡 = 10 𝑠, em metros, é


a) 25 m.
b) 30 m.
c) 33 m.
d) 36 m.
e) 40 m.

2. (Enem, 2012) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo
entre estações. Para isso, a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte
procedimento entre duas estações: a locomotiva parte do repouso em aceleração constante por um
terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade
com desaceleração constante no trecho final, até parar.
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o
movimento desse trem?

a)
d)

b)
e)

c)
Física

3. (Enem, 2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce
sobre o tórax e abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na
segurança do seu produto, um fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes
de cinto. Os testes simularam uma colisão de 0,30 segundo de duração, e os bonecos que
representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse equipamento registra o
módulo da desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos bonecos,
dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para
todos os testes. O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.

Qual modelo de cinto oferece menor risco de lesão interna ao motorista?


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

4. (Enem, 2008) O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período
de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa
pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de
tempo, quando são percorridos 10 km?
a) carroça - semana
b) carro - dia
c) caminhada - hora
d) bicicleta - minuto
e) avião - segundo
Física

5. (Enem, 2016) Dois veículos que trafegam com velocidade constante em uma estrada, na mesma
direção e sentido, devem manter entre si uma distância mínima. Isso porque o movimento de um
veículo, até que ele pare totalmente, ocorre em duas etapas, a partir do momento em que o motorista
detecta um problema que exige uma freada brusca. A primeira etapa é associada à distância que o
veículo percorre entre o intervalo de tempo da detecção do problema e o acionamento dos freios. Já a
segunda se relaciona com a distância que o automóvel percorre enquanto os freios agem com
desaceleração constante.
Considerando a situação descrita, qual esboço gráfico representa a velocidade do automóvel em
relação à distância percorrida até parar totalmente?

a) d)

b) e)

c)
Física

6. (Enem 2ª aplicação, 2010) Rua da Passagem


Os automóveis atrapalham o trânsito.
Gentileza é fundamental.
Não adianta esquentar a cabeça.
Menos peso do pé no pedal.

O trecho da música, de Lenine e Arnaldo Antunes (1999), ilustra a preocupação com o trânsito nas
cidades, motivo de uma campanha publicitária de uma seguradora brasileira. Considere dois
automóveis, A e B, respectivamente conduzidos por um motorista imprudente e por um motorista
consciente e adepto da campanha citada. Ambos se encontram lado a lado no instante inicial t = 0 s,
quando avistam um semáforo amarelo (que indica atenção, parada obrigatória ao se tornar vermelho).
O movimento de A e B pode ser analisado por meio do gráfico, que representa a velocidade de cada
automóvel em função do tempo.

As velocidades dos veículos variam com o tempo em dois intervalos: (I) entre os instantes 10s e 20s;
(II) entre os instantes 30s e 40s. De acordo com o gráfico, quais são os módulos das taxas de variação
da velocidade do veículo conduzido pelo motorista imprudente, em m/s2, nos intervalos (I) e (II),
respectivamente?
a) 1,0 e 3,0
b) 2,0 e 1,0
c) 2,0 e 1,5
d) 2,0 e 3,0
e) 10,0 e 30,0
Física

7. (Enem, 1998) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico de um corredor padrão é
representado pelo gráfico a seguir:

Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade do corredor é aproximadamente


constante?
a) Entre 0 e 1 segundo.
b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 12 e 15 segundos.

8. (Enem PPL, 2018) Um piloto testa um carro em uma reta longa de um autódromo. A posição do carro
nessa reta, em função do tempo, está representada no gráfico.

Os pontos em que o módulo da velocidade do carro é menor e maior são, respectivamente,


a) K e M.
b) N e K.
c) M e L.
d) N e L.
e) N e M.
Física

9. (Unioeste, 2017) Assinale o gráfico que representa CORRETAMENTE um movimento com velocidade
constante e diferente de zero.

a) c)

d)
b)

e)

10. (Mackenzie, 2018)

Uma pessoa realiza uma viagem de carro em uma estrada retilínea, parando para um lanche, de acordo
com o gráfico acima. A velocidade média nas primeiras 5 horas deste movimento é
a) 10 km/h
b) 12 km/h
c) 15 km/h
d) 30 km/h
e) 60 km/h

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Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A reta do gráfico V x t é horizontal; ou seja, o tempo muda, mas a velocidade continua a mesma.

2. A
Quando o movimento é classificado como retrógrado, a velocidade possui sentido contrário ao sentido
adotado como positivo; portanto, possui valor negativo. Sendo assim, a reta contínua deve começar na
parte negativa do eixo y.

3. C
Como dito no enunciado, o movimento é acelerado; logo, o gráfico da posição é representado por uma
parábola, uma vez que a posição do móvel é expressa por uma função do 2º grau. Além disso, já que a
aceleração é positiva, a concavidade dessa parábola é voltada para cima.

4. A
Como temos um gráfico V x t, o ponto de início no eixo y é a velocidade inicial.

5. B
O ponto em que a reta toca no eixo é o ponto da posição inicial do móvel.

Exercícios de vestibulares

1. C
Cálculo da velocidade do objeto:
𝛥𝑠 12 − 3 𝑚
𝑣= = ⇒𝑣=3
𝛥𝑡 3−0 𝑠

Equação horária do espaço:


𝑠(𝑡) = 𝑠0 + 𝑣𝑡 ⇒ 𝑠(𝑡) = 3 + 3𝑡

Portanto:
𝑠(10) = 3 + 3 ⋅ 10
∴ 𝑠(10) = 33𝑚

2. C
1º trecho: movimento acelerado (a > 0)
O gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade para cima.

2º trecho: movimento uniforme (a = 0)


O gráfico da posição em função do tempo é um segmento de reta crescente.

3º trecho: movimento desacelerado (a < 0)


O gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade para baixo.

3. B
Pelo gráfico, o cinto que apresenta o menor valor de amplitude para a aceleração é o 2, sendo portanto o
mais seguro.
Física

4. C
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando, 3km/h ou 4km/h. Nesse caso, 10 km são
percorridos em menos de quatro horas, e não em uma semana.

Um carro pode se locomover a 60km/h ou mais. A 60km/h, a distância de 10km é realizada em 10


minutos, e não em um dia.

Uma caminhada a 4km/h precisa de duas horas e meia para atingir 10km. Dessa forma, o diagrama é
compatível com esta situação.

Para uma bicicleta realizar 10km em 2,5 minutos, sua velocidade deve ser de 4km/min = 240km/h. Para
Fórmula 1, tudo bem; bicicleta não.

10km em 2,5 segundos corresponde a 4km/s = 14400km/h. Um avião comercial viaja próximo de
1000km/h.

5. D
Durante o tempo de reação do condutor, a velocidade escalar é constante. Portanto, durante esse intervalo
de tempo, o gráfico da velocidade escalar em função da distância é um segmento de reta horizontal.

A partir da aplicação dos freios, se a desaceleração tem intensidade constante, o movimento é


uniformemente variado (MUV). Então, o módulo da velocidade escalar varia com a distância percorrida
(D) de acordo com a equação de Torricelli:
𝑣² = 𝑣0 ² + 2 ∙ 𝑎 ∙ 𝐷

𝑣 = √𝑣0 ² − 2 ∙ 𝑎 ∙ 𝐷

O gráfico dessa expressão é um arco de parábola de concavidade para baixo.

6. D
Pelo gráfico, percebe-se que o motorista imprudente é o condutor do veículo A, que recebe acelerações
e desacelerações muito bruscas.
30 − 10 20
𝐷𝑒 10𝑠 𝑎 20𝑠: |𝑎(𝐼) | = = ⇒ |𝑎(𝐼) | = 2,0𝑚/𝑠 2
20 − 10 10

0 − 30 −30
𝐷𝑒 30𝑠 𝑎 40𝑠: |𝑎(𝐼𝐼) | = | |=| | ⇒ |𝑎(𝐼𝐼) | = 3,0𝑚/𝑠 2
40 − 30 10

7. C
Entre aproximadamente 5,0s e 7,5s, a velocidade permanece em torno dos 11km/h.

8. C
No gráfico dado, de posição em função do tempo, o módulo da velocidade é dado pela declividade da reta
tangente à curva em cada ponto.
Assim, entre os pontos considerados, aquele em que a velocidade tem menor módulo é M, no qual a curva
é menos inclinada; e o de maior velocidade é L, no qual a curva é mais inclinada.

9. A
As características do movimento uniforme indicam o gráfico correto; portanto, a velocidade é constante
e diferente de zero, a aceleração é nula e a posição varia linearmente com o tempo. Assim, temos a letra
[A] como única opção correta.
Física

10. B
A velocidade média (𝑣𝑚 ) é dada pela razão entre a distância percorrida (𝛥𝑆) e o tempo total gasto em
percorrê-la (𝛥𝑡).

Cálculo da distância percorrida: a distância percorrida equivale à área sob a curva da velocidade pelo
tempo.

A distância será:
𝐴1 = 20 ∙ 2ℎ
𝐴1 = 40𝑘𝑚
𝐴2 = 10 ∙ 2ℎ
𝐴2 = 20𝑘𝑚
𝛥𝑠 = 𝐴1 + 𝐴2 = 40𝑘𝑚 + 20𝑘𝑚 = 60𝑘𝑚

Logo, a velocidade média será:


60
𝑣𝑚 = = 12𝑘𝑚/ℎ
5
Física

Lançamento vertical no vácuo

Objetivo
Aprender como aplicar as equações do movimento retilíneo uniforme em situações de lançamentos verticais.

Se liga
Antes de começar a ler o material, você pode assistir a este vídeo, para entender melhor o assunto (caso não
seja direcionado, pesquise por “Movimento uniformemente variado (M.U.V)” na biblioteca)!

Curiosidade
As equações utilizadas para calcular queda livre são as mesmas de movimento uniformemente variado, com
a diferença da mudança de referencial.

Teoria

Queda Livre
A queda livre consiste no abandono de um corpo a uma determinada altura. Esse corpo, ao ser abandonado,
descreverá um movimento acelerado em direção e sentido para baixo até cair no chão.

Figura 01 – Queda livre.

Vamos analisar os pontos que definem um movimento de queda livre:


• Esse corpo está em movimento acelerado graças à aceleração da gravidade (g), imposta pelo planeta.
Logo, a = g;
• Esse corpo é abandonado. Logo, V0 = 0;
• O movimento acontece exclusivamente na vertical. Logo, vamos trocar ∆S = H;
• Vamos adotar um referencial para baixo. Logo, todo os vetores que apontam para baixo ganham sinal
positivo (+).
Física

Com isso bem definido, podemos atribuir essas características às equações de MUV que desenvolvemos nas
aulas anteriores. As equações de queda livre são:

V = gt

gt 2
H=
2

V 2 = 2gH

Lançamento Vertical para Cima


O lançamento vertical é um movimento unidimensional, no qual se desconsidera o atrito com o ar. Ele ocorre
quando um corpo é lançado na direção vertical e para cima. O movimento descrito pelo projétil é retardado
pela aceleração da gravidade até que ele atinja a sua altura máxima. Após essa altura, passa a ser descrito
como uma queda livre.

Figura 01 – Lançamento vertical para cima

Note que, se o corpo tem um movimento de subida, ele para e começa a descer. Esse “parar” significa
velocidade nula (v = 0), e acontece no ponto mais alto. Logo:

Vno ponto mais alto = 0

Vamos separar esse lançamento em dois momentos: a subida e a descida. Durante a trajetória de subida,
temos:
• Uma trajetória orientada para cima;
• Uma velocidade no mesmo sentido da trajetória (v > 0);
• Uma aceleração no sentido oposto à trajetória (g < 0);
• Velocidade inicial não nula (V0 ≠ 0);
• Velocidade final nula (V ≠ 0).

Com isso, podemos descrever as equações do lançamento vertical para cima, durante a subida:

V0 = gt
gt 2
H = V0 t −
2
V02 = 2gH
Durante a trajetória de descida, temos:
• Uma trajetória orientada para baixo;
• Uma velocidade no mesmo sentido da trajetória (v > 0);
• Uma aceleração no mesmo sentido da trajetória (g > 0);
Física

• Velocidade inicial nula (V0 = 0);


• Velocidade final não nula (V ≠ 0).

Note que essa descrição é exatamente a descrição de uma queda livre; logo, a parte da descida do lançamento
vertical para baixo é uma queda livre.

Obs.: Caso o ponto inicial esteja no mesmo plano do ponto final (como no caso da Figura 01, em que o menino
arremessa uma bola para cima e a bola volta para a mão dele), podemos dizer também que:

t subida = t descida
Física

Exercícios de Fixação

1. Uma esfera de massa igual a 3kg é solta do alto de um prédio, cuja altura é 40m. Calcule a velocidade
da esfera quando ela atinge o chão, considerando a aceleração da gravidade como 10m/s².

2. Um objeto é abandonado do alto de um prédio e inicia uma queda livre. Sabendo que esse objeto leva
3s para atingir o chão, calcule a altura desse prédio, considerando a aceleração da gravidade como
10m/s².

3. Um garoto, na sacada de seu apartamento, a 20 metros de altura, deixa cair um biscoito; quando tem,
então, a ideia de medir o tempo de queda desse biscoito. Desprezando a resistência do ar e adotando
g = 10m/s², determine o tempo gasto pelo corpo para chegar ao térreo.

4. Determine a altura máxima atingida por um objeto que é lançado para cima com uma velocidade inicial
de 20m/s. Dados: g = 10m/s².
a) 40m
b) 20m
c) 2,0m
d) 25m

5. Um projétil de 2kg é lançado verticalmente para cima, a partir do solo, com velocidade de 20m/s.
Determine o tempo de subida do projétil. Dados: g = 10 m/s².
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2011) Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela
extremidade superior, de modo que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem
tocá-la.
III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve
procurar segurá-la o mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a
régua, isto é, a distância que ela percorre durante a queda.
O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os
respectivos tempos de reação.
Distância percorrida pela Tempo de
régua durante a queda reação
(metro) (segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
Disponível em: http://br.geocities.com. Acesso em: 1 fev. 2009.

A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido.
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade.
c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado.
d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado.
e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.

2. (Enem PPL, 2018) Ao soltar um martelo e uma pena na Lua em 1973, o astronauta David Scott
confirmou que ambos atingiram juntos a superfície. O cientista italiano Galilei Galilei (1564-1642), um
dos maiores pensadores de todos os tempos, previu que, se minimizarmos a resistência do ar, os
corpos chegariam juntos à superfície.
OLIVEIRA, A. A influência do olhar Disponível em: www.cienciahoje.org.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).

Na demonstração, o astronauta deixou cair em um mesmo instante e de uma mesma altura um martelo
de 1,32 kg e uma pena de 30 g. Durante a queda no vácuo, esses objetos apresentam iguais
a) inércias.
b) impulsos.
c) trabalhos.
d) acelerações.
e) energias potenciais.
Física

3. (USC, 2012) Uma pessoa caminhava na rua, num dia de chuva, e pisou em uma laje solta, com água
acumulada por baixo. A quantidade de água acumulada foi toda espirrada somente na vertical, com
sentido para cima, devido ao trabalho da laje sobre cada gota de água. Suponha que dessa quantidade
de água apenas uma gota de 1 grama não perdeu, de forma nenhuma, a energia ganha pela pisada da
pessoa e, por isso, atingiu 45 cm de altura. Qual a velocidade inicial da gota de água no instante após
ter encerrado o trabalho da laje sobre ela? (Considere a aceleração da gravidade como g = 10 ms 2 ).
a) 3m/s
b) 5m/s
c) 7m/s
d) 8m/s
e) 9m/s

4. (UERJ, 2015) Uma ave marinha costuma mergulhar de uma altura de 20 m para buscar alimento no
mar.
Suponha que um desses mergulhos tenha sido feito em sentido vertical, a partir do repouso e
exclusivamente sob ação da força da gravidade.
Desprezando-se as forças de atrito e de resistência do ar, a ave chegará à superfície do mar a uma
velocidade, em m/s, aproximadamente igual a:
a) 20
b) 40
c) 60
d) 80
e) 70

5. (CPS G1, 2012) O café é consumido há séculos por vários povos não apenas como bebida, mas também
como alimento. Descoberto na Etiópia, o café foi levado para a Península Arábica e dali para a Europa,
chegando ao Brasil posteriormente.
(Revista de História da Biblioteca Nacional, junho de 2010. Adaptado)

(http://4.bp.blogspot.com/_B_Fq5YJKtaM/SvxFUVdAk4I/AAAAAAAAAIs/KrRUUfw... Acesso em: 03.09.2011.)


Física

No Brasil, algumas fazendas mantêm antigas técnicas para a colheita de café. Uma delas é a de
separação do grão e da palha que são depositados em uma peneira e lançados para cima.
Diferentemente da palha, que é levada pelo ar, os grãos, devido à sua massa e forma, atravessam o ar
sem impedimentos, alcançando uma altura máxima e voltando à peneira.
Um grão de café, após ter parado de subir, inicia uma queda que demora 0,3 s chegando à peneira com
velocidade de intensidade, em m/s,
Dado: Aceleração da gravidade: g = 10 m/s²
a) 1.
b) 3.
c) 9.
d) 10.
e) 30.

6. (PUC-Rio, 2016) Recentemente, uma equipe de astrônomos afirmou ter identificado uma estrela com
dimensões comparáveis às da Terra, composta predominantemente de diamante. Por ser muito frio, o
astro, possivelmente uma estrela anã branca, teria tido o carbono de sua composição cristalizado em
forma de um diamante praticamente do tamanho da Terra.
Um menino, estando em repouso, joga uma garrafa cheia de água verticalmente para cima com
velocidade escalar de 4,0m/s a partir de uma altura de 1,0m em relação ao chão. Ele, então, começa a
correr em trajetória retilínea a uma velocidade de 6,0m/s.
A que distância, em metros, do ponto de partida, o menino está quando a garrafa bate no chão?
Dado: g = 10 m/s 2
a) 1,0
b) 3,0
c) 4,0
d) 6,0
e) 10

7. (Unicamp, 2015) Considerando que a massa e as dimensões dessa estrela são comparáveis às da
Terra, espera-se que a aceleração da gravidade que atua em corpos próximos à superfície de ambos
os astros seja constante e de valor não muito diferente. Suponha que um corpo abandonado, a partir
do repouso, de uma altura h = 54 m da superfície da estrela, apresenta um tempo de queda t = 3,0 s.
Desta forma, pode-se afirmar que a aceleração da gravidade na estrela é de
a) 8,0 m/s²
b) 10 m/s²
c) 12 m/s²
d) 18 m/s²
e) 22 m/s²
Física

8. (IFPE G1, 2019) Em um lançamento de um projétil para cima, foi desenvolvida a equação horária do
espaço do projétil, que se move em linha reta na direção vertical, segundo a expressão S = 105 + 20t −
5t 2 (S é dado em metros e, t, em segundos). Nessa situação, determine o módulo da velocidade do
projétil ao fim de 3 s.
a) 120 m/s
b) 10m/s
c) 60m/s
d) 5m/s
e) 15m/s

9. (Unesp, 2017) No período de estiagem, uma pequena pedra foi abandonada, a partir do repouso, do alto
de uma ponte sobre uma represa e verificou-se que demorou 2,0 s para atingir a superfície da água.
Após um período de chuvas, outra pedra idêntica foi abandonada do mesmo local, também a partir do
repouso e, desta vez, a pedra demorou 1,6 s para atingir a superfície da água.

Considerando a aceleração gravitacional igual a 10 m/s² e desprezando a existência de correntes de ar


e a sua resistência, é correto afirmar que, entre as duas medidas, o nível da água da represa elevou-se
a) 5,4 m
b) 7,2 m
c) 1,2 m
d) 0,8 m
e) 4,6 m
Física

10. (Enem, 2021) No seu estudo sobre a queda dos corpos, Aristóteles afirmava que se abandonarmos
corpos leves e pesados de uma mesma altura, o mais pesado chegaria mais rápido ao solo. Essa ideia
está apoiada em algo que é difícil de refutar, a observação direta da realidade baseada no senso
comum.
Após uma aula de física, dois colegas estavam discutindo sobre a queda dos corpos, e um tentava
convencer o outro de que tinha razão:
Colega A: “O corpo mais pesado cai mais rápido que um menos pesado, quando largado de uma mesma
altura. Eu provo, largando uma pedra e uma rolha. A pedra chega antes. Pronto! Tá provado!”.
Colega B: Eu não acho! Peguei uma folha de papel esticado e deixei cair. Quando amassei, ela caiu mais
rápido. Como isso é possível? Se era a mesma folha de papel, deveria cair do mesmo jeito. Tem que ter
outra explicação!”.
HÜLSENDEGER, M. Uma análise das concepções dos alunos sobre a queda dos corpos. Caderno Brasileiro de Ensino de
Física, n. 3, dez. 2004 (adaptado).
O aspecto físico comum que explica a diferença de comportamento dos corpos em queda nesta
discussão é o(a)
a) peso dos corpos.
b) resistência do ar.
c) massa dos corpos.
d) densidade dos corpos.
e) aceleração da gravidade.

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Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Dados:
h = 40m
g = 10m/s2
v0 = 0

Para encontrar a velocidade final, podemos utilizar a equação de Torricelli: v 2 = v02 + 2 . g . Δs.
Substituindo os dados, temos:
v2 = v02 + 2 . g . Δs
v2 = 02 + 2 . 10 . 40
v2 = 800
v = 28,3m/s

2. Dados:
v0 = 0 m/s
t=3s
g = 10 m/s²
S – S0 = h (altura do prédio)

Por meio da equação horária do espaço, temos:


S = S0 + v0 t + ½gt²
S - S0 = v0t + ½gt²
h = 0 . 2 + ½ . 10 . 3²
h=0+5.9
h = 45m

1
3. S = So + vo t + gt²
2
20 = 0 + 0 . t + ½ .10 t²
20 = 5 t²
20 ÷ 5 = t²
t² = 4
t = 2s

4. B
v 2 = v02 − 2 ∙ g ∙ ∆S
0 = 202 − 2 ∙ 10 ∙ H
400
H= = 20m
20

5. v = v0 − g ∙ t
0 = v0 − g ∙ t
v0 20
t= = = 2s
g 10
Física

Exercícios de vestibulares

1. D
O peso da régua é constante (P = mg). Desprezando a resistência do ar, trata-se de uma queda livre, que
é um movimento uniformemente acelerado, com aceleração de módulo a = g.
A distância percorrida na queda (h) varia com o tempo conforme a expressão:
1
h = ∙ g ∙ t²
2

Dessa expressão, conclui-se que a distância percorrida é diretamente proporcional ao quadrado do


tempo de queda, por isso ela aumenta mais rapidamente que o tempo de reação.

2. D
Corpos em queda livre caem com a mesma aceleração, igual à aceleração da gravidade local.

3. A
No ponto mais alto, a velocidade é nula. Aplicando a equação de Torricelli:
v² = v0 ² − 2g ∙ ΔS
0 = v0 ² − 20(0,45)
v0 = √9 = 3m/s

Observação:
No enunciado, há a seguinte imprecisão: a laje não realiza trabalho sobre as gotas, pois não houve
deslocamento do ponto de aplicação. É também muito estranho que toda a quantidade de água tenha
sido espirrada apenas na direção vertical.

4. A
Usando a equação de Torricelli com a = g = 10m/s2 e ΔS = h = 20m:
v² = vo ² + 2 ∙ g ∙ h = 0 + 2 ∙ 10 ∙ 20 = 400
v = 20m/s

5. B
Dados: v0 = 0; g = 10m/s2; t = 0,3s
v = v0 + a ∙ t = 0 + 10 ∙ (0,3) = 3m/s

6. D
Sabendo que o tempo total de permanência da garrafa no ar é o mesmo tempo que o menino usa para
se afastar do ponto de queda, podemos usar a equação da posição vertical para o lançamento vertical:
g ∙ t²
h = h0 + v0 ∙ t −
2
0 = 1 + 4 ∙ t − 5 ∙ t²
−4 ± √4² − 4 ∙ (−5) ∙ 1 −4 ± √36
t= =
2 ∙ (−5) −10

t = −0,2s (descartado)
t" = 1s

Logo, como a velocidade do menino é de 6,0m/s, ele se desloca 6m no tempo em que a garrafa
permanece no ar.

7. C
g
h= ∙ t²
2
2 ∙ h 2 ∙ 54
g= = = 12m/s²
t² 3²
Física

8. B
Retirando os dados da equação dada:
S = 105 + 20 ∙ t − 5 ∙ t²
S0 = 105m
v0 = 20m/s
a
= −5 → a = −5 ∙ 2 = 10m/s²
2

Montando a função velocidade e calculando o módulo da velocidade escalar no instante t = 3s:


v = v0 + a ∙ t
v = 20 − 10(3) = −10m/s
|v| = 10m/s

9. B
Da equação da altura percorrida na queda livre, temos:
g
h = ∙ t²
2
10
h1 = ∙ 2² = 20m
2
10
h2 = ∙ 1,6² = 12,8m
2

Portanto, o nível da água elevou-se em:


Δh = 20 − 12,8 = 7,2m

10. B
O aspecto comum que explica a diferença nos tempos de queda dos corpos é a força de resistência do
ar, que depende principalmente do próprio ar e da forma geométrica (aerodinâmica) de cada corpo.
Física

Calorimetria

Objetivo
Entender o conceito de calor e as reações que os corpos irão apresentar em receber ou ceder calor

Se liga
Que tal complementar seus estudos com um artigo que mostra três exemplos de dilatações que você
encontra no seu dia a dia? Clique aqui.

Curiosidade
Você sabia que trilhos de trem/metrô devem conter um espaçamento por conta da dilatação? Isso aí!
Qualquer construção civil que fique exposta ao sol ao longo do dia deve apresentar planejamentos por conta
da dilatação sofrida.

Teoria

Calor é definido com um processo de transferência espontânea de energia da região de maior temperatura
(maior concentração de energia cinética média por partícula) para a região de menor temperatura (menor
concentração de energia cinética média por partícula).

Capacidade Térmica (C)


A capacidade térmica de um objeto é o quanto deve ceder ou receber de energia por calor para variar a
temperatura do objeto. Também pode ser o produto da massa do corpo vezes o calor específico do material
que o constitui. Assim, temos:
𝑄
𝐶 = ∆𝑇 = 𝑚. 𝑐

A unidade de capacidade térmica é cal/°C, ou no Sistema Internacional, J/K. Já a unidade de calor específico
é cal/g°C, que no SI é J/g.K. É muito comum o uso da caloria como unidade fora do SI. Na unidades atuais, 1
cal ≈ 4,2 J. Não se preocupe em decorar esse valor. Caso necessário, ele será fornecido, e a aproximação
mais comum de aparecer em provas é que 1 caloria = 4 joules.

A quantidade de calor calculada dessa maneira é denominada calor sensível (Qs). Desta forma, juntando as
duas equações acima, temos que:
𝑄𝑠 = 𝑚𝑐∆𝑇

Onde “m” é a massa do corpo, “c” é o calor específico do material que o constitui e ∆𝑇é a variação de
temperatura correspondente. Cada corpo é constituído de uma substância/material que, por sua vez, possui
um valor de calor específico para cada estado físico. Esses valores são tabelados e você não precisa gravar
nenhum deles.
Física
𝑐𝑎𝑙
Exemplo: Calor específico da água líquida à pressão atmosférica ao nível do mar: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 =
𝑔,°𝐶
𝐽
4,0 × 103 .
𝑘𝑔.𝐾

É bom ter o conhecimento do valor específico da água, já que é bem comum sua utilização. A primeira unidade
é usualmente usada, enquanto a segunda é a adotada pelo Sistema Internacional de Unidades.

Em algumas situações, você pode fornecer calor para um sistema sem aumentar em nada sua temperatura.
Isto normalmente ocorre durante uma mudança de estado físico (mudança de fase), como o gelo derretendo
ou a água fervendo. Tecnicamente, a capacidade térmica fica mal definida, já que você estaria dividindo por
zero o calor! No entanto, ainda é interessante saber a quantidade de calor necessária para derreter ou ferver
uma substância completamente. Esta quantidade de calor dividida pela massa da substância é chamada de
calor latente da transformação, e é denotada por L:

Q = mL

O calor latente de fusão do gelo vale 80 cal/g, já o calor latente de vaporização da água é 540 cal/g.

Obs.: Cabe salientar que as mudanças de estado que ocorrem com perda de calor apresentam calores
latentes negativos (solidificação e condensação).

Um diagrama importante relaciona a temperatura de um objeto com o calor fornecido a ele (calor fornecido é
positivo; calor cedido é negativo):

Começando na fase sólida, o corpo absorve calor a partir de uma fonte externa (fogão por exemplo) e aumenta
de temperatura até chegar na temperatura de fusão. Nesse estágio, a temperatura do corpo não varia e todo
calor absorvido (calor latente) é usado para quebrar ligações químicas (estamos numa mudança de fase).
Logo em seguida a temperatura aumenta de novo até atingir a temperatura de vaporização e a análise se
repete.
Física

Exercícios de fixação

1. Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, verifica-se como consequência uma variação de
temperatura igual a 50 ºC. Determine a capacidade térmica desse corpo.
a) 10 cal/°C
b) 20 cal/°C
c) 6 cal/°C
d) 5° cal/°C
e) 1 cal/°C

2. Para aquecer 500 g de certa substância de 20 ºC para 70 ºC, foram necessárias 4 000 calorias. A
capacidade térmica e o calor específico valem respectivamente:
a) 8 cal/ ºC e 0,08 cal/g .ºC
b) 80 cal/ ºC e 0,16 cal/g. ºC
c) 90 cal/ ºC e 0,09 cal/g. ºC
d) 95 cal/ ºC e 0,15 cal/g. ºC
e) 120 cal/ ºC e 0,12 cal/g. ºC

3. Em uma manhã de céu azul, um banhista na praia observa que a areia está muito quente e a água do
mar está muito fria. À noite, esse mesmo banhista observa que a areia da praia está fria e a água do
mar está morna. O fenômeno observado deve-se ao fato de que:
a) a densidade da água do mar é menor que a da areia.
b) o calor específico da areia é menor que o calor específico da água.
c) o coeficiente de dilatação térmica da água é maior que o coeficiente de dilatação térmica da areia.
d) o calor contido na areia, à noite, propaga-se para a água do mar.
e) a agitação da água do mar retarda seu resfriamento.

4. Um amolador de facas, ao operar um esmeril, é atingido por fagulhas incandescentes, mas não se
queima. Isso acontece porque as fagulhas:
a) tem calor específico muito grande.
b) tem temperatura muito baixa.
c) tem capacidade térmica muito pequena.
d) estão em mudança de estado.
e) não transportam energia.

5. Uma barra de ferro de massa de 4kg é exposta a uma fonte de calor e tem sua temperatura aumentada
de 30 ºC para 150 ºC. Sendo o calor específico do ferro c = 0,119 cal/g.ºC, a quantidade de calor
recebida pela barra é aproximadamente:
a) 45 kcal
b) 57,1 kcal
c) 100 kcal
d) 12,2 kcal
e) 250,5 kcal
Física

Exercícios de Vestibulares

1. Para resfriar um líquido, é comum colocar a vasilha que o contém dentro de um recipiente com gelo,
conforme a figura.

Para que o resfriamento seja mais rápido, é conveniente que a vasilha seja metálica, em vez de ser de
vidro, porque o metal apresenta, em relação ao vidro, um maior valor de:
a) condutividade térmica.
b) calor específico.
c) coeficiente de dilatação térmica.
d) energia interna.
e) calor latente de fusão.

2. (Enem, 2019) Em uma aula experimental de calorimetria, uma professora queimou 2,5 g de castanha-
de-caju crua para aquecer 350 g de água, em um recipiente apropriado para diminuir as perdas de calor.
Com base na leitura da tabela nutricional a seguir e da medida da temperatura da água, após a queima
total do combustível, ela concluiu que 50% da energia disponível foi aproveitada. O calor específico da
água é 1 𝑐𝑎𝑙. 𝑔−2 °𝐶 −1 e sua temperatura inicial era de 20°C.

Quantidade por porção de 10 g (2 castanhas)

Valor energético 70 kcal

Carboidratos 0,8 g

Proteínas 3,5 g

Gorduras totais 3,5 g

Qual foi a temperatura da água, em grau Celsius, medida ao final do experimento?


a) 25
b) 27
c) 45
d) 50
e) 70.
Física

3. (Ifsul 2017) Uma das substâncias mais importantes para os seres vivos, a água, está oferecendo
preocupação, pois está ameaçada de diminuição na natureza, onde pode ser encontrada nos estados
sólido, líquido e vapor.
Tendo como referência a água, analise as afirmativas abaixo, indicando, nos parênteses, se é verdadeira
ou falsa.
( ) Para que ocorra a mudança de estado físico da água, à pressão constante, sua temperatura
permanecerá constante, e ocorrerá troca de calor com o ambiente.
( ) Para que ocorra a evaporação da água do suor de nossa pele, deve ocorrer absorção de energia
pelo nosso corpo.
( ) Para que certa quantidade de água entre em ebulição, à temperatura ambiente, é necessário que
seja diminuída a pressão sobre ela.

A sequência correta, de cima para baixo, é


a) F - V - V
b) V - V- F
c) V - F - V
d) F - F - V

4. Deseja-se transformar 100 g de gelo a –20 °C em água a 30 °C. Sabe-se que o calor específico do gelo
vale 0,50 cal/g °C e o da água, 1,0 cal/g °C, e que o calor latente de fusão do gelo vale 80 cal/g. Quanto
calor, em quilocalorias, devemos fornecer a esse gelo?
a) 10 kcal
b) 12 kcal
c) 15 kcal
d) 20 kcal

5. (Unicamp, 2021) Um microchip de massa 𝑚 = 2,0 × 10−6  𝑔 é composto majoritariamente de silício.


Durante um minuto de funcionamento, o circuito elétrico do dispositivo dissipa, na forma térmica, uma
𝐽
quantidade de energia 𝑄 = 0,96 𝑚𝐽. Considere que o calor específico do silício é o 𝑐𝑆𝑖 = 800  . Caso
𝑘𝑔 °𝐶
não houvesse nenhum mecanismo de escoamento de calor para fora do dispositivo, em quanto sua
temperatura aumentaria após esse tempo de funcionamento?

a) 4,8 101 C.


2
b) 1,6  10 C.
c) 6,0  102 C.
3
d) 1,2  10 C.
Física

6. (Enem, 2015) As altas temperaturas de combustão e o atrito entre suas peças móveis são alguns dos
fatores que provocam o aquecimento dos motores à combustão interna. Para evitar o
superaquecimento e consequentes danos a esses motores, foram desenvolvidos os atuais sistemas
de refrigeração, em que um fluido arrefecedor com propriedades especiais circula pelo interior do
motor, absorvendo o calor que, ao passar pelo radiador, é transferido para a atmosfera.

Qual propriedade o fluido arrefecedor deve possuir para cumprir seu objetivo com maior eficiência?
a) Alto calor específico
b) Alto calor latente de fusão
c) Baixa condutividade térmica.
d) Baixa temperatura de ebulição
e) Alto coeficiente de dilatação térmica

7. Uma garrafa e uma lata de refrigerante permanecem durante vários dias em uma geladeira. Quando
pegamos a garrafa e a lata com as mãos desprotegidas para retirá-las da geladeira, temos a impressão
de que a lata está mais fria do que a garrafa. Isso é explicado pelo fato de:
a) a temperatura do refrigerante na lata ser diferente da temperatura do refrigerante na garrafa;
b) a capacidade térmica do refrigerante na lata ser diferente da capacidade térmica do refrigerante
na garrafa;
c) o calor específico dos dois recipientes ser diferente;
d) o coeficiente de dilatação térmica dos dois recipientes ser diferente;
e) a condutividade térmica dos dois recipientes ser diferente.

8. (Ufpr, 2020) Um objeto de massa 𝑚 = 500 𝑔 recebe uma certa quantidade de calor 𝑄 e, com isso, sofre
uma variação de temperatura 𝛥𝑇. A relação entre 𝛥𝑇 e 𝑄 está representada no gráfico a seguir.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor do calor específico c desse objeto.
a) 𝑐 = 2  𝐽⁄𝑔 ⋅ °𝐶 .
b) 𝑐 = 4  𝐽⁄𝑔 ⋅ °𝐶 .
c) 𝑐 = 8  𝐽⁄𝑔 ⋅ °𝐶 .
d) 𝑐 = 16  𝐽⁄𝑔 ⋅ °𝐶 .
e) 𝑐 = 20  𝐽⁄𝑔 ⋅ °𝐶 .
Física

9. Para aquecer a quantidade de massa m de uma substância, foram consumidas 1450 calorias. A
variação de seu calor específico 𝑐, em função da temperatura 𝜃, está indicada no gráfico.

O valor de 𝑚, em gramas, equivale a:


a) 50
b) 100
c) 150
d) 300

10. O gálio (Ga) é um metal cuja temperatura de fusão, à pressão atmosférica, é aproximadamente igual a
30 ºC. O calor específico médio do Ga na fase sólida é em torno de 0,4 kJ/(kg.ºC) e o calor latente de
fusão é 80 kJ/kg. Utilizando uma fonte térmica de 100 W, um estudante determina a energia necessária
para fundir completamente 100 g de Ga, a partir de 0ºC. O gráfico mostra a variação da temperatura
em função do tempo das medições realizadas pelo estudante.

O tempo total tT, em segundos, que o estudante levou para realizar o experimento. Suponha que todo o
calor fornecido pela fonte é absorvido pela amostra de Ga.
a) 60s
b) 90s
c) 92s
d) 100s
e) 105s

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Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Podemos calcular a capacidade térmica do corpo a partir da seguinte expressão:
𝑄 300
𝐶= = = 6𝑐𝑎𝑙/°𝐶
∆𝑇 50

2. B
Inicialmente, vamos calcular a capacidade térmica do corpo.
𝑄 4000
𝐶= = = 80𝑐𝑎𝑙/°𝐶
∆𝑇 50

Agora podemos calcular o calor específico sensível utilizando o dado calculado.


𝐶 = 𝑚. 𝑐
80 = 500. 𝑐
𝑐 = 0,16 𝑐𝑎𝑙/𝑔. °𝐶

3. B
Se as massas iguais de água e areia receberem ou perderem quantidades iguais de calor, a variação de
temperatura da água será menor em módulo que a da areia, porque a água tem maior calor específico.

4. C
Sendo a capacidade térmica das fagulhas muito pequena, elas transferem pouca quantidade de calor
para o operador, o que é insuficiente para o queimar.

5. B
Utilizando a equação do calor sensível temos:
𝑄 = 𝑚. 𝑐. ∆𝑇
𝑄 = 4000 . 0,119 . (150 − 30)
𝑄 = 57120 𝑐𝑎𝑙 = 57,12 𝑘𝑐𝑎𝑙

Exercícios de vestibulares

1. A
O metal tem maior coeficiente de condutividade térmica do que o vidro. O metal é bom condutor de calor
e vidro é péssimo.

2. C
Energia liberada na queima de castanha-de-caju:
70000𝑐𝑎𝑙
𝑄 = 2,5𝑔 . = 17500 𝑐𝑎𝑙
10𝑔

Energia aproveitada para aquecer de água:


50
𝑄′ = = 17500 𝑐𝑎𝑙 = 8750 𝑐𝑎𝑙
100

Logo, a temperatura final da água foi de:


Q’ = mc∆Ө

8750 = 350 . 1 . (Өf – 20)


∴ 𝜃𝑓 = 45𝑜 𝐶
Física

3. C
[V] A mudança de estado físico impõe troca de calor com o ambiente e sendo uma substância pura
como a água, a temperatura para essas mudanças é constante para condição de pressão também
constante.
[F] A água do suor absorve calor do nosso corpo para evaporar.

[V] À medida que a pressão é diminuída, a temperatura necessária para a ebulição também diminui,
possibilitando-se ferver a água à temperatura ambiente.

4. B
Q = Q 1 + Q2 + Q3
Q = (m c 𝛥𝜃)gelo + (m LF)gelo + (m c 𝛥𝜃)água
Q = 100 . 0,50 . [0 – (-20)] + 100 . 80 + 100 . 1,0 . (30-0)
Q = 1000 + 8000 + 3000 (cal)
Q = 12000 cal
Q = 12 kcal

5. C
𝐽
Dados: 𝑚 = 2 × 10−6 𝑔 = 2 × 10−9 𝑘𝑔; 𝑄 = 0,96𝑚𝐽 = 96 × 10−5 𝐽; 𝑐𝑠𝑖 = 8 × 102
𝑘𝑔⋅°𝐶.

Da expressão do calor sensível:


Q 96  10−5
Q = mc ΔT  ΔT = =  ΔT = 6,0  102 C.
mc 2  10−9  8  102

6. A
Da expressão do calor específico sensível:

O fluido arrefecedor deve receber calor e não sofrer sobreaquecimento. Para tal, de acordo com a
expressão acima, o fluido deve ter alto calor específico.

7. E
O metal da lata tem condutividade térmica maior do que o vidro da garrafa. Assim, ao tocarmos ambos,
perderemos calor mais rapidamente para a lata. Por isso ela parecerá mais fria do que a garrafa.

8. B

Quando Q = 120kJ = 120.000J, a variação da temperatura é ΔT = 60 C. Usando a equação do calor


sensível:
𝑄 120.000 𝑐𝑎𝑙
𝑄 = 𝑚𝑐Δ𝑇 ⇒ 𝑐 = = ⇒ 𝑐=4
𝑚Δ𝑇 500×60 𝑔⋅°𝐶

9. B
A área sob a curva representa o produto entre o calor específico e a temperatura, como podemos
observar com o uso do calor sensível.
Q
Q = m  c  Δθ  c =
m  Δθ

Assim, a dimensão desse produto será a razão entre a quantidade de calor e a massa:
Q Q
c  Δθ =  Δθ =
m  Δθ m
Física

Cálculo da área sob a curva:


Q  cal  60 C Q cal
= ( 0,25 + 0,20 )    = 14,5
m  gC  2 m g

Logo, utilizando a quantidade de calor total fornecida para o aquecimento, temos:


1450 cal cal 1450 cal
= 14,5 m=  m = 100 g
m g cal
14,5
g

10. C
Energia necessária para aquecer e fundir 0,1kg (100g) de gálio:
Q = Qsensível + Qlatente ⇨ Q = m.c.𝛥T + m.L

Substituindo os valores:
Q = m.c.𝛥T + m.L ⇨ Q = 0,1.0,4.30 + 0,1.80 ⇨ Q = 9,2kJ
Q = 9200J

Da definição de potência temos:


𝑄 𝑄
P= ⇨t=𝑃
𝑡
𝑄 9200
Substituindo valores: T = ⇨ ⇨ t = 92s.
𝑃 100
Geografia

Crise do Fordismo e o Toyotismo

Objetivo
Aprender sobre o Fordismo, seu auge e crise. Entender as razões que levaram à crise desse modelo e à
ascensão do Toyotismo e aprender sobre o Toyotismo e entender os impactos desse modelo na atual
sociedade, como na organização do espaço produtivo e no mundo do trabalho.

Se liga
Esse conteúdo é essencial para as próximas aulas de Terceira Revolução Industrial e Globalização. É comum
encontrar questões mescladas com conteúdos das próximas aulas.

Teoria

A crise do Fordismo resulta de suas próprias características. Tal condição possibilitou a ascensão de um
novo modelo produtivo, o Toyotismo.

Auge e crise do Fordismo


O Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas seguintes, de 1950 a 1960, viabilizado pela
política de Welfare State, ou Estado de Bem-Estar Social. Após a crise liberal de 1929, houve uma política de
Estado forte e interventor na economia, que garantiu o giro de consumo e o reaquecimento da economia. Isso
levou o Fordismo, mesmo com sua lógica de produção em massa e estoques, a chegar ao seu auge. Todavia,
as características do Fordismo não se sustentaram por mais tempo e, somado a outros fatores econômicos,
como o primeiro choque do petróleo, em 1973, resultaram em uma crise do modelo produtivo na década de
1970 O encarecimento da produção, os estoques cheios e padronizados e o desenvolvimento tecnológico
foram as grandes razões do lado fordista para essa crise. Com isso, observou-se uma significativa diminuição
dos gastos do Estado com as políticas sociais, caracterizando também o fim ou desmonte do Estado do Bem-
Estar Social. A adoção de uma política neoliberal passa a ser uma das principais defesas para solução dessa
crise.

Razões para a crise do Fordismo


• Welfare State e os gastos públicos: como dito, foi o período de forte intervenção estatal na economia que
garantiu o consumo, e o Fordismo permaneceu em alta. Porém, os ganhos de direitos trabalhistas
encareciam os gastos públicos, o que causa a consequente diminuição dos lucros. O lucro se dá a partir
da diferença entre o gasto da produção e o ganho bruto. Os direitos trabalhistas encareceram o valor da
mão de obra, reduzindo o lucro das empresas.

• Desenvolvimento tecnológico: a inserção de tecnologia no processo produtivo também aumentava os


custos de produção, assim como permitia maior conexão dos mercados internacionais. Observou-se
também uma financeirização da economia, onde os empréstimos e grandes volumes de capital passaram
a ser fundamentais para o desenvolvimento tecnológico. Com Estados endividados, foram necessárias
medidas de abertura comercial e maior autonomia à iniciativa privada. O desenvolvimento das
tecnologias de comunicação e transporte que conectou os mercados gerou também novas organizações
Geografia

produtivas, como o Toyotismo, que superava vários problemas apresentados pelo Fordismo, que foi se
tornando menos importante no cenário competitivo.

• Regime rígido e pouco adaptável: o caráter rígido e pouco adaptável do modelo de produção nas linhas
de montagem não dinamizava a superação dos problemas. O custo da produção aumentava, enquanto
os estoques ficavam cheios, o que barateava o produto pela alta disponibilidade já produzida. O Fordismo,
no entanto, não alterava o perfil de produção, nem as relações trabalhistas, mesmo diante das mudanças
que surgiam. A produtividade se manteve alta, mas o custo aumentou.

• Ampliação do mercado e padronização produtiva: com as maiores conexões de mercado entre países do
mundo, as exigências diante do cenário competitivo demandavam diversificação. Novas demandas de
produtos, que antes não existiam, surgem. Como o Fordismo produzia em massa, havia uma
padronização. A propaganda moderna passou a vender a ideia de produtos cada vez mais específicos, de
acordo com a necessidade de cada cliente. Atualmente, dentro da lógica toyotista de produção sob
demanda, ou produção Just in Time, a criação de novas necessidades antecipa a criação do produto.

• Durabilidade dos produtos e estoques lotados: a durabilidade dos produtos fordistas e sua padronização,
necessária para a produção em massa, gerava uma estagnação do consumo. Os estoques permaneciam
lotados, mas os produtos tinham alta durabilidade, o que postergava a necessidade de compra, podendo
gerar uma crise de superacumulação. Uma vez que a produção se acumula, muitos investidores deixariam
de reinvestir o lucro, o que poderia reduzir o quadro de empregados, gerando desemprego e redução do
consumo. Com menor consumo, maior é o acúmulo da produção, gerando um efeito ciclo que resultaria
em uma grande crise econômica.

• Maior pressão sindical: facilitada pelo fato de a fábrica estar espacialmente concentrada. Muitos
trabalhadores moravam nas vilas operárias, e o debate sobre a exploração trabalhista era inevitável.

Além disso, a crise do petróleo durante a década de 1970 e seus impactos na produção mundial tiveram uma
importância significativa na crise do Fordismo e do Estado Keynesiano. É importante lembrar que o petróleo
era a base produtiva dessa indústria. Para solucionar essa crise, defendia-se a substituição da lógica
econômica keynesiana pelo neoliberalismo, que consiste em uma menor intervenção do Estado na
economia.

O Fordismo não desapareceu


É importante pontuar que o Fordismo não desaparece do mundo, sendo substituído, em grande parte, pelo
Toyotismo. Sobretudo em indústrias mais simples e países mais pobres, podem-se identificar estruturas
produtivas e organizacionais típicas do modelo fordista. Em diversos empregos, a produção continua
fragmentada, não demandando qualificação da mão de obra, como o caso dos “Mc Empregos”. Além disso,
muitas empresas de tecnologia possuem características toyotistas, como a produção por demanda ou a
exigência de mão de obra qualificada; por outro lado, também utilizam linhas de montagem fordistas para
trabalhos mais simples e baratos.
Geografia

O surgimento do Toyotismo
O modelo de produção toyotista foi idealizado por Kiichiro Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo mundo a
partir de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível ou pós-fordista, foi desenvolvido em
uma fábrica de automóveis da Toyota, no Japão buscando atender às especificidades da produção e do
território japonês, que por serem uma ilha eram limitadas. Importante lembrar que o Japão recebeu muitos
investimentos do Plano Colombo criado pelos Estados Unidos, com o objetivo de reconstruir o país após as
duas bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, pelos Estados Unidos, durante a Segunda
Guerra Mundial. O Japão investiu esse montante em pesquisa e educação alcançando rapidamente uma
grande liderança tecnológica, que se traduziu no modelo toyotista de produção. Assim, as características
desse modelo despontaram como alternativa ao Fordismo, que enfrentava sua crise na década de 1970. Ele
está relacionado com a Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico- Científico-Informacional. Entre
as principais inovações técnicas desse modelo produtivo e contexto destaca-se a automação, robótica,
química fina e organismos geneticamente modificados. Isso tudo também possibilitou e acelerou o processo
de globalização.

Características do Toyotismo

• Produtos pouco duráveis: a durabilidade foi um problema para o Fordismo. Nesse sentido, a lógica do
Ciclo de Obsolescência Programada, em que os produtos possuem uma data de “validade”, foi
fundamental para superar as limitações do consumo fordista. Não é que o produto quebre com facilidade,
mas ele vai se tornando lento, limitado e obsoleto. É o que acontece com os celulares; à medida que o
tempo passa, parecem demorar mais para conseguir abrir os mesmos aplicativos. O maior impacto disso
é a grande geração de lixo.

• Diversificação: a produção diversificada, com muitas opções, buscando atender às características de


cada mercado, foi importantíssima para ampliar a variedade de produtos. Assim, se aquele país apresenta
um poder de compra menor, a empresa não deixa de vender para ele, pois pode produzir algo mais barato
e adequado ao poder aquisitivo de cada região do mundo.

• Produção sob demanda e recurso logístico just in time: a ideia era produzir de acordo com a demanda,
sem gastar matéria-prima excessiva, fazendo a requisição de um produto ou recurso apenas quando ele
fosse necessário. Isso possibilitou a redução dos estoques e da chance de perdas financeiras em caso
de crise.

• Desconcentração industrial: com os avanços nos transportes e comunicações possibilitados pela


Terceira Revolução Industrial, foi possível espalhar a indústria por diversos lugares no mundo,
fortalecendo o processo de globalização. Essa dispersão espacial da indústria decorre da busca por
vantagens competitivas que os lugares tinham a oferecer, como mão de obra mais barata ou legislação
ambiental mais flexível. Para Milton Santos esse processo promove uma “guerra dos lugares” em que
esses buscavam oferecer as melhores condições para atrair as empresas e os investimentos. Isso gerava
uma especialização produtiva dos lugares com base nos setores de produção em que eles conseguiam
se encaixar ou atrair, caracterizando assim a nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT). De forma
simples, a DIT é o que cada país ou lugar produz no mundo e reflete sua condição econômica, uma vez
que produzir alface não é tão lucrativo quanto microchips. Por fim, é nesse contexto de dispersão
industrial que as transnacionais se fortalecem e passam a ganhar uma importância gigantesca na
economia.
Geografia

• Mão de obra qualificada: outra característica que possibilitava o amplo desenvolvimento desse modelo.
Com uma mão de obra altamente educada e qualificada, toda melhoria no processo produtivo poderia ser
mais rapidamente incorporada, ao mesmo tempo que esses trabalhadores contribuíam para esse
progresso. Era muito comum incentivar o trabalhador a desenvolver melhoras na estrutura produtiva.
Quando isso era alcançado, ele recebia um bônus no salário, por exemplo. Os tecnopolos são
fundamentais aqui, uma vez que estão associados a produção de conhecimento e sua aplicação ao
processo produtivo.

• Automação da produção e robótica: por fim, a automação da linha de produção possibilita a redução dos
custos produtivos com mão de obra e a maximização dos lucros. Com o desenvolvimento tecnológico
associado à robótica, informática e outros setores, foi possível criar fábricas cada vez mais autônomas,
com exigência de menos mão de obra. Tal condição leva ao desemprego estrutural, que é irreversível,
pois o emprego perdido não será recuperado no futuro. Essa questão é um dos principais desafios do
século XXI.

Diferença do fluxo de produção industrial. No primeiro fluxo da ilustração, está escrito “produção empurrada”, que corresponde ao
Fordismo. No segundo, “produção puxada”, que indica o Toyotismo. Ilustração: Rebeca Khouri, 2021.
Geografia

QQD – Toyotismo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Rpwn5duYKVo>. Acessado em: 31/08/2021.


Geografia

Exercícios de fixação

1. Entre as razões para a crise do Fordismo, é possível destacar:


a) Encarecimento da produção e estoques lotados
b) Diversificação da produção e aumento dos lucros
c) Intervencionismo na economia e crise econômica

2. A ________________ do Fordismo deriva da adoção de uma mão de obra ________________ que, por sua
vez, limitava as alterações na linha de montagem. Assim, a fábrica fordista tinha pouca capacidade
para atender às demandas de ________________ que o mercado passava a exigir.
a) Rigidez – qualificada – automação
b) Flexibilidade – especializada – produção
c) Rigidez – especializada – inovação

3. O ________________, por sua vez, vem integrar outras famílias de sistemas produtivos do movimento da
________________. Essas técnicas se deram em concomitância e possibilitadas pelas novas condições
fornecidas pela ________________.
a) Fordismo – acumulação rígida – Terceira Revolução Industrial
b) Toyotismo – acumulação flexível – Terceira Revolução Industrial
c) Just in case – acumulação flexível – Segunda Revolução Industrial

4. A logística pode ser entendida como a “eficiente transferência de bens da fonte de suprimento ao local
de manufatura até o ponto de consumo de uma forma custo-eficiente visando prover um serviço
aceitável ao consumidor”. Atualmente, a forma de ordenamento que melhor atende a esse preceito é
a) Toyotismo
b) Just in time
c) Obsolescência programada

5. O modelo toyotista limita a possibilidade de crises de produção, pois


a) É capaz de prever as crises capitalistas
b) A produção só ocorre a partir da demanda
c) Existe uma maior oferta de crédito ao consumidor
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem PPL, 2015) Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao
assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o
fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o
consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do
consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a)


a) aumento do poder aquisitivo.
b) estímulo à livre concorrência.
c) criação de novas necessidades.
d) formação de grandes estoques.
e) implantação de linhas de montagem.

2. (Enem, 2020) “O Toyotismo, a partir dos anos 1970, teve grande impacto no mundo ocidental, quando
se mostrou para os países avançados como uma opção possível para a superação de uma crise de
acumulação.”
(ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo. 2009.
Adaptado.)

A característica organizacional do modelo em questão, requerida no contexto de crise, foi o(a)


a) expansão dos grandes estoques.
b) incremento da fabricação em massa.
c) adequação da produção à demanda.
d) aumento da mecanização do trabalho.
e) centralização das etapas de planejamento.

3. (Enem, 2015) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema
presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).

Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
Geografia

4. (Enem PPL, 2018) Existe uma concorrência global, forçando redefinições constantes de produtos,
processos, mercados e insumos econômicos, inclusive capital e informação.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

Nos últimos anos do século XX, o sistema industrial experimentou muitas modificações na forma de
produzir, que implicaram transformações em diferentes campos da vida social e econômica. A
redefinição produtiva e seu respectivo impacto territorial ocorrem no uso da
a) técnica fordista, com treinamento em altas tecnologias e difusão do capital pelo território.
b) linha de montagem, com capacitação da mão de obra em países centrais e aumento das
discrepâncias regionais.
c) robotização, com melhorias nas condições de trabalho e remuneração em empresas no Sudeste
asiático.
d) produção just in time, com territorialização das indústrias em países periféricos e manutenção das
bases de gestão nos países centrais.
e) fabricação em grandes lotes, com transferências financeiras de países centrais para países
periféricos e diminuição das diferenças territoriais.

5. (Enem Libras, 2017) O desenvolvimento científico digital-molecular de certa forma desterritorializou as


localizações produtivas; os novos métodos de organização do trabalho industrial também vão na
mesma direção: just in time, kamban, organização flexível.
OLIVEIRA, F. As contradições do ão: globalização, nação, região, metropolização. Belo Horizonte: Cedeplar UFMG, 2004.

As mudanças descritas no texto referentes aos processos produtivos são favorecidas pela
a) ampliação da intervenção do Estado.
b) adoção de barreiras alfandegárias.
c) expansão das redes informacionais.
d) predominância de empresas locais.
e) concentração dos polos de fabricação.

6. (Enem, 2016) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de


capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular digital do que resulta a
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos
fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do
trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o
puro uso da força de trabalho.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas Boitempo, 2003.

Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior
Geografia

7. (Enem, 2013) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma
crise de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:

Disponível em: http://ensino.univates.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado).


a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor.

8. (Enem, 2013) “Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior
controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é
muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente
descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.”
SENNETT, R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do Fordismo, a concepção de


tempo analisada no texto pressupõe que
a) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
b) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.
Geografia

9. (Enem, 2017) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral
de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o
comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais
apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas.
RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Olhares geográficos:
modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado).

Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a


a) saturação do setor secundário.
b) ampliação dos direitos laborais.
c) bipolarização do poder geopolítico.
d) consolidação do domínio tecnológico.
e) primarização das exportações globais.

10. (Enade, 2010) As transformações internacionais da década de 1970 significaram uma verdadeira
revolução originária, cujas consequências foram os desequilíbrios nas balanças de pagamento, choque
do petróleo, globalização do comércio, finanças e setor produtivo, crise do sistema fordista e
substituição pela especialização flexível. Essas rápidas transformações implicaram sérias dificuldades
para os países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, devido à dependência tecnológica e as
consequentes dificuldades de competitividade no novo cenário.
Nesse cenário, o Brasil reagiu, à época, de acordo com as recomendações dos organismos
internacionais, alinhados com a(s)
a) Lógica keynesiana de ampliar o papel do Estado de maneira a constituir um novo patamar de
proteção social.
b) Medidas protecionistas, que iniciaram o processo de desconcentração interna de renda.
c) Flexibilização do processo produtivo, que ampliou o mercado de trabalho interno devido ao
aumento das exportações.
d) Inovação tecnológica do parque industrial brasileiro visando superar a dependência externa e
qualificar a mão de obra.
e) Vertente neoliberal, que resultou, ao longo do tempo, na manutenção do processo de concentração
de renda.
Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. A
O aumento dos custos produtivos e a diminuição da margem de lucro das empresas, juntamente com a
possibilidade de grandes perdas econômicas com os estoques lotados, ajudam a explicar a crise do
Fordismo.

2. C
O Fordismo era conhecido como um modelo rígido. Essa característica, em parte, tem relação com a
utilização de uma mão de obra especializada, que, acostumada com uma ou outra tarefa, dificultava a
alteração da linha de montagem e a respectiva diversificação produtiva. Após a Segunda Guerra Mundial,
o grande desenvolvimento técnico e científico deu início à Terceira Revolução industrial. Todas as
inovações criadas nesse período não eram incorporadas tão facilmente pelo Fordismo, o que dificultava
mais ainda sua sobrevivência como modelo produtivo. A alternativa A está incorreta, pois a mão de obra
não é qualificada, e a alternativa B está incorreta, pois o Fordismo não é flexível.

3. B
O Toyotismo é um modelo produtivo que surgiu no contexto da Terceira Revolução Industrial e na
consolidação do processo de globalização. Ele integra a família de modelos produtivos flexíveis, cujas
alterações na linha de montagem são mais rápidas, além de mais fáceis, devido a qualificação do
trabalhador. Just in case é um recurso logístico vinculado ao Fordismo. Ele é o oposto de Just in Time.

4. B
Aqui, existe uma grande confusão sobre o que é Toyotismo e Just in Time. Então vamos resolver essa
dúvida. O Just in Time é esse recurso da logística que visa a reduzir ao máximo os desperdícios de tempo,
material e pessoal dentro de uma unidade produtiva. Esse ordenamento logístico foi adotado por Kiichiro
Toyoda e Taiichi Ohno na implantação do Fordismo no Japão. Porém, junto com outras inovações, o
Fordismo japonês rapidamente superou o modelo americano e ficou conhecido como um modelo próprio
da fábrica de carros da Toyota. É daí que nasce o Toyotismo, e ele vai muito além de um recurso logístico
como o Just in Time.

5. B
Ao adotar o recurso do Just in Time, o modelo limita as possibilidades de crises de produção, pois a
demanda só irá acontecer após a venda do produto, então não há chances de ficar parada no estoque.

Exercícios de vestibulares

1. C
No Fordismo, a produção era o fato gerador de consumo. Com a crise desse modelo e a necessidade de
mudança, o Toyotismo conseguiu atender bem a essa questão, pois, primeiro, cria a necessidade, antes
mesmo de o produto existir.

2. C
O Toyotismo é um modelo produtivo que passou a ser usado de forma significativa nas indústrias a partir
da década de 1970, devido à crise estrutural do Fordismo. Entre as características do Toyotismo, é
possível destacar: baixa durabilidade dos produtos, diversificação produtiva, produção sob demanda
(Just In Time) e exigência de mão de obra qualificada. A característica organizacional do modelo que
Geografia

passou a ser exigida no contexto da crise fordista foi adequação da produção à demanda. A alternativa D
está incorreta, pois, mesmo que a mecanização/automação da produção seja uma característica desse
modelo, sua adoção não era solução para crise produtiva daquele momento.

3. E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica ao modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão de obra
por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego, o modelo toyotista de produção industrial.

4. D
O texto se refere à mudança da segunda para a terceira fase da Revolução Industrial, com a passagem
do Fordismo para o Toyotismo. Nesse contexto, as empresas transnacionais conseguiram deslocar suas
fábricas das regiões industriais tradicionais, nos países ricos, para novas regiões industriais, nos países
pobres e emergentes. Tal mudança se configura em um processo de desterritorialização e
territorialização em novos lugares, buscando as vantagens competitivas que esses países pobres possam
oferecer. Isso foi possível graças ao Toyotismo e à lógica administrativa do just in time.

5. C
A desterritorialização da produção só foi possível com a ampliação das redes informacionais. Da mesma
forma, o desenvolvimento tecnológico transforma a organização do trabalho.

6. C
O texto fala sobre o processo de desenvolvimento de novas lógicas de tecnologia e de localização
industrial, típica do Toyotismo e da Terceira Revolução Industrial. Outro ponto bastante claro no texto é
o fato da modernização industrial não ter promovido uma distribuição de renda e nem uma alteração das
formas de trabalho. O enunciado pede os processos que geraram a situação descrita, que são o advento
de novas tecnologias e a reestruturação da indústria e da forma de produzir, constantemente atendendo
à demanda de mercado.

7. D
Observando-se as duas imagens, é possível notar que a diferença entre elas é a necessidade ou não de
estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em massa, característica do modelo
fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2, a produção ocorre quando é requerida,
eliminando, assim, os estoques, característica essa que corresponde ao modelo toyotista de produção
(just in time).

8. E
O trecho de apoio aponta para a questão do trabalho em um contexto flexível, ou seja, o trabalho no
contexto toyotista, em que o trabalhador, muitas das vezes, não necessita ir à fábrica para trabalhar,
como ocorre em um contexto fordista-taylorista, em que esta é o local de produção e, por sua vez, de
controle do ritmo de produção através da linha de montagem. No Toyotismo, o trabalhador pode exercer
suas funções remotamente. Desse modo, o empregador não mais exerce controle sobre o processo
produtivo, mas sim sobre os resultados apresentados pelo trabalhador através de metas pré-
estabelecidas.
Geografia

9. D
Hoje, o desenvolvimento tecnológico é a principal vertente de crescimento econômico e está associado
aos tecnopolos, universidades e setores de pesquisa das empresas, onde se encontra a mão de obra
característica do modelo toyotista, a mão de obra qualificada e polivalente. Nesse sentido, os países
desenvolvidos perdem as suas indústrias para países em que a mão de obra é mais barata, numerosa e
pouco qualificada, porém, não deixam de desenvolver a tecnologia e, por isso, não perdem a posição de
centro de comando.

10. E
Nessa época o Brasil estava passando pela Ditadura Militar, que fazia alianças diretas com os chefes de
poder dos Estados Unidos. A ditadura seguiu a tendência das políticas neoliberais de
desenvolvimentismo e medidas que beneficiavam a burguesia. As consequências da crise no Brasil,
portanto, foram no sentido de tentar manter o desenvolvimento dos polos industriais, mas fracassar
aumentando muito a dívida externa e execrando sua população. Esse período de crise do petróleo (1973
e 1979) e consequente restruturação produtiva do Fordismo levou à substituição da lógica econômica
Keynesiana pelo neoliberalismo, que defendia menor intervenção do Estado na economia.
Geografia

Fordismo e a Crise de 29

Objetivo
Aprender as características dos modelos produtivos e seus impactos na economia e sociedade. Entender as
razões da Crise de 1929 e seus desdobramentos, como o Keynesianismo.

Se liga
Esse conteúdo é muito importante para as aulas de Toyotismo e Globalização.

Curiosidade
Tempos Modernos, de 1936, de Charlie Chaplin, é a grande referência para o Fordismo. A Crise de 1929 é
considerada a pior crise econômica da história.

Teoria

O surgimento dos modelos produtivos


Para obter maior lucratividade, a indústria passou a aperfeiçoar as formas de trabalho e produção. É nesse
contexto que surgem os modelos produtivos, que consistem em um método de racionalização da produção.
O Fordismo (1914) e o Toyotismo (1970) são os dois modelos produtivos estudados pela Geografia, pois eles
transcendem a organização da fábrica.

Taylorismo (divisão das tarefas)


Fotografia de Frederick Taylor

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki

O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência produtiva,


estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos foram reunidos
e publicados nos seus livros, “Shop management” (1903) e “Princípios de Administração Científica” (1911).
Posteriormente, tais conhecimentos ficaram conhecidos como Taylorismo.
Geografia

Alguns autores denominam o Taylorismo como modelo de produção. Outros definem o Taylorismo como
uma ciência da organização do trabalho. Uma das grandes inovações propostas pelo Taylorismo foi o
pagamento de prêmios e remunerações extras pelo desempenho do operário. Se ele conseguisse aumentar
a produtividade, recebia mais.

É desse sistema que surgiu a ideia de que o trabalhador deveria realizar procedimentos repetitivos e
especializados como forma de aumentar a produtividade. Taylor, de forma científica, estudou o tempo de
trabalho buscando a especialização máxima de todas as atividades. Cada função do trabalhador foi
subdividida até se constituir como uma operação simples, cuja habilidade para executá-la seria adquirida
durante o treinamento na própria empresa. Taylor defendia que a indústria deveria adotar princípios da
racionalidade no uso de ferramentas e matérias-primas para reduzir os custos de produção.

Fordismo
Fotografia de Henry Ford

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki

Henry Ford (1862-1947) já desenvolvia sua linha de montagem para aumentar sua produção, quando ouviu
falar das ideias de Taylor. Impressionado, Ford contratou o engenheiro para trabalhar na sua fábrica. O
Fordismo nasce dessa associação entre as ideias de Taylor e a prática de Ford. Aqui é possível observar a
combinação perfeita entre redução dos custos de produção pela adoção das práticas tayloristas e o aumento
do consumo pela elevação dos salários dos trabalhadores. Muitas vezes, o Fordismo também é chamado de
Fordismo-Taylorismo.

Todavia, o Fordismo transcende como principal modelo, pois sua ideia parte do princípio de que toda a
população poderia se constituir como consumidores de produtos produzidos em massa, incluindo seus
veículos automotores. Logo, ele não se limita a ditar as regras na fábrica, mas impõem uma lógica de
consumo a toda uma sociedade.
Geografia

Características do Fordismo
• Linha de montagem: é a famosa esteira de produção retratada no filme Tempos Modernos.

• Trabalho especializado (repetitivo): é a pura aplicação das ideias de Taylor. Quanto mais fragmentada
fosse a tarefa, isto é, quanto mais simples, mais fácil seria executada pelo trabalhador. A repetição dessa
ação faria o trabalhador se tornar um especialista naquela tarefa. Por isso, a mão de obra desse período
é denominada especializada. Ao mesmo tempo, isso gerava grande dependência daquela indústria, pois
o trabalhador só sabia fazer aquela tarefa e desconhecia as outras etapas produtivas. Nesse sentido,
esses trabalhadores eram considerados alienados.

• Padronização: a repetição das tarefas exigia uma padronização da produção.

• Mão de obra alienada: o trabalhador executava apenas uma tarefa e não conhecia todo o método de
produção, apenas a sua função.

• Produção concentrada: espacialmente, a fábrica fordista era concentrada em um local, produzindo e


armazenando (estoques lotados) tudo no mesmo espaço. Essa característica também está associada à
tese de Ford que uma empresa deveria adotar a verticalização produtiva, controlando toda a produção,
da matéria-prima até os transportes de seus produtos. Assim, a concentração espacial reunia no mesmo
espaço milhares de trabalhadores, o que facilitava a ação de sindicatos; por isso, a pressão sindical era
muito forte.

Ilustração da linha de montagem do Ford T. Disponível em: https://cargocollective.com/

A Crise de 1929
A Crise de 1929, ou Grande Depressão, foi uma crise econômica nos Estados Unidos que resultou em uma
crise mundial. Com o otimismo pós-Primeira Guerra Mundial, durante a década de 1920, observou-se o
aumento da produção possibilitada pelo Fordismo e pelas inovações tecnológicas do pós-guerra. Os Estados
Unidos tornaram-se uma hegemonia econômica, uma vez que não foi afetado pela guerra e a produção só
aumentava. Do outro lado do Atlântico, as potências europeias enfrentavam diversas dificuldades, como a
falta de trabalhadores e inúmeras pessoas desamparadas pelo conflito. Tal condição, fortalecia ainda mais a
Geografia

economia americana. É nesse momento que a bolsa de valores de New York passou a ser maior que a bolsa
de Londres.
A economia americana crescia tanto que era muito comum nos Estados Unidos obter empréstimos a juros
baixos para comprar ações. Com a rápida valorização das ações era possível vendê-las, pagar o empréstimo
e ainda sobrava muito dinheiro. Porém, essa alegria não durou muito. Durante esse período, os europeus
foram gradativamente reconstruindo suas economias ao mesmo tempo que incorporavam as inovações
produtivas.
Tal condição aumentou a competitividade internacional, diminuindo a força econômica americana, que aliada
a especulação financeira resultou em uma rápida queda das ações nos Estados Unidos. O produto interno
bruto (PIB) americano caiu pela metade e 15 milhões de pessoas ficaram desempregadas. Esse momento se
configura na Crise de 1929.

Fila de desempregados para conseguir um café e uma sopa grátis.

Fonte: https://investidornojapao.com/

A solução keynesiana e o auge do Fordismo


O Keynesianismo, assim como o liberalismo, é uma doutrina econômica que foi instaurada para reaquecer a
economia no contexto de crise liberal. O cientista econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para
a possibilidade de uma crise econômica, devido à não interferência do Estado na economia. Ele defendia que
o Estado deveria ser atuante (forte) na economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais
desse sistema. O Estado seria, portanto, responsável por prover não somente os direitos básicos da
população, como o acesso a serviços de saúde e educação, mas também por realizar grandes obras em
setores estratégicos, como transporte, energia e infraestrutura, além de controlar as empresas e a atuação
financeira, ampliando o setor estatal. O aumento da atuação pública garantiria uma boa qualidade de vida e
reaquecimento do consumo. É o que ficou conhecido como Estado de Bem-Estar Social (Welfare State). Após
a crise do liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande referencial na
economia.
Geografia

O New Deal e a recuperação econômica


Franklin Delano Roosevelt, inspirado nas ideias de Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), em 1933, para
recuperar a economia americana a partir do aumento do consumo. Lembre-se: a Crise de 1929 tinha sido
resultado da superprodução e estagnação do consumo. Roosevelt fundamentou-se nas ideias de Keynes para
recuperar a economia. Fizeram parte das medidas desse Novo Acordo:
● Pleno emprego e estabilidade;
● Aumento dos salários;
● Menos horas de trabalho;
● Aumento dos direitos trabalhistas e previdenciários;
● Obras públicas em setores estratégicos;
● Controle da produção;
● Fiscalização bancária e de outras instituições financeiras;
● Subsídios a pequenas empresas.

Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, recuperando
a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano ou Estado
do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life (estilo de
vida americano). Essa é uma expressão utilizada para se referir ao estilo de vida americano, geralmente
representado por uma família feliz com os inúmeros produtos que pode consumir, façanha conquistada pelo
aumento da produtividade (Fordismo) e da superioridade tecnológica americana no pós-Primeira Guerra
Mundial. Porém, esse modelo foi afetado com a Crise de 1929, ressurgindo no contexto do New Deal.
Entretanto, ele se consolida, de fato, no pós-Segunda Guerra Mundial, passando a ser referência de modelo
de vida e bem-estar para outros países capitalistas. Na Europa, está associado a diversos ganhos sociais
promovidos pelo Estado, que passa a ser responsável pela economia e sociedade. Sua principal característica
é a defesa dos direitos à saúde, educação, previdência e trabalho. Essa defesa é feita pelo Estado, que enxerga
esse modelo como uma forma de combate às desigualdades.
Geografia

Exercícios de fixação

1. Qual a diferença entre Taylorismo e Fordismo?

2. Estabeleça a relação entre mão de obra especializada, padronização da produção e rigidez do modelo
fordista.

3. A quebra da bolsa de valores expôs uma fragilidade do modelo liberal, que guiava o mercado, as
revoluções industriais e os meios de produção. Milhares de investidores tentavam vender suas ações,
e ninguém pensava em comprar naquele momento.
Escreva qual conceito liberal ficou exposto como fragilidade no texto e o explique.

4. Apesar da crise de 29 não ter sido a crise do fordismo, mas a crise do modelo liberal, pode-se dizer que
o modelo produtivo citado também correspondeu em parte do problema econômico que ocorreu há
época. No entanto, foi a partir do rompimento com o liberalismo que o modelo Keynesiano permitiu
que o fordismo chegasse ao seu auge, os anos dourados dos anos 50.
Dito isso, assinale a alternativa que indica um aspecto do Fordismo que contribuiu para a crise de 29.
a) Produção fragmentada e mão de obra alienada
b) Produção em série e acumulação de estoques
c) Obsolescência programada e contratação qualificada
d) Maquinização da produção e desemprego estrutural

5. Por que a combinação entre Fordismo e New Deal foram positivas para a economia americana?
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2016)

THAVES. Jornal do Brasil, 19 fev. 1997 (adaptado).

A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra
nela inserida:
a) Ampliação da jornada diária.
b) Melhoria da qualidade do trabalho.
c) Instabilidade nos cargos ocupados.
d) Eficiência na prevenção de acidentes.
e) Desconhecimento das etapas produtivas.

2. (Enem PPL, 2014) A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o
fordismo acabaram por representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo
de trabalho ao longo de várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009
(adaptado).

O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo


produtivo industrial que, para tanto,
a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações.
b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda.
c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente.
d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do
produto.
e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de
execução de suas tarefas.
Geografia

3. (Enem, 2012) TEXTO I


A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou
localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de
milhões de transações diárias no ciberespaço.
ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).

TEXTO II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão iniciada
em 1929 nos Estados Unidos.
Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).

A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal
diferença entre essas duas crises, pois:
a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o
resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
b) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise
resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
c) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I Guerra
e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos.
d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a
atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre
mercado.
e) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de comércio
mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre o sistema
monetário.

4. O século XX anuncia profundas mudanças na relação capital/trabalho, e consequentemente, nas


formas de acumulação de capital. Vamos observar uma reestruturação dos modelos de produção.
Tudo isto em decorrência da crise do capital que começará a se esboçar nos anos 60, sobretudo a
partir:
a) Do declínio do Estado de Bem-Estar Social.
b) Do declínio da globalização.
c) Do declínio do império americano.
d) Do declínio do Toyotismo.
e) Do declínio do Fordismo.
Geografia

5. As inovações na organização do processo de produção, desenvolvidas a partir do fim do século XIX e


início do XX, ficaram conhecidas a partir da derivação dos nomes de seus principais expoentes,
Frederick Winslow Taylor e Henry Ford. Além disso, o taylorismo e o fordismo caracterizam,
respectivamente, dois princípios de organização do trabalho, denominados:
a) empirismo e produção artesanal.
b) administração científica e linhas de produção.
c) administração científica e células de produção.
d) administração empírica e linhas de produção.
e) administração emotiva e produção dispersa.

6. (Enem, 2017) O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a
cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o
único que é importante –, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do
poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições
de emprego.
CROUZET,M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1966(adaptado).

Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais


descritas objetivavam
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical.
e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal.

7. (Uel, 2014) No início do século XX, o desenvolvimento industrial das cidades criou as condições
necessárias para aquilo que Thomas Gounet denominou "civilização do automóvel". Nesse contexto,
um nome se destacou, o de Henri Ford, cujas indústrias aglutinavam contingentes de trabalhadores
maiores que o de pequenas cidades com menos de 10.000 habitantes. O nome de Ford ficou marcado
pela forma de organização de trabalho que propôs para a indústria.
Com base nos conhecimentos sobre a organização do trabalho nos princípios propostos por Ford,
assinale a alternativa correta.
a) A organização dos sindicatos de trabalhadores dentro da fábrica transformou-os em
colaboradores da empresa.
b) A implantação da produção flexível de automóveis garantiu uma variedade de modelos para o
consumidor.
c) A produção em massa foi substituída pela de pequenos lotes de mercadorias, a fim de evitar
estoques de produtos.
d) O método de Ford potencializou o parcelamento de tarefas, largamente utilizado por Taylor.
e) Para obter ganhos elevados, a organização fordista implicava uma drástica redução dos salários
dos trabalhadores.
Geografia

8. (Unicamp, 2018) Detroit foi símbolo mundial da indústria automotiva. Chegou a abrigar quase 2 milhões
de habitantes entre as décadas de 1960 e 1970. Em 2010, porém, havia perdido mais de um milhão de
habitantes. O espaço urbano entrou em colapso, com fábricas em ruínas, casas abandonadas,
supressão de serviços públicos essenciais, crescimento da pobreza e do desemprego. Em 2013, foi
decretada a falência da cidade.
Essa crise urbana vivida por Detroit resulta dos seguintes processos:
a) ascensão do taylorismo; protecionismo econômico e concorrência com capitais europeus;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
b) consolidação do regime de acumulação fordista; protecionismo econômico e concorrência com
capitais europeus; deslocamento de indústrias para outros países.
c) declínio do toyotismo; liberalização econômica e concorrência com capitais asiáticos;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
d) ascensão do regime de acumulação flexível; concorrência com capitais asiáticos; deslocamento
de indústrias para outros países.
e) crise de superprodução; ascensão do regime produtivo rígido; mudanças nas estruturas e
estratégias empresariais.

9. Utilize as informações abaixo para responder à questão.


Fordismo
Taylorismo • produção e consumo em massa
• separação do trabalho por tarefas e • extrema especialização do trabalho
níveis hierárquicos • rígida padronização da produção
• racionalização da produção • linha de montagem
• controle do tempo
• estabelecimento de níveis mínimos de Pós-fordismo
produtividade.
• estratégia de produção e consumo em
escala planetária
• valorização da pesquisa científica
• desenvolvimento de novas tecnologias
• flexibilização dos contratos de trabalho

Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de
crises econômicas.
Geografia

10. (Enem, 2009) “A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano
Franklin Roosevelt (1933 - 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos
federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da
intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda
social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais
geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido”.
EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).

A partir do texto, conclui-se que:


a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na
economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma
corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedida,
apoiando- se em suas necessidades.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Taylorismo corresponde a um conjunto de ideias criadas por Frederick Taylor, que buscava melhor
organizar o trabalho dentro da fábrica para aumentar a produção. O Fordismo compreende um modelo
produtivo mais complexo que, além de adotar esses preceitos de Taylor, ficou famoso por melhor
incorporar a linha de montagem na produção. Assim, muitos afirmam que o Fordismo vai além do
Taylorismo, pois também gera impactos na sociedade, devido à lógica de produção e ao consumo em
massa, enquanto as ideias de Taylor se limitam a questões internas da fábrica.

2. A concepção adotada na época era de fragmentar ao máximo as etapas produtivas. Essa simplificação
possibilitava a qualquer trabalhador ser empregado em uma fábrica fordista. Por isso, a mão de obra era
denominada especializada. Nesse sentido, a produção precisava ser padronizada, para que aquele
trabalhador executasse sempre a mesma tarefa. Qualquer mudança na linha de produção era complicada,
pois exigia que o trabalhador aprendesse algo novo. Tais limitações explicam a rigidez do modelo.

3. Lei da oferta e da procura – um dos princípios que guia o livre mercado. Quando há muita oferta de um
determinado produto e pouca procura, o preço tende a baixar para atrair essa procura e circular a oferta
extra. Quando há muita procura e pouca oferta, o preço pode subir, pois há garantia de venda pela alta
procura.
No caso exposto da quebra da bolsa de valores, todos queriam vender; logo, havia muita oferta e
nenhuma procura, o que baixou o preço das ações e investimentos. Cabe ressaltar que a população no
geral já percebia as contradições dessas leis, como a da livre concorrência e da oferta e da procura, que
geravam vulnerabilidades sociais. Mas, no contexto exposto, o impacto foi no setor macroeconômico, o
que afetou a economia em escala.

4. B
A produção em série fordista acumulava estoques, que eram estimulados pelas propagandas e ideologia
consumista para serem vendidos. Acontece que isso gerou um desbalanço na oferta de crédito dos
bancos que buscavam estimular esse consumismo. A maquinização da produção e desemprego
estrutural são características da terceira e quarta revolução industrial.

5. Após a crise de 1929, o Estado americano iniciou um programa de reformas para recuperar a economia,
denominado New Deal. Tal programa foi pautado na ideia de pleno emprego e de Estado interventor.
Assim, a lógica de produção e consumo em massa possibilitava um grande crescimento econômico das
empresas e a venda de seus produtos gerando emprego e garantindo a produção. Com as melhorias
salariais, foi possível criar uma sociedade de consumo, aumentando a necessidade de produção e
gerando mais empregos. Um ciclo positivo da economia. New Deal e Fordismo formaram um casamento
perfeito, no qual se observou grande crescimento econômico nos anos seguintes.

Exercícios de vestibulares

1. E
A organização interna da indústria e do trabalho fordista/taylorista é caracterizada pela adoção da linha
de montagem, produção em massa, grandes estoques e especialização do trabalho. Um dos impactos
da divisão e especialização do trabalho é que o operário não conhece a totalidade ou o conjunto das
etapas produtivas.
Geografia

2. D
A racionalização da produção em larga escala levou à criação de um modelo produtivo altamente
fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de
produção.

3. B
A diferença entre as duas crises refere-se às suas causas. A crise de 29 está relacionada a uma
superprodução industrial e à falta de mercado no período em que o modelo fordista-taylorista estava em
destaque. Já a crise de 2008 está relacionada a uma grande oferta de crédito bancário, em que foi
desconsiderado o pagamento deste.

4. E
O Fordismo começou a esboçar sinais de decadência a partir de 1960. Isso decorre de suas próprias
características produtivas e de opções melhores quanto à produção oferecidas pelo Toyotismo. Assim,
a reestruturação produtiva observada refere-se ao declínio do Fordismo e ascensão do Toyotismo.

5. B
Os preceitos científicos de Taylor (reduzir tempo de produção, simplificar tarefas, diminuir desperdício
de matéria-prima) publicados em seu livro, Princípios de Administração Científica, juntamente com a
prática de Ford (linhas de produção), fizeram um modelo eficiente de exploração e produção em massa.
A letra D está incorreta, pois Taylor defendia administração científica e não empírica. A alternativa E está
incorreta, pois não é a administração das emoções do trabalhador que irá aumentar a produção.

6. E
O New Deal (Novo Acordo) foi a política implementada por Franklin Delano Roosevelt, presidente dos
Estados Unidos, para solucionar a crise econômica que assolou o país após a quebra da bolsa de Nova
Iorque. Essa política representou um rompimento com o modelo liberal vigente. Baseando-se no
Keynesianismo, o New Deal visava a solucionar a crise por meio da intervenção econômica do Estado.

7. D
O Fordismo apoiou-se na concepção de Taylor, caracterizando-se pela divisão do trabalho nas fábricas,
cuja produção é gerenciada pelo sistema Just-in-case, que buscava ampliar o estoque dos produtos.

8. D
A cidade de Detroit está localizada no estado de Michigan, no Nordeste dos Estados Unidos. Essa foi a
região de grande desenvolvimento na segunda fase da Revolução Industrial. Com o tempo, ela passou a
ser denominada Manufacturing Belt ou Cinturão dos Manufaturados. Com a reorganização espacial das
indústrias possibilitada pela ascensão do Toyotismo e a lógica de acumulação flexível, diversas
empresas e indústrias buscaram outras regiões mais competitivas. No geral, essas regiões foram países
asiáticos, embora algumas tenham migrado também para a América Latina. Esse quadro levou ao
aumento do desemprego, à precarização do trabalho e à decadência urbana na região do Manufacturing
Belt, que passou a ser denominada Rust Belt ou Cinturão da Ferrugem.

9. C
A exploração do trabalhador assalariado presume o aumento da lucratividade, a mais-valia com que o
patrão lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os
trabalhadores tenham dinheiro para consumir seu produto, a fim de movimentar os estoques.

10. A
A questão evidencia a importância do Estado para a recuperação da economia, retomando importante
conceito do intervencionismo keynesiano. Ressalta-se que ingerência é um substantivo feminino, cujo
significado corresponde ao ato ou efeito de ingerir(-se); introdução, intromissão. Nesse sentido,
ingerência do Estado significa intromissão, intervenção e, por isso, Keynesianismo. A alternativa E está
errada, pois a intervenção de Roosevelt NÃO coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial.
História

A América portuguesa: civilização do açúcar

Objetivo
Você aprenderá sobre a formação da economia e da civilização açucareira que no Brasil Colônia.

Se liga
Para mandar bem nesse conteúdo, é essencial que você tenha visto as aulas sobre as Grandes Navegações
e o chamado “período pré-colonial” da colônia portuguesa na América.

Curiosidade
Apesar de sempre falarmos da decadência da produção do açúcar ao longo da história, o Brasil atualmente é
o maior produtor e exportador do produto agrícola no mundo.

Teoria

A economia açucareira
A implantação da economia açucareira na colônia portuguesa na América foi a forma que Portugal encontrou
de efetivar a ocupação territorial. A civilização que se formou a partir da sua estruturação se tornou a base
de quase todo o período colonial brasileiro.

Se a colonização espanhola na América se concentrou nas riquezas minerais e na exploração da mão de obra
indígena; na colônia portuguesa, a escravidão de africanos e o projeto agrícola foram as bases da colonização
lusitana. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, ao analisar as diferenças entre as duas colonizações,
compara a aventura portuguesa ao trabalho dos semeadores e a ocupação espanhola ao esforço dos
ladrilhadores.

Para o autor, os lusitanos, com seu espírito aventureiro, encaravam a colonização na América como uma fonte
de exploração rápida dos seus bens; ou seja, como um semeador, os portugueses apostaram na agricultura
e realizaram a ocupação de forma dispersa, sem um planejamento e visando lucros rápidos. Os espanhóis,
por sua vez, como os ladrilhadores, investiram na colonização urbana e racionalizada; que, apesar de mais
lenta, levou a uma ocupação muito mais sólida e menos voltada para a agricultura.

Essa forma de colonização portuguesa, além de justificada pelo espírito aventureiro


português, que buscava muito mais a exploração do que o sedentarismo, também
pode ser explicado pelas condições demográficas e pela qualidade da terra. A baixa
quantidade de portugueses dispostos a colonizar diversas partes isoladas do
território brasileiro dificultava esse sedentarismo, assim como emperrou o próprio
desenvolvimento das capitanias hereditárias e “atrasou” as descobertas de metais
preciosos. Além do mais, a fertilidade da terra no litoral brasileiro, sobretudo no
Nordeste, permitiu a criação de uma sociedade agrária que obteve um rápido sucesso
em diversos pontos, principalmente com o cultivo da cana-de-açúcar.
História

O cultivo da cana já era realizado por Portugal há décadas em outras colônias no Atlântico, como nos
engenhos da Ilha da Madeira. Graças a essas experiências, os portugueses que chegaram aqui com as
primeiras mudas já sabiam as melhores formas de investir nesse cultivo. Além disso, a grande demanda pelo
produto no continente europeu e seu alto valor foram essenciais para a escolha do produto.

A produção do açúcar se iniciou no Brasil com as primeiras expedições colonizadoras, em São Vicente, por
Martim Afonso de Souza. O modelo foi desenvolvido na colônia, para sustentar essa economia, e o engenho
se tornou a unidade de produção do açúcar. O sucesso da empreitada foi tão grande que o chamado “ciclo
do açúcar” se configurou como a principal atividade econômica da colônia durante séculos.

Pernambuco e São Vicente se tornaram os principais polos açucareiros do Brasil colonial; que, em algum
tempo, tornou-se o maior produtor e fornecedor do mundo. Já em 1610, cerca de 400 engenhos estavam
espalhados pela costa brasileira e movimentando a produção e exportação do açúcar principalmente para a
Europa.

Exportação de açúcar (1570 - 1760)


Milhares de toneladas

Ano
1570 1580 1600 1610 1630 1640 1650 1670 1710 1760

(Fonte: GÂNDAVO, Pêro de Magalhães. Tratado da terra do Brasil (1571). In: VIANNA, Hélio. História do Brasil. São Paulo:
Melhoramentos, 1972, p.125 apud VICENTINO, Cláudio. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione,
2005, p. 157.)

Vale destacar que, para o completo funcionamento dessa lógica agrícola e para render os altos lucros que o
gráfico acima revela, os engenhos de açúcar, portanto, funcionavam em um modelo agrícola conhecido como
plantation, que era um padrão de exploração voltado para a monocultura, a exportação dos produtos e o uso
da mão de obra escravizada em grandes latifúndios (doação de sesmarias por donatários).

O alto custo da produção e do refino do produto fez com que os portugueses procurassem investimento em
outros locais, uma vez que a Coroa não prestava grande suporte financeiro. Assim, os comerciantes
holandeses se tornaram os principais parceiros comerciais dos colonos, atuando principalmente no
transporte, refino e distribuição do produto. Outra forma de atuação desses comerciantes era por meio de
empréstimos, para a manutenção dos engenhos, uma vez que o investimento era bem alto.

Alerta spoiler: com o passar do tempo, essa relação não se manteve tão amistosa. Portugueses e holandeses
acabaram se desentendendo em meados do século XVII, mas isso aí já é papo para as próximas aulas...
História

Alguns historiadores apontam que a relação construída em torno da econômica açucareira pode ser vista
como uma economia-mundo (lembrem-se que esse período em que acontece o mercantilismo, também
conhecido como capitalismo comercial), tendo em vista que ela promoveu vínculos entre comerciantes,
produtores e consumidores em diversas áreas, como Europa, América, África e, até mesmo, a Ásia.

A civilização do açúcar
Os engenhos se tornaram verdadeiros núcleos de colonização, comandados pela figura do senhor de
engenho, que detinha um grande poder local, um membro quase nobre da “açucarocracia” e que deu origem,
no Brasil, ao modelo de sociedade patriarcal. Em relação ao papel das mulheres, especialmente as da elite,
cumpriam a função de gerar filhos e educá-los, organizando e preservando o espaço privado, no caso as
dependências da Casa Grande.

No Brasil, essa nobreza da terra ainda estabelecia relacionamentos baseados no apadrinhamento, que ligava
famílias mais ricas às mais pobres, ou senhores de engenho a homens que os dedicavam fidelidade, respeito
e trocas de favores. Logo, a dinâmica de uma sociedade que já nascia profundamente hierarquizada, fez surgir
no litoral nordestino as primeiras elites ligadas à terra, já que a maioria dos serviços e bens produzidos nas
vilas dependia da economia do engenho.

A modo de exemplo de como esta sociedade era organizada, temos os lavradores de cana. Eles possuíam
canaviais; contudo, como o custo para montar um engenho era absurdamente alto, não eram senhores de
engenho, e sim arrendatários, uma vez que pagavam para utilizar provisoriamente os equipamentos dos
senhores, cedendo em troca uma parte da sua produção ao dono das terras.

Pintura do Holandês Frans Frost – Engenho de Pernambuco (XVII). Disponível em:


https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Frans_Post_-_Engenho_de_Pernambuco.jpg. Acesso em 06/09/21.

O senhor de engenho, portanto, era uma figura central nessa lógica açucareira. Vivendo na chamada Casa
Grande, submetia diversos homens livres (como padres, capatazes, feitores, comerciantes e até mesmo
políticos) aos seus mandos. Nas câmaras municipais, onde eram resolvidos os problemas jurídicos,
administrativos e fiscais das regiões colonizadas, os senhores de engenho exerciam forte influência, para que
seus interesses sempre fossem respeitados. Muitas vezes os próprios senhores ou proprietários de terras
menores realizavam os trabalhos administrativos diretamente na vila, sendo chamados de homens bons.
História

Dentro da lógica mercantilista, toda essa estrutura econômica, política e social era garantida pelo chamado
exclusivo metropolitano (ou pacto colonial), que firmava o domínio português sobre os colonos em uma
relação de exclusividade entre a metrópole e a colônia. Logo, apesar da autonomia e do poder dessas figuras
que receberam as sesmarias, ao fim ainda precisavam respeitar os mandos da Coroa e da metrópole.

Assim, no latifúndio, enquanto os senhores de engenho viviam na chamada Casa Grande, de onde partia o
controle econômico da produção; às margens se localizavam as senzalas, local destinado aos negros
escravizados e onde ficavam os “braços” do trabalho agrícola.

A escravidão africana se tornou o motor dessa estrutura de exploração açucareira; foi


graças aos escravizados que os portugueses conseguiram superar o problema
demográfico e produzir e exportar em grandes quantidades. Nessa sociedade, os
engenhos reproduziam a lógica de dominação social, política, econômica, cultural e
religiosa, na qual os escravizados estavam inteiramente à disposição do senhor de
engenho, o que era um indicador de seu poder. Logo, justamente por isso, falamos de
uma sociedade essencialmente escravocrata.

Ainda sobre a escravidão utilizada durante o ciclo do açúcar, vale lembrar que primeiro foi usada a mão de
obra indígena escravizada, deixando os nativos conhecidos como os “escravos da terra”. Assim, apesar das
dificuldades, a exploração da mão de obra nativa inicialmente gerou um considerável lucro aos bandeirantes
paulistas, que vendiam os nativos aos senhores de engenho de todo o litoral. A alta taxa de mortalidade, as
guerras, as restrições da igreja à prática e principalmente o crescimento do lucro do tráfico de africanos pelo
Atlântico motivaram a substituição desae tipo de trabalho pela mão de obra negra escravizada.

É necessário destacar que, apesar da força da economia açucareira durante a colonização, essa experiência
não foi a única forma de lucro dos colonizadores, visto que algumas atividades consideradas secundárias
também prosperaram, como a pecuária, que servia tanto para o abastecimento do mercado interno quanto
para a movimentação dos moinhos de cana. Ainda na riqueza rural, a mandioca, o algodão e o fumo também
obtiveram sucesso no modelo econômico de exportação e subsistência, mesmo sendo atividades
complementares ao açúcar.

Visto isso, a riqueza da colônia brasileira desde o início da ocupação portuguesa, tanto pelo pau-brasil quanto
pelo tráfico de africanos escravizados e pela agricultura, logo despertou os interesses “estrangeiros”. Já no
século XVI, a necessidade de colonizar para defender o território se mostrou importante, visto que piratas e
corsários atuavam constantemente no litoral.
História

Exercícios de fixação

1. A rentabilidade do açúcar foi uma das principais motivações para o investimento do seu plantio no
continente americano. Apesar disso, existem vários outros objetivos para essa tomada de decisão;
entre eles, podemos citar:
a) a necessidade de ocupar de forma efetiva o território, uma vez que modelo de plantation favorecia
o projeto português;
b) a necessidade de empregar mão de obra importada do continente africano, devido à expansão do
comércio com os reinos do continente;
c) a construção de um novo tipo de sociedade baseada na miscigenação e na união da cultura
portuguesa com a indígena.

2. Na dinâmica social fundada a partir da civilização do açúcar não existia uma nobreza nobiliárquica no
Brasil colônia como no caso da Europa, porém a hierarquização da sociedade foi uma das principais
características das relações sociais que surgiram na porção portuguesa da América. Entre os grupos
que se formaram, aqueles que possuíam privilégios ficaram conhecidos como
a) negros da terra.
b) clérigos.
c) nobreza da terra.
d) nobreza da corte.

3. A escravidão esteve presente desde o primeiro momento da implantação da produção açucareira, o


que foi um dos motivos para os intensos conflitos entre colonos e jesuítas. Dentro desse contexto, qual
foi a primeira mão de obra implantada na produção açucareira?
a) Indígena.
b) Africana.
c) Europeia.
d) Asiática.

4. Quem eram os “homens bons”, que surgiram durante a formação da sociedade do açúcar?
a) Jesuítas.
b) Nativos.
c) Senhores de engenho.
d) Corsários.

5. Explicite a relevância da formação espacial dos engenhos nas relações sociais do Brasil colônia.
História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2011) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século
VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua
procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em
pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando
a figurar nos dotes de princesas casadoiras.
(CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.)

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal
para dar início à colonização brasileira, em virtude de
a) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
b) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
d) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
e) os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante

2. (Unesp, 2015) A casa-grande, residência do senhor de engenho, é uma vasta e sólida mansão térrea ou
em sobrado; distingue-se pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda hoje empresta
majestade ã paisagem rural, nas velhas fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro de
irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande completava-se com a
capela, onde se realizavam os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Próximo se erguia a senzala,
habitação dos escravos, os quais, nos grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas de
'peças'. Pouco além serpenteava o rio, traçando através da floresta uma via de comunicação vital. O rio
e o mar se mantiveram, no período colonial, como elementos constantes de preferência para a escolha
da situação da grande lavoura. Ambos constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o engenho
fazia escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os barcos que conduziam as toras de madeira
abatidas na floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho, ou a variedade e a multiplicidade de
gêneros e artigos manufaturados que o engenho adquiria alhures [...].
(Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org). 50 textos de história do BrasiI,'I 986.)

Quanto à organização da vida e do trabalho no engenho colonial, o texto


a) destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e de amizade dos senhores com os seus
escravos.
b) demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel no funcionamento e na lógica do
poder dentro do engenho.
c) enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os lucros obtidos na comercialização de
escravos de origem africana.
d) denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da localização para a instalação do
engenho.
e) atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os problemas logísticos trazidos pela
falta de planejamento espacial.
História

3. (Enem, 2016)

TEXTO II
Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a
Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja
transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que,
em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé
católica.
OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).

Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra matriz


religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um
esforço da Igreja Católica para:
a) reduzir o poder das confrarias.
b) cristianizar a população afro-brasileira.
c) espoliar recursos materiais dos cativos.
d) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.
e) atender a demanda popular por padroeiros locais.
História

4. (Enem PPL, 2012) Em teoria, as pessoas livres da Colônia foram enquadradas em uma hierarquia
característica do Antigo Regime. A transferência desse modelo, de sociedade de privilégios, vigente em
Portugal, teve pouco efeito prático no Brasil. Os títulos de nobreza eram ambicionados. Os fidalgos
eram raros e muita gente comum tinha pretensões à nobreza.
(FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp; Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1995 (adaptado).)

Ao reelaborarem a lógica social vigente na metrópole, os sujeitos do mundo colonial construíram uma
distinção que ordenava a vida cotidiana a partir da
a) concessão de títulos nobiliárquicos por parte da Igreja Católica.
b) afirmação de diferenças fundadas na posse de terras e de escravos.
c) imagem do Rei e de sua Corte como modelo a ser seguido.
d) miscigenação associada a profissões de elevada qualificação.
e) definição do trabalho como princípio ético da vida em sociedade

5. (Enem PPL, 2020) Ao longo de uma evolução iniciada nos meados do século XIV, o tráfico lusitano se
desenvolve na periferia da economia metropolitana e das trocas africanas. Em seguida, o negócio se
apresenta como uma fonte de receita para a Coroa e responde à demanda escravista de outras regiões
europeias. Por fim, os africanos são usados para consolidar a produção ultramarina.
ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes. São Paulo: Cia. das Letras, 2000 (adaptado).

A atividade econômica destacada no texto é um dos elementos do processo que levou o reino
português a:
a) utilizar o clero jesuíta para garantir a manutenção da emancipação indígena.
b) dinamizar o setor fabril para absorver os lucros dos investimentos senhoriais.
c) aceitar a tutela papal para reivindicar a exclusividade das rotas transoceânicas.
d) fortalecer os estabelecimentos bancários para financiar a expansão da exploração mineradora.
e) implementar a agromanufatura açucareira para viabilizar a continuidade da empreitada colonial.

6. (Enem PPL, 2014) Áreas em estabelecimento de atividades econômicas sempre se colocaram como
grande chamariz. Foi assim no litoral nordestino, no início da colonização, com o pau-brasil, a cana-de-
açúcar, o fumo, as produções de alimentos e o comércio. O enriquecimento rápido exacerbou o espírito
de aventura do homem moderno.
FARIA, S. C. A Colônia em movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).

O processo descrito no texto trouxe como efeito o(a):


a) acumulação de capitais na Colônia, propiciando a criação e um ambiente intelectual efervescente.
b) surgimento de grandes cidades coloniais, voltadas para o comércio e com grande concentração
monetária.
c) concentração da população na região litorânea, pela facilidade de escoamento da produção.
d) favorecimento dos naturais da Colônia na concessão de títulos de nobreza e fidalguia pela
Monarquia.
e) construção de relações de trabalho menos desiguais que as da Metrópole, inspiradas pelo
empreendedorismo.
História

7. (Enem PPL, 2011) Após as três primeiras décadas, marcadas pelo esforço de garantir a posse da nova
terra, a colonização começou a tomar forma. A política da metrópole portuguesa consistirá no incentivo
à empresa comercial com base em uns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentada na
grande propriedade. Essa diretriz deveria atender aos interesses de acumulação de riqueza na
metrópole lusa, em mãos dos grandes comerciantes, da Coroa e de seus afilhados
FAUSTO, B. História Concisa do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado).
Para concretizar as aspirações expansionistas e mercantis estabelecidas pela Coroa Portuguesa para
a América, a estratégia lusa se constituiu em
a) disseminar o modelo de colonização já utilizado com sucesso pela Grã-Bretanha nas suas treze
colônias na América do Norte.
b) apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e no domínio da Colônia pelo monopólio
comercial e pelo povoamento.
c) intensificar a pecuária como a principal cultura capaz de forçar a penetração do homem branco no
interior do continente.
d) acelerar a desocupação da terra e transferi-la para mãos familiarizadas ao trabalho agrícola de
culturas tropicais.
e) desestimular a escravização do indígena e incentivar sua integração na sociedade colonial por meio
da atividade comercial.

8. (Enem, 2012) Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante
multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram-no e o obrigaram a
dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos
nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja
padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e a gritar a plenos
pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.
BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed.
34, 2000 (adaptado).

O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717,
demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religiosas do período
colonial, ela
a) seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.
b) demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.
c) definia o pertencimento dos padres às camadas populares.
d) afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.
e) harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.
História

9. (Enem PPL, 2018) Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de doce e de comidas
adocicadas. Houve engenho que ficou com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu
Engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar doces às doceiras de Santo Antão; vivia a
receber presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em casa pelas negras não chegavam
para o gasto. O velho capitão-mor era mesmo que menino por alfenim e cocada. E como estava sempre
hospedando frades e padres no seu casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa uma
opulência de doces finos.
FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1985 (adaptado).

O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste oitocentista que está evidenciada em:
a) Produção familiar de bens para festejar as datas religiosas.
b) Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio das elites.
c) Circulação regional de produtos para garantir as trocas metropolitanas.
d) Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes de sociabilidade.
e) Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir a tradição portuguesa.

10. (Enem PPL, 2012) Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do
mesmo engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário,
afáveis e verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga
obrigação, ou por preço que para isso receberam.
(ANTONIL, J. A. Cultura e opulência do Brasil [1711]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967 (adaptado).)

Segundo o texto, a produção açucareira no Brasil colonial era:


a) baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais.
b) caracterizada pelo funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de
cana.
c) dependente de insumos importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do
açúcar.
d) marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana.
e) sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Entre os objetivos para a implantação da produção da cana-de-açúcar no território americano, podemos
citar a alta lucratividade do produto e o desejo português de ocupar a colônia; nesse sentido, o sistema
de plantation cumpre essa função ao ocupar e tornar produtivas largas faixas de terra. Tal ocupação,
além de render lucros para a Coroa portuguesa, ajudaria a espantar os invasores estrangeiros.

2. C
Diferentemente da sociedade europeia, a colonial se formou com base na posse de terra e em torno da
figura do senhor de engenho; sendo assim, os integrantes da elite colonial eram conhecidos também
como os “nobres da terra”, uma vez que sua posse e tamanho indicavam seu poder dentro da sociedade.

3. A
Apesar de se falar largamente sobre a escravidão negra, é importante pontuar que os primeiros povos a
serem escravizados na colônia portuguesa na América foram os indígenas, e isso se mantive ao longo
de quase todo o período colonial. A expressão “negros da terra” era utilizada para se referir a esses
nativos escravizados.

4. C
Em uma sociedade hierarquizada. A figura do homem branco e detentor de terras estava no topo da
pirâmide social; logo, esses homens também exerciam o controle de cargos administrativos nas
Câmaras Municipais, sendo chamados de “homens bons”.

5. A organização espacial dos engenhos reproduzia e legitimava a hierarquia social existente na colônia e
era um espaço de dominação e reafirmação do poder dos senhores de engenho, que controlavam e
observavam seus escravizados e trabalhadores livres do alto da Casa Grande. Além disso, dentro desses
engenhos existiam espaços de coerção social, como as capelas, que promoviam a evangelização dos
escravizados e permitiam ao senhor e a sua família professar a fé dentro de seu próprio território.

Exercícios de vestibulares

1. A
Além do fato de já empregar a plantação da cana-de-açúcar em outras áreas do Atlântico e já possuir
conhecimentos a cerca dela, o alto valor do produto no continente europeu impulsionou a colonização
brasileira voltada para a exportação do produto.

2. B
O texto aponta para a importância da organização espacial dos engenhos como forma de controle por
parte dos senhores e demonstra como a sua montagem estava voltada para a reafirmação da lógica de
poder dentro das relações sociais desses locais.

3. B
Como afirma o texto, os santos católicos ajudaram a Igreja a controlar a população escravizada, atraindo-
a para a fé e os valores do cristianismo e os afastando de suas culturas originais.

4. B
Com um modelo de produção voltada para a exportação e para a monocultura, a sociedade açucareira
se hierarquizou de acordo com as possessões de terras e a quantidade de escravizados disponíveis nela,
uma vez que os últimos eram considerados itens de luxo e a sua quantia media o nível de poder e
influência desses sujeitos.
História

5. E
Os lucros e a disponibilidade da mão de obra africana escravizada influenciaram no próprio investimento
português na economia açucareira. Tendo em vista que os colonos teriam uma massa de escravizados
para atuar nos engenhos, a escravidão seria, portanto, um fator essencial para desenvolver essa
atividade.

6. C
A exploração colonial dos itens citados teve como espaço fundamental o litoral; logo, para facilitar o
envio dessas riquezas para Portugal, foi necessária a ocupação da costa brasileira pelos colonos. Além
disso, esses colonos desconheciam o território mais para o interior da colônia, o que a princípio dificultou
a sua ocupação.

7. B
Para garantir a ocupação do novo território conquistado e assegurar uma lucratividade para a coroa
portuguesa nos moldes defendidos pelo mercantilismo, os portugueses investiram na produção agrícola
de gêneros altamente rentáveis, como o açúcar, e na manutenção de um exclusivismo comercial (ou
pacto colonial).

8. D
A partir da descrição do visitante francês, é possível perceber que grupos sociais muito distintos estavam
na mesma festa, professando a sua religião de forma conjunta, o que nos leva a entender que havia um
sentido de comunidade no compartilhamento da devoção.

9. D
De acordo com o trecho destacado, o doce e a produção de iguarias eram formas de garantir a
sociabilidade e a interação na sociedade colonial que se formava na América portuguesa.

10. D
O trecho descreve a relação de dependência entre os senhores de engenho e os lavradores de cana, uma
vez que os últimos dependiam desses senhores para conseguir lavrar a cana; em troca, cediam parte da
sua produção ou pagavam pela utilização dos equipamentos.
História

A Expansão Marítima e a Colonização da América

Objetivo
Você aprenderá sobre a chegada e montagem da colonização dos europeus no continente americano e sobre
a mudança do eixo comercial do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.

Se liga
Para essa matéria é essencial estar por dentro do conteúdo de Formação dos Estados Nacionais, a transição
da Idade Média para a Idade Moderna e o movimento renascentista.

Curiosidade
Que os europeus não foram os primeiros a chegar ao continente americano todo mundo suspeita, mas você
tá por dentro das teorias que rolam sobre os outros povos que teriam chegado aqui muito antes dos
europeus? Clica nesse link aqui e cai pra dentro, bebê!

Teoria

No período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna (XV–XVI), a Europa


passou por uma fase de reformulação cultural, social, política e econômica que
acarretou na chegada dos europeus à América. Fruto também de uma crise do
sistema feudal e das suas contradições, a onda de mudanças que atingiu a Europa
ultrapassou as barreiras físicas e se materializou em uma expansão territorial.
O principal objetivo das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para
as Índias, a fim de romper com o monopólio comercial das cidades italianas de
Gênova e Veneza, no Mar Mediterrâneo. É importante compreender que o movimento
de se voltar para navegar o Oceano Atlântico está ligado ao domínio das atividades
mercantis pelas cidades italianas.
A retomada da Antiguidade como uma fonte de inspiração e o aumento das atividades comerciais no Mar
Mediterrâneo impulsionaram um avanço científico em termos náuticos e cartográficos. As novas questões
levantadas por pensadores renascentistas, a exploração da costa litorânea do continente africano, as novas
rotas comerciais, o acesso aos oceanos Índico e Pacífico e o conhecimento de novos territórios aprimoraram
esses estudos e possibilitaram a travessia para o outro lado do Atlântico. Além disso, a superação de crenças
medievais e o estímulo renascentista à descoberta e à aventura fizeram com que esses homens europeus se
livrassem do medo de supostos monstros e aberrações que existiam nessas águas.
As circunstâncias favoráveis às expansões marítimas são resultado de um processo composto por diversos
fatores construídos durante a Baixa Idade Média e que acarretaram na necessidade da descoberta e
apropriação de novos territórios, para suprir o novo modelo econômico: o capitalismo comercial. Logo, é
importante lembrarmos que alguns fatores foram essenciais para que os europeus pudessem se aventurar
História

no além-mar, uma vez que as Grandes Navegações foram resultado de uma série de condições políticas,
econômicas, comerciais e geográficas. Entre os fatores que explicam, podemos citar:
• Monarquia consolidada, que centralizou o poder político e foi crucial para o financiamento de uma
empreitada tão grande quanto a Expansão Marítima;
• Desenvolvimento de conhecimento náutico português, uma referência para estudiosos como
cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros, entre outros.
• Interesse de diversos grupos na expansão (nobreza, em busca de terras; burguesia, em busca de rotas de
comércio; e a Igreja, visando expandir a fé);
• Posição geográfica favorável. No caso português, isso foi essencial, já que o seu litoral era ponto de
chegada e partida de embarcações.

Pioneirismo português
Dentro do processo de formação das monarquias nacionais, Portugal se destacou por concretizar a sua
unificação de forma “precoce” (ainda no século XIV), o que foi essencial para que o país se tornasse potência
comercial e marítima. Com uma boa parte do território ocupado por muçulmanos após a invasão árabe no
século VIII, a saga pela constituição dos reinos de Portugal e Espanha passou pela expulsão dos mouros do
território da Península Ibérica, por meio de guerras – que também tinham um aspecto sagrado (Guerras de
Reconquista) –, para retomar o controle político, econômico e religioso do território.
Após a expansão territorial e a separação do Reino de Leão, promovida pela
dinastia de Borgonha, a morte do último rei ocasionou uma crise de sucessão,
uma vez que ele não havia deixado herdeiro direto. Essa situação despertou
o interesse do reino de Castela em ocupar o território, com o intuito de anexá-
lo ao seu reinado; entretanto, a possível unificação não foi bem aceita por
uma parcela da população. Temendo perder sua autonomia, alguns setores,
como a burguesia e uma parte da nobreza, declararam seu apoio ao irmão bastardo do rei falecido, João –
conhecido também como Mestre de Avis. A burguesia portuguesa, que já se encontrava em um crescente
sucesso econômico, proveu os recursos financeiros para a manutenção do Exército, o que levou à vitória do
Reino de Portugal na Batalha de Aljubarrota.
A vitória consolidou o poder monárquico em Portugal e unificou o país em torno da figura de Dom João I. O
rei, então, iniciou uma política de favorecimento à expansão econômica dos burgueses, que mudaram de
patamar ao levar a sua expansão para o Atlântico, abrindo caminho para novas rotas comerciais.
As rotas marítimas
A rota escolhida rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, contornando a África. Em 1415, dominaram
Ceuta, no litoral africano, considerado o primeiro território ocupado durante a Expansão Marítima. Após o
domínio de Ceuta, Portugal foi conquistando várias possessões na África, onde comumente eram
estabelecidas feitorias, fundamentais para o abastecimento dos navios e de relações comerciais com o
continente africano.
Diferentemente de como aconteceu no continente americano, Portugal e os outros países europeus não
colonizaram o território africano de primeira, porque ali já havia sociedades organizadas em torno da atividade
mercantil – o que facilitou as trocas comerciais – e porque existiam doenças no continente africano que
afetavam absurdamente os europeus. Enquanto a América sofreu um processo contrário, de mortes em
grande escala, devido a epidemias de doenças vindas da Europa, os europeus sofriam com as doenças que
existiam na África.
História

Em 1433, quando o navegador Gil Eanes conseguiu ultrapassar o Cabo Bojador, estimulou os europeus a se
lançarem em novas viagens e possibilitou a chegada dos europeus à costa Ocidental da África. O local,
conhecido como “Cabo do Medo”, era reconhecido pelas suas fortes ondas e por viagens que não chegavam
ao seu destino, alimentando as teorias de que haviam monstros desconhecidos no mar e a suposição de que
existia um abismo que se localizava exatamente ali.
Dando continuidade à Expansão Marítima, em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu chegar ao Cabo da Boa
Esperança; e, por fim, o navegador Vasco da Gama alcançou as Índias, no ano de 1498. Atualmente existem
evidências de que Pedro Álvares Cabral não foi o primeiro europeu a chegar na região que é o Brasil hoje, em
1500. Alguns historiadores defendem que Duarte Pacheco teria chegado aqui anteriormente, no ano de 1498,
a mando da Coroa portuguesa.
Enquanto Portugal se lançava ao mar, a Espanha ainda estava fazendo o seu processo de unificação, que só
se concretizou em 1492. No mesmo ano, a Coroa espanhola se lançou ao mar, com o investimento na viagem
de Cristóvão Colombo, que conseguiu apoio financeiro para sua empreitada. Colombo queria provar ser
possível chegar às Índias por meio da circunavegação; ou seja, navegando em direção ao Ocidente, uma vez
que a Terra é redonda. Ainda em 1492, o navegador chegou a um território totalmente desconhecido,
acreditando ter chegado às Índias; se tornou, em teoria, o primeiro europeu a chegar na América,
especificamente nas Bahamas.
A chegada dos portugueses e dos espanhóis levou a alguns conflitos acerca da posse do novo território por
isso, em 1493, o Papa Alexandre VI intermediou um acordo entre os Estados ibéricos conhecido como Bula
Intercoetera. Na resolução ficou combinado que uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Cabo Verde
dividiria o território entre ambos: o lado leste pertenceria a Portugal, enquanto o lado Oeste ficaria na posse
da Espanha.
Sentindo-se prejudicados, os portugueses pediram a revisão do acordo, e o Papa estabeleceu uma nova
divisão territorial, com o Tratado de Tordesilhas, em 1494 – que promoveu um aumento significativo do
território português. Com o novo tratado, ficou estabelecido que as terras descobertas e a descobrir no lado
oeste da linha demarcada a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde pertenceriam a Espanha, enquanto a
parte Leste ficaria para Portugal.
Durante o século XVI, outros Estados europeus já haviam concluído a sua unificação política, fator essencial
para a Expansão Marítima, e passaram a contestar a divisão do mundo entre as potências ibéricas. França,
Inglaterra, Holanda, entre outros, passaram a promover invasões e saques ao continente americano, na
tentativa de conquistar um pedaço de terra para explorar e chamar de seu.

Disponível em: https://imagohistoria.blogspot.com/2017/11/memes-de-humanas-grandes-navegacoes.html


História

A Expansão Ultramarina permitiu a ampliação do comércio europeu para os oceanos Atlântico, Pacífico e
Índico, inaugurando um período de intensas trocas culturais e comerciais e de avanço do conhecimento
zoológico, medicinal, entre outros. Por outro lado, o período também foi marcado por intensa exploração
física e material dos novos territórios descobertos, além do que é chamado por alguns historiadores de o
maior genocídio já conhecido pela história, com a aniquilação física e cultural de milhões de nativos.
Pega a visão: a Reforma Protestante foi grande propulsora da imigração de protestantes para a América,
principalmente para o Norte. A intensa perseguição ao protestantismo em Estados como Inglaterra e França
fez toda a diferença na colonização de ambas no território americano. As invasões francesas ao território
português na América durante o século XVI foram impulsionadas pela Contrarreforma e a fuga dos
huguenotes do reino francês.

A colonização da América Espanhola


O processo de expansão marítima e comercial de reinos como Espanha e Portugal, durante o século XV,
resultou em profundas mudanças no mundo, dentre elas, a chegada dos europeus na América. Entre os
séculos XV e XIX, os colonizadores europeus construíram um complexo sistema de ocupação, administração
e exploração do chamado Novo Mundo, que ao longo desses anos dizimou povos nativos, escravizou
africanos, explorou riquezas e construiu identidades regionais que até então não existiam.
A conquista da América Espanhola foi o processo de ocupação da América pelos espanhóis e consequente
controle sobre as áreas até então ocupadas pelos povos nativos, entre os quais podemos destacar os
pertencentes aos impérios Asteca e Inca.
A primeira expedição de espanhóis à América chegou no dia 12 de outubro 1492, nas Ilhas Caraíbas (Antilhas)
e foi liderada por Cristóvão Colombo. O famoso navegador genovês morreu em 1506, depois de fazer mais
três viagens à América, no entanto, até o último momento, ele acreditou ter chegado às Índias. O erro seria
corrigido alguns anos depois, pelo também navegador e cartógrafo Américo Vespúcio, que constatou que o
território se tratava de um novo continente. Por isso, Américo Vespúcio foi homenageado após sua morte, em
1512, e o território foi batizado com o seu nome. Por muito tempo, no entanto, a América continuaria a ser
chamada também de Índias Ocidentais.
Inicialmente os aventureiros espanhóis não encontraram muitas riquezas que pudessem satisfazer as
práticas mercantilistas que vigoravam nos Estados europeus. No entanto, o próprio Colombo já havia no final
do século XV se empenhado na captura e escravidão de alguns nativos na América Central. Desta forma,
outros exploradores também seguiram esse caminho e passaram a buscar no território riquezas e formas de
explorar a população autóctone.
Tendo em vista que os espanhóis contavam apenas com um limitado número de soldados em um território
gigantesco, que os povos americanos resistiram à presença estrangeira e que o novo continente também era
biologicamente hostil aos europeus, toda essa aventura não foi algo simples. Logo, para consolidar a
ocupação e enfrentar a resistência dos povos nativos – que eram a imensa maioria – os espanhóis se
aproveitaram de sua superioridade bélica, com a utilização de armas de fogo e cavalos. Neste cenário de
dominação, a Coroa espanhola criou os chamados adelantados, que eram grandes extensões de terras
entregues aos conquistadores, que tinham autonomia sobre a administração desses territórios.
Também podemos destacar a questão do medo, há um debate ainda curso sobre a possibilidade de alguns
povos da América terem associada os espanhóis a encarnação de deuses. Os Astecas, por exemplo, teriam
acreditado que os conquistadores liderados por Hernán Cortez seriam mensageiros de Quetzacoatl.
Entretanto, como as principais fontes sobre esse ponto sãos as próprias crônicas espanholas, esse debate
sobre a crença asteca ainda se encontra em curso.
História

A vitória espanhola também pode ser explicada pela questão biológica e pelas alianças militares. Logo, a
disseminação de doenças que não existiam na América, provocando epidemias fatais e a aliança com povos
dominados pelo Império Asteca e Inca, estimulando as desavenças que já existiam entre os nativos foram
importantes fatores que auxiliaram na vitória e na dominação.
Apesar de estudarmos principalmente os povos astecas e incas, é importante lembrarmos que nesse período
os diversos nativos do continente jamais formaram uma unidade cultural, linguística, étnica ou religiosa. Havia
portanto um mosaico étnico na América, com civilizações se organizando em diversas formas, como: os
grandes impérios, com alto desenvolvimento tecnológico, vida urbana, comércio com outros povos e
administração complexa; pequenas sociedades sedentárias, que viviam de subsistência, caça e comércios,
mas sem muito desenvolvimento urbano ou tecnológico; grupos nômades, que dependiam principalmente da
caça e da coleta e preferiam vagar do que se estabelecer em único território e diversos outros exemplos de
sociedades que aqui existiram.
No caso do território que viríamos conhecer como Brasil, os grupos que aqui viviam dependiam sobretudo da
caça, da coleta, da pequena agricultura de subsistência e de pequenos comércios, sem formarem, portanto,
complexas civilizações urbanas. Essa realidade, entretanto, foi diferente da que podemos observar em regiões
como a Cordilheira dos Andes e a Mesoamérica.

O Império Asteca e a conquista de Hernán Cortez


Na região que conhecemos hoje como Mesoamérica, sobretudo na extensão do atual território do México,
destacou-se entre os séculos XIV e XV o grande Império Asteca. Essa civilização se formou ao longo desses
anos através da união de diversas cidades-Estados que passaram a formar o império, com capital definida na
cidade de Tenochtitlán.
A grande capital do império demonstrava toda a riqueza dessa civilização e chegou a surpreender os
espanhóis quando chegaram no século XVI. A notável arquitetura dos grandes templos religiosos, a complexa
configuração urbana e a construção de uma rede de diques e canais demonstravam toda a grandeza
tecnológica do império. Além disso, os astecas também se destacaram nas ciências, com importantes
estudos sobre medicina, matemática e astronomia, construindo, inclusive, surpreendentes calendários.
Apesar da vida urbana no meio dos grandes templos, do expansionismo e da força do comércio dessa
civilização, os astecas se dedicaram muito à agricultura, que era uma das principais atividades econômicas
desse período. Como formavam uma sociedade de base hidráulica, dependiam muito dos rios da região para
irrigar suas plantações, onde cultivavam feijões, pimentões e, principalmente, milho. Logo, graças a esse
sistema de irrigação que os astecas desenvolveram complexas redes de canais e aquedutos e um sistema
de coleta de lixo que era voltado para a produção de adubo para os campos.
No aspecto religioso, os astecas apresentavam uma cosmovisão politeísta, que entendia a origem do mundo,
da vida e do tempo sempre relacionados às ações de deuses. Assim, dentre as principais entidades astecas,
destacavam-se Tlaloc, Huitzilopochtli, Tezcatlipoca e o já mencionado Quetzalcoatl, que teria oferecido o
próprio coração em um ato de autossacrifício.
A forte devoção dos astecas afetava também a própria política, que se organizava de maneira teocrática, com
um imperador que era considerado um representante de Tezcatlipoca. Assim, os imperadores possuíam não
só as funções administrativas e militares, como também religiosas e, por isso, junto aos outros membros da
elite asteca, como militares e sacerdotes, possuía alguns luxos e privilégios. Um deles era a própria cobrança
de tributos, principalmente sobre os servos que viviam nos campos.
História

Se ndo assim, as famílias camponesas, que compunham a base dessa sociedade, apesar de viverem em
terras comunais, deveriam destinar parte da produção agrícola ao imperador e à elite asteca, como forma de
pagamento de tributos. Nas terras conquistadas, homens de outros grupos étnicos também deveriam pagar
impostos, que iam desde os produtos agrícolas até riquezas pessoais e entrega de membros da comunidade
para os sacrifícios. Enfim, aqueles que não pagassem os tributos, que ficassem endividados ou que
cometessem algum crime ainda poderiam ser escravizados.
Toda essa situação criou ao redor do Império Asteca uma forte rivalidade com outros povos mesoamericanos,
que não concordavam com a dominação. Desta forma, com a chegada dos espanhóis, sobretudo de Hernán
Cortez, em 1519, muitos desses grupos passaram a se aliar aos europeus como forma de lutar contra o
domínio asteca.
Na época, o império era então liderado por Montezuma II, que era famoso
por suas conquistas e pela expansão do território, entretanto, o reinado de
Montezuma não durou tanto tempo, pois o conflito contra os espanhóis o
destronou ainda em 1520, após ser assassinado. Contudo, é importante
destacar que antes desses conflitos explodirem, a chegada dos espanhóis
havia sido amistosa, com Cortez sendo recebido por embaixadores astecas
e até mesmo presenteado com ouro, o que naturalmente aguçou a cobiça
espanhola.
Segundo alguns autores, Montezuma teria recebido Cortez em 1519 acreditando que o mesmo fosse o deus
Quetzalcoatl. Por conta disso, Cortez foi inicialmente tratado com muita diplomacia e logo conseguiu
conquistar o imperador, a ponto de roubar suas riquezas e de tornar o mesmo um prisioneiro em seu próprio
palácio.
A essa altura, o contato dos milhares de nativos com os poucos espanhóis já havia sido o bastante para
disseminar doenças como a varíola entre os astecas, assim como já havia possibilitado a realização de alguns
acordos militares com grupos rivais. Desta forma, quando os astecas finalmente iniciaram uma tentativa de
resistência contra os europeus, Cortez conseguiu liderar um exército de 500 espanhóis e mais ou menos 25
mil nativos inimigos dos astecas contra o grande império.
Com o apoio militar, as doenças e o uso de armas de fogo contra lanças e flechas, os europeus facilmente
derrotaram as principais tropas astecas e sitiaram a capital Tenochtitlán, derrubando a resistência em 1521
e iniciando um longo processo de colonização. Os astecas, por sua vez, foram derrotados, cristianizados e
viram seus antigos templos e artefatos religiosos serem destruídos para darem origem à Igrejas e peças
católicas.

O Império Inca e a conquista de Francisco Pizarro


No caso dos Andes, a região era historicamente ocupada por povos como os Huari, no Vale do Mantaro (Peru),
os Tiahuanaco do Lago Titicaca (fronteira entre Peru e Bolívia) e os Chimu, do vale do Moche (Peru). Por volta
do século XII, por meio de um processo de unificação de antigos reinos da região, dominados principalmente
por membros da etnia quíchua, originou-se, o grande Império Inca.
Os Incas, ao longo dos séculos XIII, XIV e XV, expandiram-se e passaram a ocupar grande parte dos Andes,
formando complexas cidades conectadas por estradas, dentre elas a célebre Machu Pichu e a própria capital
do império, a cidade de Cuzco. Era na capital que se localizava o grande imperador, conhecido como o Sapa
Inca. Este, exercia importante função militar nessa civilização expansionista, sendo seu principal legislador e
uma figura religiosa fundamental, pois era considerado um deus na terra, o “filho do sol”.
História

Foram nessas cidades que os incas se desenvolveu de forma bastante complexa, com sistemas de
comunicação, avançados mecanismos de irrigação e plantio nos chamados “terraços cultiváveis”, projetos
arquitetônicos complexos, como os que podem ser observados nos templos e até um expressivo artesanato.
Essa sociedade também era extremamente hierarquizada e de difícil mobilidade social, tendo o Sapa Inca no
topo, como o detentor de terras e chefe de Estado. Abaixo do imperador encontravam-se as demais lideranças
político-administrativas e a própria família real, que possuía privilégios e terras.
Na base da sociedade, havia os trabalhadores urbanos comuns, que viviam principalmente do comércio e,
enfim, os camponeses, fundamentais para a movimentação econômica e subsistência dessa civilização. No
campo, os trabalhadores rurais eram divididos em diversas comunidades de camponeses denominados de
ayllus. Nos ayllus, as famílias que ali viviam, em diferentes regiões, eram chefiadas por um Curaca, que era o
responsável pela organização do trabalho e pela distribuição das terras em cada ayllu.
Vale destacar que os agricultores incas ainda estavam submetidos a um sistema compulsório de trabalho
conhecido como mita. Assim, através desse sistema, os camponeses escolhidos pelos curacas deveriam
obrigatoriamente trabalhar para o Estado durante um período do ano em obras públicas. Essas obras
poderiam ser em irrigações ou na criação de “terraços” cultiváveis nas montanhas. Também havia a presença
de escravizados nessa sociedade, que eram normalmente inimigos de guerra que haviam sido derrotados.
Apesar do auge dessa civilização se encontrar no século XV, o início do processo de decadência também
pode ser percebido nesse período, antes mesmo da chegada dos espanhóis. Isso ocorreu, pois, em 1525, o
imperador Huayna Cápac morreu e deixou no império uma crise sucessória, pois seus dois filhos com
mulheres diferentes, Huascar e Atahualpa passaram a disputar o poder.
Enquanto essa Guerra Civil se iniciava, trazendo conflitos sangrentos entre os incas, uma nova surpresa surgiu
no horizonte. Em 1526, exploradores espanhóis liderados por Francisco Pizarro encontraram o rico Império
Inca imerso em uma disputa. A chegada de Pizarro serviu como um fator fundamental para ampliar ainda
mais a decadência dessa civilização no meio da guerra, pois os colonizadores espanhóis espalharam entre
os nativos doenças até então desconhecidas pelos mesmos, como a varíola.
Neste contexto de guerra, os espanhóis se aproximaram das tropas de Huascar, apoiando-o como novo
imperador e também realizaram alianças com outros grupos nativos rivais dos incas. Foi assim que, em 1532,
os homens de Pizarro capturaram Atahualpa, após o mesmo ter negado sua conversão ao cristianismo e sua
submissão a Carlos I da Espanha. Na ocasião, os soldados incas de Atuhalpa ainda prenderam Huascar, logo,
os dois possíveis líderes eram prisioneiros no meio de uma guerra e da invasão espanhola.
Os dois prisioneiros, no entanto, não tardaram a morrer, pois ainda com poderes, mesmo estando preso,
Atuhalpa mandou que Huascar fosse executado. Após esse evento, Pizarro decidiu punir o antigo imperador,
sentenciando-o a morte e colocando em seu lugar, como novo chefe de Estado inca, seu outro irmão, Túpac
Hualpa.
A indicação de Hualpa por Pizarro demonstra, portanto, o grande enfraquecimento do riquíssimo Império Inca
no século XVI, assim como o início de um domínio político espanhol na região, que passou a decidir quem
seriam os novos líderes nativos. Desta forma, os espanhóis massacraram as populações com a transmissão
de doenças e com a violência, exploraram os povos através de trabalhos compulsórios como a mita e a
encomienda, destruíram as culturas locais com a imposição de práticas europeias e do cristianismo e
aprofundaram toda a crise dessa sociedade, causando ainda mais fome e miséria.
Os incas, por sua vez, ainda tentaram resistir de diversas formas aos ataques e à exploração espanhola, mas
não tiveram sucesso. A última das grandes revoltas incas foi liderada pelo último imperador, Túpac Amaru,
em 1572, mas, como visto, não alcançou a vitória definitiva e possibilitou, enfim, a consolidação do domínio
espanhol sobre o império.
História

O período pré-colonial na América Portuguesa


Nos primeiros anos após a chegada dos portugueses ao litoral do Nordeste, Portugal ignorou sua colônia no
continente americano e se voltou para o comércio com as Índias. No entanto, a partir de 1530, o jogo mudou
e os interesses também, logo, Portugal decidiu ocupar o território.
A chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500, não despertou um
planejamento imediato de colonização do novo território encontrado pelos
portugueses. Diferentemente dos espanhóis que encontraram metais
preciosos logo após a sua chegada na América, os portugueses, a
princípio, não viram motivos para concentrar seus esforços no “Novo
Mundo”. A conquista da rota para as Índias por Vasco da Gama, em 1498,
atraiu muito mais o interesse lusitano, visto que os altos lucros obtidos
com as especiarias do Oriente e com o comércio na África deixavam de
lado maiores investimentos na América.
Inseridos em uma lógica mercantilista, a não descoberta da existência de metais preciosos e a falta de
possibilidade de lucrar com atividades comerciais no território americano são alguns dos fatores essenciais
para compreender esse primeiro momento da colonização portuguesa.
Apesar dessa negligência inicial, que marca o período conhecido popularmente como “Pré-Colonial” (que leva
esse nome exatamente porque não havia uma ocupação territorial), expedições exploradoras não deixaram
de acontecer durante o século XVI. Já em 1501, uma expedição chefiada por Gaspar de Lemos confirmou a
existência e o valor do pau-brasil, pelo qual era possível a extração de tinta vermelha, muito preciosa na
Europa.
Inicialmente, a exploração da madeira foi realizada através do uso de mão de obra indígena, que cortava e
carregava o pau-brasil em troca de objetos europeus (escambo), mas, logo essa mão de obra nativa passou
a ser escravizada e o chamado “negro da terra” (nativo-americano) também se tornou uma moeda de troca
entre alguns povos e os portugueses.
A escravidão indígena foi utilizada no Brasil durante décadas, no entanto, comparada à colonização
espanhola, a lusitana dependeu muito mais do negro africano do que do nativo-americano. Afinal, o genocídio
dos povos originários que viviam no litoral, o trabalho dos religiosos, que impediam a captura de nativos nas
missões jesuíticas e, enfim, o lucro obtido com o tráfico de africanos escravizados era tão exorbitante que
essa mão de obra passou a ser mais valorizada.
É importante destacar também que nesse genocídio provocado pela colonização, o fator biológico foi
fundamental para o decréscimo da população indígena, uma vez que esses nativos ficaram suscetíveis a
doenças trazidas do continente europeu, que não encontravam resistência imunológica na América e levava
os nativos a morte por doenças como varíola e gripe.
Tendo em vista a exploração do pau-brasil, já em 1503, uma expedição comandada por Gonçalo Coelho
estabeleceu as primeiras feitorias no litoral, com o objetivo de armazenar alimentos, equipamentos e
conservar a madeira para exportação que, a partir do estabelecimento do estanco, passou a ter a exploração
monopolizada por Portugal. Essa medida visava proteger o produto das investidas “estrangeiras”, ou seja,
europeus que não pertenciam ao Império Português e que já realizavam assaltos e contrabandos no litoral.
Essas investidas de franceses, holandeses e espanhóis no território português, naturalmente, despertaram a
preocupação da Coroa portuguesa quanto à manutenção e proteção do território brasileiro, afinal, apesar do
Tratado de Tordesilhas, contrabandistas e corsários de países rivais poderiam facilmente ocupar e colonizar
o vasto território que os portugueses reivindicavam.
História

Levando em conta essa preocupação, em 1531, Martim Afonso de Souza foi enviado para realizar a primeira
expedição colonizadora oficial de Portugal no Brasil. O colono deveria ocupar e povoar a terra, descobrir
riquezas e combater estrangeiros, sendo essa administração realizada através da doação de terras chamadas
de sesmarias (lotes de terra). Assim, Martim Afonso de Souza, no Brasil, fundou os primeiros núcleos de
colonização, as vilas de São Vicente e Santo André da Borda do Campo, onde hoje conhecemos como o
território de São Paulo.
História

Exercícios de fixação

1. Enumere os interesses de cada grupo social na Expansão Marítima:


1. Burguesia 2. Nobreza 3. Clero

( ) Expandir a fé cristã através da evangelização.


( ) Busca por novos territórios.
( ) Abertura de novas rotas comerciais.

2. Quais fatores podem ser considerados essenciais para o processo das Grandes Navegações?

3. Uma questão que sempre inquietou os historiadores foi como algumas centenas de espanhóis
puderam derrotar em pouco tempo grandes impérios da América. Tendo em vista seus estudos, quais
motivos podemos citar como fundamentais para a vitória dos espanhóis contra os impérios da
América?

4. Ao chegarem na América, os espanhóis se depararam com uma gigantesca população que já habitava
o continente há milênios. Apesar da pluralidade cultural, quais foram os dois grandes impérios
americanos derrotados pelos espanhóis no século XVI?

5. Qual era o papel das feitorias na exploração do pau-brasil?


História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2013) Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e
creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo
a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para
que aprendam a falar.
COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento. Porto Alegre: L&PM, 1984.

O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se


encontra expresso em:
a) Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones.
b) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios.
c) Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais.
d) Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades
indígenas.
e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos
índios.

2. (Enem, 2018) O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível,
é de um tipo muito particular: é uma guerra — ou a Conquista —, como se dizia então. E um mistério
continua: o resultado do combate. Por que a vitória fulgurante, se os habitantes da América eram tão
superiores em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do
México — a mais espetacular, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré-
colombiano — como explicar que Cortez, liderando centenas de homens, tenha conseguido tomar o
reino de Montezuma, que dispunha de centenas de milhares de guerreiros?
TODOROV. T. A conquista da América. São Paulo: Martins Fontes. 1991 (adaptado).

No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar as
disparidades levantadas foi:
a) implantar as missões cristãs entre as comunidades submetidas.
b) utilizar a superioridade física dos mercenários africanos.
c) explorar as rivalidades existentes entre os povos nativos.
d) introduzir vetores para a disseminação de doenças epidêmicas.
e) comprar terras para o enfraquecimento das teocracias autóctones.
História

3. (Enem, 2014) À primeira vista que encontrei as ilhas, dei o nome de San Salvador, em homenagem à
Sua Alta Majestade, que maravilhosamente deu-me tudo isso. Os índios chamam esta ilha de Guanaani.
À segunda ilha dei o nome de Santa Maria de Concepción, à terceira, Fernandina, à quarta, Isabela, à
quinta, Juana, e assim a cada uma delas dei um novo nome.
Cristóvão Colombo. Carta a Santangel, 1493. In: TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.

O processo de nomeação e renomeação realizado pelos europeus no contexto da conquista da América


expressa
a) a valorização da natureza americana, uma vez que ela era considerada por europeus o prêmio pela
conquista e colonização.
b) o desejo de estabelecer comunicação com os indígenas, uma vez que a busca pelo ouro dependia
do contato com os nativos.
c) a tomada de posse do Novo Mundo, uma vez que renomear era impor aos povos indígenas os
signos culturais europeus.
d) o caráter sagrado da América, uma vez que fora considerada pelos europeus o paraíso terrestre
em virtude da bondade dos nativos.
e) a necessidade de orientação geográfica, uma vez que o ato de nomear permitia criar mapas para
futuras viagens na América.

4. (Enem, 2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um
milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação;
tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa
àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas
viagens.
J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São
Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um
sentimento de:
a) gosto pela aventura
b) fascínio pelo fantástico
c) temor do desconhecido
d) interesse pela natureza.
e) purgação dos pecados.
História

5. (Enem, 2010) Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as Missões e o rio da Prata, ao
sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A leste,
ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul até o Maranhão. A oeste, aparece (no rio
da Prata) no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam
sua presença discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as
regiões de floresta tropical e subtropical.
PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar. Editor, 2005.

Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas que os distinguiam de outras
sociedades indígenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-se
a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas por um chefe, eleito pelos
indivíduos mais velhos da tribo.
b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semissedentário de sua organização social.
c) a conquista de terras mediante operações militares, o que permitiu seu domínio sobre vasto
território.
d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura para investir na criação de
animais.
e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras sociedades indígenas.

6. (Enem, 2ª aplicação, 2016) Quando surgiram as primeiras notícias sobre a presença de seres estranhos,
chegados em barcos grandes como montanhas, que montavam numa espécie de veados enormes,
tinham cães grandes e ferozes e possuíam instrumentos lançadores de fogo, Montezuma e seus
conselheiros ficaram pensando: de um lado, talvez Quetzalcóatl houvesse regressado, mas, de outro,
não tinham esse confirmação.
PINSKY, J. et. al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

A dúvida apresentada inseria-se no contexto da chegada dos primeiros europeus à América, e sua
origem estava relacionada ao:
a) domínio da religião e do mito.
b) exercício do poder e da política.
c) controle da guerra e da conquista.
d) nascimento da filosofia e da razão.
e) desenvolvimento da ciência e da técnica.
História

7. (Enem, 2019) A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra de pirataria contra a Espanha
papista quando roubou as tropas de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à
cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas do Chile e do Peru antes de
regressar pelo Oceano Pacífico, e depois pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um
sultão revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto inglês ultramarino.
FERRO, M. História das colonizações. Das colonizações às independências. Séculos XIII a XX. São Paulo: Cia. das Letras,
1996.
A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no texto, foi o meio encontrado para:
a) restabelecer o crescimento da economia mercantil.
b) conquistar as riquezas dos territórios americanos.
c) legalizar a ocupação de possessões ibéricas.
d) ganhar a adesão das potências europeias.
e) fortalecer as rotas do comércio marítimo.

8. (Enem, 2014) O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como agricultor,
pescador, guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter
reconhecidas sua inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e jurídica em torno
dos limites da liberdade dos índios se confundiu com uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres
se apresentavam como defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.
CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa
aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela
a) demarcação do território indígena.
b) manutenção da organização familiar.
c) valorização dos líderes religiosos indígenas.
d) preservação do costume das moradias coletivas.
e) comunicação pela língua geral baseada no tupi.

9. (Enem, 2010) O Império Inca, que corresponde principalmente aos territórios da Bolívia e do Peru
chegou a englobar enorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro
administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e composta por imperadores, nobres,
sacerdotes, funcionários do governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião contava
com vários deuses, e a base da economia era a agricultura, principalmente o cultivo da batata e do
milho.
A principal característica da sociedade inca era a:
a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos os bens.
d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da elite pelo mérito.
e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de uma aristocracia hereditária.
História

10. (Enem, 2020) Porque todos confessamos não se poder viver sem alguns escravos, que busquem a
lenha e a água, e façam cada dia o pão que se come, e outros serviços que não são possíveis poderem-
se fazer pelos Irmãos Jesuítas, máxime sendo tão poucos, que seria necessário deixar as confissões e
tudo mais. Parece-me que a Companhia de Jesus deve ter e adquirir escravos, justamente, por meios
que as Constituições permitem, quando puder para nossos colégios e casas de meninos.
LEITE. S. História da Companhia de Jesus no Brasil. Rio de Janeiro Civilização Brasileira. 1938 (adaptado)

O texto explicita premissas da expansão ultramarina portuguesa ao buscar justificar a


a) propagação do ideário cristão.
b) valorização do trabalho braçal.
c) adoção do cativeiro na Colônia.
d) adesão ao ascetismo contemplativo.
e) alfabetização dos indígenas nas Missões.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. ( 3 ) Expandir a fé cristã através da evangelização.


( 2 ) Busca por novos territórios e novas fontes de metais preciosos.
( 1 ) Abertura de novas rotas comerciais.

A expansão marítima ocorreu a partir da reunião dos diversos interesses de cada grupo social,enquanto
a Igreja precisava expandir a fé porque havia perdido féis para o protestantismo, a nobreza buscava se
apropriar de novas terras e a burguesia precisava encontrar novas rotas comerciais para o comércio de
especiarias.

2. Dentre os fatores primordiais que possibilitaram a Expansão Marítima, podemos citar: centralização
política e a formação de Monarquias Nacionais, o desenvolvimento de conhecimentos náuticos e
geográficos, o movimento renascentista, que impulsionou o homem a sair em busca de novas
descobertas, o fortalecimento da burguesia e o monopólio das cidades italianas sobre o comércio de
especiarias.

3. A disseminação involuntária de doenças entre os nativos, o uso de armas de fogo pelos espanhóis, a
mobilização de alianças militares com grupos rivais aos incas e astecas e as crises geradas pelas guerras,
que ocasionaram fome e miséria.

4. Incas e Astecas.

5. Apesar de não ocupar populacionalmente sua colônia na América no primeiro momento, Portugal tentou
arrecadar capital através da exploração do pau-brasil. Dentro desse contexto, as feitorias foram criadas
com objetivo de armazenar alimentos, equipamentos e conservar a madeira para exportação, facilitando
a exploração no litoral brasileiro.

Exercícios de vestibulares

1. C
A Expansão marítima possuía, além do caráter comercial, um aspecto religioso, uma vez que a expansão
da fé era uma das principais ambições da Igreja Católica na empreitada. Logo, esses homens estavam
em buscas de terras, especiarias e riquezas, mas também estavam em uma missão civilizatória e
evangelizadora.

2. C
O Império Asteca tinha características expansionistas e submeteu diversos povos vizinhos ao seu
controle e tributações, criando assim relações de rivalidades. Essa realidade foi explorada pelos
espanhóis, que fizeram alianças militares com os grupos inimigos e utilizou o apoio militar desses nativos
contra os próprios astecas.

3. C
Ao chegar à América renomeando os locais e chamar todos os nativos americanos de índios, os europeus
promoveram a dominação sobre o Novo Mundo descoberto sem considerar a existência de grupos
preexistentes, de seus conhecimentos e de suas culturas, impondo-lhes a cultura europeia.
História

4. C
Ao afirmar que é um “milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em
sua peregrinação”, o autor deixa explícito seu temor pelo desconhecido: o medo do que pode ser
encontrado no vasto Oceano Atlântico.

5. B
A existência de vestígios do povo Tupi-guarani em diversos locais do território americano evidencia o
caráter semissedentário desses povos, uma vez que ocuparam diversas regiões. Além disso, um dos
fatores presentes nessas constantes mudanças de localidade são os conflitos com aldeias ou povos
rivais para ocupar determinados territórios.

6. A
A dúvida de Montezuma sobre a origem divina dos espanhóis estava associada à crença dos astecas no
retorno de seus deuses, o que teria, portanto, influenciado o primeiro contato entre os dois povos.

7. B
Enquanto Portugal e Espanha dividiram “as terras do novo mundo” com o Tratado de Tordesilhas, as
demais nações europeias encontraram caminhos para conquistar as riquezas dos territórios americanos.
No caso da Inglaterra, a pirataria foi o caminho encontrado, inclusive com o respaldo da coroa.

8. E
O texto aponta os conflitos entre os colonos e os religiosos, principalmente, entre o século XVI e XVII,
acerca da exploração da mão de obra indígena. Os jesuítas foram os principais defensores da não
escravização dos indígenas e um dos principais responsáveis pela facilitação do dialogo entre os
diferentes grupos na colônia com a criação da “língua geral” que era baseada no tupi.

9. E
A civilização Inca, que vivia nos Andes, tinha como uma de suas principais características a cristalizada
divisão social, que se mostrava extremamente difícil de permitir algum tipo de ascensão. O Imperador,
conhecido como o Sapa Inca, era visto como um deus e, abaixo dele, uma elite composta por sacerdotes
e militares tinha seus cargos transmitidos de forma quase hereditária.

10. C
O texto inicia com o relato de que seria uma justificativa para a escravidão, pois afirma “não se poder viver
sem alguns escravos” para realizar serviços braçais que os próprios jesuítas supostamente não estariam
aptos para fazer, como afirma o autor do trecho.
Literatura

Quinhentismo, Barroco e Arcadismo

Objetivo
Compreender a evolução da produção literária em língua portuguesa em solo brasileiro desde a chegada dos
portugueses até o perído da exploração do ouro.

Curiosidade
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que
aquele e foi usado principalmente em decoração, aruitetura e pintura.

Teoria

O Quinhentismo
O período quinhentista é marcado pelo início do processo de colonização no Brasil. Não se trata exatamente
de uma corrente literária (por isso as aspas anteriormente), pois sua contribuição é muito mais histórica e
informativa sobre aquele momento, uma vez que é caracterizada pelo choque cultural entre indígenas e
europeus: os primeiros contatos, as relações de troca, a linguagem, a diferença entre os valores e hábitos e,
também, a exploração das pessoas indígenas.

Além disso, devido às cartas de Pero Vaz de Caminha, escrivão português presente na armada de Pedro
Álvares Cabral, e aos textos de outros cronistas, como Pero Magalhães de Gândavo e Gabriel Soares de Sousa,
tivemos acesso a informações e relatos daquele período, tais como a descrição climática e geográfica.
Contudo, essas manifestações propiciaram condições para as futuras produções literárias do Brasil colonial
e fomentaram a criação de uma escrita artística voltada ao ambiente, ao homem e à formação cultural do
país.

A literatura informativa
Também chamada de literatura da informação, é conhecida pelas descrições da terra brasileira durante os
primeiros anos no processo de colonização. Os textos tinham o intuito de informar aos governantes de
Portugal sobre o território explorado e os interesses comerciais. Assim, pode-se dizer que os assuntos
recorrentes de tais documentos eram:
• exploração de matéria-prima;
• área favorável para a implementação de colônias;
• abundância de minérios;
• grandiosidade da fauna;
• contato com os indígenas, entre outros.

Leia, abaixo, dois trechos da carta do escrivão Pero Vaz de Caminha, enviada à corte portuguesa, pouco tempo
após a chegada dos portugueses ao solo brasileiro. Tal carta também é conhecida como a “certidão de
nascimento” do Brasil, já que que não havia registro escrito desse.
Literatura

“O capitão quando eles vieram estava assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estrado e bem
vestido com um colar d’ouro mui grande ao pescoço.”

"Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas
e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostrar no rosto. [...] Eles porém contudo andam
muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias
monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão
limpos e tão gordos e tão fremosos que não pode mais ser."

A literatura jesuítica
A literatura jesuítica, ou também intitulada como literatura de catequese, surgiu com a chegada dos jesuítas
ao Brasil-Colônia. Os jesuítas vieram à terra tupiniquim para catequizar os índios, o que, segundo a ideologia
cristã, era uma maneira de livrá-los de seus “pecados” e conhecer a Deus, além de conquistar novos fiéis e,
assim, expandir o catolicismo. Os principais nomes da literatura de catequese são José de Anchieta, Manuel
da Nóbrega e Fernão Cardim. É importante dizer, ainda, que os colonizadores ficaram insatisfeitos com a
atuação dos jesuítas, visto que os índios eram usados como mão de obra escrava para a extração da árvore
Pau Brasil e, influenciados pelo catolicismo, muitos acabavam sendo protegidos pelos jesuítas para outros
fins.

No entanto, é importante compreender que, apesar de os jesuítas, a princípio, protegerem os nativos para que
não fossem tratados como mão de obra escrava, cabe frisar que esses europeus foram os responsáveis pelo
processo de aculturação indígena. Apesar de alguns relatos jesuítas denunciarem os maus-tratos sofridos
pelos índios, o caráter didático-religioso, ou seja, a imposição do cristianismo como única manifestação
correta de religião por parte destes catequistas levou à proibição dos ritos, religiões e vivências indígenas.

O Barroco
Marcado pelos ideais renascentistas do século XVI, o homem passa a se distanciar, aos poucos, do
pensamento teocêntrico e aproxima-se das influências do antropocentrismo. Nesse sentido, essa corrente
literária é marcada pela dualidade ideológica, uma vez que no movimento da Contrarreforma na Europa, no
século XVII, os indivíduos mostram-se divididos entre continuar seguindo os valores cristãos que os regiam
ou assumirem uma nova visão materialista do mundo e do homem.

Contexto histórico
São inúmeros os acontecimentos que marcaram o período barroco (no século XVII) e fizeram com que os
indivíduos passassem, cada vez mais, a se afastar dos ideais cristãos. Tais fatos nos ajudam a entender a
razão do ressurgimento, durante a Contrarreforma, da Santa Inquisição, atuante sobretudo nos países ibéricos
e em suas colônias ultramarinhas. Dentre eles, devemos ressaltar:
• Renascimento
• Divisão da sociedade em três classes: clero, nobreza e Terceiro Estado;
• Reforma Protestante (iniciada no século XVI);
• Contrarreforma.
Literatura

Características do Barroco
Saiba quais são as características estilísticas mais marcantes da corrente barroca:
• Conflito entre a visão antropocêntrica e visão teocêntrica;
• Oposição entre o mundo material e o mundo espiritual;
• Idealização amorosa, sensualismo e sentimento de culpa cristã;
• Consciência sobre a efemeridade do tempo;
• Sentimento de morbidez;
• Gosto por raciocínios complexos.

Além disso, os aspectos formais referentes ao Barroco são:


• Uso de figuras de linguagem, tais como antítese, paradoxo e inversão;
• Uso do soneto e versos decassílabos;
• Vocabulário culto;
• Gosto por construções complexas e raras;
• Cultismo (jogo de palavras);
• Conceptismo (jogo de ideias).

O Barroco no Brasil
O Brasil, no século XVII, ainda era uma colônia. Nesse momento, a exploração da cana-de-açúcar e do trabalho
escravo eram as grandes movimentações econômicas. O Barroco no Brasil estava dividido em duas
expressões: prosa e poesia. Na primeira, os grandes destaques são: Padre Antônio Vieira, Sebastião da Rocha
Pita e Nuno Marques Pereira. Já no campo da poesia, os nomes de Gregório de Matos, Bento Teixeira,
Botelho de Oliveira e Frei Itaparica são os representantes.

Padre Antônio Vieira era conhecido por seus sermões e seu caráter persuasivo. Por meio de sua oratória,
visava a resgatar novos fiéis à Igreja, denunciava a realidade social e abordava as causas políticas da época,
o que fez com que criasse muitas inimizades com os governantes. Além disso, suas pregações abordavam a
posição do indígena, do domínio inglês sobre a colônia por ocasião da invasão holandesa e a educação
espiritual.

Na poesia, o grande nome era Gregório de Matos, cuja obra apresente três vertentes:

• Poesia lírica: dividida em duas vertentes, ambas marcadas pela exploração de contrastes: as de natureza
filosófica e reflexiva e as de temática amorosa. Na primeira, aparecem o desconcerto do mundo e a
inconstância das coisas. Já na segunda, predominam questões relacionadas ao paradoxo da vida
amorosa e à beleza da mulher, contrastada com a efemeridade do tempo. Além disso, o contraste entre o
desejo pela amada e o sentimento de culpa por sentir tal desejo;

• Poesia satírica e obscena (o “Boca do Inferno”): essa é a vertente mais popular de Gregório de Matos. As
suas críticas aos governantes, principalmente à situação da Bahia, lhe conferiram o apelido de “Boca do
Inferno”.

• Religiosa: Nesta vertente, o sujeito poético vivencia conflitos entre o materialismo e o espiritualismo,
deixando prevalecer o desejo pela absolvição dos seus pecados.
Literatura

Influências barrocas em obras mais atuais


Ainda que o movimento barroco tenha surgido no século XVII, são notáveis alguns de seus traços em
manifestações artísticas contemporâneas. Uma delas é a obra Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha,
publicada no período pré-modernista brasileiro. Alguns estudiosos a qualificam como um “barroco científico”,
tendo em vista que o texto é carregado de termos técnicos e imagens que contrastam entre si (retomando a
predileção barroca por antíteses). Algumas dessas oposições são, por exemplo: “fanatismo e misticismo”,
“soldado e jagunço”, “litoral e sertão”, “seca e chuva", "República e Canudos”.

O Arcadismo
A corrente literária árcade, influenciada pelos ideais do Iluminismo no século XVIII, visava retomar alguns
marcos artísticos do período renascentista. Com o intuito de promover o racionalismo na poesia – uma vez
que se opuseram ao estilo Barroco – o Arcadismo é caracterizado pela temática mais pastoril e bucólica,
contrariando os apegos materialistas que marcavam aquele momento e resgatando alguns aspectos da
cultura clássica.

Contexto histórico
Os acontecimentos mais importantes do século XVII e que marcaram o Arcadismo foram:
● 1715 – 1789 - Iluminismo;
● 1789 - Revolução Francesa;
● 1789 - Inconfidência Mineira (No Brasil);
● 1798 - Conjuração Baiana (No Brasil);

Características do Arcadismo
Veja, abaixo, algumas das principais características do Arcadismo:
● Bucolismo;
● Pastoralismo;
● Uso da razão;
● Temática universalista;
● Valorização da cultura greco-romana;
● Objetividade;
● Contraste entre a simplicidade da vida X apegos materiais;
● Convencionalismo amoroso;
● Contraste entre o ambiente urbano e o ambiente campestre;

Obs.: O sentimento de evasão ao campo era imaginário, pois a maioria dos árcades pertenciam ao cenário
burguês, e naquele momento iniciava-se um período de urbanização nas cidades e a transição do êxodo rural.
Podemos perceber, portanto, que essa “fuga” ao campo é uma simulação, um fingimento poético.
Literatura

Em relação à linguagem e forma estrutural das poesias árcades, temos a presença de:
● Sonetos;
● Versos decassílabos;
● Ordem direta (da estrutura sintática);
● Linguagem mais simples.

Lemas Árcades
Conhecidos como lemas árcades, estes são expressões latinas que remetem aos valores de uma vida
simples, sem apegos materiais e que valorize as pequenas coisas da vida. Veja quais são:
● Carpe Diem (Aproveitar a vida, viver o momento);
● Locus Amoenus (Lugar ameno, significa um lugar simples, um refúgio longe dos centros urbanos);
● Fugere Urbem (Fuga da cidade, remetendo à felicidade da vida no campo, em contraste com o caos
urbano);
● Aurea Mediocritas (Desvinculação da vida material, que, segundo os árcades, era considerada uma vida
medíocre, ou seja, na média, balanceada, equilibrada, livre de excessos);
● Inutillia Truncat (“cortar o inútil”, ou seja, afastar-se da infelicidade que o apego material pode causar).

Principais autores no Brasil


Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Silva Alvarenga e Santa Rita Durão.

Cartas Chilenas
No Brasil, durante o período da Inconfidência Mineira, muitos autores e intelectuais eram engajados
politicamente e lutavam contra as tiranias do governo. As cartas chilenas tratam-se de poemas que criticavam
o abuso de poder e satirizavam os desmandos administrativos da região mineira; além disso, por medo de
serem perseguidos, os escritores omitiam seus nomes, embora a hipótese melhor aceita na atualidade seja a
da autoria de Tomás Antônio Gonzaga, com colaborações pontuais de Cláudio Manuel da Costa sobre tais
textos. Leia um trecho de uma das cartas, que aborda sobre os despachos e os contratos:
“Os grandes, Doroteu, da nossa Espanha
Têm diversas herdades: uma delas
Dão trigo, dão centeio e dão cevada,
As outras têm cascatas e pomares,
Com outras muitas peças, que só servem,
Nos calmosos verões, de algum recreio.
Assim os generais da nossa Chile
Têm diversas fazendas: numas passam
As horas de descanso, as outras geram
Os milhos, os feijões e os úteis frutos
Que podem sustentar as grandes casas.”
Disponível em: http://pt.poesia.wikia.com/wiki/Cartas_Chilenas/VIII
Literatura

Textos de apoio

TEXTO I

A Uma Que Lhe Chamou “Pica-flor”

Se Pica-flor me chamais
Pica-flor aceito ser mas resta agora saber
se no nome que me dais
meteis a flor que guardais
no passarinho melhor.
Se me dais este favor
sendo só de mim o Pica
e o mais vosso, claro fica
que fico então Pica-flor.
(Gregório de Matos)

TEXTO II

O sermão do bom ladrão


Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à
sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores repreendeu-o muito Alexandre de andar
em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, senhor, que eu, porque
roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar
pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os
Alexandres[...]
O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato,
são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo
predicamento distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas,
ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente
merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das
províncias ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com forças roubam cidades e reinos:
os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados,
estes furtam e enforcam.
Diógenes que tudo via com mais aguda vista que os outros homens viu que uma grande tropa de varas e
ministros da justiça levava a enforcar uns ladrões e começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar
os pequenos… Quantas vezes se viu em Roma a enforcar o ladrão por ter furtado um carneiro, e no mesmo
dia ser levado em triunfo um cônsul ou ditador por ter roubado uma província! E quantos ladrões teriam
enforcado estes mesmos ladrões triunfantes?
Padro Antônio Vieira. Disponível em: http://www.filologia.org.br/vicnlf/anais/caderno04-10.html
Literatura

TEXTO III

Lira XXVIII

Cupido, tirando E o deus a não sente.


Dos ombros a aljava, Os Faunos, mal viram
Num campo de flores, As armas roubadas,
Contente, brincava. Saíram das grutas
Soltando risadas.
E o corpo tenrinho
Depois, enfadado, Acorda Cupido,
Incauto reclina E a causa sabendo,
Na relva do prado. A quantos o insultam
Responde, dizendo:
Marília formosa,
Que ao deus conhecia, “Temíeis as setas
Oculta, espreitava Nas minhas mãos cruas99!
Quanto ele fazia. Vereis o que podem
Agora nas suas.”
Mal julga que dorme,
Se chega, contente, Marília de Dirceu
As armas lhe furta,
Literatura

Exercícios de fixação

1. Entende-se por literatura informativa no Brasil:


a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem
brasileiros.
b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI.
c) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena.
d) os poemas do Padre José de Anchieta.

2. Ardoroso defensor da liberdade do homem, lutou contra a escravização do índio e a desumanidade


com que eram tratados os escravos. Considerado, pela crítica literária, o maior exemplo de
conceptismo em Língua Portuguesa. Trata-se de:
a) Padre José de Anchieta
b) Gregório de matos
c) Padre Antônio Vieira
d) Padre Eusébio de Matos

3. Todas as opções abaixo apresentam características do barroco literário, exceto:


a) Temática religiosa e profana
b) Cultismo e conceptismo
c) Complexidade e minúcia nos detalhes
d) Análise psicológica de personagens

4. Poema satírico sobre os desmando administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes,
que governou a Capitania das Minas de 1783 e 1788:
a) Marília de Dirceu
b) Vila Rica
c) Fábula do Ribeirão do Carmo
d) Cartas Chilenas

5. Assinale as afirmações corretas sobre o Arcadismo no Brasil.


a) As principais manifestações literárias desse período deram-sem em Minas, num momento de
revolta nativista em que a literatura e a ação política chegaram a se confundir.
b) Poeta-pastor, amada-pastora e natureza-amiga são fortes elementos bo bucolismo, convenção
poética valorizda nos poemas de Marília de Dirceu.
c) O barroquismo de Cláudio Manoel da Costa e o ultra-romantismo de Tomás Antônio Gonzaga
desviaram interamente esses poetas das convenções arcádicas da poesia da época.
Literatura

Exercícios de vestibulares

1. (UFSM, adaptada) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto
afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.

2. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:


Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala]. Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110.)

Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em
procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como
produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se
convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças
rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os
requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de
quem querem libertar-se tão logo seja possível.
Literatura

3. (UDESC) O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de
seu descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou Literatura de
Informação.
Analise as proposições em relação a este período.
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de
caráter religioso.
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume
um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no
Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético.
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto
das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil
colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

4. "Anjo no nome, Angélica na cara!


Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara?"

Na estrofe acima, o jogo de palavras:


a) é recurso de que se serve o poeta para satirizar os desmandos dos governantes de seu tempo;
b) retrata o conflito vivido pelo homem barroco, dividido entre o senso do pecado e o desejo de
perdão;
c) expressa a consciência de que o poeta tem do efêmero da existência e o horror pela morte;
d) revela a busca da unidade, por um espírito dividido entre o idealismo e o apelo dos sentidos;
e) permite a manifestação do erotismo do homem, provocado pela crença na efemeridade dos
predicados físicos da natureza humana.
Literatura

5. O texto a seguir escreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia.
A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar a cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,


Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos Mulatos desavergonhados,


Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,


Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.
(MATOS, Gregório de. In: BARBOSA, F. (org.) "Clássicos da Poesia Brasileira." RJ: Klick Editora, 1998, p.24/25. 10.)

A crítica à incapacidade dos portugueses de governar o Brasil e a consequente pobreza do povo são
temas presentes nesse poema barroco de Gregório de Matos e representam uma característica
retomada, mais tarde, pelo Romantismo. Essa característica é:
a) o sentimento nativista.
b) a preferência pelo soneto.
c) a denúncia da escravidão.
d) a tendência regionalista.
e) a volta ao passado histórico.

6. Quando jovem, Antônio Vieira acreditava nas palavras, especialmente nas que eram ditas com fé. No
entanto, todas as palavras que ele dissera, nos púlpitos, na salas de aula, nas reuniões, nas catequeses,
nos corredores, nos ouvidos dos reis, clérigos, inquisidores, duques, marqueses, ouvidores,
governadores, ministros, presidentes, rainhas, príncipes, indígenas, desses milhões de palavras ditas
com esforço de pensamento, poucas – ou nenhuma delas – havia surtido efeito. O mundo continuava
exatamente o de sempre. O homem, igual a si mesmo.
Ana Miranda, BOCA DO INFERNO

Essa passagem do texto faz referência a um traço da linguagem barroca presente na obra de Vieira;
trata-se do:
a) gongorismo, caracterizado pelo jogo de idéias.
b) cultismo, caracterizado pela exploração da sonoridade das palavras.
c) cultismo, caracterizado pelo conflito entre fé e razão.
d) conceptismo, caracterizado pelo vocabulário preciosista e pela exploração de aliterações.
e) conceptismo, caracterizado pela exploração das relações lógicas, da argumentação.
Literatura

7. Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante
o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois
madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes
entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe
deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são
as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos;
Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os
nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência,
também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).

O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e:
a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.

8. À instabilidade das cousas do mundo

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos Guerra)

Sobre o tema central do soneto acima é correto dizer:


a) o eu-lírico aborda a superficialidade sobre as aparências.
b) há uma visão dicotômica entre a grandeza divina e a pequenez do homem.
c) há a preocupação com a efemeridade da vida.
d) o eu-lírico expõe sobre o sofrimento amoroso em função do sentimento de culpa.
e) o eu lírico expõe a dualidade dos sentimentos do homem barroco.
Literatura

9. TEXTO I TEXTO II
Eu quero uma casa no campo Se o bem desta choupana pode tanto,
do tamanho ideal Que chega a ter mais preço, e mais valia,
pau-a-pique e sapê Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Onde eu possa plantar meus amigos
meus discos Aqui descanse a louca fantasia;
meus livros E o que té agora se tornava em pranto,
e nada mais. Se converta em afetos de alegria.
(Zé Rodrix e Tavito) (Cláudio Manuel da Costa)

Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os textos aproximam-se, pois o ideal que defendem
é:
a) O uso da emoção em detrimento da razão, pois esta retira do homem seus melhores sentimentos.
b) O desejo de enriquecer no campo, aproveitando as riquezas naturais.
c) A dedicação à produção poética junto à natureza, fonte de inspiração dos poetas.
d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-, pois o tempo passa rapidamente.
e) o sonho de uma vida mais simples e natural, distante dos centros urbanos.

10. Ornemos nossas testas com as flores


E façamos de feno um brando leito;
Predamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.

Sobre as nossas cabeças,


Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
(TAG, MD, Lira XIV)

Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior,


exceto:
a) Ideal de Aurea mediocritas, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do Carpe diem – uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranquila, sem extremos, espalhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do “eu” lírico.

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Literatura

Gabaritos

Exercícios de fixação
1. A
A literatura de informação, diferentemente da literatura jesuítica, apresenta os relatos dos portugueses a
partir da chegada no Brasil. Assim, é descrita a fauna, assim como a flora, dentre outras características
locais

2. C
Um dos maiores nomes da literatura barroca, Padre Antônio Vieira buscou, por meio de seu
questionamento sobre a composição da fé e religião, apresentar a luta contra a escravização, contra a
desumanidade sobre os nativos, pregando a ideia de igualdade entre os seres humanos.

3. D
Com excessão da alternativa D, as demais estão corretas. A análise psicológica dos personagens é uma
estratégia muito utilizada na literatura brasileira do século XIX, sobretudo com o período realista.

4. D
As cartas chilenas marcaram o cenário de Minas Gerais, uma vez que, de modo anônimo, criticaram o
sistema governamental vigente.

5. AeB
O tom bucólico e pastoril foi de grande importância para a literatura árcade. Além disso, as Cartas
Chilenas, com críticas ao modelo vigente de governo, marcaram as obras de Minas Gerais.

Exercícios de vestibulares

1. Os relatos de viagem e a literatura jesuítica dominaram a produção literária colonial, já que o Brasil ainda
não tinha uma identidade cultural estruturada.

2. A
É possível analisar que o objetivo da Coroa Portuguesa e da Companhia de Jesus em relação ao povo
nativo do Brasil estava dando certo, pois os versos “Dos vícios já desligados,/nos pajés não crendo
mais,/nem suas danças rituais,/nem seus mágicos cuidados” mostram o processo de aculturamento a
que estavam submetidos os índios.

3. C
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de
caráter religioso. – CORRETA
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume
um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta. - CORRETA
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no
Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético. -
CORRETA
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto das
chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina. – ERRADA. As
Literatura

produções literárias neste período prendem-se à literatura de catequese e informação, traços dos
primeiros contatos dos portugueses com nativos brasileiros.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil
colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra. - CORRETA

4. D
O Barroco questionava bastante a relação entre os sentidos e as ações do homem, mostrando que,
muitas vezes, o indivíduo se deixa levar por eles.

5. A
No poema de Gregório de Matos, é possível perceber a crítica à colonização portuguesa e a sua forma
de governo. Dessa forma, podemos perceber uma visão nacionalista por parte do autor, e essa
característica marcou, posteriormente, o Romantismo, principalmente a 1ª geração.

6. E
Sendo a única alternativa com a definição correta da característica literária, uma vez que o cultismo pode
ser definido pelo jogo de palavras (exploração das figuras de linguagem), e o conceptismo, pelo jogo de
ideias e argumentações, o texto aborda essa segunda forma de expressão, muito presente na escola
barroca.

7. E
Nesse fragmento, Padre Antônio Vieira relaciona os maus tratos sofridos pelos escravos nos engenhos
de açúcar à dor de Cristo crucificado.

8. C
Apesar de, em todas alternativas, haver uma característica pertinente ao Barroco, a única abordada no
soneto contido na questão é a preocupação com a efemeridade da vida. Esta fica evidente quando o eu
lírico trata sobre a transformação do dia em noite e aborda a transfiguração da beleza.

9. E
Ambos os textos valorizam os lemas árcades “Locus Amoenus” e “Fugere Urbem”, pois anseiam a
vivência na simplicidade do campo, distante dos apegos materiais do meio urbano.

10. A
O poema de Tomás Antônio Gonzaga valoriza a efemeridade da vida e o ambiente natural como cenário
do convencionalismo amoroso. No entanto, o lema árcade “Aurea Mediocritas”, que significa o desapego
à vida urbana e ao materialismo, não é mencionado no poema, já que o eu lírico não alude ao cenário
urbano.
Matemática

Porcentagem

Objetivo
Compreender o significado de porcentagem, como esse conceito se relaciona com o todo. Saber calcular
aumentos e reduções percentuais.

Se liga

Para não se perder nesse conteúdo, é necessário saber os conceitos gerais de fração e suas relações com
números decimais, os quais podem ser vistos clicando aqui. Mas, caso não seja direcionado, procure na
biblioteca pela aula “Frações e números decimais”.

Curiosidade
O símbolo de porcentagem % tem uma barra e dois zeros para simbolizar a divisão por 100 ( ). Também
100
existe o conceito de divisão por mil, cujo símbolo é ‰.

Teoria

1) Definição
Porcentagem é uma fração de denominador 100.
Exemplos:
3
= 0,03 = 3%
100

37
= 037 = 37%
100

Mas, e se a fração não tiver denominador 100? Transformamos essa fração em uma que tenha
denominador 100. Exemplo:
2 40
= = 40%
5 100

Abaixo, 40 quadradinhos, dentre os 100, estão sombreados (40%).


Matemática

Obs.: Se quisermos calcular 𝑥% de algum valor 𝑦, devemos aplicar uma multiplicação. Ou seja:

𝑥
𝑥% 𝑑𝑒 𝑦 = ∙𝑦
100

Exemplo: um desconto de 10% sobre 𝑅$800,00 equivale a um desconto de:

10
10% 𝑑𝑒 800 = ∙ 800 = 𝑅$80,00
100

2) Fatores multiplicativos
Para facilitar o cálculo de um valor resultante de um aumento ou desconto percentual, utilizam-se os fatores
multiplicativos:

• Fator de aumento:
Imagine uma quantidade 𝐶 que será aumentada em uma taxa 𝑖. O resultado desse aumento pode ser
calculado por:
𝑀= 𝐶
⏟ + 𝐶⏟∙𝑖 = 𝐶(1 + 𝑖)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜
𝑣𝑎𝑖 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟

Exemplo: Calculando um aumento de 14% na quantia de 𝑅$50,00.

50
⏟ + ⏟
50 ∙ 14% = 50 + 50 ∙ 0,14 = 50(1 + 0,14) = 𝟓𝟎 ∙ 𝟏, 𝟏𝟒 = 𝑅$57,00
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜
𝑣𝑎𝑖 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟

O que queremos te mostrar é que um caminho rápido para calcular a quantia final, após o acréscimo de 14%,
é multiplicando os 50 reais por 1 + 0,14 = 1,14. De forma geral, esse atalho é a utilização da relação 𝐶(1 + 𝑖).

Exemplo: Um produto de 𝑅$40,00 passa por um aumento de 10% em janeiro e outro aumento de 10% em
fevereiro. Qual o valor do produto no final desses dois meses?

Fator de aumento: 1 + 10% = 1 + 0,1 = 1,1

Ao final do primeiro mês: 40 ∙ 1,1


Ao final do segundo mês: (40 ∙ 1,1
⏟) ∙ 1,1
⏟ = 40 ∙ 1,12 = 40 ∙ 1,21 = 𝑅$48,40.
primeiro segundo
aumento aumento

Esse é um problema em que dizemos que ocorreram aumentos sucessivos. Como cada aumento equivale a
multiplicar o capital inicial por 1,1 (aumento de 10%), e queremos dois aumentos em sequência, podemos
chegar ao resultado final fazendo o capital inicial vezes 1,1 ∙ 1,1 = 1,1².

• Fator de redução:
Analogamente, imagine uma quantidade 𝐶 que será reduzida em uma taxa 𝑖. O resultado dessa redução pode
ser calculado por:

𝑀 = 𝐶 − 𝐶 ∙ 𝑖 = 𝐶(1 − 𝑖)
Matemática

Exemplo: Calculando uma redução de 14% à quantia de 𝑅$50,00.

50
⏟ −⏟
50 ∙ 14% = 50 − 50 ∙ 0,14 = 50(1 − 0,14) = 𝟓𝟎 ∙ 𝟎, 𝟖𝟔 = 𝑅$43,00
o valor inicial quanto
vai reduzir

O que queremos te mostrar é que um caminho rápido para calcular a quantia final, após a redução de 14%, é
multiplicando os 50 reais por 1 − 0,14 = 0,86. De forma geral, esse atalho é utilização da relação 𝐶(1 − 𝑖).

aumento de 𝑖% 𝑒𝑚 𝑥 → 𝑥 ⋅ (1 + 𝑖)
Em resumo: {
redução de 𝑖% 𝑒𝑚 𝑥 → 𝑥 ⋅ (1 − 𝑖)
Matemática

Exercícios de fixação

1. Uma camisa aumentou 10% de seu valor antes de reduzir 10% para o dia da Black Friday. Qual a
redução percentual real do valor da camisa?

2. Deseja-se que um produto, após um desconto de 8%, passe a custar 𝑅$73,60. Qual deve ser o preço
desse produto antes do desconto?

3. Em um concurso, 520 candidatos se inscreveram. No dia da prova apenas 364 candidatos


compareceram. Neste caso, qual foi a porcentagem dos candidatos que faltaram a prova?
a) 10%
b) 20%
c) 30%
d) 40%

4. Aumenta-se todos os lados de um quadrado em 12%. Assim, sua área aumentará em:
a) 48%
b) 44%
c) 36,25%
d) 25,44%

5. Em uma caixa há peças defeituosas e não defeituosas, vermelhas e azuis. Sabe-se que 10% das peças
são defeituosas e 40% das peças não defeituosas são vermelhas. Se temos 108 peças azuis que não
são defeituosas, quantas peças há nessa caixa?
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2019) Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio
mensal dos trabalhadores brasileiros, no ano 2000, era de 𝑅$1250,00. Já o Censo 2010 mostrou que,
em 2010, esse valor teve um aumento de 7,2% em relação a 2000. Esse mesmo instituto projeta que,
em 2020, o rendimento médio mensal dos trabalhadores brasileiros poderá ser 10% maior do que foi
em 2010.
IBGE. Censo 2010. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).

Supondo que as projeções do IBGE se realizem, o rendimento médio mensal dos brasileiros em 2020
será de
a) 𝑅$1340,00.
b) 𝑅$1349,00.
c) 𝑅$1375,00.
d) 𝑅$1465,00.
e) 𝑅$1474,00.

2. (Enem, 2018) Quanto a inclinação de uma rampa é calculada da seguinte maneira: para cada metro
medido na horizontal, mede-se 𝑥 centímetros na vertical. Diz-se, nesse caso, que a rampa tem
inclinação de 𝑥%, como no exemplo da figura:

A figura apresenta um projeto de uma rampa de acesso a uma garagem residencial cuja base, situada
2 metros abaixo do nível da rua, tem 8 metros de comprimento.
Depois de projetada a rampa, o responsável pela obra foi informado de que as normas técnicas do
município onde ela está localizada exigem que a inclinação máxima de uma rampa de acesso a uma
garagem residencial seja de 20%. Se a rampa projetada tiver inclinação superior a 20%, o nível da
garagem deverá ser alterado para diminuir o percentual de inclinação, mantendo o comprimento da
base da rampa. Para atender às normas técnicas do município, o nível da garagem deverá ser
a) elevado em 40 𝑐𝑚.
b) elevado em 50 𝑐𝑚.
c) mantido no mesmo nível.
d) rebaixado em 40 𝑐𝑚.
e) rebaixado em 50 𝑐𝑚.
Matemática

3. (Enem, 2018) O colesterol total de uma pessoa é obtido pela soma da taxa do seu “colesterol bom” com
a taxa do seu “colesterol ruim”. Os exames periódicos, realizados em um paciente adulto, apresentaram
taxa normal de “colesterol bom”, porém, taxa do “colesterol ruim” (também chamado LDL) de
280 𝑚𝑔/𝑑𝐿. O quadro apresenta uma classificação de acordo com as taxas de LDL em adultos.

O paciente, seguindo as recomendações médicas sobre estilo de vida e alimentação, realizou o exame
logo após o primeiro mês, e a taxa de LDL reduziu 25%. No mês seguinte, realizou novo exame e
constatou uma redução de mais 20% na taxa de LDL. De acordo com o resultado do segundo exame, a
classificação da taxa de LDL do paciente é
a) ótima.
b) próxima de ótima.
c) limite
d) alta.
e) muito alta.

4. (Enem, 2021) O gráfico apresenta o nível de ocupação dos cinco reservatórios de água que abasteciam
uma cidade em 2 de fevereiro de 2015.

Nessa data, o reservatório com o maior volume de água era o


a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
Matemática

5. (Enem, 2018) Os alunos da disciplina de estatística, em um curso universitário, realizam quatro


avaliações por semestre com os pesos de 20%, 10%, 30% e 40%, respectivamente. No final do
semestre, precisam obter uma média nas quatro avaliações de, no mínimo, 60 pontos para serem
aprovados. Um estudante dessa disciplina obteve os seguintes pontos nas três primeiras avaliações:
46, 60 e 50, respectivamente. O mínimo de pontos que esse estudante precisa obter na quarta avaliação
para ser aprovado é
a) 29,8.
b) 71,0.
c) 74,5.
d) 75,5.
e) 84,0.

6. (Enem, 2018) Devido ao não cumprimento das metas definidas para a campanha de vacinação contra
a gripe comum e o vírus H1N1 em um ano, o Ministério da Saúde anunciou a prorrogação da campanha
por mais uma semana. A tabela apresenta as quantidades de pessoas vacinadas dentre os cinco
grupos de risco até a data de início da prorrogação da campanha

Qual é a porcentagem do total de pessoas desses grupos de risco já vacinadas?


a) 12
b) 18
c) 30
d) 40
e) 50

7. (Enem, 2018) Durante uma festa de colégio, um grupo de alunos organizou uma rifa. Oitenta alunos
faltaram à festa e não participaram da rifa. Entre os que compareceram, alguns compraram três
bilhetes, 45 compraram 2 bilhetes, e muitos compraram apenas um. O total de alunos que comprou um
único bilhete era 20% do número total de bilhetes vendidos, e o total de bilhetes vendidos excedeu em
33 o número total de alunos do colégio. Quantos alunos compraram somente um bilhete?
a) 34
b) 42
c) 47
d) 48
e) 79
Matemática

8. (Enem, 2017) Num dia de tempestade, a alteração na profundidade de um rio, num determinado local,
foi registrada durante um periodo de 4 horas. Os resultados estão indicados no gráfico de linhas. Nele,
a profundidade ℎ, registrada às 13 horas, não foi anotada e, a partir de ℎ, cada unidade sobre o eixo
vertical representa um metro.

Foi informado que entre 15 horas e 16 horas, a profundidade do rio diminuiu em 10%. Às 16 horas, qual
é a profundidade do rio, em metro, no local onde foram feitos os registros?
a) 18
b) 20
c) 24
d) 36
e) 40

9. (Enem, 2020) O quadro representa os gastos mensais, em real, de uma família com internet,
mensalidade escolar e mesada do filho. No início do ano, a internet e a mensalidade escolar tiveram
acréscimos, respectivamente, de 20% e 10%. Necessitando manter o valor da despesa mensal total
com os itens citados, a família reduzirá a mesada do filho. Qual será a porcentagem da redução da
mesada?

a) 15,0
b) 23,5
c) 30,0
d) 70,0
e) 76,5
Matemática

10. (Enem, 2019) Para construir uma piscina, cuja área total da superfície interna é igual a 40 𝑚², uma
construtora apresentou o seguinte orçamento: 𝑅$10.000,00 pela elaboração do projeto; 𝑅$40.000,00
pelos custos fixos; 𝑅$2.500,00 por metro quadrado para construção da área interna da piscina. Após a
apresentação do orçamento, essa empresa decidiu reduzir o valor de elaboração do projeto em 50%,
mas recalculou o valor do metro quadrado para a construção da área interna da piscina, concluindo
haver a necessidade de aumentá-lo em 25%. Além disso, a construtora pretende dar um desconto nos
custos fixos, de maneira que o novo valor do orçamento seja reduzido em 10% em relação ao total
inicial. O percentual de desconto que a construtora deverá conceder nos custos fixos é de
a) 23,3%
b) 25,0%
c) 50,0%
d) 87,5%
e) 100,0%

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Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Redução de 𝟏%.
Se a camisa 𝐶 aumentar 10% de seu valor, ela passará a custar 1,1𝐶. Após uma redução de 10%, ela
passará a custar 1,1𝐶 ⋅ 0,9 = 0,99𝐶, o que equivale a uma redução real de 1%.

2. 𝐑$𝟖𝟎, 𝟎𝟎
73,60
Seja o preço do produto igual a 𝑥. Queremos que 0,92𝑥 = 73,60 → 𝑥 = = 𝑅$80,00.
0,92

3. C
364
Compareceram = 0,7 = 70% dos candidatos. Logo, faltaram 30%.
520

4. D
Os lados passaram de 𝐿 para medir 1,12𝐿. Assim, a área do quadrado será (1,12𝐿)2 = 1,2544𝐿², o que
equivale a 25,44% a mais que a área 𝐿².

5. 𝟐𝟎𝟎 peças
Se temos 𝑃 peças, 0,1𝑃 são defeituosas, e 0,9𝑃 não são. Como 40% dessas pessas são vermelhas, 60%
delas são azuis. Isto é, 0,6 ⋅ 0,9𝑃 = 108 → 𝑃 = 200 peças.

Exercícios de vestibulares

1. E
De acordo com o enunciado, o rendimento médio mensal dos brasileiros em 2020 será de
1,072 ⋅ 1,10 ⋅ 𝑅$1 250,00 = 𝑅$1 474,00

2. A
2−𝑥 2−𝑥 1
= 20% ⇔ = ⇔ 10 − 5𝑥 = 8 ⇔ 𝑥 = 0,4
8 8 5

Assim, o nível da garagem deverá ser elevado em 40 𝑐𝑚.

3. D
Pelo enunciado, vemos que a taxa inicial é igual a 280 𝑚𝑔/𝑑𝐿. Esta reduzirá, em um mês, 25%. Ou seja,
a taxa foi para 280 × 0,75 = 210 𝑚𝑔/𝑑𝐿.
No segundo mês, ele reduziu em 20% sua taxa em relação ao mês anterior. Dessa forma, a taxa
final dele é de 210 × 0,8 = 168 𝑚𝑔/𝑑𝐿. Consultando a tabela, sua taxa será considerada alta.

4. D
Os volumes de cada reservatório, em bilhões de litros, são iguais a
0,2 ∙ 105 = 21
0,3 ∙ 100 = 30
0,5 ∙ 25 = 10
0,4 ∙ 80 = 32
0,6 ∙ 40 = 24

Portanto, o reservatório com maior volume é o IV.

5. C
Sendo 𝑁4 a nota na quarta avaliação, temos:
Matemática

46 ⋅ 20% + 60 ⋅ 10% + 50 ⋅ 30% + 𝑁4 ⋅ 40% 3.020 + 40 ⋅ 𝑁4


≥ 60 ⇔ ≥ 60
100% 100

40 ⋅ 𝑁4 ≥ 6.000 − 3020 ⇔ 𝑁4 ≥ 74,5

6. D
I. Total de pessoas, em milhões, desses grupos de risco: 4,5 + 2,0 + 2,5 + 0,5 + 20,5 = 30
II. Total de pessoas, em milhões, já vacinadas desses grupos de risco: 0,9 + 1,0 + 1,5 + 0,4 + 8,2 =
12
12
III. Logo, a porcentagem do total de pessoas desses grupos de risco já vacinadas é: = 0,4 = 40%
30

7. D
Sejam 𝑥 e 𝑛, respectivamente, o número de alunos que compraram 3 bilhetes e o número total de bilhetes
vendidos. Logo, temos
3𝑥 + 2 ⋅ 45 + 0,2 ⋅ 𝑛 = 𝑥 + 45 + 0,2 ⋅ 𝑛 + 80 + 33 ⇔ 𝑥 = 34
Portanto, segue que
3 ⋅ 34 + 2 ⋅ 45 = 0,8𝑛 ⇔ 𝑛 = 240
A resposta é 0,2 ⋅ 240 = 48

8. A
Sendo ℎ, em metros, a profundidade do rio às 13ℎ, às 15 horas a profundidade era (ℎ + 6)𝑚, e às 16
horas a profundidade era (ℎ + 4)𝑚, 10% a menos do que às 15ℎ. Assim: ℎ + 4 = 90% (ℎ + 6) ⇔ ℎ +
4 = 0,90ℎ + 5,4 ⇔ ℎ = 14
Dessa forma, às 16ℎ a profundidade do rio, em metros, era ℎ + 4 = 14 + 4 = 18

9. B
Valor total anteriormente: 120 + 700 + 400 = 𝑅$1220,00
Mensalidade após +10%: 700 ⋅ 1,1 = 770. Internet após +20%: 120 ⋅ 1,2 = 144.
Seja o valor novo da mesada igual a 𝑥. Assim, 1220 = 770 + 144 + 𝑥 → 306.
306
Calculando o percentual: = 0,765 = 76,5% → redução de 23,5%
400

10. D
O valor do orçamento inicial é dado por 10000 + 40000 + 2500 ⋅ 40 = 150000.
Com o desconto de 10%, o novo orçamento passa a ser 150000 ⋅ (1 – 10%) = 135000.

Reduzindo o valor de elaboração do projeto em 50%, aumentando o valor do metro quadrado em 25% e
dando um desconto de 𝑝% nos custos fixos, temos:
10000 ⋅ (1 – 50%) + 40000 (1 – 𝑝%) + 2500 ⋅ 40 ⋅ (1 + 25%) = 135000
5000 + 40000 (1 – 𝑝%) + 125000 = 135000
40000 (1 – 𝑝%) = 5000 ⇔ 1 – 𝑝% = 0,125
𝑝% = 0,875 = 87,5%
Matemática

Regra de três simples e composta

Objetivo
Aprender a utilizar a regra de três para cálculos de proporção entre duas ou mais grandezas.

Se liga
Para essa aula, você vai precisar saber o que são grandezas diretamente e inversamente proporcionais. Caso
queira recordar, você pode assistir uma aula sobre clicando aqui, caso não seja redirecionado
automaticamente para a aula, busque por “Grandezas diretamente e inversamente proporcionais” na nossa
biblioteca.

Curiosidade
Você sabia que no canal do descomplica do youtube nós temos um “quer que desenhe” incrível resumindo
sobre o conteúdo de regra de três simples? Dê uma conferida clicando aqui.

Teoria

Na semana passada, vimos como relacionar grandezas diretamente e inversamente proporcionais. Agora,
vamos aplicar tais estratégias em contextos que envolvem duas ou mais grandezas, especificamente em
casos em que um de seus valores é desconhecido.

Regra de três simples


Elas envolvem apenas duas grandezas. Nesse caso, podemos analisar as grandezas envolvidas da seguinte
forma:

● 1º passo: identificar as grandezas envolvidas nos cenários do problema, perceber se são diretamente ou
inversamente proporcionais e atribuir uma incógnita para o valor desconhecido.
● 2º passo: montar a proporção entre as grandezas (mantendo ou invertendo as razões, a depender se as
grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais, respectivamente) e efetuar os cálculos
necessários.

Exemplo: Uma confeiteira produz 100 brigadeiros com 4 latas de leite condensado. Determine quantos
brigadeiros serão produzidos com 10 latas de leite condensado.

1º passo: Determinando as grandezas e avaliado suas relações de proporcionalidade.

Valores das grandezas:


● Número de brigadeiros (100, 𝑥)
● Latas de leite condensado (4, 10)
Matemática
As grandezas quantidade de brigadeiros e quantidade de latas de leite condensado são diretamente
proporcionais, uma vez que, quanto mais latas produzidas, maior é o número de brigadeiros produzidos.
2º passo: Como as grandezas são diretamente proporcionais, não precisamos inverter as razões associadas
a cada uma delas. Assim, seguimos com a proporção:

100 4
= ⇒ 4𝑥 = 1000 ⇒ 𝑥 = 250
𝑥 10

Logo, serão produzidos 250 brigadeiros.

Vamos de mais um exemplo?

Exemplo: Um grupo de 5 professores levou 12 dias para preparar uma avaliação da escola onde trabalham.
Considerando que todos os professores têm a mesma produtividade e velocidade de trabalho, quantos dias
serão necessários para que 30 professores preparem essa mesma avaliação?

1º passo: Determinando as grandezas e avaliado suas relações de proporcionalidade.

Valores das grandezas:


● Professores (5, 30)
● Tempo (12, 𝑥)

As grandezas “número de professores” e “tempo” são inversamente proporcionais, uma vez que, quanto mais
professores trabalhando na tarefa, menos tempo será necessário para completá-la.

2º passo: Como as grandezas são inversamente proporcionais, deve-se inverter uma das razões. Repare que,
na resolução a seguir, será invertida a segunda fração.

5 𝑥 60
= ⇒ 5 ∙ 12 = 30𝑥 ⇒ 𝑥 = =2
30 12 30

Assim, serão necessários 2 dias para que 30 professores preparem a avaliação.

Regra de três composta


A regra de três composta se diferencia da regra de três simples pela quantidade de grandezas envolvidas na
situação-problema. Enquanto na regra de três simples apenas duas grandezas são relacionadas, as técnicas
de resolução para regra de três composta se adequam para qualquer quantidade de grandezas. Para
solucionar um problema com três ou mais grandezas proporcionais, deve-se aplicar o seguinte passo a passo:
● 1º passo: identificar as grandezas envolvidas no problema, em especial a grandeza prioritária (à qual
atribuiremos uma variável para seu valor desconhecido);
● 2º passo: determinar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais à grandeza
prioritária;
Matemática
● 3º passo: montar uma proporção onde se igualam a razão entre os valores da grandeza prioritária de um
lado e o produto entre as demais grandezas (mantendo ou invertendo cada fração, a depender se as
grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais à grandeza prioritária, respectivamente) do
outro. Por fim, efetuar os cálculos necessários.

Exemplo: Em uma fábrica, duas máquinas carregam cinco caminhões em 2,5 horas. Supondo que o
rendimento das máquinas se mantenha constante nessa fábrica, determine quanto tempo será gasto para
dez dessas máquinas carregarem 60 caminhões.

𝟏º passo: Determinando as grandezas.


● Tempo (2,5 / 𝑥) → grandeza prioritária
● Máquinas (2 / 10)
● Caminhões (5 / 60)

𝟐º passo: avaliado suas relações de proporcionalidade.


● “Tempo” e “máquinas” são inversamente proporcionais, pois, quanto mais máquinas, menos tempo elas
levam para encher os caminhões.
● “Tempo” e “caminhões” são diretamente proporcionais, pois, quanto mais caminhões precisam ser
abastecidos, maior é tempo para enchê-los.

𝟑º passo:
Usualmente, montamos uma tabela com os dados do enunciado, usando setas de mesmo sentido para
representarmos grandezas diretamente proporcionais e setas em sentidos opostos para expressar grandezas
inversamente proporcionais. Isto é visto abaixo.

Tempo (horas) ↑ Máquinas ↓ Caminhões ↑


2,5 2 5
𝑥 10 60

Devemos inverter a razão do número de máquinas (por ser inversamente proporcional ao tempo) e manter a
de caminhões (por ser diretamente proporcional ao tempo) ao fazer a proporção:

2,5 10 5 2,5 50 2,5 5


𝑥
= ∙
2 60
→ 𝑥
= 120 → 𝑥
= 12 → 𝑥 = 6 horas

Logo, levar-se-ia (mesóclise bonita, né?) 6 horas.

Regra de três é ótimo, não é? Quase uma benção. Só cuidado para não ter a
lógica como a ao lado! É verdade que a regra de três aparece em muitos
vestibulares e questões (no Enem então, nem se fala!). Porém, só devemos usá-
la em problemas com grandezas proporcionais (direta ou inversamente)! Ou
seja, em que, ao aumentarmos um grandeza, a outra aumenta/diminui na mesma
proporção/na proporção inversa − se uma dobra, a outra dobra (exemplo do
caso de diretamente proporcionais), se uma triplica, a outra cai pela terça parte
(exemplo do caso de inversamente proporcionais).
Matemática

Exercícios de Fixação

1. Uma empresa consegue colocar 420 doces dentro de 6 caixas. Quantos doces cabem em 10 caixas?
a) 600
b) 660
c) 700
d) 760

2. Quatro carros transportam 16 pessoas. Para transportar 320 pessoas, quantos carros iguais a esses
seriam necessários?
a) 20
b) 40
c) 80
d) 160

3. Uma moto percorre 240 𝑘𝑚 utilizando 20 litros de gasolina. Quantos litros ela precisa para percorrer
360 𝑘𝑚?
a) 30 litros.
b) 28 litros.
c) 26 litros.
d) 24 litros.

4. Em uma fábrica de perfumes, 3 máquinas produzem 900 perfumes em 12 dias. Quantos dias serão
necessários para 8 máquinas produzirem 1200 perfumes?
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 10

5. Uma lanchonete produz 480 sanduíches em 6 dias quando 4 funcionários estão trabalhando. Quantos
funcionários são necessários para que essa lanchonete faça 600 sanduíches em 4 dias?
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 8
Matemática

Exercícios de Vestibulares

1. (Enem, 2014) Durante uma epidemia de uma gripe viral, o secretário de saúde de um município comprou
16 galões de álcool em gel, com 4 litros de capacidade cada um, para distribuir igualmente em
recipientes para 10 escolas públicas do município. O fornecedor dispõe à venda diversos tipos de
recipientes, com suas respectivas capacidades listadas:
I. Recipiente I: 0,125 litro;
II. Recipiente II: 0,250 litro;
III. Recipiente III: 0,320 litro;
IV. Recipiente IV: 0,500 litro;
V. Recipiente V: 0,800 litro.

O secretário de saúde comprará recipientes de um mesmo tipo, de modo a instalar 20 deles em cada
escola, abastecidos com álcool em gel na sua capacidade máxima, de forma a utilizar todo o gel dos
galões de uma só vez. Que tipo de recipiente o secretário de saúde deve comprar?
a) 𝐼.
b) 𝐼𝐼.
c) 𝐼𝐼𝐼.
d) 𝐼𝑉.
e) 𝑉.

2. (Enem, 2020) Um motociclista planeja realizar uma viagem cujo destino fica a 500 𝑘𝑚 de sua casa. Sua
moto consome 5 litros de gasolina para cada 100 𝑘𝑚 rodados, e o tanque da moto tem capacidade
para 22 litros. Pelo mapa, observou que no trajeto da viagem o último posto disponível para
reabastecimento, chamado Estrela, fica a 80 𝑘𝑚 do seu destino. Ele pretende partir com o tanque da
moto cheio e planeja fazer somente duas paradas para reabastecimento, uma na ida e outra na volta,
ambas no posto Estrela. No reabastecimento para a viagem de ida, deve considerar também
combustível suficiente para se deslocar por 200 𝑘𝑚 no seu destino. A quantidade mínima de
combustível, em litro, que esse motociclista deve reabastecer no posto Estrela na viagem de ida, que
seja suficiente para fazer o segundo reabastecimento, é
a) 13.
b) 14.
c) 17.
d) 18.
e) 21.
Matemática
3. (Cefet) Uma fábrica de calçados, localizada em Nova Serrana, emprega 16 operários, os quais
produzem 120 pares de calçados em 8 horas de trabalho diárias. A fim de ampliar essa produção para
300 pares por dia, a empresa mudou a jornada de trabalho para 10 horas diárias. Nesse novo contexto,
o número de operários será igual a:
a) 16.
b) 24.
c) 32.
d) 48.
e) 50.

4. (Enem - 2016) Um banco de sangue recebe 450 𝑚𝐿 de sangue de cada doador. Após separar o plasma
sanguíneo das hemácias, o primeiro é armazenado em bolsas de 250 𝑚𝐿 de capacidade. O banco de
sangue aluga refrigeradores de uma empresa para estocagem das bolsas de plasma, segundo a sua
necessidade. Cada refrigerador tem uma capacidade de estocagem de 50 bolsas. Ao longo de uma
semana, 100 pessoas doaram sangue àquele banco. Admita que, de cada 60 𝑚𝐿 de sangue, extraem-
se 40 𝑚𝐿 de plasma. O número mínimo de congeladores que o banco precisou alugar, para estocar
todas as bolsas de plasma dessa semana, foi
a) 2
b) 3
c) 4
d) 6
e) 8

5. (Enem - 2020) Muitos modelos atuais de veículos possuem computador de bordo. Os computadores
informam em uma tela diversas variações de grandezas associadas ao desempenho do carro, dentre
elas o consumo médio de combustível. Um veículo, de um determinado modelo, pode vir munido de um
dos dois tipos de computadores de bordo:
● Tipo 𝐴: informa a quantidade 𝑋 de litro de combustível gasto para percorrer 100 quilômetros
● Tipo 𝐵: informa a quantidade de quilômetro que o veículo é capaz de percorrer com um litro de
combustível.

Um veículo utiliza o computador do Tipo 𝐴, e ao final de uma viagem o condutor viu apresentada na tela
a informação “𝑋/100”.
Caso o seu veículo utilizasse o computador do Tipo 𝐵, o valor informado na tela seria obtido pela
operação
a) 𝑥 ∙ 100
𝑥
b)
100
100
c)
𝑥
1
d)
𝑥
e) 1 ⋅ 𝑥
Matemática
6. (BNB, FGV) Em uma agência bancária, dois caixas atendem em média seis clientes em 10 minutos.
Considere que, nesta agência, todos os caixas trabalham com a mesma eficiência e que a média citada
sempre é mantida. Assim, o tempo médio necessário para que cinco caixas atendam 45 clientes é de:
a) 45 minutos;
b) 30 minutos;
c) 20 minutos;
d) 15 minutos;
e) 10 minutos.

7. (Enem, 2009) Uma escola lançou uma campanha para seus alunos arrecadarem, durante 30 dias,
alimentos não perecíveis para doar a uma comunidade carente da região. Vinte alunos aceitaram a
tarefa e nos primeiros 10 dias trabalharam 3 horas diárias, arrecadando 12 𝑘𝑔 de alimentos por dia.
Animados com os resultados, 30 novos alunos somaram-se ao grupo, e passaram a trabalhar 4 horas
por dia nos dias seguintes até o término da campanha. Admitindo-se que o ritmo de coleta tenha se
mantido constante, a quantidade de alimentos arrecadados ao final do prazo estipulado seria de
a) 920 𝑘𝑔.
b) 800 𝑘𝑔.
c) 720 𝑘𝑔.
d) 600 𝑘𝑔.
e) 570 𝑘𝑔.

8. (Unicamp, 2001) Uma obra será executada por 13 operários (de mesma capacidade de trabalho)
trabalhando durante 11 dias com jornada de trabalho de 6 horas por dia. Decorridos 8 dias do início da
obra 3 operários adoeceram e a obra deverá ser concluída pelos operários restantes no prazo
estabelecido anteriormente. Qual deverá ser a jornada diária de trabalho dos operários restantes nos
dias que faltam para a conclusão da obra no prazo previsto?
a) 7ℎ 42 𝑚𝑖𝑛
b) 7ℎ 44 𝑚𝑖𝑛
c) 7ℎ 46 𝑚𝑖𝑛
d) 7ℎ 48 𝑚𝑖𝑛
e) 7ℎ 50 𝑚𝑖𝑛
Matemática

9. (Enem, 2016) Um paciente necessita de reidratação endovenosa feita por meio de cinco frascos de
soro durante 24 ℎ. Cada frasco tem um volume de 800 𝑚𝐿 de soro. Nas primeiras quatro horas, deverá
receber 40% do total a ser aplicado. Cada mililitro de soro corresponde a 12 gotas. O número de gotas
por minuto que o paciente deverá receber após as quatro primeiras horas será
a) 16.
b) 20.
c) 24.
d) 34.
e) 40.

10. Numa gráfica existem 3 impressoras off set que funcionam ininterruptamente, 10 horas por dia, durante
4 dias, imprimindo 240 000 folhas. Tendo-se quebrado umas das impressoras e necessitando-se
imprimir, em 6 dias, 480 000 folhas, quantas horas por dia deverão funcionar ininterruptamente as duas
máquinas restantes?
a) 20
b) 8
c) 15
d) 10
e) 8

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Matemática
Gabaritos

Exercícios de Fixação

1. C
Se tivermos mais caixas, então teremos mais doces, logo as grandezas são diretamente proporcionais:
420 − 6 𝑥 − 10

Agora, basta multiplicarmos cruzado:


4200
6𝑥 = 420 ⋅ 10 ⇒ 6𝑥 = 4200 ⇒ 𝑥 = 6
⇒ 𝑥 = 700

2. C
As grandezas são diretamente proporcionais:
4 − 16 𝑥 − 320

Multiplicando cruzado, temos


1280
16𝑥 = 4 ⋅ 320 → 16𝑥 = 1280 𝑥 = 16
𝑥 = 80
3. A
As grandezas são diretamente proporcionais, logo multiplicamos cruzado:
240 − 20 360 − 𝑥

Multiplicando cruzado, temos


7200
240𝑥 = 20 ∙ 360 → 240𝑥 = 7200𝑥 = → 𝑥 = 30
240

4. C
As grandezas são: quantidade de máquinas, quantiadde de perfumes e tempo em dias.
3 − 900 − 12 8 − 1200 − 𝑥

Tomando o tempo como referencial, temos que a quantidade de máquinas é inversamente proporcional
e a quantidade de perfumes é diretamente proporcional. Logo, teremos:
8 − 900 − 12 3 − 1200 − 𝑥

Calculando, temos:
12 8 900
= ⋅
𝑥 3 1200
12 8 3
= ⋅
𝑥 3 4
12 24
=
𝑥 12
24𝑥 = 144 → 𝑥 = 6

5. E
Temos três grandezas: quantidade de sanduíches, tempo e quantidade de funcionários:
480 − 6 − 4 600 − 4 − 𝑥
Matemática
Tomando a quantidade de funcionários como referencial, a quantidade de sanduíches é diretamente
proporcional e o tempo é inversamente proporcional, logo teremos:
480 − 4 − 4 600 − 6 − 𝑥

Calculando, temos:
4 4 480 4 1920
= ⋅ ⇒ = ⇒ 14.400𝑥 = 1920𝑥 ⇒ 𝑥 = 7,5 …
𝑥 6 600 𝑥 3600

A questão pergunta quantos funcionários serão necessários. Com 7,5... funcionários o objetivo não é
atingido, logo precisaremos de 8 funcionários.

Exercícios de Vestibular

1. C
Temos 16 galões, cada um contendo 4 litros de álcool em gel, assim teremos 16 ∙ 4 = 64 litros de álcool
em gel. Como cada uma das 10 escolas receberá 20 recipientes, a capacidade de cada recipiente será
64
de = 0,32 litros.
10 ∙ 20

2. C
100
O consumo da moto é igual a = 20𝑘𝑚/𝐿.
5
420
De sua casa até o posto Estrela serão consumidos = 21 litros de combustível.
20
Logo, restará 22 – 21 = 1 litro no tanque.
O motociclista percorrerá 80 𝑘𝑚 para chegar ao seu destino, 200 𝑘𝑚 no destino e mais 80 𝑘𝑚 para
retornar ao posto Estrela, o que corresponde a 80 ∙ 2 + 200 = 360 𝑘𝑚. Em consequência, ele precisará
360
reabastecer, na ida, um total de – 1 = 17 litros.
20

3. C
Operários e horas são inversamente proporcionais e operários e sapatos são diretamente proporcionais.
Assim,
operário horas sapatos
16 8 240
x 10 600
16 10 240
= .  x = 32
x 8 600

4. B
Naquela semana, houve 450 ∙ 100 𝑚𝑙 de sangue. Logo,

60 ml (sangue) ---- 40 ml (plasma)


45000 ml ----------- x

Multiplicando cruzado, 60𝑥 = 40 ∙ 45000, assim 𝑥 = 30000 𝑚𝑙 de plasma.


30000
Dividindo por 250 temos = 120 bolsas e depois dividindo por 50 que é a capacidade do congelador
250
120
temos = 2,4. Assim, serão necessário mais de 2 congeladores, portanto 3 congeladores é a resposta.
50

5. C
O computador do tipo 𝐴 indicou que foram gastos x litros para percorrer a distância de 100 𝑘𝑚. Logo,
sabendo que o consumo médio de um veículo é dado pela razão entre a distância percorrida e a
Matemática
quantidade de litros de combustível necessária para percorrer essa distância, segue que o consumo
100
médio exibido pelo computador do tipo 𝐵 é .
𝑥

6. B
O número de minutos é inversamente proporcional ao número de caixas e diretamente proporcional ao
número de clientes. Assim, segue que:

clientes caixas minutos


6 2 10
45 5 x
10 5 6
= .  x = 30
x 2 45

7. A
Alunos dias Horas Alimento (kg)
20 10 3 120
50 20 4 𝑥

120 𝑥
= ⇔ 𝑥 = 800𝑘𝑔
20 ⋅ 10 ∙ 3 50 ⋅ 20 ⋅ 4

Total arrecadado = 800 + 120 = 920 𝑘𝑔

8. D
Aumentando o nº de horas por dia, diminui o número de dias. Inversamente proporcional.
Aumentando o numero de horas por dia, diminui o numero de operários. Inversamente proporcional.
Chamaremos o número de horas por dia de 𝑥 e inverteremos as outras frações:
6 10 11
= ⋅
𝑥 13 11
𝑥 = 7,8
Transformando 0,8 horas em minutos: 0,8 ∙ 60 = 48
7 horas e 48 minutos.

9. C
O volume total é de 800 𝑚𝐿 ∙ 5 = 4000 𝑚𝐿. Nas primeiras 4 horas ele tomou 40% então para o resto sobram
60% 𝑑𝑒 4000 = 2400 𝑚𝐿. Como cada 𝑚𝐿 equivalem a 12 gotas, 2400 𝑚𝐿 equivalem 2400 ∙ 12 = 28800
gotas e como 1 hora valem 60 minutos, 20 horas valem 20 ∙ 60 = 1200. Assim dividindo 28800 por 1200
obtem-se 24 gotas por minuto.

10. A
Analisando as grandezas: horas/dia com dia é inversa, horas/dia com impressoras é inversa e horas/dia
com folhas é direta
impres. horas/ dia dias folhas
3 10 4 240000
2 x 6 480000
10 2 6 240000
= . .  x = 20
x 3 4 480000
Matemática

Estudo dos polígonos: definição, classificação, soma dos ângulos


internos e externos, diagonais

Objetivo
Compreender a definição de polígonos, tal como suas classificações e propriedades. Estabelecer um
significado para as propriedades angulares e o número de diagonais de um polígono.

Curiosidade
O prefixo poli significa muitos, enquanto o termo gonos faz referência ao número de lados. Assim, polígonos
carregam o sentido de serem “figuras de muitos lados”.

Teoria

Definição
Polígono é uma linha fechada formada pela união de segmentos de reta, de modo que os segmentos se
encontrem dois a dois em uma única extremidade comum e que não se cruzem no mesmo plano.

Polígonos convexos e não-convexos (côncavo)


O polígono 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹 é chamado de convexo se, ao tomarmos dois pontos quaisquer na região limitada pelo
polígono, o segmento de reta que os une sempre estará inteiramente contido nesta região. Uma outra maneira
de visualizar se um polígono é convexo ou não, é pelas suas diagonais: se uma diagonal passar por fora do
polígono, ele é não é convexo, sendo chamado de côncavo.

O polígono 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹 é convexo, uma vez que traçando qualquer segmento como extremidades em seu interior,
o segmento estará inteiramente contido no interior do polígono.

̅̅̅̅, apesar de ter vértices no interior no


O polígono 𝑀𝑁𝑂𝑃𝑄𝑅𝑆 é não-convexo, uma vez que o segmento 𝑈𝑇
polígono, possui um trecho que é externo ao mesmo.
Matemática

Elementos de um polígono convexo


Um polígono convexo tem alguns elementos importantes a serem estudados como: vértices, lados, diagonais,
ângulos internos e ângulos externos.

Vértices
São os pontos 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷, 𝐸 e 𝐹. Cada um deles é comum às extremidades de exatamente dois segmentos que
formam o polígono.

Lados
̅̅̅̅, ̅̅̅̅
São os segmentos de reta 𝐴𝐵 BC, ̅̅̅̅
CD, ̅̅̅̅ ̅̅̅ e ̅̅̅̅
DE, ̅EF 𝐹𝐴.

Diagonais
̅̅̅̅ , AD
São os segmentos de reta que ligam um vértice a outro não consecutivo a ele: 𝐴𝐶 ̅̅̅̅, AE
̅̅̅̅, BD
̅̅̅̅, BE
̅̅̅̅, BF ̅̅̅̅, CF
̅̅̅̅, CE ̅̅̅̅ e
̅̅̅̅
𝐷𝐹 . Para encontrar o número de diagonais que um polígono possui, usamos a fórmula:

𝑛(𝑛 − 3)
𝐷=
2

E para encontrar o número de diagonais que partem de cada vértice, usamos a fórmula:
𝑑 =𝑛−3

Ângulos Internos
São formados por dois lados consecutivos contidos na região interna do polígono. São ângulos internos desse
polígono: 𝐴𝐵̂𝐶 ou 𝐵̂, 𝐵𝐶̂ 𝐷 ou 𝐶̂ , 𝐶𝐷 ̂ , 𝐷𝐸̂ 𝐹 ou 𝐸̂ , 𝐸𝐹̂ 𝐴 ou 𝐹̂ e 𝐹𝐴̂𝐵 ou 𝐴̂.
̂ 𝐸 ou 𝐷

A soma dos ângulos internos de um polígono convexo é dada pela fórmula:


𝑆𝑖 = 180°(𝑛 − 2)
Onde 𝑛 é o número de lados do polígono.
Matemática

Ângulos Externos
São os ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do seu lado consecutivo.

A soma dos ângulos externos é sempre 360°, qualquer que seja o polígono convexo.
𝑆𝑒 = 360°

Nome dos polígonos quanto ao número de lados

Número de lados Nome do polígono


3 Triângulo
4 Quadrilátero
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono

Observação:
O perímetro de um polígono, representado por 2p, é dado pela soma de todos os seus lados. E p é a
representação de semiperímetro.

Polígonos Regulares
Um polígono regular é aquele que todos os lados possuem mesmo comprimento (equilátero) e que todos os
ângulos internos possuem a mesma medida (equiângulo). Por essas características, eles possuem duas
fórmulas específicas:
Matemática

• Medida do ângulo interno de um polígono regular de 𝑛 lados:


Se a soma dos ângulos internos é 𝑆𝑖 = 180°(𝑛 − 2) e todos esses ângulos possuem mesma medida, cada
ângulo interno terá:
180°(𝑛 − 2)
𝑎𝑖 =
𝑛

• Medida do ângulo externo de um polígono regular de 𝑛 lados:


Se a soma dos ângulos externos é 𝑆𝑒 = 360° e todos esses ângulos possuem mesma medida, cada ângulo
externo terá:
360°
𝑎𝑒 =
𝑛
Matemática

Exercícios de fixação

1. Reflita e responda às seguintes perguntas. Dê exemplos que sustentem a sua resposta:


a) Todo polígono equiângulo (com ângulos de mesma medida) é equilátero?
b) Todo polígono equilátero é equiângulo?

2. Construa em seu caderno um polígono convexo qualquer, com quantos lados queira. Escolha um único
vértice e trace todas as suas diagonais.
a) Em quantos triângulos o polígono original ficou dividido?
b) Se tivéssemos um polígono de 𝑛 lados e fizéssemos a mesma construção, em quantos triângulos
o polígono estaria dividido?
c) Relembremos: a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é sempre 180°. Volte ao
polígono que você construiu no início dessa questão. Quanto vale a soma dos ângulos internos de
todos os triângulos que foram obtidos por você, juntos?
d) E qual seria a soma dos ângulos internos de todos esses triângulos em um polígono de 𝑛 lados,
como pensado no item b?

3. Observe a figura abaixo que representa um parque na forma de um polígono convexo. Imagine-se agora
no vértice 𝐴 desse polígono. Sempre olhando em frente, você caminha sobre os lados do polígono, indo
de 𝐴 para 𝐵, de 𝐵 para 𝐶 e assim sucessivamente até retornar ao vértice 𝐴. Você sempre anda com o
seu pescoço reto, só girando o seu corpo o suficiente ao fazer uma curva. Ao final dessa caminhada, o
seu corpo fez um giro de quantos graus no total? Que propriedade de polígonos convexos podemos
concluir a partir desse experimento?
Matemática

4. Construa em seu caderno três polígonos convexos quaisquer, cada um com quantos lados queira, mas
cada um com um número diferente de lados. Em seguida, escolha um único vértice de cada um desses
polígonos e trace todas as diagonais que partem desse vértice.
a) Quantas diagonais você obteve a partir do vértice escolhido em cada polígono? Se escolhesse um
vértice diferente em cada polígono, esses valores ainda seriam os mesmos?
b) Agora, avalie o número de lados dos polígonos desenhados e o número de diagonais que partem
de cada vértice do respectivo polígono. Qual a relação entre esses valores? Para um polígono de
𝑛 lados, qual a relação entre o número 𝑛 de lados e de diagonais que partem de cada vértice?
c) Volte aos seus polígonos e termine de traçar todas as diagonais que saem de cada vértice. Se você
se deparar com uma diagonal que já foi traçada, mas agora ela está partindo de outro vértice, dê
um risco sobre ela para indicar que você a traçou duas vezes. Ao final desse experimento, quantas
diagonais estavam com um risco? Dessa forma, responda: o que aconteceria se, para contarmos
o número total de diagonais de um polígono de 𝑛 lados, simplesmente somássemos o número de
diagonais que partem de cada um dos 𝑛 vértices?
d) Lembre-se de que o número total de diagonais de um polígono convexo é dado pela relação 𝑑 =
𝑛(𝑛−3)
. Baseado no que foi feito nos itens anteriores, tente explicar com as suas palavras o porquê
2
de essa fórmula ser assim.

5. Observe os oito polígonos regulares abaixo, com lados variando de três (triângulo) à dez (decágono).

a) Atente-se para os polígonos regulares com número par de lados. Perceba que para cada um dos
vértices há um outro vértice que está “do outro lado” do polígono. Isto é, há pares de vértices
simétricos em relação ao centro do polígono. O mesmo ocorre para os polígonos com número
ímpar de lados?
b) Utilizando o item anterior, chegue a uma conclusão: qual o número de diagonais de um polígono
regular de 𝑛 lados, sendo 𝑛 um número par, que passam pelo centro do polígono? E se 𝑛 é ímpar?
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, PPL, 2016) Um gesseiro que trabalhava na reforma de uma casa lidava com placas de gesso
com formato de pentágono regular quando percebeu que uma peça estava quebrada, faltando uma
parte triangular, conforme mostra a figura.

Para recompor a peça, ele precisou refazer a parte triangular que faltava e, para isso, anotou as medidas
dos ângulos 𝑥 = 𝐸Â𝐷 𝑒 𝑦 = 𝐸𝐷𝐴 do triângulo ADE. As medidas x, y e z, em graus, desses ângulos são,
respectivamente,
a) 18, 18 e 108
b) 24, 48 e 108
c) 36, 36 e 108
d) 54, 54 e 72
e) 60, 60 e 60

2. (UTFPR, 2019) O valor de 𝑥 no pentágono abaixo é igual a:

a) 25°
b) 40°
c) 250°
d) 540°
e) 1.000°
Matemática

3. (IFPE, 2019) “Há uns dez anos, um aluno, cujo nome infelizmente não recordo, apareceu na escola com
algumas peças de seu artesanato. Trabalhando com madeira, pregos e linhas de várias cores, ele
compunha paisagens, figuras humanas e motivos geométricos. Foi a primeira vez que vi esse tipo de
artesanato. Depois disso, vi muitos outros trabalhos na mesma linha (sem trocadilho!). Certo dia,
folheando um livro, vi o desenho de um decágono regular e suas diagonais.”

Observe que, no decágono que ilustra o texto acima, o aluno citado usou vários pedaços de linha para
compor os lados e as diagonais do polígono. Cada lado e cada diagonal foi construído com,
exatamente, um pedaço de linha. A quantidade de pedaços de linha usados para formar as diagonais
do decágono é
a) 50
b) 70
c) 25
d) 40
e) 35

4. (IFCE, 2015) Um robô, caminhando em linha reta, parte de um ponto 𝐴 em direção a um ponto 𝐵, que
distam entre si cinco metros. Ao chegar ao ponto 𝐵, gira novamente 60° à esquerda e caminha mais
cinco metros, repetindo o movimento e o giro até retornar ao ponto de origem. O percurso do robô
formará um polígono regular de
a) 10 lados.
b) 9 lados.
c) 8 lados.
d) 7 lados.
e) 6 lados.
Matemática

5. (Enem, PPL, 2018) As Artes Marciais Mistas, tradução do inglês: MMA - mixed martial arts, são
realizadas num octógono regular. De acordo com a figura, em certo momento os dois lutadores estão
respectivamente nas posições G e F, e o juiz está na posição I. O triângulo IGH é equilátero e GIF é o
ângulo formado pelas semirretas com origem na posição do juiz, respectivamente passando pelas
posições de cada um dos lutadores.

A medida do ângulo GÎF é


a) 120°
b) 75°
c) 67,5°
d) 60°
e) 52,5°

6. (Unifesp, 2003) Pentágonos regulares congruentes podem ser conectados, lado a lado, formando uma
estrela de cinco pontas, conforme destacado na figura.

Nestas condições, o ângulo 𝜃 mede:


a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.
Matemática

7. (Uerj, 2020) Três pentágonos regulares congruentes e quatro quadrados são unidos pelos lados
conforme ilustra a figura a seguir.

Acrescentam-se outros pentágonos e quadrados, alternadamente adjacentes, até se completar o


polígono regular 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐺𝐻. . . 𝐴, que possui dois eixos de simetria indicados pelas retas 𝑟 e 𝑠. Se as
retas perpendiculares 𝑟 e 𝑠 são mediatrizes dos lados 𝐴𝐵 e 𝐹𝐺, o número de lados do polígono
𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐺𝐻. . . 𝐴 é igual a:
a) 18
b) 20
c) 24
d) 30
e) 36

8. (UFRGS, 2016) Um desenhista foi interrompido durante a realização de um trabalho, e seu desenho
ficou como na figura abaixo.

Se o desenho estivesse completo, ele seria um polígono regular composto por triângulos equiláteros
não sobrepostos, com dois de seus vértices sobre um círculo, e formando um ângulo de 40° como
indicado na figura. Quando a figura estiver completa, o número de triângulos equiláteros com dois de
seus vértices sobre o círculo é
a) 10.
b) 12.
c) 14.
d) 16.
e) 18.
Matemática

9. (Enem Libras, 2014) Um fabricante planeja colocar no mercado duas linhas de cerâmicas para
revestimento de pisos. Diversas formas possíveis para as cerâmicas foram apresentadas e decidiu-se
que o conjunto P de formas possíveis seria composto apenas por figuras poligonais regulares. Duas
formas geométricas que fazem parte de P são
a) triângulo e pentágono
b) triângulo e hexágono
c) triângulo e octógono
d) hexágono e heptágono
e) hexágono e octógono
Matemática

10. (Enem, 2002) Na construção civil, é muito comum a utilização de ladrilhos ou azulejos com a forma de
polígonos para o revestimento de pisos ou paredes. Entretanto, não são todas as combinações de
polígonos que se prestam a pavimentar uma superfície plana, sem que haja falhas ou superposições
de ladrilhos, como ilustram as figuras:

A tabela traz uma relação de alguns polígonos regulares, com as respectivas medidas de seus ângulos
internos.

Se um arquiteto deseja utilizar uma combinação de dois tipos diferentes de ladrilhos entre os polígonos
da tabela, sendo um deles octogonal, o outro tipo escolhido deverá ter a forma de um
a) triângulo.
b) quadrado.
c) pentágono.
d) hexágono.
e) eneágono.

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Matemática

Gabaritos
Exercícios de fixação
1. a) Não. Podemos pensar no retângulo, que possui todos os ângulos medindo 90°, mas seus lados não
necessariamente possuem a mesma medida.
b) Não. Podemos pensar no losango, que possui todos os lados de mesma medida, mas seus ângulos
não necessariamente possuem mesma medida.

2. a) Resposta pessoal. O número de triângulos é sempre duas unidades menor que o número de lados do
polígono.
b) O polígono teria 𝑛 − 2 triângulos.
c) Resposta pessoal. Deve ser o resultado do produto 180° ∙ (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑖â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜𝑠)
d) A soma seria 180° ∙ (𝑛 − 2). Dessa forma, concluímos o porquê de a fórmula da soma dos ângulos
internos de um polígono convexo ser essa.

3. Ao longo do trajeto seu corpo terá dado um giro completo de 360°. Esse valor também corresponde ao
total que seu ângulo de visão percorreu durante todo o trajeto. Isso nos leva a concluir que a soma dos
ângulos externos de um polígono convexo sempre é 360°.

4. a) Resposta pessoal, mas a resposta independe de qual polígono você escolha.


b) O número de diagonais será sempre três unidades menor que o número de lados do polígono, uma
vez que um vértice não faz diagonal com si mesmo nem com os vértices adjacentes. Assim, de cada um
dos 𝑛 vértices partem 𝑛 − 3 diagonais.
c) Todas as diagonais devem ter um risco. Isto é, se traçamos todas as diagonais que partem de cada
vértice, vamos traçar todas as diagonais mais de uma vez (uma vez saindo de um vértice e chegando no
outro, a outra no caminho inverso). Assim, essa forma de contagem nos faria contar o dobro de
diagonais.
d) Se de cada vértice saem 𝑛 − 3 diagonais e temos 𝑛 vértices, teríamos 𝑛(𝑛 − 3) diagonais. Porém, esse
processo nos faz contar cada diagonal duas vezes, como visto no item anterior. Assim, o número de
𝑛(𝑛−3)
diagonais de um polígono é 𝑑 = .
2

5. a) Não ocorre a mesma coisa. Nenhum dos vértices tem um correspondente simétrico em relação ao
centro, do outro lado do polígono.
b) No caso de 𝑛 ser par, cada um dos vértices tem um correspondente simétrico, que está “do outro lado”
𝑛
do polígono regular. Por esse motivo, podemos dizer que temos pares de vértices simétricos. Note que
2
a diagonal que sai de um vértice e vai até o vértice oposto necessariamente passa pelo centro do
𝑛
polígono regular. Assim, diagonais passam pelo centro. No caso de 𝑛 ímpar, não há esse
2
correspondente simétrico e, com isso, nenhuma diagonal passa no centro do polígono regular.
Obs.: essas relações só valem para polígonos regulares.

Exercícios de vestibulares
1. C
Pentágono regular → 𝑧 é ângulo interno
𝑆{𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠} = 180°(𝑛 − 2) = 180° ∙ (5 − 2) = 540°
𝑆{𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠} 540°
𝑧= = = 108°
𝑛 5
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 180°
𝑥=𝑦
2𝑥 + 108 = 180 → 2𝑥 = 72° → 𝑥 = 𝑦 = 36°
Matemática

2. B
A soma dos ângulos internos de um polígono convexo pode ser calculada por meio da fórmula a seguir,
onde 𝑛 é o número de lados do polígono.
𝑆𝑖 = 180° ∙ (𝑛 − 2)

Ou seja, a soma dos ângulos internos de um pentágono será


𝑆𝑖 = 180° ∙ (𝑛 − 2) = 180° ∙ (5 – 2) = 180° ∙ 3 → 𝑆𝑖 = 540°

Assim, sabendo que a soma dos ângulos internos do pentágono é 540°, podemos escrever que:
5
540 = 2𝑥 + 30 + 𝑥 + 2𝑥 + 2𝑥 + 50 + 4𝑥 – 40
2
5
540 = 10𝑥 + 𝑥 + 40 → 1000 = 25𝑥 → 𝑥 = 40°
2

3. E
Calculando o número de diagonais do decágono:
𝑛 ∙ (𝑛 − 3) 10 ∙ (10 − 3)
𝑑= = = 35
2 2

4. E

O trajeto do robô será um polígono regular de lado 5 𝑚 e ângulo externo 60°. Como 360° ∶ 6 = 60°
(usamos a fórmula de ângulo externo de um polígono regular), concluímos que o polígono pedido possui
6 lados.

5. E
Se o octógono é regular, então FG = GH e 𝐹𝐺̂ 𝐻 = 135°.
Ademais, sendo o triângulo GHI equilátero, vem GI = FG e 𝐻𝐺̂ 𝐼 = 60°.
Em consequência, triângulo FGI é isóscele de base FI, implicando, portanto, em 𝐺𝐹̂ 𝐼 ≡ 𝐺𝐼̂𝐹. Desse modo,
temos
𝐹𝐺̂ 𝐼 = 𝐹𝐺̂ 𝐻 − 𝐻𝐺̂ 𝐼
= 135° − 60°
= 75°

A resposta é
1 1
𝐺𝐼̂𝐹 = (180° − 𝐹𝐺̂ 𝐼) = ∙ 105° = 52,5°
2 2

6. D
Pela figura, a soma dos 3 ângulos internos dos pentágonos com o ângulo 𝜃 é igual a 360° (uma volta
completa). Logo, temos que descobrir a medida dos ângulos internos de um pentágono regular.
A fórmula da medida dos ângulos internos de um polígono regular é:
180° ∙ (𝑛 − 2)
𝑆𝑖 =
𝑛
Onde 𝑛 é a quantidade de lados do polígono.
Matemática

Desse modo, cada um dos pentágonos terá soma dos ângulos internos igual a:
180° ∙ (5 − 2)
𝑆𝑖 =
5
180° ∙ 3 540°
𝑆𝑖 = = = 108°
5 5

Agora, como a soma desses 3 ângulos de medida 108° com o ângulo 𝜃 deve ser 360°, temos que:
108° + 108° + 108° + 𝜃 = 360°
324° + 𝜃 = 360°
𝜃 = 360° − 324°
𝜃 = 36°

7. B
A questão nos diz que o polígono regular 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐺𝐻. . . 𝐴 possui dois eixos de simetria.
1
A saber, as retas 𝑟 e 𝑠. Por isso, podemos afirmar que o quadrante mostrado no desenho representa do
4
polígono.
Contando os lados, vemos que, neste quadrante, temos 5 lados. Multiplicando por 4, por serem 4
quadrantes, temos como resultado 20. Ou seja, o polígono possui 20 lados.

8. E

A medida de cada um dos ângulos internos do polígono será 60° + 60° + 40° = 160°.
Portanto, cada um de seus ângulos externos será de 20°. Admitindo que 𝑛 é o número de lados do
polígono regular, podemos escrever:
360° 360°
= 20° → 𝑛 = → 𝑛 = 18
𝑛 20°

Logo, o número de triângulos será igual ao número de lados, ou seja 18.

9. B
Para o polígono revestir o piso, o seu ângulo interno deve ser divisor de 360º
No triângulo equilátero, temos que todos os ângulos internos é igual a 60°, logo é divisor de 360º.
Aplicando a fórmula do ângulo interno para os outros polígonos, temos
180(𝑛 − 2)
𝑎𝑖 =
𝑛

Logo,
180(5−2)
Pentágono - 𝑎5 = = 36 ∙ 3 = 108° ( 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 360°)
5
180(6−2)
Hexágono - 𝑎6 = = 30 ∙ 4 = 120° ( é divisor de 360°)
6
180(7−2) 900
Heptágono – 𝑎7 = = = 128,6° ( 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 360°)
7 7
180(8−2) 1080°
Octógono - 𝑎8 = = = 135° ( 𝑛ã𝑜 é 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟 𝑑𝑒 360°)
8 8
Logo, só podemos revestir com triângulos equiláteros e hexágonos.
Matemática

10. B

Cada ângulo interno do octógono regular mede 135° e cada ângulo interno do quadrado mede 90°.
Somando, verificamos que 135° + 135° + 90° = 360°. Portanto, o polígono pedido é o quadrado.
Matemática

Semelhança de figuras planas e Retas paralelas cortadas por uma


transversal / Teorema de Tales

Objetivo
Construir o conceito de semelhança de polígonos e determinar as propriedades de semelhança entre as
figuras que iremos trabalhar e ensinar as relações entre ângulos obtidas através de uma reta transversal que
corta duas retas paralelas e as relações de proporcionalidade obtidas pelo teorema de Tales.

Se liga!
Para entender melhor essa aula, é importante que você lembre dos conceitos de proporcionalidade. Caso
você queira relembrar, assista aqui a um resumo com mapa mental sobre proporcionalidade.

Curiosidade
Você sabia que a primeira aplicação de semelhança de triângulos aconteceu antes de Cristo, lá no Egito? Foi
quando, a pedido de um mensageiro do faraó, Tales de Mileto calculou a altura da pirâmide de Quéops.

Teoria

Pegue uma figura e aumente-a. Depois, diminua-a. Temos 2 figuras com o mesmo desenho, só que de
tamanhos diferentes. Dizemos, assim, que elas são semelhantes entre si.

Ex.: O logo do descomplica em tamanhos diferentes.

Agora, vamos formalizar esse conceito.

Semelhança de figuras planas


Polígonos são semelhantes quando possuem:
● Ângulos respectivamente iguais.
● Possuem mesma quantidade de lados.
● Lados homólogos proporcionais.

Vamos estudar o caso mais clássico de semelhança: Triângulos.


Matemática

Semelhança de triângulos
Dois triângulos são semelhantes se possuírem os ângulos iguais. Na verdade, se garantirmos que 2 ângulos
são iguais, já podemos dizer que são semelhantes, pois a soma dos ângulos internos de um triângulo é
constante igual a 180 graus.

Temos que:
𝑎 𝑏 𝑐
= = =𝑘
𝑎′ 𝑏′ 𝑐′

Dizemos que a e a’, b e b’, c e c’ são pares de lados homólogos e k é a razão de semelhança.
A razão de semelhança é válida para todas as medidas lineares (alturas, medianas e perímetro, por exemplo).

E se quisermos calcular a razão entre as áreas de polígonos semelhantes? A razão entre as áreas será 𝑘² .

Além disso, a semelhança entre triângulos também ocorre em outros casos:


● Caso LAL (Lado, Ângulo, Lado): dois triângulos são semelhantes se possuem dois lados correspondentes
proporcionais e o ângulo formado por eles é congruente.
● Caso LLL (Lado, Lado, Lado): dois triângulos que possuem todos os lados correspondentes
proporcionais são semelhantes.
● Caso AA (Ângulo, Ângulo): dois triângulos que possuem dois ângulos correspondentes congruentes são
semelhantes.

Consequência da semelhança de triângulos:


Seja ABC um triângulo onde D é ponto médio do lado AB e E é ponto médio do lado AC como mostra a figura
abaixo:

Temos que ̅̅̅̅


𝐷𝐸 é o segmento que liga os pontos médios.
Podemos notar que os triângulos ABC e BDE são semelhantes já
𝐴𝐵 𝐵𝐶
que 𝐵𝐷 = e 𝐵𝐸 = e 𝐴𝐵̂ 𝐶 é ângulo comum a ambos
2 2
triângulos. E, nesse caso, a razão de semelhança entre os lados
𝐴𝐶
ABC e BDE é de 2 para 1, em particular, 𝐷𝐸 = . Essa
2
consequência é conhecida como base média de um triângulo.
Matemática

Retas paralelas cortadas por um transversal


Sejam r e s duas retas paralelas (que são coplanares e não tem nenhum ponto comum) e uma reta t,
concorrente a r e s:

A reta t é denominada transversal às retas r e s. Sua intersecção com as retas determina oito ângulos. Com
relação aos ângulos formados, podemos classificá-los como:

Ângulos colaterais (suplementares)


● Internos: 4 e 5, 3 e 6
● Externos: 1 e 8, 2 e 7

Ângulos alternos (congruentes)


● Internos: 3 e 5, 4 e 6
● Externos: 1 e 7, 2 e 8

Ângulos correspondentes (congruentes)


● 1e5
● 2e6
● 3e7
● 4e8

Com isso, podemos demonstrar como a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180°.
Seja ABC um triângulo. Trace a reta que contém o segmento 𝐵𝐶. Em seguida, tome a reta paralela à 𝐵𝐶
passando por A, conforme a figura abaixo:
Matemática

Note que a reta que passa por A e por C é transversal às duas outras retas. Com isso o ângulo 𝐴𝐶̂ 𝐵 (ângulo
vermelho) e 𝐴𝐵̂𝐶 (ângulo verde) tem seus alternos internos na reta que passa por A. Podemos reparar também
que a soma do ângulo verde com o ângulo vermelho e o ângulo cinza dá 180°, conforme queríamos provar.

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas é cortado por duas retas transversais, os segmentos determinados sobre a
primeira transversal são proporcionais a seus correspondentes determinados sobre a segunda transversal.

Por Tales:
𝐴𝐵 𝐵𝐶
=
𝐷𝐸 𝐸𝐹

Podemos estabelecer outras proporções entre os segmentos nas retas transversais, sempre mantendo a
correspondência entre os segmentos, como, por exemplo,
𝐴𝐶 𝐷𝐹
=
𝐴𝐵 𝐷𝐸
Matemática

Exercícios de fixação

1. Dois triângulos ABC e DEF são semelhantes entre si. Sabendo que no triângulo ABC o lado AB =12 m,
AC = 10 m e BC = 8 m e no triângulo DEF o lado DE = 6 m. Calcule o valor do lado DF.

2. Uma transversal intercepta duas paralelas formando ângulos alternos internos expressos em graus por
(5x + 8) e (7x – 12). O valor de x é igual a:
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20

3. Dados os triângulos abaixo, onde as medidas estão em centímetros,

O valor de DF é:
a) 20
b) 10
c) 30
d) 3

4. Sabendo que a razão de semelhança do triângulo ABC para o triângulo DEF é 2 e que ABC tem lados
iguais a 8 cm, 18 cm e 16 cm, respectivamente, determine os lados de um triângulo DEF semelhante ao
ABC.

5. Determine o valor de x sendo r, s e t retas paralelas.

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (UEA, 2013) Suponha que dois navios tenham partido ao mesmo tempo de um mesmo porto A em
direções perpendiculares e a velocidades constantes. Sabe-se que a velocidade do navio B é de 18
km/h e que, com 30 minutos de viagem, a distância que o separa do navio C é de 15 km, conforme
mostra a figura:

Desse modo, pode-se afirmar que, com uma hora de viagem, a distância, em quilômetros, entre os dois
navios e a velocidade desenvolvida pelo navio C, em quilômetros por hora, serão, respectivamente:
a) 30 e 25.
b) 25 e 22.
c) 30 e 24.
d) 25 e 20.
e) 25 e 24.

2. (Enem, 2013) O dono de um sítio pretende colocar uma haste de sustentação para melhor firmar dois
postes de comprimentos iguais a 6m e 4m. A figura representa a situação real na qual os postes são
descritos pelos segmentos AC e BD e a haste é representada pelo EF, todos perpendiculares ao solo,
que é indicado pelo segmento de reta AB. Os segmentos AD e BC representam cabos de aço que serão
instalados.

Qual deve ser o valor do comprimento da haste EF?


a) 1m
b) 2m
c) 2,4m
d) 3m
e) 2√6𝑚
Matemática

3. (Enem, 2009) A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma altura de 2,2 metros. Um
paciente ao caminhar sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcançou uma altura de 0,8
metro. A distância em metros que o paciente ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da
rampa é:
a) 1,16 metros
b) 3,0 metros
c) 5,4 metros
d) 5,6 metros
e) 7,04 metros

4. (Fuvest-SP- adaptada) Três terrenos têm frente para a rua A e para a rua B, como na figura. As divisas
laterais são perpendiculares à rua A. Qual a medida de frente para a rua B de cada lote, sabendo que a
frente total para essa rua tem 180m?

a) 90, 60 e 30.
b) 80, 60 e 40.
c) 40, 60 e 90.
d) 20, 30 e 40.
e) 50, 60 e 30

5. (Ufsm - 2003) A crise energética tem levado as médias e grandes empresas a buscarem alternativas
na geração de energia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma alternativa encontrada por uma
fábrica foi a de construir uma pequena hidrelétrica, aproveitando a correnteza de um rio que passa
próximo as suas instalações. Observando a figura e admitindo que as linhas retas r, s e t sejam
paralelas, pode-se afirmar que a barreira mede:

a) 33 m.
b) 38 m.
c) 43 m.
d) 48 m.
e) 53 m.
Matemática

6. (Enem cancelado, 2009) A fotografia mostra uma turista aparentemente beijando a esfinge de Gizé, no
Egito. A figura a seguir mostra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográfica, a turista e
a esfinge.

Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, verifica-se que a medida do queixo até o alto da
cabeça da turista é igual a 2/3 da medida do queixo da esfinge até o alto da sua cabeça.
Considere que essas medidas na realidade são representadas por d e d’ respectivamente, que a
distância da esfinge à lente da câmera fotográfica, localizada no plano horizontal do queixo da turista
e da esfinge, é representada por b, e que a distância da turista à mesma lente, por a.
A razão entre b e a será dada por
𝑏 𝑑′
a) =
𝑎 𝑐
𝑏 2𝑑
b) =
𝑎 3𝑐
𝑏 3𝑑′
c) =
𝑎 2𝑐
𝑏 2𝑑′
d) =
𝑎 3𝑐
𝑏 2𝑑′
e) =
𝑎 𝑐

7. (Enem, 1998) A sombra de uma pessoa que tem 1,80 de altura mede 60cm. No mesmo momento, a seu
lado, a sombra projetada de um poste mede 2,00 m. Se, mais tarde, a sombra do poste diminuiu 50 cm,
a sombra da pessoa passou a medir:
a) 30 cm
b) 45 cm
c) 50 cm
d) 80 cm
e) 90 cm
Matemática

8. (Enem, PPL, 2016) Em sua vez de jogar, um jogador precisa dar uma tacada na bola branca, de forma a
acertar a bola 9 e fazê-Ia cair em uma das caçapas de uma mesa de bilhar. Como a bola 8 encontra-se
entre a bola branca e a bola 9, esse jogador adota a estratégia de dar uma tacada na bola branca em
direção a uma das laterais da mesa, de forma que, ao rebater, eIa saia em uma trajetória retilínea,
formando um ângulo de 90º com a trajetória da tacada, conforme ilustrado na figura.

Com essa estratégia, o jogador conseguiu encaçapar a bola 9. Considere um sistema cartesiano de
eixos sobre o plano da mesa, no qual o ponto de contato da bola com a mesa define sua posição
nesse sistema. As coordenadas do ponto que representa a bola 9 são (3;3), o centro da caçapa de
destino tem coordenadas (6 ; O) e a abscissa da bola branca e 0,5, como representados na figura.

Se a estratégia deu certo, a ordenada da posição original da bola branca era


a) 1,3.
b) 1,5.
c) 2,1.
d) 2,2.
e) 2,5.

9. (cftpr-2006) Numa gincana, a equipe “Já Ganhou” recebeu o seguinte desafio: Na cidade de Curitiba,
fotografar a construção localizada na rua Marechal Hermes no número igual à nove vezes o valor do
ângulo  da figura a seguir:

Se a equipe resolver corretamente o problema, irá fotografar a construção localizada no número:


a) 990.
b) 261.
c) 999.
d) 1026
e) 1260.
Matemática

10. (Udesc, 2012) Quando olhamos para um ambiente qualquer, a percepção de profundidade é possível
devido a nossa visão binocular. Por estarem separados em média 65 mm em adultos, cada um dos
nossos olhos registra uma imagem de um ângulo ligeiramente diferente. Ao interpretar essas imagens
ao mesmo tempo, o cérebro forma um "mapa" dessas diferenças, tornando possível estimar a distância
dos objetos em relação a nós.
A estereoscopia (popularmente conhecida como "imagem 3D") é uma técnica que consiste em exibir
imagens distintas para cada olho do observador, representando o que se observaria em uma situação
real. Assim, o cérebro pode ser "enganado" a interpretar os objetos representados como se estivessem
flutuando diante da tela ou atrás dela.
Diversas tecnologias existem atualmente para conseguir isso. A mais comum delas, usada nas salas
de cinema 3D, funciona com o uso de óculos polarizadores que filtram a imagem projetada na tela,
permitindo que cada olho receba somente a imagem correspondente.
Um observador está em uma sala de cinema 3D usando óculos polarizadores e sobre a tela são
projetados dois pontos A e B a uma distância de 30 cm um do outro, com A à esquerda de B. Os filtros
polarizadores dos óculos fazem com que o ponto A seja visto apenas por seu olho direito e o ponto B
apenas por seu olho esquerdo, de forma que as linhas de visão de cada um dos olhos se interseccionem
em um ponto X, conforme a figura. O observador verá apenas um único ponto, resultado da junção em
seu cérebro dos pontos A e B, localizado em X.
Sabendo que a reta imaginária que passa por seus olhos é paralela àquela que passa pelos pontos A e
B e estas distam 20 m entre si, e que sua distância interocular é de 60 mm, a distância da tela em que
ele verá a imagem virtual, formada no ponto X, é aproximadamente:

a) 6,6 m
b) 3,3 m
c) 4m
d) 16,7 m
e) 16 m

Sua específica é matemática e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.
Matemática

Gabaritos
Exercícios de fixação

1. 5m
∆𝐴𝐵𝐶~∆𝐷𝐸𝐹

Então temos que


𝐴𝐵 𝐴𝐶 𝐵𝐶
= = =𝑘
𝐷𝐸 𝐷𝐹 𝐸𝐹
Sabemos que AB = 12 m, AC= 10 m, BC = 8 m e DE = 6 m, podemos usar então:
𝐴𝐵 𝐴𝐶
=
𝐷𝐸 𝐷𝐹
12 10
=
6 𝐷𝐹
12 ∙ 𝐷𝐹 = 6 ∙ 10
𝐷𝐹 = 5 𝑚

2. B
Se esses ângulos são alternos internos, então eles são congruentes, ou seja, possuem a mesma
medida, Logo:
20
5𝑥 + 8 = 7𝑥 − 128 + 12 = 7𝑥 − 5𝑥20 = 2𝑥𝑥 = 𝑥 = 10
2

3. B
Temos que são semelhantes pelo caso AA, logo
30 𝐷𝐹
= → 𝐷𝐹 = 10 𝑐𝑚
27 9

4. 4, 9, 8
∆𝐴𝐵𝐶~∆𝐷𝐸𝐹

Então,
𝐴𝐵 𝐴𝐶 𝐵𝐶
= = =𝑘
𝐷𝐸 𝐷𝐹 𝐸𝐹

A razão de semelhança é 𝑘 = 2 e tomemos AB =8 cm, AC =16 cm e BC =18 cm. Temos então que:
𝐴𝐵
=2
𝐷𝐸
8 = 2 ∙ 𝐷𝐸
8
𝐷𝐸 = = 4 𝑐𝑚
2

𝐵𝐶
=2
𝐸𝐹
18 = 2 ∙ 𝐸𝐹
18
𝐸𝐹 = = 9 𝑐𝑚
2
𝐴𝐶
=2
𝐷𝐹
16 = 2 ∙ 𝐷𝐹
16
𝐷𝐹 = = 8 𝑐𝑚
2
Matemática

5. C
Usaremos a proporção do teorema de Tales para resolver essa questão:
8 6
=
4 𝑥
Multiplicando cruzado, temos
24
8𝑥 = 4 ∙ 68𝑥 = 24𝑥 = 𝑥=3
8

Exercícios de vestibulares

1. C
Se B está a 18 km/h e já se passaram 30min, então
18
𝑦 = = 9 𝑘𝑚
2
Por Pitágoras, temos que
𝑥² + 𝑦² = 15²
𝑥² + 9² = 15²
𝑥 = 12

Após 1 hora, a medida do segmento “raio B” medirá 18 km.

Para descobrir a hipotenusa do triângulo maior, cujo cateto já sabemos que mede 18, usaremos
semelhança de triângulos.
15 9
=
𝐵𝐶 18

Resolvendo a equação, encontramos BC = 30 km. Como podemos ver, o triângulo maior tem o dobro das
medidas do triângulo menor, assim, AC = 24 km.

2. C
Podemos ver que os triângulos AEC e BED são semelhantes. Logo,
𝐴𝐹 𝐴𝐶 𝐴𝐹 4 𝐴𝐹 + 𝐵𝐹 2 + 3 𝐴𝐹 2
= ↔ = ↔ = ↔ =
𝐵𝐹 𝐵𝐷 𝐵𝐹 6 𝐴𝐹 2 𝐴𝐹 + 𝐵𝐹 5

Além disso, como os triângulos AEF e ABD também são semelhantes, vem
𝐴𝐹 𝐸𝐹 𝐴𝐹 𝐸𝐹 𝐸𝐹 2
= ↔ = ↔ = ↔ 𝐸𝐹 = 2,4𝑚
𝐴𝐵 𝐵𝐷 𝐴𝐹 + 𝐵𝐹 6 6 5

3. D
Observe a figura:

O triângulo grande e o pequeno são semelhantes, pois têm os mesmos ângulos. Assim, podemos
calcular por semelhança o valor de x:
0,8 3,2
=
2,2 3,2 + 𝑥
0,8(3,2 + 𝑥) = 3,2 ∙ 2,2
Matemática

2,56 + 0,8𝑥 = 7,04


0,8𝑥 = 7,04 − 2,56
0,8𝑥 = 4,48
4,48
𝑥=
0,8
𝑥 = 5,60

Resolvendo a equação, encontramos x = 5,6 metros.

4. B
Tomando o primeiro espaço como x, o segundo como y e o último como z, temos que o comprimento da
rua B é x+y+z=180. Assim como o comprimento da rua A será 40+30+20=90 Pelo teorema de tales,
podemos estabelecer:
𝑥 40
= → 𝑥 = 80 𝑚
180 90
𝑦 30
= → 𝑦 = 60 𝑚
180 90

𝑧 20
= → 𝑧 = 40 𝑚
180 90

5. B
Usando o teorema de Talles, temos que:
30 𝑥+2
= logo, x = 38 metros.
24 32

6. D
Observe a figura:

Na figura o ∆𝐴𝐵𝐶~∆𝐴𝐷𝐸, logo


𝑏 𝑑
=
𝑎 𝑐
Como
2
𝑑 = ∙ 𝑑′
3
Temos,
𝑏 2𝑑 ′
=
𝑎 3𝑐
Matemática

7. B

1,8 0,6 1,8 𝑥


= ↔ℎ =6𝑚 = ↔ 𝑥 = 0,45 𝑚 = 45 𝑐𝑚
ℎ 2 6 1,5

8. E
Considerando os dados do enunciado, temos

∆𝐴𝐵𝐶 = ∆𝐶𝐹𝐺 → ̅̅̅̅ ̅̅̅̅


𝐴𝐵 = 𝐴𝐶
̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅ → ̅̅̅̅̅
𝐵𝑀 = 𝐶𝑀 𝐵𝑀 = 1 → 𝐵(1; 3)∆𝐴𝐵𝐶 = ∆𝐷𝐵𝐸
̅̅̅̅
𝐷𝐸 = ̅̅̅̅
𝐷𝐵 → ̅̅̅̅
𝐷𝐸 = 0,5 → 𝐸(0,5; 2,5)

9. C
Como r e s são paralelas, trace uma transversal e calcule os ângulos alternos internos. O ângulo  é
ângulo externo ao triângulo inferior, portanto  = 65 + 46 = 111. Queremos saber o valor de 9 = 9 x 111
= 999.

10. D
Como os triângulos ABX e EDX são semelhantes, temos que:
20000 − 𝑑 60
=
𝑑 300
20000 ∙ 300 − 300𝑑 = 60𝑑
20000 ∙ 300 = 360𝑑
20000 ∙ 300
𝑑=
360

Simplificando por 60 em cima e em baixo, temos


20000 ∙ 5
𝑑=
6
𝑑 = 16666,67 𝑚𝑚
𝑑 ≈ 16,7𝑚
Português

Conjunção

Objetivo
Perceber que o emprego das conjunções auxilia na organização e progressão temática do texto.
Analisar que as conjunções desempenham diferentes valores semânticos e podem ser polissêmicas.

Se liga
Quer um mapa mental sobre esse conteúdo? Dá uma olhadinha nesse vídeo: clique aqui.

Curiosidade
As conjunções são os principais operadores argumentativos e conectivos. Por isso, são extremamente
importantes para garantir a coesão textual. Além disso, dentre as 5 competências a partir das quais a banca
avalia a redação no Enem, existe uma (a competência IV) que exige, para que se alcance a nota máxima, um
repertório eficiente e variado de conjunções.

Teoria

Conjunção
Conjunção é uma classe de palavra invariável que tem como objetivo ligar termos de mesma função sintática
ou orações de mesma função sintática. Elas podem ser classificadas como coordenativas ou subordinativas,
dependendo da relação que elas estabeleçam entre as orações. As conjunções e as preposições são,
genericamente, chamadas de conectivos visto que atuam na coesão textual.

Além disso, há a locução conjuntiva, que ocorre quando duas ou mais palavras desempenham função de
conjunção. Por exemplo: uma vez que, à medida que, desde que, ainda que, assim que, etc. As conjunções
devem ser classificadas de acordo com duas perspectivas: a sintática e a semântica.
Português

• Perspectiva sintática: devemos analisar se a conjunção está conectando duas orações independentes
sintaticamente (coordenativa) ou introduzindo uma oração que exerce função sintática em relação à
outra (subordinativa).
• Perspectiva semântica: essa á a principal análise que devemos fazer sobre essa classe gramatical por
ser cobrada nos vestibulares e determinante para a produção textual. As conjunções ajudam a
estabelecer diferentes relações semânticas entre os termos ou orações que elas conectam. Essas
relações podem ser de adição, adversidade, alternância, conclusão, explicação, causa, consequência,
comparação, condição, concessão, conformidade, finalidade, proporção e temporalidade.

ATENÇÃO! Existem, também, as conjunções integrantes (“que” e “se”), que não estabelecem valor semântico,
apenas unem sintaticamente as orações.

Veja alguns exemplos em relação ao uso e ao sentido das conjunções a partir dos enunciados a seguir:
I. João foi ao cinema e ao restaurante.
II. Mariana gostaria que seu namorado chegasse.
III. André comeu tanto que passou mal.

No primeiro caso, a conjunção “e” está ligando dois termos ("ao cinema", "ao restaurante") sintaticamente
independentes (coordenados), conferindo-lhes uma relação semântica de adição. No segundo, a conjunção
“que” não estabelece valor semântico entre as orações, apenas liga sintaticamente a segunda oração
(subordinada) à oração principal. No terceiro, a locução conjuntiva “que” - em correlação com o advérbio
"tanto" - evidencia que a segunda oração representa a consequência da primeira.

Classificação das conjunções


As conjunções podem ser classificadas em
Coordenativas: quando introduzem uma oração que não estabelece função
sintática em relação à outra.

Subordinativas: quando introduzem uma oração que exerce função


sintática em relação à oração principal.

Veja os exemplos:
a) Rodrigo dormiu cedo, mas acordou cansado.
b) Luana saiu de casa assim que começou a chover.

No primeiro exemplo, a conjunção “mas” apenas conecta duas orações independentes, estabelecendo relação
semântica de adversidade. Essa independência sintática entre as orações fica clara quando as separados em
duas frases distintas: “Rodrigo dormiu cedo” e “Mas acordou cansado”. No segundo exemplo, a locução
conjuntiva “assim que” conecta uma oração que exerce função sintática de adjunto adverbial em relação à
outra, estabelecendo valor de temporalidade. Diz-se, nesse caso, que a segunda oração depende
sintaticamente da primeira.
Português

Conjunções coordenativas

Aditivas: Indicam soma dos conteúdos, de ideia, etc. São elas: e, nem, não só...
mas também, além disso, ademais, etc.
Ex.: Ela não dormiu nem estudou no final de semana.

Adversativas: Indicam contraste, quebra de expectativa. Além disso, introduzem o


argumento mais forte.
Ex.: Acordou cedo, mas voltou a dormir.

Alternativas: Indicam exclusão ou alternância entre os


conteúdos.
Ex.: Ele vai à praia ou ao cinema hoje.

Conclusivas: Indicam conclusão lógica do conteúdo de um


enunciado em relação ao outro.
Ex.: Acordou cedo hoje, logo, conseguirá estudar mais.

Explicativas: Indicam o motivo de uma declaração anterior.


Ex.: Estudou muito porque deseja terminar a faculdade este ano.

Conjunções subordinativas
Causais: expressam a ideia de causa. São: que, porque, porquanto, como, já que, desde que, pois que, visto
como, uma vez que, etc.
Ex.: Todos permaneceram lá porque estava chovendo.
Se você quer assim, nada mais posso fazer.
Como você não veio, chamamos outro profissional.

Concessivas: Introduzem uma oração em que se admite um fato contrário ao anterior, mas incapaz de anulá-
lo. São: embora, conquanto, ainda que, posto que, se bem que, etc.
Ex.: Comprei-lhe um presente sem que ela percebesse
Embora seja verdade, há muitas coisas sem explicação nessa história.

Condicionais: iniciam uma oração que indica condição ou hipótese necessária para que se dê o fato principal.
São: se, caso, contanto que, salvo se, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.
Ex.: Caso você me abandone, eu vou chorar.

Observação: a conjunção pode estar oculta!


(Se) Fosse menos insensível, perceberia todo o afeto que recebe.
Português

Conformativas: iniciam uma oração em que é expressa a conformidade de um pensamento com um


anteriormente apresentado. São: conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Ex.: Como todos sabem, amanhã é dia do casamento de Julia.
Conforme é desejo de todos, amanhã parto para a Europa.

Comparativas: iniciam uma oração que encerra o segundo elemento de uma comparação, de um confronto.
São: que, do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor e pior), tal qual, tanto quanto, como, assim
como, bem como, como se, que nem.
Ex.: O carnaval do Brasil é mais animado do que o europeu.

Consecutivas: iniciam uma oração na qual se indica a consequência do que dito anteriormente. São: que
(combinada com uma das palavras: tal, tanto, tão ou tamanho, presentes na oração anterior), de forma que,
de maneira que, de modo que, etc.
Ex.: Sua sorte era tanta, que ganhou cem vezes na loteria.

Finais: iniciam uma oração que indica a finalidade do que foi dito anteriormente. São: para que, a fim de que,
porque (= para que), etc.
Ex.: A fim de que aprenda logo, você deve refazer todos os exercícios.

Proporcionais: iniciam uma oração em que se menciona um fato ocorrido ou que vai ocorrer
concomitantemente a outro expresso anteriormente. São: à medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Ex.: À medida que estuda, mais rápido resolve os exercícios.

Temporais: iniciam uma oração que indica circunstância de tempo. São: quando, antes que, assim que, depois
que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que
(= desde que), etc.
Ex.: Ele saiu quando entrei.

Integrantes: iniciam uma oração que pode funcionar como sujeito, objetos direto ou indireto, predicativo,
complemento nominal, ou aposto de outra oração. São: “que” e “se”.
Ex.: Percebi que alguém entrou na sala. (objeto direto)

Operadores argumentativos
Os conectivos ou operadores argumentativos são palavras ou expressões responsáveis pela ligação, pela
coesão de duas orações e servem para acentuar, introduzir, diminuir valores em determinadas sentenças.
Dessa forma, para estabelecer essa ligação, eles podem indicar: causa, consequência, conclusão, oposição
ou ressalva, soma de ideias, objetivo ou finalidade, entre outros. Por isso, existem diversos tipos de
operadores que proporcionam diferentes sentidos aos textos e eles são importantes porque garantem a
coesão dos textos.

Operadores que somam argumentos: e, também, ainda, não só…mas também, além de…, além disso…, aliás.
Exemplo: Além de ser muito inteligente, é ótimo professor.

Operadores que indicam conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois, consequentemente.
Exemplo: João tira notas baixas e trata mal os professores, portanto não é um bom aluno.
Português

Operadores que indicam comparação entre elementos: mais/menos…(do) que, tão…quanto.


Exemplo: Vamos colocar Luisa no lugar de Joana, uma é tão competente quanto à outra.

Operadores que indicam causa/explicação: porque, que, já que, pois, por causa de…
Exemplo: Estou triste, pois não fui bem na prova.

Operadores que indicam oposição (adversidade e concessão): mas, porém, contudo, todavia, no entanto,
embora, ainda que, posto que, apesar de…
Exemplo: Gabriel fez um bom trabalho, mas não foi aprovado.

Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado: até, mesmo, até mesmo, inclusive, pelo
menos, no mínimo.
Exemplo: João era muito ambicioso; queria ser, no mínimo, o presidente da empresa onde trabalha.

Operadores que indicam uma relação de condição entre um antecedente e um consequente: se, caso.
Exemplo: Se você não for ao médico, não melhorará.

Operadores que indicam uma relação de tempo: quando, assim que, logo que, no momento em que…
Exemplo: Assim que você chegar, me ligue!

Operadores que indicam finalidade/objetivo: para, para que, a fim de…


Exemplo: Eu estudo a fim de passar no vestibular.

Valor semântico das conjunções


Além disso, cabe ressaltar algumas diferenças semânticas em relação às conjunções.

• A oração subordinada adverbial e a oração coordenada adversativa mantêm uma relação de oposição
entre duas ideias. Entretanto, apesar da semelhança, elas apresentam diferenças entre si. Enquanto a
primeira apresenta a ideia menos importante da oposição, a coordenada apresenta a ideia mais
importante.

Exemplo:
O trabalho consome a pessoa por completo, mas a dignifica.
O trabalho dignifica a pessoa, mas a consome por completo.

• Algumas conjunções podem, no discurso, assumir diversos significados de acordo com a relação que
estabelecem entre as orações. A conjunção ‘e’, por exemplo, não possui apenas o valor aditivo, mas
também.

Exemplos:
Valor adversativo: Tanto tenho aprendido e não sei nada.
Indicar uma consequência/conclusão: Embarco amanhã, e venho lhe dizer adeus.
Expressar uma finalidade: Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.
Valor consecutivo: Estou sonhando, e não quero que me acordem.
Introduz uma expressão enfática: Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu.
Português

• A conjunção alternativa “ou” pode ser empregada tanto com valor de inclusão quanto de exclusão.

Exemplo:
Maria pode-se casar com João ou Antonio.
As plantas são prejudicadas pelo frio ou pelo calor excessivo.

No primeiro item, a conjunção “ou” tem valor de exclusão, pois se João se casar com Maria, Antonio ficará
excluído do processo, ou vice e versa. Enquanto no segundo item, a conjunção “ou” tem valor de inclusão,
pois tanto o frio, quanto o calor excessivo prejudicam as plantas e a ocorrência de um não impede a do outro.
Português

Exercícios de fixação

1. O que são os operadoradores argumentativos?

2. O que liga a floresta Amazônica, o aquecimento mundial e você?


Há muito tempo, a floresta Amaxônica é reconhecida como um repositório de serviços ecológicos, não
só para os povos indígenas e as comunidades locais, mas também para o restante do mundo. Além
disso, de todas as florestas tropicais do mundo, a Amazônia é a única que ainda está conservada em
termos de tamanho e de diversidade. No entanto, à medida que as florestas são queimadas ou retiradas
e o processo de aquecimento global é intensificado, o desmatamento da Amazônia gradualmente
desmonta os frágeis processos ecológicos que levaram anos para serem construídos e refinados.

Indique o valor semântico das conjunções destacadas no excerto acima.

3. Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

No primeiro verso do poema de Gregório de Matos, qual é o valor expresso pela conjunção aditiva “e”?

4. Quais são as especificidades em relação às conjunções integrantes?

5. A verdadeira arte de viajar


A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantanto!
Mário Quintana

A conjunção “como” estabelece qual tipo de relação de sentido?


Português

Exercícios de vestibulares

1. O Boi
Ó solidão do boi no campo,
ó solidão do homem na rua!
Entre carros, trens, telefones,
entre gritos, o ermo profundo.
Ó solidão do boi no campo,
ó milhões sofrendo sem praga!
Se há noite ou sol, é indiferente,
a escuridão rompe com o dia.
Ó solidão do boi no campo,
homens torcendo-se calados!
A cidade é inexplicável
e as casas não têm sentido algum.
Ó solidão do boi no campo!
O navio-fantasma passa
em silêncio na rua cheia.
Se uma tempestade de amor caísse!
As mãos unidas, a vida salva...
Mas o tempo é firme. O boi é só.
No campo imenso a torre de petróleo.
DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Obra Completa. 2a Ed. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967. p. 122.

Observe os versos:
“Se há noite ou sol, é indiferente,
a escuridão rompe com o dia.”

A expressão que, empregada para ligar esses versos, expressa noção adequada ao contexto é:
a) portanto, com sentido de conclusão.
b) desde que, com sentido de condição.
c) embora, com sentido de concessão.
d) pois, com sentido de explicação.
e) que, com sentido de consequência.
Português

2. (Fuvest)
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minh'alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assi co a alma minha se conforma,
está no pensamento como ideia:
e o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
(Camões, ed. A. J. da Costa Pimpão)

A relação semântica expressa pelo termo “logo” no verso "não tenho, logo, mais que desejar" ocorre
igualmente em:
a) Não se lembrou de ter um retrato do menino. E LOGO o retrato que tanto desejara.
a) Acendia, tão LOGO anoitecia, um candeeiro de querosene.
b) É um ser humano, LOGO merece nosso respeito.
c) E era LOGO ele que chegava a esta conclusão.
d) Adoeceu, e LOGO naquele mês, quando estava cheio de compromissos.

3. (Enem)

Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 set. 2011. (Foto: Reprodução)

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a):
a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.
b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos.
d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”.
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.
Português

4. (Enem) O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte
marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-
negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à
área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. No entanto, na
primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu
a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro
Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que
em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009,
contém vários conectivos, sendo que:
a) “após” é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de
cabeça.
b) “enquanto” tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem
aplicadas no jogo.
c) “no entanto” tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem
cronológica de ocorrência.
d) “mesmo” traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo
naturalmente esperado.
e) “por causa de” indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o
Botafogo a fazer um bloqueio.

5. (Enem) O mundo é grande


O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
ANDRADE, Carlos Drummond de.Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e
expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para relacionar as orações. Essa conjunção
estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:
a) oposição
b) comparação.
c) conclusão.
d) alternância.
e) finalidade.
Português

6. (IFSP) Conjunções são palavras que ligam orações independentes; elas podem apresentar ideias
conclusivas, alternadas, explicativas, dependendo do contexto e conjunção utilizada. Observe a oração
abaixo:
Joana estudou o ano inteiro, logo foi bem nas provas finais.

Assinale a alternativa cuja conjunção destacada apresenta a mesma função da conjunção destacada
na oração.
a) Ele não respondeu às minhas cartas nem me telefonou.
b) A mulher chamou o táxi, porém não foi ouvida.
c) Tudo foi executado conforme planejamos.
d) Você me ajudou muito; terá, pois, minha eterna gratidão.
e) Viajarei mesmo que meus pais não autorizem.

7. (Enem, PPL) A palavra e a imagem têm o poder de criar e destruir, de prometer e negar. A publicidade
se vale deste recurso linguístico-imagético como seu principal instrumento. Vende a ficção como o real,
o normal como algo fantástico; transforma um carro em um símbolo de prestígio social, uma cerveja
em uma loira bonita, e um cidadão comum num astro ou estrela, bastando tão somente utilizar o
produto ou serviço divulgado. Assim, fazer o banal tornar-se o ideal é tarefa ordinária da linguagem
publicitária.
ALMEIDA, W. M. A linguagem publicitária e o estrangeirismo. Língua Portuguesa,n. 35, jan. 2012.

Alguns elementos linguísticos estabelecem relações entre as diferentes partes do texto. Nesse texto,
o vocábulo “Assim” tem a função de:
a) contrariar os argumentos anteriores.
b) sintetizar as informações anteriores.
c) acrescentar um novo argumento.
d) introduzir uma explicação.
e) apresentar uma analogia.

8. (Enem) Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho,
exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão
enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o
vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar
a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não
outras, mas essas apenas.
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo “mas” no fragmento apresentado. Observando aspectos
da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo “mas”:
a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.
c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.
Português

9. (ITA) O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e
precisa correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com
independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os
americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para
os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o
maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia
da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais
três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha,
mantendo-se dona do próprio nariz.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/brasilenvelhecer-no-seculo-XXXI/, 18 mar. 2018

A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da
realidade contemporânea: ...” possui a função semântica de:
a) retificação.
b) compensação.
c) complementação.
d) separação.
e) acréscimo.

10. (Enem) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?
Não. O riso básico – o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e
da vocalização — nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas
vocalizações ultrassônicas – que nós não somos capazes de perceber – e que eles emitem quando
estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local
específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso,
o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse
mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós,
mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como
o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada.
Disponível em http://globonews.globo.com. Acesso em 31 maio 2012 (adaptado)

A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho
“Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele
estabelece com a oração seguinte uma relação de:
a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização
dos ratos.
b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização
dos ratos.
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização
dos ratos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado
no cérebro.
e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos
ratos.

Sua específica é linguagens e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.
Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Os operadores argumentativos são estruturas linguísticas responsáveis pela ligação/coesão entre as


sentenças. Têm por função também ressaltar a força argumentativa dos enunciados e o sentido para o
qual apontam. Logo, ao fazer essa ligação, podem indicar relação de causa, consequência, conclusão,
oposição, finalidade, soma de ideias e etc. Por isso, existem diversos tipos de operadores que
proporcionam diferentes sentidos aos textos.

2. As conjunções destacadas expressam o sentido, respectivamente, de: (“não só... mas também”) adição;
(“além disso”) adição; (“no entanto”) oposição; (“à medida que”) proporção.

3. A conjunção aditiva “e”, normalmente aplicada com noção de adição, pode apresentar-se com sentido
adversativo quando exprime oposição ou contraste, podendo ser substituída por “mas”, “porém”,
“todavia”, “contudo”, “entretanto”.

4. As conjunções integrantes são conjunções subordinativas que introduzem orações substantivas, ou seja,
orações que atuam como um substantivo na frase, desempenhando funções de sujeito, objeto direto,
objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto. Além disso, as conjunções “que” e
“se”, integrantes, não expressam valores semânticos.

5. A conjunção “como” estabelece relação de comparação. No primeiro trecho, compara a sua forma como
as pessoas devem sair à rua como uma fugida de casa. No segundo trecho, retoma a forma como as
pessoas devem sair à sua, comparando-a com uma saíde em que estivessem abertos diante das pessoas
todos os caminhos do mundo.

Exercícios de vestibulares

1. D
Como o segundo verso explica uma condição expressa pelo primeiro verso, deve-se utilizar uma
conjunção que tenha valor explicativo, portanto, a conjunção “pois”.

2. C
Em “Não tenho, LOGO, mais que desejar", a conjunção “logo” tem valor conclusivo, assim como na
alternativa C. Na letra A, logo tem sentido de que o retrato do menino era muito importante; na letra B,
tem sentido de “imediatamente”; na letra D, tem sentido de “justamente” e, na letra E, de “neste
momento”.

3. A
O que gera o humor dessa charge é a quebra de expectativa sobre como devemos reagir à preguiça,
introduzida pela conjunção adversativa “mas”.
Português

4. D
A conjunção concessiva introduz um fato que deveria impedir outro, mas não o faz. Dessa forma,
notamos que ter mais posse de bola não impede que o time enfrente dificuldades.

5. A
Ao incluir termos de grande âmbito significado (“mundo”, “mar” e “amor”) em espaços reduzidos (“janela,
“cama”, “colchão” e ação de beijar) o poerta usa a conjunção coordenativa “e” com valor adversativo,
estabelecendo oposição entre as orações.

6. D
A função da conjunção destacada na oração é de conclusão. A única alternativa que também apresenta
uma conjunção conclusiva é a “D”, em que o “pois” entre vírgulas atua como elemento conclusivo,
podendo ser substituído por “logo”.

7. B
A conjunção coordenativa “assim” expressa noção de conclusão relativamente ao que foi enunciado
anteriormente, sintetizando as ideias antes expressas.

8. E
Na primeira ocorrência, a conjunção subordinativa “mas” expressa oposição (“O calor era forte...”, “O
vento batendo nas cortinas...lembrava-lhe que se quisesse podia parar”). Na segunda, a palavra enfatiza,
realça a ideia de que são “essas apenas” e “não outras” que “ela plantara”, sendo usada como partícula
expletiva ou de realce.

9. A
O trecho nega uma apologia à solidão e afirma, em contraposição, que é um “dado da realidade
contemporânea” o fato de os idosos preferirem viver sozinhos.

10. C
Há uma relação de condição entre os trechos “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um
local específico no cérebro” em relação à oração “o rato deixa de fazer essa vocalização”. Assim,
segundo o autor, os ratos só deixarão de fazer a vocalização se os cientistas causarem um dano nos
seus cérebros.
Química

Distribuição eletrônica

Objetivo
Você irá compreender algumas simbologias importantes para realizar a distribuição eletrônica de um
elemento químico. Além disso, irá entender o conceito de energia do elétron e o porquê de essa característica
ter tanta relevância na química.

Se liga
Para esse conteúdo é necessário saber sobre a atomística. O que compõe um átomo. Tem alguma dúvida
nesse assunto? Clique aqui para assistir a uma aula e tirar suas dúvidas. Ou, caso não seja direcionado,
procure na biblioteca pela aula “Atomística, isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos”.

Curiosidade
Você sabia que Linus Carl Pauling teve outras contribuições na ciência? Ele também é reconhecido
como cristalógrafo, biólogo molecular e pesquisador médico.

Teoria

Distribuição eletrônica
Para facilitar a distribuição eletrônica, um diagrama prático de distribuição eletrônica foi proposto. Nele, os
elétrons são distribuídos em ordem crescente de energia, em níveis e subníveis na eletrosfera do átomo.
Neste ponto é importante notar que os elétrons dos átomos conhecidos até hoje se distribuem em até 7 níveis
de energia, e cada nível contém um determinado número de subníveis. Além disso, todo átomo tem um certo
número de elétrons, que devem ser preenchidos seguindo o Diagrama.

Os níveis vão apresentam uma quantidade máxima de elétrons que ele pode suportar.
Nível Número máximo de elétrons
K 2
L 8
M 18
N 32
O 32
P 18
Q 8
Química

E os subníveis também. O subnível s comporta o máximo de 2 elétrons; o p, 6; o d, 10; e o f, 14.

Subnível Número máximo de elétrons


s 2
p 6
d 10
f 14

Com essas informações é possível construir o diagrama de Linus Pauling. Veja o Diagrama de energia
(popularmente conhecido como Diagrama de Linus Pauling) na figura abaixo, e perceba a ordem de
preenchimento expressa nas setas.

Veja o preenchimento de um átomo de Bário que possui 56 elétrons como exemplo:


1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2

O preenchimento da eletrosfera pelos elétrons em subníveis obedece à ordem crescente de energia definida
pelo diagrama. Sendo assim, no exemplo acima, o subnível mais energético é o 6s2.

ATENÇÃO!!!
O elétron diferenciador é o último elétron a entrar no subnível mais energético. No Bário o elétron diferenciador
é o segundo elétron do subnível 6s2.
Para saber o número de elétrons a preencher em um átomo neutro, lembre-se de que o número de prótons é
igual ao número de elétrons. Portanto, o número atômico indicará o número de elétrons. No caso de íons,
deve-se adicionar ou remover elétrons à quantidade de elétrons no átomo neutro; mas muito cuidado, alguns
podem gerar pequenas confusões.
Química

Em Cátions:
Faz-se o preenchimento do átomo em seu estado neutro e, depois, retira(m)-se o(s) elétron(s) da camada de
valência (a mais externa). No caso de ânions, adicionam-se os elétrons nas camadas seguintes.
Se liga nos exemplos!
Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
S2-: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

Distribuição por camadas e por subníveis


Camadas serão representadas por letras ou números (de 1 a 7 ou de K a Q) e suportam um número definido
de elétrons:
Camada 1 ou K = 2;
Camada 2 ou L = 8;
Camada 3 ou M = 18;
Camada 4 ou N = 32;
Camada 5 ou O = 32;
Camada 6 ou P = 18;
Camada 7 ou Q = 8.

Perceba a diferença entre os tipos de preenchimento pelo exemplo do enxofre (S). Em uma das distribuições
mostram-se os subníveis, enquanto em outra mostram-se apenas as camadas preenchidas.

S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 → (por subníveis)


S: K = 2; L = 8; M = 6 → (por níveis ou camadas)

A camada de valência é o nível mais afastado do núcleo, que corresponde sempre ao maior valor em suas
camadas, e não necessariamente é a última da sequência, mas sim aquela que se encontra na camada mais
externa; no caso do Enxofre (S), acima, a camada 3 ou M, e no Fe é a camada 4 ou N.

Números quânticos
Podemos dizer que cada elétron da eletrosfera é identificado por seus quatro números quânticos; são eles:
• número quântico principal: n
• número quântico secundário: l
• número quântico magnético: m ou Ml
• número quântico do spin: s ou Ms
Química

Número quântico principal


O número quântico principal(n) corresponde às sete camadas (K, L, M, N, O, P e Q) do modelo de Rutherford-
Bohr. Ele é relacionado da seguinte forma:

Se liga no exemplo!
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
Nesse caso, o elétron diferenciador está no 3p4, possuindo assim o seu número quântico principal igual a 3.

Número quântico secundário: corresponde ao subnível (s, p, d e f) no qual o elétron em análise se encontra.

Subnível do elétron Número quântico secundário (l)


s 0
p 1
d 2
f 3

Se liga no exemplo!
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4
Tem seu elétron diferenciador no 3p4, possuindo assim o seu número quântico secundário no subnível p e
sendo igual a 1.

Número quântico magnético


Os orbitais são identificados pelo chamado número quântico magnético (Ml ou m). Num dado subnível, o
orbital central tem o número quântico magnético igual a zero; os orbitais da direita têm m = "+1, "+2, "+3; os
da esquerda têm m = -1, -2, -3, como está exemplificado abaixo:
Química

Lembrando que o segundo elétron só entra em um orbital quando todos os orbitais estiverem com 1 elétron
cada, começando a distribuição da esquerda para a direita, e cada orbital só comporta no máximo 2 elétrons.
O quarto e último número quântico recebe o nome de spin (s); ele é responsável por indicar a rotação do
elétron. Se o orbital de um subnível for negativo, a rotação será no sentido negativo (representamos com uma
seta para cima). Mas se o sinal for positivo, a rotação será no sentido positivo (representamos com uma seta
para baixo).

Representação dos spins

Sabendo que a rotação irá influenciar um elétron e que esse movimento influencia no preenchimento dos
subníveis apresentados anteriormente, surge a necessidade de padronizar a distribuição dos elétrons; para
isso usamos a regra de Hund. Segundo essa regra, os orbitais deverão proceder de maneira a manter-se,
sempre que possível, o maior número de elétrons desemparelhados (elétrons ímpares, sozinhos em um
orbital).
Imagine que temos um átomo de nitrogênio no estado fundamental. Note que o número atômico dele é igual
a 7; isso quer dizer que esse elemento tem 7 elétrons. Sabendo que cada elétron será representado por uma
seta, observe o esquema abaixo, em que vamos determinar o spin.
Primeiramente vamos apresentar a maneira incorreta de distribuição eletrônica por orbitais, que é quando
desprezamos a regra de Hund:

Spins do Nitrogênio sem a regra de Hund.

Agora, aplicando a regra de Hund (obtendo as rotações corretas):

Spins do Nitrogênio com a regra de Hund.

Note que na regra de Hund foi deixado o maior número de elétrons desemparelhados, não permitindo a
existência de orbitais vazios. Esse rearranjo é necessário para que possamos ter a rotação correta do spin.
Química

Mapa mental sobre o Diagrama de Linus Pauling

Quer assistir ao QQD desse mapa mental? Clique aqui.


Química

Exercícios de fixação

1. As propriedades das substâncias químicas podem ser previstas a partir das configurações eletrônicas
dos seus elementos. Sabendo o número atômico, pode-se fazer a distribuição eletrônica e localizar a
posição de um elemento na tabela periódica. Sabendo que o Magnésio apresenta número atômico igual
a 12. Faça a sua distribuição eletrônica.

2. Para que as pessoas hipertensas (pressão alta) possam levar uma vida normal, além da medicação, os
médicos costumam prescrever dietas com baixo teor de sódio. Na verdade, essa recomendação
médica refere-se aos íons sódio (𝑁𝑎+ ) que são ingeridos quando se consome principalmente sal de
cozinha (𝑁𝑎+ 𝐶𝑙 − ) e não ao consumo de sódio. Apesar de o átomo (Na) e de o íon (𝑁𝑎+ ) apresentarem
nomes e símbolos semelhantes, eles apresentam comportamentos químicos muitos diferentes.
Qual a distribuição eletrônica do cátion Na+ presente no sal de cozinha?
Dado: Na Z = 11.
a) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6
b) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2
c) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6
d) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2
e) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2  4 𝑝2

3. A distribuição eletrônica do átomo de cálcio no seu estado fundamental por nível e subnível é:
Dado: Ca (Z=20).

4. O átomo de bismuto (83Bi) no seu estado fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling,
apresenta a seguinte distribuição eletrônica, _________________________________. Pode-se afirmar que
seu subnível mais energético é _____.
a) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑 5 e 5𝑑 5 .
b) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑 9 𝑒 5𝑑 9 .
c) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 𝑒 6𝑠 2 .
d) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝5 𝑒 6𝑝5 .
e) 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝3 𝑒 6𝑝3
Química

5. Considere as espécies químicas listadas na tabela a seguir e assinale o que for correto:

Cálcio Enxofre Estrôncio Crômio


𝟐+ 2− 2+ 3+
20𝑪𝒂 16𝑆 38𝑆𝑟 24𝐶𝑟

(01) A distribuição eletrônica do 20𝐶𝑎2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6


(02) A distribuição eletrônica do 16𝑆 2− é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝4
(04) A distribuição eletrônica do 38𝑆𝑟 2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2
(08) A distribuição eletrônica do 24𝐶𝑟 3+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 3
Soma: ( )
Química

Exercícios de vestibulares

1. (EsPCEx 2017) Quando um átomo, ou um grupo de átomos, perde a neutralidade elétrica, passa a ser
denominado de íon. Sendo assim, o íon é formado quando o átomo (ou grupo de átomos) ganha ou
perde elétrons. Logicamente, esse fato interfere na distribuição eletrônica da espécie química. Todavia,
várias espécies químicas podem possuir a mesma distribuição eletrônica.
Considere as espécies químicas listadas na tabela a seguir:

I II III IV V VI
2+ 2− 1− 1− 2+ 3+
20 𝐶𝑎 16 𝑆 9𝐹 17 𝐶ℓ 38 𝑆𝑟 24 𝐶𝑟

A distribuição eletrônica 1𝑠 2 ,  2𝑠 2 ,  2𝑝6 ,  3𝑠 2 ,  3𝑝6 (segundo o Diagrama de Linus Pauling) pode
corresponder, apenas, à distribuição eletrônica das espécies
a) I, II, III e VI.
b) II, III, IV e V.
c) III, IV e V.
d) I, II e IV.
e) I, V e VI.

2. (UFPR 2017) As propriedades das substâncias químicas podem ser previstas a partir das
configurações eletrônicas dos seus elementos. De posse do número atômico, pode-se fazer a
distribuição eletrônica e localizar a posição de um elemento na tabela periódica, ou mesmo prever as
configurações dos seus íons.
Sendo o cálcio pertencente ao grupo dos alcalinos-terrosos e possuindo número atômico 𝑍 = 20, a
configuração eletrônica do seu cátion bivalente é:
a) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2
b) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6
c) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2
d) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2  3 𝑑 2
e) 1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2  3 𝑝6  4 𝑠 2  4 𝑝2
Química

3. (CESCEM) Para o valor do número quântico principal n igual a 4, os tipos de órbitas que podem existir
na configuração eletrônica de um átomo podem ser:
a) somente s.
b) somente s e p.
c) somente s, p, d
d) somente f.
e) s, p, d, f.

4. (Unaerp-2016) O fenômeno da supercondução de eletricidade, descoberto em 1911, voltou a ser objeto


da atenção do mundo científico com a constatação de Bednorz e Müller de que materiais cerâmicos
podem exibir esse tipo de comportamento, valendo um prêmio Nobel a esses dois físicos em 1987. Um
dos elementos químicos mais importantes na formulação da cerâmica supercondutora é o ítrio:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1. O número de camadas e o número de elétrons mais
energéticos para o ítrio, serão, respectivamente:
a) 4 e 1.
b) 5 e 1.
c) 4 e 2.
d) 5 e 3.
e) 4 e 3.

5. (UFRS) O íon monoatômico A2- apresenta a configuração eletrônica 3s2 3p6 para o último nível. O
número atômico do elemento A é:
a) 8
b) 10
c) 14
d) 16
e) 18
Química

6. (CESGRANRIO 2011) 0 O ferro é bastante utilizado pelo homem em todo o mundo. Foram identificados
artefatos de ferro produzidos em torno de 4000 a 3500 a.C. Nos dias atuais, o ferro pode ser obtido por
intermédio da redução de óxidos ou hidróxidos, por um fluxo gasoso de hidrogênio molecular (𝐻2 )ou
monóxido de carbono. O Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de minério de ferro. Na
natureza, o ferro ocorre, principalmente, em compostos, tais como: hematita (𝐹𝑒2 𝑂3 ), magnetita
(𝐹𝑒3 𝑂4 ), siderita (𝐹𝑒𝐶𝑂3 ), limonita (𝐹𝑒2 𝑂3 ⋅ 𝐻2 𝑂)e pirita(𝐹𝑒𝑆2 ), sendo a hematita o seu principal mineral.
Assim, segundo o diagrama de Linus Pauling, a distribuição eletrônica para o íon ferro (+3), nesse
mineral, é representada da seguinte maneira:
Dado: Fe Z = 26.
a) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 5
b) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 6
c) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 9
d) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 3
e) 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 2

7. (Uerj – 2019) Recentemente, cientistas conseguiram produzir hidrogênio metálico, comprimindo


hidrogênio molecular sob elevada pressão. As propriedades metálicas desse elemento são as mesmas
dos demais elementos do grupo 1 da tabela de classificação periódica.
Essa semelhança está relacionada com o subnível mais energético desses elementos, que corresponde
a:
Dado: Número atômico do hidrogênio = 1.
a) 𝑛𝑠1
b) 𝑛𝑝2
c) 𝑛𝑑 3
d) 𝑛𝑓 4
e) sp²

8. (Uerj 2010) O selênio é um elemento químico essencial ao funcionamento do organismo, e suas


principais fontes são o trigo, as nozes e os peixes. Nesses alimentos, o selênio está presente em sua
forma aniônica Se2-Existem na natureza átomos de outros elementos químicos com a mesma
distribuição eletrônica desse ânion. O símbolo químico de um átomo que possui a mesma distribuição
eletrônica desse ânion está indicado em:
Dados: Se Z = 34; Kr Z = 36; Br Z = 35; As Z = 33; Te Z = 52; Ca Z = 20.
a) Kr
b) Br
c) As
d) Te
e) Ca
Química

9. (Unioeste-2017) Um átomo possui configuração eletrônica, cujo orbital mais energético é o 3𝑑. Este
orbital se encontra semipreenchido. A respeito da configuração eletrônica deste átomo é CORRETO
afirmar.
a) A distribuição eletrônica da camada de valência é 2𝑠 2 e 2𝑝6 .
b) Todos os elétrons presentes neste átomo possuem spin eletrônico emparelhado, em sua
configuração de menor energia.
c) Apenas um elétron presente neste átomo possui spin eletrônico desemparelhado, em sua
configuração de menor energia.
d) Este átomo possui 25 elétrons, sendo 20 com spins emparelhados e 5 com spins
desemparelhados.
e) A promoção de um elétron do orbital 3𝑝 para um orbital de maior energia leva a configuração
eletrônica 3𝑝4  4𝑠1 .

10. (Uece 2017) Na distribuição eletrônica do , o 17º par eletrônico possui os seguintes valores dos
38 𝑆𝑟
88

números quânticos (principal, secundário, magnético e spin):


1 1
a) 4,  2,  0, − e + .
2 2
1 1
b) 4,  1, +1, − e + .
2 2
1 1
c) 4,  1,  0, − e + .
2 2
1 1
d) 4,  2, −1, − e + .
2 2
1 1
e) 4,  0, −1, + e − .
2 2

Sua específica é naturezas e quer continuar estudando esse assunto?


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Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Configuração eletrônica do magnésio:


1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠 2

2. A
Distribuição eletrônica do Na Z = 11:
1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6  3 𝑠1
É um cátion monovalente, ou seja, perdeu um elétron, portanto:
1 𝑠 2  2 𝑠 2  2 𝑝6

3. Distribuição eletrônica completa do cálcio por nível e subnível.


2 2 6 2 6 2
20 𝐶𝑎 = 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠
K = 2; L = 8; M = 8; N = 2.

4. E
83𝐵𝑖: 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝3
𝐶𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎: 6𝑠 2  6𝑝3  (𝑛 = 6) ⇒ 𝑠𝑒𝑥𝑡𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
O átomo de bismuto (83Bi) no seu estado fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling, apresenta
a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝3 .
Pode-se afirmar que seu subnível mais energético é 6p³ e o período é o 6º.

5. 01 + 08 = 09
(01) A distribuição eletrônica do 20𝐶𝑎2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 (02) A distribuição eletrônica do
16𝑆
2−
é 1𝑠 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 (04) A distribuição eletrônica do 38𝑆𝑟 2+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 (08) A
2

distribuição eletrônica do 24𝐶𝑟 3+ é 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 3 .

Exercícios de vestibulares

1. D
(𝐼) 20 𝐶𝑎: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 2+ 2 2
20 𝐶𝑎 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝
6 2 6
2 2
(𝐼𝐼) 16 𝑆: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝6 2 4 2− 2 2 6 2 6
16 𝑆 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝
2 2 5 1−
(𝐼𝐼𝐼) 𝐹: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 9𝐹 ∶ 1𝑠 2𝑠 2𝑝6
2 2

(𝐼𝑉) 17 𝐶𝑙: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝5


2 2 6 2 1− 2 2
17 𝐶𝑙 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝
6 2 6

(𝑉) 38 𝑆𝑟: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 2+ 2 2 6 2 6 2


38 𝑆𝑟 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝
10 6
2 2 6 2 6 2 4 2
(𝑉𝐼)24 𝐶𝑟: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 ⇒24 𝐶𝑟: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 2 6 2 6 1 5
3+ 2 2 6 2 6 3
24 𝐶𝑟 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 3𝑑

2. B
Configuração eletrônica do cátion bivalente do cálcio:
20𝐶𝑎: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 20𝐶𝑎2+ : 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 0
20𝐶𝑎2+ : 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6
Química

3. E
Distribuição eletrônica completa:
1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6  4𝑠 2  3𝑑10  4𝑝6  5𝑠 2  4𝑑10  5𝑝6  6𝑠 2  4𝑓 14  5𝑑10 6𝑝6 7𝑠 2 5𝑓 14 6𝑑10 7𝑝6
Olhando para essa distribuição, podemos observar que, com o número quântico principal igual a 4, nós
temos os subníveis s, p, d e f.

4. B
Pela distribuição eletrônica:1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1.
Note que os elétrons foram distribuídos até a camada 5 (5s2). Visto que essa distribuição já está na
ordem energética crescente, o subnível mais energético é o 4d, que possui 1 elétron.

5. D
Fazendo a distribuição de acordo com a camada de valência teremos:
1𝑠 2  2𝑠 2  2𝑝6  3𝑠 2  3𝑝6
Aqui há 18 elétrons. Mas como o elemento é um íon 2-, isso significa que ele ganhou 2 elétrons, então
sua camada no estado fundamental é: 3s2 3p4. Retirando 2 elétrons de 18, teremos como resposta 16.

6. A
A distribuição eletrônica do ferro atômico é:
1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 6 ; retirando 3 elétrons, teremos(𝐹𝑒 3+ ):
1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 5 .

7. A
Configuração da camada de valência (coincidentemente do subnível mais energético) dos elementos do
grupo 1 ou família IA: 𝑛𝑠1 :
1 H: 1𝑠1 3 𝐿𝑖: 1𝑠 2 2𝑠1 2 2 6 1 2 2 6
11 𝑁𝑎: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 19 𝐾: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠
2 6 1

2 2 2 6 6 2 10 6 1 2 2 6 2 6
37 𝑅𝑏: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝 5𝑠 55 𝐶𝑠: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4

87 Fr: 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑 4𝑝 5𝑠 4𝑑 5𝑝 6𝑠 4𝑓 5𝑑 6𝑝 7𝑠
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 6 2 14 10 6 1

8. A
2-
34Se = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6
n(elétrons) = 36 ⇒ 36Kr
Química

9. D
a) Incorreta. A distribuição eletrônica da camada de valência é 4𝑠 2 :
𝐴 2 2 6 2 6 2
𝑍𝐸 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 ⏟𝐶𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 3𝑑
(10−𝑥)
.
b) Incorreta. Nem todos os elétrons presentes nesse átomo possuem spin eletrônico emparelhado em
sua configuração de menor energia, pois o orbital mais energético 3𝑑 se encontra semipreenchido.
c) Incorreta. Apenas o orbital mais energético 3𝑑 se encontra semipreenchido, por isso existem várias
possibilidades.
d) Correta. O átomo possui configuração eletrônica, cujo orbital mais energético é o 3𝑑, que se
encontra semipreenchido. Então: 𝐴𝑍𝐸 : 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 (10−𝑥) .
𝐴 2 2 6 2 6 2 5
𝑍𝐸 : 1𝑠 2𝑠 2𝑝 3𝑠 3𝑝 4𝑠 3𝑑
𝐴 2 2 6 2 6 2 5
𝑍𝐸 : 1𝑠 [↑↓] 2𝑠 [↑↓] 2𝑝 [↑↓↑↓↑↓] 3𝑠 [↑↓] 3𝑝 [↑↓↑↓↑↓] 4𝑠 [↑↓] 3𝑑 [↑↑↑↑↑]

1𝑠 2 [↑↓] 2𝑠 2 [↑↓] 2𝑝6 [↑↓↑↓↑↓] 3𝑠 2 [↑↓] 3𝑝6 [↑↓↑↓↑↓] 4𝑠 2 [↑↓] 20 𝑒𝑙é𝑡𝑜𝑛𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑝𝑖𝑛𝑠 𝑒𝑚𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑠
3𝑑 5 [↑↑↑↑↑] 5 𝑒𝑙é𝑡𝑜𝑛𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑝𝑖𝑛𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑠
e) Incorreta. A promoção de um elétron do orbital 3𝑝 para um orbital de maior energia, pertencente ao
mesmo nível energético, pode levar à configuração eletrônica 3𝑝4  3𝑑1 .

10. C
1
17 × 2 = 34 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠. 𝑆𝑢𝑝𝑜𝑛𝑑𝑜: ↓; − .38 𝑆𝑟: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝6 5𝑠 2 4𝑝6 ⇒↓↑↓↑ ⏟17º 𝑝𝑎𝑟 ↓↑
2
1 1
𝑛 = 4; 𝑙 = 1; 𝑚 = 0; 𝑠 = − ; 𝑠 = +
2 2
Química

Evolução dos modelos atômicos e atomística

Objetivo
Você irá conhecer os átomos propostos ao longo da história a sua evolução até o modelo atômico atual.

Se liga
Para que você possa entender atomística, é recomendável que tenha em mente o conceito de eletrosfera.
Tem alguma dúvida nesse assunto? Então clica aqui!

Curiosidade
Fótons e glúons são os menores componentes do átomo, são feitos puramente de energia e não possuem
massa.

Teoria

Evolução dos modelos atômicos


Os filósofos gregos Demócrito e Leucipo formularam o conceito de átomo e, a partir deles, alguns cientistas,
já no século XIX, elaboraram os primeiros modelos atômicos. Conforme novas descobertas surgiam, algumas
ideias foram substituídas/atualizadas, e apenas os conceitos que se mostravam coerentes com esses
avanços permaneciam. Por conta disso, com o passar do tempo novos modelos atômicos foram criados.

John Dalton e a primeira teoria atômica


Dalton considerou os átomos como pequenas partículas esféricas que seriam indivisíveis e indestrutíveis. Por
conta dessas características, seu modelo ficou conhecido como “Bola de Bilhar”. Esse modelo permaneceu
por cerca de 100 anos, até sua substituição.

representação do modelo de Dalton: Bola de bilhar


Química

O Modelo atômico de Thomson


Através de estudos com raios catódicos (emitidos de uma fonte de cátions), o físico J. J. Thomson concluiu
que o átomo não era apenas uma esfera indivisível, como Dalton havia sugerido. Foi percebida a existência
de partículas carregadas negativamente, determinando a relação entre a carga dessas partículas e a massa.

Como funcionou o experimento?

Ilustração do experimento realizado por J. J. Thomson em uma ampola de Crookes, disponível em:
<https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/eletron.html>, acesso em 03/09/21 às 20h24

Em busca de medir a carga e a massa do elétron, um feixe com raios catódicos foi migrado de um campo
elétrico para um campo magnético. O campo elétrico provoca desvio em um sentido, enquanto o campo
magnético desvia o feixe no sentido oposto. Daí foi possível deduzir a existência de uma carga negativa. Seu
modelo consistia em uma esfera maciça carregada positivamente, na qual se encontram, incrustados, as
cargas negativas. E por conta dessa característica, foi apelidado de pudim de passas.

representação do modelo de Thomson: pudim de passas


Química

O Modelo atômico de Rutherford


Com a descoberta da radioatividade, Ernest Rutherford e um grupo de colaboradores embarcaram numa
experiência que tinha o objetivo de determinar as propriedades das partículas alfa e sua interação com a
matéria. O experimento consistia em bombardear uma finíssima lâmina de ouro com partículas alfa, emitidas
por polônio radioativo em uma chapa fotográfica. Com o experimento, percebeu que algumas partículas
atravessavam a lâmina sem sofrer desvio, enquanto outras eram desviadas, e uma parte delas era
ricocheteada.

experimento com raios catódicos de Rutherford

Rutherford elaborou um modelo que ficou conhecido como “Modelo planetário”, em que o átomo possuía um
núcleo, onde estaria concentrada a maior parte de sua massa, e era envolto por elétrons girando ao seu redor.

representação do modelo de Rutherford


Química

O Modelo atômico de Bohr


Esse modelo é semelhante ao de Rutherford. Bohr propôs um modelo que seria formado por um núcleo
positivo com uma parte periférica, onde giravam os elétrons. A grande diferença entre estes é que, para Bohr,
os elétrons giravam, sem emitir ou absorver energia, em órbitas circulares, as quais ele denominou níveis de
energia ou camadas.

representação do modelo de Bohr

O Modelo atômico de Rutherford-Bohr e o salto quântico


Ao absorver uma certa quantidade de energia, o elétron deve saltar para uma órbita de maior energia. Após
retornar à sua órbita original, o elétron libera a mesma energia que a absorvida pela transição quântica. A
liberação de energia, em fótons, ocorre na forma de luz com uma cor clara ou outro tipo de radiação
eletromagnética, como ultravioleta (UV) ou raios-X. O valor dessa energia é igual à diferença de energia entre
as órbitas circulares em questão. A figura a seguir ilustra o funcionamento de um salto quântico.
Química

O Modelo atômico de Sommerfeld/Bohr-Sommerfeld


Usando espectroscópios de alta resolução para a análise da teoria atômica, Sommerfeld revelou a existência
de linhas espectrais muito finas que Niels Bohr não havia detectado em seu modelo. Após seus estudos,
Sommerfeld admitiu que em cada camada eletrônica (n) havia 1 órbita circular e (n-1) órbitas elípticas com
diferentes características. Essas órbitas elípticas foram então chamadas de subníveis, ou subcamadas, e
caracterizadas por l, em que l=0, l=1, l=2 e l=3 são respectivamente os subníveis s, p, d e f. Por exemplo, na 4ª
camada há uma órbita circular e três elípticas.
Ele propôs esse modelo através da teoria da relatividade de Einstein e da teoria quântica, assim podendo
explicar detalhes dos espectros. Como ele complementou o que Bohr não conseguia explicar
satisfatoriamente para os átomos além dos hidrogenoides, o modelo ficou conhecido como Bohr-
Sommerfeld. A energia do elétron seria determinada pela distância em que se encontrava do núcleo e pelo
tipo de órbita que descreve.

Modelo atômico de Sommerfeld


Química

Atomística
A estrutura de um átomo é formada pela eletrosfera, onde encontramos os elétrons, e pelo núcleo, onde
encontramos os prótons e os nêutrons.
A massa do isótopo de um átomo pode ser encontrada pela soma do número de prótons(p) e nêutrons(n). A
massa dos elétrons(e-) de um átomo é desprezível, pois é muito pequena em relação aos prótons e nêutrons.

Partícula Massa relativa Carga elétrica relativa


próton 1 1
Núcleo
nêutron 1 0
eletrosfera elétron 1/1836 -1

Estrutura de um átomo, produzido por Vanussa Faustino, jan. 2021.

O número de massa (A) é a soma de prótons e nêutrons no núcleo de um átomo: A = p + n

A massa atômica (MA) encontrada na tabela periódica é uma média dos isótopos existentes do elemento.
Pode ser encontrada por:
(𝐴1. %1)(𝐴2. %2) + ⋯ + (𝐴𝑛. %𝑛)
𝑀𝐴 =
100

O número Atômico (Z) é o número de prótons presentes no núcleo de um átomo: Z = p

Essas informações estão contidas na tabela periódica; observe o exemplo abaixo:


Química

Hélio: tabela periódica, produzido por Vanussa Faustino, jan. 2021.

Quando um átomo está em seu estado fundamental (eletricamente neutro), o seu número de prótons (cargas
positivas) é igual ao seu número de elétrons (cargas negativas): p = e–

Portanto, para um átomo, o número de prótons é também igual ao número de elétrons: Z = p = e–

Quem são os íons?


Quando um átomo eletricamente neutro, ou seja, no estado fundamental, perde ou recebe elétrons, ele se
transforma em um ÍON.

A perda de elétrons → gera um íon positivo, que recebe o nome de cátion (exemplo: 11Na+1).
O ganho de elétrons → gera um íon negativo, que recebe o nome de Ânion (exemplo: 8O-2).

Isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos


Esses nomes servem para facilitar a classificação dos átomos dos elementos químicos presentes na tabela
periódica, de acordo com a quantidade de prótons, elétrons e nêutrons presentes em cada um deles.
• Isótopos: são átomos que possuem o mesmo número de prótons (ou número atômico (Z)), mas
apresentam diferente número de nêutrons e, consequentemente, diferente número de massa (A).
• Isóbaros: são átomos que possuem o mesmo número de massa (A), mas diferentes números atômicos
(Z).
• Isótonos: são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons, mas diferentes números atômicos
(Z) e de massa (A).
• Isoeletrônicos: são átomos ou íons que possuem o mesmo número de elétrons.
Química

Mapa mental sobre modelos atômicos

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Química

Exercícios de fixação

1. Assinale a afirmativa a seguir que NÃO é uma ideia que provém do modelo atômico de Dalton.
a) Átomos de um elemento podem ser transformados em átomos de outros elementos por reações
químicas.
b) Todos os átomos de um dado elemento têm propriedades idênticas as quais diferem das
propriedades dos átomos de outros elementos.
c) Um elemento é composto de partículas indivisíveis e diminutas chamadas átomos.
d) Compostos são formados quando átomos de diferentes elementos se combinam em razões bem
determinadas.
e) Os átomos são sistemas homogêneos

2. O quadro abaixo representa algumas características de modelos atômicos. Com base nos dados
apresentados, relacione as características aos respectivos cientistas:

Tipo Característica

A A matéria é formada por átomos indivisíveis.

B Núcleos positivos, pequenos e densos.

C Carga negativa dispersa pelo átomo positivo.

a) A = Dalton; B = Thomson; C = Rutherford.


b) A = Dalton; B = Rutherford; C = Thomson.
c) A = Thomson; B = Rutherford; C = Bohr.
d) A = Rutherford; B = Thomson; C = Bohr.
e) A = Thomson; B = Bohr; C = Rutherford.
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3. O modelo do átomo nucleado existe há menos de 100 anos. Ele foi proposto originalmente por Ernest
Rutherford e seus colaboradores, em 1911. Sobre o modelo do átomo nucleado de Rutherford,
considere as seguintes proposições:
I. O átomo seria semelhante ao Sistema Solar: o núcleo, carregado positivamente, estaria no centro
como o Sol, e os elétrons, com carga negativa, estariam girando em órbitas circulares ao seu redor,
como os planetas.
II. Rutherford propôs que os núcleos são formados por dois tipos de partículas subatômicas: os
prótons e os nêutrons.
III. Em seus experimentos, Rutherford obteve evidências de que o núcleo é muito pequeno em relação
ao tamanho total do átomo, e que nele se concentra praticamente toda a massa atômica.

Assinale a afirmativa correta:


a) Apenas a proposição I é correta.
b) Apenas as proposições I e II são corretas.
c) Apenas as proposições II e III são corretas.
d) Apenas as proposições I e III são corretas.
e) Todas as proposições são corretas.

4. Uma importante contribuição do modelo de Rutherford foi considerar o átomo constituído de:
a) elétrons mergulhados numa massa homogênea de carga positiva.
b) uma estrutura altamente compactada de prótons e elétrons.
c) um núcleo de massa desprezível comparada com a massa do elétron.
d) uma região central com carga negativa chamada núcleo.
e) um núcleo pequeno de carga positiva, cercado por elétrons.

5. Assinale a alternativa que completa melhor os espaços apresentados na frase abaixo:

“O modelo de Rutherford propõe que o átomo seria composto por um núcleo muito pequeno e de carga
elétrica______, que seria equilibrado por ____________, de carga elétrica __________, que ficariam girando
ao redor do núcleo, numa região periférica denominada_________”

a) neutra, prótons, positiva e núcleo.


b) positiva, elétrons, positiva, eletrosfera.
c) negativa, prótons, negativa, eletrosfera.
d) positiva, elétrons, negativa, eletrosfera.
e) negativa, prótons, negativa, núcleo.
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Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2019) Um teste de laboratório permite identificar alguns cátions metálicos ao introduzir uma
pequena quantidade do material de interesse em uma chama de bico de Bunsen para, em seguida,
observar a cor da luz emitida.
A cor observada é proveniente da emissão de radiação eletromagnética ao ocorrer a:
a) mudança da fase sólida para a fase líquida do elemento metálico.
b) combustão dos cátions metálicos provocada pelas moléculas de oxigênio da atmosfera.
c) diminuição da energia cinética dos elétrons em uma mesma órbita na eletrosfera atômica.
d) transição eletrônica de um nível mais externo para outro mais interno na eletrosfera atômica.
e) promoção dos elétrons que se encontram no estado fundamental de energia para níveis mais
energéticos.

2. (IFSUL 2017) Os isótopos radioativos do cobalto apresentam grande importância na medicina, sendo
utilizados na destruição de células cancerosas. O isótopo na forma de cátion bivalente, 60Co27
apresenta os seguintes números de prótons, elétrons e nêutrons, respectivamente:
a) 27 - 27 - 35
b) 27 - 25 - 33
c) 60 - 29 - 33
d) 60 - 27 - 35
e) 59 - 27 – 32
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3. (Enem 2009/ PPL) Antes da geração do céu, teremos que rever a natureza do fogo, do ar, da água e da
terra. Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando congela, parece-nos estar a olhar para
algo que se tornou pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o ar,
quando é queimado, torna-se fogo; e, inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa à
forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir destes
estados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água torna-se novamente terra e
pedras; e deste modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica.
PLATÃO, Timeu (c. 360 a.C.).

Buscando compreender a diversidade de formas e substâncias que vemos no mundo, diversas culturas
da Antiguidade elaboraram a noção de “quatro elementos” fundamentais, que seriam terra, água, ar e
fogo. Essa visão de mundo prevaleceu até o início da Era Moderna, quando foi suplantada diante das
descobertas da química e da física.
PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECh, 2011.

Do ponto de vista da ciência moderna, a descrição dos “quatro elementos” feita por Platão corresponde
ao conceito de:
a) partícula elementar.
b) força fundamental.
c) elemento químico.
d) fase da matéria.
e) lei da natureza

4. (UFTM 2003) - Fogos de artifício utilizam sais de diferentes íons metálicos misturados com um material
explosivo. Quando incendiados, emitem diferentes colorações. Por exemplo: sais de sódio emitem cor
amarela, de bário, cor verde e de cobre, cor azul. Essas cores são produzidas quando os elétrons
excitados dos íons metálicos retornam para níveis de menor energia. O modelo atômico mais adequado
para explicar esse fenômeno é o modelo de:
a) Rutherford.
b) Rutherford-Bohr.
c) Thomson.
d) Dalton.
e) Millikan.

5. (UNESP 2006) No ano de 1897, o cientista britânico J.J. Thomson descobriu, através de experiências
com os raios catódicos, a primeira evidência experimental da estrutura interna dos átomos. O modelo
atômico proposto por Thomson ficou conhecido como “pudim de passas”. Para esse modelo, pode-se
afirmar que:
a) O núcleo atômico ocupa um volume mínimo no centro do átomo.
b) As cargas negativas estão distribuídas homogeneamente por todo o átomo.
c) Os elétrons estão distribuídos em órbitas fixas ao redor do núcleo.
d) Os átomos são esferas duras, do tipo de uma bola de bilhar.
e) Os elétrons estão espalhados aleatoriamente no espaço ao redor do núcleo.
Química

6. (Enem 2020 Digital) No final do século XIX, muitos cientistas estavam interessados nos intrigantes
fenômenos observados nas ampolas de raios catódicos, que são tubos sob vácuo em que se ligam
duas placas a uma fonte de alta tensão. Os raios catódicos passam através de um orifício no ânodo e
continuam o percurso até a outra extremidade do tubo, onde são detectados pela fluorescência
produzida ao chocarem-se com um revestimento especial, como pode ser observado na figura.
Medições da razão entre a carga e a massa dos constituintes dos raios catódicos mostram que a sua
identidade independe do material do cátodo ou do gás dentro das ampolas.

CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. Porto Alegre: Bookman, 2013 (adaptado).

Essa radiação invisível detectada nas ampolas é constituída por


a) ânions.
b) cátions.
c) prótons.
d) elétrons.
e) partículas alfas.

7. (Enem 2019) Em 1808, Dalton publicou o seu famoso livro o intitulado Um novo sistema de filosofia
química (do original A New System of Chemical Philosophy), no qual continha os cinco postulados que
serviam como alicerce da primeira teoria atômica da matéria fundamentada no método científico.
Esses postulados são numerados a seguir:
1. A matéria é constituída de átomos indivisíveis.
2. Todos os átomos de um dado elemento químico são idênticos em massa e em todas as outras
propriedades.
3. Diferentes elementos químicos têm diferentes tipos de átomos; em particular, seus átomos têm
diferentes massas.
4. Os átomos são indestrutíveis e nas reações químicas mantêm suas identidades.
5. Átomos de elementos combinam com átomos de outros elementos em proporções de números
inteiros pequenos para formar compostos.
Após o modelo de Dalton, outros modelos baseados em outros dados experimentais evidenciaram,
entre outras coisas, a natureza elétrica da matéria, a composição e organização do átomo e a
quantização da energia no modelo atômico.
(OXTOBY, D.W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012 (adaptado).)

Com base no modelo atual que descreve o átomo, qual dos postulados de Dalton ainda é considerado
correto?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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8. (Enem - 2017) Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento de parte da água de


cozimento sobre a chama azul do fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor
pode suscitar interpretações diversas, relacionadas às substâncias presentes na água de cozimento.
Além do sal de cozinha (NaCl), nela se encontram carboidratos, proteínas e sais minerais
Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama ocorre pela:
a) reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás cloro.
b) emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da chama.
c) produção de derivado amarelo, pela reação com o carboidrato.
d) reação do gás de cozinha com a água, formando gás hidrogênio.
e) excitação das moléculas de proteínas, com formação de luz amarela.

9. (UFG – 2013, médio) Uma amostra de um elemento E tem isótopos AE e BE com abundâncias 75% e
25%, respectivamente. Considerando-se que a massa do isótopo AE é 34,97 e que a massa atômica
média do elemento E, nessa amostra, é 35,47, o número de massa B é:
a) 35
b) 36
c) 37
d) 38
e) 39

10. (UPE - 2014) Um laboratório brasileiro desenvolveu uma técnica destinada à identificação da origem de
“balas perdidas”, comuns nos confrontos entre policiais e bandidos. Trata-se de uma munição especial,
fabricada com a adição de corantes fluorescentes, visíveis apenas sob luz ultravioleta. Ao se disparar
a arma carregada com essa munição, são liberados os pigmentos no atirador, no alvo e em tudo o que
atravessar, permitindo rastrear a trajetória do tiro.
(Adaptado de MOUTINHO, Sofia. À caça de evidências. Ciência Hoje, maio, 24-31, 2011.)

Qual dos modelos atômicos a seguir oferece melhores fundamentos para a escolha de um
equipamento a ser utilizado na busca por evidências dos vestígios desse tipo de bala?
a) Modelo de Dalton.
b) Modelo de Thompson.
c) Modelo de Rutherford-Bohr.
d) Modelo de Dalton-Thompson.
e) Modelo de Rutherford- Thompson.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Os átomos permanecerão inalterados após a reação.

2. B
A matéria é formada por átomos indivisíveis: Modelo atômico de Dalton.
Núcleos positivos, pequenos e densos: Modelo atômico de Rutherford.
Carga negativa dispersa pelo átomo positivo: Modelo atômico de Thomson.

3. D
Sobre o modelo do átomo nucleado de Rutherford, considere as seguintes proposições:
I. [Verdadeiro] O átomo seria semelhante ao Sistema Solar: o núcleo, carregado positivamente, estaria
no centro como o Sol, e os elétrons, com carga negativa, estariam girando em órbitas circulares ao
seu redor, como os planetas.
II. [Falsa] Rutherford propôs que os núcleos são formados por dois tipos de partículas subatômicas:
os prótons e os nêutrons.
III. [verdadeiro] Os nêutrons foram determinados em 1932 por Chadwick. Em seus experimentos,
Rutherford obteve evidências de que o núcleo é muito pequeno em relação ao tamanho total do
átomo e nele se concentra praticamente toda a massa atômica.

4. E
Justificando as alternativas incorretas:
a) [INCORRETA] De acordo com Rutherford, os elétrons apresentavam carga negativa.
b) [INCORRETA] A estrutura onde se encontrava os elétrons (eletrosfera) era considerada vazia, e não
compactada.
c) [INCORRETA] O núcleo continha praticamente toda a massa do átomo, segundo o conceito de
Rutherford.
d) [INCORRETA] O experimento permitiu concluir que a região central (núcleo) possuía carga positiva

5. D
“O modelo de Rutherford propõe que o átomo seria composto por um núcleo muito pequeno e de carga
elétrica positiva, que seria equilibrado por elétrons, de carga elétrica negativa, que ficariam girando ao
redor do núcleo, numa região periférica denominada eletrosfera.”

Exercícios de vestibulares

1. D
Quando um elétron de um átomo no seu estado fundamental e neutro absorve energia, ele é capaz de
saltar para um nível mais energético; quando essa energia é cessada, esse elétron retorna para a sua
camada de origem, liberando essa energia extra em forma de luz; esse processo é conhecido como salto
quântico.
Química

2. B
60 +2
27Co
p = 27
e- = 25
n = A – Z = 60 – 27 = 33

3. D
A descrição dos “quatro elementos” feita por Platão corresponde ao conceito de fase da matéria, ou seja,
corresponde às “porções” que compõem um material (terra, água e ar), com exceção do fogo.

4. B
Essa movimentação dos elétrons pelos níveis de energia foi explicada por Bohr, tendo como base o
modelo de Rutherford. Por isso foi chamado de Rutherford-Bohr.

5. B
As opções A, C, e E falam de núcleo; no entanto, o modelo de Thomson não prevê tal estrutura, logo estão
incorretas. Já a alternativa D cita o modelo de Dalton, portanto também está incorreta. Dessa forma, a
que melhor se aplica ao modelo é a alternativa B.

6. D
Observando-se as placas paralelas, uma de polo negativo e outra de polo positivo, e perguntando-se por
qual placa os raios catódicos são atraídos, nota-se que eles são atraídos pela placa positiva; logo, o raio
é de carga negativa: elétron.

7. E
[1] Incorreto. A matéria é constituída de átomos divisíveis (existem subpartículas).
[2] Incorreto. Os átomos de um dado elemento químico não são idênticos em massa e em todas as
outras propriedades, pois a quantidade de nêutrons pode variar nos isótopos.
[3] Incorreto. As massas atômicas de elementos diferentes podem coincidir devido à existência dos
isóbaros.
[4] Incorreto. Os átomos são destrutíveis (existe a possibilidade de fissão nuclear); além disso, o número
de oxidação de um elemento químico pode variar em uma reação química.
[5] Correto. Átomos de elementos combinam com átomos de outros elementos em proporções de
números inteiros pequenos para formar compostos (vide o cálculo estequiométrico).

8. B
No caso da abordagem da questão, para se chegar a uma alternativa, deve-se fazer a associação com o
único metal citado no enunciado, ou seja, o sódio, pois outras possibilidades para a mudança da cor da
chama, como a ocorrência de uma combustão incompleta do gás utilizado devido ao derramamento da
água de cozimento, não são citadas.
Pressupõe-se, então, que na água de cozimento estejam presentes cátions Na+ dissociados a partir do
NaCl.
O elemento metálico sódio, mesmo na forma iônica, libera fótons quando sofre excitação por uma fonte
de energia externa, e a cor visualizada é o amarelo.
Química

9. C
A massa atômica de um elemento químico é dada pela média ponderada das massas atômicas de seus
isótopos, então:

A
E → 75%; A = 34,97 u

BE → 25%; B = ?

M.A = 35,47 u

35,47 = 0,75.34,97 + 0,25.B

B = 36,97 u

Número de massa de B = 37

10. C
O modelo de Bohr oferece melhores fundamentos para a escolha de um equipamento a ser utilizado na
busca por evidências dos vestígios. A partir das suas descobertas científicas, Niels Bohr propôs cinco
postulados:
1º) Um átomo é formado por um núcleo e por elétrons extranucleares, cujas interações elétricas seguem
a lei de Coulomb.
2º) Os elétrons se movem ao redor do núcleo em órbitas circulares.
3º) Quando um elétron está em uma órbita, ele não ganha e nem perde energia, dizemos que ele está em
uma órbita discreta ou estacionária ou num estado estacionário.
4º) Os elétrons só podem apresentar variações de energia quando saltam de uma órbita para outra.
5º) Um átomo só pode ganhar ou perder energia em quantidades equivalentes a um múltiplo inteiro
(quanta).
Redação

Desenvolvimento: funções e estratégias

Objetivo
Aprender sobre as funções e as estratégias para a escrita do desenvolvimento de uma dissertação.

Se liga
Para saber quais serão as próximas etapas para a construção de uma redação exemplar, confira esse mapa
mental aqui.

Curiosidade
Para entender mais sobre a prova de Redação do Enem e quais competências são avaliadas no texto, conheça
a Cartilha do Participante: leia aqui.

Teoria

O texto dissertativo-argumentativo é constituído por três partes: a introdução, o desenvolvimento e a


conclusão. Após aprender sobre a importância da parte inicial do texto - a introdução - é hora de desvendar o
“corpo” do texto: o desenvolvimento. Não basta ter apenas uma estrutura visualmente agradável de acordo
com a divisão dos parágrafos, o que importa é o conteúdo e as ideias que serão defendidas.

Com isso, podemos definir o desenvolvimento como um grupo de dois ou três parágrafos, em que se
fundamenta a tese, criando uma linha de raciocínio com argumentos articulados.

Vamos ver um exemplo? O tema abordado no parágrafo a seguir é: “Invisibilidade e registro civil: garantia do
acesso à cidadania no Brasil”.

A palavra “cidadania” desenvolve-se na sociedade desde os períodos clássicos. Hoje, ela está relacionada à
qualidade de ser um cidadão e, consequentemente, sujeito de direitos e deveres, os quais também são
garantidos pela Constituição Federal de 1988, denominada “cidadã”. Esta defende a participação ativa de um
ser humano na sociedade. No entanto, essa garantia não é plenamente efetivada na sociedade brasileira, uma
vez que a falta de registro civil perpetua uma invisibilidade social que necessita ser mitigada.

Nesse parágrafo, a tese afirma que a cidadania não é um direito efetivo na sociedade brasileira, pois há
pessoas que não possuem registro civil e, consequentemente, são invisíveis socialmente. Agora, veja quais
argumentos confirmam essa opinião.

• Argumento 1: Muitas crianças brasileiras não são registradas mesmo o registro civil sendo um direito
gratuito ao cidadão.
• Argumento 2: A ausência de documentos afeta a vida de um cidadão para usufruir dos seus direiros.
Redação

A estrutura do desenvolvimento
Há duas partes importantes na produção de um parágrafo de desenvolvimento, conhecidas pelos teóricos
como tópico frasal e aprofundamento. A primeira consiste em um período que apresentará a síntese da ideia
a ser desenvolvida, em outras palavras, é um resumo do que será apresentado no parágrafo.
Já a segunda parte a ser seguida é fundamentar os seus argumentos, ou seja, confirmar a tese (que já foi
apresentada na introdução) e utilizar de estratégias argumentativas, como alusões, dados estatísticos,
referências filosóficas e argumentos de autoridade para defender o seu ponto de vista e, consequentemente,
convencer o leitor acerca daquilo que você acredita. O aprofundamento é a justificativa acerca da tese.
Assim, podemos dizer que um parágrafo de desenvolvimento é constituído por:

DESENVOLVIMENTO = TÓPICO FRASAL + APROFUNDAMENTO

Veja um parágrafo sobre o mesmo tema apresentado no último exemplo:

Diante desse cenário, cabe destacar a importância do registro civil do nascimento para o início da cidadania no
país. No livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, os filhos de Fabiano são identificados como “mais velho” e
“mais novo”, evidenciando a ausência de um nome pelo qual eles pudessem ser identificados e, principalmente,
particularizados. Essa questão não é vista somente na ficção, uma vez que o Modernismo tinha o propósito de
promover as denúncias sociais por meio da literatura. Assim, nota-se que por mais que seja um benefício
gratuito garantido pela Constituição Federal, muitas crianças ainda não são registradas e, consequentemente,
não são cidadãs brasileiras efetivas.

Note que o exemplo se divide em duas partes: a primeira apresenta o argumento que será desenvolvido nas
próximas linhas; a segunda, as informações importantes no embasamento dessa ideia. A primeira é o tópico
frasal; a segunda, o aprofundamento. No exemplo, o aprofundamento é uma comprovação do argumento
apresentado pelo tópico frasal. Como, a princípio, isso parece um tanto quanto abstrato, veja essa lista com
algumas estratégias diferentes para elaborar essa etapa do parágrafo:
• Explicar a ideia apresentada no tópico frasal;
• Aprofundar a ideia, explorando causas e/ou consequências;
• Apresentar evidências, comprovando e/ou ilustrando o argumento;
• Aprofundar as premissas que sustentam essa ideia.

É claro que você pode utilizar muitas dessas estratégias em um mesmo parágrafo, já que elas não se excluem.
Cabe ao parágrafo, então, demonstrar uma ideia, ou parte dela, por meio de duas ferramentas:
• Apresentação de evidências (dados, estatísticas, fatos etc.);
• Apresentação de premissas (conceitos, leis, definições, “verdades" universais etc.).

Para sintetizar ainda mais essa ideia, perceba que tudo aquilo que aprofunda o tópico frasal é um conjunto
de frases que apresentam os porquês da tese.
Redação

Estratégias argumentativas
Para fundamentar as ideias no desenvolvimento, utilizamos as chamadas estratégias argumentativas, que
são elementos que nos ajudarão a defender uma determinada perspectiva e contribuem para a validação das
informações apresentadas nos parágrafos e o aprofundamento do texto, como o uso de: dados estatísticos,
comparações, alusões literárias e artísticas, referências musicais, dados informativos de jornais e noticiários,
abordagem entre causa e consequência, argumentos de autoridade, uso de citações, entre outros.
Veja, abaixo, a construção dos tópicos frasais e como as fundamentações são realizadas a partir de diferentes
estratégias argumentativas:

a) Argumento de autoridade:
Tema: O suicídio entre os jovens brasileiros: como enfrentar esse problema?
“Segundo o Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da UFG, a família representa a condição
necessária para o crescimento e desenvolvimento de vínculos que garantam a sobrevivência física, social
e afetiva das pessoas. Contudo, o contexto familiar é considerado fator desencadeante para a tentativa de
suicídio. Perdas de vínculos afetivos, violência doméstica ou doenças mental ou física colocam o
adolescente em situação de vulnerabilidade. O jovem tende a ser contestador, impetuoso e, ao mesmo
tempo, imaturo e inseguro ao se deparar com novas visões da família e da sociedade, visto que na
adolescência a busca de referências constitui uma forte razão para a existência.”
Disponível em: http://descomplica.com.br/blog/redacao/modelo-de-redacao-o-suicidio-entre-os-jovens-brasileiros-como-
enfrentar-esse-problema/

b) Conhecimentos geográficos:
Tema: Fome no Brasil: Como enfrentar esse problema?
“Em primeiro lugar, é importante ressaltar os fatores que contribuem para esse mal. Um deles é o
crescimento econômico, insuficiente para acabar com a pobreza no país. Isso acontece, principalmente,
devido à concentração de renda, que faz com que perpetue a desigualdade social, gerando a fome. Além
disso, devemos destacar a instabilidade política, a má administração dos recursos públicos e a injusta
estrutura fundiária, que impossibilitam o acesso dos trabalhadores aos meios de produção e concentram
as terras nas mãos de poucos. Ademais, as próprias causas naturais, como clima, desastres ambientais,
pragas e inundações, são responsáveis por acentuar o problema da fome, principalmente nas regiões Norte
e Nordeste, apesar de não serem tão expressivas quanto a ação humana.”
Disponível em: http://descomplica.com.br/blog/redacao/modelo-de-redacao-fome-no-brasil-como-enfrentar-esse-problema/

c) Dados estatísticos:
Tema: A saúde da mulher grávida em discussão no Brasil
“Outro fator importante a ser analisado é a qualidade dos serviços de saúde destinados a atender as
gestantes, tanto no âmbito público, quanto no privado. Um dos pontos mais levantados recentemente sobre
o sistema diz respeito à violência obstétrica. Práticas feitas durante o parto prejudicam sua boa evolução,
aumentando o risco de sequelas graves ou morte para mãe e bebê e que atinge uma em cada quatro
mulheres no Brasil, de acordo com a pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e
Privado, divulgada em 2010. Como fica claro no título da apuração da Fundação Perseu Abramo, esse
cenário não se limita à rede pública, sendo, portanto, e infelizmente, um problema “democrático” em sua
abrangência.”
Disponível em: http://descomplica.com.br/blog/redacao/redacoesexemplares/modelo-de-redacao-a-saude-da-mulher-gravida-
em-discussao-no-brasil/
Redação

d) Analogia/Comparação:
Tema: O sistema carcerário brasileiro e os seus efeitos no século XXI
“Primeiramente, a má infraestrutura na maioria das cadeias faz com que os presos firmem uma luta diária
pela sobrevivência. Mesmo que eles vivam em um regime fechado, a superlotação e deterioração das celas,
e até a falta de água potável, provam a falta de subsídio à integridade humana, visto que os indivíduos são
postos à margem do descaso. Ademais, tal condição supre a visão Determinista do século XIX, que afirma
que o homem é fruto de seu meio. Porém, se esse olhar não for combatido, ao final da pena o indivíduo
terá dificuldades para se reintegrar na sociedade e tenderá a viver do trabalho informal ou, em muitos
casos, voltar ao crime”
Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/modelo-de-redacao-o-sistema-carcerario-brasileiro-e-os-seus-efeitos-no-
seculo-xxi/47V/
Redação

Exercícios de fixação

1. Analise o fragmento abaixo:

Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando
enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos,
mortos por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm
um custo incalculável para o meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Identifique, no fragmento acima, quais estratégias argumentativas foram utilizadas para convencer o
leitor acerca da necessidade de adquirir hábitos de consumo consciente.

2. Não somos tão especiais


Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais,
ainda que em menor grau.

INTELIGÊNCIA: A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos
40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de raciocínio.
AMOR: O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os
corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois
de sua morte.
CONSCIÊNCIA: Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos
distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.
CULTURA: O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são
capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se
não isso?
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003.

O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação
aos outros animais. Quais estratégias argumentativas foram utilizadas para sustentar esse ponto de
vista?

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 3 a 5:

Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.


Diante desse cenário, vale ressaltar que, na sociedade contemporânea, os portadores de doenças
mentais ainda sofrem preconceito pela enfermidade ser uma espécie de defeito. De acordo com o
pensamento do filósofo Byung-Chul Han, a atual “Sociedade do Cansaço” preza pelo excesso de
produtividade em relação as mais diversas atividades cotidianas, como por exemplo, no trabalho e nos
estudos, motivados também pela exposição desses rendimentos nas redes sociais.
Consequentemente, os cuidados com a saúde mental ficam em segundo plano, visto que a procura por
psiquiatras e psicólogos seria uma demonstração de fragilidade em relação ao desempenho
insatisfatório perante o corpo social.

3. Indique a função de um tópico frasal. Depois, a partir da leitura do fragmento anterior, cite o período
que contempla essa parte do texto.
4. Identifique a estratégia argumentativa utilizada na ampliação do tópico frasal.
Redação

5. Que outras estratégias argumentativas poderiam ser utilizadas para fundamentar o mesmo parágrafo
de desenvolvimento?
Redação

Exercícios de vestibulares

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 1 a 4:

Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil – ENEM 2019.


Destaca-se, primeiramente, que a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de cinema. As regiões
metropolitanas do país têm acesso a diversos tipos de produções, inclusive as premiadas internacionalmente,
enquanto cidades periféricas, geralmente, recebem apenas os chamados “blockbusters” – projeções que são
recordes de bilheteria. Isso pode ser explicado a partir do conceito de “indústria cultural” dos sociólogos
Adorno e Horkheimer porque há uma seleção do que determinados espectadores podem assistir, restringindo
a apenas o que é considerado cultura de massa. Assim, nota-se que nem todo conteúdo cinematográfico é
acessível aos espectadores.

1. De acordo com as funções do desenvolvimento aprendidas nesse módulo, pode-se considerar que o
parágrafo acima é exemplar? Justifique sua resposta.

2. Qual trecho apresenta o tópico frasal do argumento desenvolvido?

3. Qual trecho apresenta a fundamentação do tópico frasal?

4. Identifique as estratégias argumentativas utilizadas no parágrafo.

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 5 e 6:

Tema: A necessidade de discussão acerca do autismo no Brasil


Cabe destacar, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Devido ao número de jovens portadores dessa condição ser elevado, foi necessário criar meios de
conscientização e informação sobre essa causa, tais como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e
o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno.

5. De acordo com as funções do desenvolvimento aprendidas neste módulo, pode-se considerar que o
parágrafo acima é exemplar? Justifique sua resposta.

6. Reescreva o parágrafo anterior de modo que contemple as funções do desenvolvimento.

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 7 a 9:

Tema: O poder do jovem na sociedade brasileira


Diante desse cenário, cabe destacar, primeiramente, como as novas mídias sociais auxiliam o jovem no
combate a problemas da sociedade. Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão, pelos policiais do
Rio de Janeiro, com o objetivo de recuperar o território dominado pelo poder paralelo. Nesse contexto, surge
o portal chamado “Voz das Comunidades” que transmitiu os primeiros registros da ocupação, não só com o
compromisso de informar sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora dos seus limites.
Por esse motivo, hoje, Renê Silva, criador do veículo de notícias é um dos jovens mais influentes do mundo
por causa desse feito.
Redação

7. Os conectivos são utilizados tanto para retomar ou antecipar palavras na redação, quanto para garantir
a progressão textual. Em relação ao fragmento acima, indique qual palavra ou expressão permite a
identificação de uma sequência textual.

8. Sintetize em uma frase o argumento desenvolvimento no parágrafo acima.

9. Identifique as estratégias argumentativas que foram utilizadas no parágrafo.

10. (Enem, 2018) Enquanto isso, nos bastidores do universo


Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o universo está
preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que fará você jogar fora seu atlas
e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira.
Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas pernas intactas
na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a experiência da frustração.
O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você é que escuta vozes.
No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação mais bombástica
dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca sua rotina de cabeça para
baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa, e tampouco imaginou que justo sua
grande paixão não iria. Quando achou que estava bela, não arrasou corações. Quando saiu sem
maquiagem e com uma camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem os dias à prova de
planejamento e contrariando nossas vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e
estejamos preparados para a melhor cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de
última hora, tornando surpreendente a nossa vida.
MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015.

Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada nesse fragmento,
destaca-se a recorrência de
a) estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças da vida.
b) marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela autora.
c) formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de concretização das ações.
d) construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas pelo inesperado.
e) sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as situações apresentadas.
Redação

Gabarito
Exercícios de fixação

1. O texto apresenta algumas consequências causadas ao meio ambiente em função da poluição, referindo-
se mais especificamente às sacolas plásticas, as quais oferecem riscos irreversíveis.

2. O texto apresenta vários exemplos e comparações que tentam desconstruir a ideia de que o homem é
superior aos animais em algumas características ou funções, comprovando que esses aspectos também
podem ser reconhecidos nos animais, “ainda que em menor grau”.

3. O tópico frasal tem como objetivo sintetizar as informações que serão apresentas no parágrafo de
desenvolvimento. No parágrafo em questão, o tópico frasal encontra-se no período “Diante desse cenário,
vale ressaltar que, na sociedade contemporânea, os portadores de doenças mentais ainda sofrem
preconceito pela enfermidade ser uma espécie de defeito.”

4. A estratégia argumentativa utilizada na ampliação do parágrafo foi a referência a um argumento de


autoridade. No caso, o autor de “Sociedade do cansaço”, Buyng-Chul Han.

5. Outras estratégias argumentativas seriam a exemplificação, ao fazer referência aos influenciadores


digitais que postam vidas inatingíveis nas redes sociais que impactam a saúde mental dos usuários de
diversas redes sociais. Além disso, outra estratégia seria a utilização de dados estatísticos ao apresentar
que o Instagram é a rede social que mais impacta a saúde mental dos usuários. Veja mais sobre isso em:
https://super.abril.com.br/sociedade/instagram-e-a-rede-social-mais-prejudicial-a-saude-mental/

Exercícios de vestibulares

1. Sim. O parágrafo de desenvolvimento pode ser considerado exemplar, pois apresenta uma justificativa
sobre a tese no tópico-frasal - “a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de cinema” - e a
fundamentação, elementos necessários para a construção de um parágrafo padrão.

2. “Destaca-se, primeiramente, que a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de cinema.”

3. A fundamentação do tópico frasal foi feita a partir de uma estratégia de consequência - “As regiões
metropolitanas do país têm acesso a diversos tipos de produções, inclusive as premiadas
internacionalmente, enquanto cidades periféricas recebem apenas os chamados “blockbusters” –
projeções que são recordes de bilheteria.” - e causa - “Isso pode ser explicado a partir do conceito de
“indústria cultural” dos sociólogos Adorno e Horkheimer porque há uma seleção do que determinados
espectadores podem assistir, restringindo a apenas o que é considerado cultura de massa”.

4. As estratégias utilizadas para fundamentação do argumento foram: exemplificação (explicação sobre os


“blockbusters”) e argumento de autoridade (sobre o conceito de “indústria cultural” de Adorno e
Horkheimer).

5. De acordo com o tópico frasal do primeiro parágrafo de desenvolvimento, pode-se notar que serão
aprofundadas informações sobre a falta de informações sobre o transtorno. No entanto, as ideias foram
apresentadas de modo superficial já que se fala sobre o “número de jovens dessa condição ser elevado”,
mas não há nenhuma evidência que comprove esse dado. Além disso, é necessário estabelecer o início,
meio e o fim das ideias do parágrafo, o qual se encontra sem a finalização das ideias.

6. Sugestão de reescritura: Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do


Espectro Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de crianças
no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Devido ao número de jovens portadores dessa condição ser
elevado, foi necessário criar meios de conscientização e informação sobre essa causa, tais como o Dia
Mundial da Conscientização do Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno.
Assim, nota-se que houve uma grande evolução, porém medidas ainda são necessárias para ampliar o
Redação

conhecimento sobre essa questão por causa da complexidade para o fechamento de diagnósticos e para
mitigar o preconceito em relação aos portadores do distúrbio.

7. A expressão “primeiramente” indica que o parágrafo apresentado é o primeiro de desenvolvimento. Além


disso, funciona como importante recurso coesivo na organização do texto.

8. Sugestão de resposta: A internet possibilita a mudança de vida de diversos jovens brasileiros.

9. As estratégias argumentativas utilizadas para o aprofundamento da argumentação foram: pequena


narrativa ilustrativa - “Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão, pelos policiais do Rio de Janeiro,
com o objetivo de recuperar o território dominado pelo poder paralelo” – e exemplificação – “surge o
portal chamado “Voz das Comunidades” que transmitiu os primeiros registros da ocupação, não só com
o compromisso de informar sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora dos seus
limites.”

10. D
Ao longo da argumentação, a narradora usa recursos argumentativos que reforçam os contrastes, como
o uso da conjunção adversativa “mas”, de ideias contrastantes. Isso corrobora também o caráter
argumentativo pelo uso do operador argumentativo, introduzindo o argumento mais forte.
Redação

Introdução: funções e estratégias

Objetivo
Aprender sobre as funções e as estratégias para a escrita da introdução de uma dissertação.

Se liga
Para saber quais serão as próximas etapas para a construção de uma redação exemplar, confira esse mapa
mental aqui.

Curiosidade
A introdução de uma dissertação-argumentativa é o trecho mais importante de uma redação, pois é nela em
que será apresentada a tese sobre o tema, ou seja, a sua opinião sobre a proposta da banca.

Teoria

Já vimos a necessidade de, buscando criar ideias consistentes que convençam o leitor, apresentarmos uma
estrutura dissertativo-argumentativa que divida as informações em introdução, desenvolvimento e conclusão.
De certa forma, tudo é muito semelhante ao que você já ouviu ao longo da vida: a introdução “resume", de
alguma maneira, as ideias do texto, o desenvolvimento “desembrulha" essas informações e a conclusão
retoma tudo e fecha a redação. Porém, veremos, aqui, algumas técnicas essenciais na construção desses
parágrafos, de forma que aproveitemos cada linha, cada espaço, tentando convencer a banca de correção.
Nesta aula, passaremos pela introdução, o cartão de visitas do nosso texto. Vamos lá?

O que é a introdução?
A introdução introduz a dissertação. Isso significa que, se estamos falando de um texto dissertativo-
argumentativo, o primeiro parágrafo deve ser responsável por despertar interesse no leitor, falando sobre a
temática e apresentar o que será defendido durante o texto. Se seu papel é convencer, não existe parágrafo
melhor para mostrar a sua opinião global e interessar o leitor.
Na sua etimologia, o verbo “introduzir” deriva de introducere (intro = dentro; duce = levar), que significa levar
para dentro. Se o foco do nosso texto é o convencimento de um leitor, já sabemos quem deve ser levado para
dentro de que lugar. Despertando o interesse da banca já no primeiro parágrafo, você cumpre a ideia da
própria introdução, de “levar o leitor para dentro do texto”. Para alcançá-la, utilizamos duas funções.

Funções e objetivos
Como acabamos de ver, uma introdução minimamente eficiente deve revelar apenas o necessário para situar
o leitor no texto, estimulando-o a prosseguir com a leitura. Para que isso aconteça, o parágrafo deve conter
os dois aspectos anteriormente mencionados:
• A explicitação do tema, ressaltando a relevância da questão em debate. Essa função é sobremaneira
importante, uma vez que é a partir dela que o enunciador revela para a banca ter compreendido
integralmente a proposta.
• A sugestão de uma abordagem para o tema, especificando qual o ponto de vista a ser defendido ao longo
do texto, ou seja, sua tese.
Redação

Elaboração de uma tese


A melhor forma de cumprir a segunda função, de direcionamento, é elaborar uma linha de raciocínio. Para
isso, podemos construir uma frase-tese. A tese é responsável por apresentar a opinião global do texto. Isso,
de certa forma, já justifica a sua presença na introdução, que deve levar o leitor para dentro da redação. Se
pudéssemos reduzir o texto a um único período, sobraria a sua essência, a sua ideia principal. Essa ideia é a
tese.

Leia o parágrafo abaixo sobre a redução da maioridade penal no Brasil:

“Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade
penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de
menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão
desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades
internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Para compreender – e superar
– essa discussão, é importante analisar os fatores políticos, econômicos e sociais que sustentam a
problemática no Brasil.”

Note que não há um posicionamento bem definido. O texto apenas diz que, durante o desenvolvimento,
analisaremos diversos fatores a fim de alcançarmos uma conclusão. Essa é uma apresentação perigosa, uma
vez que, na introdução, não tem direcionamento, linha de raciocínio. Observe, agora, o mesmo parágrafo, com
uma tese bem elaborada:

“Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade
penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de
menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão
desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades
internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Devemos, então, analisar os
dois extremos para resolver esse impasse e encontrar a melhor forma de mostrar que diminuir a maioridade
não é o caminho mais interessante.”

Perceba que, nesse outro exemplo, já há um posicionamento: o autor defenderá a manutenção da idade penal.
Dessa forma, fica mais fácil convencer o leitor, que, desde a introdução, já sabe o que será defendido pelo
autor do texto.

Tese analítica ou organizadora


Neste modelo, apresentamos, separadamente, os argumentos que serão desenvolvidos ao longo do texto. Se
seu texto tem 3 parágrafos de desenvolvimento, sua tese precisa ter três partes. Se seu texto tem 2 parágrafos
de desenvolvimento, sua tese precisa ter duas partes. Isso significa que cada informação apresentada na tese
precisa aparecer com desenrolar do texto. Veja:

“Certa vez, Paulo Freire, importante educador e filósofo brasileiro, destacou a necessidade de a leitura ser um
ato de amor. Em outra ocasião, Jorge Luis Borges, poeta argentino, apontou o ato de ler como uma forma de
felicidade. De fato, durante séculos, tal atividade foi fonte de conhecimento e desenvolvimento da sociedade,
trazendo importantes ensinamentos a quem a tinha como um hábito. Entretanto, nos dias de hoje, tal avidez
tem perdido seu espaço no meio social, vítima de uma falta de incentivo por parte dos setores responsáveis
por criá-lo (1) e do próprio mercado, que desestimula um hábito crucial na vida da população (2).”

Note que há um posicionamento global no texto: o hábito da leitura perdeu seu espaço nos dias de hoje. Para
fundamentar essa ideia, o autor apresenta, então, dois argumentos, em duas camadas da sociedade que, de
Redação

alguma forma, têm responsabilidade na criação desse hábito: a escola (1) e o mercado (2). No
desenvolvimento, cada um desses argumentos será “desembrulhado”, em busca de um convencimento já
citado algumas vezes.

Tese sintética ou sugestiva


Temos, aqui, um modelo de tese um pouco mais elaborado, mas que precisa de um bom planejamento de
texto, de forma que o desenvolvimento dê conta dos argumentos apresentados. A tese com sugestão dos
pontos de vista aparece quando, por meio de uma palavra ou expressão-chave, o autor sugere o seu
posicionamento. Veja um exemplo já apresentado, sobre a redução da maioridade penal no Brasil.

“Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade
penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de
menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão
desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades
internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Nesse sentido, convém
analisar dados que deixem de lado a emoção e levem em consideração a razão, necessária em uma decisão
importante como essa.”

É possível perceber um posicionamento contrário à redução da maioridade penal. Porém, diferentemente do


parágrafo anterior, o que foi apresentado agora não divide a tese em argumentos bem organizados. Ele deixa,
apenas, o ponto de vista sugerido.

Estratégias de contextualização da proposta


Embora tendam ao infinito, há alguns modelos bem interessantes de contextualização do tema. De fato,
quando o aluno pergunta "qual a melhor estratégia para falar desse tema?”, milhares de ideias podem vir à
cabeça, mas, na falta de algo mais concreto, vamos apresentar algumas que podem ajudar.

1- Apresentação literal ou tradicional do tema


Tema: Os efeitos do Marco Civil da Internet na liberdade de expressão e privacidade dos brasileiros.

Em 2014, foi aprovado o Marco Civil da Internet, lei que atua sobre as principais problemáticas existentes na
rede, buscando uma navegação segura e produtiva por parte dos cidadãos. Dentre os objetivos da lei, a garantia
de liberdade de expressão e de privacidade são os principais pontos. Entretanto, em uma sociedade de perda
dos limites da livre manifestação de ideias e de crimes virtuais, é crucial perceber que tais resoluções propostas
pelo Marco podem trazer consequências negativas para a Internet e seus usuários, como o agravamento de tais
problemas já existentes na contemporaneidade.

2- Apresentação histórica do tema


Tema: Os limites da liberdade de expressão no mundo de hoje.

A eleição presidencial de 1989 ficou marcada pelo fervoroso embate entre os candidatos Brizola e Maluf. As
ofensas herdadas do período ditatorial permaneceram ao longo de todos os encontros e chegaram à boca do
povo. 25 anos depois, nada foi diferente: os debates presidenciais mostraram o quanto as palavras podem
definir posições, e, desta vez, não chegaram só à boca do povo, mas também aos dedos, às redes sociais. Diante
da falta de respeito em qualquer assunto e local, é válido refletir: há mesmo limites na liberdade de expressão
no mundo de hoje?
Redação

3- Apresentação cultural
Tema: Os entraves para o fortalecimendo do hábito da leitura no Brasil.

Certa vez, Paulo Freire, importante educador e filósofo brasileiro, destacou a necessidade de a leitura ser um
ato de amor. Em outra ocasião, Jorge Luis Borges, poeta argentino, apontou o ato de ler como uma forma de
felicidade. De fato, durante séculos, tal atividade foi fonte de conhecimento e desenvolvimento da sociedade,
trazendo importantes ensinamentos a quem a tinha como um hábito. Entretanto, nos dias de hoje, tal avidez
tem perdido seu espaço no meio social, vítima de uma falta de incentivo por parte dos setores responsáveis por
criá-lo e do próprio mercado, que desestimula um hábito crucial na vida da população.

4- Apresentação jornalística
Tema: A questão dos refugiados no mundo contemporâneo.

Uma imagem, recentemente, tomou conta das mídias do mundo inteiro: a de uma criança síria encontrada morta
numa praia turca, como resultado de uma tentativa de sua família de fugir do país de origem, em conflito. Essa
cena chocante representa uma situação trágica enfrentada por muitas pessoas que tentam fugir dos infernos
na terra que seus países se tornaram por conta de guerras, ditaduras, embates religiosos. No entanto, se por
um lado algumas nações se mostram dispostas a ajudar a resolver esse problema, outras, se esquivam da
responsabilidade, causando um grande desequilíbrio.

5- Apresentação por conceituação


Tema: Invisibilidade e registro civil: garantia do acesso à cidadania no Brasil.

A palavra “cidadania” desenvolve-se na sociedade desde os períodos clássicos. Hoje, ela está relacionada à
qualidade de ser um cidadão e, consequentemente, sujeito de direitos e deveres, os quais também são
garantidos pela Constituição Federal de 1988, denominada “cidadã”. Esta defende a participação ativa de um
ser humano na sociedade. No entanto, essa garantia não é plenamente efetivada na sociedade brasileira, uma
vez que a falta de registro civil perpetua uma invisibilidade social que necessita ser mitigada.

Dica: Uso da interdisciplinaridade


Em uma redação de vestibular que pede dos alunos certa informatividade e capacidade de conectar os
diversos conhecimentos adquiridos ao longo do Ensino Médio, é fundamental o uso da interdisciplinaridade.
Por isso, aproveite os seus conhecimentos sobre Filosofia, Sociologia, História, Geografia, Química, Física,
Biologia, Matemática e até o Português e faça boas conexões! Veja um exemplo interessante, no qual unimos
Redação e Literatura:
Na obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é perceptível o contínuo anseio pela sobrevivência humana,
a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico tornou-se um problema
atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam. Assim, torna-
se imprescindível alterar esse uso desregulado e combater a desigualdade na obtenção de tal recurso.

Fórmulas desgastadas
Uma “pitada” de originalidade é sempre bem-vinda em qualquer redação, conferindo uma espécie de bônus
(em termos de nota) ao enunciador. Do mesmo modo, evitar construções previsíveis, se não permite ganhos,
ao menos evita perdas. Por isso, procure ao máximo evitar construções com formato clichê, como “Desde a
Antiguidade, o homem (...)” ou “A humanidade, desde os primórdios, (...)”. Esse tipo de alusão, além de
desgastada, não revela qualquer tipo de base cultural do aluno, já que as referências são extremamente
genéricas ou inexatas.
Redação
Redação

Exercícios de fixação

Leia o fragmento abaixo sobre o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” e
responda às questões.

“O filme Nise – No coração da loucura conta a história da médica Nise da Silveira que revolucionou a tragetória
da psiquiatria brasileira, uma vez que propôs novas técnicas para tratar internos de hospitais psiquiátricos e
se recusou a usar eletrochoques e camisas de força nos pacientes. Estes tratamentos representavam a forma
como os doentes mentais estavam à margem da sociedade e os preconceitos em torno dessas enfermidades.
No entanto, por mais que a alagoana tenha proporcionado o debate sobre essa questão, estigmas
relacionados às doenças mentais ainda persistem na sociedade brasileira.”

1. Por que é importante apresentar as palavras chaves do tema na introdução da redação?

2. Qual estratégia de contextualização foi utilizada nesse parágrafo de introdução?

3. No parágrafo de introdução acima, a tese foi apresentada de maneira analítica ou sintética?

4. Como o parágrafo de introdução sobre o tema do Enem 2020 foi estruturado?

5. Quais palavras-chave são essenciais para evitar a fuga do tema no parágrafo?


Redação

Exercícios de vestibulares

Levando em consideração o parágrafo a seguir, responda:


“Em A literatura e a formação do homem, o sociólogo e professor Antônio Cândido fala sobre a função
humanizadora da literatura considerando as suas três funções: a psicológica, a formativa de tipo educacional
e a de conhecimento de mundo e de ser. Nesse sentido, ela é indispensável a quem quer que seja, pois
contribui não somente com o enriquecimento intelectual e cultural, mas também desenvolve o senso crítico
e amplia a visão de sociedade.”

1. Qual tema é abordado na introdução? É possível identificá-lo facilmente?

2. Qual trecho do parágrafo apresenta a contextualização do tema?

3. Qual trecho contém o posicionamento do autor?

Leia a introdução a seguir, sobre o tema "A cordialidade brasileira e suas consequências em questão no
século XXI":

“Em sua obra A casa e a rua, Roberto DaMatta revisita a ideia do homem cordial ao mostrar que, na teoria, o
ambiente privado é o lugar do uso da emoção acima da razão, enquanto, no meio público, a moral, as leis coletivas
regem o indivíduo. É possível, por meio de sua produção, discutir a cordialidade brasileira e seus efeitos hoje.”

4. Em relação às duas funções da introdução, pode-se afirmar que o parágrafo está completo?

5. Identifique a estratégia de contextualização utilizada no trecho.

Leia o parágrafo a seguir:


“No drama “Preciosa”, que se passa em 1987, a personagem Claireece comprova que, há 29 anos, os Estados
Unidos já discutiam o tão perigoso bullying. Violentada pelo pai e negligenciada pela mãe, a menina de 16 anos,
já com um filho, ainda precisava lidar com os duros deboches em sala de aula, alimentando o seu isolamento e,
consequentemente, o distanciamento do aprendizado escolar. No Brasil, a realidade não é diferente; porém, a
verdadeira preocupação só chegou às instituições de ensino em 2016, ano em que a prevenção e o combate à
prática virou lei no país. Isso confirma que, diferentemente da situação norte-americana, a luta aqui é recente e
precisa ser valorizada, tanto no ambiente escolar quanto no familiar.”

6. Identifique, no parágrafo, a contextualização e a estratégia apresentadas pelo autor.

7. Sabendo como se constrói uma tese, identifique o trecho que define o posicionamento e qual estratégia
foi utilizada na sua formulação.

8. Alguma outra estratégia poderia ter sido utilizada nessa mesma temática? Justifique sua resposta.

Analise o parágrafo para resolver as questões abaixo:


Redação

“Na obra “Dom Quixote”, do escritor Miguel de Cervantes, o personagem Alonso Quijano cultivava o prazer pela
leitura e explorava sua inclinação imaginária ao projetar seus sonhos, temores e emoções para o mundo fictício.
Assim como ocorre com Alonso, as crianças também usufruem da fantasia e, a partir dela, criam novas visões e
questionamentos; neste contexto, a literatura contribui na construção da formação infantil. No entanto, um
empecilho ao desenvolvimento dos pequenos é que nem sempre há o estímulo à leitura, ficando clara a
necessidade de alterações”

9. Sabendo que a introdução é exemplar, identifique elementos que a tornaram um parágrafo “nota mil”.

10. Apresente outras duas estratégias de contextualização que poderiam ser utilizadas no tema “A
importância da literatura na formação da criança”.
Redação

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. É importante apresentar as palavras-chave do tema na introdução para evidenciar o direcionamento da


discussão proposta pela banca e evitar a fuga ao tema.

2. A estratégia de contextualização do parágrafo de introdução foi a alusão cultural ao filme “Nise – No


coração da loucura”, o qual dialoga pertinentemente com o tema acerca das doenças mentais.

3. No parágrafo em questão, a tese foi apresentada de maneira sintética uma vez que apresenta, de maneira
direta, a opinião de que há entraves a serem superados em relação aos estigmas associados às doenças
mentais no Brasil.

4. O parágrafo apresenta a contextualização do assunto, fazendo referência à psiquiatra, depois há o recorte


temático e a apresentação da tese.

5. As palavras-chave essenciais para direcionar a discussão do texto são “estigma” e “doenças mentais”,
uma vez que o tema pede que o candidato disserte sobre os preconceitos relacionados a essas doenças
na sociedade brasileira, uma delimitação geográfica.

Exercícios de vestibulares

1. O tema fala sobre o papel da literatura na nossa formação, hoje.

2. De "Em 'A literatura'" até "e de ser".

3. De "Nesse sentido" até "de sociedade".

4. Não. Apesar de apresentar uma contextualização, não há posicionamento claro. É, portanto, expositivo.

5. A contextualização é cultural, uma vez que usa a obra de Roberto Da Matta na apresentação do tema.

6. A contextualização termina em "lei no país" e tem como estratégia a utilização de um filme, sendo, portanto,
reconhecida como cultural.

7. A tese, a partir de "isso confirma", tem construção de maneira analítica, visto que apresenta, na sua
formulação, os dois argumentos a serem defendidos no desenvolvimento: o que de (1) a escola e (2) a
família têm papel na resolução do problema.

8. O aluno poderia apresentar uma análise histórica da ideia de bullying nas escolas, comparando a
sua presença nesse meio ontem e hoje.

9. Além do cuidado gramatical, o parágrafo apresenta uma contextualização muito interessante, levando
em consideração a história e os desafios de Dom Quixote, além de uma tese bem construída e clara.

10. Dados sobre o hábito de leitura entre as crianças poderiam ser interessantes na contextualização. Além
disso, o aluno poderia criar uma comparação entre a forma como a leitura é levada em consideração aqui,
no Brasil, e fora do país (e os resultados disso).
Sociologia

Émile Durkheim: fato social

Objetivo
Vamos conhecer o conceito de fato social; entender por que ele é coercitivo, geral e coletivo; e conhecer os
fatos sociais normais e patológicos e as relações com os sujeitos e a sociedade.

Curiosidade
Esse é o conceito mais importante de Émile Durkheim. É com esse conceito que o pensador fundamenta a
Sociologia como uma disciplina autônoma e inicia o primeiro curso da área na Universidade.

Teoria

Se você estuda sociologia hoje, agradeça a Durkheim! Ele é o pensador responsável pela institucionalização
das ciências sociais. Para provar a existência de um campo de estudo exclusivo da sociologia, ele conceitua
sobre seu objeto por excelência, o fato social.

Tal como Comte, Émile Durkheim destacou-se pela explicação que desenvolveu
sobre a origem da sociedade capitalista moderna. Diferente de seu predecessor,
que via no surgimento da sociedade moderna a passagem de um estado
metafísico (dominado por explicações filosóficas) para um estado positivo,
(dominado por explicações científicas); Durkheim via na passagem das
sociedades tradicionais para a Modernidade, acima de tudo, uma mudança na
solidariedade social, isto é, no mecanismo de coesão que mantém unida a
sociedade através da consciência coletiva.

Fortemente influenciado pelas ciências naturais – seu modelo de pensamento –,


o sociólogo francês afirmava que as principais virtudes de um pesquisador social
são a neutralidade e a objetividade. Na prática, isso significa que um sociólogo jamais deve permitir que os
seus valores pessoais ou a sua visão de mundo interfiram no seu trabalho. Sua análise deve ser meramente
descritiva, nunca avaliativa, concentrada apenas em compreender a sociedade que está pesquisando, não em
julgá-la ou classificá-la. Por pensar a sociedade a partir da metáfora do organismo vivo, em que cada órgão
cumpre uma função, a metodologia durkheimiana ficou conhecida como funcionalismo. Para o autor,
importava perceber as relações sociais a partir de sua funcionalidade para a manutenção da sociedade.

Relação indivíduo x sociedade


Para Durkheim, os fenômenos sociais estudados de forma individual não são capazes de traduzir a realidade
social. A sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, dispondo de padrões de comportamento impostos.
Esses padrões visam à manutenção da sociedade, sua ordem e estrutura. Durkheim conceituava que, sem
esses padrões, a ordem social ruiria.

Essas regras, normas e costumes formam uma consciência coletiva, um conjunto de conhecimentos e
características compartilhadas que faz com que os indivíduos ajam e se comportem de maneira parecida.
Sociologia

Isso dá sentido à integração social e permite a convivência. A língua, a moral, a compreensão do mundo etc.
são exemplos de componentes dessa consciência coletiva. A vida em sociedade só é possível com um
mínimo de concordância entre os indivíduos e a forma como são e estão no mundo. As fronteiras entre a
consciência coletiva e individual não são claras, e muitas vezes acreditamos estar nos comportamos tal qual
nossa vontade – quando, na verdade, estamos seguindo o padrão imposto socialmente.

Esses componentes da consciência coletiva se realizam em instituições sociais, que são a base da sociedade
e correspondem às crenças e comportamentos instituídos pela coletividade. Família, escola, sistema
judiciário, Estado, Igreja etc. são exemplos de instituições sociais. Sua função é reproduzir a consciência
coletiva (o conjunto de regras, normas e costumes que dão sustentação à vida coletiva), formando e
mantendo a estrutura social. Se você pensar bem, perceberá que é no interior da sua família que você aprende
a estar em família, assim como é no interior da escola que aprendemos como estar na escola. É frequentando
determinado culto e professando qualquer fé que reproduzimos seus valores. As instituições sociais
produzem a sociedade; tanto que, para Durkheim, a Sociologia é “a ciência das instituições sociais, de sua
gênese e de seu funcionamento”.

O processo de aprendizado no interior das instituições sociais é o processo de socialização, a partir do qual
aprendemos as regras do jogo social, os limites e as expectativas de ação e comportamento , de acordo com
cada grupo social do qual fazemos parte”. As gerações mais velhas ensinam as mais futuras sobre o
funcionamento da sociedade e a possibilidade de mudança só se concretiza lentamente na mudança da
instituição em si.

O objeto da sociologia: fato social


Para chegar a essas conclusões, o sociólogo teve que desenvolver uma metodologia particular. Como
podemos observar, o foco de Durkheim na estrutura da sociedade era pensar o que a mantinha unida, como
produzia coesão. Mas, como observamos, a coesão das sociedades estudadas por Durkheim tem diferentes
origens, certo? Aprofundando um pouco mais no pensamento do autor, podemos elencar como gerador dessa
coesão o consenso em torno das regras assumidas pelo grupo social, para manter a sociedade de pé. Ou
seja, independentemente se por semelhança ou interdependência, o que promove a coesão social é a adesão
às normas, regras e valores sociais compartilhados pelo grupo. Essas regras, normas e valores, a partir da
adesão grupal, formam padrões observáveis de comportamento. Para Durkheim, assim como um físico
observa os objetos, um fenômeno social poderia ser observado como uma “coisa”, que existe sui generis, não
podendo ser reduzido à soma das partes e devendo ser estudado como externo aos indivíduos e único como
fenômeno. Elencando um conjunto de características para identificar essa coisa social, Durkheim chega ao
objeto de estudo: o fato social.

Os fatos sociais são justamente padrões observáveis de comportamento, que acabam se impondo de
maneira coercitiva aos indivíduos; são maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo inserido na
sociedade. Esse conjunto de dispositivos ocorre independentemente da vontade e existência das pessoas.
Os elementos característicos dos fatos sociais que usamos para os identificar são: exterioridade,
coercitividade e generalidade. Sua exterioridade pode ser explicada pelo fato de que não está no poder do
indivíduo modificar as regras sociais às quais está submetido por meio meramente de sua vontade. São
coercitivos, porque há punições e sanções para aqueles que não obedecem às regras. Os padrões possuem
poder ou força. Por fim, eles são gerais no sentido de que devem ser observados por todos aqueles que fazem
parte de certo grupo social. Alcançam toda a sociedade.

Podemos citar como fatos sociais: relações de parentesco, casamento, fidelidade, ter filhos, papéis
institucionais (formas de agir dentro das instituições), uso de vestimentas, rituais religiosos, fenômenos
culturais repetitivos (como o uso de talheres), organizar-se politicamente, crime, trabalho etc.
Sociologia

Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos (olha a metáfora da sociedade como um organismo aí
outra vez!). Os fatos sociais normais são os que funcionam em harmonia com a função das instituições
sociais. Mesmo que sejam fatos sociais conflitivos (como o crime), eles têm uma utilidade para o
funcionamento da sociedade (o crime serve para definir os limites dos comportamentos considerados
aceitáveis numa sociedade). Eles são comuns à maioria dos
membros de um grupo social. Já os fatos sociais patológicos são os
que se encontram em desajuste com as instituições sociais. Ou seja,
eles fogem das normas e do comportamento da maioria. Como diz
o próprio nome, esse fato social é considerado uma espécie de
doença da sociedade, que traz graves consequências para a
estrutura social. O crime, por exemplo, se torna um fato social
patológico quando alcança altas taxas, colaborando para o
desequilíbrio social.

A educação é um fato social. Mas, será que


podemos considerar um fato social a inclusão
em novas tecnologias?

O suicídio como fato social


Um dos estudos de caso realizados por Durkheim para provar suas teorias é famoso. O autor escolhe estudar
um fenômeno que se acredita ser extremamente pessoal (o suicídio), para verificar suas hipóteses não só em
relação ao fato social, como também quanto à diferença entre a coesão e solidariedades de um grupo.

Durkheim concluí que a taxa de suicídio de um determinado grupo varia de acordo com suas afiliações morais.
Sociedades católicas da sua época, por exemplo, têm uma taxa menor de suicídios que sociedades
protestantes. Durkheim classifica três tipos de suicídio:
• Egoísta: ocorre quando a consciência individual (o ego) supera a coletiva, tornando esse indivíduo “grande
demais” frente à sociedade. A vida perde o sentido pelo descolamento desse ego da relação com a
consciência coletiva;
• Altruísta: é o processo contrário. A consciência coletiva se dilata tanto que se torna insuportável para o
ego. Ele se misturou a algo fora de si, deixou de ser individual. A barreira que o continha como consciência
foi desfeita, e está disposto a abandonar a vida pelo grupo;
• Anômico: ocorre em momentos de anomia social, ou seja, a ausência ou afastamento dos padrões e regras
morais de uma sociedade. Aqui a ordem é desfeita e os indivíduos têm dificuldade em lidar com esse
processo. Processo de degradação da normalidade social, como crises econômicas, guerras, grandes
tragédias etc. produzem esse efeito.
Sociologia

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Sociologia

Exercícios de fixação

1. Por que o método de Durkheim é conhecido como funcionalismo?

2. O crime, para Durkheim, é um fato social normal. Por que o autor afirma isso?

3. No suicídio altruísta:
a) O indivíduo tem sua consciência muito maior que a consciência coletiva;
b) A consciência individual fica fragilizada frente a consciência coletiva;
c) A sociedade se encontra num estado de anomia;
d) O suicídio não tem nenhuma relação com a sociedade.

4. Para serem considerados normais, os fatos sociais precisam:


a) Estar em harmonia com as instituições sociais;
b) Controlar o comportamento dos sujeitos;
c) Alcançar um grupo reduzido de pessoas;
d) Ser consensual.

5. O que é consciência coletiva?


Sociologia

Exercícios de vestibulares

1. (UFU, 2009) “Alegando ver ‘um conjunto de regras diabólicas’ e lembrando que ‘a desgraça humana
começou por causa da mulher’, um juiz de Sete Lagoas (MG) considerou inconstitucional a Lei Maria
da Penha e rejeitou pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas
companheiras.”
Folha de S. Paulo, 21 de outubro de 2007.

O trecho supracitado refere-se à temática da violência contra a mulher. Tendo como referência a
sociologia de Èmile Durkheim e sua concepção de sociedade, podemos afirmar que a violência contra
a mulher é:
a) um fenômeno de ordem sagrada, uma regra divina, como forma de punição à mulher face à sua
culpa pela expulsão dos humanos do Jardim do Éden.
b) um fenômeno natural, originado nas diferenças biológicas entre homens e mulheres, as quais
instituem a superioridade masculina e a fragilidade feminina.
c) um fenômeno moral, embasado em padrões socialmente estabelecidos, os quais regulam as
relações sociais entre homens e mulheres.
d) consequência de um desequilíbrio emocional na personalidade masculina, o que requer tratamento
individual com profissionais especializados.
e) consequência do mau comportamento das mesmas, que possuem um temperamento muito forte.

2. (Enem 2016) Arrependimentos terminais


Em Antes de partir, uma cuidadora especializada em doentes terminais fala do que eles mais se
arrependem na hora de morrer. “Não deveria ter trabalhado tanto”, diz um dos pacientes. “Desejaria ter
ficado em contato com meus amigos”, lembra outro. “Desejaria ter coragem de expressar meus
sentimentos.” “Não deveria ter levado a vida baseando-me no que esperavam de mim”, diz um terceiro.
Há cem anos ou cinquenta, quem sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais.
“Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria.” “Deveria ter sido mais obediente a Deus.” “Gostaria de
ter deixado mais patrimônio aos meus descendentes.”
COELHO, M. Folha de São Paulo, 2 jan. 2013.

O texto compara hipoteticamente dois padrões morais que divergem por se basearem respectivamente
em
a) satisfação pessoal e valores tradicionais.
b) relativismo cultural e postura ecumênica.
c) tranquilidade espiritual e costumes liberais.
d) realização profissional e culto à personalidade.
e) engajamento político e princípios nacionalistas.
Sociologia

3. (Enem, 2011) Texto I


A bandeira no estádio é um estandarte/A flâmula pendurada na parede do quarto/ O distintivo na
camisa do uniforme/ Que coisa linda é uma partida de futebol/ Posso morrer pelo meu time/ Se ele
perder, que dor, imenso crime/ Posso chorar se ele não ganhar/ Mas se ele ganha, não adianta/ Não há
garganta que não pare de berrar/ A chuteira veste o pé descalço/ O tapete da realeza é verde/ Olhando
para a bola eu vejo o sol/ Está rolando agora, é uma partida de futebol
SKANK. Uma partida de futebol. Disponível em: www.letras.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).

Texto II
O “gostar de futebol” no Brasil existe fora das consciências individuais dos brasileiros. O gosto ou a
paixão por um determinado esporte não existe naturalmente em nosso “sangue”, como supõe o senso
comum. Ele existe na coletividade, em nosso meio social, que nos transmite esse sentimento da
mesma forma que a escola nos ensina a ler e a escrever.
HELAL, R. O que é Sociologia do Esporte? São Paulo: Brasiliense, 1990.

Chamado de ópio do povo por uns, paixão nacional por outros, o futebol, além de esporte mais praticado
no Brasil, pode ser considerado fato social, culturalmente apreendido, seja por seus praticantes, seja
pelos torcedores. Nesse sentido, as fontes acima apresentam ideias semelhantes, pois o
a) futebol aparece como elemento integrante da cultura brasileira.
b) lazer aparece em ambos como a principal função social do futebol.
c) “tapete verde” e a “bola–sol” são metáforas do nacionalismo.
d) esporte é visto como instrumento de divulgação de valores sociais.
e) futebol é visto como um instante de supressão da desigualdade social.

4. (UEL, 2011) De acordo com Susie Orbach, “Muitas coisas feitas em nome da saúde geram dificuldades
pessoais e psicológicas. Olhar fotos de corpos que passaram por tratamento de imagem e achar que
correspondem à realidade cria problema de autoimagem, o que leva muitas mulheres às mesas de
cirurgia. Na geração das minhas filhas, há garotas que gostam e outras que não gostam de seus
corpos. Elas têm medo de comida e do que a comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova norma,
mas isso não é normal. Elas têm pânico de ter apetite e de atender aos seus desejos”.
Adaptado: “As mulheres estão famintas, mas têm medo da comida”, Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 ago. 2010, Saúde.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1508201001.htm>. Acesso em: 15 out. 2010).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Émile Durkheim, é correto afirmar:
a) O conflito geracional produz anomia social, dada a incapacidade de os mais velhos compreenderem
as aspirações dos mais novos.
b) Os padrões do que se considera saudável e belo são exemplos de fato social e, portanto, são
suscetíveis de exercer coerção sobre o indivíduo.
c) Normas são prejudiciais ao desenvolvimento social por criarem parâmetros e regras que
institucionalizam o agir dos indivíduos.
d) A consciência coletiva é mais forte entre os jovens, voltados que estão a princípios menos
individualistas e egoístas.
e) A base para a formação de princípios morais e de solidez das instituições são os desejos individuais,
visto estes traduzirem o que é melhor para a sociedade.
Sociologia

5. (Unioeste, 2013) O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), em sua obra As Regras do Método
Sociológico, ocupou-se em estabelecer o objeto de estudo da sociologia. Entre as constatações de
Durkheim, está a de que o fato social não pode ser definido pela sua generalidade no interior de uma
sociedade. Nessa obra, Durkheim elabora um tratamento científico dos fatos sociais e cria uma base
para a sociologia no interior de um conjunto coeso de disciplinas sociais, visando fornecer uma base
racional e sistemática da sociedade civil.
Sobre o significado do fato social para Durkheim, é correto afirmar que
a) os fenômenos sociais, embora obviamente inexistentes sem os seres humanos, residem nos seres
humanos como indivíduos, ou seja, os fatos sociais são os estados mentais ou emoções dos
indivíduos.
b) os fatos sociais, parecem, aos indivíduos, uma realidade que pode ser evitada, de maneira que se
apresenta dependente de sua vontade. Nesse sentido, desobedecer a uma norma social não conduz
o indivíduo a sanções punitivas.
c) a proposição fundamental do método de Durkheim é a de que os fatos sociais devem ser tratados
como coisas, ou seja, como objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de forma natural,
mas através da observação e da experimentação.
d) Durkheim considera os fatos sociais como coisas materiais. Pode-se afirmar, portanto, que todo
objeto de ciência é uma coisa material e deve ser abordado a partir do princípio de que o seu estudo
deve ser abordado sem ignorar completamente o que são.
e) os fatos sociais são semelhantes aos fatos psíquicos, pois apresentam um substrato semelhante e
evoluem no mesmo meio, de maneira que dependem das mesmas condições.

6. (UFU, 2009) “Ao longo da última década, os hackers passaram por uma transformação gradual – de
uma população pouco conhecida de entusiastas em computação a um grupo de desviantes, alvo de
maledicência, que se acredita venha a ameaçar a própria estabilidade da era da informação.”
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.172.

Em sua análise do ato criminoso, Durkheim vinculou-o à consciência coletiva e às suas manifestações
na vida social. De acordo com o pensamento desse autor, marque a alternativa INCORRETA.
a) A consciência coletiva abrange estados fortes e definidos de pensamento e sentimento
compartilhados. Um ato é criminoso quando ofende esses estados da consciência coletiva.
b) A consciência coletiva refere-se ao conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos
membros de uma sociedade. A classificação de um ato como criminoso não depende das
consciências particulares.
c) A consciência coletiva, na modernidade, recobre toda consciência individual, anulando-a. A noção
de ato criminoso está presente em todos os indivíduos mentalmente normais.
d) A consciência coletiva corresponde, de certa forma, à moral vigente na sociedade. Um ato não é
reprovado por ser criminoso, mas é criminoso por ser reprovado.
e) A consciência coletiva é efetivada também com a participação do fato social.
Sociologia

7. (UEL, 2010) Leia o texto a seguir:


A aluna Geisy Villa Nova Arruda, 20, não poderá mais frequentar o prédio em que estudava antes do dia
22 de outubro, quando foi perseguida, encurralada, xingada e ameaçada por cerca de 700 alunos, no
campus de São Bernardo (de uma Universidade particular), alegadamente por causa do microvestido
que trajava.
Adaptado de: Folha de São Paulo. (Universidade particular) decide “exilar” Geisy em outro prédio. Caderno cotidiano, C1, 11
nov. 2009.

A matéria refere-se a recente episódio, de repercussão nacional na mídia e que teve como desfecho a
readmissão da aluna à referida instituição, após o posicionamento da opinião pública.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Durkheim, é correto afirmar que o
acontecimento citado revelou
a) a consolidação de uma nova consciência coletiva, de bases amplas, representada pelos alunos da
referida instituição.
b) o desprezo da consciência coletiva dominante na sociedade em relação aos destinos individuais,
no caso, à aluna que foi alvo dos ataques dos estudantes.
c) a força da consciência coletiva da sociedade que se impôs aos comportamentos morais desviantes
com a finalidade de resgatar a harmonia social, preservando as instituições.
d) a presença de um quadro de profunda anomia social e o quanto os valores sociais de decência
foram perdidos pela consciência coletiva que se posicionou favoravelmente à estudante.
e) o perigo representado pela presença de uma consciência coletiva forte e majoritária atuando como
obstáculo para o desenvolvimento da vida social sadia ao impedir que alguns indivíduos
defendessem os melhores valores morais.

8. (Unimontes, 2012) Escrevendo num contexto de vigência do Estado liberal-democrático, Émile


Durkheim (1858-1917) foi o autor, entre os clássicos da Sociologia, que mais refletiu sobre a estreita
relação entre educação e cidadania. Ao mesmo tempo em que sintetiza sua análise, desenvolve um
conjunto de ideias que influenciarão o desenvolvimento da teoria sociológica aplicada no contexto
educacional.
Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, é incorreta a afirmativa:
a) O caráter classista da estrutura educacional demonstra que ocorre uma seleção natural dos
indivíduos que alcançarão níveis mais elevados no sistema educacional e no processo produtivo,
graças aos currículos, aos exames e às formas de acesso socialmente desiguais.
b) O Estado não pode negligenciar-se ou desinteressar-se do processo educativo, pois cabe a ele
manter e tornar os indivíduos conscientes de uma série de ideias e sentimentos necessários à
organização social.
c) A sociedade deve lembrar aos professores quais são as ideias e sentimentos que deverão estar
presentes na ação educativa, sendo materializados nos currículos, programas e estruturas
escolares.
d) A ação educativa deve ser exercida em sentido social, essencial na formação do cidadão, moldado
nos padrões e valores preconizados no interesse coletivo em detrimento dos interesses e egoísmos
estritamente particulares.
e) A educação é uma das principais formas de passar adiante os fatos sociais.
Sociologia

9. (Unimontes, 2015) Coube a Émile Durkheim (1858-1917) a institucionalização da Sociologia como


disciplina acadêmica. Para o sociólogo clássico francês, a sociedade moderna implica uma
diferenciação substancial de funções e ocupações profissionais. Sobre as análises desse autor, é
CORRETO afirmar:
a) O problema social é estritamente econômico e depende de vontades individuais.
b) O desenvolvimento da sociedade moderna deve passar por um processo de ruptura social e
permanente anomia.
c) A questão social é também um problema de moralização e organização consciente da vida
econômica.
d) Para Durkheim, na sociedade moderna não há possibilidades de desenvolvimento das coletividades,
por necessitar de novos pactos políticos dos governantes.
e) Os indivíduos que criam seus próprios valores morais no interior de uma sociedade.

10. (UEL, 2013) Leia o texto a seguir.


Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celular ou de ser incapaz de ficar sem ele por
mais de um dia é a origem da chamada “nomofobia”, contração de no mobile phobia, doença que afeta
principalmente os viciados em redes sociais que não suportam ficar desconectados. Uma parte da
população acha que, se não estiver conectada, perde alguma coisa. E se perdemos alguma coisa, ou
se não podemos responder imediatamente, desenvolvemos formas de ansiedade ou nervosismo.
Adaptado de: O medo de não ter o celular à disposição cria nova fobia. Disponível em: <exame.abril.com.br/estilo-de-
vida/comportamento/notícias/o-medo-de-nao-ter-o-celular-a-disposicao-cria-nova-fobia>. Acesso em: 9 abr. 2012.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre socialização e instituições sociais, na perspectiva
funcionalista de Durkheim, assinale a alternativa correta.
a) A nomofobia reduz a possibilidade de anomia social na medida em que aproxima o contato em
tempo real dos indivíduos, fortalecendo a integração com a vida social.
b) As interações sociais via tecnologias digitais são uma forma de solidariedade mecânica, pois os
indivíduos uniformizam seus comportamentos.
c) O que faz de uma rede social virtual uma instituição é o fato de exercer um poder coercitivo e ao
mesmo tempo desejável sobre os indivíduos.
d) O uso de interações sociais por recursos tecnológicos constitui um elemento moral a ser
compreendido como fato social.
e) Para a nomofobia ser considerada um fato social, faz-se necessário que esteja presente em uma
diversidade de grupos sociais.

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Sociologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Porque o sociólogo está preocupado com o funcionamento da sociedade como um todo; e, a partir da
metáfora do organismo vivo, o pensador pressupõe que cada parte da sociedade deve cumprir uma
função específica.

2. Porque o crime tem uma função reguladora. Ele determina os limites de comportamento para os
membros do grupo e serve de reforço para o poder coercitivo da sociedade. Cada sujeito que é punido e
usado como um lembrete de que seguir as regras é importante para o bem de toda a sociedade.

3. B
O suicídio altruísta é aquele caracterizado pelo aumento da consciência coletiva, pesando sobre o
indivíduo e o fragilizando. Ele não mais se compreende como fundamental e se sacrifica pela sociedade.

4. A
Um fato social normal é aquele que auxilia as instituições no seu funcionamento, estando em harmonia
com elas. Quando os fatos sociais conflituam com as instituições eles se tornam patológicos.

5. Uma consciência que surge a partir de regras, normas e costumes, formando um conjunto de
conhecimentos e características compartilhado que faz com que os indivíduos ajam de maneira parecida

Exercícios de vestibulares

1. C
A afirmativa A está errada, porque Durkheim não concebia o sagrado como determinante das ações
sociais, assim como também não concebia motivos biológicos como determinantes das mesmas ações;
por isso a alternativa B também está errada. A alternativa D leva em conta a personalidade individual
como motivadora das ações masculinas, por isso está errada. A alternativa correta é a C, pois Durkheim
vê as ações individuais como resultantes das relações sociais que as determinam; portanto, a violência
do homem contra a mulher em sua teoria social seria fruto de um fenômeno moral, embasado em
padrões socialmente estabelecidos e que definem socialmente o homem como tendo poder para dispor
até mesmo do corpo feminino, surgindo disso a violência contra ela.

2. A
Lendo o texto, observamos que os primeiros arrependimentos estão apoiados em valores morais mais
voltados a satisfação pessoal, como: “Não deveria ter trabalhado tanto”. Já os últimos arrependimentos
citados, se relacionam com valores morais mais tradicionais, por exemplo: “Deveria ter sido mais
obediente a Deus”.

3. A
Os dois textos apontam, cada um a seu modo, para o fato de a predileção pelo futebol ser um fator
socialmente estabelecido e não biologicamente ou psicologicamente determinado. Várias questões,
como a trajetória sócio-histórica da sociedade brasileira, ajudam a entender por que gostamos tanto de
futebol. Consolidado como um padrão de comportamento coercitivo, geral e externo, o futebol pode ser
considerado um fato social, e ajuda na promoção da coesão social.

4. B
Os padrões existem e são coercitivos, porque essas ideias, segundo Durkheim, que são normas e regras,
devem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas,
é punido de certa maneira pelo restante do grupo.
Sociologia

5. C
É famosa a frase de Durkheim que diz: “Os fatos sociais devem ser tratados como coisas”. Nessa
perspectiva, Durkheim pretende garantir a objetividade da análise sociológica, considerando os
fenômenos sociais como exteriores aos indivíduos e exercendo coerção sobre eles.

6. C
A afirmativa C está errada, porque a consciência coletiva não consegue cobrir (e coibir) todas as
consciências individuais. Isso, porque existe grande quantidade de indivíduos desviantes de uma atitude
moral única. Tanto que, ainda que todos os indivíduos mentalmente normais saibam o que é um ato
criminoso, continuam a executá-lo, numa clara mostra de preponderância da vontade individual sobre a
coletiva.

7. C
A consciência coletiva é o conjunto de crenças e sentimentos comuns a um grupo social e que norteiam
suas ações, tendo função até mesmo normativa, pois leva em muitos casos a corrigir os indivíduos
desviantes pela coerção, física ou moral – no caso de infração a normas. A alternativa correta apontada
pela faculdade é a C, porém podemos questioná-la. Na sociedade brasileira atual é muito controverso
entender o uso de roupas curtas como fato desviante da moral usual, tendo em vista o que observamos
na televisão, nos shows, no Carnaval, até no cotidiano. O uso de roupas mais curtas é comum por grande
parte de nossa sociedade, então dizer que isso prejudica a harmonia social em um determinado ambiente
é algo duvidoso. Apesar disso, devemos ressaltar que, das questões, essa não apresenta nenhum
absurdo teórico ou em relação ao enunciado, o que justifica a sua assertiva.

8. A
Na sociologia durkheimiana não existe referência a uma estrutura educacional classista. Ainda que dê
grande peso à divisão social do trabalho.

9. C
A alternativa C é a única possível. O bom funcionamento da sociedade depende de sua coesão, que
corresponde à adesão social a certos comportamentos morais e formas de pensar, agir e sentir. Sendo
assim, tudo que produz desordem é considerado algo prejudicial à sociedade, inclusive o capitalismo
selvagem.

10. D
O texto mostra o caráter coercitivo do uso de equipamentos tecnológicos, para a comunicação social.
Esse tipo de interação é geral e externa ao indivíduo, por isso é um fato social.
APRO DAMENTO
Semana

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Biologia

Controle glicêmico e metabolismo

Teoria

A glicemia é a taxa de glicose no sangue. Quando a taxa de glicose está muito elevada, chamamos de
hiperglicemia, e quando está muito baixa chamamos de hipoglicemia. A glicose é a principal molécula
energética no nosso organismo, sendo utilizada no metabolismo energético para produção de ATP. O controle
glicêmico, ou seja, a regulação da taxa de glicose no sangue, é dada por 4 hormônios principais, que podem
aumentar ou reduzir a glicemia:
● Hormônios que aumentam a glicemia: Glucagon, Cortisol, Adrenalina
● Hormônio que reduz a glicemia: Insulina

A insulina e o glucagon são produzidos no pâncreas, enquanto o cortisol e a adrenalina pelas glândulas
suprarrenais.

Insulina e glucagon
Insulina e glucagon são produzidos na porção endócrina do pâncreas, nas conhecidas como ilhotas
pancreáticas ou ilhotas de Langherans. São os principais hormônios que regulam a glicose.
● Glucagon: Produzido pelas células alfa
● Insulina: Produzido pelas células beta
Biologia

Observe a imagem a seguir:

O hormônio insulina atua em receptores de insulina (1) das células, ligando-se ao seu receptor e induzindo a
incorporação de um transportador de glicose, conhecido como GLUT4 (3). Ao entrar na célula, a glicose pode
ser utilizada no metabolismo energético, com a formação de piruvato (5) seguido da entrada desse composto
na mitocôndria para a respiração celular.

A insulina também induz (2) os processos de armazenamento de energia na forma de glicogênio


(glicogenogênese) (4), nos músculos e no fígado; e de ácidos graxos (6) para formação de lipídios
(lipidogênese) no tecido adiposo.

O glucagon atua de maneira contrária à insulina, ligando-se a um receptor distinto na célula. É liberado, por
exemplo, em situações de jejum para aumentar a glicemia. O glucagon aumenta a glicemia por estimular os
processos de gliconeogênese (produção de glicose a partir de outros substratos) e glicogenólise (quebra do
glicogênio hepático). Na glicogenólise, o glicogênio armazenado no fígado é quebrado e a glicose é liberada
para o sangue. Entretanto, o glicogênio muscular não sofre ação do glucagon pois as células musculares não
têm o receptor específico.
Biologia

Cortisol e adrenalina

O cortisol e a adrenalina são sintetizados e liberados pelas suprarrenais, chamadas também de adrenais. O
cortisol é produzido no córtex, na porção mais externa da glândula, enquanto a adrenalina é produzida na
medula, na porção mais interna.
O cortisol é um glicocorticoide endógeno que eleva os níveis de glicose no sangue. Possui um ritmo
circadiano, liberado em maiores concentrações pela manhã. É considerado o “hormônio do estresse”. A
adrenalina provoca reação do tipo “luta ou fuga”, preparando o organismo para uma situação de estresse.
Nesse sentido, a glicose sanguínea deve estar aumentada para que o corpo tenha energia para se defender
ou atacar algo ameaçador.

Diabetes
É uma condição na qual é possível encontrar uma grande quantidade de glicose no sangue (hiperglicemia).
Pode ocorrer por problemas na produção ou na recepção de insulina.
● Diabetes mellitus tipo 1: É uma doença que provoca a destruição das células beta das ilhotas pancreáticas,
fazendo com que a produção de insulina seja comprometida. Pacientes com este tipo de diabetes são
dependentes de insulina exógena.
● Diabetes mellitus tipo 2: A produção de insulina não está comprometida, mas os receptores de insulina
possuem um bloqueio na sinalização celular. Assim, mesmo com insulina suficiente, a célula não
reconhece esse hormônio, se caracterizando como uma resistência à insulina. O tratamento é feito com
exercícios, dieta e medicamentos que reduzem a glicemia. Entretanto, com o decorrer da doença, as ilhotas
podem entrar em esgotamento, fazendo com que se tornem dependentes de insulina exógena.
Biologia

O diabetes insipidus é um distúrbio da produção ou da resposta ao ADH, hormônio antidiurético, e não tem
relação com a glicose ou com a insulina. O nome “diabetes” é comum às doenças pelo sintoma poliúria, que
significa formação de grande volume de urina.
Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2009) Um novo método para produzir insulina artificial que utiliza tecnologia de DNA
recombinante foi desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Biologia Celular da Universidade
de Brasília (UnB) em parceria com a iniciativa privada. Os pesquisadores modificaram geneticamente
a bactéria Escherichia coli para torná-la capaz de sintetizar o hormônio. O processo permitiu fabricar
insulina em maior quantidade e em apenas 30 dias, um terço do tempo necessário para obtê-la pelo
método tradicional, que consiste na extração do hormônio a partir do pâncreas de animais abatidos.

A produção de insulina pela técnica do DNA recombinante tem, como consequência,


a) o aperfeiçoamento do processo de extração de insulina a partir do pâncreas suíno.
b) a seleção de microrganismos resistentes a antibióticos.
c) o progresso na técnica da síntese química de hormônios.
d) impacto favorável na saúde de indivíduos diabéticos.
e) a criação de animais transgênicos.
.

2. (Unicamp, 2020) Um dos pratos mais apreciados pelos brasileiros é o tradicional arroz com feijão, uma
combinação balanceada de diversos nutrientes importantes para a saúde humana.
a) A combinação de arroz e feijão fornece todos os aminoácidos essenciais ao organismo. A tabela
abaixo apresenta variações na quantidade de alguns aminoácidos essenciais por categorias de
alimentos.

Considere uma época de escassez em que é necessário substituir o feijão do combinado “arroz e
feijão” por outro alimento. Tendo como base as informações fornecidas, que alimento da tabela
poderia ser escolhido? Justifique sua resposta.

b) Considere a seguinte afirmação: “O arroz, embora seja um alimento saudável, deve ser consumido
por uma pessoa com diabetes tipo 2 sob orientação profissional para controle de glicemia.”
Explique a afirmação, levando em consideração as transformações que o arroz sofre na digestão
e as características do diabetes tipo 2.
Biologia

3. (Uerj, 2019) O diabetes mellitus é uma síndrome metabólica que interfere na produção do hormônio
insulina, alterando os níveis de glicose no sangue. Admita que os gráficos a seguir apresentam as taxas
de glicose e de insulina presentes no sangue de três indivíduos.

Identifique o gráfico que corresponde ao indivíduo com diabetes mellitus, justificando sua resposta
com base nas taxas de glicose e insulina. Em seguida, nomeie o órgão responsável pela produção da
insulina e aponte a função exercida por sua porção exócrina

4. (UFRN) Em menos de uma hora, Magali tomou um litro de sorvete de chocolate. Sua mãe repreendeu-
a e a proibiu de tomar sorvete por um mês. Revoltada, Magali resolveu fazer greve de fome e passou
todo o dia seguinte sem se alimentar. Explique como os hormônios do pâncreas atuaram para manter
a concentração de glicose sanguínea em níveis constantes, quando Magali:
a) consumiu o sorvete;
b) fez greve de fome.
Biologia

5. (UFG, 2009) Observe a figura a seguir

Considerando a escala de glicemia apresentada acima, o glucagon estimula a


a) quebra do glicogênio.
b) liberação de insulina.
c) síntese de aminoácidos.
d) deposição de gordura.
e) absorção de vitaminas lipossolúveis.
Biologia

6. (Enem, 2016) Portadores de diabetes insipidus reclamam da confusão feita pelos profissionais da
saúde quanto aos dois tipos de diabetes: mellitus e insipidus. Enquanto o primeiro tipo está associado
aos níveis ou à ação da insulina, o segundo não está ligado à deficiência desse hormônio. O diabetes
insipidus é caracterizado por um distúrbio na produção ou no funcionamento do hormônio antidiurético
(na sigla em inglês, ADH), secretado pela neuro-hipófise para controlar a reabsorção de água pelos
túbulos renais.

Tendo em vista o papel funcional do ADH, qual é um sintoma clássico de um paciente acometido por
diabetes insipidus?
a) Alta taxa de glicose no sangue.
b) Aumento da pressão arterial.
c) Ganho de massa corporal.
d) Anemia crônica.
e) Desidratação.

7. (Unicamp, 2011) Os gráficos A, B e C mostram as variações da secreção de insulina e glucagon em


função da concentração de glicose, e as variações da concentração de glicose no sangue, após uma
refeição rica em carboidratos.

Com base nos gráficos acima, pode-se afirmar que


a) se os níveis de glicose no sangue estão altos, a secreção de insulina aumenta para permitir que as
moléculas de glicose sejam absorvidas pelas células, e os níveis de glucagon permanecem baixos,
pois não há necessidade de o glicogênio ser transformado em glicose.
b) o aumento dos níveis de glicose no sangue causa um aumento da secreção de insulina e de
glucagon por células do pâncreas, pois ambos os hormônios contribuem para que as moléculas
de açúcar atravessem a membrana plasmática das células.
c) a secreção de glucagon é alta em indivíduos que tenham se alimentado de carboidrato duas horas
antes, pois muitos desses carboidratos acabam se transformando em glicose; já com relação à
insulina, ocorre um aumento porque os níveis de glicose estão elevados.
d) as células secretoras do pâncreas estão sempre produzindo grandes quantidades de insulina e de
glucagon, pois esses dois hormônios são responsáveis pela captura de glicose do sangue para as
células.
Biologia

8. (Enem, 2018) Anabolismo e catabolismo são processos celulares antagônicos, que são controlados
principalmente pela ação hormonal. Por exemplo, no fígado a insulina atua como um hormônio com
ação anabólica, enquanto o glucagon tem ação catabólica e ambos são secretados em resposta ao
nível de glicose sanguínea.

Em caso de um indivíduo com hipoglicemia, o hormônio citado que atua no catabolismo induzirá o
organismo a
a) realizar a fermentação lática.
b) metabolizar aerobicamente a glicose.
c) produzir aminoácidos a partir de ácidos graxos.
d) transformar ácidos graxos em glicogênio.
e) estimular a utilização do glicogênio.
Biologia

Gabarito
1. D
Como informado no texto, essa técnica permitiu a produção de insulina em 1/3 do tempo que seria
necessário pelas técnicas tradicionais. Essa técnica gera um impacto favorável à saúde dos diabéticos,
pois pode levar à redução do preço das doses de insulina.

2. a) A soja poderia substituir o feijão, pois difere deste em apenas um aminoácido, o triptofano. Dessa
forma, é o alimento que melhor se combinaria ao arroz para fornecer os aminoácidos essenciais ao
corpo.

b) O arroz é um carboidrato, o qual, após passar pelo processo de digestão, é fonte de glicose para o
organismo. Na diabetes tipo 2, o indivíduo é incapaz de utilizar a insulina produzida devido à ausência ou
mal funcionamento dos receptores desse hormônio nas células. Dessa forma, a glicose não entra nos
tecidos e permanece em altos níveis no sangue, caracterizando o quadro de elevada glicemia. Logo, a
redução no consumo de alimentos ricos em carboidratos, como o arroz, é fundamental para controle dos
níveis glicêmicos nos indivíduos portadores da doença citada.

3. O gráfico 3 corresponde melhor aos dados da questão.


Quem tem diabetes mellitus produz pouca ou nenhuma insulina. Como consequência, a glicose no
sangue permanece alta.
O órgão responsável pela produção da insulina é o pâncreas, que em sua porção exócrina produz o suco
pancreático.

4.
a) Ao consumir o sorvete, rico em glicose, o pâncreas de Magali secretou a insulina, hormônio
hipoglicemiante.

b) Na greve de fome, haverá secreção do glucagon pelo pâncreas. Esse hormônio estimula a quebra do
glicogênio hepático, ou seja, apresenta função hiperglicemiante.

5. A
O glucagon, hormônio produzido pelas células das ilhotas de Langerhans (pâncreas), tem a função de
aumentar a taxa de glicose na corrente sanguínea (diz-se que o glucagon é um hormônio
hiperglicemiante). Esse hormônio atua sobre o fígado, estimulando a quebra de glicogênio
(polissacarídeo à base de glicose).

6. E
A falta de ADH ou sua não-atuação caracteriza a diabetes insipidus, cuja característica é a micção
contínua e volumosa, pois o ADH é o hormônio responsável pela reabsorção de água nos néfrons, através
da abertura das aquaporinas. Como a reabsorção é baixa, o volume urinário aumenta, caracterizando
uma desidratação.

7. A
A insulina, produzida pelas células beta das ilhotas de Langerhans, é um hormônio que facilita a entrada
de glicose nas células reduzindo, assim, a concentração de glicose no sangue. Já o glucagon é liberado
quando a taxa de glicose está baixa; sob sua ação ocorre quebra do glicogênio hepático, com liberação
de insulina na corrente sanguínea (é hiperglicemiante).

8. E
Na hipoglicemia, ou seja, na queda da taxa de glicose na corrente sanguínea, o hormônio glucagon
estimula a glicogenólise, que consiste no catabolismo do glicogênio, obtendo glicose e corrigindo a
glicemia.
Física

Termometria

Exercícios

1. (Uerj simulado 2018)


A ARTE DE ENVELHECER

1
O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção: o feto de seis meses é muito
mais velho do que o embrião de cinco dias.
Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual nós somos inigualáveis: a
adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em
nichos ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.
Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos que aprender a ser
adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos.
A adolescência é um fenômeno moderno. 2Nossos ancestrais passavam da infância à vida adulta
sem estágios intermediários. Nas comunidades agrárias o menino de sete anos trabalhava na roça e
as meninas cuidavam dos afazeres domésticos antes de chegar a essa idade.
A figura do adolescente que mora com os pais até os 30 anos, sem abrir mão do direito de reclamar
da comida à mesa e da camisa mal passada, surgiu nas sociedades industrializadas depois da Segunda
Guerra Mundial. Bem mais cedo, nossos avós tinham filhos para criar.
A exaltação da juventude como o período áureo da existência humana é um mito das sociedades
ocidentais. Confinar aos jovens a publicidade dos bens de consumo, exaltar a estética, os costumes e
os padrões de comportamento característicos dessa faixa etária tem o efeito perverso de insinuar que
o declínio começa assim que essa fase se aproxima do fim.
A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos
antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém sabe-se
lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em média 30 anos.
No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer nos países da Europa mais desenvolvida não
passava dos 40 anos.
A mortalidade infantil era altíssima; epidemias de peste negra, varíola, malária, febre amarela, gripe e
tuberculose dizimavam populações inteiras. Nossos ancestrais viveram num mundo devastado por
guerras, enfermidades infecciosas, escravidão, dores sem analgesia e a onipresença da mais temível
das criaturas. Que sentido haveria em pensar na velhice quando a probabilidade de morrer jovem era
tão alta? Seria como hoje preocupar-nos com a vida aos cem anos de idade, que pouquíssimos
conhecerão.
3
Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos 80. Se assim for, 4é preciso sabedoria para
aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá
aos 60 o rosto que tínhamos aos 18, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para
aqueles que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam
atentos às transformações do mundo.
Considerar a vida um vale de lágrimas no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude é
torná-la experiência medíocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não
levar em conta que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências
traumáticas e relegar ao esquecimento inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos
desnecessários e as burradas que fizemos nessa época.
Física

5
Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem “cabeça de jovem”. É considerá-lo mais
inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.
Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das
diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem
sonhávamos anteriormente.
DRÁUZIO VARELLA. Folha de São Paulo, 23/01/2016.

O processo de adaptação consiste na capacidade do ser humano de criar soluções diante das
adversidades, permitindo sua sobrevivência desde os trópicos, cuja temperatura média é de 20 °𝐶, às
regiões polares, onde termômetros atingem temperaturas próximas a −40 °𝐶.

Considerando os valores acima, a variação em módulo da temperatura na escala Kelvin, corresponde


a:
a) 20
b) 40
c) 60
d) 80

2. (G1 - ifce 2020) O Sol é o objeto mais proeminente em nosso sistema solar. É o maior objeto e contém
aproximadamente 98% da massa total do sistema solar. A camada externa visível do Sol é chamada
fotosfera e tem uma temperatura de 6.000 °𝐶. Esta camada tem uma aparência turbulenta devido às
erupções energéticas que lá ocorrem.
Disponível em: https://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/sun.htm#intro Acesso em: 22/10/2019 (adaptado)

Lendo o texto acima, um estudante norte-americano que resolve calcular a temperatura da superfície
solar na escala Fahrenheit obterá o valor
a) 10.632
b) 10.800
c) 10.816
d) 10.732
e) 10.832
Física

3. (G1 - cps 2020)

A imagem mostra o satélite brasileiro CBERS–4 utilizado para monitoramento do nosso território e para
desenvolvimento científico.
Como a maioria dos objetos colocados no espaço, o CBERS–4 é completamente envolvido por uma
manta térmica protetora (Isolamento de Múltiplas Camadas, sigla em inglês MLI). Esse material tem
como função diminuir o fluxo de calor, que pode ser um grande problema para objetos colocados em
órbita, uma vez que facilmente eles podem ser submetidos a temperaturas maiores que 100 °𝐶 e
menores que −100 °𝐶.

Se o texto desta questão fosse direcionado a leitores estadunidenses, ele teria que sofrer não apenas
uma tradução para a língua inglesa como também uma conversão da escala termométrica utilizada.
Isso ocorre porque os estadunidenses utilizam cotidianamente a unidade de temperatura denominada
Fahrenheit.

A conversão de valores expressos na escala Celsius para a escala Fahrenheit é feita utilizando-se a
𝑡 𝑡 −32
expressão de conversão, 𝐶 = 𝐹 , em que 𝑡𝐶 é um valor de temperatura expresso na escala Celsius e
5 9
𝑡𝐹 , o valor correspondente de temperatura expresso na escala Fahrenheit.

Nessas condições, a menor temperatura que apareceria no texto em língua inglesa é


a) −482 °𝐹.
b) −212 °𝐹.
c) −148 °𝐹.
d) 148 °𝐹.
e) 212 °𝐹.
Física

4. (G1 - ifce 2019) Um termômetro com defeito está graduado na escala Fahrenheit, indicando 30 °𝐹 para
o ponto de fusão do gelo e 214 °𝐹 para o ponto de ebulição da água. A única temperatura neste
termômetro medida corretamente na escala Celsius é
a) 158
b) 86
c) 122
d) 50
e) 194

5. (G1 - ifce 2019) Uma temperatura na escala Fahrenheit é expressa por um número que é o triplo do
correspondente na escala Celsius. Essa temperatura na escala Fahrenheit é
a) 20
b) 60
c) 40
d) 80
e) 100

6. (Fatec 2020) Recentemente, uma empresa britânica apresentou um protótipo de um motor a jato
hipersônico que permitirá às aeronaves comerciais voarem a uma velocidade muito acima da
velocidade do som, fazendo com que uma viagem de São Paulo à Austrália dure, aproximadamente, 4
horas (atualmente essa viagem dura cerca de 24 horas).
Isso só é possível devido ao fato de o motor ser alimentado por uma mistura de hidrogênio e oxigênio.
Esse motor “suga” o ar à sua frente fazendo com que os gases, antes de entrarem no combustor, sejam
resfriados por um sistema denominado pre-cooler. Esse dispositivo consegue resfriar os gases
variando a temperatura 1.000 𝐾 em cerca de 50 𝑚𝑠. Assim, ele aumenta a eficiência de combustível.

Com base nessas informações, podemos afirmar que a taxa de variação de resfriamento térmico, em
°𝐶

𝑠

a) 25.460.
b) 20.000
c) 2.546
d) 2.000
e) 250
Física

7. (Famerp 2020) Um termômetro de mercúrio está graduado na escala Celsius (°𝐶) e numa escala
hipotética, denominada Rio-pretense (°𝑅𝑃). A temperatura de 20 °𝐶 corresponde a 40 °𝑅𝑃.

Sabendo que a variação de temperatura de 1,0 °𝐶 corresponde a uma variação de 1,5 °𝑅𝑃, calcule a
indicação equivalente a 100 °𝐶 na escala Rio-pretense.

8. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2020)


A NASA anunciou para 2026 o início de uma missão muito esperada para explorar Titã, a maior lua de
Saturno: a missão Dragonfly. Titã é a única lua do Sistema Solar que possui uma atmosfera significativa,
onde haveria condições teóricas de geração de formas rudimentares de vida. Essa missão será
realizada por um drone porque a atmosfera de Titã é bastante densa, mais do que a da Terra, e a
gravidade é muito baixa, menor do que a da nossa Lua.
(“NASA lançará drone para procurar sinais de vida na lua Titã”. www.inovacaotecnologica.com.br, 28.06.2019. Adaptado.)

O gráfico mostra a relação entre as temperaturas de um mesmo corpo, lidas nas escalas Fahrenheit
(𝜃𝐹 ) e Celsius (𝜃𝐶 ).

Assim, sabendo que a temperatura média na superfície de Titã é de aproximadamente −180 °𝐶, essa
temperatura, expressa na escala Fahrenheit, corresponde a
a) −102 °𝐹.
b) −68 °𝐹.
c) −292 °𝐹.
d) −324 °𝐹.
e) −412 °𝐹.
Física

Gabaritos

1. C
Como a variação de temperatura nas escalas Celsius e Kelvin são iguais, então a variação dada no texto
em Celsius, já nos fornece a variação na escala Kelvin, ou seja:
𝛥𝑇 = 20 − (−40) ∴ 𝛥𝑇 = 60 °𝐶 = 60 𝐾

2. E
𝑇𝐶 𝑇𝐹 − 32 6.000 𝑇𝐹 − 32
= ⇒ = ⇒ 1.200 × 9 + 32 = 𝑇𝐹 ⇒
5 9 5 9
𝑇𝐹 = 10.832 °𝐶

3. C
No texto, a menor temperatura que aparece é −100 °𝐶.
Convertendo:
𝑡𝐶 𝑡𝐹 − 32 −100 𝑡𝐹 − 32
= ⇒ = ⇒ −20 × 9 + 32 = 𝑡𝐹 ⇒ 𝑡𝐹 = −148°𝐹
5 9 5 9

4. D
Aplicando a equação de conversão:
𝑇 − 30 𝑇 − 32 𝑇 − 30 𝑇 − 32
= ⇒ = ⇒ 46𝑇 − 1.472 = 45𝑇 − 1.350 ⇒ 𝑇 = 122°𝐹
214 − 30 212 − 32 46 45

Transformando para °𝐶:


𝑇𝐶 122 − 32
= ⇒ 𝑇𝐶 = 50 °𝐶
5 9

5. D
A relação entre as escalas de temperatura Celsius e Fahrenheit é dada pela seguinte expressão:
𝐶 𝐹 − 32
=
5 9

Da informação fornecida entre as escalas, tira-se uma equação para substituir a temperatura Celsius e
calcula o valor correspondente na escala Fahrenheit.
𝐹
𝐹 = 3𝐶 ∴ 𝐶 =
3
Substituindo:
𝐹
3 = 𝐹 − 32 ⇒ 𝐹 = 𝐹 − 32 9𝐹 = 15(𝐹 − 32) ⇒ 9𝐹 = 15𝐹 − 4806𝐹 = 480 ⇒ 𝐹 = 480 ∴ 𝐹 = 80°𝐹
5 9 15 9 6
Física

6. B
Para obter a taxa de variação da temperatura (𝑇̇), a conversão de Kelvin para Celsius é desnecessária,
pois as duas escalas são centígradas, sendo que a variação nas duas escalas são iguais. Assim a
variação de 1.000 𝐾 representa também uma variação de 1000 °𝐶.
𝛥𝑇 1000 °𝐶 °𝐶
𝑇̇ = = −3
∴ 𝑇̇ = 20000 
𝛥𝑡 50 ⋅ 10  𝑠 𝑠

7. De acordo com as informações fornecidas, podemos construir uma relação entre as escalas
termométricas utilizando uma interpolação linear.

100 − 20 𝑥 − 40 80 𝑥 − 40
= = 80 × 1,5 = 𝑥 − 40 ⇒ 𝑥 = 120 + 40 ∴ 𝑥 = 160 °𝑅𝑃
21 − 20 41,5 − 40 1 1,5

8. C
Usando os dados fornecidos pelo gráfico, relaciona-se as duas escalas termométricas usando
interpolação.
𝜃𝐹 − (−40) 𝜃𝐶 − (−40) 𝜃𝐹 + 40 𝜃𝐶 + 40 𝜃𝐶 + 40
= = 𝜃𝐹 = 216 ⋅ − 40
176 − (−40) 80 − (−40) 216 120 120
𝜃𝐹 = 1,8 ⋅ 𝜃𝐶 + 32

Com isso, para a temperatura média de Titã.


𝜃𝐹 = 1,8 ⋅ (−180) + 32𝜃𝐹 = −292 °𝐹
Geografia

Tipos de mão de obra, desemprego e mercado formal

Teoria

Trabalho e seus conceitos


A palavra trabalho tem sua origem no latim tripálio, que significa, literalmente, "três paus", tri (três) e palus
(pau). Tripálio era um instrumento romano de tortura, o qual supliciava os escravos. Sem dúvidas, a questão
do trabalho atual vai muito além de uma discussão geográfica, sendo uma realidade que todos enfrentam ou
terão de enfrentar um dia. É muito difícil, porém, que exista um país onde o número de vagas de emprego
atenda a toda população. Além disso, as relações de trabalho se alteraram muito ao longo do tempo,
sobretudo a partir do advento da Revolução Industrial. Para entender as relações de trabalho hoje, é
importante retomarmos alguns conceitos:

● Trabalho artesanal: feito pelos artesãos, de forma manual ou rudimentar, no qual o trabalhador
desenvolve e executa suas próprias técnicas de produção. No contexto da indústria, representa o
trabalho pré-industrial, em que o trabalhador dominava todas as etapas do processo produtivo.

● Manufatura x Maquinofatura: a partir das revoluções industriais e desenvolvimento tecnológico, o


emprego de máquinas auxiliando o processo produtivo vai aumentando gradativamente. O trabalho
artesanal, portanto, é o feito manualmente. A manufatura se refere ao trabalho com auxílio de máquinas,
possivelmente a nível industrial, e a maquinofatura se refere ao produto feito majoritariamente ou
totalmente por máquinas.

● Mão de obra especializada: quando o trabalhador passa a ser um especialista na execução de uma
tarefa. O termo “especialista” se refere à grande ciência sobre uma área, como um aprofundamento mais
específico num determinado assunto. No contexto das primeiras revoluções industriais e Fordismo, o
trabalhador era especialista numa única etapa bem simples, e por isso diz-se que ele conhecia apenas
uma parte do processo produtivo. Atualmente o termo pode se referir a uma mão de obra mais
qualificada.

● Mão de obra alienada: termo muito usado no contexto do Fordismo, para se referir à fase na qual o
trabalhador perde domínio sobre todas as etapas do processo produtivo, a partir da assalariação. Marca
a passagem do trabalho artesanal para a manufatura. Chama-se alienada pois o trabalhador não
consegue visualizar o seu trabalho como parte do produto final. No Fordismo, a mão de obra era muito
fragmentada, de modo que cada trabalhador tinha apenas uma função bem definida.

● Mão de obra qualificada/não qualificada: a qualificação profissional se relaciona com o nível de estudo
e técnica embutidos no trabalho. Há maior concorrência para os empregos que não demandam
qualificação profissional, devido à dificuldade de acesso à educação de qualidade no Brasil.
Geografia

Setores da economia e o trabalho


Pode-se dividir o trabalho, ainda, de acordo com os setores econômicos:

● Setor primário: o setor primário da economia corresponde à extração de matéria-prima, seja por
atividades puramente extrativistas, como a mineração, ou também a agricultura e pecuária, que envolvem
uma produção.

● Setor secundário: é o setor responsável por transformar a matéria-prima em produto. Corresponde à


etapa industrial.

● Setor terciário: corresponde à venda do produto; é o setor de comércio e serviços que atualmente se
concentra no meio urbano. Foi a partir das trocas comerciais que surgiram também as cidades.
Atualmente é o setor que mais emprega.

O que se pode notar é que as transformações tecnológicas não alteram somente as indústrias e os meios de
produção, mas também o próprio espaço geográfico e as relações humanas, sejam em âmbito estrutural,
econômico, social ou cultural. No Fordismo, modelo produtivo da Segunda Revolução Industrial, não havia
muitas das formas de trabalho que existem atualmente.

A mudança do trabalho, do Fordismo para o Toyotismo

FORDISMO TOYOTISMO

Não demandava qualificação profissional para


Passou a exigir uma mão de obra mais qualificada;
contratação;
Trabalho fragmentado, em que cada trabalhador
Trabalhador responsável por diversas tarefas;
tinha uma única função específica;
O melhor operário é aquele que identifica problemas
O operário modelo era aquele que obedecia às e propõe soluções, se preocupando também com a
diretrizes dos superiores, se preocupando apenas aplicação do produto após vendido;
com as tarefas imediatas;

Frequentemente há redução de postos de trabalho,


Contratava em massa; uma vez que o trabalhador é substituído por
máquinas;
Regime de trabalho flexível, contando com
Regime de trabalho rígido.
subcontratação e trabalho à distância.
Geografia

Estrutura de trabalho clássica do Fordismo. Fonte: https://escolaeducacao.com.br/henry-ford/Fordismo-3/

Alteração na organização produtiva. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/596867756839232324/?lp=true

A flexibilização nas formas de contratação


Sabe-se que, com o desenvolvimento tecnológico, há novas formas de desenvolver produtos personalizados,
de acordo com o gosto de cada cliente. A segurança da informação, ou segurança dos dados virtuais, se
tornou uma questão urgente. Muitos dados com informações pessoais dos clientes circulam na rede e podem
ser usados para prever nossas vontades, de modo que as empresas trabalham no desenvolvimento de
mecanismos de venda até então não conhecidos. Além disso, com a globalização econômica, as empresas
têm mais liberdade para atuar de acordo com a demanda do mercado, criando novos setores de atuação.
Nesse sentido, vamos ver outras e novas formas de contratação atuais.
Geografia

● Terceirização trabalhista: terceirizar é passar a terceiros uma parte do trabalho necessário a um


empreendimento. Por exemplo, numa escola, é comum que os trabalhadores da segurança e da limpeza
sejam partes de uma empresa de fora, que presta esse serviço de maneira terceirizada. Dessa forma,
empresas se organizam para captar essa mão de obra, no geral não qualificada, e a distribuir nos
diversos setores que demandam por isso. Além do mais, são empresas que tomam conta de um setor
essencial, mas que encara muita precariedade no Brasil. Dessa forma, com a alta procura, baixa
qualificação e remuneração, a rotatividade tende a ser maior nessas empresas, e as condições de
trabalho, instáveis.

● Trabalhador 0h (zero hora): o trabalho 0h é uma forma de contratação que distribui tarefas de acordo
com a demanda. Em algumas semanas, o trabalhador receberá da empresa uma quantidade de tarefas
e ganhará o equivalente às horas trabalhadas. Em outras semanas, não haverá demanda nem salário.

● Home office: os trabalhadores são contratados, mas trabalham de suas casas, o que economiza para o
dono da empresa todo um gasto de infraestrutura e pode dar maior autonomia ao trabalhador, reduzindo
também problemas de trânsito e deslocamento urbano.

● Subcontratações ou “trabalhador parceiro”: são empregos por aplicativo, que difundem, por meio de um
discurso eufêmico de empreendedorismo e autonomia, o cenário do desemprego e da precarização
trabalhistas, com baixíssimos ganhos e ausência de direitos trabalhistas e sociais básicos. É a chamada
uberização das relações de trabalho. Sabemos que a Uber tem sido uma empresa que dá autonomia para
o trabalhador escolher sua carga horária e sua jornada de trabalho, sendo ele responsável também pela
obtenção e manutenção do seu instrumento de trabalho, o carro. Além disso, esse fato cria um
distanciamento entre empresa e trabalhador, de modo que questões como segurança do trabalho se
tornam precárias. Também não há direitos trabalhistas básicos, como férias e contribuição
previdenciária.

Com o crescente número de desalentados – pessoas que desistem de procurar emprego no mercado formal,
pois sabem que não serão aglutinadas a ele – no Brasil, devido à recessão econômica, ou estagnação do
crescimento, que enfrentamos desde 2013, muitas pessoas precisam recorrer a esses empregos para obter
renda. O que foi criado para fazer parte de uma renda extra, uma complementação, acaba se tornando a fonte
de renda principal. Além disso, estamos falando de um serviço que surge suprindo partes vitais do
funcionamento urbano, como a questão da mobilidade e transporte.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/economia/proletariado-digital-apps-promovem-trabalhos-precarios-a-brasileiros/
Geografia

Os tipos de desemprego
A automatização de processos produtivos é uma grande causa para o desemprego crescente, somando-se à
dificuldade de acesso à educação de qualidade no Brasil. A geração de empregos fica a cargo também do
Governo Federal, que deve sempre estimular a criação de indústrias e setores que contratem mão de obra,
além de dar incentivo a microempresas, que atualmente empregam mais da metade dos trabalhadores do
setor privado. Sobre a situação do desemprego nos países, existem duas classificações diferentes:

● Desemprego conjuntural: aquele que ocorre devido às crises econômicas e é superado com o
crescimento econômico, ou seja, de acordo com a conjuntura.

● Desemprego estrutural: aquele gerado pela introdução de novas tecnologias, lógicas e processos
produtivos. Ele passa a fazer parte da estrutura organizacional da sociedade produtiva e não é superado.
Ocorre quando, de modo estrutural e não conjuntural, não há emprego para todos.

Fuga de Cérebros
Dentro da discussão trabalhista, é importante conhecer o conceito de Fuga de Cérebros. Trata-se de um tipo
de migração que envolve mão de obra qualificada, que busca oportunidades de emprego de fato condizentes
com seu nível profissional em países do exterior, mais desenvolvidos e detentores de produção tecnológica.
Um exemplo é o que acontece com indianos que possuem grande qualificação profissional no setor de
comunicações, mas migram para os EUA, para regiões como o Vale do Silício, para serem contratados, com
melhores remunerações e ofertas de emprego. Isso pode acontecer quando o país de origem não possui
produção tecnológica ou desenvolvimento suficiente para empregar e dar função ao seu trabalhador. O
desenvolvimento que poderia ser nacional, portanto, é exportado. Essas pessoas costumam mandar dinheiro
para casa, para os familiares, ou comprarem em seu país de origem, circulando dinheiro naquele território,
sendo esse o pequeno ganho nacional em relação ao que poderia ser.
Geografia

Exercícios

1. (FAETEC 2019) Leia os textos.


- Francisco tem pouca esperança no futuro. Depois de cinco anos em busca de trabalho e após três
entrevistas de emprego, todas infrutíferas, decidiu parar de procurar. Passou assim a fazer parte de um
contingente cada vez maior de brasileiros: os desalentados.
- Um indicador fundamental para observar o nível da confiança do trabalhador no mercado de trabalho
é a taxa de desalento.
- O Brasil iniciou o terceiro trimestre com queda na taxa de desemprego pela quarta vez seguida, mas
registrou número recorde de desalentados diante das incertezas atuais em tomo da economia, segundo
dados divulgados no dia 30 de agosto de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego atingiu 12,3% no terceiro trimestre de 2018, depois de ter ficado em 12,4% no
trimestre anterior, na quarta queda seguida, de acordo com o IBGE. "O desemprego vem caindo no Brasil
por conta do desalento, principalmente neste ano de 2018", afirmou o coordenador do IBGE, Cimar
Azeredo. O IBGE estimou em 4,8 milhões o número de pessoas desalentadas no trimestre maio - julho.
Acesso em: 03.10.2018. Adaptado.

De acordo com os textos, o cidadão desalentado é aquele que


a) conquista um emprego formal, mas sofre com a desigualdade de gênero, em que mulheres
ganham menos e ocupam a maioria dos empregos vulneráveis.
b) precisa de trabalho e trabalharia se houvesse possibilidade; entretanto, desiste de procurar
emprego porque sabe que não encontrará um posto de trabalho.
c) troca voluntariamente o trabalho formal pelo trabalho terceirizado, abandona a carteira de trabalho
e opta pela previdência social estatal.
d) consegue emprego formal com rendimento equivalente a dois terços do salário-mínimo vigente.
e) possui um emprego com carteira assinada, mas está desprotegido das leis trabalhistas.

2. (Enem 2013 PPL) O governo de Singapura, que vem enfrentando reclamações de residentes que
precisam competir com estrangeiros por emprego, endureceu as regras para que empresas contratem
funcionários de outros países para posições de nível médio. A partir de janeiro de 2012, um estrangeiro
precisa ganhar 3 000 dólares cingapurianos (2 493 dólares americanos) ou mais por mês antes de se
qualificar para um visto de trabalho que lhe permitirá trabalhar em Singapura.
Singapura endurece regras para contratação de estrangeiros. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 17 ago. 2011
(adaptado).

As medidas adotadas pelo governo de Singapura objetivam favorecer a


a) inserção da mão de obra local no mercado de trabalho.
b) participação de população imigrante no setor terciário.
c) ação das empresas estatais na economia nacional.
d) expansão dos trabalhadores estrangeiros no setor primário.
e) captação de recursos financeiros internacionais.
Geografia

3. (FAMERP 2021) Na década de 1990 houve a abertura do mercado brasileiro aos bens de consumo e de
capital, o que promoveu
a) a elevação dos índices de desemprego estrutural.
b) a diminuição da produtividade das indústrias.
c) o incremento da concentração espacial da indústria.
d) a defasagem tecnológica do parque industrial.
e) o aumento da interferência do Estado na economia.

4. (UERJ 2018)

A divisão da população economicamente ativa por setores de atividades, ainda que imprecisa, é um
dos indicadores das relações de produção e de trabalho em cada país. O processo retratado no gráfico
e uma explicação adequada para sua ocorrência, no momento histórico considerado, estão contidos
na seguinte alternativa:
a) Terciarização da economia – reorganização do modelo industrial no mundo.
b) Precarização do emprego – aumento da estratégia de subcontratação de empresas.
c) Diminuição da riqueza – carência de profissionais para setores essenciais da economia.
d) Especialização da mão-de-obra – elevação do nível médio de qualificação dos trabalhadores.

5. (UPE 2014) A desregulamentação, que aumenta no mercado de trabalho brasileiro, faz crescer um
fenômeno econômico que vem sendo bastante estudado pela Geografia Humana e Econômica. Com
esse fenômeno, proliferam as pequenas empresas sem funcionários com vínculo empregatício que
prestam serviços. De 2002 a 2008, esse fenômeno cresceu aproximadamente 22% nas regiões
metropolitanas do país. A que fenômeno estamos nos referindo?
a) Desqualificação Profissional
b) Crescimento do Setor Binário
c) Expansão da Terceirização
d) Desregulamentação Terciária da População Inativa
e) Globalização do Setor Secundário
Geografia

6. (UEMA 2021) Compare as informações dos textos I e II, para responder à questão.
TEXTO I
Entre analistas ouvidos, a avaliação é de que os programas do governo para manutenção da renda e do
emprego devido à crise sanitária provocada pela COVID 19, doença causada pela nova severe acute
respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) tiveram impacto positivo na economia. Com especial
destaque para o auxílio emergencial, tais medidas foram decisivas ao sustentarem a demanda dos
consumidores, garantindo a recuperação parcial dos segmentos da indústria, do comércio e dos
serviços. Esse último é o que inspira maior preocupação, sobretudo pela participação de 75,8% no PIB
brasileiro. Entre março e junho de 2020, o setor acumulou queda de 14,5% no volume de receitas,
segundo o IBGE. O resultado de junho, uma alta de 5% na comparação com maio, representa o primeiro
crescimento após quatro retrações mensais consecutivas. Em fevereiro de 2020, mesmo fora da
pandemia, houve recuo de 1%.
Carta Capital, 2020.

Para além das mudanças de renda, a PNAD Covid de julho de 2020 afere alguns comportamentos em
relação à pandemia nos diferentes estratos econômicos e sociais no Brasil, conforme texto II.

TEXTO II
População com renda domiciliar per capita por classes agregadas de salário-mínimo até julho de 2020.

Comparando a população com renda domiciliar per capita entre 2012, 2019 e 2020, de acordo com o
texto II, o impacto do auxílio emergencial no Brasil causou
a) redução do número da população com renda per capita menor que 2 salários-mínimos entre 2012
e julho de 2020.
b) redução de 15,50% da população com renda per capita entre ½ a menos de 2 salários-mínimos
entre 2019 e julho de 2020.
c) crescimento do número da população com renda per capita de 2 ou mais salários-mínimos entre
2012 e julho de 2020.
d) aumento de 17,72% da população com renda per capita de 2 ou mais salários-mínimos entre 2019
e julho de 2020.
e) queda do número da população com renda per capita menor que ½ salário-mínimo entre 2019 e
julho de 2020.
Geografia

7. (Unicamp 2019) O capitalismo financeirizado e globalizado, particularmente nas últimas quatro


décadas, vem apresentando um movimento tendencial em que informalidade e precarização tornaram-
se mecanismos recorrentes. E a terceirização irrestrita do trabalho vem se consolidando como uma
ferramenta que elimina a distinção entre atividades-meio e atividades-fim.
(Adaptado de Ricardo Antunes, A sociedade da terceirização total. Revista da ABET, v. 14, n. 1, jan./jun. 2015, p. 9.)

a) Terceirização e precarização são fenômenos interligados, porém distintos. O que é terceirização


e o que é precarização do trabalho?
b) Na atividade industrial ou setor secundário, o que são atividades-meio e atividades-fim?
Geografia

8. (UFSC 2020) Considere os seguintes trechos de reportagens a respeito de aplicativos de serviços. A


primeira delas trata dos aplicativos Uber, 99, iFood e Rappi; a segunda, das dificuldades enfrentadas
pelas pessoas que utilizam esses aplicativos.

“Quase 4 milhões de trabalhadores autônomos utilizam hoje as plataformas como fonte de renda. Se
eles fossem reunidos em uma mesma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais longa do que a dos
Correios, maior empresa estatal em número de funcionários, com 109 mil servidores […]. Para um
autônomo, o ganho gerado com os apps acaba se tornando uma das principais fontes de renda. Esses
3,8 milhões de brasileiros que trabalham com as plataformas representam 17% dos 23,8 milhões de
trabalhadores nessa condição, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre até fevereiro.”
ESTADÃO CONTEÚDO. Uber, iFood e mais: aplicativos viram fonte de renda de quase 4 milhões. 28 de abril de 2019.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2019/04/28/uber-ifood-e-maisaplicativos-viram-
fonte-de-renda-de-quase-4-milhoes.htm. Acesso em: 12 maio 2019.

“A explosão de aplicativos de delivery é provavelmente o caso mais representativo das rupturas geradas
no Brasil pelo avanço da gig economy – a economia dos bicos. Até poucos anos atrás, os serviços de
entrega eram pulverizados entre empresas de pequeno porte, que contratavam motoboys,
reconhecidos como categoria profissional regulamentada […]. Hoje a atividade está ao alcance de
qualquer um que aceitar termos e condições de plataformas digitais.”
FOLHA DE SÃO PAULO. Euforia com aplicativos de serviços dá lugar à frustração de trabalhadores. Ilustríssima, 3 de março
de 2019.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/03/euforia-com-aplicativos-de-servicos-da-lugar-a-
frustracao-de-trabalhadores.shtml. Acesso em: 12 maio 2019.

Com base nos textos acima, é correto afirmar que:


01) a gig economy é uma situação econômica na qual os trabalhadores autônomos encontram
trabalho por meio de aplicativos de serviço.
02) os aplicativos de prestação autônoma de serviços substituíram toda forma de contratação de
profissionais de atividades regulamentadas.
04) os aplicativos de serviço propiciam aos trabalhadores uma possibilidade de dispor de sua força
produtiva desde que aceitem os termos e condições da plataforma digital em que se inscrevem.
08) o fato de que, juntas, algumas empresas possuem uma folha de pagamentos mais extensa do que
a da maior empresa estatal prova que o desenvolvimento econômico se dá por meio do abandono
de atividades estatais.
16) a emergência de uma economia de bicos mediada pelo acesso a aplicativos de oferta de força de
trabalho é característica de uma fase da economia capitalista na qual a regulamentação de
atividades de serviços enfrenta contestações.
32) a gig economy atinge 23,8 milhões de trabalhadores, que sofrem com a precariedade do uso de
aplicativos.
64) a desregulamentação de ofertas de emprego e sua posterior concentração nas mãos de grandes
conglomerados, como as plataformas citadas, gera efeitos predatórios sobre empresas de
pequeno porte que operam dentro da economia de oferta de emprego regulamentado.
Geografia

Gabarito

1. B
Com a crise econômica dos últimos anos, aconteceu um aumento da taxa de desemprego, que
ultrapassou a marca de 12% em relação à PEA (população economicamente ativa). Além dos
desempregados, também existem os desalentados, pessoas que precisam de trabalho, mas desistiram
de procurar, devido ao longo tempo de procura, falta de perspectiva de encontrar, desestruturação
familiar e falta até de recursos financeiros para se deslocar (transporte coletivo) em busca de emprego.

2. A
A forte economia de Singapura faz com que o país seja um polo de atração migracionista, pois os
migrantes de outros países procuram o país em busca de melhores condições de vida e de empregos.
Para evitar a concorrência dos imigrantes com a população local, o governo resolveu adotar medidas
para incentivar a contratação de mão de obra local.

3. A.
Na década de 90, o período econômico brasileiro foi marcado por ciclos de privatização correspondendo
ao contexto neoliberal que avançou no mundo. A entrada de produtos importados aumentou a
competitividade, de modo que muitas empresas nacionais não conseguiram se manter no mercado,
fechando e causando desemprego. A modernização tecnológica de alguns segmentos tecnológicos
também contribuiu para o cenário de crescente desemprego.

4. A
No gráfico, é possível observar o crescimento do setor terciário, processo denominado terceirização da
economia. Na França, tal momento decorre da reorganização da produção em escala mundial, em que
as indústrias migraram para países em desenvolvimento em busca de mão de obra barata.

5. C
O processo em que se observa funcionários sem vínculo empregatício e que prestam serviços é
denominado de terceirização.

6. E.
Observando os gráficos, podemos reparar que o total da população com menos de ½ salário-mínimo
diminuiu, a população de ½ a menos de 2 salários-mínimos cresceu e a população com 2 ou mais
salários-mínimos cresceu em 2019, e em 2020 atingiu seu número mais baixo entre os três anos
comparados.
Geografia

7.
a) A terceirização ocorre quando uma empresa principal contrata outra empresa para realizar
determinado trabalho. Assim, um terceiro entra nessa relação, e os trabalhadores não possuem
vínculo empregatício com a empresa principal. O objetivo seria reduzir custos com trabalhadores,
aumentar a lucratividade e a competitividade. No Brasil, trabalhadores terceirizados ganham menos,
apresentam maior instabilidade no emprego, tem jornadas de trabalho mais longas e ficam mais
expostos a acidentes de trabalho. Com o avanço do processo de terceirização, observa-se uma
precarização do trabalho no país. Porém, essa precarização é um fenômeno mais amplo e se
relaciona também com o crescimento do trabalho informal e do trabalho degradante.

b) Atividades-fim são o resultado direto dos trabalhadores de uma indústria, por exemplo uma empresa
automobilística que tem como produto o carro. As atividades-meio são as que não se referem à
atividade principal da empresa, por exemplo o pessoal que cuida da segurança, limpeza e iluminação
da indústria.

8. 04 + 16 + 64 = 84.
Os itens incorretos são: 01 – a gig economy constitui o termo utilizado para empresas de serviços que
utilizam a tecnologia dos aplicativos de celulares e exploram a precariedade das relações de trabalho
propiciadas pelo neoliberalismo; 02 – os aplicativos não substituíram totalmente os profissionais
regulamentados; 08 – as empresas estatais, principalmente em setores estratégicos, desempenham um
papel fundamental na economia, além de apresentarem empregos de melhor qualidade e com
estabilidade; e 32 – conforme o texto, cerca 3,8 milhões trabalham de forma precária para empresas de
aplicativos de celulares no âmbito da gig economy.
História

O Mundo Medieval

Teoria

O fim do Império Romano e a Alta Idade Média (476 – 1000 d.C)


O período de desintegração do Império Romano foi marcado por crises até a
queda de Roma. Mas, antes disso, percebendo a dificuldade administrativa de um
território tão extenso, o imperador Teodósio, em 395 d.C. restabeleceu uma
divisão que já havia sido tentada no passado, por Constantino, que criara dois
impérios, um com capital em Roma, no ocidente e o outro com capital em
Constantinopla, ficando conhecido como o Império Bizantino. Enquanto
Constantinopla vivia de riquezas, a irmã Roma, por sua vez, não conseguia se livrar das crises econômicas
que assolavam as grandes cidades do império trazendo fome, miséria e crimes. Com uma vida tão complicada
e sofrendo ainda com as invasões dos povos germânicos ao norte, muitos romanos decidiram abandonar as
cidades e viver no isolamento do campo, iniciando então um processo de êxodo urbano.
Esse processo de ruralização afetou diretamente as relações de trabalho na Europa, visto que a escravidão
greco-romana perdeu espaço e o colonato (um grupo é responsável por cultivar um pedaço de terra,
entregando parte da produção ao proprietário como forma de imposto e conservando outra parte para
consumo próprio. Esse sistema deu origem à servidão) se tornou um sistema de trabalho comum na Europa
Ocidental. Este cenário impactou nas próprias relações comerciais, pois o isolamento no campo e a
insegurança causada pelas guerras e pelos saques impediram a circulação segura de moedas e mercadorias.
Buscando segurança contra esses problemas, muitos senhores decidiram reforçar a proteção de suas terras
com castelos de pedra e fortalezas, ampliando ainda mais o isolamento.
Esse estado de guerra constante na Europa acontecia porque com a queda do Império Romano do Ocidente,
muitos povos passaram a disputar os novos territórios disponíveis, sobretudo no norte da Europa. Alguns
ainda se anexaram ao antigo império antes da sua queda como povos federados, como os francos que se
instalaram na região da Germânia, os visigodos na Dácia e os Burgúndios em parte da Gália. Nesta conjuntura,
portanto muitas pessoas não se identificavam com a cultura romana, mal sabiam quem era o imperador, e
em muitos lugares, as línguas “bárbaras” eram mais faladas do que o próprio latim.

1
História

Os reinos da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente.

(VIDAL-NAQUET, Pierre e BETIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-história

aos nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, s.d. p. 57.)

No entanto, apesar dessa assimilação nas fronteiras, a continuidade das invasões e das guerras marcou um
período de conflitos que derrubou o Império Romano e que fez do início da Idade Média uma fase caótica e
insegura. A unidade romana já não existia mais, agora imperava o multiculturalismo dos antigos povos
bárbaros. Apesar da queda de Roma e sem um poder centralizado para se apoiar, a Igreja Católica continuava
a crescer e, agora, difundia o cristianismo também entre esses povos, em uma luta milenar contra as diversas
religiões do continente, que passaram a ser perseguidas e taxadas como paganismo.
O apoio da Igreja foi fundamental para o crescimento do reino dos francos, visto
que, em 496 d.C., o rei Clóvis, da dinastia merovíngia se converteu ao
cristianismo, crescendo, portanto, o poder do clero dentro do reino. Este apoio
foi fundamental, inclusive, para a luta dos francos contra a expansão árabe na
Batalha de Poitiers, em 732 d.C.
Apesar do apoio papal, os reis foram perdendo cada vez mais seus poderes,
sendo conhecidos como “reis indolentes”, deixando o poder para uma espécie
de “primeiro-ministro”, responsável pela administração do reino. Dentre eles,
destacou-se Carlos Martel e seu filho, Pepino, o Breve, que com um golpe
apoiado pelo Papa depôs a dinastia dos merovíngios e instalou uma nova dinastia, a carolíngia. Graças a esse
apoio concedido, a Igreja Católica recebeu uma vasta doação de terras conhecidas como o Patrimônio de São
Pedro, na região da Itália, formando o que hoje conhecemos como o Vaticano.

2
História

A expansão do Império Carolíngio tomou proporções tão vastas que chegou a dominar com os francos grande
parte da Europa, levando o rei Carlos Magno a receber o título, pelo Papa Leão III, no ano 800 d.C., de imperador
do novo Império Romano do Ocidente, sendo este responsável pela defesa e difusão do cristianismo na luta
contra o paganismo e contra as invasões árabes. Carlos Magno também foi um importante realizador do
movimento conhecido como o renascimento carolíngio, que incentivou a cultura em seu reino, coma criação
de escolas, com a preservação de obras clássicas da antiguidade e o estudo de grandes pensadores.
Com a morte de Carlos Magno, o Império Carolíngio começou a ruir, ainda que seu filho Luís, o Piedoso, fizesse
esforços para tentar manter o império. Buscando apoio, Luís dividiu as terras restantes em ducados,
condados e principados doados a homens que formaram o embrião da nobreza medieval, mas, estes cada
vez mais conquistaram autonomia em suas terras, isolando-se e descentralizando o poder.
Este movimento acabou reduzindo a importância do rei que, após sua morte deixou o império para os seus
três filhos, Carlos, o Calvo, Lotário e Luís, o Germânico. Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843 d.C., as
terras herdadas foram divididas entre os 3 e, mais uma vez o poder se fragmentou, isolando ainda mais os
territórios, fortalecendo as nobrezas locais e, por fim, consolidando o sistema conhecido como o feudalismo.

O Feudalismo
O feudalismo foi um sistema de relações sociais e de produção de riquezas que se enraizou na estrutura
europeia durante o período que conhecemos como a Idade Média. Com a perda do poder do rei e a quase
inexistente circulação de moedas e de comércio na Europa Ocidental, a terra se tornou o bem mais valioso do
período e passou a ser utilizada como ferramenta de troca de serviços, favores ou fidelidade.
Assim, o feudalismo foi um modo de produção responsável por definir muito de como as pessoas viviam,
trabalhavam e se relacionavam, sendo fundamental também para a própria manutenção de uma sociedade
de estamentos onde, no topo, encontravam-se os membros do clero, os nobres e os donos de terras,
conhecidos como os senhores feudais e, embaixo, a camada produtiva, que trabalhava nos campos. Apesar
da maior parte dessa camada ser composta por servos, ou seja, pessoas que estavam ligadas à terra por um
contrato de servidão (diferente da escravidão, pois não eram uma propriedade do senhor feudal), na base da
pirâmide social também existiam os chamados vilões, que eram trabalhadores ou pequenos proprietários
livres, mas ainda assim subordinados aos nobres e aos senhores.
Entre os historiadores, costuma-se dizer que os estamentos na Idade Média eram
divididos entre aqueles que rezam (clero), os que lutam (nobres) e os que trabalham
(camponeses). Apesar de cada grupo ter sua função, cada uma apresentava também as
suas obrigações, no entanto, apenas os servos não possuíam privilégios, sendo
condenados ao pagamento de diversos tributos e serviços para poderem produzir ou
viver no feudo. Dentre os chamados impostos feudais, cobrados aos servos, podemos
citar:

• Talha – pagamento com parte da produção no manso servil (terras arrendadas aos
servos para a produção pessoal);

• Corveia – de dois a quatro dias na semana os servos eram obrigados a trabalharem no manso senhorial,
seja com manutenção de equipamentos, na agricultura ou em obras;

3
História

• Banalidade – os equipamentos do Senhor Feudal utilizados na produção eram chamados de banais, logo,
para utilizar essas ferramentas (moinho, forno...), os servos deveriam pagar taxas conhecidas como
banalidades;

• Tostão de Pedro – destinava parte da produção para a Igreja;

• Mão morta – Tributo pago pela família ao Senhor para continuar na terra caso o patriarca morresse.

• Formariage – Tributo pago quando um servo ou parente de algum nobre se casava.

Por parte da nobreza e dos chamados Senhores Feudais (nobre que detinha o poder sobre a terra e dominava
as relações feudais), a principal obrigação que estes tinham era a de manter a segurança no feudo e garantir
a estabilidade nas terras. Para isso, realizavam alianças com outros feudos e contratos de suserania e
vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Nesse acordo de origem germânica, um nobre
com maior influência concedia um pedaço de terra para outro nobre de menor influência, normalmente o
segundo filho de algum senhor, que não teria direito a grande herança (direito de primogenitura). Desta forma,
o que concedia a terra se tornava o suserano e prometia proteger aquele que recebeu, este, por sua vez,
tornava-se um vassalo, um cavaleiro do senhor, jurando lealdade, apoiando em guerras, protegendo o feudo,
cobrando impostos e realizando serviços ao seu suserano.
Esse contrato era estabelecido através de uma cerimônia conhecida como homenagem, que era dividida em
dois atos: o juramento e a investidura. Pelo ato de juramento, o vassalo anunciava sua lealdade e seus
serviços, enquanto pela investidura, o senhor doava uma parte de suas terras ao vassalo, tudo realizado frente
a testemunhas e normalmente selado com um beijo. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos
construía uma rede de proteção entre os feudos na Idade Média que envolvia até mesmo os reis que, com o
tempo, passaram a acumular cada vez mais vassalos ao seu redor.

A Baixa Idade Média (Séculos XI – XV)


Apesar das invasões húngaras, árabes e vikings se manterem ao longo dos
séculos IX e X, em comparação com as disputas territoriais do início da Alta
Idade Média, a Europa vivia neste momento uma fase muito mais segura. As
alianças realizadas entre os feudos e a proteção dos cavaleiros garantiu uma
maior estabilidade para os senhores e servos.
No entanto, a condição estável e a redução dos saques e invasões garantiram
também um crescimento demográfico neste período. Este aumento da
população proporcionou um inchaço dos feudos, que não conseguiu garantir alimentação para todas as
pessoas e ainda precisava se esforçar cada vez mais para submeter tantos servos aos tributos e opressões.
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola neste período, como os moinhos
hidráulicos, os arados de ferro e as técnicas de rotação de cultura, essas novidades foram insuficientes para
garantir uma produção que atendesse as necessidades da população desses séculos. Este cenário, portanto,
provocou um deslocamento de massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram
a vagar entre feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques.
Nessa conjuntura, apesar de muitos ainda vagarem pelos bosques e terras vazios, outros decidiram se
aventurar nas antigas ruínas do Império Romano e reocupar as cidades abandonadas. Esse processo de

4
História

crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da Baixa Idade Média e deu origem ao que conhecemos
como a crise do feudalismo.
Tendo em vista esse cenário, que além da miséria europeia ainda contava com a expansão árabe, um
movimento religioso com apoio da nobreza surgiu tentando conciliar soluções para os dois problemas. As
chamadas cruzadas, portanto, tinham como objetivo reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada
pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã, penetrar novamente o catolicismo romano no Império
Bizantino e, por fim, resolver o problema do crescimento demográfico e da miséria na Europa.

Assim, essa população miserável e os cavaleiros errantes que antes causavam problemas
para nobres e para a Igreja, a partir de agora seriam a solução para outros problemas. Em
1095, o Papa Urbano II, em um discurso no Concílio de Clermont convocou os cristãos
para as expedições rumo ao oriente, prometendo indulgência plena a todos que lutassem
e morressem nesta “guerra santa”. , Urbano II acabou reunindo nas marchas cruzadistas
de poderosos reis a cavaleiros miseráveis, que buscavam uma oportunidade de melhorar
suas vidas.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o
da quantidade de miseráveis vagantes, ela acabou abrindo caminhos para outras questões. As marchas
cruzadistas além de reconquistarem novos territórios, também foram fundamentais para a abertura de
antigas rotas comerciais, dominadas pelos árabes, pelo estabelecimento de postos comerciais, que
garantiram um ressurgimento das cidades e, enfim expandiram a fé cristã.
Uma outra importante conquista das cruzadas também foi a retomada das rotas comerciais do mediterrâneo,
dominada pelos muçulmanos desde o século VIII, isolando a Europa. As cruzadas, portanto, abriram caminhos
para o acesso a importantes centros comerciais da região, como Veneza, Gênova e até mesmo
Constantinopla. Visto isso, podemos perceber que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um
processo que já se iniciava há anos na Europa, o de renascimento comercial e urbano.
Cansados das opressões feudais e sem perspectivas vagando em territórios isolados, muitos servos e
camponeses se deslocaram para a vida nas pequenas cidades que se formavam, trabalhando como artesãos
ou comerciantes e estimulando a realização de feiras e do comércio. Essa nova vida promoveu, enfim, a
possibilidade de uma ascensão econômica para muitas pessoas que passaram a depender dessas
atividades.
Enfim, dois grandes polos comerciais, durante a Baixa Idade Média, estabeleceram-se na Europa, um na Itália
com as ricas cidades mediterrâneas e o outro germânico, com a Liga Hanseática, no norte da atual Alemanha,
controlando o comércio da região. A poderosa estrutura comercial que se estabeleceu possibilitou inclusive
o enriquecimento de indivíduos, que passaram a empregar outros funcionários de forma assalariada, controlar
rotas comerciais, dominar o mercado e, consequentemente, fortalecer uma nova classe que ascendia: a
burguesia.

5
História

A Igreja Medieval
As relações sociais e o modo de produção feudal foram características fundamentais da
sociedade medieval, mas, não podemos compreender este período sem nos aprofundarmos
na influência da Igreja Católica neste mundo. A questão espiritual, desde a antiguidade,
sempre se manifestou como característica essencial de diversas culturas e, no caso europeu,
desde o fim do Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a grande influência
religiosa da região.
Com o período Carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que um
poder espiritual, pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos germânicos,
passou a influenciar decisões, controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma grande proprietária de
terras, fortemente vinculada à estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica detinha um vasto poder sobre os
calendários, as datas, as decisões políticas, as horas de trabalho e até mesmo os dias que poderiam ter
batalhas e os dias santos.
Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a Igreja
conseguiu se tornar a principal instituição do mundo e realizar obras faraônicas para constantemente reforçar
o seu poder. Visto isso, durante a Idade Média, diversas igrejas de arquitetura gótica, mosteiros e abadias
foram construídos pela Europa, sendo estes últimos importantes centros de cultura letrada.
Nos mosteiros e nas abadias os monges preservavam textos antigos, traduziam livros estrangeiros,
organizavam bibliotecas e escolas e guardavam artefatos considerados sagrados. Muitos monges chegaram
a abandonar a chamada “vida secular” (em contato com a terra, com as riquezas), para se dedicarem
integralmente às regras do cristianismo, isolando-se em mosteiros e abrindo mão de todos os bens materiais,
ficando conhecidos como o clero regular.
Por outro lado, o chamado clero secular, manteve-se ligado às riquezas possuídas pela Igreja Católica, à
administração de terras e ao mundo material. Muitos monges acumularam vastas riquezas através das
doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000 essa onda de
doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis,
que tentaram de tudo para conseguir o perdão.
De fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais acabou gerando muitas
críticas e denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação e,
antes mesmo das grandes reformas protestantes, já iniciavam na Idade Média uma
leve ruptura com o catolicismo, através da criação de seitas, facções e orientações
que divergiam da doutrina católica. Esses movimentos acabaram condenados como
heresias. O ponto mais alto dessas divergências e da criação de novas correntes religiosas durante a Idade
Média ocorreu em 1054, com o chamado Cisma do Oriente. Há séculos que a Igreja Católica do Império
Bizantino e a de Roma estavam distantes, defendendo inclusive doutrinas que divergiam em certos pontos.
No entanto, o momento mais sensível na relação entre as duas partes ocorreu quando o Papa decidiu
excomungar o patriarca bizantino Miguel Cerulário, que, insatisfeito, proclamou a separação definitiva das
duas igrejas, criando, enfim a Igreja Católica do Oriente, ou a Igreja Ortodoxa, em Constantinopla.

6
História

O outono da Idade Média


Se a crença na chegada eminente do fim do mundo assolava os cristãos durante o ano 1000, a crise do século
XIV representou para a Europa quase um apocalipse atrasado. Durante este século, a população europeia
enfrentou não só as guerras que já estava acostumada, mas também sofreu com a fome causada pelas más
colheitas e pelo fechamento de rotas comerciais por batalhas e, enfim, conheceu a chamada peste negra.
Em 1915, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da região, causando uma
crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os alimentos e produtos que
atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado por
batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico de más colheitas e bloqueio
comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu neste período
para ampliar o número de mortos e devastar 1/3 da população europeia: a peste bubônica. Na época, com
uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia medicamentos ou tratamentos
eficazes contra a doença e nem mesmo uma informação exata sobre os motivos reais da peste negra, sendo
genericamente associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades reocupadas. No entanto,
a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no século XIX, estaria nas
pulgas que transmitiam a doença.
Essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, somados à vida precária e submissa de servos no campo
acabaram sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para o desgaste do próprio
feudalismo. Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foram as
chamadas jacqueries, que estouraram no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram
mortos pelo exército francês após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que
abatiam a população local. Este movimento acabou dando o nome de jacquerie para diversas outras
manifestações camponesas do período.

7
História

Exercícios

1. (Mackenzie/SP) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade Média era
o seu sentimento de insegurança (...) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida futura,
que a ninguém estava assegurada (...). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram tão
grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a esperança.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.)

O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as invasões
bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição
divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças
milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando
recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que afetam seus fiéis.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes
entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias
milenaristas no continente.
d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização de
algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no
contato com povos bizantinos.
e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava na mentalidade
medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição,
incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.

2. (Unicamp) “Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram um caminho através dos cadáveres. Mas tudo isso
ainda era pouca coisa. Fomos ao Templo dealomão, onde os sarracenos tinham o costume de celebrar
seus cultos. O que se passou nestes lugares? Se dissermos a verdade, ultrapassaremos o limite do que
é possível crer. Será suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de Salomão, cavalgava-se em sangue
até os joelhos dos cavaleiros e até o arreio dos cavalos. Justo e admirável julgamento de Deus, que
quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que blasfemaram contra Ele durante tanto tempo.”
(Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui ceperunt Jerusalem. Disponível em: https://bityli.com/zmp4B. Acessado em
01/10/2014.)

O texto acima se refere à Primeira Cruzada (1096- 1099). Responda às questões abaixo.
a) Identifique um motivo econômico e um motivo político para o movimento das Cruzadas.
b) Que grupo social liderou esse movimento e como o cronista citado identifica o apoio de Deus ao
empreendimento cruzadístico?

8
História

3. (FUVEST-2008) Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma “Idade das Trevas”,
para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de práticas e
instituições “bárbaras”. Com base na afirmação acima, indique e descreva
a) duas contribuições relevantes da Idade Média.
b) duas práticas ou instituições medievais lembradas negativamente.

4. (FUVEST 2015) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem
sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um
centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente
confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista
“liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.
(Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.)

O texto trata de um período em que:


a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e
econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas
pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos
e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da
burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.
e) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido
completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do
livre comércio.

5. (FUVEST-2008) A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval (européia,
entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto
contrastantes. Indique aspectos que são
a) comuns às cidades antiga e medieval.
b) específicos de cada uma delas.

6. (UNIFESP-2008) Sabe-se que o feudalismo resultou da combinação de instituições romanas com


instituições bárbaras ou germânicas. Indique e descreva no feudalismo uma instituição de origem
a) romana.
b) germânica.

9
História

7. (UNICAMP-2008) Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como
antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações
sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido
a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender
que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam?
De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar
tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos,
é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio.
(Adaptado de Georges Duby, A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana d’Arc. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1992, p. 256-258.)

a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa
medieval, em seus aspectos econômico e religioso.
b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus
na Terra.

8. (UNESP 2018)
Empunhando Durendal, a cortante,
O rei tirou-a da bainha, enxugou-lhe a lâmina
Depois cingiu-a em seu sobrinho Rolando
E então o papa a benzeu.
O rei disse-lhe docemente, rindo:
“Cinjo-te com ela, desejando
Que Deus te dê coragem e ousadia,
Força, vigor e grande bravura
E grande vitória sobre os infiéis.”
E Rolando diz, o coração em júbilo:
“Deus mo conceda, pelo seu digno comando.”
(La Chanson d'Aspremont, século XII. Apud Georges Duby. A Europa na Idade Média, 1988.)

a) Qual é a cerimônia medieval descrita no texto? Identifique dois versos do texto que contenham
elementos religiosos.
b) Qual é a relação entre o rei e Rolando, personagens do poema? O que essa relação representa no
contexto do feudalismo?

10
História

Gabarito

1. A
A espiritualidade medieval, controlada pelo cristianismo, difundia entre os fiéis que o “fim dos tempos”
estava próximo e condenava diversas práticas com punições violentas e até a morte. Se não bastasse a
construção dessa mentalidade escatológica entre os indivíduos da Idade Média, os perigos reais também
assolavam essa população com pestes, guerras e grandes invasões, alimentando esse sentimento
eterno de medo e insegurança.

2.
a) Dentre as motivações econômicas para as cruzadas, podemos citar a busca por novas terras com
a reconquista de territórios dominados pelos árabes, assim como a abertura de novas rotas
comerciais, principalmente no Mar Mediterrâneo. Na questão política, as cruzadas poderiam
garantir o fortalecimento de reis e nobres que embarcaram nas marchas e até mesmo enfraquecer
a Igreja Católica Ortodoxa e os muçulmanos, levando ao fortalecimento do Papa.
b) O grupo social que liderou o movimento foi a nobreza, visto que grandes cruzadas foram lideradas
por reis, duques e condes que buscavam conquistar novas terras e ampliar suas influências.
Segundo o cronista, o apoio de divino estaria na vontade de Deus em punir e derramar o “sangue
daqueles que blasfemaram contra Ele durante tanto tempo”.

3.
a) A Idade Média foi um período de grandes transformações e novidades que até hoje influenciam as
relações humanas. No campo, por exemplo, a criação do sistema de rotação de culturas, do arado
e do moinho hidráulico foram fundamentais na agricultura. Já nas cidades, o desenvolvimento da
arquitetura, muito visível nas Igrejas, a criação de modelos de universidades utilizados até hoje e o
desenvolvimento de ideias e filosofias são grandes novidades desse período.
b) Nesse período, algumas práticas e instituições podem ser destacadas pela memória negativa,
dentre elas, a própria Igreja Católica, que teve um controle autoritário sobre a sociedade e através
da Inquisição executou muitos inocentes. Nesse contexto, muitas práticas também são
controversas, como a submissão total dos camponeses aos nobres pelo regime de servidão, as
taxas abusivas, a violência, a grande intolerância religiosa, o controle radical do corpo e das ideias
pela Igreja Católica e até mesmo o grande misticismo dessa sociedade não deixaram memórias
positivas.

4. A
O período da Baixa Idade Média marca o início de um processo de crise do feudalismo, paralelo ao
renascimento urbano e comercial. Neste cenário, o surgimento de uma classe econômica forte ligada ao
comércio enfraqueceu ainda mais as arcaicas relações feudais, que agora coexistia com novas formas
de organização política e econômica e de relações sociais nas cidades.

11
História

5.
a) Dentre os aspectos comuns entre as cidades antigas e medievais podemos destacar a ligação delas
com o campo, a importância dos meios urbanos para o comércio, a autonomia política e a
importante produção cultural e intelectual.
b) Apesar das semelhanças entre as cidades medievais e antigas, alguns aspectos podem ser
destacados como contrapontos entre os dois modelos, dentre eles a própria questão do domínio
social, visto que na antiguidade, as aristocracias rurais detinham grande domínio sobre a cidade,
enquanto na Idade Média, o meio urbano era dominado principalmente pelos grandes comerciantes.
Também podemos destacar como diferença os estilos arquitetônicos, pois na Idade Média há um
predomínio de muralhas e estilos góticos. Enfim, a cidade medieval também era notada por seu “ar
de liberdade”, em contraponto ao regime de servidão do campo, o que diferencia da cidade antiga.

6.
a) No feudalismo, podemos destacar como uma instituição de origem romana tanto a Igreja Católica
quanto o próprio sistema de servidão, que teve início com o colonato.
b) Dentre as influências germânicas, destacam-se as relações militares, como o acordo de suserania
e vassalagem.

7.
a) Como afirma o texto, a escassez da mão de obra, provocada pela onda de mortes, desorganizou as
relações sociais e de trabalho, afetando não só a produção de alimentos e novas mercadorias como
também o consumo, o que impactou a economia rural e urbana através da agricultura e do comércio.
No aspecto religioso, a peste bubônica colocou em dúvida o poder da Igreja, possibilitou o
surgimento de grupos religiosos dissidentes, o aumento de perseguições religiosas e até mesmo o
retorno de crenças apocalípticas.
b) Durante a Idade Média, a sociedade estamental era justificada pela Igreja Católica como o desejo
de Deus para que cada grupo cumprisse seus desígnios, organizando-se entre aqueles que rezam,
os que lutam e os que trabalham.

8.
a) O texto apresenta uma cerimônia de homenagem que um nobre consagra um cavaleiro como seu
vassalo. Os versos religiosos são: “E então o papa a benzeu.”, “Que Deus te dê coragem e ousadia,”
e “Deus mo conceda, pelo seu digno comando.”
b) Os dois personagens possuem uma relação de suserania e vassalagem. No contexto do feudalismo,
essa aliança representa a união política de nobres, proteção contra inimigos e a manutenção dos
privilégios estamentais.

12
Matemática

Grandezas Proporcionais

Exercícios

1. (Fuvest 2022) Um vídeo tem três minutos de duração. Se o vídeo for reproduzido, desde o seu início,
com velocidade de 1,5 vezes a velocidade original, o tempo de reprodução do vídeo inteiro será de
a) 1min 30s.
b) 1min 50s.
c) 2min 00s.
d) 2min 30s.
e) 2min 50s.

2. (Uerj 2019) Casos de febre amarela desde o início de 2017:


- confirmados → 779
- suspeitos → 435
Mortes entre os casos confirmados: 262
Suponha que todos os casos suspeitos tenham sido comprovados, e que a razão entre o número de
mortes e o de casos confirmados permaneça a mesma. Nesse caso, com as novas comprovações da
doença, o número total de mortos por febre amarela estaria mais próximo de:
a) 365
b) 386
c) 408
d) 503

3. (Unesp 2022) O preço da passagem de ônibus convencional de uma cidade do interior de São Paulo
para a capital é de R$108,00. Adriana vai estudar nessa cidade e deseja visitar seus pais em São Paulo
durante alguns finais de semana. Além da opção de fazer a viagem de ônibus convencional, ela também
cogita a possibilidade de fazer a viagem com seu carro, cujo consumo de combustível na estrada é de
14km por litro de gasolina. Considerando R$5,60 o preço do litro de gasolina e 20 centavos por
quilômetro rodado o custo geral de manutanção do carro, os custos da viagem de ônibus e da viagem
de carro são equivalentes. De acordo com esses dados, a distância considerada entre a cidade em que
ela vai estudar a capital é igual a
a) 182 km.
b) 180 km.
c) 185 km.
d) 178 km.
e) 176 km.
Matemática

4. (UECE 2021) José possui um automóvel que, em uma rodovia, percorre exatamente 12km com um litro
de gasolina. Certo dia, depois de percorrer 252 km na mesma rodovia, José observou que o ponteiro
indicador de combustivel que antes marcava 5/6 da capacidade do tanque de combustível estava
indicando 7/30 da capacidade do tanque. Assim, é correto concluir que a capacidade do tanque, em
litros, é
a) 40.
b) 35.
c) 45.
d) 30.

5. (Unesp 2020) Uma cidade tem sua área territorial dividida em quatro regiões. O esquema apresenta, de
modo simplificado, a área territorial e a densidade populacional dessas quatro regiões:

A participação das populações dessas regiões na população total da cidade é:

a) b)
c)

d) e)
Matemática

6. (Unicamp 2019) A eficiência de um veículo pode ser avaliada pela quantidade de quilômetros que ele é
capaz de percorrer com um litro de combustível. Tal eficiência depende de vários fatores, entre eles a
velocidade adotada. O gráfico abaixo exibe o número de quilômetros percorridos por litro de
combustível, para um determinado veículo, em função da velocidade.

a) Supondo que o veículo trafegue com velocidade constante de 100 𝑘𝑚/ℎ, determine quantos litros
de combustível ele consome para percorrer 60 𝑘𝑚.
b) Considere que o veículo tenha 50 litros de combustível em seu tanque. Determine a sua autonomia
máxima, isto é, a maior distância que ele pode percorrer, supondo que ele trafegue a uma
velocidade constante.

7. (Unicamp 2021) Duas impressoras funcionando simultaneamente imprimem certa quantiadade de


páginas em 36 segundos. Sozinha, uma delas imprime a mesma quantidade de páginas em 90
segundos. Funcionando sozinha, para imprimir a mesma quantidade de páginas, a outra impressora
gastaria
a) 48 segundos.
b) 54 segundos.
c) 60 segundos.
d) 72 segundos.

8. (UPE 2022) A quantidade de calor Q transferido entre as duas extremidades de uma barra metálica
cilíndrica (chamadas de planos isotérmicos) é diretamente proporcional à área S de uma seção da barra
e à disferença ∆𝑇 da temperatura entre as suas extremidades e inversamente proporcional à distância
D entre os dois planos isotérmicos.
Ao dobrar a área da superfície e quadruplicar a distância entre os planos isotérmicos, sem alterar a
diferença de temperatura, a quantidade de calor transferido será
a) duplicada.
b) quadruplicada.
c) reduzida à metade.
d) reduzida à quarta parte.
e) invariável.
Matemática

Gabaritos

1. C
O número total de quadros do vídeo é o produto da velocidade de reprodução pela duralçao do mesmo.
Logo, se 𝑣 é a velocidade de reprodução original, então o tempo, 𝑡, pedido é tal que
𝑣 ∙ 3 = 1,5𝑣 ∙ 𝑡
𝑡 = 2𝑚𝑖𝑛.

2. C
Calculando:
262 𝑥
= → 408,30
779 779 + 435

3. B
Seja 𝑑 a distância procurada. Tem-se que
𝑑
∙ 5,6 + 0,2 ∙ 𝑑 = 108
14
𝑑 = 180 𝑘𝑚.

4. B
Seja 𝑐 a capacidade do tanque, em litros.
Se o automóvel percorreu 252 km, então o consumo foi de
252
= 21 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
12
Logo, como
5 25
=
6 30
Devemos ter
25 7
𝑐− 𝑐 = 21
30 30
𝑐 = 35

5. D
Sabendo que a densidade populacional corresponde à razão entre a população e a área, tem-se que a
população norte é 7,5 ⋅ 6 = 45, e da regiã-+o sul é 2 ⋅ 5 = 10, a da região leste é 5 ⋅ 8 = 40 e a da oeste
é 12 ⋅ 2,5 = 30. Portanto, a população total é igual a 45 + 10 + 40 + 30 = 125. Em consequência,
considerando os diagramas das alternativas, podemos afirmar que a participação da região norte
45 10
corresponde a 25 ⋅
125
= 9, a da região sul corresponde a 25 ⋅
125
= 2, a da região leste corresponde
40 30
a 25 ⋅ = 8 e a da região oeste corresponde a 25 ⋅ = 6.
125 125

6.
a) 4 litros. Do gráfico, quando a velocidade do veículo é igual a 100 𝑘𝑚/ℎ, sua quilometragem por litro
15 km 60 km
é 15 𝑘𝑚/𝑙.. Daí temos: = .
1l x

b) 1.000 𝑘𝑚. Do gráfico, a autonomia máxima será obtida se o veículo estiver a uma velocidade
constante e igual a 80 𝑘𝑚/ℎ. Nesse caso, sua quilometragem por litro é 20 𝑘𝑚/𝑙. Portanto, temos:
20 km d
=
1l 50 l
𝑑 = 1000 𝑘𝑚
Matemática

7. C
Seja 𝑡 o resultado pedido. Logo, se a prieira impressora realiza 1/90 da tarefa por segundo e a segunda
impressora realiza 1/𝑡 da tarefa por segundo, então
1 1 1
= +
36 90 𝑡
1 5−2
=
𝑡 180
𝑡 = 60 𝑠

8. C
Tem-se que
𝑆 ∙ ∆𝑇
𝑄=𝑘∙
𝐷
Com 𝑘 sendo constante de proporcionalidade.
Logo, se 𝑆 ′ = 2𝑆, 𝐷′ = 4𝐷 e ∆𝑇 ′ = ∆𝑇, então
2𝑆 ∙ ∆𝑇 1 𝑆 ∙ ∆𝑇 1
𝑄′ = 𝑘 ∙ = ∙𝑘∙ = ∙𝑄
4𝐷 2 𝐷 2
Ou seja, a quantidade de calor transferido será reduzida à metade.
Português

Classes variáveis e invariáveis

Teoria

Classes de palavras
As classes gramaticais são classificadas em:
● Variáveis: são aquelas que sofrem flexão de gênero e número.
São elas: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes e verbos. Vale destacar que os pronomes
também assumem flexão de pessoa e que os verbos se flexionam em pessoa, modo e tempo.

● Invariáveis: são aquelas que não sofrem flexão. São elas: conjunções, preposições, interjeições e
advérbios.

1. Substantivo: é a palavra com a qual se nomeiam os seres e as coisas. Ex.: Menina bonita.
2. Adjetivo: é a palavra que caracteriza o substantivo ou termo equivalente. Ex.: Menina bonita.
3. Artigo: é o termo que antecede o substantivo a fim de especificá-lo ou generalizá-lo. Ex.: A menina bonita.
/Uma menina bonita.
4. Numerais: são as palavras que indicam quantidade ou ordem. Ex.: Há duas laranjas na cozinha. /Comi
meia laranja.
5. Pronomes: são as palavras que acompanham ou substituem os nomes. Ex.: Ela é bonita. /Minha amiga
é bonita. /A menina que é bonita foi à festa. /Aquela menina é bonita.
6. Verbo: é a palavra que introduz estados, exprime ações ou representa fenômenos da natureza. Ex.: Estou
doente. /Joana correu ontem. /Chove muito.
7. Conjunções: são as palavras que ligam orações ou termos de mesma função sintática. Ex.: Choveu, mas
fui à praia. / Carlos e Henrique foram à praia.
8. Preposição: é a palavra que liga dois ou mais termos, estabelecendo uma relação de sentido entre eles.
Ex.: João chegou com Marina. (relação de companhia)
9. Interjeições: são palavras/expressões utilizadas para exprimir estados emocionais e sensações ou para
realizar apelações ao interlocutor. Ex.: Ufa! Eita! Aff! Psiu! Ei!
10. Advérbios: são as palavras que modificam verbo, adjetivo ou advérbio, para expressar uma circunstância.
Ex.: Comi muito. /Andei apressadamente. /Ontem, fui ao jogo.

É muito importante que saibamos que as palavras podem transitar de classe gramatical. Veremos alguns
casos a seguir:
● Substantivação: os artigos podem transformar em núcleos nominais palavras que não desempenham
essa função.

Ex.: O andar da modelo é estonteante.


O muito aborrece, e o pouco enobrece.

1
Português

• Derivação Imprópria: é um processo de formação de palavras que consiste na mudança de classe ou


conversão, isto é, ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é utilizada como se fosse parte
de outra.

Ex.: O conceito de belo nas artes é encontrado na Grécia Antiga. (substantivo)


O Coliseu de Roma é muito belo. (adjetivo)

2
Português

Exercícios de vestibulares

1. (ITA) Beber é mal, mas é muito bom.


(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)

A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:


a) adjetivo
b) substantivo
c) pronome
d) advérbio
e) preposição

2. (Fuvest) Considere os textos para responder à questão.


I. A tônica é que os pequenos jogadores da equipe de futebol Javalis Selvagens estão tranquilos e
até confortáveis, bem cuidados na caverna pela numerosa equipe internacional que tenta retirá-
los dali, e que têm muita vontade de voltar a comer seus pratos favoritos quando voltarem para
casa.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/07/internacional/1530941588_246806.html. Adaptado

II. Bem, minha vida mudou muito nos últimos dois anos. O mundo que explorei mudou muito. Eu vi
muitas paisagens diferentes durante as turnês, e é realmente inspirador ver o quão grande é o
mundo. Eu quero explorar e experimentar diferentes partes da natureza, mas eu não gosto do
deserto, sinto muito pelas plantas! Ou talvez eu goste disso… te deixa com sede de olhar para ele...
http://portalaurorabr.com/2018/09/16/eusoufeministaporquesoumulherdizauroraementrevistaaoindependent

III.

Quanto ao sentido, a palavra “bem”, destacada nos três textos, desempenha a mesma função em cada
um deles? Justifique.

3
Português

3. (Fatec – SP) Leia, atentamente, o trecho extraído de Memórias Póstumas de Brás Cubas, abaixo
transcrito:
“a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a
campa foi um berço”
Identifique a classificação morfológica de autor e de defunto:
I. No primeiro caso, autor é substantivo e defunto é adjetivo.
II. No segundo caso, defunto é substantivo e autor é adjetivo.
III. Em ambos os casos, temos substantivos compostos.

Agora, identifique a alternativa correta:


a) I e III corretas.
b) todas são incorretas.
c) I e II corretas.
d) todas são corretas.
e) II e III corretas.

4. (PUC – MG) O nome destacado funciona, respectivamente, como substantivo, adjetivo e advérbio em:
a) A rapidez de seu discurso me confundiu.
No seu discurso, ele pronunciava rápido as palavras.
Confundiu-se porque seu discurso parecia rápido.
b) A futilidade caracteriza-se pelo zelo demasiado ao pouco importante.
O demasiado não nos pertence.
Preocupa-se demasiado com questões difíceis.
c) A monotonia marcava a paisagem.
O cenário monótono nos entediava.
Naquela paisagem, eu os ouvia falar monótono.
d) O barato nos pode sair caro.
Pagou barato pelo objeto, mas se arrependeu.
O preço barato pode ser ilusório.
e) O homem só não encontra companhia em si mesmo.
O só é aquele que não se encontrou.
O homem encontra companhia só em si mesmo.

4
Português

5. (Uerj) A Máquina
Faltando somente um minuto para a hora marcada, às onze e cinquenta e nove exatamente, Antônio
entrou na máquina de sua própria morte, feita com suas próprias mãos, e todos os olhos, todos os
ouvidos, todas as câmeras e todos os microfones do mundo apontaram para ele, um patrocínio Alisante
Karina, ele vai morrer de amor por você. Se pudesse divulgar o que estava sentindo, sem trazer
inquietação ao coração de Karina, talvez Antônio tivesse confessado ali mesmo, pro mundo todo ouvir,
que estava com um medo desgraçado, sabe o verbo medo? Mas não parecia. Quem olhava para ele, ou
seja, o mundo inteiro, não diria nunca que se tratava de um homem que sentia um frio no espinhaço. E
foi então que deu a hora certinha que Antônio tinha marcado para partir, meio-dia em ponto, cinco,
quatro, três, dois, um, Ave-Maria, e seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua
coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas Antônio não ouviu. E quando as setecentas
lâminas da máquina da morte botaram para funcionar, todas elas ao mesmo tempo, na maior ligeireza,
o mundo todo que estava esperando para ver tripa de Antônio, sangue de Antônio, osso de Antônio virar
pó, não viu foi coisa nenhuma.
Adriana Falcão. A máquina. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.

No romance de Adriana Falcão, o narrador, dialogando com o leitor, faz a seguinte pergunta: “sabe o
verbo medo?”. Na pergunta, o discurso do narrador provoca um estranhamento. Explique por que ocorre
o estranhamento e indique o sentido que ele produz no contexto.

6. (Fuvest-Ete, 2022)
Rios sem discurso

Quando um rio corta, corta-se de vez


o discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralitica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
João Cabral de Melo Neto. A educação pela pedra.

Na palavra composta "discurso-rio", há


a) dois substantivos em relação de coordenação.
b) dois substantivos em relação de subordinação.
c) substantivo e adjetivo em relação de subordinação.
d) substantivo e adjetivo em relação de coordenação.
e) dois adjetivos em relação de coordenação.

5
Português

7. (Enem, 2015) Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço.
Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara
um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera
por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez o meu
predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos
narrados, destaca-se a
a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto.
b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos.
c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos.
d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais.
e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor.

8. (Enem, 2015)

A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia
de persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal que
contribui para esse destaque é o emprego
a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.
d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade.
e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação.

6
Português

Gabarito
1. B
Originalmente, a palavra “mal” é um advérbio. No entanto, nesse caso, podemos subentender o artigo
indefinido “um” (beber é um mal, mas é muito bom). Dessa forma, “mal” exerce o papel de substantivo.

2. Não. No caso I, “bem” é advérbio de intensidade, que intensifica o adjetivo “cuidado”. No caso II, “bem” é
um recurso fático, utilizado para estabelecer a comunicação. No caso III, “bem” é vocativo, uma forma
de chamamento.

3. C
Nesse caso, a posição das palavras é capaz de alterar suas classes gramaticais. Em “autor defunto”, o
segundo vocábulo caracteriza o primeiro, sendo, portanto, um adjetivo. Em “defunto autor”, o mesmo
acontece: autor (adjetivo) caracteriza o substantivo “defunto”. Por isso, as afirmações I e II estão
corretas.

4. C
No primeiro caso, “monotonia” está precedida do artigo “a”; portanto, é um substantivo. No segundo,
“monótono” está qualificando o substantivo “cenário”; portanto, é um adjetivo. No terceiro caso,
“monótono” está atribuindo uma circunstância de modo ao verbo “falar”; portanto, é um advérbio.

5. (Gabarito oficial UERJ) O estranhamento ocorre porque o narrador identifica o substantivo “medo” como
verbo. O sentido produzido é o da intensificação da ideia de medo.

6. B
É correta a opção [B], pois a palavra “discurso-rio” é composta por dois substantivos em relação de
subordinação, já que o segundo termo especifica o primeiro: discurso que é rio.

7. C
O autor usa verbos no pretérito perfeito (“embarquei”, “vim” e “fiquei”) para relatar tempos passados e
concluídos, alternando-os com verbos no pretérito mais-que-perfeito (“passara”, e “estivera”) para
descrever ações que tinham acontecido antes daqueles primeiros. Assim, o recurso usado pelo autor
para organizar a sequência de eventos é a alternância de tempos do pretérito, como se afirma em [C].

8. C
No período “vai ser bom, não foi”, a sequência das expressões verbais, “vai ser” com noção de futuro,
assim como o pretérito do perfeito referente ao passado, sugerem a velocidade de ação que a empresa
pretende apresentar como sua característica principal. Assim, é correta a opção [C].

7
Química

Estados físicos da matéria e diagrama de fases

Teoria

Estados físicos da matéria


Tudo que ocupa um lugar no espaço e possui massa de repouso, é matéria. Esse termo é utilizado de forma
geral para a substância na qual todos os objetos físicos consistem. A matéria se apresenta em três estados
físicos fundamentais, são eles: sólido, líquido e gasoso.

Arranjo das moléculas nos estados físicos da matéria.

No estado sólido as interações intermoleculares são extremamente fortes, isso faz com que sua forma e
volume sejam fixas. Os sólidos têm um grau de agitação das moléculas baixas.
Os líquidos têm suas interações intermoleculares com uma menor intensidade que os sólidos, por exemplo,
isso faz com que esse estado físico assuma uma forma fluída e seja possível moldá-los na forma do recipiente
onde se encontra.
No estado gasoso, temos baixa interação molecular, as partículas se movimentam espontaneamente, o grau
de agitação das moléculas nos gases é elevado, e com isso vem a explicação do fato da forma e do volume
dos gases serem variáveis e ocuparem todo o volume do recipiente que podem se encontrar.

Mudanças de estado físico


As mudanças de estado físico dependem de alguns fatores que dependem da temperatura, pressão, e a
quantidade de energia envolvida no processo.

• Condensação ou liquefação: nesse processo ocorre a passagem do estado gasoso para o estado sólido

• Solidificação: passagem do estado líquido para sólido, quando a sua temperatura diminui

• Fusão: ao contrário da solidificação, a fusão é o processo de passagem de sólido para líquido.


• Sublimação: nesse processo, a matéria vai do estado sólido para o gasoso e do estado gasoso para o
sólido (ressublimação).

• Vaporização: passagem do estado líquido para o gasoso.


A vaporização possui subcategorias, sendo elas: a evaporação (vaporização lenta), ebulição (vaporização
intermediária) e calefação (vaporização instantânea).
Química

Diagrama de fases
O diagrama de fases é um gráfico utilizado para indicar as condições de temperatura e pressão necessárias
para obter uma substância em um determinado estado físico (sólido, líquido ou gasoso).

Cada ponto no diagrama corresponde a uma combinação de temperatura (eixo horizontal) e pressão (eixo
vertical). Este gráfico é composto de regiões em que a matéria se encontra sólida, líquida ou gasosa, e nas
linhas que dividem as regiões ocorre o equilíbrio entre as fases vizinhas:

O ponto 1 é a curva de fusão;


O ponto 2 é a curva de ebulição;
O ponto 3 é a curva de sublimação.

No encontro entre as três curvas está o ponto triplo, a única condição de temperatura e pressão em que existe
equilíbrio entre as três fases.

Um outro ponto de interesse neste gráfico é o chamado ponto crítico, que encerra a curva de ebulição e
permite distinguir entre gás e vapor:

Vapor é a substância na fase gasosa a uma temperatura igual ou inferior à temperatura crítica. O vapor pode
ser condensado, ou transformado em sólido apenas por aumento de pressão (movendo o ponto para cima no
diagrama).
Química

Gás é a substância na fase gasosa a uma temperatura superior à temperatura crítica. Gases não podem ser
condensados apenas por aumento de pressão.

Substâncias anômalas
Algumas substâncias apresentam um pequeno aumento de volume durante a solidificação. Isto ocorre
porque a estrutura cristalina que suas moléculas adotam, mantém as moléculas relativamente afastadas e
contém bastante espaço vazio.
A água é um exemplo de substância que se comporta desta forma e este comportamento tem influência no
seu diagrama de fases (especificamente na sua curva de fusão). Para a água e outras substâncias com esta
anomalia, a temperatura de fusão diminui com o aumento da pressão, como se pode observar no diagrama:
Química

Exercícios

1. (UNESP-2013) Entre 6 e 23 de fevereiro aconteceram os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Dentre


as diversas modalidades esportivas, o curling é um jogo disputado entre duas equipes sobre uma pista
de gelo, seu objetivo consiste em fazer com que uma pedra de granito em forma de disco fique o mais
próximo de um alvo circular. Vassouras são utilizadas pelas equipes para varrer a superfície do gelo na
frente da pedra, de modo a influenciar tanto sua direção como sua velocidade. A intensidade da fricção
e a pressão aplicada pelos atletas durante o processo de varredura podem fazer com que a velocidade
da pedra mude em até 20% devido à formação de uma película de água líquida entre a pedra e a pista.
O gráfico apresenta o diagrama de fases da água.

Com base nas informações constantes no texto e no gráfico, a seta que representa corretamente a
transformação promovida pela varredura é a de número
a) 3.
b) 2.
c) 4.
d) 1.
e) 5.

2. (Unicamp/2018) Icebergs flutuam na água do mar, assim como o gelo em um copo com água potável.
Imagine a situação inicial de um copo com água e gelo, em equilíbrio térmico à temperatura de 0°C.
Com o passar do tempo o gelo vai derretendo. Enquanto houver gelo, a temperatura do sistema
a) permanece constante, mas o volume do sistema aumenta.
b) permanece constante, mas o volume do sistema diminui.
c) diminui e o volume do sistema aumenta.
d) diminui, assim como o volume do sistema
Química

3. (Enem, 2000) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro (moringas ou
potes de cerâmica não esmaltada) para conservar água a uma temperatura menor do que a do
ambiente. Isso ocorre porque:
a) o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura menor que a dele, como
se fosse isopor.
b) o barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição química. Na reação, a água perde calor.
c) o barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora, tomando
calor da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas.
d) o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da moringa. A água de fora
sempre está a uma temperatura maior que a de dentro.
e) a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias higroscópicas que diminuem
naturalmente a temperatura da água

4. (Enem, Libras, 2016) O quadro apresenta alguns exemplos de combustíveis empregados em


residências, indústrias e meios de transporte.

Temperatura de Temperatura de
Combustíveis
fusão (°𝐶) ebulição (°𝐶)
Butano -135 -0,5
Etanol -112 78
Metano -183 -162
Metanol -98 65
Octano -57 126

São combustíveis líquidos à temperatura ambiente de 25 C :


a) Butano, etanol e metano.
b) Etanol, metanol e octano.
c) Metano, metanol e octano.
d) Metanol e metano.
e) Octano e butano.
Química

5. (UFJF/PISM 1 – 2015) O gráfico abaixo apresenta a variação de temperatura observada ao se aquecer


uma substância A, a partir de 25 ºC, em função do tempo.

Assinale a alternativa CORRETA.

a) A faixa de temperatura em que a substância permanece sólida é 25 – 41 ºC.


b) A substância A não é uma substância pura.
c) A temperatura de ebulição da substância A é 41 ºC.
d) A faixa de temperatura em que a substância permanece líquida é 25 – 182 ºC.
e) Em 25 ºC, a substância é um líquido.

6. (FAMERP 2017) Durante o ciclo hidrológico ocorrem diversas mudanças de estado físico da água. Um
exemplo de mudança de estado denominada sublimação ocorre quando:
a) vapor de água em elevadas altitudes transforma-se em neve.
b) gotículas de água transformam-se em cristais de gelo no interior das nuvens.
c) gotículas de água presentes nas nuvens transformam-se em gotas de chuva.
d) vapor de água em baixas altitudes transforma-se em neblina.
e) vapor de água em baixas altitudes transforma-se em orvalho.

7. (Ufg 2008) Quando a água solidifica, a uma pressão constante e igual a 1,0 atm sua densidade diminui.
Já com o dióxido de carbono verifica-se que, a 73 atm a solidificação resulta num sólido de densidade
maior que o líquido original. Considerando essas informações,

a) esboce o diagrama de fases do dióxido de carbono, indicando o ponto triplo (217 K e 5 atm) e as
constantes críticas (304 K e 74 atm)

b) explique as diferenças entre as densidades desses materiais durante o processo de solidificação.


Química

8. (Ime 2018) Considere o diagrama de fases simples para o benzeno, em que é o ponto crítico e o ponto
triplo.

Os pontos de fusão e de ebulição do benzeno a 1,0 atm são iguais a 5,53 ºC e 80,1 ºC,respectivamente.
Considere ainda, o ponto P (5,0 ºC, 55 atm) como ponto de partida das transformações sequenciais
discriminadas abaixo:
1. Inicialmente, elevação da temperatura até 300 ºC, em um processo isobárico;
2. Redução da pressão até 38 atm, em um processo isotérmico;
3. Redução da temperatura até 5,50 ºC em um processo isobárico;
4. Finalmente, redução da pressão até 0,02 atm em um processo isotérmico.

Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta das mudanças de fase observadas ao longo do
processo descrito.
a) Fusão, condensação, ebulição e evaporação.
b) Fusão, condensação, solidificação e sublimação.
c) Vaporização, condensação, fusão e sublimação.
d) Solidificação, ebulição, liquefação, condensação e sublimação.
e) Fusão, ebulição, condensação, solidificação e evaporação.
Química

Gabaritos

1. D
Como citado no texto, no processo de varredura ocorre um aumento na velocidade da pedra devido à
formação de uma película de água líquida entre a pedra e a pista. Esse processo ocorre porque houve a
fusão da água, ou seja, a mudança de estado físico de sólido para líquido. Mudança essa ilustrada pela
seta 1 do gráfico.

2. B
A temperatura permanece constante até que todo o gelo derreta. Porém o volume diminuirá. O gelo é
menos denso que a água, um dos raros casos na natureza em que a forma sólida do elemento é menos
densa que a forma líquida. Nesse caso, para uma mesma massa de água, o gelo ocupará mais volume
que a água líquida. Portanto, ao derreter, o gelo passará a ocupar menor volume, diminuindo o volume
total do sistema.

3. C
O barro é um material que contém poros em sua estrutura, por onde a água escapa do recipiente de barro,
e evapora no lado externo.

A evaporação é uma mudança de estado físico que ocorre mediante absorção de energia. Sendo assim,
as moléculas de água ao evaporarem, absorvem calor, levando à diminuição da temperatura da água
contida no recipiente.

4. B
Analisando a tabela, todos eles tornam-se líquidos a temperaturas abaixo de zero (ponto de fusão
negativo). Aqueles que tiverem ponto de ebulição acima de 25ºC serão líquidos à temperatura ambiente.
No caso, etanol, metanol e octano.

Combustível T. F. (°C) A 25°C T. E. (°C)


Etanol Sólido −112 Líquido (25 °C) Gasoso
78
Metanol Sólido Líquido (25 °C) Gasoso
−98 65
Octano Sólido Líquido (25 °C) Gasoso
−57 126

5. A
a) Correta. Na temperatura entre 25 ºC e 41 ºC a substância permanece sólida, entrando depois em
mudança de fase.
b) Incorreta. A substância A é pura, pois apresenta os “patamares de pureza”, ou seja, as mudanças de
fase ocorrem em temperatura constante.
c) Incorreta. A temperatura de ebulição (passagem do líquido para o gasoso) ocorre em 182 ºC.
d) Incorreta. A faixa que a substância permanece líquida será de 41 ºC até 182 ºC.
e) Incorreta. Abaixo de 41 ºC a substância será sólida, como indicado no gráfico.
Química

6. A
Principais processos de transferência da água na Terra: evaporação, precipitação e escoamento.
No processo de precipitação, em elevadas altitudes, o vapor de água transforma-se em neve que precipita
na superfície do planeta.
Esquematicamente:

7. a) Esboço do diagrama, com indicação do ponto triplo e das constantes críticas:

b) As moléculas do dióxido de carbono são lineares, enquanto as da água têm geometria angular. Além
disso, na água, há formação de ligações de hidrogênio. Assim, no processo de solidificação, as moléculas
de dióxido de carbono se estruturam num arranjo cujo volume final do sólido é menor que o do líquido.
Em contrapartida, as moléculas de água se estruturam num arranjo cujo volume final do sólido é maior
que no líquido.
Química

8. B

A para B: S → L; Fusão
B para C: fluido supercrítico → G
C para D: G → L → S; Condensação e Solidificação
D para E: S → G; Sublimação
Redação

A situação-problema: como definir a tese?

Teoria

A tese é o elemento mais importante do texto dissertativo-argumentativo. É a partir dela que o autor pode
expressar o seu pensamento crítico acerca de um tema e é por meio dela que existe a distinção entre um
texto de caráter expositivo, aquele que apenas expõe informações sobre um tema ou assunto, e um texto
argumentativo – o texto mais importante das provas de vestibulares do país.
Como a função social de um texto argumentativo é a defesa de um posicionamento, a tese é a forma de
apresentar a opinião sobre determinado tema, que será seguido de argumentos ao longo do desenvolvimento
para a comprovação desse ponto de vista.

Como elaborar uma tese?


Como a tese é responsável por apresentar a opinião global do texto, a melhor forma de criar uma é a partir de
uma linha de raciocínio. Sendo assim, ela deve vir sempre na introdução, pois essa é a parte do texto
responsável por levar o leitor para dentro da redação. Desse modo, a tese nada mais é que a essência da
redação, a forma como ela poderia ser sintetizada em apenas uma linha.
Observe os exemplos a seguir, sobre o tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”:
“Desde a primeira fase do Romantismo, os poetas já buscavam a construção de uma identidade nacional,
retratando em suas obras a extensão do território brasileiro, suas belezas e suas diversidades, tendo como
personagens principais o índio, o branco europeu e o negro, que trouxeram para o país suas culturas, crenças
e religiões, evidenciando a mestiçagem do povo.”
No fragmento acima não há um posicionamento definido. O texto apenas contextualiza o tema, relacionando
a influência de diversas culturas na formação do povo brasileiro, mas não apresenta a tese. Fica evidente que
a tese coordena todo o texto, pois se não há um ponto de vista sendo apresentado logo na introdução, não há
um posicionamento a ser seguido e defendido ao longo do texto.
“Desde a primeira fase do Romantismo, os poetas já buscavam a construção de uma identidade nacional,
retratando em suas obras a extensão do território brasileiro, suas belezas e suas diversidades, tendo como
personagens principais o índio, o branco europeu e o negro, que trouxeram para o país suas culturas, crenças
e religiões, evidenciando a mestiçagem do povo. Dessa forma, é incoerente pensar como um país tão
miscigenado tem preconceitos históricos tão enraizados com a questão religiosa.”
Nesse fragmento, com a adição do último período, é possível identificar um posicionamento crítico acerca do
tema: essa é a tese. Logo, fica mais fácil convencer o leitor, que, desde a introdução, já sabe o que será
defendido pelo autor do texto.
Redação

Tese analítica ou organizadora


Neste modelo, apresentam-se separadamente os argumentos que serão desenvolvidos ao longo do texto. Por
exemplo, se seu texto possui 2 parágrafos de desenvolvimento, sua tese deve possuir duas partes. Isso
significa que cada informação apresentada na tese precisa aparecer no desenvolvimento do seu texto.
“Embora seja direito assegurado a todos os cidadãos pela Constituição Federal, a liberdade religiosa não é
garantida de modo isonômico aos brasileiros. Ora velada, ora implícita, a intolerância quanto ao diferente faz
parte da realidade do país. Infelizmente, o desconhecimento da população em relação ao processo de
formação da nação (1) e a falta de punição dos que atentam contra a religião do próximo (2) impedem que o
respeito à diversidade cultural brasileira seja consolidado.”
O autor apresenta sua posição global do texto: há problemas que impedem que o respeito à diversidade
cultural brasileira seja consolidado. Para fundamentar sua ideia, ele apresenta dois argumentos, duas razões
para que esse problema se perpetue na sociedade: o desconhecimento da população sobre o processo de
formação da nação (1) e a falta de punição dos que atentam contra a religião do próximo (2).

Tese sintética ou sugestiva


Neste segundo exemplo, a tese com sugestão dos pontos de vista aparece quando, por meio de uma palavra
ou expressão-chave, o autor sugere seu posicionamento. Esse modelo é mais elaborado e precisa de um bom
planejamento de texto, para que o desenvolvimento esteja alinhado com os argumentos apresentados.
“Segundo a atual Constituição Federal, o Brasil é um país de Estado laico, ou seja, a sociedade possui o direito
de exercer qualquer religião, crença ou culto. Entretanto, essa liberdade religiosa encontra-se afetada, uma
vez que é notório o crescimento da taxa de violência com relação à falta de tolerância às diferentes crenças.
Assim, diversas medidas precisam ser tomadas para tentar combater esse problema, incitando uma maior
atenção do Poder Público, juntamente com os setores socialmente engajados, e das instituições formadoras
de opinião.”
O autor apresenta um posicionamento contrário à prática da intolerância religiosa. Entretanto, diferentemente
do parágrafo anterior, o que foi apresentado nesse fragmento não divide a tese em argumentos organizados,
mas deixa, apenas, o ponto de vista sugerido. Além disso, apresenta uma indicação da proposta de
intervenção como forma de solução do problema.
Redação

Exercícios

Identifique as teses nos seguintes fragmentos:

1. Tema: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.


“Historicamente causadores de inúmeras vítimas, os acidentes de trânsito vêm ocorrendo com
frequência cada vez menor, no Brasil. Essa redução se deve, principalmente, à implantação da Lei Seca
ao longo de todo o território nacional, diminuindo a quantidade de motoristas que dirigem após terem
ingerido bebida alcoólica. A maior fiscalização, aliada à imposição de rígidos limites e à
conscientização da população, permitiu que tal alteração fosse possível.”

2. Tema: Publicidade em questão no Brasil.


“‘O progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa esmagando sempre
alguém.’ A frase, do escritor e pensador francês Vitor Hugo, exprime a ideia de que o sistema capitalista
funciona baseando-se na exploração constante dos indivíduos. Analisando esse conceito atrelado à
conjuntura atual, nota-se que a publicidade direcionada às crianças, no Brasil, possui um caráter
predatório, funcionando como meio de criação de futuros consumistas e explorando a relativa
facilidade de se persuadir uma criança, através do uso de elementos do universo infantil.”

3. Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.


“Mesmo com a vigência da Lei Maria da Penha, com a criminalização do feminicídio na última década,
o aumento percentual do número de mulheres vítimas de homicídio no Brasil persiste. Tipificada pela
violência física, moral, psicológica ou sexual, a violação dos direitos femininos tem suas raízes em
construções sociais e culturais, incorporadas como legítimas, que precisam ser desfeitas, pois, do
contrário, o ideal de indistinção no gozo dos direitos fundamentais do cidadão não se consolidará.”

Elabore teses a partir das propostas de temas apresentadas:

4. A prática de bullying nas escolas do Brasil.

5. Mobilidade Urbana no século XXI – O ir e vir em questão na sociedade brasileira.

6. A persistência da violência contra a população LGBTQIA+ no Brasil.


Redação

7. CARTAS DE LEITORES

"Já conhecemos nossos governantes e políticos, suas índoles, seus defeitos, suas capacidades limitadas
para soluções e amplas para confusões. Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes, se é que assim
se pode dizer. Nada justifica a agressão física, seja qual for a manifestação, seja quem for o agredido ou o
agressor. Nada justificará, jamais, a agressão sofrida pelo governador Mário Covas, por mais digna que fosse
a manifestação. O que causa espanto é que se tratava de uma manifestação de professores. É esse o papel
de um educador?
(ÁVILA, Marcelo Maciel. O Globo, 03/06/2000)

"O país está chocado com as agressões que os representantes do povo estão sofrendo. As autoridades e a
imprensa nacional têm-se manifestado severamente contra esses atos. Primeiro foi uma paulada no
governador de São Paulo, depois um ovo no ministro da Saúde e, em 1º de junho, outro ataque ao governador
Mário Covas. O vice-presidente da República disse que o governador merece respeito. Concordo. Mas os
demais cidadãos brasileiros não merecem? O ministro da Justiça cobrou punição judicial para os agressores,
afirmando que a última manifestação transpusera os limites do tolerável. E a situação de extrema violência
que nós, cariocas, estamos vivendo? Quando o ministro vai achar que foram transpostos os limites do
tolerável?"
(SILVA, Arthur Costa da. O Globo, 03/06/2000.)

O fragmento que expõe a tese de cada uma das cartas, respectivamente, pode ser identificado em:

a) "Já conhecemos nossos governantes" / "Quando o ministro vai achar que foram transpostos os
limites do tolerável?"
b) "Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes" / "a última manifestação transpusera os
limites do tolerável"
c) "Nada justifica a agressão física" / "Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem?"
d) "É esse o papel de um educador?" / "Primeiro foi uma paulada no governador de São Paulo"
Redação

8. Para uma corrente de respeitáveis cientistas, entre os quais despontou o físico Stephen Hawking, o
desenvolvimento de uma inteligência artificial completa poderá resultar na destruição da raça humana.
Para outra, liderada pelo tecnólogo Ray Kurzweil, tal advento significará o fim da maioria de nossos
problemas. Quem tem razão?
Envolvendo fenômenos extremamente complexos - tecnologia e inteligência -, a discussão se envolve
em tantas incertezas que, em tese, os dois lados podem estar certos.
Tome-se o desenvolvimento tecnológico. Quanto mais avanços houver, mais abrangentes serão as
soluções, mas também serão maiores os riscos subjacentes.
À medida em que as máquinas forem se tornando mais inteligentes, será natural que recebam um
número cada vez maior de tarefas, o que tenderá a aumentar a interdependência dos sistemas.
Também aumentará, todavia, a vulnerabilidade a eventos extremos.
A ameaça maior, entretanto, estaria contida na possibilidade de as máquinas decidirem se livrar dos
humanos. Esse raciocínio tem dois pressupostos não comprovados.
O primeiro é o de que a evolução da inteligência leva inexoravelmente a uma consciência. Esta, se de
fato resultar de processos físicos que ocorrem no cérebro, em tese poderia ser replicada em circuitos
de computador. Contudo, não existe certeza quanto a isso e não se chegou nem perto de reproduzir tal
fenômeno.
Aliás, mesmo que computadores desenvolvam consciência, eles poderiam se guiar por padrões
diferentes dos humanos - sendo, por exemplo, muito mais (ou muito menos) cooperativos do que nós.
O segundo pressuposto é o de que o livre-arbítrio existe - necessário para a máquina tomar a decisão
de partir ao ataque. No entanto, experimentos recentes sugerem que essa noção é ilusória.

Folha de S. Paulo, 31 de dezembro de 2014, caderno A2 (adaptado).

Com base no texto, redija


a) um parágrafo sintetizando a tese defendida pelo autor.
b) um parágrafo explicitando a predominância de emprego do presente do Indicativo.
Redação

Gabarito

1. “A maior fiscalização, aliada à imposição de rígidos limites e à conscientização da população, permitiu


que tal alteração fosse possível.”

2. “nota-se que a publicidade direcionada às crianças, no Brasil, possui um caráter predatório, funcionando
como meio de criação de futuros consumistas e explorando a relativa facilidade de se persuadir uma
criança, através do uso de elementos do universo infantil.”

3. “a violação dos direitos femininos tem suas raízes em construções sociais e culturais, incorporadas
como legítimas, que precisam ser desfeitas, pois, do contrário, o ideal de indistinção no gozo dos direitos
fundamentais do cidadão não se consolidará”.

4. Resposta pessoal. Possíveis estratégias: bullying tem como causa: realidade atual de intolerância,
abordando, como consequência: problemáticas de saúde, psicológicas, etc.

5. Resposta pessoal. Possíveis estratégias: Problema da mobilidade no século XXI vem de: má
infraestrutura governamental, impulsionada por um sistema de compra e venda que não incentiva a
utilização de transportes públicos.

6. Resposta pessoal.

7. C
A partir da leitura do texto 1 fica claro que a ideia global do texto é “Nada justifica a agressão física, seja
qual for a manifestação, seja quem for o agredido ou o agressor”; Já no texto 2: “Mas os demais cidadãos
brasileiros não merecem?”, que deixa implícita a resposta “sim”.

8.
a) O autor indica que há duas correntes divergentes sobre inteligência artificial, sobretudo em relação
a consequências: uma aponta o fim dos problemas humanos (conforme defende Ray Kurzweil), a
outra indica o fim da humanidade (segundo Stephen Hawking). Ambas em tese podem estar
corretas, porém o autor do texto publicado pelo jornal Folha de S.Paulo concorda com a primeira. A
linha de pensamento do autor é a seguinte: os problemas são resolvidos à proporção do avanço
tecnológico, porém também aumentam suas ameaças. Tal avanço implicaria a decisão das
máquinas sobre exterminar os humanos, dados dois pressupostos: o primeiro é que a inteligência
desenvolve a consciência, a qual poderia ser recriada em computadores – no entanto, esta pode ser
diferente da humana, positiva ou negativamente; o segundo é a existência do livre-arbítrio, de modo
que as máquinas decidiriam pelo aniquilamento – no entanto, pesquisas indicam que não há tal
possibilidade.
b) A predominância do presente do indicativo se deve ao gênero do texto – argumentativo – e ao fato
de referir-se a um fato atual.
Redação

Aprendendo com a mitologia

Teoria
O que é mito?
A mitologia grega consiste na forma mais antiga de crença do homem ocidental, através da qual os gregos
buscavam explicar a realidade através de entes sobrenaturais e figuras mitológicas. Nesse sentido, podemos
dizer que a mitologia surge, na Grécia Antiga, a partir do espanto do ser humano com o mundo; ou seja, a
partir do estranhamento com tudo aquilo que o rodeava e que, naquele momento, ainda não possuía uma
explicação racional. A mitologia era narrada em forma de poesia e era cantada pelos poetas, dentre os quais
o mais famoso foi Homero, que teria vivido por volta do século IX a.C. Assim, a mitologia era passada de
geração para geração por meio da tradição oral, o que garantia a divulgação e manutenção dos valores,
hábitos, crenças e crenças do povo grego.

A passagem da mitologia para a razão


Em um dado momento, as narrativas mitológicas se tornaram insuficientes para explicar o mundo, e o homem
sentiu a necessidade de buscar respostas mais racionais para as questões que o afligiam. Diversas
transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do pensamento filosófico, tais
como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a formulação da lei escrita, a consolidação da
democracia, entre outras. A partir dessas transformações, puderam surgir, no século VI a.C., os primeiros
filósofos, que ficaram conhecidos como filósofos pré-socráticos. Esses primeiros pensadores se
interessavam em descrever a natureza (physis) sem apelar para seres sobrenaturais e para figuras
mitológicas. Sua grande tarefa era explicar a natureza a partir dos próprios elementos naturais.

A mitologia era tida como uma verdade absoluta, um conhecimento inquestionável no âmbito da cultura grega
antiga. Já a filosofia, enquanto tentativa de um pensamento mais racional, tem como fundamento o
questionamento, a interrogação, a dúvida, a suspeita, o que provoca uma ruptura na cultura grega. A
passagem do mito para a filosofia não foi rápida, mas sim um lento processo de transformação, em que a
mitologia deixa de ser entendida como uma verdade absoluta, possibilitando o surgimento de explicações
mais racionais da realidade e da natureza.

Enquanto a mitologia explicava a origem das coisas recorrendo a seres divinos; a filosofia, por sua vez,
buscava explicá-las a partir da própria natureza. Uma das questões principais desses primeiros filósofos era
definir o elemento primordial (arché) que teria dado origem a tudo o que existe na natureza (physis). Para
Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo, o elemento primordial era a água. Para Heráclito de Éfeso, a
arché era o fogo. Empédocles de Agrigento defendia que o elemento primordial vinha da conjugação de fogo,
água, terra e ar, entre outras concepções. O que é fundamental, entretanto, é a ruptura que esses filósofos
provocaram, na medida em que se recusaram a explicar a natureza a partir de seres sobrenaturais e tentaram
fundamentar as suas explicações no próprio pensamento racional. Assim, observamos a lenta passagem do
pensamento mitológico para o pensamento filosófico.
Redação

Características dos mitos:


• Presença de seres mitológicos;
• Primórdios do pensamento humano;
• Ideias universais;
• Atemporais;
• Garantiam identificação através das gerações;
• Transmissão de valores ou explicações de geração a geração;
• Tradição oral;
• Sem lugar definido.

Agora, você deve estar se perguntando como essas referências podem te ajudar na redação, não é? Vamos,
então, para os exercícios para exemplificarmos um pouco essa história.
Redação

Exercícios de vestibulares
Leia os textos abaixo e responda às questões 1 e 2:

TEXTO I

O Mito da Caverna
Imaginemos homens que vivam numa caverna cuja entrada se abre para a luz em toda a sua largura,
com um amplo saguão de acesso. Imaginemos que esta caverna seja habitada, e seus habitantes tenham as
pernas e o pescoço amarrados de tal modo que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas
para o fundo da caverna, onde há uma parede. Imaginemos ainda que, bem em frente da entrada da caverna,
exista um pequeno muro da altura de um homem e que, por trás desse muro, se movam homens carregando
sobre os ombros estátuas trabalhadas em pedra e madeira, representando os mais diversos tipos de coisas.
Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e
que os homens que passam por trás do muro estejam falando, de modo que suas vozes ecoem no fundo da
caverna.
Se fosse assim, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das
pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca
terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais,
eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seriam o som real das vozes emitidas pelas
sombras. Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem.
Com muita dificuldade e sentindo-se frequentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até
a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão
com a qual se deparava. Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o
muro e, após formular inúmeras hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são
muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado.
Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente, ele ficaria ofuscado e
amedrontado pelo excesso de luz; depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último,
veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas
coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus
companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas.
Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do julgo da ignorância e dos grilhões que
os prendiam. Mas, quando volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adapta à
realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras. E, então, eles o desprezariam...
(PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).
Redação

TEXTO II

Pós- verdade
Definição:
1. Informação ou asserção que distorce deliberadamente a verdade, ou algo real, caracterizada pelo forte
apelo à emoção, e que, tomando como base crenças difundidas, em detrimento de fatos apurados, tende a
ser aceita como verdadeira, influenciando a opinião pública e comportamentos sociais.
2. Contexto em que asserções, informações ou notícias verossímeis, caracterizadas pelo forte apelo à
emoção, e baseadas em crenças pessoais, ganham destaque, sobretudo social e político, como se fossem
fatos comprovados ou a verdade objetiva.
Disponível em: https://www.academia.org.br/nossa-lingua/nova-palavra/pos-verdade

1. Qual é a relação que se pode estabelecer, a partir dos adventos da contemporaneidade, entre o Mito da
Caverna, de Platão, e o conceito de “Pós-verdade”?

2. “Sócrates: ‘Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna,
entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os
seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço,
de modo que não conseguem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente.
(...) Naquela situação, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros,
consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?’”
(PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).

Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale V para as questões
corretas e F para as falsas.
( ) No “Mito da caverna”, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana, relatando
como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu processo evolutivo, quando
habitavam em cavernas.
( ) O “Mito da caverna” faz referência ao contraste ser e parecer; isto é, realidade e aparência, que
marca o pensamento filosófico desde sua origem e que é assumido por Platão em sua famosa teoria
das Ideias.
( ) O “Mito da caverna” simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filosofia é
capaz de promover, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos preconceitos.
( ) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo inteligível e mundo
sensível; o primeiro ocupado pelas ideias perfeitas; o segundo, pelos objetos físicos, que participam
daquelas ideias ou são suas cópias imperfeitas.
( ) No “Mito da caverna”, o prisioneiro que se liberta e contempla a realidade fora da caverna, devendo
voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo que, na concepção platônica, é
o conhecedor do Bem e da Verdade.
Redação

3. O que era o Oráculo de Delfos?


Era o mais importante centro religioso da Grécia antiga. Entre os séculos 8 a.C. e 2 a.C., ele foi
muito procurado por pessoas que supostamente recebiam previsões sobre o futuro, conselhos e
orientações. A cidade de Delfos era a sede do principal templo grego, dedicado ao deus Apolo, e em
cujos subterrâneos funcionava o famoso oráculo.
Na mitologia, o local pertencia originariamente a Gaia (divindade que representa a Terra) e era
guardado por sua filha, a serpente Píton. O deus Apolo, associado ao dom da profecia, teria assumido
o controle do lugar após matar a serpente, que caiu numa fenda do solo e teria entrado em
decomposição, passando a emitir vapores intoxicante. Os gregos acreditavam que quando uma
sacerdotisa – uma mulher de vida irrepreensível escolhida entre as camponesas – inalava tais gases,
ela tinha seu espírito possuído por Apolo, que fazia as profecias por meio dela. “A forma mais conhecida
de consulta consistia em fazer uma pergunta à sacerdotisa, conhecida como pítia.
Numa espécie de transe mediúnico, ela pronunciava as respostas em versos semelhantes aos
usados nos poemas Ilíada e Odisseia, de Homero”, diz Fernando Brandão dos Santos, professor de
literatura grega da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP). O centro religioso era
consultado por cidadãos comuns e também por líderes políticos, que usavam as profecias para orientar
seus governos.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-era-o-oraculo-de-delfos/

A busca pelo conhecimento é uma prática comum do ser humano desde a Antiguidade, visto a
importância do Oráculo de Delfos para os cidadãos e líderes políticos da época. Atualmente, portais de
busca de internet – tal como o Google – são meios de aquisição de informações. A partir dessa
associação, estabeleça elações entre o oráculo e a tecnologia atual.

4. Mito de Prometeu e Epimeteu


Prometeu era um dos titãs, uma raça gigantesca, que habitou a terra antes do homem. Ele e seu
irmão Epimeteu foram incumbidos de fazer o homem e assegurar-lhe, e aos outros animais, todas as
faculdades necessárias à sua preservação. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu de examiná-
la, depois de pronta. Assim, Epimeteu tratou de atribuir a cada animal seus dons variados, de coragem,
força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc.
Quando, porém, chegou a vez do homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu
gastara seus recursos com tanta prodigalidade, que nada mais restava. Perplexo, recorreu a seu irmão
Prometeu, que, com a ajuda de Minerva subiu ao céu e acendeu sua tocha no carro do sol, trazendo o
fogo para o homem. Com esse Dom, o homem assegurou sua superioridade sobre todos os outros
animais. O fogo lhe forneceu o meio de construir as armas com que subjugou os animais e as
ferramentas com que cultivou a terra; aquecer sua morada, de maneira a tornar-se relativamente
independente do clima, e, finalmente, criar a arte da cunhagem das moedas, que ampliou e facilitou o
comércio.
Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/~labfil/mito_filosofia_arquivos/prometeu_epimeteu.pdf

O mito de Prometeu e Epimeteu conta a história da criação dos animais, os quais possuem diversos
atributos. Por outro lado, não restou nenhuma qualidade para o ser humano. Para superar essa
adversidade, Minerva oferece a inteligência para a humanidade.

A inteligência, portanto, é o que nos diferencia dos outros animais. No entanto, em relação a essa
habilidade na contemporaneidade, pode-se afirmar que os seres humanos têm utilizado
adequadamente este atributo? Justifique sua resposta.
Redação

5. Analise o texto abaixo:

No novo filme, Thor vai reencontrar Jane, sua antiga namorada, de forma inesperada: loira, poderosa,
com seu martelo mágico e em seu lugar como a nova Thor. (...)

Disponível em: https://www.terra.com.br/diversao/cinema/natalie-portman-treinou-10-meses-para-virar-a-poderosa-


thor,19e43fffc319e48a8f2a15be7b17c3dbm5x0trqo.html

Nas histórias mitológicas, os atributos da força, da coragem e da bravura são geralmente associados
às figuras masculinas. Atena – deusa grega da sabedoria, das artes, da inteligência, da guerra e da
justiça – é uma das poucas figuras femininas com essas atribuições. A partir dessa discussão e da
imagem da atriz Natalie Portman como a Poderosa Thor, indique como essa contraposição aos
conceitos clássicos ocorre na sociedade contemporânea.
Redação

6. TEXTO I
A Disney retratou parte da história da Polinésia à sua maneira, o que acabou por dividir opiniões, sendo
a principal crítica a de ter simplificando e, em certo sentido, desrespeitado alguns aspectos dessa
cultura. A história se passa na ilha fictícia de Motunui. Moana, a personagem central do desenho,
recebe a invocação divina para navegar, encontrar e devolver o coração de Te Fiti, uma deusa da ilha,
depois que ele é roubado pelo semideus Maui.
Disponível em: https://alohaspiritmidia.com.br/cultura/moana-da-disney-e-a-real-cultura-polinesia/

TEXTO II
Maui é o talentoso, valente, semideus sobrenatural da mitologia, tradição e folclore da Polinésia,
responsável pela pesca da Ilha Norte de Aotearoa, nome da Nova Zelândia no idioma Māori. Embora
não sendo um Deus ele era iluminado, inteligente e corajoso com poderes sobrenaturais que lhe
permitiram superar as façanhas dos homens comuns. Ele possuía uma mente inquieta e nunca estava
satisfeito até receber as respostas às suas perguntas.
Disponível em: https://estudenovazelandia.com.br/pagina/cultura/maui-as-lendas-maori-da-nova-zelandia

A história do filme “Moana” é uma interpretação e significativamente diferente da verdadeira história


da mitologia polinésia. Por outro lado, esses mitos não eram tão conhecidos antes do longa-metragem,
dando visibilidade a essa cultura. Em relação a essa questão, você considera a adaptação da Disney
positiva ou negativa? Justifique sua resposta.

7. (Uem, 2019) “Dédalo, a que não faltavam recursos, fabricou para Ícaro e para si mesmo umas asas que
colou com cera aos seus ombros e aos do filho. Em seguida, ambos levantaram voo. Antes de partir,
Dédalo recomendara a Ícaro que não voasse nem muito baixo nem muito alto. Ícaro, porém, orgulhoso,
não deu ouvidos aos conselhos do pai e elevou-se nos ares, aproximando-se tanto do Sol que a cera
derreteu e o imprudente caiu no mar que, a partir desse momento, se chamou Mar Ícaro.”
(GRIMAL, P. Dicionário da mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, s.d., p. 241)

Com base no fragmento e em conhecimentos sobre mitologia, some as alternativas corretas.


01) Os mitos são narrativas tradicionais que utilizam elementos simbólicos para explicar a realidade e
conferir sentido à vida humana.
02) Os mitos são lendas, fábulas, crendices e, portanto, um tipo inferior de conhecimento a ser superado
por explicações mais racionais.
04) Os mitos pertencem a um passado remoto, ultrapassado, e foram superados pelo conhecimento
científico.
08) Os mitos são narrativas ricas em metáforas e em reflexões sobre os homens e sua condição no
mundo.
16) Os mitos se sustentam pela crença em forças superiores, que protegem ou ameaçam,
recompensam ou castigam.
Redação

8. O mito de Narciso deve ser um dos mais recontados da mitologia grega. A versão tomada por original
fala de um jovem de beleza extasiante que, defrontando o próprio rosto refletido num espelho d’água,
debruça-se a admirá-lo. Essa admiração é tamanha e cresce descontrolada a ponto de Narciso, na
tentativa de alcançar a figura do belo inalcançável, cair no lago e morrer afogado.
Recorrer à mitologia e ao conceito de narcisismo que simploriamente pode ser entendido como amor
pela própria imagem é uma saída quase obrigatória para considerar a época em que a representação
visual parece valer, e vale, tanto: o hoje. As fotos do tipo selfie (autorretrato) talvez sejam símbolo da
relação sacramentada do "eu" consigo mesmo.
Com o advento das redes sociais, há um requinte: a presença do "outro". Não existe plateia consciente
no mito de Narciso, mas existe agora. E a presença ativa desse segundo personagem parece interferir
na maneira como os usuários se comportam nas redes, gerindo em simultâneo duas demandas: a
admiração pela moldura de si e a admiração dos demais. Na internet, o "outro" é alguém que se
conhece, ou não, a quem é dada uma importância tremenda a partir do momento em que há o desejo
de obter alguma aprovação. Essa valorização é contabilizada em números de seguidores, curtidas,
compartilhadas, comentários, likes etc.
https://www.folhadelondrina.com.br/opiniao/o-mito-de-narciso-e-as-redes-sociais-983259.html

A partir da leitura da reportagem e dos seus conhecimentos de mundo acerca do comportamento


contemporâneo, comente qual é a relação entre o uso das redes sociais e o mito de Narciso.
Redação

Gabarito
1. “Mito da caverna” é uma metáfora criada pelo filósofo grego Platão. A história é uma tentativa de explicar
a condição de ignorância em que vivem os seres humanos, aprisionados pelos sentidos e os
preconceitos que impedem o conhecimento da verdade. Nesse sentido, a relação com a pós-verdade é
que se acredita apenas no que se quer, no que é recebido, sem pensamento crítico ou embasamento
teórico. Assim, pode-se dizer que a alienação sem fundamento científico une o mito da caverna à teoria
da pós-verdade.

2. F-V-V-V-V
A única opção falsa apresenta-se claramente fora do contexto platônico, pois o “Mito da caverna” não
descreve os primórdios da existência humana, mas sim a forma como a existência humana percebe a
realidade. O texto de Platão versa sobre o contraste do mundo das aparências com o mundo das ideias.

3. Resposta pessoal.

4. Resposta pessoal.

5. Resposta pessoal.

6. Resposta pessoal.

7. 01 + 08 + 16 = 25
Em relação ao aspecto histórico, os números [02] e [04] estão errados porque os mitos tinham, e ainda
tem, uma importante função social: a de educar através do exemplo dos seres citados nas histórias.
Através das lendas, valores são ensinados e limites são estabelecidos nas práticas da chamada “vida
real”.
Em relação ao aspecto filosófico, o pensamento mítico é uma postura interpretativa do mundo que busca
responder questões relacionadas à origem e aos fenômenos do universo e do mundo no qual os
indivíduos estão inseridos. Esse tipo de pensamento se caracteriza por buscar respostas a esses
questionamentos a partir de narrativas religiosas, ligadas ao sobrenatural, muitas vezes expressa através
de metáforas e sem a necessidade de verificação a partir da prova. Assim, as forças e vontades das
divindades seriam a causa daquilo que acontece no mundo terreno. Com o surgimento do pensamento
filosófico ocidental, a razão como princípio explicativo do mundo passa a ser hegemônica, entretanto,
as narrativas míticas não deixam de existir, permanecendo uma postura de entendimento do mundo
presente até os dias de hoje, nas mais diversas sociedades. Nesse sentido, o mito não é entendido como
uma forma inferior de interpretação do mundo, mas como uma forma alternativa de entendimento da
realidade, válida e diferente de outras formas de entendimento, como a ciência, por exemplo. Com efeito,
os itens [02] e [04] devem ser considerados como incorretos.

8. Resposta pessoal.
Sociologia

Surgimento da Sociologia

Teoria

Sociologia, uma filha das revoluções


Oficialmente, a Sociologia se consolida como ciência no século XIX. Apesar disso, as discussões sobre as
leis e o funcionamento da sociedade ocorrem no rastro das intensas transformações sociais na Europa. Isso
significa dizer que a formação da Sociologia é também resultado da consolidação da sociedade capitalista.
Sua origem se relaciona diretamente com as necessidades sociais do momento de seu nascimento. Quando
afirmamos isso afirmamos, então, que, os eventos que tiveram grande influência no surgimento e
consolidação do sistema capitalista também têm grande influência na formação da nova Ciência. O
questionamento sobre como a sociedade se organiza é intensificado pelas profundas mudanças sociais
causadas pelas Revoluções Francesa e Industrial, e pelo Iluminismo.

A Revolução Industrial alterou profundamente o modo de produção, alterando até a forma como os seres
humanos se relacionam. Alguns fatores históricos determinantes dessa revolução são o aperfeiçoamento
das técnicas e as inovações tecnológicas, a criação da máquina a vapor, a acumulação de capital por parte
da burguesia em ascensão, o domínio inglês do comércio mundial e a liberação da mão de obra para as
cidades, com o cercamento dos campos na Inglaterra. Tudo isso levou a um acelerado crescimento da
população e da produção.

Esses eventos produziram uma intensa urbanização, tanto na demanda por mão de obra, quanto no
impedimento do acesso à terra. Assim o capitalismo se consolidou através da propriedade privada dos meios
de produção e busca incessante pelo lucro. A divisão técnica e social do trabalho não interferiu apenas na
produção de bens, mas na forma como o conhecimento científico era produzido. As transformações de
aspecto produtivo acabaram por ter grande influência na separação e especialização que justifica o
surgimento de diversas ciências de âmbito social, como a Economia, A Antropologia, A Ciência Política e a
própria Sociologia.

O crescente poder econômico da classe burguesa permitiu que esse grupo alçasse voos mais ousados.
Buscando maior participação política, essa classe pressionou o Antigo Regime até culminar na Revolução
Francesa, que se tornou o grande símbolo de transformação social. O pensamento revolucionário introduziu
ideias como liberdade e igualdade, além de organizar a vida social pela primazia da racionalidade lógica. A
sociedade agora estava organizada por motivos racionais e não mais por tradições ou noções
transcendentes, instância transcendente.

Isso se dá pela forte influência do Iluminismo, que elegeu a razão como principal forma de explicar a realidade.
O pensamento do Iluminismo impactou a produção de conhecimento, tanto para as ciências naturais como
para o campo social, resultando desse movimento intelectual, por exemplo, a Declaração dos direitos do
Homem e do Cidadão. O atual modelo político da maioria dos países do Ocidente segue, até hoje, premissas
iluministas, como os direitos civis, a separação dos poderes, a criação do Estado-nação etc.

As consequências da primazia da razão, além de produzir as profundas transformações culturais, políticas,


econômicas, religiosas e artísticas, também influenciou a compreensão do homem sobre como a sociedade
se organiza. Ora, se o mundo pode ser organizado de modo racional e se não estamos sob o jugo de entidades
transcendentes, então somos capazes de mudar a forma como a sociedade funciona, fazê-la evoluir,
aperfeiçoá-la. O sofrimento, as injustiças, os problemas sociais podem ser todos superados em nome de uma
Sociologia

sociedade mais humana. Se o humano fez a sociedade então ele pode modificá-la. Essa ideia, gerada pelo
Iluminismo, culminou não só no avanço tecnológico e político, mas na gestão de uma nova ciência, a ciência
da Sociedade.

Auguste Comte, o pai da Sociologia


Ciência e senso comum. Um debate formado desde o estabelecimento da ciência como principal meio de
conhecimento, seja de fenômenos naturais ou sociais. Há quem considere a ciência como uma forma de
conhecimento superior hierarquicamente, há quem veja os dois conhecimentos como importantes e
indispensáveis.

Quando a ciência alcançou seu status de principal maneira de explicar o mundo e os fenômenos que nos
cercam, ela mudou a interpretação da realidade. Várias transformações são resultado da interferência dessa
interpretação alterada, como a nossa percepção sobre a política ou como organizamos a produção de bens.
Vários dilemas surgiram entre o século XVIII e XIX, como efeito dessas transformações. A ciência foi
ganhando cada vez mais destaque, como ferramenta de solução desses dilemas.

Defendida pelo Iluminismo como imparcial e racional, a ciência era cada vez mais usada como instrumento
de organização social. O senso comum era gradualmente rejeitado, já que se assentava, até então, no Antigo
Regime.

A crítica ao senso comum, e outras formas de conhecimento, e a eleição da ciência como guia do ser humano
foi o terreno fértil para o surgimento de uma corrente filosófica conhecida como Positivismo. Essa corrente
defende uma posição radical: todo conhecimento que não seja científico é inútil. A única forma de produção
do conhecimento digna de ser perseguida é a científica. Os problemas da humanidade só seriam dissolvidos
em plenitude através da ciência.

O surgimento da Sociologia como ciência e o Positivismo estão ligados. E os dois são atribuídos ao filósofo
francês Augusto Comte (1798 – 1857). Como criador e defensor do Positivismo, Comte afirma que o
pesquisador deve ser imparcial, neutro e laico, além de pragmático na sua pesquisa. Buscar leis e princípios
que regem a vida social requer a isenção do investigador para compreensão plena. Tal como um físico
observa as leis do mundo natural, assim deve se comportar o sociólogo. Inclusive, devemos nos valer de
métodos científicos comprovadamente válidos para executar essa empreitada.

Influência das ciências naturais


Comte (e outros pensadores) estavam sob forte influência das ciências naturais, já consolidadas. Buscavam
inspiração na Física e na Biologia para encontrar formas efetivas de analisar a sociedade. Eram
evolucionistas, corrente de pensamento que considera a sociedade e sua cultura resultantes de um
permanente processo de evolução. Todos os grupos humanos estavam destinados pelo progresso ao mesmo
ponto de chegada, passando por diferentes estágios de desenvolvimento e as diferenças entre as sociedades
representavam uma posição mais ou menos evoluída nesse gradual progresso.

A busca por leis invariáveis e independentes da ação humana para a sociedade era própria do pensamento
positivista. Comte não admitia que a mudança social fosse transgressora. Antes, acreditava que ordem era
crucial para haver progresso. Para que esse desenvolvimento (para melhor) fosse efetivo, era preciso
preservar a ordem social. Era comum que os primeiros pensadores da sociedade buscassem conciliar essa
posição: a aceitação das mudanças ocorridas naquela época de intensas transformações e a manutenção da
ordem social.
Sociologia

O próprio sistema capitalista e da burguesia encontrou apoio no positivismo. O capitalismo é um modo de


vida, a princípio, racional e calculista, que encontra respaldo na concepção de organização da sociedade do
positivismo, que privilegia a racionalidade lógica, a experimentação e a evidência.

Do Positivismo vem o lema “prever para prover”. Altamente cientificista, a Sociologia proposta por Comte
estabelece uma conexão teórico-metodológica com as ciências naturais. Temos então ideias como
previsibilidade e regularidade sendo mobilizadas para construir a noção de que mudanças e
aperfeiçoamentos sociais são possíveis, desde que sejam dominadas as leis gerais do funcionamento da
sociedade. Por isso, a questão da ordem.

Teoria dos três estados


Comte foi o primeiro autor a usar o termo Sociologia (sua primeira proposta era Física Social). Instruía que o
estudo da sociedade se realizasse com o mesmo espírito dos cientistas naturais. Era preciso assumir a
neutralidade científica, abandonar os pré-conceitos e juízos de valores. A origem da Sociologia, que se
confunde com o próprio Positivismo, tinha como regra a objetividade do pesquisador. Era preciso alcançar o
estado “positivo”, fundamentado no método científico consolidado durante a Revolução Científica.

Comte dá origem então a Lei dos três estágios (ou estados). Essa lei explica o progresso desenvolvimento
das sociedades, além de as categorizar como mais ou menos evoluída (em comparação a outras sociedades).
Assim a história da humanidade é descrita pela passagem dos estados anteriores ao estado positivo.

O primeiro estado é o teocrático. Caracterizado pela explicação sobre o mundo e os fenômenos baseada em
divindades, entidades de ordem mística e mítica. No segundo estado, o metafísico, temos uma percepção do
mundo menos encantada, como uma transição do misticismo para a ciência. Aqui os fenômenos são
baseados em entidades abstratas, mas não divinas, como a razão ou a natureza. Já no estado positivo há a
busca de leis gerais confirmadas pela verificação através de um método confiável de produção de
conhecimento. Os fenômenos, tanto naturais quanto sociais, podem ser compreendidos por regras universais
que, dominadas, podem ser mobilizadas para o aperfeiçoamento da sociedade. Essa gradação expressa a
noção evolucionista do positivismo, que pressupõe uma universalidade do comportamento humano e, por
consequência, os estados e o progresso.

Clássicos: Os arquitetos da Sociologia


Vimos que muitos pensadores dedicaram seus estudos a compreender como a sociedade funciona, suas
intensas transformações e onde elas nos levariam. Entretanto, três se destacaram na formulação da nova
ciência, criando métodos de análise sociológica e da realidade social que permitiram uma construção de
conhecimento digna de receber o nome de ciência, tal qual se almejava.

O mais próximo das ciências naturais é o método comparativo, ou Funcionalismo, instituído por Durkheim.
Grande defensor do estatuto de ciência dessa nova área do conhecimento (talvez o maior defensor) Durkheim
acreditava que a legitimidade da Sociologia dependia da delimitação clara de seus objetos e métodos de
análise. Não à toa publicou As Regras do Método Sociológico, onde apresenta uma discussão sobre como
fazer Sociologia e qual seu objeto. No funcionalismo há a defesa de que tudo que existe na sociedade tem
uma função, assim como os órgãos de um ser vivo. Nada é irracional ou sem significado.

Sua corrente afirma que todos os elementos de um sistema social são interdependentes. Por isso, a análise
deve ser holística, devemos compreender, a partir do ponto de vista do conjunto, cada fenômeno particular.
Sociologia

Seu método de análise se aproxima bastante do método científico clássico, como observação, formulação de
hipóteses e experimentação.

Já O materialismo histórico e dialético está fortemente baseado na Filosofia da História de Hegel. Marx, um
jovem hegeliano, desenvolve este método de análise combinando uma interpretação materialista da história
e a análise dialética da realidade social. A sociedade então é um conjunto de relações que surgem a partir da
produção dos bens necessários à vida humana. É um método que atribui dinamismo e agência aos humanos
nas transformações históricas, fruto do conflito dos interesses diversos de grupos sociais que fazem surgir
novos modos de produção.

Há dois níveis de formação social, as relações que se constituem na produção, que determinam as formas de
estar no mundo dos humanos envolvidos nesse processo em diferentes hierarquias sociais, a depender de
quem controla os meios de produção; e o nível ideológico, que surge como um sistema de convicções que
apaga ou esconde as contradições contidas nas relações sociais de produção e que dá coesão a sociedade
por meio do exercício da dominação sem que a classe subalterna toma consciência do seu estado de
exploração. Em determinadas condições históricas e materiais a classe oprimida toma consciência de sua
situação e expõe as contradições da realidade, iniciando um conflito pela superação dos antagonismos e
transformação social.

Por fim temos o método compreensivo, um método focado na ação dos indivíduos e no sentido que eles são
a sua agência no meio social. Max Weber é o principal expoente desse método e o responsável por consolidar
a Sociologia como uma ciência ontologicamente diferente das ciências naturais. Não adiantava, para ele,
produzir um conhecimento nos moldes da ciência consolidada, já que agora o objeto de estudo é muito
diferente do anterior. Enquanto a natureza apresenta, em seu aparente caos, regularidade e previsibilidade, o
ser humano e suas interações são de ordem volátil e imprevisível, tanto pela característica do próprio ser
humano, quanto pela quantidade de informações absurda que deve ser coletada para tentar dar alguma
regularidade ao seu comportamento. Sendo assim, o pesquisador só consegue observar uma pequena parte
daquilo que produz o fenômeno social. Por isso, deve expor suas limitações e buscar o significado do que
está estudando.

Weber defende que a ação humana tem intenção e sentido próprios, sendo a Sociologia responsável por
interpretar essa maneira de agir, tornando-a compreensível. Sabendo as motivações, fica muito mais fácil
entender o que, porque e como

uma pessoa está realizando uma ação. Por isso, o método compreensivo weberiano ficou conhecido como
individualismo metodológico, já que tem como ponto de partida o indivíduo como e seus sentidos como
unidade de análise.

Quais são as Ciências Sociais?


É possível afirmar que muitas ciências com foco no estudo e na produção de conhecimento científico sobre
a sociedade surgiram no período a que nos referimos, a Economia é um exemplo destas. No entanto. Dada a
suas especificidades, objetos de estudo e metodologias, costumou-se agrupar dentro da nomenclatura
Ciências Sociais a Antropologia, a Sociologia e a Ciência Política. Essa interação varia conforme sociedade,
cultura e momento histórico. Na França, por exemplo, nas ciências sociais era comum articular pesquisas
sociológicas e antropológicas (Durkheim contribuiu também para Antropologia).
Sociologia

Antropologia
Focada no ser humano, a Antropologia tenta compreender como a humanidade é capaz de produzir formas
de viver tão diferentes. As diversas culturas produzem soluções diferentes para os mesmos problemas e são
capazes de produzir uma maneira de estar no mundo profundamente adaptada a condições extremamente
diferentes. Entre comunidades que vivem no deserto, na floresta e na tundra há, talvez, uma única coisa em
comum, são seres humanos. Procurando identificar o que há de humano nessas profundas diferenças e como
elas são produzidas, podemos dizer que a Antropologia foca na diversidade estonteante da experiência
humana.

Teve início no estudo das sociedades ditas “primitivas”, não oriundas do modo ocidental de viver. Foi usada
amplamente como instrumento de dominação através do colonialismo, ajudando nações dominantes a
compreender os grupos sob seu jugo.

No século XX em diante, a Antropologia passou a advogar em nome do respeito e garantia dos direitos das
sociedades e comunidades consideradas “diferentes”. Também buscou compreender, após uma crise
paradigmática, o funcionamento das sociedades ocidentais, voltando seus olhos para si e para as sociedades
que estabeleceram a Antropologia como ciência.

Sociologia
Busca principalmente entender como as sociedades se estruturam: como produz bens, como os distribui,
como essa distribuição impacta na concentração de poder, como o poder reforça ou combate a injustiça e a
desigualdade, como o acesso à produção e distribuição forma classes etc. Busca entender como as
instituições sociais se formam e interagem para formar a sociedade: Igreja, estado, Educação, Economia são
algumas dessas instituições.

Seu foco é tanto nos padrões que se repetem no interior dos grupos sociais quanto nas grandes
transformações e rupturas, que produzem novas formas de estar no mundo em grupo. Nascida no rastro das
sociedades capitalistas, focou principalmente no funcionamento das sociedades ocidentais.

Ciência Política
Parece óbvio, pelo nome. Mas pode não ser. Antes de ler a definição dessa ciência se pergunte: “O que é
Ciência Política?” Pode-se dizer que o objeto central de estudo da Ciência Política é o poder, como surge,
como é conquistado, como é mantido e suas diferentes formas de manifestação. Daí Ciência Política, porque
podemos definir – com alguma flexibilidade - a Política como a arte de ter poder, de decidir, de impor e de
realizar.

A Ciência Política busca então compreender as diferentes estratégias dos atores políticos na tentativa de
conquistar seus objetivos, limitados pelos inúmeros constrangimentos (sociais, morais e culturais) que esse
ator tem que lidar no interior de um grupo. O objetivo aqui é entender como as limitações operam, quais os
caminhos percorridos para os superar, como os fins são alcançados. Busca entender as interações e
motivações para além da racionalidade, como crenças e desejos de ordem cultural, como a ação da fé e de
tradições na dinâmica da política.
Sociologia

Exercícios de vestibulares

1. A raça é uma realidade natural ou biológica produzida pela diferença dos climas, da alimentação, da
geografia e da reprodução sexual. Quem duvidará disso, se vemos que os africanos são negros, os
asiáticos são amarelos de olhos puxados, os índios são vermelhos e os europeus, brancos? Se formos
religiosos, saberemos que os negros descendem de Caim, marcado por Deus, e de Cam, o filho
desobediente de Noé.

Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade, transmitido de
geração a geração, e, muitas vezes, transformando-se em crenças religiosas, em doutrina
inquestionável.
(CHAUÍ, 1995, p. 247).

Sobre as relações entre o senso comum e conhecimento sociológico, identifique com V as afirmativas
verdadeiras e com F, as falsas.
( ) O saber sociológico possui disciplina, regras de verificação e um quadro de referências com limites
rigorosos, que funcionam como uma moldura que o diferencia da compreensão que o senso
comum tem do mesmo mundo.
( ) O conhecimento do senso comum é acumulado pelos homens, de forma empírica e teórica porque
se baseia na experiência cotidiana e na experiência científica, o que pressupõe uma postura crítica.
( ) O pensar sociológico se assemelha ao senso comum, pois são autoevidentes, isto é, não
questionam seus preceitos e não precisam de confirmação prática.
( ) O senso comum ou o conhecimento espontâneo é rico, embora desordenado e não sistemático,
geralmente desarticulado e inefável.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a


a) V V V F
b) F V V V
c) F V F V
d) V F F V
e) V F F F

2. “O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o
surgimento da sociologia. As transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleram a partir
dessa época colocarão problemas inéditos para os homens que experimentavam as mudanças que
ocorriam no ocidente europeu.”
(FERNANDES, Florestan. A herança intelectual da Sociologia. In: FORACHI, M. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e Sociedade:
Leituras de Introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977. p. 11.)

Que realidades daquela época passaram a constituir um problema e um objeto da Sociologia?


Sociologia

3. “Na verdade, a sociologia, desde o seu início, sempre foi algo mais do que uma mera tentativa de
reflexão sobre a sociedade moderna. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um forte
desejo de interferir no rumo desta civilização. Se o pensamento científico sempre guarda uma
correspondência com a vida social, na sociologia esta influência é particularmente marcante.”
(MARTINS, Carlos B. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 8).

Tendo como referência o texto acima e seus conhecimentos sobre o surgimento da sociologia, assinale
o que for correto.
(01) A análise da sociedade moderna se deu a partir de um debate harmonioso e consensual entre
diferentes pensadores.
(02) A sociologia tem uma dimensão política, e seus conceitos e suas teorias contribuem para manter
ou alterar as relações de poder existentes na sociedade.
(04) As duas Revoluções do século XVIII, a Industrial e a Francesa, são marcos importantes para pensar
a instalação definitiva da sociedade capitalista.
(08) As consequências da rápida industrialização e urbanização do capitalismo (prostituição, suicídio,
alcoolismo, infanticídio, criminalidade, violência, epidemias etc.) não são objetos de reflexão
sociológica.
(16) As explicações sociológicas devem buscar a neutralidade científica, evitando interferir nos rumos
escolhidos por determinados grupos sociais.
Soma: ( )

4. Sobre o positivismo, corrente teórica pioneira na sistematização do pensamento sociológico, assinale


o que for correto.

(01) Apesar de reconhecer as diferenças entre fenômenos do mundo físico e do mundo social, o
positivismo busca no método das ciências da natureza a orientação básica para legitimar a
sociologia.
(02) O positivismo enfatiza a coesão e a harmonia entre os indivíduos como solução de conflitos, para
alcançar o progresso social.
(04) O positivismo endereça uma contundente crítica à sociedade europeia do século XIX, sobretudo
em razão das desigualdades sociais oriundas da consolidação do capitalismo.
(08) O positivismo utiliza recorrentemente a metáfora organicista para se referir à sociedade como um
todo constituído de partes integradas e coesas, funcionando harmonicamente, segundo uma
lógica física ou mecânica.
(16) O positivismo defende uma concepção evolucionista da história social, segundo a qual o estágio
mais avançado seria dominado pela razão técnicocientífica.
Soma: ( )

5. Tendo em vista o contexto do surgimento da Sociologia, disserte sobre o significado desta formulação
de Auguste Comte (1798-1857), quanto ao papel que a Sociologia deveria ter:

... ciência, daí previdência, previdência daí ação.


Apud QUINTANEIRO, Tânia & outros, Um toque de clássicos – Marx, Durkheim, Weber. 2 ed., Belo Horizonte: UFMG, 2002,
p. 19.
Sociologia

6. O autor considerado “pai” da sociologia, Augusto Comte, acreditava que a nova ciência das sociedades
deveria igualar-se às demais ciências da natureza que se pautavam pelos fenômenos observáveis e
mensuráveis para que assim fosse possível apreender as regras gerais que regem o mundo social do
indivíduo. Essa perspectiva ideológica é chamada de:
a) Iluminismo.
b) Darwinismo.
c) Dadaísmo.
d) Positivismo.
e) Futurismo

7. (UPE-2018) Leia os textos a seguir:


TEXTO I
Convicto de que a reorganização da sociedade exigiria a elaboração de uma nova maneira de conhecer
a realidade, Comte procurou estabelecer os princípios que deveriam nortear os conhecimentos
humanos. Seu ponto de partida era a ciência e o avanço que ela vinha obtendo em todos os campos de
investigação. (...) O advento da sociologia representava para Comte o coroamento da evolução do
conhecimento científico, já constituído em várias áreas do saber.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 44.

TEXTO II
O conjunto da nova filosofia tenderá sempre a fazer sobressair, tanto na vida ativa como na
especulativa, a ligação de cada um a todos, sob uma série de aspectos diversos, de modo a tornar
involuntariamente familiar o sentimento íntimo da solidariedade social, (...) Não somente a ativa busca
do bem público será sempre privada, será sempre representada como a maneira mais conveniente de
assegurar a felicidade privada; mas, por uma influência (...) dos pendores generosos, se tornará a
principal fonte da felicidade pessoal.
COMTE, August. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Escala, s/d, p. 74.

A Revolução Industrial e a Revolução Francesa impulsionaram o surgimento da Sociologia como


ciência voltada para compreender as novas relações entre as pessoas. Essas relações envolviam agora
um complexo de hábitos e costumes e eram provocadas por causa da maneira de se produzirem e se
consumirem os excedentes na Europa do século XIX. Sobre esse período da Sociologia e com base na
concepção apresentada nos textos I e II, é CORRETO afirmar que
a) a Sociologia foi chamada de física social e deveria utilizar os métodos da filosofia teológica como
instrumento de compreensão da sociedade.
b) as investigações sociológicas deveriam utilizar os mesmos procedimentos das ciências naturais,
ou seja, a observação, a experimentação e a comparação.
c) o positivismo foi a corrente filosófica, que fundamentou o surgimento da Sociologia como ciência
da sociedade, pois tinha uma visão metafísica das relações entre as pessoas.
d) o principal representante da Sociologia nesse período foi August Comte, que tinha uma visão
positiva de sociedade, ou seja, uma reflexão sobre a essência e o significado abstrato das relações
sociais.
e) as ideias de Comte tinham como objetivo encontrar leis universais para explicar as relações sociais,
com base nos princípios de subjetividade e parcialidade, utilizados pelas ciências da natureza.
Sociologia

8. Ciente de que nossa visão é repleta de prenoções e juízos de valor, a construção de um olhar
sociológico principia com o estranhamento, ao se observar a realidade. Tal procedimento confronta o
conhecimento do senso comum e possibilita a construção do conhecimento científico.

Essa reflexão propõe:


a) buscar as suas próprias experiências para a explicação do conhecimento científico.
b) estudar a realidade observada, segundo o critério teórico-metodológico.
c) tomar decisões fundamentadas no conhecimento do cotidiano.
d) fazer diferentes leituras do fato social, tomando por base o senso comum.
e) considerar verdadeiras as explicações biológicas para o comportamento humano em sociedade.
Sociologia

Gabaritos

1. D
2 - falsa. O conhecimento de senso comum não é teórico nem está baseado num postura crítica. Pelo
contrário, o senso comum se propaga irrefletidamente.
3 - falsa. O conhecimento produzido pela Sociologia não é autoevidente. Ele é reconhecido como um
estranhamento e uma desnaturalização dos fatos do cotidiano, aprofundando nossa percepção do
tecido social através do método científico típico das ciências humanas.

2. A sociologia se relaciona ao processo de modernização. Esse processo é caracterizado pelo surgimento


de uma sociedade urbana, industrial, racionalista, capitalista e laica. Isso gerou um novo sistema de
estratificação social e modificou as relações sociais, que passaram a ser objeto de estudo da sociologia.

3. 02+04=06
02: Apesar da proposta de neutralidade da ciência moderna, há de ser reconhecer que uma ciência que
surgiu com a pretensão de aperfeiçoar a sociedade contém uma dimensão política, já que mudanças
sociais interferem na esfera política e vice e versa. Mesmo hoje a Sociologia é mobilizada como
ferramenta de manutenção e de transformação social
04: É impossível imaginar que a sociedade capitalista alcançaria êxito na sua manutenção sem
transformar os modos de produção (que passaram a ser automatizados) e o sistema político (que
impedia a participação da burguesia no exercício do poder)

4. 01 + 02 + 08 + 16 = 27.
Todas as afirmativas sintetizam bem o método positivista utilizado nas ciências sociais, com exceção
da [04] (esta trata do marxismo, e não do positivismo). Foi através do positivismo que a sociologia
ganhou o status de ciência, ao analisar a sociedade como um organismo em desenvolvimento e
constante progresso. O positivismo, ainda que metodologicamente tenha sido em grande parte deixado
de lado, ainda permanece como a forma mais comum de se pensar ciência.

5. A citação apresentada no enunciado da questão evidencia a ideia que Comte possuía acerca da
importância da ciência. Segundo ele, a ciência servia tanto para interpretar a realidade como para prever
fenômenos e oferecer instrumentos eficazes de se agir sobre a realidade no intuito do progresso da
sociedade. É seguindo esse mesmo argumento que Durkheim pensa o papel da sociologia: esta deve ser
uma ciência capaz de não semente interpretar a realidade social, mas de agir sobre ela de forma a evitar
estados de anomia (doença) social.

6. D
Augusto Comte foi um dos principais autores do positivismo, que entendia que o verdadeiro
conhecimento só era construído por meio da experimentação sensível do objeto de estudo. A utilização
do método científico de mensuração, experimentação e observação tinha por finalidade estabelecer leis
e regras fundamentais para o funcionamento dos fenômenos observados.

7. B
Para Auguste Comte apenas a ciência é uma fonte válida de produção de conhecimento. Influenciado
pelas ciências naturais já consolidadas na sua época que produziam contundentes explicações sobre o
funcionamento do mundo, Comte imaginou a nova ciência, a ciência da sociedade, com base nos
preceitos teórico-metodológicos das ciências naturais.

8. B
A sociologia, como toda ciência, busca responder questões de maneira confiável, produzindo um
conhecimento seguro e verificado. No entanto, dada a peculiaridade do objeto de estudo da sociologia (o
ser humano e suas interações sociais), seus métodos diferem dos métodos das ciências da natureza. Daí
a importância do estranhamento como ferramenta metodológica, produzindo uma admiração e um
Sociologia

questionamento frente ao óbvio, ao dado como conhecido pelo senso comum. É preciso enxergar aquilo
que vivenciamos no nosso cotidiano por outra perspectiva, como algo novo, estranho e artificial.

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